J O R N A L D O P R O G R A M A S O C I O A M B I E N TA L D A I TA I P U B I N A C I O N A L
www.cultivandoaguaboa.com.br
Cultivando
FOZ DO IGUAÇU – SETEMBRO DE 2015 – Nº 28
Encontro inédito reúne ganhadores de prêmios
Pág. 3
da ONU-Água/Década da Água
Distrito Federal adota o CAB
Governador Rollemberg e diretor-geral brasileiro de Itaipu assinam
acordo de cooperação para replicação
Itaipu recebe
certificação Life
Nº 2 8
S e t e mb ro 2015
Pág. 4
8º Fórum Mundial da Água reune
30 mil pessoas na Coreia do Sul.
Pág. 15 O próximo será no Brasil
Cultivo de tilápia pode aumentar
Pág. 30
renda de pescadores
Mais Peixes ganha prêmio
Benchmarking 2015
Pág. 15
Pág. 6 e 7
Semana do
Meio Ambiente
Segredos
da natureza
Ações em toda a BP3
marcam a data
Duas exposições trazem a
vida animal como inspiração
Pág. 24 a 26
Pág. 44 e 45
Jornal C ul ti v ando Á gua B oa
It aip u B inacio nal
1
Prêmio ONU Água
Índice
Encontro inédito reúne, em Foz do Iguaçu,
ganhadores de prêmio da ONU
40
6
7º Fórum Mundial da Água é vitrine global para valores, conceito e metodologia do CAB
7
Projetos-piloto mobilizam 1.450 pessoas na Guatemala
13
Bolívia deverá ser o próximo país a adotar o Cultivando Água Boa
14
Cultivando Água Boa vai integrar 34 frentes de ação no Distrito Federal
15
CAB chega à Região Metropolitana de BH
16
Técnicos do governo de Minas conhecem ações do CAB na BP3
17
Em Terra Roxa, comunidade vai ajudar a recuperar mais três microbacias
18
Em Guaíra, a 217ª microbacia a ser recuperada na região da BP3
19
Rondon e Itaipu lançam projeto de cisternas na zona rural
20
Santa Terezinha coleta lixo reciclável em todo o município
21
Itaipu promove curso para fomentar a eficiência energética nos municípios da BP3
22
Moradores da Vila C participam de atividades no Refúgio Biológico
23
Vila C realiza plantio de 300 árvores abrindo Semana do Meio Ambiente
24
Festa para crianças marca entrega do Parque Monjolo em Foz do Iguaçu
25
Semana do Meio Ambiente mobiliza mais de mil educadores
26
Cidades Sustentáveis: prêmio vai reconhecer as boas práticas da BP3
27
Dia do Índio: preservando tradições culturais
28
Itamarã e Añetete acolhem a comunidade
29
Liberado, cultivo da tilápia aumentará renda de pescadores em mais de três vezes
30
Técnicos ambientais recebem treinamento sobre licenciamento de projetos aquícolas
31
Nova tecnologia deve impulsionar produção de peixe no Brasil
32
Campanhas de limpeza retiram 91 toneladas de lixo do Lago de Itaipu
33
“Agronomia e CAB defendem a preservação dos mesmos princípios: a água”, diz Samek
34
Itaipu e PTI lançam sistema on-line para aperfeiçoar plantio direto
35
CAB vai ajudar a localizar experiências inovadoras em educação em todo país
36
Itaipu chega aos 41 anos com atividades renovadas
37
Itaipu discute plano de ação para garantir desenvolvimento e sustentabilidade
38
Funcionários da Itaipu visitam ações socioambientais na BP3
39
Sabor e saúde: oficina ensina uso de plantas medicinais e condimentares
40
Itaipu participa de eventos para discutir estratégias de educação ambiental
41
Crianças aprendem reciclagem na Central de Triagem
42
Exposição na Universidade de São Paulo mostra ações do CAB
43
Fotografias e recortes de papel revelam segredos da natureza
44
Mural
46
Passatempo
47
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Ita i pu Bi na c i onal
Coordenação:
Patrícia Iunovich
Coordenação:
Cristina Mello
Ilustração e diagramação:
Larissa Braga e Robson Rodrigues
Fotografia:
Adenésio Zanella, Alexandre Marchetti,
Caio Coronel, Nilton Rolin, ONU e
acervo da Itaipu Binacional.
Impresso em setembro de 2015
Tiragem:
10.000 exemplares
DIRETORIA DE COORDENAÇÃO
Av. Tancredo Neves, 6.731
Foz do Iguaçu – PR - CEP 85.866-900
Fone (45) 3520-5724 | Fax (45) 3520-6998
E-mail: [email protected]
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Oficinas do Futuro na República Dominicana sensibilizam 900 pessoas
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Jorge Samek passa a integrar Plataforma Liderança Sustentável
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Mais Peixes em Nossas Águas dá à Itaipu o primeiro lugar no Benchmarking 2015
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Fórum da ONU termina com compromisso de governos
Diretor-Geral Brasileiro:
Jorge Miguel Samek
Diretor de Coordenação e Meio Ambiente:
Nelton Miguel Friedrich
Superintendentes:
Newton Kaminski (Obras), Jair Kotz
(Meio Ambiente) e Marcos Baumgartner
(Planejamento e Coordenação)
Assistente do diretor de Coordenação
e Meio Ambiente:
Pedro Irno Tonelli
Chefe da Assessoria de Comunicação Social:
Gilmar Piolla
Textos:
Romeu de Bruns, Stella Guimarães, Lucio
Horta, Fabiane Ariello, Murilo Pereira Divisão de Imprensa da Itaipu Binacional.
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Equipe da Diretoria de Coordenação celebra conquistas do CAB
Itaipu Binacional
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Itaipu recebe certificação Life pela eficiência em gestão ambiental
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2
42
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28
O objetivo é fazer
uma intercâmbio
de experiências e
conhecimento sobre
os elementos-chave
dos processos sociais
na gestão da água
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Juventude e
Meio Ambiente Comunidade
da BP3
Indígena
N º 28
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Me
Set emb ro 2 0 1 5
Pela primeira vez, experiências
bem sucedidas de gestão dos recursos hídricos e de mobilização
para os cuidados com a água premiadas pela Década da Água, da
Organização das Nações Unidas
(ONU Água) com o prêmio Water for Life (Água Fonte de Vida),
estarão reunidas para o compartilhamento de informações e resultados. O evento será em Foz do
Iguaçu, de 15 a 17 de setembro.
O “Encontro de experiências pioneiras e inovadoras de iniciativas
sociais na gestão da água - Criando
uma Rede Global”, contará com a
participação de representantes de 20
países, além de autoridades da ONU e
de outros organismos internacionais.
A expectativa é que o evento resulte
na criação de uma rede mundial de
boas práticas na gestão da água.
Criado em 2010 para fomentar
iniciativas alinhadas com os objetivos estabelecidos em documentos como as Metas do Milênio e a
Agenda 21, que possam garantir
a gestão sustentável e de longo
prazo dos recursos hídricos, e de
forma a apoiar as ações da Década
da Água (2005-2015) da ONU, o
prêmio Water for Life reconhece
as melhores práticas na gestão da
água no planeta. A cada ano, com
um tema diferente, o prêmio enfatiza um determinado aspecto relacionado à questão da água.
Desde 2011, a ONU Água premiou
iniciativas da Índia, Singapura, Japão, Bolívia, África do Sul, Moldávia, Filipinas e Brasil, em duas categorias: melhores práticas de gestão
da água e melhores práticas de
participação, comunicação, despertar da consciência e educação. Em
2015, na categoria um, foi premiado
o programa Cultivando Água Boa
(CAB), da Itaipu Binacional e parceiros dos 29 municípios da Bacia
Hidrográfica do Paraná 3 (BP3).
N º 28
Set emb ro 2 0 1 5
2015
5ª Edição: Água e desenvolvimento sustentável
2014
2013
4ª Edição: Água e energia
3ª Edição: Cooperação em matéria de água
2012
2011
2ª Edição: Água e segurança alimentar
Entre os participantes do encontro, estão a a vice-presidente da
ONU Água, Blanca Jiménez-Cinseros, a diretora do Programa Década
da Água, da ONU, Josefina Maestu,
a presidente honorária da Woman
for Water Partnership, Alice Bouman-Dentener, o diretor da Fundação Ecodes, Víctor Viñuales, os
diretores gerais da Itaipu, Jorge
Samek (Brasil) e James Spalding
1ªEdição: Gerenciamento de águas urbanas
(Paraguai), o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente
Andreu Guillo, além de representantes das iniciativas premiadas
com o Water for Life.
CAB
O Programa Cultivando Água
Boa reúne um conjunto de diversas ações socioambientais. Em cada
município, há um comitê gestor,
com forte participação popular,
uma das principais características
do CAB. O programa se fundamenta na gestão integrada de bacias hidrográficas e atua por bacia,
sub-bacia e microbacia, visando
garantir a quantidade e a qualidade
das águas e, também, a sustentabilidade do território, com uma visão holística da relação do homem
com o meio onde vive.
Passada mais de uma década
após o início da sua implantação
na BP3 (uma região com aproximadamente um milhão de habitantes e 800 mil hectares de área),
o programa já está em estado
avançado em aproximadamente
30% desse território, resultando
em 206 microbacias hidrográficas
sendo recuperadas.
J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a
I t a i pu B i n a c i o n a l
3
Prêmio
Prêmio
Itaipu recebe
certificação Life
pela eficiência em
gestão ambiental
Equipe da Diretoria de Coordenação
celebra conquistas do CAB
Prêmio Água para a Vida 2015, concedido pela ONU, e Certificação Life são reconhecimento
pelo trabalho que vem sendo realizado há mais de uma década na região da BP3
As conquistas do prêmio Água
para a Vida 2015, concedido pela
Organização das Nações Unidas
(ONU), e da Certificação Life
foram comemoradas por aqueles
que trabalham diretamente nas
ações do Programa Cultivando
Água Boa.
A certificação avalia impactos ambientais
e a agenda voluntária das empresas pela
conservação da biodiversidade
Reconhecida pela Organização
das Nações Unidas (ONU) por
desenvolver a melhor política de
gestão de recursos hídricos no
planeta, a Itaipu Binacional recebeu também a Certificação Life,
que avalia a eficiência do sistema
de gestão ambiental.
A entrega do certificado foi feita
pelo vice-presidente do Conselho
Diretor do Instituto Life, Clovis
Borges, ao diretor-geral brasileiro
de Itaipu, Jorge Samek, e ao diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. Também estavam presentes a diretora
executiva do Instituto Life, Maria
Alice Alexandre, e a gerente executiva da Tecpar Certificações,
Tânia Mello de Carvalho.
A certificação reconhece a eficácia do sistema de gestão ambiental de uma organização e avalia
os impactos ambientais e a agenda voluntária de conservação da
biodiversidade, em conformidade com o porte de cada empresa. “Criamos uma métrica para
ações de conservação que voluntariamente as empresas estejam
fazendo em prol da conservação
da natureza. E é isso que Itaipu
demonstrou, com uma pauta séria
e consistente de ações adicionais
e voluntárias na área de conservação”, explica o vice-presidente
do Conselho Diretor do Instituto
Life, Clovis Borges. Itaipu é a terceira empresa do País a receber a
certificação.
Segundo ele, embora o assunto
sustentabilidade esteja presente
no cotidiano de muitas empresas,
não existe no mercado metodologia semelhante para certificar
ações de conservação do patrimônio natural.
Ainda segundo Borges, o padrão
atual das empresas é olhar “para
dentro”, esquecendo-se que a degradação do patrimônio natural oferece riscos inclusive para os negócios.
“Se nós não nos importarmos com o
que acontece no nosso entorno, não
teremos controle sobre o que pode
ser o nosso futuro e o futuro dos
negócios. E o nosso entorno
Jorge Samek, Clóvis Borges, Nelton Friedrich e Ricardo Voltolini
com um enorme respeito ao meio
ambiente”, diz.
Ação
envolve áreas naturais”, reforça.
Samek disse que a construção de
um modelo de desenvolvimento
com sustentabilidade só é possível graças a um conjunto de parcerias. “São prefeituras, órgãos de
pesquisa, universidades, cooperativas, agricultores, escolas, merendeiras. Ou seja, uma somatória de
coisas boas que estão mostrando
ao mundo que é possível produzir e, ao mesmo tempo, preservar.
Produzir e gerar emprego, renda,
oportunidade de trabalho, sempre
São prefeituras,
órgãos de pesquisa, universidades, cooperativas, agricultores, escolas, merendeiras.
Uma somatória de coisas
boas que estão mostrando ao
mundo que é possível produzir e preservar
Jorge Samek,
diretor-geral brasileiro de Itaipu
4
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Ita i pu Bi na c i onal
Entre as principais ações de
Itaipu na área ambiental,
avaliadas na certificação,
destacam-se a conservação
de cerca de 105 mil hectares
de florestas; a implantação do
Programa Cultivando Água Boa
(que, desde 2003 já promoveu a recuperação de passivos ambientais
em 207 microbacias hidrográficas da
região Oeste do Paraná); a criação do
Canal da Piracema (que permite a
migração de peixes no Rio Paraná);
a implantação do Corredor da Biodiversidade Santa Maria (conectando
o Parque Nacional do Iguaçu à faixa
de proteção do reservatório, ao sul, e
ao Parque Nacional da Ilha Grande,
ao norte); além de projetos de reprodução de espécies da fauna típicas da
Mata Atlântica e que se encontram
ameaçadas, como a harpia.
Muitas dessas iniciativas se tornaram referência para novos projetos hidrelétricos e grandes obras
de infraestrutura em todo o mundo. “Atravessamos a maior crise
que a humanidade já enfrentou.
Uma crise que se manifesta nas
mudanças climáticas, na ameaça
aos ecossistemas, na diminuição
da biodiversidade, na poluição da
água, do ar e do solo, no esgotamento de recursos naturais, entre
outros. Enfrentar essa crise é responsabilidade de todos (governos,
empresas, cidadãos). E a Itaipu
tomou para si o papel de empresa-cidadã, buscando promover a
sustentabilidade em sua área de
influência”, afirma Friedrich.
“Um prêmio como esse, que acabamos de receber, é um reconhecimento ao trabalho de todos; é
uma homenagem à Itaipu e ao
trabalho desempenhado por cada
um, no dia a dia”, disse o diretor
de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich. “Por isso,
planejamos esse momento para
confraternizar e celebrar, e esperamos que esses encontros se tornem mais frequentes”, completou.
O diretor aproveitou o momento
para compartilhar com a equipe
todo o processo que levou ao prêmio, entregue no dia 30 de março, na sede da ONU, em Nova
York. “Desde outubro do ano
passado, enviamos textos, filmes,
publicações, tudo para que o programa pudesse ser avaliado por
um corpo de jurados altamente
especializado”, disse.
Nelton também falou sobre a divulgação do prêmio em um painel
da Times Square, em Nova York.
Mostrando fotos, ele contou que
“durante todo o dia em que o prêmio foi entregue, o mundo pôde
ver o Cultivando Água Boa ali,
naquele espaço tão nobre, sendo
homenageado por suas práticas”.
Silvana Vitorassi, gerente de Educação Ambiental, representou todos os empregados de Itaipu na
cerimônia. “Foi uma inspiração”,
resumiu após falar sobre a emoção de estar na sede da ONU e de
conhecer os vencedores em outras
categorias.
Vida nova
Quatro “convidados especiais”
participaram da celebração, pessoas cujas vidas foram transformadas pelo programa: o pescador
e aquicultor Estevão Martins de
Souza; a catadora Cleuza Cordeiro; a agricultora Marlene Schmitz
e o cacique da Reserva Indígena
do Ocoy, Daniel Lopes.
A Certificação Life se soma a uma
série de reconhecimentos nacionais
e internacionais de Itaipu por suas
ações na área ambiental. Em março
deste ano, o programa Cultivando
Água Boa recebeu, em Nova York,
o prêmio “Água para a Vida 2015”,
na categoria “Melhores práticas
em gestão da água”, concedido
pela ONU. Em janeiro, a itaipu foi
agraciada com o prêmio Cumbres
de Guadarrama, da Comunidade
de Madri, pelo “comportamento
empresarial exemplar” no âmbito
da conservação do meio ambiente.
Anteriormente, a empresa também
recebeu o Prêmio Carta da Terra,
em 2005; o Americas Award, em
2011; e o Benchmarking Ambiental
da Década, em 2012; entre outros.
Além disso, o Cultivando Água
Boa é considerado pela Unesco
como referência mundial na gestão
de bacias hidrográficas
“Vocês são as pessoas que idealizaram esse projeto, que nos ajuda
e nos leva a aprender, nos ensina
uma nova forma de pensar. Somos gratos por fazer parte de tudo
isso”, disse Estevão, que viu a renda da família quintuplicar nos últimos anos, graças aos tanques-rede e à pesca do pacu.
Marlene Schmitz, agricultora
“Quando a Itaipu chegou, eu
nem sabia que fazia um trabalho
que ajudava o meio ambiente”,
lembrou Cleuza Cordeiro. “Hoje,
tenho orgulho do que faço e de
tudo que conquistamos com o
apoio de vocês.”
O momento não foi apenas de
relembrar o passado: foi também
de conversar sobre o que espera a
Itaipu nos próximos anos. “A palavra-chave é consolidar as ações
que vão contribuir para alcançarmos a missão da Itaipu”, disse o o
superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz.
Para o assessor de Planejamento
e Coordenação, Marcos Baumgartner, as conquistas, prêmios e
homenagens mostram que a Itaipu e o Cultivando Água Boa estão
no caminho certo.
Jair Kotz: “Consolidar as ações”
Estevão: “nova forma de pensar”
Cleuza Cordeiro: “realizar sonhos”
Life
Fundado em 2009, em Curitiba,
o Instituto Life tem como objetivo promover o engajamento de
empresas públicas e privadas com
a conservação da biodiversidade.
Reconhecido pela Convenção das
Nações Unidas sobre Diversidade
Biológica (CDB), o Instituto Life é
responsável pelo desenvolvimento
e gestão da Certificação Life, ferramenta internacional e inovadora.
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Daniel Lopes, cacique do Ocoy
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5
Prêmio
Mais Peixes em Nossas Águas dá à Itaipu
o primeiro lugar no Benchmarking 2015
o econômico (pela implementação de uma atividade produtiva e
geradora de renda) e o ambiental
(pelo estímulo à conservação dos
estoques pesqueiros e pelos cuidados ambientais da atividade).
O Programa Cultivando Água Boa e suas ações já se destacaram em
diversas edições do Benchmarking Ambiental Brasileiro
A
A Itaipu Binacional é novamente
destaque no ranking das melhores práticas socioambientais do
País. A empresa obteve o primeiro
lugar no Prêmio Benchmarking
2015, com o programa Mais Peixes em Nossas Águas, uma das
iniciativas do Cultivando Água
Boa (CAB).
A Itaipu concorreu com outras
28 organizações previamente
qualificadas para o ranking,
entre elas a Petrobras,
Ambev, Sabesp e
Cargill. A
banca de especialistas que analisa
os cases não tem acesso ao nome
das empresas. Apenas os projetos
é que são considerados.
A gerente da Divisão de Reservatório, Carla Canzi, e o engenheiro de
aquicultura Celso Buglione Neto,
um dos responsáveis pela assistência técnica aos pescadores atendidos pelo programa, receberam o
prêmio em São Paulo, no início de
julho, no auditório do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Para Carla, a premiação reconhece
e valoriza um projeto que contempla os três pilares da sustentabilidade: o social (pelo foco na
inclusão de segmentos
vulneráveis),
“Itaipu é realmente uma hidrelétrica à frente de seu tempo, pois
consegue ter, na sua visão, a importância de construir um país
melhor, desenvolvendo a implementando oportunidades. O premio nos deu muito orgulho, pois
refletiu o esforço e empenho de
toda a equipe, onde todos colocam
muita paixão no que estão realizando”, afirmou a gerente.
O diretor de Coordenação e
Meio Ambiente, Nelton Friedrich, comemorou a conquista lembrando que o país vive um momento histórico de valorização da
produção pesqueira. “Pela quantidade de águas que o país possui,
proporcionalmente, somos um
dos países que menos produz peixes. Mas o Brasil está despertando
para mais essa forma de produção
de proteína e estão sendo criadas
políticas públicas específicas”,
disse Friedrich. “Daí a importância desse prêmio, um prêmio que
pertence a toda à equipe e também às colônias de pescadores
atendidas”, acrescentou.
