Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Indicadores de Qualidade nas Unidades de Cuidados Intensivos para Adultos Dissertação de Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde Ana Filipa Gomes Pimenta de Matos Orientador Professor Doutor Carlos Peixeira Marques Vila Real, 2014 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Indicadores de Qualidade nas Unidades de Cuidados Intensivos para Adultos Dissertação de Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde Ana Filipa Gomes Pimenta de Matos Orientador Professor Doutor Carlos Peixeira Marques Composição do júri: Professora Doutora Maria José de Matos Rainho, Professora Auxiliar da UTAD Professor Doutor Vítor Manuel Costa Pereira Rodrigues, Professor Coordenador com Agregação na Escola Superior de Enfermagem da UTAD Professor Doutor Carlos Duarte Coelho Peixeira Marques, Professor Auxiliar da UTAD Vila Real, 2014 Este trabalho foi expressamente elaborado como dissertação original para efeito de obtenção do grau de Mestre em Gestão, sendo apresentado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. iii Ao meu pai. v AGRADECIMENTOS Esta é talvez das páginas mais difíceis na realização deste trabalho, pois todos os intervenientes no seu processo foram peças elementares neste puzzle que em determinados momentos mais se assemelhava a um “quebra-cabeças”. A todos o meu mais profundo agradecimento e não menos importante, reconhecimento. Ao Professor Carlos Marques, que apesar da sobrecarga de trabalho, desmistificou a dificuldade das várias etapas deste trabalho, através de ensinamentos valiosos, sugestões e revisão do estudo. Ao painel de peritos, pela sua colaboração e empenho na realização deste estudo. Aos amigos Francisco e Jandira, que sempre estiveram disponíveis para colmatar as minhas falhas, aconselhar e apoiar nesta caminhada. À minha “amiga do coração” Carla, que me acompanhou e compreendeu sem reservas, mostrando-se verdadeira, no seu rigor e incentivo desmesurado. À São, pelo seu apoio e amizade incondicionais, transmitindo ensinamentos nas suas doces palavras. À Teresa, sempre disponível e incansável. À minha metade da laranja, que em tantos momentos preencheu as lacunas de disponibilidade e paciência com gestos de apoio e compreensão. À Kyara, que sempre me devolveu um sorriso e um abraço após períodos de ausência incompreendida. Por fim, uma especial referência aos meus pais, que ao longo do meu processo de desenvolvimento pessoal e profissional sempre me incentivaram e me mostraram que não devemos nunca parar no tempo. Simplesmente, “obrigada”. vii RESUMO Na atual realidade das instituições e serviços de saúde, em particular das unidades de cuidados intensivos, a escassez de uma cultura de qualidade normalizada e mensurável, a par da falta de divulgação de experiências devidamente avaliadas, tornam-se motivo de preocupação crescente. Este contexto foi o fundamento para a realização de um estudo quantitativo, transversal do tipo exploratório e descritivo com vista à avaliação, garantia e melhoria da qualidade nas unidades de cuidados intensivos. Através de um grupo de peritos, utilizando a metodologia Q, foram identificados os domínios fundamentais que devem integrar um modelo de gestão da qualidade assistencial, bem como indicadores que permitam orientações e que possibilitem a monitorização da qualidade numa unidade de cuidados intensivos portuguesa, em particular o Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE. Com a seleção dos domínios e indicadores pelo grupo de peritos, foi desenvolvida uma ferramenta que permitiu, em primeiro lugar, medir o seu nível de qualidade. Foram determinados vinte e cinco indicadores de qualidade pelo painel de peritos que, depois de aplicados, permitiram avaliar de forma positiva a qualidade de cuidados numa unidade de cuidados intensivos portuguesa, nomeadamente o Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios. No seu processo de avaliação da qualidade, o Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios apresentou, na maioria dos indicadores, uma qualidade de excelência, cumprindo todos os critérios pré-determinados. Medir e avaliar a qualidade nas unidades de cuidados intensivos, tornou-se a chave-mestra para uma adequada organização, planeamento e coordenação/controlo das atividades desenvolvidas cujo principal objetivo é a própria medição dos resultados, dos processos e da estrutura utilizada, assim como as potenciais repercussões e influências geradas. Palavras chave: Qualidade em saúde, unidades de cuidados intensivos, indicadores de qualidade. ix ABSTRACT Considering the current reality of healthcare services and organizations, particularly intensive care units, the lack of a culture of standardized and measurable assessment of quality, along with the failure to disclose properly evaluated experiences, becomes a growing concern. Involved in this problem, it was performed a cross-sectional study of exploratory and descriptive kind for the assessment, assurance and quality improvement in portuguese intensive care units. A group of experts , using the Q methodology , identified the key areas to be included in a management model of quality assessment , as well as guidelines and indicators to enabling quality monitoring in a portuguese intensive care unit, in particular Intensive and Intermediate Care Unit of the Hospital Centre of Tras-os-Montes and Alto Douro, EPE. With the selection of the domains and indicators by this group of experts, it was developed a tool that allowed at first, the measurement of its level of quality. Twenty five quality indicators were determined by the panel of the experts that after being assessed could positively evaluate the quality of care of a portuguese intensive care unit, intermediate care. This intensive care unit, in the process of quality assessment, presented in most indicators an excellence of quality, fulfilling all the pre-determined criteria. Measuring and evaluating quality in intensive care units, has become the keystone for proper organization, planning and coordination/control of the developed activities whose primary purpose is the actual measurement of results, processes and structure used, as well as potential impacts and generated influences. Keywords: Healthcare quality, intensive care units, quality indicators. xi ÍNDICE DEDICATÓRIA .......................................................................................................................... v AGRADECIMENTOS .................................................................................................................. vii RESUMO .................................................................................................................................. ix ABSTRACT ............................................................................................................................... xi ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................. xv ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................................. xvii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.......................................................................................... xix INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1 CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO ........................................................................... 5 1.1. Definição de Qualidade em Saúde: do Conceito à Avaliação de Resultados ............ 5 1.1.1. Garantia e melhoria contínua da qualidade na saúde ........................................... 9 1.1.2. Avaliação da qualidade em saúde ....................................................................... 12 1.2. Gestão da Qualidade: dos Princípios aos Sistemas de Monitorização ...................... 17 1.2.1. Elementos do sistema ......................................................................................... 17 1.2.2. Sistemas de monitorização de gestão da qualidade.............................................. 20 1.3. Avaliação da Qualidade em Medicina Intensiva ....................................................... 23 1.3.1. As unidades de cuidados intensivos .................................................................... 25 1.3.2. Indicadores de qualidade no doente crítico ......................................................... 27 CAPÍTULO II - ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ............................................................. 35 2.1. Metodologia ................................................................................................................ 35 2.1.1. Objetivos ........................................................................................................... 35 2.1.2. Tipo de estudo ................................................................................................... 36 2.1.3. Organização da investigação .............................................................................. 37 2.1.4. População, amostragem e utilização de peritos ................................................... 38 2.1.5. Método e instrumento de recolha de dados ......................................................... 40 2.1.6. Unidade de análise para aplicação dos domínios e indicadores selecionados e avaliação da qualidade assistencial ..................................................................... 44 2.1.7. Análise e tratamento de dados ............................................................................ 48 2.1.8. Fontes de dados e procedimentos éticos.............................................................. 49 xiii CAPÍTULO III - APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................ 51 3.1. Definição do concourse ............................................................................................... 51 3.2. Definição do Q-set para a aplicação do questionário Q-Sort ao painel de peritos .... 54 3.3. Análise de clusters ...................................................................................................... 54 CAPÍTULO IV - CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E PERSPETIVAS DE ESTUDOS FUTUROS.............. 63 4.1. Conclusões .................................................................................................................. 63 4.2. Limitações do estudo .................................................................................................. 65 4.3. Perspetivas de trabalhos futuros ................................................................................ 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 67 ANEXOS .................................................................................................................................. 75 Anexo A - Pedido de autorização e deferimento do Conselho de Administração do CHTMAD, EPE para a realização do estudo ........................................................... 77 Anexo B - Lista de indicadores de qualidade que definem o concourse .................................... 85 Anexo C - Questionário aplicado ao painel de peritos na 1ª reunião presencial ......................... 147 Anexo D - Questionário aplicado ao painel de peritos na 2ª reunião presencial ......................... 173 Anexo E - Ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade proposta aos órgãos decisores do SCICI ................................................................................................. 179 Anexo F - Autorização para aplicação da ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade do SCICI ................................................................................................ 183 Anexo G - Totalidade das variáveis utilizadas para o cálculo da avaliação da qualidade assistencial do SCICI, de acordo com os indicadores selecionados pelo painel de peritos ................................................................................................................ 187 xiv ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1. Atributos de um sistema de saúde que definem a sua qualidade ................................... 7 Tabela 2. Descrição das UCIs e dos rácios enfermeiro/doente ..................................................... 26 Tabela 3. Estudos e indicadores selecionados ............................................................................. 52 Tabela 4. Indicadores selecionados pelo grupo de peritos na primeira reunião presencial ............ 54 Tabela 5. Média de cada perito por cluster ................................................................................. 55 Tabela 6. Lista final de indicadores selecionados pelo painel de peritos na segunda reunião presencial .................................................................................................................. 58 Tabela 7. Indicadores selecionados pelo painel de acordo com dimensão, inclusão nos estudos referidos na revisão da literatura e posicionamento nos clusters ..................... 59 Tabela 8. Resultados da avaliação da qualidade assistencial do SCICI com a ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade desenvolvida ................................................ 60 xv ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1. Processo de desenvolvimento de estratégias para a qualidade ...................................... 10 Figura 2. Passos metodológicos para o desenvolvimento de um sistema de monitorização de qualidade ................................................................................................................... 21 Figura 3. Desenho da investigação ............................................................................................. 38 Figura 4. Quadro Q-Sort para 13 questões .................................................................................. 43 Figura 5. Fluxograma com processo de definição do concourse para a aplicação da metodologia Q-Sort na população em estudo.............................................................. 53 Figura 6. Distância entre clusters................................................................................................ 55 Figura 7. Histograma: Análise de frequência de pontuações dos indicadores na divisão de 6 clusters ...................................................................................................................... 56 Figura 8. Dendograma, seleção final de indicadores (método de máxima distância euclidiana) ................................................................................................................. 57 xvii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AHRQ - Agency for Healthcare Research and Quality CHTMAD - Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro cit. - citado CVC - Cateter Venoso Central DGS - Direção-Geral da Saúde EPE - Empresa Pública Empresarial ERS - Entidade Reguladora da Saúde ESICM - European Society of Intensive Care Medicine JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations n.º - número p. - página PDCA - Plan, Do, Check, Act PNS - Plano Nacional de Saúde SCICI - Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios SEMICYUC - Sociedad Española de Medicina Intensiva, Crítica y Unidades Coronarias SINAS - Sistema Nacional de Avaliação em Saúde UCIM - Unidade de Cuidados Intermédios UCIP - Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente UCIs - Unidades de Cuidados Intensivos WHO - World Health Organization xix INTRODUÇÃO A avaliação da qualidade assistencial, é uma das maiores áreas de interesse e preocupação nas instituições de saúde, apresentando-se a monitorização, melhoria e garantia da qualidade como um dos objetivos a atingir atendendo às perspetivas da conjuntura atual (Feldman, Gatto & Cunha, 2005). De acordo com o Plano Nacional de Saúde (PNS) 2004/2010, a cultura da qualidade dos serviços é escassa, nomeadamente na resposta dada às expectativas legítimas dos cidadãos utilizadores. Por outro lado, a divulgação de experiências devidamente avaliadas é insuficiente, principalmente as promotoras de sucesso (Ministério da Saúde, 2004). Também no atual PNS (2012-2016), encontramos referência a perspetivas para a promoção da qualidade através de ciclos de melhoria contínua com identificação sistemática de problemas e oportunidades com o objetivo de os solucionar ou melhorar, estabelecer padrões desejáveis e realistas, identificar e atuar sobre os pontos críticos, planear e implementar as mudanças, monitorizar e avaliar. Estes processos devem ser multidisciplinares, não punitivos, da iniciativa dos profissionais e estarem associados a planos de desenvolvimento profissional e das instituições (Campos, Saturno & Carneiro, 2010). Os diagnósticos efetuados e publicados referentes ao desempenho dos serviços de saúde têm demonstrado a existência de um grande desequilíbrio entre o nível da prestação dos profissionais e a adequação dos contextos organizacionais, bem como a afirmação de lideranças em que estes trabalham, revelando défice organizacional dos serviços de saúde. Além disso, os principais agentes de decisão, investigadores em saúde e líderes de opinião, convergem na constatação da escassez (ou mesmo inexistência) de indicadores válidos e fiáveis que suportem a gestão estratégica e operacional do Sistema de Saúde (Ministério da Saúde, 2004). 1 Introdução A existência de uma prática institucional normalizada é reconhecidamente um meio de garantir a qualidade na prática assistencial na saúde, promovendo a adequação de procedimentos ao ritmo da evolução do conhecimento científico e da inovação tecnológica, coordenado por sistemas de monitorização de qualidade. Formalizar estes sistemas implica a compreensão de políticas, responsabilidades, canais de comunicação, e ações a desenvolver. Envolve trabalho pluridisciplinar de um grupo ou serviço, empenhamento da gestão de topo, técnicas específicas de controlo de qualidade e formação no processo de mudança. É uma procura incessante de melhores soluções em resposta às necessidades e expectativas dos utentes numa filosofia global, assente em estruturas organizacionais capazes de garantir que as atividades decorram de forma controlada. É a base da gestão de qualidade total, pois estabelece a disciplina necessária ao sistema de valores (Sociedad Española de Medicina Intensiva, Crítica y Unidades Coronarias [SEMICYUC ], 2011). Assim, é fundamental e de extrema importância o desenvolvimento de planos de gestão da qualidade adequados e adaptados aos diferentes serviços e especialidades na área da saúde, nomeadamente as unidades de cuidados intensivos (UCIs) que, dado o seu cariz intrínseco de especificidade, aspiram a uma melhor qualidade dos seus serviços com o menor risco possível para o utente. Do ponto de vista estrutural, as UCIs são um serviço heterogéneo. Ao avaliarmos a importância de fatores não clínicos (e estudos apoiam esta afirmação) no desempenho das UCIs, verificamos a existência de enormes inconstâncias, quer dentro do mesmo país, quer entre diferentes países. Observam-se diferenças nos dados dos doentes admitidos em termos de gravidade, patologia e diagnóstico, o que propicia a confluência de algumas dessas diferenças. Mas mesmo que os fatores não clínicos fossem passíveis de serem controlados, as diferenças iriam persistir. Mantêm-se as diferenças na construção das UCIs, do seu posicionamento a nível de organograma funcional do hospital, no modo como são geridas e, não menos importante, no número e formação dos profissionais que nelas exercem funções (Moreno, Matos, Caixinha, Fevereiro & Almeida, 1997). Por este pressuposto, é imperativo que as UCIs desenvolvam uma cultura da qualidade, desenvolvendo um sistema de gestão da qualidade total, em que envolve toda a organização. No presente contexto, foi elaborado o atual trabalho de investigação que procura contribuir para a criação de um modelo de gestão de avaliação e melhoria da qualidade das UCIs, na sua 2 Introdução vertente tridimensional; por um lado, as UCIs apresentam processos e atividades exclusivas, dependentes maioritariamente das suas características; por outro lado, encontram-se integradas num departamento, com o qual estabelecem relações; finalmente, exibem uma natureza transdepartamental, através da transferência de doentes de/e para vários locais e com urgência sistemática de deslocações para procedimentos diagnósticos ou terapêuticos (Moreno et al., 1997). Assim, com vista à garantia e melhoria da qualidade nas UCIs, pretendemos identificar domínios fundamentais que devem integrar um modelo de gestão da qualidade assistencial, bem como indicadores que permitam orientações e que possibilitem a monitorização da qualidade numa UCI portuguesa, em particular o Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios (SCICI) do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro [CHTMAD], EPE. Neste contexto, surge a pergunta de investigação: Quais os domínios e indicadores essenciais para a formulação de um modelo de gestão da qualidade clínica numa unidade de cuidados intensivos para adultos portuguesa? Tendo em linha de conta que todos os métodos de avaliação de qualidade e de melhoria da qualidade em cuidados intensivos devem focar três pilares fundamentais - estruturas, processos e resultados (Donabedian, 1993) - os objetivos deste estudo são: 1) Identificar, através de um grupo de peritos, os domínios e indicadores que devem integrar um modelo de gestão da qualidade, adaptados à realidade de uma UCI para adultos portuguesa nível III, nomeadamente o SCICI do CHTMAD, EPE; 2) Desenvolver uma ferramenta para a avaliação da qualidade numa UCI através dos domínios e indicadores selecionados; 3) Avaliar a qualidade assistencial de uma UCI portuguesa com o instrumento de avaliação criado. Como se pretende conhecer uma realidade num contexto de trabalho, optamos por elaborar um estudo quantitativo, transversal do tipo exploratório e descritivo. Destacam-se, ao longo do estudo, as seguintes etapas metodológicas: 1) Referencial teórico, com a identificação e sistematização dos conceitos em estudo, tendo em conta as definições de “qualidade” e “qualidade em saúde”, a problemática da avaliação da qualidade em saúde e, mais especificamente, a avaliação da qualidade nas UCIs através de indicadores de qualidade; 2) Aplicação da metodologia Q-Sort a um painel de peritos na área da medicina intensiva, partindo de uma lista de domínios e indicadores de qualidade pré-definida, obtida através da revisão da literatura; 3) Apresentação dos resultados aos órgãos decisores de gestão do SCICI, 3 Introdução do CHTMAD, EPE; 4) Avaliação da qualidade do SCICI do CHTMAD, EPE, através dos domínios e indicadores selecionados pelo painel de peritos e autorizados pelos órgãos de gestão decisores. Na finalização deste estudo de investigação, serão discutidos os resultados, apresentadas as suas conclusões e propostas recomendações para estudos futuros e para a melhoria de avaliação da qualidade, baseadas nos resultados da investigação. Segundo Moreno e colaboradores (1997), a avaliação das atitudes dos profissionais de saúde, dos processos e dos resultados é, na maioria das vezes, imprecisa, pontual e intuitiva. No entanto, segundo os mesmos autores, ela pode e deve ser exata, sistemática e rigorosa. Para que este fim seja atingido, é necessário a utilização de uma terminologia comum que pressuponha o conhecimento profundo de definições ligada a este tema. 4 CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO TEÓRICO 1.1. Definição de Qualidade em Saúde: do Conceito à Avaliação de Resultados Disseminada a partir da indústria desde meados do século XX e tendo tido como referência as experiências desenvolvidas nesta área, a qualidade (Deming 1986; Juran, 1989) é um domínio onde, à semelhança de muitos outros, como sejam o financiamento, a relação mercado oferta/procura, a previsibilidade de necessidades, o impacto e visibilidade social, por exemplo, as “idiossincrasias” do sistema definem, moldam e adaptam uma realidade transposta de outras áreas de atividade, para o sistema de saúde (Sousa, 2010). Um dos principais fatores que tem condicionado a adoção e implementação de critérios de avaliação de qualidade nos sitemas de saúde prende-se com o facto destes conceitos terem sido importados da área industrial e essa importação e aplicação na saúde não poder ser feita de forma linear, devendo respeitar a especificidade dos destinatários, bem como a existência do vasto conjunto de definições associadas ao conceito “qualidade em saúde” e as terminologias que lhe estão subjacentes (Berwick, 1996; Blumenthal, 1996; Deming, 1994; Sousa, 2010). Hoje em dia, não haverá nenhuma intervenção na área da saúde, ou que sobre ela incida, que não teça considerações, questione ou manifeste preocupação sobre a qualidade na saúde, seja numa perspetiva global e genérica, seja nas suas diferentes dimensões e atributos (Biscaia, 2007), existindo na literatura, inúmeras definições de qualidade, concetualizada em termos de cuidados de saúde e de sistemas de saúde (World Health Organization [WHO], 2006). 5 Capítulo I - Enquadramento Teórico De acordo com o PNS respeitante a 2011-2016 (Campos et al., 2010), embora a definição de qualidade seja sempre dependente da perspetiva e valores de quem a define, é de extrema importância a escolha de uma formulação que sirva de referência. O Institute of Medicine dos Estados Unidos da América, em 1990, definia qualidade em saúde como o grau em que os serviços de saúde para os indivíduos e as populações aumentam a probabilidade de obter os resultados esperados de saúde e são coerentes com o conhecimento profissional corrente (Lohr, 1990). Em 1997, o Department of Health (UK) apresentava como definição de qualidade em saúde, fazer as coisas certas à primeira, à pessoa certa, no tempo certo. Para melhor complementar esta definição, o PNS 2011-2016 acrescenta: “no sítio certo ao mais baixo custo”. O mesmo PNS adotou, no entanto, a formulação proposta pelo Programa Ibérico, em 1990, classificando-a como uma das mais completas, que define a qualidade em saúde como a prestação de cuidados acessíveis e equitativos, com um profissional ótimo, que tenha em conta os recursos disponíveis e consiga a adesão e satisfação dos utentes (Saturno, Imperatori & Corbella, 1990). Outras definições propostas, nomeadamente por Palmer e pela Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO) referem-se, respetivamente, à qualidade na saúde como “…a produção de saúde e satisfação de uma população, com as limitações da tecnologia existente, os recursos disponíveis e as características dos utentes” (Palmer, 1982, p.761), e “…o modo como os serviços de saúde, com o atual nível de conhecimentos, aumentam a possibilidade de obter resultados desejados e reduzem a possibilidade de obtenção de resultados indesejados” (JCAHO, 1993). Na área da saúde, a aparente unanimidade bem como a relativa naturalidade e facilidade em lidar com conceitos e metodologias relativamente recentes, suscita algumas questões. A qualidade na saúde deverá ser analisada no contexto de um sistema de saúde, inserido numa sociedade complexa, em permanente evolução (Biscaia, 2007). Donabedian (1990), propôs os sete atributos de um sistema de saúde que definem a sua qualidade: eficácia, efetividade, eficiência, otimalidade, aceitabilidade, legitimidade e equidade (Tabela 1). 6 CapítuloI - Enquadramento Teórico Tabela 1. Atributos de um sistema de saúde que definem a sua qualidade Eficácia Capacidade de um sistema de saúde de melhorar o resultado de interesse quando aplicado em circunstâncias ótimas. Efetividade Capacidade de um sistema de saúde de melhorar o resultado de interesse quando aplicado em circunstâncias rotineiras. Eficiência Medida de custo exigido para atingir qualquer melhoria num sistema de saúde. Otimalidade Ponto máximo da relação entre os benefícios dos cuidados de saúde e os seus custos. Aceitabilidade A adaptação dos cuidados de saúde aos desejos, expectativas e valores dos doentes e suas famílias. Legitimidade Aceitabilidade dos cuidados de saúde pela comunidade e sociedade. Equidade Grau de justiça na divisão dos cuidados de saúde e dos seus benefícios entre os membros de uma população. Fonte: Adaptado de Donabedian, 1990 Em 2006, a Organização Mundial de Saúde reúne, integradamente, como atributos da qualidade na saúde, alguns dos atributos de Donabedian (efetividade, eficiência, aceitabilidade e equidade) acrescentando a acessibilidade e a segurança. Na dinâmica dos serviços de saúde, qualquer que sejam as tomadas de decisão, deverão ser respeitadas estas diversas dimensões (Barros, 1998). Além disso, a qualidade na saúde na essência da sua especificidade, apresenta ainda algumas características que a diferenciam de outros setores, pois busca satisfazer – e diminuir – as necessidades, não respondendo somente à procura. Visa oferecer mais do que as carências, devendo ser proativa, de modo a prevenir e a dar resposta (WHO, 2009). O próprio sistema de saúde apresenta vários e diferentes grupos de profissionais com interesses e motivações distintas que, dependendo do seu posicionamento no “sistema”, possuem definições e medições de qualidade próprias, podendo igualmente diferir nas dimensões analisadas, nos objetivos definidos, nos indicadores, medidas selecionadas e nos padrões utilizados como referência (Brook, McGlynn & Cleary, 1996). A título de exemplo, os profissionais de saúde caracterizam, tendencialmente, a qualidade em termos dos atributos, resultados dos cuidados prestados e da sua efetividade. Os financiadores, gestores e decisores políticos focam mais a sua atenção nas medidas e indicadores gerados pelo desempenho organizacional, baseando-se na globalidade da população tratada. Por sua vez, os utentes/doentes tendem a valorizar essencialmente os aspetos relacionais decorrentes do contacto com a organização e, consequentemente, com os profissionais de saúde, a 7 Capítulo I - Enquadramento Teórico acessibilidade e o “balanço” entre as expectativas e o resultado final dos cuidados recebidos (Bowers, Swan & Koehler, 1994). Assim, a qualidade dos serviços de saúde deve ser analisada numa perspetiva de rede (Eiriz & Figueiredo, 2004; Ovretveil, 1992), surge como uma exigência de todos (Pisco, 2007) e temse tornado uma preocupação crescente (Barros, 1999). Este último autor refere ainda que: Diversos factores estão na origem dessa preocupação: a problemática da contenção de custos (ou pelo menos do seu crescimento), maior atenção da população aos aspectos de qualidade, sendo esta cada vez mais um factor de escolha; e a alteração dos mecanismos de financiamento, na sua componente de pagamento aos prestadores, com a introdução de risco financeiro para os prestadores tem gerado receios de que estes reajam com uma diminuição da qualidade. (p.2) Campos e Carneiro (2010) referem como fatores que podem condicionar a qualidade em saúde: a) evolução social, política, ambiental, científica e tecnológica extraordinária; b) incerteza e imprevisibilidade de ocorrências como epidemias e catástrofes, alterações climáticas e terrorismo; c) características do sistema de saúde; d) determinantes da procura de cuidados (envelhecimento, doença crónica, mais informação, expectativa e exigência) e da capacidade de resposta (recursos humanos, especialização crescente, trabalho multidisciplinar e intersetorial); e) novos conceitos de resultados (outcome) em saúde e de qualidade de vida. Segundo o atual PNS 2012-2016, a qualidade em saúde depende também da intervenção dirigida às estruturas de prestação de cuidados (recursos humanos e materiais, instalações e organização), dos processos decorrentes da própria prestação de cuidados (qualidade técnica, adequação/validade da informação produzida, integração e continuidade de cuidados) e dos resultados (reabilitação/recuperação do doente, controlo da doença crónica, capacitação, educação, literacia em saúde, mudança de comportamentos e satisfação com os cuidados), (Campos et al., 2010). Para Lopes e Capricho (2007), a qualidade é uma ferramenta estratégica intemporal que possibilita uma evolução com alicerce e elementos basilares, tais como: fazer bem, saber exigir e continuamente melhorar, pelo que a qualidade deverá ser um sinónimo de estratégia de gestão, centrando-se na excelência do produto ou serviço e na satisfação das necessidades dos clientes. O envolvimento dos colaboradores é preponderante, numa atitude proativa a fomentar, devendo este conceito integrar a cultura organizacional. 8 CapítuloI - Enquadramento Teórico 1.1.1. Garantia e melhoria contínua da qualidade na saúde Segundo Silva (2004), é no contexto de novas realidades trazidas pelo processo de aceleração histórica que atinge os hospitais, que se exige uma nova estratégia de gestão, onde os princípios e as ferramentas de melhoria contínua de qualidade se inscrevem. A forma como a qualidade é abordada e as pressões exercidas nas instituições de saúde, dependem do sistema de saúde em que se encontram. Nos países europeus, segundo Count e Meurer (2001), tem-se observado uma preocupação em implementar modelos de melhoria de qualidade de uma forma consistente. De acordo com os mesmos autores, tal facto deve-se ao tipo de financiamento, sendo este governamental, havendo, deste modo, a capacidade de desenvolver projetos de melhoria pelo tempo necessário. Assente nos pressupostos de Adami (2000), a definição e fixação de objetivos permite uma monitorização, garantia e consequente melhoria da qualidade. A implementação de medidas após a análise dos problemas através de ações corretivas concretas e passíveis de correção verificam os resultados finais e possibilitam a avaliação da estratégia de garantia de qualidade adotada (Adami, 2000). A melhoria da qualidade deve basear-se na mudança, através da análise de um processo de intervenção assente num modelo cíclico dividido em três categorias: análise, estratégias e implementação (Figura 1), (WHO, 2006). Este modelo, similar ao ciclo de Deming – Plan, Do, Check, Act (PDCA), procura compreender o problema, planear, tomar a ação, estudar os resultados e planear novas ações como resposta (WHO, 2006), tendo como ponto de partida, as necessidades e expectativas dos consumidores e a criação de um movimento contínuo de melhorias dentro da organização (Pires, 2007). Este modelo procura ainda o aumento da produtividade, a redução de custos e preços, a conquista de novos mercados, a ampliação do negócio e o aumento de postos de trabalho. Finalmente, este modelo aponta ao gestor um caminho e uma atitude, tornando-o sempre atento às necessidades dos consumidores, antecipando os seus gostos e necessidades (António & Teixeira, 2007). 9 Capítulo I - Enquadramento Teórico Estratégia 4. Objetivos de qualidade 5. Escolher intervenções para a qualidade Análise Implementação 1. Envolvimento dos decisores 2. Análise situacional 3. Confirmação dos objetivos para a saúde 6. Processo de implementação 7. Monitorização do progresso Figura 1. Processo de desenvolvimento de estratégias para a qualidade (Adaptado de WHO, 2006) A gestão deste processo de mudança, revela um grande desafio para todos os seus intervenientes, com especial relevo para os decisores políticos e profissionais de saúde. Assim, aos órgãos políticos e executivos é exigida uma política com aposta inequívoca no desenvolvimento profissional contínuo, desenvolvimento esse que garanta a sustentabilidade do sistema de qualidade em saúde (Biscaia, 2007; Pisco, 2007). Aos profissionais de saúde, compete-lhes assumir a liderança ética, técnica e científica neste processo, garantindo de forma transparente a adequação dos cuidados de saúde a qualidade e a sua autorregulação (Biscaia, 2007). O utente, interveniente major no sistema de saúde, destaca-se pela sua mudança de papel face à organização e aos seus processos. O aumento exponencial no seu grau de exigência implicou mudanças, não só ao nível das atitudes e comportamentos dos profissionais, mas também ao nível das políticas organizacionais praticadas (Henochowicz & Hetherington, 2006). De acordo com Ovretveit (2003), a melhoria contínua da qualidade na saúde e a sua garantia, além de ter como objetivos a correção de erros, deve também procurar reduzir a variabilidade indesejada, sendo um processo contínuo num quadro de responsabilidade e participação coletiva. 10 CapítuloI - Enquadramento Teórico A introdução de políticas de melhoria contínua da qualidade na saúde, tem como principais objetivos: i) procurar promover e manter a saúde das populações; ii) estruturar os serviços de saúde de modo a satisfazer as necessidades dessas populações; iii) assegurar a competência dos profissionais de saúde; iv) garantir que os recursos financeiros, humanos, equipamentos e informação sejam utilizados de forma racional e eficiente; v) assegurar a satisfação dos utilizadores dos cuidados de saúde (WHO, 2006). Para a prossecução da melhoria contínua da qualidade dos cuidados torna-se necessário efetuar, de forma estruturada e sistemática, a identificação de problemas e a garantia da sua solução. Este processo é baseado na identificação dos problemas, no estabelecimento de prioridades, na procura das melhores soluções aplicáveis, visando a resolução dos mesmos (Sousa, 2010). Também no atual PNS 2012-2016, encontramos referência a perspetivas para a promoção da qualidade através de ciclos de melhoria contínua com identificação sistemática de problemas e oportunidades com o objetivo de os solucionar ou melhorar, estabelecer padrões desejáveis e realistas, identificar e atuar sobre os pontos críticos, planear e implementar as mudanças, monitorizar e avaliar. Estes processos devem estar associados a planos de desenvolvimento profissional a par com as instituições, ser da iniciativa dos próprios e também multidisciplinares (Campos et al., 2010). Na mesma linha de orientação, o referido plano preconiza uma monitorização, benchmarking e avaliação (interna e externa), incluindo processos de acreditação, de avaliação e de identificação de boas práticas que devem realizar-se ao nível do profissional, da equipa, do serviço, da instituição e da decisão política, de forma clara, com o intuito de fomentar a responsabilidade social e promovê-la junto do cidadão. Recomenda a definição de objetivos, indicadores e metas, modelos de organização e de prestação, que permitam a comparabilidade e a identificação de boas práticas, padrões de estrutura, processo e de resultado (Campos et al., 2010). Existem seis domínios de intervenção onde se pode atuar ao nível da qualidade, sendo geralmente os domínios onde também se focalizam os problemas: Liderança, Informação, Compromissos com utentes e população, Normas e Regulamentos, Capacidade Organizacional e Modelos de Cuidados de Saúde. São domínios de interligação e que 11 Capítulo I - Enquadramento Teórico pretendem facilitar o processo de decisão na escolha da melhor estratégia a implementar, tendo em conta o contexto e os atores envolvidos (WHO, 2006). Não obstante, a concretização dos princípios referentes ao desenvolvimento contínuo da qualidade ao nível da componente prática, pode evidenciar diversas falhas, das quais Pires (2007) destaca: i) dificuldades relacionadas com contextos estruturais e normativos demasiado rígidos; ii) desenvolvimento independente de programas de qualidade não coordenados, em vários sectores; iii) falta de envolvimento e de suporte ao nível da gestão; iv) dificuldade em manter os profissionais constantemente motivados na manutenção da qualidade; v) e finalmente, construção de programas de desenvolvimento contínuo da qualidade como projetos autónomos (e marginais) em relação às outras atividades da instituição. Para que o objetivo de melhorar a qualidade de uma organização se cumpra, não basta apenas “querer a qualidade”. Para Mezomo (2001), a única arma de implementação da melhoria da qualidade é a decisão, pressupondo o conhecimento das suas etapas, barreiras, a identificação do tempo necessário para a sua operacionalização, liderança, técnicas de melhorias que envolvam a monitorização dos processos e resultados e, finalmente, uma comunicação e colaboração eficientes. Preconiza-se para 2016 que os serviços/departamentos adquiram uma visão de desenvolvimento assente na melhoria da qualidade e integrada numa partilha de responsabilidade em rede, com valorização da complementaridade entre serviços de proximidade, de polivalência e de especialidade, sendo esta parte da identidade e dos objetivos das instituições, alcançando assim padrões de excelência e referência. (Campos et al., 2010). 1.1.2. Avaliação da qualidade em saúde Verificamos, no dia a dia das organizações, um vasto leque de mecanismos de avaliação, interna e externa, que permitem conhecer e comparar os diferentes profissionais, planos de saúde, populações, regiões, países ou estratégias terapêuticas, nomeadamente guias de orientação clínica, tendo como referência uma norma, a melhor evidência disponível por uma prática de excelência (Ovretveit, 2003). 12 CapítuloI - Enquadramento Teórico Como modelos de avaliação da qualidade, destacamos, sumariamente, os modelos de Maxwell e de Donabedian, por serem os mais utilizados e conhecidos e também por apresentarem como denominador comum a operacionalização da qualidade em saúde em forma de dimensões, o que possibilita análises mais pormenorizadas e integradas nas organizações de saúde. De acordo com Melzer (2006), Maxwell, no início da década de 90, ofereceu um dos principais contributos para o debate relacionado com a avaliação da qualidade, sendo a sua influência visível, quer ao nível das práticas e/ou das políticas de avaliação da qualidade. Maxwell (1992) defendia um modelo multidimensional, pois ao operacionalizar o conceito de qualidade em seis dimensões distintas (efetividade, eficiência, aceitabilidade, acessibilidade, equidade e segurança), tornou capaz a sua medição e avaliação. Já Donabedian, desenvolveu um modelo de avaliação da qualidade assente em três dimensões: estrutura, processo e resultados (Donabedian, 1966), sendo consensual a sua utilização como métodos de avaliação e melhoria contínuas (Moreno et al., 1997) na saúde, constituindo um paradigma predominante nesta área (Sousa, 2010). A estrutura é caracterizada pelo espaço físico, recursos materiais, recursos humanos e modelo organizativo do trabalho. O processo é constituído pelo conjunto de intervenções realizadas por todos os profissionais e que passam pelo diagnóstico, terapêutica e ações preventivas. Aos resultados estão associados a efetividade e eficiência ou desempenho financeiro através da avaliação dos diferentes níveis de saúde, custos associados e satisfação dos utilizadores do sistema (Brook et al., 1996; Donabedian, 1980). De acordo com o autor deste modelo, a relação entre os cuidados que os doentes recebem e os resultados que daí advêm, torna-se a chave para avaliar, monitorizar e consequentemente, melhorar a qualidade em saúde (Donabedian, 2002). Da complexa combinação que envolve o processo, a tecnologia e a interação humana, que caracteriza o moderno sistema de prestação de cuidados de saúde, é esperado que traga benefícios significativos para os doentes e, neste contexto, surge uma multiplicidade de abordagens da avaliação da qualidade nas instituições com utilização de conceitos como: acreditação e certificação das organizações; auditorias clínicas; benchmarking; clinical governance; avaliação de desempenho; outcome research, entre outros (Sousa, 2010). 13 Capítulo I - Enquadramento Teórico Neste âmbito, como referiu a Comissão Europeia em 2000, à semelhança do que se passa a nível internacional, a preocupação relacionada com a avaliação da qualidade no sistema de saúde, de âmbito público, privado ou social, assume cada vez maior relevância. Verificamos também que esta preocupação se manifesta não só ao nível dos órgãos decisores e administrações, mas também ao nível dos serviços, profissionais de saúde e, finalmente, dos próprios utentes. Segundo as orientações e evidência do eixo-estratégico – Qualidade em Saúde do atual PNS, a avaliação da qualidade dos cuidados e dos serviços deve integrar áreas distintas e complementares, como: a) informação e envolvimento, assegurando a disponibilização de informação pelos prestadores aos cidadãos; b) cuidados e apoio personalizados, garantindo a efetividade e adequação; c) segurança dos equipamentos e instalações; d) garantia da qualificação e competência dos profissionais; e) gestão do risco, padrões de segurança e notificação de mortes e outros incidentes na organização; f) gestão adequada da organização (UK Care Quality Commission, 2009). Concomitantemente, deve ser avaliada a própria política de qualidade, através de nomeação de entidades externas e independentes, responsáveis pela monitorização, elaboração de recomendações e publicitação regular de resultados (Campos et al., 2010). De acordo com a alínea b) do artigo 36º do Decreto-Lei nº 127/2009, de 27 de maio, incumbe à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) “Promover um sistema de classificação de saúde quanto à sua qualidade global, de acordo com os critérios objectivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes” (p.3327) Para além da obrigação legal que lhe assiste, a ERS considera o acesso à informação, no que aos serviços de saúde diz respeito, um direito importante dos cidadãos. Assim, assumiu a responsabilidade de criar, de raiz, um sistema que permitisse avaliar diversas dimensões da qualidade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde de Portugal. Ainda a nível nacional e de acordo com o Relatório Final realizado pelo Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar (Despacho nº 10601/2011, de 24 de agosto), sendo a saúde uma componente ativa da competitividade nacional, torna-se imprescindível a inserção da qualidade como instrumento de planeamento dos cuidados e serviço prestados, do controlo estatístico e da melhoria contínua e persistente da estrutura, dos processos de trabalho e dos resultados. 14 CapítuloI - Enquadramento Teórico De entre os fatores que incentivaram e continuam a despertar a atenção da avaliação da qualidade em saúde, destacamos: i) as questões de custo/benefício; ii) o desenvolvimento de novas orientações políticas centradas na exigência de responsabilidade perante a sociedade; iii) a pressão por parte dos doentes, que se encontram cada vez mais informados e, por isso, mais exigentes; iv) o peso dos “media” que cada vez mais dedicam especial atenção às questões de erro clínico e eventos adversos; v) o interesse crescente na mensuração dos resultados clínicos e do grau de satisfação dos doentes (Campos et al., 2010; Marshal & Davies, 2001). As auditorias clínicas e a avaliaçãos dos resultados (outcome research) bem como os diferentes modelos de acreditação têm sido os instrumentos mais utilizados e de maior evidência científica nos processos de avaliação da qualidade (Mainz, 2003; Veillard et al., 2005). Segundo Romano (2005), o conceito de acreditação encontra-se ligado a um sistema de avaliação externa com cumprimento de padrões de qualidade explícitos e previamente estabelecidos, sendo esta avaliação realizada de forma periódica e voluntária e objetivando o desenvolvimento de uma cultura de melhoria contínua de qualidade. A acreditação das instituições de saúde teve o seu início em Portugal no ano de 1999 e segundo o Programa Nacional de Acreditação em Saúde (Ministério da Saúde, 2009) é uma das propriedades estratégicas do Ministério da Saúde. Sendo o principal responsável político pela qualidade dos cuidados que são prestados no sistema de saúde português, o principal objetivo deste ministério assenta no reconhecimento público da qualidade atingida nas organizações prestadoras de cuidados de saúde, através de uma avaliação objetiva da competência por pares (Ministério da Saúde, 2009). Além disso, procura fomentar uma cultura de melhoria da qualidade, sendo entendida não como um fim em si mesmo, mas, antes, como uma ferramenta para o desenvolvimento da estratégia da qualidade, constituindo um estímulo para a aplicação de boas práticas, de procedimentos normalizados da qualidade e segurança, de metodologias de avaliação do risco e de estudos de custo-efetividade, na prestação dos cuidados de saúde. As auditorias clínicas, prática recuperada e relançada no Reino Unido como um dos conceitos fundamentais em que se materializa o movimento de Clinical Governance (Ritchie, Downie, Boynton & Warner, 2005), podem definir-se como um processo de avaliação e melhoria da qualidade através da 15 Capítulo I - Enquadramento Teórico revisão sistemática de informação resultante dos cuidados prestados e da sua comparação com critérios e padrões previamente definidos, sendo este processo realizadointer-pares (UK National Health Service Wales, 2003). No contexto de um serviço nacional de saúde, é dado algum espaço à flexibilidade, deixando que cada instituição possa escolher o método em que quer estar envolvida, por julgar ser o melhor face às suas características particulares (Boto, Costa & Lopes, 2008) mas, simultaneamente, olha-se cada vez mais para os resultados como medida de desempenho das instituições (e não tanto, como antes, para estrutura e processo), (Griffith, Knutzen & Alexander, 2002). Apesar do crescente uso de medidas de resultados na avaliação da qualidade das organizações e da prestação efetiva dos cuidados ao utente, essa abordagem ainda apresenta limitações metodológicas relevantes. Verificamos a existência de uma situação antagónica, havendo uma lacuna nas referências que servem como medida e parâmetros de comparação, fundamentais para a avaliação da qualidade e dos resultados observados (Travassos, Noronha & Martins, 1999). De acordo com Almeida (1997), quando crescem as pressões sobre a disponibilidade de recursos para políticas sociais, ou quando a procura pela equidade é o objetivo central das propostas de reforma, aumenta a importância da avaliação dos cuidados de saúde prestados, principalmente quando muitas das propostas e iniciativas procuram transferir para o jogo de forças de mercado a definição das melhores alternativas associadas. Segundo Carneiro (2003), a análise da variabilidade na prática clínica e, maioritariamente, dos resultados decorrentes da prestação de cuidados de saúde, tem hoje um estatuto central na avaliação da qualidade em saúde. Tendo em conta a variabilidade na prática clínica, os esforços têm-se centrado no desenvolvimento de normas de orientação clínica, as denominadas guidelines, cujo principal objetivo assenta na definição de práticas de excelência baseadas na medicina de evidência. No que concerne à análise de resultados clínicos e económicos em saúde, esta área encontra-se intimamente ligada à noção anglo-saxónica de outcomes research. Sousa (2010), refere que esta nova abordagem pretende analisar e compreender os resultados de uma intervenção clínica, assim como os fatores que a influenciam, permitindo uma perspetiva focalizada e global da qualidade em saúde. 