J O R N A L D O P R O G R A M A S O C I O A M B I E N TA L D A I TA I P U B I N A C I O N A L www.cultivandoaguaboa.com.br Cultivando FOZ DO IGUAÇU – SETEMBRO DE 2015 – Nº 28 Encontro inédito reúne ganhadores de prêmios Pág. 3 da ONU-Água/Década da Água Distrito Federal adota o CAB Governador Rollemberg e diretor-geral brasileiro de Itaipu assinam acordo de cooperação para replicação Itaipu recebe certificação Life Nº 2 8 S e t e mb ro 2015 Pág. 4 8º Fórum Mundial da Água reune 30 mil pessoas na Coreia do Sul. Pág. 15 O próximo será no Brasil Cultivo de tilápia pode aumentar Pág. 30 renda de pescadores Mais Peixes ganha prêmio Benchmarking 2015 Pág. 15 Pág. 6 e 7 Semana do Meio Ambiente Segredos da natureza Ações em toda a BP3 marcam a data Duas exposições trazem a vida animal como inspiração Pág. 24 a 26 Pág. 44 e 45 Jornal C ul ti v ando Á gua B oa It aip u B inacio nal 1 Prêmio ONU Água Índice Encontro inédito reúne, em Foz do Iguaçu, ganhadores de prêmio da ONU 40 6 7º Fórum Mundial da Água é vitrine global para valores, conceito e metodologia do CAB 7 Projetos-piloto mobilizam 1.450 pessoas na Guatemala 13 Bolívia deverá ser o próximo país a adotar o Cultivando Água Boa 14 Cultivando Água Boa vai integrar 34 frentes de ação no Distrito Federal 15 CAB chega à Região Metropolitana de BH 16 Técnicos do governo de Minas conhecem ações do CAB na BP3 17 Em Terra Roxa, comunidade vai ajudar a recuperar mais três microbacias 18 Em Guaíra, a 217ª microbacia a ser recuperada na região da BP3 19 Rondon e Itaipu lançam projeto de cisternas na zona rural 20 Santa Terezinha coleta lixo reciclável em todo o município 21 Itaipu promove curso para fomentar a eficiência energética nos municípios da BP3 22 Moradores da Vila C participam de atividades no Refúgio Biológico 23 Vila C realiza plantio de 300 árvores abrindo Semana do Meio Ambiente 24 Festa para crianças marca entrega do Parque Monjolo em Foz do Iguaçu 25 Semana do Meio Ambiente mobiliza mais de mil educadores 26 Cidades Sustentáveis: prêmio vai reconhecer as boas práticas da BP3 27 Dia do Índio: preservando tradições culturais 28 Itamarã e Añetete acolhem a comunidade 29 Liberado, cultivo da tilápia aumentará renda de pescadores em mais de três vezes 30 Técnicos ambientais recebem treinamento sobre licenciamento de projetos aquícolas 31 Nova tecnologia deve impulsionar produção de peixe no Brasil 32 Campanhas de limpeza retiram 91 toneladas de lixo do Lago de Itaipu 33 “Agronomia e CAB defendem a preservação dos mesmos princípios: a água”, diz Samek 34 Itaipu e PTI lançam sistema on-line para aperfeiçoar plantio direto 35 CAB vai ajudar a localizar experiências inovadoras em educação em todo país 36 Itaipu chega aos 41 anos com atividades renovadas 37 Itaipu discute plano de ação para garantir desenvolvimento e sustentabilidade 38 Funcionários da Itaipu visitam ações socioambientais na BP3 39 Sabor e saúde: oficina ensina uso de plantas medicinais e condimentares 40 Itaipu participa de eventos para discutir estratégias de educação ambiental 41 Crianças aprendem reciclagem na Central de Triagem 42 Exposição na Universidade de São Paulo mostra ações do CAB 43 Fotografias e recortes de papel revelam segredos da natureza 44 Mural 46 Passatempo 47 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal Coordenação: Patrícia Iunovich Coordenação: Cristina Mello Ilustração e diagramação: Larissa Braga e Robson Rodrigues Fotografia: Adenésio Zanella, Alexandre Marchetti, Caio Coronel, Nilton Rolin, ONU e acervo da Itaipu Binacional. Impresso em setembro de 2015 Tiragem: 10.000 exemplares DIRETORIA DE COORDENAÇÃO Av. Tancredo Neves, 6.731 Foz do Iguaçu – PR - CEP 85.866-900 Fone (45) 3520-5724 | Fax (45) 3520-6998 E-mail: [email protected] ar? e Atu Ond do an / ltiv oa Cu ua B ena Ág ã/Bu r Po cia Na Ba fica ográ Hidr PY) (BR/ Como Atuar? De Modo Participativo por Comitês Gestores (PDCA) O que mud Valores e Atitudes ar? Edu ca Amb ção ienta l V do alori Ins Patr zação titu im Re cion ônio gio al na e l PTI Parque Tecnológico Itaipu Biodiversidade 12 am Sane gião na Re Oficinas do Futuro na República Dominicana sensibilizam 900 pessoas ra rutu aest Infr ciente to Efi en 10 or op stã s Ge Bacia Jorge Samek passa a integrar Plataforma Liderança Sustentável Mo n e A itoram Am valia ento bie ção nta l Agricultur a Familiar Mais Peixes em Nossas Águas dá à Itaipu o primeiro lugar no Benchmarking 2015 Agri cu Org ltura ânic a 5 Div e A ersif g ic tria roin ação liza du çã so Fórum da ONU termina com compromisso de governos Diretor-Geral Brasileiro: Jorge Miguel Samek Diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Nelton Miguel Friedrich Superintendentes: Newton Kaminski (Obras), Jair Kotz (Meio Ambiente) e Marcos Baumgartner (Planejamento e Coordenação) Assistente do diretor de Coordenação e Meio Ambiente: Pedro Irno Tonelli Chefe da Assessoria de Comunicação Social: Gilmar Piolla Textos: Romeu de Bruns, Stella Guimarães, Lucio Horta, Fabiane Ariello, Murilo Pereira Divisão de Imprensa da Itaipu Binacional. pe l 4 ão /Pa Equipe da Diretoria de Coordenação celebra conquistas do CAB Itaipu Binacional Mis s 3 Docu Plan mento etári s os Itaipu recebe certificação Life pela eficiência em gestão ambiental to, en jam o e ne çã Pla xecu ação e vali va e a oleti har c partil m e Com perar co es iõ o Legitimação to Co tras Reg Reconhecimen Ou Externos 2 42 Problemá tica Global/Lo cal 28 O objetivo é fazer uma intercâmbio de experiências e conhecimento sobre os elementos-chave dos processos sociais na gestão da água Cole Solid ta ária Juventude e Meio Ambiente Comunidade da BP3 Indígena N º 28 o duçã Pro eixes de P s nta is Pla icina d Me Set emb ro 2 0 1 5 Pela primeira vez, experiências bem sucedidas de gestão dos recursos hídricos e de mobilização para os cuidados com a água premiadas pela Década da Água, da Organização das Nações Unidas (ONU Água) com o prêmio Water for Life (Água Fonte de Vida), estarão reunidas para o compartilhamento de informações e resultados. O evento será em Foz do Iguaçu, de 15 a 17 de setembro. O “Encontro de experiências pioneiras e inovadoras de iniciativas sociais na gestão da água - Criando uma Rede Global”, contará com a participação de representantes de 20 países, além de autoridades da ONU e de outros organismos internacionais. A expectativa é que o evento resulte na criação de uma rede mundial de boas práticas na gestão da água. Criado em 2010 para fomentar iniciativas alinhadas com os objetivos estabelecidos em documentos como as Metas do Milênio e a Agenda 21, que possam garantir a gestão sustentável e de longo prazo dos recursos hídricos, e de forma a apoiar as ações da Década da Água (2005-2015) da ONU, o prêmio Water for Life reconhece as melhores práticas na gestão da água no planeta. A cada ano, com um tema diferente, o prêmio enfatiza um determinado aspecto relacionado à questão da água. Desde 2011, a ONU Água premiou iniciativas da Índia, Singapura, Japão, Bolívia, África do Sul, Moldávia, Filipinas e Brasil, em duas categorias: melhores práticas de gestão da água e melhores práticas de participação, comunicação, despertar da consciência e educação. Em 2015, na categoria um, foi premiado o programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu Binacional e parceiros dos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3). N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 2015 5ª Edição: Água e desenvolvimento sustentável 2014 2013 4ª Edição: Água e energia 3ª Edição: Cooperação em matéria de água 2012 2011 2ª Edição: Água e segurança alimentar Entre os participantes do encontro, estão a a vice-presidente da ONU Água, Blanca Jiménez-Cinseros, a diretora do Programa Década da Água, da ONU, Josefina Maestu, a presidente honorária da Woman for Water Partnership, Alice Bouman-Dentener, o diretor da Fundação Ecodes, Víctor Viñuales, os diretores gerais da Itaipu, Jorge Samek (Brasil) e James Spalding 1ªEdição: Gerenciamento de águas urbanas (Paraguai), o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, além de representantes das iniciativas premiadas com o Water for Life. CAB O Programa Cultivando Água Boa reúne um conjunto de diversas ações socioambientais. Em cada município, há um comitê gestor, com forte participação popular, uma das principais características do CAB. O programa se fundamenta na gestão integrada de bacias hidrográficas e atua por bacia, sub-bacia e microbacia, visando garantir a quantidade e a qualidade das águas e, também, a sustentabilidade do território, com uma visão holística da relação do homem com o meio onde vive. Passada mais de uma década após o início da sua implantação na BP3 (uma região com aproximadamente um milhão de habitantes e 800 mil hectares de área), o programa já está em estado avançado em aproximadamente 30% desse território, resultando em 206 microbacias hidrográficas sendo recuperadas. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 3 Prêmio Prêmio Itaipu recebe certificação Life pela eficiência em gestão ambiental Equipe da Diretoria de Coordenação celebra conquistas do CAB Prêmio Água para a Vida 2015, concedido pela ONU, e Certificação Life são reconhecimento pelo trabalho que vem sendo realizado há mais de uma década na região da BP3 As conquistas do prêmio Água para a Vida 2015, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU), e da Certificação Life foram comemoradas por aqueles que trabalham diretamente nas ações do Programa Cultivando Água Boa. A certificação avalia impactos ambientais e a agenda voluntária das empresas pela conservação da biodiversidade Reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) por desenvolver a melhor política de gestão de recursos hídricos no planeta, a Itaipu Binacional recebeu também a Certificação Life, que avalia a eficiência do sistema de gestão ambiental. A entrega do certificado foi feita pelo vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Life, Clovis Borges, ao diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, e ao diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. Também estavam presentes a diretora executiva do Instituto Life, Maria Alice Alexandre, e a gerente executiva da Tecpar Certificações, Tânia Mello de Carvalho. A certificação reconhece a eficácia do sistema de gestão ambiental de uma organização e avalia os impactos ambientais e a agenda voluntária de conservação da biodiversidade, em conformidade com o porte de cada empresa. “Criamos uma métrica para ações de conservação que voluntariamente as empresas estejam fazendo em prol da conservação da natureza. E é isso que Itaipu demonstrou, com uma pauta séria e consistente de ações adicionais e voluntárias na área de conservação”, explica o vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto Life, Clovis Borges. Itaipu é a terceira empresa do País a receber a certificação. Segundo ele, embora o assunto sustentabilidade esteja presente no cotidiano de muitas empresas, não existe no mercado metodologia semelhante para certificar ações de conservação do patrimônio natural. Ainda segundo Borges, o padrão atual das empresas é olhar “para dentro”, esquecendo-se que a degradação do patrimônio natural oferece riscos inclusive para os negócios. “Se nós não nos importarmos com o que acontece no nosso entorno, não teremos controle sobre o que pode ser o nosso futuro e o futuro dos negócios. E o nosso entorno Jorge Samek, Clóvis Borges, Nelton Friedrich e Ricardo Voltolini com um enorme respeito ao meio ambiente”, diz. Ação envolve áreas naturais”, reforça. Samek disse que a construção de um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade só é possível graças a um conjunto de parcerias. “São prefeituras, órgãos de pesquisa, universidades, cooperativas, agricultores, escolas, merendeiras. Ou seja, uma somatória de coisas boas que estão mostrando ao mundo que é possível produzir e, ao mesmo tempo, preservar. Produzir e gerar emprego, renda, oportunidade de trabalho, sempre São prefeituras, órgãos de pesquisa, universidades, cooperativas, agricultores, escolas, merendeiras. Uma somatória de coisas boas que estão mostrando ao mundo que é possível produzir e preservar Jorge Samek, diretor-geral brasileiro de Itaipu 4 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal Entre as principais ações de Itaipu na área ambiental, avaliadas na certificação, destacam-se a conservação de cerca de 105 mil hectares de florestas; a implantação do Programa Cultivando Água Boa (que, desde 2003 já promoveu a recuperação de passivos ambientais em 207 microbacias hidrográficas da região Oeste do Paraná); a criação do Canal da Piracema (que permite a migração de peixes no Rio Paraná); a implantação do Corredor da Biodiversidade Santa Maria (conectando o Parque Nacional do Iguaçu à faixa de proteção do reservatório, ao sul, e ao Parque Nacional da Ilha Grande, ao norte); além de projetos de reprodução de espécies da fauna típicas da Mata Atlântica e que se encontram ameaçadas, como a harpia. Muitas dessas iniciativas se tornaram referência para novos projetos hidrelétricos e grandes obras de infraestrutura em todo o mundo. “Atravessamos a maior crise que a humanidade já enfrentou. Uma crise que se manifesta nas mudanças climáticas, na ameaça aos ecossistemas, na diminuição da biodiversidade, na poluição da água, do ar e do solo, no esgotamento de recursos naturais, entre outros. Enfrentar essa crise é responsabilidade de todos (governos, empresas, cidadãos). E a Itaipu tomou para si o papel de empresa-cidadã, buscando promover a sustentabilidade em sua área de influência”, afirma Friedrich. “Um prêmio como esse, que acabamos de receber, é um reconhecimento ao trabalho de todos; é uma homenagem à Itaipu e ao trabalho desempenhado por cada um, no dia a dia”, disse o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. “Por isso, planejamos esse momento para confraternizar e celebrar, e esperamos que esses encontros se tornem mais frequentes”, completou. O diretor aproveitou o momento para compartilhar com a equipe todo o processo que levou ao prêmio, entregue no dia 30 de março, na sede da ONU, em Nova York. “Desde outubro do ano passado, enviamos textos, filmes, publicações, tudo para que o programa pudesse ser avaliado por um corpo de jurados altamente especializado”, disse. Nelton também falou sobre a divulgação do prêmio em um painel da Times Square, em Nova York. Mostrando fotos, ele contou que “durante todo o dia em que o prêmio foi entregue, o mundo pôde ver o Cultivando Água Boa ali, naquele espaço tão nobre, sendo homenageado por suas práticas”. Silvana Vitorassi, gerente de Educação Ambiental, representou todos os empregados de Itaipu na cerimônia. “Foi uma inspiração”, resumiu após falar sobre a emoção de estar na sede da ONU e de conhecer os vencedores em outras categorias. Vida nova Quatro “convidados especiais” participaram da celebração, pessoas cujas vidas foram transformadas pelo programa: o pescador e aquicultor Estevão Martins de Souza; a catadora Cleuza Cordeiro; a agricultora Marlene Schmitz e o cacique da Reserva Indígena do Ocoy, Daniel Lopes. A Certificação Life se soma a uma série de reconhecimentos nacionais e internacionais de Itaipu por suas ações na área ambiental. Em março deste ano, o programa Cultivando Água Boa recebeu, em Nova York, o prêmio “Água para a Vida 2015”, na categoria “Melhores práticas em gestão da água”, concedido pela ONU. Em janeiro, a itaipu foi agraciada com o prêmio Cumbres de Guadarrama, da Comunidade de Madri, pelo “comportamento empresarial exemplar” no âmbito da conservação do meio ambiente. Anteriormente, a empresa também recebeu o Prêmio Carta da Terra, em 2005; o Americas Award, em 2011; e o Benchmarking Ambiental da Década, em 2012; entre outros. Além disso, o Cultivando Água Boa é considerado pela Unesco como referência mundial na gestão de bacias hidrográficas “Vocês são as pessoas que idealizaram esse projeto, que nos ajuda e nos leva a aprender, nos ensina uma nova forma de pensar. Somos gratos por fazer parte de tudo isso”, disse Estevão, que viu a renda da família quintuplicar nos últimos anos, graças aos tanques-rede e à pesca do pacu. Marlene Schmitz, agricultora “Quando a Itaipu chegou, eu nem sabia que fazia um trabalho que ajudava o meio ambiente”, lembrou Cleuza Cordeiro. “Hoje, tenho orgulho do que faço e de tudo que conquistamos com o apoio de vocês.” O momento não foi apenas de relembrar o passado: foi também de conversar sobre o que espera a Itaipu nos próximos anos. “A palavra-chave é consolidar as ações que vão contribuir para alcançarmos a missão da Itaipu”, disse o o superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz. Para o assessor de Planejamento e Coordenação, Marcos Baumgartner, as conquistas, prêmios e homenagens mostram que a Itaipu e o Cultivando Água Boa estão no caminho certo. Jair Kotz: “Consolidar as ações” Estevão: “nova forma de pensar” Cleuza Cordeiro: “realizar sonhos” Life Fundado em 2009, em Curitiba, o Instituto Life tem como objetivo promover o engajamento de empresas públicas e privadas com a conservação da biodiversidade. Reconhecido pela Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), o Instituto Life é responsável pelo desenvolvimento e gestão da Certificação Life, ferramenta internacional e inovadora. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Daniel Lopes, cacique do Ocoy N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 5 Prêmio Mais Peixes em Nossas Águas dá à Itaipu o primeiro lugar no Benchmarking 2015 o econômico (pela implementação de uma atividade produtiva e geradora de renda) e o ambiental (pelo estímulo à conservação dos estoques pesqueiros e pelos cuidados ambientais da atividade). O Programa Cultivando Água Boa e suas ações já se destacaram em diversas edições do Benchmarking Ambiental Brasileiro A A Itaipu Binacional é novamente destaque no ranking das melhores práticas socioambientais do País. A empresa obteve o primeiro lugar no Prêmio Benchmarking 2015, com o programa Mais Peixes em Nossas Águas, uma das iniciativas do Cultivando Água Boa (CAB). A Itaipu concorreu com outras 28 organizações previamente qualificadas para o ranking, entre elas a Petrobras, Ambev, Sabesp e Cargill. A banca de especialistas que analisa os cases não tem acesso ao nome das empresas. Apenas os projetos é que são considerados. A gerente da Divisão de Reservatório, Carla Canzi, e o engenheiro de aquicultura Celso Buglione Neto, um dos responsáveis pela assistência técnica aos pescadores atendidos pelo programa, receberam o prêmio em São Paulo, no início de julho, no auditório do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Para Carla, a premiação reconhece e valoriza um projeto que contempla os três pilares da sustentabilidade: o social (pelo foco na inclusão de segmentos vulneráveis), “Itaipu é realmente uma hidrelétrica à frente de seu tempo, pois consegue ter, na sua visão, a importância de construir um país melhor, desenvolvendo a implementando oportunidades. O premio nos deu muito orgulho, pois refletiu o esforço e empenho de toda a equipe, onde todos colocam muita paixão no que estão realizando”, afirmou a gerente. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, comemorou a conquista lembrando que o país vive um momento histórico de valorização da produção pesqueira. “Pela quantidade de águas que o país possui, proporcionalmente, somos um dos países que menos produz peixes. Mas o Brasil está despertando para mais essa forma de produção de proteína e estão sendo criadas políticas públicas específicas”, disse Friedrich. “Daí a importância desse prêmio, um prêmio que pertence a toda à equipe e também às colônias de pescadores atendidas”, acrescentou. O programa Com o Mais Peixes em Nossas Águas, a Itaipu beneficia famílias de pescadores artesanais, que passam a atuar como criadores de peixes, com uma renda mais estável, sem depender da pesca extrativa. O programa também contribui para diminuir o esforço de pesca e a preservar a biodiversidade no reservatório da Itaipu. Uma das principais estratégias do programa está no cultivo de pacu (espécie típica da região) em tanques-rede. O programa beneficia cerca de 850 pescadores associados (são 10 entidades de classe, sendo 6 colônias e 4 associações profissionais) e 153 famílias de indígenas. Ao todo, são 811 tanques-rede espalhados por 63 pontos-de-pesca licenciados junto aos órgãos ambientais. A produção anual é de 140 toneladas de pescado, que representa 10% da produção atual do reser6 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 vatório, com geração de renda declarada de R$ 750 por tanque -rede/ano. Mas a expectativa é que esse modelo possa alcançar uma produção de até 4.600 toneladas de peixes/ano, dentro das áreas já estabelecidas pelo zoneamento ambiental e que equivalem a menos de 0,01% da lâmina d’água do reservatório. Estevão Martins de Souza, presidente da Associação dos Pescadores e Piscicultores de Foz do Iguaçu, conta que, graças ao programa, deixou de ser apenas um pescador e se tornou aquicultor. Com a mudança, viu sua renda familiar melhorar bastante nos últimos anos, além da garantia de ter peixe durante quase todo o ano. Segundo ele, com a criação de pacus em 60 tanques-rede, que podem ser manejados por um único aquicultor, é possível obter uma renda de R$ 1.200,00, já descontados os custos de produção. “É um projeto que nos ajuda e nos leva a aprender, nos ensina uma nova forma de pensar. Somos gratos de fazer parte de tudo isso”, falou Estevão. O programa Cultivando Água Boa e suas ações já se destacaram em diversas edições do Benchmarking Ambiental Brasileiro: em 2014, o programa Coleta Solidária ficou entre as 20 melhores práticas socioambientais brasileiras; em 2013, o programa Sustentabilidade de Comunidades Indígenas ficou em segundo; em 2012, o CAB ficou em primeiro lugar no ranking Benchmarking da década, comemorando 10 anos do prêmio; em 2011, o programa Desenvolvimento Rural Sustentável ficou em primeiro lugar, posição que também foi conquistada pelo CAB em 2007. Equipe do programa comemora a premiação: sustentabilidade econômica, social e ambiental Em 13 edições já realizadas, o Programa Benchmarking Brasil se consolidou como um dos mais respeitados Selos de Sustentabilidade do país. Com uma metodologia estruturada, reconhecida pela ABNT, e participação de especialistas de vários países, o Ranking Benchmarking define e reconhece os detentores das melhores práticas de sustentabilidade do Brasil. O programa, além do ranking, congrega outras ações de fomento a sustentabilidade como publicações, banco digital de livre acesso, encontros técnicos, feiras e congressos, entre outros. O prêmio recebido pelo Mais Peixes em Nossas Águas Ranking dos finalistas 1º Itaipu Binacional (PR) Mais Peixes em Nossas Águas O prêmio 2º Cargill Agrícola (SP) Pomarola Mais Sustentável Esta foi a 13ª edição do Benchmarking. Foram 28 cases de organizações certificadas para o Ranking 2015; 10 projetos de inovações verdes incluindo cinco aplicativos de controle hídrico, desenvolvidos por alunos de cursos técnicos de escolas profissionalizantes e de cursos de TI das universidades; 10 obras de arte sustentável foram expostas, duas personalidades homenageadas e um livro de gestão, BenchMais3, foi lançado. 3º Triunfo-Transbrasiliana (SP) Multiplicadores em Educação Ambiental 4º Abbott (RJ) Compostagem de Resíduos 5º Fundação Alphaville (SP) Programa Jovem Sustentável 6º Ambev (SP) Ação Coletiva para Preservar Água 7º Sabesp (SP) Gestão da Escassez de Água 8º ArcelorMittal Tubarão (ES) Plano Diretor de Águas 9º Petrobras (RJ) Gestão Energética Predial 10º Dana (RS) A Reciclagem de Borracha na Dana J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 7 Referência Fórum Mundial da Água é vitrine global para valores, conceito e metodologia do CAB Foi a primeira apresentação internacional das ações socioambientais conduzidas pela Itaipu após o anúncio do prêmio da ONU O programa Cultivando Água Boa (CAB) foi uma das ações apresentadas no Pavilhão Brasil do 7º Fórum Mundial da Água, realizado em Daegu, na Coreia do Sul, no mês de abril. A palestra foi conduzida pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, e abordou as ações desenvolvidas pelo CAB, com destaque para a conquista do prêmio Água para a Vida 2015, da ONU. A apresentação do CAB, acompanhada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente Executivo, Pedro Domanickzy Lanik, faz parte da estratégia do Brasil em divulgar as boas práticas ligadas à gestão dos recursos hídricos e ao desenvolvimento sustentável, iniciando as atividades preparatórias para o 8º Fórum Mundial da Água, a ser realizado em 2018, em Brasília. De acordo com Friedrich, esta primeira apresentação internacional após o anúncio do prêmio foi importante para mostrar que as ações socioambientais conduzidas pela Itaipu estão no caminho certo. “Estar nessa vitrine dá para nós, da Itaipu, da região, e para todos os brasileiros e paraguaios, um entusiasmo muito grande, porque mostra para centenas de países que a nossa experiência é referência em práticas socioambientais e em sustentabilidade”, afirmou. Conselho Mundial da Água defende Itaipu entre as líderes do próximo Fórum Para diretor do conselho, a binacional merece destaque pelas ações desenvolvidas em benefício da preservação da água O presidente do Conselho Mundial da Água (WWC na sigla em inglês), Benedito Braga, defendeu Itaipu como uma das protagonistas na próxima edição do Fórum Mundial da Água (WWF8), que ocorrerá em Brasília, em 2018. A declaração foi feita aos diretores de Coordenação de Itaipu, durante a sétima edição do evento em Daegu, na Coreia do Sul. O Fórum foi realizado na Coreia e reuniu lideranças de todo o mundo para a discussão de questões ambientais Para Friedrich, o Fórum também traz oportunidades para o CAB seguir a recomendação feita pela comissão avaliadora do prêmio, divulgando o conjunto de valores, o conceito e a metodologia de trabalho adotados no projeto. O diretor lembrou, ainda, que o encontro permite a troca de experiências com outras iniciativas do mundo, algo fundamental para o Brasil, anfitrião do próximo fórum. “Este é um momento único de diálogo, de convivência, de relacionamento. Especialmente para nós, brasileiros, que iremos recepcionar delegações do mundo inteiro em 2018”, comentou. Público na abertura do evento: diálogo global Reloc Os diretores também estiveram presentes na Assembleia Ordinária da Rede Latino-americana de Organismos de Bacia (Reloc). Durante o encontro, representantes do Paraguai, Brasil, México, Guatemala e Chile discutiram sobre a importância de se criar uma agenda para debater as ações integradas em gestão de águas que vêm sendo realizadas na América Latina. “Participamos dessa reunião com o objetivo de dar nosso apoio à Reloc e também para auxiliar no processo de consolidação dessa rede, para que ela esteja ainda mais fortalecida no próximo Fórum Mundial da Água”, afirmou Pedro Domanickzy Lanik. O Fórum Nelton Friedrich: apresentação do CAB iniciou atividades preparatórias para o Fórum de 2018, no Brasil 8 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal O 7º Fórum Mundial da Água reuniu mais de 30 mil pessoas, de 170 países, entre representantes internacionais, pesquisadores, empresários e organizações do terceiro setor. O evento contou com mais de 400 sessões divididas em quatro grupos: temático, político, regional e científico/tecnológico. Para Braga, a binacional merece destaque no evento pelas ações desenvolvidas em benefício da preservação do recurso hídrico, reconhecidas pela Organização das Nações Unidas. “Itaipu precisa estar em posição de liderança no próximo Fórum Mundial da Água pelas importantes ações em prol do cuidado e do uso sustentável da água e pela sua capacidade de mobilização e influência”, afirmou o presidente do WWC no encontro com os diretores de Itaipu Nelton Friedrich (Coordenação e Meio Ambiente) e Pedro Domanickzy Lanik (Coordenação Executivo). Professor de Engenharia Civil e Ambiental da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), Braga foi eleito presidente do World Water Council, em 2012, na França. Antes, presidiu a International Water Resources Association (IWRA) e o Conselho Intergovernamental do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, em Paris, além de ter sido diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) de 2001 a 2009. O presidente do WWC comentou que Itaipu é modelo para o mundo em gestão de águas transfronteiriças, dada a integração entre brasileiros e paraguaios. “A Itaipu é um verdadeiro exemplo para o mundo. Utiliza a água para um determinado fim, a produção de energia elétrica, mas se compromete com o entorno, compartilhando todo o benefício advindo do uso dessa água”, comentou Braga. No encontro com Braga, os diretores apresentaram ao presidente as ações realizadas pelo Programa Cultivando Água Boa na região da Bacia do Paraná 3 e as articu- lações que estão em curso para a replicação do programa em outros estados brasileiros e também outros países. Para Nelton Friedrich, as parcerias que vêm sendo firmadas para replicação do programa em outros locais podem ser parte da estratégia brasileira para fazer com que o 8º Fórum Mundial da Água prestigie não só o Brasil, mas toda a América Latina. Na avaliação de Pedro Domanickzy Lanik, a conversa com Benedito Braga mostrou que o desenvolvimento de ações integradas em ambas as margens da Itaipu é o diferencial da empresa, em âmbito internacional. A reunião também contou com a presença do coordenador-geral das Assessorias da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio Félix Domingues; do presidente da Rede Brasileira de Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob), Lupércio Ziroldo, e de seu suplente, Luiz Pereira; e do gerente do Centro Internacional de Hidroinformática/Parque Tecnológico Itaipu, Rafael González. Na abertura do evento, Benedito Braga, aproveitou para destacar que a água, nos dias de hoje, faz parte da agenda internacional, pois impacta diretamente na segurança alimentar, no desenvolvimento social e na sobrevivência da humanidade. Segundo Braga, “o mundo está ficando melhor”, principalmente em termos de aumento da expectativa de vida, de acesso à eletricidade e de fornecimento de água potável e de alimento. No entanto, é preciso se voltar à gestão sustentável dos recursos hídricos. “Apesar dos nossos avanços, o mundo está mudando. E está mudando rápido. A água, agora, representa o risco número um em termos de impacto na comunidade global, por estar conectada diretamente com questões como alimento, energia e desenvolvimento social. E por isso é tão importante gerenciar esse vital recurso com cuidado e com sabedoria.” N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Itaipu ajudará a divulgar Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Brasília A Itaipu, por meio do Programa Cultivando Água Boa (CAB), será uma das parceiras do projeto Rumo a Brasília 2018, promovido pelo Conselho Mundial da Água para envolver a sociedade civil nas discussões que farão parte do próximo Fórum Mundial da Água, que será realizado em Brasília, em 2018. Será a primeira vez que o evento, que ocorre a cada três anos, será realizado no Hemisfério Sul. Para discutir a parceria, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, recebeu quatro representantes do conselho: o governador Newton Azevedo; o diretor de Gestão da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Varella; o superintendente de Implementação de Programas e Projetos da ANA, Ricardo Medeiros de Andrade; e o presidente da Rede Brasileira de Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob), Lupércio Ziroldo. Segundo Newton Azevedo, a ideia é promover uma série de eventos de diferentes portes, sempre com uma abordagem regional, em cidades como Belém (PA), para tratar da água do ponto de vista da Amazônia, Salvador (Nordeste), São Paulo (Sudeste) e Foz do Iguaçu (Sul), além da Cidade do México, Buenos Aires e Santiago. O próximo Encontro Anual Cultivando Água Boa, que será realizado em novembro, já contará com atividades de divulgação do Fórum Mundial da Água. “Quere- mos fazer uma preparação contínua. O fórum 2018 já começou”, afirmou Azevedo. Ele explicou que, uma das diretrizes do Conselho Mundial da Água, após a sétima edição do fórum, realizada em abril na Coreia do Sul, é ter um maior envolvimento das pessoas comuns, a “sociedade desorganizada”. “Queremos chamar a sociedade que participa do processo, mas que precisa se envolver pois, afinal, todos consomem água.” Para ter esse envolvimento, a ideia é que os eventos contem com atividades lúdicas e atrações para famílias, trabalhando a água como elemento de convivência, sua relação com a gastronomia, com as artes e a cultura de maneira geral. “Gostaríamos de tirar desses eventos reivindicações, pontos de conforto, pontos de conflito, enfim, elementos que vão alimentar o processo formal do fórum”, completou Azevedo. Segundo ele, Foz do Iguaçu será uma das sedes Rumo a Brasília 2018 porque, além a capacidade e infraestrutura da cidade para receber eventos, a Itaipu, com o programa CAB, é uma instituição que promove as boas práticas de gestão da água e conta com uma ampla rede de parceiros envolvidos com a questão da preservação dos recursos hídricos. Após a reunião, os representantes do Conselho Mundial da Água fizeram uma visita técnica à Itaipu. Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água: Itaipu como protagonista N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 9 Reconhecimento Jorge Samek passa a integrar a Plataforma Liderança Sustentável Iniciativa reúne CEOs e executivos pautados por princípios como ética, transparência e respeito ao próximo e ao meio ambiente Uma das cem pessoas mais influentes do Brasil, segundo a Revista Forbes, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, passou a integrar, ao lado de outras nove personalidades, a Plataforma Liderança Sustentável. O reconhecimento foi feito durante o 4° Encontro Anual de Líderes da Plataforma Liderança Sustentável, no Teatro Sesi, em São Paulo (SP). Na mesma ocasião, ocorreu o lançamento do livro “Sustentabilidade no Coração do Negócio”. Samek é coautor da obra juntamente com os outros noves integrantes da plataforma. Com os novos líderes integrados à plataforma, a iniciativa reúne hoje um total de 51 CEOs e executivos, lideranças que necessariamente devem ser pautadas por princípios como ética, transparência e respeito ao próximo e ao meio ambiente. A Plataforma Liderança Sustentável é um movimento que reúne as histórias de líderes empresariais com o objetivo de conectar, inspirar e educar jovens líderes para os valores da sustentabilidade. Os novos integrantes foram escolhidos por voto. Além de Samek, passaram a integrar a Plataforma Liderança Sustentável Antônio Friedrich, Voltolini e Samek Joaquim de Oliveira (Duratex), Carlos Terepins (Even), Fernando Fernández (Unilever), Marcos Madureira (Santander), Mathias Becker (Renova Energia), Ricardo Vescovi (Samarco Mineração), Roberto Setúbal (Itaú), Tânia Cosentino (Schneider Electric) e Tito Martins (Votorantim Metais). J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal O livro “Sustentabilidade no Coração do Negócio”, de Ricardo Voltolini, foi lançado durante o 4° Encontro Anual de Líderes da Plataforma Liderança Sustentável. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, assina uma dos capítulos da obra, assim como os outros nove líderes homenagea- dos no evento. O livro apresenta as histórias desses integrantes. Nessa terceira etapa, a Plataforma Liderança Sustentável quis saber como as empresas estão inserindo esse conceito na estratégia. A obra é composta por depoimentos em primeira pessoa dos empresários contando os desafios de se manterem competitivos e sustentáveis. Ao final de cada capítulo, há ainda uma análise técnica assinada pelo consultor Ricardo Voltolini, discutindo os diferenciais e as razões que fazem de cada líder e empresa uma referência no tema da incorporação da sustentabilidade à es- tratégia do negócio. O material agora fará parte do conjunto de ferramentas educacionais da Plataforma e pode ser utilizado por qualquer pessoa interessada em aprender ou ensinar sobre sustentabilidade empresarial. A eleição foi feita por um colegiado formado por 150 especialistas em sustentabilidade (acadêmicos, consultores, formadores de opinião). Foram eles os responsáveis pela elaboração de uma lista inicial de indicações. As empresas mais citadas foram avaliadas pela Ideia Sustentável, organizadora do evento, que levou em consideração relatórios e entrevistas com os candidatos. Só depois de concluído o procedimento, elas foram convidadas a participar. Os novos integrantes apresentaram para uma plateia de mais de 450 executivos e formadores de opinião o conceito da sustentabilidade e explicaram como suas empresas estão inovando a partir do desenvolvimento sustentável. Ricardo Voltolini, diretor-presidente de Ideia Sustentável e idealizador do projeto, explica que a chegada dos novos empresários (agora o projeto soma 51 líderes integrados à plataforma) reforça o poder transformador da iniciativa de reduzir impactos e 10 Ricardo Voltolini fala de sustentabilidade a empresários de Cascavel Lançamento do livro As melhores práticas de sustentabilidade nas empresas foram o assunto da palestra “Liderança Sustentável”, de Ricardo Voltolini, na sede da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), no dia 11 de agosto. Voltolini é presidente da consultoria Ideia Sustentável e uma das principais referências em sustentabilidade no País. Esses novos empresários vão compor um movimento para espalhar os valores que pregavam em suas companhias pelo País, por meio de eventos regionais e, principalmente, pela disseminação nas redes sociais Ricardo Voltolini, diretorpresidente de Ideia Sustentável contribuir para uma economia mais sustentável. “Esses novos empresários vão compor um movimento para espalhar os valores que pregavam em suas companhias pelo País, por meio de eventos regionais e, principalmente, pela disseminação nas redes sociais”, acredita Voltolini. “E é essa missão que Itaipu, na figura do Jorge Samek, pretende ampliar nos próximos anos com o Programa cultivando Água Boa.” Samek agradeceu o reconhecimento. “Desde sua gênese, Itaipu sempre trabalhou com energia limpa e renovável. E na última década ampliamos isso. Hoje, o Cultivando Água Boa está sendo replicado em sete países. Recentemente, o governo boliviano esteve na Itaipu N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 e mostrou interesse em adotar a metodologia, o que deve acontecer em breve. O CAB também virou política pública estadual em Minas Gerais e no Distrito Federal.” Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, o evento é o reconhecimento de uma série de ações de sucesso protagonizadas por um líder ousado, progressista e dinâmiN º 28 Set emb ro 2 0 1 5 co. “Samek é um condutor estratégico que introduziu na empresa os conceitos da sustentabilidade. Itaipu construiu uma série de programas marcantes que fizeram dela uma empresa visionária. O futuro nos exige agora um aprimoramento do Cultivando Água Boa com a implantação de sua metodologia em outros lugares e o aperfeiçoamento do que estamos fazendo”, avaliou Friedrich. Cerca de 50 pessoas participaram do evento, que contou com a presença do diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, que fez a abertura da palestra. Recentemente, Nelton recebeu uma homenagem do Ideia Sustentável, que presenteou os líderes das empresas que apoiam a Plataforma Liderança Sustentável. O movimento, idealizado por Voltolini, reúne 51 presidentes de empresas em torno do desafio de inspirar e educar jovens líderes, e que já impactou quase 30 mil líderes em todo o Brasil. O diretor- geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, passou a integrar a Plataforma Liderança Sustentável. Voltolini também é idealizador do Observatório de Tendências em Sustentabilidade e coordenador de 650 seminários e cursos relacionados ao tema. O objetivo da palestra foi estabelecer um diálogo a respeito dos valores, conceitos e práticas mais atuais sobre liderança estratégica para a sustentabilidade, gestão sustentável e responsabilidade socioambiental empresarial e governamental, visando contribuir de maneira efetiva para o Desenvolvimento Territorial Sustentável e para a discussão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). A palestra foi promovida pela Itaipu Binacional, por meio dos programas Cultivando Água Boa e Oeste em Desenvolvimento, em parceria com a Caciopar, Amop, Conselho dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e a Acic. Ricardo Voltolini: diálogo sobre valores, conceitos e práticas mais atuais sobre liderança estratégica J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 11 para a América Latina para a América Latina Oficinas do Futuro na República Dominicana sensibilizam 900 pessoas Projetos-piloto mobilizam 1.450 pessoas na Guatemala Moradores participam do processo de gestão e planejamento das ações, através dos comitês gestores locais São três microbacias com ações do CAB: replicação com respeito às diferenças culturais é hoje uma política de estado sob coordenação do Ministério de Energia e Minas e o Instituto Nacional de Recursos Hídricos apontaram oito microbacias. O governo brasileiro tem intermediado a parceria e a troca de experiências entre a Itaipu e aquele país, através do Itamaraty e a Agência Nacional de Águas (ANA). “A implantação do CAB na República Dominicana passa por diversos desafios. Diferentemente do Oeste Paranaense, onde há passivos socioambientais, mas se trata de uma região de muitas riquezas, principalmente na agropecuária, ali as carências são mais básicas e profundas”, conta o superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz, que tem acompanhado, desde 2014, a implantação do programa. A implantação do programa Cultivando Água Boa na República Dominicana está avançando nas três microbacias-piloto selecionadas para abrigar a iniciativa. O programa concluiu a primeira parte das Oficinas do Futuro, processo de diagnóstico participativo realizado junto às comunidades. Ao todo, foram 200 pessoas de 9 comunidades da microbacia do Rio Maimon; 600 de 12 comunidades da microbacia do Rio Grande; e 100 de 4 comunidades de Arroio Gurabo. Inspirada na metodologia do educador Paulo Freire, as Oficinas do Futuro envolvem pessoas das comunidades no levantamento dos problemas sociais e ambientais da comunidade, bem como no planejamento e execução das soluções. Outro avanço é que os Comitês Gestores das microbacias já estão formados. Nas três localidades, que são localizadas próximas a mineradoras, são mais de 300 pessoas envolvidas, representando governos e organizações locais ou nacionais, ONGs, instituições educacionais, igrejas e associações de bairro, totalizando 97 entidades. “Porém, a solidez dos fundamentos e a universalidade dos valores do CAB, de proteção do solo, da água e da biodiversidade e da promoção de Oficina do Futuro em La Nueces meios de vida sustentáveis, permitem que o programa seja reproduzido em qualquer contexto, desde que respeitas as diferenças culturais, históricas, socioeconômicas e ambientais”, completa Kotz. Umas das principais características do programa está em criar maior sinergia entre as esferas federal, estadual e municipal, os demais atores privados e outras organizações que atuam em determinado território, permitindo um melhor direcionamento dos esforços para sanar passivos ambientais e sociais. “O CAB é uma ferramenta de engenharia social que integra as comunidades ao meio ambiente. Além disso, é também uma ferramenta que permite conformar o comitê gestor com participação direta dos mais vulneráveis, junto com o setor público e privado”, garante o assessor do Ministério de Energia e Minas e diretor do CAB República Dominicana, Yossi Abadi. Comitê gestor da microbacia do El Dorado, em San Rafael de Las Flores O Cultivando Água Boa (Cultivando Agua Buena) está avançando na Guatemala. Além de já ter capacitado mais de 250 técnicos na metodologia do programa socioambiental da Itaipu, as “Oficinas do Futuro” foram concluídas em duas das três microbacias-piloto, totalizando 1.450 pessoas sensibilizadas e participando do processo de gestão e planejamento das ações, através dos comitês gestores formados. As oficinas J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal A Guatemala vive um quadro desafiador: mais da metade (54%) da população se encontra abaixo da linha de pobreza e 13% na pobreza extrema, situação que se concentra na zona rural, principalmente na população indígena. O país tem alta disponibilidade de minerais. Porém, o setor de mineração apresenta diversas controvérsias relacionadas principalmente às consultas comu- A implantação do CAB na República Dominicana passa por diversos desafios. Diferentemente do Oeste Paranaense, onde há passivos socioambientais, mas se trata de uma região de muitas riquezas, ali as carências são mais básicas e profundas Entendemos que o CAB oferece uma resposta às demandas sociais das comunidades do entorno desses projetos, além de contar com um modelo de interlocução com essas comunidades Jair Kotz , superintendente de Meio Ambiente da Itaipu Carmen Yolanda Magzul López, do ViceMinistério de Desenvolvimento Sustentável O Cultivando Agua Buena, como é chamado na República Dominicana, 12 mento da metodologia do CAB. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 foram realizadas nas microbacias de El Dorado e Rio Negro, entre novembro de 2014 e abril de 2015. nitárias e aos valores, identidade, tradições, costumes e direitos das populações indígenas e campesinas. O CAB na Guatemala é resultado de um acordo de cooperação entre os governos brasileiro e guatemalteco, reforçado pelo Acordo Complementar ao Convênio Básico de Cooperação Científica e Técnica entre a Guatemala e o Brasil, assinado em 2 de fevereiro de 2015, e que trata do compartilha- Em documento que trata da adoção do CAB, o vice-ministério de Desenvolvimento Sustentável, ligado ao Ministério de Energia e Minas da Guatemala, afirma que o programa da Itaipu é visto como “oportunidade para melhorar as condições de vida e um mecanismo para articular N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 os diversos atores de um determinado território e a nível nacional, além de promover metodologias inovadoras de gestão, educação e ação ambiental, em um amplo processo de inclusão social e produtiva”. “Entendemos que o CAB oferece uma resposta às demandas sociais das comunidades do entorno desses projetos, além de contar com um modelo de interlocução com essas comunidades. E, também, contribui para a preservação da água, viabiliza a hidroeletricidade e aumenta o nível de conhecimento sobre os projetos hidrelétricos”, afirmou Carmen Yolanda Magzul López, do Vice-Ministério de Desenvolvimento Sustentável. Conforme explica o superintendente de Meio Ambiente de Itaipu, Jair Kotz, o CAB na Guatemala está sendo aplicado em áreas de projetos relacionados à geração de energia e mineradoras: a Mineradora El Escobal, localizada na microbacia El Dorado, em San Rafael Las Flores; o projeto Hidrelétrico Renace IV, na microbacia do Rio Canlich, município de San Pedro Carchá; e o projeto Hidroelétrico El Porvenir, localizado na microbacia do Rio Negro, Aldea El Porvenir, no município de San Pablo. A implantação do programa teve início em 2014, com diversas ativi- Líder comunitário na primeira Feira do Cultivando Agua Buena dades de capacitação na metodologia do CAB. Primeiro em Foz, com visitas a projetos na BP3, em maio de 2014, com a participação de 18 pessoas da Guatemala. Um segundo ciclo foi composto de cinco jornadas de capacitação para 35 técnicos do Ministério de Energia e Minas e de outras instituições do governo guatemalteco envolvidas com o CAB (de março a junho do ano passado) na Guatemala, com a participação de técnicos da Itaipu a distância (via internet). Na sequência, outros cursos foram realizados, totalizando mais de 250 pessoas capacitadas. Realidade social da Guatemala 54% da população se encontra abaixo da linha de pobreza 13% da população se encontra na pobreza extrema Essa situação se concentra na zona rural, principalmente na população indígena J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 13 para a América Latina Para o Brasil Bolívia manifesta interesse em adotar o Cultivando Água Boa Cultivando Água Boa vai integrar 34 frentes de ação no Distrito Federal Elementos do programa se aproximam do que o governo boliviano defende, como a fundamentação em iniciativas locais Acordo de cooperação foi assinado em julho; governador diz que CAB é uma das principais ações da gestão boliviano defende, como a fundamentação em iniciativas locais, com envolvimento direto das comunidades beneficiadas. “Chamou a atenção a participação ativa de indígenas e de agricultores familiares, e a forma como as prefeituras se apropriaram dos projetos, que se converteram em políticas públicas. E também o uso de tecnologias como o biogás e o papel da educação ambiental. Tudo isso é muito interessante”, afirmou o vice-ministro, que, durante quatro dias, percorreu a região visitando as iniciativas do CAB e conversando diretamente com participantes do programa. A ideia, segundo Ortuño, é adotar o CAB de maneira experimental no projeto de construção da hidrelétrica Rositas, no Rio Grande. “Gostaríamos de iniciar a replicação do programa como atividade prévia à construção da hidrelétrica, estabelecendo um diálogo permanente com as comunidades.” A necessidade de preservar os recursos hídricos e prevenir danos decorrentes das alterações climáticas despertou o interesse do governo da Bolívia em adotar a metodologia do Cultivando Água Boa (CAB), iniciativa reconhecida pela ONU como a melhor prática de gestão da água no mundo. O vice-ministro de Recursos Hídricos da Bolívia, Carlos Rene Ortuño, visitou, entre os dias 28 e 31 de julho, diversos projetos do CAB em alguns dos 29 municípios que fazem parte do programa, executado em parceria com prefeituras, órgãos de governo federal e estadual, cooperativas, ONGs e instituições de ensino e pesquisa, entre outros. Segundo Ortuño, o interesse pela parceria surgiu a partir de uma aproximação entre os governos dos dois países para tratar de recursos hídricos. A Bolívia “entrega” água para alguns dos rios amazônicos que percorrem o Brasil. Por isso, ao 14 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Temos uma agenda de cooperação ambiciosa com a Bolívia tendo a água como um elemento central Horácio Figueiredo Júnior, chefe de gabinete da presidência da Agência Nacional de Águas (ANA) governo brasileiro, interessa o estabelecimento de uma rede de monitoramento hidrológico e climático, para prevenir enchentes e prever vazões para fins de geração de energia. Também está em pauta a discussão sobre a construção de uma hidrelétrica binacional (Brasil-Bolívia), nos moldes de Itaipu, no Rio Madeira. O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, participa, a convite do Ministério de Minas e Energia, do grupo de trabalho que estuda a construção dessa usina. A Bolívia é um país especialmente sensível às mudanças climáticas, uma vez que seus rios nascem do degelo de geleiras dos Andes. “Temos Ita i pu Bi na c i onal de três a quatro meses de chuva por ano”, explicou Ortuño. “Então, uma das estratégias é aumentar o armazenamento, construindo represas, de pequeno a grande porte, e hidrelétricas, não apenas para gerar energia, mas para regular o fornecimento de água”, acrescentou. Essa estratégia faz parte de um plano lançado pelo presidente Evo Morales com diversas metas para melhorar a infraestrutura do país até 2025, ano em que a Bolívia completa 200 anos de independência. Entre as metas, estão a universalização do acesso à água (hoje o recurso está acessível para 80% da população) e o incremento da geração de energia a partir de fontes renováveis. “Temos uma agenda de cooperação ambiciosa com a Bolívia tendo a água como um elemento central”, explicou Horácio Figueiredo Júnior, chefe de gabinete da presidência da Agência Nacional de Águas (ANA), que acompanhou o vice-ministro. “Nessa aproximação, o governo Recursos Hídricos e de Meio Ambiente do DF. O governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg disse que a adoção do Programa Cultivando Água Boa (CAB) na capital do País é uma das iniciativas mais relevantes de sua gestão, iniciada em janeiro deste ano. “Esta é, sem dúvidas, uma das ações mais importantes do nosso governo”, destacou. “Precisamos preservar nossas águas e mostrar ao mundo que somos referência em sustentabilidade”, completou. O Distrito Federal também adotou o Programa Cultivando Água Boa (CAB), desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros, para levar à região da capital federal a metodologia de ações socioambientais adotada com sucesso no O CAB se tornou instrumento de cooperação internacional, com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da (ANA), em novembro de 2013. Hoje, a metodologia do programa já vem sendo replicada na República Dominicana, Guatemala, Argentina, Paraguai, Uruguai e Espanha. Oeste do Paraná. O acordo de cooperação técnica foi assinado no dia 29 de julho, em solenidade foi realizada no Palácio do Buriti, sede do governo do DF, durante reunião dos Conselhos de O termo de cooperação técnica foi assinado por Rollemberg e pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. “Estamos aqui para provar como é possível gerar emprego, renda e aumentar a economia sem esquecer de cuidar do meio ambiente”, disse o Samek. Em março deste ano, o governo de Minas Gerais também instituiu o CAB como política pública para proteção de seus recursos hídricos. Em seu discurso, Samek disse que o Água Boa comprova como é possível tornar comtível o crescimento econômico, a geração de emprego e de renda com a preservação do meio ambiente. “Nós precisamos desenvolver as nossas cidades, nossa indústria, nosso comércio, nossa gente, mas, ao mesmo tempo, precisamos preservar esse bem maior, que é a natureza, a água, o solo”, defendeu. Também participaram da solenidade o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich; o secretário do Meio Ambiente, André Lima; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Salles; o superintendente do Banco do Brasil no Distrito Federal, José Amarildo Casagrande; o presidente da Fundação Banco do Brasil, Marcos Frade; e a secretária do Meio Ambiente de Goiás, Jacqueline Vieira. Após a assinatura, Samek entregou ao governador uma réplica do prêmio Água para a Vida, conferido à binacional pela Organização das Nações Unidas (ONU). Samek recebeu um quadro com imagens da Chapada dos Veadeiros, parque de preservação ambiental localizado a 230 km de Brasília. Mais de 30 frentes Para Nelton Friedrich, a parceria é muito representativa, pelo fato de a cabeceira do Rio Paraná estar localizada no Distrito Federal. “Brasília e o cerrado são o berço dessas águas que em Itaipu geram quase 18% da energia nacional e nascem também aqui, em Goiás e Minas Gerais”. No DF, o Cultivando Água Boa integrará 34 frentes de ação voltadas para a sustentabilidade ambiental, com verba da Fundação Banco do Brasil. “Nós estamos muito confiantes nessa parceria”, relatou o administrador regional do Distrito Federal (Lago Norte e Varjão), Marcos Woortmann. Via de mão-dupla Rollemberg destacou projetos em andamento que pretendem reduzir o impacto ambiental e estimular a conscientização das comunidades, como a conclusão do aterro sanitário de Brasília para tratar os resíduos sólidos; a transformação dos parques como grandes centros de educação ambiental; a adoção de energia solar nas escolas públicas e de um grande programa de arborização. Para Samek, essa parceria terá via de mão-dupla, uma vez que Itaipu espera aprender mais com as práticas socioambientais desenvolvidas no Distrito Federal. “Queremos manter o diálogo com o governo da capital”, completou o diretor-geral. boliviano tomou conhecimento do CAB e nos pediu que o programa seja um dos instrumentos do acordo de cooperação, que está sendo finalizado.” Para Ortuño, alguns dos elementos emblemáticos do CAB se aproximam daquilo que o governo N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 15 Para o Brasil Para o Brasil Técnicos do governo de Minas conhecem ações na BP3 A metodologia e a experiência da Itaipu já estão sendo aplicadas na recuperação e proteção de microbacias hidrográficas mineiras Um grupo de 15 técnicos, representando instituições envolvidas com a implantação do programa Cultivando Água Boa em Minas Gerais, esteve na região para conhecer de perto, e na prática, as ações do CAB. A metodologia e a experiência da Itaipu já estão sendo aplicadas na recuperação e proteção de microbacias hidrográficas mineiras. “Presenciar as ações e seus resultados nesses municípios nos motiva e nos dá subsídios para levar para Minas Gerais essa experiência vitoriosa”, afirmou a coordenadora ambiental da Cemig Distribuição, Vera Lúcia Borges. “O objetivo do grupo é elaborar estudos e propor a revisão, a sistematização e a reestruturação dos programas da administração pública estadual para incorporar, no âmbito do Estado, as boas práticas e as experiências do CAB. Tal iniciativa sinaliza uma mudança na organização das políticas públicas estaduais que passam a abarcar a água como Vargem das Flores, que fica no município de Contagem, integrante da Região Metropolitana de Belo Horizonte CAB chega à Região Metropolitana de BH Dirigentes de municípios da Bacia do Paraopeba conhecem ações do programa e resultados alcançados na BP3 O Programa Cultivando Água Boa (CAB), adotado como política pública pelo governo de Minas Gerais em março deste ano, vem sendo apresentado a prefeitos e autoridades de municípios mineiros, uma das etapas para a implantação de ações em bacias hidrográficas do Estado. O governo mineiro identificou duas áreas prioritárias do estado para implantação do CAB: o semiárido e a região metropolitana de Belo Horizonte. No final de maio, o programa foi apresentado a prefeitos de municípios localizados na Bacia do Paraopeba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, durante encontro realizado na cidade de Igarapé - a cidade tem uma importante participação no abastecimento da RM, contribuindo com 45% da água captada. Outras cidades mineiras, como Varginha, Itajubá, Capitólio e Patos de Minas também conheceram o programa. 