ÍNDICES MÉDIOS DE CONSUMO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS EM CONCRETO ARMADO Disciplina: TCC-Monografia Orientador: Gilberto Carbonari Discente : Edson de Souza Turma : 2000 Londrina, 20 Novembro de 2003 PREFÁCIO Esta pesquisa fundamenta-se em experiências de profissionais da área de estruturas, porém, não houve condições de obter parâmetros médios dos índices de consumo de cada escritório, ficando esta revisão baseada apenas no “sistema de indicadores de qualidade e produtividade para a construção civil: manual de utilização”. Os indicadores que comporão este sistema de dados serão selecionados a partir de uma pesquisa em escritório de projeto estrutural, para tanto, servirão apenas residências com os mesmos sistemas estruturais, conforme será descrito mais adiante. Baseado na experiência e em relatos de engenheiros da área de projetos foi possível observar que o cliente tem sempre a necessidade de saber um valor aproximado com relação a custos de projetos e consumo de materiais. Este trabalho está motivado por esta necessidade demonstrada pelos clientes, em saber qual o custo estimado da sua estrutura e sua execução (área de forma, volume de concreto e quantitativo de aço), o que segundo os autores do “sistema de indicadores de qualidade e produtividade para a construção civil: manual de utilização”, a estrutura é responsável por 21% do custo da construção. Para tal, faz-se necessário o levantamento dos Índices Médios de Consumo para Elaboração de Projetos em Concreto Armado, IMCEPCA. Outra finalidade também é nortear o profissional de forma a conduzi-lo a um melhor lançamento da estrutura, pretendendo-se que os valores dos índices encontrados na estrutural final, sejam próximos aos que serão obtidos deste trabalho, com conseqüente economia para os clientes com relação a custos de materiais. Esta pesquisa será baseada em estudos de casos, tratando-se desta forma, um trabalho pioneiro e sem qualquer bibliografia específica precedente encontrada. OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho é o levantamento dos Índices Médios de Consumo para Elaboração de Projetos em Concreto Armado, IMCEPCA. O objetivo será a tentativa de fornecer um valor muito aproximado do que será utilizado na construção da estrutura, apesar de não ser um valor exato, pois outros fatores que influenciam diretamente no processo construção, como o fator humano, por exemplo, não é levado em consideração (pois mesmo que quiséssemos obter um valor exato não seria possível devido à enorme gama de combinações de todos os fatores envolvidos no processo). Paralelo a este estudo, será possível que os profissionais da área possam fazer uma melhor avaliação técnica da estrutura esboçada, identificando quais as possíveis causas e justificativas, caso os valores diferenciem muito das que serão apresentadas, com uma conseqüente economia e racionalização com relação a utilização dos materiais. Será de grande ajuda para os clientes, que poderão obter a noção do custo em função do consumo, com uma conseqüente economia e racionalização com relação a utilização dos materiais. Esta pesquisa possuirá dois índices que serão representados através de curvas, conforme definidos abaixo: a) Índice Geral: Obter índices médios de consumo para elaboração de projetos em concreto armado em função da metragem das obras: i) Determinar índices que relacionem volume de concreto/área da obra; ii) Determinar índices que relacionem área de aço/área de obra; iii) Determinar índices que relacionem área de forma/área de obra; b) Índices Específicos: Obter índices médios de consumo por peças estruturais, estes são para uso técnico: i) Determinar índices que relacionem área de aço/volume de concreto; ii) Determinar índices que relacionem área de forma/volume de concreto. PROCEDIMENTO: Determinação dos Indicadores: ¾ Relação entre o peso de aço e a área construída: Este indicador tem como objetivo detectar o super-dimensionamento da armadura de concreto armado ou a má distribuição de cargas no projeto arquitetônico, também pode ser utilizado para gerar informações para estimativas de custo. Quanto menor for o resultado do indicador, maior o grau de otimização do projeto. Entretanto, é necessário analisar-se o tipo de estrutura utilizada, a modulação estrutural proposta, a carga resultante de elementos de vedação vertical utilizados, entre outros fatores, que podem exercer influências sobre a quantidade de aço necessária a estrutura. Roteiro para o cálculo: Fórmula: Iaço/IAreal Variáveis: Peso do Aço(Paço): peso da armadura, obtido no projeto estrutural, não inclui a armadura das fundações. Área real global(Areal): área de toda edificação, obtida segundo os critérios da NBR12721. Periodicidade: calculado por projeto construído. ¾ Relação entre o volume de concreto e a área construída: Este indicador tem como objetivo detectar o super-dimensionamento das lajes, vigas e pilares quanto ao volume de concreto, ou a má distribuição de cargas no projeto arquitetônico. É calculado e analisado pelo projetista estrutural, que pode propor reformulações de projeto, também pode ser utilizado para gerar informações para estimativas de custo. Quanto menor for o resultado do indicador, maior o grau de otimização do projeto. Entretanto, é necessário analisar-se o tipo de estrutura utilizada, a modulação estrutural proposta, a carga resultante de elementos de vedação vertical utilizados, entre outros fatores, que podem exercer influências sobre o volume de concreto necessário. Roteiro para o cálculo: Fórmula: Iconc/IAreal Variáveis: Volume de concreto(Iconc): volume de concreto, obtido no projeto estrutural, não inclui as fundações. Área real global(Areal): área de toda edificação, obtida segundo os critérios da NBR12721. Periodicidade: calculado por projeto construído. ¾ Relação entre a área de fôrmas e a área construída: Este indicador mede a racionalidade da escolha do sistema estrutural e do dimensionamento da estrutura quanto a área de fôrmas, também pode ser utilizado para gerar informações para estimativas de custo. Quanto menor for o resultado do indicador, maior o grau de otimização do projeto. Entretanto, é necessário analisar-se o tipo de estrutura utilizada, a modulação estrutural proposta, entre outros fatores, que podem exercer influências sobre a área de fôrmas necessária. Roteiro para o cálculo: Fórmula: IAF/IAreal Variáveis: Área das formas(IAF): área das formas, medida no projeto estrutural pela face de contato com as peças de concreto armado, não inclui as fôrmas das fundações. Área real global(Areal): área de toda edificação, obtida segundo os critérios da NBR12721. Periodicidade: calculado por projeto construído. ¾ Relação entre a área de fôrmas e o volume de concreto: Este indicador mede a racionalidade da escolha do sistema estrutural e do dimensionamento da estrutura quanto a área de fôrmas, também pode ser utilizado para gerar informações para estimativas de custo. Quanto menor for o resultado do indicador, maior o grau de otimização do projeto. Entretanto, é necessário analisar-se o tipo de estrutura utilizada, a modulação estrutural proposta, entre outros fatores, que podem exercer influências sobre a área de fôrmas necessária. Roteiro para o cálculo: Fórmula: IAF/Iconc Variáveis: Área das formas(IAF): área das formas, medida no projeto estrutural pela face de contato com as peças de concreto armado, não inclui as fôrmas das fundações. Volume de concreto(Iconc): volume de concreto, obtido no projeto estrutural, não inclui as fundações. Periodicidade: calculado por projeto construído. ¾ Relação entre a área de aço e o volume de concreto: Este indicador mede a racionalidade da escolha do sistema estrutural e do dimensionamento da estrutura quanto a área de fôrmas, também pode ser utilizado para gerar informações para estimativas de custo. Quanto menor for o resultado do indicador, maior o grau de otimização do projeto. Entretanto, é necessário analisar-se o tipo de estrutura utilizada, a modulação estrutural proposta, entre outros fatores, que podem exercer influências sobre a área de fôrmas necessária. Roteiro para o cálculo: Fórmula: Iaço/Iconc Variáveis: Peso do Aço(Paço): peso da armadura, obtido no projeto estrutural, não inclui a armadura das fundações. Volume de concreto(Iconc): volume de concreto, obtido no projeto estrutural, não inclui as fundações. Periodicidade: calculado por projeto construído. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A determinação dos Índices Médios de Consumo para Elaboração de Projetos em Concreto Armado, IMCEPCA, é baseado em estudos de casos, para tanto, foram selecionados um total de 10 residências, com as mesmas características abaixo relacionadas: 9 Resistência característica do concreto, fck, de 15MPa; 9 Vãos entre apoios da ordem de ℓ≤ 5,50m; 9 Dois pavimentos; 9 Pé-direito com h≤ 2,90m; 9 Estruturadas em lajes pré-moldadas; 9 Paredes de alvenaria de tijolos; 9 Aço CA50A e CA60B; Outro fator relevante neste estudo de casos é que todas as residências foram projetadas pelo mesmo Engenheiro Estrutural. Não são consideradas as fundações para a determinação do IMCEPCA, pois o tipo de solução adotada para a fundação leva em consideração outros itens que fogem ao escopo deste estudo. Outra consideração a ser observada é que no “sistema de indicadores de qualidade e produtividade para a construção civil: manual de utilização”, os autores não consideram também as vigas baldrames no cálculo dos índices específicos, mas conforme discutido em Banca Parcial fica decidido que para este estudo de casos, serão adotados os índices levantados referentes às vigas baldrames e estes terão efeito para a determinação dos Índices Médios de Consumo para Elaboração de Projetos em Concreto Armado, IMCEPCA. Os índices indicados abaixo de cada caso correspondem aos índices totais dos projetos. Para determinação dos índices e posterior análise, serão considerados os índices sem as respectivas peças estruturais, conforme indicado no procedimento para determinação dos índices específicos. Para melhor visualização, serão apresentadas novas planilhas que conterão apenas os índices que serão utilizados, após a caracterização das residências. CARACTERIZAÇÃO DAS RESIDÊNCIAS: Caso 01: O terreno possui pequena declividade até o fundo do terreno, porém não se faz necessário o uso de muro de arrimo. O tipo de fundação utilizado é de estacas, com altura de blocos variando entre 35cm e 45cm, mas estes não são considerados para o cálculo dos IMCEPCA. Apesar de a declividade do terreno ser baixa, em alguns pontos da obra, devido ao corte do terreno, algumas das vigas baldrames tiveram suas alturas estimadas em função do desnível gerado pelo corte, ocasionando vigas com alturas de 75cm, embora as demais vigas tenham sido executadas com 30cm. A residência é estruturada em laje pré-moldada, com altura h=11cm e capa de 4cm, possuindo os beirais em laje maciça. A residência possui escada em concreto armado, no entanto, para efeito do IMCEPCA, as lajes maciças e a escada não são consideradas. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,25m. Discriminação Af Vc Aço CA50 480,00 536,00 43,66 961,00 570,34 876,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 86,799 0,000 118,00 81,212 17,879 3,36 33,328 2,565 268,00 152,298 42,472 192,64 84,245 28,455 281,00 65,033 20,861 Blocos Vigas Baldrame Escadas Pilares Lajes Maciças Vigas sup. e cob. 39,57 88,62 11,25 156,41 64,99 253,80 5,53 6,60 1,31 6,31 6,77 13,47 Somatória Área (m2) 614,64 221,05 39,99 3467,00 863,00 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,78 0,18 15,68 3,90 Af/Vc (1/m) 7,156 13,427 8,588 24,788 9,600 18,842 Caso 02: Neste projeto, a declividade do terreno é grande, aproximadamente de 3,15m, no entanto, o arrimo é realizado com o auxílio da própria estrutura da residência, não caracterizado uma obra de contenção à parte, que caso contrário, deveria fazer parte do IMCEPCA. O tipo de fundação adotada foi de sapatas, com altura entre 30cm e 45cm, que não estão consideradas nos IMCEPCA, bem como os quantitativos levantados dos colarinhos. A residência é estruturada em lajes pré-moldada, com h=11cm e h=15cm, com capas de 4cm e 5cm, respectivamente. Nesta residência a escada é de concreto armado, alguns pilares sofrem redução de dimensão. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,52m. Discriminação Af Vc Aço CA50 541,68 389,00 289,32 936,00 990,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 89,682 0,000 124,00 51,117 16,294 11,00 263,019 10,000 278,00 132,017 39,210 286,00 71,377 20,620 Blocos 42,68 Vigas Baldrame 115,74 Escadas 13,76 Pilares 169,49 Vigas sup. e 252,44 cob. 6,04 7,61 1,10 7,09 13,87 Somatória Área (m2) 35,71 3146,00 699,00 594,11 230,89 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,57 0,15 13,63 3,03 Af/Vc (1/m) 7,066 15,209 12,509 23,906 18,200 Caso 03: Nesta obra, o terreno não possui qualquer desnível. A fundação de estacas possui blocos com alturas de 35cm e 40cm. Também estrutura em laje pré-moldada, com h=11cm com capa de 4cm e apenas uma laje de h=15cm com capa de 5cm. Possui ainda lajes maciças nas floreiras que circunda quase toda residência em seu pav. superior. Nesta residência a escada é de concreto armado com três lances tipo “U”, alguns pilares sofrem redução de dimensão, mas a maioria segue até o próximo pavimento (cobertura). Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=4,50m. Discriminação Af Vc Aço Aço Aço Aço CA50 CA60 (CA50A)/Vc (CA60A)/Vc 349,24 2,43 35,313 0,246 Sapatas 55,46 9,89 Colarinho 32,52 1,31 Vigas Baldrame 79,36 5,31 304,00 123,00 Escadas 14,36 1,35 74,76 9,57 Pilares 168,84 6,74 1098,65 319,64 Lajes Maciças 6,90 0,71 39,14 4,36 Vigas sup. e 287,13 15,36 1098,00 423,00 cob. Somatória Área (m2) 644,57 40,67 2963,78 882,00 247,02 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,61 0,16 12,00 3,57 57,250 55,376 163,004 55,120 71,484 23,164 7,090 47,425 6,139 27,539 Af/Vc (1/m) 5,608 14,945 10,637 25,050 9,718 18,693 Caso 04: Neste caso ocorre um desnível no perfil do terreno de 53cm, causado pôr uma pequena declividade, no entanto, não se faz necessário a utilização de muro de arrimo, pois foi possível contornar a situação com uma viga baldrame mais alta que as demais. A fundação utilizada é de estacas e os blocos possuem alturas que variam de h=35cm para 01 estaca e h=40cm para os demais blocos. Esta residência é estruturada em laje pré-moldada, com h=11cm e apenas uma com h=15cm, possuindo capa de 4cm e 5cm, respectivamente. Possui ainda, uma grande extensão de laje maciça que compõe o quadro de beiral que circunda toda a casa, com alguns desníveis. Excetuando-se dois pilares, nenhum outro sofre redução, porém, apenas metade dos pilares chega até a cobertura. Há algumas lajes com paredes apoiadas sobre as mesmas. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,35m. Discriminação Af Vc Blocos 34,49 4,50 Vigas Baldrame 90,95 5,74 Escadas 14,34 1,07 Pilares 136,01 5,49 Lajes Maciças 35,40 2,14 Vigas sup. e 227,76 12,43 cob. Somatória Área (m2) Aço CA50 321,00 276,00 79,00 735,12 244,88 677,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 71,333 0,000 139,00 48,084 24,216 8,00 73,832 7,477 215,45 133,902 39,244 151,52 114,430 70,805 249,00 54,465 20,032 538,95 31,37 2333,00 762,97 248,00 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,17 0,13 9,41 3,08 Af/Vc (1/m) 7,664 15,845 13,402 24,774 16,542 18,323 Caso 05: Há um desnível de 20cm no perfil do terreno e a solução é semelhante ao caso anterior, ou seja, com uma viga baldrame maior foi possível resolver este problema. A fundação é de estacas e possui blocos com alturas variando entre 35cm e 45cm. Nesta residência a opção foi por uma escada metálica, no entanto, há certo destaque para o grande número de pérgolas como fachada da residência, além de um enorme comprimento de beiral, plano e inclinado, todo em concreto armado. A residência é toda estruturada em laje pré-moldada, h=11cm e capa de 4cm, a maioria rebaixada devido ao grande número de área molhada. Poucos pilares morrem no pav. superior, há pilares circulares e muitos pilaretes que nascem na cobertura para sustentar as vigas curvas a algumas lajes maciças em balanço. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,10m. Discriminação Af Blocos Vigas Baldrame Escadas Pilares Lajes Maciças Vigas sup. e cob. 41,99 99,24 Somatória Área (m2) Vc 5,54 6,06 Aço Aço Aço Aço CA50 CA60 CA50/Vc CA60/Vc 392,86 0,00 70,913 0,000 432,00 160,00 71,287 26,403 10,08 136,60 69,19 161,52 1,19 57,14 3,00 5,42 1151,25 330,51 6,92 278,75 150,49 11,85 736,00 270,00 518,62 250,34 36,98 3048,00 914,00 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,07 0,15 12,18 3,65 48,018 212,407 40,282 62,110 2,521 60,979 21,747 22,785 Af/Vc (1/m) 7,579 16,376 8,471 25,203 9,999 13,630 Caso 06: O desnível total do terreno nesta residência é de 2,50m da frente do terreno até o fundo, no entanto, a residência possui dois níveis de baldrame. Com o aterro realizado, o desnível dentro da residência passou a ser de apenas 1,55m, o qual foi arrimado com o próprio quadro de vigas do baldrame; a fundação desta obra é de estacas, a altura dos blocos varia de h=35cm ou h=40cm. A residência é toda estruturada em laje pré-moldada, todas de altura h=11cm e capa de 4cm. Possui beirais em lajes maciças, com alturas h=8cm inclinados, bem como algumas lajes pré-moldadas inclinadas também. Dos pilares que chegam até a cobertura, a maioria são pilaretes nascidos no pav. superior, devido à complexidade do projeto arquitetônico em deixar passar pilares ao longo de toda a altura; aqui a caixa d’água é totalmente apoiada diretamente na laje da cobertura, aumento desta forma a sobrecarga da laje pré-moldada que sustenta a caixa, desprezando-se desta forma o uso do barrilete, nesta residência a escada é de concreto armado. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,90m, fugindo um pouco das características padrões pré-estabelecidas, como se trata de uma viga situada na entrada da garagem, pouco se pode fazer para resolver a questão, porém, este não será um fator que possa distorcer a análise ou prejudicar a elaboração dos índices. Discriminação Af Blocos 29,47 Vigas Baldrame 85,05 Escadas 14,21 Pilares 113,19 Lajes Maciças 75,40 Vigas sup. e 191,18 cob. Somatória Área (m2) Vc 3,67 5,13 1,37 4,46 7,59 9,93 Aço CA50 286,86 386,00 93,14 743,31 353,69 808,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 78,163 0,000 143,00 75,244 27,875 6,00 67,986 4,380 191,75 166,662 42,994 352,25 46,599 46,409 229,00 81,370 23,061 508,50 32,15 2671,00 922,00 251,10 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,03 0,13 10,64 3,67 Af/Vc (1/m) 8,030 16,579 10,372 25,379 9,934 19,253 Caso 07: Nesta obra, o desnível encontrado é muito suave que se pode considerar que o terreno não possui qualquer desnível. A fundação de estacas possui blocos com alturas de entre h=35cm e h=40cm. Esta residência também é estruturada em laje pré-moldada, com h=11cm com capa de 4cm, os beirais são em lajes maciças inclinadas com h=10cm e apenas uma laje treliçada de h=16cm inclinada, com capa de 5cm, situada na cobertura. A escada é de concreto armado com três lances tipo “U”, a maior parte dos pilares seguem com as mesmas dimensões desde o baldrame até a cobertura. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,65m. Discriminação Af Vc Blocos Vigas Baldrame Escadas Pilares Lajes Maciças Vigas sup. e cob. 23,90 34,09 12,15 78,82 23,40 85,06 3,46 2,39 1,18 3,34 2,11 5,76 Somatória Área (m2) Aço Aço Aço Aço CA50 CA60 CA50/Vc CA60/Vc 248,65 0,00 71,865 0,000 143,00 68,00 59,833 28,452 72,71 8,22 61,620 6,969 390,35 147,00 116,870 44,012 204,29 43,78 96,819 20,747 354,00 120,00 61,458 20,833 257,42 18,24 1413,00 387,00 191,44 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 1,34 0,10 7,38 2,02 Af/Vc (1/m) 6,908 14,264 10,297 23,599 11,090 14,767 Caso 08: Neste caso ocorre um desnível no perfil do terreno de 90cm, causado por uma declividade, no entanto, não se faz necessário a utilização de muro de arrimo, pois foi possível contornar a situação com a utilização de duas vigas baldrames. A fundação utilizada é de estacas e os blocos possuem alturas de h=35cm e h=40cm. Esta residência é toda estruturada em laje pré-moldada, com h=11cm e capa de 4cm, algumas lajes possuem paredes apoiadas sobre laje, o que aumenta sua sobrecarga. Na cobertura há uma laje treliçada de h=16cm e capa de 5cm, as demais lajes são todas pré-moldadas com h=11cm e capa de 4cm. Possui ainda, a ocorrência de vigas-cintas inclinadas para o fechamento dos oitões do telhado e todos os pilares chegam até a cobertura. Aqui a caixa d’água é totalmente apoiada diretamente na laje da cobertura, aumento desta forma a sobrecarga da laje pré-moldada que sustenta a caixa, desprezando-se desta forma o uso do barrilete. Nesta residência a escada é de concreto armado, porém do tipo plissada (dentada), as vigas tem largura de 15cm. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,68m, fugindo um pouco das características padrões pré-estabelecidas, é válido ressaltar que este não será um fator que possa distorcer a análise ou prejudicar a elaboração dos índices. Discriminação Af Vc Aço CA50 543,77 290,00 74,78 2357,89 505,11 1137,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 90,178 0,000 112,00 66,975 25,866 4,00 46,445 2,484 345,97 283,060 41,533 163,03 79,670 25,715 358,00 72,513 22,832 Blocos 43,88 Vigas Baldrame 72,12 Escadas 13,38 Pilares 199,93 Lajes Maciças 62,70 Vigas sup. e 301,12 cob. 6,03 4,33 1,61 8,33 6,34 15,68 Somatória Área (m2) 42,32 4908,55 983,00 693,13 270,72 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,56 0,16 18,13 3,63 Af/Vc (1/m) 7,277 16,656 8,311 24,001 9,890 19,204 Caso 09: Terreno com aclive de 10cm e sem muro de arrimo. A fundação é de estacas e possui blocos com alturas variando entre 35cm e 45cm. A residência é toda estruturada em laje pré-moldada, h=11cm e capa de 4cm, com beirais em lajes maciças de h=10cm inclinadas, algumas lajes possuem paredes apoiadas sobre laje, o que aumenta sua sobrecarga. Na cobertura há uma laje pré-moldada de h=15cm e capa de 5cm inclinada, sendo as demais lajes todas pré-moldadas com h=11cm e capa de 4cm. A escada é de concreto armado com três lances tipo “U”, com patamares curvos nos cantos, a maior parte dos pilares seguem com as mesmas dimensões desde o baldrame até a cobertura. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água, com cobertura de policarbonato e vigas de concreto curvas, situado a uma altura total de 11,52m. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=5,64m. Discriminação Af Vc Aço CA50 439,43 227,00 68,57 1038,56 562,65 1166,00 Aço Aço Aço CA60 CA50/Vc CA60/Vc 0,00 87,362 0,000 112,00 50,897 25,112 6,00 61,222 5,357 254,89 144,245 35,401 54,11 104,972 10,096 347,00 72,064 21,446 Blocos 38,44 Vigas Baldrame 69,29 Escadas 10,53 Pilares 162,53 Lajes Maciças 56,51 Vigas sup. e 274,14 cob. 5,03 4,46 1,12 7,20 5,36 16,18 Somatória Área (m2) 39,35 3502,22 774,00 611,44 271,50 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 2,25 0,14 12,90 2,85 Af/Vc (1/m) 7,642 15,536 9,402 22,574 10,543 16,943 Caso 10: Nesta obra, o terreno não possui qualquer desnível. A fundação de estacas possui blocos com alturas de 35cm e 40cm. Também estrutura em laje pré-moldada, com h=11cm com capa de 4cm e não possui lajes maciças. A escada é do tipo espiral em estrutura metálica, poucos pilares chegam a cobertura, por haver pouca área de utilização. Ocorre também a presença de barrilete para a sustentação da caixa d’água. O maior vão encontrado nesta residência é da ordem de ℓ=4,55m. Faz-se aqui uma observação curiosa, pois das 10 residências que estão sendo avaliadas nesta pesquisa, apenas 4 delas não possuem beirais em lajes maciças, mas se levarmos em conta um número maior, ficará bem caracterizado o uso comumente deste tipo de detalhe construtivo na região. Discriminação Af Vc Aço CA50 565,00 299,00 1423,49 524,51 1339,00 Aço Aço Aço Af/Vc CA60 CA50/Vc CA60/Vc (1/m) 0,00 91,572 0,000 7,434 103,00 73,284 25,245 16,431 326,40 170,478 39,090 23,623 262,60 54,241 27,156 10,004 279,00 103,798 21,628 18,659 Blocos 45,87 Vigas Baldrame 67,04 Pilares 197,25 Lajes Maciças 96,74 Vigas pav. 240,70 superior Vigas cobertura 184,86 6,17 4,08 8,35 9,67 12,90 Somatória Área (m2) 51,02 5172,00 1144,00 832,46 296,55 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) 9,85 1021,00 2,81 0,17 17,44 3,86 173,00 103,655 17,563 18,768 Planilhas para elaboração dos Índices: A determinação dos Índices possuirá a seguinte legenda: a) b) c) d) e) f) Ia : índice de aço total pela área construída; Ic : índice de volume de concreto total pela área construída; If : índice de área de forma total pela área construída; Iavb : índice de aço de viga baldrame pelo seu volume de concreto; Iapil : índice de aço de pilar pelo seu volume de concreto; Iavig : índice de aço de vigas do pav. superior e cobertura pelo seu volume de concreto; g) Ifvb : índice de área de forma de viga baldrame pelo seu volume de concreto; h) Ifpil : índice de área de forma de pilar pelo seu volume de concreto; i) Ifvig : índice de área de forma de vigas do pav. superior e cobertura pelo seu volume de concreto; Os índices indicados em d, e, f, g, h, i, serão obtidos diretamente da planilha, associando-se a coluna do índice (Ia) com a respectiva linha do elemento estrutural (vb, pil, vig), conforme representado no exemplo abaixo. Exemplo: Discriminação Af Vc Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 81,25 5,69 122,85 5,31 171,81 10,32 Somatória Área 375,91 21,32 264,07 Aço CA50 356,00 714,97 583,00 Aço Ia CA60 CA50 153,00 62,57 201,00 134,65 174,00 56,49 1653,97 528,00 Índices gerais: IaCA50= 6,26 kg/m2 IaCA60=2,00 kg/m2 Ic=0,08m If=1,42 Índices específicos: IavbCA50= 62,57 kg/m3 IavbCA60=26,89 kg/m3 3 IapilCA50= 134,65 kg/m IapilCA60=37,85 kg/m3 IavigCA50= 56,49 kg/m3 IavigCA60=16,86 kg/m3 Ifvb=14,28/m Ifpil=23,14/m Ifvig=16,65/m Ia If CA60 (1/m) 26,89 14,28 37,85 23,14 16,86 16,65 Caso 01: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 88,62 156,41 253,80 Somatória Área 498,83 221,05 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 2,26 0,12 10,74 3,02 Vc Aço CA50 6,60 536,00 6,31 961,00 13,47 876,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 118,00 81,21 17,88 13,43 268,00 152,30 42,47 24,79 281,00 65,03 20,86 18,84 26,38 2373,00 667,00 Vc Aço CA50 7,61 389,00 7,09 936,00 13,87 990,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 124,00 51,12 16,29 15,21 278,00 132,02 39,21 23,91 286,00 71,38 20,62 18,20 28,57 2315,00 688,00 Caso 02: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 115,74 169,49 252,44 Somatória Área 537,67 230,89 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 2,33 0,12 10,03 2,98 Caso 03: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 79,36 168,84 287,13 Somatória Área 535,33 247,02 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 