n+ negócios mais. suplemento G E STORE S O impacto da crise poderia ser minimizado ESTUDO As decisões tomadas com base no impulso Este suplemento é parte integrante do Jornal de Negócios nº 1858, de 13 de Outubro de 2010, e não pode ser vendido separadamente VEJA MAIS EM NEGOCIOS.PT Enterprise Analytics Um novo modelo de negócio pode aumentar a transparência e a competitividade das empresas Miguel Baltazar A gestão das empresas ainda toma uma grande parte das suas decisões com base em impulsos. Mas, os desafios do mercado estão a obrigar a uma mudança progressiva. A avaliação analítica apresenta-se como uma das ferramentas possíveis que permitirão ajudar a definir o futuro e a diminuir o impacto de futuras crises. Pub ENTERPRISE ANALYTICS MELHORES DECISÕES PARA MELHORES RESULTADOS 07 de Outubro, Lapa Palace Hotel Parceria II | Suplemento | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 . Enterprise Analytics Melhores decisões para melhores resultados > Com a “analytics” é possível avaliar todas as vertentes do negócio. FRODE HUSE GJENDEM Responsável mundial de Operations Analytics da Accenture AN ÁLI SE A informação pode ser um activo estratégico? O uso eficaz dos dados disponíveis pode tornar uma empresa mais competitiva, defende a Accenture ANA TORRES PEREIRA [email protected] As empresas fazem muito estudos eanálisesdopassado,utilizandoraramente a informação que possuemparaplanificaraestratégiade futuro.Sãopoucasasquetêmaverdadeira noção do valor dos dados que possuem, quem o conclui é a Accenture,aoinquirirumconjunto de executivos de topo. A falta de capacidade analítica temprejudicadoempresasegovernos nasuatomadade decisões, segundoumestudorecenterealizado pelaconsultoraAccenture.Apósinquirir 600 executivos de mais de 500 grandes empresas nos EUA, Reino Unido e Irlanda, constatou que mais de metade utilizaos seus dados de forma pouco eficaz, para queestespossamgerar“inputs”re- levantes para a estratégia da organização. Quase ametade dos inquiridos (45%) referiu que a informação é armazenadaempartesisoladasde suas empresas e mais da metade (52%) adiantouque os seus talentosanalíticossãomantidosdistantes dos dados relevantes. E no que concerne aos recursos humanos, 30% dos executivos norte-americanos e 13% dos britânicos e irlandeses confirmaram não possuir profissionais dedicados à avaliação analítica. Mas estes dados não são muito diferentes dos registados em 2008, quandoumaoutraanálisedaAccentureconcluiuque40%dasdecisões denegócioserambaseadasemopiniõesaoinvésdeavaliaçõesanalíticas.Ajustificaçãoprendia-se,segundoasempresasinquiridasnaépoca, Frode Huse Gjendem | O responsável mundial pela área de Operations Analytics da Accenture veio a Portugal falar das vantage comafaltadedadosconfiáveis. Parainverterestatendênciaeaumentaracompetitividade das empresas,aconsultorasugereaaplicaçãodeummodelocomcincopassos: oDELTA(Data,Enterprise,Leadership, TargetseAnalytics). Amaioriadasempresasnãotêm a noção do valor da informação (Data) que possui. E paraaAccenture, o primeiro passo é fazer essa avaliação.Depois,todososelementos daempresa(Enterprise) terão queconsiderarimportantesamesmainformação,tecnologiaeavaliação analítica. Para que todo este processofuncione,aAccenturerecomenda ainda a contratação de pessoas dedicadas a esta análise, com uma forte liderança (Leadership). E como qualquerestratégia, a analítica também precisa de ter objectivos (Targets) muito claros. Porfim,aconselhaàescolhadeprojectos concretos (Analytics). Apesarde encorajaramudança, a Accenture está consciente que nemtodasasempresasestãopreparadas paramudançade gestão. No entanto, em parceriacom a SAS, a consultoraestáfocadaemapresentarsoluções destinadas àavaliação analíticadonegócioeaserumponto central para esta alteração de mentalidade. O Accenture SAS Analytics Grouppretendeajudarasempresas aavançarcom um novo modelo de gestão, assente no “analytics”. Este grupo, numaprimeirafase, irádesenvolversoluçõespreditivasparao sectordosserviçosfinanceiros(bancaeseguros),cuidadosdesaúde(incluindoacontratualizaçãodaprestação de serviços de saúde e farmacêuticas),esectorpúblico. A maioria das empresas não tem noção do valor da informação que possui. ACCENTURE Estudo sobre Business Analytics Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 | Suplemento | III . > É da conciliação do analítico com o “animal spirit” que se fará o futuro. JORGE BARROS LUÍS CRO do Montepio Miguel Baltazar Opinião G ENTERPRISE ANALYTICS Jim Davis* Gestores devem exigir decisões baseadas em factos ens de uma análise mais transparente. OS NÚMEROS 45 30 Quase metade (45%) dos inquiridos referiu que a informação é armazenada em partes isoladas da sua empresa. Nos EUA, 30% referiu que não tem equipas dedicadas a esta análise, no Reino Unido essa percentagem cai para 13%. 