INTOXICAÇÃO POR SOLVENTES ORGÂNICOS Heloísa Rey Farza Gerência Geral de Toxicologia INTOXICAÇÃO POR BENZENO CARACTERÍSTICAS DO BENZENO Líquido extremamente volátil a temperatura ambiente Inflamável e potencialmente explosivo De odor característico Existe naturalmente no petróleo na dose de 4 g/L Amostragem e análise: coleta de amostra de ar, absorção em tubos com carvão ativado cromatografia ou espectrometria de massa dosímetros, etc. PORTARIA INTERMINISTERIAL nº 775 28 de abril de 2004 Proíbe a comercialização de produtos acabados que contenham benzeno, em sua composição Proíbe percentuais 0.8 % (1/7/2004 a 31/12/2005), com exceção de combustíveis derivados de petróleo Exige menção de valores 0,01% em rótulos Indústria do petróleo Extração, fracionamento, refinagem, manipulação, condicionamento, estocagem de derivados contendo benzeno Manufaturas Produção de plásticos e detergentes Oficinas mecânicas Manipulação de derivados de petróleo; limpeza e manutenção de motores e reservatórios de combustível; enchimento e esvaziamento de tanques; distribuição de combustíveis. Distribuidoras e postos de combustíveis Limpeza de maquinaria Tinturarias Indústria, preparação e aplicação de pinturas Produção e reparação de artigos de couro Rotogravura, offset; serigrafia; fotografia Carpintaria Produção e uso de agrotóxicos Produção, preparação de compostos, utilização, transporte e estocagem de tolueno, xileno, querosene, outros solventes, gasolina, pinturas em spray, colas naturais e sintéticas e outros derivados do petróleo. Trabalho de rua Trabalho a proximidade de indústria e serviços que utilizam produtos contendo benzeno; trabalho em ruas de grande movimento automobilístico; cruzamentos e semáforos Agricultura Preparação de caldas de pesticidas com querosene; carregamento e limpeza de reservatórios, aplicação de pesticidas Incineração de produtos Queima de madeira e outras fibras vegetis; defumação de carnes e embutidos CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO Emissões ocorrem durante o processamento de derivados de petróleo, a produção de carvão, a produção de xileno e outros compostos aromáticos e durante o uso de produtos comerciais contaminados e a manipulação da gasolina Após volatilização, permanece no ar durante algumas horas Nos centros urbanos com grande tráfego de automóveis, sua concentração pode atingir 349 µg/m3 Na água e no solo é rapidamente transformado em fenol e catecóis Durante o abastecimento de veículos, concentrações de 10mg/m3 foram encontradas FARMACOCINÉTICA Grande absorção oral e inalatória Pouca absorção dérmica Maior retenção nas mulheres do que nos homens, por fixação no tecido adiposo PULMÃO 70 % FÍGADO sistema enzimático P 450 INALAÇÃO TECIDO ADIPOSO Metabólitos conjugados instáveis e reativos: fenol, catecol, hidroquinona 2 metabólitos tóxicos: benzoquinona muconaldeído URINA SULFATO, GLUTATIONA E GLUCURO CONJUGAÇÃO MEDULA ÓSSEA FARMACODINÂMICA Mecanismo da toxicidade do benzeno Hidroquinona, p-benzoquinona e muconaldeído são inibidores da produção de hemácias Fenol inibe a síntese de ARN dos macrófagos da medula óssea e impede a produção de fator hematopoiético Benzeno perturba enzimas das paredes celulares Metabólitos (e benzeno?) causam anomalias estruturais e numéricas dos cromossomos visíveis nos células tronco da linhagem linfocitária e nos linfócitos circulantes Metabólitos (e benzeno?) causam anomalias estruturais em proteínas intracellares A combinação de seus metabólitos causa efeito sinérgico QUADRO CLÍNICO EXPOSIÇÃO AGUDA Dose letal : 20.000 ppm durante 10 mn, 1.500 ppm durante 60 mn depressão dos sistema nervoso central, arritmia cardíaca, depressão respiratória, convulsões, coma e morte Dose sub-letal: − irritação de pele e mucosas − vertigens, cefaléias, fadiga, sonolência, náuseas e vômito − distúrbios visuais, excitação, euforia − incoordenação motora, ritmo respiratório, taquicardia, − constrição torácica e sensação de morte iminente QUADRO CLÍNICO EXPOSIÇÃO DE CURTO OU LONGO PRAZO 150 a 650 ppm durante 4 meses a 15 anos anomalias sanguíneas Cefaléia, fadiga, irritabilidade, perda de memória