São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2015
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Jovens talentos e
indústria automotiva
Ingo Pelikan (*)
No início de sua
história, entre 1960
e 1970, a indústria
automotiva brasileira
possuía forte
atratividade para a
contratação de jovens
profissionais
E
ra a preferida de todo
recém-formado em
engenharia mecânica,
que por via de regra desejava
ingressar numa montadora
ou grande autopeças. Eram
outros tempos, é claro, de
enorme crescimento na cadeia
automotiva. Com o passar
dos anos, outros setores começaram a crescer no Brasil,
apresentando novas formas de
trabalho, e os engenheiros, que
até então só miravam a indústria automotiva, perceberam
que eram portfólio de muitas
outras oportunidades.
Hoje a cadeia automotiva
enfrenta concorrências pesadas na disputa por mão de
obra especializada, como as
empresas de tecnologia da
informação, as companhias da
área de negócios e as próprias
redes bancárias. Enquanto
montadoras e sistemistas apresentam um modelo clássico
de gestão, com passagem de
responsabilidades dentro de
uma estrutura hierárquica,
outros setores têm dinâmicas
de trabalho que são consideradas mais atrativas pelos
jovens. Na área de tecnologia
da informação, por exemplo,
empresas oferecem comodismos como trabalhar home
office ou usufruir de espaços
abertos dentro dos escritórios
para a troca de ideias.
Fato é que hoje os jovens
querem ter mais liberdade e
facilidade de comunicação.
Eles não buscam obrigatoriamente uma carreira vertical,
mas experiências diferentes
e novos desafios, ou seja,
oportunidades de trabalho
mais dinâmicas e criativas, que
combinem desenvolvimento
profissional com perspectiva
de crescimento. Vale lembrar
que há cerca de 10 anos o perfil
do jovem já não era se manter
no mesmo posto de trabalho
por longos períodos, mas trocar de emprego para aprender
o máximo possível.
O setor precisa voltar a ser
atrativo para trazer ou, mesmo,
reter esses talentos. Cientes de
que novas demandas aparecem
em cada geração, montadoras
e sistemistas já avançam alguns
passos nesse sentido. Além de
oferecer planos de carreira
e programas de trainees, na
busca de talentos em universidades e escolas técnicas, a
indústria começa a mudar a
sua forma de gestão e suas estruturas organizacionais. Hoje,
por exemplo, um engenheiro
não precisa só trabalhar numa
área de engenharia, mas pode
contribuir em diversos setores
como produção, tecnologia,
vendas e comercial.
A indústria automotiva também já oferece outros chamarizes. O setor passa por
uma revolução em termos de
conhecimento e informática.
Hoje a palavra que mais está
em voga é conectividade; o
sonho de consumo de parcela
considerável dos brasileiros
é apertar um botão que faça
tudo sozinho. Nesse sentido,
vários aplicativos surgem no
setor, o que demonstra uma
aproximação cada vez maior
entre a indústria automotiva
e o mundo da informática, um
universo pelo qual os jovens
têm alto grau de interesse.
Neste caso, une-se o útil ao
agradável: o perfil de inovação
e criatividade com a necessidade do setor automotivo.
Outro atrativo para os jovens
são os esforços da nossa indústria para a preservação do meio
ambiente, refletidos no desenvolvimento de tecnologias
que são capazes de atender as
metas de melhoria da eficiência
energética dos veículos. Existem cada vez mais legislações,
que obrigam o setor – que por
sua vez também se compromete – a desenvolver carros cada
vez mais econômicos e menos
poluentes. Neste contexto de
transformações, tanto tecnológicas quanto legais, o equilíbrio
dos experientes e a expertise
dos jovens para a inovação são
fundamentais para alavancar o
processo de aprimoramento da
qualidade na indústria.
Dessa forma, a indústria
automotiva já caminha para
ser tão atrativa como era lá no
começo, o que deve ocorrer
gradativamente nos próximos
anos. Embora agora esteja
enfrentando momento difícil,
de adequação aos volumes
de produção e venda, o setor
tem espaço de crescimento,
que se dará não só em volume, mas em diversidade de
produtos em função das novas
demandas por conectividade
e preservação ambiental. Independentemente de quanto
tempo vai durar essa fase de
incerteza, devemos apostar
que a indústria vai retomar e
quem se preparar agora sairá
na frente.
(*) - É presidente do IQA – Instituto da
Qualidade Automotiva.
