OUT / NOV / DEZ 2013 • No 4 • ANO XXXVII
Editorial
Afinal, o que somos?
C
arlos Drummond de Andrade, em seu poema
Definitivo, nos disse que “A dor é inevitável. O
sofrimento é opcional...”. Em versos que não
poderiam ter sido escritos por outra pessoa, em todo o
poema discorre sobre diversas situações da vida pelas quais
passamos e sofremos.
O desenvolvimento de novos tratamentos e tecnologias
possibilitou aumento da expectativa de vida da população
em que as doenças crônicas se tornaram importante causa
de morbimortalidade. Tratamos justamente destes pacientes,
pelos quais fomos escolhidos para acompanhá-los não apenas
por toda a vida, mas também em seu fim. Em busca da cura
e na luta pela vida, frequentamos os principais congressos
da especialidade, discutimos com maestria os mais recentes
artigos publicados e prescrevemos medicações de última
geração. Entretanto, não somos deuses, nem anjos ou demônios. Nosso poder é limitado, quando, enfim, realmente
percebemos que sempre se tratou de um “pseudopoder”. O
paciente não deve sofrer ou morrer na busca infundada pela
cura, quando, em alguns momentos, parece que estamos
tratando a nós mesmos. Há situações em que um aperto de
mão, um abraço ou o enxugar de uma lágrima é tão importante quanto a prescrição do remédio específico. Sabemos
reconhecer os nossos limites e estamos preparados para tudo?
Paliar não significa abreviar ou adiantar o processo de
finitude. Faz parte deste momento aliviar a dor e diminuir o
sofrimento do paciente e de todos ao seu redor. Trazemos
neste boletim o “novo” conceito de medicina paliativa dentro do tratamento das doenças crônicas e da reumatologia.
Em condições clínicas em fase avançada sem possibilidade
de cura, o código de ética médica diz que o médico não
abandonará o paciente por ser este portador de doença
crônica ou incurável e continuará a assisti-lo ainda que para
cuidados paliativos.
Enfim, não há o que temer. Não há do que fugir. Somos
iguais e mortais. Tratar do ser humano também exige que
sejamos humanos. Todos passaremos pelo mesmo processo.
O inevitável pode ser encarado com maturidade e devemos
dignamente reconhecer os nossos limites para oferecer o melhor ao próximo. Parafraseando a jornalista Mariana Bomfim,
“Viver bem não inclui não morrer. Inclui morrer bem”.
Edgard Reis
SOCIEDADE
BRASILEIRA DE
REUMATOLOGIA
Presidente
Walber Pinto Vieira – CE
Tesoureiro
José Eyorand Castelo B Andrade – CE
Secretário Geral
Francisco José Fernandes Vieira – CE
Vice-Tesoureiro
José Roberto Provenza – SP
1º Secretário
Lauredo Ventura Bandeira – SP
Diretor Científico
Mittermayer Barreto Santiago – BA
2a Secretária
Rosa Maria Rodrigues Pereira – SP
Presidente eleito
Cesar Emile Baaklini
Boletim da Sociedade Brasileira de Reumatologia
Av. Brig. Luís Antônio, 2.466, conjuntos 93 e 94
01402-000 – São Paulo - SP – Tel.: (11) 3289-7165 / 3266-3986
www.reumatologia.com.br
Coordenação editorial
Kaline Medeiros Costa Pereira
Edgard Torres dos Reis Neto
Editores
Tania Caroline Monteiro de Castro
Frederico Augusto Gurgel Pinheiro
Colaborador
Plinio José do Amaral
@
[email protected]
Jornalista responsável
Maria Teresa Marques
Layout
Sergio Brito
Impressão
Sistema Gráfico SJS
Tiragem: 2.000 exemplares
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Representante junto à Panlar
Adil Muhib Samara – SP
Antonio Carlos Ximenes – GO
Fernando Neubarth – RS
Maria Amazile Ferreira Toscano – SC
Representante junto ao Ministério da Saúde
Ana Patrícia de Paula – DF
Mário Soares Ferreira – DF
Representante junto à AMB
Eduardo de Souza Meirelles – SP
Gustavo de Paiva Costa – DF
Morton A Scheinberg – SP
4
Notas
8
SBR.doc
9
Reumato.com
10O melhor do Brasil
11Foco em
12Profissão Reumato
14Rheuma & Ethos
17Espaço do residente
18 Hits da Reumatologia
19 Primeira fila
20 Coluna Seda
22Além da Reumatologia
ÍNDICE
Diretoria Executiva da SBR – Biênio 2012-2014
Índice
3
Notas
Pesquisadores brasileiros no ACR 2013
D
e 25 a 30 de outubro de 2013, foi realizado na cidade de
San Diego, EUA, o American College of Rheumatology
Annual Meeting (Congresso Americano de Reumatologia). Trata-se do maior congresso da especialidade realizado atualmente
e, para muitos, também o melhor. Temas de ciência básica,
novos métodos diagnósticos e tratamentos foram destaque.
Mais uma vez os reumatologistas brasileiros se sobressaíram
em debates de alto nível com apresentações orais e em pôster.
Deliciem-se abaixo com os trabalhos apresentados!
Parabéns a todos os pesquisadores brasileiros!
TRABALHOS
Universidade de São Paulo /USP
• LONG-TERM EVALUATION OF CARDIAC FUNCTION IN JUVENILE
IDIOPATHIC ARTHRITIS UNDER ANTI-TUMOR NECROSIS FACTOR THERAPY.
A.C. Lianza, N.E. Aikawa, J.C.B. Moraes, G.N. Leal, S.S. Morhy, E. Bonfá,
C.A. Silva.
• TNF BLOCKAGE IN PSORIATIC ARTHRITIS: LONG-TERM EFFECT
ON LIPID PROFILE.
J.C.B. Moraes, C.G.S. Saad, A.C. Ribeiro, C. Goldenstein-Schainberg,
C.R. Gonçalves, P.D. Sampaio-Barros e E. Bonfá.
• LATENT TUBERCULOSIS SCREENING AND TREATMENT IN ANKYLOSING
SPONDYLITIS PATIENTS ELIGIBLE FOR ANTI-TNF THERAPY IN ENDEMIC AREA.
R. Miossi, K.R. Bonfiglioli, C.G.S. Saad, A.C. Ribeiro, J.C.B. Moraes e E. Bonfa.
• BENEFITIAL EFFECTS OF A SIMPLE STRETCHING EXERCISE
PROGRAM FOR PATIENTS WITH ANKYLOSING SPONDYLITIS:
A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
A.L. Gallinaro, C.G.S. Saad, C. Goldenstein-Schainberg, P.D. Sampaio-Barros,
J.C.B. Moraes, H. Roschel, A.L.S. Pinto e C.R. Gonçalves.
• BENEFICIAL EFFECT OF LONG-TERM USE OF LOW-COST MINIMALIST
FOOTWEAR ON JOINT LOAD, CLINICAL, AND FUNCTIONAL ASPECTS OF
ELDERLY WOMEN WITH KNEE OSTEOARTHRITIS.
F. Trombini-Souza, A. Matias, M. Yokota, M. Butugan, I. Pereira,
C. Goldenstein- Schainberg, R. Fuller, I.C.N. Sacco.
• 23-VALENT POLYSACCHARIDE PNEUMOCOCAL VACCINE IN JUVENILE
IDIOPATHIC ARTHRITIS PATIENTS: ANTI-TUMOR NECROSIS FACTOR THERAPY
ROLE IN SHORT AND LONG-TERM IMMUNOGENICITY.
N.E. Aikawa, I.L.A. França, A.C.M. Ribeiro, A.M. Sallum, E. Bonfá, C.A. Silva.
• ALTERED APOPTOSIS PROFILE AND ASSOCIATED SOLUBLE FACTORS
IN PATIENTS WITH JUVENILE-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
B. Liphaus, M.H.B. Kiss, S. Carrasco, C. Goldenstein-Schainberg.
• INACTIVE SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS:
CYTOKINES AND SOLUBLE TUMOR NECROSIS FACTOR RECEPTORS
RESPONSE TO MODERATE/INTENSE EXERCISE.
L. A. Perandini, D. Sales-de-Oliveira, S.B.V. Mello, N.O. Camara, F.R. Lima,
E.F. Borba, E. Bonfá, A.L. Sá-Pinto, H. Roschel, B. Gualano.
• FAT MASS AND RESISTIN: PREDICTIVE FACTORS FOR ANTI-TNF
THERAPY RESPONSE IN ANKYLOSING SPONDYLITIS PATIENTS.
C.G.S. Saad, A.S. Abreu, A.C.M Ribeiro, J.C.B. Moraes, L.A. Perandini,
T. Dassouki, R.M. R. Pereira, E. Bonfa e A.LS. Pinto.
• ACTIVE SYSTEMIC LUPUS ERUTHEMATOSUS:
CYTOKINES AND SOLUBLE TUMOR NECROSIS FACTOR RECEPTORES
RESPONSE TO MODERATE/INTENSE EXERCISE.
L.A. Perandini, D. Sales-de-Oliveira, S.B.V. Mello, N.O. Camara, F.R. Lima,
E.F. Borba, E. Bonfá, A.L. Sá-Pinto, H. Roschel, B. Gualano.
• WORSE MENTAL HEALTH IN EMPLOYED ADULT PATIENTS WITH JUVENILE
IDIOPATHIC ARTHRITIS (JIA): MORE THAN JUST A JOB.
N.E. Aikawa, J. Gordo, R. Krieger, L. E. Paula, C. Goldenstein-Schainberg.
• OVARIAN RESERVE IN WOMEN WITH PRIMARY ANTIPHOSPHOLIPID
SYNDROME.
L. Yamakami, P. Serafini, D.B. Araujo, E. Bonfá, E.P. Leon, E.C. Baracat, C.A. Silva.
• OVARIAN DYSFUNCTION IN ADULT CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS
ERYTHEMATOSUS PATIENTS: A POSSIBLE ROLE OF METHOTREXATE?
D.B. Araujo, L. Yamakami, E. Bonfá, V.S.T. Viana, S.G. Pasoto, R.M. Pereira,
P.C. Serafin, E.F. Borba, C.A. Silva.
Universidade Federal de São Paulo / Unifesp
• HIGH PREVALENCE OF METABOLIC SYNDROME IN TAKAYASU
ARTERITIS: AN INCREASED CARDIOVASCULAR RISK AND LOWER
ADIPONECTIN SERUM LEVELS.
T. Silva, M. Levy-Neto, R.M.R. Pereira. E. Bonfá.
• BEHÇET`S DISEASE ACTIVITY: AN IMPORTANT FACTOR FOR
IMMUNOGENICITY OF UNADJUVANTED INFLUENZA A/H1N1 VACCINE.
L.L. Prado, C.G.S. Saad, J.C.B. Moraes, A.C.M. Ribeiro, N.E. Aikawa,
C.A. Silva, C. Goldenstein- Schainberg, P.D. Sampaio-Barros, A.R. Precioso,
M.A. Ishida, E. Bonfá, C. Goncalves.
• ABNORMAL COLLAGEN FIBERS DEPOSITION IN THE SYNOVIAL
JOINTS IS A CHARACTERISTIC OF THE TEMPORAL EVOLUTION OF THE
DIABETIC RATS’ MODEL INDUCED BY STREPTOZOTOCIN.
P.C. Andrade, A.P. P. Velosa, J. Morais, E. R. Parra, C. Goldeinstein-Schainberg,
V.L. Capelozzi, W.R. Teodoro.
• EFFICACY AND SAFETY OF LOW-INTENSITY RESISTANCE TRAINING COMBINED
WITH VASCULAR OCCLUSION IN POLYMYOSITIS AND DERMATOMYOSITIS.
M. Mattar, L.A. Perandini, T. Dassouki, S.K. Shinjo, B. Gualano, H. Roschel,
F.R. Lima, A.L.S. Pinto.
4
• PRELIMINARY PROSPECTIVE STUDY OF ULTRASONOGRAPHY IN
PATIENTS WITH JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS IN CLINICAL REMISSION:
SUBCLINICAL SYNOVITIS MAY PREDICT FLARE?
