XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ) Especificar a Área do trabalho (CA, EA, HC, EF, EX, FP, LC, MD, TIC, EC) Fabricação Artesanal de Produtos de Limpeza e Cosméticos: Atividade Comunitária para Aprendizagem de Conceitos em Ciências. Adriano José de Oliveira (PG) 1,2 , Marcos Manzi Folly (FM)3 , Murilo Pereira Ramos (FM)2 , Teodorico Giorgis da Silva4 (FM) e Márlon Herbert Flora Barbosa Soares1 (PQ). [email protected] 1 – IQ - UFG; 2 – Colégio Estadual Castro Alves 3. Colégio Mérito; 4 – Colégio Estadual Ary Ribeiro Valadão Filho. Palavras Chave: Ciência na comunidade; Ensino de Ciências. Introdução A escola pode se tornar um ambiente de socialização e presença da comunidade, principalmente aos fins de semana, com o intuito, inclusive de ser um local de lazer o que traz conseqüências diretas no que se refere a diminuição da violência em comunidades e bairros mais violentos. A ciência, especificamente a química, pode ser utilizada aqui como forma de formar e conscientizar o cidadão em vários aspectos de seu cotidiano, fazendo com que os mesmos interajam entre si e a ciência, para melhoria de sua própria vida e da comunidade. Este Trabalho descreve uma experiência de formação cidadã aos fins de semana em escolas públicas da cidade de Goiânia – GO, utilizando-se a fabricação de produtos de limpeza e cosméticos, discutindo-se os conceitos envolvidos nessa elaboração. Metodologia O projeto atende aproximadamente 1000 pessoas, entre alunos, ex-alunos, membros da comunidade em quatro escolas diferentes e periféricas da cidade de Goiânia – GO. Inicialmente, os participantes assistem uma aula interativa sobre o tema do dia, que pode ser um cosmético ou um produto de limpeza, para se familiarizarem com a linguagem química. Cada aula tem em média quarenta alunos, na qual se observou ao longo dos quatro anos do projeto que deve ter 90 minutos, considerando-se a heterogeneidade da turma e quantidade de perguntas que aparecem. Como não há estrutura adequada, os membros do projeto levam os materiais, adquiridos durante anos do projeto e eventuais doações. Por isso, sempre estão no local com antecedência para preparar os procedimentos. A parte de fabricação propriamente dita, é feita em cerca de 2 horas, com os próprios participantes manipulando os materiais, de acordo com as orientações dos professores presentes, que discutem os por quês de cada adição e mistura do processo, além dos detalhes pertinentes e eventuais dúvidas dos participantes. Resultados e Discussão As aulas explicativas tentam fugir do esquema em que os participantes estavam ou estão acostumados na escola. Todo o conceito é sempre explicado em termos de aplicação direta no cotidiano, como é o caso do uso da solução de UFPR – 21 a 24 de julho de 2008 nipagim nipazol (Keiton) como conservante, ou o ácido cítrico como estabilizante. Quando da fabricação propriamente dita do produto artesanal, observa-se uma grande movimentação na escola, pois os participantes vêem um momento de se aprender um novo assunto, e também de interagir com os professores, pois a aula é ministrada por um conjunto de três professores de química e um de biologia. Observa-se também que a partir do momento que se coloca a explicação teórica com o objetivo de mostrar que a ciência não é desvinculada da realidade circundante, nota-se que o aluno fica bem mais interessado e adquire a habilidade de interpretação. As turmas são mistas e o assunto é um só, ou seja, não nos pautamos pela linearidade o conhecimento e conforme relato dos participantes, não há nenhuma dificuldade de entendimento, o que torna a aula mais dinâmica. Observa-se que os alunos que participam do projeto adquirem uma visão critica sobre os assuntos abordados, começam a relacionar os conteúdos ministrados no dia-a-dia e na sala de aula inclusive de outras disciplinas e em 100% das vezes, voltam para outros eventos semelhantes, até mesmo em outras escolas participantes. Melhoram o desempenho escolar em termos de nota e participação, o comportamento no que se refere à disciplina e ficam mais sociáveis uns com os outros e na própria família, segundo relato dos pais. Os membros externos à escola, sempre voltam em diferentes momentos, até mesmo quando um dos eventos se repete na escola, com a fabricação de um mesmo produto outrora fabricado. O projeto é conhecido nas comunidades no entorno das escolas, fazendo com que vários pais escolham as mesmas para matricularem seus filhos, exatamente por conseqüência dos resultados obtidos pelo projeto junto a comunidade, ou seja, eles enxergam que a escola tem um diferencial na formação de seus filhos. Conclusões Faz-se necessária e urgente essa aproximação do conhecimento com a comunidade, seja para formar um cidadão mais atuante, seja para fortalecer a escola em termos de alternativas de formação básica. Nossa proposta de ensino e professor comunitário pauta-se na vontade de mudar uma realidade por meio do conhecimento científico, alfabetizador e conscientizador. Agradecimentos À comunidade do entorno das escolas envolvidas.