UNIVERSIDADE DA AMAZONIA
ROBERTA LIMA DE SOUZA COSTA
AÇÕES PREVENTIVAS DE ACIDENTES COM TRANSEUNTES EM OBRA
URBANA DE GASODUTO TERRESTRE: UM ESTUDO DE CASO
BELÉM
2012
2
ROBERTA LIMA DE SOUZA COSTA
AÇÕES PREVENTIVAS DE ACIDENTES COM TRANSEUNTES EM OBRA
URBANA DE GASODUTO TERRESTRE: UM ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação
apresentado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade da Amazônia como
requisito avaliativo para obtenção do grau de
Engenheira de Produção.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto Silva de Sá.
BELÉM
2012
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ROBERTA LIMA DE SOUZA COSTA
AÇÕES PREVENTIVAS DE ACIDENTES COM TRANSEUNTES EM OBRA
URBANA DE GASODUTO TERRESTRE: UM ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação
apresentado ao Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia da Universidade da Amazônia como
requisito avaliativo para obtenção do grau de
Engenheira de Produção.
Orientador: Prof. Dr. José Alberto Silva de Sá.
Banca Examinadora
_________________________________________
Prof. Dr. José Alberto Silva de Sá
UEPA / UNAMA
_________________________________________
Prof. MSc. Antônio Erlindo Braga Júnior
UEPA / UNAMA
_________________________________________
Prof. MSc. Roger Ribeiro da Silva
UNAMA
Apresentado em: ____ / ____ / ____.
Conceito: ____________________
BELÉM
2012
4
Dedico este trabalho a minha pessoa pela
dedicação e persistência que tive ao longo
dessa jornada.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus que me deu saúde, força e fez com que eu nunca desistisse dos
meus sonhos.
Aos meus pais Jorge Nobre e Jaciara Lima pela dedicação e ensinamento de
vida.
A minha irmã MSc. em Matemática Caroline Lima que muitas vezes, mesmo
distante, a recorri para sanar minhas dúvidas em álgebra e cálculo.
Ao meu esposo Vicente Costa que nos últimos três anos fez com que eu
sentisse a essência da engenharia.
Ao meu filho Mauro que me deu força para continuar essa caminhada.
Ao professor Dr. José Alberto Sá pelo empenho e dedicação na minha
orientação, e por compartilhar com esta aluna, de seu conhecimento e experiência
acadêmica.
A Universidade de Fortaleza - UNIFOR que me serviu como porta de entrada
a essa vida acadêmica.
A Universidade da Amazônia - UNAMA, na pessoa do coordenador do curso
de Engenharia de Produção, professor Dr. André Melo, por transmitir confiança e
credibilidade do curso fazendo meu ingresso e egresso por motivos de viagens a
trabalho.
A Universidade Nilton Lins - UNINILTON LINS, em Manaus-AM, por permitir a
continuação dos meus estudos por dois anos.
As amizades que conquistei pela passagem das três instituições citadas
acima, em especial Márcia Coelho, Tezeu e Da Luz da UNIFOR-CE; Mariluce
Aquino, Tiago José e Sérgio Almeida da Nilton Lins-AM; e a todos os amigos(as) de
classe das turmas por onde passe, pelo nivelamento de semestre, da UNAMA.
Agradeço de coração a todos vocês pela cumplicidade, momentos de alegria e de
tristeza também.
Aos professores que passaram por minha vida, que foram muitos, quero
agradecer profundamente pelos conselhos dados em sala de aula.
6
A persistência é o menor caminho do êxito.
Charles Chaplin
7
RESUMO
O presente trabalho analisou as causas dos acidentes ocorridos com transeuntes
em obra urbana de gasoduto terrestre realizada na cidade de Manaus-AM no
período de junho/2008 a setembro/2010, que resultou em danos e/ou transtornos
aos moradores dos trechos compactados no decorrer e sua execução. Buscou
propor ações preventivas para esse tipo de obra em áreas urbanas. Realizou-se
análise da tabela de acidentes e suas causas no dia a dia do processo de execução
e como resultado, foi possível identificar ações preventivas como: a) intensificação
da comunicação para os transeuntes e moradores com a descrição da obra,
alertando-os sobre trafego de veículos naquele local informando alternativas de fluxo
de tráfego com placas alusivas e refletivas e rota alternativa, data e hora de
interdição de via; b) indicar ao pedestre passagem segura próxima a obra através de
placas indicativas e educativas; c) colocação de sinalização ao longo do
caminhamento da vala, desde a etapa de demarcação do local até o fechamento da
vala e recomposição do pavimento; dentre outras.
Palavras-chave: Prevenção de acidentes. Segurança. Transeuntes. Obra Urbana.
Gasoduto Terrestre.
8
ABSTRACT
This study analyzed the causes of accidents involving pedestrians in urban onshore
pipeline work performed in Manaus-AM in the period June 2008 to September 2010,
which resulted in damage and / or inconvenience to residents during the stretches
compressed and its implementation. Sought to propose preventive measures for this
type of work in urban areas. An analysis of the table of accidents and their causes in
the daily implementation process and as a result, it was possible to identify
preventive actions as: a) increased communication to residents and passersby with a
description of the work, alerting them vehicle traffic at that location stating alternative
traffic flow plates and reflective and allusive alternative route, date and time of
interdiction via b) indicate the pedestrian safe passage close to work through
educational signposts and c) placement of signage along the pathway of the ditch,
since the step of dividing the site until the closing of the trench and pavement
restoration c) among others.