V.B. Miotto e Silva, S.A.V. Mitraud, R.N.V Furtado, J. Natour, M.T.Terreri.
• ENTHESES ULTRASOUND IN PATIENTS WITH ANKYOSING SPONDYLITIS:
A CONTROLLED STUDY WITH HEALTHY SUBJECTS.
S. Narimatsu, A. Rosenfeld, G.B.Q. Estrela, J.E.P. Proglhof, R.N.V. Furtado,
J. Natour.
• EFFECTIVENESS OF PILATES METHOD FOR THE TREATMENT OF
CHRONIC MECHANICAL NECK PAIN.
L.A. Cazotti, A. Jones, D.R. Silva, L.H.C. Ribeiro, J. Natour.
• BENEFITS OF PROGRESSIVE MUSCLE STRENGTHENING USING
A SWISS BALL IN PATIENTS WITH ANKYLOSING SPONDYLITIS:
A RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL.
M. Souza, F. Jennings, H. Morimoto, J. Natour.
• GLOBAL POSTURAL REEDUCATION TO TREAT CHRONIC LOW BACK PAIN:
RANDOMIZED, CONTROLLED TRIAL.
P.A. Lawand, I. Lombardi Jr, C.C. Sardim, L.H.C. Ribeiro, A. Jones, J. Natour
• ASSESSMENT OF GESTURE BEHAVIOR AND KNOWLEDGE ON
LOW BACK PAIN. AMONG NURSES.
H. Morimoto, A. Jones, J. Natour.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
• INTERPHALANGEAL INTRA-ARTICULAR INJECTION WITH TRIAMCINOLONE
HEXACETONIDE: ASSESSMENT OF EFFECTIVENESS IN HAND OSTEOARTHRITIS.
N.O. Spolidoro, J. Natour, R.N.V. Furtado, F.S. Machado, H.A. Oliveira.
• HIP FRACTURE RISK FACTORS TO ONE YEAR AND IN-HOSPITAL
MORTALITY, A PROSPECTIVE COHORT IN SOUTH BRAZIL.
T. A. Ribeiro1, M. O. Premaor1, J.A. Larangeira1, M. Luft1, L.G. Brito1,
LW. Guterres1, O.A. Monticielo2.
• A MULTIPLE CAUSE-OF-DEATH STUDY IN RHEUMATOID ARTHRITIS.
F.A.G. Pinheiro, D.C.C. Souza, E.I. Sato.
1
Universidade Federal de Santa Maria, 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Espírito Santo
• THE EFFECT OF RAMIPRIL ON ENDOTHELIAL FUNCTION AND ENDOTHELIAL
PROGENITOR CELLS IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
A.C. Machado, Luiz Samuel G. Machado, E.I. Sato.
• CLINICAL PERFORMANCE OF 4 METHODS FOR DETECTING LATENT
TUBERCULOSIS INFECTION (LTBI) IN PATIENTS WITH ACTIVE CHRONIC
INFLAMMATORY ARTHRITIS TAKING TNF_ BLOCKERS.
C.M.F. Gomes, M.T.Teresa Terreri, M.I. Pinto, K. Oseki, F. Spina, M.M. Pinheiro.
• EVALUATION OF THE EFFECT OF SILDENAFIL ON THE MICROVASCULAR
BLOOD FLOW AND ON THE ENDOTHELIAL PROGENITOR CELLS IN PATIENTS
WITH EARLY SYSTEMIC SCLEROSIS: A RANDOMIZED, DOUBLE-BLIND,
PLACEBO-CONTROLLED STUDY.
F.V. Andrigueti, P.C.C. Ebbing, M.I. Arismendi, C.Kayser.
• MICROVASCULAR ABNORMALITIES IN PATIENTS WITH EARLY
SYSTEMIC SCLEROSIS: LESS SEVERE MORPHOLOGICAL CHANGES COMPARED
TO PATIENTS WITH DEFINITE DISEASE.
C. Camargo, J. Sekiyama, M. I. Arismendi, C. Kayser.
• NF-_B PATHWAY IS DEPLETED IN PHAGOCYTES FROM BEHC¸ET_S
DISEASE PATIENTS SECONDARILY TO CONSTITUTIVE PHOSPHORYLATION
OF THE P65 SUBUNIT.
S. F. Perazzio, P.V.S. Pereira, A.W.S. Souza, A. Condino-Neto, L.E.C. Andrade.
• PLASMA OF ACTIVE BEHÇET_S DISEASE INCREASES OXIDATIVE METABOLISM
PROFILE OF NORMAL AND PATIENTS PHAGOCYTES.
S.F. Perazzio, P.V.S. Pereira, A.W.S. Souza A. Condino-Neto, L.E.C. Andrade.
Universidade Estadual de Campinas / Unicamp
• COGNITIVE FUNCTIONS IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS
ERYTHEMATOSUS.
B. Bellini, C. de Souza, M. Postal, N.A. Sinicato, P.T Fernandes, R. Marini,
S. Appenzeller.
• COGNITIVE DYSFUNCTION IN CHILDHOOD SYSTEMIC LUPUS
ERYTHEMATOSUS: COMPARISON OF DIFFERENT CLASSIFICATION CRITERIA.
B. Bellini, C. de Souza, M. Postal, N.A. Sinicato, P.T Fernandes, R. Marini,
S. Appenzeller.
• SERUM S100_ IS ASSOCIATED WITH NEUROPSYCHIATRIC MANIFESTATIONS
IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
A.T. Lapa, M. Postal, N.A. Sinicato, B. Bellini, P.T Fernandes, R. Marini,
S. Appenzeller.
• TNF-_ IS ASSOCIATED WITH COGNITIVE IMPAIRMENT
IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
M. Postal, N.A. Sinicato, A.T. Lapa, K. Pelicari, B. Bellini, P.T Fernandes,
R. Marini, S. Appenzeller.
Rio Grande do Sul
• ARTHRITIS AND NAIL INVOLVEMENT IN PATIENTS WITH
PLAQUE-TYPE PSORIASIS.
O.A. Monticielo1, K.R.R. Schons2, C.F. Knob, W. Neumaier2, M.O. Beck2,
A.A.C. Beber2.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal de Santa Maria.
1
• A SYSTEMATIC REVIEW AND META-ANALYSIS COMPARING LOW VERSUS HIGH - DOSE RITUXIMAB FOR RHEUMATOID ARTHRITIS.
M. Bredemeier, F. K. de Oliveira, C. M. Rocha.
• DIAGNOSTIC VALUE OF LABIAL MINOR SALIVARY GLAND BIOPSY
FOR PRIMARY SJÖGREN’S SYNDROME.
R. Altoe1, V. Valim1, M.C.S. Santos2, E.V. Serrano1, S.T. Miyamoto1.
1
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2Universidade de Vila Velha.
• EULAR SJÖGREN’S SYNDROME PATIENT REPORTED INDEX (ESSPRI)
IS INCREASED IN SJÖGREN’S SYNDROME PATIENT WITH FIBROMYALGIA.
V. Valim, S.T. Miyamoto, M. Paganotti, E. V. Serrano, R. Alto.
Universidade Federal do Espírito Santo.
Pernambuco
• A RANDOMIZED TRIAL OF A PHYSICAL SELF-MANAGEMENT PROGRAM
FOR FIBROMYALGIA SYNDROME.
A. Ranzolin1, S.S. Barros1, V.M. Fernandes2, E.A.S. Pimentel2,
C.D.L. Marques1, A.L.B.P. Duarte1.
Universidade Federal de Pernambuco, 2Centro Universitário Maurício de Nassau.
1
Trabalhos multicêntricos com autores do Brasil
(Citados apenas nome e instituição dos autores brasileiros)
• THE INFLUENCE OF SOCIOECONOMIC AND RACE IN DAMAGE SCORE
IN PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
R. Teixeira1, E.F. Borba2, G. Christopoulos3, E.I. Sato1.
1
Unifesp, 2USP, 3Santa Casa de Misericórdia de Maceió.
• PULMONARY INVOLVEMENT IN MIXED CONNECTIVE TISSUE DISEASE:
SLOW PROGRESSION AFTER 10 YEARS OF FOLLOW-UP.
L. Kawano-Dourado1, O.M. Dias1, F.U. Kay1, T.E.H. Gripp1, P.S. Gomes2,
R. Fuller1, B.G. Baldi1, R.A. Kairalla1, C.R.R. Carvalho1, M.T.C. Caleiro1.
1
Universidade de São Paulo/USP, 2Hospital do Servidor do Estado de São Paulo.
• CYTOKINES, OXIDATIVE STRESS MARKERS AND BRAIN-DERIVED
NEUROTROPHIC FACTOR IN FIBROMYALGIA SYNDROME.
A. Ranzolin1, C. Antônio da C. Neto2, B.M. Ascoli1, B. Wollenhaupt-Aguiar1,
A.L.B.P. Duarte2, M. Bredemeier3, F. Kapczinski1, R.M. Xavier1.
1
UFRS, 2UFPE, 3Hospital Nossa Senhora da Conceição.
• CROSS-CULTURAL ADAPTATION, VALIDATION AND RELIABILITY
OF THE BRAZILIAN VERSION OF THE PSORIATIC ARTHRITIS SCREENING
EVALUATION TOOL.
R. Ranza1, C.G. Schainberg2, S. Carneiro3, G. Martins4, J.J Rodrigues2,
J. Carneiro4, R. Romiti2, T.B.M. Barros2, A.L. Sampaio5, A. Pedreira5,
C.Z. Costa1, R.M.C Pinto1, M.E. Husni, A. A. Qureshi.
1
UFU, 2USP, 3Brazilian Registry of Spondyloarthritis, 4UNB, 5UFRJ.
• POWER DOPPLER ULTRASOUND 7-JOINT SCORE VS. SIMPLIFIED
DISEASE ACTIVITY INDEX IN RHEUMATOID ARTHRITIS ASSOCIATED
WITH FIBROMYALGIA.
R. Chakr1, M. Behar1, J.A. Mendonça2, D. Cervantes1, N. Calegaro1,
N. Andrade1, I. Siqueira1, D. Zanchet1, A. Gasparin1, P.E. Palominos1,
C. Kohem3, O. A. Monticielo1, C. Brenol1, R. M. Xavier1, J.C.T. Brenol1.
1
UFRS, 2PUC Campinas, 3Brazilian Registry of Spondyloarthritis.
• DEVELOPING INTERNATIONAL CONSENSUS DEFINITIONS OF IMPROVEMENT
FOR ADULT AND JUVENILE DERMATOMYOSITIS AND POLYMYOSITIS.
S.K. Oliveira. UFRJ.
Hospital Nossa Senhora da Conceição.
• GOOD INTER-RATER RELIABILITY OF MYOSITIS EXPERTS
IN ASSESSING CLINICAL IMPROVEMENT.
S.K. Oliveira. UFRJ.
• EFFECT OF RC-3095, AN ANTAGONIST OF GASTRIN-RELEASIN PEPTIDE
RECEPTOR, REGULATING SYNOVIAL FIBROBLASTS IN EXPERIMENTAL ARTHRITIS.
P. Oliveira, L. Filippin, M. Farinon, V. Clarimundo, G. Schwartsmann, R. M. Xavier.
• INITIAL BENCHMARKING OF THE QUALITY OF MEDICAL CARE OF CHILDREN
AND ADOLESCENTS WITH LUPUS.
C.A. Silva1, M.F. Sliva1, S. Appenzeller2, M. Centeville2.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
1
USP, 2Unicamp.
>>
5
Notas
Pesquisadores brasileiros no ACR 2013
>>
• PHASE 2 TRIAL ON TRIPTORELIN FOR OVARY PROTECTION
IN CHILDHOOD-ONSET SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS.
C.A. Silva. USP.
• KEY ROLES FOR INTERFERON AND MACROPHAGE ACTIVATION IN
PROGRESSIVE LUNG FIBROSIS ASSOCIATED WITH SYSTEMIC SCLEROSIS.
