# 37 – abril 2014
Boca no trombone
A Casa é sua... e é nova!
―A
nova
sede
representa
a
possibilidade de podermos cumprir
com a nossa missão, já que nela
poderemos oferecer um número maior de
atividades que ajudem a incrementar o bemestar subjetivo dos nossos alunos, assim
como gerar espaços que favoreçam um maior
encontro e convívio entre as pessoas‖,
afirmou a diretora de Casa do Brasil, Mayeve
Araújo, em 21 de março, num brinde de
inauguração do novo local situado em
Bulevar Artigas 1384, esquina Av. Rivera.
Nele apresentaram-se as novas instalações.
No térreo, dispõe-se da recepção, das salas
de aula Machado de Assis e Cacilda Becker, e
da biblioteca Vinicius de Moraes. No primeiro
andar do prédio encontram-se as salas Jorge
Amado, Oscar Niemeyer e Paulo Freire. Já no
subsolo estão as salas de aula Tarsila do
Amaral, Glauber Rocha e a sala multimídia
Ary Barroso.
A apresentação musical do evento esteve ao
mando dos ―Filhos de Jorge‖ (Angela Alves na
voz, Manuel Urrutia no violão, Marcio Pena no
cavaquinho, e Miguel Atahides, Pablo Cordero
e Pablo Leites na percussão), que com muito
samba de raiz fizeram cantarolar e balançar
a plateia cheia de entusiasmo.
Aproveitando a ocasião, também anunciou-se
o Ciclo Cultural 2014, que leva como nome
―Brasil Mundial‖, com a pretensão – com
foco na Copa do Mundo– de exibir e debater,
além do evento mais importante do planeta e
todas as consequências que ele trará, outras
questões que permitam uma melhor
compreensão do que o Brasil deseja, pode e
deve ser: o país da inclusão social, da
criatividade, da
superação e das
oportunidades. Assim, nas sessões de ―Cine
en la Casa‖ se exibirão três maravilhosos
filmes: O ano em que meus pais saíram de
férias, de Cao Hamburger, o documentário
1958, o ano em que o mundo descobriu o
Brasil, de José Carlos Asbeg, e a
multipremiada animação Uma história de
amor e fúria, de Luiz Bolognesi. No próximo
30 de abril, no dia do centenário de seu
nascimento, se fará uma merecidíssima
homenagem ao genial baiano Dorival
Caymmi, e no dia 2 de dezembro (Dia
Nacional do Samba) o tributo será para o
multifacetado Ary Barroso. Também haverá
uma palestra sobre a Ditadura no Brasil, os
50 anos do golpe militar de 1964. Por sua
vez, se realizarão dois eventos que são
marca registrada de Casa do Brasil: a Festa
Junina e a Feijoada da Casa. Além disso, este
ano a Casa do Brasil, em sintonia com o
espirito que invade aos uruguaios no mês de
agosto, terá sua primeira Festa da Saudade,
ou seja, nostalgia, mas com jeitinho
brasileiro.
―A Casa do Brasil surgiu a partir de uma
necessidade que tive de encontrar o meu
ponto de equilíbrio: viver aqui no Uruguai,
mas sempre conectada com o meu povo e
com a minha cultura‖, revelou a professora e
doutora Araújo. ―Há uma frase de José Ortega
y Gasset que consegue comunicar essa
situação que vivi (e vivo): Eu sou eu e minha
circunstância, e se não salvo a ela, não me
salvo a mim.‖
JornalDaCasa é uma publicação de CasaDoBrasil | Editor: Leonardo Moreira
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# 37 – abril 2014
Mão na roda
Pare, olhe, lembre
O
rganizada pelo Centro de Fotografia da
Prefeitura de Montevidéu, até o dia 9
de abril no [CdF Sala], San José 1360,
pode-se ver a Mostra Homenagem ―La fuerza
del tiempo‖, de Ricardo Chaves.
Conhecido como Kadão, Chaves começou a
trabalhar no jornal Zero Hora de Porto Alegre
em 1970, aos 19 anos. Sua primeira viagem
internacional foi para cobrir as eleições
nacionais de 1971, momento inesquecível na
história política uruguaia. Para o jovem
fotógrafo gaúcho que tinha crescido numa
ditadura militar, o Uruguai simbolizava a
persistência da liberdade. Embora primeiro
candidato do apenas formado Frente Amplio
não tenha ganhado, celebrava-se do outro
lado da fronteira a permanência de um
sistema democrático, inexistente no Brasil
desde o golpe militar de 1964.
