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Quaresma // Ano B
II Domingo da Quaresma
Cartaz da Semana
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BENTO XVI EM ANGOLA
O Papa anunciou (…) uma visita em Março [20 a 23
de Março] a Angola. O Núncio Apostólico em Angola, D.
Angelo Becio, pediu que não seja feita uma leitura política
da viagem que exprime como “apostólica” (…).
(…)
Mas mais que o “aproveitamento político” esta visita é
“um prémio para a missão da Igreja e um estímulo para
continuar este caminho”.
(…)
A Igreja africana é reconhecida por todos e “Angola tem
muitos mártires, muitas pessoas que foram assassinadas
durante a guerra e também por isso deu testemunho até
ao fim”. A Igreja trabalhou muito pela pacificação, durante
a guerra esteve do lado dos pobres e dos excluídos
e das vítimas da guerra e está muito empenhada na
reconstrução, explica o sacerdote [Pe. Tony Neves].
(…)
Em Angola tanto jovens como crianças estão “muito
inseridos dos dinamismos eclesiais e continuam a
acreditar que a Igreja ajuda a construir a paz, rasga
caminhos de futuro e a cimentar valores”. A deslocação
de Bento XVI a Angola mostra “que estas igrejas são mais
futuro do que as da América ou da Europa”.
Agência Ecclesia
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II Domingo da Quaresma
Primeira Leitura Gen 22, 1-18
Evangelho Mc 9, 2-10
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o:
«Abraão!». Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma
o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e
vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num
dos montes que Eu te indicar. Quando chegaram ao local
designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou
a lenha sobre ele. Depois, estendendo a mão, puxou do
cutelo para degolar o filho. Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe
do alto do Céu: «Abraão, Abraão!». «Aqui estou, Senhor»,
respondeu ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão
contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na
verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu
filho, o teu filho único». Abraão ergueu os olhos e viu atrás
de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. Foi buscálo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho. O Anjo do
Senhor chamou Abraão do Céu pela segunda vez e disse-lhe:
«Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim
procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único,
abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as
estrelas do céu e como a areia das praias do mar, e a tua
descendência conquistará as portas das cidades inimigas.
Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão
abençoadas todas as nações da terra».
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João
e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte
e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se
resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro
sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceramlhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou
a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos
aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés,
outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam
atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a
sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu
Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em
redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com
eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não
contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho
do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram
a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria
ressuscitar dos mortos.
Segunda Leitura Rom 8, 31b-34
Irmãos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós?
Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou
à morte por todos nós, como não havia de nos dar, com Ele,
todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus, se Deus
os justifica? E quem os condenará, se Cristo morreu e, mais
ainda, ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por
nós?
Concretizando o Evangelho
Presidente
- Ajudo a assembleia a ouvir o “Filho muito amado” quando…
Diáconos
- O meu serviço é uma espécie de “ouvir” no sentido que…
Ministros da Música
- Ouvir a Deus ajuda-me a melhorar a música porque...
Ministros do Altar
- Para que o meu serviço ao altar seja verdadeiramente eficiente
devo ouvir...
Leitores
- Preparar-me para proclamar a Palavra de Deus implica que eu
ouça…
M.E.C.
- Ouço, de facto, o “amén” de cada comugante quando…
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08 de Março de 2009
Reflectindo o Evangelho
Há momentos na nossa vida que nos deixam totalmente
desconcertados. Sem conseguirmos explicar por que
acontecem, ou mesmo sem termos causado nada para que
aconteçam, esses momentos causam em nós tão grande dor
ou exigem de nós tão grandes sacrifícios que não fazemos
mais do que nos voltarmos para Deus e rezarmos dizendo
simplesmente «Porquê?». E, como se não bastasse já o
drama em que nos vemos envolvidos, parece que Deus
permanece mudo à nossa pergunta. E a nossa angústia
parece que aumenta.
Nestas circunstâncias, uns deixam-se abater pelo
desânimo, outros encontram refúgios que não são mais
que escravidões que atenuam a angústia, mas que não
libertam dela. Os crentes em Jesus Cristo têm o auxílio da
fé. Parece que a fé, firme e constante, os transfigura no meio
do sofrimento, fazendo deles outras pessoas, com a força
necessária para enfrentar todas as dificuldades da vida,
mesmo aquelas que não compreendem e que procuraram
a todo o custo evitar.
Lembrar a transfiguração de Jesus neste tempo da
Quaresma é recordar a necessidade da fé que move
montanhas. Pela fé o frágil torna-se forte, o obscuro tornase translúcido e o crente obtém a resposta silenciosa de
Deus que continua a dizer «Tu também és meu filho muito
amado» (ver Evangelho).
A fidelidade do justo prova-se pela fé, tal como foi
provado pela fé Abraão, nosso pai na fé, ou primeiro dos
nossos irmãos numa fé renovada, como há quem defenda.
Apesar de ver que o sacrifício de Isaac, seu único filho (ver
1.ª leitura), era o fim do seu sonho de ter uma descendência
numerosa, e sem compreender o porquê de Deus lhe pedir
tão grande sacrifício, ele avança confiando no Senhor:
«Confiei no Senhor, mesmo quando disse: “Sou um homem
de todo infeliz”» (Salmo Responsorial).
Vivendo o Evangelho
De facto, se confiamos que «Deus está por nós, quem
estará contra nós?» (2.ª leitura). Poderá ser Ele infiel ao amor
que tem por cada um dos seus filhos? Esta certeza do seu
amor por cada um de nós é a alavanca da nossa fé porque,
mesmo que nem sempre lhe sejamos fiéis, Ele é sempre
fiel. E, por isso, nada devemos temer: nos momentos mais
duros da caminhada recorramos à fé e deixemos que ela nos
transfigure à imagem do Senhor Jesus Cristo.