16 CapítuloI - Enquadramento Teórico 1.2. Gestão da Qualidade: dos Elementos aos Sistemas de Monitorização Na atual conjuntura da globalização, face às exigências dos utentes e à crescente concorrência dos serviços privados de saúde, torna-se importante que, para poderem ter sucesso, as organizações sejam capazes de acrescentar valor naquilo que produzem e que apostem no melhor desempenho (Lopes & Capricho, 2007). Portugal, país que não fugiu a esta realidade, confrontado com a escassez de recursos para manter o atual nível de gastos com a saúde, capacitou como insuficiente o caminho da simples aplicação de metodologias e de programas isolados da gestão, quer seja pela ação dirigida ao conjunto dos hospitais ou das organizações prestadoras de cuidados. Como alternativa, defende atualmente a forma mais avançada da gestão da qualidade, inserida estrategicamente, ao mesmo nível da gestão financeira, utilizada como instrumento de planeamento dos cuidados e serviço prestados, do controlo estatístico e da melhoria contínua e persistente da estrutura, dos processos de trabalho e dos resultados (Despacho nº 10601/2011, de 24 de agosto). No entanto, não é apenas a caracterização setorial que poderá determinar a intenção e a decisão em implementar um sistema de qualidade na área da saúde, em particular, num hospital. Se considerarmos o impacto de fatores externos, como a evolução da procura de serviços de saúde, o desenvolvimento da rede de prestação de cuidados primários, o crescimento exponencial da atividade das seguradoras na área e as políticas governamentais, estão reunidas as condições para uma necessidade subjacente de um sistema que permita um conceito de qualidade integrada da prestação dos serviços de saúde (Sousa, 2011). Neste contexto, o conceito de sistema da qualidade é um subsistema da gestão porque atribui sistematicamente recursos e responsabilidades, de modo a que a organização para a qualidade se torne viável, efetiva e competitiva (Pires, 2007). 1.2.1. Elementos do sistema Segundo Chiavenato (2003), durante a aplicação de um determinado método de gestão, são necessárias alterações profundas no cerne de uma organização, podendo estas ser tanto de natureza física como estratégica. 17 Capítulo I - Enquadramento Teórico Os casos de sucesso ao nível hospitalar apresentam uma forte componente de planeamento e estratégia da implementação e desenvolvimento do sistema de gestão da qualidade (Ruiz, 2004). A exigência de liderança a todos os níveis de gestão/chefia, a definição de processos de controlo envolvendo todas as funções hospitalares operacionais e de suporte (nomeadamente o desenvolvimento e avaliação dos processos de tratamento do doente), constituem para esse efeito, aspetos fundamentais. Rocha (2006), refere que um sistema de gestão da qualidade assenta na identificação das atividades chave da organização e no estabelecimento de prioridades para monitorizar e melhorar processos, centrada e orientado para a satisfação dos clientes. De acordo com este autor, este modelo de qualidade, organiza e integra atividades de melhoria e através da estrutura fornecida organiza o planeamento, medição e análise de processos, estruturas e resultados, tendo como alicerce uma abordagem da organização de forma sistemática e sistémica (Rocha, 2006). O conceito de sistema de gestão da qualidade determina o conjunto das medidas organizacionais capazes de transmitir a máxima confiança de que um determinado nível de qualidade aceitável está a ser alcançado ao mínimo custo (Pires, 2007). Juran e Gryna (1991), referem como pontos fundamentais para a instituição de um sistema de gestão da qualidade, a denominada trilogia Juran: planeamento, controlo e melhoria da qualidade. Bittar (1999), atribui como componentes básicos para a obtenção de bons resultados num sistema de gestão da qualidade: a) A definição de um sistema de informações que permita, em tempo real, a recolha e tratamento de dados que possibilitem o conhecimento de variáveis internas e externas, facilitando o planeamento, organização, coordenação e avaliação; b) A estrutura física, organizacional e material adequada e baseada nas necessidades locais; c) A construção de normas e procedimentos de todas as áreas e subáreas da instituição, nomeadamente a elaboração de protocolos clínicos devidamente documentados e arquivados, bem como processos implementados, são de enorme relevância; 18 CapítuloI - Enquadramento Teórico d) Recursos humanos motivados e sob constante formação contínua (incluindo desenvolvimento de líderes comprometidos, participação efetiva do corpo clínico, criação de canais de comunicação); e) Padronização de materiais permanentes, material de consumo, medicamentos, impressos e processos; f) Revisão ágil e constante dos processos, inovação e criatividade gerencial, tecnológica e estrutural como metas; g) Ser realista na avaliação de processos, procurando-se a objetividade (utilizar ferramentas da clínica, da epidemiologia, da administração e da sociologia); h) Utilização do benchmarking tanto interna como externamente para comparação de processos e resultados (criação de indicadores próprios, qualitativos e quantitativos, simples e passíveis de utilização no mercado, baseando-se em parâmetros locais e regionais); i) Lembrar que qualidade sempre deve estar atrelada a baixos custos e a alta produtividade. Para que um sistema de gestão da qualidade seja estabelecido, uma das primeiras etapas consiste em determinar as necessidades que esse sistema deve satisfazer, tornando a sua escolha o mais eficiente possível. A título de exemplo, Rooney e van Ostenberg (1999) destacam que as exigências de um sistema de gestão da qualidade voltado para a certificação, não são as mesmas que as de um sistema cujo objetivo é a acreditação. Enquanto para a certificação, o foco se concentra mais no controlo dos processos, nas especificações do desempenho de um produto e menos na avaliação dos resultados, para a acreditação, as exigências tendem a direcionar-se para a avaliação da capacidade do serviço em medir e manter um programa de melhoria de desempenho. Através da sua interligação, integração a nível organizacional e coordenação, os elementos de um sistema de gestão da qualidade procuram estabelecer e alcançar o cumprimento dos objetivos definidos na política de qualidade que poderão estar descritos ou não num manual da qualidade (Morgado, 2006). De acordo com Pires (2007), na documentação ou análise de um sistema de qualidade deveremos considerar três aspetos diferentes e complementares: i) o sistema existe, está definido e é visível, ou seja, está suficientemente documentado; ii) a política e os procedimentos são entendidos e seguidos a todos os níveis da organização; iii) o sistema é 19 Capítulo I - Enquadramento Teórico eficaz, isto é, permite atingir os objetivos e todos os problemas de uma forma sistemática, de acordo com os procedimentos definidos e da forma mais económica. Em termos práticos, na formalização de um sistema de qualidade, devem identificar-se os aspetos técnicos e os aspetos de gestão de cada atividade, após o que devemos definir responsabilidades e elaborar os procedimentos adequados. Vilcot e Leclet (2006), concluem que na aplicação de políticas viradas para a melhoria da qualidade hospitalar há um facto que não pode ser negligenciado e é aplicável a todas as iniciativas. Um projeto/sistema só terá sucesso com o total apoio e colaboração dos profissionais de saúde e quatro itens devem ser respeitados: i) prever e decidir as ações que devem ser implementadas; ii) desenvolver o projeto tal como planeado; iii) controlar e provar que o desenrolar do projeto decorre como previsto; iv) Reagir após a avaliação das ações já realizadas com vista a melhorá-las, simplificá-las, prevendo as ações futuras. Para que o sistema se atualize e adapte constantemente a novas exigências, é necessária a sua revisão periódica, com base na sua adequabilidade e extensão para tratar dos problemas surgidos, ou previsivelmente a surgir (Pires, 2007). 1.2.2. Sistemas de monitorização de gestão da qualidade A monitorização da qualidade consiste na identificação de aspetos relevantes dos serviços que se oferecem e na medição sistemática e planificada de indicadores sobre a sua qualidade com o objetivo de identificar oportunidades de melhoria ou problemas de qualidade. Esta é, pois, uma atividade fundamental da gestão da qualidade (Saturno, 2008, cit. por Campos et al., 2010). Tal como refere o atual PNS 2011-2016 (Campos et al., 2010), esta metodologia: …implica a seleção de indicadores e o estabelecimento de um plano de monitorização com a periodicidade das medições e o método com que se vão realizar. Esta actividade permite saber o nível de qualidade de um serviço que prestamos para a compararmos com outros centros ou com padrões pré estabelecidos, identificar áreas problemáticas que têm que ser corrigidas ou, pelo contrário, de excelência, que possam ser disseminadas como exemplo de boas práticas ou, ainda, documentar o resultado de mudanças introduzidas. (p.118) 20 CapítuloI - Enquadramento Teórico A monitorização permite assegurar-nos de que o “básico está bem”. As variações que se produzem nos sucessivos resultados de um indicador não podem ser interpretadas diretamente, uma vez que estas variações podem ser originadas pelo acaso e, geralmente, apenas nos referimos a elas como causas sistémicas ou devido a aspetos relacionados com pessoas, profissionais, organização, ambiente... aí falamos de causas extra-sistémicas. Estas últimas são as que identificam os aspetos sobre os quais devemos trabalhar para melhorar a qualidade da atenção prestada (SEMICYUC , 2011, pp. 24-25). Quando falamos de sistemas de monitorização, formulamos as seguintes perguntas: “De tudo o que fazemos, o que é mais importante? E como asseguramos que o que estamos a fazer apresenta um nível de qualidade correcto?” (SEMICYUC , 2011, pp. 24-25). Por este motivo, e segundo a mesma fonte, os sistemas de monitorização podem interpretar-se como “percursores de oportunidades de melhoria”. Os passos a seguir para desenvolver um sistema de monitorização são os representados na Figura 2. Definir o processo Identificar aspetos mais relevantes Desenhar indicadores Estabelecer standards Recolher e tabular Identificar e colocar em marcha medidas corretivas Comparar com o standard Procurar Não Conseguido Identificar problemas ou oportunidades de melhoria Sim Não Definir o processo Figura 2. Passos metodológicos para o desenvolvimento de um sistema de monitorização de qualidade (Adaptado de SEMICYUC, 2011) - Definir o processo - Consiste em especificar o âmbito da assistência a que se submeterá a monitorização. Convém definir as atividades, profissionais, estruturas, circuitos, etc, que 21 Capítulo I - Enquadramento Teórico intervêm no processo. Este garantirá que nenhum aspeto importante que seja suscetível de melhoria seja colocado de parte. Quando se trata de um serviço, corresponde a uma fase de dimensão que procura apresentar um mapa completo da realidade do mesmo. Se o ponto de partida é um ciclo de melhoria, o processo já está definido em si mesmo. - Identificar os aspetos mais relevantes - Trata-se de priorizar os aspetos mais importantes relacionados com o processo ou processos definidos anteriormente. Podem utilizar-se diferentes critérios de prioridade como: a) número de usuários ou doentes afetados; b) risco desta atividade para o doente; c) atividade identificada como problemática. - Desenhar indicadores e estabelecer standards - O indicador de qualidade é a medida quantitativa que se utiliza como guia para controlar e valorizar a qualidade de aspetos importantes da prática assistencial. - Comparar com o standard previamente estabelecido - A comparação irá estabelecer-se com o standard de referência e também com os resultados das medições anteriores deste indicador. No primeiro caso, devem identificar-se as situações abaixo do standard (saber quando se está abaixo do nível requerido) e em segundo deverá ser valorizada a evolução no tempo e o comportamento do indicador. - Interpretação de resultados - Quando o resultado da comparação é uma situação abaixo do standard ou se verifica que existe uma deterioração de resultados, este deve ser encarado como uma chamada de atenção ou sinal de alarme. Como se referiu anteriormente, deve considerar-se a existência ou não, de uma situação devida ao acaso (causa sistémica) ou se é observado um problema ou situação passível de melhoria (causa extra-sistémica), em cujo caso se deverá atuar. Por vezes, a situação é clara e evidente, mas em outros momentos será necessário iniciar os passos do ciclo de avaliação, caso as causas do problema não sejam determinadas. Ocorre, pois, o momento em que um sistema de monitorização se complementa com o ciclo de avaliação para obter os resultados previstos por um programa de avaliação e melhoria da qualidade. Uma vez identificadas as causas, propostas e implementadas as ações de melhoria, deve continuar-se com a medição sistemática do indicador e observando se este produziu as 22 CapítuloI - Enquadramento Teórico melhorias desejadas. Neste caso, verifica-se a presença de um novo indicador de “baixo controlo”. A monitorização tem como finalidade derradeira a identificação de problemas, situações de melhoria potencial ou desvios nos diferentes processos (SEMICYUC , 2011). 1.3. Avaliação da Qualidade em Medicina Intensiva A qualidade é um termo esquivo na sua definição, no entanto, a maioria dos profissionais de saúde pensa ser capaz de a reconhecer. Esta é definida e relacionada com a adequação ao propósito, ausência de defeitos e conformidade com as especificações, que diariamente se procura encontrar na oferta de serviços em Medicina Intensiva (Provonost & Rubenfeld, 2009). É hoje consensual que todos os métodos de avaliação e melhoria da qualidade nas organizações de saúde devem focar três alvos: as estruturas, os processos e os resultados (Moreno, 2000). No entanto, existem ainda outros modelos propostos que complementam o método anteriormente exposto, dos quais se referem os cinco domínios do National Quality Measures Clearinghouse (NQMC), (Agency for Healthcare Research and Quality [AHRQ], s.d.). Similar ao modelo de Donabedian, neste modelo é ainda inserida a experiência do atendimento do ponto de vista do utente e o seu acesso ao modelo de melhor prática. Este modelo de qualidade não se aplica exclusivamente aos utentes inseridos no sistema mas também aqueles que o procuram. Atendendo apenas ao modelo descrito por Donabedian, as estruturas das organizações de saúde e mais especificamente das UCIs são extremamente heterogéneas, quer a nível das UCIs da Europa, quer dentro do mesmo país (Moreno, 2000; Pronovost & Rubenfeld, 2009). Segundo Moreno (2000), verificam-se diferenças nas características dos doentes admitidos e mesmo após o controlo de fatores relacionados com os utentes (gravidade, diagnóstico e comorbilidades), essas diferenças persistem na construção das UCIs, no seu posicionamento no organigrama funcional do hospital, no modelo de gestão e no número de profissionais que nelas trabalham. 23 Capítulo I - Enquadramento Teórico A avaliação dos processos é particularmente importante, quando se reconhece a utilidade de intervenções específicas na melhoria da qualidade do tratamento do utente de uma forma robusta e quantificável. A sua definição provém da área de administração, podendo dizer-se que é um conjunto de ações com um objetivo comum, ou seja, uma série de medidas coordenadas, conduzidas pela estrutura do setor, essencialmente recursos humanos, com a aplicação da tecnologia disponível (Gallesio, 2008). A avaliação desta componente é agravada pela natureza tridimensional da maioria das unidades de saúde (Carlet, 1996). Segundo Moreno (2000), elas apresentam, por um lado, processos e atividades próprias que dependem maioritariamente das suas características e, por outro lado, estão integradas num departamento, com o qual se relacionam. Além disso, a sua atividade possui uma natureza transdepartamental, com doentes a ser transferidos de/e para outros locais e com necessidade frequente de deslocações, criando-se assim uma interrelação complexa entre várias unidades de saúde, em que todas são simultaneamente fornecedoras e clientes umas das outras. Estudos recentes revelaram resultados conflituosos, tornando ainda mais difícil a resolução da medição e análise da qualidade baseada em processos (The NICE-SUGAR Study Investigators, 2009). Não obstante, existem duas fortes razões que suportam a monitorização dos processos na vertente dos cuidados. A primeira, relaciona-se com o efeito Hawthorne, que sugere que a performance melhora sob monitorização (Gale, 2004; Martin, Wolf, Thibodeau, Dzau & Braunwald, 1980). A segunda, considera que a medição dos processos melhora a continuidade do atendimento ao destacar a importância de cada elo da cadeia de cuidados executados pela equipa multidisciplinar (Pronovost & Rubenfeld, 2009). A qualidade dos processos resultará da formulação e implementação de protocolos. Falta, no entanto, demonstrar que a alteração de práticas e estruturas ancestrais conduz a uma melhoria dos processos e, em última análise, dos resultados (Moreno, 2000). Os resultados centrados no utente, são o critério último da avaliação dos dois primeiros componentes em medicina intensiva, sendo medidas de qualidade final. A mortalidade e a qualidade de vida após a alta são, neste campo, os marcadores de qualidade fundamentais valorizados pelos utentes e pelas fontes pagadoras. Quase por definição, um tratamento de qualidade resulta na melhoria de resultados no doente (patient outcome), sendo a mortalidade ou probabilidade de morte avaliada em determinado período, a medição mais comum (Angus & Carlet, 2002). No entanto, em medicina intensiva, o uso desta metodologia demonstrou algumas limitações, havendo extensa evidência na literatura que aborda a falta de fiabilidade 24 CapítuloI - Enquadramento Teórico desta ferramenta, relacionada com o erro da sua aplicação, definição de gravidade da doença e risco (Chassin, Hannan & DeBuono, 1996; Escarce & Kelley, 1990; Hofer & Hayward, 1996; Park et al., 1990; Thomas & Hofer, 1998). Atualmente, a ênfase é colocada na redução da variação mas em conjunto com uma melhoria contínua dos cuidados, sendo, neste contexto, os instrumentos de gestão mais utilizados, as normas (planeamento, validação e garantia da qualidade estrutural), os protocolos (qualidade dos processos) e os indicadores (qualidade dos resultados), (Moreno, 2000). 1.3.1. As unidades de cuidados intensivos Embora Florence Nightingale tenha percebido, em 1852, a importância de agrupar na mesma área da enfermaria, os doentes com necessidade de maiores cuidados, o aparecimento e desenvolvimento da medicina intensiva apenas ocorreu um século depois, em 1952, numa epidemia de poliomielite gravíssima que paralisou centenas de doentes (Moreno, 2000). A necessidade de novas abordagens terapêuticas e tecnológicas, fruto de um trabalho multidisciplinar, impulsionou simultaneamente um avanço tecnológico marcante, nomeadamente a construção de ventiladores mecânicos, apelidados na época de verdadeiros “pulmões de aço”, com uma taxa de sucesso de 60% nos casos mais graves. Após esta descoberta, alguns países europeus desenvolvem, assim, as primeiras UCIs, descobrindo que doentes com patologia respiratória de outras etiologias, podiam também beneficiar de um tratamento semelhante. Em Portugal, a realidade da medicina intensiva iniciou-se na década de sessenta, surgindo as primeiras unidades nas cidades do Porto e Coimbra, desenvolvendo-se nas décadas seguintes. Segundo Moreno (2000), foi um crescimento turbulento, sem um adequado planeamento ou integração de meios e estruturas, condicionado pelos interesses locais. No final dessa década, apesar dos altos e baixos, os cuidados ao doente crítico eram prestados em salas de reanimação ou de cuidados especiais (na época assim designadas), geralmente anexadas ao serviço de urgência (Moreno, 2000). O levantamento mais recente da evolução das UCIs em Portugal, foi efetuado em 2001 pela Direção Geral de Saúde (DGS), referindo que, à data, existiam 50 UCIs, com um total de 413 camas, no entanto, apenas 80% (331) destas se encontravam ativadas, sendo classificadas, 25 Capítulo I - Enquadramento Teórico após avaliação, como locais qualificados para assumir a responsabilidade integral pelos doentes com disfunções de órgãos, suportando, prevenindo e revertendo falências com implicações vitais (DGS, 2003). A medicina intensiva é definida, neste contexto, como uma área diferenciada e multidisciplinar das áreas médicas, cujo principal objetivo se baseia no suporte e recuperação de funções vitais, de modo a criar condições para tratar a doença subjacente e proporcionar ao utente uma vida futura com qualidade (DGS, 2003). Para tal, é necessária a concentração de tecnologia, saberes e competências em áreas dotadas de modelos organizacionais adequados (DGS, 2003). A classificação das áreas onde se praticam cuidados intensivos, adotada atualmente pela DGS, foi desenvolvida pela Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos na década de 80, tendo sido testada no início da década de 90, e mais tarde validada através do estudo multicêntrico europeu EURICUS I (Moreno & Reis Miranda, 1998). Esta classificação, baseada no rácio enfermeiro-doente, é estratificada por três níveis de cuidados (Tabela 2). Tabela 2. Descrição das UCIs e dos rácios enfermeiro/doente Nível Descrição I Visa basicamente monitorização, normalmente não invasiva. Pressupõe capacidade de assegurar manobras de reanimação e a articulação com outras unidades/serviços de nível superior. Tem capacidade de monitorização invasiva e de suporte de funções vitais: pode proporcionar de modo ocasional ou permanente o acesso a meios de diagnóstico e especialidades médico-cirúrgicas diferenciadas (neurocirurgia, cirurgia torácica, cirurgia vascular…), pelo que se deve garantir a sua articulação com unidades de nível superior. Corresponde aos denominados Serviços de Medicina Intensiva/UCI, que devem ter preferencialmente quadros próprios ou pelo menos equipas funcionalmente dedicadas (médica e enfermagem), assistência médica qualificada por intensivistas por 24 horas. Pressupõe acesso aos meios de monitorização e de diagnóstico e terapêutica necessários. Deve dispor e implementar medidas de controlo contínuo de qualidade e ter programas de ensino e treino em cuidados intensivos. Por definição, UCI nível III são UCI polivalentes, em que ser polivalente significa ser capaz de assegurar, em colaboração, os cuidados integrais para com os doentes por que é responsável. II III Rácio Enfermeiro-Utente 1/3 1/1.6 1/1 Fonte: Adaptado de DGS, 2003 O modelo de gestão de cada UCI deverá ser definido em conformidade com a missão da instituição e do próprio serviço, podendo ocorrer variações entre instituições, sem que para isso se coloquem em causa os princípios. Do ponto de vista estrutural e de organização, a UCI reconhece-se pela sua identidade, autonomia funcional, missão e liderança e deve ter: a) Diretor de serviço, que assume a responsabilidade por todas as decisões relacionadas com os 26 CapítuloI - Enquadramento Teórico doentes; b) Enfermeiro chefe; c) Quadro funcional próprio; d) Médicos com preparação específica a tempo inteiro; e) Assistência médica qualificada nas 24 horas; f) Enfermeiros com preparação para trabalho em UCIs; g) Técnicos, administrativos e auxiliares; h) Dimensão e características arquitetónicas adequadas; i) Equipamento adequado (DGS, 2003). Por definição, todas as UCIs, nível III, são polivalentes, ou seja, deverão ser capazes de assegurar, em colaboração, os cuidados integrais para com os doentes pelos quais é responsável (DGS, 2003). 1.3.2. Indicadores de qualidade no doente crítico O Decreto-Lei n.º 212/2006, de 27 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 234/2008, de 02 de dezembro, conferiu à DGS, de entre as várias atribuições, a promoção do desenvolvimento, implementação, coordenação e avaliação de instrumentos, atividades e programas de melhoria contínua da qualidade clínica e organização. Dados estes considerandos, medir e avaliar a qualidade nos serviços de saúde e nos programas de melhoria contínua, torna-se a chave-mestra para que ocorra uma adequada organização, planeamento e coordenação/controlo das atividades desenvolvidas cujo principal objetivo é a própria medição dos resultados, dos processos e da estrutura utilizada, assim como as potenciais repercussões e influências geradas. Este interesse transformou-se numa metodologia de trabalho à medida que se foram desenvolvendo ferramentas que permitiram, em primeiro lugar, medir o nível de qualidade. Os primeiros registos documentados de uma avaliação da qualidade em saúde remontam à segunda metade do século XIX, no momento em que Florence Nightingale estudou as taxas de mortalidade dos hospitais militares aquando da guerra da Crimeia. Também, Ernest Codman, co-fundador do Colégio Americano de Cirurgiões, é considerado um percursor nesta temática, quando em 1912 desenvolveu um método de classificação e medição da qualidade cirúrgica. Em 1918, foi publicado o primeiro “documento padrão” pelo Colégio de Cirurgiões, iniciando-se assim o movimento de padronização dos hospitais americanos através de um conjunto de normas que especificavam os valores standard mínimos que um hospital deveria cumprir para uma prestação de cuidados com qualidade (Neto & Gastal, 1997). 27 Capítulo I - Enquadramento Teórico A criação da Joint Commission on The Accreditation of Hospitals, em 1951, destacou-se como um novo marco no cumprimento de standards de qualidade pré-estabelecidos na área da saúde, mais especificamente, em centros hospitalares. Ao longo da sua evolução e desenvolvimento de novas metodologias no âmbito da qualidade em saúde, esta organização estendeu a sua área de atuação ao nível de outras organizações de saúde, motivo pelo qual, alterou o seu nome para Joint Comission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO). Nos anos 80, esta instituição, exigiu a todos os centros que se encontravam sob um programa de acreditação, planos de qualidade integrados a nível global, estabelecendo-se, em 1986, um standard que implementava os sistemas de monitorização e, consequentemente, o seu desenvolvimento metodológico. Apesar de algumas resistências, os sistemas de monitorização da qualidade foram concebidos como uma valorização global de todo um serviço de saúde e não apenas das áreas problemáticas detetadas. Esta metodologia pressupõe, ainda hoje, a realização um novo processo de “dimensionamento” num determinado serviço de saúde ou centro, o estabelecimento das principais áreas de ação e a criação de indicadores que permitam medir esse mesmo processo. Estes indicadores, avaliados periodicamente, permitem a visão agrupada da qualidade de um serviço ou organização, bem como a possibilidade de atuação em áreas consideradas deficitárias. Em 1990, o University Hospital Consortium, nos Estados Unidos da América, que concentra mais de 50 hospitais universitários de todo o país, realizou um compêndio de indicadores clínicos que abrangem a maioria das especialidades médicas. Também em 1991, após sucessivas atualizações, J. G. Carrol publica “Monitoring with indicators”. Finalmente, foi em 1995, através do Australian Council of Healthcare Standards, que se introduziu no seu programa de avaliação, os indicadores clínicos das UCIs, elaborados paralelamente com a Sociedade de Cuidados Intensivos Australiana e da Nova Zelândia. Em Portugal, foi desenvolvido o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), um sistema de avaliação da qualidade global dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, desenvolvido pela ERS, como resposta à alínea b) do artigo 36.º do Decreto-Lei nº 127/2009, de 27 de maio, que a incumbe de “promover um sistema de classificação de saúde quanto à sua qualidade global, de acordo com os critérios objectivos e verificáveis, incluindo os índices de satisfação dos utentes” (p.3327). 28 CapítuloI - Enquadramento Teórico Este projeto procura ainda agregar todas as exigências apresentadas no ponto 3.75 do memorando, determinado entre o Governo Português, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional, que preconiza a formulação de um sistema que permita a comparação do desempenho das instituições com base num conjunto abrangente de indicadores. O SINAS é um sistema modular de avaliação da qualidade, a nível multidimensional, que procura obter mais e melhor informação sobre a qualidade sistema de saúde, uma melhoria contínua dos cuidados prestados e um incremento da capacidade de análise do utente. Num dos vários módulos deste sistema, o desempenho dos estabelecimentos de saúde é analisado em diversas áreas clínicas, através de um conjunto de indicadores, nomeadamente a área respeitante às unidades de cuidados intensivos. A informação disponibilizada reflete o resultado do cálculo de indicadores de avaliação selecionados no âmbito de procedimentos e patologias específicas, sendo os resultados apresentados no contexto da área clínica correspondente (ERS, 2013). Os indicadores constituem, através desta evolução, a unidade básica de um sistema de monitorização da qualidade, sendo instrumentos de medida que indicam a presença de um fenómeno ou sucesso e também a sua intensidade (AHRQ, 2003). São a medida quantitativa que se utiliza como guia para controlar e valorizar a qualidade de aspetos importantes da prática assistencial, mais especificamente a qualidade da estrutura, dos processos e dos resultados dos cuidados, análogos à classificação das dimensões da qualidade de Donabedian (Donabedian, 1992; Skews, Meehan, Hunt, Hoot & Armitage, 2000). O seu desenho deve contemplar a descrição de diferentes aspetos que assegurem a sua validade, fiabilidade (SEMICYUC , 2011) e basear-se na melhor evidência científica disponível e deve pelo menos, na ausência de evidência empírica, basear-se na opinião de peritos (Geraedts et al., 2005). As UCIs são classificadas como a área hospitalar que constitui um risco substancial de mortalidade e morbilidade (Berenholtz, Dorman, Ngo & Pronovost, 2002). A doença subjacente dos doentes críticos pode, parcialmente, determinar o resultado dos cuidados e, neste campo, o controlo da qualidade dos cuidados é muito importante na redução dos riscos dos efeitos iatrogénicos e organizacionais. Os indicadores, como instrumento de medição, permitem uma visão do estado atual dessa qualidade e guiam eventuais ações de melhoria (Kwaliteitsinstituut voor de gezondheidszorg CBO, 2005). 29 Capítulo I - Enquadramento Teórico Tendo como base a multiplicidade dos vários indicadores de qualidade existentes na literatura, foram realizados vários estudos na área da medicina intensiva relacionados com esta temática, a saber. Em 2002, Berenholtz e colaboradores efetuaram uma revisão sistemática da literatura, tendo como principais objetivos: i) identificar as intervenções que melhoram o resultado final dos doentes numa UCI; ii) avaliar medidas de qualidade potenciais no impacto, fiabilidade, variabilidade e força de evidência que suportem cada medida através do método Delphi, categorizando-as como resultado, processo, acesso ou complicações; iii) selecionar uma lista de medidas de qualidade que possam ser aplicadas na melhoria dos cuidados. Neste estudo, foram identificados, além de milhares de citações, 66 estudos correspondentes aos critérios da pesquisa (Medline e Chochrane Library de 1965 a 2000). Foram selecionadas seis medidas de resultados (mortalidade na UCI, demora média na UCI superior a 7 dias, demora média na UCI, média de dias de ventilação mecânica, tratamento inadequado da dor, satisfação do doente e familiares), seis medidas de processos (analgesia eficaz, uso adequado de concentrado eritrocitário, prevenção de pneumonia associada ao ventilador, sedação adequada, profilaxia de úlcera gastro-intestinal e profilaxia de trombose venosa profunda, quatro medidas de admissão/alta (atraso na admissão, atraso na alta, número de cirurgias canceladas e atrasos na admissão de doentes urgentes por falta de vaga na UCI), e três medidas de avaliação de complicações (taxa de readmissões não programadas, taxa de infeções relacionadas com cateter venoso central (CVC), taxa de infeções por microrganismos resistentes), (Berenholtz et al., 2002). Em 2003, Pronovost e colaboradores procuraram desenvolver e implementar um conjunto de indicadores válidos, fiáveis e com medidas práticas de qualidade no atendimento nas UCIs, estimando, com base no desempenho atual, oportunidades potenciais para atingir melhorias. Foram incluídas neste estudo 13 UCIs e aplicados 3 instrumentos de recolha de dados após testes-piloto, validação e respetivas alterações prévias à sua implementação: o team leader, visita diária e formulários de controlo de infeção. Foram avaliadas as seguintes medidas: sedação adequada, prevenção de pneumonia associada ao ventilador, profilaxia de úlcera péptica, profilaxia de trombose venosa profunda e transfusões de sangue adequadas. O estudo verificou, nos seus resultados finais, uma variação no desempenho quer entre UCIs, quer na mesma UCI e concluiu que para melhorar a qualidade do atendimento, o desempenho dos 30 CapítuloI - Enquadramento Teórico profissionais deve ser avaliado, sugerindo ser viável a implementação de um conjunto de indicadores de qualidade numa coorte de hospitais (Pronovost et al., 2003). Em 2007, na Holanda, foi realizado um estudo na tentativa de desenvolver um conjunto de indicadores capaz de medir a qualidade dos cuidados nas UCIs dos hospitais holandeses e de avaliar a fiabilidade do registo desses indicadores. Através de pesquisa na literatura desde 2000 a 2005, de indicadores sugeridos por um painel de peritos e seleção do set de indicadores por esse mesmo painel de peritos com um questionário e estratificação do consenso, foram selecionados 11 indicadores fiáveis (6 meses de registo efetivo dos mesmos em 18 UCIs do país) num total de 65 indicadores inicialmente encontrados quer na literatura, quer pela sugestão do painel de peritos. Como indicadores de estrutura, permaneceram: i) intensivista nas 24 horas; ii) ratio enfermeiro-doente; iii) prevenção de erros de medicação; iv) satisfação do doente/família. Como indicadores de processo, foram selecionados: i) demora média na UCI; ii) duração de ventilação mecânica; iii) dias de UCI com todas as camas ocupadas; iv) valores adequados de glicose. Os indicadores de resultado finais foram: i) razão de mortalidade standardizada (APACHE II); ii) incidência de úlceras de decúbito; iii) número de extubações não planeadas (De Vos, Graafmans, Keesman, Westert & van der Voort, 2007). Em 2009, a Indian Society of Critical Care Medicine (ISCCM), através de um grupo de 7 peritos, define um conjunto de indicadores de qualidade que permitam avaliar as UCIs do país e efetuar posteriormente benchmarking, quer a nível nacional quer internacionalmente. Consultadas 11 UCIs relativamente a parâmetros a incluir e respetivas bases de dados existentes, foram selecionados 17 indicadores: razão de mortalidade standardizada (SMR), pneumotórax iatrogénico, incidência de falência renal aguda em doentes não-coronários, incidência de úlceras de decúbito, demora média na UCI, aderência a protocolos vigentes na UCI, taxa de readmissão, número de quedas, erros de medicação, eventos adversos, taxa de picadas acidentais nos profissionais de saúde, taxa de reintubação, pneumonia associada ao ventilador, bacteriémia por CVC, infeção de sonda vesical, satisfação dos profissionais, satisfação do doente (Rangnathan et al., 2009). Em 2010, na Alemanha, a Germany Society for ICU Medicine (DGAI), em cooperação com a Quality Assurance in ICU Medicine of the German Interdisciplinar Association for ICU Medicine and Emergency Medicine (DIVI) e a German Society for Internal Medical ICU Medicine (DGII), efetuou uma revisão acerca das possibilidades da introdução de um sistema 31 Capítulo I - Enquadramento Teórico de gestão da qualidade nas UCIs a nível nacional. Este grupo científico, de acordo com a sua experiência, procurou selecionar um número aceitável de indicadores, cuja relevância do seu resultado se tenha revelado cientificamente eficaz. O desenvolvimento do set de indicadores selecionado neste documento encontra-se estreitamente ligado ao desenvolvimento do set de indicadores de qualidade selecionados no documento emanado pela Sociedade Espanhola de Medicina Intensiva. Na primeira versão de consenso, foi selecionado um set de 10 indicadores: elevação do leito a 45º, monitorização da sedação, analgesia e delirium, ventilação mecânica protetiva, desmame ventilatório e ensaio de respiração espontânea, antibioterapia precoce e adequada, hipotermia terapêutica após paragem cardíaca, nutrição entérica precoce, documentação das reuniões com familiares, uso de solução alcoólica na desinfeção das mãos, presença de intensivista nas 24 horas (Braun et al., 2010). Em 2011, a SEMICYUC elaborou o documento de consenso “Indicadores de Calidad en el enfermo crítico”. O grupo coordenador da elaboração deste documento, de forma independente, levou a cabo uma revisão bibliográfica exaustiva de cada um dos indicadores existentes na literatura, através de uma revisão sistemática de diferentes bases de dados eletrónicas, incluindo PubMed/MEDLINE, EMBASE e Cochrane Library, desde janeiro de 2005 a março de 2011. Foram realizadas várias rondas via eletrónica e posteriormente 4 reuniões presenciais dos peritos, definindo-se ao fim de 24 meses, o documento final de consenso com um total de 120 indicadores incluídos. Em 2012, a European Society of Intensive Care Medicine (ESICM) emana documento resultante de um painel Delphi modificado com a obtenção de consenso superior a 90%, constituído por 18 peritos com interesse autoproclamado na área. Após a identificação de todos os indicadores de qualidade comummente utilizados, estes foram refinados através de vários processos interativos. De um total de 111 indicadores encontrados inicialmente, estes foram separados em 102 itens separados. No final de 5 rondas de debate, foram selecionados 9 indicadores com um consenso superior a 90% no grupo nominal: 3 indicadores de estrutura: 1) preenchimento de todos os requisitos para o tratamento de doentes críticos de acordo com lei vigente no país; 2) disponibilidade de intensivista nas 24 horas; 3) sistema de notificação e eventos adversos; 2 de processo: 1) ronda diária multidisciplinar; 2) Procedimento de Handover standardizado na alta do doente; e 4 indicadores de resultado: 1) taxa de mortalidade standardizada (SMR); 2) taxa de readmissões após alta nas 48 horas; 3) taxa de infeções relacionadas com cateter venoso central; 4) taxa de extubações não programadas. 32 CapítuloI - Enquadramento Teórico Curiosamente, verificou-se neste grupo de peritos, uma maior facilidade de consenso nos indicadores de processo do que nos de estrutura e de resultado (Rhodes et al., 2012). Em 2013, é lançada numa segunda edição pelo mesmo grupo de trabalho da sociedade alemã, um novo set de indicadores, desta vez baseado nos indicadores emanados pela ESICM: ronda diária dos profissionais de saúde com documentação objetivos terapêuticos diários, monitorização de sedação, analgesia e delirium, ventilação mecânica protetiva, desmame/outras medidas para prevenir pneumonia associada ao ventilador, antibioterapia precoce e adequada, hipotermia terapêutica após paragem cardíaca, nutrição entérica precoce, documentação das reuniões com familiares, uso de solução alcoólica na desinfeção das mãos, presença de intensivista nas 24 horas (Braun et al., 2013). De acordo com o exposto, verificamos que o desenvolvimento de indicadores de qualidade nas unidades de cuidados intensivos ocorre, de modo estruturado, em vários países, com base na melhor evidência científica e com o intuito de melhorar a qualidade de atendimento do doente crítico (Braun et al., 2010). Desta forma, a qualidade das estruturas, dos processos e os resultados será sistematicamente expandida. 33 CAPÍTULO II ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO 2.1. Metodologia Segundo Baranãno (2008), a metodologia é a análise sistemática e crítica dos pressupostos, princípios e procedimentos lógicos que modelam a investigação de determinado problema, devendo indicar o tipo de estudo a realizar, as técnicas utilizadas para a obtenção de dados e quais os métodos a aplicar para a exploração de dados obtidos. As opções metodológicas serão fundamentadas ao longo deste capítulo, desde a definição do problema até à análise, tratamento e discussão dos dados recolhidos. Com a delimitação do tema de investigação e a formulação do problema, a metodologia pretende planear uma investigação, permitindo, no final deste processo, obter respostas às questões colocadas e cumprir os objetivos delineados. Assim, pretendeu-se, através deste estudo, responder à seguinte questão de investigação: “Quais os domínios e indicadores que devem integrar um modelo de gestão da qualidade numa unidade de cuidados intensivos portuguesa, nomeadamente no Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE?” 2.1.1. Objetivos A resolução dos objetivos delineados para este estudo e a decisão pela sua realização emergiu da observação e constatação da escassez da cultura da qualidade nos serviços hospitalares, nomeadamente a divulgação de experiências devidamente avaliadas, tal como o evidencia o 35 Capítulo II - Enquadramento Metodológico PNS 2004/2010 (Ministério da Saúde, 2004) e como o preconiza o PNS vigente (2011-2016), (Campos et al., 2010). Tendo em linha de pensamento os pressupostos anteriormente enunciados e o objetivo principal deste estudo, identificar os domínios e indicadores de qualidade que devem integrar um modelo de gestão da qualidade no SCICI, foram delineados os seguintes objetivos específicos i) desenvolver um instrumento aplicável e reflexivo de um processo de avaliação da qualidade assistencial do SCICI, tendo em conta os diferentes domínios assistenciais; ii) avaliar a qualidade do SCICI com os domínios e indicadores selecionados. 2.1.2. Tipo de estudo A abordagem escolhida, mediante o tipo de estudo que se pretendia realizar, foi a quantitativa, pois de acordo com Fortin, Côté e Filion (2009), a abordagem quantitativa, baseada na perspetiva teórica do positivismo, deve constituir um processo dedutivo pelo qual os dados numéricos fornecem conhecimentos objetivos no que concerne às variáveis em estudo. Como se pretende conhecer uma realidade num contexto de trabalho, optou-se por elaborar um estudo quantitativo do tipo exploratório e descritivo. Trata-se de um estudo exploratório porque vai proporcionar uma visão geral acerca de determinado problema, neste caso específico, os domínios e indicadores que permitem a avaliação da qualidade do SCICI do CHTMAD, EPE. Indo de encontro à questão de investigação, o estudo será descritivo quanto aos fins a que se propõe. Inclui pesquisa de opinião e expõe características de determinada população ou fenómeno, neste caso, o resultado final da avaliação da qualidade do SCICI através de um conjunto de domínios e indicadores selecionados. Quanto à sua dimensão temporal, trata-se de um estudo transversal, uma vez que a recolha de dados foi efetuada apenas num determinado período de tempo, nomeadamente, de 01 de janeiro a 30 de dezembro de 2013. 36 Capítulo II - Enquadramento Metodológico 2.1.3. Organização da investigação Após a reflexão do trabalho de investigação que se pretendeu desenvolver, a metodologia surgiu pela sua adequabilidade na identificação de domínios e indicadores de qualidade capazes de contribuir para a construção de um modelo de gestão da qualidade na saúde na área da medicina intensiva. A elaboração desta tese incluirá as seguintes etapas metodológicas: - Referencial teórico, com a identificação e sistematização dos conceitos em estudo, tendo em conta as definições de “qualidade” e “qualidade em saúde”, a problemática da avaliação da qualidade em saúde e, mais especificamente, a avaliação da qualidade nas UCIs através de indicadores de qualidade. - Aplicação da metodologia Q-Sort a um painel de peritos na área da medicina intensiva, partindo de uma lista de domínios e indicadores de qualidade pré definida, obtida através da revisão da literatura. O resultado será a seleção de domínios e indicadores a apresentar aos órgãos decisores de gestão do SCICI, do CHTMAD, EPE. - Apresentação dos resultados aos órgãos decisores de gestão do SCICI, do CHTMAD, EPE, nomeadamente diretor de serviço e enfermeira-chefe, para que estes, em conformidade, autorizem a posterior avaliação da qualidade assistencial do serviço, através dos domínios e indicadores selecionados pelo painel. - Avaliação da qualidade do SCICI do CHTMAD, EPE, através dos domínios e indicadores selecionados pelo painel de peritos e autorizados pelos órgãos de gestão decisores. O resultado será a determinação do nível de qualidade de cuidados prestados ao doente crítico nas diferentes áreas assistenciais do SCICI, abrangidas pelos domínios e indicadores selecionados. Na finalização deste estudo de investigação, serão discutidos os resultados, apresentadas as suas conclusões e propostas recomendações para o estudo e para a melhoria de avaliação da qualidade, baseadas nos resultados da investigação. A relação das etapas metodológicas referidas anteriormente, encontra-se esquematizada na Figura 3. 37 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Enquadramento Teórico Investigação Empírica Definição do problema e justificação do estudo Metodologia de investigação Objetivos do estudo Tipo de estudo Questões de investigação Definição da população Fundamentação teórica Elaboração do instrumento de recolha de dados Tratamento e análise dos dados Reflexões finais Figura 3. Desenho da investigação 2.1.4. População, amostragem e utilização de peritos Segundo Fortin (2003), a população é o conjunto de todos os sujeitos ou outros elementos de um grupo que se encontra bem definido, tendo em comum uma ou várias características semelhantes, sendo este o alicerce da investigação. O conjunto de critérios deve ser definido e a população alvo será depois constituída mediante a satisfação desses critérios, para se poder posteriormente efetuar generalizações. Foi delineada para este estudo uma população constituída por oito peritos nas diferentes áreas da medicina intensiva. De acordo com Green, Jones, Hughes e Williams (1999), um perito pode ser definido como um especialista no seu campo ou alguém que tem conhecimento acerca de um tema específico. A seleção destes peritos e a sua heterogeneidade em áreas de conhecimento em que o investigador está interessado, foi um dos aspetos mais importantes para o desenvolvimento e qualidade dos resultados, uma vez que neste estudo não foi utilizada uma amostra representativa da população. 38 Capítulo II - Enquadramento Metodológico A dimensão do painel gerado dependeu do objetivo principal deste estudo de investigação: identificar os domínios e indicadores capazes de avaliar a qualidade assistencial do SCICI, do CHTMAD, EPE e do período de tempo de recolha de dados. Aplicando este pressuposto, os peritos selecionados foram escolhidos tendo em consideração a sua área de conhecimento a nível assistencial, tendo sido identificados três grandes grupos: gestão, formação e controlo da qualidade. Destacam-se como principais características de cada um dos membros da população de peritos selecionados: a) Perito1 – Diretor clínico do CHTMAD, EPE, Diretor de Serviço do SCICI, Assistente Hospitalar de Doação de Órgãos, especialidade em Medicina Interna e subespecialidade de Medicina Intensiva; b) Perito 2 – Assistente Hospitalar Graduada, Coordenadora da Comissão de Controlo de Infeção Hospitalar, subespecialidade em Medicina Intensiva, Responsável pela Unidade de Infeto-Contagiosas do CHTMAD, EPE; c) Perito 3 – Assistente Hospitalar de Medicina Interna, subespecialidade de Medicina Intensiva, Formador da Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos, Assistente Hospitalar de Doação de Órgãos, Responsável Clínico de Formação do SCICI; d) Perito 4 – Assistente Hospitalar Graduada, especialidade em Medicina Interna, subespecialidade em Medicina Intensiva, responsável pelo Follow-up do Doente Crítico na Consulta Externa; e) Perito 5 – Especialidade em Anestesiologia, subespecialidade em Medicina Intensiva, Assistente Hospitalar de Anestesiologia, Responsável pela Aplicação de Indicadores de Qualidade no SCICI; f) Perito 6 – Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica com a componente de Gestão há mais de duas décadas, Pós-Graduação em Gestão dos Serviços de Saúde, Enfermeira Chefe do SCICI; g) Perito 7 – Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Pós-Graduação em Gestão dos Serviços de Saúde, Responsável de Formação da Equipa de Enfermagem do SCICI; h) Perito 8 – Especialidade em Medicina Interna, subespecialidade em Medicina Intensiva. 39 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Não foi do interesse do investigador manter o anonimato total, uma vez que o conhecimento dos elementos que integram o painel motivou outros a participar. No entanto, foi preservado o anonimato das respostas, permitindo a todos os membros do painel a possibilidade de expressar a sua opinião para os outros elementos sem se sentirem influenciados ou pressionados pelos membros considerados mais influentes. 