R. Christmann1, G. Stifano1, C. Borges2, C. Carvalho3, R. Kairalla3, E. R. Parra3,
A. Spira1, R. W. Simms1, P. D. Sampaio-Barros3, V. L. Capelozzi3, R. Lafyatis1.
• PREVALENCE OF CARDIOVASCULAR RISK FACTORS AND
CARDIOVASCULAR DISEASE IN RHEUMATOID ARTHRITIS PATIENTS ACROSS
INTERNATIONAL REGIONS: A COMPARISON OF THE CORRONA INTERNATIONAL
AND CORRONA UNITED STATES REGISTRIES.
S.C. Radominski1, I. Laurindo2.
1
UFPR, 2USP.
1
• VARIATIONS IN DISEASE ACTIVITY AND THERAPEUTIC MANAGEMENT
OF RHEUMATOID ARTHRITIS IN DIFFERENT INTERNATIONAL REGIONS:
A COMPARISON OF DATA FROM THE CORRONA INTERNATIONAL AND
CORRONA UNITED STATES REGISTRIES.
S.C. Radominski1, I. Laurindo2.
UFPR, 2USP.
1
• GENOME WIDE ASSOCIATION META-ANALYSIS IMPLICATES HLA-DRB1,
THE BTNL2/HLA-DRA REGION, AND A NOVEL SUSCEPTIBILITY LOCUS ON
CHROMOSOME 1 IN SYSTEMIC JUVENILE IDIOPATHIC ARTHRITIS.
C.A. Len1, S.K. Oliveira2 and on Behalf Of the International Childhood Arthritis
Genetics Consortium.
Unifesp, 2UFRJ.
1
• ASSESSMENT OF GLOBAL DISEASE ACTIVITY IN RHEUMATOID ARTHRITIS
BY PATIENTS AND PHYSICIANS: CULTURAL DIFFERENCES AMONG COUNTRIES
IN THE METEOR DATABASE.
R. Wolterbeek, C. Brenol. UFRS.
• ORAL SCAN: EFFECTS OF THE ORAL JAK INHIBITOR TOFACITINIB
IN COMBINATION WITH METHOTREXATE ON PATIENT REPORTED OUTCOMES
IN A 24-MONTH PHASE 3 TRIAL OF ACTIVE RHEUMATOID ARTHRITIS.
V.C.A.F. Zerbini. Centro Paulista de Investigacão Clínica, SP.
• INCIDENCE OF ADVERSE EVENTS IN PATIENTS WITH RHEUMATOID
ARTHRITIS AND SPONDYLOARTHRITIS EXPOSED TO ANTI-TNF THERAPY.
DATA FROM THE BRAZILIAN REGISTRY FOR MONITORING OF BIOLOGIC
THERAPIES IN RHEUMATIC DISEASES (BIOBADABRASIL).
R. Ranza1, D.C. Titton2, V. Vallim3, I. Silveira4, A. Ranzolin5, A. Hayata6,
M.M. Abreu7, P. Louzada-Jr8, A.L.B.P. Duarte5, C. Brenol9, G.C. Pinheiro10,
G.R. Castro11, H.M. Carvalho12, I. Costa13, J.C. Macieira14, J.R. Miranda15,
J.C.M. Bertacini16, L.S.G. Barbosa17, M.B. Bertolo18, M.M. Pinheiro12,
M.F. Sauma19, M.B. Silva20, M. Freire21, R.A. Toledo22, V. Fernandes23.
Boston University School of Medicine, 2CEUMA, 3USP.
• ANTI-_2GP1-DOMAIN-1 ANTIBODIES ARE A MARKER OF APS SEVERITY.
L. Seguro. USP.
• DEVELOPING GUIDELINE FOR POLYMYALGIA RHEUMATICA:
PRIORITISATION OF OUTCOME MEASURES – PERSPECTIVE OF PATIENTS,
GENERAL PRACTITIONERS AND RHEUMATOLOGISTS.
A.W.S. Souza. Unifesp.
• THE ASSOCIATION BETWEEN ANTIPHOSPOLIPID ANTIBODIES AND RELATED
CLINICAL OUTCOMES: A CRITICAL REVIEW OF THE LITERATURE.
G.R. Jesus on Behalf of APS Action. UERJ.
• THE SAFETY AND EFFICACY OF TOCILIZUMAB SUBCUTANEOUS
IN COMBINATION WITH TRADITIONAL DMARDS IN PATIENTS WITH MODERATE
TO SEVERE RHEUMATOID ARTHRITIS UP TO 48 WEEKS (BREVACTA).
S.C. Radominski. UFPR.
• THE EFFICACY AND SAFETY OF TOCILIZUMAB SUBCUTANEOUS
VERSUS TOCILIZUMAB INTRAVENOUS, IN COMBINATION WITH TRADITIONAL
DMARDS IN PATIENTS WITH RAAT 49 WEEKS (SUMMACTA).
D. Feldman. Unifesp.
• ATTAINMENT OF REMISSION, FUNCTIONAL, AND QUALITY OF LIFE
IMPROVEMENTS WITH GOLIMUMAB TREATMENT IN RHEUMATOID ARTHRITIS
ARE ASSOCIATED WITH PATIENT EXPECTATIONS.
C. Zerbini. Hospital Heliópolis.
• EFFICACY OF A 6-MONTH TREATMENT WITH STRONTIUM
RANELATE 2G/DAY IN THE IMPROVEMENT OF LONG BONE FRACTURES
WITH DELAYED-UNION OR NON-UNION.
L.A.T. Russo. CCBR Brasil, RJ.
• CLINICAL AND RADIOGRAPHIC OUTCOMES AT TWO YEARS AND
THE EFFECT OF TOCILIZUMAB DISCONTINUATION FOLLOWING SUSTAINED
REMISSION IN THE SECOND YEAR OF THE ACT-RAY STUDY.
R. M. Xavier. UFRS.
UFU, 2UFPR, 3UFES, 4PUCRS, 5UFPE, 6CRO Osasco, 7UFSC, 8USP Ribeirão Preto,
UFRS, 10UERJ, 11Hospital Governador Celso Ramos, 12Brazilian Registry of
Spondyloarthritis, 13UFMS, 14UFS Aracaju, 15Artrocenter Clinica Medica Taubaté,
16
USP SP CDMAC, 17UFMT, 18UNICAMP, 19UFPA, 20Hospital Universitário Evangélico,
21
UFTM, 22Funfarp, 23UNIC.
• A RANDOMIZED, CONTROLLED, MULTICENTER, 2-ARM, PARALLEL-GROUP,
DOUBLE-BLIND STUDY TO DEMONSTRATE THE EQUIVALENCE OF CT-P10
TO INNOVATOR RITUXIMAB WITH RESPECT TO PHARMACOKINETIC PROFILE IN
PATIENTS WITH RHEUMATOID ARTHRITIS.
S. Radominski. CETI Centro de Estudos em Terapias Inovadoras Ltda, Curitiba.
• COMBINED AXIAL AND PERIPHERAL INVOLVEMENT IS ASSOCIATED
WITH MISCEGENATION IN A LARGE AND HETEROGENEOUS BRAZILIAN
COHORT OF 1505 PATIENTS WITH SPONDYLOARTHRITIS.
P.D. Sampaio-Barros, M. Santiago, A.B. Bortoluzzo, A.C. Ximenes,
J.A.B. da Silva, M.B. Bértolo, S.L. Ribeiro, M. Keisermann, R. Menin, T.L. Skare,
S. Carneiro, V.F. Azevedo, W.P. Vieira, E. Albuquerque, W.A. Bianchi,
R. Bonfiglioli, C. Campanholo, H.M. Carvalho, I.P. Costa, A.L.B.P. Duarte,
C. Kohem, N. Leite, S. Lima, E.S. Meirelles, I.A. Pereira, M.M. Pinheiro, E. Polito,
G.G. Resende, F.A.C. Rocha, M.F.L.C. Sauma, V. Valim, C.R. Gonçalves.
• EFFECTS OF CHRONIC TREATMENT WITH BLISIBIMOD, AN INHIBITOR OF B
CELL ACTIVATING FACTOR, ON RENAL AND INFLAMMATION BIOMARKERS IN
PATIENTS WITH SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: OBSERVATIONS FROM THE
PLACEBO- CONTROLLED PEARL-SC AND OPEN-LABEL EXTENSION STUDIES.
M. A. Scheinberg. Hospital Abreu Sodré Pesquisa Clínica, SP.
1
9
Brazilian Registry of Spondyloarthritis.
• EFFECTS OF BLISIBIMOD, AN INHIBITOR OF B CELL ACTIVATING FACTOR,
ON SERUM IMMUNOGLOBULINS AND INFECTION RISK IN PATIENTS WITH
SYSTEMIC LUPUS ERYTHEMATOSUS: OBSERVATIONS FROM THE
PLACEBO-CONTROLLED PEARL-SC AND OPEN-LABEL EXTENSION STUDIES.
M. A. Scheinberg. Hospital Abreu Sodré Pesquisa Clínica, SP.
Reunião do Biobada Brasil
tem destaque em site do Iats
Com o tema Segurança dos agentes biológicos contra doenças
reumáticas no SUS, a reunião do Biobada Brasil, realizada no final de
setembro de 2013, foi destaque no site do Instituto de Avaliação de
Tecnologia em Saúde (Iats). Para ler o texto na íntegra, acesse o link
http://www.iats.com.br/?p=noticias&id=230
6
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Perdemos
Wolfgang Dihlmann
Dr. Achiles Cruz Filho, Belo Horizonte
Em 3 de outubro de 2013, faleceu aos
85 anos em Hamburgo, Alemanha, o
prof. dr. Wolfgang Dihlmann, que foi por
muitos anos professor de Radiologia na
Universidade de Hamburgo. Embora fosse
Radiologista de formação, Dihlmann dedicou-se durante toda a vida
a estudar a radiologia
osteoarticular, pelo que
se tornou internacionalmente conhecido
dos reumatologistas. Uma de suas obras
chegou a ser traduzida para o inglês e
publicada nos Estados Unidos: Joint and
Vertebral Connections, um tratado que
ganhou notoriedade no Brasil.
Wolfgang Dihlmann nasceu em
Stettin, Alemanha, hoje Polônia. Teve uma
adolescência difícil, pois aos 14 anos já
era soldado alemão, comandando uma
bateria antiaérea alemã, no final de guerra,
quando ficou ferido. Como radiologista,
exerceu a medicina de início no famoso
Hospital Charité, de Berlim, depois se
transferindo para a Clínica Reumatológica de Aachen, onde o conheci, em 1963,
quando iniciei minha residência naquele
hospital e me tornei amigo dele. Uma
amizade, pois, de 50 anos.
Da Faculdade de Medicina de Aachen,
se transferiu no final dos anos 70 para
a Universidade de Hamburgo, já como
professor. Também ao final dos anos 70,
se tornou Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Reumatologia, tendo
participado de alguns congressos nossos,
sempre discorrendo sobre radiologia nas
doenças reumáticas. Em 1975, deu um
curso de três dias em Belo Horizonte,
onde retornou algumas vezes.
Eu o visitava de vez em quando em
Hamburgo. Pela última vez, o vi, em junho de 2012, após o Eular de Berlim. Em
nome da SBR e entristecido, transmito os
sentimentos a sua única filha, dra. Ariane
Dihmann, médica em Munique.
Trabalho de pesquisadoras do DF
ganha o Panlar Prize
É
com grande prazer que a SBR
comunica que o trabalho “Immune Response to Revaccination
with the Vaccine 17 D in Patients
with Autoimmune Diseases who
have inadvertently vaccinated against
Yellow Fever”, de Ana Cristina Vanderley Oliveira, Licia Maria Henrique
da Mota e Vanessa P. Magalhães
Pascoal, foi laureado com o prêmio
internacional “Panlar Prize on Basic
Science Research” 2013, concedido
pelo Panlar Prize Selection Committee.
Dra. Licia Maria durante evento em
que foi laureada com o Panlar Prize
Reumatologistas são destaque no 5º Bradoo
D
urante o 5º Bradoo – Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo – realizado em Porto de
Galinhas /PE de 24 a 26 de outubro
de 2013, mais uma vez reumatologistas brasileiros foram destaque.
No congresso foram premiados os
melhores trabalhos nas áreas básica,
clínica e de densitometria óssea com
destaque para trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Metabolismo
Ósseo da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo.
Parabéns aos autores:
Diogo Domiciano, Luana G. Machado, Jaqueline B. Lopes, Camille P.
