Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho IBCCF Laboratório de Físico-Química Biológica Aída Hassón-Voloch Efeito de Dose Sub-Letal de Microcistina-LR nos Transportadores Renais de Sódio e na Estrutura do Tecido Renal de Ratos Wistar Aluna: Dayana de Souza Freire Bolsista CNPq (PIBIC) desde 2010 Ciências Biológicas - Modalidade Médica / 9º Período Orientadora: Jennifer Lowe Projeto de Pesquisa - Efeito de microcistinas, conhecidas toxinas de cianobactérias, na fisiologia renal: efeitos moleculares no transporte ativo de sódio. Considerações Iniciais Comecei a estagiar no laboratório de Físico-Química Biológica Aída Hassón-Voloch no segundo semestre do ano de 2008, enquanto cursava o segundo período de Ciências Biológicas-Modalidade Médica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Desde então, participo ativamente das atividades proporcionadas pelo mesmo, tais como journal de dados e seminários, onde também apresento artigos relacionados ao que faço. Além disso, participei das Jornadas apresentando painel na XXXI Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, com o título “Efeito de Microcistina sobre pressão arterial e transporte ativo de Sódio nos túbulos proximais renais de ratos Wistar”, em 2009, na XXXII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, com título: “Única Dose Sub-letal de Microcistina altera o tecido renal de ratos Wistar”, em 2010, na XXVI Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em agosto de 2011, na XXXIII Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, com título: “Efeito de Dose Sub-Letal de Microcistina-LR na Reabsorção de Sódio e Alteração Estrutural do Tecido Renal de Ratos Wistar”, em outubro de 2011 e no III Encontro Anual do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (INBEB), em novembro de 2011. Recentemente, o artigo de título: “Single sublethal dose of microcystin-LR is responsible for different alterations in biochemical, histological and physiological renal parameters.”, cujo faço parte do grupo de autores, foi publicado na Revista Toxicon. Introdução A incidência e prevalência de doenças renais crônicas constituem um relevante problema de saúde pública, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento (Costa-Leite et al., 2002; Steer & Nigam, 2004). No Brasil, mais de 5 milhões são portadores de insuficiência renal crônica (Costa-Leite et al., 2002), calculando-se que 150.000 precisam de tratamento de reposição da função renal, embora pouco mais de 70.000 tenham acesso a ela. A Insuficiência Renal Aguda (IRA) afeta mais de 7% dos pacientes hospitalizados, com taxas de mortalidade de até 70%, dependendo da população em estudo (Nash et al., 2002). E apesar da disponibilidade de novas estratégias de tratamento – em geral também agressivas – a taxa de mortalidade em conseqüência de IRA não diminuiu nos últimos anos no mundo todo (Singri et al., 2003) e nada indica que a situação seja diferente no Brasil, onde são precárias em muitos casos as condições hospitalares que afetam pacientes críticos internados em unidades de terapia intensiva. É neste cenário onde convergem fatores de natureza hemodinâmica, imunológica e tóxica que agravam, por exemplo, os quadros de necrose tubular aguda (NTA). Outra causa importante de acometimento renal que pode levar à insuficiência do órgão são as glomerulopatias, como as glomerulonefrites e as glomerulopatias secundárias. Dentre estas se destacam, pela severidade e pelo prognóstico sombrio, as decorrentes do lupus eritematoso sistêmico e do diabetes mellitus, agravados por quadros também altamente prevalentes na população brasileira como obesidade e a hipertensão (Sawaya et al., 2003), incluindo com destaque os antecedentes de mánutrição durante o desenvolvimento embrionário que “programam” para o aparecimento de nefropatias na idade adulta (Sichieri et al., 2000a; 2000b). Em tempos recentes, houve o acréscimo de uma demanda adicional de urgente tratamento em patologias pulmonares e renais: as decorrentes da intoxicação por toxinas produzidas por cianobactérias, sendo a mais conhecida, a microcistina. A gravidade das conseqüências das intoxicações agudas e crônicas por microcistinas em pacientes em hemodiálise foi reconhecida pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, através da Resolução SES nº 1736 de 19 de dezembro de 2001 (DO de 20/12/2001). A contaminação dos recursos hídricos aparece, portanto hoje como mais um dos fatores importantes para a deterioração da saúde humana, especialmente em regiões com condições