AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO 8,5 ALFABETIZAÇÃO DE ADUTOS: UMA ANÁLISE SOBRE A TURMA DO BRASIL ALFABETIZADO DA ESCOLA TARSILA DO AMARAL, ANO DE 2012, COLNIZA/MT ANA MARIA NEGRISOLI DOS SANTOS [email protected] ORIENTADOR: Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO COLNIZA-MT/2013 AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INTERDISCIPLINAR COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL E ALFABETIZAÇÃO ALFABETIZAÇÃO DE ADUTOS: UMA ANÁLISE SOBRE A TURMA DO BRASIL ALFABETIZADO DA ESCOLA TARSILA DO AMARAL, ANO DE 2012, COLNIZA/MT ANA MARIA NEGRISOLI DOS SANTOS ORIENTADOR: Prof. ILSO FERNANDES DO CARMO “Trabalho apresentado como parcial para obtenção de Especialização em Interdisciplinar com Ênfase em Infantil e Alfabetização.” COLNIZA-MT/2013 exigência titulo de Educação Educação DEDICATÓRIA Dedico este meu trabalho a uma pessoa muito especial que me fez ver a vida de uma maneira mais feliz. Esta pessoa é o meu esposo Luciano Simão. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e a minha família; Telma, Rafael, Augusto e Cacilda, meus grandes colaboradores. RESUMO Alfabetizar adultos é um desafio gigantesco e o Brasil já vem enfrentando esse desafio desde 1947 com a primeira Campanha Nacional de Alfabetização sob a direção do professor Lourenço Filho. No início dos anos 60 sob o comando de Paulo Freire foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização. No Município de Colniza/MT a EJA está em ascensão. A pesquisa segue uma abordagem quantitativa, com a metodologia de revisão bibliográfica. Foram realizadas entrevistas com a Coordenadora do Programa Brasil Alfabetizado de Colniza/MT, com a professora da turma em análise e com os alunos. Os resultados apresentaram que o município de Colniza/MT está em processo de desenvolvimento quanto à alfabetização de adultos. Falta transporte escolar e não há espaços físicos destinado ao programa no município além de não respeitar o termo de adesão aos municípios parceiros que da direito ao educando a isenção ou descontos no IPTU da residência do alfabetizando e desconto na tarifa de água. Palavras Chaves: programa, alfabetização, jovens e adultos. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................06 1. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................07 1.1 História da Educação de Jovem e Adulto no Brasil..............................................07 1.2 Leis que Asseguram a Educação de jovens e Adultos........................................11 1.3 Programa Brasil Alfabetizado...............................................................................12 1.4 Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos..........................14 1.5 Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos.................................................15 1.6 Características dos Alunos da EJA......................................................................17 2. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ESCOLA TARSILA DO AMARAL........19 2.1 Coordenação: Programa Brasil Alfabetizado, Colniza/MT...................................19 2.2Entrevista com a Professora da Turma do Brasil Alfabetizado da Escola Tarsila do Amaral.......................................................................................................20 2.3 Característica da Turma do Brasil Alfabetizado da Escola Tarsila do Amaral.....20 CONCLUSÃO............................................................................................................26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..........................................................................27 ANEXOS....................................................................................................................29 INTRODUÇÃO Em 1947 foi lançada campanha de educação de adultos, sob a direção do professor Lourenço Filho. Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas supletivas, mobilizando esforços das diversas esferas administrativas, de profissionais e voluntários. Essa campanha alimentou a reflexão e o debate em torno do analfabetismo no Brasil. Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, cujo princípio básico pode ser traduzido numa frase sua que ficou célebre: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Em 2003, o Governo Federal, visando à inclusão educacional, lança o programa Brasil Alfabetizado com a missão de abolir o analfabetismo no Brasil e aumentar a escolarização de jovens e adultos, promovendo o aceso à educação como um direito de todos em qualquer momento da vida. O Município de Colniza/MT precisa incentivar a alfabetização de jovens e adultos, um bom começo é cumprir com o termo de adesão que é assinado por todos os municípios parceiros do programa. O termo de adesão incentiva o educando através de isenção ou desconto no IPTU da residência do alfabetizando, oferta de transporte para os alfabetizando que necessitarem, desconto na tarifa de água e consultas oftalmológicas e distribuição de óculos. A pesquisa tem por desiderato fazer a análise da história da educação de jovens e adultos no Brasil e elencar as leis que asseguram a alfabetização de adultos. No primeiro capítulo falará sobre o Programa Brasil Alfabetizado, suas diretrizes operacionais e as características dos alunos da EJA. O segundo capítulo abordará sobre o Programa Brasil Alfabetizado no Município de Colniza, enfocará as coletas de dados através de entrevista com a Coordenadora do programa do município em análise, com a professora e com os alunos da Escola Tarsila do Amaral. . 