2.1.5. Método e instrumento de recolha de dados Como referido anteriormente, foi utilizada para a recolha de dados a metodologia Q desenvolvida por Stephenson (1935). Consistindo num conjunto de técnicas de investigação, quantitativas e qualitativas, para o estudo sistemático da subjetividade (Brown, 1993), esta metodologia apresenta como uma das suas principais vantagens, a capacidade de analisar simultaneamente várias questões pertencentes ao mesmo domínio, não como informação individualizada mas através da coerência mútua dos respondentes (Brouwer, 1999), motivo pelo qual foi selecionada para o presente estudo. Além do exposto, a Q-Sort apresenta ainda, segundo Thomas e Watson (2002), outras vantagens: i) oferece a possibilidade de estudar em profundidade pequenas amostras; ii) pode ajudar nos estudos exploratórios; iii) captura a subjetividade com a mínima interferência do investigador; iv) apresenta guias bem desenvolvidos na literatura teórica bem como o suporte à sua utilização; v) os respondentes não precisam ser selecionados aleatoriamente; vi) as suas técnicas de análise ajudam a proteger os respondentes da influência do investigador. A execução da metodologia Q envolve os seguintes passos: 1) definição do concourse, conceito técnico desta metodologia que corresponde ao conjunto total de afirmações que os respondentes podem efetuar acerca de determinado tema ou domínio (Brown, 1993); 2) definição do Q-set, conjunto de afirmações desenhado a partir do concourse, também denominado de Q sample; 3) definição do P-set, população de respondentes, que deverá ser inferior ao número total de afirmações do Q-set; 4) Q-sorting, instrumento de recolha de dados propriamente dito; 5) análise e interpretação dos resultados. A primeira etapa deste processo de recolha de dados, baseou-se na elaboração de uma coleção inicial de afirmações relacionada com a problemática em estudo, sendo esta denominada de concourse. Foi efetuada uma identificação de todos os indicadores de uso corrente que se 40 Capítulo II - Enquadramento Metodológico relacionam com a qualidade e a segurança dos cuidados nas UCIs para adultos através de uma revisão de todos os artigos encontrados na Web, introduzindo as palavras chave: “indicadores de qualidade”, “medicina intensiva” e “unidades de cuidados intensivos”, sendo a pesquisa de artigos reduzida a publicações na área de emergência e medicina intensiva, de 2000 a 2013. A seleção dos artigos baseou-se nos seguintes critérios: a) utilização como métodos de recolha de dados a revisão bibliográfica e a utilização de grupos de consenso (peritos ou organizações; a) presença de métodos utilizados para a seleção de indicadores de qualidade em UCIs para adultos; b) seleção de indicadores de qualidade em UCIs como resultado final do estudo; c) utilização de indicadores na avaliação da qualidade em UCIs para adultos; A recolha e análise bibliográfica, permitiu obter um conjunto de áreas assistenciais e indicadores distintos que devem integrar um programa de gestão da qualidade dos cuidados numa UCIs para adultos. A cada área assistencial de avaliação de qualidade em medicina intensiva, corresponde um conjunto de indicadores. Os indicadores que as integram consistem em procedimentos descritos na bibliografia revista como importantes para a garantia da qualidade de cuidados em ambiente de cuidados intensivos (SEMICYUC), 2011). Segundo a SEMICYUC (2011), as definições que compõem cada indicador selecionado e que, com eles, levam a cabo a medição da prática assistencial, definem-se em: a) Dimensão - Característica ou atributo da atenção assistencial, para que esta seja considerada de qualidade; b) Justificação - Utilidade do indicador como medida de qualidade. Relaciona-se com a validade: a saber, o que vamos medir? Tem sentido? Servirá para identificar áreas de melhoria assistenciais?; c) Fórmula - Expressão matemática que refletirá o resultado da medição. Habitualmente expressa-se em forma de percentagem, mas também poderá surgir como número absoluto; d) Explicação de termos - Definição de aspetos do indicador expressados na fórmula que podem ser ambíguos ou sujeitos a diversas interpretações; 41 Capítulo II - Enquadramento Metodológico e) População - Descrição da unidade de estudo que vai ser objeto de medida. Pode referirse a doentes, intervenções, visitas, diagnósticos, etc. Em algumas situações será necessário introduzir critérios de exclusão na população definida; f) Tipo - Refere-se à classificação de indicadores segundo a aproximação da avaliação. Identificam-se como: Estrutura: indicadores que medem aspetos relacionados com os recursos tecnológicos, humanos ou organizativos, necessários para a prática assistencial, assim como a disponibilidade de protocolos; Processo: são indicadores que avaliam a maneira como se desenvolve a prática assistencial, realizada pelos recursos disponíveis, protocolos e evidência científica; Resultado: neste caso os indicadores medem a consequências do processo assistencial, em termos de complicações, mortalidade, situações perdidas, falhas nos circuitos, qualidade de vida, etc. g) Fonte de dados - Define qual será a origem da informação e a sequência de obtenção de dados necessária para poder quantificar o indicador; h) Standard: Reflete o nível desejado de cumprimento para cada indicador; i) Comentários: Item reservado para as reflexões da validade do indicador, ou colocar em evidência determinados fatores de confusão que deverão ter-se em conta na hora de interpretar os resultados. Inclui também as referências bibliográficas mais importantes consultadas para a elaboração do indicador e para o estabelecimento do nível standard (SEMICYUC, 2011). Em cada indicador foi empregue uma palavra-chave, associando-se a outros termos, com o intuito de anotar os resultados. Foi efetuada uma análise resumida de todos eles, ampliando-se a sua globalidade de modo a constituir elemento de relevância para os objetivos deste estudo. Finalmente, da totalidade dos domínios e indicadores identificados e descritos no documento de consenso, foram eliminados para o presente estudo os indicadores impossíveis de serem avaliados na UCI nível III portuguesa (DGS, 2003) selecionada. A lista consolidada de domínios e indicadores representativos do universo em estudo definiu o concourse a expor ao painel de peritos na primeira reunião presencial. 42 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Foram realizadas duas reuniões presenciais e efetuado o preenchimento individual de um questionário, sendo este o instrumento utilizado em cada uma delas, por oito peritos para a recolha de dados. Os peritos selecionados exercem, atualmente, funções na área da medicina intensiva ligados a cargos de gestão e/ou da qualidade, nomeadamente no SCICI do CHTMAD, EPE. Na primeira reunião, realizada a 24 de outubro de 2013, foi utilizado um questionário com perguntas fechadas, com uma lista pré definida de domínios de qualidade assistencial, selecionados através de revisão da literatura, já descrita anteriormente. Cada domínio apresenta a totalidade de indicadores de qualidade que completam a sua avaliação. Foi entregue a cada perito a lista de indicadores que definem o concourse, sendo este inquirido acerca da inclusão ou não de cada um dos indicadores para determinado domínio. O resultado obtido foi a identificação dos domínios e indicadores para a criação do Q-set utilizado num questionário Q-Sort que o painel de peritos preencheu na reunião seguinte, sendo delineado pelo painel a inclusão de indicadores no Q-Set com percentagem de consenso igual ou superior a 75%. Na segunda reunião, realizada a 7 de novembro de 2013, foi entregue aos membros do painel um questionário Q-Sort com a lista de domínios e indicadores que constituíram o Q-set, previamente selecionados por consenso. Para que este questionário atingisse os objetivos a que se propunha o perito deveria cumprir na íntegra os passos metodológicos para a sua execução. A Q-Sort tem como alicerce um quadro Q-Sort pré-definido (Figura 4), que se aproxima de uma distribuição normal. -4 -3 -2 -1 0 1 Figura 4. Quadro Q-Sort para 13 questões 43 2 3 4 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Os passos para o seu correto preenchimento, segundo Brown (1993), eram os seguintes: O perito deve ler atentamente todos os indicadores que se encontram na lista de cada domínio para se familiarizar com eles; Após ter tomado conhecimento de todos os indicadores de cada domínio, o perito deve selecionar o indicador que considera como “o mais importante” e colocá-lo na posição “4” do quadro; O passo anterior deve ser repetido, agora com o indicador considerado como “o menos importante”, colocando-o na posição “-4”; Seguidamente, deve selecionar os dois indicadores mais importantes, no grupo dos restantes e colocá-los na coluna “3”, por ordem decrescente de grau de importância na mesma coluna; Repetir o mesmo procedimento e selecionar os dois indicadores menos importantes, no grupo dos restantes e colocá-los na coluna “-3”, por ordem decrescente de grau de importância na mesma coluna; Repetir este processo pendular, alternando entre o grupo de indicadores “mais importantes” e “menos importantes”, até que estes se esgotem; Após a distribuição de todos os indicadores, o perito deve proceder a uma revisão cuidadosa, efetuando as alterações que achar necessárias, para que o quadro final de cada domínio reflita, o mais rigorosamente possível, o seu ponto de vista. Foram considerados para análise e tratamento de dados os valores atribuídos a cada indicador, na tabela Q-Sort, selecionando, para a elaboração da ferramenta de avaliação do qualidade do SCICI, os indicadores com mais valores positivos, ou seja, mais consensuais. 2.1.6. Unidade de análise para aplicação dos domínios e indicadores selecionados e avaliação da qualidade assistencial O CHTMAD, EPE, atualmente é constituído por quatro unidades hospitalares: o Hospital de S. Pedro, em Vila Real, onde está localizada a sede social, o Hospital D. Luís I, em Peso da Régua, o Hospital Distrital de Lamego e o Hospital Distrital de Chaves. Esta unidade hospitalar está inserida numa área de 120.000 m2, e compreende um edifício hospitalar, 44 Capítulo II - Enquadramento Metodológico monobloco de nove pisos, com cerca de quinze anos e uma área conjunta total de 30.000 m2, com oito pavilhões de construção antiga. O atual Serviço de Cuidados Intensivos do CHTMAD, EPE é uma unidade recente, criada de raiz e que se encontra em funcionamento nas novas instalações desde 06 de agosto de 2011, daí que cumpra todos os requisitos ideais não só em termos de estrutura física, mas também de um aporte tecnológico moderno e atualizado. Localiza-se no piso 0, próximo da Unidade de Cuidados Intensivos Coronários e sobre o Serviço de Urgência, onde irá ter acesso direto através de escadas interiores à sala de emergência, longe de ruídos, local arejado e com luz natural e de fácil acesso pelo interior. A admissão de um doente transferido é feita pelo acesso do serviço de urgência. Relativamente à instalação do SCICI, podemos considerar que comporta duas áreas diferentes: 1) a Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente (UCIP), composta por oito camas em pleno funcionamento, com possibilidade para mais uma cama, sendo ela, um isolamento devidamente sujeito a variações de pressão; 2) a Unidade de Cuidados Intermédios (UCIM), composta por quinze camas (apenas seis a funcionar), duas com capacidade para intensiva, com possibilidade para mais uma cama, sendo ela, um isolamento devidamente sujeito a variações de pressão. A equipa multidisciplinar desta unidade de análise dispõe de quadro com sete médicos titulados em Medicina Intensiva pela Ordem dos Médicos, cinco oriundos da Especialidade de Medicina Interna, dois de Especialidade de Anestesiologia sendo um deles Diretor do Serviço (categoria de Assistente Hospitalar Graduado em Medicina Interna), e ainda um médico interno da subespecialidade de Medicina Intensiva. Todos têm regime de dedicação exclusiva com horários de 42 horas semanais. O Diretor do Serviço tem a responsabilidade de toda a gestão e orgânica, delega funções sempre que entendido conveniente, respeitando os interesses do doente, da instituição e do serviço. A Enfermeira Chefe possui a Especialidade Médico-Cirúrgica, é responsável pela gestão da área de enfermagem e trabalha em parceria com o Diretor de Serviço. A equipa de enfermagem é constituída por 32 elementos em sistema de horário roulement, sendo a sua distribuição neste momento de 6 elementos por turno, 4 para a UCIP e 2 para a 45 Capítulo II - Enquadramento Metodológico UCIM. Este rácio de enfermeiro/utente (2:1) na UCIP e (3:1) na UCIM, permite comprovar o elevado grau de exigência na prestação de cuidados e está sempre sujeito a flexibilização em função das maiores necessidades de camas intensivas ou intermédias. A equipa de assistentes hospitalares é constituída por 10 elementos, com trabalho organizado por turnos, 2 no turno da manhã, 2 no turno da tarde e 2 no turno da noite. Finalmente, o SCICI apresenta um secretariado clínico autónomo, responsável por todos os procedimentos de carácter burocrático, de acordo com plano de trabalho específico que assume uma importância decisiva no projeto de trabalho do serviço. A articulação entre os diferentes grupos profissionais é efetuada dentro das elementares regras de respeito pela área de competência de cada um, assim como é privilegiado um clima relacional que propicia um bom ambiente de trabalho. O funcionamento do serviço depende de todo este conjunto de pessoas que constituem a equipa multidisciplinar (enfermeiros, médicos e auxiliares). Funciona como um sistema, onde todos os seus membros fazem falta e onde cada um tem um papel importante e específico para o bom funcionamento da mesma e para a evolução do estado de saúde/doença da pessoa cuidada. Apresenta: Cobertura médica e de enfermagem permanente cada 24 horas; Doentes polivalentes, médico-cirúrgicos; Serviço de Nível III (DGS, 2003); Trabalho médico programado para maior cobertura possível ao serviço com intensivistas, com horários desfasados, em turnos de duração variável; Trabalho de enfermagem desenvolvido por turnos, pensado em função da relação otimizada entre a gravidade dos doentes admitidos e a análise das cargas de trabalho assistencial: sistema TISS (Therapeutic Intervention Score System) com determinação de WUR (Work Utilization Ratio = relação trabalho planeado/trabalho verificado). Esse trabalho está organizado em três turnos diários (08.00-15,30 horas; 15.00-22,30 horas; 22.00-08,30 horas) com relação enfermeiro/cama 1:2; Apoio de auxiliares de ação médica em trabalho por turnos; 46 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Apoio de secretariado clínico autónomo do serviço em horário regular; Apoio permanente cada 24 horas por parte de técnicos de radiologia e laboratório de patologia clínica; Apoio dos meios de imagem disponíveis no CHTMAD, EPE; Disponibilidade de meios endoscópicos, broncoscópicos; Apoio das várias valências hospitalares, com quem tem acordos de colaboração modelos de consultadoria, entre outros. Não tem área intermédia de retaguarda, mas funciona, por vezes, como modelo de área intensiva mista, admitindo doentes de nível intermédio sobretudo doentes incluídos no modelo organizativo institucional de doenças cerebrovasculares, na sua vertente de cuidados intensivos. Desde a sua implementação, em 2001, o projecto institucional de Medicina Intensiva contempla critérios explícitos de admissão de algumas situações padronizadas em protocolo, de doentes com doenças cerebrovasculares. A missão do SCICI apresenta-se nos seguintes objetivos: Prestar serviços e cuidados de saúde de elevada qualidade e profissionalismo, assumindo a responsabilidade integral pelos doentes com disfunções de órgãos, suportando, prevenindo e revertendo falências com implicações vitais; Dominar técnicas que exigem grande preparação teórica e experiência de execução para a prática da Medicina Intensiva; Dominar técnicas ou medidas de suporte avançado de funções vitais introduzidas em doentes críticos ou potencialmente críticos; Elevar o nível técnico e científico de toda a equipa através de planos de formação contínua; Orientar a atividade no sentido de satisfazer as necessidades dos utentes, oferecendo um serviço com elevados padrões de qualidade; Fomentar a interação com os utentes, no sentido da melhoria contínua e da excelência dos serviços prestados; 47 Capítulo II - Enquadramento Metodológico Fomentar o comprometimento dos colaboradores com a organização, no sentido da melhoria contínua, assegurando a sua formação adequada e promovendo a comunicação a todos os níveis; Garantir uma gestão de instalações, equipamentos e materiais que promova o equilíbrio entre o desenvolvimento da atividade da organização, designadamente a adequação dos serviços e as infraestruturas às necessidades dos utentes, os recursos e o ambiente. 2.1.7. Tratamento e análise de dados A metodologia de análise, sendo uma etapa de grande importância em qualquer trabalho de investigação, através de métodos adequados, permite alcançar um determinado objetivo ou fim, dando coerência e significância ao referencial teórico de forma a validar o estudo (Fortin et al., 2009). Tendo em conta os objetivos do estudo, foram estudados os resultados originados pela pesquisa bibliográfica na definição do concourse e o preenchimento efetivo dos questionários efetuado pelos peritos do painel. Foi utilizada estatística descritiva na apresentação dos dados referentes ao número de artigos científicos identificados na Web e que corresponderam aos critérios de seleção para a definição do concourse. O somatório dos resultados encontrados será descrito em formato de fluxograma, apresentando-se o resultado final dos artigos que corresponderam aos critérios de seleção. Nos resultados do primeiro questionário foi utilizada a mesma técnica de análise (estatística descritiva). Os dados foram apresentados em número de menções e percentagem de respostas positivas, uma vez que foi determinado pelo painel de peritos a inclusão de resultados com taxa de resposta igual ou superior a 75%. Relativamente ao segundo questionário, é habitual utilizar métodos correlacionais para analisar resultados de Q-sorts quando se procura evidenciar consensos ou padrões de resposta (Brown, 1993). No entanto, para o objetivo deste trabalho, foi mais adequado aplicar um método que produzisse agrupamentos de indicadores, pelo que a análise de clusters a partir de uma matriz de distâncias entre indicadores foi uma escolha natural. Com a população de indicadores selecionados pelo grupo de peritos no primeiro questionário, considerando que os valores obtidos pela ordenação eram intervalares, considerou-se adequada a utilização do 48 Capítulo II - Enquadramento Metodológico método de distância máxima sobre a medida de distância euclidiana quadrada (Hair, Black, Babin & Anderson, 2010). Para a avaliação da qualidade do SCICI através dos indicadores selecionados, foi efetuado um estudo retrospetivo e recolhidos os dados relativos aos doentes admitidos no SCICI no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2012, através de dados de processo de cada doente e dados registados em impresso próprio do serviço denominado a nível interno de “pancarta médica”. Foram recolhidos os dados demográficos, categoria médica, dados epidemiológicos e dados necessários ao preenchimento do numerador e denominador de cada indicador de qualidade selecionados e autorizados pelos órgãos decisores de gestão do SCICI. Para a avaliação dos indicadores n.º 77 e n.º 78, foi colhida uma amostra aleatória de 30 doentes e avaliado todo o seu processo clínico. Foi avaliada apenas esta amostra de doentes por não ser possível a recolha de dados destes registos na população total, no período de realização do estudo. Os dados foram apresentados em tabela onde constaram os valores standard de cada indicador e o valor determinado pela avaliação dos dados referentes ao SCICI. Todos os dados foram inseridos e submetidos a análise através do software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 21.0. 2.1.8. Fontes de dados e procedimentos éticos Para a recolha de dados deste estudo, foi solicitada a devida autorização ao Conselho de Administração do CHTMAD, EPE que, após deliberação e avaliação do projeto de estudo, deferiu o pedido (Anexo A). 49 CAPÍTULO III APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 3.1. Definição do concourse Para a definição do concourse, através de uma pesquisa bibliográfica, foram identificados sete artigos que corresponderam aos critérios de seleção delineados na metodologia. Dos artigos selecionados, cinco apresentam revisão da literatura, participação de sociedades e a utilização de peritos para a determinação de indicadores de qualidades para as UCIs, sendo que apenas dois apresentam apenas a revisão de literatura e a utilização de peritos como método de recolha de dados. A recolha e análise bibliográfica, permitiu obter um conjunto de cinquenta indicadores que devem integrar um programa de gestão de qualidade dos cuidados numa UCI. De notar a sobreposição de seleção de alguns indicadores nos diferentes estudos. Contudo, observa-se uma variabilidade relativamente ao número e tipos de indicadores aplicados, não existindo ainda um consenso generalizado (Tabela 3). 51 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados Tabela 3. Estudos e indicadores selecionados Lista de Indicadores 1 Intensivista nas 24 horas Pneumonia associada ao ventilador Demora média na UCI Satisfação do doente e familiares Taxa de readmissões Bacteriémia por CVC Analgesia eficaz Sedação adequada Mortalidade na UCI Profilaxia de úlcera gastro-intestinal Profilaxia de trombose venosa profunda Número de extubações não programadas Razão de mortalidade standardizada (APACHE II) Incidência de úlceras de decúbito Prevenção de erros de medicação Eventos adversos Ventilação mecânica protetiva Desmame ventilatório e ensaio de respiração espontânea Antibioterapia precoce e adequada Hipotermia terapêutica após paragem cardíaca Nutrição entérica precoce Documentação das reuniões com familiares Uso de solução alcoólica na desinfeção das mãos Elevação do leito a 45º Ronda diária multidisciplinar Demora média na UCI superior a 7 dias Atraso na admissão Atraso na alta Número de cirurgias canceladas Atrasos na admissão de doentes urgentes por falta de vaga na UCI Taxa de infeções por microrganismos resistentes Uso adequado de concentrado eritrocitário Dias de UCI com todas as camas ocupadas Ratio enfermeiro-doente Média de dias de ventilação mecânica Valores adequados de glicose Taxa de reintubação Infeção de sonda vesical N.º de quedas Pneumotórax iatrogénico Taxa de reintubação Infeção de sonda vesical N.º de quedas Satisfação dos profissionais Pneumotórax iatrogénico Incidência de falência renal aguda em doentes não-coronários Aderência a protocolos vigentes na UCI; Taxa de picadas acidentais nos profissionais de saúde Preenchimento de todos os requisitos para o tratamento de doentes críticos de acordo com lei vigente no país Procedimento de Handover standardizado na alta do doente *Descrição dos estudos realizados: Estudo 1 - Berenholtz et al., 2002 Estudo 2 - De Vos et al. 2007 Estudo 3 - Rangnathan et al., 2009 Estudo 4 - Braun et al., 2010 Estudo 5 - Rhodes et al., 2012 Estudo 6 - ERS, 2013 Estudo 7- Braun et al., 2013 52 x x x x x x x x x x 2 x x x Estudos realizados* 3 4 5 x x x x x x x x x x x x 6 7 x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados A totalidade desta prévia identificação de áreas assistenciais e de indicadores considerados relevantes para a avaliação da qualidade em UCIs para adultos, foi identificada no documento de consenso elaborado pela SEMICYUC (2011), sendo encontrados um total de 120 indicadores de qualidade. Destes, foram excluídos 15 indicadores pelo fato de não poderem ser avaliados em UCIs para adultos, nível III (DGS, 2003). Os 105 indicadores remanescentes, definiram o concourse a utilizar na primeira reunião presencial com o painel de peritos (Anexo B). Os passos e resultados descritos encontram-se esquematizados em formato de fluxograma (Figura 5). Revisão bibliográfica com inclusão de critérios de seleção 7 artigos encontrados Documento de consenso SEMICYUC 120 indicadores Excluídos 15 indicadores (DGS, 2003) 105 indicadores Definição de Concourse Figura 5. Fluxograma com processo de definição do concourse para a aplicação da metodologia Q-Sort na população em estudo Comparativamente, Rhodes e colaboradores (2012) identificaram um total de 111 indicadores de qualidade comummente utilizados, tendo sido obtido no final um total de 102 itens separados. 53 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados 3.2. Definição do Q-set para a aplicação do questionário Q-Sort ao painel de peritos Após a definição do concourse, como resultados do questionário (Anexo C) aplicado na primeira reunião presencial com o grupo de peritos, evidencia-se a seleção de 68 indicadores de qualidade com taxa de consenso igual ou superior a 75%. A definição do Q-set para a aplicação do questionário Q-Sort ao painel de peritos é apresentada na Tabela 4. Tabela 4. Indicadores selecionados pelo grupo de peritos na primeira reunião presencial Menções 8 Menções (100%) 7 Menções (87,5%) 6 Menções (75%) Indicadores selecionados para o Q-Set pelo painel de peritos (n.º) 1, 10, 12, 25, 26, 27, 29, 30, 32, 34, 35, 50, 51, 52, 53, 56, 76, 77, 78, 99, 100, 102, 105 3, 4, 6, 8, 9, 21, 23, 28, 31, 33, 36, 37, 39, 40, 42, 48, 49, 66, 68, 79, 81, 82, 85, 92, 97, 98, 103 16, 38, 45, 67, 71, 72, 73, 75, 80, 86, 87, 88, 90, 91 Similares aos resultados encontrados, relativamente ao número de indicadores determinados para a formulação do Q-set, apresentam-se os dados do estudo efetuado por De Vos e colaboradores (2007), com uma totalidade de 65 indicadores selecionados. 3.3. Análise de clusters No questionário Q-Sort aplicado ao grupo de peritos na segunda reunião presencial (Anexo D), foi efetuada a análise de clusters a partir de uma matriz de distâncias entre indicadores. Utilizando o método de distância máxima na matriz de distâncias euclidianas, a distância entre clusters reduz-se substancialmente até à divisão em seis clusters, tendo reduções pouco significativas a partir daí (Figura 6). 54 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados Figura 6. Distância entre clusters (método de distância máxima) A Tabela 5 apresenta a média de cada perito em cada um dos clusters, evidenciando-se nos clusters 3 e 5 os valores mais positivos (verde), ou seja, maior consenso entre peritos no que respeita à importância do indicador. De realçar que nos dois clusters, foi obtido consenso de todos os peritos, à exceção de um, motivo que sustentou a seleção dos clusters referidos. Tabela 5. Média de cada perito por cluster Perito 4 Perito 2 Perito 1 Perito 6 Perito 7 Perito 3 Perito 5 Perito 8 Cluster 3 2,93 2,00 3,40 1,60 1,47 -0,53 1,07 3,07 Cluster 5 3,30 3,10 -0,10 1,20 1,20 3,00 0,70 -2,30 Cluster 1 -2,81 -0,19 -0,56 -0,25 -0,88 0,88 0,25 2,75 Cluster 2 -2,70 -2,00 3,10 0,70 2,30 -0,30 1,30 -3,30 Cluster 4 -1,57 -2,14 -3,00 -3,29 1,00 3,00 0,43 -3,43 Cluster 6 2,20 -0,70 -3,50 -0,10 -3,30 -3,20 -2,20 ,20 A Figura 7 representa a frequência de pontuações obtidas pelos indicadores de cada cluster na tarefa de ordenação. É notória a concentração de pontuações positivas nos indicadores do 55 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados cluster 3. O cluster 5 também apresenta mais pontuações positivas do que negativas, ao contrário dos clusters 1, 2, 4 e 6. Figura 7. Histograma: Análise de frequência de pontuações dos indicadores na divisão de 6 clusters A solução de seis clusters parece ser ajustada, na medida em que podem ser propostos vinte e cinco indicadores mais consensuais pertencentes aos clusters 3 e 5. (Figura 8). 56 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados Figura 8. Dendograma, seleção final de indicadores (método de máxima distância euclidiana) 57 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados Apontando como referência a classificação das dimensões de Donabedian, os indicadores selecionados através da análise de clusters são capazes de avaliar e valorizar a qualidade de aspetos importantes da prática assistencial, particularmente a qualidade da estrutura, dos processos e dos resultados dos cuidados (Donabedian, 1992; Skews et al., 2000). Foram selecionados como indicadores mais consensuais pelo grupo de peritos, doze indicadores de processo (indicadores 6, 8, 23, 32, 39, 56, 67, 73, 78, 81, 82 e 97), dez indicadores de resultado (indicadores 10, 21, 25, 27, 34, 35, 68, 77, 92) e três indicadores de estrutura (indicadores 98, 99 e 102). Pode ainda observar-se que, através dos indicadores selecionados, a avaliação da qualidade da estrutura é considerada menos relevante, comparativamente à avaliação da qualidade dos processos e dos resultados . Na Tabela 6 é apresentada a lista final de indicadores selecionados pelo painel de peritos. Tabela 6. Lista final de indicadores selecionados pelo painel de peritos na segunda reunião presencial Domínios/Área Assistencial Indicadores mais consensuais Insuficiência respiratória aguda Indicador n.º 6 – Posição semi-sentada em doentes com ventilação mecânica invasiva; Indicador n.º 8 – Prevenção de doença tromboembólica; Indicador n.º 10 – Reintubação; Indicador n.º 21 – Polineuropatia do doente crítico; Indicador n.º 23 – Fibrinólise IV no acidente isquémico agudo; Indicador n.º 25 – Bacteriémia relacionada com cateter venoso central Indicador n.º27 – Pneumonia Associada ao Ventilador (VAP) Indicador n.º 32 – Início precoce de antibioterapia na sepsis grave Indicador n.º 34 – Manutenção de níveis adequados de glicemia Indicador n.º 35 – Hipoglicemia grave; Indicador n.º 39 – Nutrição entérica precoce; Indicador n.º 56 – Identificação do delirium; Neurointensivismo e traumatologia Doenças infeciosas Metabolismo e nutrição Sedação e analgesia Transplantes Enfermagem Bioética Planificação, organização e gestão Formação contínua, docência e investigação Indicador n.º 67 – Monitorização de dadores potenciais de órgãos; Indicador n.º 68 – Diagnóstico de morte encefálica; Indicador n.º 73 – Pressão do cuff; Indicador n.º 77 – Erros de medicação; Indicador n.º 78 – Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos; Indicador n.º 81 – Adequação aos cuidados de fim de vida; Indicador n.º 82 – Informação aos familiares dos doentes; Indicador n.º 92 – Demora na admissão; Indicador n.º 97 – Plano de integração ao profissional do serviço; Indicador n.º 98 – Presença do intensivista no serviço nas 24 horas; Indicador n.º 99 – Sistema de notificação de eventos adversos; Indicador n.º 102 – Existência de protocolos básicos; Indicador n.º 105 – Formação contínua. A tabela de indicadores finais contempla a descrição de diferentes aspetos que avalia os diferentes domínios/áreas assistenciais (SEMICYUC, 2011) e na ausência de evidência empírica, baseou-se na opinião de peritos (Geraedts et al., 2005). 58 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados Através da análise dos resultados, verificamos que a obtenção de consenso foi apenas possível num número reduzido de indicadores, comparativamente à totalidade dos mesmos em estudo, o que também se observa em alguns estudos apresentados na revisão da literatura (Braun et al., 2010; De Vos et al., 2007; Rhodes et al., 2012). Podemos observar que o painel de peritos selecionou como importantes catorze dos indicadores de qualidade presentes nos estudos referidos na revisão da literatura (Tabela 7), (Berenholtz et al., 2002; Braun et al., 2010; Braun et al., 2013; De Vos et al., 2007; Pronovost et al., 2003; Rangnathan et al., 2009; Rhodes et al., 2012). Verificamos ainda que dos catorze indicadores referidos, nove pertencem ao cluster 3, sendo este o cluster de obtenção de maior consenso entre peritos, comparativamente ao cluster 5. Tabela 7. Indicadores selecionados pelo painel de acordo com dimensão, inclusão nos estudos referidos na revisão daliteratura e posicionamento nos clusters Indicador selecionado Dimensão Inclusão no estudo Inclusão no cluster 3 Posição a 30º Processo Braun et al., 2010; ERS, 2013 Prevenção de doença tromboembólica Processo Berenholtz et al., 2002; ERS, 2013 3 Bacteriémia relacionada com CVC Resultado 5 Pneumonia Associada ao Ventilador Resultado Início precoce da Antibioterapia na sepsis grave Manutenção de níveis adequados de glicemia Nutrição entérica precoce Processo Berenholtz et al., 2002; Rangnathan et al., 2009; Rhodes et al., 2012 Berenholtz et al., 2002; Braun et al., 2013; ERS, 2013; Rangnathan et al., 2009 Braun et al.,2010; Braun et al., 2013; Resultado De Vos et al., 2007 3 Processo Braun et al., 2010; Braun et al., 2013 5 Erros de medicação Resultado De Vos et al., 2007; Rangnathan et al., 2009 3 Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos Informação aos familiares Processo Braun et al., 2010; Braun et al., 2013 3 Processo 3 Demora na admissão Resultado Berenholtz et al., 2002; De Vos et al., 2007; Rangnathan et al., 2009 Berenholtz et al., 2002 Presença de intensivista Estrutura 5 Sistema de notificação de eventos adversos Existência de protocolos básicos Estrutura De Vos et al., 2007; Braun et al., 2010; Braun et al., 2013; Rangnathan et al., 2009; Rhodes et al., 2012 Rangnathan et al., 2009; Rhodes et al., 2012 Estrutura Rangnathan et al., 2009 3 3 3 5 5 Depois de determinada a lista final de indicadores selecionada pelo painel, foi elaborada a ferramenta de avaliação e gestão da qualidade para o SCICI, que envolveu a recolha de dados da pancarta médica, do processo de cada doente admitido no período em estudo (Anexo E), esta foi apresentada aos órgãos de gestão que autorizaram a avaliação da qualidade de acordo com os domínios e indicadores selecionados (Anexo F). 59 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados O resultado final da avaliação da qualidade do SCICI, comparativamente ao valor standard de cada indicador, é apresentado na Tabela 8. A totalidade das variáveis utilizadas para o cálculo de cada indicador segue em anexo (Anexo G). Tabela 8. Resultados da avaliação da qualidade assistencial do SCICI com a ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade desenvolvida Domínios/Área Assistencial Insuficiência Respiratória Aguda Neurointensivismo e Traumatologia Doenças Infeciosas Metabolismo e Nutrição Sedação e Analgesia Transplantes Enfermagem Bioética Planificação, Organização e Gestão Formação Contínua, Docência e Investigação Indicadores mais consensuais Indicador n.º 6 – Posição semi-sentada em doentes com ventilação mecânica invasiva Indicador n.º 8 – Prevenção de doença tromboembólica Indicador n.º 10 – Reintubação Indicador n.º 21 – Polineuropatia do doente crítico Indicador n.º 23 – Fibrinólise IV no acidente isquémico agudo Indicador n.º 25 – Bacteriémia relacionada com cateter venoso central Valor Standard SCICI 97% Sem registo no período de estudo 100% 11,8% 0,06% 100% 5 episódios por 1000 dias de CVC 8 episódios por 1000 dias de VM 41,6% 89,5% 0% 100% 100% Indicador n.º 32 – Início precoce de antibioterapia na sepsis grave Indicador n.º 34 – Manutenção de níveis adequados de glicemia Indicador n.º 35 – Hipoglicemia grave Indicador n.º 39 – Nutrição entérica precoce Indicador n.º 56 – Identificação do delirium 90% <12-13% <50% 100% 4 episódios por 1000 dias de CVC 12 episódios por 1000 dias de VM 100% 80% 0,5% 100% 90% Indicador n.º 67 – Monitorização de dadores potenciais de órgãos Indicador n.º 68 – Diagnóstico de morte encefálica Indicador n.º 73 – Pressão do cuff 100% 5-30% 95% Indicador n.º 77 – Erros de medicação Indicador n.º 78 – Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos Indicador n.º 81 – Adequação aos cuidados de fim de vida Indicador n.º 82 – Informação aos familiares dos doentes Indicador n.º 92 – Demora na admissão Indicador n.º 97 – Plano de integração ao profissional do serviço Indicador n.º 98 – Presença do intensivista no serviço nas 24 horas Indicador n.º 99 – Sistema de notificação de eventos adversos Indicador n.º 102 – Existência de protocolos básicos 5% 90% 100% 100% 5% 100% 100% 100% 100% 100% 15,3% Sem registo no período de estudo 0% 70% 100% 100% 0% 100% 100% 100% 63% Indicador n.º 105 – Formação contínua. >75% 97% Indicador n.º27 – Pneumonia Associada ao Ventilador (VAP) Através da tabela de avaliação da qualidade do SCICI no período em estudo, destaca-se a falta de registo para o cálculo de dois indicadores de qualidade, quatro indicadores com valores inferiores ao valor standard e dezassete indicadores que preenchem todos os critérios de qualidade na sua área assistencial. Como referiu a AHRQ (2003), os indicadores de qualidade selecionados funcionaram como instrumentos de medida que indicam a presença de um fenómeno ou sucesso e também a sua intensidade. A relação entre a prática assistencial e os resultados obtidos na avaliação da qualidade do SCICI através dos indicadores enumerados, permite a comparabilidade e a identificação de boas práticas, padrões de estrutura, de processo e de resultado (Campos et al., 60 Capítulo III - Apresentação e Discussão dos Resultados 2010) e, tal como refere Moreno (2000), os indicadores podem ser instrumentos de gestão utilizados para desencadear uma melhoria contínua da qualidade assistencial. A identificação de problemas (falta de registo, valor abaixo do standard) permite o estabelecimento de prioridades, na procura das melhores soluções aplicáveis, como referiu Sousa (2010). Finalmente, com a análise de resultados efetuada, determinou-se a primeira etapa de um processo de intervenção, baseado no modelo cíclico preconizado pela WHO (2006): análise, estratégias e implementação. Os dados recolhidos apontam ao gestor um caminho e uma atitude na melhoria contínua da qualidade (António & Teixeira, 2007). 61 CAPÍTULO IV CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS DE ESTUDOS FUTUROS Neste capítulo final, pretende-se apresentar as principais conclusões deste estudo de investigação, evidenciando o seu contributo como agente resolúvel da problemática em estudo: a avaliação e gestão da qualidade das UCIs portuguesas através da seleção de domínios/áreas assistenciais e indicadores de qualidade. São também abordadas as limitações ao longo do estudo e apresentadas novas propostas a incluir num estudo de investigação futuro. 4.1. Conclusões Vários estudos demonstraram que a utilização de indicadores e de sistemas de qualidade, melhora significativamente a qualidade dos cuidados de saúde (Hickey et al., 2004; Lagoe & Westert, 2004). No entanto, outros demonstraram que alguns indicadores frequentemente utilizados como medida de qualidade, não apresentam qualquer relação com este conceito e que o desenvolvimento de um ranking dos hospitais, não quantifica os ganhos potenciais que podem ser alcançados (Brown & Lilford, 2006; Gibberd, Hancock, Howley & Richards, 2004). De acordo com De Vos e colaboradores (2007), o principal objetivo da formalização de indicadores de qualidade é a sua utilização como método de comparação dentro de uma UCI ao longo do tempo e com outras UCIs a nível nacional. A utilização da análise de clusters, a partir dos resultados de uma tarefa de ordenação de indicadores através da metodologioa Q-sort, permitiu determinar um conjunto de indicadores 63 Capítulo IV - Conclusões, Limitações e Perspetivas de Estudos Futuros mais consensuais no universo em estudo. Foram selecionados vinte e cinco indicadores de qualidade pelo painel de peritos, que depois de aplicados puderam avaliar positivamente a qualidade de cuidados numa UCI portuguesa, nomeadamente o SCICI. De destacar a seleção de um número reduzido de indicadores da dimensão da qualidade da estrutura, comparativamente às dimensões de processo e de resultado. Através da resenha bibliográfica efetuada, no que concerne à temática da avaliação da qualidade em saúde, mais especificamente nas UCIs, pudemos observar que o painel de peritos selecionou como importantes catorze dos indicadores de qualidade presentes nos estudos já efetuados nesta área, estando nove destes incluídos no cluster 3, o cluster de maior consenso. Foram selecionados, de acordo com a terminologia de Donabedian (1969), indicadores de processo, de resultado e de estrutura. No entanto, através da análise dos resultados, verificamos que a obtenção de consenso foi apenas possível num número reduzido de indicadores, comparativamente à totalidade dos mesmos em estudo, o que também se observa nos estudos apresentados no referencial teórico (Braun et al., 2010; De Vos et al., 2007; Rhodes et al., 2012). Relativamente à aplicação da ferramenta de avaliação e gestão da qualidade dos cuidados nas diferentes áreas assistenciais através do conjunto de indicadores selecionados pelo painel de peritos, esta demonstrou ser capaz de uma recolha de dados fidedigna e fiável, evidenciando as áreas de qualidade, de maior atenção e de eventuais ações de melhoria. O SCICI, no seu processo de avaliação da qualidade, apresentou na maioria dos indicadores (dezassete num total de vinte e cinco) uma qualidade de excelência, cumprindo todos os critérios pré determinados. Destacam-se como áreas de maior atenção assistencial, as áreas de “Insuficiência Respiratória Aguda” e de “Enfermagem”, pois apresentam dois indicadores de qualidade sem possibilidade de avaliação por inexistência de registos. Como áreas assistenciais do SCICI passíveis de implementação de ações de melhoria, identificaram-se as áreas de “Formação contínua, docência e investigação” de “Doenças Infeciosas”, com um valor de qualidade avaliada em três indicadores, inferior aos valores standard preconizados. Baseados nestes pressupostos, a formalização de indicadores de qualidade selecionados por 64 Capítulo IV - Conclusões, Limitações e Perspetivas de Estudos Futuros um painel de peritos, pode, simultaneamente, medir e melhorar a qualidade dos cuidados prestados ao doente crítico no SCICI. Em suma, este estudo reflete o primeiro passo de uma iniciativa promissora da utilização de domínios e indicadores na melhoria da qualidade assistencial numa UCI portuguesa. Descreve o consenso de um painel de peritos em Medicina Intensiva acerca de um conjunto de domínios e indicadores que devem ser utilizados para avaliar, gerir e melhorar a qualidade e segurança dos cuidados prestados ao doente crítico numa UCI. 4.2. Limitações do estudo Este estudo foi realizado numa única UCI portuguesa, podendo não apresentar o mesmo conjunto de indicadores selecionados, se aplicado noutra população de peritos com as mesmas características. Além disso, constituiu também uma limitação a utilização de uma lista pré definida de indicadores, o que poderá originar a ausência de indicadores de qualidade que possam não estar incluídos na totalidade da pesquisa bibliográfica efetuada. 4.3. Perspetivas de trabalhos futuros A pesquisa bibliográfica revelou que a utilização de indicadores por populações de UCIs nacionais poderá produzir um efeito vantajoso a nível de benchmarking e uniformização da avaliação e gestão da qualidade dos cuidados prestados ao doente crítico nas suas diferentes áreas assistenciais, como preconiza o PNS 2011-2016 (Campos et al., 2010). Como visão futura, perspetiva-se a seleção de indicadores de qualidade por um grupo de peritos a nível nacional, através de uma metodologia Delphi com Q-Sort, objetivando-se a obtenção de consenso que permitirá uma avaliação e gestão da qualidade de UCIs portuguesas, de acordo com as normas vigentes e preconizadas pelo atual PNS (Campos et al., 2010). 65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Adami, N. (2000). A melhoria da qualidade nos serviços de enfermagem. Acta Paulista de Enfermagem, 13, 190-196. Agency for Healthcare Research and Quality. (2003). Guide to patient safety indicators. Rockville Agency for Healthcare Research and Quality. Recuperado em 22 de novembro, 2013, de http://qualityindicators.ahrq.gov/Modules/psi_resources.aspx. Agency for Healthcare Research and Quality. (s.d.). Tutorials on quality measures. Recueprado em 08 de agosto, 2013, de http://www.qualitymeasures.ahrq.gov/tutorial/index.aspx Almeida, C. (1997). 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Ana Filipa Gomes Pimenta de Matos, Enfermeira Graduada a exercer funções no Serviço de Cuidados Intensivos e Cuidados Intermédios, do Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, a frequentar o Curso de Mestrado em Gestão dos Serviços de Saúde da UTAD, vem por este meio solicitar a Vossa Ex.ª a autorização para a realização da colheita de dados no âmbito do estudo de investigação com o tema “Indicadores de qualidade nas Unidades de Cuidados Intensivos para Adultos portuguesas”, sob orientação do Professor Doutor Carlos Peixeira Marques. Disseminada a partir da indústria desde meados do século XX e tendo tido como referência as experiências desenvolvidas nesta área, o interesse crescente pela qualidade é um fenómeno relativamente recente nos sistemas de saúde (Deming 1986; Juran, 1989) e deve ser analisada numa perspetiva de rede (Ovretveil, 1992; Eiriz & Figueiredo, 2004). Surge como uma exigência de todos (Pisco, 2007) e tem-se tornado uma preocupação crescente. Barros (1999) refere que: “Diversos fatores estão na origem dessa preocupação: a problemática da contenção de custos (ou pelo menos do seu crescimento), maior atenção da população aos aspectos de qualidade, sendo esta cada vez mais um factor de escolha; e a alteração dos mecanismos de financiamento, na sua componente de pagamento aos prestadores, com a introdução de risco financeiro para os prestadores tem gerado receios de que estes reajam com uma diminuição da qualidade. Campos e Carneiro (2010) referem como fatores que podem condicionar a qualidade em saúde: a) evolução social, política, ambiental, científica e tecnológica extraordinária; b) incerteza e imprevisibilidade de ocorrências como epidemias e catástrofes, alterações climáticas e terrorismo; c) características do sistema de saúde; d) determinantes da procura de cuidados (envelhecimento, doença crónica, mais informação, expectativa e exigência) e da capacidade de resposta (recursos humanos, especialização crescente, trabalho multidisciplinar e intersectorial); e) novos conceitos de resultados (outcome) em saúde e de qualidade de vida. 79 Segundo o atual PNS 2011-2016, a qualidade em saúde depende também da intervenção dirigida às estruturas de prestação de cuidados (recursos humanos e materiais, instalações e organização), dos processos decorrentes da própria prestação de cuidados (qualidade técnica, adequação/validade da informação produzida, integração e continuidade de cuidados) e dos resultados (reabilitação/recuperação do doente, controlo da doença crónica, capacitação, educação, literacia em saúde, mudança de comportamentos e satisfação com os cuidados. A existência de uma prática institucional normalizada é reconhecidamente um meio de garantir a qualidade na prática assistencial na saúde, promovendo a adequação de procedimentos ao ritmo da evolução do conhecimento científico e da inovação tecnológica, coordenado por sistemas de monitorização de qualidade. Formalizar estes sistemas implica a compreensão de: políticas, responsabilidades, canais de comunicação, ações a desenvolver. Envolve trabalho pluridisciplinar de um grupo ou serviço; empenhamento da gestão de topo; técnicas específicas de controlo de qualidade e formação no processo de mudança. É uma procura incessante de melhores soluções em resposta às necessidades e expectativas dos utentes numa filosofia global, assente em estruturas organizacionais capazes de garantir que as atividades decorram de forma controlada. É a base da gestão de qualidade total, pois estabelece a disciplina necessária ao sistema de valores (SEMICYUC , 2011). Assim, é fundamental e de extrema importância o desenvolvimento de planos de gestão da qualidade adequados e adaptados aos diferentes serviços e especialidades na área da saúde. Todos os serviços, nomeadamente as unidades de cuidados intensivos, dado o seu cariz intrínseco de especificidade, aspiram a uma melhor qualidade dos seus serviços com o menor risco possível para o utente. Por este pressuposto é imperativo que as unidades de cuidados intensivos desenvolvam uma cultura da qualidade, desenvolvendo um sistema de gestão da qualidade total, envolvendo toda a organização. No presente contexto, foi elaborado o atual trabalho de investigação que objetiva a contribuição para um modelo de gestão da qualidade e de um instrumento aplicável e reflexivo de um processo de avaliação e melhoria da qualidade no Serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios do CHTMAD, na sua vertente tridimensional. Referimo-nos a tridimensional, porque por um lado as unidades de cuidados intensivos apresentam processos e atividades exclusivas, dependentes maioritariamente das suas características; por outro lado, encontram-se integradas num departamento, com o qual estabelecem relações; e finalmente, exibem uma natureza transdepartamental, através da transferência de doentes de/e para vários locais e com urgência sistemática de deslocações para procedimentos diagnósticos ou terapêuticos (Moreno et al., 1997). 80 Assim, com vista à garantia e melhoria da qualidade do SCICI, pretendemos identificar domínios fundamentais que devem integrar um modelo de gestão da qualidade clínica, bem como indicadores que permitam orientações e que possibilitem a avaliação e monitorização da qualidade no SCICI. Tendo em linha de conta que todos os métodos de avaliação de qualidade e de melhoria da qualidade em cuidados intensivos devem focar três pilares fundamentais: as estruturas, os processos e os resultados (Donabedian cit. Moreno, 1997) os objetivos deste estudo são: 1) Identificar, através de um grupo de peritos, os domínios e indicadores que devem integrar um modelo de gestão da qualidade adaptados à realidade de uma unidade de cuidados intensivos para adultos portuguesa nível III, nomeadamente o serviço de Cuidados Intensivos, Cuidados Intermédios do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro; 2) desenvolver uma ferramenta para a avaliação da qualidade numa unidade de cuidados intensivos através dos domínios e indicadores selecionados. 3) avaliar a qualidade assistencial de uma UCI portuguesa com o instrumento de avaliação criado. A delimitação do estudo consiste em propor a um grupo de peritos pertencentes ao staff do Serviço de Cuidados Intensivos e Cuidados Intermédios do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE os domínios essenciais para monitorização e avaliação da qualidade dos cuidados ao doente crítico, para que estes, por consenso, selecionem os considerados mais importantes. Pretendemos também conhecer, recorrendo ao mesmo painel de profissionais, os indicadores que devem integrar um modelo de gestão da qualidade dos cuidados em ambiente de cuidados intensivos para adultos, adaptado à realidade institucional. Destacam-se ao longo do estudo as seguintes etapas metodológicas: 1. Referencial teórico - identificação e sistematização dos conceitos em estudo, tendo em conta as definições de “qualidade” e “qualidade em saúde”, a problemática da avaliação da qualidade em saúde e mais especificamente, a avaliação da qualidade nas unidades de cuidados intensivos através de indicadores de qualidade. 2. Aplicação da metodologia Q-Sort a um painel de peritos na área da medicina intensiva partindo de uma lista de domínios e indicadores de qualidade pré-definida, obtida através da revisão da literatura. 