UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
Arthur Arimori
João Cunha Braga Netto
Rodrigo Inácio de Lima
A INFLUÊNCIA DA CRIOTERAPIA NA REMOÇÃO
DO LACTATO SANGUÍNEO E RECUPERAÇÃO
DO ORGANISMO
Laboratório de Análise do Esforço Físico - Lins
LINS-SP
2010
ARTHUR ARIMORI
JOÃO CUNHA BRAGA NETTO
RODRIGO INÁCIO DE LIMA
A INFLUÊNCIA DA CRIOTERAPIA NA REMOÇÃO DO LACTATO
SANGUÍNEO E RECUPERAÇÃO DO ORGANISMO
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à Banca examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Educação Física sob
a orientação da Prof.ª Esp. Gisele de
Barros Silva e orientação técnica da
Profª Esp. Ana Beatriz de Lima.
LINS-SP
2010
N196a
Arimori, Arthur; Neto, João Cunha Braga; Lima, Rodrigo Inácio
A influência da crioterapia na remoção do lactato sanguíneo e
recuperação do organismo / Arimori, Arthur; Neto, João Cunha Braga;
Lima, Rodrigo Inácio. – – Lins, 2010.
41p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação
Física, 2010.
Orientadores: Giseli de Barros Silva; Ana Beatriz Lima.
1. Crioterapia. 2. Recuperação do organismo. 3.Lactato. I Título.
CDU 796
ARTHUR ARIMORI
JOÃO CUNHA BRAGA NETTO
RODRIGO INÁCIO DE LIMA
A INFLUÊNCIA DA CRIOTERAPIA NA REMOÇÃO DO LACTATO
SANGUÍNEO E RECUPERAÇÃO DO ORGANISMO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física.
Aprovada em: ____/____/_______.
Profº Orientador: Gisele de Barros Silva
Titulação: Especialista em Fisiologia do Exercício
Assinatura: _____________________________
1º Prof (a): _____________________________________________________
Titulação:______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
2º Prof (a): _____________________________________________________
Titulação:______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: _____________________________
DEDICATÓRIA
Para que nossa vida tenha um caminho menos difícil é fundamental ter
pessoas que nos ajude, auxilie e nos motive a enfrentar os obstáculos. Então hoje
não poderia deixar de dedicar este trabalho a todos que contribuíram para que
meu caminho torna-se menos difícil, familiares, amigos, voluntários, professores
e a DEUS.
RODRIGO INÁCIO DE LIMA
Dedico este trabalho, a minha família pelos esforços, luta e motivação, a
minha namorada que me apoiou durante este período de faculdade e aos meus
alunos que fizeram parte da minha trajetória. A meus parceiros de monografia
“Tui” e ”Ronaldinho” e todos os voluntários.
JOÃO CUNHA BRAGA NETTO
Dedico este trabalho de conclusão a minha mãe Beatriz, pelo carinho,
apoio e por acreditar em meu potencial, nesse momento especial em minha
vida. A meus irmãos Gustavo e Guilherme, que fizeram parte de minha
trajetória. A meus amigos, aqueles que estiveram ao meu lado nos momentos de
confraternizações. A minha namorada Fernanda que muito me apoiou nesse
período final de faculdade. A Meus parceiros de monografia “Jãozim” e
“Ronaldinho”, esses caras foram essenciais para esse trabalho, sem eles essa
dedicatória não seria escrita.
ARTHUR ARIMORI
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus e a todos os nossos familiares que
esteve presente quando precisamos. Agradecemos também aos nossos amigos e
colegas de turma, os voluntários, as nossas namoradas que nos agüentaram
durante este período. Não poderíamos deixar de agradecer também os
funcionários da instituição especialmente os professores e as nossas
orientadoras Gisele e Bia que esteve junto a nós nesta reta final. A todos muito
obrigado.
ARTHUR ARIMORI
JOÃO CUNHA BRAGA NETTO
RODRIGO INÁCIO DE LIMA
RESUMO
A crioterapia é uma que técnica vem sendo muito utilizada para
recuperação o organismo após treinamento físico, e também no tratamento de
lesões musculares. Possui boa aplicação prática, mas, pouco material
publicado e disponível que comprove seus benefícios. Sua técnica utiliza o frio
para reduzir a temperatura corpórea e por conseqüência provoca algumas
alterações fisiológicas como a vaso constrição periférica no local de aplicação.
Diante do pressuposto, o objetivo deste estudo foi o de verificar a influência da
crioterapia sobre a recuperação do organismo. Para isto foi analisado o efeito
que a crioterapia tem sobre a taxa de remoção de lactato e sobre a
performance comparando-a com o descanso ativo e o descanso passivo.
Nestas condições foram selecionados para o estudo (30) trinta voluntários do
gênero masculino todos fisicamente ativos com idade entre 18 e 26 anos,
divididos em três grupos. Todos voluntários foram avaliados no que diz
respeito à composição corporal, antropometria e submetidos a uma atividade
pliométrica e a um bloco do protocolo de Tabata, tendo estas atividades como
principal objetivo, de trazer dano ao tecido muscular e provocar o aumento de
lactato na corrente sanguínea. Após as avaliações e os dados coletados,
utilizou-se para comparação dos dados a analise de variância de dois
caminhos, (ANOVA two way) seguido do teste de Post Hoc de Tukey. No que
diz respeito ao lactato, a taxa de remoção apontaram diferenças significativas
P≤0,05 entre os grupos, com maior eficiência do descanso ativo seguido pela
crioterapia e o descanso passivo. Na análise da performance do Jump test, no
primeiro salto e após 24 horas foi observado diferenças significativas P≤0,05
entre o primeiro e segundo salto, tendo um declínio estatisticamente
significante da performance nos três grupos avaliados. Considerando os
resultados obtidos, é possível dizer que a crioterapia não demonstrou ser
diferente em comparação ao grupo passivo e ativo, quando relacionado à
recuperação do organismo, na associação feita através do teste de salto
vertical, o qual foi realizado antes do protocolo de teste, e realizado
novamente após 24 horas.
Palavras-chave: Crioterapia. Recuperação do organismo. Lactato sanguíneo.
ABSTRACT
Cryotherapy is a technique that has been widely used for body recovery after
physical training, and also to treat muscle injuries. It has good practical
application, but little published material available to prove its benefits. The
technique uses cold to reduce body temperature and therefore causes some
physiological changes such as peripheral vasoconstriction at the injection
site. Given the assumption, the objective of this study was to examine the
influence of cryotherapy on the recovery of the organism. For this, it was
investigated the effect that cryotherapy has on the rate of lactate removal and
on performance by comparing it with the rest active and passive rest. In these
conditions were selected for the study (30) thirty male subjects physically
active all aged between 18 and 26 years, divided into three groups. All
volunteers were evaluated with regard to body composition, anthropometry,
and subjected to a plyometric activity and a block of Tabata protocol, and
these activities as the main objective of causing damage to muscle tissue and
cause the increase of lactate in the bloodstream. After the evaluations and
data collected was used to compare data to analysis of variance of two ways
(ANOVA Two Way) test followed by the Post Hoc Tukey’s. As far as the
lactate, the removal rate showed significant differences P ≤ 0.05 between
groups, with higher efficiency of active rest followed by cryotherapy and the
rest liability. In the analyze of the performance of the Jump test, in the first
jump and after 24 hours was observed significant differences P ≤ 0.05 between
the first and second jump, with a statistically significant decline in performance
in the three groups. Considering these results, it is possible to say that
cryotherapy it was not different compared to the passive and active group,
when related to recovery of the organism in the association made by the jump
test, which was performed before the test protocol, and held again after 24
hours.