1. REFERENCIAL TEÓRICO 1.1 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL Segundo a proposta curricular do 1° seguimento, a partir da década de 30, segundo RIBEIRO et al. (2001), a educação de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação no Brasil. Neste período, a sociedade brasileira passava por grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. A ampliação da educação elementar foi impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios. Tal movimento incluiu também esforços articulados nacionalmente de extensão do ensino elementar aos adultos, especialmente nos anos 40. E no processo de redemocratização do Estado brasileiro, após 1945, a educação de adultos ganhou destaque dentro da preocupação geral com a universalização da educação elementar. Em 1947, segundo RIBEIRO et al. (2001), foi lançada campanha de educação de adultos, sob a direção do professor Lourenço Filho, a campanha conseguiu resultados significativos, articulando e ampliando os serviços já existentes e estendendo-os às diversas regiões do país. Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas supletivas, mobilizando esforços das diversas esferas administrativas, de profissionais e voluntários. Essa campanha alimentou a reflexão e o debate em torno do analfabetismo no Brasil. No final da década de 50, segundo RIBEIRO et al. (2001), as críticas à Campanha de Educação de Adultos dirigiam-se tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua orientação pedagógica. Na época a principal referência para a educação de adultos, foi o educador pernambucano Paulo Freire e sua pedagogia inspirou os principais programas de alfabetização e educação popular do início dos anos 60. Sobre a orientação de Paulo Freire em 1964, foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização, que previa a disseminação por todo Brasil de programas de alfabetização. 08 Paulo Freire, segundo RIBEIRO et al. (2001), elaborou uma proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, cujo princípio básico pode ser traduzido numa frase sua que ficou célebre: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Prescindindo da utilização de cartilhas, desenvolveu um conjunto de procedimentos pedagógicos que ficou conhecido como método Paulo Freire. Em 1967, segundo RIBEIRO et al. (2001), foi lançando o Mobral — Movimento Brasileiro de Alfabetização. Era a resposta do regime militar à ainda grave situação do analfabetismo no país. O Mobral constituiu-se como organização autônoma em relação ao Ministério da Educação, contando com um volume significativo de recursos. Em 1969, lançou-se numa campanha massiva de alfabetização. Foram instaladas Comissões Municipais, que se responsabilizavam pela execução das atividades, mas a orientação e supervisão pedagógica bem como a produção de materiais didáticos eram centralizadas. Durante a década de 70, segundo RIBEIRO et al. (2001), o Mobral expandiuse por todo o território nacional, diversificando sua atuação. Das iniciativas que derivaram do Programa de Alfabetização, a mais importante foi o PEI — Programa de Educação Integrada, que correspondia a uma condensação do antigo curso primário. Este programa abria a possibilidade de continuidade de estudos para os recém-alfabetizados, assim como para os chamados analfabetos funcionais, pessoas que dominavam precariamente a leitura e a escrita. Em 1985 o Mobral foi extinto e seu lugar foi ocupado pela Fundação Educar, que abriu mão de executar os programas, construindo canais de troca de experiência, passando a apoiar financeira e tecnicamente as iniciativas de governos, entidades civis e empresas a ela conveniadas. Segundo EDUCAÇÃO (2012), o Governo Federal, visando à inclusão educacional, lança o programa Brasil Alfabetizado com a missão de abolir o analfabetismo no Brasil e aumentar a escolarização de jovens e adultos, promovendo o aceso à educação como um direito de todos em qualquer momento da vida. O programa é coordenado pelo MEC e atua por meio de convênios com instituições de alfabetização de jovens e adultos Tabela 01 Programas federais voltados à Educação de Jovens e Adultos 09 PROGRAMA Campanha Nacional de Alfabetização MEB (Movimento de Educação de Base); MCP (Movimento de Cultura Popular); CPC (Centro popular de Cultura); Ceplar (Campanha de educação Popular); De pé no chão se aprende a ler. Mobral (Movimento Brasileiro de alfabetização) Fundação Educar PROGRAMA DESCRIÇÃO Lançada pelo governo brasileiro em 1947, é a primeira campanha de âmbito nacional com objetivo de alfabetizar a população. Sem experiência e estudos dos modos de alfabetizar adultos, seus argumentos didáticos e pedagógicos acabaram fundamentando-se na educação de crianças. Assentada sobre frágeis alicerces que sustentassem um projeto nacional de alfabetização, foi encerrada em 1963. Movimentos de educação e cultura popular surgidos nas décadas de 1950 e 1960, organizados pela sociedade civil, com vistas a alterar o quadro econômico e cultural da época, composto em grande parte por camponeses analfabetos. Tendo na alfabetização de adultos uma de suas práticas, procuravam vincular a cultura e a educação com a realidade e as transformações sociais. orientados pela concepção de Paulo Freire de um processo de alfabetização que partia da realidade do educando, acabaram extintos após o golpe militar de 1964. Projeto do governo brasileiro, criado pela lei nº 5.379, de 15 de dezembro de 1967, que propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos visando “conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida”. Suas ações se mostraram pouco eficazes devido à falta de um projeto pedagógico que contemplasse as grandes diferenças existentes entre a população das diversas regiões do país, e envolvido em denúncias de ingerência e manipulações, encerrou suas atividades em 1985, tendo seus programas incorporados à Fundação Educar. Criada em 1985, passou a fazer parte do MEC, diferentemente do Mobral. Exercia a supervisão e o acompanhamento junto às instituições e secretarias que recebiam os recursos transferidos para a execução de seus programas DESCRIÇÃO PERÍODO Entre 1947 e 1963 Décadas 1950 e 1960 – 1964 Entre de até 1967 e 1985 Entre 