INTOXICAÇÃO POR
SOLVENTES ORGÂNICOS
Heloísa Rey Farza
Gerência Geral de Toxicologia
INTOXICAÇÃO POR BENZENO
CARACTERÍSTICAS DO BENZENO





Líquido extremamente volátil a temperatura ambiente
Inflamável e potencialmente explosivo
De odor característico
Existe naturalmente no petróleo na dose de 4 g/L
Amostragem e análise:
 coleta de amostra de ar, absorção em tubos com carvão ativado
 cromatografia ou espectrometria de massa
 dosímetros, etc.
PORTARIA INTERMINISTERIAL nº 775
28 de abril de 2004
 Proíbe a comercialização de produtos acabados que
contenham benzeno, em sua composição
 Proíbe percentuais  0.8 % (1/7/2004 a 31/12/2005),
com exceção de combustíveis derivados de petróleo
 Exige menção de valores  0,01% em rótulos
Indústria do petróleo
Extração, fracionamento, refinagem, manipulação,
condicionamento, estocagem de derivados contendo
benzeno
Manufaturas
Produção de plásticos e detergentes
Oficinas mecânicas
Manipulação de derivados de petróleo; limpeza e
manutenção de motores e reservatórios de combustível;
enchimento e esvaziamento de tanques; distribuição de
combustíveis.
Distribuidoras e postos de combustíveis
Limpeza de maquinaria
Tinturarias
Indústria, preparação e aplicação de pinturas
Produção e reparação de artigos de couro
Rotogravura, offset; serigrafia; fotografia
Carpintaria
Produção e uso de agrotóxicos
Produção, preparação de compostos, utilização,
transporte e estocagem de tolueno, xileno, querosene,
outros solventes, gasolina, pinturas em spray, colas
naturais e sintéticas e outros derivados do petróleo.
Trabalho de rua
Trabalho a proximidade de indústria e serviços que
utilizam produtos contendo benzeno; trabalho em ruas
de grande movimento automobilístico; cruzamentos e
semáforos
Agricultura
Preparação de caldas de pesticidas com querosene;
carregamento e limpeza de reservatórios, aplicação de
pesticidas
Incineração de produtos
Queima de madeira e outras fibras vegetis; defumação
de carnes e embutidos
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
 Emissões ocorrem durante o processamento de derivados de
petróleo, a produção de carvão, a produção de xileno e outros
compostos aromáticos e durante o uso de produtos comerciais
contaminados e a manipulação da gasolina
 Após volatilização, permanece no ar durante algumas horas
 Nos centros urbanos com grande tráfego de automóveis, sua
concentração pode atingir 349 µg/m3
 Na água e no solo é rapidamente transformado em fenol e
catecóis
 Durante o abastecimento de veículos, concentrações de
10mg/m3 foram encontradas
FARMACOCINÉTICA
 Grande absorção oral e inalatória
 Pouca absorção dérmica
 Maior retenção nas mulheres do que nos homens, por
fixação no tecido adiposo
PULMÃO
70 %
FÍGADO
sistema enzimático
P 450
INALAÇÃO
TECIDO
ADIPOSO
Metabólitos conjugados
instáveis e reativos:
fenol, catecol, hidroquinona
2 metabólitos tóxicos:
benzoquinona
muconaldeído
URINA
SULFATO, GLUTATIONA E
GLUCURO
CONJUGAÇÃO
MEDULA
ÓSSEA
FARMACODINÂMICA
Mecanismo da toxicidade do benzeno
 Hidroquinona, p-benzoquinona e muconaldeído são inibidores da
produção de hemácias
 Fenol inibe a síntese de ARN dos macrófagos da medula óssea e
impede a produção de fator hematopoiético
 Benzeno perturba enzimas das paredes celulares
 Metabólitos (e benzeno?) causam anomalias estruturais e
numéricas dos cromossomos visíveis nos células tronco da
linhagem linfocitária e nos linfócitos circulantes
 Metabólitos (e benzeno?) causam anomalias estruturais em
proteínas intracellares
A combinação de seus metabólitos causa efeito sinérgico
QUADRO CLÍNICO
EXPOSIÇÃO AGUDA
 Dose letal : 20.000 ppm durante 10 mn, 1.500 ppm
durante 60 mn
depressão dos sistema nervoso central, arritmia cardíaca,
depressão respiratória, convulsões, coma e morte
 Dose sub-letal:
− irritação de pele e mucosas
− vertigens, cefaléias, fadiga, sonolência, náuseas e vômito
− distúrbios visuais, excitação, euforia
− incoordenação motora,  ritmo respiratório, taquicardia,
− constrição torácica e sensação de morte iminente
QUADRO CLÍNICO
EXPOSIÇÃO DE CURTO OU LONGO PRAZO
 150 a 650 ppm durante 4 meses a 15 anos  anomalias
sanguíneas




