Faculdades Sudamérica – Volume 6 - 2014
FONTES DE FINANCIAMENTO DAS NECESSIDADES LÍQUIDAS DE CAPITAL
DE GIRO: APLICAÇÃO DO MODELO DINÂMICO DE ANÁLISE FINACEIRA.
Cássio Roberto de Araújo
Fernando de Sousa Santana
Giani Claudia Setto Vieira
Jussiara Helena Mendes
Wilton Natal Milani
RESUMO
Dado a representatividade e conseqüente relevância do cooperativismo agropecuário para a
economia brasileira e especificamente do Paraná, é que este artigo se propôs a analisar as fontes de
financiamento das necessidades de capital de giro da cooperativa agropecuária COAMO, que é maior
Cooperativa Agrícola da América Latina, respondendo por 37% de toda produção agrícola do Paraná.
Para isso, foi utilizado o Modelo Dinâmico proposto por Fleuriet, que é baseado na reclassificação das
contas ativas e passivas, para posteriormente submetê-las aos cálculos propostos. Os principais
resultados apontaram para um equilíbrio financeiro entre suas fontes, capital próprio e de terceiros.
Por fim conclui-se que a COAMO tem financiado suas necessidades de capital de giro, em sua
grande parte com capital próprio, se auto financiando, o que sinaliza favorável situação financeira.
PALAVRAS-CHAVES:
Agropecuário.
Análise
Dinâmica;
Capital
de
Giro;
Cooperativismo
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1 INTRODUÇÃO
O cooperativismo ao longo de sua história sempre desempenhou importante papel
no desenvolvimento sócio-econômico de seus associados. Assim sendo, as
cooperativas surgem como alternativa de organização econômica para aqueles que
por si só não conseguem sobreviver às perversidades do capitalismo (RICKEN,
2011).
Com a evolução da globalização e dos meios de comunicação cada vez mais
avançados e tecnologicamente mais sofisticados, tem-se facilitado a expansão da
economia e as novas tendências de mercado. Com isso as cooperativas devem
estar atentas ao seu modelo de gestão e administração, observando suas
tendências e cenário do mercado atual (GIMENES; GIMENES; CAMPOS, 2005).
Mundialmente falando, as cooperativas agropecuárias tornou – se uma grande
estrutura e representa uma força econômica significativa. No Brasil, as cooperativas
foram trazidas pelos imigrantes europeus, no início do século 20. As primeiras
experiências foram com cooperativas de crédito e de consumo, logo após novas
idéias foram surgindo e as estruturas de assistência técnica, armazenagem e
industriais foram montadas (RICKEN, 2011).
O cooperativismo agropecuário brasileiro ao longo dos anos passou por
transformações que influenciaram significativamente o rumo dos negócios praticados
pelas cooperativas. Os números revelam que o cooperativismo tem envolvido cada
vez mais pessoas (OCB, 2011).
De acordo com a OCB (2010), o cooperativismo brasileiro apresenta os seguintes
números:
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Tabela 1: Números do Cooperativismo Por Ramo de Atividade
Ramo
Cooperativas
AGROPECURIO
1.548
CRÉDITO
1.064
TRABALHO
1.024
TRANSPORTE
1.015
SAUDE
852
EDUCACIONAL
302
HABITACIONAL
242
INFRAESTRUTURA
141
PRODUÇÃO
235
CONSUMO
123
MINERAL
63
TURISMO E LAZER
31
ESPECIAL
12
TOTAL
6.652
Fonte: Organizações estaduais e OCB
Cooperados
943.054
4.019.258
217.127
321.893
246.265
57.547
101.071
778.813
11.454
2.297.218
20.792
1.368
397
9.016.257
Empregados
146.011
56.178
3.879
10.787
56.776
3.349
1.676
5.775
3.669
9.892
144
32
14
298.182
Com 1.548 Cooperativas Agropecuárias, e um número expressivo de associados de
943.054 o cooperativismo agropecuário, representa cerca de 37% do PIB
Agropecuário Brasileiro, o que significa 5,39% do PIB da economia do pais. Além
disso, gera 146.011 empregos diretos, evidenciando a força econômica do
cooperativismo agropecuário (Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB,
2011).