1985 e 1990 PERÍODO 10 Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária) Recomeço – Supletivo de Qualidade (Fazendo Escola) Brasil Alfabetizado Escola de Fábrica PROGRAMA ProJovem (Programa Nacional de Inclusão de Criado em 1998 pelo Ministério Extraordinário de Política Fundiária e incorporado ao Incra em 2001, para ampliar a escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados. visava alfabetizar e escolarizar jovens e adultos nos dois segmentos do ensino fundamental; capacitar pedagogicamente e escolarizar educadores no ensino fundamental para atuar como agentes multiplicadores nas áreas de reforma agrária; formar e escolarizar os coordenadores locais para atuarem como agentes sociais multiplicadores e organizadores de atividades educativas comunitárias. Criado pelo MEC, em 2001, para apoiar os municípios e estados com baixo IDH, em especial do Norte e Nordeste do país, a prover ensino fundamental de jovens e adultos. A partir de 2003, recebeu a denominação de Fazendo Escola e foi progressivamente estendido a todas as regiões do país, com destinações conforme o déficit educativo local. Suspenso em 2007 por suas ações passarem a ser financiadas pelo Fundeb. Criado em 2003 para universalizar a alfabetização de brasileiros de 15 anos ou mais, e reestruturado, em 2007, pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). é voltado para todo o território nacional, com atuação prioritária nos 1,1 mil municípios com taxas de analfabetismo acima de 35%. Tem prioridade de atendimento à região Nordeste, que concentra 90% dos municípios com altos índices de analfabetismo, e os jovens de 15 a 29 anos. Criado em 2005, consiste no aporte de recursos do governo federal para abertura de salas de aula em empresas e se destina à capacitação profissional de jovens de 16 a 24 anos que não concluíram o ensino básico, provenientes de famílias de escassos recursos. DESCRÍÇÃO Instituído em 2005, destina-se à elevação de escolaridade de jovens entre 18 e 24 anos inclusive aqueles com necessidades educativas especiais), sem vínculo empregatício formal, que não concluíram o ensino fundamental; qualificação Desde 1998 Entre 2001 e 2007 Desde 2003 Desde 2005 PERÍODO Desde 2005 11 Jovens) Proeja (Programa de Integração da Educação Profissional ao ensino médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos) Programa Nacional do livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNlA) ProJovem Campo – Saberes da Terra (Programa Nacional de Inclusão de Jovens) profissional; inclusão digital e ação comunitária. Abrange as capitais e demais regiões metropolitanas com mais de 200 mil habitantes, mediante convênios com as administrações públicas dos entes federados. Instituído pelo Decreto nº 5.840, de 2006, consiste na reserva de um percentual mínimo de vagas para jovens e adultos na rede federal de educação profissional e tecnológica e na oferta para esse público de ensino fundamental e médio articulados à formação profissional básica ou técnica, com metodologias e currículos apropriados. Criada pela Resolução nº 18, de 24 de abril de 2007, a iniciativa consiste na distribuição de livros didáticos para atender à demanda específica do público jovem e adulto, além de apoiar os alfabetizadores cadastrados pelas entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado que receberão, anualmente, livros didáticos adquiridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). o objetivo é oferecer publicações com linguagem própria para adultos para estimular o interesse pelo aprendizado da leitura e da escrita. O ProJovem Campo consiste em uma reformulação e ampliação, realizada em 2008, do programa Saberes da Terra. oferece formação equivalente ao ensino fundamental, com qualificação profissional, a jovens agricultores alfabetizados que estejam fora da escola. Aos participantes são oferecidos cursos de qualificação profissional nas áreas de agricultura familiar e de sustentabilidade. Têm prioridade municípios e regiões com baixo IDH, integrantes do programa Territórios da Cidadania, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Desde 2006 Desde 2007 Desde 2008 Fonte: GONÇALVES (2009) 1.2 LEIS QUE ASSEGURAM A EDUCAÇÃO DE JOVENS E AUDLTOS De acordo com o art. 4°. Inciso I e VII, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Garante o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria. E a oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com 12 características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola. Conforme seção V da Lei de Diretrizes e Base, A Educação de Jovens e Adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador complementares entre si. na escola, mediante ações integradas e Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º. Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. 1.3 PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO O Programa de educação de Jovem e adulto Brasil Alfabetizado foi criado pelo decreto n° 4.834, de 08 de setembro de 2003. O programa foi iniciativa do Ministério da Educação com finalidade de erradicar o analfabetismo no Brasil. O mesmo se da com a colaboração da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e organizações civil. Art. 2º Fica instituída a Comissão Nacional de Alfabetização e educação de Jovens e Adultos, órgão colegiado de caráter consultivo, com o objetivo de assessorar o Ministério da Educação na formulação e implementação das políticas nacionais e na execução das ações de alfabetização e de educação de jovens e adultos. (Redação dada pelo Decreto nº 5.475, de 2005) § 1º A Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos será composta por personalidades reconhecidas nacionalmente e por pessoas indicadas por instituições e entidades representativas da área educacional, de âmbito nacional, até o limite de dezesseis membros 13 titulares e respectivos suplentes, designados pelo Ministro