inadequadas de saneamento e suprimento de água, o que é observável tanto em regiões brasileiras de alta concentração urbana como em áreas rurais, inclusive no Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, até recentemente, a relação feita entre a degradação de nossos mananciais e a saúde pública se restringia à verificação de maior incidência de doenças de veiculação hídrica e a contaminação por substâncias tóxicas como metais pesados e compostos orgânicos sintéticos, por exemplo, sem avaliar a sua deletéria influência em portadores de lesões graves de origem pulmonar ou renal. No Brasil, as florações de cianobactérias vêm aumentando em intensidade e freqüência e, atualmente, é possível visualizar-se um cenário de dominância desses organismos em muitos ambientes lênticos brasileiros. Dentre os gêneros mais freqüentemente observados nas florações de cianobactérias no Brasil, destacam-se Microcystis e Cylindrospermopsis, descritos na literatura como potencialmente produtores de hepatotoxinas (microcistinas ou cilindrospermopsinas) ou neurotoxinas (saxitoxinas), sendo as microcistinas o grupo de cianotoxinas mais estudado. Os efeitos agudos desta toxina no fígado já estão devidamente descritos na literatura. No entanto, embora animais e seres humanos estejam mais freqüentemente expostos a doses sub-letais e crônicas desta toxina, podendo sofrer os efeitos danosos também em outros órgãos, como pulmão e rins, pouco se sabe sobre o assunto, assim como sobre os processos e tempo necessário para a detoxicação desta toxina. Por outro lado, os estudos pioneiros de Picanço et al., (2004) e de Soares et al., (2007) já evidenciaram respostas inflamatórias pronunciadas no pulmão de animais intoxicados por microcistinas, necessitando-se agora um avanço do conhecimento sobre a via principal de estímulo à resposta inflamatória que gera a injúria pulmonar. Tampouco, tem sido avaliada a possível influência de terapias celulares nas intoxicações com microcistinas em pacientes submetidos à diálise ou portadores de doenças pulmonares crônicas como a silicose. Pela primeira vez, em 2001, três estudos mostraram que durante injúria renal aguda ou crônica, células circulantes podem ser recrutadas do sangue periférico para regeneração e reparo tissular (Poulsom et al., 2001; Grimm et al., 2001; Ito et al., 2001). No mesmo ano, um estudo também mostrou que células derivadas da medula óssea podiam ser progenitoras de epitélio alveolar (Kotton et al., 2003). Estas observações constituíram a primeira prova de que as células sangüíneas participam de um “cross-talk” com células renais e pulmonares residentes e, o mais importante, que entre aquelas se encontra uma população de células tronco capazes de colonizar rins ou pulmões, gerando células maduras de diferentes linhagens ou, como parece ser hoje o mais provável, (Caplan & Dennis, 2006) favorecendo a regeneração ou promovendo a diferenciação através de uma ação parácrina ainda não desvendada. Ou seja, todo o repertório celular necessário para a reorganização estrutural e para a execução das diferentes funções dos tecidos renal e pulmonar. Objetivos Compreender os mecanismos moleculares, principalmente na atividade ATPásica em células epiteliais tubulares de rim de ratos Wistar submetidos à dose sub-letal de microcistina-LR (50 µg/Kg). Métodos Uma dose sub-letal de microcistina-LR (MCYST-LR) 50µg/kg do peso corpóreo do animal foi administrada, via intraperitoneal, em ratos Wistar machos adultos. Após 24 horas, os animais foram sacrificados e os rins retirados. O rim esquerdo foi processado para histologia. Após ter sido retirado, o rim foi cortado em duas metades e deixadas em solução de paraformaldeído tamponado por cerca de um mês. A fim de emblocar em parafina, as amostras passaram por uma bateria - álcool 70%, álcool 95%, álcool absoluto I, álcool absoluto II, xilol I, xilol II, parafina I (58-62ºC) e parafina II (58-62ºC), onde permaneceram 40 minutos em cada -, visando à desidratação. Em seguida, cortes a 7µm (para PS) e 4µm (para PAS e HE) foram obtidos no micrótomo para posteriormente serem corados com Picrosirius (PS), PAS e Hematoxilina-Eosina. Assim, as lâminas foram analisadas e fotografadas no microscópio para uma análise estatística. Já o rim direito teve o córtex dissecado, homogeneizado e centrifugado por 10 minutos a 2500 rpm a 4ºC para a retirada de debris celulares. A proteína foi dosada segundo o método descrito por Lowry et al (1951). A atividade da Na+-ATPase e da Na+/K+-ATPase foram medidas pelo método colorimétrico, utilizando