52 40 Mais de metade (52%), disse que os seus talentos analíticos são mantidos distantes dos dados relevantes. Em 2008, um estudo semelhante referiu que 40% das decisões eram tomadas com base em opiniões. aplicações analíticas integradas, concebidas para uma As empresas para serem competitivas têm de foresolução mais rápida de questões específicas. calizar-se nos elementos chave do seu negócio, alarMas só a tecnologia não é suficiente para sustentar gando a capacidade de análise para prevenir fraudes, identificar os clientes mais rentáveis, acelerar a inova- a mudança. É necessário desenvolver o talento dos seus colaboradores nesta área, formando ou recrução de produtos, optimizar as cadeias de tando analistas de dados que procurem e explorem a abastecimento e definição de preços, em suma para informação, comunicando de forma eficaz com as identificar os verdadeiros motores de um bom chefias e estabelecer uma ligação entre a análise, as desempenho. Para isto, a banca, o retalho, os segudecisões chave e os resultados finais. ros e outras indústrias recorrem à utilização de soA todos os níveis a empresa deve exigir decisões luções de “Business Analytics”, aplicações de negócio baseadas nos factos, incentivando a colocação das avançadas que contribuem para a sua diferenciação questões certas ao nível dos dados de forma a chegar positiva num mercado cada vez mais concorrencial. a revelações importantes. Para o sucesso desta estraMais do que limitarem-se ao “query” e “reporting”, tégia é fundamental que se mantenha a transparência tradicionalmente ligados ao “Business Intelligence”, do processo, tornando visível e estas aplicações de negócio materiamensurável o valor gerado a partir do lizam-se num pacote que engloba as investimento em “Business Analytics”. soluções de negócio, a integração de Para as empresas que desejam dados, a analítica e o reporting, que Só a tecnologia tornar-se “empresas analíticas” vale a no seu conjunto oferecem o verdanão é pena considerar o desenvolvimento deiro suporte à tomada de decisão. suficiente de um centro de excelência nesta Esta é uma abordagem que dá às para sustentar área, com uma abordagem de equipa empresas o apoio na antecipação e centralizada que promova o recurso resolução de problemas de negócio a mudança. às melhores práticas. Este passo complexos em toda a organização, É necessário dependerá, porém, da maturidade e que, quando ligada a uma cultura que desenvolver das necessidades da organização, mas assenta em decisões baseadas em a experiência mostra que as factos, sustenta uma nova abordagem o talento dos ao mercado. colaboradores. implementações que apresentam maior eficácia abrangem todos os Para que as empresas sigam este elementos da infra-estrutura analítica caminho existem porém alguns eleda organização: as pessoas, procesmentos essenciais que devem ser sos, tecnologias e cultura de suporte à estratégia e preparados na sua estrutura, nomeadamente a nível operações de negócio. da melhoria do fluxo e da flexibilidade dos dados. A No plano de transformação não deve ser esqueinformação deve estar integrada e acessível a toda a cido também o patrocínio da gestão e o incentivo à organização, com dados de grande qualidade estrucriatividade, devendo as experiências ser encaradas turados de forma flexível, permitindo aos analistas a como parte da aprendizagem, o que alarga a descoberta de novas perspectivas e garantindo à gestolerância garantida aos colaboradores. tão a informação necessária para um ajuste rápido A aplicação prática desta cultura analítica garante das estratégias. efeitos rápidos a nível da inovação e optimização das A abordagem empresarial deve também ser orienestratégias das empresas, mas, depois de implementada à gestão e análise