Keywords: Cryotherapy. Organism Recovery. Blood lactate.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Característica dos sujeitos ............................................................ 29
Tabela 2: Concentrações de lactato .............................................................. 29
Tabela 3: Comparação dos valores da performance do Jump Test entre os
grupos (GP), (GA) e (GC) e entre o (JT1) e (JT2) ........................................ 30
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATP – Adenosina Trifosfato
CR – Contração Rápida
FC – Freqüência Cardíaca
LAEF – Laboratório de Análise do Esforço Físico
LAer – Limiar Aeróbio
LFR – Lactato Após Recuperação
LFT – Lactato Final Tabata
LR – Lactato Repouso
L5` – Lactato Após 5 Minutos
GA – Grupo Ativo
GC – grupo Crioterapia
GP – Grupo Passivo
JT1 – Jump Test 1
JT2 – Jump Test 2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................. 10
1
CONCEITOS PRELIMINARES............................................................. 12
1.1
Crioterapia ............................................................................................ 12
1.1.2 Respostas fisiológicas da Crioterapia .................................................. 13
1.1.3 Benefícios da Crioterapia ..................................................................... 13
1.2
Lactato: Produção e remoção .............................................................. 14
1.2.1 Influencia do lactato sanguíneo no músculo ........................................ 17
1.3
Pliometria ............................................................................................. 18
1.3.1 Princípio do treinamento de pliometria ................................................ 18
1.3.2 Influência do treinamento de pliometria ............................................... 19
1.4
Recuperação após o exercício ............................................................ 20
1.5
Composição corporal ........................................................................... 21
2
CAUSUÍSTICAS E MÉTODOS ............................................................ 23
2.1
Condição ambiental ............................................................................. 23
2.2
Sujeitos ................................................................................................ 24
2.3
Material ................................................................................................ 24
2.4
Testes .................................................................................................. 25
2.4.1 Medidas antropométricas .................................................................... 25
2.4.2 Composição corporal ........................................................................... 25
2.4.3 Pliometria ............................................................................................. 25
2.4.4 Tabata .................................................................................................. 26
2.4.5 Jump Test ............................................................................................ 26
2.4.6 Coleta e análise do lactato sanguíneo ................................................. 27
2.5
Procedimentos ..................................................................................... 27
2.5.1 Recuperação passiva .......................................................................... 28
2.5.2 Recuperação ativa ............................................................................... 28
2.5.3 Recuperação crioterapia ...................................................................... 28
2.6
Análise estatística .............................................................................. 29
3
RESULTADOS .................................................................................... 29
4
DISCUSSÃO ........................................................................................ 30
5
CONCLUSÃO ...................................................................................... 34
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 35
APÊNDICE ..................................................................................................... 40
10
1
INTRODUÇÃO
A pesquisa cientifica busca cada vez mais melhorar a performance de
quem prática atividade física ou participa de algum treinamento esportivo,
explorando cada fase de treinamento com o objetivo de alcançar melhores
resultados.
Segundo De La Rosa; Farto, (2007), a relação entre todos os fatores de
treinamento cria um sistema de integração e dependência entre os
componentes.
Um dos componentes de integração deste sistema é a recuperação
pós-treino que tem como objetivo trazer o organismo ao estado de
homeostasia, recuperando o dano e a função muscular, junto com a remoção
de produtos metabólicos com o lactato sanguíneo. De acordo com Pastre et al
(2009), a recuperação pós-exercício consiste em restaurar os sistemas do
corpo a sua condição basal, proporcionando equilíbrio e prevenindo a
instalação de lesões e, nesse sentido, torna-se aspecto importante de todo
programa de condicionamento físico, em quaisquer níveis de desempenho,
mas, sobretudo nos mais elevados.
Existem
dois
tipos
de
intervalos
ou
descansos
usados
nos
treinamentos, são chamados de passivos e ativos. O descanso passivo ocorre
quando o treinamento é totalmente interrompido e o descanso ativo acontece
quando em um intervalo o atleta não para totalmente e mantém uma atividade,
como por exemplo, um trote lento ou uma caminhada.
O descanso ativo pode ser considerado um descanso mais eficiente
frente às exigências de uma prova de longa duração aumentando a circulação
sanguínea e reparando as microlesões prevenindo assim possíveis lesões
(FERREIRA, 2003).
A recuperação do organismo após treino também pode englobar outras
técnicas, como a massagem e a crioterapia.
A crioterapia é uma técnica que utiliza o frio para potencializar a
recuperação do organismo após atividade física com a aplicação de gelo,
utilização de câmara fria ou imersão em água gelada com objetivo de diminuir
a temperatura corpórea. De acordo com Fonseca (2009), a utilização de gelo
11
para curar inflamações e problemas médicos no geral é uma prática milenar, e
já era adotada por gregos e romanos, que aproveitavam o gelo natural para
tratar os pacientes. Nos dias de hoje, o processo evoluiu, e a técnica
conhecida como crioterapia ganha cada vez mais espaço no processo de
recuperação do atleta.
A crioterapia vem sendo muito utilizado na recuperação pós-treino em
atletas, como, jogadores de futebol, lutadores e triatletas, tendo boa aplicação
prática, mas pouco acervo publicado e disponível para pesquisa que aponte
os benefícios e sua forma de utilização. A crioterapia é utilizada para a
retirada de calor do corpo. Esta induz os tecidos a um estado de hipotermia
com uma redução da taxa metabólica local, promovendo desta forma, uma
diminuição das necessidades de oxigênio pela célula, preservando-a e
permitindo que ela possa se recuperar sem maiores danos. Os objetivos da
crioterapia referem-se à condição de preservação da integridade da célula do
tecido lesado, possibilitando assim uma reparação mais rápida e com menos
danos estruturais (DANTAS; SILVA, 2009).
Nos estudos sobre os benefícios da crioterapia um dos fatores que
causa discussões e contradições entre os pesquisadores, sendo também um
dos objetivos deste estudo é investigar a influência que a crioterapia tem
sobre a taxa de remoção de lactato sanguíneo.
O lactato sanguíneo é um subproduto da glicolise anaeróbia. De acordo
com Guyton (1998), o acido lático provoca extrema fadiga, sendo, que a
limitação deste sistema de produção de energia está diretamente ligada à
quantidade de acido lático que a musculatura pode tolerar.
A produção de lactato está diretamente ligada à prática de exercícios
com menor tempo de duração, mas, com alta intensidade em sua execução.
No estudo deste projeto, iremos usar a pliométrica e o protocolo de
Tabata, exercícios físicos que terão a finalidade de provocar dano ao tecido
muscular e aumentar a concentração de lactato sanguíneo no organismo.
A pesquisa usará 30 voluntários divididos em três grupos. A fase de
testes será feita no ginásio e no laboratório de análise do esforço físico do
Unisalesiano, tendo como objetivo geral observar o efeito que a crioterapia
tem sobre o organismo e objetivo específico de verificar o efeito que ele tem
sobre a remoção de lactato e recuperação do organismo.
12
Definidos os objetivos o estudo será norteado pela questão abaixo:
- A crioterapia influência na recuperação do organismo e na remoção
de lactato sanguíneo?
Acredita-se que a crioterapia promova alterações no mecanismo de
recuperação do sistema muscular e na taxa de remoção de lactato sanguíneo
provocando alterações, principalmente na busca pela homeostasia, quando
comparada com outros métodos de recuperação pós-treino.