de Estado da Educação. (Redação dada pelo Decreto nº 5.475, de 2005) § 2º A participação nas atividades da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos será considerada função relevante, não remunerada. (Redação dada pelo Decreto nº 5.475, de 2005) Art. 3º A Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos será presidida pelo Ministro de Estado da Educação e, na sua ausência ou impedimento, pelo Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação. (Redação dada pelo Decreto nº 5.475, de 2005) o Art. 4 Fica instituída a Medalha Paulo Freire, a ser conferida a personalidades e instituições que se destacarem nos esforços de erradicação do analfabetismo no Brasil. O Programa Brasil Alfabetizado conta com educadores que atuam preferencialmente na rede pública. Os professores selecionados recebem uma bolsa do Ministério da educação, que a partir de 2007, o sistema de bolsas pagas pelo governo federal passou a ser feita diretamente ao bolsista através de sua conta corrente. As bolsas pagas aos educadores possuem valores diferentes e são distribuídas seguindo alguns critérios: I - aos educadores que trabalham com turma ativa de jovens, adultos e idosos é pago o valor de R$ 250,00; II - aos educadores que trabalham com turma ativa que inclua jovens, adultos, e idosos com necessidades educacionais especiais, a população carcerária e aos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas é pago o valor de R$ 275,00; III - há tradutor-intérprite de LIBRAS que auxilia o alfabetizador com turma ativa que inclui jovens, adultos e idosos surdos é pago o valor de R$ 250,00; IV - há coordenador de turmas de jovens, adultos e idosos é pago o valor de R$ 500,00; V – para alfabetizadores que ministram aulas em duas turmas é pago o valor de R$ 500,00. Para que seja aberta turma de alfabetizandos através do programa Brasil alfabetizado é necessário que se tenha numero mínimo de 7 (sete) e no Maximo (25) vinte e cinco alunos por turma na zona rural e na zona urbana no mínimo (14) e no máximo (25) vinte e cinco. 14 1.4 DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. O Programa de Educação de Jovens e Adultos conta com diretrizes que estabelece algumas normas para os indivíduos participar do programa como. De acordo com a Resolução n° 3, de 15 de Junho de 2010, que Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA, idade mínima e certificação nos exames de EJA e Educação de Jovens e Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância. Segundo Resolução n° 3, de 15 de Junho de 2010 à carga horária o curso presencial de EJA, institui para os anos iniciais do Ensino Fundamental, a duração deve ficar a critério dos sistemas de ensino. Para os anos finais do Ensino Fundamental, a duração mínima deve ser de 1.600 (mil e seiscentas) horas, para o Ensino Médio, a duração mínima deve ser de 1.200 (mil e duzentas) horas. Para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio integrada com o Ensino Médio, reafirma-se a duração de 1.200 (mil e duzentas) horas destinadas à educação geral, cumulativamente com a carga horária mínima para a respectiva habilitação profissional de Nível Médio. Para realizar o exame de conclusão de EJA do Ensino Fundamental é necessário que o educando tenha idade mínima de 15 ( quinze) anos completos, e para o Ensino Médio 18 anos completos, seguindo a regra da propriedade para o atendimento da escolarização obrigatória. Para atrair os jovens e adultos situado nesta faixa etária de 15 anos ou mais que estão com defasagem em idade-série. As instituições fazem chamada ampliada de estudantes para o Ensino Fundamental em todas as modalidades. Incentiva e apóia as redes de sistemas de ensino a estabelecerem, de forma colaborativa, política própria para o atendimento dos estudantes adolescentes de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, garantindo a utilização de mecanismos específicos para esse tipo de alunado que considerem suas potencialidades, necessidades, expectativas em relação à vida, às culturas juvenis e ao mundo do trabalho. Incentiva a oferta de EJA nos períodos escolares diurno e noturno, com avaliação em processo. 15 1.5 PAULO FREIRE E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTO Paulo Freire, segundo FREIRE (2013), é a figura mais notável se tratando de alfabetização de jovens e adultos no Brasil, o magnífico educador ajudou milhares de educandos brasileiros e de outros países a descobrir os signos da escrita e acima de tudo serem mais felizes. Seus livros são editados nos principais países do mundo ocidental, Estados Unidos, Canadá, Itália, Alemanha, Uruguai e Argentina. A obra de Paulo Freire, assim como a obra de todo bom herói, é um desses fenômenos de forte apelo mítico. De tão bem que ele desencantou o mundo, encantou-se, e nos fez encantarmo-nos com ele. Sua obra e sua figura pessoal encontram-se, pois, intensamente cercadas de uma aura. Isso não é surpreendente. Isso veio sendo construído ao longo de sua vida profissional, e se acentuou à medida que envelhecia. O fundamento político dessa construção foi sua condição de patriota vitimado, que arriscou sua vida para realizar um projeto salvador: a libertação cultural e política de seus irmãos miseráveis, analfabetos, oprimidos. O que custou-lhe um exílio. Ao mesmo tempo, valeu-lhe o acesso ao mundo, e ao mundo, o acesso a ele. (CASALI, 1998:98). Segundo FREIRE (2013), Paulo Freire nasceu no Recife, na mais pobre área dessa grande nação latino-americana. Embora criado em uma família de classe média, interessou-se pela educação dos oprimidos de sua região. Formou-se em Direito e desenvolveu um "sistema" de ensino para todos os níveis da educação. Foi encarcerado duas vezes em seu país e tornou-se famoso no exterior. Hoje, Paulo Freire é considerado o mais conhecido educador de nosso tempo. Paulo Freire, segundo FREIRE (2013), dá início a trabalhos com iniciativas