2,17 0,11 10,12 3,50 Vc Aço CA50 5,31 304,00 6,74 1098,65 15,36 1098,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 123,00 57,25 23,16 14,95 319,64 163,00 47,42 25,05 423,00 71,48 27,54 18,69 27,41 2500,65 865,64 Vc Aço CA50 5,74 276,00 5,49 735,12 12,43 677,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 139,00 48,08 24,22 15,84 215,45 133,90 39,24 24,77 249,00 54,47 20,03 18,32 23,66 1688,12 603,45 Caso 04: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 90,95 136,01 227,76 Somatória Área 454,72 248,00 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 1,83 0,10 6,81 2,43 Caso 05: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 99,24 136,60 161,52 Somatória Área 397,36 250,34 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= Vc Aço CA50 6,06 432,00 5,42 1151,25 11,85 736,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 160,00 71,29 26,40 16,38 330,51 212,41 60,98 25,20 270,00 62,11 22,78 13,63 23,33 2319,25 760,51 Vc Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 143,00 75,24 27,88 16,58 191,75 166,66 42,99 25,38 229,00 81,37 23,06 19,25 19,52 1937,31 563,75 1,59 0,09 9,26 3,04 Caso 06: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 85,05 113,19 191,18 Somatória Área 389,42 251,10 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 1,55 0,08 7,72 2,25 Aço CA50 5,13 386,00 4,46 743,31 9,93 808,00 Caso 07: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 81,25 122,85 171,81 Somatória Área 375,91 264,07 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= Vc Aço CA50 5,69 356,00 5,31 714,97 10,32 583,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 153,00 62,57 26,89 14,28 201,00 134,65 37,85 23,14 174,00 56,49 16,86 16,65 21,32 1653,97 528,00 Vc Aço CA50 4,33 290,00 8,33 2357,89 15,68 1137,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 112,00 66,97 25,87 16,66 345,97 283,06 41,53 24,00 358,00 72,51 22,83 19,20 28,34 3784,89 815,97 1,42 0,08 6,26 2,00 Caso 08: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 72,12 199,93 301,12 Somatória Área 573,17 270,72 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 2,12 0,10 13,98 3,01 Caso 09: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. 69,29 162,53 274,14 Somatória Área 505,96 271,50 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= Vc Aço CA50 4,46 227,00 7,20 1038,56 16,18 1166,00 Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 112,00 50,90 25,11 15,54 254,89 144,25 35,40 22,57 347,00 72,06 21,45 16,94 27,84 2431,56 713,89 Vc Aço Ia-CA50 Ia-CA60 If (1/m) CA60 103,00 73,28 25,25 16,43 326,40 170,48 39,09 23,62 279,00 103,80 21,63 18,66 1,86 0,10 8,96 2,63 Caso 10: Discriminação Af Vigas Baldrame Pilares Vigas pav. superior Vigas cobertura 67,04 197,25 240,70 Aço CA50 4,08 299,00 8,35 1423,49 12,90 1339,00 184,86 9,85 1021,00 173,00 Somatória Área 689,85 296,55 35,18 4082,49 881,40 If= Ic= Ia(CA 50)= Ia(CA 60)= 2,33 0,12 13,77 2,97 103,65 17,56 18,77 RESULTADOS: Visualização Gráfica dos Índices: Índices Gerais 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 -1,0 -1,5 -2,0 Área (m2 ) Af (m2 ) Vc (m3 ) CA50 (Kg) CA60 (Kg) O gráfico acima representa a disposição dos índices principais decorrentes dos casos apresentados, para que houvesse certa proporção entre as funções que representam os índices, foram encontradas as médias de cada índice e subtraídas dos mesmos, em seguida determinou-se o desvio padrão que passou a dividir a diferença encontrada anteriormente, desta forma foram retiradas as unidades dos valores. O desvio padrão é uma medida do grau de dispersão dos valores em relação ao valor médio (a média). Da análise realizada em cima dos dados obtidos e a partir do gráfico, é possível perceber que não existe uma relação linear direta da Área Construída com os demais Índices, como já era de se esperar, visto que existem inúmeros fatores que interferem na elaboração de um projeto estrutural, tanto de ordem pessoal como técnica. Por outro lado, ficou evidenciado através da construção do gráfico que para os demais índices houve certa relação, porém não linear e nem direta, mas dentro de um determinado limite elas são muito parecidas. Índices Específicos 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 -0,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 -1,0 -1,5 -2,0 If=Af/área Ic=Vol.conc/area Ia=Aço/Area (CA 50) Ia=Aço/Area (CA 60) Para o gráfico dos Índices Específicos, foram utilizados os mesmos mecanismos de estatística para obter a