Cooperativas de muitos estados experimentaram mudanças em seu foco de
atuação, passaram a atuar em novas bases produtivas e seguiram a tendência dos
mercados, direcionando suas atividades para o processamento e comercialização de
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produtos agrícolas que proporcionassem maiores níveis de retorno de suas
atividades (OCB, 2011).
No entanto, as mudanças não ocorreram apenas em termos de foco de negócios,
mas também nos processos de produção industrial, no perfil de gestão das
cooperativas e nas estratégias para se tornarem mais competitivas. Tais
transformações ocorreram em resposta ao aumento da concorrência entre as
empresas do agronegócio, as exigências dos mercados internacionais e da
necessidade de se tornarem mais eficientes, como forma de garantir a longevidade
dos negócios cooperativos (GIMENES; GIMENES; CAMPOS, 2005).
Especificamente, no Paraná, o cooperativismo representa cerca de 20% do PIB do
estado com 230 cooperativas distribuídas por vários ramos. O cooperativismo
paranaense, em 2011, terá uma movimentação econômica superior a 30 bilhões de
reais (OCB, 2011).
A partir da forte tradição agrícola do estado paranaense, as cooperativas
agropecuárias do Paraná experimentaram novas experiências em termos de gestão
e modernização tecnológicas, crescimento da participação de mercado e também
das barreiras existentes ao desenvolvimento de tais cooperativas no Brasil. Por
estas razões, e devido à significativa importância econômica para o país, foi
selecionada uma cooperativa agropecuária do estado do Paraná, a fim de analisa
suas fontes de financiamento de capital de giro, aplicando o modelo dinâmico de
análise financeira (OCB, 2011).
2 FUNDAMENTOS TEORICOS E CARACTERISTICAS DAS FONTES DE
FINANCIAMENTO DAS NECESSIDADES LÍQUIDAS DE CAPITAL DE GIRO
Segundo Oliveira (2009) um dos principais problemas das cooperativas brasileiras é
a “não-apresentação de adequados modelos de gestão, inclusive com significativa
falta de aplicação de modernos instrumentos administrativos”. Sendo assim
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entendemos que a utilização de modelos de avaliação financeira é uma das
carências das cooperativas e se faz necessário a busca de novas técnicas
administrativas que os auxiliem na gestão do negócio cooperativo.
A boa administração das finanças, ativos e passivos, de qualquer organização se
torna fator condicional para o sucesso de suas finanças. Portanto, as empresas têm
procurado transmitir a seus usuários o máximo de segurança e confiança da saúde
financeira de suas empresas (BRAGA, 1989).
A administração financeira tradicional é composta por um conjunto de índices e
quocientes patrimoniais que descrevem de forma analítica o desempenho financeiro
das empresas (ASSAF NETO, 2005).
As cooperativas agropecuárias não se distanciam da realidade das empresas, pois,
participam de uma economia de mercado e são suscetíveis aos mesmos impactos
causados pela variação no ambiente externo. Com isto, cabe as cooperativas
adotarem um instrumental técnico capaz de lhe fornecer o maior número de
informações sobre o desenvolvimento de suas atividades e auxiliá-las na elaboração
de suas estratégias financeiras (OLIVEIRA, 2009).
Por meio dos indicadores financeiros é possível determinar políticas referentes à
administração das disponibilidades, investimentos, ativos, aplicação de capitais em
giro e conhecer qual tem sido o resultado das atividades. Pelo grande volume de
informações transmitidas através dos índices financeiros, se faz necessário que os
mesmos sejam confiáveis e permita que as decisões sejam tomadas de maneira aos
administradores ter conhecimento da realidade financeira da empresa (ASSAF
NETO, 2001).
O modelo tradicional de administração financeira envolve a relação entre ativos e
passivos, liquidez, investimentos de capital em giro, capital de giro, margem ganho,
rentabilidade, investimento em imobilizado sob uma perspectiva estática da
empresa. Nesse sentido o referido modelo revela a situação financeira da empresa
desconsiderando o fator tempo (BRAGA, 1989).
