PROJETO JOVEM DOUTOR BRASIL – UMA ESTRATEGIA DE EDUCAÇÃO EM SAUDE Wanderléia Blasca Colaboradores: Andressa da Silva, Ana C. Spinardi, Thaís Gonçalves, Giédre Berretin-Félix, Deborah Ferrari, Alcione Brasolotto, Patrícia Pinheiro Crenitte, Adriana S. Meyer, Regina Amantini, Chao Lung Wen. Universidade de São Paulo [email protected] (55) (14) 3235 8332 São Paulo - São Paulo - Brasil Introdução: A combinação da informação e tecnologia quando aplicadas em programas educacionais podem gerar uma mudança de atitude em relação à saúde, tornando o aprendizado mais eficaz. Baseando-se nisso, o Projeto Jovem Doutor atua na prevenção dos Distúrbios da Comunicação por meio da Teleducação Interativa, utilizando recursos de Telemática, educação à distância e do Projeto Homem Virtual, com o propósito de incentivar os estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior a realizarem trabalhos cooperados atuando na promoção de saúde e melhora da qualidade de vida em comunidades necessitadas. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi envolver os alunos em atividades de prevenção e intervenção sobre a Saúde Auditiva e Saúde Vocal, levando o conhecimento aos alunos, professores, família e comunidade. Métodos: O Projeto foi realizado no mês de outubro de 2008 em uma escola de Ensino Fundamental, localizada na cidade de Bauru, interior de São Paulo (Brasil). Participaram do Projeto, 17 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, os quais freqüentaram aulas expositivas e realizaram atividades dinâmicas e interativas a respeito de saúde auditiva e vocal por meio do tutor eletrônico, elaboradas e dirigidas por professores e universitários do Curso de Fonoaudiologia da FOB/USP. Os 17 alunos participantes, os “Jovem Doutores”, passaram o conhecimento adquirido para os outros alunos da escola, como também, para suas famílias e comunidade. Para a realização da proposta utilizou-se como materiais, recursos de computação gráfica 3D- Projeto Homem Virtual, painéis explicativos. A análise do trabalho foi realizada por meio de um questionário optativo ao público no termino da visita ao evento. Resultados: Os resultados demonstraram, em 53 questionários, que o nível de satisfação apresentou-se excelente para 66% dos visitantes, 28% classificaram a exposição como muito boa, 06% como boa e, nenhum visitante achou a exposição fraca ou irregular (0%). Conclusões: Considerando esses resultados somados aos depoimentos dos “Jovens Doutores”, pode-se concluir que a estratégia utilizada possibilitou a criação de uma dinâmica mais interativa proporcionando melhoria da qualidade de vida da comunidade contribuindo para a prevenção dos possíveis Distúrbios da Comunicação. 1. Introdução De acordo com Ivo de Carvalho, Westphal e Pereira Lima (2007) faz-se cada vez mais necessário uma abordagem preventiva em saúde. Esta abordagem custo efetiva, fundamentada na educação da população, é um desafio para o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Neste sentido, Curran (2006) ressaltou que modernas tecnologias, contando com mídias integradas, podem ser utilizadas na construção de estratégias educacionais para a população, como também, para a educação em saúde. Numa visão mais ampla, uma das formas mais eficientes para promover saúde é a educação. Hoje, acredita-se que desenvolver educação é criar novas estratégias de acesso a informação, proporcionando uma maior interação do aluno com o conhecimento. O Projeto Jovem Doutor é uma atividade multiprofissional, o qual utiliza recursos de Telessaude, Teleducação Interativa e do projeto Homem Virtual, com o propósito de incentivar os estudantes do ensino médio e fundamental e do ensino superior a realizarem trabalhos cooperados que promovam a saúde e melhorem a qualidade de vida das comunidades pela tutoria acadêmico-universitária. Trata-se de uma oportunidade de exercício de cidadania e de iniciação científica, com aplicação prática dos conhecimentos obtidos em sala de aula, sob a orientação dos professores. Proporciona aos alunos do ensino superior a compreensão das características da atenção básica em saúde. Para os alunos do ensino médio e do ensino fundamental, o Projeto Jovem Doutor representa uma chance de inclusão digital e de aprendizado sobre saúde, por meio de cursos formativos e atividades de extensão das universidades. 2. Objetivo O objetivo do presente trabalho foi criar uma dinâmica de envolvimento dos alunos de ensino fundamental e ensino superior, em atividades de prevenção e intervenção na área da saúde avaliando a efetividade da proposta junto à comunidade 3. Metodologia Este trabalho é um dos Projetos do Departamento de Fonoaudiologia em parceria com a Disciplina de Telemedicina do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, como parte da proposta do projeto contemplado pelo Edital Instituto do Milênio – CNPq – “Estação Digital Medica: estratégia de implementação e ampliação da Telemedicina no Brasil, (2005 a 2008). 