1
CONCEITOS PRELIMINARES
1.1
Crioterapia
A crioterapia é uma técnica que utiliza o frio para diminuir a temperatura
corpórea, induzindo os tecidos a um estado de hipotermia, sendo, aplicada na
forma líquida (por meio da água gelada), gasosa (em aplicação de gases e
sprays a temperaturas baixas) ou sólida (com gelo).
Segundo Fonseca (2009), a crioterapia é uma prática milenar aplicada
há muito tempo, sendo, difundida principalmente na Europa e nos Estados
Unidos, tendo ganhando cada vez mais espaço no processo de recuperação
do atleta.
A terapia do frio, que envolve o uso do gelo, banhos gelados, turbilhão
e bolsas de gelo por 10 a 15 minutos, podem ter importantes benefícios
fisiológicos na recuperação da fadiga (BOMPA,2001,p.240).
Sua aplicação pode ser feita para tratamento de traumatismos
mecânicos, dores cervicodorsolombares, edemas pós-traumáticos. espasmos
musculares, artroses, lesões periarticulares, tendinites, bursites e alguns pós
operatórios,como, a artroplastia total do joelho.
A crioterapia por si só não conduz à cura de nenhuma patologia, no
entanto, podemos considerá-la como um instrumento valioso que auxilia no
tratamento de várias afecções musculares e articulares (FREITAS,2006).
13
1.1.2 Respostas fisiológicas da Crioterapia
As baixas temperaturas que os tecidos são expostos pela técnica, faz
com que o organismo altere alguns mecanismos, principalmente os termo
reguladores. A crioterapia induz a região aplicada passar por uma vaso
constrição periférica, principalmente na pele.
Uma das principais funções da crioterapia no sistema circulatório é a
diminuição do fluxo sangüíneo devido à vasoconstrição. Este efeito acarreta
um controle da hemorragia inicial intratecidual e limita a extensão da lesão
(LOPES et al,2003).
Os efeitos metabólicos ocorrem, principalmente sobre as enzimas
degradativas que estão envolvidas nos processos inflamatórios limitando sua
atuação nos tecidos. A redução do metabolismo também é outro efeito
metabólico. De acordo com Lopes et al (2003), a redução da temperatura
Tecidual é dado o nome de hipotermia, que tem o principal objetivo de
reduzir a atividade metabólica dos tecidos envolvidos, para que estes tecidos
resfriados sobrevivam com menor quantidade de O2, diminuindo a lesão
hipoxica secundária.
1.1.3 Benefícios da Crioterapia
Os benefícios do uso adequado da crioterapia são muitos, como a ação
preventiva antiinflamatória de rápido resultado, a diminuição de fadiga e
espasmos musculares e a rápida ativação circulatória, sendo, muito usada em
casos de lesão (FONSECA, 2010).
A técnica também promove uma melhor recuperação das microlesões
provocadas pelo desgastes físicos que envolvem uma competição esportiva,
possibilitando uma recuperação mais rápida e com menos danos estruturais.
Segundo Nunes (2009), o benefício mais perseguido da crioterapia é o
efeito analgésico (redutor da dor) que ela proporciona de forma localizada e
sem a utilização de agentes farmacológicos.
14
1.2
Lactato: Produção e remoção
Desde que Fletcher; Hopkins em (1907 apud VILLAR; DENADAI, 1998)
demonstraram a formação de ácido lático durante a contração muscular, muita
atenção tem sido dada aos prováveis mecanismos que controlam sua
produção e remoção durante o exercício, onde novas pesquisas surgiram e
evidenciaram que o lactato produzido pode ser utilizado como substrato
energético pelo fígado, músculos esqueléticos e o coração. Este conceito de
que o lactato pode ser produzido num tecido e transportado a outro, para ser
utilizado como fonte de energia é denominada de “lançadeira de lactato”
(POWERS; HOWLEY, 2005). Para realizar quase todas as tarefas que nosso
corpo necessita para a nossa sobrevivência (funções biológicas), ou para que
possa realizar uma ação do nosso comando (movimentos e exercícios), é
necessário um gasto de energia para que isto aconteça. Esta energia é
proveniente de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato) uma
molécula universal condutora de alta energia, (produzida em todas as células
vivas como um modo de capturar e armazenar energia). Esta consiste de base
púrica adenina e do açúcar de cinco carbonos, ribose, aos quais são
adicionadas, de forma linear, três moléculas de fosfato. À medida que o corpo
vai realizando suas funções, o ATP é degradado e, conseqüentemente,
restaurado por outra fonte energética que pode ser proveniente da
fosfocreatina (intramuscular), das gorduras, dos carboidratos ou das proteínas
(FOSS; KETEYIAN, FOX, 2000).
Na presença de oxigênio e na pouca necessidade de solicitação o
organismo utilizaria a gordura para ressintetizar ATP, uma vez que a gordura
gera mais ATP que a glicose, e sua fonte é praticamente ilimitada no nosso
corpo, não o levando ao risco de sofrer pela má utilização deste substrato. Por
outro lado, na necessidade de alta velocidade de ressíntese do ATP o
organismo irá optar pela glicose ou glicogênio hepático e muscular; como em
exercícios extenuantes e muito intensos. Isso também ocorreria na ausência
de oxigênio durante o processo de geração de energia, chamado de via
glicolítica. Essa via é capaz de gerar energia suficiente para ressíntese do
ATP, mas tendo como produto final o ácido lático (um subproduto “tóxico”
15
gerado no decorrer do ciclo de ressíntese do ATP), que faz com que o
exercício seja interrompido minutos depois pela instalação da fadiga muscular
dos músculos exercitados (McARDLE; KATCH, KARTCH, 1992).
O lactato não deve ser encarado como um produto de desgaste
metabólico, pelo contrário, proporciona uma fonte valiosa de energia química
que se acumula como resultado do exercício intenso. Quando se toma
novamente disponível uma quantidade suficiente de oxigênio durante a
recuperação, ou quando o ritmo do exercício diminui, o NAD (coenzima NADH
em sua forma oxidada) varre os hidrogênios ligados ao lactato para
subseqüente oxidação a fim de formar ATP. Os esqueletos de carbono das
moléculas de piruvato formados novamente a partir do lactato durante o
exercício serão oxidados para a obtenção de energia ou serão sintetizados
(transformados) para glicose (gliconeogênese) no ciclo de Cori. O ciclo de Cori
que não serve apenas para remover o lactato, mas o utiliza também para
reabastecer as reservas de glicogênio depletadas no exercício árduo (SMITH,
et al., 1998).
Quando a oxidação do lactato iguala sua produção, o nível sangüíneo
de lactato se mantém estável, apesar de um aumento na intensidade do
exercício e no consumo de oxigênio. Para as pessoas sadias, porém
destreinadas, o lactato sangüíneo começa a acumular-se e sobe de maneira
exponencial para aproximadamente 55% de sua capacidade máxima para o
metabolismo aeróbio. A explicação habitual para um acúmulo do lactato
sangüíneo durante o exercício pressupõe uma hipoxia (falta de oxigenação da
musculatura) tecidual relativa. Quando o metabolismo glicolítico predomina, a
produção de nicotinamida adenina dinudeotidio (NADH — coenzima envolvida
na transferência de energia) ultrapassa a capacidade da célula de arremessar
seus hidrogênios (elétrons) através da cadeia respiratória, pois existe uma
quantidade insuficiente de oxigênio ao nível tecidual. O desequilíbrio na
liberação de oxigênio e a subseqüente oxidação fazem com que o piruvato
(substrato final da degradação da glicose; muito importante para a formação
do lactato) possa aceitar o excesso de hidrogênios, o que resulta em acúmulo
de lactato (FOSS; KETEYIAN, FOX 2000).