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A análise financeira considerando a variável tempo se torna um fator relevante
quando analisamos a realidade financeira de determinada empresa no exercício de
suas atividades. Pelo modelo tradicional é possível identificar uma empresa com um
índice de liquidez satisfatório, mas na realidade pode apresentar uma carência de
capital para financiamento de suas atividades durante algum tempo (SANVICENTE,
1978).
Essa carência pode se dever ao fato da empresa possuir um ciclo financeiro maior
que seu ciclo operacional. Essa situação tem levado muitas empresas a financiar
suas atividades com capital de terceiros, representando isso um custo a mais e uma
diminuição de sua margem de ganho (BRAGA, 1989).
Sendo assim, o modelo dinâmico elaborado por Fleuriet (apud BRASIL; BRASIL,
1999), utiliza as informações contábeis para análise da realidade da empresa e
também para se conhecer suas estratégias financeiras, sugerindo a reclassificação
das contas considerando o fator tempo (BRASIL; BRASIL, 1999).
Pela grande participação e importância econômica foi selecionado o estado do
Paraná, e sendo a Coamo uma de suas principais referências. Selecionamos o
período de 2005 a 2010 da cooperativa agropecuária para análise, por ser mais
recente e por capturar maior efeito tempo, variáveis macroeconômicas, e a facilidade
de obtenção de dados.
3 MÉTODOS DE PESQUISA
A Pesquisa aplica a metodologia quantitativa a partir da coleta de dados das
demonstrações contábeis. A fim de subsidiar os resultados da Análise Dinâmica do
Capital de Giro da Cooperativa Agropecuária Coamo, localizada no Estado do
Paraná, procurando de forma exploratória e qualitativa descrever como a Coamo
financia o capital de Giro necessário para manter suas operações.
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Para tanto, os dados foram levantados a partir das demonstrações Contábeis
publicadas nos relatórios de conselho de administração dos exercícios de 2005 a
2010, com a finalidade de que se possa, também, verificar a evolução da situação
financeira da Coamo.
A análise foi desenvolvida perseguindo-se as seguintes etapas:
1 - Padronização das demonstrações.
A aplicação do modelo dinâmico pressupõe a classificação das contas patrimoniais
de acordo com sua funcionalidade. Portanto dividem-se os itens do ativo e passivo
circulante (curto prazo) e financeiro (erráticos) enquanto que as contas de longo
prazo serão classificadas como permanentes (não cíclicos) (BRASIL; BRASIL,
1999).
As contas operacionais são aquelas que possuem uma ligação direta com a
atividade principal da empresa e as contas de curto e curtíssimo prazo que não
possuem a mesma relação. As contas permanentes (longo prazo) são aquelas que
expressam a atividade da empresa em um nível mais estratégico e as mesmas não
variam muito de acordo com o ritmo do negócio (BRASIL; BRASIL, 1999).
A partir da reclassificação é possível mensurar as variáveis do modelo funcional e
dinâmico do balanço patrimonial.
2 - Mensuração das variáveis propostas por Fleuriet (1980) (apud GIMENES;
GIMENES; CAMPOS, 2005).
Necessidade Liquida de Capital de Giro (NLCDG):
NLGDG = ACO – PCO
(1)
Onde, NLCDG e a Necessidade Líquida de Capital de Giro, ACO e o Ativo Circulante
Operacional e o PCO e o Passivo Circulante Operacional.
Tesouraria (T):
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T= ACF – PCF
(2)
Onde, T é o saldo da Tesouraria, ACF o Ativo Circulante Financeiro e o PCF o
Passivo Circulante Financeiro.
Longo Prazo (LP):
LP= ELP – RLP
(3)
Onde, LP é o Longo Prazo, ELP o Exigível em Longo Prazo e RLP o Realizável em
Longo Prazo.
Capital De Giro Próprio (CDGP):
CDGP= PL – AP
(4)
Onde, CDG é o Capital de Giro Próprio, PL é o Patrimônio Liquido e AP é o valor do
Ativo Permanente.
