PEREIRA FORJAZ PROF. - INTRODUÇAO , A Química inorgânica 3.A ([)IÇÃ() � EDITORIAL TRAV. DO DO SEOUf':IRO. POVO 4 - [1 -- LISBOA INTRODUÇÃO À , A QUIMICA INORGANICA 1) Composto:na EDITORIAL DO POVO- Trav essa do Sequeiro. 4-B-LisbIJa PROF_ PEREIRA FORJAZ - INTRODUCAO . A Química inorgânica 1.A - fVIÇA() / ED ITOR IAL TRAV. DO DO SEQUEIRO. POVO 4-B - L.ISBOA INTRODUÇÃO À QUÍMICA INORGÂNICA ·QUíMICA ORGÂNICA E QUíMICA INORGÂNICA A Químiea inorgânica ou mineral ocupa-se do estudo dos elementos e dos seus compostos. Exceptua os com P9stos do carbono, cujo estudo é feito em Química �rgânica, àparte o óxido de carbono, o anidrido carbónico e os seus derivados. 1) À. velocidade duma reacção, em . Química inorgâ.,. nica, é geralmente muito maior do que em Química orgâ nida (em que, em regra, as reacções s ão lentas) ; a .exotermicidade pode ser grande, podendo os sistemas chegar à incandescência (reacções vivas) . 2) Como consequência da sua habitual vivacidade e .até pela aplicação do princípio aproximado do trabalho máximo obteem-se productos de reacção mais puros, de ordinário, em Química inorgânica, com um rendimento ,de processos mais elevado. 3) Certos compostos inorgânicos, com elevado calor ,de formação, sã.o muito estáveis, � o passo que quási todos 6 Quimica ínorgânica. os compostos orgânicos se decompõem por um simples: aquecimento. 4) Em Química inorsânica os c omp ostos oferecem uma maior simplicidade de estructura, sendo raras as: longas cadeias e conhecendo-se poucos isómeros minerais. 5) À catálise desempenha, em princípio, papel mais secundário em Química ínorgânica, em que a orien tação das reacções é ma:s difícil. . �uímicô I1ráf icô Com.posJ.çoes-,-À c o m p o s i ção dum s i s t e m arepresenta-se geralmente em percentagens, Ci, C2 refe · - • • • ridas a pesos dos componentes.Poderia representar-se em volumes, o que é menos frequente. ' , C I + C2 + . . . = 100 Às concentrações ponderais são às vezer substituídas' por concentrações moleculares ou atómicas, )'1, 1'2 nú meros de moléculas ou de átomos de cada componente,. por 100 moléculas do sístema. Sendo mi, m2... as' massas moleculares dos componentes, as concentrações; CI C2 moleculàres são --, -- .. . . mI m2 • � CI í't = 100 mI c - � ln -- / 1: c m - C2 f2 = m2 100- 2:� m • • 1 Qaím�ca inor�ânica Inversamente c} = 100 '/1mt �'/m -� t fácil estabelecer gràficamente uma relação entre as percentagens ponderais e m oleculares ou atómicas. Sejam dois elementos A e B, d.e massas atómicas MA e MB. Sôbre uma recta (fig. 1), a p artir dum p onto w, marquemos segmentos proporcionais a MA e MB: (J)!X e �)�. Ao meio de o:� levanta-se uma p erpendicular P e sôbre ela marca-se O á distância 100 de IX e �; seja 0,/ a percentagem atómica de � I A e Oe a percentagem I �. p on d e r aI. Prolonga-se 'tc até encontrar 0:O, o ---:!�-..;;;...---4 que se realiza em (Jl. A O oE:---p correspon dência e n t r e a s 2 escalas é definida pela secante moveI ,/c: é uma projecção cen � tral da escala regular, estabelecendo uma re iMs: lação homográfica entre : elas. w' • Antigamente, prin cipalmente n o e s t u do Fig. 1 dos solutos, definia-se a composição pela quantidade de um componente misturado com 100 de outro (quantidade de sal que se dissolve em 100 g de água). Tais concentracões "1. "2 são fàcilmente relacio náveis com as anteriores. Tratando-se do soluto aquoso · , · . · • • • . li Química inorg&níca. dum sal único teremos que mistura e portanto <11 se refer e ;a 100 + <11 da. 100 C l - --- -. (fI 100 + <11 Ex.o: a 100.°, 122 g de sulfato duplo de alumínio e amónio dissolvem-se em 100 g de água. O s oluto obtido tem o título % de CI - 100 122 -100--+-:-, 122' . - = 12.200 222 _ - 54 90/ , 10 Há nomogramas (e duplas escalas) destinados facilitarem tais\ conversões. a. Química inorgânicil 9 Nomogramas Um dos mais usados permite a conversão p. t. n. Jum certo volume de gás ou vapor, sêco ou húmido (fig. 2). NOMOGR-AMA Pt'(1S!3ÓO fac/ol' de reduçdo 950 Redll(ll .. nlulI' dUII IA. llcold� p. I. u. 800 Tempel'Olut'a 110° Ciós s4co Ciós htJmida 700 20 150 30 zoo 250 --- .::.�:::::-:: _:,__ - -_ 20;'- - --- --- JO� --- 300 60 350 70 WJ(} -- __ ----i'-80 90 -:,,-------�:"""-- --900 1150 '0-1- 20 JO lia 50 Fig. 60 2 Ex. p = 730 mm ta 20,0°; faetor de redução 0,8949 (gás sêco) OU .0, 8735 (gás húmido). = 70 80 9(1 1()()O � './ 0,9500-1 ______ 720 710 , 050 50 750 '130 10 49000-1 550 600 65tJ 700 750 800 850 900 950 400QO- 10 Química inorgânica Sistemas de coordenadas 1) Cartesianas. Suponhamos dois sais SI e S2 dissol vidos num líquido ; percentagens: dos sais, Ct' e C2; do líquido 100.- (C1 -+- C 2) (fig . 3). Suponhamos as concentrações à saturação, e S2. SÓ os pontos do interior de OS1s21 re SI presentam solutos dos dois sais. O lugar geométrico dos p ontos correspondentes à saturação, é cons títuído para os sais Sr e 52 por duas. que se encontram num ponto 1 em que o soluto está saturado em relação aos: dois sais. ';&-------�OS, Fig. 3 S, puro (a 100 %); OS., 2) Trirectangula res. Três eixos e três componentes: OX, um, onde se marca x °ío; OY,. oí o' solvente insuficiente. m, soluto .aturado em S,. o; O outro, para y terceiro componente é 100 -- (x ·i· y). Em OZ segmentos, S� correspon�e ao sal ao. sal puro� Sl S�, mistura dos dois sais. M.J f..ente; soluto rico em disso M', sistema com dis- proporcionais a um.a ca- Y - -- ------ -- ----- ---;tCD r a ct e r í s t i c a do sistem a AD " " , , ,, " I // (temp. de solidificação, v. , , g.). O lugar geométrico dos pon,tos assim defini- dos, superfície caracterís· tica, considera-se cortada por p l a n o s horizontais para figurar as particula ridades geométricas. ", t o \/I .� � ,, AB "" ,, , ,, ,, " , )l ·M , " , ," , , ", ,, Aniões ", C� "' " ce Química inorgânica 3) Trilineares. Usa-se um triângulo equilátero de' concentrações, segundo Gibbs. Será exemplificado no, estudo das ligas ternárias. 4) Diagramas quadrados (fig. 4). Se AB -+ CD , --, -E---- AD -�- CB não há, na verdade, senão duas variáves independentes., As diagonais do quadrilátero c onstruido como a fig. 4' indica , representam misturas de dois reagentes, contendo os quatro iões. Um ponto M no interior dum dos triân gulos representa um sistema com os três componentes AD2 ! 2 CB, indicados nós vertices. Se AB2 '- 2 CD reduz-se o sistema ao caso anterior escrevendo <-_ - � - Leb de l3erfh()lef Quando se põem em presença ácidos, bases ou sais: - e sais, há, em cada caso, uma lei que rege a reacção que se dê ou o equilíbrio que se atinge, á qual se pode' chegar a partir da lei geral de Guldberg e Waage. Mis turando S04K2a<l e N0 5 H chega-se, em regra, a Um equi-· librio entre o sulfato de potássio, o azotato de p otássio" o ácido. sulfúrico e o ácido azótico, ou melhor, entre os iões correspondentes, o qual depende das massas dos rea- gentes. A adição de alcool pode1;á precipítar os dois sais de potássio. , Bertholet, considerando o facto, concl�iu' que s eum 12 Quím ica inorgâ.nica ,dos .productos de reacção fôsse volatil, e se escapass� para ,a .atmosfera, ou insolúvel, e se depositasse, a reacção con tinuaria no mesmo sentido, efectuando-se dum modo, tanto quanto possível, completo. E f e ct i v a m e n t e, a AR-' ! CD AC ,- BD corresponde a isotér:rnica iÀÇ.�BD, .K = ! �.�C .' e, para certos va Iores de iABl, L. � e ['CD] L , AB D CACj é tanto maior quanto mais se eliminar o produto ,da reacção BD. Tais reacções, praticamente completas, ,são as aproveitadas para a preparação dos compostos da ,química inorgânica, em geral, e as conclusões p ;Úicas a ,que chegou o químíco francês ficaram conhecidas com o nome de leís de Bertholet. O seu conhecimento é útil como directiva prática e por permitir a memorização dum ,grande número de factos. A causa de tais reacções reside, na v erdade, na variação de energia do sistema químico inicial, em harmonia com os princípios da termodinâ .mica química. As leis de Bertholet podem reunir-se em dois enundados gerais, correspondentes aos dois casos ,que considerámos : formação dum produto de grande ,tensão de vapor ou formação dum composto de pequeno produto de solubilidade. ,.--�,. 1." lei: Da ins()luLilidade. Aplif'Jd-Se aos solu tos. Ácido, base ou sal, em presença dum sal, origina reacção completa desde que se forme, por dupla decom posição, um producto insolúvel. Exemplos: .zOH B407Na2 S04CU �FeCGN6K4 zOHNa T 50H2 ---+ 4CPF e --- --+ zCINa+ 4B05H5 + S04Na2 ---+ (OH)2Cut (FeC6N6)3Fé -I- lzCIK j. 13 Química inorgânica 2.6 lei: Da volatilidade. Pode aplicar-se em via sêca ou em via húmida. Acido, base ou sal, em 'presença. dum sal, origina reacção completa se for possive1 forma.r;" -se, por dupla decomposição, um produto vo1áti1- o que é favorecido pelo aquecimen,to. Exemplos: S04 H2 2 CIN a S04(NH4)2 + (OH)2Ca S04 Hg 2CINa r S04Na2 -- --+ _c 2CIH t S04Ca --'- 20H2 > S 04Na2 -- 2NH5 t CPHg t Lei d()s estad()s intermedii"·i()s duma reaq:ã(),. de ()stwald :t evidente que a temperatura influe numa transfor-· mação química qualquer (empiricamente tem-se aceitado, que a v elocidade duma reacção v é igual a 10AT em que " T representa a tempel"atura absoluta e À uma constante) . - . aSSIm como as concentraçoes. S u p o n h a m o s o cloro reagindo com uma lexívia alcalina. Podem ter lugar uma série de reacções, que dão origem a estados intermediários a que correspondem outros tantos estados de equilíbrio metastável, antes de se chegar a um estado final, de equilíbrio estável; 12 CP + 24 OHK - -+ 12 CIOK 12 CIK --1- 12 OH2 -+ 4 Cl05K + 20 CIK 12 0H2 3 CI04K + 21 CIK + 12 OH2 - --+ --+ 24 CIK 12 OH2 �- 6 02 Ostwald ínterpreta o facto admitindo que e m tôda a transformação química os produtos que primeiro se for- i ; " ./ Química inorgân ica mam correspondem a Um sistema que não é o mais estável mas o mais próximo do sistema inicial � o que corres .ponde em á.eral ao menns estável dos sistemas possíveís, aquêle a que cnrresponde menor perda de ener3ia livre ou utilizável no sistema em evolução. Prevalece a 1' transformação se a lexivia é diluída e fria, no caso con siderado. Afinidade química. lei de NernJf Quando duas substâncias em presença não reagem a sua a fi n i d a d e é nula. A reacção só tem lugar quando a afinidade do sistema é positiva. Pode a afi nidade ser positiva e o sistema não reagir, dizendo-se então em c onstrangimento químico ou em equílibrio metastável. A actividade química relativa, ou afinidade das substâncias a certa temperatura, p ode . s er medida: 1) observando as velocidades iniciais da respectiva reacção -(método cinético) ; 2) medindo as quantidades de calor libertadas na referida reacção (método termoquímico ou térmico) ; 3) determinando a fôrça electro-motriz duma pilha realizada com as substâncias a estudar, em soluto normal (método eléctrico) . Êste último método aplica-se sobretudo aos metais e à afinidade medida assim tem-se chamado e lectro-a fin idade. Admit amos, com Nernst, que o calor Q duma reacção varia com a temperatura T da mesma, segundo a expressão em que E é o equivalente m ecânico da caloria, A e B .constantes; para as temperaturas TI e T2 , mede-se Q. Achamos Q, e Q2. Temos 15 Química inorgânica EQI = A + BTt2 EQ2 = A + BT22 ,sistema donde s e tiram A e B. A afinidade .será calculada pela fórmula de Nernst a = A a do sistema BT2 - Para ionizar um ató mo dum elemento a energia calorifica Q necess ária corresponde ao que se chama .'ca lor de ionização. Lei de C;uldbere e Waaee Num a transformação química ntAt + n2A2 + . . . -<---� n'tATt + nr2A'2 + . . ,sendo as concentrações de At, A2 Os • • • e A't, A'2 . . . . res- Iluímieos noruegueses Guldherg (1836-1902) e Waage (1833-1900) pectivamente Ch C2 e C'h Cl2 a velocidade V é a di terença entre as velocídades v e v' das reacções directa e inversa e teremos • • • • • • 16 Qu imica inorg ânica Quando se dá equilíbrio é V = o e teremos Clnll C'2n12 k K =1?= Clnl C2n2 .. expressão denominada isotermica da reacção. Nas reacções mon omoleculares, sendo a a concentra Çãb inicial, e x a quantidade transformada ' .' _dx = K (a dt _ K x) , � , '.�, a . 1_ ln _ _ = -t a-x _ Para a x =-2 K 1 =-t 1 ln Z ou o período de semi-transformação é independente da quan tidade inicial a. O permanganato de potássio transfor ma-se às vezes segundo esta lei logarítmica. N as reacções bimoleculares sendo a e b as quantida- �� = K (a - x) (b - x) ou.. . h x K (a - X) 2 donde K = -( ----f/endo a = b, - -= dt a a- x) t ' a 1 1 - . -- : o períod o é lnversamente P. ara x = -- t = -K des iniciais dos reagentes Z a proporcional a a. A neutralização dum ácido por uma base pode seguir esta lei. Nas reacções trimoleculares em que os reagentes tenham equivalentes concentrações , dx I x (za - x) . . . . K lnlclalS a sera - - - (a - x)5 d ond e - ---. 2( dt t ZIl a - x)2' a 3 Para x =2- t = Z- 2 : o período é inversamente proKa porcional a a2• A redução do percloreto de ferro pelo cloreto estanoso segue esta lei. Numa reacção de ordem n o período é inversamente proporcional a an-l• _ _ 17 Químíca inorgânica V pode ser modificado pela presença de substâncias es tranhas: é o fenónemo da catálise. Consideremos agora um sistema neterogeneo. por exemplo a dissolução dum fragmento de carbonato de cálcio. de superfície S. num ácido de concentração inicial a. dx � dt = KS ( a - x) donde ' KSt = ln a lei que foi confirmada experimentalmente com placas de mármore dt. Carrara. previamente taradas. Outras eon.eepções de lneeân.iea '1uÍlniea Langevin propoz que se calculasse a velocidade duma reacção a partir do número de choques moleculares. tendo-se reconhecido a necessidade de entrar em linha de conta com a orientação das partículas que se chocam e verificando-se que a probabilidade duma reacção é função da energia posta em jôgo em cada choque. Estas considerações constituem o fundamento da teoria esta tis tica da mecânica química. Mas a velocidade duma reacção é. na realidade, muito menor do que assim se pode prever (tOlO a 1020 vezes menor 1). Pelos trabalhos de Nernst, Bodenstein e Paneth tem-se admitido que �' cada reacção se decompõe numa série de reacções ele mentares sucessivas (reacções em cadeia) : tendo-se me dido a duração dêsses estadíos verificou-se que a sua vida era muito curta (da ordem de 10-7s). Entra-se ainda, como é natural. em consideração com o efeito da energia mecânica advinda do choque, a qual provoca uma alteração no estado da vibração atómica no interior da 2 18 Químíca inorgânica molécula, constituindo o prelúdio duma reacção química ; mas considera-se que só po ucos choques são eficazes sob o ponto de vista da activação molécular. Uma terceira corrente doutrinal considera como ele mento fundamental de tôda a reacção química a presença de vapôr de água, mesmo. só em vestígios, o qual actuaria como catalisador (teoria da catálise generalizada) . Também hoje se modifica a concepção, demasiado simplista, de ordem duma reacção. Ao esquêma conhecido ni Ai n 2 A2 + V = - . . . ---7 corresponde a velocidade d iAd � Il· -cA2} -----"--- = K ·A dt r • • • sendo a ordem O da reacção definida pela sóma 0= p q -+- ... p, q . . . podem não ser iguais a nl, n 2 . . . nem mesmo estar com êles em r e l a ç õ e s simples. Na reacção 12 +- H 2 2 IH é efectivamente m = p, U2 = q . . . mas já o m e s m o não t e m l u g a r n a s. r e a c ç õe s Br2 -+ H2 > 2 BrH; CP -+ H2 --> 2 CIH. Nestas con dições a ordem duma reacção química passa a ser uma grandeza experimental, mensurável (a partir do período, das velocidades iniciaias etc.) ; pode ser representada por um número fraccionário (o que se não supunha) e pode mesmo ser igual a zero (quando a velocidade da reacção fôr independente das concentrações, como sucede em certos sistemas heterogéneos); enfim consideram-se certas reacções químicas como não admitindo ordem. Uma anomalia também deve ser registada: a ordem fixada p or dois métodos diferentes pode não ser a mesma, o que se atribue a o efeito dos produtos da reacção. --+ - 19 Química inorgâníca o problema da activação molécular, atrás referido e já considerado por Arrhénius, é de grande actualidade. A activação realizada pela energia radiante é fraca e .são as colisões entre as moléculas o principal factor : A Aa A ! A (activação: v = K iA?) ---+ designando por Aa a molécula activa de A (às vezes um Íautómero, como se supõe no caso da sacarose, corres pondente à absorpção de Q calorias, representativas da Q energia de activação, sendo K = K' e - RT e K' denom inando-se constante de acção). Entre o choque e a reacção há um intrevalo da ordem de 10-10 s. N a desactiva ção Aa l A --,. A _L A (v I - K' IAJ- _IAaJ. ) L Na reacção Aa (v " -- + X K" [ A " j) = A consideracão do processo quási-monomolecular (Hinshelwood) como facto fundamental de tôda a reacção química concorda com esta concepção actual da mecânica química (e com a hipótese de Bodenstein, dita do estado estacionário, segundo a qual v" v - Vi, a qual presta neste momento serviços, embora com difícil justificação). = Lei da eq:uivalêneia de Einstein A energia radiante absorvida por. um sistema quí mico em equilíbrio, por molécula grama de reagente, 20 Química inorgânica determina deslocamento do equilíbrio se N b. y (sendo, No n.O de Avogadro-Loschmidt, b. a constante de Planck,. e y a freqüência da radiação) fôr maior que o calor de reacção, por moI dêsse reagente. Nas reacções fotoquímicas, por cada quanto de luz absorvido dissocia-se ou excita-se uma molécula-a qual pode, por seu turno, determinar uma reacção em cadeia ou voltar ao estado primitivo com emissão de luz (fluo rescên:ia). O cálculo é facilitado pelo quadro seguinte: !. Ul t r a v i o l e t e Azul À=arelo Vermelho Infravermelho , N b. y 142,5 kcal 95,0 71,2 57,0 47,5 40,7 35,6 2000 A 3000 4000 5000 6000 7000 8000 7,. . , , , ") J..;.