Figueiredo, Valéria Caparbo, Liliam
Takayama, Rosa M.R. Pereira.
• Segundo lugar na Área de Densitometria: Baixa densidade mineral
óssea e maiores níveis de paratormônio: preditores independentes de
mortalidade em indivíduos idosos da
comunidade. São Paulo Ageing &
Health Study (SPAH)
• Segundo lugar da Área Clínica: Incidência e fatores de risco para fratura
vertebral por osteoporose em idosos
brasileiros da comunidade: São Paulo
Ageing & Health Study (SPAH)
Sua opinião sobre o nosso boletim
A pesquisa sobre o nosso boletim foi um sucesso, com ampla
participação dos membros da SBR. Estamos avaliando as
respostas e sugestões dos leitores para aprimorar o conteúdo
e a forma do boletim. Aguardem as novidades.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
7
SBR.doc
Parecer da Comissão de Dor, Fibromialgia e Reumatismos de Partes Moles - SBR
Avaliação da Termografia como
diagnóstico para Síndrome da Fibromialgia
Por questionamentos recorrentes e recentes à Sociedade
Brasileira de Reumatologia (SBR) sobre o uso de da termografia em patologias musculoesqueléticas, a Comissão de
Dor, Fibromialgia e Reumatismo de Partes Moles da SBR
emite parecer sobre o assunto. Após pesquisa bibliográfica,
foram encontrados somente seis artigos relacionados ao tema,
nenhum destes com nível de evidência A, mostrando que sua
indicação em reumatologia ainda é questionável.
Em 2013, Zaproudina N. e cols.1 demonstraram que a termografia para paciente com cervicalgia de qualquer natureza
deve ser interpretada com cautela, uma vez que somente houve
significância em indivíduos com maior sensibilidade ao frio ou
hiper-resposta simpática.
Em 2007, Brioschi ML e cols.2, observaram que a imagem
“deve ser analisada em conjunto com o exame clínico e outros
exames complementares”, além de enfatizarem a necessidade
de ambiente específico para a realização do teste. Também
em 2007, Brioschi ML e cols.3 avaliando a termografia em
síndrome miofascial, demonstraram a validade do exame como
diagnóstico complementar, uma vez que o ponto de gatilho
tem aumento de temperatura local. No entanto, afirmam que
“encontrar um ponto hiper-radiante na imagem infravermelha
não é suficiente para identificar um ponto de gatilho abaixo
dele”, sendo necessários avaliação clínica, equipamento especializado e expertise no assunto.
Em 2009, Brioschi ML e cols.4, avaliando o uso da termografia no retorno ao trabalho, afirmaram que a avaliação
clínica e os exames complementares foram corroborados pela
termografia, mostrando sua equivalência em várias patologias
relacionadas a LER/DORT, inclusive a síndrome da fibromialgia. No entanto, nesta última, “os critérios modificados de Biasi
e Ammer para termografia fornecem a probabilidade (grifo
nosso) de o paciente ter fibromialgia”. Em 2013, Nahm FS5
ressaltam que o uso da termografia não está aprovado para
uso na síndrome da fibromialgia pelo FDA. Além disto, afirma
ainda não ter sido estabelecida nenhuma padronização dos
chamados ROI (region of interest).
Com relação aos aspectos médico-legais na síndrome da
fibromialgia, Brioschi ML. e cols.6, em 2008, levantaram
argumentos contrários ao seu reconhecimento como doença,
a dificuldade de reconhecer simuladores e a subjetividade dos
sintomas como fatores de avaliação pericial. Para tanto, propôs
um índice diagnóstico termográfico para fibromialgia, baseado
em uma imagem em “manto” associada a um fenômeno de
Raynaud leve.
8
Aproveitamos para reproduzir o parecer do CRM do Paraná (aprovado na Sessão Plenária nº 2679, de 22/02/2011),
emitido pela Dra. Keti Stylianos Patsis:
“(...) O artigo de revisão mais recente sobre a indicação
do exame de termometria cutânea, encontrado por esta conselheira e veiculado na Internet, data de abril de 2006. Sua
conclusão é a seguinte:
‘Não há evidências suficientes na literatura revisada que
permitam concluir sobre os efeitos da termografia, em qualquer
indicação. A literatura científica não é suficiente para validar o
papel da termografia clínica e não existem estudos publicados
que tenham demonstrado como os resultados da termografia
podem ser usados para melhorar a gestão do paciente ou para
melhorar os resultados de seu tratamento. Pesquisa realizada
no banco de dados da Medline até 28 de fevereiro de 2006
não identificou qualquer estudo publicado que altere esta
determinação.’
Em artigo de 1989, do Health Technology Assessment Report
sobre a indicação do uso de termografia em outros diagnósticos, além de câncer de mama, esta conselheira encontrou a
seguinte conclusão:
‘As informações obtidas a partir da literatura não conseguiram reconhecer a eficácia da termografia como uma modalidade de diagnóstico útil. Ao contrário, estes estudos sugerem que
a termografia carece de sensibilidade, especificidade e de valor
preditivo. Faltam dados para indicar que a termografia seja um
guia útil para monitorar o efeito do tratamento de qualquer
entidade ou doença. A evidência sugere que a termografia só
pode confirmar a presença de uma diferença de temperatura,
que outros procedimentos são necessários para chegar a um
diagnóstico específico, e que a termografia pode acrescentar
pouco ao que os médicos já sabem, baseados na história, no
exame físico e em outros estudos.’
PARECER – Concluímos que o exame de termografia
infravermelha ainda não tem sua base científica validada,
consequentemente pode ensejar questionamentos quanto a
sua sensibilidade e especificidade. (...)”
Todo o exposto acima nos coloca em uma posição de dúvida
quanto à validade da termografia para uso em reumatologia
e em especial na síndrome da fibromialgia. Podemos colocar
as seguintes questões:
1. Não há nenhuma evidência científica realmente válida sobre
o assunto
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Reumato.com
Convidamos os reumatologistas a
acessarem o portal da SBR http://www.reumatologia.com.br - ,
em que vários temas de interesse da
área estão à disposição para consulta.
VÍDEO
2. Praticamente todos os trabalhos foram feitos pelo mesmo
grupo, não havendo universalização do exame – difícil comprovação?
Aulas online de propedêutica articular
3. A necessidade de um ambiente extremamente controlado
dificulta o exame. Poderia haver interferência grave no resultado quando feito por outro profissional?
• Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica
Reumatológica: Parte II - Quadril e Membros Inferiores
4. A questão pericial, que vem sendo levantado nas questões
feitas por leigos, poderia estar influenciando na “legalização”
do exame como diagnóstico, quando na verdade ele é apenas
complementar?
• Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica
Reumatológica: Parte I - Coluna Vertebral
• Exame Físico do Aparelho Locomotor - Propedêutica
Reumatológica: Parte III - Membros Superiores
http://www.reumatologia.com.br/index.asp?Perfil=&
Menu=Ferramentas&Pagina=ferramentas/in_central_
multimidia_arquivo.asp#aulas
5. Nenhum artigo da bibliografia coloca a termografia como
definitiva para diagnóstico, exceto para dor miofascial, mas
não para síndrome da fibromialgia.
6. O parecer do CRM-PR corrobora estes questionamentos.
Portal dá acesso a conteúdo de diversas especialidades
Talvez os nossos maiores problemas sejam o fato de haver
um código específico da tabela AMB para termografia (indica
sua validação para o leigo) e a “venda” pela internet da ideia
de um diagnóstico com valor legal para perícia.
Univadis é um portal de informações médicas, gratuito,
livre de propagandas de medicamentos e patrocinado pela
Merck Sharp Dohme. Apesar do vínculo laboratorial, seu
conteúdo é baseado em revistas renomadas como The Lancet,
Jama e BMJ.
O endereço permite acesso ao conteúdo de diversas
especialidades, que podem ser definidas pelo usuário, possibilitando o recebimento de informações atualizadas na sua
área de interesse. Na aba associada ao The Lancet, o usuário
poderá ler com exclusividade os artigos recém-publicados e
terá acesso ao arquivo em formato PDF após sete dias de sua
publicação on line.
Na aba do BMJ Learning, existem mais de 200 cursos do
British Medical Journal, sendo 150 em português, e já certificados pela Associação Médica Brasileira (AMB), valendo
créditos na certificação de especialidade. Na aba Imagens e
Vídeos, encontram-se diversos recursos multimídia, incluindo
imagens, áudio, vídeos e slides nas mais diversas especialidades, permitindo ainda que sejam realizados downloads da
rede. Além disso, há acesso ao Manual Merck na íntegra, a
imagens anatômicas em 2D ou 3D, imagens de tomografia
computadorizada, acesso ao Pubmed, etc.
Enfim, trata-se de ótima fonte para obter informações
médicas seguras, conseguir imagens nas especialidades ou
apenas para “passear” pelo conteúdo de revistas renomadas.
CONCLUSÃO:
A Comissão de Dor, Fibromialgia e Reumatismo de Partes
Moles da SBR não aceita o exame complementar TERMOGRAFIA como diagnóstico definitivo para Síndrome
da Fibromialgia, até que sejam demonstradas evidências
científicas fortes e realmente válidas.
Bibliografia
Zaproudina N, Airaksinen O, Narhi M. Are the infrared
termography findings skin temperature-dependent? A sudy on
neck pain patients. Skin Res. And Tech 2013: 537-544.
2.
Brioschi ML, Yeng TY, Pastor E, Teixeira MJ. Ver Bras. Reumat,
2007: 42-52.
3.
Brioschi ML, Yeng TY, Pastor E, Colman D, Silva F, Teixeira MJ.
Documentação da síndrome dolorosa miofascial por imagem
infravermelha. Acta Fisiat, 2007; 14: 41-48.
4.
Brioschi ML, Cherem AJ, Ruiz RC, Sradá Jr Jj, Silva F. O uso de
termografia infravermelha na avaliação do retorno ao trabalho
em programa de reabilitação ampliada (PRA). Acta Fisiar 2009;
16: 87-92.
5.
Nahm FS. Infrared termography in pain medicine. Korean J. pain
2013; 26: 219-222.
6.
Brioschi ML, Yeng TY, Kasiyama H, Pastor E, Heupa S, Silva F,
Teixeira MJ. Documentação médico-legal da síndrome
fibromiálgica: índica termográfico. Rev Dor 2008; 9: 1327-1344.
1.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
DICA NA WEB:
Univadis
Site: http://www.univadis.com.br/
Requisição: cadastro simples, rápido e gratuito.
9
O melhor do Brasil
Notícias das regionais
Boas-vindas às novas sociedades locais
D
entro dos objetivos da nova gestão da nossa sociedade de que todos os Estados brasileiros tenham uma
Regional, é com prazer que a SBR comunica a criação das
sociedades de reumatologia nos Estados de Rondônia e
Tocantins. Damos as boas-vindas a essas entidades, que
muito irão contribuir para o desenvolvimento de nossa
atividade e sua divulgação para a população em geral.
• Sociedade de Reumatologia de Rondônia (SRR)
Criada em novembro, a entidade tem a presidência
do dr. Liszt Jonney Silva dos Santos.
• Sociedade de Reumatologia do Tocantins (Soreto)
Criada em setembro, tem como presidente a
dra. Daniela Japiassú.
Alagoas
Campanha
para divulgar
reumatologia
A Sociedade Alagoana
de Reumatologia promove a campanha “Atitude
Reumato” para divulgar a especialidade e esclarecer a
população sobre as doenças tratadas pela reumatologia
e a necessidade de buscar um especialista precocemente.
Campanha sempre realizada durante o mês de outubro, neste ano, contou com outdoors espalhados por
diversos pontos em Maceió, Arapiraca e Penedo e com
um jingle veiculado em rádios de boa penetração também
nas três cidades durante horários variados do dia com o
slogan “A vida pode ser muito melhor sem dor. Procure
um Reumatologista”. A campanha foi muito bem aceita
por todos os colegas da regional e tem trazido retornos
positivos dos pacientes.