Keywords: Preventing accidents. Security. Passersby. Work Urbana. Pipeline Road.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 SEGURANÇA EM OBRA URBANA DE GASODUTO TERRESTRE
2.1 SEGURANÇA
2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO
2.3 PREVENÇÃO DE ACIDENTES
2.4 NEGLIGÊNCIA
2.5 IMPERÍCIA
2.6 IMPRUDENCIA
2.7 CONDIÇÃO INSEGURA
2.8 SINALIZAÇÃO DE OBRA URBANA
2.9 TRANSEUNTES
2.10 SEGURANÇA PARA PEDESTRES
2.11GÁS NATURAL
2.12 DUTO
2.13 GASODUTO
2.14 FAIXA DE DOMÍNIO OU FAIXA
3 METODOLOGIA
3.1 DO ESTUDO DE CASO
3.2 DA CARTILHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM OBRA URBANA DE
GASODUTO TERRESTRE
4 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ESTUDADA
4.1 MARCAÇÃO DE FAIXA DE DOMÍNIO / LOCAÇÃO
4.2 ABERTURA DE PISTA
4.3 ABERTURA DE VALA
4.4 TRANSPORTE DE TUBOS
4.5 DISTRIBUIÇÃO DE TUBOS OU DESFILE DE TUBOS
4.6 SOLDAGEM
4.6.1 Aclopamento
4.6.2 Limpeza do cordão de solda (lixamento e escovamento)
4.7 ENSAIO NÃO DESTRUTIVO
4.8 REVESTIMENTO DE JUNTAS
4.9 ABAIXAMENTO E CORBERTURA
4.10 TESTE HIDROSTÁTICO
4.11 RESTAURAÇÃO E LIMPEZA
4.12 CONDICIONAMENTO
5 DISCUSSÃO
6 CONCLUSÃO
REFERENCIAS
APENDICE A – ARTIGO APROVADO NO XXXII ENEGEP 2012
APENDICE B – CARTILHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM OBRA DE
GASODUTO TERRESTRE
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10
1 INTRODUÇÃO
A via urbana é um espaço público, onde atividades diferentes ocorrem de
uma maneira dinâmica, assim a via tem acima de tudo, uma função social dentro do
contexto global da cidade, permitindo que por meio dela seja possível atingir locais
onde novas atividades se desenvolvem. Atualmente, enfrentamos atividades das
mais diferenciadas e nem sempre desejáveis que já se encontram alojadas na
cidade, com isso sempre existe uma calçada obstruída ligada a algum tipo de obra.
Com o crescimento populacional vem junto o avanço de obras nas cidades e
regiões metropolitanas e, com isso, nota-se que a preocupação com a segurança
dos transeuntes é bem pequena, quase nulo e os acidentes vêm acontecendo no
decorrer do cronograma da obra.
O gás natural é de extrema importância para uma cidade, pois é fundamental
para o crescimento urbano. Ele é usado como fonte de energia (combustível) para
as indústrias, residências e veículos de transportes. E vem daí a necessidade de
obra de gasoduto nas áreas urbanas.
Para Rodrigues (2009) o gasoduto é o modo de transporte que emprega um
sistema de dutos – tubos ou cilindros antecipadamente preparados para
determinado tipo de transporte –, formando uma linha chamada de dutovia, ou via
composta por dutos, na qual se movimentam produtos de um ponto a outro Os
elementos que constituem um gasoduto são: os terminais, com os equipamentos de
propulsão do produto; os tubos e as juntas de união destes.
O processo de construção e montagem de dutos consiste na ligação de vários
tubos de comprimento e diâmetro variável. Para essa construção, as indústrias
contratam empresas especializadas, porém ficam responsáveis pela supervisão dos
serviços para que seja garantida a qualidade, o prazo e o custo.
Devido ao deslocamento permanente de máquinas, equipamentos, veículos
pesados, pessoas, alojamentos, alimentos e energia, por vias urbanas, todos que ali
passam são prejudicados de alguma forma, ou pelo atraso em chegar ao destino
final pelo engarrafamento de veículos, ou por via interditada parcial ou total, ou por
algum acidente causado. Portanto, a realização desse estudo visa analisar as
11
causas de acidentes/transtornos ocorridos com transeuntes em áreas de obras
urbanas de gasoduto terrestre e de propor medidas preventivas.
Com planejamento e organização se consegue realizar uma obra urbana com
segurança evitando os acidentes/transtornos à população.
12
2 SEGURANÇA EM OBRA URBANA DE GASODUTO TERRESTRE
2.1 SEGURANÇA
Segurança está relacionada com um ambiente livre de ataques indesejáveis,
seja ela de qualquer natureza, e que nos dá a sensação estar seguro e de que nada
de mal irá acontecer.
Para Houaiss, Villar e Franco (2003) segurança é a garantia, estado ou
condição do que está protegido, do seguro e autoconfiança; e pela responsabilidade
da proteção pessoal de alguém ou de algo.
2.2 SEGURANÇA DO TRABALHO
A segurança do trabalho tem como finalidade estabelecer normas e
procedimentos com o objetivo de prevenir acidentes, sua segurança nos locais de
trabalho e o controle dos riscos profissionais. Como a melhoria das condições e do
ambiente do trabalho nos mais diversos setores da empresa, pondo em prática os
recursos possíveis para conseguir a prevenção e controlando os resultados obtidos.
Para Chiavenato (2002) segurança do trabalho é um conjunto de medidas
técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir
acidentes. Essas medidas são transmitidas através de realizações de treinamentos e
programas, que têm como objetivo eliminar as condições inseguras do ambiente
quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas.
2.3 PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Prevenção de acidentes é realizar a antecipação dos riscos de uma
determinada tarefa ou atividade, sugerindo assim em conjunto com as Normas
Regulamentadoras e medidas que evitam acidentes ou doenças ocupacionais.
Segundo Gonçalves (2000), a prevenção de acidentes é um programa de
longo e curto prazo que objetiva, antes de tudo, conscientizar as pessoas a
protegerem a sua própria vida e a dos demais por meio de ações mais seguras.
Essas ações preventivas se dão através de treinamentos, avisos, panfletos,
campanhas educativas, dentre outros.
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2.4 NEGLIGÊNCIA
Para Venosa (2004) negligência vem da omissão quando o sujeito causador
do dano deixa de observar seu dever de cuidado. Proveniente de um
comportamento passivo, falta de cuidado, de aplicação, de exatidão; descuido,
incúria, displicência e desatenção. Decorre da omissão, quando o sujeito causador
do dano deixa de observar seu dever de cuidado.