- ;�" J e"' , Se o sistema não absorve luz directamente, pode usar-se um intermediário ; assim, para H2 H Hl são necessárias 100 kcal, portanto luz de 2700 A que o sistema não absorve directamente, em,pregando-se como' í ,. intermediário vapor de mercúrio. __ o > " ! . \ -- " , . ';:'/-' Ajl1:sta:mento dos coeficientes d'Os esque:mas: qu:í:micos Resolve-se o ajustamento dos coefJcientes nos es- quemas químicos: L Por tentativas. II. Supondo uma transformação reaJizaJa por esta- \ í�, 21 Química inorgânica ,dios ou fases em que o processo anterior é de fácil .consecução. III. Por via algébrica: cada coeficiente é considerado uma incógnita, x, y , c onstituindo-se, a partir dos coeficientes que afectam cada símbolo, para cada ele mento, uma equação. Havendo n coeficientes a determi nar constitue-se um sistema de n-l equações a n incóg nitas. Àtribue-se a uma delas o valor 1 e concluem-se os valores das outras ; se alguns forem fraccionários multiplicam-se todos pelo menor múltiplo comum dos respectivos denominadores. Seja a transformação do hidrogénio fosforado líquido P2H4 em hidrogénio fosforado gasoso PH3 e sólido P4H2. . X . • P2H4 y PH3 + Z P4H2 4 x = 3 y + zz 2 x= y+ 4 z para z = I vem x=5 y = 6 2 6 PH3 + PlH2 5 P H4 --r -- + IV. Recorrendo, nas transformações em que haja variações de valência (ou seja, de oxidação-redução), ao .critério das valências positivas e negativas. Para determinarmos a valência que um elemento tem ,em qualquer c omposto, temos que atender a que na mo lécula a soma dos produtos das valências (afe�tas do seu :sinal) dos elementos pelos respectivos c oeficientes deve .ser nula. O oxigénio figura com. a valência Jrogénio com a valência + 1. - 2 e o hi 22 Química inorgânica Àssim, para p205 2 X vaI. de P logo + 5- X valência de P 3 No P0 H3 temos: vaI. de P +3X ( = 10 - 2 O (- 2) = = O' +5 + 3 X ( + 1) O de P = + 3 - valência vaI. de 2) = No piroarseniato de sódio Às207N a4, a valência dq. arsénio será : 2 X vaI. de Às +7 X ( - 2) + 4 X (+ 1) = O 10 valência do Às : 2=;5 Vejamos alguns exemplos de equações acertadas pela teoria das valências positivas e negativas: 1) Seja a oxidação do ácido sulfídrico pelo ácido azótico. valências: - S H2 + N05H - --+ S04H2 + NO+OH2 variaç � es d e 6-(-2)=8 5-2=3 . valencIa: (para S) (para N) O número 8 que representa o aum e nto de valência do elemento oxidado será o coeficiente da fórmula do, produto onde se encontra o elemento reduzido e vice-' -versa. Os restantes coeficientes calculam-se por ten-· tativas : 3 SH2 + 8 N05H 3 S04H2 8 4 2) Consideremos a oxidação do S5ÀS2 pelo N05H. Raciocinemos com S e N, por serem os eleméntos que sofreram variação de valência; --, + NO + OH2 '1 '1 . 23 Quimica inorgânica valências : variações de .5X8=40 valência : 3 Nêste caso, como o enxôfre tem o coeficiente .5 tive mos que multiplicar por .5 a variação 6 - ( - 2) = 8 córrespondende a cada átomo de S. Logo: 3 S5As2 + 40 N05H -L40H2--->1.5S04H2 3) Seja: valências : +2 +2 S04Mn -:- S04KH .5 40 NO +3 +7 S04Fe + Mn04K + S04H2 6 AS04H5 --+ (S04)5Fe2-,- OH2 v ari aç õ e s d e valê nc ia : 1X2 = 2 Calculando os outros coeficientes vem: 10 S04F e 2 Mn04K + 9 S04H2 2 S04Mn '- 2 S04KH ,"L .5 (SO")3F e2 OH2 - r Neste esquêma raciocinámos sôbre o segundo mem bro. 4) No esquêma . +4 Va r enClas: +6 +1 S05Ag2 -+ OH2 variações de valência : -7 o Ag S04H2 2 1 o oxidante e·o redut or fazem varte da mesma molécula de modo que se raciocina sôbre o segundo têrmo. A va riação de valência de Àg não é multiplicada por 2 por- 24 Química inorgânica que êste coeficiente figura no primeiro membro e nós ra ciocinámos sôbre o segundo. o esquêma completo será: s) Suponhamos finalmente o caso mais complexo : -1 -1+3 -1 o ,.�al�n e c1·as: +6 Cr207 K2 + ClH _---+ CPCr �- ClK + CP variações de valência: OH2 1X2 Dos têrmos do 2.° m embro, escolhemos CP em que o cloro figura com valência diferente da que tem no pri meiro membro e CJ3Cr em que a valência de Cr também variou. Têre mos: Classifica�ãu dus elementus No estudo dos elementos é útil fazer a sua repar tiçã.o por grupos. Os caracteres tornam-se mais fáceis de fixar e introduz-se ordem na memorização dos factos. Estudemos algumas classificações que têm sido propostas : 1) Na dassifi&:ação de TLénard os elementos chamados metais eram dispostos em diferentes catego rias segundo a sua afinidade para o oxigénio, avaliando-se esta pela m aior ou menor facilidade com que os ele m�ntos se oxidam ou com que os óxidos são. decompostos Química inorgânica pelo calor ou ainda pela acção dos e1ementos sôbre a água. Podem constituir-se quatro grandes grupos, o pri meiro compreendendo cinco sub-grupos: a ) Decompõem a água a frio . . . I GRUPO M e t a i s que se oxidam no ar sêco, cujos óxi dos são illde c o m p o nív e i s pelo calor: Metais comuns e raros b) Decompõem a água acima de 50° . . . . . . . . . . . c) d )e e) Decom põem a água ao rubro som brio, ao rubro VlVO ou ao ru bro branco a) Metais alcalínos (K, Na, Li, Cs, Rb) Metais alcalíno -terrosos (Ba,Sr,Ca) b) Metais terro sas (Mg, Mn) Metais raros (Ce, La, Y, Er, Th, etc. ) c) F e, Z n, Cr, . etc. d) Sn, Sb, Ni, etc. e) Cu, Pb, Bi Quimica inorgânica II GRUPO Metais que se oxidam no ar, não decompõem a água e cujos óxidos se decúmpõem pelo calor . . . . . . . . . . . . . . . . . Hg, Pd, Ru,. Rh III GRUPO Metais Metais que só se oxidam a nobre:: temperaturas muito eleva (ou pre das, não decompõem a água, ciosos) cujos óxidos não se decome intermé põem pelo calor . . . . . . . . . . . AI, GI dlOS IV GRUPO Metais que não se oxidam no ar, não decompõem a água, cujos óxidos se decompõem pelo calor . . . . . . . . . . . . . . . . Me t a is no b res (Ag, Au. Pt, Ir) '. 2) Na classificação de Naquet prevalecia o antigo critério de valência, isto é, a capacidade de com binação com o hidrogénio ; para os metais mais im por tantes teríamos: 1.0 Grupo: K, Na, Li, Rb, Cs, Ag. 2.° Grupo : Ba, Sr, Ca, Mg, Zn, Cd, Cu, Hg ; 3.° Grupo : Àu, AI, Bí, Fe, Mn, Cr; 4.Q Grupo : Pt, Sn. 3) Na classificação electroquim.ica de Ber zélio serve de fundamento o comportamento electrolítico, daquilo que hoje chamamos iões. A tensão electrolítica é a diferença de potencial mí- Química inorgânica nima capaz de provocar a separação do catião, no ca todo; do anião, no anodo. Para um electrólito qualquer essa tensão T é a soma algébrica de duas grandezas, uma só dependente do anião, E a, outra só do catião Lc : Convencionando atribuir o valor zero à tensão electro lítica do ião hidrogénio, EH, temos, por, ordem decres cente, �s seguintes valores para os iões mais comuns (Wilsmore) : ._L_ 2,56 K. Na· 2,39 Ba·· + 2,20 2,07 Sr· ' - 2, 0 0 Li' 1,88 Ca·· 1,55 Mg'· AI"· + 1,28 Mn'· 1 ,0 0 0,76 Zn·' Cr" 0,60 Fe" 0,43 Cd'· 0,40 Co'· + 0,29 Nr· - - 0,22 Pb'· - --- 0,1 2 Sn·· 0,10 0,00 H' Sb·'· - 0,10 Bt'· Às·'· Cu" Àg' Hg· Pc Àu·'· Au" - 0,20 - 0, 3 J - 0,34 - 0,80 - 0,80 - 0,86 -1,08 - 1,59 SO�H' .. 2,60 - �- 1.96 F' " 1,90 50 OH' + 1,68 1,36 Cl' 1,08 Br' l' 0,54 -- 0,39 O" - 0,55 5" I r. Se EM > EM' M desloca MI dum seu composto. Ex.o O zinco (Ezn = + 0,76) desloca o chumbo (Epb = + 0,12), por exemplo, quando introduúdo nu:m Química ínorgânica soluto de acetato ou azotato dêste metal (árvore de Sa turno): um metal reage com um sal para dar um sal e um metal. II. Se EM> EH, M é atacado p elos ácidos fortes, diluí dos. O cobre, a prata, o mercúrio não são atacados p elo ácido sulfúrico diluído ; são atacados pelo ácido sulfúrico concentrado e quente ou pelo ácido azótico, mas p orque êstes ácidos não actuam então como produtores de hidro geniões mas c' o mo agentes de oxidação; um metal reage com um ácido para dar um sal e hidrogénio. III. Se EM> EH, M decompõe a água, tanto mais fàcilmente quanto maior fôr a diferença EM - EH: um m etal reage com a água para dar uma base e hidrogénio. 4) Na elassÍfÍeação de MoÍssan recorre-se para a formação dos grupos ao conjunto das carácteres mais importantes. Corresponde ao que os naturalistas tem chamado uma classificação natural. Àssim se formam as famílias: dos metais a lcalinos (K, Na, Li . . . ) dos metais alcalino-terrosos (Ba, Sr, Ca . . . ) dos metais terrosos (ÀI . . . ) dos metais nobres (Àu, Pt, Âg, Ir, Rh, Pd, Ru . . . ) dos metais propriamentes ditos (os restantes). 5) ClassÍfÍeação de Mendeléeff. Dispondo os elementos p or ordem crescentes das suas massas atómicas verifica-se uma variação periódica nas propriedades .físico-químicas correspondentes. À partir dum certo ele1 I 2 1;:5 m enta l!;' .!L,1 encontramos, apos n e ementos, E 1 , .1:.., 1 um outro elemento E� com propriedades (densidade e volume . atómico, no Estado sólido ; ponto de fusão etc.) semeA • • • Química inorgânica lhantes ás dêle, seguido dum outro, E;, de p r o p ried a d es semelhantes às de E:, etc . Se tÍvessemos escrito em linha h orizontal os símbo los dos elementos pela ordem referida, apoz n símbolos interrompemos esta série horizontal, de modo que E� fique disposto por baixo de E�, E; por baixo de E� e assim sucessivamente. Os m elementos de símbolos E�, E� . . E.� constituem um mesmo grupo, uma mesma fam ília, e fica m dispostos na mesma coluna vertical. Tal como se organiza hoje o Quadro de Mendelée{{ pode ser n = 7 (pequeno período; o elemento E� é o oitavo � partir de E� o que já Rowland reconhecera e denominara lei das oitavas) ou mes mo n 9 (grande período) e m tem o valor de 10. A E� correspondem na verdade 24 elementos distintos chamados elementos das terras raras ocupando um único lugar na classificação de MendeléeH. A família correspondente a n = 1 é a família dos metais alcalinos; se 2 temos a familia dos metais alcalino-terrosos; a n última, mais recentemente constituída, que se designa por família do grupo O e se dispõe à direita de tôdas as ou tras é a família dos metais nobres. Os metalóides correspondem a n = 1, 2, 3 ; os metais, aos outros valores de n ; a valência aumenta de uma unidade desde n = 1 a n 4 e diminui de uma uni dade, a partir do 4.° grupo até ao 7°. Ao número de ordem dum elemento na classificação de MendeléeH chama-se número atómico (2) do element � respectivo ; até ao cálcio o seu valor é, aproximadamente, metade do número representativo da massa atómica. A classifica ção periódica, porque tomava como base a massa atómica denominou-se também baroatómíca. E . = - = = 30 Química. inorgânica tem servido para prever a descoberta de elementos ainda então não conhecidos e as respectivas propriedades (pela consideração dos elementos vizinhos do lugar vago no quadro de M endeléeH : D I Ai xl C ; A, B, C, D são os atoma- IBI nálogos de X) como se fez para o gálio e para o germâ nio ; na escolha da s massas atómicas, e sua correcção, constituindo uma distribuIção lógica dos elementos. No Quadro de MendeléeH os elementos 85 e 87 estão sujeitos ainda a certas reservas. Uma forma de enunciar a lei de MendeléeH se gundo a qual as propriedades físico-químicas dos ele mentos são funções periódicas da massa atómica - é aquela que lhe deu Moseley: a raiz quadrada da fre qüência duma certa risca , relativa a espectros de alta freqüência (a risca m ais forte das duas mais importantes da série K, série que corresponde às radiações de máxima freqüência e portanto mínimo comprimento de onda) é, sensivelmente, uma função linear do número a tómico (lei de Moseley, 1913). Mais rigorosamente, para a risca K; - = 2, 47,1015 (2 - 1) 'Z Soddy e Harkins tentaram dispor regularmente os elementos sôbre hélices (classHicações belicoida is). A classificação de Cartledge é baseada na conside ração de três parâmetros: 1) a carga iónica ; 2) o número iónico ou número de electrões extranucleares do ião, isto é, Z-v sendo Z o número atómico e v a valência do ião � 3) o potencial iónico, cociente da carga do ião pelo seu raio. Estes três parâmetros definem cada elemento, num sÍsteIllR de 3 eixos rectangulares. A consideração da entropia , da energia livre e da Química inorgânica 31 entalpia (U + pv) poderá, de futuro, servir de base para uma classificação termodinâmica dos sistemas químicos (Lewis e Randall). N esta orientação, consideram-se as substâncias a ,comparar no estado de referencia, isto é, no estado de gás perfeito, sob a pressão de 1 atmosfera. Para os iões o estado de referêncü é o dum soluto molar, em iões hidrogénio, em que as propriedades do hidrogenião fôssem as correspondentes a uma diluição infinita. ' À entropia dos iões dos halogéneos, nestas condi ções, é: CI- 13,5 Br- 19,4 1- 25,7 (ca1.,mol/grau C) 6) ClassHieação geoquÍlftiea. Os elementos de Úm. e r o atóm.ico Z ímpa.r são Inuito Inenos frequentes do n que os elementos de número atómico par (na atmosfera e na litosfera até 16 km de profundida ie, talves apenas 13,5%) : são êsses que mais tardaram em sef descobertos (e a esta c ategoria pel Ln :em os 83 e 87). À percenta gem' de cada elemento na crusta terrestre ou número de Clarke diminue, dum modo geral, quando a massa atómica a um e nta Podemos repartir os elementos por seis grupos dife rentes sob o ponto de vista geoquímico. 1.0) Grupo dos gases nobres (He, N e, A, Kr, Xe). Elementos inertes e raros, embora de número atómíco Z 1>ar. Naturalmente mais abundantes em outros astros. 2.°) Grupo dos elementos neutros (Ru, Rh, Pd, Os, Ir, Pt), constituído essencialmente pelos seis elementos da família da platina que dão muitos compostos, na quí ;mica laboratorial, lUas cuja inércia rea,�íonal é acen tuada na crusta terreste. . Química inorgânica 3.°) Grupo dos elementos cíclicos. Constituem a quási totalidade da crusta (os de número atómico Z impar 14,16 °jo da massa total). Passam de composto a composto com relativa facilidade descrevendo ciclos, em que a vida animal e vegetal geralmente intervém . O oxigénio e o' carbono são os seus melhores representantes. 4.°) Grupo dos elementos dispersos. (Li, Se, Ga, Br. Rb, Y, ln, I, Cs) . De n.O atómico impar são muito espa lhados mas pouco abundantes. 5.°) Grupo de elementos radioactivos. De n.O atómico· par, desintegram-se, dando como têrmo da desintegração chumbo e hélio, que pertencem a outros grupos. 6.