3 - Apresentação dos resultados aos órgãos decisores de gestão do SCICI, do CHTMAD - Os resultado obtidos serão apresentados aos órgãos de gestão decisores do SCICI, do CHTMAD, EPE; 81 5. Avaliação da qualidade do SCICI do CHTMAD, EPE - Avaliar a qualidade do SCICI do CHTMAD, através dos domínios e indicadores selecionados pelo painel de peritos e autorizados pelos órgãos de gestão decisores. Em síntese, pretendemos contribuir para a criação de um modelo de gestão da qualidade no SCICI que seja capaz de refletir os domínios que interferem diretamente na qualidade dos cuidados e que, ao serem implementados, contribuam para a sua garantia e/ou melhoria, estando este adaptados à realidade institucional. Este modelo pode também integrar um sistema de gestão da qualidade total numa unidade de cuidados intensivos. Por ser um estudo exploratório, o possível modelo, sendo de fácil e simples implementação nos serviços de cuidados intensivos para adultos, será passível de ser monitorizado e avaliado, interna (auditorias) e externamente (através da certificação ou acreditação). O processo de recolha será efetuado pela investigadora, ao longo do mês de Outubro/novembro de 2013, em duas reuniões presenciais (ver instrumento de recolha de dados em anexo) a programar com os elementos do painel de acordo com a sua disponibilidade, que desde já se compromete a assegurar a confidencialidade dos resultados. Por último, a investigadora compromete-se ainda a tornar acessível ao CHTMAD, EPE, os resultados da investigação. Seguem em anexo, os questionários que serão aplicados ao painel de peritos para a necessária recolha de dados (Anexos I e II). Desde já, os mais sinceros agradecimentos pela disponibilidade e atenção para análise do assunto, estando a investigadora à inteira disponibilidade para fornecer quaisquer outros esclarecimentos adicionais através do email: [email protected]. Sem outro assunto, com os melhores cumprimentos. Vila Real, 3 de junho de 2013. Pede deferimento, 82 83 Anexo B Lista de indicadores de qualidade que definem o concourse 85 DOMÍNIO I: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA INDICADOR Nº 1 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INCIDÊNCIA DE BAROTRAUMA Segurança O aparecimento de barotrauma em doentes que necessitam de ventilação mecânica invasiva, é uma variável que se associa de forma independente ao aumento de risco de morte nesta população. nº de doentes com VM invasiva > 12 h que apresentam barotrauma ________________________________________________________ x 100 nº de doentes com VM invasiva > 12 horas - Considera-se barotrauma ao aparecimento de pelo menos um destes achados em relação à ventilação mecânica: - enfisema intersticial; - pneumotórax; - pneumomediastino; - enfisema subcutâneo. - Exclui-se especificamente, o barotrauma associado a colocação de cateter central e traumatismo torácico. Doentes críticos com ventilação mecânica invasiva (VMI) por um período de tempo superior a 12 horas, dados da alta do serviço de medicina intensiva (SMI) durante o período de revisão. Resultado Documentação clínica < 3% Referências: Anzueto, A., Frutos-Vivar, F., Esteban, A., Alía, I., Brochard, L., Stewart, T., Benito, S., Tobin, M.J., Elizalde, J., Palizas, F., David, C.M., Pimentel, J., González, M., Soto, L., D'Empaire, G., & Pelosi, P. (2004). Incidence, risk factors and outcome of barotrauma in mechanically ventilated patients. Intensive Care Med., 30 (4), 612619 De Lassence, A., Timsit, J.F., Tafflet, M., Azoulay, E., Jamali, S., Vincent, F., Cohen, Y., Garrouste-Orgeas, M., Alberti, C., Dreyfuss, D, & OUTCOMEREA Study Group. (2006). Pneumothorax in the intensive care unit: Incidence, risk factors, and outcome. Anesthesiology, 104 (1), 5-13. Esteban, A., Anzueto, A., Frutos, F., Alía, I., Brochard, L., Stewart, T.E., Benito, S., Epstein, S.K., Apezteguía, C., Nightingale, P., Arroliga, A.C., & Tobin, M.J. (2002). Mechanical Ventilation International Study Group.Characteristics and outcomes in adult patients receiving mechanical ventilation: A 28-day international study. JAMA, 287 (3), 345-355. Meade, M.O., Cook, D.J., Guyatt, G.H., Slutsky, A.S., Arabi, Y.M., Cooper, D.J., Davies, A.R., Hand, L.E., Zhou, Q., Thabane, L., Austin, P., Lapinsky, S., Baxter, A., Russell, J., Skrobik, Y., Ronco, J.J., Stewart, T.E., & Lung Open Ventilation Study Investigators. (2008). Ventilation strategy using low tidal volumes, recruitment maneuvers, and high positive end-expiratory pressure for acute lung injury and acute respiratory distress syndrome: A randomized controlled trial. JAMA, 299 (6), 637-645. INDICADOR Nº 2 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MUDANÇA DE TRAQUEIAS DO VENTILADOR AOS 7 DIAS Segurança e eficiência A mudança rotineira de traqueias associa-se a um aumento de pneumonia associada ao ventilador. É desaconselhada a mudança das traqueias por rotina, excetuando o mau funcionamento das mesmas. Se esta mudança for efectuada, não deve realizar-se por períodos inferiores a 7 dias. É uma medida que diminui custos, de fácil aplicação e de monitorização em todas as unidades. nº de circuitos utilizados ______________________________________________ x 100 nº total de dias de VM/7 Dias de VM/7: corresponde ao total de blocos de 7 dias de ventilação Todos os doentes com VM, durante o período de revisão Processo Documentação clínica e de enfermagem. Registo de consumíveis < 100% A mudança rotineira de traqueias, realiza-se todavia, em 55% dos casos. Referências: Branson, R.D. (2005). 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Respir Care., 52 (12), 1687-1694. 87 INDICADOR Nº 3 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REGISTO DE COMPLICAÇÕES DURANTE O DECÚBITO VENTRAL NO SÍNDROME DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA NO ADULTO (ARDS) Segurança A utilização da posição de decúbito ventral em doentes com ARDS melhora de forma significativa a sua oxigenação, permitindo o uso de parâmetros de ventilação mecânica mais seguros. No entanto, ainda não foi possível demonstrar que reduza de forma significativa a sua mortalidade. Recentemente, sugere-se uma diminuição da mesma nos grupos de doentes com hipoxemia grave. A taxa de complicações associadas a esta técnica é muito baixa, mas é de todo conveniente efetuar o registo das mesmas. nº de doentes com ARDS e decúbito ventral em quem se registaram complicações graves ____________________________________________________________________ x 100 nº doentes com ARDS e decúbito ventral -Existência de um registo de complicações graves que inclua: - extubação acidental; - remoção acidental de cateteres intravasculares - aparecimento de úlceras de decúbito (relacionadas com a posição ventral) - obstrução do tubo endotraqueal Todos os doentes em que se utiliza a posição de decúbito ventral e com ARDS, durante o período de revisão. Processo Documentação clínica e de enfermagem. 100% Referências: Fessler, H.E., & Talmor, D.S. (2010). Should prone positioning be routinely used for lung protection during mechanical ventilation?. Respir Care, 55 (1), 88-99. 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INDICADOR Nº 4 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PROVA DE TOLERÂNCIA A VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA Segurança e eficiência A disponibilidade de um protocolo de desconexão da ventilação mecânica (VM) e a realização diária de provas de tolerância à ventilação espontânea em doentes sob VM, diminui de forma significativa o tempo total de VM, diminuindo os riscos associados à mesma. nº de doentes com VM e prova diária de desconexão ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com VM Prova de desconexão: intenção de desconexão programada do ventilador mediante uma prova de ventilação espontânea com qualquer uma das seguintes opções: - prova com peça em T; - utilização de Pressão de suporte (PSV) de 7 cmH 2O; - pressão positiva contínua na via aérea (CPAP) de 5 cm H 2O. Exclui-se especificamente a utilização de ventilação mandatória intermitente (SIMV) Todos os doentes entubados durante o período de revisão e que cumpram os seguintes critérios: resolução da doença de base; oxigenação e pH adequados; temperatura inferior a 38ºC; estabilidade hemodinâmica sem necessidade de aminas vasoactivas em doses elevadas; adequada função da musculatura respiratória; estado metabólico e eletrolítico adequado; estado mental com ausência de ansiedade ou delírio. Processo Documentação clínica. >75% Foi considerado mais fiável para a medição do indicador, eleger como unidade de análise o doente com VM e não dias de VM, uma vez que é frequente o registo informatizado da realização de prova de desconexão, permitindo deste modo aplicar com mais facilidade os critérios de exclusão. Recomenda-se a avaliação diária da realização desta prova nos doentes que cumprem os critérios de inclusão anteriormente descritos (considera -se correto se > 80% dos dias). Referências: Esteban, A., Frutos, F., Tobin, M.J., Alía, I., Solsona, J.F., Valverdú, I., Fernández, R., De la Cal, M.A., Benito, S., & Tomás, R. (1995). A comparison of four methods of weaning patients from mechanical ventilation. Spanish Lung Failure Collaborative Group. N Engl J Med., 332 (6), 345- 350. Girard, T.D., Kress, J.P., Fuchs, B.D., Thomason, J.W., Schweickert, W.D., Pun, B.T., Taichman, D.B., Dunn, J.G., Pohlman, A.S., Kinniry, P.A., Jackson, J.C., Canonico, A.E., Light, R.W., Shintani, A.K., Thompson, J.L., Gordon, S.M., Hall, J.B., Dittus, R.S., Bernard, G.R., & Ely, E.W. (2008). Efficacy and safety of a paired 88 sedation and ventilator weaning protocol for mechanically ventilated patients in intensive care (Awakening and Breathing Controlled trial): a randomised controlled trial. Lancet, 371 (9607), 126-134. Robertson, T.E., Sona, C., Schallom, L., Buckles, M., Cracchiolo, L., Schuerer, D., Coopersmith, C.M., Song, F., & Buchman, T.G. (2008). 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INDICADOR Nº 5 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários DESCONTAMINAÇÃO DIGESTIVA SELETIVA (DDS) EM DOENTES DE RISCO Segurança e eficiência A utilização de DDS em doentes de risco que necessitam de ventilação mecânica (VM) por mais de 48 horas, tem demonstrado reduzir a incidência de pneumonia associada ao ventilador e também a mortalidade, sem aumentar o risco de aparecimento de multirresistências. nº de doentes de risco com VM tratados com DDS ______________________________________________ x 100 nº total de doentes de risco com VM DDS: consiste numa combinação de tratamento tópico (pasta de antibióticos aplicada na cavidade oral e solução de antibióticos administrada através da SNG) durante o tempo de duração da ventilação mecânica, juntamente com cefotaxima IV durante os primeiros 4 dias. Doentes de risco: doentes submetidos a ventilação mecânica em que se prevê que esta se irá manter mais de 48 horas. Todos os doentes submetidos a VM por mais de 48 horas, durante o período de revisão. Processo Documentação clínica. 80% Referências: De La Cal, M.A., Cerdá, E., García-Hierro, P., van Saene, H.K., Gómez-Santos, D., Negro, E., & Lorente, J.A. (2005). Survival benefit in critically ill burned patients receiving selective decontamination of the digestive tract: a randomized, placebo-controlled, double-blind trial. Ann Surg., 241 (3), 424-430. De Smet, A.M., Kluytmans, J.A., Cooper, B.S., Mascini, E.M., Benus, R.F., van der Werf, T.S. (2009). Decontamination of the digestive tract and oropharynx in ICU patients. N Engl J Med., 360 (1), 20-31. Liberati, A., D'Amico, R., Pifferi, S., Torri, V., Brazzi, L., & Parmelli, E. (2009). Antibiotic prophylaxis to reduce respiratory tract infections and mortality in adults receiving intensive care. Cochrane Database Syst Rev., 4, CD000022. Sánchez García, M. (2010). Debates in intensive medicine: Pro: selective decontamination. Med Intensiva, 34 (5), 325-333. INDICADOR Nº 6 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários POSIÇÃO SEMI-SENTADA EM DOENTES COM VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) INVASIVA Segurança e eficiência A posição semi-sentada diminui a incidência de pneumonia associada ao ventilador nº de dias em VM invasiva e posição igual ou superior a 30º ______________________________________________ x 100 nº dias de VM invasiva Posição semi-sentada: aquela em que o doente mantém um ângulo igual ou superior a 30º Todos os doentes submetidos a VM por mais de 48 horas, durante o período de revisão. Critérios de exclusão: doentes ventilados em decúbito ventral contra-indicações clínicas. Processo Documentação clínica. 97% É aconselhada a medição deste indicador através de dias de amostragem Referências: Alexiou, V.G., Ierodiakonou, V., Dimopoulos, G., Falagas, M.E. (2009). Impact of patient position on the incidence of ventilator-associated pneumonia: A meta-analysis of randomized controlled trials. J Crit Care, 24 (4), 515522. Drakulovic, M.B., Torres, A., Bauer, T.T., Nicolas, J.M., Nogué, S., Ferrer, M. (1999). Supine body position as a risk factor for nosocomial pneumonia in mechanically ventilated patients: A randomised trial. Lancet, 354 (9193), 1851-1858. Torres, A., Serra-Batlles, J., Ros, E., Piera, C., Puig de la Bellacasa, J., Cobos, A., Lomeña, F., & Rodríguez-Roisin, R. (1992). Pulmonary aspiration of gastric contents in patients receiving mechanical ventilation: The effect of body position. Ann Intern Med., 116 (7), 540-543. van Nieuwenhoven, C.A., Vandenbroucke-Grauls, C., van Tiel, F.H., Joore, H.C., van Schijndel, R.J., van der Tweel, I., Ramsay, G., Bonten, M.J. (2006). .Feasibility and effects of the semirecumbent position to prevent ventilator-associated pneumonia: A randomized study. Crit Care Med., 34 (2), 396-402. 89 INDICADOR Nº 7 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos SUBSTITUIÇÃO DE SISTEMAS DE HUMIDIFICAÇÃO Segurança e eficiência A mudança rotineira dos sistemas de calor e humidade não está indicada excetuando se ocorrer algum mau funcionamento, sujidade ou antes de 48 horas de funcionamento. A substituição desnecessária ou antes do tempo pode influenciar o número de pneumonias associadas ao ventilador. nº de doentes com nariz artificial e mudança adequada ______________________________________________ x 100 nº doentes com nariz artificial Mudança adequada: indicadores de substituição Mais de 48 horas; Mau funcionamento; sujidade Todos os doentes com nariz artificial, durante o período de estudo População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Processo Documentação clínica. 100% O tempo de mudança dos sistemas de humidificação será sempre > a 48 horas e adaptar-se-á às recomendações específicas de cada sistema de humidificação Referências: Boisson, C., Viviand, X., Arnaud, S., Thomachot, L., Miliani, Y., & Martin, C. (1999). Changing a hydrophobic heat and moisture exchanger after 48 hours rather than 24 hours: A clinical and microbiological evaluation. Intensive Care Med., 25 (11), 1237-1243. Lorente, L., Blot, S., & Rello, J. (2010). 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INDICADOR Nº 8 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PREVENÇÃO DE DOENÇA TROMBOEMBÓLICA Segurança A utilização de medidas profiláticas para a trombose venosa profunda (TVP) durante o internamento no serviço de medicina intensiva associa-se a um decréscimo da morbi-mortalidade associada a doença tromboembólica. nº de doentes com profilaxia de TVP ______________________________________________ x 100 nº doentes admitidos Profilaxia de TVP: utilização durante o internamento no SMI de: Heparina fraccionada; Heparina não fraccionada; Fondaparinux; Anticoagulação completa; Sistemas de compressão (pneumática ou não) dos membros inferiores. Todos os doentes com alta do SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: Absolutos: doentes admitidos para procedimentos com hospitalização < 1 dia. Uso de profilaxia farmacológica: existência de contra-indicações para o uso de anti-coagulantes; Uso de medidas mecânicas: presença de lesões nos membros inferiores. Processo Documentação clínica. 90% É aconselhada a medição deste indicador por periodos. Referências: Chan, C.M., & Shorr, A.F. (2010).Venous thromboembolic disease in the intensive care unit. Semin Respir Crit Care Med., 31 (1), 39-46. Cook, D.J., & Crowther, M.A. (2010). Thromboprophylaxis in the intensive care unit: Focus on medical - surgical patients. Crit Care Med., 38 (2 Suppl), S765-82. Crowther, M.A., & Cook, D.J. (2008). Preventing venous thromboembolism in critically ill patients. Semin Thromb Hemost, 34 (5), 469-474. 90 INDICADOR Nº 9 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos Extubação não programada Segurança A extubação não programada associa-se a uma taxa elevada de reintubações e a um aumento do risco de pneumonia nosocomial e de morte nº de extubações não programadas ______________________________________________ x 100 nº total de dias de VM invasiva Extubação não programada inclui: Extubação acidental: extubação não prevista ou não desejada que se produz por mau funcionamento do próprio tubo (obstrução ou rutura do cuff) ou por manobra inadequada dos profissionais de saúde; Auto-extubação: extubação não prevista ou não desejada, ocasionada pela ação dp próprio doente. Todos os dias de ventilação mecânica (VM) invasiva através de tubo endotraqueal, durante o período de avaliação. População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Resultado Documentação clínica. 15 episódios x 1000 dias de VM Os estudos efetuados revelam uma percentagem de 3-14% dos doentes com VM. É aconselhada a medição deste indicador através de dias de amostragem Referências: Bouza, C., Garcia, E., Diaz, M., Segovia, E., & Rodriguez, I. (2007). Unplanned extubation in orally intubated medical patients in the intensive care unit: a prospective cohort study. Heart Lung, 36 (4), 270-276. Chang, L.Y., Wang, K.W., & Chao, Y.F. (2008). Influence of physical restraint on unplanned extubation of adult intensive care patients: a case-control study. Am J Crit Care, 17 (5), 408-415. Curry, K., Cobb, S., Kutash, M., & Diggs, C. (2008). Characteristics associated with unplanned extubations in a surgical intensive care unit. Am J Crit Care, 17 (1), 45-51. Tanios, M.A., Epstein, S.K., Livelo, J., & Teres, D. (2010). Can we identify patients at high risk for unplanned extubation? A large-scale multidisciplinary survey. Respir Care., 55 (5), 561-568. INDICADOR Nº 10 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REINTUBAÇÃO Segurança e efetividade As reintubações aumentam significativamente a morbi-mortalidade dos doentes críticos (pneumonia, infeção, lesões anatómica, etc.) nº de reintubações ______________________________________________ x 100 nº total de extubações programadas Reintubação: necessidade de reintubar dentro das primeiras 48 horas pós-extubação. Todas as extubações programadas, realizadas durante o período de revisão. Critérios de exclusão: Extubações por limitação do tratamento do suporte vital; Reintubação por reintervenção cirúrgica. Resultado Documentação clínica. < 12%-13% Considerar que uma taxa de reintubações baixa pode indicar tempos de ventilação mecânica excessivamente prolongados. Referências: Frutos-Vivar, F., Esteban, A., Apezteguia, C., González, M., Arabi, Y., Restrepo, M.I., Gordo, F., Santos, C., Alhashemi, J.A., Pérez, F., Peñuelas, O., & Anzueto, A. (2011). Outcome of reintubated patients after scheduled extubation. J Crit Care., 2 [Epub ahead of print]. Frutos-Vivar, F., Ferguson, N.D., Esteban, A., Epstein, S.K., Arabi, Y., Apezteguía, C., González, M., Hill, N.S., Nava, S., D'Empaire, G., Anzueto, A. (2006). Risk factors for extubation failure in patients following a successful spontaneous breathing trial. Chest., 130 (6), 1664-1671. Gowardman, J.R., Huntington, D., & Whiting, J. (2006). The effect of extubation failure on outcome in a multidisciplinary Australian intensive care unit. Crit Care Resusc., 8 (4), 328-333. Kulkarni, A.P., & Agarwal, V. (2008). Extubation failure in intensive care unit: Predictors and management. Indian J Crit Care Med., 12 (1), 1-9. 91 INDICADOR Nº 11 Nome do indicador Dimensão Justificação INTRODUÇÃO PRECOCE DE VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) NÃO INVASIVA, NA AGUDIZAÇÃO DA DOENÇA PULMONAR CRÓNICA OBSTRUTIVA (DPCO) Efetividade e eficiência A utilização da VM não invasiva na agudização da DPCO tem demonstrado reduzir a mortalidade, a demora hospitalar, a necessidade de entubação orotraqueal e aumenta o êxito do tratamento. nº de doentes com diagnóstico de agudização da DPCO e tratados com VM não invasiva precocemente ______________________________________________ x 100 nº doentes com diagnóstico de agudização de DPCO, dados da alta da UCI Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários VM não invasiva precoce: aplicada durante as primeiras 2 horas após a admissão Todos os doentes com diagnóstico de DPCO agudizada dados da alta da UCI, durante o período de revisão. Critérios de exclusão: Presença de coma (ECG 8) Processo Documentação clínica. 95% Referências: Fernández-Vivas, M,. González-Díaz, G., Caturla-Such, J., Delgado-Vílchez, F.J., Serrano-Simón, J.M., CarrilloAlcaraz, A., Vayá-Moscardó, J., Galcerá-Tomás, J., Jaime-Sánchez, F.A., & Solera-Suárez, M. (2009). Use of non-invasive ventilation in acute respiratory failure. Multicenter study in intensive care units. Med Intensiva, 33 (4), 153-160. Gorini, M., Ginanni, R., Villella, G., Tozzi, D., Augustynen, A., & Corrado, A. (2004). Non-invasive negative and positive pressure ventilation in the treatment of acute on chronic respiratory failure. Intensive Care Med, 30 (5), 875-881. Ram, F.S., Picot, J., Lightowler, J., & Wedzicha, J.A. (2004). Non-invasive positive pressure ventilation for treatment of respiratory failure due to exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease. Cochrane Database Syst Rev., 3, CD004104. Ram, F.S., Wellington, S., Rowe, B., & Wedzicha, J.A. (2005). Non-invasive positive pressure ventilation for treatment of respiratory failure due to severe acute exacerbations of asthma. Cochrane Database Syst Rev., 20 (3), CD004360. INDICADOR Nº 12 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários VENTILAÇÃO PROTETIVA NA LESÃO PULMONAR AGUDA (LPA)/ SINDROME DE DIFICULDADE RESPIRATÓRIA AGUDA (ARDS) Segurança A ARDS e LPA tornam-se ainda mais complicadas pela lesão pulmonar induzida pela ventilação mecânica. As estratégias de ventilação que visam a proteção pulmonar podem ter como resultado uma melhor sobrevivência. nº de doentes com LPA/ARDS e ventilação pulmonar protetiva ______________________________________________ x 100 nº doentes com LPA/ARDS sob VM Lesão Pulmonar Aguda: lesão pulmonar acompanhada da relação entre PaO 2/FiO2 < 300 independentemente da PEEP e que cumpre os critérios da Conferência de Consenso(1) Ventilação Pulmonar Protetiva: ventilação com Vt < 8 ml/kg (peso ideal) e Pressão plateau < 30 cm H2O Doentes com LPA/ARDS em VM invasiva > 24 horas no SMI durante o período de estudo. Processo Documentação clínica do SMI/ registos de enfermagem. 95% Referências: (1) Bernard, G.R., Artigas, A., Brigham, K.L., Carlet, J., Falke, K., Hudson, L., Lamy, M., Legall, J.R., Morris, A., & Spragg, R. (1994). The American-European Consensus Conference on ADRS. Definitions, mechanisms, relevant outcomes, and clinical trial coordination. Am J Respir Crit Care Med, 149, 818-824. Checkley, W., Brower, R., Korpak, A., Thompson, B.T. & Acute Respiratory Distress Syndrome Network Investigators. (2008). Effects of a clinical trial on mechanical ventilation practices in patients with acute lung injury. Am J Respir Crit Care Med, 177 (11), 1215-1222. Meade, M.O., Cook, D.J., Guyatt, G.H., Slutsky, A.S., Arabi, Y.M., Cooper, D.J., Davies, A.R., Hand, L.E., Zhou, Q., Thabane, L., Austin, P., Lapinsky, S., Baxter, A., Russell, J., Skrobik, Y., Ronco, J.J., Stewart, T.E., & Lung Open Ventilation Study Investigators. (2008). Ventilation strategy using low tidal volumes, recruitment maneuvers, and high positive end-expiratory pressure for acute lung injury and acute respiratory distress syndrome: A randomized controlled trial. JAMA, 299 (6), 637-645. Petrucci, N., & Iacovelli, W. (2007). Lung protective ventilation strategy for the acute respiratory distress syndrome. Cochrane Database Syst Rev., 3, CD003844. 92 DOMÍNIO II: NEUROINTENSIVISMO E TRAUMATOLOGIA INDICADOR Nº 13 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRAUMA POTENCIALMENTE GRAVE (TPG) ADMITIDOS NO SERVIÇO DE MEDICINA INTENSIVA (SMI) Efetividade e segurança A avaliação de doentes com TPG por um intensivista, independentemente da sua localização, pode melhorar o seu nível de atenção. nº de TPG avaliados por um intensivista ______________________________________________ x 100 nº total de TPG no hospital (urgências e SMI) TPG: aquele que apresenta lesões graves, expressadas por um Revised Trauma Score (RTS) (1) na avaliação inicial 11 pontos e/ou Injury Severity Score (ISS)(2) 16 Doentes com TPG dados de alta do hospital durante o período revisto Processo Documentação clínica 95% Referências: (1) Champion, H.R., Sacco, W.J., Copes, W.S., Gann, D.S., Gennarelli, T.A., & Flanagan, M.E. (1989). A revision of the Trauma Score. J Trauma, 29 (5), 623-629. (2) Baker, S.P., O'Neill, B., Haddon, W., & Long, W.B. (1974). The injury severity score: A method for describing patients with multiple injuries and evaluating emergency care. J Trauma, 14 (3), 187-196. Alerta seguridad Fundación Avedis Donabedian. (s.d.). Traumatismo infravalorado en urgencias. http://fad.onmedic.net/Portals/0/SeguridadAt/Alerta%202%20Trauma_v2.PDF Alted López, E., Bermejo Aznárez, S., & Fernández, M.C. (2009). Updates on severe traumatic brain injury management. Med Intensiva, 33 (1), 16-30. Brain Trauma Foundation, American Association of Neurological Surgeons, & Congress of Neurological Surgeons. (2007). Guidelines for the management of severe traumatic brain injury. J Neurotrauma, 24 (Suppl 1), S1-106. Marco, P. (1999). Asistencia al paciente politraumatizado: El liderazgo del intensivista. Med Intensiva, 23, 111-113. INDICADOR Nº 14 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Entubações traqueais no trauma crâneo-encefálico grave com ECG < 9 durante as primeiras 24 horas Segurança O controlo inadequado da hipoxemia no traumatismo crâneo-encefálico (TCE) grave aumenta a lesão cerebral secundária, agravando o prognóstico vital e funcional destes doentes. A entubação traqueal no TCE grave é uma indicação estabelecida nas guias de prática clínica. nº de TCE graves entubados ______________________________________________ x 100 nº de TCE graves TCE grave: define-se como aquele com uma pontuação na ECG < 9. Deve ser avaliado apenas nas primeiras 24 h após o acidente. Doentes com TCE grave (ECG < 9) com alta do SMI durante o período de estudo. Critérios de exclusão: doentes admitidos no SMI acima das 24 horas após o acidente. Processo Documentação clínica 95% Referências: Alted López, E., Bermejo Aznárez, S., & Fernández, M.C. (2009). Updates on severe traumatic brain injury management. Med Intensiva, 33 (1), 16-30. Brain Trauma Foundation, American Association of Neurological Surgeons, & Congress of Neurological Surgeons. (2007). Guidelines for the management of severe traumatic brain injury. J Neurotrauma, 24 (Suppl 1), S1-106. 93 INDICADOR Nº 15 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INCIDÊNCIA DE ARDS NO TRAUMATISMO GRAVE (TG) Efetividade e segurança A ARDS é uma complicação nos doentes com trauma grave, que se associa a uma elevada morbi-mortalidade. Embora se relacione com outros factores, a ressuscitação precoce e adequada no traumatismo grave pode influenciar a incidência desta complicação. nº de doentes com TG e ARDS ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com TG com alta do SMI ARDS(1): falência respiratória de início agudo caracterizada por uma PaO 2 < 200 mmHg, presença de infiltrados radiológicos pulmonares bilaterais com uma pressão capilar pulmonar (PCWP) < 18 mmHg ou sem sinais clínicos ou radiológicos de elevação da pressão da aurícula esquerda. Traumatismo Grave: aquele que produz lesões graves, expressado por um Revised Trauma Score (RTS) na seleção inicial 11 pontos e/ou Injury Severity Score (ISS) 16 Todos os doentes com trauma grave com alta do SMI durante o período de revisão Processo Documentação clínica 10% Referências: (1) Bernard, G.R., Artigasm A., Brighamm, K.L., Carlet, J., Falke, K., Hudson, L., Lamy, M., Legall, J.R., Morris, A., & Spragg, R. (1994). The American-European Consensus Conference on ADRS. Definitions, mechanisms, relevant outcomes, and clinical trial coordination. Am J Respir Crit Care Med, 149, 818-824. Ingraham, A.M., Xiong, W., Hemmila, M.R., Shafi, S., Goble, S., Neal, M.L., & Nathens, A.B. (2010). The attributable mortality and length of stay of trauma-related complications: a matched cohort study. Ann Surg, 252 (2), 358-362. Marina-Martínez, L., Sánchez-Casado, M., Hortiguela-Martin, V., Taberna-Izquierdo, M.A., Raigal-Caño, A., Pedrosa-Guerrero, A., Quintana-Díaz, M., Rodríguez-Villa, S. (2010). Registro de Trauma grave de la provincia de Toledo): General view and mortality. Med Intensiva, 34 (6), 379-387. Navarrete-Navarro, P., Ruiz-Bailén, M., Rivera-Fernández, R., Guerrero-López, F., Pola-Gallego-de-Guzmán, M.D., Vázquez-Mata, G. (2000). Acute respiratory distress syndrome in trauma patients: ICU mortality and prediction factors. Intensive Care Med, 26 (11), 1624-1629. O'Toole, R.V., O'Brien, M., Scalea, T.M., Habashi, N., Pollak, A.N., & Turen, C.H. (2009). Resuscitation before stabilization of femoral fractures limits acute respiratory distress syndrome in patients with multiple traumatic injuries despite low use of damage control orthopedics. J Trauma, 67 (5), 1013-1021. Wu, J., Sheng, L., Ma, Y., Gu, J., Zhang, M., Gan, J., Xu, S., & Jiang, G. (2008). The analysis of risk factors of impacting mortality rate in severe multiple trauma patients with posttraumatic acute respiratory distress syndrome. Am J Emerg Med, 26 (4), 419-424. INDICADOR Nº 16 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula MORTALIDADE NO TRAUMATISMO CRÂNEO-ENCEFÁLICO (TCE) GRAVE Segurança O tratamento standardizado e baseado nas guias de prática clínica tem demonstrado reduzir a mortalidade de forma significativa no TCE grave. nº de TCE graves falecidos ______________________________________________ x 100 nº total de TCE graves com alta do SMI TCE grave: escala de coma de Glasgow (ECG) < 9 Explicação de termos “ óbito intrahospitalar” independentemente do local onde se produz. População Tipo Fonte de dados Standard Todos os doentes com TCE grave com alta do SMI, durante o período de revisão. Resultado Documentação clínica < 40% Referências: Alted López, E., Bermejo Aznárez, S., & Fernández, M.C. (2009). Updates on severe traumatic brain injury management. Med Intensiva, 33 (1),16-30. Brain Trauma Foundation, American Association of Neurological Surgeons, & Congress of Neurological Surgeons. (2007). Guidelines for the management of severe traumatic brain injury. J Neurotrauma, 24 (Suppl 1), S1-106. Mauritz, W., Steltzer, H., Bauer, P., Dolanski-Aghamanoukjan, L., & Metnitz, P. (2008). Monitoring of intracranial pressure in patients with severe traumatic brain injury: An Austrian prospective multicenter study. Intensive Care Med., 34 (7), 1208-1211. Reviejo, K., Arcega, I., Txoperena, G., Azaldegui, F., Alberdi, F., & Lara, G. (2002). Análisis de factores pronósticos de la mortalidad en el traumatismo craneoencefálico grave. Proyecto Poliguitania. Med Intensiva 26 (5), 241-247. Comentários 94 INDICADOR Nº 17 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários OSTEOSSÍNTESE PRECOCE NAS FRATURAS DIAFISÁRIAS DO FÉMUR Segurança, continuidade assistencial e efetividade. A estabilização precoce das fraturas do fémur nos doentes poli-traumatizados diminui a mortalidade ao reduzir as complicações associadas: sepsis, disfunção de órgãos, embolia gorda, tromboembolismo pulmonar, deterioração do e estado nutricional, úlceras de decúbito, etc. Além disso, permite mobilizar o doente precocemente, diminui a necessidade de analgesia, facilita os cuidados de enfermagem e reduz o tempo de internamento. nº de fraturas do fémur intervencionadas nas primeiras 24 h ______________________________________________ x 100 nº fraturas do fémur com indicação cirúrgica 24 horas: período de tempo decorrido desde o momento da fratura até à intervenção cirúrgica Fratura de fémur com indicação cirúrgica: fratura diafisária e fechada do fémur Critérios de exclusão: aqueles em que a cirurgia é contraindicada por instabilidade do doente Doentes com fratura diafisária e fechada do fémur, dados de alta do SMI, durante o período revisto Processo Documentação clínica 95% Referências: Bone, L.B., Johnson, K.D., Weigelt, J., & Scheinberg, R (2004). Early versus delayed stabilization of femoral fractures: a prospective randomized study. 1989. Clin Orthop Relat Res., 422, 11-1 6. Dunham, C.M., Bosse, M.J., Clancy, T.V., Cole, F.J. Jr, Coles, M.J., Knuth ,T., Luchette, F.A., Ostrum, R., Plaisier, B., Poka, A., Simon, R.J., & EAST Practice Management Guidelines Work Group. (2001). Practice management guidelines for the optimal timing of long-bone fracture stabilization in polytrauma patients: The EAST Practice Management Guidelines Work Group. J Trauma, 50 (5), 958-967. O'Brien, P.J. (2003). Fracture fixation in patients having multiple injuries. Can J Surg, 46 (2),124-128. Stelfox, H.T., Bobranska-Artiuch, B., Nathens, A., & Straus, S.E. (2010). Quality indicators for evaluating trauma care: a scoping review. Arch Surg, 145 (3), 286-295. INDICADOR Nº 18 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários FIXAÇÃO CIRÚRGICA PRECOCE NAS FRATURAS EXPOSTAS Segurança A estabilização precoce de fraturas (Fx) expostas diminui a mortalidade ao reduzir as complicações associadas, especialmente, ao risco de infecção da ferida. Além disso, permite mobilizar precocemente o doente, diminui as necessidades de analgesia, facilita os cuidados de enfermagem e reduz o tempo de internamento. nº de Fx expostas com fixação cirúrgica precoce nas 24 h pós-admissão ______________________________________________ x 100 nº de Fx expostas assistidas Precoce (24 horas): período de tempo decorrido desde o momento da fratura até à intervenção A fixação cirúrgica inclui o fixador externo Fratura exposta: toda a lesão na qual o foco da fratura está em comunicação com o exterior por uma solução de continuidade entre a pele e os restantes tecidos. Todos os doentes com fraturas expostas (fémur, tíbia e extremidades superiores), dados da alta do SMI durante o período revisto. Processo Documentação clínica 95% Referências: Border, J.R. (1995). Death from Severe Trauma: Open Fractures to Multiple Organ Dysfunction Syndrome. J Trauma, 39 (1),12-22. Evans, C., Howes, D., Pickett, W., & Dagnone, L. (2009). Audit filters for improving processes of care and clinical outcomes in trauma systems. Cochrane Database Syst Rev, 7 (4), CD007590. Kazakos, K.J., Verettas, D.J., Tilkeridis, K., Galanis, V.G., Xarchas, K.C., & Dimitrakopoulou, A. (2006). External fixation of femoral fractures in multiply injured intensive care unit patients. Acta Orthop Belg, 72 (1), 39-43. Muñoz Sánchez, M.A., Rincón Ferrari, M., Murillo Cabezas, F., Jiménez, P., Navarrete Navarro, P., & Grupo Gitan. (2002). Traumatismos graves: análisis de calidad asistencial. Med Intensiva, 26, 7-12. Stelfox, H.T., Bobranska-Artiuch, B., Nathens, A., & Straus, S.E. (2010). Quality indicators for evaluating trauma care: a scoping review. Arch Surg, 145 (3), 286-295. 95 INDICADOR Nº 19 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ARTERIOGRAFIA CEREBRAL PRECOCE NA HEMORRAGIA SUB-ARACNOIDEIA Efetividade e segurança A tendência atual considera a exclusão precoce de aneurisma em contexto de HSA, com o objectivo de diminuir a taxa de hemorragia, que é máxima durante os primeiros dias da HSA, evitando desta forma as suas complicações mais graves. Este aspeto é suportado com um nível de evidência II nº de doentes com HSA com arteriografia realizada antes das 48 h ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com HSA admitidos no SMI Arteriografia: aquela que é realizada para diagnóstico e tratamento definitivo de exclusão de aneurisma cerebral, independentemente do hospital de admissão 48 horas: tempo decorrido desde o início dos sintomas de HSA (não desde a admissão) Doentes com HSA espontânea admitidos no SMI, durante o período de estudo, independentemente da gravidade da mesma na admissão hospitalar. Critérios de exclusão: Doentes que não são admitidos na fase aguda ( < 48 h de evolução) Ordens de limitação do tratamento de suporte vital Processo Documentação clínica 90% Referências: Suarez, J.I., Tarr, R.W., & Selman, W.R. (2006). Aneurysmal subarachnoid hemorrhage. N Engl J Med, 354 (4), 387-396. Guerrero López, F., De la Linde Valverde, C.M., & Pino Sánchez, F.I. (2008). 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O mecanismo parece mais relacionado com um mecanismo celular direto do que com uma redução de vasospasmo cerebral. nº de doentes com HSA tratados com nimodipina ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com HSA admitidos no SMI HSA: espontânea, não traumática Tratamento com nimodipina: via oral ou IV iniciado nas primeiras 24 horas do diagnóstico Todos os doentes com HSA espontânea atendidos no SMI, durante o período de estudo e independentemente da gravidade da mesmo na admissão hospitalar. Critérios de exclusão: intolerância ao tratamento por hipotensão grave. Processo Documentação clínica 100% Referências: Bederson, J.B., Connolly, E.S. Jr, Batjer, H.H., Dacey, RG., Dion, J.E., Diringer, M.N., Duldner, J.E. Jr, Harbaugh, R.E., Patel, A.B., Rosenwasser, R.H., & American Heart Association. (2009). Guidelines for the management of aneurysmal subarachnoid hemorrhage: A statement for healthcare professionals from a special writing group of the Stroke Council, American Heart Association. Stroke, 40 (3), 994-1025. Dorhout Mees, S.M., Rinkel, G.J., Feigin, V.L., Algra, A., van den Bergh, W.M., Vermeulen, M., & van Gijn, J. (2007). Calcium antagonists for aneurysmal subarachnoid haemorrhage. Cochrane Database Syst Rev, 18 (3), CD000277. Guerrero López, F., De la Linde Valverde, C.M., & Pino Sánchez, F.I. (2008). General management in intensive care of patient with spontaneous subarachnoid hemorrhage. Med Intensiva, 32 (7), 342-353. Rabinstein, A.A., Lanzino, G., & Wijdicks, E.F. (2010). Multidisciplinary management and emerging therapeutic strategies in aneurysmal subarachnoid haemorrhage. Lancet Neurol, 5, 504-519. 96 INDICADOR Nº 21 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários POLINEUROPATIA DO DOENTE CRÍTICO Segurança A polineuropatia do doente crítico (PDC), é especialmente frequente nos doentes sépticos com disfunção de órgãos, submetidos a sedação e relaxamento muscular. Associa-se não só a um aumento da mortalidade, mas também a um aumento do tempo de ventilação mecânica, sendo responsável por sequelas a longo prazo. nº de doentes com VM más de 72 h e PDC ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com VM mais de 72 h Polineuropatia do doente crítico (PDC): aparecimento de clínica e critérios neurofisiológicos diagnósticos de polineuropatia Todos os doentes com VM mais de 72 h, durante o período revisto Resultado Documentação clínica < 50% Referências: Amaya Villar, R., Garnacho-Montero, J., & Rincón Ferrari, M.D. (2009). Neuromuscular abnormalities in critical illness. Med Intensiva, 33 (3), 123-133. Bird, S.J. (2007). Diagnosis and management of critical illness polyneuropathy and critical illness myopathy. Curr Treat Options Neurol, 9 (2), 85-92. Garnacho-Montero, J., Amaya-Villar, R., García-Garmendía, J.L., Madrazo-Osuna, J., & Ortiz-Leyba, C. (2005). Effect of critical illness polyneuropathy on the withdrawal from mechanical ventilation and the length of stay in septic patients. Crit Care Med, 33 (2), 349-354. Latronico, N., Shehu, I., & Seghelini, E. (2005). Neuromuscular sequelae of critical illness. Curr Opin Crit Care, 11 (4), 381-390 INDICADOR Nº 22 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TAC IMEDIATO NO ACIDENTE ISQUÉMICO Efetividade e adequaçãoo A trombólise IV, dentro das primeiras 3 horas de inicio do acidente isquémico, tem mostrado ser eficaz, reduzindo o défice neurológico e melhorando a qualidade de vida. nº de doentes com acidente isquémico susceptíveis de fibrinólise com TAC realizado nas primeiras 2 horas ____________________________________________________ x 100 nº doentes com acidente isquémico susceptíveis de fibrinólise com TAC realizado 2 primeiras horas: tempo decorrido desde a evolução dos primeiros sintomas do acidente (não desde a admissão) Susceptível de fibrinólise: segundo critérios standardizados (1) Todos os doentes com acidente isquémico susceptíveis de fibrinólise admitidos no SMI, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 95% Referências: (1) National Institute of Neurological Disorders, & Stroke rt-PA Stroke Study Group. (1995). Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke. N Engl J Med, 333, 1.581-1.587. Adams, H.P. Jr, Del Zoppo, G., Alberts, M.J. (2007). Guidelines for the early management of adults with ischemic stroke: a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association Stroke Council, Clinical Cardiology Council, Cardiovascular Radiology and Intervention Council, and the Atherosclerotic Peripheral Vascular Disease and Quality of Care Outcomes in Research Interdisciplinary Working Groups: The American Academy of Neurology affirms the value of this guideline as an educational tool for neurologists. Circulation, 115 (20), 478-534. Holloway, R.G., Vickrey, B.G., Benesch, C., Hinchey, J.A., Bieber, J., & National Expert Stroke Panel. (2001). Development of performance measures for acute ischemic stroke. Stroke, 32 (9), 2058-2074. Navarrete Navarro, P., Pino Sánchez, F., Rodríguez Romero, R., Murillo Cabezas, F., & Jiménez Hernández, M.D. (2008). Current management of acute isquemic stroke. Med Intensiva, 32 (9), 431-443. Reeves, M.J., Parker, C., Fonarow, G.C., Smith, E.E., & Schwamm, L.H. (2010). Development of stroke performance measures: definitions, methods, and current measures. Stroke, 41 (7), 1573-1578. 97 INDICADOR Nº 23 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários FIBRINÓLISE IV NO ACIDENTE ISQUÉMICO AGUDO Efetividade Atualmente, a fibrinólise IV realizada nas primeiras 3 horas de início dos sintomas, constitui um tratamento eficaz na redução da incapacidade destes doentes, traduzindo-se numa melhor qualidade de vida dos mesmos. Alguns estudos têm já, ampliado a janela de terapêutica para as 4,5 horas. nº de doentes com acidentes isquémicos fibrinolisados ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com acidentes isquémicos Fibrinólise: administração de fibrinolíticos segundo os critérios standardizados. Todos os doentes com acidente isquémico agudo atendo pelo SMI, durante o período de estudo Critério de exclusão: contraindicação para a fibrinólise Processo Documentação clínica 100% Referências: (1) National Institute of Neurological Disorders, & Stroke rt-PA Stroke Study Group. (1995). Tissue plasminogen activator for acute ischemic stroke. N Engl J Med, 333, 1.581-1.587. (2) Wardlaw, J.M., Del Zoppo, G., Yamaguchi, T., & Berge, E. (2003). Thrombolysis for acute ischaemic stroke. Cochrane Database of Systematic Reviews, 3. Adams, H.P. Jr, Del Zoppo, G., Alberts, M.J. (2007). Guidelines for the early management of adults with ischemic stroke: a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association Stroke Council, Clinical Cardiology Council, Cardiovascular Radiology and Intervention Council, and the Atherosclerotic Peripheral Vascular Disease and Quality of Care Outcomes in Research Interdisciplinary Working Groups: The American Academy of Neurology affirms the value of this guideline as an educational tool for neurologists. Circulation, 115 (20), 478-534. Hacke, W., Kaste, M., Bluhmki, E., Brozman, M., Dávalos, A., Guidetti, D., Larrue, V., Lees, K.R., Medeghri, Z., Machnig, T., Schneider, D., von Kummer, R., Wahlgren, N., Toni, D., & ECASS Investigators. (2008). Thrombolysis with alteplase 3 to 4.5 hours after acute ischemic stroke. N Engl J Med, 359 (13), 1317-1329. Navarrete Navarro, P., Pino Sánchez, F., Rodríguez Romero, R., Murillo Cabezas, F., & Jiménez Hernández, M.D. (2008). Current management of acute isquemic stroke. Med Intensiva, 32 (9), 431-443. Reeves, M.J., Parker, C., Fonarow, G.C., Smith, E.E., & Schwamm, L.H. (2010). Development of stroke performance measures: definitions, methods, and current measures. Stroke, 41 (7), 1573-1578. INDICADOR Nº 24 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários UTILIZAÇÃO DE POTENCIAIS SOMATO-SENSORIAIS EVOCADOS (PES) NA ENCEFALOPATIA PÓS-ANÓXICA Adequação A realização de PES pode permitir-nos estimar o prognóstico a longo prazo da encefalopatia pós-anóxica a partir do terceiro dia (especificidade 100%). A ausência bilateral do componente N20 dos PES em doentes com ausência de reflexo fotomotor e resposta à dor podem orientar o tratamento destes doentes, incluindo a limitação de esforço terapêutico (LET) nº de doentes com encefalopatia pós-anóxica e realização de PES ______________________________________________ x 100 nº total de doentes com encefalopatia pós-anóxica* PES: realização ótima a partir do 3º dia Todos os doentes com encefalopatia pós-anóxica durante o período revisto. Critérios de inclusão: todos os doentes com encefalopatia pós-anóxica com mais de 3 dias de duração e ausência de reflexo fotomotor e resposta à dor. Critérios de exclusão: morte encefálica. Processo Documentação clínica 90% Referências: Guérit, J.M. (2010). Neurophysiological testing in neurocritical care. Curr Opin Crit Care, Feb 17. Lee, Y.C., Phan, T.G., Jolley, D.J., Castley, H.C., Ingram, D.A., & Reutens, D.C. (2020). Accuracy of clinical signs, SEP, and EEG in predicting outcome of hypoxic coma: A meta-analysis. Neurology, 74 (7), 572-580. Rothstein, T.L. (2009). The utility of median somatosensory evoked potentials in anoxic-ischemic coma. Rev Neurosci, 20 (3-4), 221-233. Young, G.B. (2009). Clinical practice. Neurologic prognosis after cardiac arrest. N Engl J Med, 361 (6), 605-611. *Recomendaciones de la 6o Conferencia de Consenso de la SEMICYUC. (2003). Estado vegetativo persistente postanoxia en el adulto. Med Intensiva, 27 (8), 544-555. 98 DOMÍNIO III - DOENÇAS INFECCIOSAS INDICADOR Nº 25 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários BACTERIÉMIA RELACIONADA COM CATÉTER VENOSO CENTRAL Efetividade e segurança A utilização de cateteres venosos centrais (CVC) é uma prática indispensável no tratamento de doentes críticos. A infecção é uma das complicações mais importantes relacionadas com o seu uso. Nos SMI, as bacteriémias por CVC, são a principal causa de bacteriémias nosocomiais e são a terceira causa de infecção nosocomial depois da pneumonia e da infecção urinária. Embora o seu impacto real não esteja muito bem estabelecido, apresentam uma mortalidade relacionada em torno dos 10% e prolongam a estadia em UCI em 5-8 dias associando também a um importante consumo de recursos. É uma infecção com oportunidade de ser prevenida. nº de episódios de bacteriémia ______________________________________ x 1000 dias de CVC nº total de dias de CVC Bacteriémia por CVC: segundo critérios CDC utilizados no ENVIN-UCI Todos os dias de CVC nos doentes com mais de 24 horas de internamento em SMI, admitidos durante o período de estudo Resultado Documentação clínica ou programa ENVIN 4 episódios por 1000 dias de CVC Fonte standard: resultados do Estudio ENVIN-UCI. Informe del año 2009. http://hws.vhebron.net/envin-helics/ Referências: Garner, J.S., Jarvis, W.R., Emori, T.G., Horan, T.C., & Hughes, J.M. (1988). CDC definitions for nosocomial infections, 1988. Am J Infect Control, 16 (3), 128-140. Palomar Martínez, M., Alvarez Lerma, F., Riera Badía, M.A., León Gil, C., López Pueyo, M.J., Díaz Tobajas, C., Sierra Camerino, R., Benítez Ruiz, L., Agra Varela, Y., & Grupo de Trabajo del Estudio Piloto «Bacteriemia Zero». (2010). Prevention of bacteriema related with ICU catheters by multifactorial intervention: A report of the pilot study. Med Intensiva, 34 (9), 581-588. Palomar, M., Vaque, J., Alvarez Lerma, F., Pastor, V., Olaechea, P., & Fernández-Crehuet, J. (2008). Nosocomial infection indicators. Med Clin (Barc), 131 (Suppl 3), 48-55. Pronovost, P., Needham, D., Berenholtz, S., Sinopoli, D., Chu, H., Cosgrove, S., Sexton, B., Hyzy, R., Welsh, R., Roth, G., Bander, J., Kepros, J., & Goeschel, C. (2006). An intervention to decrease catheter - related bloodstream infections in the ICU. N Engl J Med, 355 (26), 2725-2732. Pronovost, P.J., Goeschel, C.A., Colantuoni, E., Watson, S., Lubomski, L.H., Berenholtz, S.M., Thompson, D.A., Sinopoli, D.J., Cosgrove, S., Sexton, J.B., Marsteller, J.A., Hyzy, R.C., Welsh, R., Posa, P., Schumacher, K.,& Needham, D. (2010). Sustaining reductions in catheter related bloodstream infections in Michigan intensive care units: Observational study. BMJ, 340, c309. doi: 10.1136/bmj.c309. INDICADOR Nº 26 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INFEÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) RELACIONADA COM SONDA VESICAL Efetividade e segurança A ITU relacionada com a sonda vesical é uma das infeções nosocomiais mais frequentes nas Unidades de Cuidados Intensivos ( habitualmente a segunda, seguida da pneumonia associada ao ventilador). O seu impacto sobre a mortalidade é menor do que nas outras infecções nosocomiais, no entanto, produz um aumento importante da demora hospitalar e de custos. Como as restantes infecções nosocomiais, é uma infecção com oportunidade para ser prevenida. nº de episódios de ITU ______________________________________ x 1000 dias de sonda vesical nº total de dias de sonda vesical Infecção do trato urinário: segundo os critérios publicados pelo CDC e utilizados no estudo ENVIN-UCI Todos os dias de sonda vesical nos doentes com mais de 24 horas de internamento em SMI, admitidos durante o período de estudo Resultado Documentação clínica ou programa ENVIN 4 a 5 episódios por 1000 dias de sonda vesical Fonte standard: resultados do Estudo ENVIN-UCI. Ano 2009. http://hws.vhebron.net/envin-helics/ Referências: Bagshaw, S.M., & Laupland, K.B. (2006). Epidemiology of intensive care unit-acquired urinary tract infections. Curr Opin Infect Dis, 19 (1), 67-71. Garner, J,S., Jarvis, W.R., Emori, T.G., Horan, T.C., & Hughes, J.M. (1988). CDC definitions for nosocomial infections 1988. Am J Infect Control, 16 (3), 128-140. Hooton, T,M., Bradley, S.F., Cardenas, D.D., Colgan, R., Geerlings, S.E., Rice, J.C., Saint, S., Schaeffer, A.J., Tambayh, P.A., Tenke, P., & Nicolle, L.E. (2009). Infectious Diseases Society of America. Diagnosis, prevention, and treatment of catheter-associated urinary tract infection in adults: 2009 International Clinical Practice Guidelines from the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis, 50 (5), 625-663. Olaechea, P.M., Insausti, J., Blanco, A., & Luque, P. (2010). Epidemiology and impact of nosocomial infections. Med Intensiva, 34 (4), 256-267. 