É o termo que designa falta de cuidado ou de aplicação numa determinada
situação, tarefa ou ocorrência, falta de atenção, não tomando as devidas
precauções, ausência de reflexão necessária, inação, indolência, inércia e
passividade. Outro exemplo é um trabalhador vai executar uma atividade e não faz
uso dos EPI’s obrigatórios.
2.5 IMPERÍCIA
Para Diniz (2005) a imperícia se revela pela ignorância, inexperiência ou
inabilidade sobre a arte ou profissão que pratica. É o desconhecimento de regras
técnicas. É uma forma culposa (diferentemente da dolosa, que exige a intenção),
que gera responsabilidade civil e/ou criminal pelos danos causados.
Constata em agir com inaptidão, falta qualificação técnica, teórica ou prática,
ou ausência de conhecimentos elementares e básicos da profissão, a incapacidade,
a falta de habilidade específica para a realização de uma atividade técnica ou
científica, não levando o agente em consideração o que sabe ou deveria saber, falta
de habilidade ou conhecimento para realizar a contento determinado ato, um
exemplo é um trabalhador realizar serviços de eletricidade e este não é habilitado,
qualificado e não possui os treinamentos exigidos pela NR-10 (Normas
Regulamentadoras 10 – Serviços com Eletricidade).
2.6 IMPRUDÊNCIA
Imprudência é um comportamento de precipitação, de falta de cuidados. Entre
as formas comuns de imprudência na esfera da construção, é o empregado
trabalhar
mais
horas
que
o
aconselhado,
levando-o
ao
cansaço
e,
consequentemente, à diminuição dos seus reflexos, provocando acidentes de
trabalho, por imprudência. Há imprudência na conduta do motorista que dirige o
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carro com excesso de velocidade. O crime se diz culposo quando o agente deu
causa ao resultado por imprudência.
Segundo Cavalieri (2008) a imprudência é o que consiste na violação da
regras de condutas ensinadas pela experiência. É o atuar sem precaução,
precipitado, imponderado. Há sempre um comportamento positivo. É a chamada
“culpa in faciendo”. Uma característica fundamental da imprudência é que nela a
culpa se desenvolve paralelamente à ação. Deste modo, enquanto o agente pratica
a conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência.
2.7 CONDIÇÃO INSEGURA
Para Sobrinho (2012), é a condição do ambiente de trabalho, que cause o
acidente ou contribua para sua ocorrência.
É a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo ou risco ao
trabalhador. Por exemplo:
- Piso quebrado;
- Fiação elétrica exposta;
- Máquina em estado precário de manutenção.
2.8 SINALIZAÇÃO DE OBRA URBANA
A sinalização de obra consiste num conjunto de placas e dispositivos com
características visuais próprias, cuja função principal é garantir segurança dos
usuários e trabalhadores e a fluidez do tráfego nas áreas afetadas por intervenções
temporárias tais como: realização de obras; serviços de pavimentação; sinalização;
topografia; remoção de interferências e situações de emergência como rompimento
de dutos; de pavimentos; etc. (COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO DE
SÃO PAULO, 2004).
Sinalização de obra é o conjunto de estímulos, ou forma de chamar atenção,
que informam um ou mais indivíduos sobre a melhor conduta a tomar perante
determinadas circunstâncias relevantes. E também são sinais de trânsito e
dispositivos de segurança colocados na via pública com objetivo de garantir sua
utilização adequada, possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos
veículos e pedestres que nela circulam.
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Toda sinalização de trânsito deve preencher os seguintes requisitos básicos:
Atrair a atenção
Dar a conhecer a mensagem de forma rápida e inteligível
Ser clara e de interpretação única
Informar sobre a conduta a seguir
Deve existir a possibilidade real de cumprir aquilo que se indica.
2.9 TRANSEUNTES
Segundo Mattos (2010), transeunte é aquele que passa pela rua; passante,
pedestre, que não dura, que não permanece.
Transeunte é a pessoal que caminha e passa sem ficar num determinado
local. Aquela que está em trânsito que está somente de passagem de um lugar para
o outro.
2.10 SEGURANÇA PARA PEDESTRES
A segurança para pedestre é a utilização dos passeios ou passagens
apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação,
podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para
outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres (BRASIL, 1997).
A segurança para pedestres está associada com as sinalizações que se
encontram nas ruas, estradas ou obras urbanas. Está no respeito ou como segui-las
que na teoria em geral os acidentes não acontecem.
2.11 GÁS NATURAL
Segundo a Portaria ANP nº 243/2000, gás natural é todo hidrocarboneto ou
mistura de hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições
atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou
gaseificados, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros (AGÊNCIA
NACIONAL DE PETROLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2000).
Gás Natural, destinado à distribuição, é um combustível fóssil composto
predominantemente de Metano. A composição varia de acordo com as
características do reservatório, condições de pressão e temperatura e da forma
como foi processado.
16
2.12 DUTO
Duto é a designação genérica de instalação constituída por tubos ligados
entre si, incluindo os componentes e complementos, destinada ao transporte ou
transferência
de
fluidos,
entre
as
fronteiras
de
unidades
operacionais
geograficamente distintas (PETROLEO BRASILEIRO S.A., 2012a).
Dutos são tubulações especialmente desenvolvidas e construídas de acordo
com normas internacionais de segurança, para transportar petróleo e seus
derivados, álcool, gás e produtos químicos diversos por distâncias especialmente
longas, sendo então denominados como oleodutos, gasodutos ou minerodutos.
Desta forma um duto permite que grandes quantidades de produtos sejam
deslocadas de maneira segura, diminuindo o tráfego de cargas perigosas por
caminhões, trens ou por navios e, consequentemente, diminuindo os riscos de
acidentes ambientais.