O lactato é formado continuamente durante o repouso e o exercício
moderado. As adaptações musculares induzidas pelo treinamento aeróbio
16
permitem os altos ritmos de renovação do lactato; assim sendo, o lactato
acumula-se em intensidades mais altas de exercício que no estado
destreinado (JUEL, 1998).
Outra explicação para o acúmulo de lactato durante o exercício poderia
incluir a tendência para a enzima desidrogenase lática (LDH) nas fibras
musculares de contração lenta favorecer a conversão de lactato para piruvato.
Portanto, o recrutamento das fibras de contração rápida com o aumento
da
intensidade
do
exercício
favorece
a
formação
de
lactato,
independentemente da oxigenação tecidual (BENEKE, et at., 2003).
Referindo-se ainda a formação de lactato, Denadai (1999) salienta que,
embora o músculo esquelético seja o maior sítio de produção e liberação de
lactato durante o exercício, outros órgãos (intestino, fígado, pele) também
podem produzir e liberar lactato. A maior produção de ácido láctico ocorre
durante exercícios que só podem ser mantidos entre 60 a 180 segundos,
quando este sistema é exigido ao máximo.
Durante um exercício exaustivo, os músculos e o sangue conseguem
tolerar o acumulo de apenas 60 a 70 gramas de acido lático, antes de surgir à
fadiga (FOSS; KETEYIAN, FOX, 2000).
Segundo McArdle; Katch; Katch, (1992), atletas de velocidade-potência
em geral alcançam níveis sanguíneos de lactato 20 a 30% mais altos que
seus congêneres destreinados durante o exercício máximo de curta duração.
Depois de sua formação no músculo, o lactato se difunde rapidamente
para o espaço intersticial e para o sangue, para ser tamponado e removido do
local do metabolismo energético (JUEL, 1998).
No
exercício
extenuante,
quando
as
demandas
energéticas
ultrapassam tanto o suprimento de oxigênio quanto seu ritmo de utilização, a
cadeia respiratória não consegue processar todo o hidrogênio ligado ao
NADH. A liberação contínua de energia anaeróbia na glicólise depende da
disponibilidade de NAD para oxidar 3-fosfogliceraldeído (subproduto da
degradação da glicose); caso contrário, o ritmo rápido da glicólise “se esgota”.
Durante a glicólise anaeróbia, NAD “é liberado” à medida que pares de
hidrogênios não oxidados “em excesso” se combinam temporariamente com o
piruvato para formar lactato. O acúmulo de lactato, e não apenas sua
17
produção, anuncia o início do metabolismo energético anaeróbio (SMITH, et
al., 2002).
Uma redução na intensidade desse exercício árduo para prolongar o
período do exercício acarreta uma redução correspondente tanto no ritmo de
acúmulo quanto no nível final de lactato sangüíneo (FOSS, 2000). Apesar de
o lactato sangüíneo permanecer elevado por uma a duas horas, após um
exercício altamente anaeróbio, as concentrações sanguíneas e musculares de
H+ retornam ao normal em 30 a 40 minutos de recuperação ativa. Além disso,
exercícios de alta intensidade, onde as concentrações de lactato se elevam
muito, acima de seus níveis de repouso, tende a voltar a sua normalidade por
volta de 30 a 60 minutos após a atividade (HIGINO, 2001). Em condições
aeróbias, o ritmo de remoção do lactato por outros tecidos corresponde a seu
ritmo de formação, resultando na ausência de qualquer acúmulo efetivo de
lactato, isto é, a concentração sangüínea de lactato se mantém estável.
Somente quando a remoção não mantém paralelismo com a produção, o
lactato acumula-se no sangue (BIRCHER; KNECHTLE, 2004).
1.2.1 Influencia do lactato sanguíneo no músculo
De acordo com Wimore; Costill (2001), o acido lático acumulado no
organismo, se dissocia, transformando em lactato e causando um acumulo de
íons hidrogênio. Este acumulo de H+ produz acidificação muscular, resultando
numa condição conhecida com acidose que interfere no pH muscular e afeta
de forma adversa à produção de energia e a contração muscular. Além disso,
o H+ produzido cessa a degradação do glicogênio, provocando uma rápida
diminuição de ATP e, em ultima instancia a exaustão.
Guyton (1998) aponta, que a utilização e limitação do sistema
Glicogênio-Ácido Lático para a produção de energia, está ligado diretamente
com a quantidade de acido lático que a pessoa pode tolerar em seus
músculos e líquidos corporais, funcionando como uma autolimitação para o
uso adicional deste sistema.
18
Bompa (2001) aborda, que qualquer movimento atlético que exija
rapidez ou força de contração recruta fibras de contração rápida (CR). Durante
exercícios intensos as fibras de CR, produzem o acumulo de acido lático e
aumentando os níveis de lactato no organismo. As trocas bioquímicas durante
a contração muscular resultam na liberação de íons H+ que promove a
acidose do meio ou a “fadiga do lactato”. O aumento da acidose inibe a
capacidade de ligação de cálcio pela ativação da troponina, outra proteína
contrátil. Sua desativação pode expandir a conexão entre a fadiga e o
exercício.
1.3
Pliometria
Wilmore; Costil (2001), define pliometria como uma forma nova de
treinamento de força dinâmico, ou de salto, que se tornou popular no final da
década de 1970 e no início da década para melhorar a capacidade de salto.
A pliometria é uma forma de exercício que busca maximizar a utilização
dos músculos em movimentos rápidos e de explosão, explorando o músculo
com seqüência de contrações excêntricas e concêntricas buscando
aperfeiçoar a otimização das mesmas.
A Pliometria é um método de treinamento da Força Explosiva ou Força
Rápida. São rotinas de exercícios que conectam a força e a velocidade de
movimento para produzir um tipo de movimento explosivo-reativo (FEITOSA,
2010).
Os exercícios podem ser divididos como os de baixo e alto impacto. Os
de baixo impacto são os educativos (skiping baixo, skiping alto, e anfersen),
pular corda e saltar sobre bancos baixos. Os de alto impacto são os
educativos (hop, haupserlaüfen), salto em distância e triplo, saltos sobre
bancos e plintos acima de 35 cm e Saltos em profundidade com dois tempos
(saltos reativos). De acordo com Fleck; Kraemer (2006), a piometria passa por
um processo de encurtamento-alongamento, aborda que a energia elástica
estoca e os reflexos neurais são os elementos responsáveis pelo aumento da
força o ciclo alongamento-encurtamento.
19
1.3.1 Princípio do treinamento de pliometrico
A pliometria tem uma natureza de exercício excêntrico que utiliza
principalmente os saltos normais e os saltos em profundidade para
proporcionar as adaptações fisiológicas do treinamento. A pliometria inclui
também qualquer rotina de exercício que utiliza o reflexo de alongamento para
produzir uma reação explosiva. Segundo Rossi; Brandaliz (2007), a pliometria
passa por ciclos de alongar-encurtar, sendo, baseada na combinação dos
reflexos
de
estiramento
muscular
e
nas
propriedades
mecânicas,
principalmente elásticas do sistema músculotendíneo, contribuindo desta
técnica para o ganho de potência, auxiliando na melhora do desempenho e
controle neuromuscular.
