ESPAÇO DO ASSOCIADO 5 Um caso perdido De duas uma, ou nosso país anda pro ar ou eu, definitivamente, estou ficando biruta, lelé. Os acontecimentos cotidianos, doloridos, insólitos e desconcertantes, as nossas quadrilhas de cada dia, a hiprocrisia, a impunidade, a súmula vinculante, o conselhão, as propinas, a banalização da morte, os crimes hediondos, as execuções diárias, os presídios anunciados pelo Presidente, a roubalheira, o tráfico, a prostituição infantil, os apagões, a pobreza crescente, a exclusão, a concentração desmedida, a espoliação do país, fatos que me fazem pensar que não são verdadeiros, que não passam de ficção. Por isso, volta e meia me apalpo para ver se ainda estou vivo, ou simplesmente, variando, delirando. É tanta loucura em minha volta que minha cuca vem se fundindo, progressiva e irreversivelmente. Não tenho como ficar imune, já me sinto irremediavelmente contaminado. Vírus mutante. Mas, por favor, não me venham com internação, camisa de força, essas coisas... Tenham compreensão comigo. Sei que não estou só! E os outros? E vocês, pensam que são certinhos? É o governo, são as CPI(s), o consumismo, a degeneração das elites, dos costumes, os pitbuls, o aquecimento global e até a volta dos chupa-cabras, pioram meu estado de demência. E o que é pior, só vejo em minha volta, demência por todos os lados. Demência epidêmica. Ligo a TV e vejo nosso valoroso ex-líder sindical, agora presidente e neoliberal reluzente, em mais uma decolagem, agora rumo aos países nórdicos. Ele e nossa primeira dama nacional, sempre exemplarmente muda e butox renovado, certamente, para mais uma viagem humanitária, de clara ajuda a outros povos, ou, quem sabe, a serviço do colega Bush. Pode? Ah, o fisiologismo e a hiprocrisia ainda me matam! Sinto que pioro! É a Globo batendo no caos da saúde, das estradas, da educação, da segurança, mostrando o largo sorriso do presidente, diante das vaias e dos protestos. São as passeatas dos sem nada, dos sem tudo e dos excluídos. É o caos dos aeroportos, os lucros dos Bancos, da Caixa e o crescimento do capital da FUNCEF, o relaxa e goza e para a alegria os elogios do FMI, do Banco Mundial e do Tesouro Americano, a pujança da nossa gloriosa economia. Sinto que pioro! O real valorizado, quase igual ao dólar, o rombo da previdência, o tamanho da dívida pública, dos juros, do superávit primário e do almejado déficit nominal zero, apressam minha baixa. Greve de médicos, de policiais militares, de controladores, os assaltos cinematográficos, os sequestros, as clonagens e o vestidinho de noiva, importado da França para o casamento da cachorrinha da madame, arrasam com a minha lucidez. Pobre de mim! Vejam mais estas: partida de futebol jogada por gaúcho pilchado, de bombacha, bota, guaiaca e tudo o mais, menos a espora, certamente, por causa do carrinho e do cartão vermelho... Veraneio de gaúcho em praia gaúcha. Homem querendo casar com homem, mulher com mulher. Mulher dormindo com o pijama do marido, Zorba e tudo e ele com a camisola dela. Barbaridade! Que coisa louca! Já admito a baixa! Agora, estão recomendando sexo, transa, só com camisinha, até mesmo com parceiro fixo, tudo por causa dos puladores de cerca...... (continua na próxima edição) Jesus de Moura Estery 1° lugar na categoria Crônica do II Concurso Literário da AGEA Associado da AGEA lança livros na Feira do Livro em Canoas O economiário aposentado, Antônio Mesquita Galvão, vai lançar dois livros, na Feira do Livro de Canoas, que acontece no mês de junho. O escritor canoense estará lançado as obras “Crônicas: Meio século de comunicação”onde apresenta 75 crônicas alusivas aos seus cinquenta anos de cronista, e “Introdução ao Estudo da Bíblia”. Como Doutor em Teologia e Biblista, Galvão apresenta uma síntese dos estudos que fez em comunidades carentes. Os livros foram editados pela Fundação Cultural Canoas. Antônio Mesquita Galvão é aposentado da Caixa desde 1991. Na empresa ocupou a função de gerente geral em diversas agências, como as de Canoas, Caxias do Sul, Pelotas, Bagé e Cruz Alta. Também foi Superintendente da Caixa nos estados da Paraíba e Mato Grosso do Sul. Filme conta a história de luta da associada Hilda Zimmermann Foi lançado, no mês de março, o filme “Hilda”, um documentário que homenageia a ambientalista Hilda Zimmermann. O filme conta um pouco da história da ecologista e indigenista, companheira de lutas de José Lutzemberger e dos pioneiros da ecologia e do movimento indigenista no rio Grande do Sul e no Brasil. A produção e direção do filme é do artista multimídia Radharani.