Cefaléia, fadiga, irritabilidade, perda de memória
Depressão, instabilidade emocional, insônia
Redução da libido, distúrbios mentruais
Encefalopatia tóxica (distúrbios do humor, memória, fala e
psicomotores)
 pancitopenia hipoplástica, hiperplástica ou normoblástica
−
−
−
−
−
Anemia aplástica
Trobocitopenia
Granulopenia (neutrófilos, eosinófilos, basófilos)
Linfocitopenia
Leucemia
 < 10 ppm: sem efeitos hematológicos
QUADRO CLÍNICO
EXPOSIÇÃO DE LONGO PRAZO
 Efeitos sobre o sistema imunológico
Consecutivos às lesões da medula óssea   do número de
linfócitos T circulantes,  dos níveis de IgA e IgG e  dos níveis
de IgM no sangue
− Infecções a repetição
− Aumento da suscetibilidade às alergias
 Efeitos sobre os cromossomos
Consecutivos à ação clastogênica (após 2 anos de exposição)
− Aumento do número de linfócitos aneuplóides circulantes
− Aumento das aberrações cromossômicas
QUADRO CLÍNICO
EXPOSIÇÃO DE LONGO PRAZO
 Carcinogênese (4 - 20 ppm durante 10 anos) – IARC: grupo I
Secundária a translocações, deleções, amplificações de genes
− Leucemia granulocítica ou linfocítica aguda:  glóbulos brancos
− Leucemia mielóide 
 Efeitos teratogênicos e no desenvolvimento
 Benzeno passa a barreira placentária
 Estudos em animais relatam baixo peso ao nascer, retardo da
ossificação, lesões da medula óssea nos casos de exposição
materna por inalação
 Estudos em humanos não são concludentes pelo fato da
exposição concomitante a vários produtos tóxicos
DIAGNÓSTICO
 Histórico profissional
 Exame clínico
 Laboratório: monitoramento de trabalhadores ?
Análise urinária: fenol urinário
ácido trans-mucônico (experimental)
INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: ácido trans,trans mucônico urinário
Coleta: Uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) coletada após no mínimo
dois dias seguidos de exposição.
Conservação: Geladeira a 4ºC, por até 5 dias.
Valor de Referencia (V.R.): até 0,5 mg/g de creatinina
Índice Biológico Maximo Permitido (I.B.M.P.): Não contemplado na NR 7. (Portaria no. 34
de 20/12/2001)
O valor de 1,6 mg/g de creatinina correlaciona-se com uma exposição ocupacional a 1
ppm de benzeno.
Método analítico: Cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC)
Observações:




O sorbitol (aditivo alimentar) tem discreta interferência – coletar urina no final da jornada de
trabalho
Tabagismo pode aumentar a concentração urinaria do ácido trans,trans mucônico
Os valores de referencia já contemplam essas interferências
O ácido trans,trans mucônico urinário e recomendado com IBE para exposição a baixas
concentrações de benzeno com coleta de urina a partir do 3o dia seguido de exposição
INTOXICAÇÃO POR TOLUENO
CARACTERÍSTICAS DO TOLUENO
 Líquido claro, extremamente volátil, de odor semelhante ao do
benzeno
 Obtido a partir do petróleo (87% da produção)
 Extração comporta a formação de inúmeras impurezas tóxicas
 Produto de uso industrial contém doses significativas de benzeno 
25 % e outros solventes orgânicos
 Inflamável e potencialmente explosivo no ar
 Se oxida rapidamente no ar
 Amostragem e análise:
 coleta de amostra de ar, fixação sobre adsorventes  colorimetria,
cromatografia gasosa e espectrofotometria
Indústria do petróleo e derivados
Distribuidores e postos de gasolina
Aeroportos
Extração, fracionamento, manipulação,
condicionamento, estocagem
Produção de outros compostos químicos
Carregamento, descarregamento e abastecimento
de gasolina e querosene
Aditivo de gasolina (aumento da octanagem)
Industria farmacêutica e de cosméticos
Incorporação em produtos formulados, uso como
solvente, estocagem
Indústria e serviços
Preparação de compostos, utilização, transporte e
estocagem de tolueno, gasolina
Solventes de pinturas, tintas, tiners, colas,
impermeabilizantes, óleos e graxas.
Trabalho de rua
Trabalho a proximidade de indústria e serviços que
utilizam produtos a base de tolueno; trabalho em
ruas de grande movimento automobilístico;
cruzamentos e semáforos; trabalho a proximidade
de aeroportos e postos de gasolina.
Industria química
Matéria prima para a produção de tolueno
diisocianato, ácido benzóico, benzaldeído, xileno,
tolueno-sulfonilcloridrato (o o-isômero se converte
em sacarina), outros derivados de tolueno usados
como intermediarios, modificadores de resinas,
germicidas, modificadores do alcool
Incineração de carvão
Queima de madeira e outras fibras vegetais;
defumação de carnes e embutidos
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
 Emissões ocorrem durante os processos industriais, a manipulação
de solventes contendo tolueno, a evaporação a partir de reservatórios
e durante as manipulações, e a exaustão de gases de motores a
explosão
 Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias; a oxidação
na atmosfera elimina 50% do produto em 24 horas
 A partir do solo e ele passa para a água e rapidamente para o ar, por
evaporação
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
E FARMACOCINÉTICA
Exposição
Concentração
Inalação (mg/sem)
0,1 - 204 µg/m3
0,02 - 32
0.02 - 32
18.100
0.1 mg/cigarro
14
População geral
Áreas urbanas
Grupos ocupacionais
Fumantes
Estudos revelam que 40 a 60% do volume inalado passa para o sangue
PULMÃO
INALAÇÃO
5 - 20 %
FÍGADO
sistema enzimático
microsomal
OXIDAÇÃO
ÁCIDO BENZÓICO