Depressão, instabilidade emocional, insônia Redução da libido, distúrbios mentruais Encefalopatia tóxica (distúrbios do humor, memória, fala e psicomotores) pancitopenia hipoplástica, hiperplástica ou normoblástica − − − − − Anemia aplástica Trobocitopenia Granulopenia (neutrófilos, eosinófilos, basófilos) Linfocitopenia Leucemia < 10 ppm: sem efeitos hematológicos QUADRO CLÍNICO EXPOSIÇÃO DE LONGO PRAZO Efeitos sobre o sistema imunológico Consecutivos às lesões da medula óssea do número de linfócitos T circulantes, dos níveis de IgA e IgG e dos níveis de IgM no sangue − Infecções a repetição − Aumento da suscetibilidade às alergias Efeitos sobre os cromossomos Consecutivos à ação clastogênica (após 2 anos de exposição) − Aumento do número de linfócitos aneuplóides circulantes − Aumento das aberrações cromossômicas QUADRO CLÍNICO EXPOSIÇÃO DE LONGO PRAZO Carcinogênese (4 - 20 ppm durante 10 anos) – IARC: grupo I Secundária a translocações, deleções, amplificações de genes − Leucemia granulocítica ou linfocítica aguda: glóbulos brancos − Leucemia mielóide Efeitos teratogênicos e no desenvolvimento Benzeno passa a barreira placentária Estudos em animais relatam baixo peso ao nascer, retardo da ossificação, lesões da medula óssea nos casos de exposição materna por inalação Estudos em humanos não são concludentes pelo fato da exposição concomitante a vários produtos tóxicos DIAGNÓSTICO Histórico profissional Exame clínico Laboratório: monitoramento de trabalhadores ? Análise urinária: fenol urinário ácido trans-mucônico (experimental) INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO Indicador Biológico de Exposição: ácido trans,trans mucônico urinário Coleta: Uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL) coletada após no mínimo dois dias seguidos de exposição. Conservação: Geladeira a 4ºC, por até 5 dias. Valor de Referencia (V.R.): até 0,5 mg/g de creatinina Índice Biológico Maximo Permitido (I.B.M.P.): Não contemplado na NR 7. (Portaria no. 34 de 20/12/2001) O valor de 1,6 mg/g de creatinina correlaciona-se com uma exposição ocupacional a 1 ppm de benzeno. Método analítico: Cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) Observações: O sorbitol (aditivo alimentar) tem discreta interferência – coletar urina no final da jornada de trabalho Tabagismo pode aumentar a concentração urinaria do ácido trans,trans mucônico Os valores de referencia já contemplam essas interferências O ácido trans,trans mucônico urinário e recomendado com IBE para exposição a baixas concentrações de benzeno com coleta de urina a partir do 3o dia seguido de exposição INTOXICAÇÃO POR TOLUENO CARACTERÍSTICAS DO TOLUENO Líquido claro, extremamente volátil, de odor semelhante ao do benzeno Obtido a partir do petróleo (87% da produção) Extração comporta a formação de inúmeras impurezas tóxicas Produto de uso industrial contém doses significativas de benzeno 25 % e outros solventes orgânicos Inflamável e potencialmente explosivo no ar Se oxida rapidamente no ar Amostragem e análise: coleta de amostra de ar, fixação sobre adsorventes colorimetria, cromatografia gasosa e espectrofotometria Indústria do petróleo e derivados Distribuidores e postos de gasolina Aeroportos Extração, fracionamento, manipulação, condicionamento, estocagem Produção de outros compostos químicos Carregamento, descarregamento e abastecimento de gasolina e querosene Aditivo de gasolina (aumento da octanagem) Industria farmacêutica e de cosméticos Incorporação em produtos formulados, uso como solvente, estocagem Indústria e serviços Preparação de compostos, utilização, transporte e estocagem de tolueno, gasolina Solventes de pinturas, tintas, tiners, colas, impermeabilizantes, óleos e graxas. Trabalho de rua Trabalho a proximidade de indústria e serviços que utilizam produtos a base de tolueno; trabalho em ruas de grande movimento automobilístico; cruzamentos e semáforos; trabalho a proximidade de aeroportos e postos de gasolina. Industria química Matéria prima para a produção de tolueno diisocianato, ácido benzóico, benzaldeído, xileno, tolueno-sulfonilcloridrato (o o-isômero se converte em