De acordo com Fleck; Kraemer (2006), a piometria passa por um
processo de encutamento-alongamento, aborda que a energia elástica estoca
e os reflexos neurais são os elementos responsáveis pelo aumento da força o
ciclo alongamento-encurtamento.
A pliometria utiliza o reflexo de estiramento para facilitar o recrutamento
de unidades motoras adicionais. Ela também adiciona uma carga aos
componentes elásticos e contráteis do músculo (WILMORE; COTILL, 2001,
p.104).
De acordo com Bompa (2004), a potencia produzida por uma contração
do tipo alongamento-encurtamento, aumenta a tensão no tendão e junto com
o impulso nervoso produz uma impulsão mais potente. Este resultado
acontece na fase excêntrica, mais econômica e eficaz.
1.3.2 Influência do treinamento de pliometria
O treinamento pliométrico influência principalmente nas capacidades
físicas de força, velocidade e na potencia que uma variável diretamente
proporcional. Feitosa (2009) relata, que estudos publicados recentemente
mostram a melhora da economia de corrida através do aumento da força e a
20
potência; aumentando a capacidade do músculo suportar o estresse
mecânico; aumentando a capacidade de acumular e restituir energia elástica e
possivelmente aumenta a eficiência mecânica.
Fleck; Kraemer (2006) relata, que estudos demonstraram que treinos
com saltos em profundidade de 75 ou 110 cm apontaram aumento no salto
contramovimento de força máxima de extensores do joelho e taxa de
produção de força de extensores do joelho e quadril.
A atividade física de característica excêntrica pode gerar uma
adaptação chamada de “efeito do exercício repetido”, no qual, minimiza os
danos provocados na realização de exercício da mesma natureza.
Segundo Miyama; Nosaka (2007), os mecanismos de proteção do
efeito do exercício repetido parecem ser decorrentes de um aumento do
recrutamento de unidades motoras de contração lenta, ativação de um grande
número de unidades motoras (adaptação neural), aumento da resistência
muscular dinâmica e passiva (adaptações mecânicas), adição longitudinal de
sarcômeros, adaptação na resposta inflamatória, adaptação para manter o
acoplamento excitação-contração muscular (adaptação celular), entre outras.
De acordo com Bompa (2004), o uso de exercícios pliométrico
desenvolve o sistema de reação “neuromuscular”, a qual carregamos
componentes elásticos e contrateis do músculo, permitindo que o músculo
estoque energia na fase excêntrica e libere na fase concêntrica do exercício,
usando um movimento rápido e explosivo.
1.4
Recuperação após o exercício
De acordo com Fox; Bowers; Foss (1991), a recuperação do organismo
tem por finalidade restaurar o músculo e o restante do corpo a sua condição
pré-exercício, com o objetivo de restaurar o consumo de oxigênio as
proximidades dos níveis de repouso, restaurar as reservas de ATP e PC e de
glicogênio muscular e hepático que foram depletadas durante o exercício e
remoção do ácido lático acumulado no organismo.
21
A recuperação do organismo após treino é dividida em recuperação
passiva e ativa. A recuperação passiva é quando no período de descanso a
praticante cessa completamente as atividades, enquanto que na recuperação
ativa o praticante continua fazendo exercícios em baixas intensidades. De
acordo com Fonseca (2010), o descanso passivo é indicado para quem tem
um condicionamento físico pouco desenvolvido, para evitar a fadiga precoce
no início de uma programação.
O Descanso ativo pode ser considerado um descanso mais eficiente
frente às exigências de uma prova de longa duração. Na verdade, descansar
ativamente significa um aumento da circulação sangüínea reparando, de
forma mais rápida, as microlesões provocadas pelo excesso de contrações
nos grupamentos musculares envolvidos na competição. Além disso,
possibilita que tais grupamentos tornem-se mais resistentes prevenindo
possíveis lesões (FERREIRA, 2010).
No período de recuperação entramos numa fase anabólica (síntese,
reparação), de recuperação dos substratos energéticos gastos durante a
atividade física e da reconstrução das fibras musculares lesionadas. Logo, o
equilíbrio entre essas duas fases traz um bom funcionamento das funções
vitais do organismo, evitando assim as conseqüências indesejadas do
supertreinamento (PRETTO, 2008).
De acordo com Trentine (2010), durante o treinamento perdemos e
ganhamos no período de descanso. É no repouso que começamos a produzir
hormônios como o IGF 1 (Fator do Crescimento do Tipo Insulina 1), que
“avisa” ao corpo que ele precisa produzir moléculas de proteína Dormir bem
também é fundamental para produzir o GH (hormônio do crescimento). Esse
hormônio promove a absorção do esforço, oferecendo ao organismo todo o
lucro do trabalho físico desenvolvido. Sem ele, a atividade física provocaria
apenas desgaste e envelhecimento precoce dos tecidos envolvidos.
O repouso é um componente essencial no treinamento esportivo, mas
somente será considerado como parte integrante do treino quando for
organizado de acordo com a periodização do dia, semana, mês e ano do
esportista (TRENTINE, 2010).
22
1.5
Composição corporal
A composição corporal é um dos assuntos mais importantes dentro do
campo da Cineantropometria. Pode ser definida como sendo “a quantificação
dos principais componentes estruturais do corpo humano” (MALINA, 1969).
Através da composição corporal pode-se, além de determinar os
componentes do corpo humano de forma quantitativa podem-se utilizar os
dados desta analise para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento
de crianças e jovens, o status dos componentes corporais de adultos e idosos,
bem como, prescrever exercícios.
A composição corporal é um componente chave para a aptidão física e
saúde. Através do estudo da composição corporal é possível quantificar
gordura, músculo, osso e víscera, e ainda, traçar um perfil individual ou de
grupos em relação à especialidade esportiva, posição de jogo, atividade física
ou sedentarismo. Para a análise da composição corporal é importante que se
entenda os modelos teóricos de fracionamento do corpo humano, haja vista,
que é impossível separar-se in vivo os componentes corporais (água,
proteína, mineral e gordura) (BEHNKE; WILMORE, 1974).
Em crianças e jovens, o estudo da composição corporal é necessário
para auxiliar na estimativa de forma mais acurada dos componentes corporais
para a performance física e saúde, estudar alguns fatores como os genéticos,
nutricionais e influência da atividade física sobre os músculos, ossos e
gordura (LOHMAN, 1986).
Os padrões mínimos de gordura essencial, para homens, situam-se em
torno de 3% e, para as mulheres, em torno de 12% do peso corporal total,
enquanto valores acima de 20% para homens e 30% para mulheres, podem
ser considerados como uma quantidade de gordura excessiva (McARDLE,
KATCH; KATCH, 1992). POLLOCK; WILMORE (1993) recomendam que o
peso de gordura não deve exceder 20% e 27% do peso corporal total para o
homem e para a mulher, respectivamente. Já Heyward (1991) apresenta um
percentual de gordura dentro da normalidade entre 12% a 25% para mulheres
adultas jovens. Entretanto, para a população geral, recomenda níveis entre
12% e 18% para homens e 16% e 25% para mulheres. Estes parâmetros são
23
importantes tanto para a performance atlética (específicos para cada
modalidade), quanto para o bem-estar, sendo considerados indicadores da
saúde de uma população.
As mensurações regulares da composição corporal são úteis para os
atletas, a fim de monitorar as alterações durante a temporada, bem como no
período fora delas, assim, o atleta saberá se as alterações de seu peso
corporal representam ganhos ou perdas de gordura corporal. Não se deve
recomendar redução de porcentagem de gordura, pois apresenta erro na
mensuração que não pode ser ignorado. Com métodos adequados e
mensurações cuidadosas, a porcentagem de gordura pode ser estimada com
um erro de aproximadamente 3 a 4% de gordura, a mais ou a menos
(POWERS; HOWLEY, 2005).