O então presidente do Brasil, João Goulart
(Jango), e Leonel Brizola –líder da resistência
contra o golpe– exilam-se no Uruguai. Kadão
vem a documentá-los em variadas ocasiões.
Esta Mostra Homenagem procurar aproximar
o público uruguaio de alguns dos feitos
fotojornalísticos da carreira de Kadão,
destacando o contexto em que suas imagens
foram realizadas e publicadas. Nas palavras
do autor: ―Cada foto não é mais que uma
declaração pessoal. Com toda a subjetividade
que isso significa, mas também com toda a
força que a fotografia documental preserva.
Fotojornalismo: possibilidade de parar para
ver‖.
A mostra está composta por fotorreportagens
que incluem suas visitas ao Uruguai antes e
durante o golpe militar, e uma série de
retratos do fotógrafo tomados por outros
fotógrafos ao longo seus mais de quarenta
anos de carreira.
# 37 – abril 2014
Ao pé da letra
Maria, Maria
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta
O
tema de ―Maria, Maria‖ já existia sem
letra desde 1976, quando foi
composto por Milton Nascimento para
um balé do Grupo Corpo, com roteiro de
Fernando Brant inspirado em várias mulheres
negras de nome Maria, que trabalharam em
sua casa no tempo em que ele vivia em
Diamantina. Dançando este balé com a trilha
gravada –na qual Milton cantava o tema na
base de ―la-lá-lás‖, acompanhado de violão–
o Grupo Corpo excursionou pelo país e o
exterior, ganhando fama e dinheiro. Então
Milton pediu a Fernando uma letra a fim de
incluir a música no disco Clube de esquina 2,
o que não representou muito trabalho para o
poeta, que bastou sintetizar o seu próprio
roteiro, praticamente aprontando o poema no
intervalo de um jogo do Brasil na Copa de
1978.
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
A gravação de ―Maria, Maria‖ é um dos
pontos altos de Clube da esquina 2, com
Milton dando-lhe uma vigorosa e vibrante
interpretação, que ajudou a canção a tornarse uma das preferidas do público. ―Maria,
Maria‖ é, pode-se dizer, um marco nessa fase
da carreira de Milton Nascimento, em que ele
passa a ser um cantor das Américas.
Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Discos para ouvir
Milton Nascimento – Clube da Esquina 2 (1978)
Elis Regina – Saudade do Brasil (1980)
MPB4 – Encontro Marcado (1983)
Roupa Nova – De Volta ao Começo (1993)
Maria Rita – Redescobrir (2012)
# 37 – abril 2014
Telinhas e telonas
A história de 11 operários que venceram
entrevista exclusiva ao jornal Estado de São
Paulo.
T
rês anos e meio de uma pesquisa
complexa resultaram no filme uruguaio
―Maracaná‖, dos diretores Sebastián
Bednarik e Andrés Varela. O filme foi exibido
pela primeira vez no dia 12 de março, diante
de 10 mil pessoas no estádio Centenário, em
Montevidéu, e tem previsão para chegar ao
Brasil no mês de maio. A produção de 75
minutos é baseada no livro ―Maracaná, la
historia secreta‖, do jornalista Atilio Garrido, e
traz imagens inéditas que quase se perderam
com o tempo, mas foram recuperadas por
meio de um intenso processo de garimpagem
de material em vídeo.
"É uma viagem até 1950, onde podemos
conhecer não somente o que aconteceu na
Copa, mas também as duas sociedades que
estavam surgindo. O documentário apresenta
a façanha de 11 homens da classe operária,
que tiveram êxito, e outros 11 que estavam
lutando contra a pressão política em seu país
para que vencessem. No final, tiveram de
pagar com suas vidas pelo fracasso. É uma
história muito humana, não só dos uruguaios,
mas também dos brasileiros. O filme percorre
os dois pontos de vista", explicou Varela em
A investigação de imagens foi muito grande e
levou os diretores até a Europa e ao Brasil,
além da Cinemateca do Uruguai. No total,
foram usadas 27 fontes diferentes de
material e as partes de filme em 35 mm
ajudaram a dar mais qualidade ao trabalho.
"Fomos até o Arquivo Nacional, no Rio de
Janeiro, visitamos colecionadores privados na
Itália, Alemanha e Espanha e conseguimos,
inclusive, o vídeo raro que tem 70 minutos da
grande final. São muitas imagens inéditas,
sobretudo das concentrações do Brasil e do
Uruguai, com interações entre os jogadores,
os almoços, os bate-papos... São momentos
únicos", contou Varela. O diretor apontou um
momento que ele chama de "assombroso": o
discurso do então prefeito do Rio, Mendes de
Morais, falando para os jogadores: "Eu
cumpri com a minha palavra construindo
esse estádio, cumpram agora seu dever
vencendo a Copa do Mundo".
