Jornalismo digital de qualidade e a
relação entre conteúdo pago e a
gratuidade pelo acesso à informação
Agnes Cajaiba e Tais Bichara
Jornalismo digital
• Rosental Alves, no artigo “Jornalismo Digital: 10 anos de web” aponta para
o fato de as novas tecnologias serem sempre encaradas como uma
ameaça ao jornalismo e que os últimos 10 anos foram marcados pelo
esforço de transformar essas ameaças aos meios de comunicação
tradicionais em oportunidades de criação de um novo jornalismo.
• Esse novo jornalismo incluiria, dentre outros fatores:
- A percepção dos leitores “online” como um novo mercado;
- A adaptação dos conteúdos às novas possibilidades de formato e
linguagem;
- A criação de novos modelos de negócio que abarquem esse novo
público e ofereçam atrativos para o leitor “tradicional” (do impresso).
Novos valores e preocupações
• Pagar ou não pagar deixa de ser uma questão apenas financeira. Está
associada a novos valores e preocupações.
“dinheiro por notícia” x contribuição
• Essa contribuição funciona a partir do momento em que o leitor se
preocupa com sua associação e identificação com o produto e/ou
produtor daquele conteúdo.
Novos valores e preocupações
• Os usuários buscam pela informação com “mais valor” e não pela
informação mais barata. Isso faz com que os produtores de conteúdo para
o online se preocupem em criar e/ou descobrir valores que atraiam o
interesse e posteriormente a fidelidade do público-leitor.
• Pagar por conteúdo online é uma questão cada vez mais ligada ao tipo
de usuário – base de consumidores mais leais –, do que ao tipo de
conteúdo oferecido (generalista ou analítico, hardnews ou matérias de
fôlego, global ou local, etc).
Novos modelos de negócio
Dados retirados da pesquisa da Nielsen “Changing models: a global
perspective on paying for content online”:
• 85% dos entrevistados prefere que o conteúdo se mantenha gratuito
• 50% se consideram propensos a pagar por conteúdos online como filmes,
games e músicas.
• 78% dos entrevistados disseram que, quando assinam um jornal, revista
ou TV, desejam que o seu conteúdo esteja disponível em outro dispositivo
(na web), sem a obrigação de pagar duas vezes
• Na propensão de pagar por conteúdos online, o destaque é para
consumidores de conteúdos sobre o setor financeiro e sobre esportes
Novos modelos de negócio
Novos modelos de negócio
• Paywall: sistema de cobrança que bloqueia o acesso à página exigindo o
pagamento.
1) Assinatura integral
2) Assinatura parcial (quantidade, horário, tipo)
3) Micropagamentos (avulsos)
• Freemium: sistema em que se oferece conteúdos gratuitos (free) e,
pagando, o usuário tem acesso a conteúdos diferenciados, exclusivos
(“prêmio”).
Novos modelos de negócio
• “Pague o que quiser”
• Newspass – Google
Proposta de sistema de cobrança que concentraria micropagamentos
(Apple) e assinaturas de sites jornalísticos, evitando que o usuário seja
obrigado a fazer vários cadastros, em vários sistemas diferentes, digitando
várias vezes o mesmo número de cartão de crédito, etc.
• Crowdsourcing
Um sistema que funciona mais ou menos como o princípio da doação, mas
que em casos como no jornalismo, é uma doação revertida em prestação
de serviço, produção de conteúdo.
* Jornalismo investigativo
Crowdsourcing
Qualidade dos conteúdos
Conteúdo pago:
Conteúdo free:
•
Exclusivo
• Repetitivo
•
Aprofundado
• Básico
•
Complementar
•
Incompleto
•
Especializado
•
Não-especializado
Qualidade dos conteúdos
• Internet como um espaço aberto = conteúdo gratuito
• Gratuidade = conteúdo sem valor
• Oferta maior x Cobrar por esse serviço (Leis de mercado)
• Jornal impresso ou online = produto = deve ser pago
• Novas fronteiras para a publicidade = perda de investimento
• Micropagamentos e os “valores” do conteúdo
• The New York Times
- Micropagamentos
- Quantidade de itens consumidos
• Financial Times
- Freemium
• Folha de São Paulo
- Planos/pacotes por dias da semana, Estado ou periodicidade
- Versão digital
FOLHA DE SÃO PAULO
THE NEW YORK TIMES
FINANCIAL TIMES
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