Termômetro da Situação Financeira (TSF):
TSF = T/NLCDG
(5)
Onde, TSF é o Termômetro da Situação Financeira, T é o saldo da variável
Tesouraria e NLCDG o saldo da variável Necessidade Liquida de Capital de Giro
(GIMENES; GIMENES; CAMPOS, 2005).
3 – Análise dos Resultados.
4 RESULTADOS OBTIDOS
Na tabela 2, apresentam – se os valores calculados para as variáveis, segundo
Modelo Dinâmico proposto por Fleuriet (apud GIMENES; GIMENES; CAMPOS,
2005), após a reclassificação das contas.
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Tabela 2: Saldos da contas reclassificadas no período de 2005 a 2010 (valores em milhares de reais)
2005
ACO
2006
2007
2008
2009
2010
1.109.609.420 1.161.692.027 1.436.479.953 1.578.231.016 1.568.029.000 1.773.543.000
PCO
276.105.919
336.551.771
376.120.051
ACF
539.314.197
629.332.518
698.902.173 1.190.160.630 1.029.041.000 1.135.427.000
PCF
426.557.664
405.951.520
553.282.371
735.868.606
622.752.000
798.094.000
ELP
298.835.580
398.087.039
321.910.966
305.758.283
334.274.000
447.328.000
RLP
183.063.925
284.032.841
231.855.425
198.317.508
119.877.000
163.676.000
PL
628.323.998
512.205.000
588.823.000
1.116.915.153 1.242.983.060 1.441.873.880 1.686.501.834 1.772.273.000 1.968.661.000
AP
359.134.810
380.221.162
Fonte: Resultados da Pesquisa
411.630.641
505.928.441
570.409.000
732.448.000
Na tabela 3, apresentam – se os valores calculados para os índices, segundo
Modelo Dinâmico proposto por Fleuriet (apud GIMENES; GIMENES; CAMPOS,
2005), após o cálculo das variáveis. A partir daí obtemos os resultados para análise
dinâmica das fontes de financiamento das necessidades liquidas de capital de giro
na cooperativa agropecuária Coamo (PR).
Tabela 3: Mensuração dos índices segundo modelo dinâmico (valores em milhares de reais)
Variáveis
Fórmula
NLCDG
2005
2007
2008
Aco-Pco
833.503.501 825.140.256 1.060.359.902
949.907.018
T
Acf - Pcf
112.756.533 223.380.998
145.619.802
454.292.024
406.289
337.333
LP
Elp - Rlp
115.771.655 114.054.198
90.055.541
107.440.775
214.397
283.652
CDGP
PL - Ap
757.780.343 862.761.898 1.030.243.239 1.180.573.393
TSF
T/ Nlcdg
0,14
Fonte: Resultados da Pesquisa
2006
0,27
0,14
0,48
2009
2010
1.055.824 1.184.720
1.201.864 1.236.213
0,38
0,28
Conforme gráfico 1, nos anos de 2005 a 2010 a Cooperativa Agropecuária Coamo
apresenta saldo positivo para a variável NLCDG, significando que as fontes de
Capital de Giro Próprio foram maiores que as fontes de Capital de Giro de Terceiros.
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Gráfico 1: Mensuração do índice Necessidade Líquida de Capital de Giro
Fonte: Resultados da pesquisa
Pelo gráfico 2, observa-se que a variável Tesouraria apresenta saldo positivo em
todos os períodos analisados, dessa forma entende-se que a Cooperativa tem mais
direitos a receber do que empréstimos e financiamentos a quitar, sinalizando boa
situação financeira para quitar suas obrigações no curto prazo.
Gráfico 2: Mensuração do índice Tesouraria
Fonte: Resultados da pesquisa
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O Longo Prazo avalia a necessidade de fontes de terceiros no longo prazo para
financiar a atividade operacional da cooperativa (Exigível em Longo Prazo).