°) Grupo das terras raras. Séte de Z par, oito de Z impar, constituem uma série contínua de elementos que vai do lantânio ao lutécio; os de Z impar só c onsti tuem 1% da massa total. Encontram-se em minerais de origem eruptiva e parecem estranhos aos fenómenos vitais. Faremos adiante uma referência especial a êstes ele- · mentos, por serem menos conhecidos. Geoctuilniea de Portugal O s jazigos mais importantes de Portugal, sob o· ponto de vista económico, são os de cobre (calcopirites) de S. Domingos, Aljustrel, S.a da Caveira e Lousal; de ferro (óxidos) da s.a de M oncorvo; carvão (S. Pedro da Cova, Cabo Mondego, Santa Susana) ; de cbumbo (Bra çal): de urânio (Setubal, Nelas); de volfrâmio (Borralha), Panasqueira, Bujanca, Santa Justa); de arsénio (mispi quel ; Tap ada. Mina do Pintor); de a ntimónio {M.a. d a Química inorgânica Tapada, Montalto, Cortes Pereira, Picão) ; de f;stanho (S. Pedro do Sul, Rebordosa, RamaIhosa, Queiriga.) etc. Repô.otiçã() d()s element()s nô Ter.oô N a litosfera (até 16 km de profundidade: elementos litófilos) as percentagens ou números de CIarke são : o 46,59 % Si 27,72 AI 8,13 Fe 5,01 Ca 3,63 Na hidrosfera (hidrófilos) : H 10,82 CI 1,93 o 85,89 % Na 1,07 Mg 0,13 :S 0,09 , Ca 0,042 Na biosfera (biófilos) : O e H Acima de 10 % Entre 1 e 1 0 % C, N, Ca Entre 0,1 el% S, Na, P, K Entre 0,01 e 0,1 Mg, Cl, Fe Entre 0,001 e 0,01 Br, Cu, Zn N a atmosfera (atmófilos): Entre os litófilos ainda se podem considerar, em grupos autónomos ; 1) os de pequena afinidade'para o oxigénio, ou elelllentos siderófilos (Pt, Au, Ni, Co); 05 de grande afinidade para o enxôfre, ou calcófilos (F e , J4 Química ínorgânica Cu. Zn, Pb, Hg); �) os de grande afinidade para o oxi génio, ou litó filos propriamente ditos (Na, K, Ca). Nom.enelatura Os nomes dos compostos binários terminam dum modo geral, em eto : carboneto de alumínio, C5 A14; clo retos, sulfuretos. Quando um dos componentes é o oxi génio chamam-se tais compostos binários óxidos, podendo anteceder-se a palavra óxido dum prefixo indicativo do coeficiente que afecta o símbolo do oxigénio: monóxido de carbono CO, dióxido de carbono C02 (ou anidrido carbónico), trióxido de fósforo P203 etc. Se o binário é hidrogená.do e tem propriedades áci das chama-se bidrácido e o seu nome termina em ídrico; se o óxido reage com a água dando um ácido com oxigé nio, ou Gxácido, tem-se chamado anídrido. Os sais dos oxácidos chamam-se amfidos. Quando, num composto, um elemento pode figurar com valências diferentes, emprega-se a terminação oso quando êle figura com a valência menor, Íço quando fi gura com a valencia maior. Assim, 03As2 e 05As2, podem chamar-se trióxido e p entóxido ou anidrido arsenioso e anidrido arsénico ; éorrespondem-Ihe dois oxácidos, Às05 H 5 e Às04 H, 5 res p ectivamente oxácidos arsenioso e arsénico, a que corres pondem sais chamados arsenitos e arseniatos : quando o nome do oxácido termina em qso o nome do sal termina em ito; quando o nome do oxácido termina em ico o no me do sal termina em ato. Tem-se indicado ás vezes a valência dos elementos com números romanos: OãFe2, óxido de ferro III ou mesmo árabes: 02Mn, óxido de manganésio 4. - Química inorgânica 35 Um oxácido (ou óxido) com menos oxigénio do que ,o oso distingue-se co � o prefixo bipo: ClOH 'ácido hi pocloroso para o distinguir do Cl0 2H (ácido cloroso). 'Q uando tem mais oxigénio do que o ico distingue-se com o prefixo per : Cl04 H ácido perclórico (para o dis tinguir do clórico Cl03 H. Antigamente empregou-se a palavra oxidulo para designar um óxido pobre em oxigénio: O Fe, oxidulo de ferro: depois usou-se o prefixo proto para tais óxidos, ,que representam um primeiro estado de oxidação. O pre fixo sub .indicava um composto em que um elemento fi gura com valencia inferior á normal. Um óxido 0 3M"2 cha mava-se sesquioxido; um 04M"3, óxido salino; um OM" bióxido. Às antigas designações latinas estão cada vez menos em uso e prestam-se a confusões: Cl05N a, natrium cbloricum; ClN a, natnum cbloratum ; CIHg, bydrargyrum sub-cbloratum. A nomenclatura química, em Portugal, foi estudada por uma comissão, em 1935 (D. do G, 2.as. de 15 de J a neiro de 1937; Rev. de Quím." 3.as., XII a, p. 90) . São importantes as decisões tomadas no Congresso de Gene bra ,de 1892 (Bul. Soco Chim. 1892 I) e os trabalhos da União Internacional da Química (comissão da N omen clatura de Química Mineral : J orissen, Deléprine, Crane, Fichter, Greenaway, Parravano, Patterson) . Elementos pouco usuais Chamam-se elem.ente raros ou terras raras um conjunto de elementos descobertos sobretudo por 36 Química inorgânica Mosander, semelhantes por muitas das suas propriedades e que se supunham ter números de Clarke muito baixos� É a família natural mais numerosa. A sua primeira apli cação (do cério) foi à iluminação, nos bicos de incandes cência, a gás (bico Auer). Hoje o próprio sulfato de neódimo se emprega em farmácia e muitos são usados em vidraria. Estão distribuídos em dois grupos : o cérico, qlle compreende o lantânio, o cério, o preseódimo, o neodimo, o ilinio, e o samário ; o itrico, que compreende o euró pio, o gadolinio, o térbio, (sub-grupo térbico); o disprósio , . o holmio, o erbio, o túlio (sub-grupo érbico); o' néoiter bio e o lutécio, o escandio e o ítrio. Alguns dos seus minerais: cerite, Si3013Cé(Ca,Fe)H2 (Suécia) ; ortite, Si5 015 ( AI, C e ) ( Ca,Fe)2H (Suécia, Noruega, Sibéria, Canadá, Austrália) ; m o n a zi t e , P04(Ce,Y),Th02,Si02, origem industrial dêstes elemen tos raros, na actualidade, às vezes em areias (Brasil, E. li., Boémia, Austrália, Ura!), etc. A precipitação dos elementos raros, em análise, faz -se, em geral, pelo ácido oxálico. Também é cómoda a sua separação por cristalização fraccionada (sob a forma de sulfatos, azotatos, acetatos, etc. Quási todos estes elementos são trivalentes ou tetra valentes (e alguns divalentes. Assim, (N03)6 Ce Am.2, P04Ce ; (OH)5 La. São fortemente electropositivos: os seus potenciais electroliticos alcançam números da mesma ordem do que aqueles que possuem os elementos alcalino-terrosos. A hidrólise dos seus sais é fraca. Os compostos dos elementos raros, principalmente do cério, podem actuar como catalisadores, especialmente como agentes das. oxidações. NCe e CeH3 são catalisa dores da combinação N + 3 H NH3. --7 Química inorgânica 37 o amoníaco oxida-se, a 650°, se passa, misturado ,com ar sobre bióxido de cério. No bico Àuer usa-se ' uma mistura de óxido de cério (1°/0) e tório (99 0/0) : êste último acresce a emissão de electrões pela acção do primeiro e a combustão é m ais eficaz. Parece que há também uma pe Toxidação do primeiro, com subseqüente produção de oxi génio nascente. À cerimetria, baseada na aplicação à volumetria do sulfato cerico amoniacal, (504)4 Ce (NH4)4 ZOH2 ganha CO nstantemente partidários, entro os analistas ; Ce +++ H + ---+ Ce++++ H + + <r-- .---"- Todos os elementos raros têem uma grande activi dade term o-iónica ; o mais fraco é o samário, mas ainda .assim muito superior ao tungsténio. De 1860 a 1861, KirchhoH e Bunsen descobriram pela espectroquímica o césio (o primeiro elemento des coberto pela análise espectral) e o rubídio na lepidolite e na água salgada de Dürckheim. Hoje o césio, que é o mais activo dos metais alca linos, inflamando-se ao ar, extrai-se da polucíte . N os minerais de zinco Lecoq de Boisbaudran des cobriu o gálio (1875) único metal líquido, juntamente com o mercúrio, à temperatura ordinária, parecido com o alumínio, e Reich e Richter, o índio (1868) parecido também c om o alumínio, ambos trivalentes. O vanádio foi isolado por Roscol'! (1867). É usado em ligas (aços), ,em medicina (v. g. vanadatos), como cõrante, etc. O molibdénio descoberto por Scheele em 1778, é em Ilregado em ligas (v. g. ferro-molibdénio), originando compostos, como o molibdato de amónio Mo04Àm2, .38 Quzmica inorgânica usados como reagentes, em análise. Emprega-se no fa brico de lâmpadas de incandescência. O anil de molibdé nio é um sol de 08M05 ,mOH2 . Em 1802 Ekeberg descobriu o tantalo (ou columbio), elemento empregado nas lâmpadas de incandescência, originando ferrotantalatos muito duros, o que o fêz acon selhável para o fabrico de penas de escrever ; aos compostos naturais com tântalo, Ta, tem-se dado o nome de tan talideos. O que se chama mina de platina compreende além dêste metal, cinco metais parecidos ; paládio, osmio iridio, ródio e ruténio. O paládio foi descoberto por W ollaston (1803) : é empregado no fabrico de espelhos, em odontologia, etc. ; combina-se com o hidrogénio dando um composto de fórmula provável Pd4H2 ; origina iões complexos biva lentes �Pd (NH5 )4J. Tennant descobriu (1804) o ósmio, metal duro, cujo tetróxido, 040s, muito venenoso,. conhecido pelo nome de ácido ósmico é usado em histologia principalmente como córante das fibras nervosas, no fa-· brico da sêda artificial, nas lâmpadas de incandescência, etc. A liga do irídio e ósmio, chama-se iridosmina. O ró dio foi isolado por Wollaston (1804) ; emprega-se em pirómetros, no estado coloidal em medicina ; em liga com o ouro, usa-se nos estilos. Chama-se rodite à liga de ródio e OUro. Dos com postos inorgânicos são particularme;nte usados os sulfatos, amarelo (S04)5 Rh2, 150H2 e vermelho (S04)5 Rh2, 40H2. É inacatável pela água régia. �" ... �.,' 'r" � .;;, .�-' O glucínio (antigamente) ou berilio (Woehler 1828) entra principalmente na c omposíção do mineral berilo · (silicato duplo de berilio e alumínio), que forma as conhe cidas variedades cha:Qladas esmeralda (quando possue a. Química inorgânica 39 côr verde do óxido de crómio) e aquamarina (v-erde azu lada). O crísoberílo e a fenacíte são também minerais de berílio, elemento usado hoje em cerâmica. O ião glucínio é edulcorante e do facto proveio o seu nome. Ào óxido O GI tem-se dado o nome de glucina (Vauquelín, 1797). É um metal muito transparente aos r aios X pela sua pequena massa atómica e fraca densidade): 17 vezes mais do que o alumínio, sendo por isso utilizado, em chapas, nas âmpolas de raios X usadas em medicina. Àssociado por exemplo ao ferro aumenta-lhe a dureza e a elastici dade. Às molas feitas com c obre e glucinio tem grande resistência. O metal é tão duro que chega a riscar o quartzo. O tungsténio (ou volfrâmio ; Scheele, 1781), aumenta a dureza dos aços: existe na natureza sob a forma de tun gstato duplo de ferro e manganésío W04(Fe,Mn) no mineral chamado volframite, que se encontra abundan temente em Portugal. O metal, que se prepara reduúndo 03W pelo carvão, é muito denso e só funde a 33500 o que o fez empregar nos filamentos das lâmpadas de in ca ndescência. Os ímans permanentes são de ferro e tungsténio. À dureza das ligas dêste metal não se alterá até 6500 : tais ligas podem, pois, ser trabalhadas em grande velocidade sem receio do aquecimento. O zircónio (Berzélio, 1824) forma um ózido, a zircónia 0 2Zr, que entra na contituição do metal chamado zircão, o qual é refractário e usado por isso no fabríco de cadi ' nhos e tijolos que devam ser submetidos a altas tempe raturas, particularmente na metalurgia das ligas de tungsténio. Em Caldas Novas, no Brazil, um só jazigo ocupa uma área de 24 X 32 km2 (m�neral ba.ddeZeyite). 40 Quítnica inorgânica o céltio ou háfnio, caracterizado em 1922 por Dau villier (no zircão) com os raios X deve o seu segundo nome, que prevaleu, à designação antiga de Copenhague : Haffnia. t um elemento análogo ao úrcÓnio. À relação Hf -- nos minerais cresce com a radioactividade dos mes Zr mos. o titânio, (Klaproth, 1791), c ontitue, sob a forma de . óxido, 02Ti, um mineral muito conhecido, o rutllo. O óxido é trimorfo : ao passo que o rútilo é tetragonal as sim como a anatase, é rômbica a brookite. O rútilo é homeomorfo do zircão 02 (Si,Zr), da torite 0 2(Si,Th) e da cassiterite, argumento clássico para aproximar os cinco elementos tetralentes Si, Ti, Zr, Th, Sn. À iltnenite é formada por um óxido de ferro titanado 0 2Ti,OF e. Nos L. U. e m 800 análises de rochas, foi encontrado, em 748, ·titânio. Os carvões para arcos voltaicos chamados tnine ralizados contêem, em geral, o carbureto CTi, que torna os arcos mais iluminantes. Tem servido em cerâmica. O gertnânio foi descoberto por Winkler (1886) na a rgirodite (em que se encontra o sulfogermanato de prata 3SÀg,2S2 Ge), mas é extraído hoje das blendas. Foi previsto por Mendeléeff. Considerado primeira mente raro, tem-se reconhecido hoje ser muito freqüente, em harmonia c om o seu número atómico par e pouco elevado. Os seus sais, são tóxicos, são eritropoiéticos, fá ceis de eliminar, aplicados no tratamento das anemias. O tório foi descoberto por B erzélio em 1828. t pouco' freqüente, muito denso (d = 11), radioactivo, empregado nas mangas de incandescência, na iluminação a gás. O ."I.2;otato de tório (N05)4Th é empregado em. análise. Química inorgânica 41 óxido 02Th, ou torina usa-se em radiografia como substância de contraste (torotrasteJ. o Muito freqüentemente os metais fundidos dissolvem -se uns nos outros e quando arrefecem c onstituem ligas metálicas. Podem ter lugar em 3 c asos. Dois metais, por exemplo, podem ligar-se em quaisquer proporções, cons'" tituindo verdadeiras soluções sólidas, como sucede com o cobre e o m anganésio ; ou um só se dissolve no outro entre certos l imites, como sucede com o c arbono (consi derado aqui êste metalóide como equivalente a metal) e o ferro ; ou enfim a liga só se origina pela combinação dos componentes em determinadas proporções fixas, como . sucede com o cobre e o magnésio. Em 1936 Meyer propôs que se designassem as ligas com o nome de metalideos, designação que não foi ain d a internacionalmente adoptada. Dois métodos de investigação se aplicam com sucesso ao estudo das ligas metálicas : a metalografia micros cópica e a análise térmica. Na metalografia microscópíca faz-se a análise ime diata da liga ; é um método rápido e de grande utilidade prática. Principia-se por pulir cuidadosamente uma su perfície do fragmento de liga a estudar, primeiro liman do-a e logo depois usando esmeris, ou lixas, c ada vez mais tenues. Depois ataca-se o espelho metálico obtido com solutos aquosos ou alcoólicos convenientes, de modo a determinarmos a formação dum baixo relêvo na super fície da liga. Emfim examina-se êsse espelho metálico co= u= =icroscópio, fazendo a ilu=inação da prepara ção de cima para baixo (e não de baixo para cima como 42 Química inorgânica no microscoplO ordinário ou de forma razante, como no uItra-microscópio). O microscópio adequado para êstes exames da es tructura das ligas chama-se metalográfico. Um d.os primeiros modêlos deve-se a Le Chatelier e um dos maís simples é o de Rejtõ : perpendicularmente ao tubo vulgar do microscópio com um existe um outro,. contendo uma lâmpada eléctrica ; os raios luminosos são dirigidos sôbre a preparação por meio dum prisma de reflexão total. Pode-se com vantagem substituir a observação visual directa pelo registo fotográfico : o exame dos microfoto gramas metálicos esclarece a composição das ligas e mos tra-nos que estas são, ordinàriamente, heterogéneas. Na análíse térmica funde-se previamente a liga e deixamo-la arrefecer lentamente : um gráfico obtido com dois eixos coordenados e em que representemos tempe raturas em ordenadas e tempos em abscissas não só per mite a determinação rigorosa de pontos de fusão mas esclarece o comportamento térmico das ligas, de grande importância, como veremos. Em cada momento pode-se determinar a temperatura com um termopar (e neste caso, com galvanómetros de espelho até se pode fazer análise térmica fotogràficamente) ou com pirómetros ópticos. À s aplicações das ligas, que Gauthier denominava metais compostos, são mui1 0 variadas . Fazem-se ligas fusíveis (com bismuto, chumbo, estanho e outros metais), leves (com alumínio e magnésio, como duralumínio, ma gnálio, alpax, almelec, muito utilizadas hoje em aviação), antifricção, para diminuir os atritos, como a chamada metal de Babbitt, com antimónio. zinco. arsénio. chutnbo .e estanho), pirofóricas (para isqueiros, com cério), más Química inorgânica 43 condutoras (para reostatos e aparelhos de aquecimento, com níquel, crómio, cobre, ferro e manganésio), indila táveis (pràticamente, como o invar, de base níquel e ferro), elásticas (parq. m olas, com ferro, volfrâmio, man- · ganésio e silício), extraduras (como o carboloy, com vol frâmio e cobalto, ou a widía, sucedánea do diamante em certas aplicações dêste, com volfrâmio e carbono). À s ligas c � m· mercúrio dá-se o nome genérico de amálgamas. R.aros são os metais que se empregam puros na in dústria por não terem dureza ou fusibilidade -ou malea bilidade convenientes. Àssim, o ouro e a prata seriam muito moles para os trabalhos de joalharia. Usam-se ligados ao cobre, o metal que entra em maior número de ligas. Com o primeiro ouro recebido por Vasco da Gama, da Í ndia, Gil Vicente, por ordem de D. Manuel, fêz em três anos uma riquíssima custódia, que o c ronista (J oã o de Barros) classifica tam rica na obra, como no pêso, (6350 g) ; esta famosa jóia manuelina, chamada custódia de Belém, encontra-se no Museu de Àrte Àntiga de Lisboa. Com bronze. liga de estanho e cobre, d e uso tão cor rente, a maior obra feita em Portugal é a estatua de D. José, por Bartolomeu da Costa: À liga de prata legalmente adoptada em Portugal (1931) para a moeda de 10 (dez, escudos tem 835% 0 de prata (com + 3% 0 de tolerância) ; nas moedas de 5 e 2,5 escudos o toque legal é de 650% 0 (com + 5% 0 de tolerância). À liga alpaca ( � obre 61 % , níquel 19 % , zinco 20 % ) usa-se em Portugal nas moedas de um escudo e de 50 centavos. Às moedas chamadas vulgarmente de cobre são constituídas por uma liga de cobre e zinco (96 % de cobre, 4 % de zinco). Deverão vir a ser cunhadas em Química inorgânica P ortugal moedas de ouro (liga dêste metal com cobre), de 250$, 100$ e 50$, com 900% 0 de ouro (tolerância + 2% 0). Antigamente as moedas de ouro portuguesas tinham 91 6,6 % 0 de ouro, 83,4 % 0 de cobre e as jóias 854 % 0 e 145,9 0100 respectivamente ; a baixela portuguesa antiga ,854,0 % 0 de prata, 146 % 0 de cobre. Citemos ainda, entre as ligas mais usadas, o latão (67% de cobre para 33,0 % de z i n c o), o m a il l e c h o rt (50,0 % de cobre, 25,0 % de níquel, 25,0% de zinco), a liga dos carácteres de imprensa (20,0 % de antimónio, 80,0 °10 de chumbo), a solda para lata (12,5 °10 de estanho para 87,5% de chumbo) e o estanho dos espelhos (80,0 % de estanho para 20,0 °1 de mercúrio). 