sacarina), outros derivados de tolueno usados como intermediarios, modificadores de resinas, germicidas, modificadores do alcool Incineração de carvão Queima de madeira e outras fibras vegetais; defumação de carnes e embutidos CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO Emissões ocorrem durante os processos industriais, a manipulação de solventes contendo tolueno, a evaporação a partir de reservatórios e durante as manipulações, e a exaustão de gases de motores a explosão Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias; a oxidação na atmosfera elimina 50% do produto em 24 horas A partir do solo e ele passa para a água e rapidamente para o ar, por evaporação CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO E FARMACOCINÉTICA Exposição Concentração Inalação (mg/sem) 0,1 - 204 µg/m3 0,02 - 32 0.02 - 32 18.100 0.1 mg/cigarro 14 População geral Áreas urbanas Grupos ocupacionais Fumantes Estudos revelam que 40 a 60% do volume inalado passa para o sangue PULMÃO INALAÇÃO 5 - 20 % FÍGADO sistema enzimático microsomal OXIDAÇÃO ÁCIDO BENZÓICO conjugado com glicina ÁCIDO HIPÚRICO 60 – 70% URINA TECIDO ADIPOSO Subcutâneo FARMACODINÂMICA NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de exposição a produtos associados Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem aparecer após 10 anos de exposição O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves: encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia, malformações fetais. CLÍNICA EXPOSIÇÃO AGUDA 50 a 100 ppm - Sintomas subjetivos: fadiga, tontura, cefaléia 200 ppm - Irritação ocular e respiratória, incoordenação motora dsicreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia 400 ppm - Lacrimejamento, tosse, parestesias, grande incoordenação motora 500 a 600 ppm - Anorexia, náusea, ansiedade, perda de memória fadiga intensa 800 ppm - Náuseas intensas, vômitos, confusão, agitação intensa > 4000 ppm - Narcose e morte CLÍNICA EXPOSIÇÕES DE CURTA E LONGA DURAÇÃO contato cutâneo repetido remoção da gordura normal da pele: causa desidratação aparição de fissuras dermatite de contato irritação das mucosas respiratórias e ocular conjuntivite e lesões de córnea dores torácicas por esforço de tosse ulcerações da mucosa nasal sintomas inespecíficos de distúrbios neurológicos cefaléia, lassitude, perda do apetite logo, náuseas, gosto ruim na boca, anorexia, incoordenação, aumento do tempo de reação e perdas temporárias de memória Mais tarde : astenia, palpitações, incoordenação motora importante Cefaléia e tontura permanente DIAGNÓSTICO Histórico profissional Exame clínico Laboratório: monitoramento de trabalhadores ? Análise urinária: ACIDO HIPÚRICO exposição a 200-500 mg/m3 2,7 a 6,8 g/L não expostos 0.5 a 1,6 g/L INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO Indicador Biológico de Exposição: ácido hipúrico urinário (Hip) Coleta: uma amostra de urina pré jornada e outra pós jornada de trabalho (20 mL cada), coletadas após no mínimo dois dias seguidos de exposição Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias. Valor de referencia (V.R.): até 1,5 g/g de creatinina Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 2,5 g/g de creatinina Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou precursores desta substância como o ácido quínico) podem elevar os valores do ácido hipúrico urinário. LIMITES DE TOLERÂNCIA NR-15 ANEXO Nº 11 Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância AGENTE QUÍMICO Valor teto Absorção pela pele ppm mg/m3 Grau de insalubridade TOLUENO - + 78 290 médio DADOS DE LIMITES AUTORIZADOS Exemplos de limites de exposição ocupacional [time-weighted averages (TWA)] para 8 h por dia e 40 h semanais: 200 mg/m3 na Alemanha; 375 mg/m3 na Irlanda, Japão e EUA (NIOSH); 750 mg/m3 nos EUA (OSHA); e 300 mg/m3 na Suécia. Outros limites: 100 mg/m3 - concentração máxima na Hungria 50 mg/m3 – concentração máxima permitida na Rússia INTOXICAÇÃO POR XILENO CARACTERÍSTICAS DO XILENO Líquido claro, extremamente volátil, de odor semelhante ao do benzeno Obtido a partir do petróleo (92% da produção) e carvão vegetal Xileno comercial corresponde