Observa-se, no gráfico 3,que o saldo é positivo para todos os períodos, o que pode
estar sinalizando boa capacidade de pagamento da cooperativa perante os
credores, ou seja, indica credibilidade. Além disso, empréstimos a Longo Prazo
tendem a ter juros menores.
Gráfico 3: Mensuração do índice Longo Prazo
Fonte: Resultados da pesquisa.
O Capital de Giro Próprio evidencia o quanto de recurso próprio a cooperativa
disponibiliza para investir nos ativos, em outros negócios e distribuição de lucros,
uma vez que essa variável está diretamente ligada à conta do Ativo Permanente e
Patrimônio Líquido. Nesse sentido, verifica-se, pelo gráfico 4, que a cooperativa
Coamo utilizou seu Patrimônio Líquido (recursos próprios) para o processo de
imobilização e investimentos, e ainda dispões de recursos para outras operações. O
indicador sinaliza quanto do capital próprio (PL) está disponível para o giro das
operações, já que parte do PL esta comprometido com o Ativo Permanente.
Cooperativas Agroindustriais tendem a ter alto índice de imobilização, devido à
necessidade de investimento na planta industrial. No entanto, o que se verifica na
Coamo, é que além da mesma investir em tecnologia e expansão do Ativo
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Permanente, ainda aumenta o Capital de Giro Próprio, o que significa aumento no
PL, seja por meio da chamada de capital aos associados e/ou retenção de sobras
operacionais.
Gráfico 4: Mensuração do índice Capital de Giro Próprio
Fonte: Resultados da pesquisa
Conforme o gráfico 5, nos anos analisados observa – se que a variável Termômetro
da Situação financeira não encontra-se com variação percentual nivelada,
apresentando oscilações crescente e decrescente até o ano de 2010. Esse índice
explica a composição percentual da NLCDG e o saldo da Tesouraria, ou seja, o
resultado percentual de quanto de recursos de próprios financia o saldo das
necessidades liquidas de capital de giro. Assegurando que o aumento do capital de
giro seja compatível com o aumento das necessidades de capital de giro. A
cooperativa Agropecuária Coamo encontra-se, conforme o índice analisado, em
equilíbrio financeiro, ou seja, o seu ciclo financeiro não é elevado, podendo cumprir
com suas obrigações sem necessitar de recorrer a imobilização de ativos, mesmo
apresentando variações crescente e decrescente.
Gráfico 5: Mensuração do índice Termômetro da Situação Financeira
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Fonte: Resultados da Pesquisa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve por finalidade apontar qual a forma de avaliação e solvência vem
sendo utilizada pela COAMO. Através da reclassificação das contas sugeridas pelo
Modelo Dinâmico proposto por Fleuriet e cálculos dos índices, obteve- se os
resultados prováveis de qual estrutura financeira vêm sendo utilizada na composição
de suas Necessidades Líquidas de Capital de Giro na cooperativa, o que é resultado
de sua forte tradição no estado do Paraná, e por ser uma referência na América
Latina em Cooperativismo Agropecuário.
Utilizando a reclassificação das contas e cálculos das variáveis propostas pelo
Modelo Dinâmico o objetivo foi alcançado, ou seja, a Cooperativa Agropecuária
COAMO, apresenta-se em equilíbrio entre as suas fontes, capital próprio e de
terceiros, não necessitando de grande participação de terceiros para financiar suas
atividades, sendo então detectado como a COAMO tem financiado sua NLCG.
Diante disso, e através dos resultados obtidos a Cooperativa Agropecuária tem
financiado suas operações principalmente com Capital Próprio. Utiliza-se também
recursos de terceiros porém em menor proporção, evidenciando equilíbrio financeiro
entre suas fontes, uma gestão coerente a seus resultados satisfatórios e forte
tradição no mercado agropecuário do estado do Paraná.
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Conclui-se que, por se tratar de uma cooperativa agroindustrial apresenta uma
grande parte de seus recursos imobilizados. Ainda assim, a COAMO dispõe de
recursos para se auto financiar, não colocando em risco sua autonomia financeira.
6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Universidade Federal de Viçosa