99 INDICADOR Nº 27 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PNEUMONIA ASSOCIADA AO VENTILADOR (VAP) Efetividade e segurança A VAP é habitualmente uma infecção nosocomial mais frequente em Unidades de Cuidados Intensivos. A importância do seu seguimento deriva tanto da sua repercussão sobre a mortalidade dos doentes críticos (aproximadamente um terço dos doentes que desenvolvem VAP e falecem na sequência da própria infecção), como da morbilidade que origina, com prolongamento do internamento em UCI numa média de quatro dias e aumento de custos. Como as restantes infecções nosocomiais, é uma infecção com oportunidade de ser prevenida. nº de episódios de VAP ______________________________________ x 1000 dias de VM nº total de dias de VM invasiva Pneumonia associada ao ventilador: segundo os critérios publicados no CDC, que por sua vez são objectivos no estudo ENVIN-UCI e pelo documento de consenso realizado pelo GTEI-SEMICYUC Todos os dias de VM invasiva nos doentes com mais de 24 horas de internamento em SMI, admitidos durante o período de estudo Resultado Documentação clínica ou programa ENVIN 12 episódios por 1000 dias de Fonte standard: resultados do Estudo ENVIN-UCI. Ano 2009. http://hws.vhebron.net/envin-helics/ Referências: Garner, J,S., Jarvis, W.R., Emori, T.G., Horan, T.C., & Hughes, J.M. (1988). CDC definitions for nosocomial infections 1988. Am J Infect Control, 16 (3), 128-140. Lisboa, T., & Rello, J. (2009). Ventilator-associated pneumonia prevalence: To benchmark or not to benchmark. Crit Care Med, 37 (9), 2657-2659. Olaechea, P.M., Insausti, J., Blanco, A., & Luque, P. (2010). Epidemiology and impact of nosocomial infections. Med Intensiva, 34 (4), 256-267. Rello, J., Lode, H., Cornaglia, G., Masterton, R., & VAP Care Bundle Contributors. (2010). A European care bundle for prevention of ventilator-associated pneumonia. Intensive Care Med, 36 (5), 773-380. Epub 2010 Mar 18. INDICADOR Nº 28 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários RESSUSCITAÇÃO PRECOCE NA SEPSIS GRAVE/CHOQUE SÉPTICO Efetividade A sepsis grave (SG)/ choque séptico (CS) são uma patologia frequente nos SMI, com elevada morbilidade, mortalidade e um elevado consumo de recursos Diferentes medidas terapêuticas demonstram ser efetivas na diminuição da mortalidade do doente crítico durante as primeiras horas de início do quadro nº de doentes com SG/CS em quem se optimiza a ressuscitação precoce _____________________________________________________ x 100 nº doentes com SG/CS com alta do SMI Definições SG e CS segundo os critérios standardizados (1) Optimização da ressuscitação inicial. Durante as primeiras 6 horas devem alcançar-se os seguintes parâmetros PAM: > 65 mmHg Diurese: > 0,5 ml/kg/h PVC: 8-12 mmHg ou 12-15 se ventilaçãoo mecânica Primeiras 6 horas: desde o início do quadro independentemente da localização do doente: urgência, SMI e outros (diagnóstico de SG ou CS) Todos os doentes com SG/CS, com alta do SMI no período do estudo Processo Documentação clínica 95% Referências: (1) Levy, M.M., Fink, M.P., Marshall, J.C., Abraham, E., Angus, D., Cook, D., Cohen, J., Opal, S.M., Vincent, J.L., Ramsay, G., & 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. (2003). International Sepsis Definitions Conference. Intensive Care Med, 29 (4), 530-538. Dellinger, R.P., Levy, M.M., Carlet, J.M., Bion, J., Parker, M.M., Jaeschke, R., Reinhart, K., Angus, D.C., BrunBuisson, C., Beale, R., Calandra, T., Dhainaut, J.F., Gerlach, H., Harvey, M., Marini, J.J., Marshall, J., Ranieri, M., Ramsay, G., Sevransky, J., Thompson, B.T., Townsend, S., Vender, J.S., Zimmerman, J.L., & Vincent, J.L. (2008). Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe sepsis and septic shock: 2008. Intensive Care Med, 34 (1), 17-60. Ferrer, R., Artigas, A., Levy, M.M., Blanco, J., González-Díaz, G., Garnacho-Montero, J., Ibáñez, J., Palencia, E., Quintana, M., De la Torre-Prados, M.V., & Edusepsis Study Group. (2008). Improvement in process of care and outcome after a multicenter severe sepsis educational program in Spain. JAMA, 299 (19), 2294-2303. Levy, M.M., Dellinger, R.P., Townsend, S.R., Linde-Zwirble, W.T., Marshall, J.C., Bion, J., Schorr, C., Artigas, A., Ramsay, G., Beale, R., Parker, M.M., Gerlach, H., Reinhart, K., Silva, E., Harvey, M., Regan, S., Angus, D.C., & Surviving Sepsis Campaign. (2010). The Surviving Sepsis Campaign: results of an international guidelinebased performance improvement program targeting severe sepsis. Crit Care Med, 38 (2), 367-374. 100 INDICADOR Nº 29 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRATAMENTO ANTIBIÓTICO EMPÍRICO INADEQUADO NA INFEÇÃO ADMITIDA NO SMI Efetividade e segurança A administração de antibiótico empírico inadequado na infeção associa-se a uma maior mortalidade nº de doentes com infecção e com tratamento antibiótico empírico inadequado ______________________________________ x 100 nº doentes com infecção Tratamento empírico: administração de antibiótico nas primeiras 24 horas de início da infeção e em que se desconhece o microrganismo responsável Tratamento antibiótico empírico inadequado: 1. Quando o antibiograma posterior ao início do tratamento comprova que: Nenhum dos antibióticos administrados apresentam atividade face ao microrganismo identificado segundo os standards aceites; O microrganismo identificado é resistente ao antibiótico administrado. 2. Não se administra na dose e pela via correta 3. Não tem uma boa penetração no foco de infeção Todos os doentes com infeção com alta do SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: infeção sem identificação microbiológica. Resultado Documentação clínica 10% Referências: Alvarez-Lerma, F., Alvarez, B., Luque, P., Ruiz, F., Dominguez-Roldan, J.M., Quintana, E., Sanz-Rodriguez, C., & ADANN Study Group. (2006). Empiric broad-spectrum antibiotic therapy of nosocomial pneumonia in the intensive care unit: a prospective observational study. Crit Care, 10 (3), R78. Gaieski, D.F., Mikkelsen, M.E., Band, R.A., Pines, J.M., Massone, R., Furia, F.F., Shofer, F.S., & Goyal, M. (2010). Impact of time to antibiotics on survival in patients with severe sepsis or septic shock in whom early goal-directed therapy was initiated in the emergency department. Crit Care Med, 38 (4), 1045-1053. Garnacho-Montero, J., Ortiz-Leyba, C., Herrera-Melero, I., Aldabó-Pallás, T., Cayuela-Dominguez, A., MarquezVacaro, J.A., Carbajal-Guerrero, J., & Garcia-Garmendia, J.L. (2003). Mortality and morbidity attributable to inadequate empirical antimicrobial therapy in patients admitted to the ICU with sepsis: A matched cohort study. Crit Care Med, 31 (12), 2742-2751. Levy, M.M., Dellinger, R.P., Townsend, S.R., Linde-Zwirble, W.T., Marshall, J.C., Bion, J., Schorr, C., Artigas, A., Ramsay, G., Beale, R., Parker, M.M., Gerlach, H., Reinhart, K., Silva, E., Harvey, M., Regan, S., Angus, D.C., & Surviving Sepsis Campaign. (2010). The Surviving Sepsis Campaign: results of an international guidelinebased performance improvement program targeting severe sepsis. Crit Care Med, 38 (2), 367-374. INDICADOR Nº 30 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INFEÇÕES POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS RESISTENTE À METICILINA (MRSA) Efetividade e segurança O desenvolvimento de resistências bacterianas é um problema crescente. A nível do SMI é especialmente importante devido à dificuldade de um controlo adequado da infeção (doentes críticos, múltiplas manobras invasivas, falta de assepsia, admissão de portadores) e ao uso frequente de antibióticos. O aparecimento de microrganismos multirresistentes, e mais concretamente de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), tem sido associado a um aumento de morbi-mortalidade dos doentes críticos. A aplicação de uma política antibiótica adequada e de um sistema de controlo da infeção pode ajudar a reduzir a magnitude do problema. nº de episódios de infeção por MRSA ______________________________________ x 100 nº total de infeções* Infeção por MRSA: critérios CDC utilizados no ENVIN-UCI Incluem-se as seguintes infeções*: pneumonias associadas ao ventilador; infeções urinárias relacionadas com sonda vesical; bacteriémias primárias e bacteriémias relacionadas com cateteres vasculares Resistência a meticilina/oxaciclina: S. Aureus com CMI> 2 g/ml Todos os doentes com alta que tenham permanecido mais de 24 horas no SMI, durante o período de estudo Resultado Documentação clínica < 2,5% Referencias: Estudio ENVIN-UCI. Informe del año 2009 http://hws.vhebron.net/envin-helics/. Garner, J.S., Jarvis, W.R., Emori, T.G., Horan, T.C., & Hughes, J.M. (1988). CDC definitions for nosocomial infections, 1988. Am J Infect Control, 16 (3), 128-140. McLaws, M.L., Pantle, A.C., Fitzpatrick, K.R., & Hughes, C.F. (2009). More than hand hygiene is needed to affect methicillin-resistant Staphylococcus aureus clinical indicator rates: Clean hands save lives, part IV. Med J Aust, 191 (8 Suppl), S26-31. Thompson, D.S., Workman, R., & Strutt, M. (2008). Decline in the rates of meticillin-resistant Staphylococcus aureus acquisition and bacteraemia in a general intensive care unit between 1996 and 2008. J Hosp Infect, 71 (4), 314-319. 101 INDICADOR Nº 31 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INDICAÇÃO DE ISOLAMENTOS Segurança e adequação Evitar a transmissão cruzada de infeções/colonizações por microrganismos de risco epidemiológico. nº de doentes com indicação para isolamento e isolados ______________________________________ x 100 nº total de doentes com indicação para isolamento Isolamento: aplicação de medidas de isolamento de contacto. Indicação de isolamento: 1. Isolamento preventivo: Doentes transferidos do SMI de outros hospitais; Doentes transferidos de unidades de hospitalização do próprio ou de outros hospitais, com factores de risco (hospitalização prolongada, úlceras de decúbito, infeção de ferida cirúrgica) Doentes vindos de unidades básicas de saúde; Doentes com antecedentes de culturas positivas de microrganismos de risco epidemiológico ( M. Tuberculosis, Meningococo, MRSA, gram-negativos produtores de BLEE, Pseudomonas/Acinetobacter multirresistentes, Enterococo resistente à vancomicina, Gripe A...) 2. Isolamento documentado: Qualquer doente com alguma cultura positiva a microrganismos de risco epidemiológico Todos os doentes com indicação de isolamento com alta do SMI, durante o período de estudo Processo Documentação clínica e Serviço de Microbiologia 100% Referências: Coia, J.E., Duckworth, G.J., Edwards, D.I., Farrington, M., Fry, C., Humphreys, H., Mallaghan, C., Tucker, D.R., Joint Working Party of the British Society of Antimicrobial Chemotherapy, Hospital Infection Society, & Infection Control Nurses Association. (2006). Guidelines for the control and prevention of meticillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) in healthcare facilities. J Hosp Infect, 63 (Suppl 1), S1-S44. Cooper, B.S., Stone, S.P., Kibbler, C.C., Cookson, B.D., Roberts, J.A., Medley, G.F., Duckworth, G., Lai, R., & Ebrahim, S. (2004). Isolation measures in the hospital management of methicillin resistant Staphylococcus aureus (MRSA): Systematic review of the literature. BMJ, 329 (7465), 533. Loveday, H.P., Pellowe, C.M., Jones, S.R., & Pratt, R.J. (2006). A systematic review of the evidence for interventions for the prevention and control of meticillin-resistant Staphylococcus aureus (1996-2004): Report to the Joint MRSA Working Party (Subgroup A). Hosp Infect, 63 (Suppl 1), S45-S70. Tacconelli E.Screening and isolation for infection control. (2009). J Hosp Infect, 73 (4), 371-377. INDICADOR Nº 32 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INÍCIO PRECOCE DE ANTIBIOTERAPIA NA SEPSIS GRAVE Efetividade e segurança A administração precoce de antibióticos melhora o prognóstico da sepsis grave. As guias de prática clínica recomendam a administração de antibiótico na primeira hora do diagnóstico de sepsis ( grau E de recomendação) nº de doentes com sepsis grave e administração precoce de antibiótico ______________________________________ x 100 nº total de doentes com sepsis grave Sépsis grave: definida segundo critérios standardizados (1) Administração precoce: intervalo entre a identificação da sepsis grave (em qualquer lugar que seja identificada: SMI, internamento ou urgência) e a administração de antibióticos inferior a uma hora Todos os doentes com sepsis grave com alta do SMI, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% Prévia à administração de antibioterapia é necessária a obtenção de hemoculturas e amostra em função da suspeita do foco infecioso. Referências: (1) Levy, M.M., Fink, M.P., Marshall, J.C., Abraham, E., Angus, D., Cook, D., Cohen, J., Opal, S.M., Vincent, J.L., Ramsay, G., & 2001 SCCM/ESICM/ACCP/ATS/SIS International Sepsis Definitions Conference. (2003). International Sepsis Definitions Conference. Intensive Care Med, 29 (4), 530-538. Dellinger, R.P., Levy, M.M., Carlet, J.M., Bion, J., Parker, M.M., Jaeschke, R., Reinhart, K., Angus, D.C., Brun Buisson, C., Beale, R., Calandra, T., Dhainaut, J.F., Gerlach, H., Harvey, M., Marini, J.J., Marshall, J., Ranieri, M., Ramsay, G., Sevransky, J., Thompson, B.T., Townsend, S., Vender, J.S., Zimmerman, J.L., & Vincent, J.L. (2008). Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe sepsis and septic shock: 2008. Intensive Care Med, 34 (1), 17-60. Ferrer, R., Artigas, A., Suarez, D., Palencia, E., Levy, M.M., Arenzana, A., Pérez, X.L., Sirvent, J.M., & Edusepsis Study Group. (2009). Effectiveness of treatments for severe sepsis: a prospective, multicenter, observational study. Am J Respir Crit Care Med, 180 (9), 861-866. Gaieski, D.F., Mikkelsen, M.E., Band, R.A., Pines, J.M., Massone, R., Furia, F.F., Shofer, F.S., & Goyal, M. (2010). Impact of time to antibiotics on survival in patients with severe sepsis or septic shock in whom early goaldirected therapy was initiated in the emergency department. Crit Care Med, 38 (4), 1045-1053. 102 DOMÍNIO IV - METABOLISMO E NUTRIÇÃO INDICADOR Nº 33 Nome do indicador Dimensão Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO PARENTÉRICA TOTAL (NPT) HIPERGLICEMIA DISFUNÇÃO HEPÁTICA Segurança A NPT tem-se associado a diferentes complicações no doente crítico, sendo as mais frequentes, a hiperglicemia e a disfunção hepática. No caso da disfunção hepática podem estar implicados outros fatores, como a sépsis. O controlo destas complicações é necessário, uma vez que o seu tratamento pode diminuir a morbilidade e a demora hospitalar. nº de complicações (hiperglicemia/disfunção hepática) em doentes com NPT ______________________________________ x 100 nº total de dias de NPT Complicações atribuídas à NPT (excluindo outras causas) hiperglicemia: valores de glicemia plasmática superiores a 180 mg/dL em qualquer uma das avaliações; disfunção hepática: bilirrubina > 2 mg/dL ou GOT, GPT ou fosfatases alcalinas 2 vezes o seu valor normal ou INR 2 vezes o seu valor normal (se não está sob terapêutica anticoagulante) Todos os doentes no SMI que recebam NPT durante o período de estudo Resultado Documentação clínica Hiperglicemia 10% Disfunção hepática 25% Referências: Grau, T., & Bonet, A. (2009). Caloric intake and liver dysfunction in critically ill patients. Curr Opin Clin Nutr Metab Care, 12, 175-179. Grau, T., Bonet, A., Rubio, M., Mateo, D., Farré, M., Acosta, J.A., Blesa, A., Montejo, J.C., De Lorenzo, A.G., Mesejo, A., & Working Group on Nutrition and Metabolism of the Spanish Society of Critical Care. (2007). Liver dysfunction associated with artificial nutrition in critically ill patients. Crit Care, 11 (1), R10. NICE-SUGAR Study Investigators, Finfer, S., Chittock, D.R., Su, S.Y., Blair, D., Foster, D. (2009). Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients. N Engl J Med, 360, 1283-1297. Preiser, J.C., Devos, P., Ruiz-Santana, S., Mélot, C., Annane, D., Groeneveld, J., Iapichino, G., Leverve, X., Nitenberg, G., Singer, P., Wernerman, J., Joannidis, M., Stecher, A., & Chioléro, R. (2009). A prospective randomised multi-centre controlled trial on tight glucose control by intensive insulin therapy in adult intensive care units: the Glucontrol study. Intensive Care Med, 35 (10), 1738-1748. INDICADOR Nº 34 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MANUTENÇÃO DE NÍVEIS ADEQUADOS DE GLICEMIA Efetividade e segurança A hiperglicemia tem-se relacionado em doentes críticos com o aumento da morbi-mortalidade e as complicações infeciosas. O controlo apertado de glicemias com insulina em perfusão para manter valores entre 80 e 110 mg/dL tem demonstrado resultados contraditórios no que concerne ao seu efeito na mortalidade, evidenciando-se uma elevada incidência de hipoglicemias graves. Actualmente, recomenda-se a manutenção de níveis de glicemia entre 80-150 mg/dL com insulinoterapia, evitando-se protocolos dirigidos para valores estritos de glicemia (80-110 md/dL). nº de doentes com valores de glicemias > 150 mh/dL e em tratamento com insulina ______________________________________ x 100 nº de doentes com indicação de controlo de glicemia e glicemia > 150 mg/dL Indicação de tratamento com insulina: se glicemia > 150 mg/dL Doentes com indicação de controlo de glicemias: ventilação mecânica pós-operatório sepsis grave/choque séptico síndrome de disfunção múltipla de órgãos submetidos a NPT diabéticos tipo I e II Todos os doentes que precisam de controlo de glicemia no período do estudo Resultado Documentação clínica 80% Referencias: Finfer, S., Chittock, D.R., Su, S.Y., & NICE-SUGAR Study Investigators. (2009). Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients. N Engl J Med, 360, 1283-1297. Preiser, J.C., Devos, P., Ruiz-Santana, S., Mélot, C., Annane, D., Groeneveld, J., Iapichino, G., Leverve, X., Nitenberg, G., Singer, P., Wernerman, J., Joannidis, M., Stecher, A., & Chioléro, R. (2009). A prospective randomised multi-centre controlled trial on tight glucose control by intensive insulin therapy in adult intensive care units: the Glucontrol study. Intensive Care Med, 35 (10), 1738-1748. Van den Berghe, G., Wilmer, A., Hermans, G., et al. (2006). Intensive insulin therapy in the medical ICU. N Engl J Med , 354, 449-461. Van den Berghe, G., Wilmer, A., Milants, I. et al. (2006). Intensive insulin therapy in mixed medical/surgical intensive care units: benefit versus harm. Diabetes, 55, 3151-319. 103 INDICADOR Nº 35 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários HIPOGLICEMIA GRAVE Segurança Não existe nenhuma ferramenta universal que facilite a infusão de insulina endovenosa com efetividade sem comprometer a segurança dos doentes. Por esse motivo, devemos medir a percentagem de hipoglicemias graves, com o intuito de estabelecer medidas adequadas que nos permitam reduzi-las ao máximo nº total de determinações de glicemia com valores < 49 mg/dL ___________________________________________________ x 100 nº total de determinações de glicemias realizadas São quantificadas todas a determinações realizadas em doentes que necessitam de controlo de glicemias Doentes com indicação de controlo de glicemias: ventilação mecânica pós-operatório sepsis grave/ choque séptico síndrome de disfunção múltipla de órgãos diabéticos tipo I e II Todos as determinações de glicemias realizadas em doentes que necessitam de controlo de glicemia durante o período de estudo Resultado Documentação clínica 0,5% Referências: Arabi, Y.M., Tamim, H.M., & Rishu, A.H. (2009). Hypoglycemia with intensive insulin therapy in critically ill patients: Predisposing factors and association with mortality. Crit Care Med, 37 (9), 2536-2544. Brunkhorst, F.M., Engel, C., Bloos, F., Meier-Hellmann, A., Ragaller, M., Weiler, N., Moerer, O., Gruendling, M., Oppert, M., Grond, S., Olthoff, D., Jaschinski, U., John, S., Rossaint, R., Welte, T., Schaefer, M., Kern, P., Kuhnt, E., Kiehntopf, M., Hartog, C., Natanson, C., Loeffler, M., Reinhart, K. & German Competence Network Sepsis (SepNet). (2008). Intensive insulin therapy and pentastarch resuscitation in severe sepsis. N Engl J Med, 358 (2), 125-139. Finfer, S., Chittock, D.R., Su, S.Y. et al., & NICE-SUGAR Study Investigators. (2009). Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients. N Engl J Med, 360, 1283- 1297. Preiser, J.C., Devos, P., Ruiz-Santana, S., Mélot, C., Annane, D., Groeneveld, J., Iapichino, G., Leverve, X., Nitenberg, G., Singer, P., Wernerman, J., Joannidis, M., Stecher, A., & Chioléro, R. (2009). A prospective randomised multi-centre controlled trial on tight glucose control by intensive insulin therapy in adult intensive care units: the Glucontrol study. Intensive Care Med, 35 (10), 1738-1748. INDICADOR Nº 36 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários IDENTIFICAÇÃO DE DOENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO NUTRICIONAL Efetividade e segurança A avaliação do risco nutricional (RN) é o primeiro passo para o tratamento de doenças relacionadas com a desnutrição. Permite detectar a população suscetível de realizar uma avaliação nutricional completa posterior e tratamento nutricional complementar. A identificação de doentes com RN deve realizar-se de forma rotineira na admissão e repetir-se, segundo o grau de risco, de forma periódica durante o internamento hospitalar. nº de doentes com avaliação inicial de RN ______________________________________ x 100 nº de doentes com alta do SMI A avaliação do RN pode realizar-se com escalas validadas para este fim (ej. NRS 2002). Em caso de não utilizar as escalas, considera-se que um adulto apresenta risco nutricional se se verificar um destes fatores: malnutrição presente ou possível (perda de peso involuntário > 10% do peso corporal habitual nos últimos 3-6 meses ou 5% do peso corporal habitual em 1 mês ou peso corporal 20% abaixo do peso ideal) e presença de doença crónica ou necessidades metabólicas aumentadas. Ingestão inadequada mantida durante pelo menos 7 dias (disfunções na deglutição e/ou absorção adequadas) Ingestão oral alterada (nutrição entérica ou parentérica, cirurgia recente, presença de doença) Avaliação inicial: realizada nas primeiras 48 horas (posteriormente é recomendável a reavaliação em intervalos regulares) Todos os doentes admitidos no SMI, durante o período de estudo. Critérios de exclusão: doentes com admissão no SMI < 48 horas. Processo Documentação clínica 100% Referências: ASPEN Board of Directors and the American College of Critical Care Medicine. (2009). Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). 33, 277-316. Kondrup, J., Allison, S.P., Elia, M., Vellas, B., Plauth, M., Educational and Clinical Practice Committee, & European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN). (2003). ESPEN guidelines for nutrition screening 2002. Clin Nutr, 22 (4), 415-421. Kondrup, J., Rasmussen, H.H., Hamberg, O., Stanga, Z., & Ad Hoc ESPEN Working Group. (2003). Nutritional risk screening (NRS 2002): A new method based on an analysis of controlled clinical trials. Clin Nutr, 22 (3), 321-336. 104 INDICADOR Nº 37 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Efetividade A avaliação do estado nutricional (EN) é a primeira ligação do tratamento nutricional. Permitirá reconhecer se existe ou não desnutrição, classificá-la e quantificá-la, elaborar um diagnóstico nutrício-metabólico, avaliar as necessidades nutricionais, eleger a via de administração, vigiar as repercussões da nutrição e avaliar a eficácia de determinada terapêutica nutricional. nº de doentes com risco nutricional e avaliação do EN __________________________________________ x 100 nº doentes admitidos no SMI com risco nutricioanl Nos doentes com risco nutricional (RN) avaliados com escalas validadas para este fim (ej. NRS 2002) ou detecção de presença de fatores condicionantes comentados no indicador 36, deve realizar-se uma avaliação do estado nutricional mediante: 1. Avaliação Global Subjetiva (VGS) 2. Em caso de não se utilizar a VGS deve realizar-se anamnese geral e nutricional avaliação física determinações antropométricas: peso, altura determinação de parâmetros bioquímicos: relacionados com o metabolismo proteico, glucídico e lipídico e com o estado de determinadas vitaminas e minerais. Todos os doentes admitidos no SMI, com risco nutricional durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% Referências: Acosta Escribano, J., Gómez-Tello, V., & Ruiz Santana, S. (2005). Nutritional assessment of the severely ill patient. Nutr Hosp, 20 (Suppl 2), 5-8. Barbosa-Silva, M.C.G., & Barros, A.J.D. (2006). Indications and limitations of the use of subjective global assessment in clinical practice: An update. Curr Opin Clin Nutr Metab Care, 9 (3), 263-269. Planas, M., Bonet, A., & Farré, M. (2002). Valoración nutricional. Influencia de la malnutrición sobre las funciones fisiológicas. En Monografías de Medicina Crítica Práctica SEMICYUC. García de Lorenzo A. Soporte Nutricional en paciente grave. EdikaMed. INDICADOR Nº 38 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários NECESSIDADES CALÓRICO-PROTEICAS EM DOENTES CRÍTICOS Adequação e segurança O doente grave, apresenta um estado hipermetabólico com aumento do consumo dos diferentes substratos. As suas necessidades calóricas dependem dos fatores antropométricos, do tipo de patologia e da sua gravidade, além da existência ou não de malnutrição. Existe evidência clínica suficiente de que tanto o excesso como o défice de aporte calórico, aumentam o risco de infeção e de disfunção orgânica, pelo que se recomenda o cá lculo de necessidades calóricas nestes doentes. nº de doentes com NA e cálculo correto de necessidades __________________________________________ x 100 nº total de doentes com nutrição artificial O cálculo das necessidades calóricas (RMR) pode realizar-se por: 1. calorimetria indireta 2. fórmulas de estimativa A. Equação de Harris-Benedict com fator de correção segundo as patologias B. Equação de Pen State em doentes com ventilação mecânica. 3. Ajuste de peso e grau de stress Entre 25-30 Kcal/kg como aporte calórico ao doente grave Os aportes nitrogenados aumentam com a intensidade da lesão e calculam-se 1. Em relação às Kilocalorias não proteicas/gramas de nitrogénio: 1 gr/N por cada 80/120 Kcal. Em lesões mais graves, maior aporte nitrogenado e menor aporte calórico 2. Entre 0,15-0,25 g N2/kg/dia Todos os doentes que recebam nutrição artificial no SMI, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 85% Referências: ASPEN Board of Directors, American College of Critical Care Medicine, & Society of Critical Care Medicine. (2009). Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN). JPEN J Parenter Enteral Nutr, 33 (3), 277-316. Faisy, C., Guerot, E., Diehl, J.L., Labrousse, J., & Fagon, J.Y. (2003). Assessment of resting energy expenditure in mechanically ventilated patients. Am J Clin Nutr, 78 (2), 241-249. Frankenfield, D., Hise, M., Malone, A., Russell, M., Gradwell, E., Compher, C., & Evidence Analysis Working Group. (2007). Prediction of resting metabolic rate in critically ill adult patients: Results of a systematic review of the evidence. J Am Diet Assoc, 107 (9), 1552-1561. Kreymann, K.G., Berger, M.M., Deutz, N.E., Hiesmayr, M., Jolliet, P., Kazandjiev, G., Nitenberg, G., van den Berghe, G., Wernerman, J., DGEM (German Society for Nutritional Medicine), Ebner, C., Hartl, W., Heymann, C., Spies, C., & ESPEN (European Society for Parenteral and Enteral Nutrition). (2010). ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Intensive care. Clin Nutr, 25 (2), 210-223. Ortiz Leyba, C., Gómez-Tello, V., & Serón Arbeloa, C. (2005). Requeriments of macronutrients and micronutrients. Nutr Hosp, 20 (Suppl 2), 13-17. 105 INDICADOR Nº 39 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários NUTRIÇÃO ENTÉRICA PRECOCE Efetividade e segurança O início precoce (nas primeiras 24-48 horas) de nutrição entérica (NE) está relacionado a uma redução das complicações infeciosas e da mortalidade em doentes críticos nº de doentes com NE e início precoce __________________________________________ x 100 nº de doentes com NE Início precoce: início da NE nas primeiras 24 horas de admissão no SMI Indicação de Nutrição Entérica: todos os doentes em que não seja possível uma dieta oral completa e não exista contraindicação para nutrição entérica. Todos os doentes com alta do SMI, durante o período de estudo e que tenham recebido NE durante o internamento. Processo Documentação clínica 100% Referências: Doig, G.S., Heighes, P.T., Simpson, F., Sweetman, E.A., & Davies, A.R. (2009). Early enteral nutrition, provided within 24 h of injury or intensive care unit admission, significantly reduces mortality in critically ill patients: a meta-analysis of randomised controlled trials. Intensive Care Med, 35 (12), 2018-2027. Kreymann, K.G., Berger, M.M., Deutz, N.E., Hiesmayr, M., Jolliet, P., Kazandjiev, G., Nitenberg, G., van den Berghe, G., Wernerman, J., DGEM (German Society for Nutritional Medicine), Ebner, C., Hartl, W., Heymann, C., Spies, C., & ESPEN (European Society for Parenteral and Enteral Nutrition). (2006). ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Intensive care. Clin Nutr, 25 (2), 210-223. McClave, S.A., Martindale, R.G., Vanek, V.W., McCarthy, M., Roberts, P., Taylor, B., Ochoa, J.B., Napolitano, L., Cresci, G., ASPEN Board of Directors, American College of Critical Care Medicine, & Society of Critical Care Medicine. (2009). Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN). JPEN J Parenter Enteral Nutr, 33 (3), 277-316. Ortiz Leyba, C., Montejo Gonzalez, J.C., Jiménez Jiménez, F.J., Lopez Martinez, J., García de Lorenzo y Mateos, A., Grau Carmona, T., Acosta Escribano, J., Mesejo Arizmendi, A., Fernandez Ortega, F., Ordoñez Gonzalez, F.J., Bonet Saris, A,, Blesa Malpica. A., & Grupo de Trabajo de Metabolismo y Nutricion de la SEMICYUC. (2005). Recommendations for nutritional assessment and specialized nutritional support of critically ill patients. Nutr Hosp, 20 (Suppl 2), 1-3. INDICADOR Nº 40 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MONITORIZAÇÃO DA NUTRIÇÃO ENTÉRICA Efetividade A tolerância à nutrição entérica (NE) permitirá alcançar com efetividade o objectivo de aporte calórico aos doentes. É importante identificar a presença de fatores que podem atuar como barreiras potenciais para conseguir a tolerância a fim de atuar sobre os mesmos. Também é de grande importância o conhecimento, definição e manuseio adequado de complicações que podem surgir durante a NE. nº de doentes com NE corretamente monitorizados __________________________________________ x 100 nº de doentes admitidos com NE A monitorização da NE inclui: controlo da quantidade administrada em 24 horas controlo da posição da sonda de nutrição entérica controlo da posição do doente: semi-sentado 30-45º identificação e manuseio das complicações gastrointestinais da NE: aumento do volume de resíduo gástrico, obstipação, diarreia associada a nutrição entérica, vómitos, regurgitação, distensão abdominal, broncoaspiração da dieta. Controlo de glicemias segundo o SMI Ionograma/24 h Triglicerídeos, colesterol, proteinograma/7 dias Todos os doentes admitidos no SMI, com NE durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% Referências: Kreymann, K.G., Berger, M.M., Deutz, N.E., Hiesmayr, M., Jolliet, P., Kazandjiev, G., Nitenberg, G., van den Berghe, G., Wernerman, J., DGEM (German Society for Nutritional Medicine), Ebner, C., Hartl, W., Heymann, C., Spies, C., & ESPEN (European Society for Parenteral and Enteral Nutrition). (2006). ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Intensive care. Clin Nutr, 25 (2), 210-223. McClave, S.A., Martindale, R.G., Vanek, V.W., McCarthy, M., Roberts, P., Taylor, B., Ochoa, J.B., Napolitano, L., Cresci, G., ASPEN Board of Directors, American College of Critical Care Medicine, & Society of Critical Care Medicine. (2009). Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN). JPEN J Parenter Enteral Nutr, 33 (3), 277-316 Ortiz Leyba, C., Montejo Gonzalez, J.C., Jiménez Jiménez, F.J., Lopez Martinez, J., García de Lorenzo y Mateos, A., Grau Carmona, T., Acosta Escribano, J., Mesejo Arizmendi, A., Fernandez Ortega, F., Ordoñez Gonzalez, F.J., Bonet Saris, A,, Blesa Malpica. A., & Grupo de Trabajo de Metabolismo y Nutricion de la SEMICYUC. (2005). Recommendations for nutritional assessment and specialized nutritional support of critically ill patients. Nutr Hosp, 20 (Suppl 2), 1-3. 106 INDICADOR Nº 41 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ADEQUAÇÃO DO USO DA NUTRIÇÃO PARENTÉRICA Segurança e efetividade O suporte nutricional é imprescindível no doente crítico para evitar a rápida desnutrição que produz stress metabólico. A NPT é uma alternativa quando não se pode utilizar, por qualquer motivo, de maneira completa ou parcial o tubo digestivo. O objetivo da NPT é administrar os macro e micronutrientes para satisfazer as necessidades nutricionais do doentes crítico. A NPT pode suportar 100% as necessidades calóricas ou de modo a complementar a NE. nº de doentes com indicação para nutrição parentérica __________________________________________ x 100 nº total de doentes que necessitam de nutrição parentérica Indicações de NP: todos os doentes admitidos no SMI que não tenham perspectiva de serem alimentados por via oral ou entérica nos próximos 3 dias repouso intestinal hipercatabolismo e stress metabólico grave se a NE é insuficiente complemento a nutrição oral ou entérica por qualquer motivo Todos os doentes admitidos no SMI que necessitam de NP durante o período de estudo Processo Documentação clínica Segundo ICOMEP 25% dos doentes admitidos no SMI Referências: Bonet, A., Grau, T., & Grupo de Trabajo de Metabolismo y Nutrición de la Sociedad Española de Medicina Intensiva Critica y Unidades Coronarias. (2005). Multicenter study on incidence of total parenteral nutrition complications in the critically-ill patient. ICOMEP study. Part I. Nutr Hosp, 20 (4), 268-277. Singer, P., Berger, M.M., Van den Berghe, G., Biolo, G., Calder, P., Forbes, A., Griffiths, R., Kreyman, G., Leverve, X., Pichard, C., & ESPEN. (2009). ESPEN Guidelines on Parenteral Nutrition: Intensive care. Clin Nutr, 28 (4), 387-400. INDICADOR Nº 42 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PROFILAXIA DE HEMORRAGIA GASTROINTESTINAL EM DOENTES COM VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA Segurança e efetividade A hemorragia gastrointestinal (HGI) é uma complicação relativamente pouco frequente nos doentes crítico. A principal causa são as lesões agudas da mucosa gástrica relacionadas com o stress. Diferentes estratégias têm demonstrado ser efetivas na prevenção da (HGI) nos doentes críticos selecionados, tais como os submetidos a ventilação mecânica invasiva mais de 48 horas. O surgimento de HGI aumenta o risco de mortalidade e aumenta o tempo de internamento. nº de doentes com VM invasiva > 48 horas e que recebem profilaxia de HGI __________________________________________ x 100 nº total de doentes com VM invasiva > 48 h com alta do SMI Profilaxia da HGI: administração de forma protocolizada desde que se inicia VM invasiva de alguns dos seguintes: inibidores de bomba de protões ou, antagonistas receptores de H2 ou, nutrição entérica com intenção de prevenção de HGI Nenhuma administração durante > 24 horas será contabilizada como não profilática. Todos os doentes admitidos no SMI, com risco nutricional durante o período de estudo Processo Documentação clínica 95% Referências: Ali, T., & Harty, R.F. (2009). Stress-induced ulcer bleeding in critically ill patients. Gastroenterol Clin North Am, 38 (2), 245-265. Cook, D.J., Griffith, L.E., Walter, S.D., Guyatt, G.H., Meade, M.O., Heyland, D.K., Kirby, A., Tryba, M., & Canadian Critical Care Trials Group. (2001). The attributable mortality and length of intensive care unit stay of clinically important gastrointestinal bleeding in critically ill patients. Crit Care, 5 (6), 368-375. Ojiako, K., Shingala, H., Schorr, C., & Gerber, D.R. (2008). Famotidine versus pantoprazole for preventing bleeding in the upper gastrointestinal tract of critically ill patients receiving mechanical ventilation. Am J Crit Care, 17 (2), 142-147. 107 DOMÍNIO V – CUIDADOS NEFROLÓGICOS INDICADOR Nº 43 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MONITORIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE DEPURAÇÃO EXTRACORPÓREA CONTÍNUA Efetividade e segurança Apesar de as técnicas de depuração extracorpórea contínuas (DEC) não tenham demonstrado ser mais efetivas que as técnicas intermitentes em relação à mortalidade poderiam ter melhores resultados (melhor tolerância) e adaptar-se melhor aos recursos disponíveis nos doentes críticos. DEC está especialmente indicada em doentes que apresentam disfunção cardiovascular, falência multiorgânica e hipertensão intracraniana. As técnicas contínuas deveriam ter em consideração a monitorização de determinados parâmetros para assegurar a sua efetividade e segurança. nº total de tratamentos com DEC corretamente monitorizadas __________________________________________ x 100 nº total de tratamentos com DEC Monitorização adequada: 1. prescrição da dose de diálise em função do peso do doente 2. média de duração do filtro (horas) 3. tempo não programado sem tratamento (horas/dia) 4. tempo efetivo de tratamento 5. perdas hemáticas estimadas por coagulação do sistema (ml/dia) 6. dose de diálise diária real por doente, absoluta (ml/kg/dia) e relativa (% da dose prescrita) 7. incidência de alterações eletrolíticas em tratamentos prolongados por mais de 48 horas ( Na, K, Cl, P, Mg, HCO3) 8. incidência de complicações (mecânicas, hemorrágicas, infeciosas, hipotermia) Um tratamento inclui todas as sessões que se realizam sem mudanças da modalidade ou procedimento Todos as depurações extra-renais realizadas durante o período de revisão Processo Documentação clínica 80-90% Referências: Bagshaw, S.M., Berthiaume, L.R., Delaney, A., & Bellomo, R. (2008). Continuous versus intermittent renal replacement therapy for critically ill patients with acute kidney injury: A meta-analysis. Crit Care Med, 36 (2), 610-617. Ghahramani, N., Shadrou, S., & Hollenbeak, C. (2008). A systematic review of continuous renal replacement therapy and intermittent haemodialysis in management of patients with acute renal failure. Nephrology (Carlton), 13 (7), 570-578. Herrera Gutiérrez, M.E. (2009). Intermittent versus continuous renal replacement techniques: pro continuous. Med Intensiva, 33 (2), 88-92. Rabindranath, K., Adams, J., Macleod, A.M., & Muirhead, N. (2007). Intermittent versus continuous renal replacement therapy for acute renal failure in adults. Cochrane Database Syst Rev, 18 (3), CD003773. INDICADOR Nº 44 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários USO DE DOPAMINA NA FALÊNCIA RENAL AGUDA (FRA) Efetividade e segurança A dopamina em doses renais (< 5g/kg/min não tem demonstrado a sua eficiência na profilaxia nem no tratamento de FRA (grau de evidência A). nº de doentes tratados com doses renais de dopamina __________________________________________ x 100 nº total de doentes com alta do SMI tratados com fármacos vasoativos Dose renal de dopamina: perfusão de dopamina em doses < 5mgr/kg/min que se indica para a profilaxia da falência renal aguda e/ou como tratamento da mesma. Todos os doentes admitidos no SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: uso de dopamina para outra indicação diferente de FRA. Processo Documentação clínica 0% Referências: Abay, M.C., Reyes, J.D., Everts, K., & Wisser, J. (2007). Current literature questions the routine use of low-dose dopamine. AANA J, 75 (1), 57-63. Bellomo, R., Chapman, M., Finfer, S., Hickling, K., & Myburgh, J. (2000). Low-dose dopamine in patients with early renal dysfunction: A placebo-controlled randomised trial. Australian and new Zealand Intensive Care Society (ANZICS) Clinical Trial Group. Lancet, 356, 2139-2143. Friedrich, J.O., Adhikari, N., Herridge, M.S., & Beyene, J. (2005). Meta-analysis: Low-dose dopamine increases urine output but does not prevent renal dysfunction or death. Ann Intern Med, 142 (7), 510-524. Holmes, C.H.L., & Walley, K.R. (2003). Bad medicine: Low-dose dopamine in the ICU. Chest, 123,1266-1275. Joannidis, M., Druml, W., Forni, L.G., Groeneveld, A.B., Honore, P., Oudemans-van Straaten, H.M., Ronco, C., Schetz, M.R., & Woittiez, A.J. (2010). Prevention of acute kidney injury and protection of renal function in the intensive care unit Expert opinion of the working group for nephrology, ESICM. Intensive Care Med, 36 (3), 392-411. Kellum, J.A., & Decker, J.M. (2001). Use of dopamine in acute renal failure: A meta -analysis. Crit Care Medicine, 29, 1526-1531. 108 INDICADOR Nº 45 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INCIDÊNCIA DE FALÊNCIA RENAL AGUDA (FRA) EM DOENTES CRÍTICOS NÃO CORONÁRIOS) Efetividade e segurança O desenvolvimento de falência renal aguda no doente crítico não coronário é uma complicação grave que multiplica por dois, a probabilidade de morte do doente. Implica também um aumento do consumo de recursos nº de doentes não coronários com FRA __________________________________________ x 100 nº total de doentes não coronários com alta do SMI Doentes não coronários: todo o doente cujo diagnóstico principal não é síndrome coronário agudo FRA segundo os critérios RIFLE: aumento da creatinina no sangue x3 ou diminuição do filtrado glomerular renal (FGR) > 75% ou creatinina > 4 mg/dL (elevação 0,5 mg/dL) ou diurese < 0,3 ml/kg/h (24 h) ou anúria (12 h) Todos os doentes admitidos no SMI durante o período de estudo cujo diagnóstico principal não é síndrome coronário agudo Critério de exclusão: <12 anos; insuficiência renal crónica Resultado Documentação clínica 8% Referências: Bellomo, R., Kellum, J.A., & Ronco, C. (2007). Defining and classifying acute renal failure: from advocacy to consensus and validation of the RIFLE criteria. Intensive Care Med, 33 (3), 409-413. Herrera-Gutiérrez, M.E., Seller-Pérez, G., Maynar-Moliner, J., Sánchez-Izquierdo-Riera, J.A., & Grupo de Trabajo "Estado actual del fracaso renal agudo y de las técnicas de reemplazo renal en UCI. (2006). Estudio FRAMI Epidemiology of acute kidney failure in Spanish ICU. Multicenter prospective study FRAMI. Med Intensiva, 30 (6), 260-267. Hoste, E.A., & Schurgers, M. (2008). Epidemiology of acute kidney injury: How big is the problem? Crit Care Med, 36 (4 Suppl), S146-S151. Schetz, M. (2004). Epidemiología de fracaso renal agudo en la unidad de cuidados intensivos. In A. Net & A. Roglan, Depuración extrarenal en el paciente grave (pp. 99-108). Barcelona: Masson. Venkataraman, R., & Kellum, J.A. (2005). Acute renal failure in the critically ill. Curr Opin Anaesthesiol, 18 (2), 117-122. INDICADOR Nº 46 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INCIDÊNCIA DE FALÊNCIA RENAL (FRA) NO DOENTE CORONÁRIO AGUDO Efetividade e segurança O desenvolvimento de FRA no doente coronário agudo, ainda que seja uma complicação pouco frequente, multiplica por dois a probabilidade de morte. Implica também um aumento do consumo de recursos nº de doentes coronários com FRA __________________________________________ x 100 nº total de doentes coronários com alta do SMI Doentes coronários: todo o doente cujo diagnóstico principal é o síndrome coronário agudo FRA segundo os critérios RIFLE: aumento da creatinina no sangue x3 ou diminuição do filtrado glomerular renal (FGR) > 75% ou creatinina > 4 mg/dL (elevação 0,5 mg/dL) ou diurese < 0,3 ml/kg/h (24 h) ou anúria (12 h) Todos os doentes admitidos no SMI com diagnóstico de síndrome coronário agudo durante o período de estudo Resultado Documentação clínica 1,5% Referências: Bellomo, R., Kellum, J.A., & Ronco, C. (2007). Defining and classifying acute renal failure: from advocacy to consensus and validation of the RIFLE criteria. Intensive Care Med, 33 (3), 409-413. Herrera-Gutiérrez, M.E., Seller-Pérez, G., Maynar-Moliner, J., Sánchez-Izquierdo-Riera, J.A., & Grupo de Trabajo "Estado actual del fracaso renal agudo y de las técnicas de reemplazo renal en UCI. (2006). Estudio FRAMI Epidemiology of acute kidney failure in Spanish ICU. Multicenter prospective study FRAMI. Med Intensiva, 30 (6), 260-267. Hoste, E.A., & Schurgers, M. (2008). Epidemiology of acute kidney injury: How big is the problem? Crit Care Med, 36 (4 Suppl), S146-S151. Schetz, M. (2004). Epidemiología de fracaso renal agudo en la unidad de cuidados intensivos. In A. Net & A. Roglan, Depuración extrarenal en el paciente grave (pp. 99-108). Barcelona: Masson. Venkataraman, R., & Kellum, J.A. (2005). Acute renal failure in the critically ill. Curr Opin Anaesthesiol, 18 (2), 117-122. 109 INDICADOR Nº 47 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PREVENÇÃO DE NEFROTOXICIDADE INDUZIDA POR CONTRASTE NA CORONARIOGRAFIA Segurança A nefrotoxicidade por contraste radiológico é uma causa frequente de falência renal aguda. O uso de contraste radiológico está associado a um aumento da morbilidade, mortalidade e aumento de demora média de internamento. O principal fator de risco para o desenvolvimento de nefrotoxicidade é a insuficiência renal aguda (IR) préexistente. A correta hidratação prévia e posterior ao procedimento tem demonstrado reduzir o risco de nefrotoxicidade. nº de doentes com IR pré-existente submetidos a coronariografia com correta hidratação __________________________________________________ x 100 nº de doentes com IR pré-existente submetidos a coronariografia Insuficiência renal pré-existente: creatinina > 2 mg/dL Correta hidratação: administração de S. Fisiológico 0,9% 1mg/kh/h durante as 12 horas prévias e posteriores ao procedimento (1B). Em situações urgentes pode utilizar-se bicarbonato isotónico (2B) Doentes com IR pré-existente submetidos a coronariografia durante o período de revisão. Critério de exclusão: doentes que necessitam de técnicas de depuração extra-renal prévia ao procedimento. Processo Documentação clínica 90% Referências: Gleson, T.G. (2004). Bulugahapitiya. Contrast-induced nephropathy. Am J Roetgenol, 183 (6), 1673-1689. Kelly, A.M., Dwamena, B., Cronin, P., Bernstein, S.J., & Carlos, R.C. (2008). Meta-analysis: Effectiveness of drugs for preventing contrast-induced nephropathy. Ann Intern Med, 148 (4), 284-294. Levine, G.N., Kern, M.J., Berger, P.B., Brown, D.L., Klein, L.W., Kereiakes, D.J., Sanborn, T.A., Jacobs, A.K., & American Heart Association Diagnostic and Interventional Catheterization Committee and Council on Clinical Cardiology. (2003). Management of Patients Undergoing Percutaneous Coronary Revascularization. Ann Intern Med , 139, 123-136. Solomon, R., Werner, C., Mann, D., D’Elia, J., & Silva, P. (1994). Effects of saline, mannitol, and furosemide to prevent acute decreases in renal function induced by radiocontrast agents. N Engl J Med, 331, 1416-1420. Venkataraman, R. (2008). Can we prevent acute kidney injury? Crit Care Med, 36 (4 Suppl), S166-S171. INDICADOR Nº 48 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula ESTRATIFICAÇÃO DA FALÊNCIA RENAL AGUDA (FRA) EM DOENTES CRÍTICOS Adequação A correta estratificação de FRA precisa de ferramentas diagnósticas fáceis, precisas e úteis à cabeceira do doente. No doente crítico não nos devemos basear em chaves plasmáticas de moléculas que podem variar a sua concentração não só em função da clearance renal mas também em função da sua produção, pelo que se recomenda além do cálculo do filtrado glomerular (GRF), calcular a excreção fraccionada do sódio (EFNa). A escala RIFLE permite estratificar a gravidade da FRA no doente crítico nº de doentes com FRA dados de alta do SMI e estratificados segundo a escala RIFLE _______________________________________________________________________ x 100 nº de doentes diagnosticados de FRA, dados de alta do SMI Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Doentes diagnosticados com falência renal aguda, dados de alta do SMI durante o período de estudo Critérios de inclusão: todos os doentes em que o diagnóstico principal ou secundário na informação na nota de alta seja o de insuficiência renal aguda Processo Documentação clínica 100% Referências: Bellomo, R., Ronco, C., Kellum, J.A., Mehta, R.L., Palevsky, P., & Acute Dialysis Quality Initiative workgroup. (2004). Acute renal failure - definition, outcome measures, animal models, fluid therapy and information technology needs: The Second International Consensus Conference of the Acute Dialysis Quality Initiative (ADQI) Group. Crit Care, 8 (4), R204-R212. Kellum, J.A. (2008). Acute kidney injury. Crit Care Med, 36 (4 Suppl), S141-S145. Mehta, R.L., & Chertow, G.M. (2003). Acute renal failure definitions and classification: Time for change? J Am Soc Nephrol, 14 (8), 2178-2187. 