Paraná
III Curso de
Imagenologia
trouxe palestras e
esclarecimentos
N
Participantes do
curso de imagenologia
realizado pela SPR
os dias 13 e 14 de setembro deste ano, a
Sociedade Paranaense de Reumatologia
promoveu, com patrocínio dos Laboratórios
Abbott, o III Curso de Imagenologia para Reumatologistas. No evento, houve palestras dos
professores André Gomes, Rodrigo Aguiar e
Luiz Otávio Coelho, destinadas a estimular os
reumatologistas para a avaliação de imagens.
10
No comando da Abrasso
A SPR congratula-se com seu sócio, ex-presidente e professor da UFPR,
Sebastião Cezar Radominski, que assumiu a presidência da Associação
Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Foco em
Serviço de Reumatologia de Brasília:
40 anos de trabalho
Desde 1972, muito se evoluiu. Hoje a atividade concentra, além de reumatologistas, imunologistas,
radiologistas, clínicos, ortopedistas, fisioterapeutas, educadores físicos e terapeutas ocupacionais.
A
o sobrevoar pela primeira vez “a
vastidão desconcertante do vazio”
onde seria construída a nova capital do
país, em 1957, Juscelino Kubitschek
escreveu no Livro de Ouro: “Deste
Planalto Central, desta solidão que em
breve se transformará em cérebro das
altas decisões nacionais, lanço os olhos
mais uma vez sobre o amanhã do meu
país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites
no seu grande destino”.
Sensação semelhante deve ter experimentado o dr. Francisco Aires Corrêa
Lima, ao chegar em Brasília, assim como
outros pioneiros da Reumatologia do
Distrito Federal. Eram poucos, e não
havia um serviço organizado. A própria
Universidade de Brasília (UnB), e o
posteriormente denominado Hospital
Universitário de Brasília (HUB) estavam
ainda em seus primórdios quando o dr.
Aires implementou, em 1972, o que seria
o primeiro Serviço de Reumatologia, e
posteriormente, em 1987, a primeira
residência médica em Reumatologia do
Distrito Federal.
Hoje, o serviço, chefiado pelo dr.
Rodrigo Aires Corrêa Lima, conta com
outros nove preceptores: Francisco Aires
Corrêa Lima, Cezar Kozak Simaan, Leopoldo Luiz dos Santos Neto (clínico),
Licia Maria Henrique da Mota, Cleandro
Pires de Albuquerque, Leandro Crispim,
Mariana Castilho Rassi, Luciana Feitosa
Muniz, e Guillermo Enrique Ortega
Moncada (ortopedista), além da colaboração de imunologistas, radiologistas,
clínicos, ortopedistas, fisioterapeutas,
educadores físicos e terapeutas ocupacionais, que atuam conjuntamente nos
Equipe que atua no Serviço de Reumatologia do HUB/UnB
ambulatórios e nas diversas atividades
científicas realizadas semanalmente.
São oferecidas quatro vagas de residência na especialidade Reumatologia,
sendo duas para residentes do primeiro
ano e duas para residentes do segundo
ano. O serviço recebe também residentes de Clínica Médica, Radiologia,
Ortopedia, Dermatologia e Doenças
Infecciosas e Parasitárias, para estágios
eletivos regulares.
Aos pacientes
O atendimento é estruturado em
ambulatórios gerais e de especialidade,
com atendimentos diferenciados para as
doenças do colágeno, artrite reumatoide
inicial, artrite reumatoide estabelecida,
espondiloartrites. São realizados, em
média, 9 mil atendimentos/ano. O ser­
viço conta com oito salas para atendimento ambulatorial, sala de infiltração,
sala de infusão de quimioterápicos e
imunobiológicos com capacidade para
dez pacientes, oito leitos fixos para
internação de pacientes, laboratório de
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
reumatologia, sala de pesquisa e sala para
realização de exames de capilaroscopia e
ultrassonografia.
Atualmente, o Serviço de Reumatologia HUB-UnB sofre com os mesmos
problemas que afetam grande parte dos
hospitais públicos federais do país, tendo
perdido parte do seu efetivo médico e de
recursos nos últimos anos.
Apesar disso, o serviço mantém a
atividade assistencial, de ensino e de
pesquisa, com enfoque recente na última. Com a criação da Coorte Brasília
de Artrite Reumatoide Inicial, e a participação no Programa de Pós-Graduação
da Faculdade de Medicina da UnB, onde
são ofertadas semestralmente as disciplinas Prática Interdisciplinar no Manejo
da Artrite Reumatoide e Estágio em
Docência- Reumatologia, o serviço expandiu a sua produção científica. Prova
do reconhecimento dessas atividades são
a conquista dos prêmios Edgard Atra e
Luiz Verztman, promovidos pela SBR e
Panlar Prize in Basic Research nos dois
últimos anos.
11
Profissão Reumato
Cuidados paliativos em r
Dra. Sara Krasilcic*
Em relação aos
pacientes em nossa
área, podemos
contribuir com nossa
experiência em
controle de sintomas,
de que rotineiramente
fazemos procura
ativa e registro de
intensidade diária
(caso internado) ou
a cada consulta
* Médica clínica geral,
com especialização
em Cuidados Paliativos,
assistente do Serviço de
Cuidados do Hospital do
Servidor Público Estadual - SP
12
C
uidados Paliativos é área de atuação relativamente nova na medicina, surgida na
década de 70. É definida desde 2002 pela OMS
como: “abordagem que promove a qualidade de
vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam
doenças que ameacem a continuidade da vida, por
meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento
da dor e de outros problemas de natureza física,
psicossocial e espiritual”.
O Código de Ética vigente atualmente desde
2009 preconiza que: “nos casos de doença incurável e terminal deve o médico oferecer todos os
cuidados paliativos disponíveis sem empreender
ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou
obstinadas, levando sempre em consideração a
vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal”. Para que
isso ocorra, é necessária comunicação impecável
e gentil que implica uma revisão dos papéis na
parceria médico-paciente e novas possibilidades
do encontro entre seres humanos. Afinal, a palavra
“paliar” vem de manto, acolhimento...
Mais do que novos conhecimentos científicos
específicos, essa futura especialidade médica admite que as doenças que ameaçam a vida levam
inexoravelmente à terminalidade dessa vida e pretende tratar os pacientes de maneira proporcional
ao seu prognóstico. Dessa maneira, não falamos
em “investir em casos”, termo mais apropriado ao
mercado de ações, mas falamos em cuidar, ainda
que não tenhamos como objetivo a cura. Incluímos
conceitos bioéticos em cada discussão de conduta
à beira do leito e consideramos beneficência, não-maleficência, justiça e autonomia do indivíduo.
Nesse rol de valores humanos a serem considerados, após priorizar a biografia, os valores e o contexto social daquele doente, acabamos por rever o
bom uso da medicina. Assim, cada procedimento,
exame, sonda, antibiótico, analgésico e sedativo
deve ser prescrito e indicado com parcimônia.
Conforme fala da dra. Maria Goretti Salles Ma-
ciel, referência na área, “não utilizamos
protocolos, mas princípios e repertório
de possibilidades terapêuticas”. Propõe-se discutir e rever comportamentos que
causam prolongamento do processo de
morrer e que inclui: intransigência e futilidade terapêutica, quando não o pior,
a distanásia.
Interessante colaboração tem ocorrido
entre as mais diversas especialidades e
os Cuidados Paliativos (CP). Recente
editorial do New England Journal of
Medicine (março, 2013) sugere que
alguns dos objetivos primordiais dos
CP deveriam fazer parte da rotina de
quem trata, como controle de sintomas
e melhor alinhamento entre objetivos do
tratamento e do paciente. Mas que essa
nova especialidade, ainda em número de
profissionais insuficiente até nos Estados
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
m reumatologia
“
Mais do que novos
conhecimentos científicos
específicos, essa futura
especialidade médica
admite que as doenças
que ameaçam a vida
levam inexoravelmente à
terminalidade dessa vida e
pretende tratar os pacientes
de maneira proporcional ao
seu prognóstico.”
Unidos, deve ser convocada em casos de
sintomas refratários, reuniões familiares
complexas e quando se identifica grande
sofrimento existencial.
Penso que a interface entre Cuidados
Paliativos/especialidades médicas pode ir
além do sugerido nesse periódico: auxílio
na comunicação, experiência em manejo
de opioides, identificação e quantificação
de sintomas não relatados espontaneamente e na interface com outras disciplinas/categorias profissionais. A avaliação
cuidadosa de um paliativista pode ajudar
esse especialista a avaliar um prognóstico reservado e a rever planejamentos
desproporcionais, tão difíceis para um
profissional que estiver temporal e/ou
emocionalmente envolvido em um caso.
Alguns critérios gerais, bem identificados na literatura médica, tais como,
perda de capacidade funcional e necessidade progressiva de assistência para as
atividades da vida diária; escaras; perda
de peso não intencional; sarcopenia;
reinternações frequentes; e hiponatremia reincidente colaboram para melhor
diagnóstico da situação de terminalidade.
Associadas a esses critérios, algumas
especialidades identificam claramente
seus pacientes em situação de terminalidade: a insuficiência cardíaca classe
funcional IV; o hepatopata através do
Meld; o doente pulmonar retentor de
gás carbônico e que não satura mais com
oxigenioterapia; os demenciados acamados e com escaras que pioram a despeito
de cuidados adequados; os doentes com
câncer em que a doença progride em
vigência de tratamento. Não encontrei,
em diversas revisões literárias, esses
parâmetros específicos para os pacientes
reumatológicos. Questiono se devem ser
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
caracterizados e se haveria benefícios em
sua prática diária e deixo essa pergunta
como desafio aos especialistas da área.
Em relação aos pacientes da reumatologia podemos contribuir com nossa
experiência em controle de sintomas, que
rotineiramente fazemos procura ativa
e registro de intensidade diária (caso
internado) ou a cada consulta.
Dentre os mais frequentes, considero
dor, fadiga e dispneia como previsíveis
em pacientes reumatológicos:
• Para a dor, além da escada da OMS
para seu controle, sugiro um profundo
conhecimento dos coadjuvantes e antidepressivos para dores crônicas;
• Para a fadiga, usamos medidas de
contenção de energia, corticoides e estimulantes como o metilfenidato;
• Para dispneia, lembramos do tratamento de causas reversíveis (broncopneumonias, derrames pleural, tromboembolismos, insuficiência cardíaca)
e o uso contínuo de opiáceos naturais
como a codeína (15 a 30 mg, via oral,
comprimidos ou xarope a cada quatro
horas), a morfina (também via oral a
partir de 5mg a cada quatro oras) e a
hidromorfona.
Nossos pacientes por vezes ficam muito doentes e optamos por estar ao lado
dessas pessoas no momento de sua maior
vulnerabilidade. Devemos nos empenhar
ao máximo curando-os ou aliviando seu
sofrimento. Não raro, eles acabam por
morrer. Desejo que possamos contribuir
para identificar quando estão partindo
e cuidar também desse momento, com
a melhor qualidade de vida possível,
preferencialmente sem dor e sintomas
intoleráveis. Enquanto a vida for possível.
13
Rheuma & Ethos
Medicina paliativa: campo n
Temas sobre terminalidade da vida estão na agenda dos eventos de bioética e ganham
José Marques Filho
Membro da Comissao de Ética da Sociedade Brasileira
de Reumatologia e da Sociedade Paulista de Reumatologia.
“A filosofia trazida aqui nos ensina, página
a página, que a ‘guerra’ contra a dor e a
morte jamais pode ser considerada ‘perdida’:
em todos os estágios da vida humana há, sim,
o que ser feito, para garantir que a trajetória
dos nossos acompanhados mantenha-se digna
e amparada. Do início ao fim da vida”.
E
ssa frase do dr. Henrique Carlos Gonçalves,
então presidente do Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), encerra o texto de apresentação de uma importante
obra técnica e ética: Cuidado Paliativo.
Esse livro, considerado pioneiro em nosso país,
publicado em 2008, foi fruto do trabalho intensivo
de um grupo de profissionais que, em sua maior
parte, participou ativamente das reuniões iniciadas
por volta de 2005, sobre terminalidade da vida,
que resultou na Resolução CFM 1805/ 2006.