0 Fusão e solidi:fíeação das ligas binárias Durante a solidificação duma liga esta funciona como um sistema químico em equilíbrio de variancia determinada pelo número de componentes independentes e pelas fases em presença, para cada temperatura dada (a pressão pouco influindo). Os diagramas de fusibilidade podem ser feitos num sistema de três eixos, dois de ordenadas e um de abs cissas (fíg. 5). - Considerando uma liga binária de dois metais A e B, por exemplo chumbo (À) e antimónio (B), marcaremos no primeiro eixo das ordenadas um segmento proporcio .nal ao ponto de fusão de A, (326° para o chumbo) no segundo um segm€ n to proporcional ao ponto de fusão de B (631° para o antimónio). Às proporções da liga serão indicadas no eixo das abscíssas (na figura anexa estão mencionadas as percen- Quí1ll ica inorgâ.nica tagens do antimónio). No sistema de coordenadas tem� peratura-composição que adoptámos (segundo o método introduzido p or um dos divulgadores da lei das fases de Gibbs, Backhuis Roozeboom) obteremos duas ' curvas AE e BE ; cada ponto do plano, representa o sistema com certa composição e a determinada temperatura. Assim o ponto C representa a liga com 93 % de chumbo e 7 % de antimónio a cêrca de 700° C. Se um/ · arrefecimento se produz o ponto figurativo do sistema deslocar-se-á segundo a vertical CD. A experiência mostra que a partir de cêrca de 290° (ponto de encontro ' de CD com AE) um a r r e f e c i m e n t o determina na 000 soo FI I C, I I , I I A :mo �6 1 zoo k3 LLLD 10 H ?"7a,!" E,...- V 1/ I I 30 V / 50 ! I I CD �B + /'" I I I I 70 G 50 I 90 I \00 massa em fusão a separação de cristais de chumbo (cris tais de l .a cristalização), enriquecendo-se o resíduo em antimónio, o que gràficamente se traduz por um deslo camento do ponto figurativo segundo aE ; quando êste ponto atinge E, isto é, à temperatura aproximada de 247°, no caso que nos serve de exemplificação, o antimónio encontra-se no resíduo líquido na proporção de 13 % e daí em diante o resíduo solidifica, a essa temperatura constante de 247°, havendo cristalização simultânea e prOgressiva dos dois metais, que vão constituindo cristais 46 Química. inorgâ.nica mixtos, com a mesma composição agora do resíduo lí quido do seio do qual se vão destacando. P elo arrefecimento, o banho c omo que tende a for mar um sistema definido, de ponto de solidificação mí nimo, o qual constitue uma mistura eutéctica (à qual corresponde uma liga eutéctíca.) : para tanto principiou por eliminar o elemento que estava em excesso na mis tura primitiva, em relação à composição da mistura cor respondente a êsse ponto E, ponto do gráfico de ordenada mínima, chamado ponto de eutexia (13 % de antimónio, 87 % de chumbo, temperatura 247° como se disse). Se tivéssemos feito o nosso raciocínio partindo dum ponto F, ao qual corresponde cêrca de 75 % de antimónio e 25 % de chumbo e aproximadamente a temperatura de 700°, por arrefecimento o ponto figurativo seguiria a vertical F G e a partir do ponto de intersecção b desta vertical com BE, a que correspondem uns 525°, deposi tar-se-ia antimónio (cristais agora de 1.a cristalização) ; o banho residual ficaria sucessivamente mais pobre neste elemento e o ponto figurativo deslocar-se-ia se gundo bE até atingir a 247° o ponto de eutexia. Ao passo que as ligas e m geral não têm ponto de consolidação bem definido, mas apenas se pode registar o princípio do fenómeno e o seu fim, delimitando-se um intervalo de cristalização, as ligas eutécticas compor tam-se como um metal único. N o nosso diagrama tôda a parte do plano acima de AEB corresponde a um sistema exclusivamente em fase líquida ; AE indica secreção de chumbo, BE de antimó nio. Abaixo da paralela HI ao eixo das abcissas que passa por E o sistema está em fase exclusivamente só lida. As regiões AEH e BEl correspondem aos estados pastosos : banho com cristais de chumbo ou antimónio já individualizados. 47 Química inorgânica Fusão e solidificação das ligas ternárias Consideremos agora uma liga ternária, constituída por três metais A, B e C. Seja um triângulo equilátero ABC, horizontal e convencionemos repre s entar as com p osições da mistura nos três componentes p elas três nor- mais baixadas dum ponto P do seu interior sôbre os três. lados. Como a altura II do triângulo é a s omas dessas três normais nt. n2 e n5 (fig. 6) h = m --1 - m -! n5 e faremús h = 100 sendo portanto as percentagens nos três componentes re presentadas respectivamente porl% , n2 e n5 O ponto À representa 100 °/0 de À ; B, 100 °/0 de B ; C, 100 °/° de C. Sôbre os lados, um ponto de AB, por exemplo, represen tará, como no caso das ligas binárías, uma mistura de A e B (efectivamente, à medida que um ponto, conside rado no interior do triângulo, se aproxima de AB a normal, em relação a êsse 1aB do, n5 , que r e p r e s e n t a a percentagem de C, tende para zero). Ê ste triângulo tem sido chamado trzâ.ngulo das con centrações de Gibbs (sendo de registar que se tem as percentagens referidas ·não pelas normais mas pelas pa·- A,���-"-�---lI�"--::.l.-.:L.�� C .. ralela.s tiradas pelo ponto Fig. 6 até encontrar os l a d o s , como fazia Roozeboom e a figura 6 tam bém indica). A partir dos vértices A, B, C, do triângulo marque mos, sôbre três verticais, segmentos proporcionais aos % % . 48 Quimica ínorgânica pontos de fusão dos componentes A, B e C : obtemos os pontos a, b e c (fig. 7). Nos planos AaBb, BbCc, CcAa, traçamos como no caso das ligas binárias, os diagramas de solidificação, com seus pontos eutectícos ' binários E,E! e E 2' As superfícies EbE!, EICE 2, E2aE, ditas de cristalização, interceptam-se segundo as linhas EE3 ,E!E3 ' E2E3 ' as quais concorrem a no ponto E3 , chamado ponto de eutexia ternário. Conside remos um sistema ternário com uma composição qualquer, em A, B e C, e a uma dada tem peratura, sistema que será re presentado pelo ponto :;1. . Supondo um abaixamen to de temperatura, o ponto fi gurativo desloca-se segundo a A vertical, até encontrar o ponto {3 de intersecção da referida vertical com a superfície de cristalização EaE2' referente a c A ; atingindo êste p o nt o 0, Fig. 7 o ponto figurativo, de acôrdo com a expenencia, desloca-se segundo a linha de maior declive ou linha de cristalização �y, a que corresponde depósito de cristais (cristais de 1 .a critalização) do ele mento A, puro. Chegado o ponto figurativo a I, ao c on tacto da superfície de cristalização EbEJ, relativa a B, passa êle a deslocar-se, durante o arrefecimento e no sentido sempre de diminuição de ordenada, segundo EE3 ' com depósito de cristais constituídos simultânea-mente pelo,s elementos A e B (cristais de 2.a critalização). Conti nuan d o o arrefecim.ento atinge-se o ponto eutectico ter nário E3 : então formam-se, daí em diante, cristais mixtos " . Química inorgânica 49 de A, B e C, com a mesma composição do banho e de composição constante, até solidificação integral. Sôbre o triângulo-base segue-se o fenómeno como damente, pois a linha de cristalização se projecta segundo V/ a que corresponde secreção de A, /E3 ' a que corres ponde depósito de A e B, enfim, no ponto E '5 , a que cor responde o depósito do eutectico terllário. Para sistemas de 4 ou mais componentes Benedicks (1938) propõe o uso dum semi-circulo, dividido num certo número de partes iguais. Cada raio refere-se a um componente. A partir do centro consideram-se sucessivos sectores, em prolongamento uns dos outros, cada um paralelo a um raio : a sua direcção indica a natureza ci o compo nente ; o seu comprimento, a percentagem correspondente. Função m.etal e função m. e t al ó i d e Os elementos (ou corpos simples) podem ser considerados metais ou metalóides. As propriedades físicas dos metais podem ser : 1) Termoelásticas, que dependem da molécula e do átomo, (calores específicos, mudanças de estado, deformações, etc.) ; 2) Electromagnéticas, que correspondem ao movimento dos electrões, no átomo, (conductibilídades, espectros, etc.) ; 3) Plásticas, relacionadas com a estructura (tenacidade, maleabilidade, ductilidade, dureza). Sob o ponto de vista químico : os metais podem sempre originar catiões (são elementos electropositivos), por perda de electrões ; os metalóides transformam-se em aniões (são elementos electronegativos). 2) Formam halogenetos (ou sais haloides), alguns chegando a inflamar-se (m. alcalinos ; a exotermicidade decresce do fluor para o iodo. 3) Formam pelo menos um óxido básico. 50 Química inorgânica 4) Puros e a frio, não são atacados pelos ácidos puros ; a presença da água provoca a dissociação electro lítica do ácido e pode determinar o ataque. A acção dos alcalis é análoga : o metal transforma-se em iões (aniões oxigenados) com libertação de hidrogénio. A passagem dum átomo a ião põe em jOgO uma quantidade de ener gia que corresponde à aiínidade química. 5) Nas ligas, os metais podem originar combinações : APCu, AlCu, AlCu3 , AFCu3, etc. As propriedades dos metalóides, sobretudo a ausência do brilho metálico, diferentes das dos metais, permitem que se faça a distinção entre as duas funções. Os meta lóides têm grande actividade e são capazes de neutra lizar a actividade dos metais, com formação de sais. ()reparaçãu dUJ elementuJ Os elementos, exceptuados os nulivalentes, actuam como oxidantes ou como redutores, em geral, nas trans formações químicas. São em regra oxidantes O, F, Cl, Br, I ; os outros redutores. Oxidantes Os oxidantes actuam sôbre comp ostos neutros, ori ginando novos oxidantes (sendo preciso que a actividade química oxidante do primeiro seja superior á do segundo) e sôbre redutores. Considerando o hidrogénio, redutor tipo : F2 + H2 2 FH + 77.000 c (máximo) O H2 + 58.300 c O + H2 CP + H2 = 2 ClH + 44.000 c = = Br2 + H2 = + H2 = 12 2 BrH + 24.600 2 IH + c 800 c ,, ; 51 Químíca. ínorgâ.nica. Não poderemos preparar o fluor quimicamente pois ;a energia química dos reagentes nunca é suficiente. Re -corre-se a outra forma de energia., a eléctrica.. Àssim fez Moissan (1886) electrolizando FH - tornado condutor com FK. Com o oxigénio já podemos preparar cloro (em pre .sença de C12Cu, a 4500 : processo Deacon ; ou empregando como agente de transporte do oxigénio o 0 2Mn ; processo Weldon). Para o bromo e o iodo, podem empreg ar-se cloro ou .oxigénio. Redutores Os redutores actuam sôbre compostos neutros ori .ginando novos redutores, (desde que a actividade dos primeiros seja superior à dos segundos) e apropriam-se .dos oxidantes existentes nesses compostos (em regra do oxigénio) ; actuam também sôbre os oxidantes directa mente. O redutor mais usado, pode ser ; 1) m ais económico ; 2) de m aior actividade ; 3) de maior afinidade para o oxigénio ; 4) de pequena afinidade para os m etais - é o carbono. Segue-se o alumínio, redutor enérgico também. Mis turando-se alumínio em pó com o óxido a reduzir, num <:adinho, colocando-se em cima bióxido de bário e m a gnésio, em pó, aglutinados, e iniciando-se a redução com fita de magnésio, o metal pode ser libertado : o mesmo tendo lugar para o crómio, para o manganesio, Química inorgâ.nica. etc. Tal é a base da a.luminotermia. Com o próprio óxido, de bário : , 3 0Ba 2 AI � -> 05AP -+- 3 Ba A criolite (F5Al, 3 FNa) d a Groenlandia veio tor nar o método económico. Além dêstes redutores temos , ainda o sódio e o potássio (preparação de Si, B, Al), Ü' magnésio (B e Si) etc. Em regra, quando um elemento se não encontra no estado nativo, a sua extracção faz-se do composto natu ral mais abundante. Assim, para prepararmos hidrogénio, emprega-se muitas vezes a água, fazendo sobre ela actuar um metal capaz d.e deslocar o hidrogénio, pela sua cate goria electroquímica : O H2 -+- Na �-.,. O HNa + H I Emprega-se às Vezes sódio (ou amalgama de sódio). êste processo, em meio neutro, substituem-se por vezes processos em meio ácido ou em meio alcalino, . atendendo a que ácidos e bases contém hidrogénio fàcil mente deslocável : À Zn S04H2 +- Zn --\- - 2 O HNa �-> �-.,. S04Zn H2 � Zn 02Na2 + H2 t A energia. eléctrica. é hoje aplicada na preparação de quási todos os elementos : A electrólise de sofutos de áci dos, alcalis ou sais alcalinos liberta hidrogénio. Um forte redutor como o carvão, ao rubro, decompõe a água (sob a forma de vapor) libertando o hidrogénio : Química inorgânica 53 formando-se uma mistura que se tem chamado gás da . água. O óxido de carbono é também um forte re dutor. Àctuando sôbre uma base, como a cal, a alta tempera tura liberta hidrogénio Estudemos em especial o hidrogénio . Conhecem-se muitos compostos binários de hidro génio e dum metal chamados genericamente hidrogenetOs. Assim, o hidrogeneto de cálcio forma o produto indus trial cham ado hídrolíte o qual actuando sôbre um com posto rico em hidrogénio, como a água liberta êste ele mento : Na iT'dústria empregam-se muito, para deslocar o hidrogénio, elementos como o silicio e o ferro, ou mis turas dos dois, como sucede no produto denominado sílicol, utilizando a sua acção sôbre a cal sodada ou ape nas sôbre a soda (a 40 % ): Si + (OH)2Ca + 2 (OH)Na --, Si OlCaNa2 + 2 Hi t Si + 4 (OH)Na Si 04Na" 2 H2 --+ Para o cloro considerações análogas. Como se sabe os compostos oxigenados naturais mais imp ortantes são óxidos, como a pirolusite, mineral constituído essencial m ente por 02Mn. Teremos : 4 CIH + 02Mn .'ce�so Scheele) _,ou, - -7 CPMn + 2 OH2 + CP t (Pro t: 54 2 Quimica inorgânica ,. S04H2 -+- 2 CINa + 02Mn S04Mn 2 OH:! �"-- CF r (Processo Bertholet) - -->- S04Na2 + Os productos industriais clorados, constituídos essen- cialmente por hipodoritos, também libertam fàcilmenk cloro : : (CIO)2Ca -+- 4 CIH --. CJ2Ca -+- 2 OH2 + 2 CP t Oxidando CIH, por catálise, liberta-se cloro (Deacon) .. O catalizador é o cloreto cuprico (que tende a dar CICu e CI em virtude da deformação dos átomos componentes). Como há pequena contracção de volume é de pouco pro veito alta pressão (Le Chatelier) ; como há libertação de calor a melhor isotérmica é a baixa temperatura. Pela energia eléctrica activa-se êste elemento, for-o mando-se cloro activo. Quando se arrefece a cêrca de 0<> a água de cloro (Claq) depositam-se cristais de hidrato (CP,80 H2). Usa-se na indústria liquefeito. É um gás de guerra asfixiante. O bromo e o iodo podem ser preparados com o cloro.> mais activo oxidante, a partir dos brometos e iodetos existentes nas águas mães das marinhas e nas cinzas de vegetais marinhos, como os fucus e v arechs. Se o iodo, está também s ob a forma de iodato (como sucede na água mãe do salitre do Chile) com bissulfito de sódio e' sulfato de cobre é primeiro p recipitado sob a forma de' iodeto cuproso. Ê ste iodeto é submetido ao processo de Bertholet, isto é, à acção da mistura do ácido sulfúrico e do bióxido de manganésio : Em harmonia com a termoquímica o cloro, que des- · Química inorgânica 55 loca o bromo e o iodo dos compostos binários, é deslo cado por êles dos compostos ternários : 6 I + 5 Cl03K -+ 3 OH2 ---+ 5 ClK + 6 I03H o oxigénio pode ser obtido por interm édio da energia térmica, aquecendo óxidos naturais ou outros compostos ricos nêste elemento ou ainda peroxidando previamente certos compostos, em seguida decompostos a temperatul;a mais elevada : t OBa 02Mn + '2 O =--= t' 02Ba (t' > t: Boussingault) ; t OHNa + O =--= ' t MnO!'Na2 + O H2 (t' > 1) (Tessié du Motay) Com a energia eléctrica, por electrolise da água ; por destilação fraccionada duma mistura que o conte'n ha (como é o ar líquIdo). À oxilita (02N a2) com a água li berta êste gás : O H2 - --+ 2 OHNa +- O t . Vários sistemas, constituídos por componentes ricos em oxigéneo, o podem libertar : 3 S04H2+2 Mn04K --+2 S04Mn+S40K2 -+ 3 OH2 +- 5 O f Cr207K2 +- 4 SO'oH 2 - . 