conjugado com glicina
ÁCIDO HIPÚRICO
60 – 70%
URINA
TECIDO
ADIPOSO
Subcutâneo
FARMACODINÂMICA
NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS
IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS
 Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de
exposição a produtos associados
 Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas
 Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem
aparecer após 10 anos de exposição
 O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves:
encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia,
malformações fetais.
CLÍNICA
EXPOSIÇÃO AGUDA
 50 a 100 ppm - Sintomas subjetivos: fadiga, tontura, cefaléia
 200 ppm - Irritação ocular e respiratória, incoordenação motora
dsicreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia
 400 ppm - Lacrimejamento, tosse, parestesias, grande
incoordenação motora
 500 a 600 ppm - Anorexia, náusea, ansiedade, perda de memória
fadiga intensa
 800 ppm - Náuseas intensas, vômitos, confusão, agitação intensa
 > 4000 ppm - Narcose e morte
CLÍNICA
EXPOSIÇÕES DE CURTA E LONGA DURAÇÃO
 contato cutâneo repetido  remoção da gordura normal da pele:
 causa desidratação
 aparição de fissuras
 dermatite de contato
 irritação das mucosas respiratórias e ocular
 conjuntivite e lesões de córnea
 dores torácicas por esforço de tosse
 ulcerações da mucosa nasal
 sintomas inespecíficos de distúrbios neurológicos
 cefaléia, lassitude, perda do apetite
 logo, náuseas, gosto ruim na boca, anorexia, incoordenação,
aumento do tempo de reação e perdas temporárias de memória
 Mais tarde : astenia, palpitações, incoordenação motora importante
 Cefaléia e tontura permanente
DIAGNÓSTICO
 Histórico profissional
 Exame clínico
 Laboratório: monitoramento de trabalhadores ?
Análise urinária:
ACIDO HIPÚRICO
exposição a 200-500 mg/m3  2,7 a 6,8 g/L
não expostos  0.5 a 1,6 g/L
INDICADOR BIOLÓGICO DE
EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: ácido hipúrico urinário (Hip)
Coleta:
uma amostra de urina pré jornada e outra pós jornada
de trabalho (20 mL cada), coletadas após no mínimo
dois dias seguidos de exposição
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias.
Valor de referencia (V.R.): até 1,5 g/g de creatinina
Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 2,5 g/g de creatinina
Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC)
Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou
precursores desta substância como o ácido quínico)
podem elevar os valores do ácido hipúrico urinário.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
NR-15
ANEXO Nº 11
Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância
AGENTE
QUÍMICO
Valor teto
Absorção
pela pele
ppm
mg/m3
Grau de
insalubridade
TOLUENO
-
+
78
290
médio
DADOS DE LIMITES AUTORIZADOS
Exemplos de limites de exposição ocupacional [time-weighted
averages (TWA)] para 8 h por dia e 40 h semanais:




200 mg/m3 na Alemanha;
375 mg/m3 na Irlanda, Japão e EUA (NIOSH);
750 mg/m3 nos EUA (OSHA);
e 300 mg/m3 na Suécia.
Outros limites:
 100 mg/m3 - concentração máxima na Hungria
 50 mg/m3 – concentração máxima permitida na Rússia
INTOXICAÇÃO POR XILENO
CARACTERÍSTICAS DO XILENO
 Líquido claro, extremamente volátil, de odor semelhante ao do benzeno
 Obtido a partir do petróleo (92% da produção) e carvão vegetal
 Xileno comercial corresponde a uma mistura dos três isômeros
(para, meta e orto-xileno) e um pouco de etil-benzeno
H
H
H
c
 Exposição por inalação em áreas rurais é de 70 μg/m3 e até 2000
μg/m3 em áreas urbanas.
 Amostragem e análise:
 coleta de amostra de ar, fixação sobre adsorventes (carvão, polímero)
 cromatografia e espectrofotometria
 Ácido metilhipúrico na urina, e xileno no sangue e ar expirado
Indústria do petróleo e
derivados
Extração, fracionamento de petróleo
Produção, manipulação, estocagem de xileno e gasolina
QUEIMA DE GASOLINA
Industria de tintas
Tipografia
Produção e manipulação de tintas, uso de solvente
Estocagem
Indústria de tintas
Tipografias
Produção de pinturas e tintas
Uso de solventes
Industria química
Produção de fibras de poliéster, filmes plásticos e produtos derivados
Produção de anidrido ftálico para plastificação Produção de ácido
isoftálico para fabricação de resinas poliésteres
Fabricação de artigos de borracha, plástico, tratamento
Formulação de agrotóxicos
Fabricação de adesivos
Indústria farmacêutica e
de cosméticos
Produção de medicamentos
Produção de perfumes
Indústria de couro
Tratamento do couro
Manufatura de acessórios em couro
Trabalho de rua
Trabalho a proximidade de indústria e serviços que utilizam xileno
Trabalho em ruas de grande movimento automobilístico: cruzamentos
e semáforos
Trabalho a proximidade de aeroportos e postos de gasolina
Travessia de túneis
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
 Emissões ocorrem durante :
 manipulação de xileno