de dados para que se consitadas, estas iniciativas precisam de uma revisão consgam obter melhores decisões. Os silos isolados de datante, como qualquer motor bem oleado, para assedos, tecnologias ou competências devem ser removidos, apostando em armazéns de dados optimizados, gurar as vantagens competitivas e o desenvolvimento de novas aptidões e competências. “software” de integração e de qualidade de dados, “software” analítico com capacidade para suportar a implementação, exploração e partilha de resultados e Senior Vice President & Chief Marketing Officer do SAS IV | Suplemento | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 . Enterprise Analytics Melhores soluções para melhores decisões > Na indústria estamos a alterar modelos que claramente fracassaram. CARLOS PAIS JORGE Administrador do Banif Banco de Investimento M E SA RE DON DA O impacto da crise poderia ter sido minimizado Uma maior transparência e uma análise mais criteriosa diminuiriam o impacto da crise ANA TORRES PEREIRA Semboladecristalecomonegóciosempreamudar,osgestores das empresas têm cada vezmais desafios aenfrentar. Umaanálise criteriosadainformaçãodasempresaspoderiaterminimizado oimpacto dosefeitosdacrise. Paraofuturo, o importante é estar atento atodos os dados, mas não perder tempo com distracções. “É daconciliação do analítico, com‘animalespirit’ (impulso) que se fará o futuro”, disse Jorge Barros Luís Chief RiskOfficerdoMontepio,duranteamesaredondada Conferência: “Enterprise Analytics”, promovidapelo Negócios,emparceriacomaAccenture e aSAS. JáparaAdriano DuarteNeves,administrador daZon TV Cabo,“temoscada vezmenosespaçoparatomar umadecisão com base naintuição”. As crises financeiras obrigam as empresas a rever os seusmodelosdenegócioeaalteraralgumas formas de gestão. “Atransparênciaé poder eporissotemosquetomardecisões em matérias de facto”, disseLuísRodrigues,administradordaTAP. “Seguramentequeaprobabilidade de ocorrênciade crises financeiras reduz-se com oaumentodaqualidadedainformaçãointernadosbancos”, disse Jorge Barros Luís. Contudo, “autilidade dos investimentosemsistemasdeinformação e nos recursos humanosqueosutilizamécondicionada pelos incentivos e pela estruturade governação das instituições”,acrescentou. Carlos PaisJorge,administradordoBanifInvestimento, defendeu que uma“máutilização generalizadade modelosmaisevoluídoseumamentalidade diferente, mais centradaem‘estarpreparado’ do queadivinharprobabilidades, teriam criado barreiras ao eclodir de umacrise tão profundano subprime americano”. Por fim, todos concordaramquesevivemomentosde mudançaque serão acompanhados por umas empresas, masnãoportodas. NOME: Pedro Seixas Vale EMPRESA: Associação Portuguesa de Seguradores CARGO: Presidente NOME: Luís Rodrigues EMPRESA: TAP Portugal CARGO: Administrador “O sector segurador não é um sector conservador” “Se a mentalidade não mudar, estas análises serão um custo” São muitos os desafios inerentes a uma conjuntura adversa, como a que estamos a viver actualmente. No entanto, “hoje em dia, as novas tecnologias permitem o tratamento de um enorme volume de informação de forma rápida e atempada. Este conhecimento permite uma reacção rápida às mudanças operadas nas diferentes realidades sociais, económicas, climáticas políticas, e das famílias”, defendeu Pedro Seixas Vale. Já quanto à utilização de mecanismos como a análise preditiva, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, referiu que “o sistema segurador internacional e também no português é cada vez maior a utilização de modelos de análise e previsão e modelos preditivos”. Para Pedro Seixas Vale, “o sector segurador, ao contrário do que se pensa, não é um sector conservador. É sim, por definição, prudente”. E quando a questão é se o colapso financeiro poderia ou não ser minimizado se tivesse sido utilizado uma análise mais fina, Pedro Seixas Vale disse: “A situação de crise podia ter sido minimizada se os modelos de actuação do homem financeiro e do homem político, com enorme capacidade de influência, tivessem sido diferentes”. Estando a TAP já habituada a superar os diferentes ciclos económicos e os embates da crise, Luís Rodrigues defendeu que uma empresa de transporte aéreo tem “que ser criteriosa seja qual for o ambiente em questão. Temos que pensar sempre