Essa norma, um indiscutível avanço no campo
bioético relativo aos cuidados com nossos pacientes, regulamenta o comportamento ético do
médico na seguinte condição: “Na fase terminal
de enfermidade grave e incurável, é permitido
ao médico limitar ou suspender procedimentos
e tratamentos que prolonguem a vida do doente,
garantindo-lhe os cuidados necessários para
aliviar os sintomas que levam ao sofrimento,
na perspectiva de uma assistência integral,
respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal”.
14
Neste cenário, sai de cena o conceito de “cura”
e entra o conceito de “cuidar”.
A Organizaçao Mundial da Saúde (OMS) em
2002, definiu cuidado paliativo como: “a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes
e seus familiares diante de doenças que ameaçam
a continuidade da vida, através de prevenção e
alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e
outros problemas de natureza física, psicossocial
e espiritual”.
Temas sobre terminalidade da vida estão na
agenda dos eventos de bioética e cada vez mais
ganham importância devido ao cenário atual e às
perspectivas demográficas de nossa população e,
consequentemente, de nossos pacientes.
A expectativa atual de vida dos brasileiros é de
71,3 anos para os homens e de 78,5 anos para
as mulheres. Considerando-se o aumento da expectativa de vida atual associado à diminuição da
taxa de fecundidade, o cenário que se vislumbra
no futuro é um aumento progressivo da população
acima de 65 anos. Atualmente a taxa de idosos na
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
imp
o novo e desafiador
ham
importância devido ao cenário atual e às perspectivas demográficas de nossa população
população é de 7,4%, com previsão de aumento
para 26,7% em 2060.
Na área da reumatologia o cenário não é diferente, pelo contrário, caminha no mesmo sentido.
Maiores desafios
Os extraordinários avanços no diagnóstico
e na terapêutica de nossas principais doenças,
prolongando a vida de nossos pacientes de forma
bastante significativa, nos traz outros desafios
ainda maiores do que cuidar exclusivamente de
pacientes com doenças reumáticas.
As co-morbidades e a qualidade de vida de nossos pacientes, principalmente aqueles com idades
avançadas, passaram a ser uma preocupação
adicional às que tínhamos há décadas.
A Medicina Paliativa, desde 2011, é uma área
de atuação reconhecida pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM).
Sabemos que é praticamente impossível hoje em
dia que um médico reumatologista, isoladamente,
possa cuidar de um paciente com determinada
doença reumatológica. Necessitamos, obrigatoria-
mente, do apoio de uma equipe multidisciplinar,
integrada por diversas profissões da área da saúde
e por algumas especialidades médicas.
Nesse sentido, a presença de um médico especialista em Medicina Paliativa na equipe passa a
ter, hoje em dia, enorme importância, melhorando
sobremaneira a qualidade da atenção médica aos
nossos pacientes reumatológicos.
Mas a massa crítica desses profissionais ainda
está muito abaixo do desejável.
A situação acima descrita nos obriga, enquanto
“clínico das doenças osteoarticulares”, a nos manter atualizados em relação aos avanços conceituais
que têm ocorrido na área da Medicina Paliativa,
relativamente nova dentro da medicina e já com
publicações qualificadas em nossas revistas indexadas.
A professora Maria Goretti Sales Maciel, uma
das pioneiras da Medicina Paliativa no Brasil,
define claramente a fundamental importância da
abordagem paliativa em áreas como a reumatologia: “A concomitância da abordagem paliativa
com o tratamento curativo é perfeitamente viável.
Da mesma forma, ações paliativas desenvolvidas
na fase do diagnóstico e do tratamento de uma
doença não exigem a presença de uma equipe
especializada e podem ser desenvolvidas por qualquer profissional na área da saúde. À medida que
a doença progride e o tratamento curativo perde o
poder de oferecer um controle razoável da mesma,
os cuidados paliativos crescem em significado,
surgindo como uma necessidade absoluta na fase
em que a incurabilidade se torna uma realidade”.
Nesse contexto, não poderíamos deixar de
enfatizar a importância da adequada relação
médico-paciente. A ausência dessa fundamental
relação coloca em risco todas as ações paliativas,
frustrando qualquer expectativa da equipe de
saúde de assistir ao paciente com o que há de
melhor nos avanços tecnológicos e de preservar
a dignidade do ser humano, proporcionando-lhe
apoio físico, psicossocial e espiritual.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
“
A presença de
um médico
especialista em
Medicina Paliativa
na equipe passa
a ter, hoje em
dia, enorme
importância,
melhorando
sobremaneira
a qualidade
da atenção
médica aos
nossos pacientes
reumatológicos.”
15
Rheuma & Ethos
É preciso considerar
o que o paciente tem a dizer
Clarissa Carvalho Fongaro Nars e
Daniela Lara Di Ribeiro
Psicólogas
O
conceito de cuidados paliativos
apresentado pela Organização
Mundial de Saúde propõe que, frente
ao aparecimento de uma doença que
ameace a vida, seja realizado desde o
princípio do tratamento médico um
suporte multiprofissional, dentre eles a
assistência psicológica. Deparar-se com
o adoecimento do corpo e as limitações
que a doença impõe pode suscitar angústia, que acarreta sofrimento. No entanto,
não se trata somente da doença em si,
pois antes do aparecimento desta já
existe alguém com uma história de vida.
Um sujeito, atravessado por inúmeras
questões emocionais, desejos, fantasias.
É preciso, então, considerar o que o
paciente tem a dizer, pois, independentemente dos acontecimentos decorrentes
de um tratamento médico, é possível
escolher falar de outros aspectos da
vida que não a doença. Para que a fala
apareça, é necessário ofertar um espaço
de escuta ao paciente.
O trabalho do psicólogo se inicia aí.
Todavia, consiste em ofertar escuta não
só para as implicações da doença e do
adoecer, mas também para a dimensão
subjetiva, para a singularidade de cada
paciente: suas dificuldades, seus anseios
e desejos. Assim, ficam quase imperceptíveis os limites entre um trabalho
direcionado para a escuta do fenômeno
da doença e outras problemáticas que
envolvem o cotidiano do paciente.
“Hoje eu não quero falar, tenho muita
dor, estou pior...
Por que, o que aconteceu?
16
“
O sujeito surpreendido
com a irrupção de uma
doença, seja ela crônica
ou aguda, na medida em
que consegue falar sobre
si, tem a possibilidade
de elaborar angústias e
diminuir seu sofrimento.”
Nada, está tudo igual. Só as dores aumentaram!
E o coração, ainda dói?
É, ele já não me liga mais e isso dói
muito... E tudo fica muito pior!”
O sujeito surpreendido com a irrupção de uma doença, seja ela crônica ou
aguda, na medida em que consegue falar
sobre si, tem a possibilidade de elaborar
angústias e diminuir seu sofrimento. A
partir disso, pode se posicionar e encarar
certos acontecimentos de outra maneira,
implicado com seu tratamento e de uma
forma mais ativa. Portanto, pensamos
que mudanças advindas com o acompanhamento psicológico incidem na forma
como o paciente encara seu tratamento.
Por exemplo, para além de um quadro de
dor, que muitas vezes parece limitador,
há de se pensar o que o sujeito pode fazer
com sua queixa e como transformá-la.
Cabe dizer que, assim como a ampliação do conceito de cuidados paliativos
proposto atualmente – não só pensado
em relação a pacientes terminais, mas
para melhoria da qualidade de vida
do paciente a partir do início de seu
tratamento –, o acompanhamento psicológico também pode ser pensado de
forma ampliada, na medida em que não
difere da atuação do psicólogo em outros
contextos.
Independentemente do diagnóstico, o
que importa é a história que o sujeito tem
a contar e como isso pode influenciar em
seu tratamento. Por fim, pensamos que
as mudanças que um acompanhamento
psicológico visa estão para além da cura
da doença.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
espaço do Residente
Seja residente, mas também um ser humano
Em um cotidiano intenso e estressante, é importante desenvolver
a mente em atividades paralelas para atingir o equilíbrio
*Henrique Pereira Sampaio
S
erá possível, manter um equilíbrio entre a residência
médica e a vida pessoal, sem detrimento de nenhum
dos aspectos? Acredito sim nessa possibilidade. Não é fácil,
mas possível. Porém, por que muitos de nós abrimos mão
de aspectos importantes em nossas vidas privadas, mesmo
às vezes sem percebermos?
Nós, que escolhemos a reumatologia, passamos pela
residência de clínica médica (CM) durante dois anos como
pré-requisito. Acredito ser período de extrema importância,
visto que necessitamos de um conhecimento plural para diagnósticos diferenciais de nossas enfermidades. Vide aquele
velho jargão: “Não sabe o que é, manda para o reumato”.
Após, vem a terceira prova para a entrada na residência de
reumatologia. Talvez a mais difícil de todas, pois o número
de vagas é limitado e houve aumento na procura em nossa
especialidade.
Sabemos que a residência em reumatologia requer bastante
dedicação tanto nos estudos quanto nas atividades ambulatoriais e de enfermaria. Devemos desenvolver domínios
não só na área clínica, mas também na interpretação de
resultados e métodos de exames laboratoriais, imagenologia,
procedimentos (infiltrações), farmacologia, imunologia e
ainda há a possibilidade de nos especializarmos em exames
complementares, como ultrassonografia.
Há também muitas atividades acadêmicas como aulas, discussões de artigos e reuniões anatomoclínicas, que também
somos responsáveis por elaborar. Temos que nos empenhar
a cada dia para podermos alcançar uma boa formação nesta
especialidade que, para mim, é uma das mais abrangentes e
bonitas, visto seu extenso repertório de manifestações clínicas, diagnósticos diferenciais e possibilidades terapêuticas.
Pois bem, e o que nós residentes em reumatologia devemos
estar pensando e vivenciando em pleno mês de novembro,
“
Podemos juntar o útil ao
agradável e realizar atividades
que também acrescentam em
nossa formação profissional,
tais como leitura, cursos
de idiomas e computação.”
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
principalmente os do segundo ano? Fim do ano está chegando = fim da residência está próximo = prova de título
está muito próxima = tensão + ansiedade + necessidade
de estudo, estudo, estudo... Além disso, ainda existe a insegurança em relação ao término da residência e ao início da
carreira profissional como reumatologista. Será que seremos
bons especialistas? Para onde iremos? Área de atuação: consultório, carreira universitária, pesquisa? Filiar-se à saúde
suplementar? Como montar um consultório?
Afinal, diante de tantas obrigações, cobranças e incertezas,
o que então podemos fazer para buscar esse equilíbrio e
vivenciar a residência de uma forma saudável?
Outras atividades
Podemos juntar o útil ao agradável e realizar atividades que
também acrescentam em nossa formação profissional, tais
como leitura, cursos de idiomas e computação. Atividades
como tocar um instrumento musical ou apreciar uma boa
música, além de serem um verdadeiro hobby, são muito prazerosas e estimulam outras áreas do cérebro, ajudando-nos a
desenvolver novas habilidades, como melhora da percepção
sensitiva, memória, concentração e de comunicação, habilidades estas essenciais para uma boa relação médico-paciente.
Segundo Howard Gardner, psicólogo cognitivo e educacional
ligado à universidade de Harvard, a inteligência musical é
uma das sete em sua “teoria das múltiplas inteligências”.
A prática de uma atividade física regular, além das caminhadas no parque aos domingos, também leva ao bem estar
biopsicossocial. Cinema, teatro e, por que não, um barzinho
de vez em quando, também fazem parte do repertório que
podemos e devemos usufruir para alcançarmos o tão desejado
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Enfim, não podemos esquecer que nossa vida não se baseia
apenas em trabalho, reconhecimento profissional e financeiro.
Sem dúvida isso é muito importante e deve fazer parte de
nossos objetivos, estimulando-nos a sermos melhores especialistas. Devemos cuidar também de nossa vida pessoal, da
saúde física, mental e emocional para, assim, alcançarmos o
equilíbrio. Com isso, tornamo-nos melhores profissionais e,
o mais importante, melhores seres humanos.
*Residente do 2º ano em Reumatologia Hospital do Servidor Público Estadual/FMO-SP
17
Hits da Reumatologia
.............
.............
The Impact of TNF-inhibitors on radiographic
progression in Ankylosing Spondylitis.
Multimodal imaging in systemic lupus
erythematosus patients with diffuse
neuropsychiatric involvement.