110 DOMÍNIO VI - SEDAÇÃO E ANALGESIA INDICADOR Nº 49 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MONITORIZAÇÃO DA SEDAÇÃO Efetividade e segurança A sedação inadequada (tanto por defeito como por excesso) comporta eventos adversos sobre os doentes com ventilação mecânica (VM). Pode influenciar negativamente prolongando a VM e aumentando a morbimortalidade, o tempo de internamento e o consumo de recursos. A utilização de escalas de sedação validadas tem demonstrado ser útil no manuseio destes doentes, recomendando-se a sua utilização nas guias de prática clínica. nº de períodos de 6 horas com sedação monitorizada __________________________________________ x 100 nº de períodos de 6 horas com VM e sedação contínua (dias de VM e sedação contínua x 4) Monitorização: avaliação do nível de sedação com alguma das escalas validadas a cada 6 horas, ou quando varia a situação clínica. Critérios de exclusão: - ventilação mecânica > de 12 horas de sedação contínua. Todos os períodos de 6 horas (ou dias x 4), de doentes ventilados mecanicamente e submetidos a sedação contínua durante o período de revisão. Processo Documentação clínica (registo de enfermagem) 95% Referências: Celis-Rodríguez, E., Besso, J., Birchenall, C., De la Cal, M.A., Carrillo, R., Castorena, G. et al., & Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos. (2007). Clinical practice guideline based on the evidence for the management of sedoanalgesia in the critically ill adult patient. Med Intensiva, 31 (8), 428-471. Chamorro, C., Martínez-Melgar, J.L., Barrientos, R., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2009). Monitoring of sedation. Med Intensiva, 32 (1), 45-52. Estébanez-Montiel, M.B., Alonso-Fernández, M.A., Sandiumenge, A., Jiménez-Martín, M.J., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Prolonged sedation in Intensive Care Units. Med Intensiva, 32 (1), 19-30. Jacobi, J. et al., Task Force of the American College of Critical Care Medicine (ACCM) of the Society of Critical Care Medicine (SCCM), American Society of Health-System Pharmacists (ASHP), & American College of Chest Physicians. (2002). Clinical practice guidelines for the sustained use of sedatives and analgesics in the critically ill adult. Crit Care Med, 30, 119-141. Pun, B.T., & Dunn, J. (2007). The sedation of critically ill adults: Part 1: Assessment. The first in a two- part series focuses on assessing sedated patients in the ICU. Am J Nurs, 107 (7), 40-48. Sessler, C.N., & Pedram, S. (2009). Protocolized and target-based sedation and analgesia in the ICU. Crit Care Clin, 25 (3), 489-513. INDICADOR Nº 50 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários SEDAÇÃO ADEQUADA Efetividade e segurança A sedação inadequada (tanto por defeito como por excesso) acarreta eventos adversos sobre os doentes mecanicamente ventilados Níveis inadequadamente baixos de sedação aumentam as necessidades de oxigénio, promovem a dor e agitação, dificultam a ventilação mecânica (VM) e aumentam o risco de extubação acidental. A sedação excessiva promove a hipotensão, bradicardia, íleo, estase venosa, dificulta a avaliação neurológica, aumenta o tempo de ventilação mecânica, tempo de internamento e consumo de recursos. nº de doentes com VM e sedação adequada __________________________________________ x 100 nº de doentes com VM e sedação no SMI Sedação adequada: manutenção de pelo menos 80% dos resultados sucessivos das escalas de sedação, dentro do limite prescrito para aquele doente Todos os doentes sob ventilação mecânica, submetidos a sedação contínua no período de estudo Resultado Documentação clínica 85% Referências: Celis-Rodríguez, E., Besso, J., Birchenall, C., De la Cal, M.A., Carrillo, R., Castorena, G. et al., & Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos. (2007). Clinical practice guideline based on the evidence for the management of sedoanalgesia in the critically ill adult patient. Med Intensiva, 31 (8), 428-471. Estébanez-Montiel, M.B., Alonso-Fernández, M.A., Sandiumenge, A., Jiménez-Martín, M.J., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Prolonged sedation in Intensive Care Units. Med Intensiva, 32 (1), 19-30. Jacobi, J. et al., Task Force of the American College of Critical Care Medicine (ACCM) of the Society of Critical Care Medicine (SCCM), American Society of Health-System Pharmacists (ASHP), & American College of Chest Physicians. (2002). Clinical practice guidelines for the sustained use of sedatives and analgesics in the critically ill adult. Crit Care Med, 30, 119-141. Sessler, C.N., & Pedram, S. (2009). Protocolized and target-based sedation and analgesia in the ICU. Crit Care Clin, 25 (3), 489-513. 111 INDICADOR Nº 51 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INTERRUPÇÃO DIÁRIA DA SEDAÇÃO Efetividade e eficiência A suspensão da sedação diariamente em doentes críticos submetidos a ventilação mecânica (VM) associa -se a uma diminuição de duração da VM, internamento em cuidados intensivos e não se associa a sequelas psicológicas tardias. nº de dias em que se retira a sedação __________________________________________ x 100 nº de dias de ventilação mecânica com sedação baixa Retirada de sedação: suspensão/diminuição do regime de sedação até que o doente esteja consciente, obedeça a ordens ou pareça agitado Todos os dias de VM com sedação baixa, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 80% A equipa de pesquisa deseja ressalvar que a bibliografia consultada, faz referência expressa à não existência de critérios de exclusão para a “interrrupção diária de sedação” para este tipo de doentes. Apesar disso, o standard de 80% permitiria excluir patologias tais como hipertensão intracraneana, status asmático, ARDS e outras situações nas quais a interrupção diária de sedação poderia considerar-se não indicada. Referências: Girard, T.D., Kress, J.P., Fuchs, B.D., Thomason, J.W., Schweickert, W.D., Pun, B.T., Taichman, D.B., Dunn, J.G., Pohlman, A.S., Kinniry, P.A., Jackson, J.C., Canonico, A.E., Light. R.W., Shintani, A.K., Thompson, J.L., Gordon, S.M., Hall, J.B., Dittus, R.S., Bernard, G.R., & Ely, E.W. (2008). Efficacy and safety of a paired sedation and ventilator weaning protocol for mechanically ventilated patients in intensive care (Awakening and Breathing Controlled trial): a randomised controlled trial. Lancet, 371 (9607), 126-134. Kress, J.P., Pohlman, A.S., O'Connor, M.F., & Hall, J.B. (2000). Daily interruption of sedative infusions in critically ill patients undergoing mechanical ventilation. N Engl J Med, 342 (20), 1471-1477. Mehta, S., Burry, L., Martinez-Motta, J.C., Stewart, T.E., Hallett, D., McDonald, E., Clarke, F., Macdonald. R., Granton, J., Matte, A., Wong, C., Suri, A., Cook, D.J., & Canadian Critical Care Trials Group. (2008). A randomized trial of daily awakening in critically ill patients managed with a sedation protocol: A pilot trial. Crit Care Med, 36 (7), 2092-2099. Schweickert, W.D., Gehlbach, B.K., Pohlman, A.S., Hall, J.B., & Kress, J.P. (2004). Daily interruption of sedative infusions and complications of critical illness in mechanically ventilated patients. Crit Care Med, 32 (6), 12721276. INDICADOR Nº 52 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MANUSEIO DA ANALGESIA NO DOENTE NÃO SEDADO Efetividade e segurança Os doentes críticos são submetidos a estímulos múltiplos geradores de dor. O controlo inadequado da dor ocasiona stress e aumenta a morbilidade. A ausência de dor deve ser um objetivo de qualidade assistencial nos SMI. A monitorização da dor deve incluir a medição da mesma através de uma escala validada, até ser possível conseguir e manter um nível de analgesia desejado nº de doentes monitorizados segundo protocolo __________________________________________ x 100 nº de doentes suscetíveis de analgesia, sem sedação Doentes suscetíveis de analgesia: todos os doentes admitidos no SMI Monitorização segundo protocolo: deve realizar-se pelo menos uma medição de 4h ( ou mais frequente nos doentes que referem dor) não se permite mais de uma medição de VAS ou NRS superior a 3 cada 24 h. Todos os doentes admitidos no SMI, durante o período de estudo suscetiveis de analgesia Processo Documentação clínica 100% Referências: Celis-Rodríguez, E., Besso, J., Birchenall, C., De la Cal, M.A., Carrillo, R., Castorena, G. et al., & Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos. (2007). Clinical practice guideline based on the evidence for the management of sedoanalgesia in the critically ill adult patient. Med Intensiva, 31 (8), 428-471. Jacobi, J. et al., Task Force of the American College of Critical Care Medicine (ACCM) of the Society of Critical Care Medicine (SCCM), American Society of Health-System Pharmacists (ASHP), & American College of Chest Physicians. (2002). Clinical practice guidelines for the sustained use of sedatives and analgesics in the critically ill adult. Crit Care Med, 30, 119-141. Pardo, C., Muñoz, T., Chamorro, C., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Monitoring of pain. Recommendations of the Analgesia and Sedation Work Group of SEMICYUC. Med Intensiva, 32 (1), 38-44. Sessler, C.N., & Pedram, S. (2009). Protocolized and target-based sedation and analgesia in the ICU. Crit Care Clin, 25 (3), 489-513. 112 INDICADOR Nº 53 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MANUSEIO DA ANALGESIA NO DOENTE VENTILADO Efetividade e segurança A dor é um sintoma prevalente no SMI que afeta mais de 70% dos doentes e deve ser tratada de forma adequada. O controlo inadequado da dor ocasiona stress e aumenta a morbilidade. Nos doentes com incapacidade de expressar dor, tal sintoma pode passar despercebido. nº de doentes com VM e analgesia prescrita __________________________________________ x 100 nº de doentes com VM e deterioração cognitiva Analgesia prescrita: administração de analgésicos de acordo com protocolo vigente no serviço, tendo em conta a indicação, tipo de fármaco, dose, via e intervalo. Deterioração cognitiva: doente incapaz de expressar ou manifestar a presença de dor e/ou submetido a sedação farmacológica. Todos os doentes admitidos no SMI com VM e deterioração cognitiva, durante o período de estudo. Critérios de exclusão: 1. morte cerebral; 2. estado vegetativo. Processo Documentação clínica 100% Referências: Celis-Rodríguez, E., Besso, J., Birchenall, C., De la Cal, M.A., Carrillo, R., Castorena, G. et al., & Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos. (2007). Clinical practice guideline based on the evidence for the management of sedoanalgesia in the critically ill adult patient. Med Intensiva, 31 (8), 428-471. Chamorro, C., Romera, M.A., & Silva, J.A. (2003). Importancia de la sedoanalgesia en los enfermos en ventilación mecánica. Med Intensiva, 1 (Supl 1), 1-2. Pardo, C., Muñoz, T., Chamorro, C., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Monitoring of pain. Recommendations of the Analgesia and Sedation Work Group of SEMICYUC. Med Intensiva, 32 (1), 38-44. Sessler, C.N., & Pedram, S. (2009). Protocolized and target-based sedation and analgesia in the ICU. Crit Care Clin, 25 (3), 489-513. Sessler, C.N., & Varney, K. (2008). Patient-focused sedation and analgesia in the ICU. Chest, 133 (2), 552-565. INDICADOR Nº 54 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários USO INADEQUADO DE RELAXAMENTO MUSCULAR Segurança A utilização incorreta de fármacos bloqueantes neuromusculares pode associar-se a complicações graves. As guias de prática clínica recomendam a utilização de relaxantes musculares apenas em determinadas situações clínicas (dificuldade para a ventilação mecânica (VM), tétanos, aumento da pressão intracraneana e aumento do consumo de oxigénio) e sempre quando os outros métodos fracassaram. (grau de recomendação C) nº de doentes em VM e P02/FiO2 > 200 com relaxamento contínuo __________________________________________ x 100 nº de doentes com VM e P02/FiO2 > 200 Relaxamento muscular contínuo: inclui a administração de bólus em intervalo igual ou superior a 2 horas e/ou perfusão contínua de relaxantes musculares Todos os doentes com VM e P0 2/FiO2 > 200, durante o período de estudo. Critérios de exclusão: 1. ARDS durante as primeiras 48 horas de ventilação mecânica 2. Tétanos 3. Hipertensão intracraneana Processo Documentação clínica 2% Referências: Mehta, S., Burry, L., Fischer, S., Martinez-Motta, J.C., Hallett, D., Bowman, D., Wong, C., Meade, M.O., Stewart, T.E., Cook, D.J., & Canadian Critical Care Trials Group. (2006). Canadian survey of the use of sedatives, analgesics, and neuromuscular blocking agents in critically ill patients. Crit Care Med, 34 (2), 374-380. Murray, M.J. et al., Task Force of the American College of Critical Care Medicine (ACCM) of the Society of Critical Care Medicine (SCCM), American Society of Health-System Pharmacists, & American College of Chest Physicians. (2002). Clinical practice guidelines for sustained neuromuscular blockade in the adult critically ill patient. Crit Care Med, 30 (1), 142-156. Papazian, L., Forel, J.M., Gacouin, A., Penot-Ragon, C., Perrin, G., Loundou, A., Jaber, S., Arnal, J.M., Perez, D., Seghboyan, J.M., Constantin, J.M., Courant, P., Lefrant, J.Y., Guérin, C., Prat, G., Morange, S., Roch, A., & ACURASYS Study Investigators. (2010). Neuromuscular blockers in early acute respiratory distress syndrome. N Engl J Med, 363 (12), 1107-1116. Sandiumenge, A., Anglés, R., Martínez-Melgar, J.L., Torrado, H., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Use of neuromuscular blockers in the critical patient. Med Intensiva, 32 (1), 69-76. 113 INDICADOR Nº 55 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MONITORIZAÇÃO DO BLOQUEIO NEUROMUSCULAR (BNM) Efetividade e segurança A utilização de fármacos bloqueantes neuromusculares associa-se a complicações graves. A monitorização do bloqueio neuromuscular permite a adequação da dose administrada e dos efeitos indesejáveis, recomendando-se o uso de guias de prática clinica. nº de doentes com BNM continuo monitorizados __________________________________________ x 100 nº de doentes com BNM contínuo Monitorização de BNM: avaliação clínica e realização de medições de TOF (train of four) BNM contínuo: administração de bólus em intervalos iguais ou inferiores a 2 horas ou perfusão contínua de relaxantes musculares Todos os doentes com BNM contínuo, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% Referências: Ariño-Irujo, J.J., Calbet-Mañueco, A., De la Calle-Elguezabal, P.A., Velasco-Barrio, J.M., López-Timoneda, F., Ortiz-Gómez, J.R., Fabregat-López, J., Palacio-Abizanda, F.J., Fornet-Ruiz, I., & Pérez-Cajaraville, J. (2010). Neuromuscular blockade monitoring. Part 1. Rev Esp Anestesiol Reanim, 57 (3), 153-160. Chamorro, C., Silva, J.A., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Monitoring of neuromuscular blocking. Med Intensiva, 32 (1), 53-58. Mehta, S., Burry, L., Fischer, S., Martinez-Motta, J.C., Hallett, D., Bowman, D., Wong, C., Meade, M.O., Stewart, T.E., Cook, D.J., & Canadian Critical Care Trials Group. (2006). Canadian survey of the use of sedatives, analgesics, and neuromuscular blocking agents in critically ill patients. Crit Care Med, 34 (2), 374-380. Murray, M.J. et al., Task Force of the American College of Critical Care Medicine (ACCM) of the Society of Critical Care Medicine (SCCM), American Society of Health-System Pharmacists, & American College of Chest Physicians. (2002). Clinical practice guidelines for sustained neuromuscular blockade in the adult critically ill patient. Crit Care Med, 30 (1), 142-156. Sandiumenge, A., Anglés, R., Martínez-Melgar, J.L., Torrado, H., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Use of neuromuscular blockers in the critical patient. Med Intensiva, 32 (1), 69-76. INDICADOR Nº 56 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos IDENTIFICAÇÃO DO DELÍRIO Efetividade O delírio tem uma incidência elevada, associa-se a uma morbilidade importante e aumento dos custos nos doentes críticos. A sua identificação é difícil sendo recomendável a utilização de sistemas que nos permitam reconhecê-lo e tratá-lo de forma adequada. A escala Confusion Assessment Method for the ICU (CAM-ICU) e o Intensive Care Delirium Screening Checklist (ICDSC) tem demonstrado a sua utilidade no diagnóstico do delírio nos doentes críticos. nº de doentes com ventilação mecânica (VM) e avaliação da presença de delírio __________________________________________ x 100 nº de doentes com VM por mais de 48 horas Avaliação da presença de delírio: avaliação diária através da escala de CAM-ICU ou ICDSC. Todos os doentes com VM superior a 48 horas, durante o período de estudo. População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Critérios de exclusão: Richmond Agitation Sedation Scale < -2 ou o equivalente a outra escala. Processo Documentação clínica 90% Referências: Celis-Rodríguez, E., Besso, J., Birchenall, C., De la Cal, M.A., Carrillo, R., Castorena, G. et al., & Federación Panamericana e Ibérica de Sociedades de Medicina Crítica y Cuidados Intensivos. (2007). Clinical practice guideline based on the evidence for the management of sedoanalgesia in the critically ill adult patient. Med Intensiva, 31 (8), 428-471. Ely, E.W., Margolin, R., Francis, J., May, L., Truman, B., Dittus, R., Speroff, T., Gautam, S., Bernard, G.R., & Inouye, S.K..(2001). Delirium in mechanically ventilated patients: validity and reliability of the confusion assessment method for the intensive care unit (CAM-ICU). Crit Care Med, 29, 1370-1379. Palencia Herrejón, E. (2010). Diagnosis of delirium in the critical ill. Med Intensiva, 34 (1), 1-3. Palencia-Herrejón, E., Romera, M.A., Silva, J.A., & Grupo de Trabajo de Analgesia y Sedación de la SEMICYUC. (2008). Delusion in the critical patient. Med Intensiva, 32 (1), 77-79. Toro, A.C., Escobar, L.M., Franco, J.G., Díaz-Gómez, J.L., Muñoz, J.F., Molina, F., Bejarano, J., Yepes, D., Navarro, E., García, A., Wesley, A., Ely, E, & Esteban, A. (2010). Spanish version of the CAM-ICU (Confusion Assessment Method for the Intensive Care Unit). Pilot study of validation. Med Intensiva, 34 (1), 14-21. 114 DOMÍNIO VII – HEMODERIVADOS INDICADOR Nº 57 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários CONSENTIMENTO INFORMADO (CI) NA TRANSFUSÃO DE COMPONENTES SANGUÍNEO Satisfação e adequação A administração de hemoderivados é um procedimento terapêutico que supõe um risco sobre a saúde do doente. A legislação atual requer a solicitação de CI por escrito antes do procedimento. A ausência de CI viola o direito de autonomia dos doentes ou dos seus familiares. nº de doentes a quem se administra hemoderivados no SMI com CI escrito _____________________________________________________________________ x 100 nº de doentes a quem se administra hemoderivados no SMI Hemoderivados: concentrados de hemácias, plasma e plaquetas. Documento escrito: onde consta a necessidade de uma transfusão, os seus benefícios, riscos e alternativas. O documento deve ser compreendido e assinado pelo doente ou pelo seu representante legal. Pode ser diretamente recolhido na história clínica. Urgência vital: aquelas situações clínicas que requerem a transfusão de hemoderivados de forma imediata sem que seja possível a informação do doente, representante ou familiares. Todos os doentes a quem se administram hemoderivados no SMI pela primeira vez durante o período de estudo. População excluída: doentes em situação de urgência vital ( isso não exclui a informação ao doente e à família logo que possível) Processo Documentação clínica 95% Recomenda-se solicitor pelo CI por cada uma das indicações de transfusão (podendo incluir a transfusão de várias unidades de hemoderivados) Referências: Ley 41/2002, de 14 de noviembre, básica reguladora de la autonomía del paciente y de derechos y obligaciones en materia de información y documentación clínica. BOE 15 noviembre 2002. http://www.boe.es/boe/ dias/2002/11/15/pdfs/A40126-40132.pdf Real Decreto 1854/1993. BOE 20 noviembre 1993; num 278 (página 32630) http://www.boe.es/boe/dias/1993/ 11/20/pdfs/A32630-32636.pdf Solsona, J.F., Cabré, L., Abizanda, R., Campos, J.M., Sainz, A., Martín, M.C., Sánchez, J.M., Bouza, C., Quintana, M., Saralegui, I., Monzón, J.L., & Grupo de Bioética de la SEMICYUC. (2002). Recomendaciones del grupo de bioética de la SEMICYUC sobre el Consentimiento Informado en UCI. Med. Intensiva, 26 (5), 254-255. INDICADOR Nº 58 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRANSFUSÃO INADEQUADA DE PLASMA FRESCO CONGELADO (PFC) Efetividade e segurança Considera-se que o PFC é o componente sanguíneo mais erroneamente transfundido. O PFC pode ter os mesmos eventos adversos que os concentrados de hemácias. Raramente ou nunca está indicado transfundir PFC em doentes sem hemorragia e sem alargamento dos tempos de coagulação. nº de doentes transfundidos com PFC sem hemorragia e com tempos de coagulação normais ________________________________________________________________________ x 100 nº de doentes transfundidos com PFC Tempos de coagulação normais: Tempo de protrombina (TP)> 70% e/ou tempo parcial de tromboplastina (TTPA) 1,5 vezes o controlo. Todos os doentes transfundidos com PFC durante o período de estudo. Critério de exclusão: doentes que não sangram mas que vão ser submetidos a cirurgia ou procedimentos invasivos nos quais se pretende reverter com PFC o efeito da anticoagulação oral (dicumarinicos/varfarina) ou o défice de fatores congénitos para os quais não existem concentrado purificado e inativado disponível; e a púrpura trombocitopénica trombótica (PTT). Processo Documentação clínica 0% Referências: American Society of Anesthesiologists Task Force on Perioperative Blood Transfusion and Adjuvant Therapies. (2006). Practice guidelines for perioperative blood transfusion and adjuvant therapies: An updated report by the American Society of Anesthesiologists Task Force on Perioperative Blood Transfusion and Adjuvant Therapies. Anesthesiology, 105,198-208. Nuttall, G.A., Stehling, L.C., Beighley, C.M., Faust, R.J., & American Society of Anesthesiologists Committee on Transfusion Medicine. (2003). Current transfusion practices of members of the american society of anesthesiologists: a survey. Anesthesiology, 99, 1433-1443. Ortiz, P., Mingo, A., Lozano, M., Vesga, M.A., Grigols, J.R., Castrillo, A., Algora, M., Romón, I., Cárdenas, J.M., & Sociedad Española de Transfusión Sanguínea. (2005). Guide for transfusion of blood components. Med Clin, 125, 389-396. The Blood Observational Study Investigators on behalf of the ANZICS-Clinical Trials Group. (2010). Transfusion practice and guidelines in Australian and New Zealand intensive care units. Intensive Care Med, 36 (7), 11381146. Wong, M.P., Droubatchevskaia, N., Chipperfield, K.M., Wadsworth, L.D., & Ferguson, D.J. (2007). Guidelines for frozen plasma transfusion. BC Medical Journal, 49, 311-319. 115 INDICADOR Nº 59 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRANSFUSÃO INADEQUADA DE CONCENTRADO DE PLAQUETAS (CP) Efetividade e segurança A transfusão de CP é comum em doentes críticos. As suas indicações estão circunscritas a doentes sangrantes com trombocitopenia e/ou disfunção plaquetária (plaquetopatia). A transfusão de plaquetas apresenta os mesmos riscos que a transfusão de glóbulos rubros ou plasma, acrescentando-se que o doente é submetido a dadores múltiplos e não podem ser congelada (mais possibilidade de contaminação bacteriana). nº de doentes sem hemorragia sem LTP e/ou plaquetopatia e transfundidos com CP ____________________________________________________________________ x 100 nº de doentes transfundidos com CP “Limiar transfusional de plaquetas” LTP): 50.000/ml. Plaquetopatia ou disfunção plaquetária:considera-se plaquetopatia se o doente cumpre alguns dos seguintes critérios: ingestão nos 10 dias prévios de antiagregantes plaquetários ter estado submetido a circuitos extracorporais. Todos os doentes submetidos a transfusão com CP, durante o período de estudo. Critério de exclusão: doentes que não sangram mas que vão ser submetidos a cirurgia ou a procedimentos invasivos e têm valores de plaquetas inferiores a 50 000/ml (<100 000/ml se cirurgia do sistema nervoso central ou do globo ocular) ou plaquetopatia. Processo Documentação clínica 0% Referências: American Society of Anesthesiologists Task Force on Perioperative Blood Transfusion and Adjuvant Therapies. (2006). Practice guidelines for perioperative blood transfusion and adjuvant therapies: An updated report by the American Society of Anesthesiologists Task Force on Perioperative Blood Transfusion and Adjuvant Therapies. Anesthesiology, 105,198-208. Nuttall, G.A., Stehling, L.C., Beighley, C.M., Faust, R.J., & American Society of Anesthesiologists Committee on Transfusion Medicine. (2003). Current transfusion practices of members of the american society of anesthesiologists: a survey. Anesthesiology, 99, 1433-1443Ortiz P, Mingo A, Lozano M, Vesga MA, Grigols JR, Castrillo A, Algora M, Romón I, Cárdenas JM por la Sociedad Española de Transfusión Sanguínea. [Guide for transfusion of blood components]. Med Clin 2005; 125: 389-96. The Blood Observational Study Investigators on behalf of the ANZICS-Clinical Trials Group. (2010). Transfusion practice and guidelines in Australian and New Zealand intensive care units. Intensive Care Med, 36 (7), 11381146. Wong, M.P., Droubatchevskaia, N., Chipperfield, K.M., Wadsworth, L.D., & Ferguson, D.J. (2007). Guidelines for frozen plasma transfusion. BC Medical Journal, 49, 311-319. INDICADOR Nº 60 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRANSFUSÃO INADEQUADA DE CONCENTRADO ERITROCITÁRIO (CE) Efetividade e segurança A transfusão com limiar de hemoglobina > 9 mg/dL não tem demonstrado a sua eficácia em reduzir a morbimortalidade. As políticas transfusionais restritivas (Hb < 7 mg/dL) diminuem a morbimortalidade aos 30 e 60 dias, em doentes jovens (menores de 55 anos) e com gravidade intermédia (APACHE < 20). nº de doentes transfundidos com hemoglobina pré-transfusional > 7 mg/dL ________________________________________________________ x 100 nº de doentes transfundidos O período de janela máximo entre a determinação da hemoglobina transfusional e a transfusão do primeiro concentrado será de 24 horas. Todos os doentes transfundidos no SMI, durante o período de estudo Critérios de exclusão: hemorragia maciça: síndrome coronário agudo; sepsis grave/choque séptico em fase de ressuscitação; hipoxemia grave morte encefálica ou eminência da mesma gravidez população pediátrica (idade < 16 anos): instabilidade hemodinâmica, hemorragia aguda e patologia cardiovascular Processo Documentação clínica 3% Referências: Hajjar, L.A., Vincent, J.L., Galas, F.R., Nakamura, R.E., Silva, C.M., & Santos, M.H. (2010). Transfusion requirements after cardiac surgery: The TRACS randomized controlled trial. JAMA, 304 (14), 1559-1567. Hébert, P.C., Wells, G., Blajchman, M.A., Marshall, J., Martin, C., Pagliarello, G., Tweeddale, M., Schweitzer, I., & Yetisir, E. (1999). A multicenter, randomized, controlled clinical trial of transfusion requirements in critical care. Transfusion Requirements in Critical Care Investigators, Canadian Critical Care Trials Group. N Engl J Med, 340, 409-417. Lacroix, J., Hébert, P.C., Hutchison, J.S., Hume, H.A., Tucci, M., Ducruet, T., TRIPICU Investigators, Canadian Critical Care Trials Group, & Pediatric Acute Lung Injury and Sepsis Investigators Network. (2007). Transfusion strategies for patients in pediatric intensive care units. N Engl J Med., 356 (16), 1609-1619. Leal Noval, S.R., Muñoz Gómez, M., & Campanario García, A. (2004). Transfusión en el paciente crítico. Med Intensiva, 28, 464-469. Marik, P.E., & Corwin, H.L. (2008). Efficacy of red blood cell transfusion in the critically ill: A systematic review of the literature. Crit Care Med, 36, 2667-2674. The Blood Observational Study Investigators on behalf of the ANZICS-Clinical Trials Group. (2010). Transfusion practice and guidelines in Australian and New Zealand intensive care units. Intensive Care Med, 36 (7), 11381146. 116 DOMÍNIO VIII – TOXICOLOGIA INDICADOR Nº 61 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INDICAÇÃO E MÉTODO DE DESCONTAMINAÇÃO DIGESTIVA CORRETAMENTE NA INTOXICAÇÃO AGUDA Efetividade e adequação No “arsenal” terapêutico do intoxicado, a DD ocupa um lugar privilegiado. (DD) APLICADO A DD adequada diminui a toxicidade das intoxicações por via oral. O seu atraso diminui a eficácia desta medida. A aplicação nos doentes sem indicação, pode aumentar a morbimortalidade. A sua correta indicação e utilização virá definida por: tipo de medicamento, dose, tempo desde a sua ingestão e o estado clínico. nº DD corretas em intoxicação medicamentosa ________________________________________________ x 100 nº total de intoxicações medicamentosas, dados de alta do SMI Descontaminação digestiva: qualquer substância administrada ou procedimento aplicado, com a intenção de evitar a absorção digestiva de um tóxico: carvão ativado, polietilenoglicol, aspiração/lavagem gástrica. Aplicação correta do algoritmo de indicações e métodos: significa que se têm seguido os critérios estabelecidos (1). Correta, significa que não houve descontaminação por não haver indicação ou que houve descontaminação por haver indicação e que foi utilizado o método adequado e espécifico no citado algoritmo. Intoxicados por via oral com alta do SMI durante o período de revisão. Critérios de exclusão: ingestão de cáusticos, ácidos ou alcalinos e substâncias corrosivas em geral. Quadro clínico sugestivo de abdómen agudo. Intoxicação leve. Intervalo excessivo entre ingestão e atenção médica Processo Documentação clínica > 90% É necessário proteger a via aérea e assegurar uma ventilação adequada. Referências: (1) Amigó M, Nogué S, Sanjurjo E, Faro J, Ferró I, Miró O. [Efficacy and safety of gut decontamination in patients with acute therapeutic drug overdose]. Med Clin (Barc). 2004 Apr 10;122(13):487-92. Vale JA, Kulig K; American Academy of Clinical Toxicology; European Association of Poisons Centres and Clinical Toxicologists. Position paper: gastric lavage.J Toxicol Clin Toxicol. 2004;42(7):933-43 Zimmerman JL.Poisonings and overdoses in the intensive care unit: general and specific management issues. Crit Care Med. 2003 Dec;31(12):2794-801 INDICADOR Nº 62 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários STOCK MÍNIMO DE ANTÍDOTOS NO SMI E/OU SERVIÇO DE FARMÁCIA HOSPITALAR Segurança Necessidade de definir e protocolizar a existência de um stock mínimo de antídotos segundo um nível assistencial que corresponda a cada centro. A falta de antídotos essenciais, pode aumentar a morbi-mortalidade dos doentes intoxicados. nº de antídotos recomendáveis existentes (acessíveis adequadamente) _____________________________________________________ x 100 nº de antídotos recomendáveis segundo nível do hospital Antídoto: fármaco que se utiliza para contrastar o efeito de um tóxico, ou que se utiliza para o tratamento específico de um doente intoxicado. Fácil disposição e acessibilidade para os profissionais de saúde durante as 24 horas diárias nos 365 dias do ano. Quantidade suficiente: para tratar o doente durante as 24 horas. Antídotos recomendáveis: lista elaborada por comités de especialistas, ajustado ao nível do hospital. Consideram-se como não existentes os antídotos fora de validade. Todo o serviço de atenção urgente que pode assistir um doente intoxicado: Assistência primária, Hospital de nível I, II, III, 061, SEM ou transporte hospitalar medicalizado. Estrutura Registo do serviço de farmácia ou responsável pelo stock de antídotos 95% Referências: Burns, M.J., & Schwartzstein, R.M. (2005). General approach to drug intoxications in adults. UpToDate. http://uptodateonline.com. Lloret, J., Nogue, S., & Jiménez, X. (2004). Protocols, Codis d’Activació i Circuits d’atenció urgent a Barcelona Ciutat. Malalt amb intoxicacions agudes greus. Barcelona: Consorci Sanitari de Barcelona. Nogué, S., Munné, P., Soy, D., & Millá, J. (1998). Availability, use and cost of antidotes in Catalonia. Med Clin (Barc), 110 (16), 609-613. Ries, N.L., & Dart, R.C. (2005). New developments in antidotes. Med Clin North Am, 89 (6), 1379-1397. 117 INDICADOR Nº 63 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários DEPURAÇÃO EXTRA-RENAL ADEQUADA E PRECOCE NA INTOXICAÇÃO AGUDA Segurança A depuração extra-renal é uma técnica de extração do tóxico já absorvido. No doente intoxicado tem indicações escassas, mas em alguns casos é uma opção terapêutica muito útil (Anexo II). Se colocada em prática requer uma utilização específica, pessoal qualificado, controlos frequentes e representa sempre um risco para o doente. nº de depurações artificiais indicadas de forma correta _______________________________________________ x 100 nº total de depurações artificiais no mesmo período no SMI Depuração extra-renal: refere-se a diálise peritoneal, hemodiálise, hemoperfusão, hemofiltração, hemodiafiltração, plasmaferése e exanguinotransfusão. Indicação correta: baseada nos critérios de Lloret et al. (Anexo III) Adequada: indicada e correta. Catéteres que permitam um elevado fluxo de sangue ( > 100 mL/min) e colocados em veias de grande calibre (femoral, jugular e subclávia). Área adequada (SMI ou unidade de diálise) com equipa e pessoal qualificado. Ótimos controles clínicos do doente durante a realização da técnica. Precoce: o intervalo entre o qual o doente reúne critérios para aplicar a depuração extra-renal do tóxico sendo o seu início inferior a 3 horas Técnicas de depuração extra-renal realizadas no SMI por intoxicação aguda durante o período de estudo. Processo Documentação clínica 100% Referências: De Pont, A.C. (2007). Extracorporeal treatment of intoxications. Curr Opin Crit Care, 13 (6), 668-673. Lloret, J., Nogue, S., & Jiménez, X. (2004). Protocols, Codis d’Activació i Circuits d’atenció urgent a Barcelona Ciutat. Malalt amb intoxicacions agudes greus. Barcelona: Consorci Sanitari de Barcelona. Nogué, S., Munné, P., Soy, D., & Millá, J. (1998). Availability, use and cost of antidotes in Catalonia. Med Clin (Barc), 110 (16), 609-613. Anexo I – Critérios clínicos para indicar uma técnica de depuração extra-renal Intoxicação com sinais clínicos de gravidade (coma, convulsões, insuficiência respiratória, insuficiência cardiorrespiratória, falência multiorgânica) Insuficiência do órgão de excreção do tóxico ( hepática ou renal) Previsão do desenvolvimento de lesões estruturais (neurológicas, hepáticas, renais) ou de uma situação de risco vital (arritmias malignas), quer seja pela dose absorvida ou pelas concentrações do tóxico no sangue Ausência de resposta ao tratamento do suporte geral Ausência de resposta ao antídoto ou ausência de antídoto Tipo de técnica Hemodiálise Hemoperfusão Plasmaferése Reabastecimento sanguíneo Agente tóxico 2,4 dicloro-fenoxi-acético Fenobarbital Etilenoglicol Lítio Metanol Procainamida Salicilatos Tálio Teofilina Valproato Fenobarbital Carbamazepina Digitoxina Digitoxina Tiroxina Metahemoglobinizantes Nível plasmático orientador tributário de indicar a técnica > 10 mg/dL > 100 mg/dL > 0,5 g/dL >2,5 mEq/dL >0,5 g/dL >20 microg/mL >80 mg/dL >0,5 mg/dL >60 mg/L >1 g/L >100 mg/dL >60 microgr/mL >60 ng/mL >60 ng/mL não estabelecida Metahemoglobina > 40% 118 INDICADOR Nº 64 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INDICAÇÃO CORRETA DE DIURESE FORÇADA Efetividade, adequação, segurança e continuidade A diurese forçada é uma técnica de depuração renal que no doente intoxicado tem indicações escassas, mas que em alguns casos é uma terapêutica útil. A sua prática requer controlo e representa sempre um risco para o doente. nº de diureses forçadas indicadas corretamente ___________________________________________________________ x 100 nº total de diureses forçadas realizadas no mesmo período de tempo Diurese forçada: é uma técnica que mediante perfusões endovenosas de fluidos, permite aumentar o filtrado glomerular de produtos tóxicos e/ou reduzir a reabsorção tubular. Aplicação correta: a indicação correta baseia-se nos critérios de Lloret et al. (Anexo II). Foram suprimidas as indicações controversas. As indicações desta técnica são pouco frequentes. A sua aplicação requer o controlo do balanço hídricoelectrolítico, a pressão venosa central, a diurese e a evolução clínica. Risco de hipervolémia, edema pulmonar ou cerebral, trocas iónicas ou de pH. Hospitais de nível I, II e III. São excluídos os centros de assistência primária e meios de transporte medicalizados. Processo Documentação clínica > 95% Referências: Lloret, J., Nogue, S., & Jiménez, X. (2004). Protocols, Codis d’Activació i Circuits d’atenció urgent a Barcelona Ciutat. Malalt amb intoxicacions agudes greus. Barcelona: Consorci Sanitari de Barcelona. Nogué, S., Munné, P., Soy, D., & Millá, J. (1998). Availability, use and cost of antidotes in Catalonia. Med Clin (Barc), 110 (16), 609-613. Anexo II Tipo de diurese Nível plasmático orientador tributário de indicar a técnica >50 mg/dL > 3,5 mg/dL > 7,5 mg/dL não estabelecida > 100microgr/L > 1 ng/mL > 1,5 mEq/L >0,1 mg/L >0,3 mg/L Agente tóxico Alcalina Salicilato 2,4 dicloro-fenoxi-acético Fenobarbital Metocrop Metotrexato Amatoxinas Lítio Paraquat Tálio Alcalina forçada Neutra forçada INDICADOR Nº 65 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MORTALIDADE POR INTOXICAÇÃO MEDICAMENTOSA AGUDA (IMA) OU POR INTOXICAÇÃO NÃO MEDICAMENTOSA AGUDA (INMA) Efetividade. Adequação Avaliar o resultado global do processo assistencial do doente intoxicado por medicamentos (IMA); ou o processo assistencial do doente com uma intoxicação não medicamentosa ou por drogas de abuso (INMA) nº de doentes falecidos por IMA (ou por INMA) ____________________________________________________________________ x 100 nº total de doentes com IMAs (ou INMAs) atendidas no mesmo período de tempo Intoxicação medicamentosa aguda (IMA): ingestão oral de um ou vários medicamentos, dose tóxica e não fracionada, acidental ou voluntária, acompanhada ou não de bebidas alcoólicas. Inclui a administração endovenosa de insulina e de outros fármacos. Exclui-se a co-ingestão ou consumo associado de outras drogas de abuso (heroína , cocaína, ecstasy, etc) ou de produtos de uso doméstico, agrícola ou industrial. Intoxicação não medicamentosa aguda (INMA): intoxicação resultante da ingestão, inalação ou absorção endovenosa de produtos não medicamentosos (domésticos, agrícolas, industriais) ou drogas de abuso (álcool etílico, heroína, cocaína, ecstasy...) quer seja de forma acidental ou voluntária. Inclui a intoxicação por consumo de plantas ou cogumelos e o envenenamento por animais venenosos terrestres (serpentes, aranhas, escorpiões) ou marinhos (aranhas do mar e medusas...) Todos os serviços que possam atender ou admitir doentes intoxicados: assistência primária, hospital nível I, II e III, transporte medicalizado Resultado Informações clínicas ou da comissão de Toxicovigilância IMA < 1%; INMA < 3% Referências: Palomar, M., & Socias, A. (2006). Epidemiología de las intoxicaciones agudas que requieren ingreso en UCI. In A Net & L. Marruecos, Intoxicaciones Agudas Graves (pp. 17-26). Barcelona: Ars Médica. Schwake, L., Wollenschlager, I., Stremmel, W., & Encke, J. (2009). Adverse drug reactions and deliberate selfpoisoning as cause of admission to the intensive care unit: A 1-year prospective observational cohort study. Intensive Care Med, 35 (2), 266-274. Zimmerman, J.L. (2003). Poisonings and overdoses in the intensive care unit: General and specific management issues. Crit Care Med, 31 (12), 2794-2801. 119 DOMÍNIO IX – TRANSPLANTES INDICADOR Nº 66 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários DADORES REAIS Efetividade Os serviços de medicina intensiva são a primeira ligação para conseguir o maior número possível de órgãos. nº de dadores reais __________________________________________ x 100 nº de mortes encefálicas no SMI Dador real: dador que se traslada para a sala de cirurgia para a extração de órgãos (ainda que nenhum órgão seja posteriormente transplantado) Dador potencial: sujeitos diagnosticados de morte encefálica que não tenham contraindicação absoluta para doação. Morte encefálica: situação clínica caracterizada pelo cessar completo e irreversível das funções encefálicas, tanto do tronco do encéfalo como de ambos os hemisférios cerebrais. Os dadores reais são dados como perdas: contraindicação clínica negação familiar e judicial problemas durante a manutenção do dador Todas as mortes encefálicas durante o período de estudo. Resultado Documentação clínica e coordenação de transplantes 60% Referências: Escudero, D (2009). Brain death diagnosis. Med Intensiva, 33 (4), 185-195. Escudero, D., Matesanz, R., Soratti, C.A., Flores, J.I., & Nombre de la Red/Consejo Iberoamericano de Donación y Trasplante. (2009). General considerations on brain death and recommendations on the clinical decisions after its diagnosis. Red/Consejo Iberoamericano de Donación y Trasplante. Med Intensiva, 33 (9), 450-454. Guide of recommendations for Quality Assurance Programmes in the Deceased Donation Process Developed by: Dopki project Funded by the European Commision. (2009). http://www.ont.es/publicaciones/Documents/ DOPKI%20GUIA.pdf Programa de calidad en la donación de órganos. El Modelo español de Coordinación y Trasplantes Editorial Grupo Aula Médica S.L. (2008). http://www.ont.es/publicaciones/Documents/modeloespanol.pdf . Seller Pérez, G., Herrera-Gutiérrez, M.E., Lebrón-Gallardo, M., & Quesada-García, G. (2009). General planning for the maintenance of the organ donor. Med Intensiva, 33 (5), 235-242. Seller Pérez, G., & Hinojosa Pérez, R. (2009). Maintenance of the organ donor. Med Intensiva, 33 (5), 233-234. NDICADOR Nº 67 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MONITORIZAÇÃO DE DADORES POTENCIAIS DE ÓRGÃOS Adequação O objetivo da manutenção do dador de órgãos é conseguir o maior número de órgãos viáveis e otimizar o seu funcionamento. Para isso é necessária a existência no SMI de um protocolo de manutenção de dadores multiorgânicos. As frequentes e importantes alterações hemodinâmicas, metabólicas e da termorregulação próprias desta entidade, podem colocar em perigo a viabilidade dos órgãos que serão posteriormente transplantados. nº total de mortes encefálicas potenciais dadoras monitorizadas corretamente _________________________________________________________________ x 100 nº total de mortes encefálicas potenciais dadoras Morte encefálica: situação clínica caraterizada pelo cessar completo e irreversível das funções encefálicas, tanto do tronco do encéfalo como de ambos os hemisférios cerebrais. Dador potencial: sujeito em morte encefálica que não apresenta contra-indicações absolutas à doação. Monitorização correta: são requerimentos mínimos: tensão arterial invasiva pressão venosa central frequência cardíaca temperatura central diurese gases do sangue hemograma e coagulação parâmetros bioquímicos: ionograma, glicose, provas de função hepática e renal, sistemático e sedimento urinário. Todas as mortes encefálicas, dados de alta do SMI durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% Referências: Salim, A., Martin, M., Brown, C., Rhee, P., Demetriades, D., & Belzberg, H. (2006). The effect of a protocol of aggressive donor management: Implications for the national organ donor shortage. J Trauma, 61 (2), 429-433. Salim, A., Velmahos, G.C., Brown, C., Belzberg, H., & Demetriades, D. (2005). Aggressive organ donor management significantly increases the number of organs available for transplantation. J Trauma, 58 (5), 991994. Seller Pérez, G., & Hinojosa Pérez, R. (2009). Maintenance of the organ donor. Med Intensiva, 33 (5), 233-234. Seller Pérez, G., Herrera-Gutiérrez, M.E., Lebrón-Gallardo, M., & Quesada-García, G. (2009). General planning for the maintenance of the organ donor. Med Intensiva, 33 (5), 235-242. 120 Wood, K.E., Becker, B.N., McCartney, J.G., D'Alessandro, A.M., & Coursin, D.B. (2004). Care of the potential organ donor. N Engl J Med, 351 (26), 2730-2739. INDICADOR Nº 68 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA Efetividade Mais de 95% dos órgãos que se transplantam em Espanha, provêm de dadores em morte encefálica (ME). Estes dados, confirmam a importância da ME como entidade geradora de órgãos para transplante. Um correto e amplo conhecimento clínico sobre o diagnóstico de ME contribuirá sem dúvida para o aumento do número de dadores e como tal, o número de transplantes. nº total de ME diagnosticadas __________________________________________ x 100 nº total de falecidos no SMI Morte encefálica: situação clínica caraterizada pelo cessar completo e irreversível das funções encefálicas, tanto do tronco do encéfalo como de ambos os hemisférios cerebrais. O diagnóstico pode realizar-se exclusivamente mediante uma exploração clínica neurológica, ou associando testes diagnósticos Todas as mortes encefálicas diagnosticadas durante o período de estudo Resultado Documentação clínica e coordenação de transplantes 5-30% Resultados inferiores a 5% representam um nível baixo de diagnósticos. Referências: Escudero, D (2009). Brain death diagnosis. Med Intensiva, 33 (4), 185-195. Escudero, D., Matesanz, R., Soratti, C.A., Flores, J.I., & Nombre de la Red/Consejo Iberoamericano de Donación y Trasplante. (2009). General considerations on brain death and recommendations on the clinical decisions after its diagnosis. Red/Consejo Iberoamericano de Donación y Trasplante. Med Intensiva, 33 (9), 450-454. Real Decreto 2070/1999, de 30 de Diciembre, por el que se regulan las actividades de obtención y utilización clínica de órganos humanos y la coordinación territorial en materia de donación y trasplante de órganos y tejidos. BOE 3/2000 de 04-01-2000, pág. 179-190. Wijdicks, E.F.M. (2001). The diagnosis of brain death. N Engl J Med, 344, 1215-1221. 121 DOMÍNIO X – ENFERMAGEM INDICADOR Nº 69 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REMOÇÃO DE SONDA DE NUTRIÇÃO ENTÉRICA (SNE) POR OBSTRUÇÃO Segurança O incumprimento de cuidados estabelecidos para a administração de fármacos e alimentação entérica por sonda pode produzir a sua obstrução, com consequências clínicas que vão desde o risco de broncoaspiração, a interrupção de padrões de tratamento. Tudo isto aumenta a morbilidade e os custos. nº de SNE que devem ser retiradas por obstrução __________________________________________ x 100 nº total de SNE que se retiram Obstrução SNE: perda de permeabilidade de SNE, obrigando a sua remoção Todos os doentes portadores de SNE, durante o período de estudo Resultado Documentação clínica /registos de enfermagem 4% Referências: Bourgault, A.M., & Halm, M.A. (2009). Feeding tube placement in adults: Safe verification method for blindly inserted tubes. Am J Crit Care, 18 (1), 73-t6. Magnuson, B.L., Clifford, T.M., Hoskins, L.A., Bernard, A.C. (2005). Enteral nutrition and drug administration, interactions, and complications. Nutr Clin Pract, 20 (6), 618-622. Marcos, M., Ayuso, D., González, B., Carrión, M.I., Robles, P., Muñoz, F., & De la Cal, M.A. (1994). Análisis de la retirada accidental de tubos, sondas y catéteres como parte del programa de control de calidad. Enferm Intensiva, 5, 115-120. Phillips, N.M., & Nay, R. (2008). A systematic review of nursing administration of medication via enteral tubes in adults. J Clin Nurs, 17 (17), 2257-2265. Williams, N.T. (2008). Medication administration through enteral feeding tubes. Am J Health Syst Pharm, 65 (24), 2347-2355. Yardley, I.E., & Donaldson, L.J. (2010). Patient safety matters: reducing the risks of nasogastric tubes. Clin Med. 10 (3), 228-230. INDICADOR Nº 70 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ASPIRAÇÕES BRÔNQUICAS ADEQUADAS Segurança O uso de uma técnica correta na realização de aspirações brônquicas contribui para a redução de PAV. A PAV associa-se a uma maior mortalidade e morbilidade dos doentes, com uma aumento do tempo de internamento e de custos. O seguimento destas recomendações baseadas na evidência científica ajuda a reduzir a mortalidade por esta causa. nº de aspirações realizadas segundo as recomendações __________________________________________ x 100 nº total de aspirações realizadas por via aérea artificial Recomendações segundo a evidência: aspirar as secreções apenas quando necessário utilizar uma sonda de aspiração que ocupe menos de metade da via aérea artificial usar uma pressão de aspiração o mais baixa possível durante a aspiração, normalmente a rondar os 80 120 mmHg O procedimento não deverá durais mais de 15 minutos Hiperoxigenar e hiperventilar antes e depois da aspiração brônquica pelo menos 30 minutos Utilizar uma técnica e material estéril (sonda estéril durante a aspiração, uso de luvas posteriormente à lavagem das mãos) Aspiração da orofaringe para finalizar o procedimento. Comprovar a pressão do cuff. Via aérea artificial: tubo endotraqueal e cânula de traqueostomia. Todos as aspirações realizadas em doentes com via aérea artificial, durante o período de estudo. Processo Documentação clínica 100% Referências: Caruso, P., Denari, S., Ruiz, S.A., Demarzo, S.E., & Deheinzelin, D. (2009). Saline instillation before tracheal suctioning decreases the incidence of ventilator-associated pneumonia. Crit Care Med, 37 (1), 32-38. Coffin, S.E., Klompas, M., Classen, D., Arias, K.M., Podgorny, K., Anderson, D.J. et al. (2008). Strategies to prevent ventilator-associated pneumonia in acute care hospitals. Infect Control Hosp Epidemiol, 29 (Suppl 1), 31-40. Pedersen, C.M., Rosendahl-Nielsen, M., Hjermind, J., & Egerod I. (2009). Endotracheal suctioning of the adult intubated patient--what is the evidence? Intensive Crit Care Nurs, 25 (1), 21-30. Tablan, O.C., Anderson, L.J., Besser, R., Bridges, G., & Hajjeh, R. C. (2004). DC guidelines for prevent health care associated pneumonia. 53 (RR03), 1-36. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5303a1.htm. 122 INDICADOR Nº 71 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INFORMAÇÃO DE ENFERMAGEM AOS FAMILIARES Satisfação e adequação Uma necessidade prioritária da família é a de receber informação por parte da equipa multidisciplinar. O staff de enfermagem é aquele que apresenta uma maior visão global do doente e maior contato com a família. A transmissão regrada de informação ajuda a diminuir a ansiedade e o stress da família e pode conseguir uma maior colaboração do familiar no processo de atenção ao doente crítico. nº de famílias informadas por enfermagem __________________________________________ x 100 nº de doentes com alta do SMI A informação dada deve contemplar o mínimo dos seguintes aspetos: informação sobre os cuidados de enfermagem realizados pelo doente informação de situação anímica e de conforto do doente/integração no aspeto físico, psíquico e emocional suporte emocional a familiares frequência diária espaço físico adequado (informação ao pé da cama, de acordo com a situação do doente) documentação da história da informação dada exclui informar sobre o prognóstico, diagnóstico e tratamento, considerando que os temas são competência do médico. Famílias de todos os doentes admitidos no SMI durante o período de estudo Processo Documentação clínica 95% Referências: Hidalgo Fabrellas, I., Vélez Pérez, Y., & Pueyo Ribas, E. (2007). Qué es importante para los familiares de los pacientes de una Unidad de Cuidados Intensivos. Enferm Intensiva, 18 (3), 106-114. Nelson, D.P., & Plost, G. (2009). Registered nurses as family care specialists in the intensive care unit. Crit Care Nurse, 29 (3), 46-52. Olsen, K.D., Dysvik, E., & Hansen, B.S. (2009). The meaning of family members' presence during intensive care stay: a qualitative study. Intensive Crit Care Nurs, 25 (4), 190-198. Zaforteza, C., Gastaldo, D., De Pedro, J.E., Sánchez-Cuenca, P., & Lastra, P. (2005). The process of giving information to families of critically ill patients: A field of tension. Int J Nurs Stud, 42 (2), 135-145. Zaforteza, C., Sánchez, C., & Lastra, P. (2008). Análisis de la literatura sobre los familiares del paciente crítico: es necesario desarrollar investigación en cuidados efectivos. Enferm Intensiva,19 (2), 61-70. INDICADOR Nº 72 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR ASSISTIDO Segurança, adequação e continuidade assistencial O transporte intra-hospitalar do doente crítico e a sua movimentação para realizar intervenções diagnósticas ou terapêuticas, aumenta o risco de complicações por descontinuidade nos cuidados. O transporte deve realizar-se com sistemas de suporte vital e monitorização de acordo com os critérios de qualidade e segurança clínica, fazer -se com equipamento adequado e pessoal experiente suficiente para a resolução clínica de imprevistos que comprometam a vida do doente. É imprescindível o registo de eventos adversos mais graves que podem ocorrer no transporte intra hospitalar. Existência de um protocolo de transporte intra-hospitalar assistido O protocolo deve contemplar: Avaliação/benefício do doente Monitorização e equipamento mínimo (estratificação segundo gravidade) Profissionais acompanhantes com definição de competências Lista de verificação Registo de eventos adversos graves incluindo pelo menos: morte, paragem cardíaca recuperada, extubação acidental, remoção acidental de cateteres, vias, drenagem e sondas, interrupção da administração de oxigénio, quedas. Censo de protocolos atualizados do serviço Estrutura Registo de protocolos Sem ou 100% Referências: Beckmann, U., Gillies, D.M., Berenholtz, S.M., Wu, A.W., & Pronovost, P. (2004). Incidents relating to the intrahospital transfer of critically ill patients. An analysis of the reports submitted to the Australian Incident Monitoring Study in Intensive Care. Intensive Care Med, 30 (8), 1579-585. Fanara, B., Manzon, C., Barbot, O., Desmettre, T., & Capellie, G. (2010). Recommendations for the intra - hospital transport of critically ill patients. Crit Care, 14 (3), R87. Löw, M., & Jaschinski, U. (2010). Intrahospital transport of critically ill patients. Anaesthesist, 58 (1), 95-105. Warren, J., Fromm, R.E. Jr, Orr, R.A., Rotello, L.C., & Horst, H.M. (2004). Guidelines for the inter and intrahospital transport of critically ill patients. Crit Care Med, 32 (1), 256-262. Winter, M.W. (2010). Intrahospital transfer of critically ill patients; a prospective audit within Flinders Medical Centre. Anaesth Intensive Care, 38 (3), 545-549. 