que o dinheiro custa muito a ganhar, independentemente se estamos numa boa ou menos boa fase. Se não pensarmos assim, as fases menos boas aparecem mais rapidamente e custará muito mais a sair delas”. Quanto à utilização de novas ferramentas de gestão, nomeadamente as analíticas, o administrador da TAP admitiu que essa adopção é sempre “analisada numa perspectiva de investimento e como tal, comparada com outras opções, inclusive de não a considerar. Temos que ter consciência em que há processos que podem consumir tantos recursos que o resultado final não justifique fazê-lo”. E para que haja mudança de gestão, como em quase tudo, “começa pela mentalidade. Se a mentalidade não preceder e não mudar, este tipo de análises serão um custo e nada acontecerá. Começar pela tecnologia, não é normalmente a melhor opção, mas temos que admitir que há excepções”, referiu o responsável. Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 | Suplemento | V . > É importante ler as mensagens que os clientes nos transmitem todos os dias. ADRIANO DUARTE NEVES Administrador da ZON TV Cabo Fotos: Miguel Baltazar NOME: Carlos Pais Jorge EMPRESA: Banif Banco de Investimento CARGO: Chief Operating Officer e administrador NOME: Adriano Duarte Neves EMPRESA: Zon TV Cabo CARGO: Administrador NOME: Jorge Barros Luís EMPRESA: Montepio CARGO: Chief Risk Officer do Montepio “O desafio é quase reinventar o modelo de negócio” “Temos que processar a informação para a acção” “Temos que integrar as variáveis de risco no planeamento” A análise detalhada dos dados das empresas poderá conduzir a uma mudança progressiva de gestão. Carlos Pais Jorge, administrador do Banif Banco de Investimento, referiu que “no negócio bancário e de uma forma geral, o desafio é de quase reinventar o próprio modelo de negócio. É a essa conclusão que a análise da informação conduz”. Mas, lentamente, o administrador do Banif Investimento recordou que “na indústria, estamos a substituir os modelos que comprovadamente falharam por outros”. Para Carlos Pais Jorge “não podemos levar os chamados modelos preditivos demasiado a sério, centrando a nossa energia na preparação das instituições para choques inesperados”. Na visão do Chief Operating Officer do Montepio “uma utilização generalizada de modelos mais evoluidos e uma mentalidade diferente, mais centrada em ‘estar preparado’ do que adivinhar probabilidades, teriam criado barreiras ao eclodir de uma crise tão profunda no sub-prime americano e a propagação da mesma nos termos que vimos experimentando nestes dois últimos anos”. A trabalhar “em modo de crise”, a Zon está cada vez mais “focada em vertentes como: ‘real time decision process’, qualidade do serviço que prestamos aos nossos clientes e na inovação que colocamos nos nossos produtos”. Adriano Duarte Neves, administrador da Zon TV Cabo, explicou a importância de “ler as mensagens que os clientes nos transmitem todos os dias e processar essa informação de forma a torná-la ‘informação para acção’ e, de preferência, em tempo real”. No sector das telecomunicações e media, como noutros, são importantes as relações de longo prazo “e onde temos que ser hábeis na interpretação dos sinais que os clientes nos passam nos vários pontos de contacto possíveis. Este tipo de análise é, não só possível, mas sobretudo imperiosa”, adiantou o responsável. Na Zon, as componentes de informação para acção em tempo real e a componente preditiva têm ganho cada vez mais peso na gestão de informação da empresa. Para este administrador, É uma mudança de mentalidade sendo que, no caso da ZON, “a interiorização desta mentalidade é hoje obviamente potenciada pela tecnologia que funciona como um ‘enabler’ indispensável deste estado de espírito”. A crise tem trazido desafios adicionais à gestão das empresas, independente da sua área de actuação, nomeadamente no que toca à análise de risco. Jorge Barros Luís, Chief Risk Officer (CRO)do Montepio, referiu que “ao nível regulamentar, estão em curso diversas iniciativas internacionais cujo impacto deve ser analisado”. Na visão deste responsável, com a presente situação económico-financeira “tende-se a aumentar a eficiência e a alargar o leque dos tradicionais exercícios de gestão de activos e passivos, por exemplo no que respeita à realização