o fato de que a ATPase hidrolisa o ATP em ADP e Pi, descrito por Taussky e Shorr (1953). As proteínas cinases A e C foram medidas através da quantificação de 32 P incorporado à histona (Cabral, 2007). A análise da expressão da Na+/K+-ATPase, da PKA e da PKC foram feitas através de SDS-PAGE, gel 15%, 10% e 10%, respectivamente, seguido de western blotting, utilizando anticorpos específicos para as referidas enzimas. Para a obtenção do controle de carregamento foi utilizado anticorpo específico para beta-actina. A atividade da Na+-ATPase com diferentes concentrações de Calfostina, inibidor de PKC, foi dosada pelo método colorimétrico – o mesmo princípio do da Na+/K+-ATPase. Para a realização desta curva foi utilizado homogenato de córtex renal de rato controle e tratado com MCYST-LR em concentrações crescentes de calfostina: 10-9 M, 10-8 M, 10-7 M e 10-6 M. Resultados Através da análise histológica e quantificação utilizando o programa Image Pro Plus 4.0, foi possível observar um aumento, de aproximadamente, 116% do espaço intersticial renal e 39% do colágeno renal nos ratos tratados com microcistina-LR, quando comparados com animais controle. Utilizando a coloração de Hematoxilina-Eosina foi observada um aumento na fibrose de rins no grupo experimental, indicando possíveis danos renais. A B F C D E F G H HE PAS PS PS Figura 1: Prancha histológica. A,C, E e G - Controle; B,D, F e H - Microcistina-LR. A,B. Lâminas coradas com Hematoxilina-Eosina (HE), cortes a 4 um. C,D. Lâminas coradas com PAS (Ácido Periódico-Schiff), cortes a 4 um; nota-se aumento do espaço intersticial cortical renal conforme indicado pelas setas. E,F. Lâminas coradas com PS (Picrosirius), cortes a 7 um; observa-se aumento do colágeno cortical renal identificado pela cor avermelhada. G,H. Lâminas coradas com PS (Picrosirius), cortes a 7 um; observa-se aumento do colágeno medular renal identificado pela cor avermelhada. espaço intersticial/área total (%) A 0.25 Controle 0.20 Microcistina-LR 0.15 0.10 0.05 0.00 Córtex Medula colágeno/tecido total (%) Controle 8 B Microcistina-LR 6 4 2 0 Córtex Medula Figura 2: A. MCYST-LR aumentou significativamente o percentual de espaço intersticial na fração de membrana de córtex renal, enquanto que na medula não se observou diferença significativa. Teste T Student não pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. B. MCYST-LR aumentou significativamente o percentual de colágeno na fração de membrana tanto cortical como medular do rim. Teste T Student não pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. A análise molecular em diferentes preparações de membrana (n=2) demonstrou que a atividade da enzima Na+-ATPase e da Na+/K+-ATPase sofreram uma redução no grupo tratado com a toxina quando comparado com o controle, enquanto que a Atividade da Na+ ATPase nmol Pi x mg-1 x min-1 expressão (com n=1) da enzima Na+/K+-ATPase não foi alterada pela microcistina-LR. 80 A 60 40 20 0 Controle B Atividade da Na+ /K+ ATPase nmol Pi x mg-1 x min-1 n=12 Microcistina-LR n = 15 200 150 100 50 0 Controle Microcistina-LR C Western Blotting - Na+/K+ ATPase 1° - 1:1500 2° - 1:7500 Controle Microcistina-LR Western Blotting - beta-actina 1° - 1:5000 2° - 1:20000 Controle Microcistina-LR Figura 3: A. MCYST-LR inibiu a atividade da Na+ ATPase em 2 preparações de fração de membrana de córtex de rim de rato, com 12 experimentos. Teste T Student não pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05; B. MCYST-LR inibiu a atividade da Na+/K+ ATPase em 2 preparações de fração de membrana de córtex de rim de rato, com 15 experimentos. Teste T Student não pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05; C. A MCYST-LR não alterou a expressão da Na+/K+ ATPase em 1 preparação de fração de membrana de córtex de rim de rato. SDS-PAGE 15%. Quando analisamos a atividade específica da proteína cinase A (PKA), com n=1 no grupo tratado com microcistina-LR há uma redução na sua atividade cinásica, porém não é estatisticamente significativa. Já a sua expressão (com n=1) não foi alterada pela toxina. B Western Blotting - PKA-alfa 1° - 1:1500 2° - 1:7500 Atividade da PKA pmol de Pi X mg-1 X min-1 A 5 n=3 4 50ug 100ug 3 Controle 50ug 100ug Microcistina-LR 2 Western Blotting - beta-Actina 1 0 Controle Microcistina-LR 1° - 1:5000 2° - 1:20000 50ug 100ug Controle 50ug 100ug Microcistina-LR Figura 4: A. MCYST-LR não teve efeito significativo sobre a atividade da proteína cinase A (PKA) em uma preparação de fração de membrana de córtex de rim de rato, com 3 experimentos. Teste T