Os pontos de coleta da dobra cutânea são variados, seu emprego
depende do tipo de protocolo que será empregado para o cálculo da
composição corporal. Atualmente existem dezenas de protocolos para cálculo
da composição corporal devidamente validado cientificamente, sendo difícil
indicar a melhor formula. Isto é decorrente validado na distribuição e na
composição da gordura subcutânea levando-se em consideração somente
quatro fatores: idade; sexo; etnia e condicionamento físico. É evidente que
existira sempre um protocolo mais adequado dependendo do tipo de
população a ser estudada. As correlações entre diversas técnicas nem
sempre são interessantes, assim o avaliador deverá optar por uma das
técnicas, de acordo com suas necessidades e objetivos (MARINS;
GIANNIACHI, 2003).
2
CASUÍSTICAS E MÉTODOS
2.1
Condições ambientais
Os testes iniciaram no mês de agosto, sendo realizados no período
noturno. Foram usados como espaço físico, do Ginásio Poliesportivo e o
24
Laboratório de Análise do Esforço Físico (LAEF) do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium de Lins.
2.2
Sujeitos
Foram selecionados para o estudo trinta (30) voluntários do gênero
masculino e com idade entre 18 e 26 anos, ao quais foram divididos de forma
aleatória em três grupos de dez (10), no qual, foram submetidos à mesma
atividade pliométrica e tabata, sendo específico a cada grupo somente o
protocolo de recuperação pós-treino. Todos os voluntários estavam gozando
de boa saúde e fisicamente ativos e sem nenhuma restrição medica quanto à
prática de atividades físicas. Os mesmos receberam informações de como se
comportarem durante o período de teste, consentido com a divulgação dos
resultados.
2.3
Material
Para a realização dos testes e da pesquisa serão usados os seguintes
materiais:
Álcool;
Algodão;
Analisador de Lactato (YSI – 1500 SPORT);
Balança de bioimpedância (TANITA TBF – 305);
Compasso de dobras cutâneas (CESCORF – 0,1mm);
Computador;
Ennpendorf;
Estadiômetro (SANNY);
Esteira ergométrica (LX 160 MOVEMENT);
Gelo;
25
Lanceta;
Plinto de ginástica artística;
Tambor de 200 litros;
Termômetro;
Monitor cardíaco (POLLAR);
Plataforma (JUMP TEST).
2.4
Protocolos
2.4.1 Medidas antropométricas
Para medida do peso corporal total, os avaliados foram colocados de
pé no centro da plataforma da balança, em posição ereta de costa para a
escala de medida, com olhar o olhar em um ponto fixo a sua frente, descalço e
com o mínimo de roupa possível.
Para determinação da estatura o avaliado foi posicionado de pé, de
forma ereta, com os pés unidos e com as superfícies posteriores do calcanhar,
nádegas, cintura escapular e da região occipital em contato com a escala de
medida, sendo colhido à medida com o avaliado em inspiração máxima
(GUEDES; GUEDES, 2006, p.168).
2.4.2 Composição corporal
Para determinação da porcentagem de gordura corporal, foi usado
método duplamente indireto de dobras cutâneas. Serão aferidas as dobras
cutâneas em diferentes pontos anatômicos para o sexo masculino (tricipital,
suprailíaca e abdômen) e posteriormente cálculo do porcentual de gordura
(GUEDES; GUEDES, 2006, p.223).
26
2.4.3 Pliometria
Os voluntários que participaram da atividade pliométrica tiveram que
executar 10 séries de 10 saltos em profundidade com um minuto de intervalo
entre as séries. Os voluntários começaram os saltos saindo de um plano
elevado sobre o plinto de 0,6 metros aterrissando no chão. Após aterrissarem
tiveram que saltar novamente o mais forte possível sobre outro plinto que
estava a 1 metro de distância e 0,6 metros de altura, isto, sucessivamente até
que completasse os 10 saltos das 10 séries (MIYAMA; NOSAKA, 2007).
2.4.4 Tabata
O protocolo de Tabata é composto por 20 segundos de exercício de
intensidade máxima, seguidos por 10 segundos de descanso. São executadas
8 séries totalizando 4 minutos de duração. O exercício usado foi o
agachamento, onde o voluntário iniciou o movimento na posição de pé e
posteriormente flexionou a articulação dos joelhos até que a coxa formasse
com a perna o angulo de 90 graus, retornando em seguida a posição inicial,
repetindo o movimento durante todo o protocolo (TABATA, et al,1996).
2.4.5 Jump Test (Salto vertical)
Os sujeitos foram submetidos ao teste de Salto Vertical para
determinação da força de membros inferiores através da elevação do centro
de gravidade em relação ao solo, que foi determinada por meio de um
equipamento chamado Jump test. Para a execução do salto vertical utilizamos
a técnica de um movimento de preparação (contra-movimento) em que é
permitido ao executante realizar a fase excêntrica para em seguida executar a
fase concêntrica do movimento, onde o indivíduo parte de uma posição em pé,
27
com as mãos fixas na cintura e os pés paralelos e separados
aproximadamente à largura dos ombros, e se movimenta para baixo
“flexionando” as articulações do quadril, joelhos e tornozelos. A transição da
primeira fase (descendente) para a fase que vem em seguida (ascendente),
acontece em um movimento contínuo e na qual a articulação foi estendida a
mais rápida possível. Foram realizados 5 saltos com intervalo de 20 segundos
entre
os
saltos,
considerando
somente
o
de
maior
alcance
(SILVA;MAGALHÃES;GARCIA,2005).
2.4.6 Coleta e análise do lactato sanguíneo
.
As amostras sanguíneas para determinação da concentração de lactato
sanguíneo foram feitas durante o estado de repouso, após protocolo de
tabata, 5 minutos após ter iniciado o protocolo específico de recuperação e no
final de cada protocolo de recuperação, totalizando quatro coletas para cada
individuo.
Para posterior análises das concentrações de lactato sanguíneo foram
realizadas coletas de 25 microlitros de sangue arterilizado do lóbulo da orelha
que foram dispensados em tubos plástico tipo enppendorf contendo 50
microlitros de fluoreto de sódio a 1%. Após a coleta, a concentração de lactato
sanguíneo foi analisada através de um analisador eletroquímico (Yellow
Springs – 1500 Sport). (HIGINO;DENADAI,2002).
2.5
Procedimentos
A fase de testes teve a duração de duas semanas. Os voluntários
tiveram que compareceram dois dias consecutivos ao Unisalesiano. Na
primeira visita ao LAEF os voluntários foram avaliados no que diz respeito a
antropometria, composição corporal, Jump Test e a atividade pliométrica e um
bloco do protocolo de Tabata e posteriormente o protocolo especifico de
28
recuperação pós-treino de cada grupo (Crioterapia, descanso passivo ou
descanso ativo). No segundo dia após 24 horas, os voluntários foram
avaliados somente no que diz respeito à performance executando novamente
o Jump teste.
2.5.1 Recuperação Passiva
Os voluntários que participaram do grupo que foi submetido ao
descanso passivo tiveram que ficar sentado em repouso por 10 minutos após
o término do bloco de Tabata.
2.5.2 Recuperação Ativa
Os voluntários que participaram do grupo que foi submetido ao
descanso ativo após o protocolo de Tabata tiveram que caminhar em esteira
ergométrica por 10 minutos a 60% da frequência cardíaca máxima, após o
término do bloco de Tabata.