de análises de sensibilidade sobre os rácios de liquidez e o impacto das taxas de juro sobre a margem financeira”. O CRO do Montepio sublinhou ainda que “apenas com sistemas de informação eficientes e abrangentes, bem como com recursos humanos adequadamente qualificados é possível realizar este trabalho”. Para o futuro, terá que haver “uma maior integração das variáveis de risco nos exercícios de planeamento, incluindo a medição de performance na actividade”, decorrendo igualmente de “de novas iniciativas regulamentares”. VI | Suplemento | Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 . Enterprise Analytics Melhores decisões para melhores resultados > O dinheiro custa muito a ganhar, independentemente de estarmos numa boa ou má fase. LUÍS RODRIGUES Administrador da TAP E STU DO A maioria das decisões ainda são com base em instinto Apesar de darem importância à avaliação analítica, o instinto ainda é um factor chave ANA TORRES PEREIRA Osgestoresconsideramrelevantea informaçãodassuasempresas,mas muitas das decisões ainda têm comobaseoinstinto.Aindagrande partedasdecisõesdegestãosãotomadascombasenosensocomume no chamado “felling” do “management”. Num inquérito feito aquase 400 gestores, o Negócios constatou que a sua maioria consideram importantemelhoraroprocessode decisãodassuasempresas,mascercade dois terços não prevê investir naáreade “business analytics”. Amudançadementalidade,oinvestimentoemnovasferramentase alteração de processos medidas difíceis de implementar, principalmenteemmomentosdecrise.Seos analistas aconselham ainvestirem momentos como este, para estar maispreparadoquandoestecicloinverter,nemtodosasempresasofazem,outêmcapacidadeparaofazer. No estudo realizado pelo Negócios, Numa escala de importância [de 1 a 10] a atribuir a vários factoresdenegócio,maisdeumterçodos gestores que participaram(35,9%) consideraram muito importante [10] o alinhamento entre os recursoseaestratégia.Jáquantoàimportânciadavisãoúnicadofactorcliente,aopiniãodivide-senotopodaescala.Ouseja,maisde60%dosinquiridosreparte-sedeumaformaequilibradanaescalade8a10.Aarticulaçãoentreaexecuçãoeaestratégicaé também umamatériaque cria consensoentreosgestoresemPortugal. Mais de um terço (37.5%) considerouesteassuntocomomuito importante [10]. Asopiniõesjáserepartemmais, quando questionados sobre arelevânciadaestruturaunificadadeinformaçãodeapoioàgestão.Apesar damaioriaconsiderarestamatéria relevante, já dão pontuações mais baixas.Cercade23%dáumaimportância 7 a esta matéria, já 29% dá umanota9. Agestão de risco, are- 35 INVESTIMENTO NA ÁREA DO BUSINESS ANALYTICS A SUA EMPRESA PREVÊ INVESTIR NESTA ÁREA Dos gestores que responderam a esta questão (16% do total dos 394 inquiridos), mais de dois terços prevê investir na área de business analytics. É de referir que grande parte dos gestores optaram por não responder a esta questão. Dos inquiridos pelo Negócios, 35% considerou muito importante o alinhamento entre os recursos e a estratégia. Fonte: Negócios gulamentaçãoeo“compliance”são assuntos relativamente importantes [8] para34,4%. Enquanto àoptimizaçãodacadeiadevalor,osgestores dividem-se no topo superior daescala. Apercentagemmais alta [25%],atribuiuumaimportânciade 8, naescala. E apesar de considerarem importante o melhoramento do processo de decisão [29,7% classificou de 9 a importância deste factor numaescalade1a10],cercadedois terçosnãoprevêinvestiremprocessos como o “business analytcs”. Já dos33,3%quetêmesseinvestimento no horizonte, metade só prevê fazê-lonomédioprazo[entre6meses aumano]. OsgestorespresentesnaConferênciaEnterpriseAnalyticspromovida pelo Negócios, não se mostraram surpresos com estes resultados. É evidente que os negócios estão em constantemente mutação, contudoessamudançatemqueser avaliadacombaseemmuitasvariáveis e com um critério muito rigoroso. Apesardetodasestasincertezasquantoaaplicaçãodenovosmodelos, os gestores querem receber mais informação os mecanismos necessários paraamudança. O Negóciosinquiriuumtotalde 394 gestores, sendo que apenas 64 deramrespostas completas. QUAL O HORIZONTE TEMPORAL? DOS QUE VÃO INVESTIR, QUANDO É QUE O PREVÊEM FAZER? Dos gestores que prevêem investir na área de business analytics, 50% estima fazê-lo num prazo de médio prazo, ou seja, entre 6 meses a um ano. Já 30% estima