2.13 GASODUTO
Para Motomura (2006) gasoduto é uma rede de tubos que leva gás de uma
região produtora para uma região consumidora. O gás é transportado pelos tubos
com a ajuda da diferença de pressão: em um ponto, chamado estação de
compressão, a pressão no duto é elevada e "empurra" o fluido para o ponto de
menor pressão.
O gasoduto é o modo de transporte que emprega um sistema de dutos, tubos
ou cilindros antecipadamente preparados para determinado tipo de transporte, na
qual se movimentam produtos de um ponto a outro
2.14 FAIXA DE DOMÍNIO OU FAIXA
A faixa de domínio é a área de terreno de largura definida, ao longo da
diretriz, legalmente destinada à construção, montagem, operação e manutenção de
duto (PETROLEO BRASILEIRO S.A., 2012b).
Faixa de domínio de dutos é uma área com largura definida e extensão
determinada por uma diretriz, onde ocorrerá abertura da vala para implantação da
dutovia que normalmente é destinada para passagem de dutos enterrados. Esta
implantação engloba a construção, montagem, operação e manutenção de duto.
17
3 METODOLOGIA
3.1 DO ESTUDO DE CASO
O acompanhamento das atividades e etapas da obra de gasoduto terrestre foi
de fundamental importância para o conhecimento dos transtornos aos transeuntes.
O estudo foi feito em uma obra realizada na cidade de Manaus-AM, no
período de junho/2008 a setembro/2010, obra de implantação de rede de
Distribuição de Gás Natural para atendimento às usinas termelétricas.
Na pesquisa de campo foi assumido o papel de observador direto e
participante visitante, atuando nas frentes de serviços, participação em reuniões
juntamente com a área da comunicação e órgãos competentes, nas reuniões de
análise e investigação de acidentes. Também foram analisados documentos do tipo:
Análise e Investigação de Acidentes e Registro de Ocorrências que resultou em uma
tabela referenciando-se as ocorrências de maior incidência.
Os dados de acidentes e/ou transtornos foram registrados pela empresa
executora da obra, de acordo com as ocorrências. Independente do local da
ocorrência o caminho da comunicação de acidentes ocorriam dessa forma: o
encarregado comunicava ao técnico de segurança do trabalho, que imediatamente
iniciava o registro de dados através de um formulário próprio para análise de
acidentes.
Foi utilizado o método de entrevistas com profissionais da área de Segurança
do Trabalho, especificadamente com os que trabalharam no projeto. Procurando
obter informação sobre uma possível falha na comunicação e sinalização da obra.
3.2 DA CARTILHA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM OBRA URBANA DE
GASODUTO TERRESTRE
O objetivo da elaboração da cartilha de prevenções de acidentes de obra de
gasoduto terrestre é de alertar os transeuntes e moradores, que de qualquer
circunstância possam vir a transitar no local de execução da obra.
A ideia partiu depois de uma análise das causas de acidentes, que se
constatou falta de conhecimento dos transeuntes sobre os riscos de acidentes que
esse tipo de obra oferece e a falta de comprometimento da força de trabalho em
relação à segurança de terceiros.
18
A definição da cartilha é de ser confeccionado em forma de história em
quadrinhos devido ser de fácil entendimento, de leitura rápida e atrativa em se
tratando de crianças, que são frequentes no dia a dia. Buscou-se a clareza e a
objetividade nas informações a serem colocadas na cartilha, através de
esclarecimentos das atividades, inserção de figuras e evitando termos técnicos.
Para sua elaboração iniciou-se com um diálogo entre amigos de certo bairro.
Nesse diálogo surge a informação que a obra urbana de gasoduto terrestre está
chegando à cidade e que a empresa executora do projeto distribuiu uma cartilha
para maiores esclarecimentos a comunidade sobre prevenção de acidentes.
Esses esclarecimentos são:
•
Como evitar que motociclistas se choquem com a sinalização da obra;
•
Como evitar ruas e avenidas engarrafadas;
•
Como evitar atropelamentos;
•
Como evitar colisão de veículos;
•
Como evitar acidentes pessoais e materiais envolvendo máquinas e
equipamentos da obra;
19
4 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA ESTUDADA
O elemento de interseção da obra é o canteiro de apoio que atende às
diversas frentes de trabalho. O canteiro é composto de escritório, almoxarifado,
parque de estocagem de tubos, oficinas e refeitório. Dependendo da região na qual
a obra é realizada, pode possuir também alojamento. O canteiro é o ponto de base,
onde ocorre a divisão do trabalho. Os trabalhadores chegam às 06h30min ao
canteiro, tomam o café da manhã no refeitório e são conduzidos às frentes de
trabalho; ao fim do dia, retornam ao canteiro, para então serem conduzidos aos
alojamentos, quando é o caso, ou às suas casas.
No total foram 43 km de rede em aço carbono, dos quais cerca de 21 km em
dutos de 20 polegadas e 22 km em dutos de 10 polegadas, que foram enterrados
nas vias públicas a uma distância média de 1,20 m da calçada. Para colocação dos
dutos, houve abertura de valas e, durante o período das obras, foi necessário
ocupar uma pista das ruas e avenidas. Houve a necessidade de algumas
intervenções pontuais no trânsito sendo elas parciais e temporárias.
No período em que se antecederam cada fase da obra, foram distribuídos
vários cartazes de comunicação à população, alertando-as sobre a execução da
obra de gasoduto terrestre e qual seu objetivo bem como as intervenções no
trânsito.
As frentes de serviços foram dividas em ramais, que são etapas da obra. A
primeira a realizada foi de menor extensão, devido esse trecho ser de menor fluxo
de pedestres e veículos. Posteriormente se estendeu aos demais ramais.
Os dados de acidentes e/ou transtornos foram registrados pela empresa
executora da obra, de acordo com as ocorrências. Independente do local da
ocorrência o caminho da comunicação de acidentes ocorriam dessa forma: o
encarregado comunicava ao técnico de segurança do trabalho, que imediatamente
iniciava o registro de dados através de um formulário próprio para análise de
acidentes.