Formação
Simbologia dos quarenta dias
O número 40 referia-se à vida de uma geração e ao período
de preparação para um grande acontecimento. A linguagem
bíblica usa várias vezes este número. O dilúvio durou 40 dias
e 40 noites, preparando uma nova humanidade; o povo
de Israel passou 40 anos no deserto, preparando-se para a
entrada na Terra Prometida; os habitantes de Nínive fizeram
penitência durante 40 dias, preparando-se para receber o
perdão de Deus; Elias caminhou 40 dias e 40 noites, para
chegar ao monte Horeb; Moisés prolongou o seu jejum
por 40 dias e 40 noites no Sinai e Jesus, referência que se
liga directamente à Páscoa, passou 40 dias e 40 noites no
deserto em oração e jejum, preparando a sua vida pública e
a caminhada pascal (Cf. Fernando Armellini, O Banquete da
Palavra – Ano B, p. 119).
Personagens da Quaresma
Jesus Cristo, que é a referência do Mistério Pascal; Maria,
que no silêncio se faz presente, acompanhando sempre o
seu Filho; e depois várias figuras bíblicas que vivificam a
História da Salvação e anunciam a chegada do Messias:
Adão, que lembra a criação, o pecado e a graça; Abraão,
que é tido como nosso pai na fé, por causa do modo como
respondeu à sua vocação e como aceitou a promessa de ser
fonte de bênçãos; Moisés, ligado à Aliança e à Lei; David, que
era para muitos o rei esperado; Ezequiel, que representa a
esperança dos profetas e Isaías, que apresenta a imagem
do servo sofredor, que mais tarde vai ser identificado com
Cristo.
Programa Espiritual para a Quaresma
- Viver realmente como baptizados, ou seja, como filhos
de Deus.
- Olhar para as cinzas, que sobre nós são colocadas
para lembrar a nossa origem e o nosso fim, procurando a
humildade e a simplicidade.
- Passar da grandeza à pobreza, pela esmola, dando o que
nos é necessário; pela oração, vivendo mais intensamente a
relação com Deus; pelo jejum sacrificial, interno e externo.
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II Domingo da Quaresma
Oração Universal
- Para que os membros da Igreja se unam ao longo da
Quaresma e dêem testemunho de uma vida com mais
oração e mais partilha dos bens com os pobres. Oremos
irmãos.
- Para que as autoridades de todas as nações enfrentem
a crise mundial que estamos a viver, com todos os
meios possíveis, e ajudem sobretudo os mais pobres, os
desempregados e doentes. Oremos irmãos.
Rito Penitencial
Presidente: Irmãos caríssimos: Neste Domingo, em que a
primeira leitura nos relata um dos mais claros exemplos de
fé de todos os tempos, peçamos perdão ao Senhor pelas
vezes em que a nossa conduta não se assemelhou à de
Abraão:
- Porque muitas vezes desistimos quando a nossa fé é posta
à prova: Senhor, tende piedade de nós.
- Porque muitas vezes não agimos como filhos amados de
Deus: Cristo, tende piedade de nós.
- Porque nem sempre cumprimos o mandamento de
escutar o vosso Filho muito amado: Senhor, tende piedade
de nós.
Signes d’aujourd’hui
Zeladoras
II Domingo
da Quaresma
Entrada: Perdoa o teu povo [NRMS 105]
Cânticos
Ofertório: Jesus tomou consigo
[Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, p. 89]
Comunhão: Ouviu-se uma voz vinda do céu
[CEC I, p. 87]
Final: Vós me Salvastes, Senhor [NRMS 16]
Admonições
Introdução ao Espírito da Celebração
Podemos perguntar que valor e que sentido tem para nós,
cristãos, privar-nos de algo que seria em si bom e útil para
o nosso sustento. As Sagradas Escrituras e toda a tradição
cristã ensinam que o jejum é de grande ajuda para evitar
o pecado e tudo o que a ele induz. Por isto, na história
da salvação é frequente o convite a jejuar (…). Dado que
todos estamos entorpecidos pelo pecado e pelas suas
consequências, o jejum é-nos oferecido como um meio
para restabelecer a amizade com o Senhor.
Da Mensagem do Santo Padre Bento XVI para a Quaresma de 2009,
sob o tema “Jesus, após ter jejuado durante 40 dias e 40 noites, por
fim, teve fome” (Mt 4,2)
Leituras
Neste segundo Domingo da Quaresma, a liturgia
proporciona-nos uma interiorização da Aliança definitiva
de Deus com os Homens, nova e eterna aliança prefigurada
no sacrifício de Isaac. Consiste na oferta do Seu Filho e
exige do destinatário, salvaguardada a desproporção, a
oferta da vida em favor dos irmãos. Com Abraão, Jesus e
os apóstolos, procuremos sair da rotina para podermos
encontrar o Senhor.
Acção de Graças
Vede lá, vede lá quanto no eirado o trigo sofrerá!
Pelo malho batido num terreiro, um dia inteiro!
E um dia inteiro, sem piedade, coitadinho!,
rodado pela grade!
Depois a tulha celular, a escuridão sem ar!
Depois, depois, ó negra sorte!,
entre rochedos triturado até à morte!
Ó pedras dos moinhos, mal sabeis o que fazeis!
Quantos milhões de crimes por minuto,
pedras de coração ferrenho e bruto!
E as águas da levada vão cantando,
enquanto as pedras duras vão matando!
E a moleirinha alegre também canta,
e ri a água, e ri o sol, e ri a planta!...
Enfarinhada, branca moleirinha,
é pó de cemitério essa farinha!...
Guerra Junqueiro, “Oração ao Pão” - 2
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