O programa
Com o Mais Peixes em Nossas
Águas, a Itaipu beneficia famílias
de pescadores artesanais, que passam a atuar como criadores de peixes, com uma renda mais estável,
sem depender da pesca extrativa.
O programa também contribui
para diminuir o esforço de pesca
e a preservar a biodiversidade no
reservatório da Itaipu.
Uma das principais estratégias do
programa está no cultivo de pacu
(espécie típica da região) em tanques-rede. O programa beneficia
cerca de 850 pescadores associados (são 10 entidades de classe,
sendo 6 colônias e 4 associações
profissionais) e 153 famílias de
indígenas. Ao todo, são 811 tanques-rede espalhados por 63 pontos-de-pesca licenciados junto aos
órgãos ambientais.
A produção anual é de 140 toneladas de pescado, que representa
10% da produção atual do reser6
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Ita i pu Bi na c i onal
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vatório, com geração de renda
declarada de R$ 750 por tanque
-rede/ano. Mas a expectativa é
que esse modelo possa alcançar
uma produção de até 4.600 toneladas de peixes/ano, dentro das
áreas já estabelecidas pelo zoneamento ambiental e que equivalem a menos de 0,01% da lâmina
d’água do reservatório.
Estevão Martins de Souza, presidente da Associação dos Pescadores e Piscicultores de Foz do Iguaçu, conta que, graças ao programa,
deixou de ser apenas um pescador
e se tornou aquicultor.
Com a mudança, viu sua renda
familiar melhorar bastante nos últimos anos, além da garantia de ter
peixe durante quase todo o ano. Segundo ele, com a criação de pacus
em 60 tanques-rede, que podem
ser manejados por um único aquicultor, é possível obter uma renda
de R$ 1.200,00, já descontados os
custos de produção. “É um projeto
que nos ajuda e nos leva a aprender, nos ensina uma nova forma de
pensar. Somos gratos de fazer parte
de tudo isso”, falou Estevão.
O programa Cultivando Água
Boa e suas ações já se destacaram em diversas edições do Benchmarking Ambiental Brasileiro:
em 2014, o programa Coleta Solidária ficou entre as 20 melhores
práticas socioambientais brasileiras; em 2013, o programa Sustentabilidade de Comunidades
Indígenas ficou em segundo; em
2012, o CAB ficou em primeiro
lugar no ranking Benchmarking
da década, comemorando 10
anos do prêmio; em 2011, o programa Desenvolvimento Rural
Sustentável ficou em primeiro lugar, posição que também foi conquistada pelo CAB em 2007.
Equipe do programa comemora a premiação: sustentabilidade econômica, social e ambiental
Em 13 edições já realizadas, o
Programa Benchmarking Brasil
se consolidou como um dos mais
respeitados Selos de Sustentabilidade do país. Com uma metodologia estruturada, reconhecida pela
ABNT, e participação de especialistas de vários países, o Ranking
Benchmarking define e reconhece
os detentores das melhores práticas de sustentabilidade do Brasil.
O programa, além do ranking,
congrega outras ações de fomento
a sustentabilidade como publicações, banco digital de livre acesso,
encontros técnicos, feiras e congressos, entre outros.
O prêmio recebido pelo Mais Peixes em Nossas Águas
Ranking dos finalistas
1º
Itaipu Binacional (PR)
Mais Peixes em Nossas Águas
O prêmio
2º
Cargill Agrícola (SP)
Pomarola Mais Sustentável
Esta foi a 13ª edição do Benchmarking. Foram 28 cases de
organizações certificadas para o
Ranking 2015; 10 projetos de inovações verdes incluindo cinco aplicativos de controle hídrico, desenvolvidos por alunos de cursos técnicos
de escolas profissionalizantes e de
cursos de TI das universidades;
10 obras de arte sustentável foram
expostas, duas personalidades homenageadas e um livro de gestão,
BenchMais3, foi lançado.
3º
Triunfo-Transbrasiliana (SP)
Multiplicadores em Educação Ambiental
4º
Abbott (RJ)
Compostagem de Resíduos
5º
Fundação Alphaville (SP)
Programa Jovem Sustentável
6º
Ambev (SP)
Ação Coletiva para Preservar Água
7º
Sabesp (SP)
Gestão da Escassez de Água
8º
ArcelorMittal Tubarão (ES)
Plano Diretor de Águas
9º
Petrobras (RJ)
Gestão Energética Predial
10º
Dana (RS)
A Reciclagem de Borracha na Dana
J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a
I t a i pu B i n a c i o n a l
7
Referência
Fórum Mundial
da Água é vitrine
global para
valores, conceito
e metodologia
do CAB
Foi a primeira apresentação internacional
das ações socioambientais conduzidas pela
Itaipu após o anúncio do prêmio da ONU
O programa Cultivando Água Boa
(CAB) foi uma das ações apresentadas no Pavilhão Brasil do 7º Fórum Mundial da Água, realizado
em Daegu, na Coreia do Sul, no
mês de abril. A palestra foi conduzida pelo diretor de Coordenação e
Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, e abordou as ações desenvolvidas pelo CAB, com destaque para a conquista do prêmio
Água para a Vida 2015, da ONU.
A apresentação do CAB, acompanhada pelo diretor de Coordenação e Meio Ambiente Executivo, Pedro Domanickzy Lanik, faz
parte da estratégia do Brasil em
divulgar as boas práticas ligadas
à gestão dos recursos hídricos e
ao desenvolvimento sustentável,
iniciando as atividades preparatórias para o 8º Fórum Mundial da
Água, a ser realizado em 2018, em
Brasília.
De acordo com Friedrich, esta
primeira apresentação internacional após o anúncio do prêmio foi
importante para mostrar que as
ações socioambientais conduzidas pela Itaipu estão no caminho
certo. “Estar nessa vitrine dá para
nós, da Itaipu, da região, e para todos os brasileiros e paraguaios, um
entusiasmo muito grande, porque
mostra para centenas de países
que a nossa experiência é referência em práticas socioambientais e
em sustentabilidade”, afirmou.
Conselho Mundial da Água defende Itaipu
entre as líderes do próximo Fórum
Para diretor do conselho, a binacional merece destaque pelas
ações desenvolvidas em benefício da preservação da água
O presidente do Conselho Mundial da Água (WWC na sigla em
inglês), Benedito Braga, defendeu
Itaipu como uma das protagonistas na próxima edição do Fórum
Mundial da Água (WWF8), que
ocorrerá em Brasília, em 2018. A
declaração foi feita aos diretores
de Coordenação de Itaipu, durante a sétima edição do evento em
Daegu, na Coreia do Sul.
O Fórum foi realizado na Coreia e reuniu lideranças de todo o mundo para a discussão de questões ambientais
Para Friedrich, o Fórum também traz oportunidades para o
CAB seguir a recomendação feita pela comissão avaliadora do
prêmio, divulgando o conjunto
de valores, o conceito e a metodologia de trabalho adotados
no projeto. O diretor lembrou,
ainda, que o encontro permite a
troca de experiências com outras
iniciativas do mundo, algo fundamental para o Brasil, anfitrião
do próximo fórum. “Este é um
momento único de diálogo, de
convivência, de relacionamento.
Especialmente para nós, brasileiros, que iremos recepcionar
delegações do mundo inteiro em
2018”, comentou.
Público na abertura do evento: diálogo global
Reloc
Os diretores também estiveram
presentes na Assembleia Ordinária da Rede Latino-americana de
Organismos de Bacia (Reloc). Durante o encontro, representantes
do Paraguai, Brasil, México, Guatemala e Chile discutiram sobre a
importância de se criar uma agenda para debater as ações integradas
em gestão de águas que vêm sendo
realizadas na América Latina.
“Participamos dessa reunião com
o objetivo de dar nosso apoio à
Reloc e também para auxiliar no
processo de consolidação dessa rede, para que ela esteja ainda
mais fortalecida no próximo Fórum Mundial da Água”, afirmou
Pedro Domanickzy Lanik.
O Fórum
Nelton Friedrich: apresentação do CAB iniciou atividades preparatórias para o Fórum de 2018, no Brasil
8
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Ita i pu Bi na c i onal
O 7º Fórum Mundial da Água reuniu mais de 30 mil pessoas, de 170
países, entre representantes internacionais, pesquisadores, empresários e organizações do terceiro
setor. O evento contou com mais
de 400 sessões divididas em quatro
grupos: temático, político, regional
e científico/tecnológico.
Para Braga, a binacional merece
destaque no evento pelas ações
desenvolvidas em benefício da
preservação do recurso hídrico,
reconhecidas pela Organização
das Nações Unidas. “Itaipu precisa estar em posição de liderança no próximo Fórum Mundial
da Água pelas importantes ações
em prol do cuidado e do uso sustentável da água e pela sua capacidade de mobilização e influência”, afirmou o presidente do
WWC no encontro com os diretores de Itaipu Nelton Friedrich
(Coordenação e Meio Ambiente)
e Pedro Domanickzy Lanik (Coordenação Executivo).
Professor de Engenharia Civil
e Ambiental da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de
São Paulo (USP), Braga foi eleito
presidente do World Water Council, em 2012, na França. Antes,
presidiu a International Water
Resources Association (IWRA) e
o Conselho Intergovernamental
do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, em Paris,
além de ter sido diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) de
2001 a 2009.
O presidente do WWC comentou
que Itaipu é modelo para o mundo
em gestão de águas transfronteiriças, dada a integração entre brasileiros e paraguaios. “A Itaipu é um
verdadeiro exemplo para o mundo. Utiliza a água para um determinado fim, a produção de energia elétrica, mas se compromete
com o entorno, compartilhando
todo o benefício advindo do uso
dessa água”, comentou Braga.
No encontro com Braga, os diretores apresentaram ao presidente
as ações realizadas pelo Programa
Cultivando Água Boa na região
da Bacia do Paraná 3 e as articu-
lações que estão em curso para a
replicação do programa em outros
estados brasileiros e também outros países. Para Nelton Friedrich,
as parcerias que vêm sendo firmadas para replicação do programa
em outros locais podem ser parte
da estratégia brasileira para fazer
com que o 8º Fórum Mundial da
Água prestigie não só o Brasil, mas
toda a América Latina.
Na avaliação de Pedro Domanickzy Lanik, a conversa com Benedito Braga mostrou que o desenvolvimento de ações integradas
em ambas as margens da Itaipu é o
diferencial da empresa, em âmbito
internacional.
A reunião também contou com
a presença do coordenador-geral
das Assessorias da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio
Félix Domingues; do presidente
da Rede Brasileira de Organismos
de Bacias Hidrográficas (Rebob),
Lupércio Ziroldo, e de seu suplente, Luiz Pereira; e do gerente do
Centro Internacional de Hidroinformática/Parque
Tecnológico
Itaipu, Rafael González.
Na abertura do evento, Benedito
Braga, aproveitou para destacar que
a água, nos dias de hoje, faz parte da
agenda internacional, pois impacta
diretamente na segurança alimentar, no desenvolvimento social e na
sobrevivência da humanidade.
Segundo Braga, “o mundo está
ficando melhor”, principalmente
em termos de aumento da expectativa de vida, de acesso à eletricidade e de fornecimento de água
potável e de alimento. No entanto,
é preciso se voltar à gestão sustentável dos recursos hídricos. “Apesar dos nossos avanços, o mundo
está mudando. E está mudando
rápido. A água, agora, representa
o risco número um em termos de
impacto na comunidade global,
por estar conectada diretamente com questões como alimento,
energia e desenvolvimento social.
E por isso é tão importante gerenciar esse vital recurso com cuidado e com sabedoria.”
N º 28
Set emb ro 2 0 1 5
Itaipu ajudará a divulgar
Fórum Mundial da Água, que
acontecerá em Brasília
A Itaipu, por meio do Programa Cultivando Água Boa (CAB),
será uma das parceiras do projeto
Rumo a Brasília 2018, promovido
pelo Conselho Mundial da Água
para envolver a sociedade civil nas
discussões que farão parte do próximo Fórum Mundial da Água,
que será realizado em Brasília, em
2018. Será a primeira vez que o
evento, que ocorre a cada três anos,
será realizado no Hemisfério Sul.
Para discutir a parceria, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich,
recebeu quatro representantes
do conselho: o governador Newton Azevedo; o diretor de Gestão
da Agência Nacional de Águas
(ANA), Paulo Varella; o superintendente de Implementação de
Programas e Projetos da ANA,
Ricardo Medeiros de Andrade; e
o presidente da Rede Brasileira de
Organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob), Lupércio Ziroldo.
Segundo Newton Azevedo, a ideia
é promover uma série de eventos
de diferentes portes, sempre com
uma abordagem regional, em cidades como Belém (PA), para tratar
da água do ponto de vista da Amazônia, Salvador (Nordeste), São
Paulo (Sudeste) e Foz do Iguaçu
(Sul), além da Cidade do México,
Buenos Aires e Santiago.
O próximo Encontro Anual Cultivando Água Boa, que será realizado em novembro, já contará
com atividades de divulgação do
Fórum Mundial da Água. “Quere-
mos fazer uma preparação contínua. O fórum 2018 já começou”,
afirmou Azevedo.
Ele explicou que, uma das diretrizes do Conselho Mundial da
Água, após a sétima edição do
fórum, realizada em abril na Coreia do Sul, é ter um maior envolvimento das pessoas comuns,
a “sociedade desorganizada”.
“Queremos chamar a sociedade
que participa do processo, mas
que precisa se envolver pois, afinal, todos consomem água.”
Para ter esse envolvimento, a
ideia é que os eventos contem com
atividades lúdicas e atrações para
famílias, trabalhando a água como
elemento de convivência, sua relação com a gastronomia, com as
artes e a cultura de maneira geral.
“Gostaríamos de tirar desses eventos reivindicações, pontos de conforto, pontos de conflito, enfim,
elementos que vão alimentar o
processo formal do fórum”, completou Azevedo.
Segundo ele, Foz do Iguaçu será
uma das sedes Rumo a Brasília
2018 porque, além a capacidade
e infraestrutura da cidade para
receber eventos, a Itaipu, com o
programa CAB, é uma instituição
que promove as boas práticas de
gestão da água e conta com uma
ampla rede de parceiros envolvidos com a questão da preservação
dos recursos hídricos. Após a reunião, os representantes do Conselho Mundial da Água fizeram uma
visita técnica à Itaipu.
Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água: Itaipu como protagonista
N º 28
Set emb ro 2 0 1 5
J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a
I t a i pu B i n a c i o n a l
9
Reconhecimento
Jorge Samek passa a
integrar a Plataforma
Liderança Sustentável
Iniciativa reúne CEOs e executivos pautados por princípios como
ética, transparência e respeito ao próximo e ao meio ambiente
Uma das cem pessoas mais influentes do Brasil, segundo a
Revista Forbes, o diretor-geral
brasileiro de Itaipu, Jorge Samek,
passou a integrar, ao lado de outras nove personalidades, a Plataforma Liderança Sustentável.
O reconhecimento foi feito durante o 4° Encontro Anual de
Líderes da Plataforma Liderança
Sustentável, no Teatro Sesi, em
São Paulo (SP). Na mesma ocasião, ocorreu o lançamento do livro “Sustentabilidade no Coração
do Negócio”. Samek é coautor da
obra juntamente com os outros
noves integrantes da plataforma.
Com os novos líderes integrados à
plataforma, a iniciativa reúne hoje
um total de 51 CEOs e executivos,
lideranças que necessariamente
devem ser pautadas por princípios como ética, transparência
e respeito ao próximo e ao meio
ambiente. A Plataforma Liderança Sustentável é um movimento
que reúne as histórias de líderes
empresariais com o objetivo de
conectar, inspirar e educar jovens
líderes para os valores da sustentabilidade. Os novos integrantes
foram escolhidos por voto.
Além de Samek, passaram a integrar a Plataforma Liderança
Sustentável Antônio
Friedrich,
Voltolini e
Samek
Joaquim de Oliveira (Duratex),
Carlos Terepins (Even), Fernando Fernández (Unilever), Marcos
Madureira (Santander), Mathias
Becker (Renova Energia), Ricardo Vescovi (Samarco Mineração),
Roberto Setúbal (Itaú), Tânia Cosentino (Schneider Electric) e Tito
Martins (Votorantim Metais).
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Ita i pu Bi na c i onal
O livro “Sustentabilidade
no Coração do Negócio”, de Ricardo Voltolini,
foi lançado durante o 4°
Encontro Anual de Líderes
da Plataforma Liderança
Sustentável.
O diretor-geral brasileiro
de Itaipu, Jorge Samek,
assina uma dos capítulos da
obra, assim como os outros
nove líderes homenagea-
dos no evento.
O livro apresenta as
histórias desses integrantes. Nessa terceira etapa,
a Plataforma Liderança
Sustentável quis saber
como as empresas estão
inserindo esse conceito na
estratégia.
A obra é composta por
depoimentos em primeira
pessoa dos empresários
contando os desafios de
se manterem competitivos
e sustentáveis. Ao final de
cada capítulo, há ainda
uma análise técnica assinada pelo consultor Ricardo
Voltolini, discutindo os
diferenciais e as razões
que fazem de cada líder e
empresa uma referência
no tema da incorporação
da sustentabilidade à es-
tratégia do negócio.
O material agora
fará parte do conjunto de ferramentas
educacionais da
Plataforma e pode
ser utilizado por
qualquer pessoa interessada em aprender ou ensinar sobre
sustentabilidade
empresarial.
A eleição foi feita por um colegiado formado por 150 especialistas em sustentabilidade
(acadêmicos, consultores, formadores de opinião). Foram eles os
responsáveis pela elaboração de
uma lista inicial de indicações.
As empresas mais citadas foram
avaliadas pela Ideia Sustentável,
organizadora do evento,
que levou em consideração relatórios e entrevistas com os candidatos.
Só depois de concluído
o procedimento, elas
foram convidadas a
participar.
Os novos integrantes apresentaram para uma
plateia de mais
de 450 executivos e formadores de opinião
o conceito da
sustentabilidade
e explicaram como
suas empresas estão
inovando a partir
do desenvolvimento
sustentável. Ricardo
Voltolini, diretor-presidente de Ideia Sustentável e idealizador
do projeto, explica que
a chegada dos novos
empresários (agora o
projeto soma 51 líderes integrados à plataforma) reforça o poder
transformador
da
iniciativa de reduzir impactos e
10
Ricardo Voltolini fala
de sustentabilidade a
empresários de Cascavel
Lançamento do livro
As melhores práticas de sustentabilidade nas empresas foram o
assunto da palestra “Liderança
Sustentável”, de Ricardo Voltolini, na sede da Associação Comercial e Industrial de Cascavel
(Acic), no dia 11 de agosto. Voltolini é presidente da consultoria
Ideia Sustentável e uma das principais referências em sustentabilidade no País.
Esses novos empresários vão compor
um movimento para
espalhar os valores
que pregavam em
suas companhias
pelo País, por meio
de eventos regionais
e, principalmente,
pela disseminação
nas redes sociais
Ricardo Voltolini, diretorpresidente de Ideia Sustentável
contribuir para uma economia
mais sustentável.
“Esses novos empresários vão
compor um movimento para espalhar os valores que pregavam
em suas companhias pelo País,
por meio de eventos regionais e,
principalmente, pela disseminação nas redes sociais”, acredita
Voltolini. “E é essa missão que
Itaipu, na figura do Jorge Samek,
pretende ampliar nos próximos
anos com o Programa cultivando
Água Boa.”
Samek agradeceu o reconhecimento. “Desde sua gênese, Itaipu
sempre trabalhou com energia limpa e renovável. E na última década
ampliamos isso. Hoje, o Cultivando Água Boa está sendo replicado
em sete países. Recentemente, o
governo boliviano esteve na Itaipu
N º 28
Set emb ro 2 0 1 5
e mostrou interesse em adotar a
metodologia, o que deve acontecer
em breve. O CAB também virou
política pública estadual em Minas
Gerais e no Distrito Federal.”
Para o diretor de Coordenação e
Meio Ambiente de Itaipu, Nelton
Friedrich, o evento é o reconhecimento de uma série de ações de
sucesso protagonizadas por um líder ousado, progressista e dinâmiN º 28
Set emb ro 2 0 1 5
co. “Samek é um condutor estratégico que introduziu na empresa
os conceitos da sustentabilidade.
Itaipu construiu uma série de programas marcantes que fizeram
dela uma empresa visionária. O
futuro nos exige agora um aprimoramento do Cultivando Água
Boa com a implantação de sua
metodologia em outros lugares e o
aperfeiçoamento do que estamos
fazendo”, avaliou Friedrich.