Haroon N, Inman RD, Learch TJ, Weisman MH, Lee M, Rahbar
MH, Ward MM, Reveille JD, Gensler LS. Arthritis Rheum. 2013
Jul 1. doi: 10.1002/art.38070. [Epub ahead of print]
A introdução dos medicamentos inibidores do TNF alfa
(anti-TNF) melhorou acentuadamente os sintomas dos pacientes com espondilite anquilosante (EA), entretanto não se
demonstrou uma redução da progressão do dano radiográfico.
É sob esse prisma que os autores organizaram uma coorte
prospectiva de pacientes com EA, em uso de terapia padrão
(anti-TNF ou anti-inflamatórios não esteroidais - AINES),
e investigaram a evolução do dano radiográfico por meio
do uso do modified Stokes Ankylosing Spondylitis Spine
Score (mSASSS), por um período mínimo de 1,5 ano entre
as radiografias.
Observou-se que o uso de anti-TNF estava associado a
uma redução na progressão radiográfica, especialmente naqueles com início precoce da medicação e uso por período
prolongado. Outros aspectos importantes foram a associação
do tabagismo com a progressão radiográfica e a ausência de
demonstração de benefício dos AINES como modificador
de doença.
Em suma, esse é um estudo que abre novas discussões no
“mundo espondilítico”.
.............
Therapies for Active Rheumatoid Arthritis
after Methotrexate Failure
O’Dell JR, Mikuls TR, Taylor TH, Ahluwalia V, Brophy M,
Warren SR, Lew RA, Cannella AC, Kunkel G, Phibbs CS, Anis
AH, Leatherman S, Keystone E; CSP 551 RACAT Investigators.
N Engl J Med. 2013 Jul 25; 369(4):307-18.
Poucos estudos clínicos cegos têm comparado a terapia
combinada de DMARDs sintéticos com os medicamentos biológicos. Esse foi um ensaio clínico randomizado, duplo-cego,
conduzido por 48 semanas em 353 pacientes, cujo objetivo
era avaliar a não inferioridade da tripla terapia de DMARDs
sintéticos (metotrexato, sulfassalazina e hidroxicloroquina) em
comparação ao uso de etanercepte e metotrexato. O estudo
demonstrou que o uso da terapia tripla não foi inferior ao esquema com uso de combinação com medicamento biológico.
Esse dado permite o retorno de uma possibilidade já utilizada
na prática clínica do passado; o uso do esquema tríplice de
DMARDs sintéticos antes do acréscimo de biológicos, que
pode ser uma terapia mais custo-efetiva, principalmente no
contexto do Sistema Único de Saúde.
18
Zivadinov R, Shucard JL, Hussein S, Durfee J, Cox JL,
Bergsland N, Dwyer MG, Benedict RHB, Ambrus J, Shucard
DW. Lupus 2013: 22; 675–683.
O sistema nervoso central pode ser acometido no lúpus
eritematoso sistêmico (LES), mas pouco se sabe sobre a patogênese das manifestações neuropsiquiátricas. Neste estudo,
26 pacientes com LES e comprometimento neuropsiquiátrico
difuso foram avaliados através de técnicas de ressonância
magnética (RM) cerebral, convencionais e não convencionais, e os achados foram comparados com os de 36 controles
normais pareados por sexo e idade. Em conclusão, o estudo
demonstrou que o uso de uma abordagem multimodal de RM
foi capaz de detectar anormalidades neste grupo de pacientes
como atrofia central e cortical e danos teciduais microscópicos na substância branca aparentemente normal que podem
indicar redução da densidade axonal.
.............
Antineutrophil cytoplasmic
antibody-associated vasculitides:
is it time to split up the group?
Millet A, Pederzoli-Ribeil M, Guillevin L, Witko-Sarsat V,
Mouthon L. Ann Rheum Dis 2013;72:1273–1279.
Existem três entidades clínicas associadas aos anticorpos
anticitoplasma de neutrófilos (ANCA): granulomatose com
poliangiíte (GP), granulomatose eosinofílica (GE) e poliangiíte microscópica (PM). O padrão c-ANCA se deve a
anticorpos contra a proteinase-3 (PR3) e são considerados
marcadores da GP, enquanto o padrão p-ANCA, a anticorpos
contra a mieloperoxidase (MPO) e estão presentes na GE e na
PM. Estudos recentes confirmam uma contribuição genética
na patogênese dessas vasculites com significante associação
do ANCA-PR3 com o HLA-DP e com genes que codificam
a α1-antitripsina e PR3 e do ANCA-MPO com o HLA-DQ.
Nesse artigo de revisão os autores discutem aspectos clínicos,
epidemiológicos e genéticos, concluindo que essas podem
ser entidades distintas e que as estratégias para o tratamento
devem ser estudadas separadamente.
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Primeira fila
Baixa densidade mineral óssea e maiores níveis
de paratormônio: preditores independentes de
mortalidade em indivíduos idosos da comunidade.
São Paulo Ageing & Health Study (SPAH)
Diogo Domiciano, Luana G Machado, Jaqueline B Lopes,
Camille P Figueiredo, Valéria Caparbo, Liliam Takayama, Rosa MR Pereira
Estudos prévios apontaram uma relação entre osteoporose e mortalidade. Além disso,
hiperparatiroidismo secundário tem sido associado à maior risco de morte em idosos com
fragilidade e fratura de quadril.
Trabalho prospectivo de base populacional com idosos da comunidade, desenvolvido pela
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), investigou a associação
entre parâmetros do metabolismo ósseo, incluindo níveis de paratormônio (PTH), cálcio,
25-OH Vitamina D e densidade mineral óssea (DMO), e mortalidade.
Foram avaliados 839 indivíduos da comunidade (516 mulheres e 323 homens), com
idade acima de 65 anos. Foi realizada pesquisa através de questionário com avaliação de
dados clínicos (incluindo entecedente de fraturas e eventos cardiovasculares), exames laboratoriais (25-OH Vitamina D, PTH intacto, cálcio total, fósforo e creatinina) e medida
da DMO (DXA coluna lombar e fêmur proximal).
Após uma média 4,3 anos de acompanhamento, houve 132 (15,7%) óbitos, dos quais
57 (43,2%) tiveram causas cardiovasculares. A análise de Cox demonstrou que idade (HR:
1,32 IC 95%: 1,13-1,55, P=0,001, para cada aumento de 5 anos), sexo masculino (HR:
1,90 IC 95%: 1,30-2,79, P=0,001), quedas recorrentes (≥2) no último ano (HR: 1,65 IC
95%: 1,06-2,56, P=0,026), diabetes mellitus (HR: 2,17 IC 95%: 1,46-3,21, P<0,001),
baixo grau de atividade física (HR: 1,78 IC 95%: 1,14-2,79, P=0,011), evento cardiovascular prévio (HR: 1,76 IC 95%: 1,18-2,63, P=0,006), DMO fêmur total (HR: 1,41
IC 95%: 1,15-1,72, P =0,001, para cada redução 1DP) e PTH (HR: 1,06 IC 95% 1,041,08, P<0,001, para cada aumento de 10pg/ml) foram independentemente associados
à mortalidade por qualquer causa. Indivíduos no quartil mais elevado de PTH (>49pg/
mL) apresentaram maior risco de morte cardiovascular (HR 3,09, IC 95%: 1,36-6,99,
P=0,007) em comparação com indivíduos no quartil mais baixo (<26pg/mL).
Os autores concluem que baixa DMO e maiores níveis de PTH foram preditores de mortalidade em idosos brasileiros da comunidade. Estes resultados reforçam a importância da
avaliação desses parâmetros para o adequado manejo dessa população na prática clínica.
Disciplina de Reumatologia, Laboratório de Metabolismo Ósseo,
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
19
Coluna Seda
Aspectos reumatológicos
na arte brasileira - III
Hilton Seda
A
Dedicado à dra. Francinne Machado Ribeiro
lém das alterações observadas nas
mãos, também foi possível identificá-las nos pés em algumas obras de
arte brasileira. Na tela de Albert Eckout,
“Tipo brasileiro”, há nítidas deformidades nos pés da figura representada: pé
plano, arco anterior achatado e hallux
varus(1) (fig. 1). Albert Eckout nasceu
em Gronigen, Holanda, possivelmente
em 1610 e faleceu em 1665. Veio para o
Brasil em 1637, aqui permanecendo até
1644, a convite de Maurício de Nassau,
conde de Nassau (1604-1679), que governou a colônia holandesa no nordeste
do Brasil exatamente por todo esse período. Ao voltar para a Europa, Eckout
fixou-se em Dresden, na Alemanha. Sua
obra prima – “Dança Tapuia” – está no
Museu Nacional da Dinamarca, assim
como os oito grandes retratos, de corpo
inteiro, de habitantes brasileiros e as 12
naturezas mortas com frutas tropicais.
Esses quadros foram presenteados ao
soberano da Dinamarca Frederico III
pelo Conde de Nassau(2).
Em uma das obras-primas de Manuel
Inácio da Costa, intitulada “Senhor da
Coluna”(1) (fig. 2), observa-se nitidamente pé plano e dedos em martelo. Manuel
Inácio da Costa nasceu em Salvador,
na Bahia, mas há dúvidas quanto ao
ano, possivelmente 1763. Morreu nessa
mesma cidade em 1857. Foi um escultor
muito ativo em seu estado, sendo considerado o mais notável de seu tempo.
Documentação a seu respeito é muito
escassa. Outra obra de sua autoria muito
significativa é “Imagem do Senhor da
Pedra Fria”.
Jean Baptiste Debret nasceu em Paris
em 1768 e faleceu em 1848. Veio para o
Brasil com a Missão Francesa que chegou ao Rio de Janeiro em 26 de março
de 1816, chefiada por Joaquim Lebreton.
Essa missão foi oficializada pela Carta
Régia de D. João VI, datada de 12 de
agosto desse mesmo ano. Debret era
primo do grande pintor francês Jacques
Louis David (1748-1825). Em 1785
matriculou-se na Academia de Belas
Artes de Paris. Em 1791 conquistou o
segundo Prêmio de Roma com a tela
“Régulo voltando a Cartago”. Viveu
no Brasil até 1831, quando retornou à
França. Organizou a primeira exposição
pública de artes no Brasil, em dezembro
de 1829 na Imperial Academia. Não foi
considerado um grande pintor, mas suas
quase 350 litografias coloridas que ilustram sua obra “Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil”, e formam um retrato da
Fig. 3
Fig. 1
Fig. 2
20
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
Fig. 4
Fig. 3
sociedade brasileira à época, deram-lhe
grande prestígio(2,3). Entre essas litografias, há algumas, como “Pobres tropeiros
de Minas” (fig. 3), “Lojas de Sapateiro”
(fig.4) e “Costumes do Brasil” (fig.5),
nas quais se observam deformidades
dos pés como pé plano, arco transverso
plano, hallux varus, dedos em martelo,
tanto em homens como mulheres.
Cifose em um velho pode ser observada no óleo “Óbolo de Viúva” de João
Zeferino da Costa, que está no Museu
Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. João Zeferino nasceu no Rio de
Janeiro em 1840, onde faleceu em 1916.
Matriculou-se aos 17 anos na Academia
Imperial de Belas Artes, onde permane-
ceu por 11 anos. Conquistou sucessivas
menções e medalhas, inclusive de ouro, e
o Prêmio Viagem à Europa. Estudou em
Roma, na Academia São Lucas. Regressou ao Brasil em 1877 para lecionar. Foi
discípulo de Vitor Meireles. Dedicou-se
mais à pintura histórica. Tem importantes painéis na Igreja da Candelária do
Rio de Janeiro(2).
Referências
Arte no Brasil, 2 volumes, Abril Cultural,
São Paulo, 1979.
2
Wikipédia, a Enciclopédia livre.
3
Bandeira J, Xexéo PMC, Conduru R:
A Missão Francesa, Editora Sextante Artes,
Rio de Janeiro, 2003.
4
Museus Castro Maya, Agir, Rio de Janeiro,
1994.