20
O registro era repassado ao Engenheiro de Segurança do Trabalho para
convocar uma reunião com a equipe de produção para divulgação da ocorrência e
solicitar correção das falhas para que não venha ocorrer em outras frentes de
serviços. Imediatamente, o técnico em segurança juntamente com um ajudante
realizava a(s) correção(ões) da(s) falha(s) que ocasionaram o acidente.
Dependendo do grau do acidente e/ou transtorno, sendo com danos pessoais
ou materiais, o tratamento era o seguinte:
- Com danos pessoais: encaminhar imediatamente a pessoa para o posto de
saúde mais próximo e acompanhar até o parecer do médico, tendo a empresa
responsabilidade sobre o tratamento até o seu fim.
- Com danos materiais: Encaminhar o caso ao Engenheiro de Produção que
levará ao conhecimento do Gerente Financeiro para efetuar o ressarcimento
dos prejuízos causados.
Registros fotográficos também foram realizados no encontro de situações
inseguras para pedestres com observações feitas diretamente no local da obra.
Segue seguir alguns registros:
21
Imagem 01 - Proteção Inadequada
Fonte: Da autora
Imagem 02 - Acesso para pedestres inadequado
Fonte: Da autora
22
Imagem 03 - Passagem de pedestres interditadas
Fonte: Da autora
O processo de construção de um duto ocorreu simultaneamente em várias
frentes de trabalho. As obras de implantação do gasoduto são executadas na
seguinte sequência:
4.1 MARCAÇÃO DA FAIXA DE DOMÍNIO / LOCAÇÃO
Inicialmente, realizam-se os serviços de topografia, com as marcações da
faixa em que será implantado o duto, do eixo do gasoduto para locação das valas.
4.2 ABERTURA DE PISTA
Posteriormente a marcação da faixa de domínio, a próxima etapa é a abertura
da pista, que é a área de trabalho que será utilizada para implantar o duto.
4.3 ABERTURA DA VALA
Na sequencia vem a abertura da vala para que o duto, já confeccionado (com
solda e revestimentos completos), seja enterrado.
Nessa etapa, faz-se uso de
máquinas e equipamentos como: escavadeira, retroescavadeira e martelete
pneumático esse último caso seja necessário. A abertura de uma vala, em geral tem
aproximadamente 1,5m de profundidade, dependendo do diâmetro do duto. Caso
necessário realizar o escoramento da vala.
23
4.4 TRANSPORTE DE TUBOS
Nessa etapa os tubos que compõem o duto precisam ser transportados do
local de armazenamento para o local da obra. À medida que a obra avança os tubos
são transportados para frente de serviço paulatinamente.
4.5 DISTRIBUIÇÃO DE TUBOS OU DESFILE DE TUBO
Com a chegada dos tubos, depois da abertura da vala, é chegada a ocasião
de se colocar os tubos perfilados ao lado da vala para serem soldados.
4.6 SOLDAGEM
O duto é produto da emenda dos tubos, ou seja, da soldagem. Segue a etapa
da soldagem para o tubo se tornar um duto:
4.6.1 Acoplamento
O acoplamento é o momento de se unir dois conjuntos-sequências de tubos,
requerendo habilidade do encarregado que coordena a operação de dois caminhões
com equipamento de guindar que aproximam os dois feixes de tubos, para que o
soldador possa uni-los. No caso de tubos com diâmetro maior ou igual a 12”,
normalmente se utiliza uma acopladeira interna e externa, nessa operação de
acoplamento, utilizam-se calços metálicos, que são colocados entre os tubos para
garantir o espaçamento correto para a soldagem. Esses calços são colocados
através de golpes de marreta.
4.6.2 Limpeza do cordão de solda (lixamento e escovamento)
Utiliza-se lixadeira e escova de aço para verificar a solda, realizando uma
análise crítica de qualidade.
4.7 ENSAIO NÃO DESTRUTIVO
Tendo como critério de aprovação requisitos de normas definidos em projeto
os ensaios não destrutivos são utilizados para inspecionar soldas através do uso de
radiografias. Um procedimento radiográfico é usado para produzir radiografias
aceitáveis em cada diâmetro das soldas e em paredes grossas do tubo, podendo
utilizar ultrassom em casos em que a radiografia seja inadequada, ou seja, em áreas
urbanas.
24
4.8 REVESTIMENTO DE JUNTAS
Todas as juntas, depois de soldadas, inspecionadas e aprovadas, devem ser
protegidas pelo revestimento com uma manta de polietileno para evitar que ocorra
corrosão.
4.9 ABAIXAMENTO E COBERTURA
Nessa etapa a coluna, uma vez aprovada, deve ser abaixada à vala o mais
rapidamente possível, de modo a se evitar novos danos no revestimento. Antes do
abaixamento, deve haver uma inspeção das condições laterais e de fundo da vala,
que não deve conter pontas de pedra que possam danificar o revestimento. A coluna
deve ficar totalmente acomodada no fundo da vala, e os espaços vazios devem ser
preenchidos por solo selecionado ou areia.
4.10 TESTE HIDROSTÁTICO
Após a colocação do duto na vala, faz-se necessário realizar um teste para
verificar a estanqueidade do duto.
4.11 RESTAURAÇÃO E LIMPEZA
Terminado o teste hidrostático a restauração e limpeza é a etapa conclusiva
da construção propriamente dita. O produto final dessa fase é o terreno recomposto
com o duto enterrado.
4.12 CONDICIONAMENTO
O condicionamento é a etapa de preparação do duto para o recebimento de
produtos.
O processo de construção de uma obra desse porte requer uma mobilização
de recursos bem planejada, pois envolve todos os departamentos de uma empresa.
A mão de obra não será contratada de uma só vez, no progresso das etapas de
trabalho se faz necessário à contratação de um trabalhador técnico conforme a
etapa vai se iniciando. Com isso, dá-se há necessidade de se ter uma educação e
conscientização contínua em Preservação de Acidentes.
25
5
DISCUSSÃO
Inicialmente, fez-se um levantamento dos acidentes/transtornos causados aos
pedestres decorrentes ao longo da obra, através dos documentos de análise e
investigação de acidente. A tabela 1 apresenta o resultado do levantamento
realizado.