Cerca de 50 pessoas participaram do evento, que contou com
a presença do diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu,
Nelton Friedrich, que fez a abertura da palestra. Recentemente,
Nelton recebeu uma homenagem
do Ideia Sustentável, que presenteou os líderes das empresas que
apoiam a Plataforma Liderança
Sustentável.
O movimento, idealizado por
Voltolini, reúne 51 presidentes de
empresas em torno do desafio de
inspirar e educar jovens líderes, e
que já impactou quase 30 mil líderes em todo o Brasil. O diretor-
geral brasileiro de Itaipu, Jorge
Samek, passou a integrar a Plataforma Liderança Sustentável.
Voltolini também é idealizador
do Observatório de Tendências
em Sustentabilidade e coordenador de 650 seminários e cursos
relacionados ao tema.
O objetivo da palestra foi estabelecer um diálogo a respeito
dos valores, conceitos e práticas
mais atuais sobre liderança estratégica para a sustentabilidade,
gestão sustentável e responsabilidade socioambiental empresarial e governamental, visando
contribuir de maneira efetiva
para o Desenvolvimento Territorial Sustentável e para a discussão dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A palestra foi promovida pela
Itaipu Binacional, por meio dos
programas Cultivando Água Boa
e Oeste em Desenvolvimento, em
parceria com a Caciopar, Amop,
Conselho dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e a Acic.
Ricardo Voltolini: diálogo sobre valores, conceitos e práticas mais atuais sobre liderança estratégica
J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a
I t a i pu B i n a c i o n a l
11
para a América Latina
para a América Latina
Oficinas do Futuro na
República Dominicana
sensibilizam 900 pessoas
Projetos-piloto mobilizam
1.450 pessoas na Guatemala
Moradores participam do processo de gestão e planejamento
das ações, através dos comitês gestores locais
São três microbacias com ações do CAB: replicação
com respeito às diferenças culturais
é hoje uma política de estado sob coordenação do Ministério de Energia
e Minas e o Instituto Nacional de
Recursos Hídricos apontaram oito
microbacias. O governo brasileiro
tem intermediado a parceria e a troca de experiências entre a Itaipu e
aquele país, através do Itamaraty e a
Agência Nacional de Águas (ANA).
“A implantação do CAB na República Dominicana passa por diversos desafios. Diferentemente do
Oeste Paranaense, onde há passivos socioambientais, mas se trata
de uma região de muitas riquezas,
principalmente na agropecuária, ali
as carências são mais básicas e profundas”, conta o superintendente de
Meio Ambiente da Itaipu, Jair Kotz,
que tem acompanhado, desde 2014,
a implantação do programa.
A implantação do programa Cultivando Água Boa na República
Dominicana está avançando nas
três microbacias-piloto selecionadas para abrigar a iniciativa.
O programa concluiu a primeira
parte das Oficinas do Futuro, processo de diagnóstico participativo
realizado junto às comunidades.
Ao todo, foram 200 pessoas de 9
comunidades da microbacia do
Rio Maimon; 600 de 12 comunidades da microbacia do Rio Grande;
e 100 de 4 comunidades de Arroio
Gurabo. Inspirada na metodologia
do educador Paulo Freire, as Oficinas do Futuro envolvem pessoas
das comunidades no levantamento
dos problemas sociais e ambientais
da comunidade, bem como no planejamento e execução das soluções.
Outro avanço é que os Comitês Gestores das microbacias já
estão formados. Nas três localidades, que são localizadas próximas a mineradoras, são mais de
300 pessoas envolvidas, representando governos e organizações locais ou nacionais, ONGs,
instituições educacionais, igrejas
e associações de bairro, totalizando 97 entidades.
“Porém, a solidez dos fundamentos e a universalidade dos valores do
CAB, de proteção do solo, da água e
da biodiversidade e da promoção de
Oficina do Futuro em La Nueces
meios de vida sustentáveis, permitem que o programa seja reproduzido em qualquer contexto, desde
que respeitas as diferenças culturais,
históricas, socioeconômicas e ambientais”, completa Kotz.
Umas das principais características
do programa está em criar maior sinergia entre as esferas federal, estadual e municipal, os demais atores
privados e outras organizações que
atuam em determinado território,
permitindo um melhor direcionamento dos esforços para sanar passivos ambientais e sociais.
“O CAB é uma ferramenta de engenharia social que integra as comunidades ao meio ambiente. Além disso, é
também uma ferramenta que permite
conformar o comitê gestor com participação direta dos mais vulneráveis,
junto com o setor público e privado”,
garante o assessor do Ministério de
Energia e Minas e diretor do CAB
República Dominicana, Yossi Abadi.
Comitê gestor da microbacia do El Dorado, em San Rafael de Las Flores
O Cultivando Água Boa (Cultivando Agua Buena) está avançando na Guatemala. Além de já ter
capacitado mais de 250 técnicos
na metodologia do programa socioambiental da Itaipu, as “Oficinas do Futuro” foram concluídas
em duas das três microbacias-piloto, totalizando 1.450 pessoas
sensibilizadas e participando do
processo de gestão e planejamento das ações, através dos comitês
gestores formados. As oficinas
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Ita i pu Bi na c i onal
A Guatemala vive um quadro desafiador: mais da metade (54%) da
população se encontra abaixo da
linha de pobreza e 13% na pobreza
extrema, situação que se concentra
na zona rural, principalmente na
população indígena. O país tem alta
disponibilidade de minerais. Porém, o setor de mineração apresenta
diversas controvérsias relacionadas
principalmente às consultas comu-
A implantação do CAB na República
Dominicana passa por diversos desafios.
Diferentemente do Oeste Paranaense, onde
há passivos socioambientais, mas se trata
de uma região de muitas riquezas, ali as
carências são mais básicas e profundas
Entendemos que o CAB oferece uma
resposta às demandas sociais das
comunidades do entorno desses projetos,
além de contar com um modelo de
interlocução com essas comunidades
Jair Kotz , superintendente de Meio Ambiente da Itaipu
Carmen Yolanda Magzul López, do ViceMinistério de Desenvolvimento Sustentável
O Cultivando Agua Buena, como é
chamado na República Dominicana,
12
mento da metodologia do CAB.
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Set emb ro 2 0 1 5
foram realizadas nas microbacias
de El Dorado e Rio Negro, entre
novembro de 2014 e abril de 2015.
nitárias e aos valores, identidade,
tradições, costumes e direitos das
populações indígenas e campesinas.
O CAB na Guatemala é resultado de
um acordo de cooperação entre os governos brasileiro e guatemalteco, reforçado pelo Acordo Complementar
ao Convênio Básico de Cooperação
Científica e Técnica entre a Guatemala
e o Brasil, assinado em 2 de fevereiro
de 2015, e que trata do compartilha-
Em documento que trata da adoção
do CAB, o vice-ministério de Desenvolvimento Sustentável, ligado
ao Ministério de Energia e Minas da
Guatemala, afirma que o programa
da Itaipu é visto como “oportunidade para melhorar as condições de
vida e um mecanismo para articular
N º 28
Set emb ro 2 0 1 5
os diversos atores de um determinado território e a nível nacional, além
de promover metodologias inovadoras de gestão, educação e ação
ambiental, em um amplo processo
de inclusão social e produtiva”.
“Entendemos que o CAB oferece
uma resposta às demandas sociais
das comunidades do entorno desses
projetos, além de contar com um
modelo de interlocução com essas
comunidades. E, também, contribui
para a preservação da água, viabiliza
a hidroeletricidade e aumenta o nível
de conhecimento sobre os projetos hidrelétricos”, afirmou Carmen Yolanda
Magzul López, do Vice-Ministério de
Desenvolvimento Sustentável.
Conforme explica o superintendente de Meio Ambiente de Itaipu, Jair Kotz, o CAB na Guatemala está sendo aplicado em áreas de
projetos relacionados à geração de
energia e mineradoras: a Mineradora El Escobal, localizada na microbacia El Dorado, em San Rafael
Las Flores; o projeto Hidrelétrico
Renace IV, na microbacia do Rio
Canlich, município de San Pedro
Carchá; e o projeto Hidroelétrico
El Porvenir, localizado na microbacia do Rio Negro, Aldea El Porvenir, no município de San Pablo.
A implantação do programa teve
início em 2014, com diversas ativi-
Líder comunitário na primeira Feira do Cultivando Agua Buena
dades de capacitação na metodologia do CAB. Primeiro em Foz, com
visitas a projetos na BP3, em maio
de 2014, com a participação de 18
pessoas da Guatemala. Um segundo
ciclo foi composto de cinco jornadas
de capacitação para 35 técnicos do
Ministério de Energia e Minas e de
outras instituições do governo guatemalteco envolvidas com o CAB (de
março a junho do ano passado) na
Guatemala, com a participação de
técnicos da Itaipu a distância (via internet). Na sequência, outros cursos
foram realizados, totalizando mais
de 250 pessoas capacitadas.
Realidade social da Guatemala
54%
da população se
encontra abaixo da
linha de pobreza
13%
da população
se encontra na
pobreza extrema
Essa situação se concentra na zona rural,
principalmente na população indígena
J o r n a l Cu l t i v a n d o Ág u a Bo a
I t a i pu B i n a c i o n a l
13
para a América Latina
Para o Brasil
Bolívia manifesta interesse em
adotar o Cultivando Água Boa
Cultivando Água Boa vai integrar
34 frentes de ação no Distrito Federal
Elementos do programa se aproximam do que o governo boliviano defende, como a fundamentação em iniciativas locais
Acordo de cooperação foi assinado em julho; governador diz que CAB é uma das principais ações da gestão
boliviano defende, como a fundamentação em iniciativas locais,
com envolvimento direto das comunidades beneficiadas. “Chamou
a atenção a participação ativa de indígenas e de agricultores familiares,
e a forma como as prefeituras se
apropriaram dos projetos, que se
converteram em políticas públicas.
E também o uso de tecnologias
como o biogás e o papel da educação
ambiental. Tudo isso é muito interessante”, afirmou o vice-ministro,
que, durante quatro dias, percorreu
a região visitando as iniciativas do
CAB e conversando diretamente
com participantes do programa.
A ideia, segundo Ortuño, é adotar
o CAB de maneira experimental no
projeto de construção da hidrelétrica
Rositas, no Rio Grande. “Gostaríamos
de iniciar a replicação do programa
como atividade prévia à construção da
hidrelétrica, estabelecendo um diálogo permanente com as comunidades.”
A necessidade de preservar os
recursos hídricos e prevenir danos decorrentes das alterações
climáticas despertou o interesse
do governo da Bolívia em adotar a
metodologia do Cultivando Água
Boa (CAB), iniciativa reconhecida pela ONU como a melhor prática de gestão da água no mundo.
O vice-ministro de Recursos Hídricos da Bolívia, Carlos Rene Ortuño, visitou, entre os dias 28 e 31
de julho, diversos projetos do CAB
em alguns dos 29 municípios que
fazem parte do programa, executado em parceria com prefeituras, órgãos de governo federal e estadual,
cooperativas, ONGs e instituições
de ensino e pesquisa, entre outros.
Segundo Ortuño, o interesse pela
parceria surgiu a partir de uma
aproximação entre os governos dos
dois países para tratar de recursos
hídricos. A Bolívia “entrega” água
para alguns dos rios amazônicos
que percorrem o Brasil. Por isso, ao
14
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Temos uma agenda de cooperação
ambiciosa com a Bolívia tendo a
água como um elemento central
Horácio Figueiredo Júnior, chefe de
gabinete da presidência da Agência
Nacional de Águas (ANA)
governo brasileiro, interessa o estabelecimento de uma rede de monitoramento hidrológico e climático,
para prevenir enchentes e prever vazões para fins de geração de energia.
Também está em pauta a discussão sobre a construção de uma
hidrelétrica binacional (Brasil-Bolívia), nos moldes de Itaipu, no Rio
Madeira. O diretor-geral brasileiro
da Itaipu, Jorge Samek, participa, a
convite do Ministério de Minas e
Energia, do grupo de trabalho que
estuda a construção dessa usina.
A Bolívia é um país especialmente sensível às mudanças climáticas,
uma vez que seus rios nascem do degelo de geleiras dos Andes. “Temos
Ita i pu Bi na c i onal
de três a quatro meses de chuva
por ano”, explicou Ortuño. “Então,
uma das estratégias é aumentar o
armazenamento, construindo represas, de pequeno a grande porte, e
hidrelétricas, não apenas para gerar
energia, mas para regular o fornecimento de água”, acrescentou.
Essa estratégia faz parte de um
plano lançado pelo presidente Evo
Morales com diversas metas para
melhorar a infraestrutura do país até
2025, ano em que a Bolívia completa 200 anos de independência. Entre
as metas, estão a universalização do
acesso à água (hoje o recurso está
acessível para 80% da população) e
o incremento da geração de energia
a partir de fontes renováveis.
“Temos uma agenda de cooperação ambiciosa com a Bolívia tendo
a água como um elemento central”,
explicou Horácio Figueiredo Júnior,
chefe de gabinete da presidência da
Agência Nacional de Águas (ANA),
que acompanhou o vice-ministro.
“Nessa aproximação, o governo
Recursos Hídricos e de Meio Ambiente do DF.
O governador do Distrito Federal
Rodrigo Rollemberg disse que a
adoção do Programa Cultivando
Água Boa (CAB) na capital do
País é uma das iniciativas mais
relevantes de sua gestão, iniciada em janeiro deste ano. “Esta é,
sem dúvidas, uma das ações mais
importantes do nosso governo”,
destacou. “Precisamos preservar
nossas águas e mostrar ao mundo
que somos referência em sustentabilidade”, completou.
O Distrito Federal também adotou o Programa Cultivando Água
Boa (CAB), desenvolvido pela
Itaipu Binacional e parceiros, para
levar à região da capital federal a
metodologia de ações socioambientais adotada com sucesso no
O CAB se tornou instrumento
de cooperação internacional, com
apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e da (ANA), em
novembro de 2013. Hoje, a metodologia do programa já vem sendo
replicada na República Dominicana, Guatemala, Argentina, Paraguai, Uruguai e Espanha.
Oeste do Paraná.
O acordo de cooperação técnica
foi assinado no dia 29 de julho, em
solenidade foi realizada no Palácio
do Buriti, sede do governo do DF,
durante reunião dos Conselhos de
O termo de cooperação técnica foi
assinado por Rollemberg e pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. “Estamos aqui para provar como é possível gerar emprego,
renda e aumentar a economia sem
esquecer de cuidar do meio ambiente”, disse o Samek. Em março
deste ano, o governo de Minas Gerais também instituiu o CAB como
política pública para proteção de
seus recursos hídricos.
Em seu discurso, Samek disse
que o Água Boa comprova como
é possível tornar comtível o crescimento econômico, a geração de
emprego e de renda com a preservação do meio ambiente. “Nós
precisamos desenvolver as nossas
cidades, nossa indústria, nosso comércio, nossa gente, mas, ao mesmo tempo, precisamos preservar
esse bem maior, que é a natureza,
a água, o solo”, defendeu.
Também participaram da solenidade o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu,
Nelton Friedrich; o secretário do
Meio Ambiente, André Lima; o
secretário de Ciência, Tecnologia
e Inovação, Paulo Salles; o superintendente do Banco do Brasil no
Distrito Federal, José Amarildo
Casagrande; o presidente da Fundação Banco do Brasil, Marcos
Frade; e a secretária do Meio Ambiente de Goiás, Jacqueline Vieira.
Após a assinatura, Samek entregou ao governador uma réplica do
prêmio Água para a Vida, conferido à binacional pela Organização
das Nações Unidas (ONU). Samek
recebeu um quadro com imagens
da Chapada dos Veadeiros, parque de preservação ambiental localizado a 230 km de Brasília.
Mais de 30 frentes
Para Nelton Friedrich, a parceria
é muito representativa, pelo fato
de a cabeceira do Rio Paraná estar localizada no Distrito Federal.
“Brasília e o cerrado são o berço
dessas águas que em Itaipu geram
quase 18% da energia nacional e
nascem também aqui, em Goiás e
Minas Gerais”.
No DF, o Cultivando Água Boa
integrará 34 frentes de ação voltadas para a sustentabilidade ambiental, com verba da Fundação
Banco do Brasil.
“Nós estamos muito confiantes
nessa parceria”, relatou o administrador regional do Distrito Federal (Lago Norte e Varjão), Marcos Woortmann.
Via de mão-dupla
Rollemberg destacou projetos em
andamento que pretendem reduzir
o impacto ambiental e estimular a
conscientização das comunidades,
como a conclusão do aterro sanitário de Brasília para tratar os resíduos
sólidos; a transformação dos parques
como grandes centros de educação
ambiental; a adoção de energia solar
nas escolas públicas e de um grande
programa de arborização.
Para Samek, essa parceria terá
via de mão-dupla, uma vez que
Itaipu espera aprender mais com
as práticas socioambientais desenvolvidas no Distrito Federal.
“Queremos manter o diálogo com
o governo da capital”, completou
o diretor-geral.
boliviano tomou
conhecimento
do CAB e nos pediu que
o programa seja um
dos instrumentos do
acordo de cooperação, que está sendo
finalizado.”
Para Ortuño,
alguns dos elementos emblemáticos do
CAB se aproximam daquilo
que o governo
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Para o Brasil
Para o Brasil
Técnicos do governo de Minas
conhecem ações na BP3
A metodologia e a experiência da Itaipu já estão sendo aplicadas na
recuperação e proteção de microbacias hidrográficas mineiras
Um grupo de 15 técnicos, representando instituições envolvidas
com a implantação do programa
Cultivando Água Boa em Minas
Gerais, esteve na região para conhecer de perto, e na prática, as
ações do CAB. A metodologia e
a experiência da Itaipu já estão
sendo aplicadas na recuperação
e proteção de microbacias hidrográficas mineiras. “Presenciar
as ações e seus resultados nesses
municípios nos motiva e nos dá
subsídios para levar para Minas
Gerais essa experiência vitoriosa”, afirmou a coordenadora ambiental da Cemig Distribuição,
Vera Lúcia Borges.
“O objetivo do grupo é elaborar
estudos e propor a revisão, a sistematização e a reestruturação dos
programas da administração pública estadual para incorporar, no âmbito do Estado, as boas práticas e as
experiências do CAB. Tal iniciativa
sinaliza uma mudança na organização das políticas públicas estaduais
que passam a abarcar a água como
Vargem das Flores, que fica no município de Contagem, integrante da Região Metropolitana de Belo Horizonte
CAB chega à Região Metropolitana de BH
Dirigentes de municípios da Bacia do Paraopeba conhecem ações do programa e resultados alcançados na BP3
O Programa Cultivando Água
Boa (CAB), adotado como política pública pelo governo de Minas Gerais em março deste ano,
vem sendo apresentado a prefeitos e autoridades de municípios
mineiros, uma das etapas para a
implantação de ações em bacias
hidrográficas do Estado.
O governo mineiro identificou
duas áreas prioritárias do estado
para implantação do CAB: o semiárido e a região metropolitana de
Belo Horizonte.
No final de maio, o programa foi
apresentado a prefeitos de municípios localizados na Bacia do Paraopeba, Região Metropolitana de
Belo Horizonte, durante encontro
realizado na cidade de Igarapé - a
cidade tem uma importante participação no abastecimento da RM,
contribuindo com 45% da água
captada. Outras cidades mineiras,
como Varginha, Itajubá, Capitólio
e Patos de Minas também conheceram o programa.
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Em Igarapé, a apresentação foi conduzida pelo diretor de Coordenação
e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, que falou sobre os resultados alcançados pelo Cultivando
Água Boa. “A questão da água está
na centralidade dos desafios da humanidade e em um momento de
crise, temos que construir um consenso ético mínimo para conseguirmos articular ideias e alcançar resultados estruturantes”, ressalta.
Segundo a presidente da Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa), Sinara Meireles,
o governo do Estado tem apostado
no trabalho que envolve a parceria entre diversos órgãos, tendo a
Copasa como porta-voz. “Seja na
preservação dos mananciais, no
controle do assoreamento, da poluição, do uso da terra nas propriedades rurais e em todas as ações, é
perceptível a contribuição de cada
um, enquanto cidadão ou instituição”, afirma.
Participaram
da
Ita i pu Bi na c i onal
apresentação,
prefeitos, vereadores e agricultores
rurais dos municípios de Betim,
Bonfim, Brumadinho, Contagem,
Ibirité, Igarapé, Itatiauçu, Juatuba,
Mateus Leme, Mário Campos, Crucilândia, Rio Manso, São Joaquim
de Bicas, Sarzedo e Belo Horizonte.