2 3.1. Local de desenvolvimento e infra-estrutura tecnológica: O centro de desenvolvimento das atividades será realizado na Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo FOB/USP em conjunto com a Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo FMUSP. 3.2. Equipe Nossa equipe contou com 07 pesquisadores colaboradores, 01 aluno de pós-graduação, 02 alunos de graduação integrantes da Liga de Telessaude em Fonoaudiologia e Odontologia da Faculdade de Odontologia de Bauru e do Programa de Educação Tutorial (PET) e 01 professor Coordenador Geral do Projeto Jovem Doutor Campus USP/ Bauru. Para o desenvolvimento das atividades do projeto, os estudantes da Liga de Telessaude e do Programa de Educação Tutorial foram agrupados de acordo com os temas específicos, com estímulo para interação e troca de conhecimentos e experiências práticas. 3.3. Escolha dos temas: Para a escolha dos temas abordados foram analisadas as necessidades relativas à faixa etária dos alunos que participarão da proposta. Analisando o aspecto do desenvolvimento social, mercado de trabalho e saúde será abordado os seguintes temas: Saúde Auditiva e Saúde Vocal. 4. Resultados A proposta realizada teve como característica envolver professores, alunos da Graduação, Pós-graduação do Departamento de Fonoaudiologia, e alunos do ensino fundamental criando uma rede de capacitação técnico científica tendo como base a “Hierarquização do Conhecimento”, proporcionando o desenvolvimento de temas relacionados à saúde, enfatizando a prevenção e a intervenção numa dinâmica de inclusão digital juntamente com o planejamento e a implementação de trabalhos cooperados. 3 Capacitação e Certificação das competências adquiridas pelos estudantes, como demonstrado na figura 1; Concomitante a essas atividades, os alunos tiveram acesso ao tutor eletrônico de Voz e Audição a fim de aprimorarem os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Após o período de capacitação, o grupo de alunos os “Jovens Doutores” criaram estratégias com o objetivo de compartilhar o conhecimento adquirido durante o projeto, como demonstrado na figura 2. No final de toda a dinâmica, a Escola organizou uma feira cultural, onde uma sala virtual foi criada “Sala Jovem Doutor”. Nesse contexto foi possível envolver não somente os alunos do ensino fundamental, como também uma estrutura maior de professores, familiares e comunidade, Dos 150 visitantes, entre pais, professores, alunos e outros (amigos e familiares), apenas 53 responderam ao questionário, Os resultados demonstraram que o nível de satisfação apresentou-se excelente para 66% dos visitantes, 28% classificaram a exposição como muito boa, 06% como boa e, nenhum visitante achou a exposição fraca ou irregular, sendo assim 0% (Gráfico 1). “O que você achou da exposição?” Nível de Satisfação Nível de Satisfação Excelente 66% Muito Bom 28% Bom 6% Regular 0% Fraco 0% 4 5. Discussão e conclusão De acordo com os resultados apresentados, juntamente com a participação dos todos e o emprenho dos “Jovens Doutores”, foi possível verificar que projetos como esse, com o desenvolvimento de ações cooperadas levando o maior envolvimento entre a comunidade e a Universidade, direcionam um importante caminho para a melhora da qualidade de vida da população. Contudo, as novas tecnologias da informação e comunicações podem contribuir para o desenvolvimento e formação de uma Rede de Aprendizagem colaborativa, estimulando características importantes de interesse e motivação, criando uma cadeia produtiva de conhecimento demonstrada pela atuação dos “Jovens Doutores”. Wanderleia Quinhoneiro Blasca Graduação em Fonoaudiologia pela Universidade do Sagrado Coração (1987), Mestrado em Educação: Distúrbios da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1994) e Doutorado em Ciências - Distúrbios da Comunicação pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Crânio Faciais (HRAC) em 2002. Docente do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo e Coordenadora do Departamento de Aparelho de Amplificação Sonora Individual da Divisão de Saúde Auditiva do HRAC da Universidade de São Paulo. Docente e orientador pleno do Programa de Pós Graduação em Fonoaudiologia do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru -USP. Linha de Pesquisa - Processos e Distúrbios da Audição e Telessaude em Fonoaudiologia. Participação no Grupo de Pesquisa em Políticas Publicas em Audiologia do Centro de Pesquisas Audiológicas do HRAC e do Grupo de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP, Coordenadora do Departamento de Telemedicina do Conselho Brasileiro de Telemedicina, Membro Titular da Comissão Executiva de Telessaude do HRAC, Membro da Comissão de Telessaude em Fonoaudiologia do Conselho Brasileiro de Fonoaudiologia, Vice Coordenadora do Curso da Liga de Telessaude em Fonoaudiologia e Odontologia da FOB – USP Bauru e Membro da Rute – Rede Universitária de Telemedicina, . 5 6. Referências Ivo de Carvalho A, Westphal MF , Pereira Lima VL. Health promotion in Brazil. Promot Educ 2007;Suppl 1:7-12. Curran VR. Tele-education. J Telemed Telecare 2006;12:57-63. www.projetojovemdoutor.org.br; www.projetohomemvirtual.com.br . 6