a uma mistura dos três isômeros (para, meta e orto-xileno) e um pouco de etil-benzeno H H H c Exposição por inalação em áreas rurais é de 70 μg/m3 e até 2000 μg/m3 em áreas urbanas. Amostragem e análise: coleta de amostra de ar, fixação sobre adsorventes (carvão, polímero) cromatografia e espectrofotometria Ácido metilhipúrico na urina, e xileno no sangue e ar expirado Indústria do petróleo e derivados Extração, fracionamento de petróleo Produção, manipulação, estocagem de xileno e gasolina QUEIMA DE GASOLINA Industria de tintas Tipografia Produção e manipulação de tintas, uso de solvente Estocagem Indústria de tintas Tipografias Produção de pinturas e tintas Uso de solventes Industria química Produção de fibras de poliéster, filmes plásticos e produtos derivados Produção de anidrido ftálico para plastificação Produção de ácido isoftálico para fabricação de resinas poliésteres Fabricação de artigos de borracha, plástico, tratamento Formulação de agrotóxicos Fabricação de adesivos Indústria farmacêutica e de cosméticos Produção de medicamentos Produção de perfumes Indústria de couro Tratamento do couro Manufatura de acessórios em couro Trabalho de rua Trabalho a proximidade de indústria e serviços que utilizam xileno Trabalho em ruas de grande movimento automobilístico: cruzamentos e semáforos Trabalho a proximidade de aeroportos e postos de gasolina Travessia de túneis CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO Emissões ocorrem durante : manipulação de xileno processos de produção evaporação a partir de reservatórios manipulações exaustão de gases e vapores Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias. Não há remoção pelas chuvas devido à sua pouca solubilidade em água Foto-oxidação na atmosfera elimina 71.3% do produto em 24 horas ( 8 horas de luz solar) EXPOSIÇÃO E FARMACOCINÉTICA Exposição População geral Área rural Áreas urbanas ruas de Estocolmo ruas de Viena Grupos ocupacionais Concentração ambiente 1 µg/m3 > 10 µg/m3 251,0 µg/m3 50,8 µg/m3 • Guardas de trânsito/Milão: 48 µg/m3 e m/p-xylene = 108 µg/m3 • Químico: 139 mg/m3 • Aplicadores de resina (madeira) : 21,7 mg/m3 • Pintores de aeronaves: 14,3 a 167,0 mg/m3 Concentração sangue 0,37 µg/ L de m/ p-xileno 0,14 µg/L de o-xileno Guardas de trânsito / Milão 0,8 μg/L de m/p-xileno Absorção pulmonar constante a 60% de m-xileno após 5-10 min de exposição a 430 mg/m3 Absorção dérmica de xilenos semelhante à respiratória PULMÃO INALAÇÃO 10 % FÍGADO sistema enzimático microsomal 60% OXIDAÇÃO 90% ÁCIDO METILHIPÚRICO ABSORÇÃO CUTÂNEA URINA TECIDO ADIPOSO Subcutâneo FARMACODINÂMICA NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de exposição a produtos associados Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem aparecer após 10 anos de exposição O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves: encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia, malformações fetais. CLÍNICA EXPOSIÇÃO AGUDA (oral ou respiratória) 200 a 400 ppm – pequenos efeitos oculares, vestibulares e do tempo de reação, com adaptação e compensação após 5 dias de exposição repetida Exposição ocular a 460 ppm durante 15 min – irritação mucosa e da córnea 700 ppm durante mais de 1h – dor de cabeça, náusea, Irritação ocular, respiratória e da garganta, tontura, vertigem e vômitos incoordenação motora discreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia Se a exposição cessar, a recuperação será total após 24 h Exposição direta das mãos a xileno puro - eritema e sensação de queimação locais quase imediatos 10 000 ppm – perda de consciência, congestão e edema pulmonares, com possibilidade de morte por falência respiratória CLÍNICA EXPOSIÇÕES DE MÉDIA E LONGA DURAÇÃO Exposição a xileno ou misturas ricas em xileno - depressão, fadiga, dor de cabeça, ansiedade, sensação de embriaguez e distúrbios do sono, principalmente. Doses e tempo de exposição são freqüentemente ausentes dos relatórios Outros estudos anomalias neurofisiológicas e psicológicas Hepatotoxicidade Glomerulonefrites? Tubulonefrites? Aberrações cromossômicas? DIAGNÓSTICO Histórico profissional Exame clínico Laboratório: monitoramento de trabalhadores ? Análise urinária: ACIDO METILHIPÚRICO – dosagem nas horas que seguem a exposição exposição a 435 mg/m3 (100 ppm) em 24h 1,5 - 2 g de acido metilhipúrico por g de creatinina a carga de trabalho faz variar a eliminação do acido metilhipúrico o álcool e o acido acetilsalicílico inibem a transformação do xileno em acido metilhipúrico INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO Indicador Biológico de Exposição: ácido metilhipúrico urinário (Methip) Coleta: uma amostra de urina pós jornada de trabalho (20 mL cada), coletadas após no mínimo dois dias seguidos de exposição Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias. Valor de referencia (V.R.): N.R. Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 1,5 g/g de creatinina Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou precursores desta substância como o ácido quínico) podem elevar os valores do ácido hipúrico urinário. LIMITES DE TOLERÂNCIA NR-15 ANEXO Nº 11 Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância AGENTE QUÍMICO XILENO Valor teto Absorção pela pele ppm mg/m3 Grau de insalubridade - + 78 340 médio INTOXICAÇÃO POR TRICLOROETILENO CARACTERÍSTICAS DO TRICLOROETILENO Líquido claro, extremamente volátil, de discreto odor adocicado perceptível à concentração de 100 ppm Produção em laboratório químico - a formação de inúmeras impurezas tóxicas, tais como tetracloruro de carbono, clorofórmio e benzeno Se oxida facilmente com a umidade do ar, principalmente em temperatura elevada e presença de raios UV, formando acido clorídrico Produto comercial contem antioxidantes (aminas alifáticas e outras substâncias) Manutenção de maquinaria e motores EM TODOS OS SETORES DE INDUSTRIA E SERVIÇOS Tinturarias Industria química Solvente de graxas utilizadas em cabos de aço e engrenagens Solvente de óleos de lubrificação Desengraxante Solvente de graxas e óleos Agente de limpeza a seco Agente de extração dos óleos animais e vegetais Solventes de resinas, graxas, óleos, alcatrão Industria de pinturas e construção civil Solventes de tintas, vernizes e colas Outros usos Silk screening, taxidermia, limpeza de material eletrônico, líquidos corretores para papel 60 a 90 % do tricloroetileno utilizado e eliminado no meio ambiente : ar e água CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO População geral: emissões de vapor e efluentes líquidos Trabalhadores: emanações de recipientes abertos e manipulação e uso da forma líquida As mais altas concentrações atmosféricas se dão nos processos de limpeza fora de áreas com aspiração Após volatilização, permanece no ar durante alguns dias; a oxidação na atmosfera elimina 50% do produto em 24 horas A partir do solo e ele passa para a água e rapidamente para o ar, por evaporação Tricloroetileno se decompõe em cloridrato de vinil (cancerígeno e monômero do PVC) e, em presença de álcalis, em dicloroacetileno (neurotóxico) Derramamentos podem ser contidos por terra ou areia Tricloroetileno pode ser destruído por combustão completa CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO E FARMACOCINÉTICA Exposição População geral Áreas urbanas Grupos ocupacionais Fumantes Concentração Inalação (mg/sem) alguns ng/L no ar 0.85 µg/m3 0,02 - 32 0.02 - 32 18.100 0.1 mg/cigarro 14 Estudos revelam que 40 a 60% do volume inalado passa para o sangue PULMÃO 10 % FÍGADO sistema enzimático microsomal INALAÇÃO 60% OXIDAÇÃO P 450 INGESTÃO 90% Ácido tricloroacético Tricloroetanol ABSORÇÃO CUTÂNEA URINA TECIDO ADIPOSO FARMACODINÂMICA NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE DESCARTAR A INFLUENCIA DAS IMPUREZAS CONTIDAS NOS PRODUTOS MANIPULADOS Os distúrbios do sistema nervoso periférico se vêem em caso de exposição a produtos associados Algumas anomalias de proteínas hepáticas foram encontradas Distúrbios do sistema hematopoiético e da função renal podem aparecer após 10 anos de exposição O abuso pode ser causa de distúrbios neurológicos graves: encefalopatia, atrofia do nervo ótico, ataxia cerebelar por atrofia, malformações fetais. CLÍNICA EXPOSIÇÃO AGUDA 50 a 100 ppm - Sintomas subjetivos: fadiga, tontura, cefaléia 