concretizar investimentos no prazo de seis meses. Os restantes 50% só os tenciona concretizar num horizonte de mais de um ano. Fonte: Negócios DESEJA RECEBER INFORMAÇÃO ADICIONAL? GESTORES PROCURAM MAIS DETALHES SOBRE A MATÉRIA Apesar das dúvidas que ainda têm sobre a área de business analytics, os gestores manifestaram a sua vontade de receber mais informação sobre a matéria. Mais de 80% dos inquiridos manifestaram a sua vontade em receber mais dados sobre esta nova área de análise. Fonte: Negócios Jornal de Negócios | Quarta-Feira, 13 de Outubro de 2010 | Suplemento | VII . > Decidir de forma leviana pode hipotecar o sucesso. ÁLVARO OLIVEIRA DE FARIA Director-geral da SAS Portugal Opinião FOTOGALERIA G Numa manhã de intenso debate sobre as novas soluções de Enterprise Analytics, gestores e responsáveis das principais empresas nacionais e multinacionais reuniram-se no Lapa Palace Hotel, a convite do Negócios, da Accenture e do SAS. ENTERPRISE ANALYTICS José Gomes* Fotos: Miguel Baltazar Pensa que é verdade ou sabe que é verdade? José Galamba de Oliveira | Presidente da Comissão Executiva da Accenture Portugal Álvaro Oliveira de Faria | Director-Geral do SAS Portugal O CEO de uma empresa de vendas online pergunta frequentemente aos seus colaboradores: “Pensa que é verdade ou sabe que é verdade?”. Embora as empresas tenham vindo a investir fortemente nos últimos anos em informação de gestão e capacidade analítica no geral, um estudo recente da Accenture revela que cerca de 40% das decisões continuam a ser tomadas com base em intuição e experiências passadas, e não na “verdade”, suportada em dados objectivos. A capacidade analítica necessária para sustentar este conhecimento, denominada enterprise analytics, descreve-se como a utilização de métodos quantitativos para derivar conhecimento accionável pelos gestores, de forma a melhorar resultados, aplicando-se à compreensão da performance financeira, à optimização da cadeia logística (ex: rotas, inventário) e ao conhecimento do cliente (ex: comportamentos de compra por segmento). O estudo citado indica ainda que as empresas com elevado desempenho – i.e., que sistematicamente apresentam melhor performance que os seus concorrentes a longo de vários ciclos económicos – apresentam 5 vezes maior probabilidade de utilizar “analytics” quando comparadas com empresas de performance inferior. Mas então, o que fazem estas empresas para evoluir do “pensar” para o”saber” e, desse modo, tirar maior partido da sua capacidade analítica para maximizar resultados? Em primeiro lugar, fecham o circuito de análise: isto é, conseguem transformar os dados em conhecimento e o conhecimento em decisões, as quais, através de um ciclo sistemático de análise-decisão-acçãomonitorização, se traduzem em resultados. Fazem-no de forma transversal aos negócios, geografias e funções da empresa. Em segundo lugar, mudam o enfoque do “descritivo” para o “preditivo”: evoluem de uma orientação ao passado para o futuro, adoptando para tal modelos de previsão, optimização e simulação. Por exemplo, empresas de serviços utilizam modelos de “demand planning” para prever e ajustar as suas capacidades face à procura prevista e, deste modo, reduzir a capacidade instalada. Colocam o enfoque na obtenção de insight e não na produção da informação: focam-se em obter a informação relevante - muitas vezes terciarizando a produção da informação - e em deter o talento analítico adequado dentro da organização para extrair conhecimento e identificar tendências, recorrendo ao recrutamento de analistas estatísticos. Por fim, criam uma função de análise transversal à organização: vêem a capacidade analítica como um factor diferenciador e reflectem-no no seu organigrama, atribuindo-lhe a autonomia para agir como um “regulador” da informação na organização, que estabelece as premissas de utilização e garante a sua qualidade apoiando, em simultâneo, as áreas de negócio a dar resposta às suas necessidades específicas de análise. Através do investimento nesta capacidade, estas empresas conseguiram desenvolver “músculo” analítico que lhes permite explorar bolsas de valor escondidas e retirar vantagens, com reflexo directo na sua conta de resultados. *Partner da Accenture, responsável pela área de Management Consulting