A expectativa é de que o filme seja bem
recebido também no Brasil, até porque não
trata do tema apenas pelo olhar do vitorioso.
"Como a história é narrada pelos dois pontos
de vista, é muito interessante para ambos os
países." No fundo, a produção é uma
metáfora da manipulação dos povos por meio
do esporte, como o próprio Varela diz. Ele
lembra, inclusive, que o capitão uruguaio
Obdulio Varela tinha liderado uma greve de
operários pouco tempo antes da Copa e isso
ajudou a inspirar seus companheiros. O
diretor vê uma diferença muito grande em
relação ao torneio que será disputado este
ano novamente no Brasil. "O que aconteceu
no Maracanã naquele dia foi único. Agora são
outros jogadores, outra sociedade. O Uruguai
não tem obrigação de ser campeão e quando
falam do fantasma de 1950, vejo como algo
humorístico. Acho que o Brasil não deve ter
temor pelo que ocorreu em 1950, mas pela
qualidade dos jogadores uruguaios", conclui.
# 37 – abril 2014
Conversafiada com o percussionista Pablo Leites
Estudar é a melhor forma de defender a música
resgata dessa experiência?
- A Tribu Mandril foi uma loucura de um
grande amigo e também uma referência,
Nicolás Arnicho. Nós éramos um quinteto de
jovens, que íamos para todo lado em nossas
bicicletas carregadas de latas, baldes,
vassouras e que, durante cinco anos de
nossas vidas, nunca paramos de tocar e
aprender, numa experiência irrepetível.
C
omo surgiu seu interesse pela
percussão a ponto de querer dedicar
sua vida à ela?
- A percussão está presente em mim desde
muito pequeno. Como qualquer moleque,
sempre estava batucando sobre uma mesa;
já mais velho eu comecei a interessar-me
pelos tambores do candombe, e a partir daí
não consegui parar de fascinar-me com
qualquer instrumento de percussão que
conhecesse.
- Em quais fontes musicais você bebe?
Cite algumas de suas referências
- Quanto mais música eu escuto, mais
referências eu tenho. Sem dúvida, entre os
primeiros encontram-se Eduardo Mateo,
Ruben Rada, Jaime Roos, Caetano Veloso,
Carlinhos Brown, entre muitos outros. E não
posso deixar de indicar um disco que me
marcou pra sempre: ―Sambatown‖, de
Marcos Suzano.
- Quais são os elementos que dão identidade
à percussão brasileira e a fazem diferente de
outras tantas?
- Cada manifestação popular tem suas
características próprias. O Brasil, com
certeza, é um dos países que mais elementos
tem a nível músico-cultural. Por exemplo, um
dos emblemas do Rio de Janeiro é o
pandeiro, que lhe dá identidade e o diferencia
do resto.
- De que forma você apresentaria (para quem
não conheceu) à Tribu Mandril e o que você
- Como professor, quais são os ritmos que lhe
parecem mais fáceis de aprender e quais são
aqueles que oferecem maior dificuldade?
- O samba em todas suas variações é um
ritmo que é muito fácil de entender e, por
consequência, de tocar. Só há que estar
atento e –como me disse uma ―mama vieja‖
numa Llamada– deixar que os pés te
ensinem a tocar.
- Nos últimos anos têm aparecido novas
escolas de samba no carnaval uruguaio.
Como você analisa esse processo?
- Como todo processo, eu acho que vem
crescendo devagar, mas sem pausa. Eu acho
interessante esse surgimento de novas
escolas, que se façam jornadas de
divulgação, que conquistem espaços mais
massivos, como o desfile pela avenida 18 de
Julho, etc. Sei lá, tudo isso sem descuidar
que esse crescimento acompanhe o estudo
pelo instrumento, que é a melhor forma de
defender e expandir esse gênero.
- Que expectativas você tem para os novos
cursos de percussão que vai oferecer na
Casa do Brasil?
- Tanto Miguel Atahides quanto eu, que
vamos a dirigir essa oficina de percussão,
temos enormes expectativas de poder
partilhar o que sabemos sobre essa música
maravilhosa e tomara que a partir desse
intercâmbio surjam inquietudes que nos
façam crescer a todos e desfrutar da música
brasileira. E em forma de provocação,
pergunto: será muito doído pensar em formar
um bloco de samba com os alunos da Casa
do Brasil?