2 (SO")2CrK + 4 O H2 . 3 O t 56 Quimica inorgâ.nica Encontra-se no comércio em tubos de aço a cêrca de 150 atmosferas. Pela acção do eflúvio eléctrico transforma-se numa variedade alotrópica, o ozono, 05• O ozono, aplicado por exemplo na esterilização das águas, p ode reconhecer-se com o papel de Houzeau, papel de tornezol avermelhado, cujas fôlhas são embebidas, em metade do seu compri menlo, em soluto aquoso de iodeto de potássio ; o ozono azula (por originar potassa) só a parte iodetada. O enxôfre, existindo no estado nativo, pode ser se parado da ganga por fusão fraccionada (processo dos cal caroni) ou por destilação fraccionada (processo dos dop pioni) ; certos componentes naturais ricos nêste elemento libertam-no por meio da energia térmica : O azoto pode ser separado do ar líquido por destila ção fraccionada. À energia térmica liberta-o de muitos componentes ricos em azoto : podendo usar-se uma mistura de sal amoniac o e dum ní trito alcalino. Partindo dum nitrato obtinha-se o protó xido de azoto : O forte oxidante que é o cloro separa o azoto do hi drogénio, actuando sôbre o arrtoníaco : --" Química inorgânica 57 é extraído dos seus compostos naturais : fosforites. o fósforo -ossos � (P04)2Ca5 + 4CIH --+ (P04)2CaH4 -+ 2 CPCa (P04)2CaH4 -+- O Ca --+ (P04)2Ca2H2 �- OH2 (P04-)2Ca2H2 -+ 2 S04H2 --+ 2 P04H3 2 S04-Ca '2 P04H3 -;- 5 C ---+ 2 P + 5 CO + 3 O H2 (Processo -Coignet). - - - Recorrendo à energia eléctricEi , empregando um fôrno usa-se hoje a mistura do fosfato, carvão e sílica ; 2(P04)2Ca5 -+ 10 C + 6 Si02---+ 6 Si05Ca + 10 CO t + 4 P metasilicato de cálcio .... É um elemento com vá rias formas alotrópicas : àlém da forma habitual, correspondente ao fosforo branco, existe o fosforo vermelbo, que ao contrário do primeiro, não é tóxico, nem soluvel em sulfureto de carbono, o fosforo violete de HittorE (obtido por fusão com chumbo) o negro de Bridgemann (obtido sób a pressão de 12000 K) etc . Pela acção d o fosforo sôbre uma lexivia alcalina -como a potassa forma-se bidrogénio fo'sforado, gás ex p ontaneamente inflamável : 4 P 3 OHK 30 H2 -i- ---ó- 3 P02KH2 + P R " t Forma-se, simultaneamente, hipofosfito de potássio. A acção do ácido sulfúrico sôbre o fosfato tricálcico leva êste a fosfato monocálcico solúvel : A mistura obtida constitue o adubo denominado ,supe rfosfato. 58 QUlmica inorgânica Também a energia térmica pode servir para a liber tação do arsénio dos seus compostos naturais, actuando sôbre um mineral arseniado como o mispiquel : SAsF e - -> SFe + As. o antimónio forma um sulfureto que se encontra na antimonite ou estibina. Aquecendo o sulfureto em con tacto com o · ar (ustulação) forma-se um óxido, reduzido em seguida pelo carv ão : S3Sb2 + 9 O 2 03Sb2 3 C - ---> - ---> 05Sb2 -+ 3 S02 4 Sb + 3 C02 t • O composto natural mais importante de bóro é o ácido bórico (em soluto aquoso a 3 % constitue a água bÓrIca) que pode ser reduzido pelo sódio (Gay Lussac e Thenard) : 4 B 05H5 ou pelo alumínio (Saint� Claire Deville e Wõhler). N o primeiro caso forma-se simultâneamente meta borato de sódio. Um soluto dum borato, acidulado, re conhece-se com o papel de cúrcuma, a�arelo, que depois de nêle mergulhado e sêco em seguida, avermelha ; adi cionado de alcool e ácido sulfúrico dá à chama do a1cool a côr verde. Pela acção da água oxigenada e soda sôbre' o borato de sódio (B407N a2, 10 OH2, sal que dissolvido em água, D.a proporção de 30 g para 970 g de água dá o soluto de borato de sódio ordinário) forma-se p erborato :: O carbono puro (diamante) foi obtido por inter- Química inorgânica 59 médio da energia eléctrica, como era natural ( Moissan). À energia térmica também pode ser usada, mais imper feitamente. Chama-se carvão activo a variedade de car bono que se obtém aquecendo ao rubro carvão com um" pouco de cloreto de zinco ou ácido fosfórico. É um ex plêndido adsorvente, usado hoje nas máscaras contra gases. Para separar o silício do seu composto natural mais, importante, a sílica, p o d e usar-se como redutor o sódio : -1; À separação dos metais faz-se semelhantemente. Há metais que se e �contram no estado nativo (ouro, prata.. platina, bismuto), e as operações metalúrgicas têm com o objectivo então a separação da ganga. Metais que se en contram sob a forma de sulfuretos (cinábrio, SHg ; galena,.. SPb ; calcopirite S2F eCu ; blenda, ' SZn) e êstes são ustu lados e os óxidos obtidos são em regra reduzidos pelo carvão, etc. O emprego da energia eléctrica na separação dos metais é hoje corrente (eletrometalurgia) para quási todos êles. O uso de alumínio como redutor (aluminotermia)' tem prestado também em muitos casos valiosos ser viços. Na extracção dos metais usam-se pois ; 1) Processos mecânicos 2) Processos químico-físicos Química inorgânica 1) Processos mecânicos. Aplicam-se ao ouro, platina, etc. Consistem na trituração do minério ; na sua lavagem ; ,as vezes numa amalgamação, separando-se o metal do mercúrio por destilação. o quartzo aurífero, por exemplo, é triturado em re cipientes de ferro, semi-esféricos, com pesadas bolas, ani m ados de movimento de rotação. À poeira obtida é arras tada pela agua por planos inclinados, onde se amalgama com o mercúrio contido em cavidades nêles existentes. Tratando-se da prata CIÀg -+- 2 Hg - -7 CIHg _L ÀgHg 2) Processos químico-físicos : a) electrolíticas (electrometalurgía), por via sêca ou húmida ; aplicam-se a prata, ao ouro (por cianuração), ao alumínio, ao cobre' e sódio. b) de redução. C omo redutores, usam-se, como sa bemos, o carvão, o óxido de carbono, o hidrogénio, o alumínio (aluminotermia). O processo é em geral ante cedido duma ustulação ou calcinação, J a dissemos que êles são usados, em regra, sob a forma de ligas e estas estudadas em metalogramas. f ' ()ta�ã() Quando uma substância sólida muito divid�da esta em contacto com dois líquidos, em que se nã � dissolve, pode repartir-se p e los dois ou pode concentrar-se na su perfície de separação, mas também pode acontecer que Química inorgânica 61' ela abandone totalmente um para se dispersar só no ou tro : diz-se, nêste último caso, que há flotacão. O carbonato de chumbo constituindo pasta com a água abandona esta para passar totalmente para o óleo de linhaça. À grêda tem grande afinidade pelos óleos, podendo- Fig. 9 - Aparelbo de flotação Os fragmentos de minério, misturados com óleo e água sulfúrica' entram por A, pass'am para o compartimento cilindrico por acção do agitador B e em s eguida passam por C para o primeiro compartimento. Aí a camada oleosa separa-se à superfície, em D, com, o mineral, emquanto a ganga e a água descem e são removidas por E •. -os extrair dos tecidos. No Egipto clarifica-se a água com pães de amendoa e na N ubia com sementes de rí cino. Á galena, à blenda, ao mispiquel etc., aplica-se o mé todo da flotação para realizar sep arações, que teem per mitido a reabertura de minas que estavam parada s. Tip()� de f()rn()� Em metalurgia usam-se ql>1atro tipos de fornos, em geral : ,62 Químíca inorgânica 1) De galera. O material que se aquece, o combustí vel e os produtos da combustão ficam separados. Usa-se em regra fôgo central. O minério é disposto em recipien tes adequados. 2) De cuva. São fornos, em regra cilíndricos, p rismá tiLOs ou cónicos que se carregam superiormente e se des .carregam inferiormente. 3) De reverbero. Fornos baixos, abaulados, de grande superfície, com fôgo lateral . 4) Electricos (fig. 10). Fig. .6) Na La coluna vertical dáecto. b) N � ' La 0 arco 10 - Tipos de fornos : a figura superior r e p r e s e n t a um fôrno de arco forma-se entre o e l e ctr o d o superior e o banh o ; coluna vertical a figura inferior repre s e n t a um fôrno de arco in directo ; os dois electrodos estão ambos fora do banho, inclinados, a pe quena distância da sua superfíci e ; c) Na 2.a coluna vertical, a figura superior representa um fôrno de resis tência ; os dois electrodos mergulham na masSa me tálica e aproveita-se o efeito Joule ; 2,8 coluna vertical a fi g ura inferior representa um fôrno de inducão anular (a fig ura esquemática indica um corte no mesmo, com aproveita d) Na mento das correntes induzida. pela bobina central. 63 Química inorgânica a) b) c) d) / De De De De arco directo, v. g. m o delo H é r o ult arco indirecto resistência indução o uso industrial do fôrno elé ctrico tornou p ossível a preparação da carbite (que se faz em Portugal, em N elIas e Setubal), da qual se pode passar p ara o c onhecido ad u bo, cia.namida cálcica N Ca // � C:N C2Ca -',- N2 - --, CCaN2 C do carborundo SiC e de muitas outras substâncias. fun ç(5es anid .-id () , ácid (), ()xid(), hid rüxid() e sal Preparação dos com.posto � Um ácido é um composto e m g e ral de forte activi dade química, electrovalente, que, ionizando-se, produz hidrogeniões ; ÀR --+ .(_. - À- H+ Uma base ou hidróxido é u m c omposto em geral de forte actividade química, electrov alen te, q u e, ion.izando-se, produz oxidrilioes : BOR --+ -{-- - B+ -: O H - Às actividades de ácidos e bases são o postas. , <' ' 64 Quimica inorgânica Como H+ é um protão pode-se difinir ácido como' tôda a substância capaz de emitir protões (Brõnsted,1923). Uma base é uma substância capaz de fixar pro tões. Um sal é um composto de actividade insignificante ou nula, polar, que, ionizando-se, não produz em geral e directamente, iões hidrogénio ou oxidrilos (êstes podem provir da hidrólise), podendo resultar da acção dum ácidO' sôbre uma base, com transformação de energia química em energia calorifica e às vezes em energia luminosa. Um anidrido é um composto binário que reagindo com a água dá um ácido ; óxido, um composto binário que reagindo com a água dá uma base. Se uma molécula de ácido AHn reage com m molé culas de soda diz-se que o ácido funciona com a acidez m. Um sal normal ou neutro corresponde à definição' dada para sal ; um sal ácido pode produzir ainda hidro- geniões, um sal básico, oxidrilíões, ou, pelo menos, ainda pode reagir com um ácido para dar um sal, tendo nêste último caso oxigénio substituível por um radical ácido : OClBi [- 2 CIH - -+ CPBi -+- OH2 Dois ou mais sais podem combinar-se dando sais duplos. triplos, etc . Se, ionizados, produzem iões complexos em grande proporção dizem-se sais complexos. São sais duplos o alumen e o sulfato ferroso amoniacal Sais complexos o ferrocianeto e o ferricianeto de potássio' 65 ' Química 'inorgânica Muitas v ezes os primeiros incluem-se nos segundos, isto é, ao alumen corresponde a fórmula. e ao sulfato ferroso amoniacal Chamam-se às vezes, impràpriamente, sais básico:s as misturas de sais normais e de hidróxidos, como Preparam-se ácidos : ' 1) Pela acção dum ácido t� ôbre um sal (�� leis de Ber tholet) 2) Pela acção dum anidrido sôbre a água 3) P el a acção de certos halogenetos sôbre a água : � ;.t' , ' . ' . _ , ".. " . CPP +- 3 OH2 -- , P05H3 3 CIH "} ' 4) P 6'r electrólise. Prepara.m-se bases ,. 1) 2) 2) 4) \ ' , Pela acção de outras bases sôbre sais z Pela acção de óxidos sôb:i:e a �água }. -" Pela acção de certos metais sôbre a: água. Por electrólise. '7 Prep'a ram-se sais : 1) Pela acção de um ácido sôbre'iuma ' base ou sôbre . 66 Quím ica inorgân ica um óxido (principalmente para os sais de cálcio e manganésio). ) " " 2) Pela acção de um á�do sôhre um n;.et�l (citia�ad' o ácido atacar o metal, êste fôr comum e o sal a p�eparar fôr solúvel - embora esta última con dição não seja indispensável, pois se podem usar ," � (, (, ; , . .t � . ;: > • ;:;, agitadores). 3) Por dupla decomposição entre dois sais solúveis ou entre um ácido e um sal 4) Pela união directa dos componentes , . 5) Pela redução de outros sais (anfidos): ' . i ' . I·� ,. I j I S04Ba + 2 C ----+ SBa -+- 2 C02 t 6) Por electrólise. ' Preparam-se óxidos e anidridos : - 1) Pela oxidação directa dum elemento 2) Pela calcinação de carbonat"os ou nitrat()s ou óxidos mais oxigen{ldos ' '. , , , , ' 3) Pela acção de bases sôbre certos sais ' 4) Por electrolise. Um grande número de sais sendo insolúveis, o pro cesso de os preparar por dupla decomposição é dos mais usados. Cloretos insolúveis maIS importantes : CIAg, CIHg, CJ2Pb (brancos, o primeiro insolúvel em N05H, solúvel em OHAm, CNK e S205Na2 ; o se gundo insolúvel em. N05H, enegrecendo pela OHAm ; o terceiro solúvel em água fervente). I I Química inorgânica 67 Brometos insolúveis mais importantes : lodetos insolúveis mais importantes : IAg (alll�rela.do). PHg (vermelho, solúvel em IK), :IHg (verde), PPb (amatelo), PBi (escuro), ICu (branco). Sulfatos lnsolúveis mais importantes : S0 4Pb. S04Ba, SO"Sr, SO"Ca (brancos, o primeiro ,solúvel em tartarato de amónio, o segundo insolúvel em CIH ; o último é o menos insolúvel dos quatro). Carbonato$ : Todos os neutros, menos os alcalinos. Cianetos : Todos, menos os alcalinos. alcalino-ter rosos e o de mercúrio. Dissolvem-se em cianeto alcalino, ; ,com excepção dos cianetos de , chumbo e bismuto., . ", . Fosfatos : Em regra insolúveis, com excepção dos ,alcalinos. Sulfuretos : Em regra insolúveis, com excepção dos .alcalinos e alcalino-terrosos. Dos insolúveis muitos são negros. SSn é côr de choco late, S2Sn, S5ÀS2. SCd amarelos ; S5Sb2 vermelho, SMn .alaranjado, SZn branco. Os hidróxidos metálicos são em regra insolúveis, com excepção dos alcalinos e alcalino-terrosos ; as suas ,côres são geralmente as dos sais correspondentes. I) H i d r ó x i d o s solúveis em OHÀm : (OH2)Zn (branco) . -' .. . OHNa ou OHK e 68 . Química. inorgânica. II) Hidróxidos insolúveis em O HNa ou O HK e' OHÀm : (OH)5Bi (branco) ; (dH)2F e ( e s v e r d e a d o ) ; (OH)''íF e (côr de ferrugem) ; O Hg (amarelo) ; OHg2 (negro) \ III) Hidróxidos solúveis em OHN a ou OHK mas· insolúveis em OHÀm : (OH)3Àl (branco) ; (OH)'5Cr (verde) ; (OH)25n (branco) ; (OH)2Pb (branco) IV) Hidróxidos insol úveis em O HN a ou O HK mas �olúveis em OHÀm : (OH)2Cd (branco) ; (OH)2Cu (azul) ; (OH)2Nil (verde); (OH)2Co (azul, que por aquecimento ," passa a róseo) ; (OH)2Mn (branco, escurecendo);OÀg2 (negro). _ Conhecendo êstes factos é n atural que os químicos ten \am instituído uma série sistemática de reacçÕes, me diante as quais, pelo emprêgo dum número restricto de rea gentes, se ' podem determinar os iões existentes num . soluto (marcha geral de análise). Para pesquiza dos metái s podem corl.siderar-se assim seis grupos analíticos,. no'! quais se repartem os catiões. I I. O grupo do ácido clorídrico. Com preende os iões Hg', Àg', Pb··. II. O grupo do ácido sulfídrico. Compreende : � Ly-':."t, ' _, " , �<- � I ' a) o s iões 5n··. 