processos de produção

evaporação a partir de reservatórios

manipulações

exaustão de gases e vapores
 Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias.
 Não há remoção pelas chuvas devido à sua pouca solubilidade
em água
 Foto-oxidação na atmosfera elimina 71.3% do produto em 24
horas ( 8 horas de luz solar)
EXPOSIÇÃO E FARMACOCINÉTICA
Exposição
População geral
Área rural
Áreas urbanas
ruas de Estocolmo
ruas de Viena
Grupos ocupacionais
Concentração ambiente
1 µg/m3
> 10 µg/m3
251,0 µg/m3
50,8 µg/m3
• Guardas de trânsito/Milão: 48 µg/m3
e m/p-xylene = 108 µg/m3
• Químico: 139 mg/m3
• Aplicadores de resina (madeira) :
21,7 mg/m3
• Pintores de aeronaves: 14,3 a 167,0
mg/m3
Concentração sangue
0,37 µg/ L de m/ p-xileno
0,14 µg/L de o-xileno
Guardas de trânsito / Milão
0,8 μg/L de m/p-xileno
Absorção pulmonar constante a 60% de m-xileno
após 5-10 min de exposição a 430 mg/m3
Absorção dérmica de xilenos semelhante à respiratória
PULMÃO
INALAÇÃO
10 %
FÍGADO
sistema enzimático
microsomal
60%
OXIDAÇÃO
90%

ÁCIDO
METILHIPÚRICO
ABSORÇÃO
CUTÂNEA
URINA
TECIDO
ADIPOSO
Subcutâneo
FARMACODINÂMICA
NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS
IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS
 Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de
exposição a produtos associados
 Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas
 Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem
aparecer após 10 anos de exposição
 O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves:
encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia,
malformações fetais.
CLÍNICA
EXPOSIÇÃO AGUDA (oral ou respiratória)

200 a 400 ppm – pequenos efeitos oculares, vestibulares e do tempo de
reação, com adaptação e compensação após 5 dias de exposição repetida


Exposição ocular a 460 ppm durante 15 min – irritação mucosa e da córnea
700 ppm durante mais de 1h – dor de cabeça, náusea, Irritação ocular,
respiratória e da garganta, tontura, vertigem e vômitos incoordenação
motora discreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia
Se a exposição cessar, a recuperação será total após 24 h


Exposição direta das mãos a xileno puro - eritema e sensação de
queimação locais quase imediatos
10 000 ppm – perda de consciência, congestão e edema pulmonares, com
possibilidade de morte por falência respiratória
CLÍNICA
EXPOSIÇÕES DE MÉDIA E LONGA DURAÇÃO
 Exposição a xileno ou misturas ricas em xileno - depressão, fadiga,
dor de cabeça, ansiedade, sensação de embriaguez e distúrbios do
sono, principalmente. Doses e tempo de exposição são
freqüentemente ausentes dos relatórios
 Outros estudos
 anomalias neurofisiológicas e psicológicas
 Hepatotoxicidade
 Glomerulonefrites?
 Tubulonefrites?
 Aberrações cromossômicas?
DIAGNÓSTICO
 Histórico profissional
 Exame clínico
 Laboratório: monitoramento de trabalhadores ?
Análise urinária:
ACIDO METILHIPÚRICO – dosagem nas horas que
seguem a exposição
exposição a 435 mg/m3 (100 ppm) em 24h  1,5 - 2 g de
acido metilhipúrico por g de creatinina
 a carga de trabalho faz variar a eliminação do acido metilhipúrico
 o álcool e o acido acetilsalicílico inibem a transformação do xileno
em acido metilhipúrico
INDICADOR BIOLÓGICO DE
EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: ácido metilhipúrico urinário (Methip)
Coleta:
uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL cada),
coletadas após no mínimo dois dias seguidos de exposição
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias.
Valor de referencia (V.R.): N.R.
Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 1,5 g/g de creatinina
Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC)
Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou
precursores desta substância como o ácido quínico) podem
elevar os valores do ácido hipúrico urinário.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
NR-15
ANEXO Nº 11
Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância
AGENTE
QUÍMICO
XILENO
Valor teto
Absorção
pela pele
ppm
mg/m3
Grau de
insalubridade
-
+
78
340
médio
INTOXICAÇÃO POR
TRICLOROETILENO
CARACTERÍSTICAS DO TRICLOROETILENO
 Líquido claro, extremamente volátil, de discreto odor adocicado
perceptível à concentração de 100 ppm
 Produção em laboratório químico - a formação de inúmeras
impurezas tóxicas, tais como tetracloruro de carbono, clorofórmio e
benzeno
 Se oxida facilmente com a umidade do ar, principalmente em
temperatura elevada e presença de raios UV, formando acido
clorídrico
 Produto comercial contem antioxidantes (aminas alifáticas e outras
substâncias)
Manutenção de maquinaria e motores
EM TODOS OS SETORES DE INDUSTRIA E SERVIÇOS
Tinturarias
Industria química
Solvente de graxas utilizadas em
cabos de aço e engrenagens
Solvente de óleos de lubrificação
Desengraxante
Solvente de graxas e óleos
Agente de limpeza a seco
Agente de extração dos óleos animais
e vegetais
Solventes de resinas, graxas, óleos,
alcatrão
Industria de pinturas e construção civil
Solventes de tintas, vernizes e colas
Outros usos
Silk screening, taxidermia, limpeza
de material eletrônico, líquidos
corretores para papel
60 a 90 % do tricloroetileno utilizado e eliminado no meio ambiente : ar e água

CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
 População geral: emissões de vapor e efluentes líquidos
 Trabalhadores: emanações de recipientes abertos e manipulação e
uso da forma líquida
 As mais altas concentrações atmosféricas se dão nos processos de
limpeza fora de áreas com aspiração
 Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias; a oxidação
na atmosfera elimina 50% do produto em 24 horas
 A partir do solo e ele passa para a água e rapidamente para o ar, por
evaporação
 Tricloroetileno se decompõe em cloridrato de vinil (cancerígeno e
monômero do PVC) e, em presença de álcalis, em dicloroacetileno
(neurotóxico)
 Derramamentos podem ser contidos por terra ou areia
 Tricloroetileno pode ser destruído por combustão completa
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
E FARMACOCINÉTICA
Exposição
População geral
Áreas urbanas
Grupos ocupacionais
Fumantes
Concentração
Inalação (mg/sem)
alguns ng/L no ar
0.85 µg/m3
0,02 - 32
0.02 - 32
18.100
0.1 mg/cigarro
14
Estudos revelam que 40 a 60% do volume inalado passa para o sangue
PULMÃO
10 %
FÍGADO
sistema enzimático
microsomal
INALAÇÃO
60%
OXIDAÇÃO
P 450
INGESTÃO
90%

Ácido tricloroacético
Tricloroetanol
ABSORÇÃO
CUTÂNEA
URINA
TECIDO
ADIPOSO
FARMACODINÂMICA
NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS
IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS
 Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de
exposição a produtos associados
 Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas
 Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem
aparecer após 10 anos de exposição
 O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves:
encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia,
malformações fetais.
CLÍNICA
EXPOSIÇÃO AGUDA
 50 a 100 ppm - Sintomas subjetivos: fadiga, tontura, cefaléia
 200 ppm - Irritação ocular e respiratória, incoordenação motora
dsicreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia
 400 ppm - Lacrimejamento, tosse, parestesias, grande
incoordenação motora
 500 a 600 ppm - Anorexia, náusea, ansiedade, perda de memória
fadiga intensa
 800 ppm - Náuseas intensas, vômitos, confusão, agitação intensa
 > 4000 ppm - Narcose e morte
depressão do
sistema
nervoso central
com distúrbios
EXPOSIÇÕES DE CURTA E LONGA DURAÇÃO visuais, perda
 contato cutâneo repetido  remoção da gordura normal da
pele:
da coordenação
 causa desidratação
e possibilidade
de danos ao
 aparição de fissuras
figado e rins.
 dermatite de contato
Apresenta
 irritação das mucosas respiratórias e ocular
carcinogenicida
 conjuntivite e lesões de córnea
de em animais
 dores torácicas por esforço de tosse
de teste.
 ulcerações da mucosa nasal
CLÍNICA
 sintomas inespecíficos de distúrbios neurológicos
 cefaléia, lassitude, perda do apetite
 logo, náuseas, gosto ruim na boca, anorexia, incoordenação,
aumento do tempo de reação e perdas temporárias de memória
 Mais tarde : astenia, palpitações, incoordenação motora importante
 Cefaléia e tontura permanente
DIAGNÓSTICO
 Histórico profissional
 Exame clínico