# 37 – abril 2014
O mundo é uma bola
Bellini e um gesto mundial
reserva de Mauro, que fora seu reserva na
Suécia. Os dois se tornaram muito próximos e
mantiveram por quase 40 anos uma sólida
amizade, que só terminou com a morte de
Mauro em 2002. Em 1966 já com 36 anos,
disputou a Copa da Inglaterra e sucumbiu
com a seleção brasileira, que não passou da
primeira fase da competição.
Q
uando, a pedido de alguns fotógrafos
brasileiros, Hideraldo Bellini levantou a
Taça Jules Rimet acima da cabeça, em
direção ao céu, logo após o Brasil conquistar
seu primeiro título mundial, em 1958, na
Suécia, o capitão da seleção brasileira não
sabia que seu gesto seria repetido desde
então por todos os capitães campeões do
mundo. Tornou-se uma marca registrada dos
vencedores. E não só do futebol. Em qualquer
esporte, o capitão campeão ergue o troféu
para os céus, mesmo aqueles que nunca
ouviram falar do brasileiro.
Jogador de poucos recursos técnicos, Bellini
ganhou a faixa de capitão das mãos do
técnico Vicente Feola por sua seriedade e
determinação dentro de campo. O zagueiro
tinha 28 anos e há seis era titular absoluto
do Vasco da Gama, onde chegara em 1952.
Com a conquista do título mundial, os
campeões viraram celebridades da noite para
o dia. Passaram a ser paparicados onde quer
que fossem. Os mais bonitos foram
convidados a fazer propaganda dos mais
diversos produtos. Logicamente, Bellini foi o
mais assediado. O capitão estrelou até
fotonovela e, diz a lenda, chegou a ser
convidado para filmar em Hollywood.
Quatro anos depois, Bellini sagrou-se
bicampeão mundial no Chile, desta vez na
Com 1,82m, 80 quilos e olhos azuis, Bellini
era considerado um verdadeiro galã. Solteiro
quando foi campeão mundial, tornou-se o
sonho das meninas brasileiras no fim da
década de 50. Só se casou em 1963 com
Giselda, mãe de seus dois filhos, Carla e
Júnior. Um ano antes tinha retornado a São
Paulo —era paulista de Itapira— para
defender o tricolor do Morumbi, onde ficou
até 1967. De lá seguiu para o Atlético-PR, seu
último clube. Em Curitiba reencontrou seu
velho amigo Djalma Santos, que também
estava prestes a pendurar as chuteiras. Duas
temporadas depois, aos 39 anos, encerrou
sua carreira, no dia 20 de julho de 1969,
mesmo dia em que o homem pisou pela
primeira vez na lua.
Bellini, que sofria do Mal de Alzheimer nos
últimos dezoito anos de sua vida, faleceu no
último 20 de março. Seu gesto seria
eternizado em 1960 na entrada principal do
Maracanã. É lá que fica a "Estátua do Bellini",
uma homenagem ao jogador brasileiro,
simbolizado pelo capitão de 58 no seu
momento mais sublime.
# 37 – abril 2014
De Oiapoque ao Chui
Porto (a sede) Alegre
um charmoso café anexo, com vista para o
pôr do sol.
O Museu de Ciências e Tecnologia da PUC
tem cerca de 700 experimentos que entretêm
gente de todas as idades, transformando
conceitos de química, física e matemática em
brincadeiras com espelhos, sombras e até
um leve choque elétrico. O giroscópio
humano, usado em treinamento de
astronautas, é uma das atrações mais
concorridas.
T
erra natal da cantora Elis Regina e
cidade do coração do poeta Mario
Quintana, Porto Alegre é intensa em
vários sentidos. Um dos seus programas
preferidos é o Parque Farroupilha (foto), que
tombado em 1997 como Patrimônio Histórico
e Cultural da cidade, tem monumentos,
palmeiras, pedalinhos, minizoo e orquidário
espalhados por 38.000 m2 de área verde,
entre os bairros Bom Fim e Cidade Baixa. Aos
domingos, sedia o Brique da Redenção, feira
de artes e antiguidades com cerca de 300
expositores.
No burburinho do Centro, encontra-se o
Mercado Público (1869), que abriga bancas
de frutas, temperos, embutidos e artigos
típicos, como uma grande variedade de ervamate para chimarrão, herança dos índios
Guarani e símbolo do estado.