5n···· Às'" 5b'" aos quais correspondem sulfuretos solúveis �m sul. .,,,-, fure to amarelo de amóni o ; b) os iões Br" , Cu" , Cd" , Pb" lig" , aos quaÍs correspondem sulfuretos insolúveis em sulfureto amarelo de amónio. _ \ ' Química inorgânica 69 . , " -rII. O grupo da amónia. Compreende os iões Fe···, AI···, Cr···. , l I. ,IV. O grupo do sulfureto de amomo. Compreen de os iões Nt·, Co··, Zn·· e Mn·· .. \' , ,V. O grupo do carbonato de amónio. Compreende os iões Ba··, Sr·· e Ca··. � . VI. O grupo dos metais alcalinos e do magnésio. Com preende os iões Mg··, K·, Na·, Am· . Para os aniões podem con siderar-se 4 grupos, tomando oComo reagentes gerais os solutos de azotato de prata e de �loreto de bário : L Grupo do ácido azótico. Os iões correspondentes não precipitam por qualquer dos dois reagentes gerais. II. Grupo do ácido fosfórico. Os aniões do grupo precipitam pelos dois. III. Grupo do ácido sulfúrico : Precipitam CPBa&q e não N03Agaq . IV. Grupo do ácido clorídrico. Precipitam N05Agaq e n ão CPBaaq . Consideremos agora, mais pormenorizadamente, a preparação dos compostos. Os processos gerais in dicados teem evidentemente modalidades. Assim, para preparar ácidos bromídrico e iodídrico eIll vez dos halogenetos u s a-s e a acção sôbre a água, de bromo ou iodo, em presença do fosforo : 'lo Química íorngânica 3 Br + P ---+ Bi'..P 3 O H2 ---+PO 'HS + 3 BrH 3 I -+ P --.pp pp -+- 3 O H2 POõH5 + 3 IH Br5p - --+ 'I' ambém êstes ácidos se poderiam obter com os seu� sais correspondentes e ácido fosfórico (não se usando o' sulfúrico porque seria reduzido por êles) : P04Hõ -+ 3 BrK ---+ POK� + 3 BrH P04H5 + 3 IK ---+ P04K'i + 3 I H É curioso notar que pela acção d o iodo sôbre o ácido' perclórico se poderá obter o ácido periódico : I + ClO"H --. IO"H +- Cl o ácido fluoridrico (que se obtem pela acção do ácido sulfúrico sôbre o fluoreto natural mais comum, o de cál cio, que constitue a fluorite) reagindo com a sílica (ou com os silicatos) dá fluoreto de silicio que reagindo com a água próduz um ácido importante, chamado hidro fluosilicico 4 FH Si02 --, PSi -+ 2 O H2 3 F"Si + 4 O H2 2 f6SiH2 + S i (OH)" t ácido sílica hidrofluosilicico gelatinosa - -> O ácido sulfúrico prepara-se geralmente (em câmaras de chumbo) com anidrido sulfuroso (resultante da ustu lação das pirites) e água, em presença do ácido azótico, (catalizador) : I S05H2 S02 + OH2 S03H2 + N02 ---+ S04H2 + NO Outros catalizadores se empregam hoje (como Pt., ---+ 7t Química. inorgânica 05Fe2, V : processos de contacto ; v. fig. 11). Entre os oxácidos sulfurados são também importantes : S05H� (ácido sulfuroso) S205H2 (ácido hiposulfuroso), S20"H� Fig. 11 - Preparação do á.cido sulfúrico pelo processo do contacto à insufla ar no forno B onde est ão as pirites. O anidrido sulfuroso formado , passa para a câmara C, onde se purifica, seguindo por D para colunas contendo coque, água (E) e ácido sulfúrico (F), eliminando a impureza que pode conter, anidrido arsenioso, que seria venenoso para o cataliza dor, em G, atravessando a estufa H e entrando por fim, misturado com ar e vapor de água, a 380° - 4.50°, na câmara I onde se encontra o cata lizador em prateleiras e onde S02 passa a S05 o qual se transforma em ácido, pela acção da água, numa outra instalação, não figurada. (ácido hidrosulfuroso, que se obtem também a partir de S02: 2 S02 + 2 Na S20"N a2). --+ À partir de duas moléculas de ácido sulfuroso forma -se o piro ou metasulfuroso 0 - S< O S< OH OH OH OH OH O = S� O ; -----0 =. S", OH Química. inorgânica ,a partir de duas moléculas de ácido sulfúrico forma-se o :pirosulfú rico : O -H � S/ II '" O O -H o O -H O � S/ � � O-H O o O -� O O O-H � S -----� \O / � S 1/ ", O-H Á formula S207H2 corresponde o chamado ácido sul fúrico fumante de Nordb.a.usen . (S04H2 + SO'i -->S207H2) Por oxidação do ácido sulfúrico. duas moléculas per dendo uma molécula de hidrogénio. forma-se o ácido di persulfúrico, S208H2 ; uma molécula fixando um atómo de oxigénio dá o monopersulfúrico de Caro O-O-H � / S ;;/ � O O-H O São oxidantes. Àinda são importantes os ácidos corres pondentes à expressão geral Sn 06 H2 que constituem a série tiónica. Para n 4. = ácido tetra tiónic o. Química inorgânica 73 Ácidos muito importantes da química inorgânica são os oxácidos de azoto. O ácido azótico obtem-se a partir dos salitres, com ácido sulfúrico . O peróxido de azoto com a água dá ácidos azótico e azotoso : 2 N02 + OH2 _ � N03H + N02H. O ácido azo toso reduzido dá ácido hipoazotoso NOH. As propriedades oxidantes do ácido azótico são constan temente aplicadas no laboratório e na indústria. Com o fosforo e êste ácido se pode preparar o ácido fosfórico : Para efectuar nitrações usa-se um ácido concentrado, fumante (cone. > 90% ). Há metais que não são atacados por êle (ouro, pla tina) ; outros são transformados em azotatos (a maioria) ; outros são transformados em produtos que não são azo tatos (estanho : Sn03H2 : antimónio ; óxido 05Sb�). Referimo-nos há pouco ao ácido ortofosfórico. Em regra êle prepara-se a partir do fosfato tricálcico ; Reduzido pelo carvão a temperatura elevada já sa bemos que liberta o fósforo . Por desidratação, efectuada ,em regra por aquecimento, duas moléculas perdendo uma de água, forma-se o á.cido piroiosiórico P�07H4 ; uma molécula perdendo uma molécula de água, dá o á.cido metaiosióTico P03H. O tric1oreto de fosforo reagindo com a água dá o ,ácido fosforoso, P05H3, o qual reduzido dá o ácido hipo fosioroso, P03H2 . A um composto binário de azoto e hidrogénio bem conhecid o , o amoniaco, corresponde, na química do fósforo 74 Química inorgânica o composto PH3, chamado hidrogénio fosforado, expon taneamente inflamável em contacto com o ar : 4 P -+ 3 OHK + 30H2 --> 3 P02KH2 -+ PH3 t Do ácido bórico, BO'íH3, natural, obtem-se, por desi dratação, o ácido pirobórico, B"07H2, a que corresponde o importante borato de sódio,B"Q7Na2. Oxidando o ácido bórico (por exemplo com água oxigenada) obtem-se () ácido perbórico B03H. Um outro ácido largamente representado na crusta ter reste é o ortosilicico, Si (OH)"'. Consíderando os silica tos naturais correspondentes à fórmula geral Si02, nOM,. em que M representa o símbolo dum metal bivalente, se n > 2 o silicato diz-se básico (topásio, calamina) ; se n 2 trata-se dum ortosilicato (micas, serpentina) ; se· n 1, dum m etasilicato (berilio), correspondente ao ácido· metasilicico, Si03H2. Se n < 1 o composto natural cor responde a um polisilicato (feldspatos) ; por exemplo, se = = n = -t, vem Si307M ; se n = 2 3 correspondente ao ácido trisilicico Si308H ', A ortoclase é um trisilicato de alumínio e p otái lío (Si308AIK). Se na mencionada expressão g e r al faço n = � vem a fórmula 5 Si02, 2 0M. Tem-se considerado a existência no vidro ordinário do pentasilicato Si5012CaN a2� no vidro da Boémia de Si5012CaK2• Se faço n = + Química inorgânica 75 vem 6 Si02, 20M tem-se consíderado o flint e outros vidros muito refrangentes como contendo Si6014PbK! ; se faço n �. vem 2 Si02, .5 OM, correspondendo-lhe 2 o díssilicato de alumínio que, hidratado com duas moléculas de água, forma o caolino Si207AP, 2 OH2. = Alguns sais teem particular interesse, convindo reL- rirmo-nos em especial à sua preparação. Assim o calo melanos, CIHg, prepara-se por dupla decomposição entre' o azota to mercuroso e o cloreto de sódio, por via húmida" ! ou por via sêca substituindo O azotato pelo sulfato, em harmonia com as duas leis de Bertholet. Substituindo o sulfato mercuroso pelo mercurico prepara-se também por sublimação, o sublimgdo corrosivo. O permanganato de potássio MnO"K obtem-se com o bióxido de manganésio e a potassa, em presença dum oxídante, co mo é o clorato' de potássio � 2 02Mn + 2 OHK + .5 O -� 2 Mn04K + OH2. O sal mais importante da química inorgânica, a soda, C03Na2, 10 O H2, foi muito extraído de plantas (salicór nia, solsola). No processo Leblanc emprega-se sulfato de sódio, carvão e cré : S04Na2 2 C �-+ SNa2 + 2 C02 t SNa2 + COilCa C05Na2 + SCa � -> N o processo Solvay (186�) as matérias primas são O' carbonato de cálcio, que se calcina, com produção de ani drido carbónico e de cal viva, cloreto de sódio e amo niaco (produzido com cloreto de amónio e cal) : :, � \ ,) . ,, "" \ \, ) C02 +- NH?i I C05NH4H + CINa OH2 -� �-� C05.NH4.H C03NaH + CINH4 f 76 ,Quimica inorgânica Por aquecimento Duas substâncias são isomorfas ou melhor h omeo morfas quando possuem uma quási identidade de for mas cristalinas, podendo concorrer, em proporções va riaveis e duma maneira continua, na construção dum mesmo edifício cristalino, aparentemente homogéneo (sin- - c n �=======J == . Fig. 12 ::.'::0 0H - Processos Solva'! Em D soluto de CINa satlHado com amónia (sa.lmoura a.moniacal) , aquecido a 40° ; por C pass!> para B, por À. C03NaH � camata. de carb onatação, entrando o C02 recebido em EF. CIN H ' é nspi rado para G onde se decompõe pela cal, que entra por H. O amoniaco sai por I e o cloreto de cálcio por J cristalização). Teem en1 ão fórmulas análog as (lei de Mits cherlich). Urbain e Duhem acentuaralU que à sincrista l ização c orresponde a identidade entre os coeficientes Química inorgânica 77 energéticos moleculares, números que exp rimem o com portamento das substâncias em presença de variações de energia externa, tendo o primeiro proposto a designação de substâncias homeomeras para as substâncias que possuem coeficientes energéticos moleculares iguais dois a dois e havendo tantas formas de homeomeria quantas as formas de energia. Assim, CP, Br2� 12, no estado ga s oso são homeomeros pois teem o mesmo volume mole cular (Avogadro), os mesmos coeficientes de compressiT bilidade (Mariotte), os mesmos calores especificos (N eu m ann). A semelhança entre as ordens de grandeza das di mensões dos átomos de certos elementos, que Langmuir designa por ísóstería, é a determinante da analogia cris talina entre compostos, sem parentesco aparente, tais como FNa e OMg, CIK e S Ca, BrRb e SeSr, rcs e TeBa, CI05Na e S03 Ca, Mn04Rb e Cr04Ba. C()m plex()s Chamam-se complexos, conjuntos de 4tomos, mo léculas ou radicais, de 3 ou mais elementos diferentes, . em que as propriedades dos componentes estão mais ou menos dissimuladas. A constituição de muitos deles só se pode explicar na sistemática de Werner (teoria da coor_d�nação), ac�i tando a existência das valências ch�madas secundárias (ou contra-valências) . À ligação de dois agrupamentos atómicos poderia, pois, fazer-se : 1 .0) Por acções electrostáticas (electrovalências ou valências primárias) ; 2.°) Por acçõcs newtonianas, associadas às acções / :78 Química inorgâ.nica recíprocas determinadas por diferenças entre cansta.nte� dieléctricas: (contravalências) ; 3.") Por consumíd'ad'e de carBa's. binárias comuns de electrões (cova]ências). Exemplos : ,CI6PtH2. ácido eloroplatinico (que N05ASa, não pp.ta ) ; CPCo. 6NH5. cloreto de cobalto-hexamina ; CI[Ag(NH5)2J, doreto de prata-dia mina ; [P(W207)6JH7. ád40 fQsfotunsstico ; [B(W207)6]H9. ácido borotungstico ; [P(M0207)6JH7. ácido fosfomolibdico. CJ2Ca. 60H2. cloreto de cálcio-hexa-hidrina j ,CP[Co(NH5)"(OH2)2J• elo.reto ae cobalto diaquotetramina . . Co(N02)6K5. sal de Fischer. c o b a l t o - h e x a n i t rito de potássio. fundamento� da aná li�e mineral A análise mineral pode ser qualitativa. se tem por "objectivo reconhecer os componentes dum sistema ou quantitativa se se fixam as proporções dos mesmos. A . análise quantitativa comporta três categorias de métodos : 1) gravimétncos ou ponderais ; 2) volumétricos ou titulimétricos ; J) físicos. 1) Métodos gravimétricos ou ponderais. Êstes mé todos podem ser : a) directos ou b) indirectos. N os pri meiros transforma-se. em regra. a substância a dosear numa outra, de composição bem conhecida. insoluvel, Química inorgânica 79 que se possa pesar comodamente ; esta segunda subs tância �hama-se a forma de dosef. mento e para se passar, do pêso achado, p , para o pêso da substância primitiva, tem-se que fazer uso dum factor de transformação. cha mado factor (ou coeficiente) de análise. Suponhamos que se pretende dosear o ião cloro e que o levamos à forma de cloreto de prata, pesando êste cloreto p gramas. Tí . nhamos que estabelecer uma proporção : eIAg . . . . . . el p x • À relação - • • • • • • • • donde • el p. = x elAg �g é neste caso o factor de a.nálise. Para o e .su1f�tião, SOI Il, tomando como forma de doseamento o . SO" .sulfato de b ano, o f actor sena Cf'Ba.. P ara o f osf atlao ' · S 111 P0 4 , a forma de doseamento é P2 07Mg2, a que se chega .calcinando P04MgNH4 : N os métodos indirectos aproveitam-se as diferentes variações de pêso que os componentes duma mistura sofrem, submetidos ao mesmo tratamento. Suponhamos uma mistura de cloretos de sódio e potássio, pesando p sramas e designemos por x e y, respectivamente, os pêsos de cloreto de sódio e de p otássio presentes : (1) x y = p Dissolvendo em água destilada e precipitando por excesso de soluto de azotato de prata (em meio azótico, em que o cloreto de prata é majs insolúvel), recolhendo 80 Química inorgânica o precipitado num filtro, secando e determinando o seu pêso pi teremos : (2) CIAg CINa + x. y. CIAg pI CIK = as equações (1) e (2) constituem um sistema de duas equações a duas incógnitas donde Se tiram os valores de x e de y. 2) Métodos volumétricos ou titulimétricos. Estes métodos fazem uso de s.oLutos de reagentes com títulos conhecidos e a partir da medição dos volumes dos mesmos, gastos num ensaio, se faz o cálculo quimico. Usam-se solutos : a) sistemáticos, quando o título está relacionado com a molaridade ; b) empíricos, quando obedecem ao simples critério de simplificação do cálculo ; c) in de fin ido s , quando o título tem que ser determinado antes de cada ensaio. Chama-se soluto normal, N, um soluto que conte nha por litro, a 17,5°, um equivalente grama (vaI) de substância dissolvida, isto é, a molécula grama (m oI) dum monoácido, como CIH, ou duma monobase como O HN a, ou o cociente dessa molécula grama pela valência SO"H2 (OH)2Ca maIor dos seus loes : ----' -.-2. etc. 2 . . _ - Um soluto decinormal, �-, é 10 vezes mais diluído e assim sucessivamente. Os metodos volumétricos dividem se ' em 4 categorias : 1) m. de precipitação 2) m. de neutra lização 3) m. de oxidação 4) m. de redução. M. de precipitação (Cataríptometria) . Muitos deles utilizam como titulante o soluto de azotato de prata. (ar&entirnetria) . Deitamos num gobelé um volume conhecido, v, dum soluto neutro dum cloreto, a que se . Química inorgânica 81 adicionam umas gôtas dum soluto de cromato de potássio ; deixa-se escorrer duma bureta o soluto, por exemplo decil N05Àg , normal, do azotato � -- l. Gastando-se, ate apa- recer a côr vermelha persistente do cromato de prata n cm3 do titulante, o pêso, em gramas, de cloretião pre sente é : ·· ·cc n. Cl g ; 1000q- _/ y . - . --- Por litro, a q u a n t i d a d e de cloro existente será Cl 1000 n. gramas. . 10000 ----;Tal é o fundam ento do método de Mohr para o doseamento volumétrico dum cloreto. Se o soluto estivesse ácido o método não era directa mente aplicável pois o cromato de prata, cuja côr indica o têrmo do ensaio, se dissolveria ; se estivesse alcalino o titulante reagiria também com a base presente. Pode aplicar-se então o método de Charpentier e Volhard, . . N03Àg 1 ançand o-se pnmetro ---- em excesso, sem uso de 10 indicador, e determinando o excesso de nitrato com um soluto titulado de sulfocianato de potássio ou amónio (processo de retorno),- usando-se como indicador, nesta segunda parte do ensáio, alumen férrico amoniacal. Às vezes prefazem-se com água destilada 200 cm3 a partir do v olume v da amostra e após a adição de azotato. Fil tra-se, recolhendo-se 100 cm3 do filtrado e neles fazendo a adição do sulfocianato. Supondo que n e nl representam os volucmes gastos dos dois reagentes, e supondo q:ue o 82 QUlmica inorgânica soluto de sulfocianato é também decinormal, a quantidade de cloro por litro do soluto será (n _ 2n'). �L -.!QOO . 10000 . v Com o uso de novos indicadores chamados de adsorpção, o método de Mohr passa a ser aplicável em meio ácido (para Cl' pode usar-se a dimetildiiodo-fluo resceina, segundo F ajans). Outro ensaio volumétrico de precipitação consiste em avaliar, com um soluto alcoólico de sabão, a quanti dade de iões alcalino-terrosos existentes num litro duma água, isto é, a respectiva dureza. O método, devido a Boutron e B o u d e t , denomina-se hídrotímetria. Cada -grau de dureza corresponde, por litro, sensivelmente, à Ms presença de dum sal alcalino terroso, de peso m o10000 lar igual a M. Fixa-se o título t do soluto de sabão por um ensaio prévio com um soluto de C12Ba, 20H2 : SupoCPBa, 20H2 , ou seJa nh amos que este tem por l'lt ro 10. 10000 10°. Empregando 40 cm3 e deixando es :orrer duma bureta o soluto de sabão (que vai precipitar os iões alcalino-ter rosas sob a forma de sabãú insolúvel), vascolejando (para o que se deve usar um vaso fechado), a espuma espessa e persistente (camada de �cm, persistindo 5 m) prove2 niente dum excesso de sabão solúvel forma-se após adição de n' cm3 do soluto. Com 40 cm3 de água destilada, a mesma espuma formar-se-ia após a junção de n cm3 do � soluto de sabão. O título do soluto será t = �,LJ-=-O_ n� - n Para avaliarmos a dureza duma água, tomamos 40 cm5 Química inorgânica 83 e repetimos a adição do titulante até formação de espuma .espessa e persistente. Se gastarmos n" cm3 a dureza total D da mesma, será D = (n" - n) t. Àchar-se assim a dureza total da água ; se a ferver mos, o bicarbonato de cálcio decompõe-se e só ficam em dissolução 0,03 g de carbonato, a que c orrespendem 3° dureza de (C05Ca = 100). A dureza Dp desta água fervida diz-se persistente ou permanente ; D-Dp chama-se às vezes dureza transi tória. Supondo-se que a água continha essencialmente carbonato e sulfato de cálcio, como sais alcalino-terrosos e designando por x e y as suas quantidades existentes num litro teremos D= y x y x CÓ3Ca + SO > Ca = 1000 0 C 05 Ca -+ 10000 S04 Ca 10000 10000 Dp = 3 10000--� SO" C a sistema de 2 equações a 2 incógnitas donde se tiram os valoros de x e y. Pode-se levar mais longe o ensaio, calculando-se a quantidade de sulfato de magnesio presente (para o que se faz uma determinação precipitando previamente o ião c alcio com oxalato de amónio) ; mas os resultados são pouco satisfatórios (d. art. do Prof. A. Machado na Rev. ,de Quim. de 11-XIl-1918). Enfim, outro ensaio volumétrico de precipitação se emprega correntemente para o doseamento dos fosfatos, fazendo-se uso dum soluto titulado de azotato (ou ace tato) de uranilo e reconhecendo-se o seu têrmo, por exe:mplo, c o:m u:m indicador for:mado por u:m soluto de cochenilha (que vira então do vermelho ao verde). 