Tabela 1 - Tipos de acidentes/transtornos e suas causas do período de 2008 a 2010.
Tipos de Acidentes/Transtornos
Causas
Motociclista se choca com sinalização Ausência de placa de aviso antecedente
de isolamento da obra.
a obra, indicando obras à frente em uma
determinada distância.
Pedestre torce
atravessar a rua.
o
pé
ao
tentar Ausência de passarela adequada para os
pedestres que em algum momento
atravessam sobre os tubos
Carro cai na vala aberta em obra de O não fechamento da vala em tempo
gasoduto.
indicado no procedimento da obra; falta
de sinalização suficiente indicando
homens trabalhando e obras a frente,
informando a distância.
Duto de 10” rola em direção a via de Apoio inadequado, não conforme com o
transito de veículos atingindo um procedimento da qualidade.
carro particular.
Pedestres
correm
atropelamento.
risco
de Ausência de alternativa de acesso segura
de passagem para pedestres quando a
calçada está interditada.
Engarrafamento de veículos por horas Ausência de alternativa de vias para
prolongadas.
liberação
do
trafego;
atraso
de
cronograma da obra.
Atropelamento de pedestre
Ausência de acesso seguro alternativo
para o pedestre transitar próximo à obra;
ausência de abertura de acesso próximo
a ponto de ônibus.
Batidas de carro
Ausência de sinalização adequada,
conforme normas de trânsito para alertar
os motoristas de trecho em obra; Falta de
comunicação adequada à população
indicando o melhor caminho a seguir.
Fonte: Da autora
26
Pela tabela é possível verificar que a maioria das causas dos acidentes foi a
falta de sinalização suficiente para o bloqueio das causas.
No âmbito geral da obra a responsabilidade pelo andamento das frentes de
serviços era por conta do Engenheiro de Produção, que junto com sua equipe de
supervisores e encarregados davam andamento às execuções das frentes de
serviços. A obra funcionava em dois turnos (manhã e noite) com quadro de
funcionários para cada turno.
Notou-se que o turno do dia não se comunicava com o turno da noite no final
de seus expedientes. Havia reclamações dos funcionários pelo motivo de:
a) Ferramentas utilizadas que não se encontravam no mesmo lugar que a
equipe do turno anterior havia deixado;
b) Uso de sinalização de outra frente de serviço que estava sendo utilizada no
turno anterior e sem atividades naquele momento;
c) Abertura de vala sendo realizada sem a coluna estar preparada, portanto a
vala ficava aberta por vários dias, não atendendo os itens de Normas
especificas de SMS – Segurança, Meio Ambiente e Saúde;
d) Frentes de serviços sem organização e falta de limpeza;
e) Ausência e/ou insuficiência de sinalização e iluminação noturna, portanto a
equipe da noite tinha que primeiramente resolver as pendências e depois
iniciar suas atividades, isso contribuía para o atraso do cronograma;
A responsabilidade de realizar a sinalização da obra era do SESMT – Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho, sendo assim nenhum
encarregado se preocupava com sinalização.
Devido às mudanças repentinas de desfile de tubos nas frentes de serviços,
não seguindo o planejamento da obra, a sinalização nesse local era precário, quase
nulo. Ficando muita das vezes sob a responsabilidade do Técnico de Segurança que
não era comunicado da situação, fazendo com que a sinalização fosse improvisada
com materiais não adequados.
Percebeu-se que a falta de comprometimento com a segurança causou
grandes transtornos aos transeuntes, o empreendimento possuía um Plano de
Comunicação; Plano de Segurança juntamente com os programas exigidos pela
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legislação de segurança vigente além do mais a parceria que a empresa tinha com o
órgão competente responsável pelo trânsito da cidade.
Também houve certa falta de comprometimento em relação à segurança dos
transeuntes, pois todos os empregados foram treinados e na programação de
treinamento era incluso a segurança dos pedestres. O SESMT tinha limitações em
suas atuações ao se tratar desse assunto, os supervisores e encarregados só
estavam interessados na produção, visando premiações, caso as etapas da obra
fossem concluídas a temp. Portanto, faziam o básico de sinalização que não era o
suficiente para evitar os acidente/transtornos, não cumprindo com as Diretrizes de
Segurança.
28
6
CONCLUSÃO
O aumento do tráfego de pessoas, veículos e equipamentos em virtude da
construção da obra de gasoduto terrestre, deve ser acompanhado de ações
preventivas que permitam a integração com a população residente de forma a
manter a segurança de todos.
Baseado no estudo realizado, as ações preventivas foram adotadas e
sugeridas, a saber:
a) Primeiro se deve fazer uma Linha de Ação: Informação e Educação.
• Para esta linha de ação devem ser previstas as atividades que visam
atingir a população residente próxima à região de inserção da obra,
motoristas e trabalhadores;
• Nas intervenções que exigem desvios de tráfego ou causem grandes
transtornos aos usuários, é necessário que se estabeleça um plano de
comunicação social que deve fornecer informações para facilitar a circulação
de pessoas na área sob intervenção;
• As informações devem ter mensagens sucintas e claras, desenhos
esquemáticos e devem ser estritamente necessárias para que o usuário
identifique rapidamente a atitude e os cuidados a tomar. Devem ser evitados
termos técnicos, tais como: coluna semafórica, projeto piloto, adequação
geométrica, etc.; expressões não usuais no dia a dia da população,
exemplos: adjacência entorna e frases excessivamente extensas;
• Campanhas educativas a serem realizadas junto à população residente,
trabalhadores e motoristas, através de material informativo e específico,
sobre cuidados do pedestre e dos trabalhadores que circulam por estas vias.