200 ppm - Irritação ocular e respiratória, incoordenação motora dsicreta, disfunções cognitivas, confusão e insônia 400 ppm - Lacrimejamento, tosse, parestesias, grande incoordenação motora 500 a 600 ppm - Anorexia, náusea, ansiedade, perda de memória fadiga intensa 800 ppm - Náuseas intensas, vômitos, confusão, agitação intensa > 4000 ppm - Narcose e morte depressão do sistema nervoso central com distúrbios EXPOSIÇÕES DE CURTA E LONGA DURAÇÃO visuais, perda contato cutâneo repetido remoção da gordura normal da pele: da coordenação causa desidratação e possibilidade de danos ao aparição de fissuras figado e rins. dermatite de contato Apresenta irritação das mucosas respiratórias e ocular carcinogenicida conjuntivite e lesões de córnea de em animais dores torácicas por esforço de tosse de teste. ulcerações da mucosa nasal CLÍNICA sintomas inespecíficos de distúrbios neurológicos cefaléia, lassitude, perda do apetite logo, náuseas, gosto ruim na boca, anorexia, incoordenação, aumento do tempo de reação e perdas temporárias de memória Mais tarde : astenia, palpitações, incoordenação motora importante Cefaléia e tontura permanente DIAGNÓSTICO Histórico profissional Exame clínico Laboratório: monitoramento de trabalhadores ? Análise urinária: ACIDO HIPÚRICO exposição a 200-500 mg/m3 2,7 a 6,8 g/L não expostos 0.5 a 1,6 g/L INDICADOR BIOLÓGICO DE EXPOSIÇÃO Indicador Biológico de Exposição: ácido hipúrico urinário (Hip) Coleta: uma amostra de urina pré jornada e outra pós jornada de trabalho (20 mL cada), coletadas após no mínimo dois dias seguidos de exposição Conservação: geladeira a 4ºC, por até 5 dias. Valor de referencia (V.R.): até 1,5 g/g de creatinina Índice Biológico Máximo Permitido (I.B.M.P.): 2,5 g/g de creatinina Método analítico: cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) Observações: dietas ricas em alimentos contendo ácido benzóico (ou precursores desta substância como o ácido quínico) podem elevar os valores do ácido hipúrico urinário. LIMITES DE TOLERÂNCIA NR-15 ANEXO Nº 11 Quadro No 1 – Tabela de Limites de Tolerância AGENTE QUÍMICO Valor teto Absorção pela pele ppm mg/m3 Grau de insalubridade TOLUENO - + 78 290 médio DADOS DE LIMITES AUTORIZADOS Exemplos de limites de exposição ocupacional [time-weighted averages (TWA)] para 8 h por dia e 40 h semanais: 200 mg/m3 na Alemanha; 375 mg/m3 na Irlanda, Japão e EUA (NIOSH); 750 mg/m3 nos EUA (OSHA); e 300 mg/m3 na Suécia. Outros limites: 100 mg/m3 - concentração máxima na Hungria 50 mg/m3 – concentração máxima permitida na Rússia AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA GERÊNCIA GERAL DE TOXICOLOGIA Tel.: (61) 448 6201 448 6203 448 6203 Fax: (61) 448 6287 [email protected] Heloísa Rey Farza Coordenação dos Cursos de Toxicologia [email protected] Portaria Inmetro nº 172 de 03 de Novembro de 2003 Norma ABNT nº 8719/1994 Tabela 1 - Símbolos de cuidados para conservação de artigos têxteis na lavagem Processo de Lavagem Símbolo - limpeza a seco com todos os solventes normalmente usados para limpeza a seco, incluindo todos os listados para o símbolo P, mais TRICLOROETILENO e 1.1.1 tricloroetano (1.1.1 significa que os 3 radicais cloro estão ligados ao 1º átomo de C) - limpeza a seco com TRICLOROETILENO, monofluortriclorometano e todos os solventes listados para o símbolo F - procedimentos normais de limpeza, sem restrições - limpeza a seco com TODOS OS SOLVENTES LISTADOS PARA O SÍMBOLO P, restrições na adição de água e/ou ação mecânica e/ou temperatura, durante limpeza e/ou secagem - limpeza a seco com trifluortricloroetano, com white-spirit (temperatura de destilação entre 150ºC e 210ºC, ponto de inflamabilidade de 38ºC a 60ºC - procedimentos normais de limpeza, sem restrições - limpeza a seco com o solvente citado para o símbolo F, restrições na adição de água e/ou ação mecânica e/ou temperatura durante a limpeza e/ou secagem - não é permitida a limpeza mecanizada - não limpar a seco - não remover manchas com solventes GLÓBULOS BRANCOS Linhagem granulocitária GLÓBULOS BRANCOS Linhagem monocitária Neutrófilos Linfócitos Basófilos Mieloblasto Monócitos Eosinófilos