84 Qu.ímica inorgânica 2) O s métodos volumétricos de neutralizaç,ão (q.dete- rometria) compreendem os doseamentos dos ácidos com solutos títulados de bases (acidimetria) ou das bases, com ácidos titulados (alcalimetria) . Os indicadores dos termos dos ensaios mais comuns são os solutos de torvesol, fe- nolftaleina ou dimetíloratlge (também chamado vermelho de metilo e heliantina). Suponhamos um soluto duma soda parcialmente car bonatada. Aproveitando o facto da fenoltfaleina ser sen sível à acção dos ácidos fracos, como o carbónico, ao contrário do dimetilorange, podemos fazer o doseamento separado do hidroxido e do carbonato. Efectivamente, suponhamos que se gásta, numa 1.a . n cm 3 d e ClH · d 1' usan do-se o 1. O ln parte d o ensaIo, 10000 ' cador ; e n' cm3 numa 2.a parte, com a adição do soluto de dimetilorange : ) ClH + O HNa ClNa + O H2 t n. ClH + C0 3Na2 ClNa + C03NaH \ ClH C03NaH ClNa + C02 + O H2 } n' - -> - --+ ---7 n - n' correspondem ao hidróxido, 2 n' ao carbonato (Warder). Doseando a alcalinidade total, antes e depois de pre cipitar o carbonato com CPBa a(!> também Se resolve o ' mesmo problema (Winckler). O mesmo se pode fazer, em acidimetria, quando se trate duma mistura de ácidos de fôrça diferente. 3) Os métodos de oxidação recorrem em regra ao soluto de permanganato de potássio, que se emprega em., meio sulfúrico : 2 MnO " K + 3 2 SO"Mn S0 4 H2 � S04K2 + 3 O H2 + 5 O 85 Química inorgânica À 2 Mn04K correspondem 5 O. C onvém definir título do oxidante em oxigénio, agente activo. À MnO'K . " equlva correspon de . 1ente d o oXlgenlO, 5 : O �, um so- MnO"K ' luto norma1 desta substancla contera, por lltro, --5'� . , gramas Para se dosear dêste modo um soluto de sal ferroso, lançar-se há sôbre um certo volume dêle, a quente e em meio sulfúrico, o soluto de permanganato, por exem plo decinormal, até côr rósea persistente (proveniente do próprio titulante). Emprega-se bureta tôda de v idro : 2 MnO"K + 10 S04F e 8 SO"H2 2 S04Mn + + SO"K2 + 8 OH2 1 5 (S04)3Fe!! - -+ o título do soluto de permanganato pode ser deter minado com ião ferroso, previamente, ou com ácido oxáC204H2 Mn04K . hco -corresponde a-- -- . 5 z Também se tem empregado :como titulante o dicro mato de potássio. C omo ( ) -- Cr2 07K2 + 4 SO'H2 (SO")3Cr2 + S04K2 + 4 OH2 + 30 - > um soluto normal desta substância conterá por litro Cr207K2 O /6-- quantidade correspondente a 2 . O termo -- ( , ) do ensaio cromométríco, no doseamento do ião ferroso, é determinado, a companhando o ensaio com a operação que consiste em ir tirando com uma vareta pequenas gotas de soluto contido no gobelé e experimentando sô bre uma placa de porcelana, se a côr azul, com gotas dum 86 Química inorgânica soluto de ferricianeto de potá.ssio (ou prussiato verme- lho : FeC6N6K5) se produz (ensaio de toque) ; quando a. côr azul deixa de se produzir o ensaio terminou . Nos ensaios de oxidação ou oxidimétricos inclue-se também um processo volumétrico da mais alta impor tância, em que se usa como titulante um soluto de iodo. Dizem-se tais métodos de iodometria. Àproveita-se cons tantemente a reacção do iodo com o hip osulfito de sódio" sal que passa a tetrationato de sódio : o termo desta reacção pode ser revelado com cosimento' de amido (com o qual o iodo, em liberdade, produz côr azul). Àssim, havendo num soluto, iodo livre, deixa-se escorrer sôbre um certo volume do m esmo, duma bureta. um soluto titulado de hiposulfito e quando o líquido está levemente amarelo deitam-se nêle al.gumas gotas de cosi mento de amido : o líquido toma a côr azul. Junta-se então o hiposulfito necessário para ela desaparecer. Às aplicações da iodometria são numerosas : num soluto aquoso de cloro (á.gua de cloro), com prévia adição deiodeto de potássio em excesso, doseia-se o iodo, . posto em liberdade pelo cloro, e, indirectamente, êste ele mento. À certo volume de soluto de ácido sulfídrico di luído junta-se excesso de soluto de iodo titulado SH2 + 12 _ -7 2 IH -;- S e doseia-se, com hiposulfito, o iodo remanescente (sulfi d romef.ria). }. água oxigenada é um produto importante, antiséptico muito utilizado, que geralmente se prepara pela acção dum ácido sôbre o peróxido de bário Química inorgânica 87 5emelhantemente podemos dosear a á gua oxigenada, isto é, fixar-lhe o título, definido pelo número de litros de oxigénio que um litro de água oxigenada pode pro duzir : 02H2 +- z IK - ---"> z OHK + 12 Com o permanganato também se pode fazer êste dosea mento : 3 50"H2 + z MnO"K + 5 02H2 ---+ Z 504Mn + �04K2 +- 8 0H2 -+ 5 02 ;; ;� (1 I de Mn04K <> . , . ) o,56 I de oXlgenlo 50 À água oxigenada (ou soluto de peróxido de hidro génio) do comércio liberta aproximadamente 10 v ezes o seu volume de oxigénio, medido à pressão e temperatura normais. O per-bidro] é uma água oxigenada a cêrca de 100 volumes (soluto a 30 % , quando o primeiro era a 3 % ) . Uma água oxigenada pura, correspondente a 02H2, seria a 478 v olumes. É importante reconhecer a existência de nitritos numa água, indice de inquinação da mesma, e fazer o seu doseamento. Com IK, em meio sulfúrico, há liber tação de I que se reconhece por dissolução no S2C (sul fureto de carbono), ao qual confere côr violácea : podemos doseá-lo fazendo desaparecer esta côr pela adição de hiposulfito titulado. Às reacções • 502 +- Z OH2 12 ---"> z IH + S04H2 S04Cu +- z lK ---"> SO'K2 +- lCu +- l (Haen) - - 88 Química inorgânica + \ : correspondem dois outros processos iodométricos impor tantes. Um outro método oxidimétrico recente (Willard e Furman, 1930) aproveita a passagem do íão ceroso Ce'" (incolor) a ião cérico (amarelo) CeIV ou vice-versa, em meio sulfúrico ou cloridico e a quente, sendo o termo do ensáio revelado pelo aparecimento ou desaparecimento do tom amarelo (cerimetria), no caso dos iões a dosear não serem corados e no caso contrário por indicadores especiais (difenilamina, difenilbenzidina, ácido difenil aminosulfónico) : 2 CPFe 2 (S04)2Ce + 2 CIH� ----> 2 CPFe + (SO")3Ce2 + SO"H2 4) M. de redução (redutimetria) Pode usar-se cloreto estanoso, em meio clorídrico, a quente, como redutor (estanometria) : ou CFSn + 2 CFCu ---->- 2 CICu + Cl4Sn (Weil) o termo dêstes en�ãi os é revelado pelo descaramento ; o excesso de redutor que possa ter sido empregado deter mina-se por um ensáio de retôrno, com soluto titulado de iodo . Outro redutor que muito se emprega é o soluto, hoje geralmente alcalino, de anidrido arsenioso (arsenometria). Para o cloro, que convém dosear muitas vezes, por exem plo numa cal clorada (clorometria) , emprega-se êste soluto de anidrido arsenioso : 89 Química inorgânica o termo do ensáio pode ser indicado pelo toque, com iodeto de potássio e amido : quando todo o cloro está transformado deixa de se produzir a côr azul. Se se trata duma cal clorada o seu título em cloro define-se, quer pelo número de litros de cloro (p. t. n.) que um quilo de cal clorada pode produzir, grau francês,( G f ), quer p ela Gf X 3 ,17 A (G1' ) : les, Gi percentagem d e c Ioro, grau lng . 10 Resumem-se os métodos volumétricos no seguinte = . quadro : r M éto d os v o l u m e l ricos I � 1 ) De precipitação ' (Catanptometna . ) 2) De neutralização ( Udete ro metria) I 3) De oxidação ( Oxidimetría) 4) De redução (Redutimetria) 1 f A rg e n t i m e t r ia : pr. Mohr, Charpentier e V olhard, etc. Fosfatometria Hidrotimetria Jtlcalimetria (simples ; complexa) 1 t Jtcidimet ria f J l Mangamometria Cromometria Iodometria Cerimetria if Estanometria Jtrsenomet ria ou c1orometría , complexa) (simples ; 3) Os métodos físicos usados em análise são muito variados ; os principais constituem a densimetria, a gaso metrla, a colorimetria, a refractometria, a polarirnetria, a éspectroscopia, os métodos electrolíticos e radioquími- 90 Química inorgânica cos, os métodos polarográficos (em que se faz o registro gráhco dum doseamento, aproveitando a tensão de díssolução dos metais). �uímica aplica da Durante m:ilénios fizeram-se, empiricamente, apli cações químicas (cerâmica, vidro etc.: o bronze conhecia -se na Ásia 5000 anos A. de J. c.) ; há apenas um século se criou a técnica química em bases científicas. Entre as inúmeras aplicações actuais da Química citemos em primeiro lugar o papel que ela desempenha na brom{). tologia ou seja no estudo dos alimentos. A água é o alimento primordial. A sua análise completa com preende a análise físico-química, a análise química, a análise radioquímica e a análise bacteriológica. Entre os seus aniões mais importantes citaremos 01, 50"11, CO"'I ; entre os catiões, os alcalinos, alcalino-terrosos, o ferro e' o arsénio. A presença de 5H2 e S02 caracteriza as águas sulfidricadas e sulfUl osas. A primeira água analizada em Portugal foi a das Caldas (Vandelli, 1778). Uma água é salobra se pela evapora ção deixa mais de 0,6 g de resíduo, por litro. A água potável coze bem os legumes e dissolve bem o sabão sem formar grumos. Diz-se calcárea a água que dá, pela evaporação dum litro, m ais de 0,5 g de carbonato de cálcio ; se dá mais de 0,15 g de sulfato de cálcio diz-se selenitosa. Nas águas minerais existem, em dissolução, substâncias que se não encontram nas águas potáveis e são importantes agentes terapêuticos. Quando a temperatura duma água é superior a 25° a água diz-se termal ; hipotermal, se a temperatura é in ferior a 33,8°, mesotermal, se é, sensivelmente de 33,8°, hipertermal se a temperatura é superior a 33,8°, como em 5. Pedro do Sul, (69°), Vizela (65°) ou Gerez (47°). . . � uímica ínor�ânica 91 Se a temperatura da água, na nascente, é inferior a: 25° a água diz-se fria. Conforme o }}�edomínio dos iões n o núcleo hidro� mineral assim as águas se classificam em bicarbonatadas, sulfatadas, cloretadas � alcalinas ; líticas, férreas, siliciosas, etc. Quando a água tem em dissolução uma quantidade importante de anidrido carbónico diz-se acidula ou gasosa. Sob o ponto de vista da mineralização uma água hiper salina é aquela que dá, por evaporação de um litro um Tesíduo superior a 4 g : se o r e s í d u o é sensivelmente igual a êste pêso a água é mesosalina e hiposalina se é inferior. São hipersalinas as bicarbonatadas alcalinas de Vidago e as sulfurosas do Arsenal. Mesosalinas, Pedras Salgadas e Estoril ; hipersalinas, Moura, F elgueira, S. Pedro do Sul e Entre-os Rios. Pode-se beneficiar uma água : 1) Por clarificação 2) Por correcção 3) Por esterilização. Uma água própria para bebida, por 1000 g rião deve deixar resíduo superior a 0,5 g (emprega-se, na sua de terminação, estufa a 180°). A dureza não deve ser maior do que 30°. Se há n a água vestígios de azotitos, ela é suspeita de inquinação. Outros índices suspeitos são os seguintes : por litro de água mais de 0,015 g de azotatos (expressos em N03') ou mais de 0,0002 g de NH5 ; ou ainda, por litro (em meio ácido e aquecida a b. m. 1/2 hora), no ensaio man ganométrico absorver mais de 0,002 g de oxigénio. Também é suspeita a água em que uma am ostra de volume inferior a 10 cm3, diluída com caldo de carne lactosado, na estufa a 37°, durante 48 horas, provocar a formação de bolhas ga sosas (fermentar) e em que se identifiquem bacilos. do grupo Colí. Ao isotopo do hidrogénio, de massa atómica 2, cha mado deutério, de símbolo D, corresponde o óxido de .," .� 92 Química inorgânica deutério OD2 ou água densa ou pesada (massa molecular 20). Um litro desta água pesa 1100 g aproximadamente ; ' funde a 4° e ferve a 102°. à separação d a água e da água densa (e semidensa, O HD) faz-se por electrólise, adsorpção . ou destilação, em geral. Em toxicologia também é importante o papel da Química. Desde remota antiguidade os compostos arsenicais fo ram usados comó venenos, sobressaindo, entre êles, o ani drido arsenioso. Também o ouropimento (contendo S3ÃS2 ), o rosalgar (contendo SÃs), o arsenito de potássio (que · entra na composição do licor de F owler), o arsenito de cobre (verde de Scheele) etc. têm provocado acidentes. O arsénio pode ser reconhecido no aparelho de Marsh. Êste aparelho produz hidrogénio, com acido sulfúrico e zinco, isentos de arsénio. O seu tubo abdutor, em regra horizontal e com segmentos de pequeno calibre, pode ser aquecido nos segmentos de maior diámetro. Desde que exista no aparelho, ao lado dos reagentes, um composto oxigenado de arsénio, formar-se-há hidrogénio a rseniado, ÀSH3, o qual é decomposto pelo calor, de maneira que o arsénio libertado se deposita nas zonas de menor calibre, adiante das partes aquecidas, aí formando um anel, escuro e espelhento . Inflamando os gases que saiem do aparelho, na extre midade livre do tubo abdutor, desde que o hidrogénio esteja acompanhado de ÀSH3 a chama apresenta-se arroxeada : esmagando-a com um bocado de porcelana (fig. 13) ai obteremos uma mancha negra de arsénio Os anéis e as manchas de arsénio distinguem-se fácilmente dos aneis e manchas de antimónio (cujos compostos se com.p ortam. semelhante mente). Os aneis de arsénio for mam-se em zona mais distante da zona aquecida, deslo- Química inorgânica 93 cando-se fàcilmente pelo aquecimento : as manchas de arsénio são solúveis em hipoc1orito de sódio, CI O Na, ao contrário do que tem lugar com as manchas de anti� mónio. Se tratarmos uma mancha de arsénio com ácido azótico, o arsénio oxida-se, passando a ácido arsénico ; eli- Eig. 13 - Aparelho de Maroh (nêste modelo o tubo abdutor é, em quási todo comprimento. de diametro constante) minando o excesso de ácido a banho maria, juntando amónia, que depois se elimina pelo mesmo modo e adi cionando ao resíduo bra:q,co da evaporação um pouco de soluto de azotato de prata, forma-se arseniato de prata, avermelhado, o que não teria lugar se se tratasse de an timónio. É conveniente, antes de qualquer pesquiza, fazer o aparelho funcionar a branco (sem juntarmos a subs tância suspeita) a fim de nos assegurarmos de que os rea gentes não conteem arsénio. Um ensaio mais simples, devido a Gutzeit, se pode aplicar. Num tubo de ensaio deitam-se os reagentes an teriores e a substância, introduzindo na parte superior um bocado de algodão (filtro) ; tapa-se com um bocado de papel de filtro a abertura, e, mantendo o tubo vertical põe-se sôbre o papel um cristal de azotato de prata : desde 94 Química inorgânica que se produza AsH3 o cristal, branco, passa a amarelo, . enegrecendo em seguida. A côr amarela é devida á formação do composto AsAg5, 3 N03Ag ; o e n e g r e c i m e n t o , à libertação da prata pela acção da humidade. Aquecendo anidrido arsenioso ou um arsenito, num tubo de ensaio, com acetato de sódio, sente-se o cheiro .desagradável do óxido de cacodilo : 05As2 + 4 C2H3 02Na + z C03Na2 -> O [As (CH5)2J2 C02 Os compostos de arsénio aquecidos num tubo de vidro pouco fusível fechado numa extremidade, de modo que os seus vapores passem sôbre carvão incandescente, produzem um depósito anular de arsénio, negro e espe lhento, na parede fria do tubo. Também o fósforo tem dado lugar a intoxicações. Para a sua pesquiza podem aproveitar-se duas proprie dades : 1) O vapor de água fervente arrasta o vapor do fósforo ; z) O fósforo ordinário é, na escuridão, luminiscente. À substância suspeita de conter fósforo é reduzida a papa e introduzida em um recipiente, com água e ácido tartárico (para impedir que o amoníaco que se possa li bertar impeça à fosforescência). O recipiente é aquecido e os vapores produzidos atravessam um refrigerante, que . deve ser observado ou num gabinete escuro ou dentro duma caixa enegrecida. Várias substâncias prejudícam o ensaio : NH3, SH2, vapor de alcool, essência de terebin tina. Êste ensaio é devido a Mitscherlich. Ao lado do aparelho de Mitscherlich usa-se o apa relho de Blondlot - Dusart, cujo e:mprê,go se funda no seguinte : 1) o fósforo e os seus compostos oxigenados ao Química inorgâ.nica 95 mmlmo são reduzidos pelo hidrogénio nascente com for mação de hidrogénio fosforado, PH5 ; 2) Quando se inflama hidrogénio, misturado com PH5 a chama obtida é esverdeada (tornando-se mais visível a côr esmagando -se a chama com um bocado de porcelana). O aparelho é essencialmente constituído por um frasco de duas, ou três tubuladuras, onde se colocam SO" H2 di!. e Zn (sem P) e a substância suspeita. Os gases p roduzidos atra 'vessam uma lexívia de soda (às vezes p edra pomes com OHK para fixação de SH2) e são inflamados na extre midade dum tubo abdutor, munido duma ponta de ph tina. Convém também fazer um prévio ensaio a branco. Na química dos adubos, dos explosivos e dos co rantes, o azoto é o elemento mais importante. Com o azoto vegetal constroem os animais as suas células, directamente (herbívoros) ou i n d i r e ct a m e nt e (carnívoros) . O s restos dos animais mortos e os excre mentos dão às plantas azoto após fermentações (pútrida, nitrosa e nítrica). Tal é o ciclo do azoto. Sob o ponto de vista industrial a fixação do azoto atm osférico faz-se, principalmente, seja pela sua combi nação com o hidrogénio e síntese directa do amoníaco, seja com o carbone to de cálcio (preparação da cianamlda cálcica) : N2 .J OCa 3H2 N2 - zNH5 CN2Ca --.L C ---> - --+ A reacção N2 + 3H2 2NH5 � . 