2.5.3 Recuperação Crioterapia
Em decorrência de falta de procedimentos que aponte tendência
aplicação da crioterapia foi utilizado a imersão em gelo, optando pela adoção
do tempo de 10 minutos, baseado em Andrews et al (2004), que propõem
tempos entre 5 e 15 minutos e Bompa (2001), que aponta um tempo de 10
minutos para a crioterapia. Para a definição da temperatura, utilizou-se como
base o estudo de Sellwood et al (2007), que definiram como ice water
immersion a mistura de água e gelo a uma temperatura de aproximadamente
5º C.
29
2.6
Análise estatística
Para análise estatística, utilizou-se análise de variância de dois
caminhos, (ANOVA – two way), em dados calculados em média e desvio
padrão. Para isso adotou-se um nível de significância p ≤ 0,05.
3
RESULTADOS
Para apresentação dos resultados os mesmos serão expressos em
forma de tabelas e gráficos.
Na tabela abaixo estão expressos os dados em média e desvio padrão
das variáveis de idade, peso, estatura, e percentual de gordura (%GORD).
TABELA 1 - Características dos sujeitos do grupo ativo (GA), grupo passivo
(GP), e grupo crioterapia (GC).
(GA)
(GP)
(GC)
Idade
20,87 ± 3,27
21,12 ± 2,16
20,25 ± 2,31
Peso
69,81± 12,51
72,9 ± 9,84
69,87 ± 7,88
Estatura
171,9 ± 6,47
178,28 ± 7,62
174,7 ± 6,99
% GORD
14,7 ± 2,49
16,85 ± 5,73
15,72 ± 4,23
Fonte: elaborada por autores, 2010.
TABELA 2 - Comparação do Lactato repouso (LR), Lactato final do Tabata
(LFT), Lactato após 5’ (L5’), Lactato Final da Recuperação (LFR), e
comparação entre os grupos (GA), (GP), e (GC).
(LR)
(LFT)
(L5’)
(LFR)
(GA)
0,98 ± 0,49*#
5,66 ± 1,49&≠
4,95 ± 0,87&≠
2,35 ± 1,15*#£€
(GP)
0,93 ± 0,36*#&
5,52 ± 2,11
5,49 ± 1,82
4,55 ± 1,81µ
(GC)
1,45 ± 0,43*#&
7,31 ± 1,89&µ£
6,54 ± 1,42&
4,72 ± 1,53*#µ
Fonte: elaborada por autores, 2010.
≠P≤0,05 em relação ao (LR) com o (LFT),(L5’) e
(LFR).*P≤0,05 em relação ao (LFT) com o (LR), (L5’) e (LFR).# P≤0,05 em relação ao (L5’)
30
com (LR), (LFT) e (LFR), & P≤ 0,05 em relação ao (LFR) com (LR), (LFT) e (L5’), µ P≤ 0,05
diferente de (GA), £ P≤ 0,05 diferente de (GP), € P≤ 0,05 diferente de (GC).
Na tabela acima está expresso às concentrações de lactato, sendo
possível verificar diferenças significantes entre os grupos. Observa que o (GA)
obteve maior quantidade de lactato removido, seguido pelo (GC) e (GP).
TABELA 3 – Comparação dos resultados do Jump Test entre os grupos (GA),
(GP) E (GC) no Jump Test primeiro dia (JT1) e Jump Test segundo dia (JT2).
(GA)
(GP)
(GC)
(JT1)
41,76 ± 3,34#
37,72 ± 2,01*
42,27 ± 3,44#
(JT2)
38,61 ± 4,70#µ
34,92 ± 3,36*&µ
38,46 ± 4,57#µ
Fonte: elaborada pelos autores, 2010.
*P≤0,05 em relação ao (GA) com o (GP) e (GC).#
P≤0,05 em relação ao (GP) com (GA) e (GC), & P≤ 0,05 em relação ao (GC) com (GA) e
(GP), µP≤0,05 em relação ao (JT1) com o (JT2) do grupo.
A tabela acima expressa os valores da performance do Jump test no
primeiro salto e após 24 horas, apontando diferenças significativas entre os
grupos e entre os saltos.
DISCUSSÃO
Ao observar a concentração de lactato no grupo crioterapia é possível
notar uma diferença significante não só em repouso, como também nas
concentrações das demais coletas em relação ao GA e GP. De acordo com
Lopes (1999), a concentração de lactato pode aumentar em função glicolise
aeróbia estimulada pela adrenalina. As concentrações séricas de adrenalina
quando aumentadas correlacionam-se com os níveis de lactato sérico,
sugerindo ser reflexo da secreção aumentada de adrenalina que tem a
capacidade de estimular a bomba de Na+-K+ ATPase que estimula a produção
de lactato o que poderia resultar na maior concentração de lactato.
31
Na Tabela 02 é possível visualizar que o GA foi o significativamente
mais eficiente removendo após tabata 58,48% do lactato acumulado, em
seguida o GC removendo 35,43% e o GP que removeu 17,57% da
concentração acumulada. Os estudos e pesquisas na área já apontam uma
maior eficiência dos protocolos de recuperação ativa em relação à
recuperação passiva.
A recuperação ativa realizada após exercícios de alta intensidade
aumenta a velocidade de remoção do lactato do músculo e da circulação, em
relação ao repouso passivo, sendo que sua remoção após um exercício
intenso pode ocorrer através da oxidação em CO2 e H2O pela musculatura,
gliconeogênese hepática e através da reconversão a glicogênio pela
glicogênese muscular e hepática (VILLAR, DENADAI, 1998; HIGINO, 2001).
Pastre et al (2009), em sua pesquisa apontam que a recuperação ativa,
quando comparada com a passiva, apresenta aumento do volume sistólico e
débito cardíaco, melhor saturação parcial de oxigênio, aumento do tempo de
exaustão e potência metabólica. Denadai (1996), analisou a influência do tipo
de exercício (corrida ou natação) empregado na recuperação ativa, realizados
também na mesma intensidade relativa (LAer), sobre a taxa de remoção de
lactato após diferentes exercícios de alta intensidade (corrida ou natação),
verificou-se que independente do tipo de exercício de alta intensidade
realizado previamente, a recuperação ativa através dos dois tipos de exercício
determina um aumento da velocidade de remoção do lactato sanguíneo. A
utilização durante a recuperação ativa, do mesmo exercício que induziu o
acúmulo de lactato (corrida-corrida ou natação-natação), determina através da
corrida, uma maior velocidade na remoção do lactato sanguíneo, do que com
a natação. O emprego de grupos musculares durante a recuperação ativa que
foram menos utilizados previamente no exercício de alta intensidade (corridanatação e natação-corrida), parece aumentar ainda mais a velocidade de
remoção do lactato sanguíneo. Na tabela 2 e possível verificar a taxa de
remoção de lactato do GC observando uma diferença significativamente
inferior ao GA e superior ao GP.
A relação remoção de lactato e crioterapia é assunto muito discutido e
contraditório entre os pesquisadores principalmente sobre a metodologia
usada correlacionando temperatura e tempo de duração da técnica.