16 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Em Igarapé, a apresentação foi conduzida pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, que falou sobre os resultados alcançados pelo Cultivando Água Boa. “A questão da água está na centralidade dos desafios da humanidade e em um momento de crise, temos que construir um consenso ético mínimo para conseguirmos articular ideias e alcançar resultados estruturantes”, ressalta. Segundo a presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Sinara Meireles, o governo do Estado tem apostado no trabalho que envolve a parceria entre diversos órgãos, tendo a Copasa como porta-voz. “Seja na preservação dos mananciais, no controle do assoreamento, da poluição, do uso da terra nas propriedades rurais e em todas as ações, é perceptível a contribuição de cada um, enquanto cidadão ou instituição”, afirma. Participaram da Ita i pu Bi na c i onal apresentação, prefeitos, vereadores e agricultores rurais dos municípios de Betim, Bonfim, Brumadinho, Contagem, Ibirité, Igarapé, Itatiauçu, Juatuba, Mateus Leme, Mário Campos, Crucilândia, Rio Manso, São Joaquim de Bicas, Sarzedo e Belo Horizonte. Política pública O governo de Minas, por meio do Decreto nº 46.730, de 25 de março de 2015, adotou o CAB como política pública e constituiu um Grupo de Trabalho, que inclui a Copasa e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), para elaborar estudos e propor a reestruturação dos programas da administração pública estadual para incorporar as boas práticas e as experiências do programa. “Ao adotar este programa, o governo de Minas e a Copasa demonstram preocupação com a recuperação das microbacias ao aumentar a quantidade de água durante o período de estiagem e ainda melhorar a qualidade do recurso”, disse João Bosco Senra, diretor de Operação Sudoeste da Copasa. O GT é composto ainda por Emater, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Educação, Instituto Estadual de Floresta, Instituto Mineiro de Gestão das Águas, Fundação Estadual de tema central”, explicou Vera. A sensibilização dos atores sociais e a mobilização são os principais aspectos da metodologia do CAB que estão sendo adotados em Minas. “Uma vez que as oficinas sejam realizadas motivando as comunidades, estas se sentirão parte integrante do processo de melhoria da condição da microbacia. Esse empoderamento é fundamental e o CAB mostra a todo instante que as pessoas precisam se envolver”, disse Vera. Na BP3 Em visita aos projetos do CAB na região do programa, a Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3), os técnicos de Minas tiveram a oportunidade de conhecer o programa Plantas Medicinais (dos produtores rurais ao beneficiamento na Unidade de Extrato Seco); propriedades e cooperativas da agricultura família; o Centro Avançado de Pesquisas, em Santa Helena; o projeto Florir Toledo, que trabalha com jovens; a recuperação das microbacias dos rios Bonito e Água Verde; o Corredor de Biodiversidade Santa Maria; e um barracão do programa Coleta Solidária. “Apesar das informações e mate- riais que já tínhamos, não imaginava que o CAB tivesse o alcance que constatamos nessa visita técnica. Todo o grupo ficou impressionado com o entusiasmo das pessoas envolvidas, tanto com a implantação, quanto com as ações in loco. Vimos resultados concretos, ações bem sedimentadas, e uma gratidão e respeito enormes por Itaipu, manifestado pelos cidadãos e pelos governantes dos municípios visitados”, concluiu Vera. Meio Ambiente e Instituto Mineiro de Agropecuária. Também foi assinado um Termo de Cooperação com a Itapu Binacional com o objetivo de desenvolver estudos e ações para a melhoria dos recursos hídricos em território mineiro, e consequentemente o intercâmbio de experiências. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 17 Nosso pedaço Nosso pedaço Em Terra Roxa, comunidade vai ajudar a recuperar mais três microbacias Em Guaíra, a 217ª microbacia a ser recuperada na região da BP3 Com o Pacto das Águas, comunidade e instituições firmam compromisso de executar as ações discutidas A cerimônia do Pacto das Águas, realizada na comunidade de Maracaju dos Gaúchos, em Guaíra, deu início às ações de recuperação da microbacia dos rios Birigui e Taturi. Com o Pacto das Águas, a Itaipu, prefeitura, comunidade e demais parceiros firmaram o compromisso de executar as ações discutidas durante as Oficinas do Futuro (reuniões de sensibilização e planejamento que marcam a implantação do CAB). Pacto das Águas reuniu mais de 700 pessoas e prevê responsabilidade compartilhada em diversas ações de preservação do meio ambiente A Prefeitura de Terra Roxa e a Itaipu Binacional, por meio do Programa Cultivando Água Boa, firmaram convênio para recuperação das microbacias dos rios Tapera, Ribeirão Açu e Córrego Moreno. A assinatura se deu durante a cerimônia do Pacto das Águas, realizada no Maracaju Clube de Campo. O evento reuniu mais de 700 pessoas, entre autoridades, representantes da Itaipu, empresas parceiras, agricultores das comunidades beneficiadas pelo convênio e comunidade em geral. Entre as autoridades, estiveram presentes o prefeito Ivan Reis, o secretário de Agricultura, Carlos Roberto Rampim, o secretário de Meio Ambiente, Nelson Nepomuceno Filho, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, além de representantes do comitê gestor e das comunidades Aparecidinha, Mirassol, Cedro e R1. A celebração contou com diversas apresentações culturais, como músicas típicas e canto Coral, além da mística da água, da terra, do solo e do ar, e do bolo decorado com o desenho da microbacia, características que já são as marcas registradas dos Pactos das Águas do CAB. A carta do pacto foi assinada por todos os presentes e também pelas autoridades, ratificando o compromisso de atuar na preservação do meio ambiente. O prefeito Ivan Reis ressaltou a importância da parceria e das obras que visam a preservação ambiental. “Como cidadão terraroxense e, de forma especial, como prefeito, eu me sinto muito feliz por podermos proporcionar à comunidade local a oportunidade de conhecer o programa Cultivando Água Boa, desenvolvido pela Itaipu. O convênio vai oferecer melhorias para os agricultores das comunidades beneficiadas. Uma grande área do nosso município será favorecida.” Segundo Nelton Friedrich, o CAB visa a sustentabilidade e a preservação, através de parcerias e ações conjuntas. “Nós conseguimos construir um programa que tem sua essência na participação e envolvimento das comunidades rurais e urbanas, prefeituras, associações, cooperativas. É algo diferente que constrói uma governança inovadora”, afirmou. do responsabilidades. Ficamos muito satisfeitos de ver a agilidade da gestão municipal de Terra Roxa para executar o programa”, completou o diretor, que recebeu uma moção de aplausos ao Programa Cultivando Água Boa, da Câmara Municipal. Convênio As ações de recuperação fazem parte do programa Gestão por Bacias Hidrográficas, uma das iniciativas do Cultivando Água Boa, em parceria com o município de Terra Roxa e com diversas instituições que compõem o comitê gestor, com investimentos superiores a R$ 2 milhões. Na assinatura do pacto da microbacia, estão definidas ações de correção dos passivos ambientais, conservação e preservação ambiental das comunidades, com destaque para a educação ambiental, obras de adequação e cascalhamento de estradas, instalação de abastecedores comunitários, terraceamento, proteção das nascentes e recuperação florestal. “O mais importante de todo esse trabalho é a articulação de forças, compartilhando sonhos e dividin- Nós conseguimos construir um programa que tem sua essência na participação e envolvimento das comunidades rurais e urbanas, prefeituras, associações, cooperativas Na partilha do bolo, o compromisso comunitário 18 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal Nelton Friedrich, diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu Durante o evento, foi lançada a proposta de implantar o “reciclômetro” Catadores de Santa Helena têm encontro de capacitação Cidade recolhe 70 toneladas de recicláveis por mês A Prefeitura de Santa Helena e a Itaipu Binacional, por meio do Programa Cultivando Água Boa (CAB), promoveram, em Santa Helena, o Encontro de Capacitação de Técnicos e Lideranças de Catadoras da Bacia do Paraná 3 (BP3). Durante o encontro, na Câmara de Vereadores, foi assinado o contrato de prestação de serviços de coleta seletiva entre a Prefeitura de Santa Helena e a Associação de Catadores, atendendo os princípios e diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10). A ação irá beneficiar 40 famílias do município. “Os catadores são extraordinários atores ambientais. O município de Santa Helena está tendo uma posição de vanguarda no processo e merece aplausos”, elogiou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich. De acordo com o prefeito de Santa Helena, Jucerlei Sotoriva, são recolhidos no município 70 toneladas de material reciclável mensais. “O catador é o mais importante no processo que transforma o lixo e oportuniza a reutilização”, disse. Para o gestor do projeto Coleta Solidária de Itaipu, Vinicius Ortiz de Camargo, o contrato de prestação de serviço representa “um marco no que se refere as ações em prol da inclusão socioeconômica dos catadores de materiais recicláveis”. O encontro em Santa Helena também contou com a presença do coordenador do Centro de Apoio Operacional às Procuradorias de Proteção ao Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato Santos; o presidente da Associação de Catadores de Santa Helena, Valdevino Lazaroto; o representante da articulação nacional do Movimento Nacional dos Catadores, Luiz Henrique da Silva; a chefe regional do IAP, Maria Gloria Genari Pozzobon – entre outras autoridades. A microbacia do Birigui e Taturi é a de número 217 do Programa Cultivando Água Boa. Entre as ações definidas junto com a comunidade estão a educação ambiental, cascalhamento das estradas, instalação e construção de abastecedouros comunitários, terraceamento, proteção das nascentes e recuperação florestal. Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, o fato de as decisões serem tomadas em conjunto com a comunidade dá respaldo às ações e evita conflitos. “As pessoas são empoderadas e participam diretamente das soluções. Esse é um dos diferenciais e um dos fatores de sucesso do CAB”, afirmou. Para Terezinha Koakoski, moradora de Maracaju dos Gaúchos desde o nascimento, a implantação do programa é vista com esperança. “Quando eu era criança, derrubávamos o mato que estava perto do rio. Não ficava nada”, conta. “Agora, sei como é importante preservar as águas e as matas ciliares. E não devemos derrubar o mato, mas cuidar de tudo isso.” Desde sua implantação, em 2003, o CAB já promoveu a recuperação de quase 2 mil km de estradas rurais; a proteção de mais de 1.300 km de matas ciliares; a conservação de 23.500 hectares de solos; a implantação de 165 abastecedouros comunitários; entre outros resultados alcançados nas 217 microbacias trabalhadas. A partilha do bolo com o mapa da microbacia Agora, sei como é importante preservar as águas e as matas ciliares Terezinha Koakoski, moradora de Maracaju dos Gaúchos A comunidade participa de todas as decisões Assinatura do Pacto das Águas: caminhando juntos Durante o evento, Itaipu lançou a proposta de implantar na BP3 o “reciclômetro”, um indicador com informações sobre o volume de resíduos gerados nos municípios, a quantidade de material reciclado, a quantidade de resíduos que vai para o aterro municipal etc. A ideia é estabelecer um conjunto de dados que demonstrem o nível de comprometimento do município com a redução da poluição. A definição dos indicadores será feita coletivamente por catadores e técnicos em encontros regionais. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 19 Nosso pedaço Nosso pedaço Rondon e Itaipu lançam projeto de cisternas para o reúso da água em propriedades rurais Uso mais racional da água e redução do impacto sobre o sistema de saneamento municipal são principais objetivos 130 litros A Itaipu, por meio do Programa Cultivando Água Boa, em parceria com a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, lançou um projeto que pretende dotar as propriedades rurais da região de cisternas, proporcionando o uso mais racional da água e diminuindo o impacto sobre o sistema de saneamento municipal. 130 litros por dia, em média, uma pocilga de suínos chega a consumir 10 mil litros. “A partir desse diagnóstico, surgiu a proposta de implantar cisternas, para captação de água da chuva, e assim enfrentar esse problema”, afirmou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. 10 mil litros O projeto nasceu a partir de um estudo realizado pelo Sistema Autônomo de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE), de Marechal Cândido Rondon, que apontou um alto índice de consumo de água nas atividades agropecuárias, especialmente na avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite, chegando a comprometer o abastecimento em alguns períodos do ano. Em uma primeira etapa, foram selecionadas as propriedades de Delcia Osterkamp, da Linha Eldorado; de Ademar Hofstetter, do Distrito de São Roque; e de Heriberto Conrad, da Linha Iguiporã. litros de água é a capacidade de uma cisterna As 473 propriedades rurais de Rondon consomem mais água que os 48.000 habitantes do município. Enquanto o consumo médio de uma família (considerando higiene, alimentação e limpeza) é de 20 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Segundo o prefeito Moacir Froehlic, a construção de cisternas se tornará uma política pública do município. “A intenção é chegar a todas as propriedades rurais”, disse. Cada cisterna tem capacidade para armazenar 500 mil litros de água da chuva e foram especialmente desenvolvidas para a suinocultura. O projeto tem um custo total de R$ 121 mil e o investimento de Itaipu é de R$ 68 mil. Ita i pu Bi na c i onal Santa Terezinha coleta lixo reciclável em todo o município O volume chega a 100 toneladas por mês por dia é o gasto de uma família Soluções ambiental e socialmente corretas, que beneficiem a população de todo um município, muitas vezes não precisam de orçamentos generosos para se tornar realidade. Prova disso está em Santa Terezinha de Itaipu, onde a coleta seletiva completou um ano e atinge toda a área do município. por dia é o gasto de uma pocilga de suínos 500 mil A prefeitura estima que 70% de todo o lixo reciclável (papel, vidro, plástico, metal e isopor) esteja sendo recolhido, mas o objetivo é chegar a 100%. A coleta é feita com dois caminhões, adquiridos em parceria com o programa Cultivando Água Boa, com recursos da Funasa e da Itaipu Binacional. Um caminhão é do município e outro da Associação dos Catadores de Resíduos Recicláveis e/ou Reaproveitáveis de Santa Terezinha de Itaipu (Acarest). R$ 121 mil é o total investido no projeto 473 propriedades rurais consomem mais que os 48 mil habitantes “Hoje, não se vê mais catador nas ruas. Eles trabalham diretamente na triagem e enfardamento dos de Marechal Cândido Rondon N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 materiais. Nem faz mais sentido chamá-los de catadores. São agentes ambientais”. diz o engenheiro ambiental Darlei Sauer de Souza, da Secretaria Municipal de Agropecuária e Meio Ambiente. Novos equipamentos são entregues no aniversário A Prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu promoveu a entrega de diversos equipamentos durante as comemorações dos 33 anos do município, em junho. Entre eles, um tanque pipa, um distribuidor de dejetos e outros itens que irão contribuir com as ações do programa Cultivando Água Boa. Ao todo, foram investidos R$ 836.557,51, so- mando recursos próprios, dos governos estadual e federal e da Itaipu. O prefeito Cláudio Eberhard agradeceu aos parceiros que viabilizaram as aquisições. “As parcerias são fundamentais para concretizarmos aquilo que estabelecemos no nosso plano de governo. Estamos muito satisfeitos com os resultados obtidos, mas não para por aqui. Tem muito para acon- tecer ainda”, afirmou. Em seu discurso, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, destacou a determinação do município em fazer as coisas acontecerem. “É raro no Brasil um município com apenas 33 anos ter a exuberância e potência que tem Santa Terezinha de Itaipu.” A Acarest hoje conta com 38 associados. Antes da coleta com os caminhões, recolhia aproximadamente 30 toneladas de recicláveis por mês. Hoje, o volume chega a 100 toneladas/mês. Com isso, melhorou também a renda dos catadores. O presidente da Acarest, Antônio Henrique Correia, conta que começou a catar lixo há sete anos. Carpinteiro, ele perdeu a ponta dos dedos em um acidente de trabalho. Casado e com um filho, passou a “empurrar carrinho” para garantir o sustento da família. “Com a cooperativa e os caminhões, a situação melhorou bastante”, afirma o catador que hoje tem uma renda mensal média de R$ 1.200. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 21 Nosso pedaço Nosso pedaço Itaipu promove curso para fomentar a eficiência energética nos municípios da BP3 Moradores da Vila C participam de atividades no Refúgio Biológico A mudança de cultura no uso da eletricidade e a modernização de tecnologias foram itens em discussão Objetivo é aproximar a comunidade e apresentar o trabalho desenvolvido no RBV, que completou 31 anos Para fomentar a cultura da eficiência energética nos municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3) a Itaipu vem reunindo profissionais que atuam na manutenção da iluminação pública e de prédios públicos para o curso de Gestão Energética Municipal para Eletricistas. O curso é mais uma ação da Divisão de Serviços e o Departamento de Interação Regional, no âmbito das ações do Programa Cultivando Água Boa e da Comissão Interna de Conservação de Energia (Cice) da Itaipu em parceria com a Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Fundação Coge). Foram ofertadas três vagas por cidade da BP3. Para que as classes não tivessem mais do que 30 alunos, foi necessário dividir os eletricistas em três polos, com aproximadamente dez municípios cada. Participaram da capacitação no Ecomuseu, no início de agosto, profissionais indicados pelos municípios de Foz do Iguaçu, Itaipulândia, Missal, Matelândia, Santa Helena, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Medianeira. O curso também foi ministrado em Marechal Cândido Rondon em agosto. Toledo recebe o curso, em 9 de setembro. A capacitação é dividida em três etapas. A primeira é um workshop de 21 horas, desenvolvido em três dias consecutivos, com objetivo de preparar os agentes. Em um segundo encontro, realizado entre 40 a 60 dias após o primeiro, haverá outro workshop de 21 horas, também em três dias consecutivos, mas desta vez com o objetivo de tirar dúvidas e reforçar conhecimen- tos e habilidades dos agentes. O curso termina com um terceiro encontro, realizado em até seis meses após o segundo. Será um workshop de 13 horas, desenvolvido em dois dias consecutivos, com o objetivo de receber e avaliar os resultados dos agentes. Eu nunca imaginei que tão perto da minha casa havia um trabalho como este com as plantas medicinais Durante o curso, a equipe da Fundação Coge aplica dinâmicas de grupo para que os eletricistas, além de terem o preparo técnico para avaliar as oportunidades de melhoria na gestão da eficiência energética nos prédios públicos e iluminação pública, tenham também facilidade de interagir com os usuários e gestores destes prédios, os convencendo das necessidades de mudança de cultura no uso da eletricidade e da modernização de tecnologias dos equipamentos elétricos. Vilma Terezinha Polipo, moradora da Vila C Crianças e mulheres têm oficina sobre educação ambiental Técnicos durante um dos cursos: preparo técnico e facilidade para interação A Divisão de Educação Ambiental reuniu vários grupos da comunidade da Vila C para conhecer o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), que completou 31 anos em junho, e discutir temas ligados à sustentabilidade. processo de produção de mudas e participaram de uma atividade de semeadura. De volta ao centro de visitantes, o grupo foi convidado a deixar registrado na “árvore da vida” seu compromisso com a sustentabilidade. Os encontros fizeram parte da ação “Educação Ambiental nas Estruturas Educadoras”, coordenada por Lucilei Bodaneze Rossasi, com apoio do pessoal que atua no Viveiro Florestal. Ao final da atividade, os moradores elogiaram a iniciativa – segundo eles, “uma terapia que faz bem para o corpo, para a mente e para a alma”. Numa das visitas, os moradores – 20, no total – fizeram exercícios de alongamento e respiração e caminharam pela mata. No Viveiro Florestal, conheceram o 22 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Em outra atividade, em agosto, o Grupo de Idosos da Vila C participou do 3º Encontro de Qualidade de Vida e Educação Ambiental e Patrimonial, também no RBV. Desta vez, o tema do encontro foi o projeto de plantas medicinais de Itaipu e sua relação com as atividades de educação ambiental. O grupo – com 28 participantes – fez uma caminhada até o Ervanário de Itaipu, onde foi recebido por Reinaldo Santos Shimabuku, que apresentou o projeto e as atividades desenvolvidas no local. Um dos idealizadores do projeto Plantas Medicinais, Altevir Zardinello, hoje aposentado, também participou do encontro. “Eu nunca imaginei que tão perto da minha casa havia um trabalho como este com as plantas medicinais. Estou encantada com tanto conhecimento”, entusiasmou-se Vilma Terezinha Polipo, 63, que As crianças que participam das aulas de balé, judô e informática tiveram uma atividade diferente no Conselho Comunitário da Vila C. Por um dia, eles deixaram as sapatilhas, os quimonos e os computadores de lado para aprender sobre cidadania e educação ambiental. Na atividade principal, os alunos trabalharam a múTerra Azul, queC.trata hásica 32 anos mora na Vila da importância da água. Mas não foram apenas os pequenos que participaram da oficina. As mães dos alunos também mudaram um pouco a rotina. Para elas, foi oferecida uma oficina sobre plantas medicinais e condimentares. No local, elas puderam preparar um sal temperado. Ao todo, as atividades reuniram mais de 50 pessoas, entre alunos e mães. A iniciativa é uma parceria da Divisão de Educação Ambiental de Itaipu, por meio da ação “educação ambiental nas estruturas educadoras de Itaipu”, com o Conselho Comunitário da Vila C. As oficinas estão sendo desenvolvidas desde fevereiro deste ano. Mais ações Neste ano, a parceria entre Itaipu e Conselho Comunitário da Vila C foi ampliada, com novas oficinas, cursos e atividades desenvolvidos com os moradores do bairro e região. A intenção é aproximar, ainda mais, as comunidades no entorno da usina com o Refúgio Biológico Bela Vista e o Ecomuseu, e promover a educação ambiental. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 23 Nosso pedaço Nosso pedaço Vila C realiza plantio de 300 árvores abrindo Semana do Meio Ambiente Festa para crianças marca entrega do Parque Monjolo em Foz do Iguaçu Atividades também incluíram painéis mostrando ações de renovação do bairro Em toda a região da BP3, várias atividades marcaram o Dia Mundial do Meio Ambiente As atividades da Semana do Meio Ambiente começaram no dia 30 de maio. Alunos de escolas da Vila C, integrantes do Conselho Comunitário, escoteiros e representantes da prefeitura e de entidades de defesa ambiental participaram do plantio de 300 mudas de árvores nas margens do Córrego Brasília, da distribuição de adesivos e lixeiras para carros e da exposição de painéis que mostram as ações já desenvolvidas para a renovação do local. A revitalização do Córrego Brasília – que receberá pavimentação, bancos, pista de caminhada e ciclovia – e a criação do Parque Brasília são parcerias entre Itaipu e a prefeitura da cidade. Na primeira fase, Itaipu será responsável pelo aporte financeiro do projeto, que prevê a limpeza do local, a revitalização da passarela que liga a Vila C nova à Vila C velha, e a instalação de cercas na área em que o córrego passa. A Associação Centro Integrado Educação, Natureza e Saúde de Foz do Iguaçu (Aciens), parceira do programa Plantas Medicinais, do CAB, expôs seus trabalhos. Durante a semana, os jovens dos projetos Meninos do Lago e Velejar é Preciso participaram de oficinas sobre Educomunicação no Ecomuseu, promovidas pela Divisão de Educação Ambiental, em parceria com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). A criançada participou da solenidade de entrega do parque e se divertiu com brincadeiras e guloseimas: local agora é área de lazer para pessoas de todas as idades A Itaipu Binacional, empresa reconhecida mundialmente pelas ações socioambientais e o cuidado com água na região do seu entorno, marcou as comemorações do Dia do Meio Ambiente (5 de junho) com uma série de iniciativas em toda a Bacia do Paraná 3. Plantio de árvores às margens do Córrego Brasília: nem a chuva impediu a atividade A empresa entregou para a população de Foz do Iguaçu a segunda etapa da revitalização do Parque Monjolo, projeto desenvolvido em parceria com a Prefeitura e com o Coletivo Educador do município. A solenidade teve a participação de crianças dos colégios dos bairros vizinhos e autoridades locais. Em março desse ano, o CAB foi apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a melhor política de gestão de recursos hídricos no planeta. O programa atua em 29 municípios da Bacia do Paraná 3 e beneficia mais de um milhão de habitantes. O Comitê Gestor do Programa Cultivando Água Boa (CAB), da Itaipu, foi responsável pela instalação dos alambrados, construção das pontes, passarelas e pergolados, pintura das calçadas e pela elaboração do projeto de iluminação, que foi entregue à Prefeitura de Foz do Iguaçu. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, participou da cerimônia de entrega do Parque Monjolo e fez um apelo a todos os iguaçuenses: “Cuidem desse espaço como se fosse uma extensão das suas casas. O que é nosso, a gente tem que proteger.” Também participaram da entrega o secretário municipal de Meio Ambiente, João Matkievicz; a secretária municipal de Educação, Lisiane Sosa; o coordenador do Comitê Municipal do CAB, Luciano Hipólito; e a vereadora Anice Gazzaoui. Na segunda etapa do projeto, o investimento da Itaipu foi de R$ 113 mil e a contrapartida da Prefeitura foi de R$ Nelton Friedrich, diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 “As pontes e os pergolados eram de madeira e estavam em péssimas condições. Agora, a comunidade também vai encontrar um parque iluminado, mais limpo e com câmeras de segurança”, disse o secretário de Meio Ambiente, João Matkievicz. O parque conta ainda com uma pista de caminhada e academia da terceira idade. Os trabalhos de recuperação do Parque Monjolo começaram em 2013, após a assinatura do convênio entre Itaipu, Prefeitura de Foz e Sanepar, para a revitalização da microbacia do Arroio Monjolo e do Parque Monjolo. As pontes foram reconstruídas pela Itaipu e o local ganhou academia (abaixo) Diversão Cuidem desse espaço como se fosse uma extensão das suas casas. O que é nosso, a gente tem que proteger 24 250 mil. Os recursos foram utilizados principalmente na instalação da iluminação e de uma câmera de segurança no parque. Na primeira fase, o investimento total superou os R$ 135 mil. Depois da entrega, moradores do bairro e alunos de escolas públicas e particulares da região participaram de atividades lúdicas, esportivas, culturais e educativas. Durante toda a tarde, os jovens se divertiram com brinquedos, apresentação teatral, trilha sensorial, varal de poesia, cantinho de leitura e diversas outras atividades focando na preservação do meio ambiente. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 25 Nosso pedaço Nosso pedaço Semana do Meio Ambiente mobiliza mais de mil educadores Cidades Sustentáveis: prêmio vai reconhecer as boas práticas na BP3 Foram distribuídos 10 mil adesivos com a inscrição “Sustentabilidade – a nossa atitude faz a diferença” Poderão participar prefeituras, cooperativas, organizações não governamentais (ONGs), entre outras instituições parceiras As atividades organizadas por Itaipu Binacional e parceiros para comemorar a Semana do Meio Ambiente mobilizaram mais de mil educadores nos 29 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3). Foram distribuídos 10 mil adesivos com a inscrição “Sustentabilidade – a nossa atitude faz a diferença” e 10 mil lixeiras ecológicas para carro. As blitze educativas ocorreram simultaneamente em toda a região no dia 3 de junho, véspera do feriado de Corpus Christi e antevéspera do Dia Mundial do Meio Ambiente. Em Foz do Iguaçu, também como parte das comemorações da semana, Itaipu entregou a segunda fase da revitalização do Parque Monjolo e promoveu o plantio de mudas nas margens do Córrego Brasília, na Vila C. Houve ainda a recuperação e visita a nascentes da região, palestras de sensibilização nas escolas, exposições no terminal rodoviário – entre outras atividades. Em Foz do Iguaçu, as atividades tiveram parceria com o Coletivo Educador, composto por representantes de 13 instituições. Além da própria Itaipu, compõe o grupo a Prefeitura, Parque das Aves, Instituto Federal do Paraná, Unila, Sanepar, Unioeste, Nativa Socioambiental, Pastoral da Juventude, Parque Nacional do Iguaçu (Escola Parque), Núcleo Regional da Educação, Faculdade Anglo Americano, Grupo de Escoteiros Guairacá, além de pessoas sem vínculo institucional, da sociedade civil. A gerente da Divisão de Educação Ambiental, Leila Alberton, disse que as ações ajudam a reforçar as mensagens sobre a importância da preservação e o cuidado com o meio ambiente. “Queremos que essas mensagens sejam incorporadas ao dia a dia das pessoas”, afirmou. A lixeira ecológica, por exemplo – ou “lixocar”, como foi chamada –, recebeu um adesivo com o desenho da bacia hidrográfica. “Isso nos remete à ideia de território e pertencimento.” A Itaipu Binacional, o Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e o Programa Cidades Sustentáveis vão premiar as melhores práticas em sustentabilidade desenvolvidas pelos parceiros do programa Cultivando Água Boa (CAB). O “Prêmio Boas Práticas Sustentáveis da Bacia do Paraná 3” foi lançado em junho, numa solenidade realizada em Foz do Iguaçu. Poderão participar prefeituras, cooperativas, organizações não governamentais (ONGs), entre outras instituições parceiras. Ainda segundo Leila, a receptividade da população surpreendeu. “O adesivo só era colocado no carro se a pessoa aceitasse – e a gente percebeu uma grande aceitabilidade. Isso mostra que temos hoje uma consciência bem maior”, comentou. Outro destaque é o fortalecimento na região de uma rede de sustentabilidade, com o envolvimento de diferentes atores sociais. Esse trabalho foi reconhecido em março pela Organização das Nações Unidas (ONU), que escolheu o Programa Cultivando Água Boa (CAB) como a melhor política de gestão de recursos hídricos do planeta. “A proposta de ações coletivas reforça cada vez mais o compromisso da região com a sustentabilidade.” Além de Foz, participaram da ação Altônia, Cascavel, Céu Azul, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Matelândia, Mercedes, Missal, Mundo Novo, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Tereza do Oeste, Santa Terezinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo e Vera Cruz do Oeste. A metodologia da premiação foi apresentada durante a oficina “Inserção de Indicadores Básicos e Regionais do Programa Cidades Sustentáveis”, que reuniu representantes de 34 municípios da região Oeste do Paraná. Secco lembrou que o Cidades Sustentáveis já tem um prêmio nacional – no ano passado, o município Quatro Pontes, que faz parte da BP3, foi o vencedor na categoria Cidades Pequenas. A ideia agora é ter uma ação específica para a região. “Queremos fazer com que as boas práticas se consolidem e se tornem práticas definitivas”, adiantou. J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Planos de Metas 1º lugar: oficina de oito horas com profissional para elaborar o Plano de Metas como proposta para 2016 a 2020, com elaboração do documento final. 2º lugar: Oficina de oito horas com profissional para elaborar o Plano de Metas como proposta para 2016 a 2020, com orientação a uma pessoa para a elaboração do documento final. Gilmar Seco (segundo à esquerda): plataforma garante que a informação permaneça para as próximas gestões O concurso é dividido em duas categorias: Plano de Metas do Município (para prefeituras municipais) e Boas Práticas (para entidades sem fins lucrativos, entidades públicas, cooperativas, comunidades , agricultura familiar, assentados da reforma agrária, grupos de jovens organizados, associações, universidades e instituições de ensino de nível técnico). O gerente do Departamento de Interação Regional de Itaipu, Gilmar Seco, que coordena o Cidades Sustentáveis na empresa, explicou que os nomes dos vencedores serão divulgados durante o evento anual do CAB, em novembro. 26 As categorias N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 3º lugar: Oficina de oito horas com profissional para elaborar o Plano de Metas como proposta para 2016 a 2020. Boas Práticas 1º lugar: R$ 5 mil em materiais para potencialização da boa prática, uma visita à Itaipu Binacional e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes com transfer, entradas e almoço, além de troféu. Lideranças dos municípios da BP3: participação Treinamento Dos 34 municípios que participaram da reunião, 26 estão localizados na Bacia do Paraná 3 e 9 compõem a Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). Gilmar Secco disse que a meta é integrar ao Cidades Sustentáveis todos os 52 municípios da Amop, além de Mundo Novo (MS). Maiores dificuldades A coordenadora de indicadores do Programa Cidades Sustentáveis e da Rede Nossa São Paulo, Clara Meyer Cabral, disse que a maior dificuldade dos municípios não é a inserção de dados na ferramenta eletrônica, mas sim o levantamento das informações. “Porque, muitas vezes, as secretarias não colocam à disposição esses dados, ou têm dificuldade de fazer essa pesquisa. Acho que esse é o maior problema”, afirmou. maior dificuldade era recolher os dados das secretarias, para inserir na plataforma digital. É o caso de Quatro Pontes, premiado nacionalmente no ano passado. A coordenadora do programa no município, Rejane Dahmer, lembra que no começo a Para conhecer o regulamento do concurso, forma de inscrição e outros documentos para download, acesse: www.observatoriocab.org. br/documentos “Agora que a gente ganhou, estão todos empolgados em participar. Porque, na verdade, a sustentabilidade não é só meio ambiente. A sustentabilidade envolve todas as áreas [da administração]”. 2º lugar: R$ 3 mil em materiais para potencialização da boa prática, uma visita à Itaipu Binacional e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes com transfer, entradas e almoço, além de troféu. 3º lugar: R$ 1,5 mil em materiais para potencialização da boa prática, uma visita à Itaipu Binacional e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes com transfer, entradas e almoço, além de troféu. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 27 Nosso pedaço Dia do Índio: preservando tradições culturais Semana Indígena é comemorada anualmente com várias atividades nas aldeias indígenas da BP3; no Ocoy são 14 edições A cada ano, o programa Sustentabilidade de Comunidades Indígenas, que faz parte do Programa Cultivando Água Boa (CAB), realiza uma série de atividades para marcar a comemoração do Dia do Índio (19 de abril). No Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, já são 14 edições da festa; nos Tekoha Itamarã e Añetete, em Diamante do Oeste, 9 edições. As ações têm por objetivo melhorar a infraestrutura, fortalecer a diversidade cultural, estimular a formação de parcerias, a segurança alimentar e nutricional, entre outros. Neste ano, as comemorações no Ocoy começaram com a apresentação do novo portal da comunidade. A festa reuniu membros da comunidade indígena, alunos da rede pública e autoridades da região. Também houve a entrega das obras de reforma do centro de artesanato e nutrição, reforma do centro de apoio à piscicultura e apresentações culturais – como danças típicas e exposição de artesanato. Itamarã e Añetete acolhem a comunidade As comunidades Tekoha Itamarã e Tekoha Añetete, de Diamante do Oeste, abriram a 9ª Semana Cultural Indígena, em uma solenidade com apresentações culturais, exposições e vendas de artesanato. A família do xamã Guilherme, morto em abril, com idade estimada de 120 anos, fez uma cerimônia em homenagem ao líder espiritual e recebeu uma foto com a inscrição “Tañanemanduamemeke chamõi Guilhemore” – que na língua guarani significa “Lembraremos sempre do xamã Guilherme”. “A semana indígena é um momento de celebração, quando os índios acolhem a comunidade. Todos da aldeia se mobilizam na preparação das exposições, nas quais eles têm a oportunidade de apresentar os projetos que são desenvolvidos dentro das suas comunidades”, diz Marlene Curtis. A programação também contou com a caminhada da Natureza – Circuito Avá Guarani, que reuniu cerca de 350 pessoas entre estudantes, indígenas, escoteiros e comunidade de vários municípios da região. Em duas horas e meia, eles percorreram 8 quilômetros dentro do Tekohá Añetete. A gestora do Programa Sustentabilidade das Comunidades Indígenas de Itaipu, Marlene Curtis, destaca que o objetivo da semana é fortalecer a cultura guarani e dar oportunidade para que escolas não indígenas conheçam o sistema de educação da comunidade. “E também para desmistificar a ideia de que o índio é diferente. Diferente é a cultura. Uma das mensagens do xamã Guilherme, citada pelo cacique Daniel, é de que não devemos nos esquecer de que somos todos humanos.” 28 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 29 Mais peixes Liberado, cultivo de tilápia poderá incrementar a renda de pescadores e a economia da região Técnicos ambientais recebem treinamento sobre licenciamento de projetos aquícolas Os participantes também tiveram apresentação sobre piscicultura em viveiros escavados e em tanques-rede e qualidade da água A liberação, uma antiga reivindicação dos pescadores da região, também vai contribuir para o Brasil incrementar a produção de peixes Estevão Martins, líder dos pescadores: decisão histórica Na visita à Itaipu, uma parada no canal e lago da Piracema O Ministério da Pesca e Aquicultura liberou o cultivo da tilápia em tanques-rede nos braços do reservatório da Usina de Itaipu. A liberação, uma antiga reivindicação dos pescadores da região, foi anunciada em abril pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, em visita à Itaipu. Segundo Barbalho, a medida vai contribuir para o Brasil incremen- tar a produção de peixes. O País ocupa a 12ª colocação no ranking mundial, com uma produção anual de 475 mil toneladas. A importação chega a 411 mil toneladas. “Até 2020, queremos chegar a 2 milhões de toneladas de produção e estar entre os 5 maiores produtores mundiais”, afirmou o ministro. “Por isso estamos observando atentamente o que está sendo feito aqui na Itaipu”, completou. Hoje, são retiradas 1.300 toneladas de peixes de várias espécies do lago de Itaipu (pesca extrativista e cultivo), com destaque para o pacu, criado em cativeiro. Com a permissão do Ministério, a expectativa é produzir 100 mil toneladas de tilápias em tanques-rede. Para o presidente da Associação dos Pescadores e Piscicultores de Foz do Iguaçu, Estevão Martins, a “decisão é histórica”. Ele usa como referência o cultivo de pacu para ilustrar os ganhos financeiros com a tilápia. Considerando a produção de 60 tanques-rede (que podem ser manejados por apenas um aquicultor), o pescador obtém uma renda de aproximadamente R$ 1,2 mil por mês. Com a tilápia, é possível obter ganhos mensais de R$ 4 mil a R$ 5 mil. “Isso apenas entregando a carne para o frigorífico, sem nenhum valor agregado”, afirmou Martins. A intenção dos pescadores é manter as duas espécies – pacu e tilápia - em produção. A tilápia é um peixe com uma excelente taxa de conversão. Com um quilo de ração, se produz um quilo de carne, diferentemente do pacu que tem uma taxa de 1 para 400 gramas. Outra vantagem da tilápia está no rápido crescimento do pei- Hoje o pescador obtém uma renda de aproximadamente Com a tilápia, é possível obter ganhos mensais de até R$ 1,2 mil R$ 5 mil por mês por mês xe, permitindo duas “safras” anuais, contra apenas uma do pacu. Além disso, a tilápia é mais conhecida e aceita pelos consumidores. Itaipu é uma reivindicação dos pescadores da região. Em março do ano passado, os pescadores que utilizam o reservatório da hidrelétrica entregaram ao Ministério da Pesca e Aquicultura um abaixo -assinado, com aproximadamente 1.800 assinaturas, pedindo a liberação do cultivo da espécie. Ainda em Foz do Iguaçu, o ministro Helder Barbalho e o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, assinaram um acordo de cooperação técnica que prevê o licenciamento de novos parques aquícolas no reservatório, o apoio à aquicultura, o desenvolvimento de novas tecnologias e o intercâmbio de experiências. “O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de pescado do mundo e a Itaipu vem trabalhando para que o País alcance esse patamar”, afirmou Samek. Durante a solenidade, também foram entregues títulos de áreas de parques aquícolas licenciados no reservatório. O