• Telefone de socorro instalado nos trechos das vias próximas aos canteiros
de obras e pontos que terão maior circulação de pessoas, visando facilitar a
comunicação em caso de acidentes envolvendo veículos de equipamentos
pesados e de passeios que serão utilizados durante as obras de implantação
do empreendimento;
29
• Definição de horários para o fluxo de veículos pesados que transportem
equipamentos e materiais necessários para realização da obra de gasoduto
terrestre, deverão ser estabelecimento de forma a minimizar os transtornos;
b) Painéis luminosos em locais de grande fluxo de veículos podem ser usados
com mensagens variáveis, informando aos motoristas sobre as condições anormais
existentes.
As mensagens podem ser do tipo informativa ou educativa, tais como:
ATENÇÃO – HOMENS TRABALHANDO;
OBRAS A 50M;
INÍCIO DAS OBRAS ____/____/____;
TÉMINO DAS OBRAS ___/___/____;
VIA INTERDITADA; etc.
•
Luz Intermitente deve ser utilizada para chamar a atenção dos motoristas
em locais de alta periculosidade, como passagem somente de um veículo;
estreitamento de pista prolongada. Posiciona-se, geralmente, de frente
para o fluxo de tráfego na área de canalização, junto aos primeiros
dispositivos, sendo esta a sua melhor situação de uso.
Para garantir os seus objetivos, a sinalização de obras deve:
Estar limpa e em bom estado;
Manter inalteradas formas e cores tanto no período diurno quanto
noturno;
Apresentar dimensões e elementos gráficos padronizados;
Ser colocada sempre de forma a favorecer a sua visualização;
Ser implantada de acordo com critérios uniformes e de forma a induzir
o correto comportamento do usuário;
Ser implantada antes do início da intervenção na via;
Ser totalmente retirada quando da conclusão da etapa de obra que não
tenha relação com a seguinte;
Ser totalmente retirada quando a obra ou etapa a que ela se refere for
concluída.
30
c) Quando as intervenções na via interferem na passagem livre dos pedestres
deve-se providenciar sinalização específica para protegê-los e orientá-los.
Nesses casos, a elaboração do projeto deve atender às seguintes
determinações:
•
Colocação de sinalização ao longo do caminhamento da vala, desde a
etapa de demarcação do local até o fechamento da vala e recomposição
do pavimento;
•
As passagens provisórias devem ter separação física entre pedestres e
veículos, bem como entre pedestres e obras e esta separação é feita por
tapumes ou outros dispositivos de sinalização auxiliar;
•
A circulação de pedestres deve ser mantida limpa e livre de obstáculos
(buracos, entulhos, etc.), caso não seja possível, os obstáculos devem ser
guarnecidos com dispositivos adequados e estar sinalizados;
•
Atentar para largura, garantindo o trânsito de carrinhos de bebê e cadeiras
de rodas, mas devem ser mais largas em obstruções de comprimento
superior a 30 metros ou em áreas de grande volume de pedestres;
•
Os sinais e os equipamentos de controle de tráfego não podem constituir
obstáculos aos pedestres;
•
Os equipamentos refletivos são de pouca valia para os pedestres, porém
luzes de advertência devem ser usadas para delinear o caminho dos
pedestres e sinalizar obstáculos de forma apropriada durante a noite;
•
A
iluminação
temporária
artificial
à
noite
deve
ser
garantida,
particularmente se as passagens adjacentes também forem iluminadas;
Quando não for possível providenciar passagem adequada, os pedestres
devem ser orientados a utilizar outro caminho (calçada oposta, contorno da obra,
outra quadra) por sinalização e equipamentos apropriados.
As empresas devem realizar a manutenção periódica nas atividades envolvendo
transeuntes, colocando em seus programas medidas básicas mais eficazes, como:
•
Especificação de equipamento adequado ao local de execução da obra;
•
Programação de execução de obras em dias da semana de menor fluxo
de trânsito, quando for o caso, em consonância com a determinação do
gerente de trânsito da via em questão;
31
•
Programação de execução de obras de forma a evitar feriados ou festas
locais, se for o caso;
•
Manutenção de placas metálicas sobre as valas nos cruzamentos de vias
ou em acessos de veículos às propriedades existentes ao longo do
caminhamento da tubulação;
•
Manutenção de sinalização no período noturno;
•
Limpeza do local de execução das obras e desobstrução de espaço para
circulação de pessoas com segurança.
Com base nas informações acima, foi confeccionado uma Cartilha de
Prevenção de Acidentes em Obras Urbanas de Gasoduto Terrestre (APENDICE B)
para servi como base para outras obras desse tipo.
A Cartilha feita especialmente para os transeuntes tem uma visão clara e
objetiva com informações bastantes esclarecidas do que vem ser uma obra próxima
a sua residência, quais os transtornos que elas possa causar e quais as medidas
que devem ser tomadas para evitar acidente.
Através das sugestões dadas, espera-se que os incômodos e transtornos
relacionados com o aumento do trafego durante a implantação do empreendimento
nas vias de acesso principais e vicinais, sejam minimizados, possibilitando a
manutenção das condições de tráfego normais na região, uma vez que serão
adotados procedimentos em consonância com: o poder público local, a população e
o empreendedor.
Todo programa de sinalização e segurança para pedestre deve ter uma
interligação direta com o Plano Ambiental para Construção – PAC; com o Programa
de Comunicação Social e de Educação Ambiental para os Trabalhadores, Órgão de
trânsito do município e com o PCMAT- Programa de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção e será desenvolvido de modo a definir e
executar um conjunto de ações e medidas visando a manutenção das condições de
tráfego na região de inserção do empreendimento, durante todo o período de
implantação das obras.
32
Toda obra ou evento que possa perturbar ou interromper a livre circulação de
veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança, somente poderá ser
iniciada com prévia autorização do órgão ou entidade executiva de trânsito com
circunscrição sobre a via, cabendo ao responsável pela execução ou manutenção da
obra a obrigação de sinalizá-la.
33
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.
Portaria nº 243, de 18 de outubro de 2000.