Política pública
O governo de Minas, por meio
do Decreto nº 46.730, de 25 de
março de 2015, adotou o CAB
como política pública e constituiu um Grupo de Trabalho,
que inclui a Copasa e a Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig), para elaborar estudos e
propor a reestruturação dos programas da administração pública
estadual para incorporar as boas
práticas e as experiências do programa. “Ao adotar este programa,
o governo de Minas e a Copasa
demonstram preocupação com a
recuperação das microbacias ao
aumentar a quantidade de água
durante o período de estiagem e
ainda melhorar a qualidade do
recurso”, disse João Bosco Senra,
diretor de Operação Sudoeste da
Copasa. O GT é composto ainda
por Emater, Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Econômico, Secretaria de Educação,
Instituto Estadual de Floresta,
Instituto Mineiro de Gestão das
Águas, Fundação Estadual de
tema central”, explicou Vera.
A sensibilização dos atores sociais e a mobilização são os principais aspectos da metodologia do
CAB que estão sendo adotados
em Minas. “Uma vez que as oficinas sejam realizadas motivando
as comunidades, estas se sentirão
parte integrante do processo de
melhoria da condição da microbacia. Esse empoderamento é fundamental e o CAB mostra a todo
instante que as pessoas precisam
se envolver”, disse Vera.
Na BP3
Em visita aos projetos do CAB na
região do programa, a Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3), os
técnicos de Minas tiveram a oportunidade de conhecer o programa
Plantas Medicinais (dos produtores rurais ao beneficiamento na
Unidade de Extrato Seco); propriedades e cooperativas da agricultura
família; o Centro Avançado de Pesquisas, em Santa Helena; o projeto
Florir Toledo, que trabalha com
jovens; a recuperação das microbacias dos rios Bonito e Água Verde;
o Corredor de Biodiversidade Santa Maria; e um barracão do programa Coleta Solidária.
“Apesar das informações e mate-
riais que já tínhamos, não imaginava que o CAB tivesse o alcance
que constatamos nessa visita técnica. Todo o grupo ficou impressionado com o entusiasmo das
pessoas envolvidas, tanto com
a implantação, quanto com as
ações in loco. Vimos resultados
concretos, ações bem sedimentadas, e uma gratidão e respeito
enormes por Itaipu, manifestado
pelos cidadãos e pelos governantes dos municípios visitados”,
concluiu Vera.
Meio Ambiente e Instituto Mineiro de Agropecuária.
Também foi assinado um Termo
de Cooperação com a Itapu Binacional com o objetivo de desenvolver estudos e ações para a melhoria
dos recursos hídricos em território
mineiro, e consequentemente o intercâmbio de experiências.
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Nosso pedaço
Nosso pedaço
Em Terra Roxa, comunidade
vai ajudar a recuperar
mais três microbacias
Em Guaíra, a 217ª microbacia
a ser recuperada na região da BP3
Com o Pacto das Águas, comunidade e instituições firmam compromisso de executar as ações discutidas
A cerimônia do Pacto das Águas, realizada na comunidade de Maracaju
dos Gaúchos, em Guaíra, deu início
às ações de recuperação da microbacia dos rios Birigui e Taturi. Com o
Pacto das Águas, a Itaipu, prefeitura,
comunidade e demais parceiros firmaram o compromisso de executar
as ações discutidas durante as Oficinas do Futuro (reuniões de sensibilização e planejamento que marcam
a implantação do CAB).
Pacto das Águas reuniu mais de 700 pessoas e prevê responsabilidade
compartilhada em diversas ações de preservação do meio ambiente
A Prefeitura de Terra Roxa e a
Itaipu Binacional, por meio do
Programa Cultivando Água Boa,
firmaram convênio para recuperação das microbacias dos rios
Tapera, Ribeirão Açu e Córrego
Moreno. A assinatura se deu durante a cerimônia do Pacto das
Águas, realizada no Maracaju
Clube de Campo.
O evento reuniu mais de 700
pessoas, entre autoridades, representantes da Itaipu, empresas
parceiras, agricultores das comunidades beneficiadas pelo convênio e comunidade em geral. Entre
as autoridades, estiveram presentes o prefeito Ivan Reis, o secretário de Agricultura, Carlos Roberto Rampim, o secretário de Meio
Ambiente, Nelson Nepomuceno
Filho, o diretor de Coordenação e
Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, além de representantes
do comitê gestor e das comunidades Aparecidinha, Mirassol,
Cedro e R1.
A celebração contou com diversas apresentações culturais, como
músicas típicas e canto Coral,
além da mística da água, da terra,
do solo e do ar, e do bolo decorado
com o desenho da microbacia, características que já são as marcas
registradas dos Pactos das Águas
do CAB. A carta do pacto foi assinada por todos os presentes e
também pelas autoridades, ratificando o compromisso de atuar na
preservação do meio ambiente.
O prefeito Ivan Reis ressaltou
a importância da parceria e das
obras que visam a preservação
ambiental. “Como cidadão terraroxense e, de forma especial,
como prefeito, eu me sinto muito
feliz por podermos proporcionar à
comunidade local a oportunidade
de conhecer o programa Cultivando Água Boa, desenvolvido pela
Itaipu. O convênio vai oferecer
melhorias para os agricultores das
comunidades beneficiadas. Uma
grande área do nosso município
será favorecida.”
Segundo Nelton Friedrich, o
CAB visa a sustentabilidade e a
preservação, através de parcerias
e ações conjuntas. “Nós conseguimos construir um programa que
tem sua essência na participação
e envolvimento das comunidades rurais e urbanas, prefeituras,
associações, cooperativas. É algo
diferente que constrói uma governança inovadora”, afirmou.
do responsabilidades. Ficamos
muito satisfeitos de ver a agilidade da gestão municipal de Terra
Roxa para executar o programa”,
completou o diretor, que recebeu
uma moção de aplausos ao Programa Cultivando Água Boa, da
Câmara Municipal.
Convênio
As ações de recuperação fazem
parte do programa Gestão por
Bacias Hidrográficas, uma das iniciativas do Cultivando Água Boa,
em parceria com o município de
Terra Roxa e com diversas instituições que compõem o comitê
gestor, com investimentos superiores a R$ 2 milhões.
Na assinatura do pacto da microbacia, estão definidas ações de
correção dos passivos ambientais, conservação e preservação
ambiental das comunidades, com
destaque para a educação ambiental, obras de adequação e cascalhamento de estradas, instalação
de abastecedores comunitários,
terraceamento, proteção das nascentes e recuperação florestal.
“O mais importante de todo esse
trabalho é a articulação de forças,
compartilhando sonhos e dividin-
Nós conseguimos
construir um
programa que
tem sua essência
na participação
e envolvimento
das comunidades
rurais e urbanas,
prefeituras,
associações,
cooperativas
Na partilha do bolo, o compromisso comunitário
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Ita i pu Bi na c i onal
Nelton Friedrich, diretor
de Coordenação e Meio
Ambiente de Itaipu
Durante o evento, foi lançada a proposta de implantar o “reciclômetro”
Catadores de Santa Helena
têm encontro de capacitação
Cidade recolhe 70 toneladas de recicláveis por mês
A Prefeitura de Santa Helena e
a Itaipu Binacional, por meio do
Programa Cultivando Água Boa
(CAB), promoveram, em Santa
Helena, o Encontro de Capacitação
de Técnicos e Lideranças de Catadoras da Bacia do Paraná 3 (BP3).
Durante o encontro, na Câmara de Vereadores, foi assinado o
contrato de prestação de serviços
de coleta seletiva entre a Prefeitura de Santa Helena e a Associação de Catadores, atendendo os
princípios e diretrizes da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/10). A ação irá beneficiar
40 famílias do município.
“Os catadores são extraordinários
atores ambientais. O município de
Santa Helena está tendo uma posição de vanguarda no processo e
merece aplausos”, elogiou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich.
De acordo com o prefeito de Santa
Helena, Jucerlei Sotoriva, são recolhidos no município 70 toneladas
de material reciclável mensais. “O
catador é o mais importante no
processo que transforma o lixo e
oportuniza a reutilização”, disse.
Para o gestor do projeto Coleta Solidária de Itaipu, Vinicius Ortiz de
Camargo, o contrato de prestação
de serviço representa “um marco
no que se refere as ações em prol
da inclusão socioeconômica dos
catadores de materiais recicláveis”.
O encontro em Santa Helena
também contou com a presença do coordenador do Centro de
Apoio Operacional às Procuradorias de Proteção ao Meio Ambiente, Saint-Clair Honorato Santos; o
presidente da Associação de Catadores de Santa Helena, Valdevino
Lazaroto; o representante da articulação nacional do Movimento Nacional dos Catadores, Luiz
Henrique da Silva; a chefe regional
do IAP, Maria Gloria Genari Pozzobon – entre outras autoridades.
A microbacia do Birigui e Taturi é a
de número 217 do Programa Cultivando Água Boa. Entre as ações definidas junto com a comunidade estão
a educação ambiental, cascalhamento
das estradas, instalação e construção
de abastecedouros comunitários, terraceamento, proteção das nascentes
e recuperação florestal.
Para o diretor de Coordenação e
Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, o fato de as decisões serem tomadas em conjunto com a
comunidade dá respaldo às ações
e evita conflitos. “As pessoas são
empoderadas e participam diretamente das soluções. Esse é um dos
diferenciais e um dos fatores de
sucesso do CAB”, afirmou.
Para Terezinha Koakoski, moradora de Maracaju dos Gaúchos desde o
nascimento, a implantação do programa é vista com esperança. “Quando eu era criança, derrubávamos o
mato que estava perto do rio. Não
ficava nada”, conta. “Agora, sei como
é importante preservar as águas e as
matas ciliares. E não devemos derrubar o mato, mas cuidar de tudo isso.”
Desde sua implantação, em 2003,
o CAB já promoveu a recuperação
de quase 2 mil km de estradas rurais; a proteção de mais de 1.300
km de matas ciliares; a conservação de 23.500 hectares de solos; a
implantação de 165 abastecedouros comunitários; entre outros
resultados alcançados nas 217 microbacias trabalhadas.
A partilha do bolo com o mapa da microbacia
Agora, sei como
é importante
preservar as águas
e as matas ciliares
Terezinha Koakoski, moradora
de Maracaju dos Gaúchos
A comunidade participa de todas as decisões
Assinatura do Pacto das Águas: caminhando juntos
Durante o evento, Itaipu lançou
a proposta de implantar na BP3 o
“reciclômetro”, um indicador com
informações sobre o volume de
resíduos gerados nos municípios,
a quantidade de material reciclado, a quantidade de resíduos que
vai para o aterro municipal etc. A
ideia é estabelecer um conjunto de
dados que demonstrem o nível de
comprometimento do município
com a redução da poluição. A definição dos indicadores será feita
coletivamente por catadores e técnicos em encontros regionais.
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Nosso pedaço
Nosso pedaço
Rondon e Itaipu lançam projeto
de cisternas para o reúso da
água em propriedades rurais
Uso mais racional da água e redução do impacto sobre o sistema
de saneamento municipal são principais objetivos
130 litros
A Itaipu, por meio do Programa
Cultivando Água Boa, em parceria com a Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, lançou
um projeto que pretende dotar as
propriedades rurais da região de
cisternas, proporcionando o uso
mais racional da água e diminuindo o impacto sobre o sistema de
saneamento municipal.
130 litros por dia, em média, uma
pocilga de suínos chega a consumir 10 mil litros.
“A partir desse diagnóstico, surgiu
a proposta de implantar cisternas,
para captação de água da chuva,
e assim enfrentar esse problema”,
afirmou o diretor de Coordenação
e Meio Ambiente, Nelton Friedrich.
10 mil litros
O projeto nasceu a partir de um
estudo realizado pelo Sistema
Autônomo de Abastecimento de
Água e Esgoto (SAAE), de Marechal Cândido Rondon, que apontou um alto índice de consumo de
água nas atividades agropecuárias, especialmente na avicultura,
suinocultura e bovinocultura de
leite, chegando a comprometer o
abastecimento em alguns períodos do ano.
Em uma primeira etapa, foram
selecionadas as propriedades de
Delcia Osterkamp, da Linha Eldorado; de Ademar Hofstetter, do
Distrito de São Roque; e de Heriberto Conrad, da Linha Iguiporã.
litros de água é
a capacidade de
uma cisterna
As 473 propriedades rurais de
Rondon consomem mais água que
os 48.000 habitantes do município. Enquanto o consumo médio
de uma família (considerando higiene, alimentação e limpeza) é de
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Segundo o prefeito Moacir Froehlic, a construção de cisternas se
tornará uma política pública do
município. “A intenção é chegar
a todas as propriedades rurais”,
disse. Cada cisterna tem capacidade para armazenar 500 mil litros
de água da chuva e foram especialmente desenvolvidas para a
suinocultura. O projeto tem um
custo total de R$ 121 mil e o investimento de Itaipu é de R$ 68 mil.
Ita i pu Bi na c i onal
Santa Terezinha
coleta lixo
reciclável em
todo o município
O volume chega a 100 toneladas por mês
por dia é o gasto
de uma família
Soluções ambiental e socialmente corretas, que beneficiem a população de todo um município,
muitas vezes não precisam de orçamentos generosos para se tornar realidade. Prova disso está em
Santa Terezinha de Itaipu, onde a
coleta seletiva completou um ano
e atinge toda a área do município.
por dia é o gasto de
uma pocilga de suínos
500 mil
A prefeitura estima que 70% de
todo o lixo reciclável (papel, vidro, plástico, metal e isopor) esteja sendo recolhido, mas o objetivo
é chegar a 100%. A coleta é feita
com dois caminhões, adquiridos
em parceria com o programa Cultivando Água Boa, com recursos
da Funasa e da Itaipu Binacional.
Um caminhão é do município e
outro da Associação dos Catadores de Resíduos Recicláveis e/ou
Reaproveitáveis de Santa Terezinha de Itaipu (Acarest).
R$ 121 mil
é o total investido
no projeto
473
propriedades rurais
consomem mais que os
48 mil
habitantes
“Hoje, não se vê mais catador nas
ruas. Eles trabalham diretamente
na triagem e enfardamento dos
de Marechal
Cândido Rondon
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materiais. Nem faz mais sentido chamá-los de catadores. São
agentes ambientais”. diz o engenheiro ambiental Darlei Sauer de
Souza, da Secretaria Municipal de
Agropecuária e Meio Ambiente.
Novos equipamentos são entregues no aniversário
A Prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu
promoveu a entrega de
diversos equipamentos
durante as comemorações
dos 33 anos do município,
em junho. Entre eles, um
tanque pipa, um distribuidor de dejetos e outros
itens que irão contribuir
com as ações do programa Cultivando Água Boa.
Ao todo, foram investidos R$ 836.557,51, so-
mando recursos próprios,
dos governos estadual
e federal e da Itaipu. O
prefeito Cláudio Eberhard
agradeceu aos parceiros
que viabilizaram as aquisições. “As parcerias são
fundamentais para concretizarmos aquilo que
estabelecemos no nosso
plano de governo. Estamos muito satisfeitos com
os resultados obtidos,
mas não para por aqui.
Tem muito para acon-
tecer ainda”, afirmou.
Em seu discurso, o
diretor de Coordenação
e Meio Ambiente da
Itaipu, Nelton Friedrich,
destacou a determinação
do município em fazer as
coisas acontecerem. “É
raro no Brasil um município com apenas 33
anos ter a exuberância e
potência que tem Santa
Terezinha de Itaipu.”
A Acarest hoje conta com 38 associados. Antes da coleta com os caminhões, recolhia aproximadamente
30 toneladas de recicláveis por mês.
Hoje, o volume chega a 100 toneladas/mês. Com isso, melhorou também a renda dos catadores.
O presidente da Acarest, Antônio Henrique Correia, conta
que começou a catar lixo há sete
anos. Carpinteiro, ele perdeu a
ponta dos dedos em um acidente de trabalho. Casado e com um
filho, passou a “empurrar carrinho” para garantir o sustento da
família. “Com a cooperativa e os
caminhões, a situação melhorou
bastante”, afirma o catador que
hoje tem uma renda mensal média de R$ 1.200.
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Nosso pedaço
Nosso pedaço
Itaipu promove curso para fomentar a
eficiência energética nos municípios da BP3
Moradores da Vila C participam de
atividades no Refúgio Biológico
A mudança de cultura no uso da eletricidade e a modernização de tecnologias foram itens em discussão
Objetivo é aproximar a comunidade e apresentar o trabalho
desenvolvido no RBV, que completou 31 anos
Para fomentar a cultura da eficiência energética nos municípios da
Bacia do Paraná 3 (BP3) a Itaipu
vem reunindo profissionais que
atuam na manutenção da iluminação pública e de prédios públicos
para o curso de Gestão Energética
Municipal para Eletricistas.
O curso é mais uma ação da Divisão de Serviços e o Departamento
de Interação Regional, no âmbito
das ações do Programa Cultivando Água Boa e da Comissão Interna de Conservação de Energia
(Cice) da Itaipu em parceria com a
Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Fundação Coge).
Foram ofertadas três vagas por
cidade da BP3. Para que as classes não tivessem mais do que 30
alunos, foi necessário dividir os
eletricistas em três polos, com
aproximadamente dez municípios
cada. Participaram da capacitação
no Ecomuseu, no início de agosto,
profissionais indicados pelos municípios de Foz do Iguaçu, Itaipulândia, Missal, Matelândia, Santa
Helena, Ramilândia, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu e Medianeira. O curso também
foi ministrado em Marechal Cândido Rondon em agosto. Toledo
recebe o curso, em 9 de setembro.
A capacitação é dividida em três
etapas. A primeira é um workshop
de 21 horas, desenvolvido em três
dias consecutivos, com objetivo de
preparar os agentes.
Em um segundo encontro,
realizado entre 40 a 60 dias
após o primeiro, haverá outro
workshop de 21 horas, também
em três dias consecutivos, mas
desta vez com o objetivo de tirar
dúvidas e reforçar conhecimen-
tos e habilidades dos agentes.
O curso termina com um terceiro encontro, realizado em até seis
meses após o segundo. Será um
workshop de 13 horas, desenvolvido em dois dias consecutivos,
com o objetivo de receber e avaliar
os resultados dos agentes.
Eu nunca imaginei que tão perto da
minha casa havia um trabalho como
este com as plantas medicinais
Durante o curso, a equipe da
Fundação Coge aplica dinâmicas
de grupo para que os eletricistas,
além de terem o preparo técnico
para avaliar as oportunidades de
melhoria na gestão da eficiência
energética nos prédios públicos
e iluminação pública, tenham
também facilidade de interagir
com os usuários e gestores destes prédios, os convencendo das
necessidades de mudança de cultura no uso da eletricidade e da
modernização de tecnologias dos
equipamentos elétricos.
Vilma Terezinha Polipo, moradora da Vila C
Crianças e mulheres têm oficina
sobre educação ambiental
Técnicos durante um dos
cursos: preparo técnico e
facilidade para interação
A Divisão de Educação Ambiental reuniu vários grupos da
comunidade da Vila C para conhecer o Refúgio Biológico Bela
Vista (RBV), que completou 31
anos em junho, e discutir temas
ligados à sustentabilidade.
processo de produção de mudas e
participaram de uma atividade de
semeadura. De volta ao centro de
visitantes, o grupo foi convidado
a deixar registrado na “árvore da
vida” seu compromisso com a sustentabilidade.
Os encontros fizeram parte da
ação “Educação Ambiental nas
Estruturas Educadoras”, coordenada por Lucilei Bodaneze Rossasi, com apoio do pessoal que atua
no Viveiro Florestal.
Ao final da atividade, os moradores
elogiaram a iniciativa – segundo eles,
“uma terapia que faz bem para o corpo, para a mente e para a alma”.
Numa das visitas, os moradores
– 20, no total – fizeram exercícios de alongamento e respiração e caminharam pela mata. No
Viveiro Florestal, conheceram o
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Em outra atividade, em agosto, o
Grupo de Idosos da Vila C participou do 3º Encontro de Qualidade
de Vida e Educação Ambiental e
Patrimonial, também no RBV.
Desta vez, o tema do encontro foi
o projeto de plantas medicinais de
Itaipu e sua relação com as atividades de educação ambiental.
O grupo – com 28 participantes
– fez uma caminhada até o Ervanário de Itaipu, onde foi recebido
por Reinaldo Santos Shimabuku,
que apresentou o projeto e as atividades desenvolvidas no local.
Um dos idealizadores do projeto
Plantas Medicinais, Altevir Zardinello, hoje aposentado, também
participou do encontro.
