ESPAÇO DO
ASSOCIADO
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Um caso perdido
De duas uma, ou
nosso país anda pro ar
ou eu, definitivamente,
estou ficando biruta,
lelé.
Os acontecimentos cotidianos, doloridos, insólitos e
desconcertantes, as
nossas quadrilhas de
cada dia, a hiprocrisia, a impunidade,
a súmula vinculante, o conselhão, as
propinas, a banalização da morte, os
crimes hediondos, as execuções diárias, os presídios anunciados pelo Presidente, a roubalheira, o tráfico, a prostituição infantil, os apagões, a pobreza crescente, a exclusão, a concentração desmedida, a espoliação do
país, fatos que me fazem pensar que
não são verdadeiros, que não passam
de ficção. Por isso, volta e meia me
apalpo para ver se ainda estou vivo,
ou simplesmente, variando, delirando.
É tanta loucura em minha volta que minha cuca vem se fundindo, progressiva e irreversivelmente. Não tenho
como ficar imune, já me sinto irremediavelmente contaminado. Vírus
mutante.
Mas, por favor, não me venham
com internação, camisa de força, essas
coisas... Tenham compreensão comigo.
Sei que não estou só! E os outros? E
vocês, pensam que são certinhos?
É o governo, são as CPI(s), o
consumismo, a degeneração das elites, dos costumes, os pitbuls, o aquecimento global e até a volta dos chupa-cabras, pioram meu estado de demência. E o que é pior, só vejo em
minha volta, demência por todos os
lados. Demência epidêmica.
Ligo a TV e vejo nosso valoroso
ex-líder sindical, agora presidente e
neoliberal reluzente, em mais uma decolagem, agora rumo aos países nórdicos. Ele e nossa primeira dama nacional, sempre exemplarmente muda
e butox renovado, certamente, para
mais uma viagem humanitária, de clara
ajuda a outros povos, ou, quem sabe,
a serviço do colega Bush. Pode? Ah,
o fisiologismo e a hiprocrisia ainda me
matam! Sinto que pioro!
É a Globo batendo no caos da
saúde, das estradas, da educação, da
segurança, mostrando o largo sorriso
do presidente, diante das vaias e dos
protestos. São as passeatas dos sem
nada, dos sem tudo e dos excluídos. É
o caos dos aeroportos, os lucros dos
Bancos, da Caixa e o crescimento do
capital da FUNCEF, o relaxa e goza e
para a alegria os elogios do FMI, do
Banco Mundial e do Tesouro Americano, a pujança da nossa gloriosa economia. Sinto que pioro!
O real valorizado, quase igual ao
dólar, o rombo da previdência, o tamanho da dívida pública, dos juros, do superávit primário e do almejado déficit
nominal zero, apressam minha baixa.
Greve de médicos, de policiais militares, de controladores, os assaltos cinematográficos, os sequestros, as
clonagens e o vestidinho de noiva, importado da França para o casamento da
cachorrinha da madame, arrasam com a
minha lucidez. Pobre de mim!
Vejam mais estas: partida de futebol
jogada por gaúcho pilchado, de
bombacha, bota, guaiaca e tudo o mais,
menos a espora, certamente, por causa
do carrinho e do cartão vermelho...
Veraneio de gaúcho em praia gaúcha. Homem querendo casar com homem, mulher com mulher. Mulher dormindo com o pijama do marido, Zorba e tudo
e ele com a camisola dela. Barbaridade!
Que coisa louca! Já admito a baixa!
Agora, estão recomendando sexo,
transa, só com camisinha, até mesmo
com parceiro fixo, tudo por causa dos
puladores de cerca......
(continua na próxima edição)
Jesus de Moura Estery
1° lugar na categoria Crônica do
II Concurso Literário da AGEA
Associado da AGEA
lança livros na Feira
do Livro em Canoas
O economiário aposentado, Antônio Mesquita Galvão, vai lançar dois
livros, na Feira do Livro de Canoas,
que acontece no mês de junho. O escritor canoense estará lançado as obras
“Crônicas: Meio século de
comunicação”onde apresenta 75 crônicas alusivas aos seus cinquenta anos
de cronista, e “Introdução ao Estudo
da Bíblia”. Como Doutor em Teologia
e Biblista, Galvão apresenta uma síntese dos estudos que fez em comunidades carentes. Os livros foram editados pela Fundação Cultural Canoas.
Antônio Mesquita Galvão é aposentado da Caixa desde 1991. Na
empresa ocupou a função de gerente
geral em diversas agências, como as
de Canoas, Caxias do Sul, Pelotas,
Bagé e Cruz Alta. Também foi Superintendente da Caixa nos estados da
Paraíba e Mato Grosso do Sul.
Filme conta a história
de luta da associada
Hilda Zimmermann
Foi lançado, no mês de março, o filme
“Hilda”, um documentário que homenageia a ambientalista Hilda
Zimmermann. O filme conta um pouco
da história da ecologista e indigenista,
companheira de lutas de José
Lutzemberger e dos pioneiros da ecologia e do movimento indigenista no
rio Grande do Sul e no Brasil. A produção e direção do filme é do artista
multimídia Radharani.
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