BRASIL, Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997. Código de transito brasileiro,
Brasília, DF, Capitulo IV, art. 68.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de responsabilidade civil. 8ª ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Ed. compacta, 7ª. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRAFÉGO DE SÃO PAULO. Manual de
Sinalização Urbana. 8º vol. São Paulo: São Paulo, 2004.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 19ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2005.
GONÇALVES, Edwar Abreu. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. 2ª ed.
São Paulo: LTr, 2000.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Sales; FRANCO, Francisco Manoel de Mello.
Mini dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
MATTOS, Geraldo. Dicionário júnior da língua portuguesa. São Paulo: FTD,
2010.
MOTOMURA, Mariana. Como funciona o gasoduto? Mundo Estranho, 2006.
Disponível
em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-funciona-umgasoduto>. Acesso em: 28 mar. 2012.
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. N-2726, rev. A: terminologia de dutos. Rio de
Janeiro, 2012a.
PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. N-464, rev. J: construção,
condicionamento de duto terrestre. Rio de Janeiro, 2012b.
montagem
e
SOBRINHO, Zéu Palmeira. Acidente do Trabalho: críticas e tendências. São Paulo:
LTr, 2012.
RODRIGUES, A.C.M. Aplicação de Processo Hierárquico na escolha de
traçados de Dutovias. Paraná: Instituto de Engenharia de Tecnologia,
Departamento de Engenharia, 2009
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: responsabilidade civil. 4ª ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
34
APÊNDICE A
35
APÊNDICE B
1
36
Olá
João,
Bom
Dia!
Oi
Você já está sabendo
Quais
da novidade?
Amigo,
em
Pedro.
Não!
são
as
novas?
breve
a
nossa rua vai receber
Gaso(...) o quê?
uma obra de gasoduto
terrestre!
Oi
mãe,
eu
só
estou
contando para o João a
novidade da obra que vai
começar em nossa rua.
Olá meninos, o que
vocês estão
aprontando?
Novidade?
Obra? Gaso???
237
338
É
mesmo
filho?
É mãe! Ele precisa entender o que vai
acontecer na nossa rua.
O que vai
acontecer?
Legal! Então explique bem direitinho
para ele tudo o que o técnico em
segurança da empresa responsável nos
ensinou, OK? Isto é muito importante!
Mãe, isto será fácil,
pois
a
empresa
distribuiu uma cartilha
ilustrada.
Cartilha?
Olá, eu me chamo Alberto. Sou Técnico em
Segurança. Vamos entender um pouco sobre os
cuidados em obras de gasoduto terrestre? É
fácil e divertido, vamos lá!
439
Iniciando a leitura da cartilha...
O QUE É UMA OBRA DE GASODUTO TERRESTRE?
É uma obra que irá trazer gás natural para nossa cidade. Primeiramente para as
termelétricas, depois para áreas industriais, postos de combustíveis e, posteriormente,
para as nossas casas.
AGORA VAMOS PRESTAR MUITA ATENÇÃO
NAS DICAS DE SEGURANÇA, OK?
Situação de Risco: O que é como identificar?
São identificadas as situações que não oferecem segurança para o pedestre (Ex: Falta
de sinalização; acesso seguro, etc.)
Como
meu
pai
pode
Evite engarrafamentos.
Procure
fazer para fugir dos
alternativas
engarrafamentos?
pela obra.
as
rotas
indicadas
540
É
É importante respeitar
muito
importante
você
respeitar
a
sinalização, seja ela de trânsito ou da obra.
a sinalização para não
ter surpresas.
A sinalização da obra vem antecedendo as
frentes de serviço.
Assim
veículos
se
evita:Colisão
com
equipamentos.
Utilize os acessos seguros indicados na obra
Vamos seguir a sinalização, essa é uma forma de ficar seguro.
máquina
de
e
641
A obra toda vai ser cercada por essa
Mas
aonde
vai
ter
sinalização na obra?
tela
laranja.
utilizadas
placas
Também
e
serão
pessoas
na
sinalização.
A obra acontece dentro de uma sinalização definida de isolamento, geralmente feita de
tapume e/ou tela de segurança ou cerquite.
Na obra há muitas máquinas e equipamentos trabalhando e
acidente pode acontecer!
qualquer descuido o
742
Essa
SEGURANÇA NO TRABALHO
O QUE É SEGURANÇA DO TRABALHO?
É um setor especializado em elaborar ações
preventivas, com a finalidade de preservar a
saúde e a integridade física dos trabalhadores.
META DE SEGURANÇA DA OBRA
A meta que todos nós queremos atingir é:
365 dias sem acidentes.
FATORES GERADORES DE ACIDENTES
•
•
•
•
Agora
Negligência;
Imprudência
Imperícia; e
Fator natural.
já
entender!
começo
a
parte
aqui
interessante também.
é
843
Meninos, vocês sabem o
que fazer em caso de
emergência?
Em caso de emergência LIGUE 190
Em caso de reclamação o fone é 0800 ......
944
INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA
A empresa que irá executar a obra é uma empresa com experiência nesse ramo, que passa
aos seus clientes credibilidade e qualidade nos serviços.
PERÍODO DE EXECUÇÃO: XXX meses
Por que os acidentes
acontecem?
ACIDENTES
São
deficiências,
defeitos
ou
irregularidades
técnicas no ambiente de trabalho que provocam
riscos à integridade física do trabalhador e para os
bens materiais da empresa.
•
•
Não fornecimento de EPI’s;
Falha de comunicação / sinalização;
Condição insegura é responsabilidade da empresa
Atenção: 16 % dos acidentes são causados por condição insegura!
FATOR NATURAL
São ocasionados por fenômenos da natureza
•
•
Tempestades; raios;
Ventos fortes; terremoto.
Atenção: 2 % dos acidentes do trabalho são causados por fator natural!
10
45
Que bom essa Cartilha
É mãe, agora ficou fácil
de
saber o que devemos
Prevenção
de
Acidentes!
fazer aqui na nossa rua.
Galera,
agora é só
colaborar!
13,10
5.00
2,
7
0
Autora: Roberta Lima de Souza Costa
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ações preventivas de acidentes com transeuntes em obra