“Eu nunca imaginei que tão perto
da minha casa havia um trabalho
como este com as plantas medicinais. Estou encantada com tanto
conhecimento”, entusiasmou-se
Vilma Terezinha Polipo, 63, que
As crianças que participam das aulas de balé,
judô e informática tiveram
uma atividade diferente
no Conselho Comunitário
da Vila C. Por um dia, eles
deixaram as sapatilhas,
os quimonos e os computadores de lado para
aprender sobre cidadania
e educação ambiental.
Na atividade principal, os
alunos trabalharam a múTerra
Azul,
queC.trata
hásica
32 anos
mora
na Vila
da importância da água.
Mas não foram apenas
os pequenos que participaram da oficina. As
mães dos alunos também mudaram um pouco
a rotina. Para elas, foi
oferecida uma oficina
sobre plantas medicinais e
condimentares. No local,
elas puderam preparar
um sal temperado.
Ao todo, as atividades
reuniram mais de 50
pessoas, entre alunos e
mães. A iniciativa é uma
parceria da Divisão de
Educação Ambiental de
Itaipu, por meio da ação
“educação ambiental nas
estruturas educadoras de
Itaipu”, com o Conselho
Comunitário da Vila C.
As oficinas estão sendo
desenvolvidas desde
fevereiro deste ano.
Mais ações
Neste ano, a parceria
entre Itaipu e Conselho
Comunitário da Vila C
foi ampliada, com novas
oficinas, cursos e atividades desenvolvidos com
os moradores do bairro
e região. A intenção é
aproximar, ainda mais, as
comunidades no entorno
da usina com o Refúgio
Biológico Bela Vista e o
Ecomuseu, e promover
a educação ambiental.
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Nosso pedaço
Nosso pedaço
Vila C realiza plantio de 300 árvores
abrindo Semana do Meio Ambiente
Festa para crianças marca entrega do
Parque Monjolo em Foz do Iguaçu
Atividades também incluíram painéis mostrando ações de renovação do bairro
Em toda a região da BP3, várias atividades marcaram o Dia Mundial do Meio Ambiente
As atividades da Semana do
Meio Ambiente começaram no
dia 30 de maio. Alunos de escolas
da Vila C, integrantes do Conselho Comunitário, escoteiros
e representantes da prefeitura e
de entidades de defesa ambiental
participaram do plantio de 300
mudas de árvores nas margens do
Córrego Brasília, da distribuição
de adesivos e lixeiras para carros e da exposição de painéis que
mostram as ações já desenvolvidas para a renovação do local.
A revitalização do Córrego Brasília – que receberá pavimentação,
bancos, pista de caminhada e ciclovia – e a criação do Parque Brasília são parcerias entre Itaipu e a
prefeitura da cidade. Na primeira
fase, Itaipu será responsável pelo
aporte financeiro do projeto, que
prevê a limpeza do local, a revitalização da passarela que liga a Vila
C nova à Vila C velha, e a instalação de cercas na área em que o
córrego passa.
A Associação Centro Integrado
Educação, Natureza e Saúde de
Foz do Iguaçu (Aciens), parceira
do programa Plantas Medicinais,
do CAB, expôs seus trabalhos.
Durante a semana, os jovens dos
projetos Meninos do Lago e Velejar é Preciso participaram de
oficinas sobre Educomunicação
no Ecomuseu, promovidas pela
Divisão de Educação Ambiental,
em parceria com a Universidade
Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
A criançada participou da solenidade de entrega do parque e se divertiu com brincadeiras e guloseimas: local agora é área de lazer para pessoas de todas as idades
A Itaipu Binacional, empresa reconhecida mundialmente pelas
ações socioambientais e o cuidado
com água na região do seu entorno, marcou as comemorações do
Dia do Meio Ambiente (5 de junho) com uma série de iniciativas
em toda a Bacia do Paraná 3.
Plantio de árvores às margens do Córrego Brasília: nem a chuva impediu a atividade
A empresa entregou para a população de Foz do Iguaçu a segunda
etapa da revitalização do Parque
Monjolo, projeto desenvolvido em
parceria com a Prefeitura e com o
Coletivo Educador do município.
A solenidade teve a participação
de crianças dos colégios dos bairros vizinhos e autoridades locais.
Em março desse ano, o CAB foi
apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como a melhor
política de gestão de recursos hídricos no planeta. O programa atua em
29 municípios da Bacia do Paraná 3
e beneficia mais de um milhão de
habitantes. O Comitê Gestor do
Programa Cultivando Água Boa
(CAB), da Itaipu, foi responsável
pela instalação dos alambrados,
construção das pontes, passarelas e
pergolados, pintura das calçadas e
pela elaboração do projeto de iluminação, que foi entregue à Prefeitura
de Foz do Iguaçu.
O diretor de Coordenação e Meio
Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, participou da cerimônia de entrega do Parque Monjolo e fez um
apelo a todos os iguaçuenses: “Cuidem desse espaço como se fosse
uma extensão das suas casas. O que
é nosso, a gente tem que proteger.”
Também participaram da entrega o secretário municipal de Meio
Ambiente, João Matkievicz; a secretária municipal de Educação, Lisiane Sosa; o coordenador do Comitê
Municipal do CAB, Luciano Hipólito; e a vereadora Anice Gazzaoui.
Na segunda etapa do projeto, o investimento da Itaipu foi de R$ 113 mil e a
contrapartida da Prefeitura foi de R$
Nelton Friedrich, diretor de
Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu
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“As pontes e os pergolados eram
de madeira e estavam em péssimas
condições. Agora, a comunidade
também vai encontrar um parque
iluminado, mais limpo e com câmeras de segurança”, disse o secretário de Meio Ambiente, João
Matkievicz. O parque conta ainda
com uma pista de caminhada e
academia da terceira idade.
Os trabalhos de recuperação do Parque Monjolo começaram em 2013,
após a assinatura do convênio entre
Itaipu, Prefeitura de Foz e Sanepar,
para a revitalização da microbacia do
Arroio Monjolo e do Parque Monjolo.
As pontes foram reconstruídas pela Itaipu e o local ganhou academia (abaixo)
Diversão
Cuidem desse espaço como se fosse
uma extensão das suas casas. O que
é nosso, a gente tem que proteger
24
250 mil. Os recursos foram utilizados
principalmente na instalação da iluminação e de uma câmera de segurança
no parque. Na primeira fase, o investimento total superou os R$ 135 mil.
Depois da entrega, moradores do
bairro e alunos de escolas públicas
e particulares da região participaram de atividades lúdicas, esportivas, culturais e educativas. Durante
toda a tarde, os jovens se divertiram com brinquedos, apresentação
teatral, trilha sensorial, varal de poesia, cantinho de leitura e diversas
outras atividades focando na preservação do meio ambiente.
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Nosso pedaço
Nosso pedaço
Semana do Meio Ambiente
mobiliza mais de mil educadores
Cidades Sustentáveis: prêmio vai
reconhecer as boas práticas na BP3
Foram distribuídos 10 mil adesivos com a inscrição
“Sustentabilidade – a nossa atitude faz a diferença”
Poderão participar prefeituras, cooperativas, organizações não
governamentais (ONGs), entre outras instituições parceiras
As atividades organizadas por
Itaipu Binacional e parceiros
para comemorar a Semana do
Meio Ambiente mobilizaram
mais de mil educadores nos 29
municípios da Bacia do Paraná 3
(BP3). Foram distribuídos 10 mil
adesivos com a inscrição “Sustentabilidade – a nossa atitude
faz a diferença” e 10 mil lixeiras
ecológicas para carro.
As blitze educativas ocorreram
simultaneamente em toda a região no dia 3 de junho, véspera do
feriado de Corpus Christi e antevéspera do Dia Mundial do Meio
Ambiente.
Em Foz do Iguaçu, também
como parte das comemorações
da semana, Itaipu entregou a segunda fase da revitalização do
Parque Monjolo e promoveu o
plantio de mudas nas margens do
Córrego Brasília, na Vila C. Houve ainda a recuperação e visita a
nascentes da região, palestras de
sensibilização nas escolas, exposições no terminal rodoviário –
entre outras atividades.
Em Foz do Iguaçu, as atividades
tiveram parceria com o Coletivo
Educador, composto por representantes de 13 instituições. Além
da própria Itaipu, compõe o grupo
a Prefeitura, Parque das Aves, Instituto Federal do Paraná, Unila,
Sanepar, Unioeste, Nativa Socioambiental, Pastoral da Juventude,
Parque Nacional do Iguaçu (Escola Parque), Núcleo Regional da
Educação, Faculdade Anglo Americano, Grupo de Escoteiros Guairacá, além de pessoas sem vínculo
institucional, da sociedade civil.
A gerente da Divisão de Educação Ambiental, Leila Alberton,
disse que as ações ajudam a reforçar as mensagens sobre a importância da preservação e o cuidado
com o meio ambiente. “Queremos que essas mensagens sejam
incorporadas ao dia a dia das pessoas”, afirmou.
A lixeira ecológica, por exemplo
– ou “lixocar”, como foi chamada
–, recebeu um adesivo com o desenho da bacia hidrográfica. “Isso
nos remete à ideia de território e
pertencimento.”
A Itaipu Binacional, o Conselho
de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e o Programa Cidades Sustentáveis vão premiar as melhores
práticas em sustentabilidade desenvolvidas pelos parceiros do
programa Cultivando Água Boa
(CAB). O “Prêmio Boas Práticas
Sustentáveis da Bacia do Paraná
3” foi lançado em junho, numa
solenidade realizada em Foz
do Iguaçu. Poderão participar
prefeituras, cooperativas, organizações não governamentais
(ONGs), entre outras instituições parceiras.
Ainda segundo Leila, a receptividade da população surpreendeu. “O adesivo só era colocado
no carro se a pessoa aceitasse – e
a gente percebeu uma grande
aceitabilidade. Isso mostra que
temos hoje uma consciência bem
maior”, comentou.
Outro destaque é o fortalecimento na região de uma rede de
sustentabilidade, com o envolvimento de diferentes atores sociais.
Esse trabalho foi reconhecido em
março pela Organização das Nações Unidas (ONU), que escolheu
o Programa Cultivando Água
Boa (CAB) como a melhor política de gestão de recursos hídricos
do planeta. “A proposta de ações
coletivas reforça cada vez mais
o compromisso da região com a
sustentabilidade.”
Além de Foz, participaram da
ação Altônia, Cascavel, Céu Azul,
Diamante do Oeste, Entre Rios
do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra,
Itaipulândia, Marechal Cândido
Rondon, Maripá, Matelândia,
Mercedes, Missal, Mundo Novo,
Nova Santa Rosa, Ouro Verde
do Oeste, Pato Bragado, Quatro
Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Tereza do Oeste, Santa
Terezinha de Itaipu, São José das
Palmeiras, São Miguel do Iguaçu,
São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa,
Toledo e Vera Cruz do Oeste.
A metodologia da premiação foi
apresentada durante a oficina “Inserção de Indicadores Básicos e
Regionais do Programa Cidades
Sustentáveis”, que reuniu representantes de 34 municípios da região Oeste do Paraná.
Secco lembrou que o Cidades
Sustentáveis já tem um prêmio
nacional – no ano passado, o município Quatro Pontes, que faz
parte da BP3, foi o vencedor na
categoria Cidades Pequenas. A
ideia agora é ter uma ação específica para a região. “Queremos
fazer com que as boas práticas se
consolidem e se tornem práticas
definitivas”, adiantou.
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Planos de Metas
1º lugar: oficina de oito
horas com profissional para
elaborar o Plano de Metas
como proposta para 2016
a 2020, com elaboração
do documento final.
2º lugar: Oficina de oito
horas com profissional para
elaborar o Plano de Metas
como proposta para 2016
a 2020, com orientação a
uma pessoa para a elaboração do documento final.
Gilmar Seco (segundo à esquerda): plataforma garante que a informação permaneça para as próximas gestões
O concurso é dividido em duas
categorias: Plano de Metas do Município (para prefeituras municipais) e Boas Práticas (para entidades sem fins lucrativos, entidades
públicas, cooperativas, comunidades , agricultura familiar, assentados da reforma agrária, grupos de
jovens organizados, associações,
universidades e instituições de ensino de nível técnico).
O gerente do Departamento de
Interação Regional de Itaipu, Gilmar Seco, que coordena o Cidades
Sustentáveis na empresa, explicou
que os nomes dos vencedores serão divulgados durante o evento
anual do CAB, em novembro.
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As categorias
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3º lugar: Oficina de oito
horas com profissional
para elaborar o Plano
de Metas como proposta para 2016 a 2020.
Boas Práticas
1º lugar: R$ 5 mil em
materiais para potencialização da boa prática, uma
visita à Itaipu Binacional
e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes
com transfer, entradas e
almoço, além de troféu.
Lideranças dos municípios da BP3: participação
Treinamento
Dos 34 municípios que participaram da reunião, 26 estão localizados na Bacia do Paraná 3
e 9 compõem a Associação dos
Municípios do Oeste do Paraná
(Amop). Gilmar Secco disse que
a meta é integrar ao Cidades
Sustentáveis todos os 52 municípios da Amop, além de Mundo Novo (MS).
Maiores dificuldades
A coordenadora de indicadores
do Programa Cidades Sustentáveis e da Rede Nossa São Paulo,
Clara Meyer Cabral, disse que a
maior dificuldade dos municípios não é a inserção de dados na
ferramenta eletrônica, mas sim o
levantamento das informações.
“Porque, muitas vezes, as secretarias não colocam à disposição
esses dados, ou têm dificuldade de
fazer essa pesquisa. Acho que esse
é o maior problema”, afirmou.
maior dificuldade era recolher os
dados das secretarias, para inserir
na plataforma digital.
É o caso de Quatro Pontes, premiado nacionalmente no ano
passado. A coordenadora do
programa no município, Rejane
Dahmer, lembra que no começo a
Para conhecer o regulamento do
concurso, forma de inscrição e outros documentos para download,
acesse: www.observatoriocab.org.
br/documentos
“Agora que a gente ganhou, estão
todos empolgados em participar.
Porque, na verdade, a sustentabilidade não é só meio ambiente. A
sustentabilidade envolve todas as
áreas [da administração]”.
2º lugar: R$ 3 mil em
materiais para potencialização da boa prática, uma
visita à Itaipu Binacional
e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes
com transfer, entradas e
almoço, além de troféu.
3º lugar: R$ 1,5 mil em
materiais para potencialização da boa prática, uma
visita à Itaipu Binacional
e às Cataratas do Iguaçu para 40 participantes
com transfer, entradas e
almoço, além de troféu.
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Nosso pedaço
Dia do Índio: preservando tradições culturais
Semana Indígena é comemorada anualmente com várias atividades nas aldeias indígenas da BP3; no Ocoy são 14 edições
A cada ano, o programa Sustentabilidade de Comunidades Indígenas, que faz parte do Programa Cultivando Água Boa (CAB),
realiza uma série de atividades
para marcar a comemoração do
Dia do Índio (19 de abril). No
Tekoha Ocoy, em São Miguel do
Iguaçu, já são 14 edições da festa;
nos Tekoha Itamarã e Añetete, em
Diamante do Oeste, 9 edições.
As ações têm por objetivo melhorar a infraestrutura, fortalecer a diversidade cultural, estimular a formação de parcerias, a
segurança alimentar e nutricional, entre outros.
Neste ano, as comemorações no
Ocoy começaram com a apresentação do novo portal da comunidade. A festa reuniu membros da comunidade indígena,
alunos da rede pública e autoridades da região. Também houve
a entrega das obras de reforma
do centro de artesanato e nutrição, reforma do centro de apoio
à piscicultura e apresentações
culturais – como danças típicas e
exposição de artesanato.
Itamarã e Añetete acolhem a comunidade
As comunidades Tekoha Itamarã
e Tekoha Añetete, de Diamante
do Oeste, abriram a 9ª Semana
Cultural Indígena, em uma solenidade com apresentações culturais,
exposições e vendas de artesanato.
A família do xamã Guilherme,
morto em abril, com idade estimada de 120 anos, fez uma cerimônia
em homenagem ao líder espiritual
e recebeu uma foto com a inscrição “Tañanemanduamemeke chamõi Guilhemore” – que na língua
guarani significa “Lembraremos
sempre do xamã Guilherme”.
“A semana indígena é um momento de celebração, quando os
índios acolhem a comunidade.
Todos da aldeia se mobilizam na
preparação das exposições, nas
quais eles têm a oportunidade de
apresentar os projetos que são
desenvolvidos dentro das suas comunidades”, diz Marlene Curtis.
A programação também contou com a caminhada da Natureza – Circuito Avá Guarani, que
reuniu cerca de 350 pessoas entre
estudantes, indígenas, escoteiros e
comunidade de vários municípios
da região. Em duas horas e meia,
eles percorreram 8 quilômetros
dentro do Tekohá Añetete.
A gestora do Programa Sustentabilidade das Comunidades
Indígenas de Itaipu, Marlene
Curtis, destaca que o objetivo
da semana é fortalecer a cultura guarani e dar oportunidade
para que escolas não indígenas
conheçam o sistema de educação
da comunidade.
“E também para desmistificar a
ideia de que o índio é diferente.
Diferente é a cultura. Uma das
mensagens do xamã Guilherme,
citada pelo cacique Daniel, é de
que não devemos nos esquecer de
que somos todos humanos.”
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29
Mais peixes
Liberado, cultivo de tilápia poderá incrementar a
renda de pescadores e a economia da região
Técnicos ambientais recebem treinamento
sobre licenciamento de projetos aquícolas
Os participantes também tiveram apresentação
sobre piscicultura em viveiros escavados e
em tanques-rede e qualidade da água
A liberação, uma antiga reivindicação dos pescadores da região, também
vai contribuir para o Brasil incrementar a produção de peixes
Estevão Martins, líder dos pescadores: decisão histórica
Na visita à Itaipu, uma
parada no canal e lago
da Piracema
O Ministério da Pesca e Aquicultura liberou o cultivo da tilápia
em tanques-rede nos braços do
reservatório da Usina de Itaipu. A
liberação, uma antiga reivindicação dos pescadores da região, foi
anunciada em abril pelo ministro
da Pesca e Aquicultura, Helder
Barbalho, em visita à Itaipu.
Segundo Barbalho, a medida vai
contribuir para o Brasil incremen-
tar a produção de peixes. O País
ocupa a 12ª colocação no ranking
mundial, com uma produção anual de 475 mil toneladas. A importação chega a 411 mil toneladas.
“Até 2020, queremos chegar a 2
milhões de toneladas de produção
e estar entre os 5 maiores produtores mundiais”, afirmou o ministro. “Por isso estamos observando
atentamente o que está sendo feito
aqui na Itaipu”, completou.
Hoje, são retiradas 1.300 toneladas de peixes de várias espécies do
lago de Itaipu (pesca extrativista
e cultivo), com destaque para o
pacu, criado em cativeiro. Com a
permissão do Ministério, a expectativa é produzir 100 mil toneladas de tilápias em tanques-rede.
Para o presidente da Associação
dos Pescadores e Piscicultores de
Foz do Iguaçu, Estevão Martins, a
“decisão é histórica”. Ele usa como
referência o cultivo de pacu para
ilustrar os ganhos financeiros com
a tilápia. Considerando a produção
de 60 tanques-rede (que podem ser
manejados por apenas um aquicultor), o pescador obtém uma renda
de aproximadamente R$ 1,2 mil
por mês. Com a tilápia, é possível
obter ganhos mensais de R$ 4 mil
a R$ 5 mil. “Isso apenas entregando a carne para o frigorífico, sem
nenhum valor agregado”, afirmou
Martins. A intenção dos pescadores é manter as duas espécies –
pacu e tilápia - em produção.
A tilápia é um peixe com uma excelente taxa de conversão. Com um
quilo de ração, se produz um quilo
de carne, diferentemente do pacu
que tem uma taxa de 1 para 400
gramas. Outra vantagem da tilápia
está no rápido crescimento do pei-
Hoje o pescador
obtém uma renda de
aproximadamente
Com a tilápia, é
possível obter ganhos
mensais de até
R$ 1,2 mil
R$ 5 mil
por mês
por mês
xe, permitindo duas “safras” anuais, contra apenas uma do pacu.
Além disso, a tilápia é mais conhecida e aceita pelos consumidores.
Itaipu é uma reivindicação dos
pescadores da região. Em março
do ano passado, os pescadores que
utilizam o reservatório da hidrelétrica entregaram ao Ministério da
Pesca e Aquicultura um abaixo
-assinado, com aproximadamente
1.800 assinaturas, pedindo a liberação do cultivo da espécie.