Entre as tantas atrações das quais desfrutam
os porto-alegrenses está a Fundação Iberê
Camargo, o prédio branco –projetado pelo
português Álvaro Siza– que foi premiado na
Bienal da Arquitetura de Veneza. À beira do
rio Guaíba, a construção tem quatro andares
interligados por rampas. O acervo contém
mais de 5 mil peças do pintor gaúcho Iberê
Camargo (1914-1994), apresentadas em
exposições que mudam a cada seis meses.
Nos outros espaços, promove mostras
temporárias de arte contemporânea. Há
oficinas de arte grátis para todas as idades e
A visita guiada pelo Palácio Piratini mostra os
belos salões do piso superior, onde há
pinturas do italiano Aldo Locatelli, e dois
carros antigos no térreo. Getúlio Vargas foi o
primeiro governador a morar na ala
residencial do palácio (hoje fechada ao
público).
No Theatro São Pedro, quando não há
espetáculos em cartaz, você entra no salão
principal e observa os detalhes da
construção, devolvida ao público em 1984,
após ser quase destruída por cupins. No
memorial, um historiador conta sobre a
trajetória do lugar.
A Casa de Cultura Mario Quintana fica no
extinto hotel Majestic, que estava decadente
e prestes a fechar as portas quando
hospedou Mario Quintana, de 1968 a 1980.
Restaurado, o prédio abriga acervo do poeta
(com a reprodução do quarto onde ele viveu),
da cantora Elis Regina, exposições
temporárias, duas salas de teatro e três
cinemas.
No Memorial do Rio Grande do Sul, uma linha
do tempo conta a história do estado,
passando por personalidades como Bento
Gonçalves e Luís Carlos Prestes. Totens
contextualizam vida e obra de artistas
gaúchos, como Elis Regina e Erico Verissimo.
Cercado por vias movimentadas, o Parque
Moinhos de Vento (conhecido como Parcão)
# 37 – abril 2014
parece um oásis no meio do bairro: um lago e
muito verde dão o clima de sossego ao lugar.
O dia começa com aulas abertas de ioga, às
8h. Nos fins de tarde, crianças brincam no
bom parquinho infantil. Há também quadras
de futebol e tênis e aparelhos de ginástica.
Com exposições na Usina do Gasômetro (cuja
localização é estratégica para quem quer
conhecer o mais belo pôr do sol da cidade) e
em alguns museus, a Bienal de Artes Visuais
do Mercosul tem o objetivo de dar visibilidade
à produção artística da América Latina. O
evento ocorre entre setembro e novembro,
apenas nos anos ímpares. Em 2013 recebeu
aproximadamente 600 mil pessoas.
Iniciadas em 2011, as obras de reforma para
a Copa do Mundo mantiveram a maior parte
da estrutura original que, agora, contará com
arquibancadas modernas, áreas vips e novos
sistemas hidráulico e elétrico. Para o conforto
dos torcedores, o renovado Beira-Rio terá
ainda todos os assentos cobertos, além de
um estacionamento para 3 mil veículos. Na
Copa do Mundo 2014 haverá 5 jogos: quatro
na primeira fase (15, 18, 22 e 25 de junho), e
um nas oitavas de final (30 de junho).
A Feira do Livro reúne cerca de 170
expositores nacionais e internacionais entre a
Praça da Alfândega e o cais do porto, no
Centro. São duas semanas de programação
(entre outubro e novembro) que inclui saraus,
seminários, oficinas e palestras.
A Semana Farroupilha começa em 7 de
setembro no Parque da Harmonia com
shows, danças e comida típica, e segue até o
dia 20. Durante o período, grupos de CTGs
(centros de tradições gaúchas) do país inteiro
acampam no parque para celebrar a
revolução.
Um atleta chutando a bola e a imagem da
Usina do Gasômetro representam, no pôster
de Porto Alegre, a grandeza do evento e o
legado deixado por ele, como a riqueza
cultural,
desenvolvimento
tecnológico,
estrutural
e
riqueza
econômica,
representados
também
pelas
faixas
coloridas. As pessoas que aparecem no
cartaz vibrando representam a paixão do
porto-alegrense pelo futebol.
O estádio
O apelido do Estádio José Pinheiro Borda é
Gigante da Beira Rio, mas o local onde fica a
casa do Sport Club Internacional foi, um dia,
o próprio rio –uma área do Guaíba foi
aterrada e doada ao clube para a construção
de seu estádio, que começou em 1959.
Como chegar
A partir de Montevidéu, via terrestre, a melhor
opção é pegar as rodovias 8, 17 e 18, até Rio
Branco e logo a BR-116, até a capital riograndense. O Aeroporto Internacional
Salgado Filho fica a 8 km do Centro.
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Jornal da Casa / Casa do Brasil