populares, quando decide organizar, juntamente com paróquias católicas, projetos que abrangem desde o jardim de infância até à educação de adultos, objetivando o desenvolvimento do currículo e a formação de professores. O resultado desse trabalho foi partilhado com outros grupos: técnicas como estudo em grupo, ação em grupo, mesas redondas, debates e distribuição de fichas temáticas eram praticados nesse tipo de trabalho. Foi a partir do desenvolvimento desse projeto, segundo FREIRE (2013), que se começou a falar de um sistema de técnicas educacionais, o "Sistema Paulo Freire", que podia ser aplicado em todos os graus da educação formal e da nãoformal. Mais tarde, nas décadas de 70 e 80, no seu trabalho em alfabetização, um elemento do sistema foi interpretado sob a denominação "Método Paulo Freire" e "conscientização" como um passe-partout para a revolução. Por essa razão, Paulo 16 Freire parou de usar essas expressões, enfatizando o caráter político da educação e sua necessária “reinvenção” em circunstâncias históricas diferentes. Em 1960, segundo MEDEIROS (2005), Paulo Freire, trabalhando como coordenador dos projetos de educação de adultos apóia a criação do Movimento de Cultura Popular (MCP), mas, infelizmente, militantes católicos, protestantes e comunistas interpretam suas tarefas educativas de modo diferente e criam uma cartilha de alfabetização de adultos, escolhendo uma diretriz política de abordagem. Paulo Freire foi contra essa prática, pois a mesma consistia no ensino de mensagens prontas aos analfabetos, a fim de manipulá-los. Ele estava convencido da capacidade inata das pessoas, pois já fizera experiências nos domínios visuais e auditivos enquanto elas aprendiam a ler e a escrever. Contudo, ainda assim faltava o estímulo com que Freire poderia evocar o interesse pelas palavras e sílabas em pessoas analfabetas. Faltava a "consciência" dos termos individuais. A experiência mostrou para ele que não era suficiente começar com uma discussão intensa da realidade. Analfabetos são fortemente influenciados por suas falhas na escola e em outros ambientes de aprendizagem. A fim de reduzir esses obstáculos e provocar um impulso motivador, Freire experimentou verificar a distinção entre as habilidades de seres humanos e de animais em seus ambientes particulares. Freire, Freire, segundo BARRETO (1986), começou a experimentar essa nova concepção na alfabetização, no círculo cultural que ele mesmo coordenava como monitor e cujos membros conhecia pessoalmente. Freire relata que na 21ª hora de alfabetização, um participante era capaz de ler artigos simples de jornal e escrever sentenças curtas. Os slides, particularmente, criavam grande interesse e contribuíam para a motivação dos participantes. Depois de 30 horas (sendo uma hora por dia, durante cinco dias da semana) a experiência foi concluída. Três participantes tinham aprendido a ler e escrever. Podiam ler textos curtos e jornais e escrever cartas. Dois participantes evadiram-se. Assim nasceu o "Método Paulo Freire de Alfabetização". A prática pedagógica proposta por Freire, segundo BARRETO (1986), se realiza a partir de um grupo, considerando as condições locais e culturais, parte da vontade do alfabetizando de querer aprender a ler o mundo, causando uma reflexão sobre este mundo e gerando a esperança na transformação. A individualidade, a 17 unidade primeira vital e humana, relacionando-a com os outros indivíduos, ajudando a construir significados locais e culturais, para atingir o valor universal. Segundo Paulo Freire (2005), na pedagogia do oprimido, ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, midiatizados pelo mundo. Não há mais educador do educando, não há mais educando do educador, mas educador-educando como educando-educador. O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. Quanto mais se problematizam os educandos, como seres no mundo e com o mundo, tanto mais se sentiram desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais se sentirão obrigados a responder ao desafio. Desafiados, compreendem o desafio na própria ação de captá-lo. Mas, precisamente porque captam o desafio como um problema em suas conexões com outros, num plano de totalidade não como algo petrificado, a compreensão resultante tende a tornar-se crescentemente crítica, por isto, cada vez mais desalienada. (FREIRE, 2005, p; 78), 1.6 CARACTERISTICAS DOS ALUNOS DA EJA Segundo Leandro Jesus Basegio e Renato da Luz Medeiros (2009), na maioria dos casos, esses alunos que abandonaram os estudos durante o período regular e/ou nem chegaram a ingressar na escola. Tomaram essa atitude em conseqüência de sua condição socioeconômica. A necessidade, desde muito cedo, de ter que contribuir para o sustento da família é um grave problema que milhares de brasileiros enfrentam diariamente e é uma situação que o Brasil ainda não eliminou da sociedade. Essa é uma lamentável chaga social. Não há como negar sua presença na vida diuturna e, para se constatar esse fato, basta percorrer-se as ruas das grandes cidades brasileiras. De acordo com Leandro Jesus Basegio e Renato da Luz Medeiros (2009), o educador que vai lecionar para os jovens e adultos deve ter em mente que esses alunos se caracterizam por estarem sob uma condição diferenciada, em relação aos alunos do diurno. Os alunos da EJA, quando retornam à escola, almejam o resgate do conhecimento que foi perdido e/ou que jamais foi alcançado. Entretanto, esses alunos, de um modo geral, voltam com muitas dificuldades, tanto materiais quanto de aprendizagem. 