32
Apesar de muita polêmica sobre o assunto, estudos já comprovaram
que a vasodilatação que ocorre após algum tempo de aplicação do gelo,
identificada primeiramente por Lewys há muitos anos antes (1930), não
supera o estado de repouso anterior ao início da crioterapia. Ou seja, o
incremento do fluxo de sangue após alguns minutos de crioterapia existe,
porém não representa um aumento da circulação sanguínea local quando
comparado ao fluxo normal. Assim, como enfatizado por Knight 1995, o efeito
do gelo sobre a circulação é a vasoconstrição. E provavelmente seja este
efeito vasoconstritor que melhor explique a ineficiência da crioterapia de
imersão em incrementar a velocidade da remoção do lactato sanguíneo. Em
seu estudo Baroni et al (2010), relata que embora a crioterapia seja
largamente utilizada na prática desportiva, a efetividade da crioterapia para
fins de recuperação muscular pós-exercício ainda carece de evidências
científicas e que após extensa busca nas principais bases de dados, não
foram encontrados estudos que avaliem o efeito da crioterapia sobre a cinética
do lactato sanguíneo.
Na tabela 03 estão expressos, os valores das performances dos saltos
observado uma pequena diferença estatisticamente significante entre os
saltos. Uma possível causa desta pequena diferença entre os saltos após a
atividade pliometrica e tabata pode ter sido o efeito do protetor do exercício
repetido, proporcionado por atividades com características excêntricas, tendo
em vista que os voluntários eram fisicamente ativos e praticantes de esportes
como voleibol que possui característica de natureza excêntrica. De acordo
com HOWATSON; VAN SOMEREN; HORTABÁGYI (2007), um único
exercício excêntrico pode proteger o músculo contra danos causados pelo
subseqüente exercício excêntrico. Segundo MIYAMA; NOSAKA (2007), os
mecanismos de proteção do efeito do exercício repetido parecem ser
decorrentes de um aumento do recrutamento de unidades motoras de
contração lenta, ativação de um grande número de unidades motoras
(adaptação neural), aumento da resistência muscular dinâmica e passiva
(adaptações mecânicas), adição longitudinal de sarcômeros, adaptação na
resposta inflamatória, adaptação para manter o acoplamento excitaçãocontração muscular (adaptação celular).
33
A análise da performance feita após somente 24 horas e o tempo de
aplicação da técnica de 10 minutos pode ter contribuído para que o estudo
não apontasse uma grande diferença de performance entre os saltos,
ressaltando que o intervalo dos saltos de 24 horas objetivava maior controle
sobre a variável. De acordo com Sandoval; Mazzari; Oliveira (2005), em seu
estudo foi possível verificar que a crioterapia tem seus benefícios alcançados
durante a fase aguda, entre 24 e 72 horas, com o tempo de aplicação da
técnica variando entre 15 a 30 min. Dependendo da situação e técnica
utilizadas, devendo ocorrer um intervalo de 2 horas entre cada aplicação. A
dor muscular tardia também poderia ter contribuído para o declínio da
performance que de acordo com TRICOLI (2001) e CLARKSON; HUBAL
(2002), a dor muscular de inicio tardio é caracterizada por ser uma sensação
de desconforto ou dor na musculatura esquelética que pode ocorrer algumas
horas após o exercício, aparecendo geralmente após 8 horas ao término do
esforço, sendo intensificada de 24 a 72 horas, podendo persistir por até 7
dias.
De acordo com Haves, 2003, a redução da dor que acompanha o
resfriamento resultante de fatores diretos ou indiretos, como a redução do
edema e uma diminuição do espasmo muscular. A elevação do limiar da dor
ocorre imediatamente em seguida ao tratamento, mas declina dentro de 30
minutos, esta elevação de limiar dever-se a um efeito direto sobre as
terminações nervosas sensitivas e as alterações na ação dos receptores e
fibras da dor. A condução pelos nervos periféricos fica retardada pelo frio e as
fibras variam em sua sensibilidade, de acordo com seu diâmetro e pela sua
mielinização. Neste estudo, não foi poderia ser realizado a recuperação após
um dia da aplicação de exaustão, o que resultou em dor tardia, no dia
seguinte, assim limitando e influenciando no teste do salto vertical.
Assim, embora não sejam encontradas evidências de que a crioterapia
de imersão altere parâmetros fisiológicos ou aumente o desempenho
subsequente, as sensações de bem estar e relaxamento muscular relatadas
por uma série de atletas podem estar relacionadas a outros efeitos
comprovados da crioterapia.
34
CONCLUSÃO
Apesar da crioterapia ter apresentado nesta pesquisa, melhor eficiência
na remoção de lactato sanguíneo em relação ao grupo passivo, e o
restabelecimento da performance após 24 horas ter sido praticamente igual
para três grupos, seus resultados são alvo de muita dúvida e controvérsia,
principalmente pela falta de material publicado e disponível para proporcionar
uma boa discussão e ter melhor embasamento teórico, para uma nova
pesquisa cientifica. Desta forma concluímos que a crioterapia necessita de
maior quantidade de material publicado que aponte seus benefícios de sua
aplicação prática, assim também como uso de diferentes protocolos para
determinar qual melhor método a se utilizar, para se obter os benefícios da
sua técnica. É necessário que estudos mais aprofundados sobre o tema sejam
desenvolvidos para que se possa aproveitar ainda mais dos seus benefícios,
principalmente em relação à temperatura e a técnica ideal. Com isso, os
profissionais da área poderão utilizar a melhor forma, e realizar com a
qualidade o tratamento para uma reabilitação mais precoce, possibilitando o
retorno de atletas para suas atividades diárias e esportivas.
35
REFERÊNCIAS
ANDREWS J, HARRELSON G, WILK K. Physical rehabitation of the injured
athlete. 3 ed. Philadelphia: Saunders, 2004.
BARONI, B.M.et al. Efeito da crioteparia de imersão sobre a remoção de
lactato sanguíneo após exercício. Revista Brasileira Cineantropometria
Desempenho Humano, v.12, n. 3: p.179-185, 2010.
BEHNKE, A.R.;WILMORE, J.H. Evaluation and Regulation of Body Build
and Composition. Englewood Cliffs, Prentice Hall,1974.
BENEKE, R. et. al., Effect of test in terruptions on blood lactate during
conseant workload testing. Medicine & Science in sports exercise, vol.35 p.
1626-1630, 2003.
BIRCHER, S.; KNECHTLE, B. Relation ship between fat oxidation and lactate
threshold in athletes and obese woman and men. Journal of Sports Science
and medicine, vol. 3: p. 174-181, 2004.
BOMPA,T.O. A periodização no treinamento esportivo. São Paulo:
Manoele, 2001.
BOMPA,T.O.Treinamento de potencia para o esporte. São Paulo:
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40
APÊNDICE
41
APÊNDICE A – Ficha de avaliação
NOME____________________________________DATA ____\____\______
ESTATURA: _________________PESO:_________IDADE______________
Possui alguma cardiopatia? ______________________________________
Possui algum problema articular? __________________________________
Tem alguma restrição médica quanto à prática de atividade física? ________
Qual? ________________________________________________________
Usa algum tipo de medicamento?___________________________________
COMPOSIÇÃO CORPORAL – Tricipital
______-______-_____
_____
Suprailiaca ______ -______-_____
_____
Abdômen
_____
______-______-_____
Total
_____
%G
_____
JUMP TESTE -1º Dia ______________________
2º Dia ______________________
CRIOTERAPIA ( )
DESCANSO PASSIVO ( )
DESCANSO ATIVO ( )
ENPPENDORF – ______ repouso;
______ final do tabata e início do protocolo de recuperação;
______ após 5 minutos de recuperação;
______final do protocolo de recuperação.
Assinatura:___________________________________________________
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A INFLUÊNCIA DA CRIOTERAPIA NA REMOÇÃO