título permite ao pescador exercer a atividade aquícola em uma determinada área por 20 anos e é intransferível. Persistência O cultivo da tilápia no Lago de A liberação tinha parecer favorável do Ibama, mas ainda havia restrições no Ministério do Meio Ambiente. Também há restrições no acordo entre Brasil e Paraguai, que proíbe o cultivo de espécies tidas como exóticas no reservatório. Por isso, a permissão atual se restringe aos braços de água no lado brasileiro do Rio Paraná. Jorge Samek, diretor-geral brasileiro de Itaipu J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Técnicos ambientais da Bacia do Paraná 3 (BP3), da Emater e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) participaram, em junho, de um treinamento sobre licenciamento ambiental de projetos aquícolas. Realizado no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), o treinamento foi promovido pelo do Programa Cultivando Água Boa (CAB), Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e Ministério da Pesca e Aquicultura. A primeira palestra foi feita por Marlene Costa Souza Carvalho, da Superintendência de Obras e Desenvolvimento, que falou sobre “Licen- ciamento ambiental – conceitos”. Os participantes também tiveram apresentação sobre piscicultura em viveiros escavados e em tanques -rede, qualidade da água, regularização e licenciamento para a aquicultura em águas da União. Além das palestras, houve uma visita a projetos desenvolvidos na região. Monitoramento das condições ambientais do reservatório comprova que a tilápia não causa nenhum impacto ambiental. “O reservatório é uma verdadeira fazenda. Acreditamos que com a liberação do cultivo de tilápia, esse modelo de produção pode ser replicado em outras hidrelétricas”, disse Samek. O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de pescado do mundo e a Itaipu vem trabalhando para que o País alcance esse patamar 30 Marlene Carvalho falou sobre licenciamento ambiental Treinamento no RBV J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 31 Mais peixes cuidado Nova tecnologia deve impulsionar produção de peixe no Brasil Campanhas de limpeza retiram 91 toneladas de lixo do Lago de Itaipu Uso de galpões fechados é um processo mais acessível e com baixo custo, além de ser sustentável A utilização de galpões fechados na aquicultura poderá representar um futuro mais rentável para a produção de peixe no Oeste do Paraná e, por consequência, para o restante do Brasil. A metodologia já é usada em países como Chile e Estados Unidos e também em estados com o Rio Grande do Sul com eficiência e sustentabilidade. O tema foi apresentado pelo consultor Sergio Zimmermann, que proferiu a palestra magna do Workshop Aquatecnologia 2015, realizado de 26 a 28 de agosto, no Parque Tecnológico Itaipu, com o objetivo de discutir o emprego de ferramentas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável da cadeia aquícola, especialmente na Bacia do Paraná 3 (BP3). O sistema de galpões fechados é o mesmo utilizado por avicultores em locais de produção de aves. Na aquicultura, no entanto, os peixes não necessitam de antibióticos, nem de energia para aquecimento, tornan- vel, com aumento da renda sem prejudicar o meio ambiente. Para ele, a região conta com a infraestrutura necessária para a implantação do sistema. “Falta apenas a consciência para os produtores locais para saber que o investimento inicial é maior mas os retornos são positivos”. Outro beneficio do método é o baixo uso da mão de obra. Enquanto na aquicultura em águas públicas é preciso de ao menos três pessoas para retirar os peixes dos tanques-rede, o novo sistema necessita apenas de uma pessoa, sem precisar tocar nos peixes. Zimmermann: futuro da tilapicultura no mundo do o processo mais acessível e com baixo custo. “A aquicultura tem nas mãos possibilidades muito melhores que os avicultores. Acreditamos que essa seja o futuro da tilapicultura no mundo”, disse o consultor. O cultivo de peixes exóticos em águas públicas é proibido no Rio Grande do Sul, assim como era na Bacia do Paraná 3. Porém através da aquicultura em galpões, as fazendas são licenciadas para cultivar espécies, como a tilápia. “Ela [tilapicultura] não provoca impactos ambientais, e também usa áreas baratas, que na maioria das vezes não são produtivas”. De acordo com Zimmermann, a aplicação no Oeste do Paraná é viá- almente, o produto é exportado para países como a Turquia e Noruega. Liberação Em abril, o Ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, anunciou em Itaipu a liberação do cultivo da tilápia em tanques-rede nos braços do reservatório, onde só era permitido cultivar espécies nativas do Rio Paraná. Com a liberação, a expectativa é que até 2020 a produção pesqueira anual chegue a 2 milhões de toneladas. Atualmente, com a produção é de 475 mil toneladas, o Brasil é o 12ª maior produtor do mundo. Reutilização das águas Nos Estados Unidos, os produtores começaram a utilizar as águas dos tanques em outros processos. Na hidroponia, a água é reutilizada no cultivo de verduras em estufas. Hoje, aquele país é referência mundial na produção de maracujá orgânico, que usa os nutrientes da água e não utiliza produtos químicos nas plantas. Atu- A liberação do cultivo da tilápia vai trazer ganhos financeiros maiores. A produção de 60 tanques-rede representa ao pescador uma renda de aproximadamente R$ 1.200 por mês, com o pacu. Com a tilápia, nesse mesmo número de tanques -redes, a renda aumenta para R$ 4 mil a R$ 5 mil de ganhos mensais. Volume se refere a trabalho realizado entre julho de 2014 e julho de 2015 Em pouco mais de um ano, de julho de 2014 a julho de 2015, foram retiradas da faixa de proteção e das margens do Lago de Itaipu 91 toneladas de lixo. Neste período, foram realizadas três campanhas, coordenadas pela Divisão de Reservatório e pela Divisão de Educação Ambiental de Itaipu. Cada campanha teve em média dez mutirões de limpeza e mobilizou 353, 368 e 423 pescadores da região, respectivamente. O trabalho envolveu colônias e associações de pescadores e técnicos de 11 municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3), área atendida pelo Programa Cultivando Água Boa (CAB): Foz do Iguaçu, Santa Terezinha, São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Santa Helena, Entre Rios do Oeste, Pato Bragado, Marechal Candido Rondon, Mercedes, Missal e Guaíra. A maior parte do lixo retirado do reservatório – cerca de 75% do total – era de material reciclável, especialmente garrafas pet, sacos plásticos e latas de alumínio. Também chamou a atenção a quantidade de vasilhames de agrotóxicos recolhidos nas três campanhas: 516 unidades, totalizando quase meia tonelada. Todo esse material, que representa um forte risco de contaminação, foi encaminhado para a Associação dos Comerciantes de Agroquímicos da Costa Oeste, em Santa Terezinha de Itaipu, A limpeza envolveu colônias e associações de pescadores e técnicos de 11 municípios para o descarte correto. Os coordenadores do trabalho, Vilmar Bolzon e Alderico Coltro, explicaram que o objetivo das campanhas é valorizar o pescador como agente ambiental e sensibilizar a comunidade para a importância das ações de preservação. “Queremos mostrar para a sociedade que [o reservatório] precisa ser melhor preservado e essa é uma responsabilidade de todos. Mas, quem de fato está à frente deste trabalho, é o pescador profissional, que é nosso principal agente ambiental”, afirmou Bolzon. Segundo ele, as campanhas de limpeza vão prosseguir por mais um ano, até julho de 2016, quando será feito um novo balanço das atividades e uma avaliação sobre continuidade do projeto. Serão mais duas campanhas: a primeira de novembro a fevereiro, que corresponde ao período da piracema; e outra em junho e julho de 2016. “O fato positivo é que essa atividade [de limpeza] já está começando a fazer parte da rotina dos pescadores, independentemente das campanhas. Ao se deparar com o lixo, eles estão colocando o material na embarcação, para tirar do lago”, completou Bolzon. Pescadores se reúnem para avaliar e melhorar ações com a Itaipu As divisões de Educação Ambiental e de Reservatório promoveram um encontro com os presidentes e diretores das colônias de pescadores que atuam na Bacia do Paraná 3 (BP3), em agosto. Os pescadores participaram de conversas sobre liderança nas comunidades e trocaram experiências com uma comitiva da usina de Tucuruí, no Pará. Encontros como esse acontecem desde 2013. As atividades são desenvolvidas com o objetivo de avaliar os resultados e dar continuidade aos projetos nas colônias de pescadores. “Vamos traçar um caminho junto aos grupos de pescadores para melhorar as colônias da região”, disse a gerente da Educação Ambiental, Leila de Fatima Alberton. Balanço sais nas colônias. Temos um diálogo muito positivo com os programas da usina”, disse o pescador. 91 toneladas Os próximos encontros serão nas colônias com os pescadores. Serão desenvolvidas oficinas para apresentar aos participantes leis e normas sobre sustentabilidade. “Assim todos começam a atuar com mais compromisso e a parceria se torna mais efetiva”, disse Leila. de lixo foram retiradas do lago de Itaipu 1.444 pescadores da região participaram das atividades Representantes da unidade de conservação do lago Tucuruí apresentaram os projetos dos parques aquícolas da região de abrangência da usina, no Pará. Segundo a gerente de conservação, Mariana Bogea, as experiências aprendidas na Itaipu serão levadas para Tucuruí. “Nós conhecemos os parques aquícolas da região de Itaipu e queremos ver se a realidade do lago de Tucuruí é compatível.” 75% do total de lixo retirado era material reciclável 516 O presidente da colônia Nossa Senhora dos Navegantes, de Santa Helena, Lírio Hoffmann, avaliou o encontro como positivo. “Além de promover encontros, a Itaipu participa efetivamente das reuniões men- vasilhames de agrotóxico foram retirados Mariana Bogea apresenta os projetos dos parques aquícolas da usina de Tucuruí A maior parte do lixo retirado do reservatório é reciclável, especialmente garrafas pet, plástico e alumínio 32 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 33 Contribuição Agricultura “Agronomia e CAB defendem a preservação dos mesmos princípios: a água”, diz Samek Itaipu e PTI lançam sistema on-line para aperfeiçoar plantio direto Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, a produção sustentável é uma exigência que deve ser atendida Ferramenta possibilita calcular Índice de Qualidade do Plantio (IQP) de cada propriedade rural Uma ferramenta on-line desenvolvida pelo Centro Internacional de Hidroinformática (CIH) – instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) – pode se tornar uma grande aliada no desenvolvimento do plantio direto na palha. A técnica agrícola, que surgiu no Paraná na década de 1970, é um dos pilares para a conservação do solo. O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, foi palestrante no Congresso Brasileiro de Agronomia – Desafios e Oportunidades Profissionais. Samek, que é engenheiro agrônomo, afirmou que a agronomia deu uma grande contribuição para o meio ambiente nos últimos anos, assim como algumas ações de Itaipu. A afirmação foi feita em sua conferência “As fases e o futuro da Agronomia no Brasil – Uma experiência pessoal”. regras do mercado e uma necessidade de produção sustentável, pensando sempre na manutenção de um sistema sólido, eficaz, cada vez mais produtivo e ambientalmente correto. O diretor também falou da responsabilidade de Itaipu nesse processo e citou o programa Cultivando Água Boa (CAB). “Sem água não temos agricultura, energia, nada. Por isso, temos que cuidar e fazer bom uso desse bem tão precioso”. Samek disse que a agronomia moderna teve de se adaptar e evoluir às Samek fez o relato sobre a criação e atuação do CAB e também relatou Samek: agronomia e CAB têm mesmos princípios e a água como base 34 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal sua história de vida e o crescimento do Oeste do Paraná, cuja pujança tem como grande responsável o agronegócio. Para isso, citou o recém-lançado livro assinado com os dez novos integrantes da Plataforma Líderes Sustentáveis. “Lembro muito bem dos primeiros insights que tive para a importância do tema da sustentabilidade. Devo esse despertar ao oceanógrafo francês Jaques Costeau e ao grande ecologista brasileiro José Lutzenberger”, disse. “Em 1977, eu estava concluindo o curso de Engenharia Agronômica, na Universidade Federal do Paraná, quando Costeau fez um seminário em evento sobre meio ambiente na cidade de Curitiba. Suas ideias a respeito de preservação ambiental foram especialmente inspiradoras para mim. E me marcaram tanto quanto as de Lutzenberger, que conheci logo depois”, contou. E emendou: “À época, havia um incipiente debate sobre a degradação ambiental no Estado do Paraná. Falava-se sobre o avanço do desmatamento provocado pela expansão agrícola, que ameaçava destruir os solos mais férteis do Estado, além do problema do uso indiscriminado de agrotóxicos. Lutzenberger propunha um novo modelo num tempo em que sustentabilidade ainda não era assunto nas escolas de Agronomia. Por causa de Costeau e Lutzemberger, e das reflexões que me proporcionaram suas teses, o respeito pelo meio ambiente passou a ser a minha bandeira em todos os cargos públicos que ocupei, assim como as preocupações com a inclusão social e a geração de renda. Cheguei à Itaipu comprometido com estes valores”. A Plataforma Web – Sistema Plantio Direto foi lançada oficialmente em Cascavel, durante a 4ª Reunião Paranaense de Ciência do Solo. O produto integra um convênio firmado entre a Itaipu Binacional, a Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI). Com o sistema, é possível calcular o Índice de Qualidade do Plantio (IQP) de cada propriedade rural registrada, com base em um cadastro e parâmetros de qualidade de manejo do solo. Um dos destaques é a visualização geográfica das informações em um mapa interativo. Internacional dos Solos e representa uma oportunidade para ampliar as discussões sobre questões relacionadas ao solo, conforme lembrou o coordenador da unidade de projetos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na Região Sul, Carlos Biasi. Público atento no lançamento da plataforma “É uma feliz coincidência. Há um esforço dos pesquisadores, estudiosos e extensionistas no sentido de buscar soluções para revertermos o quadro erosivo dos nossos solos e aumentarmos a fertilidade para produzirmos alimentos com segurança”, disse Biasi. De acordo com o gerente do CIH, Rafael Gonzalez, a plataforma é um meio para gerenciar dados e informações coletadas em campo. “A ferramenta nos permite entender o processo de conservação de solos e aplicar uma metodologia, que neste caso foi o índice de qualidade participativo, em uma tecnologia”, ressalta. amento da técnica agrícola, que é apoiada e divulgada pela hidrelétrica desde 1997. “É um grande avanço porque serve tanto para agricultores como para técnicos e extensionistas verificarem como está o processo de plantio direto naquela propriedade As informações relacionadas à e o que pode ser feito para melho- plataforma e formas de acesso esrar”, afirmou. tão disponíveis no endereço www. plantiodireto.org. O consultor da Diretoria Geral Brasileira da Itaipu Binacional, João José Passini, destaca a importância dessa tecnologia para o aperfeiço- Ano dos Solos A plataforma foi lançada no ano Diversidade que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou como o Ano Promovida pelo núcleo estadual da Sociedade Brasileira da Ciência do Solo, a 4ª Reunião Paranaense de Ciência do Solo reuniu mais de 750 participantes, entre profissionais e estudantes. O evento foi organizado localmente pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em parceria com universidades e institutos da região. Segundo Mônica Sarolli, professora da Unioeste e responsável pela coordenação do evento, uma das metas do encontro foi buscar por soluções frente aos desafios existentes nos diferentes tipos de agricultura do Estado. “Como permeia todas as realidades, o evento permite que o público tenha acesso a informações de tudo o que está acontecendo nos solos do Paraná. Temos produtores familiares, com pequena quantidade de área para cultivar, e grandes produtores, socializando e convivendo no mesmo espaço.” Participantes do Congresso Brasileiro de Agronomia: relato de experiências N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 35 Formação Diretrizes Desenvolvimento CAB vai ajudar a localizar experiências inovadoras em educação em todo país Itaipu chega aos 41 anos com atividades renovadas Ações farão parte da formulação de diretrizes para políticas públicas de educação para escolas de todo o País Feira de Sabores, Saberes e Sementes Eventos reúnem agricultores da BP3 Foram debatidos temas como políticas de abastecimento e a política nacional de agroecologia e agricultura orgânica Mais de 1.400 pessoas participaram do 9º Encontro Ampliado da Rede EcoVida de Agroecologia (EARE) e o 7º Encontro Regional de Agroecologia (ERA). Os eventos foram realizados em abril, em Marechal Cândido Rondon, com apoio do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável do Cultivando Água Boa. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, participou como palestrante e moderador do Seminário Agrobiodiversidade, Agrotóxicos e Saúde Pública. Também participaram Saint-Clair Honorato Santos, procurador de justiça do Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná; André Campos Búrigo, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva; e André Emílio Jantara, da Associação Agricultura Familiar e Agroecologia. Durante os dois dias do evento ocorreram oficinas temáticas, plenárias, apresentações culturais e a Feira de Sabores, Saberes e Sementes. Foram debatidos temas como políticas de abastecimento, mercados locais e a política nacional de agroecologia e agricultura orgânica. O Encontro Rede Ecovida ocorre a cada dois anos, alternando os estados onde a Rede atua: São 36 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O ERA também é bianual. A Rede Ecovida de Agroecologia é uma organização que objetiva desenvolver e multiplicar as iniciativas em agroecologia e realizar a certificação participativa através de um sistema solidário de geração de credibilidade dos produtos ecológicos. Reúne aproximadamente 3.600 agricultores em 28 núcleos regionais no Sul do Brasil. A Rede compõe o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg). Suas ações congregam cerca de 300 grupos de famílias agricultoras, 25 ONGs e 10 cooperativas de consumidores. Em toda a área de atuação da Rede Ecovida, são realizadas mais de 200 feiras livres ecológicas. O Programa de Educação Ambiental de Itaipu foi uma das iniciativas escolhidas pelo Ministério da Educação (MEC) para integrar um grupo de trabalho que tem como objetivo identificar experiências de sucesso em inovação e criatividade na educação básica em todo o Brasil. Esta é a primeira vez que a empresa é convidada a participar da formulação de diretrizes para políticas públicas de educação que serão aplicadas em escolas de todo o País. O superintendente de Meio Ambiente, Jair Kotz, e a gerente do Departamento de Proteção Ambiental da Itaipu, Silvana Vitorassi, representaram a binacional na primeira reunião do Grupo de Trabalho Inovação, realizada em junho, composto por educadores de referência nacional e coordenado pela assessora especial do MEC, a socióloga Helena Singer. madoras do Programa de Educação Ambiental da Itaipu chamaram a atenção do MEC, por isso fomos convidados a apoiar esse trabalho, contribuindo na construção filosófica e técnica e ajudando a mapear outras experiências de sucesso na região Sul”, disse Silvana. “Além disso, poderemos compartilhar os projetos que desenvolvemos na Bacia do Paraná 3 e apoiar sua implantação em outras cidades do Brasil.” O objetivo do MEC é criar um portal para reunir e divulgar experiências em inovação na educação praticadas por escolas, universidades, centros de pesquisa e organizações. Também serão criados indicadores que mensurem os resultados dessas experiências, incentivando sua adoção em outras escolas. Para Helena Singer, “é importante criar novas experiências em educação, fortalecendo a reprodução das que já existem”. Experiências inovadoras Para caracterizar o que é uma experiência inovadora em educação – e orientar as pesquisas –, Helena Singer aponta critérios. Um deles é a utilização de novas tecnologias. “A escola tem de ter perspectivas que reconheçam os estudantes como autores, não simplesmente usuários, mas produtores de cultura e conhecimento”, afirma a socióloga. Outros critérios para definir inovação nas ações educativas são o desenvolvimento integral, que inclui os aspectos ético, afetivo, social e cultural; a associação do direito de aprender à garantia dos direitos básicos; a mediação de conflitos pelas próprias instituições escolares, com ambiente acolhedor, solidário e educativo, e a produção de cultura em seus territórios, por meio de atividades e eventos que envolvam a comunidade. “As ações inovadoras e transfor- A escola tem de ter perspectivas que reconheçam os estudantes como autores, não simplesmente usuários, mas produtores de cultura e conhecimento Para muitas empresas, chegar aos 41 anos de idade significa mergulhar em um processo de envelhecimento contínuo – isso se a companhia já não desapareceu muito tempo antes. No caso de Itaipu, criada há mais de quatro décadas, o que ocorre é exatamente ao contrário. “E por que Itaipu não envelhece?”, indagou o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, nesta no evento Itaipu Sustentável: Sistema de Gestão de Sustentabilidade no Mês do Meio Ambiente. “Não envelhece porque está sintonizada com aquilo que o mundo tem discutido, tem feito e deseja”, respondeu o próprio Samek. E concluiu: “Talvez a fonte mais forte da vitalidade e do reconhecimento de Itaipu seja exatamente [a empresa] estar à frente do seu tempo”. O evento, no Cineteatro dos Barrageiros, reuniu empregados de ambas as margens, diretores e boa parte do corpo gerencial da empresa. Também houve transmissão ao vivo, por videoconferência, para Curitiba e Assunção. A abertura foi feita pelo chefe Samek diz que após 42 anos da assinatura do tratado e 41 da criação da empresa, Itaipu mantém vitalidade da Assessoria de Planejamento Empresarial, Daniel de Andrade Ribeiro, que coordena – ao lado do colega paraguaio Pedro Arturo Piccardo – o grupo criado para a implantação do SGS binacional. Também falaram o diretor-geral paraguaio, James Spalding; o diretor técnico executivo, Aírton Helena Singer, socióloga O processo de certificação das propriedades assessoradas pela Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) é feito prioritariamente pela Rede Ecovida de Agroecologia, por se tratar de um processo participativo, com baixo custo ao agricultor, e por garantir a integração entre os agricultores e os consumidores. Na região oeste do Paraná, a certificação pela Rede Ecovida é gerida pelo Centro de Apoio ao pequeno Agricultor (Capa). Ita i pu Bi na c i onal Para Samek, “a fonte da vitalidade de Itaipu é estar à frente de seu tempo” Dipp; e os diretores de Coordenação, Nelton Friedrich (Brasil) e Pedro Domaniczky (Paraguai). A diretora financeira executiva, Margaret Groff, e o diretor jurídico, Cézar Eduardo Ziliotto, acompanharam as apresentações. No final, houve a projeção do vídeo “O drama silencioso da fotografia”, um ted talk (conferência) com o fotógrafo Sebastião Salgado, gravado nos Estados Unidos, sobre a sua trajetória pessoal, profissional e a criação do Instituto Terra. No vídeo, com legendas em português e espanhol, Salgado diz como ele e sua mulher, Lélia Deluiz Wanick Salgado, viabilizaram a recuperação florestal de uma grande área em Minas Gerais, antiga fazenda da família. Teoria e prática Mudas de árvores nativas e plantas medicinais para levar para casa N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Friedrich citou alguns dos avanços que o País alcançou nos últimos anos, como a redução do ritmo de desmatamento da Amazônia em 80%, e os programas socioambientais de Itaipu – especialmente o Cultivando Água Boa (CAB), reconhecido pela Organi- zação das Nações Unidas (ONU) como a melhor prática de gestão das águas do planeta. “Mais que uma reflexão, esse é o momento de reconhecimento dos avanços que obtivemos. É um discurso com prática”, defendeu Friedrich. Ele ainda lembrou que Brasil e Paraguai, ao criarem Itaipu, conceberam construir a maior área protegida do planeta. “Cada vez que recupera uma nascente, você multiplica por três a sua produção de água.” Airton Dipp comentou que a participação no Congresso Mundial de Hidreletricidade em Pequim, na China, em maio, ao lado do diretor José Maria Sanchez Tilleria. Segundo ele, em todas as apresentações do congresso foram abordados dois temas que têm relação direta com Itaipu: a construção de empreendimentos de energia por países vizinhos e o desenvolvimento regional sustentável. “Isso mostra que Itaipu está na vanguarda daquilo que o mundo está perseguindo”, afirmou. James Spalding lembrou a visita à Itaipu do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, em fevereiro, e o reconhecimento da empresa como exemplo mundial das melhores práticas de sustentabilidade. “Essa empresa trabalha para ser exemplo, quer mostrar para o mundo, desde o início de sua existência, que dois países ou vários podem fazer coisas em comum, simultaneamente, para o desenvolvimento da sua gente, para a melhoria de vida da nossa população”, completou Samek. Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, “sustentabilidade é mais que uma ação pontual ou realizada em um determinado momento”. “É uma compreensão nova, uma nova maneira de viver, conviver, de sentir, de produzir, de consumir. É um novo conceito do ponto de vista de respeito às pessoas, às diferenças, ao meio ambiente. É um processo que está em discussão em todo o mundo. E nós, de novo, estamos na vanguarda desse processo”, concluiu. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 37 lição em casa Rumo a 2020 Itaipu discute plano de ação para garantir desenvolvimento e sustentabilidade CAB foi tema de uma das oficinas de revisão do Planejamento Empresarial O Programa Cultivando Água Boa foi tema do 10º Ciclo de Oficinas da Revisão Tática e Operacional do Planejamento Empresarial de Itaipu. A oficina do CAB, assim como as demais, tem como objetivo obter um Plano de Ação para o período 2015 a 2020, que possibilite à Itaipu tornar suas atividades mais eficientes e sustentáveis. Antes do início da oficina do CAB, o grupo de gestores fez uma visita técnica à BP3, para obter mais subsídios para as discussões. Eles foram até à microbacia do Rio Bonito, em Santa Terezinha do Itaipu, para observar o corredor da biodiversidade, adequação de estradas, conservação de solo e abastecedores comunitários. Em seguida, visitaram a propriedade do agricultor Luiz Arruda, que trabalha com agricultura familiar e orgânica, em São Miguel do Iguaçu. O grupo também visitou a aldeia indígena Tekoha Ocoy, para conhecer a sustentabilidade dos povos indígenas. O roteiro incluiu o Barracão do Coleta Solidária, em Foz. Logo após as visitas, foram feitas apresentações. O superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz, fez uma explanação sobre o programa. O diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich, acompanhou parte dos trabalhos coordenados pelo superintendente de Planejamento Estratégico, Daniel Ribeiro, e mediado pelo consultor Sérgio Cordioli. Plano O Plano de Ação leva em consideração as seguintes premissas: aperfeiçoar o que já é bem feito, com recursos pré-definidos; apri- Participantes visitam microbacia na região do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, em São Miguel do Iguaçu Gilmar Secco, gerente do Departamento de Interação Regional, fala sobre ações em Santa Terezinha de Itaipu moramento da gestão; eficiência nos gastos; busca de recursos de terceiros; e fazer mais com menos. Até 2020, a Itaipu Binacional, conforme prevê a visão da empresa, deverá se consolidar como a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional. Essa tem sido uma construção permanente iniciada em 2003, quando a Itaipu ampliou sua missão. Os novos compromissos se traduzem em ações que fazem da hidrelétrica um modelo para novos projetos do setor elétrico e reafirmam o papel importante das hidrelétricas na geração de energia limpa e renovável. Uma mostra de que a hidroeletricidade pode caminhar no mesmo passo da inclusão social e da preservação da natureza. O CAB lidera 20 programas que abrangem os 29 municípios da BP3, área conectada com o reservatório da usina. São iniciativas voltadas à educação ambiental, à recuperação de passivos sociais e ambientais em cada comunidade e microbacia, e a adoção de meios de produção e consumo mais sustentáveis. Direcionadores Gestores da Itaipu fazem visita técnica à BP3 para ajudar a obter mais subsídios às discussões 38 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal Foram delimitados seis direcionadores para orientar a discussão nas Oficinas de Planejamento: priorizar ações para efetivação dos Planos Municipais de Saneamento Básico da Região da Amop; elaboração e implementação do Plano de Resíduos da Itaipu da margem esquerda e da direita; fomentar a disseminação dos conceitos do CAB além da região da BP3; internalizar na empresa os conceitos e práticas do programa; a elaboração e a implementação da Política de Gestão Socioambiental; e a elaboração de plano de aproveitamento turístico do reservatório e áreas de influência (incluindo as prainhas e faixas de proteção). A partir destes direcionadores foi estabelecido o Cenário Desejado. Durante a oficina, as propostas de ações para o Cenário Desejado foram debatidas em cinco grupos e incluíram representantes de diferentes áreas da empresa. Cenário Desejado O que se espera como Cenário Desejado para os próximos quatro anos é consolidar o desenvolvimento territorial sustentável da Bacia do Paraná3 com a integração da comunidade; apoiar a implementação dos quatro eixos (abastecimento de água, esgoto, resíduos e drenagem) dos planos municipais de saneamento dos municípios da BP3 e da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop); consolidar a política socioambiental da Itaipu; apoiar a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nos 29 municípios da BP3 e, possivelmente, estendê-los para os 52 municípios da Amop; trabalhar a gestão corporativa integrada; e ter a Itaipu reconhecida como liderança mundial em sustentabilidade. Os projetos selecionados e autorizados pela Diretoria serão trabalhados segundo os conceitos estabelecidos pelo Escritório de Projetos Corporativos da Itaipu Binacional. Eles serão monitorados periodicamente, para a verificação do seu andamento. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Funcionários da Itaipu visitam ações socioambientais na BP3 Objetivo é propor uma reflexão sobre responsabilidade socioambiental por meio da observação do trabalho realizado A Itaipu vem promovendo visitas a projetos do Cultivando Água Boa em municípios da Bacia do Paraná 3 (BP3). A iniciativa é organizada pelas Divisões de Educação Ambiental e de Desenvolvimento de Recursos Humanos. Na primeira visita, em abril, 30 funcionários de diversas áreas da usina participaram da iniciativa. Ao longo de um dia inteiro, eles puderam ver de perto como é o trabalho de coleta seletiva e reciclagem em Santa Terezinha de Itaipu, o Corredor de Biodiversidade Santa Maria, as ações de conservação em uma microbacia hidrográfica recuperada, agricultura orgânica, plantas medicinais e o bosque Trilha Ecológica Tupã-Mbae, área de conservação ambiental que é resultado de uma iniciativa de um grupo de Medianeira que participa do processo de Formação de Educadores Ambientais (FEA). A visita retoma uma iniciativa que havia sido promovida em 2011 quando, em 4 etapas, cerca de 120 empregados visitaram os projetos do CAB. “A ideia é despertar uma reflexão sobre a responsabilidade socioambiental entre os empregados. Se eles puderem vivenciar in loco as ações da Itaipu, poderão incorporar mais facilmente os valores da missão institucional da empresa. O resultaN º 28 Set emb ro 2 0 1 5 do dessas visitas costuma ser bastante positivo”, afirma Rodrigo Cupelli, da Divisão de Educação Ambiental. As opiniões dos que participaram confirmam que o resultado é mesmo positivo. “O que Itaipu faz na área social é extraordinário. Chama a atenção o envolvimento e a satisfação de quem participa das ações e isso muda nossa visão”, garante Calixto Avelino Júnior. Rômulo Ortiz Farias, da área de Serviços Gerais, está na empresa há 10 anos e ainda não havia tido a oportunidade de conhecer pessoalmente os projetos socioambientais desenvolvidos pela Itaipu na região. “É gratificante ver o trabalho que a Itaipu está promovendo, entender como são as parcerias com as prefeituras e agricultores e ver que as pessoas estão se conscientizando”, conta Rômulo. “Até na escola perguntaram para o meu filho se tudo que falam que a Itaipu faz é realmente verdade, e eu costumo explicar para ele, que repassa para os amigos e colegas. Agora, a gente tem mais informações”, completa. O caso de João Menezes é semelhante. Prestes a se aposentar, ele ainda não conhecia os projetos de perto. Ele fez um balanço bastante positivo da visita. “Já fazia ideia das ações, até mesmo porque no mestrado em energias renováveis li a respeito”, explica. “Mas pessoalmente é diferente. Acho que isso deveria ser mais frequente e, inclusive, abrir para os colegas colaborarem como voluntários nos projetos.” Menezes ressaltou também que é uma boa oportunidade para ver como outros municípios da região estão mais avançados do que Foz do Iguaçu em relação à sustentabilidade. E cita o exemplo de Santa Terezinha de Itaipu, que tem coleta seletiva em toda a área do município e já recolhe 70% do lixo reciclável. Ali, catador já não “cata” mais. Trabalha exclusivamente na triagem e enfardamento dos materiais. Apenas ler sobre os projetos não é suficiente para conhecê-los bem, na opinião de Erika Davies. “A gente não tem ideia do impacto na sociedade. Só quando tem essa vivência é que pode ver a grandeza do projeto”, diz. “Recomendo que outros colegas participem das próximas visitas.” Embalagem de ervas medicinais e condimentares Visita à propriedade com plantio orgânico na região da BP3 (acima e abaixo) “Nessas visitas, temos a oportunidade de apresentar o importante trabalho de responsabilidade socioambiental e conhecermos, na prática, as ações e políticas públicas que geram desenvolvimento sustentável para esse pedaço do planeta”, disse Rodrigo Cupelli. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 39 Energia sustentável intercâmbio trabalho conjunto Fórum na ONU termina com compromisso de governos Itaipu participa de eventos para discutir estratégias de educação ambiental Combate à escassez de energia nas áreas mais pobres do mundo é um dos objetivos firmados por lideranças mundiais Discussões para a construção de uma educação ambiental crítica marcaram os eventos, realizados em Guarapuava A replicação do CAB foi um dos tópicos abordados por Friedrich CAB é principal destaque em seminário no México Nelton Friedrich falou sobre a metodologia participativa do CAB e a replicação do programa Samek ao lado de Spalding, que apresentou as atividades de preservação e conservação realizadas em Itaipu O 2º Fórum Energia Sustentável para Todos, realizado em maio, em Nova York (EUA), foi marcado pelos compromissos das lideranças em combater a escassez de energia nas áreas mais pobres do mundo e na mitigação dos problemas provocados pelas mudanças climáticas. A série de medidas adotadas pela Itaipu na área de abrangência da empresa no Brasil e no Paraguai foram elogiadas pelo secretáriogeral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, durante sua passagem pela usina, em fevereiro deste ano. Na entrega do prêmio ONU-Água ao Cultivando Água Boa, em Nova York, Ban Ki-Moon, por meio de uma porta-voz, disse que o “CAB pode transformar a vida de milhares de pessoas”. Ban Ki-Moon, anfitrião do fórum na sede da ONU, disse que pela sua importância, a Itaipu tem papel de liderança no desafio de melhorar as condições socioambientais do planeta e de ajudar a milhões de pessoas que ainda não têm acesso à energia elétrica. 40 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a De acordo com a ONU, é necessário um investimento da ordem de US$ 1,2 trilhão (ou R$ 3,6 trilhões) para o alcance de três metas até 2030 – os dados são do Banco Mundial. São elas: acesso universal para serviços modernos de energia, dobrar a taxa de melhoria de eficiência energética e a duplicação das cotas de energias renováveis no pacote energético global. Itaipu participou dos debates do fórum representadas pelos direto- res-gerais Jorge Samek (brasileiro) e James Spalding (paraguaio). Ao lado de Samek, Spalding falou no painel “O futuro da energia: uma agenda global”. O fórum reuniu representantes de mais de 80 países, de pessoas ligadas aos governos, setores de energia e meio ambiente. Spalding apresentou as atividades de preservação e conservação de reservas e refúgios de Itaipu, em ambas as margens, e mostrou dados dos projetos Paraguai Biodiversidade e Cultivando Água Boa, no Brasil. O Programa Cultivando Água Boa foi tema da palestra magna do 2º Encontro Iberoamericano de Educação e Cultura da Água “Justiça Hídrica e Participação Social”, realizado no México, em junho. A palestra foi proferida pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. O encontro foi organizado pelo Instituto Mexicano de Tecnologia da Água (IMTA), Colégio do México (Colmex), Cátedra UNESCO -IMTA e Rede Latinoamericana de Desenvolvimento de Capacidades para a Gestão Integrada da Água (LA WETnet). O destaque ao CAB foi dado graças ao prêmio Water for Life, conferido pela ONU Água em março deste ano, de melhor prática de gestão da água no planeta. Friedrich abordou a metodologia par- ticipativa do CAB e a disposição em replicar o programa em outras localidades. “Respeitadas as diferenças culturais, ambientais e o contexto socioeconômico, o CAB pode ser replicado em qualquer localidade, dados os seus valores universais e sua proposta de governança inovadora”, afirmou Friedrich, lembrando que a iniciativa já vem sendo reproduzida na Guatemala, República Dominicana, Uruguai, Argentina, Paraguai e Espanha. O encontro O objetivo do encontro foi proporcionar o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento de capacidades em torno da educação e da cultura da água, gestão da água, economia, saúde e direito humano à água, políticas públicas e outros temas. Nelton Friedrich e Leonardo Boff falaam para cerca de 2 mil pessoas na abertura dos eventos de educação ambiental realizados em Guarapuava A Itaipu participou, de 18 a 21 de agosto, em Guarapuava (PR), de cinco eventos simultâneos para discutir estratégias de desenvolvimento da educação ambiental: o 15º Encontro Paranaense de Educação Ambiental (Epea), o 2º Colóquio Internacional de Educação Ambiental, o 6º Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental da Região Sul, o 2º Simpósio de Pesquisadores de Faxinais e o 3º Seminário do Meio Ambiente. Os eventos foram realizados pela Prefeitura de Guarapuava e Unicentro Paraná, com apoio de Itaipu e outras empresas e instituições. Na cerimônia de abertura, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, fez a apresentação da principal atração da noite, o teólogo Leonardo Boff. Para um público de aproximadamente duas mil pessoas, Boff falou sobre “Uma ética ecológica para o nosso tempo: ecologia integral e cuidado”. A gerente da Divisão de Educação Fórum, realizado em Nova York, reuniu lideranças de todo o mundo Ita i pu Bi na c i onal Ambiental, Leila Alberton, Lucilei Rossasi e Rodrigo Cupelli participaram de diferentes atividades nos eventos, que também tiveram a presença de 30 educadores da Bacia do Paraná 3 (BP3), área de atuação do Programa Cultivando Água Boa (CAB). Na avaliação da Coordenação, “o evento foi espaço de discussões para a construção de uma educação ambiental crítica, marcada pela valorização da pluralidade e da ética, pela análise dos contextos sociais, pelo entendimento entre a relação sujeito x objeto, pela necessidade de integrar teoria e prática e pelas possibilidades de avançarmos na compreensão da dimensão epistemológica da educação ambiental”. O grupo de Itaipu atuou como membros da comissão organizadora do evento; membros da comissão científica de avaliação dos trabalhos; e na relatoria do grupo de trabalho (GT) “Fundamentos filosóficos e epistemológicos da O evento foi espaço de discussões para a construção de uma educação ambiental crítica, marcada pela valorização da pluralidade e da ética Intercâmbio de experiências no México N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 educação ambiental”. As ações desenvolvidas na BP3 também foram apresentadas em oito trabalhos e oficinas envolvendo temas como “Ecopedagogia: princípios e práticas”, “Cultivando saúde com as plantas medicinais”, Metodologia participativa para a construção da agenda 21”, “Yoga e consciência”, “Coletivo Educador da BP3: revisando valores, conceitos, e atitudes que movem as pessoas que aprendem participando” e “A rede de sonhos: uma metodologia e estratégias para o coletivo de educadores ambientais do FEA de Cascavel”. Outros trabalhos foram “Utilização da Compostagem no paisagismo urbano, olericultura e fruticultura pela rede de ensino no município de Vera Cruz do Oeste/PR”; e ainda “Educação Ambiental e Políticas Públicas: implementação do Plano Municipal da Mata Atlântica do Município de Foz do Iguaçu” e “Educação Ambiental e Coleta Seletiva”. As ações desenvolvidas na BP3 também foram apresentadas em oito trabalhos e oficinas (fotos acima e abaixo) A participação dos educadores ambientais da BP3 contou com a colaboração do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, por meio da Linha Ecológica. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 41 Referência Educação Crianças aprendem reciclagem na Central de Triagem Uma lição fora da água: atletas conhecem a destinação do lixo Central foi concebida para servir de espaço pedagógico Cerca de 30 alunos do ensino fundamental do Colégio Adventista de Foz do Iguaçu, com idades de 5 e 6 anos, participaram de uma aula diferente, conhecendo o trabalho da Central de Triagem da margem esquerda de Itaipu. Ali, eles aprenderam noções de separação de resíduos e reciclagem. Os pequenos estavam acompanhados de quatro professores e do diretor da escola, Cidinei Aparecido Pestana, e foram recebidos pelo coordenador do Projeto Coleta Solidária, Vinicius Ortiz de Camargo. Na central, as crianças ficaram impressionadas com as múltiplas possibilidades da reciclagem – como a garrafa pet que vira camiseta e embalagem usada transformada em telha. Bagunça no colchão de papel picado Segundo Ortiz, os alunos também conheceram como funciona a central, as etapas de separação e enfardamento, o trabalho pesado na prensa e o picador de papel. Eles também receberam panfletos com dicas de separação. Ortiz destacou que a central foi concebida justamente para servir de espaço pedagógico em atividades de educação ambiental. Os integrantes dos Projetos “Meninos do Lago” e “Velejar é Preciso”, mantidos pelo Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu Binacional, conheceram como é feita a destinação do lixo em Foz do Iguaçu. A ação, realizada no início de agosto, fez parte das atividades de Educação Ambiental que acontece dentro da Oficina do Futuro. O grupo visitou o Aterro Sanitário e a Central de Triagem da Itaipu, considerada modelo. “Foi uma experiência muito bacana. Agora sabemos para onde vai cada embalagem. Podemos dar a destinação correta ou simplesmente mandar para o aterro”, disse a canoísta Ana Paula Castro. Maryane Camargo, que também é canoísta, disse que a lição de reciclagem aprendida na Central de Triagem e no próprio aterro ela usará para a replicação num projeto de compostagem que ela desenvolve na Vila C para um grupo de adolescentes. “Temos uma compostera (transforma materiais orgânicos em adubo). Queremos ampliar e incentivar todo o bairro a dar destinação correta ao lixo”, explicou. A Central de Triagem da Itaipu recicla 7 toneladas de lixo por mês. Só o aterro recebe por dia 1 tonelada de resíduos, dos quais 40% poderiam ser reciclados. Segundo Lucilei Rossasi, da Divisão de Educação Ambiental, as atividades com os atletas foram divididas em etapas. Na primeira, eles aprenderam sobre a importância de cuidar da água e manter os rios limpos para a prática do esporte. Na segunda, levantaram os problemas do local onde vivem; apresentaram sugestões para as mudanças, receberam noções de primeiro-socorros e agora, conheceram a destinação do lixo. Exposição na Universidade de São Paulo mostra ações do CAB Programa é exemplo num momento em que São Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história O Museu Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) abrigou, por dois meses, a “Exposição Cultivando Água Boa”, composta por painéis, fotos e infográficos sobre o programa socioambiental desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros. “O Cultivando Água Boa é uma referência internacional e chega num momento de uma crise hídrica sem precedentes na história de São Paulo. Esse projeto vem dizer cientificamente qual é o caminho do uso racional da água”, afirmou o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Wanderley Meira, durante solenidade para convidados, na abertura da exposição. Ele destacou as ações que podem ser executadas pelo governo municipal. “A prefeitura deve adotar as ações de educação ambiental do programa para preparar a população para o consumo mais adequado.” O vice-reitor da USP, Vahan Agopyan, lembrou que a universidade está entre as 60 melhores do mundo. “E nessa vanguarda é fundamental fazer a ponte entre a academia e a população com projetos transformadores, como o Cultivando Água Boa”, ressaltou. A exposição, que esteve em cartaz também no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, ainda vai percorrer outros pontos de São Paulo e do País. “A ideia é mostrar que é possível preservar os recursos hídricos promovendo a recuperação ambiental e, ao mesmo tempo, fazer a inclusão social e o desenvolvimento econômico sustentável”, explicou a presidente do Instituto Ecoar, Miriam Dualibi. Estratégia Além de ser referência internacional reconhecida pela ONU, o Programa Cultivando Água Boa foi adotado em Minas Gerais e pode Friedrich e gestores da USP e do Museu Oceanográfico na abertura da mostra servir de exemplo para combater as baixas no Sistema Cantareira e Alto Tietê, em São Paulo (SP). Para o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão de bacias hidrográficas, o que pode ajudar, neste momento de crise, a rever a forma de utilização dos recursos hídricos em São Paulo. “Nós elegemos a unidade bacia hidrográfica como território de atuação do programa, porque é assim que a natureza está planejada. A recuperação tem um resultado extraordinário para as pessoas, para os municípios e para o País, porque recupera o solo, a água e a convivência comunitária”, avalia. números do CAB 1 milhão de pessoas 2,4 mil 30 mil hectares de conservação de solo 1.828 parceiros 104.340 quilômetros de adequação de estradas hectares de área de preservação 732 mil toneladas por ano com sequestro de carbono 68 mil hectares de mata ciliar 44 milhões de mudas para reflorestamento Passinho à frente para aprender um pouco mais sobre separação e reciclagem 42 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 43 Cultura Fotografias e recortes de papel revelam os segre dos da natureza As mostras retratam os encantos naturais do Brasil, Argentina e Paraguai Duas exposições no Ecomuseu de Itaipu retratam os segredos e os encantos naturais do Brasil, Argentina e Paraguai por meio de fotografias do ornitólogo e funcionário da Itaipu, João Batista Francisco, e de recortes de papel produzidos pelo artista plástico argentino Andrés Paredes. As exposições “Avis per Francisco”, que apresenta 62 fotos das mais diversas espécies de aves da região, e “Recordações da Terra sem Mal”, que, por meio de recortes de papel formando insetos revela as mutações do ser humano, ficam em cartaz até o final de setembro. O superintendente de Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz, disse que ambas as mostras fazem parte da política do Ecomuseu de valorizar os artistas regionais e, neste caso em especial, também os colaboradores da Itaipu. “A natureza está passando despercebida no nosso dia a dia. Essas obras nos chamam a atenção para a beleza que está ao nosso redor. A partir delas, quem sabe conseguimos reeducar nosso olhar e termos um comportamento mais sustentável”, questionou Kotz. Desde a infância As fotografias “Avis per Francisco” são resultado de um fascínio pelas aves, que ele já sentia na infância. Atuando na área de Hidrologia da Itaipu e em contato direto com a natureza, inicialmente ele 44 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Semana dos Museus Oficinas e recreação para comemorar data utilizou um gravador para registrar e catalogar os sons das aves. Em 2007, por incentivo da mulher, Ana Cláudia Francisco, cursou a faculdade de Biologia. Seu trabalho de conclusão de curso não poderia ter um tema diferente: as aves. Os monitores foram orientados a falar sobre a Semana do Museu e questões ligadas à sustentabilidade “Comprei uma máquina fotográfica e passei, além de gravar os sons, a fotografar”, contou. Hoje, João tem catalogadas 195 espécies. “É preciso ter sorte para fotografá-las. A máquina é minha companheira, mesmo se não estou em campo, pois não sei quando terei a surpresa de encontrar uma ave.” Segundo ele, as aves contam a história do local onde estão inseridas. “Essa exposição é um trabalho de ciência. Revela um pouco da nossa fauna”, explicou. “Avis per Francisco” tem a curadoria do veterinário Vanderlei de Moraes, da Divisão de Áreas Protegidas, que trabalha no Refúgio Biológico Bela Vista. No Ecomuseu, também está sendo exibida a mesa de trabalho de João Francisco, com pinturas, materiais e o caderno em que ele faz suas anota- ções de campo. Estão envolvidos no projeto o fotógrafo Alexandre Marchetti, da Divisão de Imprensa, que fez as fotos de João Batista com as aves; Auder Lisboa, que fez o tratamento digital das fotografias de Francisco; e Renê Diomar Fernandes, da Divisão de Ação Ambiental, que complementa a exposição Ita i pu Bi na c i onal com delicadas aerografias que entrelaçam as fotos e os ambientes. Terra sem Mal Recortes de Andrés Paredes: transformações iniciado no Cultivando Água Boa. É um reencontro do homem com a natureza e as memórias que nos formaram”, disse o artista. João Batista Francisco durante atividade de observação: fascínio pelas aves desde a infância se transformou em arte (abaixo) Assim como João Francisco, o artista plástico argentino Andrés Paredes, que já expôs suas obras em lugares como Buenos Aires e Ushuaia (Argentina), Dubai (Emirados Árabes), Beirute (Líbano) e Cingapura, chama a atenção para aspectos da natureza na Província de Misiones na mostra “Recordações da Terra sem Mal”. A proposta do artista é despertar no público as transformações que ocorrem ao longo da vida, fazendo uma metáfora com os insetos, como a libélula, mariposas e cigarras representadas em seus recortes de papel. “Utilizei os insetos presentes na terra onde nasci”, revelou. A gestora cultural Edi Terezinha Histr deixa seu compromisso na “árvore da vida” Alunos de escolas públicas de Foz do Iguaçu e região e gestores ambientais foram os principais públicos do Ecomuseu durante a 13ª Semana Nacional de Museus, realizada em maio. Com o tema “Museus para uma sociedade sustentável” a semana abordou a importância de maior conscientização dos efeitos do homem sobre o planeta, além da necessidade de alinhar o modelo econômico e social à perspectiva da continuidade e da inovação. As crianças conheceram os atrativos do Ecomuseu, que conta um pouco da história da Usina de Itaipu, e participaram de atividades de recreação, incluindo o resgate de antigas brincadeiras, como jogo de peteca e amarelinha. Na região, sua primeira mostra foi no 12º Encontro do Programa Cultivando Água Boa, em 2014. Andrés apresentou uma mandala de cinco metros de diâmetro e painéis de recorte de papel em formato de cascatas (inspirados na água e na energia da região), que compuseram a cenografia do espaço cultural do Encontro. “Essas novas obras completam o trabalho O Ecomuseu também ofereceu oficinas para a comunidade de Foz do Iguaçu e região. Uma das atrações foi N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 a instalação interativa “Árvore da Vida”, elaborada por comunidades indígenas, com esculturas de animais como quatis, macacos, jacarés e onças -pintadas. “Ela representa a diversidade da fauna e da flora e que todos vivem em harmonia, na busca de melhor condição de vida e da sustentabilidade”, disse Leila de Fatima Alberton, gerente da Divisão de Educação Ambiental. A partir do questionamento “Qual seu compromisso com a sustentabilidade?”, colocado ao lado da árvore, os visitantes foram convidados a deixar por escrito o seu pacto pela melhoria do planeta. A gestora cultural Edi Terezinha Histr, de Santa Helena, deixou o seu compromisso pendurado nos galhos da “árvore da vida” e se encantou com a novidade. “É emocionante deixar nossos comprome- timentos, nossas ideias na árvore, e também uma oportunidade de registrar como a gente pode contribuir com o nosso ambiente”. Os gestores ambientais dos 29 municípios da BP3 tiveram participação importante na semana. “A participação dos gestores culturais é muito apropriada, porque a sustentabilidade passa pela questão da cultura e vice-versa. Um tema contribui com o outro”, declarou Leila. Durante toda a semana, houve visitas guiadas no Ecomuseu. “Os monitores foram orientados a falar sobre a Semana do Museu e questões ligadas à sustentabilidade”, explicou Leila Alberton. As atividades foram realizadas em parceria com a Faculdade União das Américas (Uniamérica) e o Conselho dos Municípios Lindeiros. J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a I t a i pu B i n a c i o n a l 45 passa tempo CONHECIMENTO Marcos Lessa não duvida da força das plantas medicinais: a enxaqueca ficou no passado Para colorir Sete erros Participantes da Sipat em experiência sensorial com as ervas: aprendizado Sabor e saúde: oficina ensina uso de plantas medicinais e condimentares Funcionários da usina aprenderam sobre as propriedades de plantas que combinam funções medicinais e condimentares Há alguns anos, Marcos Leonardo Lessa Fonseca, da Divisão de Manutenção Mecânica de Serviços Auxiliares, atestou na prática o poder das plantas medicinais. Ele garante ter se curado de uma enxaqueca crônica apenas com o uso de chá de gengibre por seis meses. Esta confiança despertou a vontade de conhecer mais sobre as plan- tas medicinais e condimentares. “Fui a três médicos antes, mas o que me curou foi o chá”, disse Lessa, que compartilhou a experiência com os demais 34 participantes do workshop da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) da Itaipu, conduzido por Roseli Turcatel Motter, do convênio Linha Eco- lógica, do Programa Cultivando Água Boa (CAB). Na atividade, eles aprenderam mais sobre as propriedades de plantas que combinam funções medicinais e condimentares – usadas para compor um sal temperado, feito na sala de aula pela palestrante. E descobriram como este tempero extra e saudável pode reduzir o consumo de sódio – um ponto extra à saúde. Um quilo de sal deve ser suficiente para uma família de quatro pessoas, que fazem todas suas refeições em casa, por, pelo menos, quatro meses. Acima dessa quantidade, é excesso, garante Liziane Kadine Antunes de Moraes Pires, do Projeto de Plantas Medicinais e da Divisão de Ação Ambiental. “Quando se usa o sal temperado, o sabor é mais marcante e a quantidade e o consumo acabam sendo reduzidos”, explicou Roseli. Na prática, a palestrante usou oito espécies: alecrim, cebolinha, manjerona, lavanda, orégano, sálvia, manjericão e salsa. Todas são cultivadas no ervanário do Programa de Plantas Medicinais do CAB, no Refúgio Biológico Bela Vista. Marcio Menna, da Divisão de Inspeção, vai aplicar em casa o aprendizado da oficina. “A experiência foi boa porque aprendemos uma forma de temperar, indo além da cebola e do alho, e de tratar nossos pequenos males do dia a dia sem a neosaldina ou a aspirina.” Roseli prepara o sal temperado: ao final, os participantes puderam levar uma unidade do saquinho para casa 46 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal Segundo Roseli, o uso das ervas medicinais pode ser feito desde que haja o conhecimento das propriedades e consumo moderado. “É muito diferente da automedicação [com alopatia]”. Por isso, a dica de Marcos Fonseca sobre o uso do gengibre para enxaqueca foi encarada como valiosa para outros participantes. Caça-Palavras “Vou adotar essa receita”, disse Carlos Ronei Ortiz, da Divisão de Engenharia de Manutenção Eletrônica, ao saber da cura de Fonseca. “Também me curei de um problema de estômago consumindo suco de couve. A natureza é perfeita, ela nos dá tudo”, completou. Leia atentamente e aprenda mais sobre agricultura sustentável. Ao final, encontre as palavras destacadas! O estímulo ao plantio direto é uma das ações do programa Desenvolvimento Rural Sustentável, que faz parte do Cultivando Água Boa. Atuando a partir de comitês (formados por órgãos de assistência técnica e de pesquisa, cooperativas, organizações dos produtores e agricultores), o programa tem como proposta central a substituição gradual da monocultura, formando sistemas agroecológicos e com diversificação, e baseados nos processos de autorregulação da natureza. Para Carlos Eduardo Bueno, conhecer melhor as plantas pode nos tornar menos dependentes dos produtos industrializados, cujo uso em escala prejudica a qualidade de vida. “Esse conhecimento nos dá independência”. Desde 2003, quando o programa foi implantado, cerca de mil agricultores locais aderiram à prática da agricultura orgânica. Outros 1.500 estão em estágio avançado na adoção de práticas agropecuárias sustentáveis, como a integração entre pecuária e lavoura, a produção de leite a pasto e a diversificação de culturas, especialmente com o plantio de frutíferas. Oficinas como estas são levadas pelo CAB às comunidades da Bacia do Paraná 3, por meio do Projeto Plantas Medicinais. Para conhecer mais sobre o Projeto Plantas Medicinais, e como usar o que a natureza nos dá acesse o link: http://www.cultivandoaguaboa. com.br/o-programa/publicacoes N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 Além do suporte técnico a esses produtores, a Itaipu e demais parceiros do projeto incentivam a produção agroecológica através das feiras Vida Orgânica, da inserção de alimentos orgânicos na merenda escolar, da criação de agroindústrias e cooperativas voltadas ao agricultor familiar, entre outras ações. N º 28 Set emb ro 2 0 1 5 C O O P E R A T I V A S D W G H P S U M O N O C U L T U R A M A Q L P O L U Y T R E W Q A S D E G H A M R B T C X Z A S D F G H R K L N L G K J I H Y G T F R D E E W A T O Â S W T V L M G T H Y J N K I I Z N C W A E A O T P Y M D Z G O F I I U I T V N W Q E S D A G H D R C E R P Y O I D P C S D E G H I U A C V U N U K J O U F D S A Q R T O K J U H R G T F Á D E C W A E Í O K J U H A G T F R G E O W A T F N B V C X Z A S D I G U L K L O E X C V B N M K J H A F D A A Q W R N B V C X Z A S D F G H R B L Ç A G R I C U L T O R E S D F G O J S A G R O E C O L Ó G I C O S A B J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a K I t a i pu B i n a c i o n a l 47 48 J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a Ita i pu Bi na c i onal N º 28 Set emb ro 2 0 1 5