18 Conforme Leandro Jesus Basegio e Renato da Luz Medeiros (2009), é de vital importância que os educadores que lecionam na EJA sejam precavidos e evitem reproduzir as mesmas metodologias empregadas no ensino regular do diurno. Agindo de outra forma, o professor estará prestando um desserviço ao processo educacional. Os alunos da EJA, ao longo de sua vida escolar, de um modo ou de outro, já sofreram um processo de exclusão e se, ao retomarem seus estudos, receberem um tratamento nos moldes tradicionais, certamente acabarão sendo excluídos novamente da escola. Segundo Leandro Jesus Basegio e Renato da Luz Medeiros (2009), é fundamental que as escolas, e principalmente as escolas que comportam cursos noturnos e da EJA, conheçam a realidade de seus alunos e que possam, com base nesse conhecimento, trabalhar seus conteúdos de uma maneira significativa, procurando despertar nesse aluno o desejo de desenvolver seu conhecimento sobre os conteúdos escolares. 2. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ESCOLA TARSILA DO AMARAL 2.1 COORDENÇÃO: PROGAMA BRASIL ALFABETIZADO, COLNIZA/MT No município de Colniza/MT há 164 alunos matriculados no Programa Brasil Alfabetizado, na cidade há duas turmas, uma na Escola Estadual Tarsila do Amaral, localizado na Avenida Mato Grosso, s/n, Centro e outra em um prédio cedido pela secretaria de Assistência Social, localizado na Avenida do Contorno s/n, Bairro Jardim Imperial e mais doze turmas distribuídas no interior do município. Em Colniza/MT, há uma certa dificuldade em formar as turmas devido a distância da escola as casas dos alunos, sendo que não tem transporte escolar e existe uma dificuldade de encontrar espaço físico adequado. Se tratando da merenda escolar a uma grande preocupação em diversificar a mesma, mas a verba atende por número de aluno, então torna-se pouca para diversificar e controlar essa verba para os oito meses. Apesar da bolsa oferecida para os profissionais que atuam no programa ser de apenas R$ 250,00, alguns educadores se disponibilizam para ajudar essas pessoas que tem vontade de aprender. Para atrair alunos para o programa são feitos anúncios e visitas nas casas dos educandos. Conforme Resolução CD/FNDE Nº 32 de 1º de julho de 2011. 6º CABE AO MUNICÍPIO PARCEIRO: I. Indicar um técnico da Secretaria Municipal para coordenar desde a mobilização até a execução do Programa no Município; II. Viabilizar a participação dos recursos humanos da Prefeitura para dar suporte aos técnicos da SEDUC nas atividades de cadastramentos dos alfabetizadores e alfabetizandos do Programa Brasil Alfabetizado, no Município; III. Fazer a mobilização no Município através da mídia, panfletos, enfim, chamamento aos Jovens e Adultos e Idosos não alfabetizados; IV. Acompanhar e subsidiar Alfabetizado em seu Município; V. Apoio ao transporte para Alfabetizadores da zona rural para virem na Formação Inicial e nas reuniões pedagógicas mensais no Município; VI. VII. as atividades do Programa Brasil Reprodução e disponibilização de Teste Cognitivo; Buscar alternativas de incentivo para o cadastramento e assegurar a permanência dos alfabetizandos em sala de aula, durante os oito meses do Programa. As ações de estímulo de que cita o Artigo, podem variar de acordo com a realidade de cada Município nas seguintes formas: 1. Isenção ou descontos do IPTU da residência do alfabetizando; 20 2. Transporte para o alfabetizando quando for o caso; 3. Desconto na tarifa de água; 4. Consultas Oftalmológicas e distribuição de Óculos, quando houver disponibilidade de adesão diretamente com o SES; assim como qualquer outra forma que incentive e garanta o cadastramento e permanência no curso. VIII. Disponibilizar e viabilizar Escolas Municipais ou demais prédios públicos com espaços físicos para a realização das aulas do Programa Brasil Alfabetizado no município, bem como auxiliar no sentido de melhoria dos espaços encontrados, como: iluminações, quadro negro de giz, carteiras ou consertos de carteiras sem utilidade nas escolas; IX. Ofertar vagas para atender os alunos egressos do Programa Brasil Alfabetizado (Ensino Fundamental – 1º Segmento); 2.2 ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA TURMA DO BRASIL ALFABETIZADO DA ESCOLA TARSILA DO AMARAL ANO DE 2012. A docente é Licenciada em Letras e Pós graduada em Educação Interdisciplinar, a mesma além de ser formadora da turma mencionada, trabalha 40 horas como professora articuladora na Escola Municipal Coração de Jesus. A variação de idade da turma é de 38 a 67 anos e a diferença entre educar crianças e educar adultos, os alunos são muito comportados e dedicados, porém a maioria dos educandos não questiona o professor. A EJA guarda grandes diferenças do ensino regular pelo fato dos alunos estarem inseridos no mercado de trabalho eles freqüentam as aulas no período noturno e as relações que esses estudantes apresentam com o mundo do trabalho incidem diretamente no seu aproveitamento escolar. A carga horária semanal é de 10 horas, sendo a mesma dividida em 4 dias consecutivos, de segunda a quinta-feira, com 2:30 e trinta minutos por dia, no período noturno, com início as 19:00 horas. Os níveis de conhecimento dos educandos variam, existe alunos que possuem conhecimentos básicos do código lingüístico e matemático, outros sabem ler e alguns que não possuem nem coordenação motora. Os materiais oferecido para a EJA são ricos e condizente com os diversos níveis de aprendizagem dos alunos, porém a questão financeira é desmotivadora. 2.3 CARACTERISTICA DA TURMA DO BRASIL ALFABETIZADO DA ESCOLA TARSILA DO AMARAL 21 Entrevistado I Possui 54 anos de idade e trabalha oito horas por dia, o mesmo informa que não foi alfabetizado quando criança pois morava no sítio, longe da cidade e na linha em que morava não havia escola, na época a educação era difícil, não havia diálogo na família, muitos pais não permitiam que os filhos estudasse, participou do Mobral uns 15 dias e não pode continuar, pois sua casa ficava por volta de 10 km longe da escola. De acordo com o entrevistado I seus pais não achavam o estudo importante, a maioria das crianças que moravam próximo dele na época não estudava e seus pais não sabiam ler e escrever. O educando informa que o fato do mesmo não saber ler e escrever fez falta, para ir ao mercado, para viajar e quando precisava escrever tinha que pedir para alguém. O mesmo voltou a estudar pois tem muita vontade de aprender, sendo que ele já foi convidado a estudar antes e o fato de não ser alfabetizado o fez perder muitos empregos. As imagens abaixo mostram parte do questionário aplicado ao entrevistado I. Imagem 01: parte do questionário aplicado ao entrevistado I. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Imagem 02: parte do questionário aplicado ao entrevistado I. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Imagem 03: parte do questionário aplicado ao entrevistado I. 22 FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Entrevistado II A entrevistada II possui 41 anos de idade, a mesma não foi alfabetizada na idade correta, pois morava muito distante da escola e seus pais nunca fizeram questão que ela estudasse. A educanda informa que a educação na época era rígida sendo que foi uma vez na escola e não quis mais voltar. A aluna diz que já perdeu oportunidade de emprego pela falta de leitura, na ocasião iria trabalhar em uma loja, más deveria saber fazer contas. As imagens abaixo mostram parte do questionário aplicado ao entrevistado II. Imagem 04: parte do questionário aplicado ao entrevistado II. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Imagem 05: parte do questionário aplicado ao entrevistado II. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Entrevistado III O entrevistado III possui 67 anos de idade, o mesmo não se alfabetizou quando criança, pois passou por dificuldades, faltava dinheiro para comprar material e a escola era longe se sua residência. O mesmo informa que sua professora era muito brava, ele tremia de medo, pois não podia nem conversar. O educando estudou o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), na ocasião o mesmo já era casado e andava 40 km para trabalhar.] De acordo com o entrevistado III, seus pais não sabiam nem assinar o nome, sendo que a falta de leitura dificultou sua vida, pois se ele soubesse escrever 23 não teria que pedir para os outros. O educando motivou-se a estudar através de ver seu filho estudando. A imagem abaixo mostra parte do questionário aplicado ao entrevistado III. Imagem 06: parte do questionário aplicado ao entrevistado III. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Entrevistado IV A entrevistada IV tem 41 anos de idade, a mesma não se alfabetizou quando criança devido à criação de seus pais e constantes mudanças. Ela informa que na época a educação era muito rígida e nem todos podiam freqüentar a escola devido o trabalho e as escolas ficarem distantes das residências. Seus pais achavam que se soubesse assinar o nome já era suficiente sendo que os mesmo não possuíam tal habilidade. A educanda reconhece que se usa a escrita para tudo desde o lazer ao trabalho. A imagem abaixo mostra parte do questionário aplicado ao entrevistado IV. Imagem 07: parte do questionário aplicado ao entrevistado IV. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. 24 Imagem 08: parte do questionário aplicado ao entrevistado IV. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Imagem 09: parte do questionário aplicado ao entrevistado V. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Imagem 10: parte do questionário aplicado ao entrevistado VI. FONTE: Ana Maria Negrisoli dos Santos, 2012. Os alunos da Turma do Brasil Alfabetizado da Escola Tarsila do Amaral não foram alfabetizados no período regular por motivos diversos. Segundo Leandro Jesus Basegio e Renato da Luz Medeiros (2009), a questão do ensino destinado aos jovens e adultos não é um problema novo no contexto social brasileiro. Há muito se tem discutido a situação que distancia aqueles que obtiveram conhecimento e instrução no formato tradicional e os demais que tiveram de abandonar os estudos, por falta de oportunidade e/ou por ter que optar pelo trabalho. Na maioria dos casos, os alunos que abandonaram os estudos durante o período regular e/ou nem chegaram a ingressar na escola. Tomaram essa 25 atitude em conseqüência de sua condição socioeconômica. Os alunos, quando decidem retomar os estudos, em sua maioria acabam ingressando nos cursos de escolas públicas, oferecidos no período da noite, ou seja, nos cursos noturnos. É evidente que não é apenas a questão financeira que afastava os alunos da escola. Existe uma série de fatores que contribui para esse processo de exclusão escolar. Entre eles, destacam-se os altos índices de reprovação. CONCLUSÃO Em Colniza/MT, falta incentivo para os alfabetizandos do Programa Brasil Alfabetizado, Falta transporte escolar e não há espaços físicos destinado ao programa no município alem de não respeitar o termo de adesão aos municípios parceiros que da direito ao educando a isenção ou descontos no IPTU da residência do alfabetizando e desconto na tarifa de água. A variação de idade da turma é de 38 a 67 anos e a diferença entre educar crianças e educar adultos. Os níveis de conhecimento dos educandos variam, existe alunos que possuem conhecimentos básicos do código lingüístico e matemático, outros sabem ler e alguns que não possuem nem coordenação motora. Os alunos do Programa Brasil Alfabetizado da Escola Tarsila do Amaral não se alfabetizaram no período regular devido sua condição econômica, a exclusão escolar através dos altos índices de reprovação e a falta de oportunidade gerada através da longa distância de suas residências a escola mais próxima. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A EDUCAÇÃO de jovens e adultos como expressão da educação popular: A Contribuição do Pensamento de Paulo Freire. Disponível em: <http://www.paulofreire.org.br>. Acesso em 19 jul. 2012. BARRETO Jose Carlos. Educação de adultos na ótica freiriana. Disponível em: <http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espacoeducar/ensino-fundamental/educ-jovens-adultos/artigos/educacao2.pdf>. Acesso em: 26 maio de 2013. BASEGIO, Leandro Jesus e MEDEIROS, Renato da Luz. Educação de jovens e adultos I. Organizada pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Curitiba: Ibpex, 2009. CASALI, Alípio. Paulo Freire: o educador na história. Disponível: <http://www.fpce.up.pt/ciie/revistaesc/pagina10.htm>. Acesso em 26 de maio de 2013. EDUCAÇÃO de adultos na ótica freiriana. <http://www.smec.salvador.ba.gov.br>. Acesso em 19 jul. 2012. EDUCAÇÃO de jovens e adultos. http://www.pedagogiaemfoco.pro.br. Acesso em 19 jul. 2012. Disponível Disponível em: em: EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS. Ensino Fundamental, Proposta Curricular – 1° Seguimento. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br>. Acesso em 18 jul. 2012. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1979. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. FREIRE Paulo: pensamento, político e educação – da pesquisa As Práticas Educativas na Educação de Jovens e Adultos Disponível em: <http://www.integrar.org.br>. Acesso em 22 abr. 2013. GONÇALVES, Edneia (coord.). Alfabetização solidária, 13 anos – percursos e parcerias. São Paulo: Alfabetização Solidaria, 2009. Disponível em: www.alfabetizacao.org.br. Acesso em 24 out. 2012. LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.google.com.br>. Acesso em 05 jul. 2012.. 28 LEIS E NORMAS. Decreto n° 4.834, de 8 de setembro de 2003, Cria o Programa Brasil Alfabetizado, Institui a Comissão Nacional de Alfabetização e a Medalha Paulo Freire, e dá outras providências. Disponível em: <http://forumeja.org.br>. Acesso em 05 jul. 2012.. MEDEIROS. Maria das Neves. A educação de jovens e adultos como expressão da educação popular: A contribuição do pensamento de Paulo Freire. In: V Colóquio Internacional Paulo Freire – Recife, 19 a 22 set. 2005. ORIENTAÇÕES sobre o programa Brasil alfabetizado. Disponível em: < www.alfabetizacao.org.br >. Acesso em 20 jul. 2012. PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO. Disponível em: <http://www.upcme.org.br/site/docs/apresentacaoab.pdf>. Acesso em 05 jul. 2012.. PAULO FREIRE e a educação de jovens e adultos. Disponível em: <http://www.cereja.org.br>. Acesso em 19 jul. 2012. RESOLUÇÃO Nº 3, DE 15 DE JUNHO DE 2010. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Disponível em: <http://forumeja.org.br>. Acesso em 6 jul. 2012. RESOLUÇÃO CD/FNDE Nº 32 DE 1º DE JULHO DE 2011.Estabelece orientações, critérios e procedimentos relativos à transferência automática a estados, municípios e ao Distrito Federal dos recursos financeiros do Programa Brasil Alfabetizado no exercício de 2011, bem como ao pagamento de bolsas aos voluntários que atuam no Programa. RIBEIRO. et al. Educação para jovens e adultos. Ensino Fundamental Proposta curricular - 1º segmento. São Paulo/Brasília, 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/propostacurricular/primeirosegmento /propostacurricular.pdf>. Acesso em 27 maio. 2013. ANEXOS Pesquisadora: Ana Maria Negrisoli dos Santos Colniza ____/___/____ QUESTIONÁRIO SOBRE A TURMA DO BRASIL ALFABETIZADO DA ESCOLA TARCILA DO AMARAL, COLNIZA/MT, ANO DE 2012 Localização da Escola: _________________________________________________ Entrevista com a coordenadora do Programa. Nome da coordenadora: ________________________________________________ Quantos alunos estão matriculados no Programa Brasil Alfabetizado no Município? Quantas turmas há na cidade e em quais escolas? Quantas turmas a na zona rural? De acordo com o Programa as turmas na cidade devem ter um numero mínimo de 14 alunos por turma, isso dificulta a formação de turmas? Os alunos tem direito a merenda escolar, é respeitado esse direito? Há transporte escolar para os alunos que moram longe da escola? É oferecido capacitação para os professores? O fato de ser oferecido apenas uma bolsa no valor de R$ 250,00 dificulta encontrar profissionais qualificados para trabalhar? Qual é a responsabilidade do município com o Programa Brasil Alfabetizado? É feito campanha para atrair os alunos para o programa? É oferecido condições para visitar todas as escolas do programa? Entrevista com a Professora da Turma do Brasil Alfabetizado da escoa Tarsila do Amaral, ano de 2012. Qual a sua formação? A Sra. Tem outra ocupação profissional. Qual? Há diferença entre alfabetizar criança e alfabetizar adulto? Há método diferenciado para alfabetizar adulto? Como os alunos se comportam em sala de aula? Eles questionam o educador ou gostam mais de ouvir? Qual a variação de idade da turma? Qual a carga horária de aula semanal e como é dividida? Os educandos apresentam níveis diferentes de conhecimento. Como é trabalhada essa diferença? Os educandos da EJA têm muita vontade de aprender. É oferecido livros de leitura adequados ao educando? Você ganha apenas uma bolsa, isso desmotiva o trabalho? Entrevista com os alunos da turma do Brasil Alfabetizado da Escola Tarsila do Amaral._____________________________________________________________ Nome do educando: ___________________________________________________ Qual a idade do educando? Qual o motivo de não ter se alfabetizado na idade correta? Como era a educação na época? O Sr. (a) se lembra como acontecia a educação na sua época? O Sr. (a) se lembra do MOBRAL? Qual era a distancia da residência a escola mais próxima? Seus pais achavam o estudo importante? As crianças que moravam próximo a você estudavam? Seus pais sabem ler e escrever? Saber ler e escrever fez falta para você? Quais motivos levaram-no a estudar? Você já foi convidado a estudar antes? Já perdeu oportunidade de emprego por não saber ler e escrever? O Sr.(a) acha que adulto não precisa estudar? As condições oferecidas para sua permanência a escola é adequada? Quantas horas você trabalha por dia? Que horário termina seu expediente? O Sr.(a) gosta de ler? O Sr. (a) acha o método antigo mais eficaz do que o de hoje?