123 INDICADOR Nº 73 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PRESSÃO DO CUFF Segurança Uma função fundamental do cuff é selar a via aérea, evitando assim a aspiração de conteúdo da faringe para a traqueia. Deste modo, uma pressão demasiado baixa no cuff não permite uma ventilação eficaz, aumenta o risco de broncoaspiração e em consequência a PAV e por último, facilita a extubação acidental ou deslocação da via aérea artificial. Por outro lado, uma pressão muito elevada pode causar isquemia, o que aumenta o risco de lesões traqueobrônquicas. nº de controlos de medição da pressão do cuff dentro do limite __________________________________________ x 100 nº total de controlos de pressão do cuff Recomendações segundo a evidência: manter a pressão do cuff na via aérea artificial entre 20-30 mmH2O controlo da pressão do cuff uma vez turno e sempre que se mobilize o tubo endotraqueal. Todas as avaliações de pressão do cuff realizadas durante o período em estudo em doentes com via aérea artificial e existência de cuff. Processo Documentação clínica 95% Referências: Duguet, A., D'Amico, L., Biondi, G., Prodanovic, H., Gonzalez-Bermejo, J., & Similowski, T. (2007). Control of tracheal cuff pressure: A pilot study using a pneumatic device. Intensive Care Med, 33, 128-132. Rose, L., & Redl, L. (2008). Minimal occlusive volume cuff inflation: A survey of current practice. Intensive Crit Care Nurs, 24 (6), 359-365. Rose, L., & Redl, L. (2008). Survey of cuff management practices in intensive care units in Australia and New Zealand. Am J Crit Care, 17 (5), 428-435. Sole, M.L., Penoyer, D.A., Su, X., Jimenez, E., Kalita, S.J., Poalillo, E., et al. (2009). Assessment of endotracheal cuff pressure by continuous monitoring: A pilot study. Am J Crit Care, 18 (2), 133-143. Tablan, O.C., Anderson, L.J., Besser, R., Bridges, G., & Hajjeh, R. (2004). CDC guidelines for prevent health care associated pneumonia, 53 (RR03), 1-36. http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5303a1.htm. Valencia, M., Ferrer, M., Farré, R., Navajas, D., Badía, J.R., Nicolás, J.M., et al. (2007). Automatic control of tracheal tube cuff pressure in ventilated patients in semirecumbent position: a randomized trial. Crit Care Med, 35 (6), 1543-1549. INDICADOR Nº 74 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários MANUSEIO DOS ALARMES DE MONITORIZAÇÃO Segurança e adequaçãoo O manuseio incorreto de alarmes aumenta a morbi-mortalidade, devido a um atraso na resposta que o profissional deve dar, diminuindo assim a qualidade do cuidado e segurança do doente. O manuseio adequado dos alarmes de monitorização exige uma formação específica do staff. nº de doentes monitorizados que apresentam algum evento adverso por inadequação dos alarmes __________________________________________ x 100 nº de doentes monitorizados Evento adverso: qualquer situação não desejada em doentes críticos em relação à não adequação de alarmes de monitorização que produz algum dano. Inadequação de alarmes: alarme não atendido pelo profissional não adaptado especificamente para cada doente alarme anulado sem atenção adequada alarme não audível volume de alarme excessivo durante o período de descanso do doente Todos os doentes admitidos e monitorizados no SMI durante o período de estudo. Período de estudo: recomenda-se trabalhar com dias de amostragem. Resultado Documentação clínica, registos de enfermagem 5% Referências: American College of Clinical Engineering Healthcare Technology Foundation. (2007). Impact of Clinical Alarms on Patient Safety. Journal of Clinical Engineering, 22-33. Blum, J.M., Kruger, G.H., Sanders, K.L., Gutierrez, J., & Rosenberg, A.L. (2009). Specificity improvement for network distributed physiologic alarms based on a simple deterministic reactive intelligent agent in the critical care environment. J Clin Monit Comput, 23 (1), 21-30. Görges, M., Markewitz, B.A., & Westenskow, D.R. (2009). Improving alarm performance in the medical intensive care unit using delays and clinical context. Anesth Analg, 108 (5), 1546-1552. Korniewicz, D.M., Clark, T., & David, Y. (2008). A national online survey on the effectiveness of clinical alarms. Am J Crit Care, 17 (1), 36-41. Phillips, J., & Barnsteiner, J.H. (2005). Clinical alarms: Improving efficiency and effectiveness. Crit Care Nurs Q, 28 (4), 317-323. (Abstract) 124 INDICADOR Nº 75 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários QUEDAS ACIDENTAIS Segurança e satisfação As quedas acidentais podem provocar lesões aos doentes além de influir negativamente na qualidade percebida. É um evento evitável. A utilização de protocolos relacionados com a segurança do doente e medidas de restrição podem diminuir a sua incidência nº de quedas que se produzem __________________________________________ x 1000 nº de internamento Contabilizam-se as quedas nos doentes, sentados ou que deambulam sem o apoio necessário. Incluem-se as quedas registadas durante o transporte dos doentes Todos os doentes admitidos no SMI, durante o período de estudo Resultado Documentação clínica, registo específico de quedas 0% Referências: Flanders, S.A., Harrington, L., Fowler, R.J. (2009). Falls and patient mobility in critical care: Keeping patients and staff safe. AACN Adv Crit Care. Kolin, M.M., Minnier, T., Hale, K.M., Martin, S.C., & Thompson, L.E. (2010). Fall Initiatives: Redesigning Best Practice. J Nurs Adm, 40 (9), 384-391. Maccioli, G.A., Dorman, T., Brown, B.R., Mazuski, J.E., McLean, B.A., Kuszaj, J.M., Rosenbaum, S.H., Frankel, L.R., Devlin, J.W., Govert, J.A., Smith, B., Peruzzi, W.T., & American College of Critical Care Medicine, Society of Critical Care Medicine. (2003). Clinical practice guidelines for the maintenance of patient physical safety in the intensive care unit: Use of restraining therapies--American College of Critical Care Medicine Task Force 2001-2002. Crit Care Med, 31, 2655-2676. INDICADOR Nº 76 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REALIZAÇÃO DOS REGISTOS DE ENFERMAGEM NO SMI Continuidade assistencial Os registos de enfermagem formam parte da documentação e história clínica do doente. Garantem a qualidade e continuidade dos cuidados de enfermagem. Evita erros ou repetição de procedimentos. Recolhe a atividade planificada e realizada pela enfermeira, assim como toda a informação que se gera da sua relação com o doente. Melhora a comunicação interdisciplinar. Constituem documentos legais. nº de registos devidamente realizados __________________________________________ x 100 nº de registos avaliados Registos de enfermagem: gráficos informatizados ou em papel, onde se reconhece toda a informação sobre o doente, desde a sua admissão até à sua alta, assim como todos os documentos anexos aceites pela comissão de documentação clínica do hospital. Devidamente realizados: registo de todos os dados especificados na normativa de uso da história clínica de cada hospital breve resumo por turno do estado do doente e registo de toda a atividade planificada e realizada por enfermagem. Tudo devidamente assinado pelo profissional de enfermagem responsável pelo doente. Todos os registos de doentes com alta do SMI, durante o período de estudo. Resultado Documentação clínica 100% Referências: González Sánchez JA, Cosgaya García O, Simón García MJ, Blesa Malpica AL. Registros de enfermería: convencional frente a informatizado. Unidad de cuidados críticos. Enferm Intensiva. 2004;15(2):53-62 Perpiñá Galvan J. Análisis de los registros de enfermería del Hospital General Universitario de Alicante y pautas para mejorar su cumplimentación Enferm Clin. 2005;15:95-102. Del Olmo-Núñez SM, Casas-De la Cal L, Mejías-Delgado A. El registro de enfermería: un sistema de comunicación. Enferm Clin. 2007; 17(3): 142-5. Donati A, Gabbanelli V, Pantanetti S, Carletti P, Principi T, Marini B, Nataloni S, Sambo G, Pelaia P. The impact of a clinical information system in an intensive care unit. J Clin Monit Comput. 2008 Feb;22(1):31-6. 125 INDICADOR Nº 77 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ERROS DE MEDICAÇÃO NO SERVIÇO DE MEDICINA INTENSIVA (SMI) Segurança Os erros de medicação são dos incidentes mais frequentes no SMI e associam-se a um aumento da morbilidade, mortalidade, internamento e custos. A comunicação destes erros permite realizar ações no sentido da prevenção. nº total de erros de medicação notificados __________________________________________ x 100 nº total de administrações de medicação Nº total de administrações: realiza-se calculando a média de doentes num ano de SMI e calculando a média de administrações de medicação por doente (aprox. 15 administrações diárias). Erro de medicação: aquele que ocorre em qualquer uma das fases de utilização do medicamento. Todos os doentes admitidos no SMI, durante o período de estudo Critérios de exclusão: reações adversas aos medicamentos. Resultado Observação direta Impresso de comunicação de “erros de medicação”. Documentação clínica 5% Referências: Holzmuller, C.G., Pronovost, P.J., Dickman, F., Thompson, D.A., Wu, A.W., Lubomski, L.H., Fahey, M., Steinwachs, D.M., Engineer, L., Jaffrey, A., Morlock, L.L., & Dorman, T. (2003). Creating the Web-Based Intensive Care Unit Safety Reporting System (ICUSRS). J Am Med Inform. doi:10.1197/jamia. M1408 Lacasa, C., Humet, C, & Cot, R. (1998). Errores de Medicación. Ed. EASO. 2001. Programa de garantía de calidad en el Servicio de Farmacia del Hospital de Barcelona (II). Farm Hosp., 22 (6), 271-278. SEMICYUC. (2007). Incidentes y eventos adversos en medicina intensiva. Seguridad y riesgo en el enfermo crítico. SYREC 2007. Madrid: Ministerio de Sanidad y Política Social; 2009. http://www.seguridaddelpaciente.es/ contenidos/castellano/SYREC.pdf . Valentin, A., Capuzzo, M., Guidet, B., Moreno, R., Metnitz, B., Bauer, P., Metnitz, P., Research Group on Quality Improvement of the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM), & Sentinel Events Evaluation (SEE) Study Investigators. (2009). Errors in administration of parenteral drugs in intensive care units: multinational prospective study. BMJ, 338, b814. INDICADOR Nº 78 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO DE LAVAGEM DAS MÃOS Segurança e efetividade A lavagem das mãos é uma medida principal para reduzir as infeções nosocomiais. Estas infeções elevam a morbilidade, a mortalidade e implicações nos custos por si só da própria patologia de base do doente. A utilização de soluções alcoólicas diminui a incidência de infeção nosocomial em 40%. nº de lavagem das mãos realizado pelos profissionais ___________________________________________________ x 100 nº de oportunidades de lavagem das mãos no serviço Recomendações segundo a evidência: Lavagem higiénica: Procedimento: com água e sabão neutro. Duração: 20 seg Indicação: antes do início do turno, de comer, ter contato com algum doente, manipular sistemas que devem ser estéreis, preparar medicação o alimentos, realizar algum procedimento de curta duração (menos de 10 min) e sempre que haja sujidade visível. Depois de ir ao WC, comer, manipular material contaminado com secreções, tocar num doente ou no final do turno. Antes e depois do contato com feridas e manipulação de sistemas de drenagem. Entre doente e doente. Lavagem antisséptica: procedimento com solução hidroalcoólica. Duração: 2 min indicação: antes de realizar procedimentos invasivos de larga duração (20 min) e qualquer manobra que realizemos a doentes imunodeprimidos o uso de luvas não exclui a lavagem das mãos Todo o profissional de saúde durante o período de estudo (médico, enfermeiro, assistente operacional, restante staff que contatar com o doente) Processo Observação direta 90% Referências: Alianza Mundial para la Seguridad del Paciente. (2005). Directrices de la OMS sobre higiene de las manos en atención sanitaria. Unas manos limpias son manos más seguras. OMS. Disponible en http://www.inicc.org/guias/HHWho.pdf. Centers for Disease Control and Prevention. (2002). Guidelines for hand hygiene in health-care settings: Recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR, 51 (No. RR-16). Disponible en: http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5116a1.htm. Elola, P., Aroca, J., Huertas, M.V., Díez, J., Rivas, L., Martínez, G., et al. (2008). Programa de formación sobre la higiene de las manos. Estudio comparativo aleatorizado del lavado higiénico y el uso de soluciones alcohólicas. Enferm Clin, 18 (1), 5-10. Joint Commission. (2009). Measurement hand hygiene adherence overcoming the challenges. Disponible en: http://www.jointcommission.org/NR/rdonlyres/68B9CB2F-789F-49DB-9E3F 2FB387666BCC/0/hh_monograph.pdf. Kampf, G., Löffler, H., &Gastmeier, P. (2009). Hand hygiene for the prevention of nosocomial infections. Dtsch Arztebl Int, 106 (40), 649-655. 126 INDICADOR Nº 79 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REMOÇÃO ACIDENTAL DE CATÉTERES VASCULARES Segurança e efetividade A remoção acidental de cateteres afeta de forma direta a segurança do doente, supõe um aumento de risco de complicações, um aumento de cargas de trabalho, internamento e por conseguinte um aumento do custo económico (recursos materiais e humanos). nº de cateteres vasculares retirados acidentalmente __________________________________________ x 1000 dias nº de dias de cateteres vasculares Catéter removido acidentalmente inclui: remoção pelo doente; remoção pelo staff ao realizar alguma manobra; obstrução do cateter. Critérios de inclusão: cateter venoso central (inserção central ou periférica) e arterial cateteres inseridos no SMI ou fora dele. Todo os dias de cateter vascular em doentes com alta do SMI que tenham permanecido mais de 24 horas, durante o período de estudo Resultado Documentação clínica Catéter arterial: 15 catéteres por 1000 dias Catéter venoso central: 6 catéteres por 1000 dias Referências: Amo, M.D., Carmona, F.J., Gómez, I., Bonilla, G., & Gordo, F. (2004). Valoración de la eficacia de la implantación de un protocolo de canulación arterial como método de garantía de calidad. Enferm Intensiva, 15, 159-164. Arias-Rivera, S., Sánchez-Sánchez, M.M., Sánchez-Izquierdo, R., Gallardo-Murillo, M.J., Santos-Díaz, R.I., & Frutos-Vivar, F. (2008). Implementación de un protocolo de sedación dirigido por enfermería: Efecto sobre el nivel de sedación y la retirada accidental de tubos y catéteres. Enferm Intensiva, 19 (2), 71-77. Carrion, M.I., Ayuso, D., Marcos, M., Robles, M.P., De la Cal, M.A., Alía, I., & Esteban, A. (2000). Accidental removal of endotracheal and nasogastric tubes and intravascular catheters. Critical Care Med , 28, 63-66. Goñi, R., García, M.P., Vázquez, M., Margall, M.A., & Asiain, M.C. (2004). Evaluación de la calidad de los cuidados en la UCI a través de un plan de enfermería informatizado. Enferm Intensiva, 15, 76-85. Lorente, L., Huidobro, M.S., Martin, M.M., Jiménez, A., & Mora, M.L. (2004). Accidental catheter removal in critically ill patients: A prospective and observational study. Critical Care, 8 (4), 229-233. INDICADOR Nº 80 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REVISÃO DO CARRO DE REANIMAÇÃO Segurança e adequação A correta manutenção dos carros de reanimação asseguram a disponibilidade do material em caso de ser necessário o seu uso. É um nível de controlo preventivo perante a potencial resposta a uma emergência. nº revisões realizadas segundo o protocolo __________________________________________ x 100 nº de revisões indicadas (dias x 3) Revisão do carro de reanimação, ajustada ao protocolo, inclui: tempo: 3 vezes/dia (turnos de enfermagem de 8 horas) conteúdo: o comprovar selagem do carro o se selado, assinatura e data da revisão; o se não selado, comprovar lista quantitativa dos fármacos, material de via aérea e suporte circulatório o controlo do monitor, desfibrilhador efetuando-lhe o teste funcional ( segundo as instruções de funcionamento de cada monitor, respeitando as normas do fabricante Todas as revisões do carro previstas (3/dia) durante o período de estudo Critério de exclusão: a revisão do carro que se realiza depois de saber que foi utilizado Processo Folha específica de controlo do carro de reanimação 100% Referências: Agency for Healthcare Research and Quality: www.ahrq.gov Calvo Macías, C et al.. (2007). Material del carro de reanimacion cardiopulmonar pediátrica. An Pediatr (Barc), 66, 51-54. Joint Commission. Estándares internacionales de acreditación de hospitales. 2000. Requisito: Cumplimiento norma UNE 60601.Requisitos de seguridad para equipos de electromedicina ( Normativa de la sociedad española de electromedicina e ingeniería clínica, SEEIC). Rodríguez-Borrajo, S. et al. (2008). Conocimientos de las enfermeras de hospitalización del plan de atención a las situaciones de amenaza vital inmediata. Enferm Clin., 18, 190-196. 127 DOMÍNIO XI – ÉTICA INDICADOR Nº 81 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ADEQUAÇÃO DOS CUIDADOS DE FIM DE VIDA Efetividade e satisfação A adequação dos cuidados de fim de vida deve ser contemplado em todos os doentes no SMI, onde uma percentagem importante falece pela decisão de limitação do tratamento de suporte vital (LTSV). Existe uma enorme variabilidade na prática clínica nos cuidados de fim de vida. A existência de protocolos baseados nas recomendações das sociedades científicas pode diminuir a variabilidade e melhorar a qualidade nº de doentes falecidos no SMI com LTSV a quem se aplicou o protocolo __________________________________________ x 100 nº total de doentes falecidos no SMI com LTSV Os requisitos mínimos a cumprir no protocolo de cuidados no fim de vida: justificação de LTSV; omissão ou remoção do tratamento de suporte vital; sedação na LTSV; incorporação de instruções prévias; uso de formulários LTSV; aconselhamento e suporte dos familiares; processo de comunicação. Todos os doentes falecidos no SMI com LTSV, durante o período de estudo Processo Documentação clínica 100% A medição deste indicador implica a existência de um protocolo específico para os doentes em fim de vida no SMI e a sua aplicação a doentes falecidos com LTSV. Referências: Cabré, L.l., Abizanda, R., Baigorri, F., Blanch, L., Campos, J.M., Irribaren, S., Mancebo, J., Martín, M.C., Martínez, K,, Monzón, J.L., Nolla, M., Rodriguez, A., Sánchez, J.M., Saralegui, I., Solsona, J.F., & Grupo de trabajo de la SEMICYUC. Código ético de la Sociedad Española de Medicina Intensiva Crítica y Unidades Coronarias (SEMICYUC). Med Intensiva, 30, 1-5. Clarke, E.B., Curtis, J.R., Luce, J.M., Levy, M., Danis, M., Nelson, J., Solomon, M.Z., & Robert Wood Johnson Foundation Critical Care End-Of-Life Peer Workgroup Members. (2003). Quality indicators for end-of-life care in the intensive care unit. Crit Care Med., 31 (9), 2255-2262. Monzón Marín, J.L., Saralegui Reta, I., Abizanda i Campos, R., Cabré Pericas, L., Iribarren Diarasarri, S., Martín Delgado, M.C., Martínez Urionabarrenetxea, K., & Grupo de Bioética de la SEMICYUC. (2008). Treatment recommendations at the end of the life of the critical patient. Med Intensiva, 32 (3), 121-133. Truog, R.D., Campbell, M.L., Curtis, J.R., Haas, C.E., Luce, J.M., Rubenfeld, G.D., Rushton, C.H., Kaufman, D.C., & American Academy of Critical Care Medicine. (2008). Recommendations for end-of-life care in the intensive care unit: a consensus statement by the American College [corrected] of Critical Care Medicine. Crit Care Med, 36 (3), 953-963. INDICADOR Nº 82 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INFORMAÇÃO AOS FAMILIARES DOS DOENTES NO SMI Satisfação A informação aos doentes é um direito regulado pela legislação atual. Uma percentagem importante de doentes críticos não é capaz de receber esta informação, por este motivo a informação em muitas situações deve ser dada aos familiares ou representantes. No caso dos doentes no SMI, dada a gravidade e variabilidade da sua situação clínica, a informação dada, deve cumprir uma série de requisitos nº de doentes/família informados que cumprem os requisitos __________________________________________ x 100 nº de doentes admitidos no SMI Família: familiares diretos, agregados ou representantes legais do doente; Requisitos da informação à família: se o doente é capaz, deve ser informado; - ser diária (incluindo fins de semana e feriados) e com tempo necessário para poder explicar as mudanças mais relevantes e para responder a todas as dúvidas dos familiares. Inclui a informação na admissão do doente; - num sitio confortável e com suficiente privacidade; - a informação deve ser dada pelo médico responsável do doente; deverá ser explícito quem deve dar essa informação na ausência do médico responsável. - Recomenda-se o registo de informação dada na documentação clínica. Todos os doentes admitidos no SMI, durante o período de estudo critérios de exclusão: o doentes sem familiares ou representantes; o doentes que expressam o desejo de não informar a família. Processo Documentação clínica 100% Referências: Abizanda Campos, R., Bernat Adell, A., Ballester Arnal, R., Bisbal Andrés, E., Vidal Tegedor, B., Cubedo Bort, M., & Reig Valero, R. (2008). Information strategies in a polyvalent Intensive Care Unit. Med Intensiva, 32 (5), 216-221. Davidson, J.E., Powers, K., Hedayat, K.M., Tieszen, M., Kon, A.A., Shepard, E., Spuhler, V., Todres, I.D., Levy, 128 M., Barr, J., Ghandi, R., Hirsch, G., Armstrong, D., American College of Critical Care Medicine Task Force 2004-2005, & Society of Critical Care Medicine. (2007). Clinical practice guidelines for support of the family in the patient-centered intensive care unit: American College of Critical Care Medicine Task Force 2004-2005. Crit Care Med, 35 (2), 605-622. Halpern, N.A., Raoof, N.D., Voigt, L.P., & Pastores, S.M. (2008). Challenging family dialogues within the intensive care unit: An intensivist's perspective. J Hosp Med., 3 (4), 354-356. Ley 41/2002, 15 noviembre. Básica reguladora de la autonomía del paciente y de derechos y obligaciones en materia de información y documentación clínica. BOE. INDICADOR Nº 83 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INCORPORAÇÃO DE INSTRUÇÕES PRÉVIAS NA TOMADA DE DECISÕES Adequação e satisfação Os documentos com “instruções prévias” (DIP), facilitam o respeito pela autonomia dos doentes incapazes. A legislação atual estabelece e regula a obrigação de incorporar as instruções prévias na tomada de decisões. É dever dos médicos explorar a existência de DIP no processo de tomada de decisões, nos doentes que não podem expressar as suas preferências. nº de doentes incapazes com instruções prévias na tomada de decisões __________________________________________________________ x 100 nº total de doentes incapazes Doente incapaz: doente incapaz de tomar decisões. Instruções prévias: implica a pesquisa de DIP que cumprem os requisitos legais. Deve ter-se em linha de conta outro tipo de instruções prévias não reguladas legalmente (documentos escritos, instruções orais...) Todos os doentes incapazes admitidos no SMI, durante o período de estudo. Processo Documentação clínica: deve figurar explicitamente por parte do médico responsável, que houve pesquisa da existência ou não de DIP, antes de tomar decisões num doente incapaz. 100% Referências: Lautrette, A., Peigne, V., Watts, J., Souweine, B., & Azoulay, E. (2008). Surrogate decision makers for incompetent ICU patients: A European perspective. Curr Opin Crit Care, 14 (6), 714-71 9. Ley 41/2002, 15 noviembre. Básica reguladora de la autonomía del paciente y de derechos y obligaciones en materia de información y documentación clínica. BOE. Lillyard, A.R. (2007). Ethics review: 'Living wills' and intensive care--an overview of the American experience. Crit Care, 11 (4), 219. Saralegui Reta, I., Monzón Marín, J.L., & Martín, M.C. (2004). Instrucciones previas en Medicina Intensiva. Med Intensiva, 28, 256-261. Silveira, M.J., Kim, S.Y., & Langa, K.M. (2010). Advance directives and outcomes of surrogate decision making before death. N Engl J Med., 362 (13), 1211-1218. Whetstine, L.M. (2007). Advanced directives and treatment decisions in the intensive care unit. Crit Care, 11 (4), 150. INDICADOR Nº 84 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários CUMPRIMENTO DO “DOCUMENTO DE CONSENTIMENTO INFORMADO” (DCI) Satisfação Toda a atuação na área de saúde requer o consentimento prévio do doente ou familiares. A sua ausência, torna vulnerável o principio da autonomia. Ainda que o consentimento, regra geral, seja verbal, a legislação estabelece que deverá ser por escrito em determinadas circunstâncias (cirurgia, procedimentos invasivos e outros que coloquem suponham riscos ou inconvenientes notórios). nº de DCI bem documentados __________________________________________ x 100 nº de procedimentos realizados e tributados de CI DCI bem documentados: documento em que consta a identificação e assinatura, do médico e doente/familiar e uma breve descrição do procedimento e possíveis riscos, assim como possíveis alternativas se as houver. Procedimentos tributados de DCI: o grupo de bioética da SEMICYUC recomenda os seguintes: traqueostomia; transfusão de hemoderivados não urgente; intervenção cirúrgica urgente; técnicas de depuração extra-renal; pacemaker não urgente plasmaferése; angiografias. Critérios de exclusão: doentes incapazes e sem possibilidade de contato com familiares ou representantes. Todos os procedimentos realizados (dos enunciados anteriormente) durante o período de estudo. Processo Documentação clínica 100% Referências: Clark, P.A. (2007). Intensive care patients' evaluations of the informed consent process. Dimens Crit Care Nurs, 26 (5), 207-226. Davis, N., Pohlman, A., Gehlbach, B., Kress, J.P., McAtee, J., Herlitz, J., & Hall, J. (2003). Improving the process 129 of informed consent in the critically ill. JAMA, 289 (15), 1963-1968. Fan, E., Shahid, S., Kondreddi, V.P., Bienvenu, O.J., Mendez-Tellez, P.A., Pronovost, P.J., & Needham, D.M. (2008). Informed consent in the critically ill: A two-step approach incorporating delirium screening. Crit Care Med, 36 (1), 94-99. Ley 41/2002, 15 noviembre. Básica reguladora de la autonomía del paciente y de derechos y obligaciones en materia de información y documentación clínica. BOE. Solsona, J.F., Cabré, L., Abizanda, R., Campos, J.M., Sainz, A., Martín, M.C., Sánchez, J.M., Bouza, C., Quintana, M., Saralegui, I., Monzón, J.L., & gGupo de Bioética de la SEMICYUC. (2002). Recomendaciones del grupo de bioética de la SEMICYUC sobre el Consentimiento Informado en UCI. Med. Intensiva, 26 (5), 254-255. INDICADOR Nº 85 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários LIMITAÇÃO DO TRATAMENTO DE SUPORTE VITAL (LTSV) Adequação e satisfação O objetivo da LTSV é evitar o encarniçamento terapêutico. A LTSV estabelece-se como uma percentagem importante dos doentes admitidos no SMI. A decisão de LTSV nunca deve tomar-se de forma individual, de modo que deverá cumprir requisitos imprescindíveis, tanto científicos como de consenso. nº de indicações de LTSV que cumprem requisitos __________________________________________ x 100 nº de indicações de LTSV totais Considera-se LTSV, tanto a remoção de medidas de terapêuticas como a sua não introdução. Consideram-se requisitos para a sua indicação: fundamentar-se na melhor evidência científica possível e disponível; ter em linha de conta a “vontade” do doente, bem como a existência de “instruções prévias”; consenso do grupo assistencial; informar e consultar os familiares. Na documentação clínica deve ficar registado todos os requisitos anteriores: decisão de LTSV, fundamentação clínica, a existência ou não de consenso, comunicação ou não com a família e se houve existência de condições prévias. Todos os doentes admitidos no SMI, q quem foi aplicado LTSV, durante o período de estudo Critérios de exclusão: decisão de não admitir um doente no SMI; a LTSV pode excepcionalmente ser tomada de forma individual. Processo Documentação clínica 100% No caso de discrepâncias na tomada de decisões entre profissionais e familiares é recomendável consultar o comité de ética hospitalar. Referências: Cabré, L., Mancebo, J., Solsona, J., Saura, P., Gich, I., Blanch, L., et al. (2005). Multicenter study of the multiple organ dysfunction syndrome in intensive care units: The usefulness of Sequential Organ Failure Assessment scores in decision making. Intensive Care Med, 31 (7), 927-933. Cabré, L., Solsona, J.F., & Grupo de Trabajo de Bioética de la SEMICYUC. (2002). Limitación del esfuerzo terapéutico en Medicina Intensiva. Med Intensiva, 26, 304-311. Esteban, A., Gordo, F., Solsona, J.F., Alía, I., Caballero, J., Bouza, C., Alcalá-Zamora, J., Cook, D.J., Sanchez, J.M., Abizanda, R., Miró, G., Fernández Del Cabo, M.J., De Miguel, E., Santos, J.A., & Balerdi, B. (2001). Withdrawing and withholding life support in the intensive care unit: A Spanish prospective multi-centre observational study. Intensive Care Med, 27 (11), 1744-1749. 130 INDICADOR Nº 86 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários UTILIZAÇÃO DE MEDIDAS DE CONTENÇÃO Segurança e adequação As medidas de contenção (físicas e/ou farmacológicas), utilizam-se em muitas ocasiões no SMI, umas vezes por segurança do próprio doente e outras para evitar danos da equipa multidisciplinar. Dadas as conotações éticas que a sua utilização implica (uso em doentes incapazes, impossibilidade de contar com a aprovação da família, possibilidade de abuso por parte dos profissionais, assim como as possíveis consequências não desejáveis do ponto de vista clínico, a sua introdução deve estar regulamentada por um protocolo. nº de contenções ajustadas ao protocolo __________________________________________ x 100 nº contenções realizadas A contenção do doente pode ser física ou farmacológica. A prescrição apenas deve ser efetuada pelo clinico responsável, embora possa ser iniciada por enfermagem. O protocolo deve contemplar como mínimo: definição de contenção e tipo; indicação de situações em que deve realizar-se contenção; seguimento do doente submetido a contenção; porquê e quando; documentação da história clínica. Todos os tipos de contenção realizados durante o período de estudo. Critério de exclusão: não deve ser considerada contenção as medidas de imobilização de caráter terapêutico (trações), nem as imobilizações por ordem judicial. Processo Documentação clínica (A ordem de contenção deve figurar tanto na documentação clínica como na de enfermagem). 100% A medição deste indicador implica a existência de um protocol específico para a indicação e manuseio da contenção. Referências: Hofsø, K., & Coyer, F.M. (2007). Part 1. Chemical and physical restraints in the management of mechanically ventilated patients in the ICU: Contributing factors. Intensive Crit Care Nurs, 23 (5), 249-255. Hofsø, K., & Coyer, F.M. (2007). Part 2. Chemical and physical restraints in the management of mechanically ventilated patients in the ICU: A patient perspective. Intensive Crit Care Nurs, 23 (6), 316-322. Maccioli, G.A., Dorman, T., Brown, B.R., Mazuski, J.E., McLean, B.A., Kuszaj, J.M., Rosenbau, S.H., Frankel, L.R., Devlin, J.W., Govert, J.A., Smith, B., Peruzzi, W.T., American College of Critical Care Medicine, & Society of Critical Care Medicine. (2003). Clinical practice guidelines for the maintenance of patient physical safety in the intensive care unit: Use of restraining therapies--American College of Critical Care Medicine Task Force 2001-2002. Crit Care Med, 31 (11), 2665-2676. Martin, B., & Mathisen, L. (2005). Use of physical restraints in adult critical care: A bicultural study. Am J Crit Care, 14 (2), 133-142. 131 DOMÍNIO XII – PLANIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INDICADOR Nº 87 Nome do indicador Dimensão Justificação RONDA DIÁRIA PELA EQUIPA MULTIDISCIPLINAR Segurança O trabalho de equipa é imprescindível para oferecer uma atenção segura aos doentes. As rondas clínicas diárias multidisciplinares têm demonstrado diminuir o risco de eventos adversos, facilitar o trabalho de equipa e melhorar a comunicação entre profissionais. nº de dias em que se realizam rondas clínicas multidisciplinares _________________________________________________ x 100 365 Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Rondas multidisciplinares: presença de staff médico e de enfermagem. Rondas clínicas: revisão da situação clínica dos doentes e tomada de decisões. Todos os dias do ano. Processo Plano funcional do SMI. 80% Referências: Curtis, J.R., Cook, D.J., Wall, R.J., Angus, D.C., Bion, J., Kacmarek, R., Kane-Gill, S.L., Kirchhoff, K.T., Levy, M., Mitchell, P.H., Moreno, R., Pronovost, P., & Puntillo, K. (2006). Intensive care unit quality improvement: a "how-to" guide for the interdisciplinary team. Crit Care Med, 34 (1), 211-218. Kim, M.M., Barnato, A.E., Angus, D.C., Fleisher, L.A., & Kahn, J.M. (2010). The effect of multidisciplinary care teams on intensive care unit mortality. Arch Intern Med, 170 (4), 369-376. Miller, A., Scheinkestelm, C., Limpus, A., Joseph, M., Karnik, A., & Venkatesh, B. (2009). Uni and interdisciplinary effects on round and handover content in intensive care units. Hum Factors, 51 (3), 339-353. Puntillo, K.A., & McAdam, J.L. (2006). Communication between physicians and nurses as a target for improving end-of-life care in the intensive care unit: Challenges and opportunities for moving forward. Crit Care Med, 34 (11 Suppl), S332-S340. INDICADOR Nº 88 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PASSAGEM DE TURNO REGRADA Segurança O intercâmbio multidisciplinar de informação relacionada com o doente é um componente essencial para a segurança, contribui para melhorar a efetividade das medidas e o cuidado centrado no doente no SMI. A elevada frequência de transmissão de informação, a gravidade do doente e a grande quantidade de dados a transmitir tornam mais difícil este intercâmbio de informação no doente crítico. A comunicação verbal pode ser afetada por interrupções e limitações de tempo podendo perder-se informação muito valiosa para a continuidade assistencial. nº de passagens de informação/turno regradas __________________________________________ x 100 nº total de passagens de turno entre profissionais Passagem de turno regradas: aquela que se produz entre profissionais (médico-médico; enfermeira-enfermeira) de forma rotineira (mudança de turno) e que contempla: identificação do profissional responsável pela atenção do doente; tempo e lugar pré-estabelecido para a passagem de informação; informação clínica relevante incluindo a situação atual do doente; informação sobre a tomada de decisões; procedimentos e exames complementares pendentes/sob avaliação; informação transmitida ao doente/familiares; dados mais relevantes que deverão estar acessíveis na documentação clínica. Todos as passagens de informação rotineiras realizados durante um período de tempo. Critérios de exclusão: passagens de informação a outros profissionais implicados no tratamento do doente. Processo Plano funcional do SMI 90% Referências: Arora, V.M., Manjarrez, E., Dressler, D.D., Basaviah, P., Halasyamani, L., & Kripalani, S. (2009). Hospitalist handoffs: A systematic review and task force recommendations. J Hosp Med, 4 (7), 433-440. Benham-Hutchins, M.M., & Effken, J.A. (2010). Multi-professional patterns and methods of communication during patient handoffs. Int J Med Inform, 79 (4), 252-267. Riesenberg, LA., Leisch, J., & Cunningham, J.M. (2010). Nursing handoffs: A systematic review of the literature. Am J Nurs, 110 (4), 24-34. Solet, D.J., Norvellm, J.M., Rutan, G.H., & Frankel, R.M. (2004). Lost in translation: Challenges and opportunities in physician-to-physician communication during patient handoffs. Acad Med, 80 (12), 1094-1099. 132 INDICADOR Nº 89 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários SUSPENSÃO DE CIRURGIA PROGRAMADA Segurança e eficiência A suspensão de intervenções cirúrgicas (IC) programadas por falta de camas no SMI pode supor um risco para o doente, diminui a satisfação e aumenta o tempo de internamento e os custos. nº de IC programadas e suspendidas por falta de cama, previamente reservada no SMI __________________________________________ x 100 nº total de IC programadas e com cama reservada no SMI IC programada e suspendida por falta de cama no SMI: aquela que não se realiza no dia previsto pelo motivo referido Todas as intervenções cirúrgicas programadas com cama previamente reservada no SMI durante o período de estudo. Critérios de exclusão: cirurgias programadas com reserva no SMI que no final da intervenção se considera desnecessário a sua admissão no SMI (reavaliação do risco ou êxito) Resultado Registo de gestão do SMI Registos cirúrgicos 10% Referências: Galván, M.A., & Flores, N.G. (2006). La suspensión de cirugía programada como un indicador de calidad en la atención hospitalaria. Rev Hosp M Gea Glz, 7 (2), 59-62. Pronovost, P.J., Berenholtz, S.M., Ngo, K., McDowell, M., Holzmueller, C., Haraden, C., Resar, R., Rainey, T., Nolan, T., & Dorman, T. (2003). Developing and pilot testing quality indicators in the intensive care unit. Journal of Critical Care, 18, 145-155. van Houdenhoven, M., Nguyen, D.T., Eijkemans, M.J., Steyerberg, E.W., Tilanus, H.W., Gommers, D., Wullink, G., Bakker, J., & Kazemier, G. (2007). Optimizing intensive care capacity using individual length-of- stay prediction models. Crit Care, 11 (2), R42. Williams, T., & Leslie, G. (2004). Delayed discharges from an adult intensive care unit. Aust Health Rev, 28 (1), 8796. INDICADOR Nº 90 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ALTA PRECOCE OU INADEQUADA DO SMI Segurança e adequação O número limitado de camas dos SMI, o aumento de doentes críticos, favorece o fenómeno de alguns doentes terem alta precoce ou inadequada. A alta precoce ou inadequada associa-se a um aumento do número de eventos adversos, reingressos, demora hospitalar, custos e mortalidade hospitalar. nº de doentes com alta precoce ou inadequada do SMI __________________________________________ x 100 nº total de doentes com alta do SMI Alta precoce ou inadequada: doentes com alta de forma não programada: não consensual em sessão de discussão clínica ou forçada para admitir outro doente (durante a noite) doentes com alta sem cumprir os critérios standardizados Todos os doentes com alta do SMI no período de estudo Critérios de exclusão: limitação de tratamento de suporte vital Processo Documentação clínica 1% As equipas de emergencia médicas ou o seguimento destes doentes por profissionais de intensivos poderiam reduzir o impacto negative nestes doentes. Referências: (1) Guidelines for intensive care unit admission, discharge, and triage. Task Force of the American College of Critical Care Medicine, Society of Critical Care Medicine (1999). Critical Care Medicine, 27, 633-638. Daly, K., Beale, R., & Chang, R.W.S. (2001). Reduction in mortality after inappropriate early discharge from intensive care unit: Logistic regression triage model. BMJ, 322, 1274-1276. Hanane, T., Keegan, M.T., Seferian, E.G., Gajic, O., & fessa, B. (2008). The association between nighttime transfer from the intensive care unit and patient outcome. Crit Care Med, 36 (8), 2232-2237. Priestap, F.A., & Martin, C.M. (2006). Impact of intensive care unit discharge time on patient outcome. Crit Care Med, 34 (12), 2946-2951. 133 INDICADOR Nº 91 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ATRASO NA ALTA DO SMI Eficiência, acessibilidade e adequação O atraso na alta de doentes críticos relaciona-se com o aumento de custo inadequado, reduzindo o número de camas disponíveis para novas admissões. Pode aumentar a morbilidade dos doentes e dificulta a relação com a família. A gestão adequada de camas e a programação precoce de altas reduz o atraso na alta. nº de internamentos com atraso da alta no SMI __________________________________________ x 100 nº total de internamentos Atraso da alta: intervalo de tempo superior a 12 horas desde a indicação da alta até à sua saída do SMI. Todos os internamentos de doentes com alta do SMI no período de estudo. Critérios de exclusão: internamentos de doentes com alta para outros centros; internamentos de doentes em que, por motivo médico, se decide atrasar a alta do SMI previamente indicada Resultado Documentação clínica 9% Referências: Lin, F., Chaboyer, W., & Wallis, M. (2009). A literature review of organisational, individual and teamwork factors contributing to the ICU discharge process. Aust Crit Care, 22 (1), 29-43. Pronovost, P.J., Berenholtz, S.M., Ngo, K., McDowell, M., Holzmueller, C., Haraden, C., Resar, R., Rainey, T., Nolan, T., & Dorman, T. (2003). Developing and pilot testing quality indicators in the intensive care unit. Journal of Critical Care, 18, 145-155. Williams, T.A., Leslie, G.D., Brearley, L., Leen, T., & O'Brien, K. (2010). Discharge delay, room for improvement? Aust Crit Care, 23 (3), 141-149. INDICADOR Nº 92 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários DEMORA NA ADMISSÃO NO SMI Acessibilidade, eficiência e segurança A demora de admissão de um doente crítico no SMI, associa-se a um aumento da mortalidade e morbilidade, assim como um aumento de custos monetários. Habitualmente, está relacionado com a falta de camas no SMI nº de doentes críticos que são admitidos com uma demora > 4 horas __________________________________________ x 100 nº total de doentes com alta do SMI Demora: intervalo de tempo decorrido desde a indicação de admissão pelo médico do SMI e a admissão no SMI Todos os doentes com alta do SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: doentes transferidos de outro centro Resultado Documentação clínica 5% A demora na admissão não isenta o intensivista de dar atenção ao doente crítico, independentemente do local do hospital, onde este se encontra. Referências: Cardoso, L.T., Grion, C.M., Matsuo, T., Anami, E.H., Kauss, I.A., Seko, L., & Bonametti, A.M. (2011). Impact of delayed admission to intensive care units on mortality of critically ill patients: A cohort study. Crit Care, 15 (1), R28. Carter, A.W., Pilcher, D., Bailey, M., Cameron, P., Duke, G.J., & Cooper, J. (2010). Is ED length of stay before ICU admission related to patient mortality? Emerg Med Australas, 22 (2), 145-150. Chalfin, D.B., Trzeciak, S., Likourezos, A., Baumann, B.M., Dellinger, R.P, & DELAY-ED Study Group. (2007). Impact of delayed transfer of critically ill patients from the emergency department to the intensive care unit. Crit Care Med, 35 (6), 1477-1483. Restrepo, M.I., Mortensen, E.M., Rello, J., Brody, J., & Anzueto, A. (2010). Late admission to the ICU in patients with community-acquired pneumonia is associated with higher mortality. Chest, 137 (3), 552-557. Vidal Tejedor, B., Micó Gómez, M., Abizanda Campos, R., Alvaro Sánchez, R., Belenguer Muncharaz, A., Mateu Campos, L., & Andrés, E.B. (2008). Bias in time delay in ICU admission as a mortality risk factor or "lead time bias". Med Intensiva, 32( 6), 272-276. 134 INDICADOR Nº 93 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PESQUISA DE QUALIDADE PERCECIONADA NA ALTA DO SMI Satisfação A atenção centrada no doente, constitui um dos principais objetivos da atenção assistencial. As pesquisas de satisfação, são um dos métodos mais utilizados para conhecer a qualidade percepcionada pelos doentes e familiares e estabelecer medidas que permitam melhorar os resultados. nº de pesquisas entregues e contestadas __________________________________________ x 100 nº de doentes com alta do SMI Alta inclui: alta para o internamento, domiciliária, para outro hospital ou morte. Serão contabilizados os reinternamentos Pesquisa de qualidade contestada: pesquisa com mais de 70% dos itens contestados pelo próprio doente ou familiares. Todos os doentes com alta do SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: internamento em UCI com < 24 horas. Processo Registos de enfermagem 50% Recomenda-se que a pesquisa de satisfação inclua itens sobre: 1. Condições ambientais; 2. Relações com o pessoal medico; 3 Relação com o pessoal de enfermagem; 4. Aspetos relacionados com as visitas; 5. Informação recebida. Referências: Dodek, P.M., Heyland, D.K., Rocker, G.M., & Cook, D.J. (2004). Translating family satisfaction data into quality improvement.Crit Care Med, 32, 1922-1926. Heyland, D.K., Rocker, G.M., Dodek, P.M., Kutsogiannis, D.J., Konopad, E., Cook, D.J., Peters, S., Tranmer, J.E., & O'Callaghan, C.J. (2002). Family satisfaction with care in the intensive care unit: Results of a multiple center study. Crit Care Med, 30 (7), 1413-1418. Pérez, M.D., Rodríguez, M., Fernández, A., Calatán, M., & Montejo, J.C. (2004). Valoración de grado de satisfacción de los familiares de pacientes ingresados en una unidad de cuidados intensivos. Med Intensiva, 28 (5), 234-249. Santana Cabrera, L., Ramírez Rodríguez, A., García Martul, M., Sánchez Palacios, M., Martín González, J.C., & Hernández Medina, E. (2007). Satisfaction survey administered to the relatives of critical patients. Med Intensiva, 31 (2), 57-61. Wasser, T., Pasquale, M.A., Matchett, S.C., Bryan, Y., & Pasquale, M. (2001). Establishing reliability and validity of the critical care family satisfaction survey. Crit Care Med, 29, 192-196. INDICADOR Nº 94 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários INFORMAÇÃO DE ALTA DO SMI Efetividade A codificação estandardizada do diagnóstico principal, diagnósticos secundários e procedimentos de alta do SMI constitui uma ferramenta essencial para a gestão e melhoria da qualidade. Também evita a perda de informação do produto gerado no SMI. Para isso é necessário que na informação da alta se recolha corretamente a informação relacionada. nº de doentes com alta do SMI com informação necessária para a codificação __________________________________________ x 100 nº total de doentes com alta do SMI Informação requerida para a codificação: diagnóstico principal: relacionado com a admissão hospitalar diagnósticos secundários: diagnósticos evolutivos ou complicações. Sem comorbilidades. Recomenda-se até 5 procedimentos: realizados ou não pelo staff do SMI durante o internamento na unidade. Todos os doentes com alta do SMI durante o período de estudo. Processo Serviço de documentação clínica 100% Referências: Abizanda Campos, R., Ferrándiz Sellés, A., & Reig Valero, R. (2008). Patient data management systems or unit data management systems. Two clinical management perspectives in Intensive Medicine. Med Intensiva, 32 (7), 354-360. Andersen, J.S., Drenck, N.E., & Keiding, H. (2007). Diagnosis Related Groups in intensive care units--cost model for critically ill patients. Ugeskr Laeger, 169 (8), 727-730. Barrientos Veja, R. (2003). Nuestra experiencia con los grupos relacionados por el diagnóstico en una unidad de cuidados intensivos. Med Intensiva, 27, 391-398. Conthe Gutiérrez, P., García Alegría, J., Pujol Farriols, R., Alfageme Michavilla, I., Artola Menéndez, S., Barba Martín, R., Cañones Garzón, P.J., Casado Pérez, P., De Alvaro Moreno, F., Escosa Royo, L., Jovell Fernández, A., León Gil, C., Lisbona Gil, A., Márquez Vázquez, R., Pastor Rodríguez-Moñino, A., & Pérez Martínez, D.A. (2010). Consensus for hospital discharge reports in medical specialities. Med Clin (Barc), 134 (11), 505510. Raya Pugnaire, A. et al. (1987). Clasificación y codificación de enfermedades y técnicas en medicina Intensiva. Med Intensiva, 11 (2), 20-27. 