Ainda em Foz do Iguaçu, o ministro Helder Barbalho e o diretor-geral
brasileiro da Itaipu, Jorge Samek, assinaram um acordo de cooperação
técnica que prevê o licenciamento
de novos parques aquícolas no reservatório, o apoio à aquicultura, o
desenvolvimento de novas tecnologias e o intercâmbio de experiências.
“O Brasil tem potencial para se tornar um dos maiores produtores de
pescado do mundo e a Itaipu vem
trabalhando para que o País alcance
esse patamar”, afirmou Samek.
Durante a solenidade, também
foram entregues títulos de áreas
de parques aquícolas licenciados
no reservatório. O título permite
ao pescador exercer a atividade
aquícola em uma determinada
área por 20 anos e é intransferível.
Persistência
O cultivo da tilápia no Lago de
A liberação tinha parecer favorável do Ibama, mas ainda havia
restrições no Ministério do Meio
Ambiente. Também há restrições
no acordo entre Brasil e Paraguai,
que proíbe o cultivo de espécies tidas como exóticas no reservatório.
Por isso, a permissão atual se restringe aos braços de água no lado
brasileiro do Rio Paraná.
Jorge Samek, diretor-geral brasileiro de Itaipu
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Técnicos ambientais da Bacia
do Paraná 3 (BP3), da Emater e
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) participaram, em junho, de um treinamento sobre
licenciamento ambiental de projetos aquícolas.
Realizado no Refúgio Biológico
Bela Vista (RBV), o treinamento
foi promovido pelo do Programa Cultivando Água Boa (CAB),
Instituto Ambiental do Paraná
(IAP) e Ministério da Pesca e
Aquicultura.
A primeira palestra foi feita por
Marlene Costa Souza Carvalho, da
Superintendência de Obras e Desenvolvimento, que falou sobre “Licen-
ciamento ambiental – conceitos”.
Os participantes também tiveram
apresentação sobre piscicultura em
viveiros escavados e em tanques
-rede, qualidade da água, regularização e licenciamento para a aquicultura em águas da União. Além
das palestras, houve uma visita a
projetos desenvolvidos na região.
Monitoramento das condições ambientais do reservatório comprova
que a tilápia não causa nenhum
impacto ambiental. “O reservatório
é uma verdadeira fazenda. Acreditamos que com a liberação do cultivo
de tilápia, esse modelo de produção
pode ser replicado em outras hidrelétricas”, disse Samek.
O Brasil tem potencial para se tornar um
dos maiores produtores de pescado do
mundo e a Itaipu vem trabalhando para
que o País alcance esse patamar
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Marlene Carvalho falou sobre licenciamento ambiental
Treinamento no RBV
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Mais peixes
cuidado
Nova tecnologia deve
impulsionar produção
de peixe no Brasil
Campanhas de
limpeza retiram
91 toneladas
de lixo do
Lago de Itaipu
Uso de galpões fechados é um processo mais acessível
e com baixo custo, além de ser sustentável
A utilização de galpões fechados na
aquicultura poderá representar um
futuro mais rentável para a produção de peixe no Oeste do Paraná e,
por consequência, para o restante do
Brasil. A metodologia já é usada em
países como Chile e Estados Unidos e também em estados com o Rio
Grande do Sul com eficiência e sustentabilidade. O tema foi apresentado pelo consultor Sergio Zimmermann, que proferiu a palestra magna
do Workshop Aquatecnologia 2015,
realizado de 26 a 28 de agosto, no
Parque Tecnológico Itaipu, com o
objetivo de discutir o emprego de
ferramentas que possam contribuir
para o desenvolvimento sustentável
da cadeia aquícola, especialmente na
Bacia do Paraná 3 (BP3).
O sistema de galpões fechados é o
mesmo utilizado por avicultores em
locais de produção de aves. Na aquicultura, no entanto, os peixes não
necessitam de antibióticos, nem de
energia para aquecimento, tornan-
vel, com aumento da renda sem prejudicar o meio ambiente. Para ele,
a região conta com a infraestrutura
necessária para a implantação do
sistema. “Falta apenas a consciência
para os produtores locais para saber
que o investimento inicial é maior
mas os retornos são positivos”.
Outro beneficio do método é o baixo uso da mão de obra. Enquanto
na aquicultura em águas públicas é
preciso de ao menos três pessoas para
retirar os peixes dos tanques-rede, o
novo sistema necessita apenas de uma
pessoa, sem precisar tocar nos peixes.
Zimmermann: futuro da tilapicultura no mundo
do o processo mais acessível e com
baixo custo. “A aquicultura tem nas
mãos possibilidades muito melhores
que os avicultores. Acreditamos que
essa seja o futuro da tilapicultura no
mundo”, disse o consultor.
O cultivo de peixes exóticos em
águas públicas é proibido no Rio
Grande do Sul, assim como era na
Bacia do Paraná 3. Porém através da
aquicultura em galpões, as fazendas
são licenciadas para cultivar espécies,
como a tilápia. “Ela [tilapicultura] não
provoca impactos ambientais, e também usa áreas baratas, que na maioria
das vezes não são produtivas”.
De acordo com Zimmermann, a
aplicação no Oeste do Paraná é viá-
almente, o produto é exportado para
países como a Turquia e Noruega.
Liberação
Em abril, o Ministro da Pesca e
Aquicultura, Helder Barbalho,
anunciou em Itaipu a liberação do
cultivo da tilápia em tanques-rede
nos braços do reservatório, onde
só era permitido cultivar espécies
nativas do Rio Paraná. Com a liberação, a expectativa é que até
2020 a produção pesqueira anual
chegue a 2 milhões de toneladas.
Atualmente, com a produção é de
475 mil toneladas, o Brasil é o 12ª
maior produtor do mundo.
Reutilização das águas
Nos Estados Unidos, os produtores
começaram a utilizar as águas dos
tanques em outros processos. Na
hidroponia, a água é reutilizada no
cultivo de verduras em estufas. Hoje,
aquele país é referência mundial na
produção de maracujá orgânico, que
usa os nutrientes da água e não utiliza
produtos químicos nas plantas. Atu-
A liberação do cultivo da tilápia vai
trazer ganhos financeiros maiores.
A produção de 60 tanques-rede
representa ao pescador uma renda de aproximadamente R$ 1.200
por mês, com o pacu. Com a tilápia,
nesse mesmo número de tanques
-redes, a renda aumenta para R$ 4
mil a R$ 5 mil de ganhos mensais.
Volume se refere a trabalho realizado
entre julho de 2014 e julho de 2015
Em pouco mais de um ano, de julho de 2014 a julho de 2015, foram
retiradas da faixa de proteção e
das margens do Lago de Itaipu 91
toneladas de lixo.
Neste período, foram realizadas
três campanhas, coordenadas pela
Divisão de Reservatório e pela Divisão de Educação Ambiental de
Itaipu. Cada campanha teve em
média dez mutirões de limpeza e
mobilizou 353, 368 e 423 pescadores da região, respectivamente.
O trabalho envolveu colônias e
associações de pescadores e técnicos de 11 municípios da Bacia
do Paraná 3 (BP3), área atendida
pelo Programa Cultivando Água
Boa (CAB): Foz do Iguaçu, Santa
Terezinha, São Miguel do Iguaçu,
Itaipulândia, Santa Helena, Entre
Rios do Oeste, Pato Bragado, Marechal Candido Rondon, Mercedes, Missal e Guaíra.
A maior parte do lixo retirado
do reservatório – cerca de 75% do
total – era de material reciclável,
especialmente garrafas pet, sacos
plásticos e latas de alumínio.
Também chamou a atenção a
quantidade de vasilhames de
agrotóxicos recolhidos nas três
campanhas: 516 unidades, totalizando quase meia tonelada.
Todo esse material, que representa um forte risco de contaminação, foi encaminhado para
a Associação dos Comerciantes
de Agroquímicos da Costa Oeste, em Santa Terezinha de Itaipu,
A limpeza envolveu colônias e associações de pescadores e técnicos de 11 municípios
para o descarte correto.
Os coordenadores do trabalho,
Vilmar Bolzon e Alderico Coltro,
explicaram que o objetivo das
campanhas é valorizar o pescador
como agente ambiental e sensibilizar a comunidade para a importância das ações de preservação.
“Queremos mostrar para a sociedade que [o reservatório]
precisa ser melhor preservado e
essa é uma responsabilidade de
todos. Mas, quem de fato está
à frente deste trabalho, é o pescador profissional, que é nosso
principal agente ambiental”,
afirmou Bolzon.
Segundo ele, as campanhas de
limpeza vão prosseguir por mais
um ano, até julho de 2016, quando será feito um novo balanço
das atividades e uma avaliação
sobre continuidade do projeto.
Serão mais duas campanhas: a
primeira de novembro a fevereiro, que corresponde ao período
da piracema; e outra em junho e
julho de 2016.
“O fato positivo é que essa atividade [de limpeza] já está começando a fazer parte da rotina dos
pescadores, independentemente
das campanhas. Ao se deparar
com o lixo, eles estão colocando o
material na embarcação, para tirar
do lago”, completou Bolzon.
Pescadores se reúnem para avaliar e melhorar ações com a Itaipu
As divisões de Educação Ambiental e de Reservatório promoveram
um encontro com os presidentes e diretores das colônias de pescadores que atuam na Bacia do Paraná 3 (BP3), em agosto. Os pescadores
participaram de conversas sobre liderança nas comunidades e trocaram
experiências com uma comitiva da usina de Tucuruí, no Pará.
Encontros como esse acontecem desde 2013. As atividades são desenvolvidas com o objetivo de avaliar os resultados e dar continuidade
aos projetos nas colônias de pescadores. “Vamos traçar um caminho
junto aos grupos de pescadores para melhorar as colônias da região”,
disse a gerente da Educação Ambiental, Leila de Fatima Alberton.
Balanço
sais nas colônias. Temos um diálogo muito positivo com os programas
da usina”, disse o pescador.
91
toneladas
Os próximos encontros serão nas colônias com os pescadores. Serão
desenvolvidas oficinas para apresentar aos participantes leis e normas
sobre sustentabilidade. “Assim todos começam a atuar com mais compromisso e a parceria se torna mais efetiva”, disse Leila.
de lixo foram retiradas
do lago de Itaipu
1.444
pescadores da
região participaram
das atividades
Representantes da unidade de conservação do lago Tucuruí apresentaram os projetos dos parques aquícolas da região de abrangência da
usina, no Pará. Segundo a gerente de conservação, Mariana Bogea,
as experiências aprendidas na Itaipu serão levadas para Tucuruí. “Nós
conhecemos os parques aquícolas da região de Itaipu e queremos ver
se a realidade do lago de Tucuruí é compatível.”
75%
do total de lixo retirado
era material reciclável
516
O presidente da colônia Nossa Senhora dos Navegantes, de Santa
Helena, Lírio Hoffmann, avaliou o encontro como positivo. “Além de
promover encontros, a Itaipu participa efetivamente das reuniões men-
vasilhames de
agrotóxico foram
retirados
Mariana Bogea apresenta os projetos dos parques aquícolas da usina de Tucuruí
A maior parte do lixo retirado do reservatório é reciclável, especialmente garrafas pet, plástico e alumínio
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Contribuição
Agricultura
“Agronomia e CAB defendem a preservação
dos mesmos princípios: a água”, diz Samek
Itaipu e PTI lançam sistema on-line
para aperfeiçoar plantio direto
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, a produção
sustentável é uma exigência que deve ser atendida
Ferramenta possibilita calcular Índice de Qualidade
do Plantio (IQP) de cada propriedade rural
Uma ferramenta on-line desenvolvida pelo Centro Internacional de
Hidroinformática (CIH) – instalado
no Parque Tecnológico Itaipu (PTI)
– pode se tornar uma grande aliada no desenvolvimento do plantio
direto na palha. A técnica agrícola,
que surgiu no Paraná na década de
1970, é um dos pilares para a conservação do solo.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu,
Jorge Samek, foi palestrante no Congresso Brasileiro de Agronomia – Desafios e Oportunidades Profissionais.
Samek, que é engenheiro agrônomo,
afirmou que a agronomia deu uma
grande contribuição para o meio ambiente nos últimos anos, assim como
algumas ações de Itaipu. A afirmação
foi feita em sua conferência “As fases
e o futuro da Agronomia no Brasil –
Uma experiência pessoal”.
regras do mercado e uma necessidade de produção sustentável, pensando sempre na manutenção de um
sistema sólido, eficaz, cada vez mais
produtivo e ambientalmente correto.
O diretor também falou da responsabilidade de Itaipu nesse processo e
citou o programa Cultivando Água
Boa (CAB). “Sem água não temos
agricultura, energia, nada. Por isso,
temos que cuidar e fazer bom uso
desse bem tão precioso”.
Samek disse que a agronomia moderna teve de se adaptar e evoluir às
Samek fez o relato sobre a criação e
atuação do CAB e também relatou
Samek: agronomia e CAB têm mesmos princípios e a água como base
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sua história de vida e o crescimento do Oeste do Paraná, cuja pujança tem como grande responsável o
agronegócio. Para isso, citou o recém-lançado livro assinado com os
dez novos integrantes da Plataforma
Líderes Sustentáveis. “Lembro muito
bem dos primeiros insights que tive
para a importância do tema da sustentabilidade. Devo esse despertar ao
oceanógrafo francês Jaques Costeau
e ao grande ecologista brasileiro José
Lutzenberger”, disse. “Em 1977, eu
estava concluindo o curso de Engenharia Agronômica, na Universidade
Federal do Paraná, quando Costeau
fez um seminário em evento sobre
meio ambiente na cidade de Curitiba.
Suas ideias a respeito de preservação
ambiental foram especialmente inspiradoras para mim. E me marcaram
tanto quanto as de Lutzenberger, que
conheci logo depois”, contou.
E emendou: “À época, havia um
incipiente debate sobre a degradação ambiental no Estado do Paraná.
Falava-se sobre o avanço do desmatamento provocado pela expansão
agrícola, que ameaçava destruir os
solos mais férteis do Estado, além do
problema do uso indiscriminado de
agrotóxicos. Lutzenberger propunha
um novo modelo num tempo em
que sustentabilidade ainda não era
assunto nas escolas de Agronomia.
Por causa de Costeau e Lutzemberger, e das reflexões que me proporcionaram suas teses, o respeito
pelo meio ambiente passou a ser a
minha bandeira em todos os cargos
públicos que ocupei, assim como as
preocupações com a inclusão social e
a geração de renda. Cheguei à Itaipu
comprometido com estes valores”.
A Plataforma Web – Sistema Plantio Direto foi lançada oficialmente
em Cascavel, durante a 4ª Reunião
Paranaense de Ciência do Solo. O
produto integra um convênio firmado entre a Itaipu Binacional,
a Federação Brasileira de Plantio
Direto e Irrigação (Febrapdp) e
a Fundação Parque Tecnológico
Itaipu (FPTI).
Com o sistema, é possível calcular
o Índice de Qualidade do Plantio
(IQP) de cada propriedade rural
registrada, com base em um cadastro e parâmetros de qualidade de
manejo do solo. Um dos destaques
é a visualização geográfica das informações em um mapa interativo.
Internacional dos Solos e representa
uma oportunidade para ampliar as
discussões sobre questões relacionadas ao solo, conforme lembrou o
coordenador da unidade de projetos
da Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação
(FAO) na Região Sul, Carlos Biasi.
Público atento no lançamento da plataforma
“É uma feliz coincidência. Há um
esforço dos pesquisadores, estudiosos e extensionistas no sentido de
buscar soluções para revertermos
o quadro erosivo dos nossos solos
e aumentarmos a fertilidade para
produzirmos alimentos com segurança”, disse Biasi.
De acordo com o gerente do CIH,
Rafael Gonzalez, a plataforma é um
meio para gerenciar dados e informações coletadas em campo. “A
ferramenta nos permite entender o
processo de conservação de solos e
aplicar uma metodologia, que neste
caso foi o índice de qualidade participativo, em uma tecnologia”, ressalta.
amento da técnica agrícola, que é
apoiada e divulgada pela hidrelétrica desde 1997. “É um grande avanço
porque serve tanto para agricultores
como para técnicos e extensionistas
verificarem como está o processo de
plantio direto naquela propriedade As informações relacionadas à
e o que pode ser feito para melho- plataforma e formas de acesso esrar”, afirmou.
tão disponíveis no endereço www.
plantiodireto.org.
O consultor da Diretoria Geral
Brasileira da Itaipu Binacional, João
José Passini, destaca a importância
dessa tecnologia para o aperfeiço-
Ano dos Solos
A plataforma foi lançada no ano Diversidade
que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou como o Ano Promovida pelo núcleo estadual da
Sociedade Brasileira da Ciência do
Solo, a 4ª Reunião Paranaense de
Ciência do Solo reuniu mais de 750
participantes, entre profissionais e
estudantes. O evento foi organizado
localmente pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)
em parceria com universidades e
institutos da região.
Segundo Mônica Sarolli, professora da Unioeste e responsável
pela coordenação do evento, uma
das metas do encontro foi buscar
por soluções frente aos desafios
existentes nos diferentes tipos
de agricultura do Estado. “Como
permeia todas as realidades, o
evento permite que o público tenha acesso a informações de tudo
o que está acontecendo nos solos
do Paraná. Temos produtores familiares, com pequena quantidade de área para cultivar, e grandes
produtores, socializando e convivendo no mesmo espaço.”
Participantes do Congresso Brasileiro de Agronomia: relato de experiências
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Formação
Diretrizes
Desenvolvimento
CAB vai ajudar a localizar
experiências inovadoras
em educação em todo país
Itaipu chega aos 41 anos com atividades renovadas
Ações farão parte da formulação de diretrizes para políticas
públicas de educação para escolas de todo o País
Feira de Sabores, Saberes e Sementes
Eventos reúnem
agricultores da BP3
Foram debatidos temas como políticas
de abastecimento e a política nacional de
agroecologia e agricultura orgânica
Mais de 1.400 pessoas participaram do 9º Encontro Ampliado da
Rede EcoVida de Agroecologia
(EARE) e o 7º Encontro Regional
de Agroecologia (ERA). Os eventos foram realizados em abril, em
Marechal Cândido Rondon, com
apoio do Programa Desenvolvimento Rural Sustentável do Cultivando Água Boa.
O diretor de Coordenação e
Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, participou como palestrante e moderador do Seminário
Agrobiodiversidade, Agrotóxicos
e Saúde Pública. Também participaram Saint-Clair Honorato Santos, procurador de justiça do Meio
Ambiente do Ministério Público
do Paraná; André Campos Búrigo,
da Associação Brasileira de Saúde
Coletiva; e André Emílio Jantara,
da Associação Agricultura Familiar e Agroecologia.
Durante os dois dias do evento ocorreram oficinas temáticas,
plenárias, apresentações culturais
e a Feira de Sabores, Saberes e Sementes. Foram debatidos temas
como políticas de abastecimento,
mercados locais e a política nacional de agroecologia e agricultura orgânica.
O Encontro Rede Ecovida ocorre a cada dois anos, alternando
os estados onde a Rede atua: São
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Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. O ERA também é bianual.
A Rede Ecovida de Agroecologia
é uma organização que objetiva
desenvolver e multiplicar as iniciativas em agroecologia e realizar
a certificação participativa através
de um sistema solidário de geração de credibilidade dos produtos
ecológicos. Reúne aproximadamente 3.600 agricultores em 28
núcleos regionais no Sul do Brasil.
A Rede compõe o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg). Suas ações
congregam cerca de 300 grupos de
famílias agricultoras, 25 ONGs e
10 cooperativas de consumidores.
Em toda a área de atuação da Rede
Ecovida, são realizadas mais de
200 feiras livres ecológicas.
O Programa de Educação Ambiental de Itaipu foi uma das iniciativas escolhidas pelo Ministério
da Educação (MEC) para integrar
um grupo de trabalho que tem
como objetivo identificar experiências de sucesso em inovação e
criatividade na educação básica
em todo o Brasil. Esta é a primeira
vez que a empresa é convidada a
participar da formulação de diretrizes para políticas públicas de
educação que serão aplicadas em
escolas de todo o País.
O superintendente de Meio Ambiente, Jair Kotz, e a gerente do
Departamento de Proteção Ambiental da Itaipu, Silvana Vitorassi, representaram a binacional
na primeira reunião do Grupo de
Trabalho Inovação, realizada em
junho, composto por educadores
de referência nacional e coordenado pela assessora especial do
MEC, a socióloga Helena Singer.
madoras do Programa de Educação Ambiental da Itaipu chamaram a atenção do MEC, por
isso fomos convidados a apoiar
esse trabalho, contribuindo na
construção filosófica e técnica e
ajudando a mapear outras experiências de sucesso na região Sul”,
disse Silvana. “Além disso, poderemos compartilhar os projetos
que desenvolvemos na Bacia do
Paraná 3 e apoiar sua implantação
em outras cidades do Brasil.”