 Laboratório: monitoramento de trabalhadores ?
Análise urinária:
ACIDO HIPÚRICO
exposição a 200-500 mg/m3  2,7 a 6,8 g/L
não expostos  0.5 a 1,6 g/L
INDICADOR BIOLÓGICO DE
EXPOSIÇÃO
Indicador Biológico de Exposição: ácido hipúrico urinário (Hip)
Coleta:
uma amostra de urina pré jornada e outra pós jornada
de trabalho (20 mL cada), coletadas após no mínimo
dois dias seguidos de exposição
Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias.
Valor de referencia (V.R.): até 1,5 g/g de creatinina
Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 2,5 g/g de creatinina
Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC)
Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou
precursores desta substância como o ácido quínico)
podem elevar os valores do ácido hipúrico urinário.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
NR-15
ANEXO Nº 11
Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância
AGENTE
QUÍMICO
Valor teto
Absorção
pela pele
ppm
mg/m3
Grau de
insalubridade
TOLUENO
-
+
78
290
médio
DADOS DE LIMITES AUTORIZADOS
Exemplos de limites de exposição ocupacional [time-weighted
averages (TWA)] para 8 h por dia e 40 h semanais:




200 mg/m3 na Alemanha;
375 mg/m3 na Irlanda, Japão e EUA (NIOSH);
750 mg/m3 nos EUA (OSHA);
e 300 mg/m3 na Suécia.
Outros limites:
 100 mg/m3 - concentração máxima na Hungria
 50 mg/m3 – concentração máxima permitida na Rússia
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
GERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA
Tel.: (61) 448 6201
448 6203
448 6203
Fax: (61) 448 6287
[email protected]
Heloísa Rey Farza
Coordenação dos Cursos de Toxicologia
[email protected]
Portaria Inmetro nº 172 de 03 de Novembro de 2003
Norma ABNT nº 8719/1994
Tabela 1 - Símbolos de cuidados para conservação de artigos têxteis na lavagem
Processo de Lavagem
Símbolo
- limpeza a seco com todos os solventes normalmente usados para limpeza a seco, incluindo todos os listados
para o símbolo P, mais TRICLOROETILENO e 1.1.1 tricloroetano (1.1.1 significa que os 3 radicais cloro estão
ligados ao 1º átomo de C)
- limpeza a seco com TRICLOROETILENO, monofluortriclorometano e todos os solventes listados para o símbolo
F
- procedimentos normais de limpeza, sem restrições
- limpeza a seco com TODOS OS SOLVENTES LISTADOS PARA O SÍMBOLO P, restrições na adição de água e/ou
ação mecânica e/ou temperatura, durante limpeza e/ou secagem
- limpeza a seco com trifluortricloroetano, com white-spirit (temperatura de destilação entre 150ºC e 210ºC,
ponto de inflamabilidade de 38ºC a 60ºC
- procedimentos normais de limpeza, sem restrições
- limpeza a seco com o solvente citado para o símbolo F, restrições na adição de água e/ou ação mecânica e/ou
temperatura durante a limpeza e/ou secagem
- não é permitida a limpeza mecanizada
- não limpar a seco
- não remover manchas com solventes

GLÓBULOS BRANCOS
Linhagem granulocitária
GLÓBULOS BRANCOS
Linhagem monocitária
Neutrófilos
Linfócitos
Basófilos
Mieloblasto
Monócitos
Eosinófilos

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Slide 1 - (LTC) de NUTES