Student pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. B. MCYST-LR não alterou a expressão da PKA na fração de membrana de córtex de rim de rato. SDS-PAGE 10%. Quando analisamos a atividade específica das proteínas cinase C (PKC), com n=2 no grupo tratado com microcistina não foi observado diferença alguma. O mesmo efeito pôde ser observado na expressão da PKC-alfa (com n=2). B Western Blotting - PKC-alfa Atividade da PKC pmol de Pi X mg-1 X min-1 1° - 1:1000 2° - 1:5000 2.5 A Controle Controle n = 17 2.0 Microcistina-LR Microcistina-LR 1.5 1.0 Western Blotting - beta-Actina 0.5 1° - 1:5000 2° - 1:20000 0.0 Controle Microcistina-LR Controle Controle Microcistina-LR Microcistina-LR Figura 5: A. MCYST-LR não teve efeito significativo sobre a atividade da proteína cinase C (PKC) em 2 preparações de fração de membrana de córtex de rim de rato, com 17 experimentos. Teste T Student pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. B. MCYST-LR não alterou a expressão da PKC na fração de membrana de córtex de rim de rato. SDS-PAGE 10%. Ao analisar a atividade Na+-ATPásica foi possível observar que a calfostina estimulou a atividade desta enzima apenas na concentração a 10-6 M, entretanto, a atividade desta enzima, não foi alterada pelas diferentes concentrações de calfostina no Atividade da Na+ ATPase nmol de Pi x mg-1 x min-1 20 15 10 5 20 10 0 YS TLR M C M C al fo st in a in a 10 10 -7 -6 M M -8 10 C al fo st in a C al fo st in a 10 -9 ro le M 0 C al fo st B 30 al fo st in a 10 C 9 al M fo st in a 10 C 8 al M fo st in a 10 C 7 al M fo st in a 10 6 M 25 n=6 C A C on t Atividade da Na+ ATPase nmol de Pi x mg-1 x min-1 grupo tratado com microcistina-LR. Figura 6: Curva de atividade da Na+-ATPase com diferentes concentrações de Calfostina. A. A atividade da Na+-ATPase foi estimulada na concentração de 10-6 M. Para a realização desta curva foi utilizado homogenato de córtex renal de rato controle (n=1), com 6 experimentos, e concentrações crescentes de calfostina: 10-9 M, 10-8 M, 10-7 M e 10-6 M. Teste T Student pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. B. Para a realização desta curva foi utilizado homogenato de córtex renal de rato tratado com MCYST-LR (n=1), com 5 experimentos, e concentrações crescentes de calfostina: 10-9 M, 10-8 M, 10-7 M e 10-6 M. Teste T Student pareado foi utilizado para análise da diferença estatística, p<0,05. Conclusão Apenas uma dose sub-letal de microcistina já é responsável por alterações morfológicas e bioquímicas no tecido renal. Outros estudos vêm sendo realizados para compreender quais os mecanismos moleculares que são alterados pela microcistina. Os resultados aqui apresentados, nos levam a investigar o comportamento de enzimas importantes para a função renal e principalmente sua regulação por proteínas cinases. Considerações Finais e Avaliação do Bolsista Desde meu primeiro ano como aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Físico-Química Biológica Aída Hassón-Voloch, em 2008, pude aprender diversas técnicas como Eletroforese, Western Blot e método de Tail Cuff (utilizado para aferir pressão arterial caudal no rato). Ainda, aprendi como processar amostras para histologia e posterior utilização dos corantes como Hematoxilina-eosina e Picrosirius para observação no Microscópio Óptico. Para dosagem de atividades de enzimas foram utilizados os métodos Colorimétrico e Radioativo. Além disso, a convivência diária no laboratório me permitiu desenvolver o pensamento crítico na análise dos resultados, através da discussão com minha orientadora e colegas de trabalho. Dessa forma, julgo de extrema importância para a minha carreira profissional estes 4 anos no Laboratório de FísicoQuímica Biológica. Perspectivas Futuras Analisar a ação da microcistina-LR nas atividades da Na+-ATPase, Na+/K+-ATPase, PKA e PKC em cultura de células, com a linhagem LLC-PK1. Referências Bibliográficas Cabral, L. M. P.; Wengert, M.; da Ressurreição, A. A . A.; Feres-Elias, P. H.; Almeida, F. G.; Vieyra, A .; Caruso Neves, C.; Einicker-Lamas, M. (2007) J. Biol. Chem. 282: 24599-24606. Caplan, A. I.; Dennis, J. E. (2006) J. Cell. Biochem 98: 1076-1084. Costa-Leite, I.; Schramm, J. M. A; Gadelha, A.M.J; Valente, J.G. et al. (2002) Ciência e Saúde 7: 733-741. Grimm, C. P.; Nickerson, P.; Jeffery, J. et al. (2001) N. Engl. J. Med. 345: 93-97. Ito, T.; Suzuki, A.; Imai, E.; Okabi, M.; Hori, M. (2001) J. Am. Soc. Nephrol. 12: 26252635. Kotton, DN; Fine, A. (2003) Cytotherapy 5(2):169-73. 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