O objetivo do MEC é criar um
portal para reunir e divulgar experiências em inovação na educação
praticadas por escolas, universidades, centros de pesquisa e organizações. Também serão criados indicadores que mensurem
os resultados dessas experiências,
incentivando sua adoção em outras escolas. Para Helena Singer,
“é importante criar novas experiências em educação, fortalecendo
a reprodução das que já existem”.
Experiências inovadoras
Para caracterizar o que é uma
experiência inovadora em educação – e orientar as pesquisas –,
Helena Singer aponta critérios.
Um deles é a utilização de novas
tecnologias. “A escola tem de ter
perspectivas que reconheçam os
estudantes como autores, não
simplesmente usuários, mas produtores de cultura e conhecimento”, afirma a socióloga.
Outros critérios para definir inovação nas ações educativas são
o desenvolvimento integral, que
inclui os aspectos ético, afetivo,
social e cultural; a associação do
direito de aprender à garantia
dos direitos básicos; a mediação
de conflitos pelas próprias instituições escolares, com ambiente
acolhedor, solidário e educativo,
e a produção de cultura em seus
territórios, por meio de atividades e eventos que envolvam a comunidade.
“As ações inovadoras e transfor-
A escola tem de ter perspectivas que reconheçam os
estudantes como autores, não simplesmente usuários,
mas produtores de cultura e conhecimento
Para muitas empresas, chegar aos
41 anos de idade significa mergulhar em um processo de envelhecimento contínuo – isso se a companhia já não desapareceu muito
tempo antes. No caso de Itaipu,
criada há mais de quatro décadas,
o que ocorre é exatamente ao contrário. “E por que Itaipu não envelhece?”, indagou o diretor-geral
brasileiro, Jorge Samek, nesta no
evento Itaipu Sustentável: Sistema
de Gestão de Sustentabilidade no
Mês do Meio Ambiente.
“Não envelhece porque está sintonizada com aquilo que o mundo tem discutido, tem feito e
deseja”, respondeu o próprio Samek. E concluiu: “Talvez a fonte
mais forte da vitalidade e do reconhecimento de Itaipu seja exatamente [a empresa] estar à frente
do seu tempo”.
O evento, no Cineteatro dos Barrageiros, reuniu empregados de
ambas as margens, diretores e boa
parte do corpo gerencial da empresa. Também houve transmissão ao vivo, por videoconferência,
para Curitiba e Assunção.
A abertura foi feita pelo chefe
Samek diz que após 42 anos da assinatura do tratado e 41 da criação da empresa, Itaipu mantém vitalidade
da Assessoria de Planejamento
Empresarial, Daniel de Andrade
Ribeiro, que coordena – ao lado
do colega paraguaio Pedro Arturo
Piccardo – o grupo criado para a
implantação do SGS binacional.
Também falaram o diretor-geral paraguaio, James Spalding; o
diretor técnico executivo, Aírton
Helena Singer, socióloga
O processo de certificação das
propriedades assessoradas pela
Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) é feito prioritariamente pela Rede Ecovida de
Agroecologia, por se tratar de um
processo participativo, com baixo
custo ao agricultor, e por garantir
a integração entre os agricultores e os consumidores. Na região
oeste do Paraná, a certificação
pela Rede Ecovida é gerida pelo
Centro de Apoio ao pequeno
Agricultor (Capa).
Ita i pu Bi na c i onal
Para Samek, “a
fonte da vitalidade
de Itaipu é estar
à frente de
seu tempo”
Dipp; e os diretores de Coordenação, Nelton Friedrich (Brasil)
e Pedro Domaniczky (Paraguai).
A diretora financeira executiva,
Margaret Groff, e o diretor jurídico, Cézar Eduardo Ziliotto, acompanharam as apresentações.
No final, houve a projeção do vídeo “O drama silencioso da fotografia”, um ted talk (conferência)
com o fotógrafo Sebastião Salgado, gravado nos Estados Unidos,
sobre a sua trajetória pessoal, profissional e a criação do Instituto
Terra. No vídeo, com legendas em
português e espanhol, Salgado diz
como ele e sua mulher, Lélia Deluiz Wanick Salgado, viabilizaram
a recuperação florestal de uma
grande área em Minas Gerais, antiga fazenda da família.
Teoria e prática
Mudas de árvores nativas e plantas medicinais para levar para casa
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Friedrich citou alguns dos avanços que o País alcançou nos últimos anos, como a redução do
ritmo de desmatamento da Amazônia em 80%, e os programas
socioambientais de Itaipu – especialmente o Cultivando Água Boa
(CAB), reconhecido pela Organi-
zação das Nações Unidas (ONU)
como a melhor prática de gestão
das águas do planeta.
“Mais que uma reflexão, esse é
o momento de reconhecimento
dos avanços que obtivemos. É um
discurso com prática”, defendeu
Friedrich. Ele ainda lembrou que
Brasil e Paraguai, ao criarem Itaipu, conceberam construir a maior
área protegida do planeta. “Cada
vez que recupera uma nascente,
você multiplica por três a sua produção de água.”
Airton Dipp comentou que
a participação no Congresso
Mundial de Hidreletricidade em
Pequim, na China, em maio, ao
lado do diretor José Maria Sanchez Tilleria. Segundo ele, em
todas as apresentações do congresso foram abordados dois temas que têm relação direta com
Itaipu: a construção de empreendimentos de energia por países vizinhos e o desenvolvimento
regional sustentável. “Isso mostra que Itaipu está na vanguarda
daquilo que o mundo está perseguindo”, afirmou.
James Spalding lembrou a visita à Itaipu do secretário-geral da
Organização das Nações Unidas
(ONU), Ban Ki-Moon, em fevereiro, e o reconhecimento da empresa como exemplo mundial das
melhores práticas de sustentabilidade. “Essa empresa trabalha para
ser exemplo, quer mostrar para o
mundo, desde o início de sua existência, que dois países ou vários
podem fazer coisas em comum,
simultaneamente, para o desenvolvimento da sua gente, para a
melhoria de vida da nossa população”, completou Samek.
Para o diretor-geral brasileiro
de Itaipu, “sustentabilidade é
mais que uma ação pontual ou
realizada em um determinado
momento”. “É uma compreensão nova, uma nova maneira
de viver, conviver, de sentir, de
produzir, de consumir. É um
novo conceito do ponto de vista de respeito às pessoas, às diferenças, ao meio ambiente. É
um processo que está em discussão em todo o mundo. E nós,
de novo, estamos na vanguarda
desse processo”, concluiu.
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lição em casa
Rumo a 2020
Itaipu discute
plano de ação
para garantir
desenvolvimento
e sustentabilidade
CAB foi tema de uma das oficinas de
revisão do Planejamento Empresarial
O Programa Cultivando Água
Boa foi tema do 10º Ciclo de Oficinas da Revisão Tática e Operacional do Planejamento Empresarial
de Itaipu. A oficina do CAB, assim
como as demais, tem como objetivo obter um Plano de Ação para o
período 2015 a 2020, que possibilite à Itaipu tornar suas atividades
mais eficientes e sustentáveis.
Antes do início da oficina do CAB,
o grupo de gestores fez uma visita
técnica à BP3, para obter mais
subsídios para as discussões. Eles
foram até à microbacia do Rio Bonito, em Santa Terezinha do Itaipu,
para observar o corredor da biodiversidade, adequação de estradas,
conservação de solo e abastecedores comunitários. Em seguida, visitaram a propriedade do agricultor
Luiz Arruda, que trabalha com
agricultura familiar e orgânica, em
São Miguel do Iguaçu. O grupo
também visitou a aldeia indígena
Tekoha Ocoy, para conhecer a sustentabilidade dos povos indígenas.
O roteiro incluiu o Barracão do
Coleta Solidária, em Foz.
Logo após as visitas, foram feitas
apresentações. O superintendente
de Gestão Ambiental, Jair Kotz,
fez uma explanação sobre o programa. O diretor de Coordenação
e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton
Friedrich, acompanhou parte dos
trabalhos coordenados pelo superintendente de Planejamento Estratégico, Daniel Ribeiro, e mediado pelo consultor Sérgio Cordioli.
Plano
O Plano de Ação leva em consideração as seguintes premissas:
aperfeiçoar o que já é bem feito,
com recursos pré-definidos; apri-
Participantes visitam microbacia na região do Corredor de Biodiversidade Santa Maria, em São Miguel do Iguaçu
Gilmar Secco, gerente do Departamento de Interação Regional, fala sobre ações em Santa Terezinha de Itaipu
moramento da gestão; eficiência
nos gastos; busca de recursos de
terceiros; e fazer mais com menos.
Até 2020, a Itaipu Binacional, conforme prevê a visão da empresa, deverá se consolidar como a geradora
de energia limpa e renovável com
o melhor desempenho operativo e
as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável
e a integração regional. Essa tem
sido uma construção permanente
iniciada em 2003, quando a Itaipu
ampliou sua missão.
Os novos compromissos se traduzem em ações que fazem da hidrelétrica um modelo para novos
projetos do setor elétrico e reafirmam o papel importante das hidrelétricas na geração de energia
limpa e renovável. Uma mostra de
que a hidroeletricidade pode caminhar no mesmo passo da inclusão
social e da preservação da natureza.
O CAB lidera 20 programas que
abrangem os 29 municípios da BP3,
área conectada com o reservatório
da usina. São iniciativas voltadas à
educação ambiental, à recuperação
de passivos sociais e ambientais em
cada comunidade e microbacia, e
a adoção de meios de produção e
consumo mais sustentáveis.
Direcionadores
Gestores da Itaipu fazem visita técnica à BP3 para ajudar a obter mais subsídios às discussões
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Ita i pu Bi na c i onal
Foram delimitados seis direcionadores para orientar a discussão
nas Oficinas de Planejamento:
priorizar ações para efetivação dos
Planos Municipais de Saneamento
Básico da Região da Amop; elaboração e implementação do Plano
de Resíduos da Itaipu da margem
esquerda e da direita; fomentar a
disseminação dos conceitos do
CAB além da região da BP3; internalizar na empresa os conceitos e
práticas do programa; a elaboração e a implementação da Política de Gestão Socioambiental; e a
elaboração de plano de aproveitamento turístico do reservatório e
áreas de influência (incluindo as
prainhas e faixas de proteção).
A partir destes direcionadores foi
estabelecido o Cenário Desejado.
Durante a oficina, as propostas de
ações para o Cenário Desejado foram debatidas em cinco grupos e
incluíram representantes de diferentes áreas da empresa.
Cenário Desejado
O que se espera como Cenário
Desejado para os próximos quatro anos é consolidar o desenvolvimento territorial sustentável
da Bacia do Paraná3 com a integração da comunidade; apoiar a
implementação dos quatro eixos
(abastecimento de água, esgoto,
resíduos e drenagem) dos planos
municipais de saneamento dos
municípios da BP3 e da Associação dos Municípios do Oeste
do Paraná (Amop); consolidar a
política socioambiental da Itaipu; apoiar a implementação dos
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável nos 29 municípios da
BP3 e, possivelmente, estendê-los
para os 52 municípios da Amop;
trabalhar a gestão corporativa
integrada; e ter a Itaipu reconhecida como liderança mundial em
sustentabilidade.
Os projetos selecionados e autorizados pela Diretoria serão trabalhados segundo os conceitos
estabelecidos pelo Escritório de
Projetos Corporativos da Itaipu
Binacional. Eles serão monitorados periodicamente, para a verificação do seu andamento.
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Funcionários da Itaipu visitam
ações socioambientais na BP3
Objetivo é propor uma reflexão sobre responsabilidade
socioambiental por meio da observação do trabalho realizado
A Itaipu vem promovendo visitas a projetos do Cultivando Água
Boa em municípios da Bacia do
Paraná 3 (BP3). A iniciativa é organizada pelas Divisões de Educação Ambiental e de Desenvolvimento de Recursos Humanos.
Na primeira visita, em abril, 30 funcionários de diversas áreas da usina
participaram da iniciativa. Ao longo
de um dia inteiro, eles puderam ver
de perto como é o trabalho de coleta
seletiva e reciclagem em Santa Terezinha de Itaipu, o Corredor de Biodiversidade Santa Maria, as ações
de conservação em uma microbacia
hidrográfica recuperada, agricultura orgânica, plantas medicinais e o
bosque Trilha Ecológica Tupã-Mbae, área de conservação ambiental
que é resultado de uma iniciativa de
um grupo de Medianeira que participa do processo de Formação de
Educadores Ambientais (FEA).
A visita retoma uma iniciativa que
havia sido promovida em 2011
quando, em 4 etapas, cerca de 120
empregados visitaram os projetos
do CAB. “A ideia é despertar uma
reflexão sobre a responsabilidade socioambiental entre os empregados.
Se eles puderem vivenciar in loco as
ações da Itaipu, poderão incorporar
mais facilmente os valores da missão
institucional da empresa. O resultaN º 28
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do dessas visitas costuma ser bastante positivo”, afirma Rodrigo Cupelli,
da Divisão de Educação Ambiental.
As opiniões dos que participaram
confirmam que o resultado é mesmo positivo. “O que Itaipu faz na
área social é extraordinário. Chama a atenção o envolvimento e a
satisfação de quem participa das
ações e isso muda nossa visão”,
garante Calixto Avelino Júnior.
Rômulo Ortiz Farias, da área de
Serviços Gerais, está na empresa
há 10 anos e ainda não havia tido a
oportunidade de conhecer pessoalmente os projetos socioambientais
desenvolvidos pela Itaipu na região. “É gratificante ver o trabalho
que a Itaipu está promovendo, entender como são as parcerias com
as prefeituras e agricultores e ver
que as pessoas estão se conscientizando”, conta Rômulo. “Até na escola perguntaram para o meu filho
se tudo que falam que a Itaipu faz
é realmente verdade, e eu costumo
explicar para ele, que repassa para
os amigos e colegas. Agora, a gente
tem mais informações”, completa.
O caso de João Menezes é semelhante. Prestes a se aposentar, ele ainda não
conhecia os projetos de perto. Ele fez
um balanço bastante positivo da visita.
“Já fazia ideia das ações, até mesmo
porque no mestrado em energias renováveis li a respeito”, explica. “Mas
pessoalmente é diferente. Acho que
isso deveria ser mais frequente e, inclusive, abrir para os colegas colaborarem
como voluntários nos projetos.”
Menezes ressaltou também que
é uma boa oportunidade para ver
como outros municípios da região
estão mais avançados do que Foz
do Iguaçu em relação à sustentabilidade. E cita o exemplo de Santa
Terezinha de Itaipu, que tem coleta
seletiva em toda a área do município e já recolhe 70% do lixo reciclável. Ali, catador já não “cata” mais.
Trabalha exclusivamente na triagem e enfardamento dos materiais.
Apenas ler sobre os projetos não é
suficiente para conhecê-los bem, na
opinião de Erika Davies. “A gente
não tem ideia do impacto na sociedade. Só quando tem essa vivência é
que pode ver a grandeza do projeto”,
diz. “Recomendo que outros colegas
participem das próximas visitas.”
Embalagem de ervas medicinais e condimentares
Visita à propriedade com plantio orgânico na região da BP3 (acima e abaixo)
“Nessas visitas, temos a oportunidade de apresentar o importante
trabalho de responsabilidade socioambiental e conhecermos, na
prática, as ações e políticas públicas que geram desenvolvimento
sustentável para esse pedaço do
planeta”, disse Rodrigo Cupelli.
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Energia sustentável
intercâmbio
trabalho conjunto
Fórum na ONU termina com
compromisso de governos
Itaipu participa de eventos para discutir
estratégias de educação ambiental
Combate à escassez de energia nas áreas mais pobres do mundo
é um dos objetivos firmados por lideranças mundiais
Discussões para a construção de uma educação ambiental crítica marcaram os eventos, realizados em Guarapuava
A replicação do CAB foi um dos tópicos abordados por Friedrich
CAB é principal destaque
em seminário no México
Nelton Friedrich falou sobre a metodologia
participativa do CAB e a replicação do programa
Samek ao lado de Spalding, que apresentou as atividades de preservação e conservação realizadas em Itaipu
O 2º Fórum Energia Sustentável
para Todos, realizado em maio,
em Nova York (EUA), foi marcado pelos compromissos das lideranças em combater a escassez de
energia nas áreas mais pobres do
mundo e na mitigação dos problemas provocados pelas mudanças climáticas.
A série de medidas adotadas pela
Itaipu na área de abrangência da
empresa no Brasil e no Paraguai
foram elogiadas pelo secretáriogeral da Organização das Nações
Unidas (ONU), Ban Ki-Moon,
durante sua passagem pela usina,
em fevereiro deste ano. Na entrega do prêmio ONU-Água ao
Cultivando Água Boa, em Nova
York, Ban Ki-Moon, por meio de
uma porta-voz, disse que o “CAB
pode transformar a vida de milhares de pessoas”.
Ban Ki-Moon, anfitrião do fórum na sede da ONU, disse que
pela sua importância, a Itaipu tem
papel de liderança no desafio de
melhorar as condições socioambientais do planeta e de ajudar a
milhões de pessoas que ainda não
têm acesso à energia elétrica.
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De acordo com a ONU, é necessário um investimento da ordem
de US$ 1,2 trilhão (ou R$ 3,6
trilhões) para o alcance de três
metas até 2030 – os dados são do
Banco Mundial. São elas: acesso
universal para serviços modernos de energia, dobrar a taxa de
melhoria de eficiência energética
e a duplicação das cotas de energias renováveis no pacote energético global.
Itaipu participou dos debates do
fórum representadas pelos direto-
res-gerais Jorge Samek (brasileiro)
e James Spalding (paraguaio). Ao
lado de Samek, Spalding falou no
painel “O futuro da energia: uma
agenda global”. O fórum reuniu representantes de mais de 80 países,
de pessoas ligadas aos governos,
setores de energia e meio ambiente.
Spalding apresentou as atividades
de preservação e conservação de reservas e refúgios de Itaipu, em ambas
as margens, e mostrou dados dos
projetos Paraguai Biodiversidade
e Cultivando Água Boa, no Brasil.
O Programa Cultivando Água
Boa foi tema da palestra magna
do 2º Encontro Iberoamericano
de Educação e Cultura da Água “Justiça Hídrica e Participação Social”, realizado no México, em junho. A palestra foi proferida pelo
diretor de Coordenação e Meio
Ambiente, Nelton Friedrich.
O encontro foi organizado pelo
Instituto Mexicano de Tecnologia
da Água (IMTA), Colégio do México (Colmex), Cátedra UNESCO
-IMTA e Rede Latinoamericana
de Desenvolvimento de Capacidades para a Gestão Integrada da
Água (LA WETnet).
O destaque ao CAB foi dado graças ao prêmio Water for Life, conferido pela ONU Água em março
deste ano, de melhor prática de
gestão da água no planeta. Friedrich abordou a metodologia par-
ticipativa do CAB e a disposição
em replicar o programa em outras
localidades.
“Respeitadas as diferenças culturais, ambientais e o contexto
socioeconômico, o CAB pode ser
replicado em qualquer localidade, dados os seus valores universais e sua proposta de governança
inovadora”, afirmou Friedrich,
lembrando que a iniciativa já vem
sendo reproduzida na Guatemala,
República Dominicana, Uruguai,
Argentina, Paraguai e Espanha.
O encontro
O objetivo do encontro foi proporcionar o intercâmbio de experiências e o desenvolvimento
de capacidades em torno da educação e da cultura da água, gestão
da água, economia, saúde e direito
humano à água, políticas públicas
e outros temas.
Nelton Friedrich e Leonardo Boff falaam para cerca de 2 mil pessoas na abertura dos eventos de educação ambiental realizados em Guarapuava
A Itaipu participou, de 18 a 21 de
agosto, em Guarapuava (PR), de
cinco eventos simultâneos para
discutir estratégias de desenvolvimento da educação ambiental: o
15º Encontro Paranaense de Educação Ambiental (Epea), o 2º Colóquio Internacional de Educação
Ambiental, o 6º Colóquio de Pesquisadores em Educação Ambiental da Região Sul, o 2º Simpósio de
Pesquisadores de Faxinais e o 3º
Seminário do Meio Ambiente.