Acesso à internet chega a
78% das escolas públicas
urbanas e a 13% das rurais
No Brasil, 32.434 escolas públicas ainda não contam com qualquer tipo de conexão à internet,
segundo levantamento feito pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS)
número corresponde a
22% do total de escolas
públicas. A maioria
das escolas sem acesso à internet está no campo, onde
apenas 13% estão conectadas
à rede.
O acesso à rede proporciona
mais igualdade para os estudantes. “Há uma grave violação
do princípio da universalidade,
aprofundando as disparidades
hoje existentes. Ao expandir
o acesso à informação e permitir que professores e alunos
acionem diferentes fontes e
aprofundem seus repertórios,
democratiza-se o acesso à
informação e a materiais pedagógicos de qualidade, em
especial para escolas com menos recursos”, diz o diretor do
ITS, Ronaldo Lemos.
Entre as escolas urbanas, o
acesso é maior, cerca de 80%
estão conectadas. No entanto,
ainda há mais de 9 mil escolas em cidades que não têm
O
Os 74 anos do
ataque a Pearl
Harbor
Durante as cerimônias dos
74 anos do ataque japonês
à Pearl Harbor, o Memorial
USS Arizona homenageia o
comandante Joe Langdell, o
sobrevivente ao incidente que
viveu por mais tempo. Langdell,
que morreu em fevereiro deste
ano, será enterrado no navio
norte-americano com honras
militares.
Os restos do navio de guerra
norte-americano repousam no
mar e, junto a ele, estão os corpos dos 1.177 soldados do país
que perderam a vida dentro da
embarcação. Ao todo, a ação
dos caças japoneses no dia 7
de dezembro de 1941 danificou
ou destruiu 21 navios e 347
aviões, matando mais de 2,4
mil pessoas.
A ação inesperada pelos
Estados Unidos provocou as
batalhas no Oceano Pacífico
como forma de retaliação ao
ataque. Um dia após o ato, o
Congresso declarou guerra
ao Japão e o então presidente
Franklin Roosevelt realizou
um ataque em Tóquio, capital
do país, no dia 18 de abril de
1942 (ANSA).
manutenção de banda larga
para as escolas urbanas.
A lei prevê que as escolas
recebam banda larga de pelo
menos 2 megabit por segundo (Mbps) ou igual à melhor
conexão ofertada na região. O
levantamento aponta ainda que
essa meta deveria ser revisada
semestralmente, mas ainda
é a mesma de 2010. Segundo
Lemos, a meta está aquém da
de outros países, que discutem
e implementam velocidade de
conexão de 50 ou 100 Mbps.
Do total de 65.738 escolas
rurais, 2.569 (3,9%) estão
conectadas por satélite, com
velocidades de 1 Mbps. Segundo o ITS, 35 mil escolas têm
energia elétrica e infraestrutura tendo, portanto, condições
de serem conectadas à internet. Dessas, 27 mil atendem
ao critério do edital quanto
ao número alunos, no entanto,
apenas 5.733 tem conexão com
a internet (ABr).
Entre as escolas urbanas, o acesso é maior,
cerca de 80% estão conectadas.
acesso à rede ou a conexão
à internet é mais lenta do
que deveria ser. Isso significa
que 4,5 milhões de alunos no
país estão em desvantagem,
segundo o levantamento. As
escolas urbanas são atendidas
pelo Programa Banda Larga
nas Escolas – uma iniciativa do
governo federal com empresas
de telefonia para conectar as
escolas públicas com banda
larga. A empresa deve garantir
o fornecimento e também a
Maduro reconhece vitória
da oposição nas urnas
O presidente venezuelano,
Nicolás Maduro, reconheceu
a derrota do chavismo nas
urnas no último domingo,
quando os opositores conquistaram a maioria dos assentos
na Assembleia Nacional em
eleições legislativas. Essa é a
maior vitória da oposição em
cerca de 16 anos, desde que
o ex-presidente Hugo Chávez,
falecido em 2013, subiu ao
Poder.
Em mensagem em cadeia
nacional, ele declarou que
“decidimos com a nossa moral,
com a nossa ética, reconhecer
estes resultados adversos,
aceitá-los e dizer à Venezuela
que a Constituição e a democracia triunfaram”. “Sempre
temos sabido reconhecer os
resultados, em todas as circunstâncias”, disse, diminuindo o tom, após ameaçar uma
revolução caso o chavismo
perdesse.
Opositores conquistaram
99 das 167 cadeiras, contra
46 do Partido Socialista Unificado da Venezuela (Psuv),
informou a presidente da
Comissão Nacional Eleitoral
(CNE), Tibisay Lucena. Quase
AFP Photo
OPINIÃO
www.netjen.com.br
Divulgação
Geral
Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro,
reconhece vitória da oposição.