24000 c, exotérmica reversível, tem necessidade de ser catalizada, como tôdas as reacções semelhantes ; o aum ento de temperatura aumenta a velocidade mas diminue o rendimento. N e = e nhutn catalizador é satisfatoriatnente activo. Haber, na Alemanha, empregou o ósmio e o urânio. Claude, em 96 Química inorgânica França, o ferro. O efeito do aumento da pressão é dupla mente vantajoso pois aumenta a velocidade e o rendi mento. No processo Haber trabalha-se a 200 atmosferas, no processo Claude a 1000, no processo Casale, italiano, numa pressão intermediária. A temperatura é, em regra, próxima de 550°, A partir do amoníaco se prepara o ácido azótico e os azotatos, segundo o seguinte esquema : ar + ar + ar + água - -� NO NH5 ;. N02 N03H (catálise) (reacção (reacção exponexpontânea) tânea) - ------+ Em varIOS países existem ofícios do azoto, que tem como objectivo prover de azoto a agricultura e em tempo de guerra assegurar o fabrico de explosivos. Efectiva mente usam-se como adubos produtos azotados (azotato de sódio, sulfato 1,' e amónio, cianamida cálcica, adubos azotados orgânicos), ao lado de adubos fosfatados, potás sicos e calcáreos. O azotato de potássio (salitre) entra na composição da pólvora p reta , juntamente com o enxôfre e o carvão, mistura que explodindo liberta grande volume de gases : Muitos explosivos orgânicos são compostos nitrados (nitroglicerina, nitroceluloses, ácido pícrico, etc.). Em cerâmica e vidraria os compostos de sílicio de sempenham papel primordial. A argila, rocha em que predomina um silicato de alumínio hidratado, misturada com água dá uma pasta capaz de ser :m odelada e que endurece pela exsicação e pelo cosimento. A plasticidade da argila provém da pe- S;_ Químíca inorgânica 97 quenez dos seus grãos e da presença de sistemas coloidais ; a plasticidade e a desidratação da argila pelo calor cons tituem a base da indústria cerâmica. N o fabrico do vidro as materias primas principaís são a sílica e a soda ( e além destas, o carbonato de potássio, o sulfato de sódio, a cal, a alumina, o carvão, o anidrido arsenioso, o bióxido de manganésio, o borax ; as proporções dos componentes variam conforme a n atu reZa do vidro : nas vidraças, areia 100, sulfato de sódio 35 a 40, calcáreo 23 a 35, carvão 1,5 a 2, bióxido de man ganésio, 0,5, casco ou restos de vidro, resíduos do trabalho das fábricas, 100 ; no vidro da Boémia, areia 100, bióxido de manganésio 1, casco 70, cal extinta 17, carbonato de potássio 32, anidrido arsenioso 3. Nos vidros de opt ica mais refrangentes podem existir bário, zínco, chumbo, etc. Está nêste caso o Ilínt, com chumbo e bário. No vidro de lena existe zinco e m agnésio ; no pyrex, ferro). Os cimentos são misturas de calcáreo e argila (20-30% ) que se calcinam a cêrca de 1400° ; adiciona-se às vezes pedra britada (beton). O elemento essencial na química dos combustiveis é o carbono, que entra na composição da turfa, lenhite, hulha e antracite. H á turfa em Portugal na Amoreira (Óbidos), Com porta (Setúbal), etc.; lenhite no Cabo Mondego, Vale do Lena, Pombal, Almargem, Óbidos, Caldas, Leiria, Rio Maior : antracite e hulha em S. Pedro da Cova, Santa Suzana, Buçaço etc. Entre os combustíveis líquidos destaca-se o petróleo, mistura de compostos orgânicos. Entre os combustíveis gasosos contam-se a mistura obtida pela distilação da hulha (gás iluminante) OU pela 98 Química inorgânica passagem, sôbre o carvão ao rubro, do ar (gás pobre), do vapor da água (gás da água) ou do ar húmido (gás mixto). (2uímic() eumómic() Em muitos países tem-se formado grandes consor cios na indústria química, que participam, directa ou indi rectamente, na economia do mundo e tem como objectivo principal o aproveitamento das matérias primas dêsses países, promovendo que êles se bastem a si próprios. Na Alemanha, fundado em 1 923, L G. Farbenindustrie À. G., (abreviadamente L G., capital da ordem de 700 milhões de marcos), na Inglaterra Imperial Chemical Industries (L C. L, trust fundado em 1926, capital da ordem de 77 milhões de libras), na França Kuhlman (320 milhões de francos), na Itália Montecatini (500 milhões de libras), na Àmérica Du Pont (330 milhões de dolares). N a grande indústria química, dois compostos inor gânicos, a soda (carbonato de sódio) e o ácido sulfúrico, desempenham o principal papel. D ois elementos sobre levam em importância económica : o ferro e o carbono. À produção anual do ferro (e do aço) é hoje da or dem de 200 milhões de toneladas (74 % da produção ' global de base) ; a do zinco, de 1 milhão ; a do chumbo e do cobre, c ada qual milhão e meio. A do estanho, 120 mil ; a do alumínio, 240 mil. Sob o ponto de vista econó mico interessam, além do ferro, 15 m etais não ferrosos (ãlém dos citados Pt, Sb, Ni, W, Mo, V, Rg, Ag, Mg, Ra). Encontram-se óxidos de ferro no subsolo português. Em : Moncorvo, Porto de Mós, Buçaco, Santiago de Cácem, etc. aço. Não existem. a.ltos fo rnos. Já se com.eça a fabricar o Química inorgâ.nica 99 U m processo antigo, usado nas nossas colónias (Zam béúa, Niassa, etc.) consiste em introduzir o minério de ferro �m cavidades refractárias, sôbre uma camada de c arvão à ignição, cobri-lo de carvão em quantidade dupla da do minério e insuflar ar no seio da massa, com o algaraviz de um fole : o óxido de carbono formado reduz o óxido de ferro (método catalão) . À operação dura umas 6 horas, obtendo-se assim ferro macio (muito puro e pouco duro). O método dos altos fornos é mais rendoso. Quando se emprega nestes como combustível o carvão de madeira a SUa altura é duns 10 m ; 15 a 18 m quando o combustível é o coque. Lançando o combustível no forno é êste inflamado e injecta-se ar ; quando a temperatura é já elevada o forno é carregado com camadas alternas de minério, de fundente e de carvão. O fundente pode ser calcáreo se a ganga do minério é siliciosa ou constituído por areia se a ganga é calcárea. Há altos fornos eléctricos, chamados de Keller, em que o aquecimento se faz pelo arco voltaico. O redutor dos óxidos de ferro é ainda o óxido de carbono. O metal que se vai libertando desce ao longo do forno, combina-se com o carbono, em virtude da alta temperatura e constitue ferro fundido (coado ou de fun dição) ; na zona inferior, mais quente, chamada de fusão ou obragem liquefaz-se e cai num recipiente inferior cha Inado cadinho, donde é extraído. A sua superfície flu ctuam os produtos formados a partir da ganga e que se chamam escória. Um alto fôrno trabalha continuada mente. Os gases que se produzem no fôrno, alguns com bustíveis (CO e H) vão auavessar grandes cilindros de -ferro, protegidos interiormente por tijolos refractários por onde se faz depois entrar o ar que se insufla n � fôrno. Tais cilindros constituelll os recuperadores ( o u .economizadores) de Whitwell. O feno coado assim obti do 100 Química inorgânica tem 2 a 5 % de carbono (e silício, fosforo, etc.) ; chama -se afinação à operação pela qual se descarbura, passando. a ferro macio : pode-se usar o proc�sso de pudlagem, em que se agita a massa de ferro em fusão, num fôrno de reverbero, com ar, para oxidar o c a r b o n o , elimi nando-o. O aço é a líga de ferro e carbono contendo de 0,7 a 1,5 % dêste último elemento. No processo Bessemer usam-se grandes cadinhos, ovoides e móveis, que se aquecem primeiro com carvão em ígnição, se despejam, e que recebem em seguida o ferro coado líquido. Coloca -se então o cadinho com a abertura para cima injectan do-se ar na massa : faz-se a combustão dos elementos oxidáveis que acompanham o ferro, prodllzindo-se faú lhas. Junta-se o ferro descarburado, ferro com carbono· em quantidade conveniente para se obter a liga na pro porção indicada. No processo Martin o oxigénio neces sário para eliminar o carbono é fornecido sob a forma de óxido de ferro. Hoje o revestimento de cadinhos pode ser calcáreo (que dá com o fósforo, fosfato, c onhecido por escórias Thomas). Chumbo, sob a forma de galena, existe no Braçal,. Terramonte, etc. Cobre, sob a forma de calcopirítes, em S. Domingos, Aljustrel, Serra da Caveira, Mértola, Vila Velha de Ró dão, Cova Redonda, Barrancos, etc. Estanho, sob a forma de cassíteríte em S. Pedro do Sul, Rebordosa, Lafões, etc. Manganésio, sob a forma de óxidos, em Mértola, Aljustrel, Castro Verde, Ourique, etc. Antimónio, sob a forma de antimoníte, em Montalto,. Tapada, Valongo, Vale Longo, Ribeira da Serra, etc. Química inorgânica 101 Volfrâmio, sob a forma de volframite, WO!'(F e,Mn), na Borralha, Panasqueira, Mosqueiros, etc. Urânio, sob a forma de autunite e torbernite, no Sabugal, Nelas, Belmonte, etc. Ouro existe no leito de alguns rios (Zezere, Tejo, Erjes, etc), nos jazigos da Serra da Caveira, no quartzo da Panasqueira e Rosmaninhal, no cobre de Barrancos, etc. o carvão, cujas principais ocorrências foram atrás indicadas, tem em Portugal o seu principal jazigo em S. Pedro da Cova : produz-se cêrca de 200.0 , 0 toneladas anuais. Entre os metais mais caros, além do rádio, contam-se ·a platina e o ouro . . O preço do rádio é muito variável em virtude da pe quena quantidade existente. Em todo o mundo não há muito mais do que 600 g. Calculou-se recentemente que deviam existir 2 g por milhão de habitantes mas todos os países estão longe dêsse índice (França 1,2 ; Dinamar ca 1,7 ; Inglaterra 1,7 ; Suécia 1,8 ; Alemanha 0,3 ; E. U. '1 g ; Tchecoeslováquia 1,6). Quadro dos elementos Cluímieos mais importantes (Por ordem crescente de n úmeros atómicos) I Nomes aos elementos Símbolos I Hidrogénio . ' . Carbono . • . . i Azoto . • . • • . . Oxillénio . . . , Sódio . . . . . . . Magnésio . . . . Alumínio . • • Silfcio . • • . . . Fósforo . • • . . Enxôfre . . . . . Cloro • • • • . . . Potássio . • • • Cálcio • • • • • • Titanio • • • • . Manganési o . • Ferro . . . . . . . Cobre . • . • • . • Zinco • • • . . . • Prata • . . E.tanho . Massas atómicas Números atómicos H C N O Na Mg AI Si 1,0078 12,00 14,008 1 6 16,0000 8 22,997 24,32 26,97 P 28,06 31,02 32,06 K 35,457 39,096 40,08 S CI Ca Ti Mn te Cu Zn 47,90 54,9 3 55,84 63,57 60,38 7 11 12 13 14 15 16 17 19 20 22 25 26 29 30 1 1 8,70 • . • Au Hg 197,2 222,61 80 • . . . Pb 207,22 82 . . • . J os isotopos , Ag Sn • . • . Massas 107,880 47 50 I 1 ; 12 ; 14 ; 2; 13 ; 15 ; 3. 11. 13 ; 16 ; 18 ; 17. ; 24. 25 ; 28. 29 ; 23 24 27 28 31 ; ; ; ; 32 ; 35 ; 39 ; 40 ; 48 ; 55 ; 56 ; 63 ; 64 ; 30 ; 33 ; 37 ; 41 . 41 ; 50 ; 27. 30 ; 32. 34. 27. 43. 49 ; 46. 56. 54. 65. 66 ; 67 ; 1 ,20 1 3 , 72 3 , 24 2 , 86 70 ; 65 ; 69. 107 ; 109. 120 ; 1 1 8 ; 1 1 6 ; 119 ; 1 1 7 ; 1 24 ; 122 ; 1 2 1 ; 1 1 2 ; 197 ? 202 ; 200 ; 199 ; 201 ; 198 ; 204 ; 196 ; 197 ; 203. 208 ; 205 ; 207 ; 204 ; 209. i ! 2 , 26 2 , 16 2,08 2 ,1 4 4,46 3,92 2,98 2 :3 2 (1) 2 2,72 2,52 2,54 2,66 1 2 2,88 2,80 4 114 ; 1 1 5. Ouro . . . • Mercúrio . Chumbo . . . . 79 31 2 . 000 p. cal. 259 . 000 334 . 000 \ .8 000 . 2 2 (4) 7 68 ; Diâmetros dos átomos -7 2 3 4 5 (3) 2 4 6 1 1 ' 2 4 - Energias correspon;' entes ao arrancamento Proporções Propor�ões dum electrão a todos à superfície no corpo o s átomos da Terra humano dum ato mo-grama i 39. 42 ; 47 ; I 1 , 1 . 10 mm 1 lO 4 ( 3 ) (2)1 1 ,54 lO 1 .42 3 5 16. 26 ; Valências principais e secundárias 3 2 (1) 2,88 2,98 2 (4) 3,48 » 31 3 . 000 lO 1 1 7 . 000 » 1 76 . 000 1 3 8 . 000 1 87 . 000 lO lO J . 1 99 . 700 » ,. » » » " » 1 142 . 000 157 . 000 1 71 . 000 181 . 000 1 77 . 000 21 6 . 000 10,5 % 18,5 0,03 2,5 50 2,4 2 ,1 7, 3 26 238 . 000 238 . 000 a c a p t u r a de 1 elec299 000 trao _ forne- » ,. ,. t para fixar 2 electrões. / 1 0l o 0,3 ce 86.$00. 0,1 0,1 0, 2 2 ,3 3,2 0,4 0,1 4,2 0,01 0,001 1 73 . 000 170. 000 0,001 ,. 21 2 . 000 240. 000 0,0001 » 1 70 . 000 0,001 » » lO 0,03 0,0001 64 1 0,03 Vestigios Vestígios 1 Vestígios 1 Vestígios i - 0,05 0,01 Vestígios 0,005 - Vestígios - - , , I N D I C E D I DASCALlCO Química inorgânica : características Química gráfica Leis de Bertholet . Lei de Ostwald . Àfinidade química : lei de N ernst . Lei de Guldberg e Waage . Outras concepçã�s de mecânica química . Lei da equivalência de Einstein Àjustamento dos coeficientes dos esquêmas químicos " C lassificação dos elementos . De Thénard De Naquet . De Berzélio De Moissan De MendeléeH De Moseley De C artledge . Geoquímica . Repartição dos elementos na Terra Nomenc latura . Elementos pouco usuais . Ligas . Fusão e solificação das ligas binárias 5 6 11 13 14 15 17 19 20 24 24 26 26 28 z8 30 30 31 33 34 35 41. 44 106 Química inorgânica Fusão e sQlificação das ligas ternárias Função metal e função metalóide . Preparação dos elementos Oxidantes R.edutores . Flotação . Tipõs de fornos Funções, anidrido, ácido, óxido, hidróxido, sal. Preparação dos compostos . Complexos . Fundamentos da análise mineral - Gravimetria. V olumetría Química aplicada . Química económica 47 49 50 50 51 60 61 63 63 77 78 90 98 , , I N D I C E ALFA B ET l CO (dos ass u n tos mais i m porta n tes) A Ácidos, 63. Activação molecular, 19. Adubos, 95. Afinidade química, 14. Água, 90. Amoniaco sintético, 95. Anidridos, 63. Arsénio, 92. Arspnometría, 88. Atmófilos, 33. Azoto, 55. B Berzélio (classificação de), 26. Berílio, 38. Biófilo s, 33. Blondlot-Dusart (apar.), 94. Bromatologia, 90 . c Cartledge (classificação de), ' 30. Catálise, 36. Celtio. 40. Cerímetría. 37. C ésio. 37. Cimentos. 96-97. Classificacão dos elementos, . 24. Clorometría , 88. Combustíveís, 97. Como acertar os coeficien- · tes dos esquêmas químícos, 20. D Diagramas quadrados, 11. . 108 Q·uítníca inorgânica E · Elementos ciclicos, 32. Elementos dispersos, 32. Elementos neutros, 31 . Elementos pouco usuais, 35 Einstein lei de 19. Enxofre .. 56. Entalpia, 31 . Európio, 36. Explosivos, 96. F Flotação, 60. Fornos, 61Fosforo, 94. F u n ç ã o metal e fun ção metaloide. 47. F u n d a m e n t o s de análise mineral, 78. G Gálio, 37. Geoquímica (classifcação), Gravímetria, 78. Gutzeit (ensáio de) 93. H Háfnio, 4o, Hidrófilos, 33. Hidrotimetria, 82. Homeóme ras ( s ubstâncias), 77. I lodometria, 86. Irídio, 77. Isosteria, 77. !trio, 36. L Lantânio, 36. Leblanc (processo), 75. Lei de Guldberg e Waage, 15. Germânio, 40. Lei de N ernst, 13. Lei de Ostwald, 13. Leis de Bertholet, 11. Lewis (classificação de), 31 , Grande indústria, 98. Litófilos, 33. · 31. · Glucínío, 38. Ligas, 41. . 109 Química inorgânica M Marsh (aparelho de), 92. M e n d e l é e H (classificação de), 28. Metalografia, 41. Método de Charpentier, 81. Método de Mohr, 81. Método de oxidação, 84. Método de redução, 88. Mitscherlich (apar.), 94. Moissan (classificação de), 28. Molibdénio, 37. N N aquet (classificação de), 26. N omogramas, 9. N ovas concepções da mecânica química. 17 . N ovos elementos, 34. o Ósmio, Óxidos, 63. • Q Química aplicada, 90. Química económica, 98 . Quimica gráfica, 6. R Redutores, 51. Reparticão dos elementos. 33 . Ródio, 38. Rubídio, 37. Ruténio, 38. s Sal. 63. Sistemas de coordenadas. 10. Solvay (processo), 75. Sulfidrometria, 86. T p Paládio, 38. Preparação dos elementos, 50. Preparação dos compostos, . 63. Tantalo, 38. Terras raras, 35. 1 10 Química inorgânica Thénard (classificação de), 24. Titânio, 40. Vanádio, 37. Vidros. 97. Volumetria, 80. Tório, 40. Toxicologia, 92. Tungstenio, 39. w Warder (pro c. ) , 84. v Valência, 21. z Zirconio, 39. • Impresso nas Oficinas Gráficas Estevão de Carvalho - Rua do Século. 1 50 • .'