Os eventos foram realizados pela
Prefeitura de Guarapuava e Unicentro Paraná, com apoio de Itaipu
e outras empresas e instituições. Na
cerimônia de abertura, o diretor de
Coordenação e Meio Ambiente,
Nelton Friedrich, fez a apresentação da principal atração da noite,
o teólogo Leonardo Boff. Para um
público de aproximadamente duas
mil pessoas, Boff falou sobre “Uma
ética ecológica para o nosso tempo:
ecologia integral e cuidado”.
A gerente da Divisão de Educação
Fórum, realizado em Nova York, reuniu lideranças de todo o mundo
Ita i pu Bi na c i onal
Ambiental, Leila Alberton, Lucilei
Rossasi e Rodrigo Cupelli participaram de diferentes atividades
nos eventos, que também tiveram
a presença de 30 educadores da
Bacia do Paraná 3 (BP3), área de
atuação do Programa Cultivando
Água Boa (CAB).
Na avaliação da Coordenação, “o
evento foi espaço de discussões
para a construção de uma educação
ambiental crítica, marcada pela valorização da pluralidade e da ética,
pela análise dos contextos sociais,
pelo entendimento entre a relação
sujeito x objeto, pela necessidade
de integrar teoria e prática e pelas
possibilidades de avançarmos na
compreensão da dimensão epistemológica da educação ambiental”.
O grupo de Itaipu atuou como
membros da comissão organizadora do evento; membros da comissão científica de avaliação dos
trabalhos; e na relatoria do grupo
de trabalho (GT) “Fundamentos
filosóficos e epistemológicos da
O evento foi espaço de discussões
para a construção de uma educação
ambiental crítica, marcada pela
valorização da pluralidade e da ética
Intercâmbio de experiências no México
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educação ambiental”.
As ações desenvolvidas na BP3 também foram apresentadas em oito trabalhos e oficinas envolvendo temas
como “Ecopedagogia: princípios e
práticas”, “Cultivando saúde com
as plantas medicinais”, Metodologia participativa para a construção
da agenda 21”, “Yoga e consciência”,
“Coletivo Educador da BP3: revisando valores, conceitos, e atitudes que
movem as pessoas que aprendem
participando” e “A rede de sonhos:
uma metodologia e estratégias para
o coletivo de educadores ambientais
do FEA de Cascavel”.
Outros trabalhos foram “Utilização
da Compostagem no paisagismo urbano, olericultura e fruticultura pela
rede de ensino no município de Vera
Cruz do Oeste/PR”; e ainda “Educação Ambiental e Políticas Públicas:
implementação do Plano Municipal
da Mata Atlântica do Município de
Foz do Iguaçu” e “Educação Ambiental e Coleta Seletiva”.
As ações desenvolvidas na BP3 também foram apresentadas em oito trabalhos e oficinas (fotos acima e abaixo)
A participação dos educadores
ambientais da BP3 contou com a
colaboração do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios
Lindeiros ao Lago de Itaipu, por
meio da Linha Ecológica.
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Referência
Educação
Crianças aprendem
reciclagem na
Central de Triagem
Uma lição fora da água: atletas
conhecem a destinação do lixo
Central foi concebida para servir de espaço pedagógico
Cerca de 30 alunos do ensino
fundamental do Colégio Adventista de Foz do Iguaçu, com idades de 5 e 6 anos, participaram de
uma aula diferente, conhecendo o
trabalho da Central de Triagem da
margem esquerda de Itaipu. Ali,
eles aprenderam noções de separação de resíduos e reciclagem.
Os pequenos estavam acompanhados de quatro professores
e do diretor da escola, Cidinei
Aparecido Pestana, e foram recebidos pelo coordenador do
Projeto Coleta Solidária, Vinicius Ortiz de Camargo.
Na central, as crianças ficaram
impressionadas com as múltiplas
possibilidades da reciclagem –
como a garrafa pet que vira camiseta e embalagem usada transformada em telha.
Bagunça no colchão de papel picado
Segundo Ortiz, os alunos também
conheceram como funciona a central, as etapas de separação e enfardamento, o trabalho pesado na prensa
e o picador de papel. Eles também
receberam panfletos com dicas de separação. Ortiz destacou que a central
foi concebida justamente para servir
de espaço pedagógico em atividades
de educação ambiental.
Os integrantes dos
Projetos “Meninos do
Lago” e “Velejar é Preciso”, mantidos pelo
Programa de Proteção
à Criança e ao Adolescente (PPCA), da Itaipu Binacional, conheceram como é feita a
destinação do lixo em
Foz do Iguaçu. A ação,
realizada no início de
agosto, fez parte das
atividades de Educação Ambiental que
acontece dentro da
Oficina do Futuro.
O grupo visitou o
Aterro Sanitário e a
Central de Triagem
da Itaipu, considerada modelo. “Foi uma
experiência muito bacana. Agora sabemos
para onde vai cada
embalagem. Podemos
dar a destinação correta ou simplesmente
mandar para o aterro”, disse a canoísta
Ana Paula Castro.
Maryane Camargo,
que também é canoísta, disse que a lição
de reciclagem aprendida na Central de
Triagem e no próprio
aterro ela usará para a
replicação num projeto de compostagem
que ela desenvolve na
Vila C para um grupo de adolescentes.
“Temos uma compostera (transforma
materiais orgânicos
em adubo). Queremos
ampliar e incentivar
todo o bairro a dar
destinação correta
ao lixo”, explicou.
A Central de Triagem da Itaipu recicla
7 toneladas de lixo
por mês. Só o aterro recebe por dia 1
tonelada de resíduos,
dos quais 40% poderiam ser reciclados.
Segundo Lucilei
Rossasi, da Divisão
de Educação Ambiental, as atividades
com os atletas foram
divididas em etapas.
Na primeira, eles
aprenderam sobre a
importância de cuidar da água e manter
os rios limpos para a
prática do esporte. Na
segunda, levantaram
os problemas do local
onde vivem; apresentaram sugestões
para as mudanças,
receberam noções de
primeiro-socorros e
agora, conheceram a
destinação do lixo.
Exposição na
Universidade de
São Paulo mostra
ações do CAB
Programa é exemplo num momento em que São
Paulo passa pela maior crise hídrica de sua história
O Museu Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP)
abrigou, por dois meses, a “Exposição Cultivando Água Boa”,
composta por painéis, fotos e infográficos sobre o programa socioambiental desenvolvido pela
Itaipu Binacional e parceiros.
“O Cultivando Água Boa é uma
referência internacional e chega
num momento de uma crise hídrica sem precedentes na história
de São Paulo. Esse projeto vem
dizer cientificamente qual é o caminho do uso racional da água”,
afirmou o secretário municipal do
Verde e Meio Ambiente, Wanderley Meira, durante solenidade
para convidados, na abertura da
exposição. Ele destacou as ações
que podem ser executadas pelo
governo municipal. “A prefeitura
deve adotar as ações de educação
ambiental do programa para preparar a população para o consumo mais adequado.”
O vice-reitor da USP,
Vahan Agopyan, lembrou que a
universidade está entre as 60 melhores do mundo. “E nessa vanguarda
é fundamental fazer a ponte entre a
academia e a população com projetos transformadores, como o Cultivando Água Boa”, ressaltou.
A exposição, que esteve em cartaz
também no Museu Oscar Niemeyer,
em Curitiba, ainda vai percorrer outros pontos de São Paulo e do País.
“A ideia é mostrar que é possível preservar os recursos hídricos promovendo a recuperação ambiental e, ao
mesmo tempo, fazer a inclusão social e o desenvolvimento econômico
sustentável”, explicou a presidente
do Instituto Ecoar, Miriam Dualibi.
Estratégia
Além de ser referência internacional reconhecida pela ONU, o Programa Cultivando Água Boa foi
adotado em Minas Gerais e pode
Friedrich e gestores da USP e do Museu Oceanográfico na abertura da mostra
servir de exemplo para combater
as baixas no Sistema Cantareira e
Alto Tietê, em São Paulo (SP).
Para o diretor de Coordenação e
Meio Ambiente da Itaipu, Nelton
Friedrich, essa é uma estratégia local para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a gestão
de bacias hidrográficas, o que pode
ajudar, neste momento de crise, a
rever a forma de utilização dos recursos hídricos em São Paulo.
“Nós elegemos a unidade bacia
hidrográfica como território de atuação
do programa,
porque é
assim que a natureza está planejada.
A recuperação tem um resultado
extraordinário para as pessoas, para
os municípios e para o País, porque
recupera o solo, a água e a convivência comunitária”, avalia.
números do CAB
1 milhão
de pessoas
2,4 mil
30 mil
hectares de
conservação de solo
1.828
parceiros
104.340
quilômetros de
adequação de estradas
hectares de área
de preservação
732 mil
toneladas por ano com
sequestro de carbono
68 mil
hectares de mata ciliar
44 milhões
de mudas para
reflorestamento
Passinho à frente para aprender um pouco mais sobre separação e reciclagem
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Cultura
Fotografias e recortes de papel revelam os segre dos da natureza
As mostras retratam os encantos naturais do Brasil, Argentina e Paraguai
Duas exposições no Ecomuseu
de Itaipu retratam os segredos e
os encantos naturais do Brasil,
Argentina e Paraguai por meio de
fotografias do ornitólogo e funcionário da Itaipu, João Batista
Francisco, e de recortes de papel
produzidos pelo artista plástico
argentino Andrés Paredes.
As exposições “Avis per Francisco”, que apresenta 62 fotos das
mais diversas espécies de aves da
região, e “Recordações da Terra
sem Mal”, que, por meio de recortes de papel formando insetos
revela as mutações do ser humano, ficam em cartaz até o final de
setembro.
O
superintendente
de Meio Ambiente da
Itaipu, Jair Kotz, disse
que ambas as mostras
fazem parte da política do Ecomuseu de
valorizar os artistas regionais e,
neste caso em
especial, também os colaboradores da
Itaipu.
“A natureza
está passando despercebida no
nosso dia a
dia. Essas
obras nos
chamam
a
atenção para
a beleza
que está
ao nosso
redor.
A
partir delas,
quem sabe conseguimos reeducar nosso olhar e
termos um comportamento mais
sustentável”, questionou Kotz.
Desde a infância
As fotografias “Avis per Francisco” são resultado de um fascínio
pelas aves, que ele já sentia na infância. Atuando na área de Hidrologia da Itaipu e em contato direto
com a natureza, inicialmente ele
44
J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
Semana dos Museus
Oficinas e recreação para comemorar data
utilizou um gravador para registrar e catalogar os sons das aves.
Em 2007, por incentivo da mulher,
Ana Cláudia Francisco, cursou a
faculdade de Biologia. Seu trabalho
de conclusão de curso não poderia
ter um tema diferente: as aves.
Os monitores foram orientados a falar sobre a Semana do Museu e questões
ligadas à sustentabilidade
“Comprei uma máquina fotográfica e passei, além de gravar os
sons, a fotografar”, contou. Hoje,
João tem catalogadas 195 espécies.
“É preciso ter sorte para fotografá-las. A máquina é minha companheira, mesmo se não estou em
campo, pois não sei quando terei
a surpresa de encontrar uma ave.”
Segundo ele, as aves contam a história do local onde estão inseridas.
“Essa exposição é um trabalho de ciência. Revela um pouco da nossa
fauna”, explicou.
“Avis per Francisco” tem a curadoria do veterinário Vanderlei de
Moraes, da Divisão de Áreas
Protegidas,
que trabalha
no Refúgio
Biológico
Bela Vista.
No Ecomuseu,
também
está sendo
exibida a
mesa de
trabalho
de João
Francisco, com
pinturas,
materiais
e o caderno em que ele
faz suas anota- ções de campo.
Estão envolvidos no projeto o fotógrafo Alexandre Marchetti, da
Divisão de Imprensa, que fez as
fotos de João Batista com as aves;
Auder Lisboa, que fez o tratamento digital das fotografias de Francisco; e Renê Diomar Fernandes,
da Divisão de Ação Ambiental,
que complementa a exposição
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com delicadas aerografias que entrelaçam as fotos e os ambientes.
Terra sem Mal
Recortes de Andrés
Paredes: transformações
iniciado no Cultivando Água Boa.
É um reencontro do homem com
a natureza e as memórias que nos
formaram”, disse o artista.
João Batista Francisco durante
atividade de observação: fascínio
pelas aves desde a infância se
transformou em arte (abaixo)
Assim como João Francisco, o
artista plástico argentino Andrés
Paredes, que já expôs suas obras
em lugares como Buenos Aires e
Ushuaia (Argentina), Dubai (Emirados Árabes), Beirute (Líbano) e
Cingapura, chama a atenção para
aspectos da natureza na Província
de Misiones na mostra “Recordações da Terra sem Mal”.
A proposta do artista é despertar no público as transformações
que ocorrem ao longo da vida,
fazendo uma metáfora com os insetos, como a libélula, mariposas
e cigarras representadas em seus
recortes de papel. “Utilizei os insetos presentes na terra onde nasci”, revelou.
A gestora cultural Edi
Terezinha Histr deixa
seu compromisso na
“árvore da vida”
Alunos de escolas públicas
de Foz do Iguaçu e região e
gestores ambientais foram
os principais públicos do
Ecomuseu durante a 13ª Semana Nacional de Museus,
realizada em maio. Com o
tema “Museus para uma
sociedade sustentável” a
semana abordou a importância de maior conscientização dos efeitos do homem sobre o planeta, além
da necessidade de alinhar o
modelo econômico e social
à perspectiva da continuidade e da inovação.
As crianças conheceram
os atrativos do Ecomuseu,
que conta um pouco da
história da Usina de Itaipu,
e participaram de atividades de recreação, incluindo o resgate de antigas
brincadeiras, como jogo
de peteca e amarelinha.
Na região, sua primeira mostra
foi no 12º Encontro do Programa
Cultivando Água Boa, em 2014.
Andrés apresentou uma mandala de cinco metros de diâmetro
e painéis de recorte de papel em
formato de cascatas (inspirados na
água e na energia da região), que
compuseram a cenografia do espaço cultural do Encontro. “Essas
novas obras completam o trabalho
O Ecomuseu também
ofereceu oficinas para a
comunidade de Foz do
Iguaçu e região.
Uma das atrações foi
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a instalação interativa
“Árvore da Vida”, elaborada por comunidades
indígenas, com esculturas
de animais como quatis,
macacos, jacarés e onças
-pintadas. “Ela representa
a diversidade da fauna e
da flora e que todos vivem
em harmonia, na busca de
melhor condição de vida e
da sustentabilidade”, disse
Leila de Fatima Alberton,
gerente da Divisão de
Educação Ambiental.
A partir do questionamento “Qual seu compromisso com a sustentabilidade?”, colocado ao lado
da árvore, os visitantes
foram convidados a deixar
por escrito o seu pacto
pela melhoria do planeta.
A gestora cultural Edi
Terezinha Histr, de Santa Helena, deixou o seu
compromisso pendurado
nos galhos da “árvore da
vida” e se encantou com a
novidade. “É emocionante
deixar nossos comprome-
timentos, nossas ideias
na árvore, e também uma
oportunidade de registrar como a gente pode
contribuir com o nosso
ambiente”.
Os gestores ambientais
dos 29 municípios da
BP3 tiveram participação
importante na semana. “A
participação dos gestores
culturais é muito apropriada, porque a sustentabilidade passa pela questão
da cultura e vice-versa.
Um tema contribui com o
outro”, declarou Leila.
Durante toda a semana,
houve visitas guiadas no
Ecomuseu. “Os monitores
foram orientados a falar
sobre a Semana do Museu
e questões ligadas à sustentabilidade”, explicou
Leila Alberton.
As atividades foram realizadas em parceria com a Faculdade União das Américas
(Uniamérica) e o Conselho
dos Municípios Lindeiros.
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passa
tempo
CONHECIMENTO
Marcos Lessa não duvida da força das plantas medicinais: a enxaqueca ficou no passado
Para colorir
Sete erros
Participantes da Sipat em experiência sensorial com as ervas: aprendizado
Sabor e saúde: oficina ensina uso de
plantas medicinais e condimentares
Funcionários da usina aprenderam sobre as propriedades de plantas que combinam funções medicinais e condimentares
Há alguns anos, Marcos Leonardo Lessa Fonseca, da Divisão de
Manutenção Mecânica de Serviços Auxiliares, atestou na prática o
poder das plantas medicinais. Ele
garante ter se curado de uma enxaqueca crônica apenas com o uso
de chá de gengibre por seis meses.
Esta confiança despertou a vontade de conhecer mais sobre as plan-
tas medicinais e condimentares.
“Fui a três médicos antes, mas
o que me curou foi o chá”, disse
Lessa, que compartilhou a experiência com os demais 34 participantes do workshop da Semana
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat) da Itaipu,
conduzido por Roseli Turcatel
Motter, do convênio Linha Eco-
lógica, do Programa Cultivando
Água Boa (CAB).
Na atividade, eles aprenderam
mais sobre as propriedades de plantas que combinam funções medicinais e condimentares – usadas para
compor um sal temperado, feito na
sala de aula pela palestrante. E descobriram como este tempero extra
e saudável pode reduzir o consumo
de sódio – um ponto extra à saúde.
Um quilo de sal deve ser suficiente para uma família de quatro
pessoas, que fazem todas suas refeições em casa, por, pelo menos,
quatro meses. Acima dessa quantidade, é excesso, garante Liziane
Kadine Antunes de Moraes Pires,
do Projeto de Plantas Medicinais
e da Divisão de Ação Ambiental.
“Quando se usa o sal temperado,
o sabor é mais marcante e a quantidade e o consumo acabam sendo
reduzidos”, explicou Roseli.
Na prática, a palestrante usou oito
espécies: alecrim, cebolinha, manjerona, lavanda, orégano, sálvia,
manjericão e salsa. Todas são cultivadas no ervanário do Programa
de Plantas Medicinais do CAB, no
Refúgio Biológico Bela Vista.
Marcio Menna, da Divisão de Inspeção, vai aplicar em casa o aprendizado da oficina. “A experiência
foi boa porque aprendemos uma
forma de temperar, indo além da
cebola e do alho, e de tratar nossos
pequenos males do dia a dia sem a
neosaldina ou a aspirina.”
Roseli prepara o sal temperado: ao final, os participantes puderam levar uma unidade do saquinho para casa
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J o r n a l C u l t iv a n d o Ág u a Bo a
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Segundo Roseli, o uso das ervas
medicinais pode ser feito desde
que haja o conhecimento das propriedades e consumo moderado.
“É muito diferente da automedicação [com alopatia]”. Por isso, a
dica de Marcos Fonseca sobre o
uso do gengibre para enxaqueca
foi encarada como valiosa para
outros participantes.
Caça-Palavras
“Vou adotar essa receita”, disse
Carlos Ronei Ortiz, da Divisão de
Engenharia de Manutenção Eletrônica, ao saber da cura de Fonseca. “Também me curei de um problema de estômago consumindo
suco de couve. A natureza é perfeita, ela nos dá tudo”, completou.
Leia atentamente e aprenda mais sobre agricultura sustentável.
Ao final, encontre as palavras destacadas!
O estímulo ao plantio direto é uma das ações do programa
Desenvolvimento Rural Sustentável, que faz parte do Cultivando Água
Boa. Atuando a partir de comitês (formados por órgãos de assistência
técnica e de pesquisa, cooperativas, organizações dos produtores e
agricultores), o programa tem como proposta central a substituição
gradual da monocultura, formando sistemas agroecológicos e com
diversificação, e baseados nos processos de autorregulação da natureza.
Para Carlos Eduardo Bueno, conhecer melhor as plantas pode
nos tornar menos dependentes
dos produtos industrializados,
cujo uso em escala prejudica a
qualidade de vida. “Esse conhecimento nos dá independência”.
Desde 2003, quando o programa foi implantado, cerca de mil agricultores
locais aderiram à prática da agricultura orgânica. Outros 1.500 estão em
estágio avançado na adoção de práticas agropecuárias sustentáveis, como
a integração entre pecuária e lavoura, a produção de leite a pasto e a
diversificação de culturas, especialmente com o plantio de frutíferas.
Oficinas como estas são levadas pelo CAB às comunidades da
Bacia do Paraná 3, por meio do
Projeto Plantas Medicinais. Para
conhecer mais sobre o Projeto
Plantas Medicinais, e como usar o
que a natureza nos dá acesse o link:
http://www.cultivandoaguaboa.
com.br/o-programa/publicacoes
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Além do suporte técnico a esses produtores, a Itaipu e demais
parceiros do projeto incentivam a produção agroecológica através
das feiras Vida Orgânica, da inserção de alimentos orgânicos na
merenda escolar, da criação de agroindústrias e cooperativas
voltadas ao agricultor familiar, entre outras ações.
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