75% dos cerca de 19 milhões
de venezuelanos habilitados a
votar compareceram às urnas
e as autoridades celebraram a
afluência - a maior desde que o
voto deixou de ser obrigatório,
na década de 1990.
Opositores saíram às ruas
para celebrar o resultado
em todas as maiores cidade
do país. Na capital, Caracas,
houve buzinaço, fogos de artifícios e festejos nos mesmos
locais onde, em fevereiro do
ano passado, foi o epicentro
de uma onda de manifestações, que deixou dezenas
de mortos. Jesus Torrealba,
da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão que
faz oposição ao governo de
Maduro, disse que as famílias
venezuelanas estão cansadas
de viver as consequências de
um regime fracassado. “O
país quer mudança e a mudança começa hoje”, concluiu
(ANSA).
Pela 1ª vez, Pequim
Mundo caminha para
emite ‘alerta vermelho’ “catástrofe climática”,
por poluição
alerta ONU
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A China - ao lado dos Estados Unidos - é o país mais poluidor
do mundo. As duas nações emitem sozinhas 45%
dos gases que provocam o efeito estufa.
Pela primeira vez na história,
a cidade de Pequim emitiu um
“alerta vermelho” ontem (7)
por causa dos altos índices
de poluição no ar, informou a
agência estatal de notícias Xinhua. Mesmo após semanas de
índices elevados de pó no ar, o
país mantinha o “alerta laranja”,
o nível três em uma escala de
quatro cores. Após alguns dias
de trégua, a quantidade de
partículas de poluição no ar, o
índice PM 2,5, voltou a subir no
domingo (6).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a quantidade máxima de partículas suportadas pelos humanos é de 2,5
PM. Hoje, às 18h00 (hora local)
esse número estava em 2,56 na
capital chinesa. O acionamento
do alerta vermelho impõe uma
série de medidas extremas para
reduzir os índices de poluição,
entre elas, está a proibição de
funcionamento de empresas
consideradas “altamente poluentes”, a paralisação de obras
públicas que envolvam a construção de empreendimentos e
a recomendação para que as
pessoas evitem sair de casa.
A China - ao lado dos Estados
Unidos - é o país mais poluidor
do mundo. As duas nações
emitem sozinhas 45% dos gases
que provocam o efeito estufa.
De acordo com um estudo
realizado pela Berkeley Earth
e publicado pela “Plos One”
reveleu que 1,6 milhão de pessoas morrem por ano na China
por causa da poluição e de seus
efeitos, o que dá 4,4 mil mortes
por dia (ANSA).
O mundo caminha para uma
“catástrofe climática”, alertou
ontem (7) o secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, ao abrir
a semana ministerial da cúpula
sobre o clima que visa a estabelecer, até sexta-feira (11),
um acordo mundial contra o
aquecimento global. “O mundo
espera mais de vocês do que
meias-medidas”, disse Ban Kimoon aos delegados, apelando
aos países que aceitem, a cada
cinco anos, uma avaliação do seu
envolvimento antes da entrada
em vigor do futuro acordo.
“As decisões que tomarem
aqui em Paris serão sentidas
durante séculos”, destacou.
Segundo o secretário-geral da
ONU, “o objetivo atual é o mínimo” e deve-se ter “a ambição
de ir além”. “É preciso assim
que o acordo preveja ciclos de
cinco anos, antes de 2020, para
que os Estados voltem a analisar os seus compromissos e os
reforcem em função dos dados
científicos disponíveis”, defendeu. O acordo deve “deixar claro
ao setor privado que a transformação que nos dotará de uma
economia mundial com baixas
emissões (de gases de efeito
estufa) é inevitável, benéfica e
já está em curso”, adiantou.
“Os países desenvolvidos
devem aceitar desempenhar
Marcello Casal Jr./ABr
Divulgação
Secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon.
um papel vital e os países em
desenvolvimento devem assumir uma parte crescente de
responsabilidade, de acordo
com as suas capacidades”,
afirmou. “Fora das salas, onde
nos reunimos em todo o mundo,
exige-se um acordo universal
e forte. Temos a obrigação de
ouvir essas vozes”, acrescentou
Ban Ki-moon. A Conferência do
Clima de Paris (COP21) aprovou no sábado (5) um projeto
de acordo para combater as
alterações climáticas. O acordo
deve ser concluído esta semana
pelos ministros dos cerca de
200 países, para ser assinado
em 11 de dezembro.
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