1
2
Fig. 5
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
21
Além da Reumatologia
Estudo da mente
para enriquecer
trabalho médico
A reumatologista
Adriana enveredou
também pela psicanálise
em prol dos pacientes
Reumatologia e psicanálise juntaram-se em
especialização dupla para beneficiar pacientes
U
m mestrado, feito de 1998 a 2001,
encaminhou a reumatologista
Adriana Bezerra d’Amorim a um novo, e
paralelo, campo de atuação em sua vida
profissional: o estudo da mente. Médica
desde 1994, pela Universidade Federal
de Pernambuco, Adriana concluiu residência no Hospital do Servidor Público
Estadual de São Paulo em 1998, e foi
justamente nesse ano que decide fazer
o mestrado envolvendo o tema da qualidade de vida em pacientes com doenças
reumáticas.
Para o trabalho, Adriana lidou com
análise de saúde mental, o que a atraiu
profundamente para o campo. Tanto que,
em 2004, ela começou os estudos em
Psicanálise: “Frequentei vários cursos e
o principal durou quatro anos. Foi realizado em uma instituição de referência
em São Paulo”, conta Adriana. Essa
formação, diz ela, foi aliada a um longo
tempo de análise pessoal, “que é necessária para a formação de um analista”.
Tais esforços culminaram, em 2008,
com a atuação paralela que ela leva até
hoje, em seu consultório médico em
Reumatologia e Psicanálise, em São
Paulo, capital.
Adriana explica que há uma clara
conexão entre essas duas áreas: “Ainda
em 2008, propus que o atendimento a
grupos de pacientes com fibromialgia
incluísse o método da Psicanálise”, lembra, explicando que esse trabalho incluía
encontros semanais, chamados “Porta
de Entrada”, com atendimento de um
enfermeiro ou psicólogo. Posteriormente, o grupo era encaminhado para uma
psicoterapia. “Um grupo terapêutico
que inclui o método da psicanálise é um
22
processo raro para tratar a fibromialgia”,
diz Adriana.
Além do comportamento
Segundo Adriana, o sofrimento vem
com os processos do inconsciente e da
defesa alavancada pelo paciente. Ou seja,
não é avaliar o seu comportamento, pois
este é influenciado pelo que está por trás,
as tendências inconscientes. Trata-se de
revelar um enigma que vem do interior
do paciente, diz Adriana. “Os processos
de tratamento pela reumatologia e pela
psicanálise são distintos, mas ambos têm
seus efeitos”, acrescenta.
Adriana acha interessante observar
que essa busca de aproximar-se do que
está por detrás do discurso do paciente
seria bom para qualquer especialização
médica: “É um processo possível para
qualquer médico e traz muito benefícios
à sua prática”, enfatiza, ressaltando que
não é necessário virar psicanalista, “mas
estudar os fenômenos do inconsciente
humano pode ajudar o médico a compreender melhor os processos de saúde
e doença de seus pacientes.”
Adriana é casada, tem um filho de 9
anos, e um dia a dia bastante atarefado.
Nunca dorme antes da meia-noite. Para
espairecer, gosta de sair com os amigos.
“Costumo fazer caminhadas também e
é do que mais gosto: andar pela cidade
com a família e os amigos”.
“Os processos de
tratamento pela
reumatologia e
pela psicanálise são
distintos, mas ambos
têm seus efeitos.”
H
ou
ta
ca
(d
la
ad
do
co
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de
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de
o
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Re
Fin
BOLETIM DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA • out/nov/dez/2013
A
C
0
w
Anu 21x29
HUMIRA,
10
6
1-3
ANOS DE DADOS DE EFICÁCI
EFICÁCIA1-3
12
INDICAÇÕES
APROVADAS
NO BRASI
BRASIL 1-3
23.000
MAIS DE
PACIENTES
EM ESTUDOS
CLÍNICOS
GLOBAIS 1-3
71
ANOS DE
EXPERIÊNCIA
EM ENSAIOS
CLÍNICOS1-3
ENSAIOS CLÍNICOS PUBLICADOS
NA MAIOR BASE DE DADOS
SOBRE INDICAÇÃO-CRUZADA
EM SEGURANÇA DE UM ANTI-TNF 1-3
1
HUMIRA® (adalimumabe) – MS: 1.0553.0294. Indicações: Artrite reumatóide, Artrite psoriásica, Espondilite Anquilosante, Doença de Crohn, Psoríase em placas, Artrite Idiopática Juvenil Poliarticular. Contraindicações: pacientes com conhecida hipersensibilidade ao adalimumabe
ou quaisquer componentes da fórmula do produto. Advertências e Precauções: Infecções: foram relatadas infecções graves devido a bactérias, micobactérias, fungos, vírus, parasitas ou outras infecções oportunistas. Pacientes que desenvolvem uma infecção fúngica grave são
também advertidos a interromper o uso de bloqueadores de TNF até que a infecção seja controlada. O tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado ou continuado em pacientes com infecções ativas, até que as infecções estejam controladas. Recomenda-se
cautela ao uso em pacientes com histórico de infecções de repetição ou com doença de base que possa predispor o paciente a infecções. Tuberculose: foram relatados casos de tuberculose incluindo reativação e nova manifestação de tuberculose pulmonar e extrapulmonar
(disseminada). . Antes de iniciar o tratamento todos os pacientes devem ser avaliados quanto à presença de tuberculose ativa ou inativa (latente).Se a tuberculose ativa for diagnosticada, o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) não deve ser iniciado. Se for diagnosticada tuberculose
latente, o tratamento apropriado deve ser iniciado com profilaxia antituberculose. Reativação da Hepatite B: o uso de inibidores de TNF foi associado à reativação do vírus da hepatite B (HBV) em pacientes portadores crônicos deste vírus podendo ser fatal. Deve-se ter cautela ao
administrar inibidores de TNF em pacientes portadores do vírus da hepatite B. Eventos neurológicos: com exacerbação de sintomas e/ou evidência radiológica de doença desmielinizante, Deve-se ter cautela ao considerar o uso de HUMIRA® (adalimumabe) em pacientes com
doenças desmielinizantes do sistema nervoso periférico ou central. Malignidades: foi observado maior número de casos de linfoma entre os pacientes que receberam antagonistas de TNF. Malignidades, algumas fatais, foram relatadas entre crianças e adolescentes que foram tratados
com agentes bloqueadores de TNF. A maioria dos pacientes estava tomando concomitantemente imunossupressores. Casos muito raros de linfoma hepatoesplênico de células T, foram identificados em pacientes recebendo adalimumabe. O risco potencial com a combinação de
azatioprina ou 6-mercaptopurina e HUMIRA® (adalimumabe) deve ser cuidadosamente considerado. Alergia: durante estudos clínicos, reações alérgicas graves foram relatadas incluindo reação anafilática. Se uma reação anafilática ou outra reação alérgica grave ocorrer, a administração
de HUMIRA® (adalimumabe) deve ser interrompida imediatamente e deve-se iniciar o tratamento apropriado. Eventos hematológicos: raros relatos de pancitopenia, incluindo anemia aplástica. A descontinuação da terapia deve ser considerada em pacientes com anormalidades
hematológicas significativas confirmadas. Insuficiência cardíaca congestiva: Casos de piora da ICC também foram relatados Processos autoimunes: pode ocorrer a formação de anticorpos autoimunes. Se um paciente desenvolver sintomas que sugiram síndrome Lúpus símile, o
tratamento deve ser descontinuado. Uso em idosos: a frequência de infecções graves entre pacientes com mais de 65 anos de idade tratados com HUMIRA® (adalimumabe) foi maior do que para os sujeitos com menos de 65 anos de idade. Deve-se ter cautela quando do tratamento
de pacientes idosos. Uso na gravidez: este medicamento só deve ser usado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os benefícios potenciais claramente justificarem os possíveis riscos ao feto. Mulheres em idade reprodutiva devem ser advertidas a não engravidar durante
o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe). A administração de vacinas vivas em recém-nascidos expostos ao adalimumabe no útero não é recomendada por 05 meses após a última injeção de adalimumabe da mãe durante a gravidez. Este medicamento não deve ser utilizado por
mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Uso na lactação: recomenda-se decidir entre descontinuar o tratamento com HUMIRA® (adalimumabe) ou interromper o aleitamento, levando em conta a importância do medicamento para a mãe. O aleitamento não
é recomendado por pelo menos 05 meses após a última administração de HUMIRA® (adalimumabe). Interações Medicamentosas: Metotrexato: não há necessidade de ajuste de doses de nenhum dos dois medicamentos. Outras: o uso concomitante de HUMIRA® (adalimumabe)
e outros DMARDs (por exemplo, anacinra e abatacepte) não é recomendado. Vacinas vivas não devem ser administradas concomitantemente a HUMIRA® (adalimumabe). Não foram observadas interações com DMARDs (sulfassalazina, hidroxicloroquina, leflunomida e ouro parenteral),
glicocorticóides, salicilatos, antiinflamatórios não esteroidais ou analgésicos. Reações Adversas: infecções no trato respiratório, leucopenia, anemia, aumento de lipídeos, dor de cabeça, dor abdominal, náusea, vômito, elevação de enzimas hepáticas, rash, dor músculo-esquelética,
reação no local da injeção, infecções, neoplasia benigna , câncer de pele não melanoma, trombocitopenia, leucocitose, hipersensibilidade e alergia, urticária, insuficiência renal, alterações da coagulação e distúrbios hemorrágicos, teste para autoanticorpos positivo, linfoma, neoplasia de
órgãos sólidos, melanoma, púrpura trombocitopênica idiopática, arritmia, insuficiência cardíaca congestiva, oclusão arterial vascular, tromboflebite, aneurisma aórtico, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumopatia intersticial, pneumonite, pancreatite, aumento da bilirrubina, esteatose
hepática, rabdomiólise, lúpus eritematoso sistêmico, pancitopenia, esclerose múltipla, parada cardíaca, cicatrização prejudicada. Reações adversas de pós comercialização: diverticulite, linfoma hepatoesplênico de células T, leucemia, carcinoma de células de Merkel (carcinoma
neuroendócrino cutâneo), anafilaxia, sarcoidose, doenças desmielinizantes, acidente vascular cerebral, embolismo pulmonar, derrame pleural, fibrose pulmonar, perfuração intestinal, reativação da hepatite B, insuficiência hepática, vasculite cutânea, síndrome de Stevens-Johnson,
angioedema, novo aparecimento ou piora da psoríase; eritema multiforme, alopecia, síndrome lúpus símile, infarto do miocárdio, febre. Posologia: Artrite Reumatóide, Artrite Psoriásica, Espondilite Anquilosante: a dose para pacientes adultos é de 40 mg, administrados em dose única
por via subcutânea, a cada 14 dias. Doença de Crohn: início do tratamento – Semana 0: 160 mg por via subcutânea ; Semana 2: 80 mg; Manutenção do tratamento: a partir da Semana 4, 40 mg a cada 14 dias. Psoríase: para pacientes adultos é de uma dose inicial de 80 mg
por via subcutânea, seguida de doses de 40 mg administradas em semanas alternadas, começando na semana seguinte à dose inicial. Artrite idiopática juvenil poliarticular: para pacientes com idade superior a 13 anos é de 40 mg solução injetável, administrados em dose única por
via subcutânea, a cada 14 dias. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registrado por: Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.- Rua Michigan, 735 – São Paulo – SP - CNPJ: 56.998.701/0001-16. ABBOTT CENTER: 0800 703 1050.
Assim como observado com outros antagonistas de TNF, foram relatados casos de tuberculose associados ao Humira® (adalimumabe). A administração
concomitante de antagonistas de TNF e abatacept tem sido associada a aumento do risco de infecções, incluindo infecções sérias, quando comparada a
antagonistas de TNF isolado.
Referências: 1. Burmester GR et al. Ann Rheum Dis 2012. doi:10.1136/annrheumdis-2011-201244. 2. Bula do produto HUMIRA® (adalimumabe). 3. Keystone E, Van der Heijde D, Kavanaugh A, et al. Effective Disease Control Following Up to 10 Years of Treatment with Adalimumab in Patients with Long-Standing Rheumatoid Arthritis and an Inadequate Response to Methotrexate:
Final 10 -Year Results of the DE019 Trial. Ann Rhe um Dis 2012;71(Suppl3):513.
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