135 INDICADOR Nº 95 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula RAZÃO DE MORTALIDADE ESTANDARDIZADA Segurança, efetividade e eficiência A mortalidade bruta não é um bom indicador de qualidade por não valorizar as diferenças entre “case mix” nem a gravidade da patologia A taxa de mortalidade estandardizada permite a auditoria comparativa. Taxa de mortalidade hospitalar observada __________________________________________ x 100 taxa de mortalidade hospitalar esperada (valor médio +/- intervalo de confiança) - Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Taxa de mortalidade hospitalar observada: nº de doentes admitidos no SMI que falecem no hospital/ nº de doentes admitidos no SMI por unidade de tempo Taxa de mortalidade hospitalar esperada: soma aritmética das probabilidade individuais de morte de doentes admitidos no SMI segundo a pontuação de gravidade/nº de doentes admitidos no SMI Baseia-se na comparação dos resultados com os previstos pelo modelo. Todos os índices preditivos de risco de morte vêm denominados de mortalidade hospitalar. Todos os doentes admitidos no SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: doentes que falecem nas primeiras 24 horas de admissão ao SMI doentes pós-operatório de cirurgia cardíaca (por não dispor de nenhum sistema validado para este tipo de doentes) Resultados Documentação clínica Taxa = 1(+/- 0,10) Os principais critérios para a seleção deveriam ser a exatidão (validação e fiabilidade) do modelo e a bondade do ajuste (calibração e descriminação). Referências: Cook, D.A., Duke, G., Hart, G.K., Pilcher, D., & Mullany, D. (2008). Review of the application of risk-adjusted charts to analyse mortality outcomes in critical care. Crit Care Resusc, 10 (3), 239-251. Gordo, F., Núñez, A., Calvo, E., & Algora, A. (2003). Mortalidad intrahospitalaria tras el alta de una unidad de cuidados intensivos (UCI) en pacientes que han precisado ventilación mecánica. Med Clin (Barc), 121, 241244. Pitches, D.W., Mohammed, M.A., & Lilford, R.J. (2007). What is the empirical evidence that hospitals with higher risk adjusted mortality rates provide poorer quality care? A systematic review of the literature. BMC Health Serv Res, 20 (7), 91. INDICADOR Nº 96 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula TAXA DE AUTÓPSIAS Efetividade e segurança Importância de correlação clínica-patológica. As autópsias contribuem para a formação científica necessária em situações similares futuras, sendo estudado até à morte. Constituem uma ferramenta para análise de eventos adversos. nº de doentes a quem se realiza autópsias __________________________________________ x 100 nº total de doentes falecidos no SMI Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários Todos os doentes falecidos no SMI durante o período de estudado. Critério de exclusão: doentes falecidos com parte judicial Processo Documentação clínico Serviço de anatomia patológica 10% Referências: Comisión Nacional de la Especialidad de Medicina Intensiva. (1997). Para a acreditação docente de um SMI considera-se desejável uma taxa > 10% sobre os doentes falecidos. Acreditación docente de los Servicios de medicina Intensiva. Med Intensiva, 21, 392-339. Esteban, A., Alia, I., Fernández, P., & Palomino, R. (1991). Evolución del porcentaje de autopsias en una Unidad de Cuidados Intensivos. Med Intensiva, 15,127-130. Magret Iglesias, M., Vidaur Tello, L., Fernández Olsina, S., García Fontgivell, J.F., Blázquez Vilàs, S., Alonso Rubio, S., Díaz Santos, E., Sirvent Calvera, J.J., & Rello J. (2006). Discrepancies between clinical and pathological diagnosis in a polyvalent intensive care service. Med Intensiva, 30 (3), 95-100. O índice de necropsies realizadas nos SMI observado nos diferentes estudos é variável, oscilando entre 25-50% http://remi.uninet.edu/2004/01/REMIA011.htm. 136 INDICADOR Nº 97 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PLANO DE INTEGRAÇÃO (PI) AO PROFISSIONAL DO SMI Adequação, segurança. Os profissionais de saúde que são admitidos no SMI, de modo fixo ou eventual, com qualquer tipo de contrato, sentiriam um maior reconhecimento se conhecessem o SMI como organizado desde o primeiro dia de trabalho. Além disso, podem melhorar a segurança ao informar sobre determinados aspetos específicos neste âmbito. nº de profissionais ligados ao SMI com PA __________________________________________ x 100 nº de profissionais ligados ao SMI Profissional ligado: qualquer profissional ligado, laboral ou comercialmente ao SMI (médico, delegado, enfermeiro, assistente operacional ou administrativo) de maneira fixa ou temporal. PA: plano escrito onde se explica de forma explicita a organização do SMI, a sua missão, valores e filosofia, principais objetivos, membros e que responsabilidades e atributos estes apresentam. Também se explica no PA quem reporta a quem. Inclui aspetos específicos sobre a segurança do doente. Todos os profissionais ligado ao SMI durante o período de estudo Processo Departamento de recursos humanos do hospital 100% Referências: Alonso Ovies, A., Alvarez Rodríguez, J., García Gálvez, M.M., Velayos Amo, C., Balugo Huertas, S., & Alvarez Morales, A. (2010). Utilidad del análisis modal de fallos y efectos para la mejora de la seguridad de los pacientes, en el proceso de incorporación de nuevo personal de enfermería a un servicio de medicina intensiva. Med Clínica, 135 (Supl1), 45-53. Morrison, A.L., Beckmann, U., Durie, M., Carless, R., & Gillies, D.M. (2001). The effects of nursing staff inexperience (NSI) on the occurrence of adverse patient experiences in ICUs. Aust Crit Care, 14, 116-121. INDICADOR Nº 98 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PRESENÇA DE INTENSIVISTA NO SMI NAS 24 HORAS Adequação, segurança e eficiência A presença de intensivista “full-time” nas 24 horas no SMI garantem a qualidade assistencial, reduzindo a mortalidade e o tempo de internamento dos doentes críticos nº de dias com intensivista de presença física nas 24 horas __________________________________________ x 100 365 Intensivista: médico com título de especialista em medicina intensiva, excluindo médicos em período de formação Considera-se necessária a presença física. Todos os dias do ano durante o período de estudo estrutura Departamento de recursos humanos e registo de turno 100% Referências: Angus, D.C., Shorr, A.F., White, A., Dremsizov, T.T., Schmitz, R.J., Kelley, M.A, & Committee on Manpower for Pulmonary and Critical Care Societies (COMPACCS). (2006). Critical care delivery in the United States: distribution of services and compliance with Leapfrog recommendations. Crit Care Med, 34 (4), 1016-1024. Arabi, Y. (2008). Pro/Con debate: should 24/7 in-house intensivist coverage be implemented?. Crit Care, 12 (3), 216. Gajic, O., Afessa, B., Hanson, A.C., Krpata, T., Yilmaz, M., Mohamed, S.F., Rabatin, J.T., Evenson, L.K., Aksamit, T.R., Peters, S.G., Hubmayr, R.D., & Wylam, M.E. (2008). Effect of 24-hour mandatory versus on- demand critical care specialist presence on quality of care and family and provider satisfaction in the intensive care unit of a teaching hospital. Crit Care Med, 36 (1), 36-44. Pronovost, P., Angus, D., Dorman, T., Robison, K., Dremsizov, T., & Young, T. (2002). Physician staffing patterns and clinical outcomes in critically ill patients: A systematic review. JAMA, 288, 2151-2162. 137 INDICADOR Nº 99 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS (EA) Segurança Os eventos adversos (EA) são frequentes no âmbito da medicina intensiva e relacionam-se com uma mortalidade importante, morbilidade, aumento do tempo de internamento e consumo de recursos. Além disso, diminui a satisfação dos doentes e familiares. Os sistemas de notificação de EA são uma ferramenta que permite a análise dos mesmos e estabelece ações de melhoria. Aumenta ainda a cultura de segurança. Existência de um sistema de notificação e registo de EA no SMI. Sistema de notificação: voluntário e anónimo possibilidade de notificação por parte de todos os profissionais deve incluir pelo menos os eventos sentinela e análise existir feed-back/semestral: boletins, alertas pode funcionar de forma simultânea com outros sistemas de vigilância para EA específicos: infeções, quedas, contenções, etc. Registos hospitalares Estrutura Registos SMI1 100% Referências: Needham, D.M., Thompson, D.A., Holtzmulller, C.G., Dorman, T., Luboms, L.H., Morlock, L.L., & Pronovost, P.J. (2004). A system factors analysis of airway events from the Intensive Care Unit Safety Reporting System (ICUSRS). Crit Care Med, 32 (11), 2227-2233. Pronovost, P.J., Thompson, D.A., Holzmueller, C.G., Lubomski, L.H., Dorman, T., Dickman, F., Fahey, M., Steinwachs, D.M., Engineer, L., Sexton, J.B., Wu, A.W., & Morlock, L.L. (2006). Toward learning from patient safety reporting systems. J Crit Care, 21 (4), 305-315. Winters, B.D., Berenholtz, S.M., & Pronovost, P. (2007). Improving patient safety reporting systems. Crit Care Med, 35 (4), 1206-1207. Wu, A.W., Pronovost, P., & Morlock, L. (2002). ICU incident reporting systems. J Crit Care, 17 (2), 86-94. INDICADOR Nº 100 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários REINTERNAMENTOS NÃO PROGRAMADOS NO SMI Segurança e eficiência Uma taxa de reinternamentos elevada pode refletir altas prematuras, uma atenção incorreta na alta ou uma má resposta ao tratamento apesar de uma atenção adequada. Taxas baixas podem refletir internamentos no SMI excessivamente prolongados (critérios de alta inadequados). Em geral, o reinternamento relaciona-se com um internamento hospitalar mais longo, um aumento do consumo de recursos e uma maior morbi-mortalidade. nº de doentes com reinternamento não programado < 48 horas __________________________________________ x 100 nº total de doentes com alta do SMI Reinternamento não programado: reinternamento por causa não prevista; relacionado ou não, e independentemente de onde tenham decorrido as ultimas 48 horas. Todos os doentes com alta do SMI durante o período de estudo Critérios de exclusão: morte alta com indicação de LTSV Resultado Serviço de medicina intensiva 4% O indice de reinternamento observado nos diferentes estudos oscila entre os 4-14% (media 7%). Referências: Campbell, A.J., Cook, J.A., Adey, G., & Cuthbertson, B.H. (2008). Predicting death and readmission after intensive care discharge. J Anaesth, 100 (5), 656-662. Elliott, M. (2006). Readmission to intensive care: a review of the literature. Aust Crit Care, 19 (3), 96-98. Frost, S.A., Tam, V., Alexandrou, E., Hunt, L., Salamonson, Y., Davidsonm P.M., Parrm M.J., & Hillman, K.M. (2010). Readmission to intensive care: development of a nomogram for individualising risk. Care Resusc, 12 (2), 83-89. Hillman, M.J. (2009). Severity of illness and risk of readmission to intensive care: a meta -analysis. Resuscitation, 80 (5), 505-510. 138 DOMÍNIO XIII – INTERNET, FORMAÇÃO CONTÍNUA, DOCÊNCIA E INVESTIGAÇÃO INDICADOR Nº 101 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários ACESSO A FONTES MÉDICAS RELEVANTES EM FORMATO ELETRÓNICO Adequação Grande parte da informação médica relevante encontra-se concentrada num número relativamente pequeno de bases de dados. O acesso “on-line” a estas fontes electrónicas de informação contribui para uma maior eficiência no tempo dedicado a realizar buscas de informação científica e aumenta a qualidade dos dados obtidos, promovendo a tomada de decisões clinicas adequadas à evidência científica atualizada. Ao mesmo tempo este recurso facilita a interatividade com outros colegas e hospitais, acedendo a documentação clinica de interesse. Existência de acesso “on-line”. Dispor de um acesso “on-line” contínuo (24 horas)a fontes electrónicas de informação científica, independentemente da via ou da titularidade. Não aplicável Estrutura Memória da Unidade1 100% A variabilidade da prática clínica, a complexidade de decisões do SMI e a disponibilidade de meios informáticos atuais, justifica por si só este indicador. INDICADOR Nº 102 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários EXISTÊNCIA DE PROTOCOLOS BÁSICOS Adequação A boa prática clínica é favorecida pela estandardização dos processos de acordo com a evidência científica existente, mediante protocolos atualizados periodicamente. Os protocolos têm de adequar as diretrizes de atuação às possibilidades diagnósticas e terapêuticas do local onde trabalhamos e o seu objetivo é o de homogeneizar a assistência prestada em cada centro e servir como ferramenta que facilite e agilize a tomada de decisões. Existência de protocolos básicos devidamente utilizados Protocolo: deve contemplar como mínimo a avaliação, diagnóstico, terapêutica e os circuitos assistenciais utilizados. Protocolos básicos: critérios de admissão e alta do SMI síndrome coronário agudo (SCA) tratamento de arritmias graves e bloqueios traumatismo crâneoencefálico (TCE) sedação e manuseio da dor ventilação mecânica invasiva e não invasiva e desmame sepsis grave e tratamento de infeções em geral limitação do tratamento de suporte vital adequação dos cuidados de fim de vida uso de medidas de contenção nutrição entérica e parentérica depuração extrarrenal morte encefálica síndrome de dificuldade respiratória aguda (ARDS) suporte vital profilaxia de hemorragia digestiva alta profilaxia de trombose venosa profunda intoxicações agudas transporte intra-hospitalar Atualização: referido ao período de vigência estabelecido que obriga à sua revisão. Em geram recomenda-se um período de 3 a 5 anos. Censo de protocolos atualizados do serviço Estrutura Registo de protocolos 100% Apenas se considera cumprido o standard quando se dispõe dos 19 protocolos referidos e com as carateristicas de conteúdo e atualização descrita na explicação de termos. Exclui-se da lista de protocolos básicos, os correspondentes a patologias que nao fazem parte da “pasta” dos serviços de medicina intensive. O grupo de trabalho recomenda que além destes processos, se protocolizem todas as situações clínicas que prevêm variabilidade na prática médica atual 139 INDICADOR Nº 103 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO Adequação A investigação em biomedicina deve considerar-se como uma inversão indispensável para o êxito de qualquer estratégia orientada a melhorar a saúde dos cidadãos e a competitividade das organizações de saúde. A participação em projetos de investigação com financiamento competitivo identifica os serviços com uma atividade investigadora consolidada. Número de projetos de investigação em ativo no serviço durante os últimos 3 anos. Projeto de investigação: investigação com financiamento competitivo: projetos financiados através de programas de investigação da união europeia, entre outros. Ensaio clínico: aprovado por um comité de ensaios clínicos e regulado pela lei. Todos os projetos de investigação gerados pelo serviço durante o período de estudo Critérios de exclusão: estudos pós-comercialização Resultado Documento acreditado do organismo responsável pela convocatória da investigação Memória de atividades de investigação do serviço 1 trabalho de investigaçãoo/3 anos Este indicador está desenhado para avaliar a participação em projetos de investigação, não para identificar unidades de excelência. O grupo redator considera este indicador altamente recomendável para os hospitais docentes e fundamentalmente para os que têm acreditação docente (MIR) INDICADOR Nº 104 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS DO SMI Adequação A formação e a investigação são componentes essenciais para o desempenho correto e efetivo de um exercício profissional de qualidade; sem elas dificilmente se podem planear objetivos profissionais para resolver um problema ou satisfazer uma necessidade. As publicações em forma de comunicações em congressos ou artigos originais em revistas de prestígio são indicadores dos resultados de investigação realizada num determinado serviço Nº de publicações ou comunicações realizadas pelo serviço nos últimos anos Publicação: artigo original publicado em revistas indexadas (nacionais ou internacionais). Apenas serão considerados aquelas em que figure algum membro do serviço. Inclui-se: editoriais e revisões sistemáticas. Excluem-se: cartas ao diretor. Comunicações em congressos: comunicações aceites em congressos nacionais ou internacionais promovidos por uma sociedade científica ou referenciados no Pubmed, e nas quais figure algum membro do serviço como autor Publicações do serviço durante o período de estudo resultado Memória do serviço 1 publicação ou 4 comunicações/3 anos para hospitais de nível I e II (ou não docentes) 3 publicações ou 12 comunicações /3 anos para hospitais de nível III (ou docentes) Notas: ao tratar-se de um indicador que mede a atividade investigadora, excluem-se as publicações que são consideradas fonts secundárias, excetuando-se as revisões sistemáticas. O grupo redator considera este indicador altamente recomendável para os hospitais docents e fundamentalmente para os que têm acreditação docente (MIR). INDICADOR Nº 105 Nome do indicador Dimensão Justificação Fórmula Explicação de termos População Tipo Fonte de dados Standard Comentários FORMAÇÃO CONTÍNUA Adequação, satisfação profissional A formação contínua é um elemento essencial para o desempenho correto e efetivo de um profissional de qualidade. Ele é especialmente importante em áreas em que a evidência científica se traduz rapidamente em modificações da prática clínica. Constitui uma ferramenta para a melhoria da satisfação profissional contribuindo para o alcance dos objetivos estabelecidos na carreira profissional. nº de profissionais no serviço com obtenção de créditos de formação nos últimos 36 meses __________________________________________ x 100 nº de profissionais do serviço Profissionais do serviço: profissionais médicos e de enfermagem contratados em horário laboral ou atenção contínua Obtenção de créditos: créditos/ 3 anos Formação: conteúdo docente relacionado com a especialidade. Profissionais do serviço no período estudado Resultado Memória de atividades docentes >75% Nota: a obtenção de créditos deve provir de organismos acreditados nacionais ou internacionais (comissão de formação do serviço nacional de saúde, European Acreditation Council for CME EACCME ou ACCME). 140 Número Nome do Indicador Dimensão Tipo Standard Segurança. Segurança e eficiência. Resultado < 3% Processo <100% Segurança. Processo 100% Processo >75% Processo 80% Processo 97% Segurança. Processo 100% 8. Incidência de barotrauma Mudança de traqueias do ventilador aos 7 dias Registo de complicações durante o decúbito ventral no ARDS Prova de tolerância a ventilação espontânea Descontaminação digestiva seletiva (DDS) em doente de risco Posição semi-sentada em doentes sob ventilação mecânica invasiva Substituição dos sistemas de humidificação (intercâmbio de calor e humidade) Prevenção de doença trombo-embólica Segurança. Processo 9. Extubação não programada Segurança Resultado 90% 15 episódios x 1000 dias de VM Reintubação Segurança e efetividade. Resultado <12%-13% Efetividade e eficiência. Processo 95% Segurança. Processo 95% DOMÍNIO I - INSUFICIÊNCIA RESPIRTÓRIA AGUDA 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 10. 11. 12. Número 13. DOMÍNIO II - NEUROINTENSIVISMO E TRAUMATOLOGIA 14. 15. 16. 17. 18. 19. Introdução precoce de VNI na agudização de doença pulmonar crónica obstrutiva Ventilação pulmonar protetiva na lesão pulmonar aguda (LPA)/ síndrome de dificuldade respiratória aguda (ARDS) Segurança e eficiência. Segurança e eficiência. Segurança e efetividade. Nome do Indicador Dimensão Tipo Standard Trauma potencialmente grave (TPG), atendidos pelo Serviço de Medicina Intensiva Entubações traqueais no traumatismo crâneoencefálico (TCE) grave com ECG<9 durante as primeiras 24 horas Incidência de síndrome de dificuldade respiratória no adulto com traumatismo grave Mortalidade no traumatismo crâneoencefálico (TCE) grave Efetividade e segurança. Processo 95% Processo 95% Efetividade e segurança. Resultado 10% Segurança. Resultado < 40% Processo 95% Processo 95% Processo 90% Processo 100% Resultado < 50% Processo 95% Processo 100% Processo 90% Osteossíntese precoce nas fraturas diafisárias do fémur Fixação cirúrgica precoce nas fraturas abertas Arteriografia cerebral precoce na hemorragia subaracnoídea 21. Administração de nimodipina na hemorragia subaracnoídea Polineuropatia do doente crítico 22. TAC imediato no acidente isquémic 23. Fibrinólise IV no acidente isquémico agudo Utilização de potenciais somato-sensoriais evocados (PES) na encefalopatia pós-anóxica 20. 24. 141 Segurança. Segurança, continuidade assistencial e efetividade. Segurança. Efetividade e segurança. Efetividade e segurança. Segurança. Efetividade e adequação Efetividade. Adequação. DOMÍNIO III – D OENÇAS INFECCIOSAS Número Nome do indicador Dimensão Tipo 25. Bacteriémia relacionada com cateter venoso central Segurança e efetividade Resultado. 26. Infeção do trato urinário (ITU) relacionada com sonda vesical Segurança e efetividade. Resultado. 27. Pneumonia associada ao ventilador Segurança e efetividade. Resultado. Efetividade. Processo. 95% Resultado. 10% Resultado. < 2,5% Processo. 100% Processo. 100% Ressuscitação precoce na sepsis grave/choque séptico Antibioterapia empírica inadequada na infecção nosocomial Infeções por staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) 28. 29. 30. 31. Indicação de isolamentos 32. Inicio de antibioterapia precoce na sepsis grave DOMÍNIO IV - METABOLISMO E NUTRIÇÃO Número Nome do indicador 37. Complicações da nutrição parentérica total (NPT): hiperglicemia disfunção hepática Manutenção de níveis apropriados de glicemia Hipoglicemia grave Identificação de doentes em situação de risco nutricional Valorização do estado nutricional 38. Necessidades calórico-proteicas 39. Nutrição entérica precoce 40. Monitorização de nutrição entérica Adequação da utilização de nutrição parentérica Profilaxia da hemorragia gastrointestinal em doentes com ventilação mecânica invasiva 33. 34. 35. 36. 41. 42. DOMÍNIO V - CUIDADOS NEFROLÓGICOS Número 43. 44. 45. 46. 47. 48. Segurança e efetividade. Segurança e efetividade. Segurança e efetividade. Segurança e efetividade. Standard 4 episódios por 1000 dias de CVC 4,5 episódios por 1000 dias de sondagem 12 episódios por 1000 dias de VM Dimensão Tipo Standard Segurança Resultado Hiperglicemia 10% Disfunção hepática <25% Processo 80% Resultado 0,5% Processo 100% Processo 100% Processo 85% Processo 100% Processo 100% Efetividade Processo 25% Segurança e efetividade, Processo 95% Efetividade e segurança Segurança Efetividade e segurança Efetividade Adequação e segurança. Efetividade e segurança Efetividade. Nome do indicador Dimensão Tipo Standard Monitorização de técnicas de depuração contínua extra-corpórea Uso de dopamina na falência renal aguda (FRA) Incidência de falência renal aguda nos doentes não coronários Incidência de falência renal no doente coronário Prevenção de nefrotoxicidade induzida pelo contraste na coronariografia Estratificação da falência renal aguda (FRA) nos doentes críticos Efetividade e segurança Segurança e efetividade Segurança e eficiência Segurança e efetividade Processo. 80-90% Processo. 0% Resultado. 8% Resultado. 1,5% Segurança Processo. 90% Segurança Processo 100% 142 Número DOMÍNIO VI - SEDAÇÃO E ANALGESIA 49. 50. 51. Segurança e efetividade. Segurança e efetividade. Efetividade e segurança. Sedação adequada Interrupção diária de sedação 53. Manuseio da analgesia no doente ventilado 54. Número 57. DOMÍNIO VI IHEMODERIVADOS Monitorização da sedação 52. 56. 58. 59. 60. Número DOMÍNIO VIII - TOXICOLOGIA Dimensão Manuseio da analgesia no doente não sedado 55. 61. 62. 63. Uso inadequado de relaxamento muscular Monitorização do bloqueio neuromuscular Identificação do delírio Tipo Standard Processo 95% Resultado 85% Processo 80% Efetividade e segurança. Processo 100% Efetividade e segurança. Processo 100% Segurança. Processo 2% Processo 100% Processo 90% Tipo Standard Processo 95% Processo 0% Processo 0% Processo 3% Efetividade e segurança. Efetividade. Nome do indicador Dimensão Consentimento informado na Satisfação e transfusão de componentes sanguíneo adequação. Transfusão inadequada de plasma Efetividade e fresco congelado segurança Transfusão inadequada de Efetividade e concentrado de plaquetas segurança Transfusão inadequada de Efetividade e concentrado de hemácias segurança Nome do indicador Dimensão Tipo Standard Efetividade e adequação. Processo >90% Segurança. Estrutura 95% Segurança. Processo 100% Processo >95% Indicação e método de descontaminação digestiva (DD) aplicado corretamente na intoxicação aguda Stock mínimo de antídotos no serviço de medicina intensiva e/ou no serviço de farmácia hospitalar Depuração extra-renal adequada e precoce na intoxicação aguda 64. Indicação correta de diurese forçada Efetividade, adequação, segurança e continuidade. 65. Mortalidade por intoxicação medicamentosa aguda (IMA) ou por intoxicação não medicamentosa aguda (INMA) Efetividade e adequação. Resultado IMA<1%; INMA<3% Nome do Indicador Dimensão Tipo Standard 66. Dadores reais Efetividade. Resultado 60% 67. Monitorização de potenciais dadores Adequação Processo 100% Efetividade. Resultado 5-30% Número DOMÍNIO IX – TRANSPLANTES Nome do indicador de órgãos 68. Diagnóstico de morte encefálica 143 Número 69. 70. DOMÍNIO X - ENFERMAGEM 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. DOMÍNIO XI - BIOÉTICA Número 81. 82. 83. 84. 85. 86. DOMÍNIO XII - PLANIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO Número 87. 88. 89. 90. 91. 92. 93. 94. Nome do Indicador Remoção de sonda de nutrição entérica (SNE) por obstrução Aspirações brônquicas adequadas Informação de enfermagem aos familiares Transferência intra-hospitalar assistida Pressão do cuff do TOT Manuseamento dos alarmes de monitorização Quedas acidentais Cumprimento dos registo de enfermagem no serviço de medicina intensiva Erros de medicação no serviço de medicina intensiva Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos Remoção acidental de cateteres vasculares Dimensão Tipo Segurança. Resultado Segurança Processo Satisfação e adequação. Processo Segurança, adequação e continuidade assistencial. Segurança Resultado Continuidade assistencial. Resultado Segurança. Resultado Segurança e efetividade. Processo 95% 5% 0% 100% 5% 90% 15 catéteres x arterialx1000dias Segurança e efetividade. Resultado Revisão do carro de reanimação Segurança e adequação. Processo 6 cateteres venosos centrais x1000dias 100% Nome do Indicador Dimensão Tipo Standard Efetividade e satisfação. Processo 100% Satisfação. Processo 100% Adequação e satisfação. Processo 100% Satisfação Processo 100% Adequação e satisfaçãos Processo 100% Segurança e adequação. Processo 100% Adequação dos cuidados de fim de vida Informação aos familiares de doentes no serviço de medicina intensiva Incorporação de instruções prévias na tomada de decisões Cumprimento do documento de “consentimento informado” Limitação de esforço terapêutic Utilização de medidas de contenção Nome do indicador Rondas diárias pela equipa multidisciplinar Passagem de turno regrada na transmissão de informação Suspensão de cirurgia programada Alta precoce ou inadequada do serviço de medicina intensiva Atraso na alta do serviço de medicina intensiva Demora na admissão do serviço de medicina intensiva Grau de satisfação de qualidade entendida no momento da alta do serviço de medicina intensiva Informação da alta do serviço de medicina intensiva Taxa de autópsias Plano de integração de um profissional no serviço de medicina intensiva Presença de intensivista no serviço de medicina intensiva nas 24 horas Sistema de notificação de efeitos adversos Readmissões não programadas no serviço de medicina intensiva 100. Processo Resultado 96. 99. 100% 95% 100% Segurança e satisfação. Razão de mortalidade standardizada 98. 4% Estrutura Segurança e adequação. 95. 97. Standard 144 Dimensão Segurança. Segurança e eficiência. Tipo Processo Processo Standard 80% 90% Segurança e adequação. Eficiência, acessibilidade e adequação. Acessibilidade, eficiência e segurança. Efetividade. Resultado Processo 10% 1% Resultado 9% Resultado 5% Satisfação. Processo 50% Efetividade. Processo 100% Segurança, efetividade e eficiência. Efetividade, segurança. Adequação, segurança. Resultados Processo Processo Taxa= 0,1) 10% 100% Adequação, segurança e eficiência. Segurança. Segurança e eficiência. Estrutura 100% Estrutura Resultado 100% 4% 1(+/- DOMÍNIO XIII INTERNET Número Dimensão Tipo Standard Acesso a fontes médicas relevantes, em formato electrónico Adequação. Estrutura 100% 101. Número DOMÍNIO XIII - FORMAÇÃO CONTÍNUA, DOCÊNCIA E INVESTIGAÇÃO Nome do Indicador 102. 103. Nome do indicador Existência de protocolos básicos Participação em projetos de investigação Dimensão Tipo Standard Adequação. Estrutura 100% Adequação Resultado 1 trabalho de investigação/3anos 104. Publicações científicas do SMI Adequação Resultado 105. Formação contínua Adequação Resultado 145 1 publicação ou 4 comunicações/3anos para hospitais de nível I e II (ou não docentes). 3 publicações ou 12 comunicações/3 anos para hospitais de nível III (ou docentes) > 75% Anexo C Questionário aplicado ao painel de peritos na 1ª reunião presencial 147 UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Indicadores de Qualidade numa Unidade de Cuidados Intensivos para Adultos Tese de Mestrado em Gestão dos Serviços de Saúde ANA FILIPA GOMES PIMENTA DE MATOS 2012/2013 Questionário aplicado ao painel de peritos na 1ª reunião presencial LISTA DE DOMÍNIOS E INDICADORES DOMÍNIO I : INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA Data ___/___/___ INDICADOR Nº 1 – Incidência de barotrauma Seleção inicial dos indicadores: Data ___/___/___ Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 2 – Mudança de traqueias do ventilador aos 7 dias Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 3 – Registo de complicações durante o decúbito ventral no síndrome de dificuldade respiratória no adulto (ARDS) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 4 – Prova de tolerância a ventilação espontânea Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 151 INDICADOR Nº 5 – Descontaminação digestiva seletiva (DDS) em doentes de risco Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 6 – Posição semi-sentada em doentes com ventilação mecânica invasiva (VM) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 7 – Substituição de sistemas de humidificação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 8 – Prevenção de doença tromboembólica Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 9 – Extubação não programada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 152 INDICADOR Nº 10 – Reintubação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 11 – Introdução precoce de ventilação mecânica (VM) não invasiva, na agudização da doença pulmonar crónica obstrutiva (DPCO) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 12 – Ventilação protetiva na lesão pulmonar aguda (LPA)/ Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda (ARDS) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO II: NEUROINTENSIVISMO E TRAUMATOLOGIA INDICADOR Nº 13 - Trauma Potencialmente Grave (TPG) admitidos no Serviço De Medicina Intensiva Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 153 INDICADOR Nº 14 – Entubações traqueais no trauma crâneo-encefálico grave com ECG < 9 durante as primeiras 24 horas Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 15 – Incidência de ARDS no Traumatismo Grave (TG) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 16 – Mortalidade no traumatismo crâneo-encefálico (TCE) grave Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 17 – Osteossíntese precoce nas fraturas diafisárias do fémur Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 18 – Fixação cirúrgica precoce nas fraturas expostas Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 154 INDICADOR Nº 19 – Arteriografia cerebral precoce na hemorragia sub-aracnóideia Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 20 – Administração de nimodipina Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 21 – Polineuropatia do doente crítico Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 22 – TAC imediato no acidente isquémico Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 23 – Fibrinólise no acidente isquémico agudo Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 155 INDICADOR Nº 24 – Utilização de potenciais somato-sensoriais evocados (PES) na encefalopatia pósanóxica Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO III - DOENÇAS INFECCIOSAS INDICADOR Nº 25 – Bacteriémia relacionada com cateter venoso central (CVC) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 26 – Infeção do trato urinário (ITU) relacionada com sonda vesical Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 27 – Pneumonia Associada ao ventilador (VAP) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 156 INDICADOR Nº 28 – Ressuscitação precoce na sepsis grave/choque séptico Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 29 – Tratamento antibiótico empírico inadequado na infeção admitida no SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 30 – Infeções por staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 31 – Indicação de isolamentos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 32 – Início precoce de antibioterapia na sepsis grave Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 157 DOMÍNIO IV - METABOLISMO E NUTRIÇÃO INDICADOR Nº 33 – Complicações da nutrição parentérica total (NPT): Hiperglicemia/Disfunção Hepática Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 34 – Manutenção de níveis adequados de glicemia Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 35 – Hipoglicemia grave Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 36 – Identificação de doentes em situação de risco nutricional Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 37 – Avaliação do estado nutricional Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 158 INDICADOR Nº 38 – Necessidades calórico-proteicas em doentes críticos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 39: Nutrição entérica precoce Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 40 – Monitorização da nutrição entérica Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 41 – Adequação do uso da nutrição parentérica Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 42 – Profilaxia de hemorragia gastrointestinal em doentes com ventilação mecânica invasiva Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 159 DOMÍNIO V – CUIDADOS NEFROLÓGICOS INDICADOR Nº 43 – Monitorização de técnicas de depuração extracorpórea contínua Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 44 – Uso de dopamina na falência renal aguda (FRA) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 45 – Incidência de falência renal aguda (FRA) em doentes críticos não coronários Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 46 – Incidência de falência renal aguda (FRA) no doente coronário agudo Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 47 – Prevenção de nefrotoxicidade induzida por contraste na coronariografia Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 160 INDICADOR Nº 48 – Estratificação da falência renal aguda (FRA) em doentes críticos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO VI - SEDAÇÃO E ANALGESIA INDICADOR Nº 49 – Monitorização da sedação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 50 – Sedação adequada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 51 – Interrupção diária da sedação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 52 – Manuseio da analgesia no doente não sedado Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 161 INDICADOR Nº 53 – Manuseio da analgesia no doente ventilado Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 54 – Uso inadequado de relaxamento muscular Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 55 – Monitorização do bloqueio neuromuscular (BNM) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 56 – Identificação do delírio Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO VII – HEMODERIVADOS INDICADOR Nº 57 – Consentimento informado (CI) na transfusão de componentes sanguíneos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 162 INDICADOR Nº 58 – Transfusão inadequada de plasma fresco congelado (PFC) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 59 – Transfusão inadequada de concentrado de plaquetas (CP) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 60 – Transfusão inadequada de concentrado erotrocitário (CE) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO VIII – TOXICOLOGIA INDICADOR Nº 61 – Indicação e método de descontaminação digestiva (DD) aplicado corretamente na intoxicação aguda Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 62 – Stock mínimo de antídotos no SMI e/ou serviço de farmácia hospitalar Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 163 INDICADOR Nº 63 – Depuração extra-renal adequada e precoce na intoxicação aguda Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 64 – Indicação correta de diurese forçada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 65 – Mortalidade por intoxicação medicamentosa aguda (IMA) ou por intoxicação não medicamentosa aguda (INMA) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO IX – TRANSPLANTES INDICADOR Nº 66 – Dadores reais Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 67 – Monitorização de dadores potenciais de órgãos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 164 INDICADOR Nº 68 – Diagnóstico de morte encefálica Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO X – ENFERMAGEM INDICADOR Nº 69 – Remoção de sonda de nutrição entérica (SNE) por obstrução Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 70 – Aspirações brônquicas adequadas Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 71 – Informação de enfermagem aos familiares Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 72 – Transporte intra-hospitalar assistido Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 165 INDICADOR Nº 73 – Pressão do cuff Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 74 – Manuseio de alarmes de monitorização Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 75 – Quedas acidentais Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 76 – Realização de registos de enfermagem Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 77 – Erros de medicação no SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 166 INDICADOR Nº 78 – Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 79 – Remoção acidental de cateteres vasculares Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 80 – Revisão do carro de reanimação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO XI – ÉTICA INDICADOR Nº 81 – Adequação dos cuidados de fim de vida Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 82 – Informação aos familiares dos doentes no SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 167 INDICADOR Nº 83 – Incorporação de instruções prévias na tomada de decisões Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 84 – Cumprimento do documento de consentimento informado (CI) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 85 – Limitação do tratamento de suporte vital (LTSV) Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 86 – Utilização de medidas de contenção Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO XII – PLANIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INDICADOR Nº 87 – Ronda diária pela equipa multidisciplinar Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 168 INDICADOR Nº 88 – Passagem de turno regrada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 89 – Suspensão de cirurgia programada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 90 – Alta precoce ou inadequada no SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 91 – Atraso na Alta do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 92 – Demora na admissão do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 169 INDICADOR Nº 93 – Pesquisa de qualidade percepcionada na Alta do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 94 – Informação de Alta do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 95 – Razão de mortalidade estandardizada Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 96 – Taxa de autópsias Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 97 – Plano de integração ao profissional do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 170 INDICADOR Nº 98 – Presença de intensivista no SCICI nas 24 horas Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 99 – Sistema de notificação de eventos adversos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 100 – Reinternamentos não programados no SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não DOMÍNIO XIII – INTERNET, FORMAÇÃO CONTÍNUA, DOCÊNCIA E INVESTIGAÇÃO INDICADOR Nº 101 – Acesso a fontes médicas relevantes em formato eletrónico Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 102 – Existência de protocolos básicos Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 171 INDICADOR Nº 103 – Participação em projetos de investigação Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 104 – Publicações científicas do SCICI Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não INDICADOR Nº 105 – Formação contínua Seleção inicial dos indicadores: Este indicador deve ser incluído na seleção? Sim Não 172 Anexo D Questionário aplicado ao painel de peritos na 2ª reunião presencial 173 Questionário aplicado ao painel de peritos na 2ª reunião presencial Data ___/___/___ LISTA DE DOMÍNIOS E INDICADORES DOMÍNIO I: INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 A - Incidência de barotrauma B - Registo de complicações durante o decúbito ventral na síndrome de dificuldade respiratória no adulto (ARDS) C - Prova de tolerância a ventilação espontânea D - Posição semi-sentada em doentes com ventilação mecânica invasiva (VM) E - Prevenção de doença tromboembólica F - Extubação não programada G - Reintubação H-Ventilação protetiva na lesão pulmonar aguda (LPA)/ Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda (ARDS) DOMÍNIO II: NEUROINTENSIVISMO E TRAUMATOLOGIA -4 -3 -2 -1 0 A - Mortalidade no traumatismo crâneo-encefálico (TCE) grave B - Polineuropatia do doente crítico C- Fibrinólise no acidente isquémico agudo 175 1 2 3 4 DOMÍNIO III: DOENÇAS INFECCIOSAS -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 2 3 4 2 3 4 A - Bacteriémia relacionada com cateter venoso central (CVC) B - Infeção do trato urinário (ITU) relacionada com sonda vesical C - Pneumonia Associada ao ventilador (VAP) D - Ressuscitação precoce na sepsis grave/choque séptico E - Tratamento antibiótico empírico inadequado na infeção admitida no SCICI F - Infeções por staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) G - Indicação de isolamentos H - Início precoce de antibioterapia na sepsis grave DOMÍNIO IV: METABOLISMO E NUTRIÇÃO -4 -3 -2 -1 0 1 A - Complicações da nutrição parentérica total (NPT): Hiperglicemia/Disfunção Hepática B - Manutenção de níveis adequados de glicemia C - Hipoglicemia grave D - Identificação de doentes em situação de risco nutricional E - Avaliação do estado nutricional F - Necessidades calórico-proteicas em doentes críticos G - Nutrição entérica precoce H - Monitorização da nutrição entérica I -Profilaxia de hemorragia gastrointestinal em doentes com ventilação mecânica invasiva DOMÍNIO V: CUIDADOS NEFROLÓGICOS -4 -3 -2 -1 0 1 A - Incidência de falência renal aguda (FRA) em doentes críticos não coronários B - Estratificação da falência renal aguda (FRA) em doentes críticos 176 DOMÍNIO VI: SEDAÇÃO E ANALGESIA -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 2 3 4 2 3 4 A - Monitorização da sedação B - Sedação adequada C - Interrupção diária da sedação D - Manuseio da analgesia no doente não sedado E - Manuseio da analgesia no doente ventilado F - Identificação do delírio DOMÍNIO IX: TRANSPLANTES -4 -3 -2 -1 0 1 A - Dadores reais B - Monitorização de dadores potenciais de órgãos C - Diagnóstico de morte encefálica DOMÍNIO X: ENFERMAGEM -4 -3 -2 -1 0 A - Informação de enfermagem aos familiares B - Transporte intra-hospitalar assistido C - Pressão do cuff D - Quedas acidentais E - Realização de registos de enfermagem F - Erros de medicação no SCICI G - Cumprimento do protocolo de lavagem das mãos H - Remoção acidental de cateteres vasculares I – Revisão do carro de reanimação 177 1 DOMÍNIO XI: ÉTICA -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 3 4 A - Adequação dos cuidados de fim de vida B - Informação aos familiares dos doentes no SCICI C - Incorporação de instruções prévias na tomada de decisões D - Limitação do tratamento de suporte vital (LTSV) E - Utilização de medidas de contenção DOMÍNIO XII: PLANIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO -4 -3 -2 -1 0 1 2 A - Ronda diária pela equipa multidisciplinar B - Passagem de turno regrada C - Alta precoce ou inadequada no SCICI D - Atraso na Alta do SCICI E - Demora na admissão do SCICI F - Informação de Alta do SCICI G - Plano de integração ao profissional do SCICI H - Presença de intensivista no SCICI nas 24 horas I - Sistema de notificação de eventos adversos J - Reinternamentos não programados no SCICI DOMÍNIO XIII: INTERNET, FORMAÇÃO CONTÍNUA, DOCÊNCIA E INVESTIGAÇÃO -4 -3 -2 -1 0 A - Acesso a fontes médicas relevantes em formato eletrónico B - Existência de protocolos básicos C - Participação em projetos de investigação D - Publicações científicas do SCICI E - Formação contínua 178 1 2 3 4 Anexo E Ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade proposta aos órgãos decisores do SCICI 179 Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro(CHTMAD), EPE Serviço de Cuidados Intensivos e Cuidados Intermédios (SCICI) A preencher pelo administrativo: N.º ___/______ Data de admissão ___/___/___ Data de alta ___/___/___ UCIM UCIP UCIM / UCIP Se sim, data de transferência: ___/___/___ UCIP / UCIM Se sim, data de transferência: ___/___/___ UCIM / UCIP Se sim, data de transferência: ___/___/___ Assinatura do Administrativo: _______________________ Data ___/___/___ A preencher pelo médico: Diagnóstico de admissão: ______________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ Sofa admissão ______ Sofa alta ______ Saps III ______ Saps II ______ Apache II ______ Diagnóstico de alta:_______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________ Sepsis Sepsis grave Choque séptico Admin. precoce de ATB : AVC Isquémico: Sim Não Trombólise: Sim Não Polineuropatia do doente crítico: Sim Não Profilaxia de hemorragia gastrointestinal: Sim Não Profilaxia TVP: SiM Não VAP: Sim Não Bacteriémia CVC: Sim Não ITU: Sim Não Sim LET: Sim Não Não Assinatura do Médico: ___________________________ 181 A preencher por enfermagem: Data de EOT ___/___/___ Sedação Sim Não Dias de VM: _______dias Analgesia prescrita Sim Não Avaliação de Delirium Sim Não Se sim, n.º de episódios de delirium avaliados: ______ Doente ventilado Sim Não 1.º dia de desmame ventilatório___/___/___ VNI Sim Não Posição = ou > a 30º : N.º de dias de registo: _______dias Reintubação Sim Não Auto-extubação Sim Não Doente extubado ao ______ dia de internamento. CVC Sim Não N.º de CVC ´S ______ Dias de CVC _______ Sonda Vesical Sim Não Dias de sonda vesical______ Hemofiltração Sim Não N.º de dias ______. Nutrição Entérica Sim Não Dia de introdução ao ______.º dia. Nutrição Parentérica Sim Não Glicemias > a 150mg/dL Sim Não Se sim, n.º de Glicemias > a 150mg/dL _______ (valor médio estimado) Admin. de Insulina Sim Não Se sim, n.º Admin. de insulina _______ (valor médio estimado) Insulinoterapia Intensiva Sim Não Se sim, n.º de dias _______ Glicemias < a 90 mg/dL Sim Não N.º de admin. terapêutica ________ ( média de 2 dias) Melhorado Mesmo estado Falecido Morte Cerebral Transferido para o Serviço de _________________________________ Assinatura do Enfermeiro:___________________________ 182 Anexo F Autorização para aplicação da ferramenta de avaliação e monitorização da qualidade do SCICI 183 Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), EPE Serviço de Cuidados Intensivos e Cuidados Intermédios (SCICI) INFORMAÇÂO A introdução de indicadores de qualidade assistencial e organizativa nos serviços de acção médica, constitui um factor de diferenciação dos proprios serviços e das instituições de saúde. O objectivo final traduz-se pela monitorização continua da actividade do próprio serviço, utilizando instrumentos que permitem melhorar as práticas dos serviços, possibilitar a comparação entre centros de referencia, avaliar a eficiência, obter um standard de qualidade de acordo com as normas internacionais. Nesse contexto, a obtenção da acreditação pela Join Comission International por parte do CHTMAD, constituiu um enorme salto qualitativo que transformou positivamente o próprio CHTMAD, enquanto instituição de saúde, com repercussão evidente na prestação de cuidados aos doentes. O projecto de trabalho: Indicadores de Qualidade nas Unidades de Cuidados Intensivos para Adultos, da autoria da Enfermeira Filipa Pimenta Matos, profissional do SCICI, contribui de forma extraordinária para a implementação e validação de indicadores de qualidade em ambiente de doentes críticos, permitindo um salto qualitativo relevante na avaliação e evolução do serviço e da instituição. Considero este projecto de enorme interesse, prioritário no processo de implementação e avaliação da qualidade do SCICI, já incluida nos compromissos assumidos institucionalmente no âmbito da Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Vila Real, 29 de Novembro de 2013 O Director do Serviço Francisco Esteves 185 Anexo G Totalidade das variáveis utilizadas para o cálculo da avaliação da qualidade assistencial do SCICI, de acordo com os indicadores selecionados pelo painel de peritos 187 Lista de variáveis utilizadas para o cálculo dos indicadores de qualidade selecionados pelo painel de peritos e para a avaliação da qualidade do SCICI, no período do estudo – 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2012 Indicador n.º 6: - nº de dias em ventilação mecânica invasiva e posição igual ou superior a 30º: sem registo. - n.º de dias de ventilação mecânica invasiva: 1884. Indicador n.º 8: - n.º de doentes com profilaxia de trombose venosa profunda: 252 - nº de doentes admitidos: 252 Indicador n.º 10: - n.º de reintubações: 35 - n.º total de extubações programadas: 296 Indicador n.º 21: - n.º de doentes com ventilação mecânica mais de 72 horas e polineuropatia do doente crítico: 10 - n.º total de doentes com ventilação mecânica mais de 72 horas:172 Indicador n.º 23: - n.º de doentes com acidentes isquémicos fibrinolisados: 33 - n.º total de doentes com acidentes isquémicos: 33 Indicador n.º 25: - n.º de episódios de bacteriémia:11 - n.º total de dias de cateter venoso central: 2242 Indicador n.º 27: - n.º de episódios de pneumonia associada ao ventilador: 14 - n.º total de dias de ventilação mecânica:1759 Indicador n.º 32: - n.º de doentes com sepsis grave e administração precoce de antibiótico: 74 - n.º total de doentes com sepsis grave: 178 Indicador n.º 34: - n.º de doentes com valores de glicemias > 150 mg/dL e em tratamento com insulina: 292 - n.º de doentes com indicação de controlo de glicemia >150 mg/dL: 326 Indicador n.º 35: - n.º total de determinações de glicemia com valores < 49 mg/dL: 0. - n.º total de determinações de glicemias realizadas: 1147. Indicador n.º 39: - n.º de doentes com nutrição entérica e início precoce: 144 - n.º de doentes com nutrição entérica: 144 Indicador n.º 56: - n.º de doentes com ventilação mecânica e avaliação da presença de delirium: 255. - n.º de doentes com ventilação mecânica mais de 48 horas: 255. Indicador n.º 67: - n.º total de mortes encefálicas potenciais dadoras monitorizadas corretamente: 10 - n.º total de mortes encefálicas potenciais dadoras: 10 189 Indicador n.º 68: - nº. total de mortes encefálicas diagnosticadas: 10 - n.º total de falecidos no SCICI: 65 Indicador n.º 73: - n.º de controlos de medição da pressão do cuff dentro do limite: sem registo. - n.º total de controlos de pressão do cuff: sem registo. Indicador n.º 77 : - n.º total de erros de medicação notificados:0 - n.º total de administrações de medicação: 3996 Indicador n.º 78: - n.º de lavagens das mãos realizadas pelos profissionais: 62. n.º de oportunidades de lavagem das mãos do SCICI: 88. Indicador n.º 81: - n.º de doentes falecidos no SCICI com limitação do tratamento de suporte vital: 55. - n.º total de doentes falecidos no SCICI com limitação do tratamento de suporte vital: 55. Indicador n.º 82: - n.º de doentes/família informados que cumprem os requisitos: 326 - n.º de doentes admitidos no SCICI:326 Indicador n.º 92: - n.º de doentes críticos que são admitidos com uma demora > a 4 horas: 0. - n.º total de doentes com alta do SCICI: 262 Indicador n.º 97: - n.º de profissionais ligados ao SCICI com plano de integração: 51. - n.º de profissionais ligados ao SCICI: 51. Indicador n.º 98: - nº de dias com intensivista de presença física nas 24 horas: 365. Indicador n.º 105: - n.º de profissionais no SCICI com formação nos últimos 36 meses: 45. - n.º de profissionais do SCICI: 46. 190