proporcionalidade entre as funções. Nota-se que a relação entre estes índices fica ainda mais evidenciada, com exceção da curva de Aço CA 50, o que novamente era de se esperar, visto que o uso deste tipo de aço é o mais utilizado em comparação com o CA 60, conforme mostra a tabela abaixo. No quadro abaixo está representado os valores obtidos como média desta pequena amostra de projetos. Área Obra (m2) Área Forma (m2) Volume de Concreto (m3) Aço CA 50 (kg) Aço CA 60 (kg) If Ic Ia50 IA60 255,12 495,82 26,16 2508,62 708,76 1,95 0,10 9,76 2,78 Tabela 1 - Valores médios em função da área de obra Discriminação Vigas Baldrame Pilares Vigas sup. e cob. If (1/m) Ic Ia-CA50 Ia-CA60 15,23 55,01 64,58 22,88 24,24 64,70 169,27 42,62 17,84 141,84 71,06 21,59 Área média 255,12 Tabela 2 - Valores médios parciais com relação à Área Média de Obra A correta interpretação destes resultados (tabela 1) é que chegamos a um valor médio de área de obra que representa um valor fictício do tamanho das obras construídas, bem como os valores médios de consumo para cada índice. No entanto, estes valores não são corretos para serem usados diretamente, ou seja, como não existe linearidade entre as várias funções, é necessário introduzir outro mecanismo estatístico que possa fazer a correção destes valores, minimizando ainda mais as chances de se encontrar valores muito discrepantes. O tratamento para a determinação dos valores será através de estatística descritiva, assim, serão necessários o cálculo das medidas de tendência central, medidas de dispersão, intervalo de segurança e o saneamento amostral. Na tabela 2, temos os resultados médios parciais, estes índices podem ser úteis para saber se a estrutura em questão está consumindo muito material, no entanto, esta análise é de interesse apenas do projetista. Medida de Tendência Central: É a média aritmética, ou seja: x= Medidas de Dispersão: n Sd = ∑ i =1 ( xi − x ) 2 (n − 1) x1 + x 2 + ...xn n e a correção de valores, CV = Sd (%) x Distribuição Normal: Distribuição de variável contínua. Para n < 30, utilizar a distribuição de Student. 1- α -t Onde: +t 1 - α /2 1 - α /2 -α→ nível de significância; -t 1-α/2→ nível de segurança; GRAU DE LIBERDADE GL=n-1 Distribuição t de Student: t 1-α/2 t 0,0995 t 0,99 t 0,975 t 0,95 t 0,90 α 1% 2% 5% 10% 20% 1 63,657 31,821 12,706 6,314 3,078 2 9,925 6,965 4,303 2,920 1,886 3 5,841 4,541 3,186 2,353 1,638 4 4,604 3,747 2,776 2,132 1,533 5 4,032 3,365 2,571 2,015 1,476 6 3,707 3,143 2,447 1,943 1,440 7 3,499 2,998 2,365 1,895 1,415 8 3,355 2,896 2,306 1,860 1,397 9 3,250 2,821 2,262 1,833 1,383 10 3,169 2,764 2,228 1,812 1,372 11 3,106 2,718 2,201 1,796 1,363 12 3,055 2,681 2,179 1,782 1,356 13 3,012 2,624 2,160 1,771 1,350 14 2,977 2,602 2,141 1,761 1,345 15 2,947 2,583 2,131 1,753 1,341 16 2,921 2,567 2,120 1,746 1,337 17 2,898 2,552 2,110 1,740 1,333 18 2,878 2,539 2,093 1,734 1,330 19 2,861 2,528 2,086 1,729 1,328 20 2,845 2,508 2,080 1,725 1,325 Intervalo de confiança: Pmínimo X − tp Pmáximo Sd (n − 1)0,5 x X + tp Sd (n − 1)0,5 Índices Saneamento amostral: Suponha um conjunto de n medidas que se comportam de modo a seguir uma distribuição gausseana; essa distribuição pode ser usada para computar a probabilidade de que uma determinada medida desvia-se uma "certa quantidade" do valor médio. Não é possível esperar que a probabilidade disso ocorrer seja menor do que 1/n; caso a possibilidade calculada seja menor que 1/n, a medida pode ser posta em dúvida e, eventualmente, descartada do conjunto de dados. Modernamente, o critério mais usado para descartar medidas duvidosas é o "critério de Chauvenet", que especifica que um dado deve ser rejeitado se a probabilidade de desvio da média seja menor do que 1/2n . ρ sup = ρ inf = Xmáx. − X Sd X − X min . Sd Se ρs,i < ρcrítico, aceita-se a amostra. Tabela de Chauvenet: n ρcrítico n ρcrítico 5 1,65 20 2,24 6 1,73 22 2,28 7 1,80 24 2,31 8 1,86 26 2,35 9 1,92 30 2,39 10 1,96 40 2,50 12 2,00 50 2,58 14 2,03 100 2,80 16 2,06 200 3,02 18 2,20 500 3,29 Agora, vamos determinar qual o valor do Erro padrão para cada índice, que será calculado de acordo com a equação abaixo: Ep= Sd n 2 Onde: - Sd→ desvio Padrão; - n→ número de amostras; - Ep→ erro padrão. Utiliza-se também da função INVT, que retorna o inverso da distribuição t de Student para os graus especificados de liberdade, aqui, a probabilidade do valor de erro será considerada como 5% e o grau de liberdade é igual a n-1, ou seja, igual a 9. Cálculo dos Parâmetros: Parâmetros Média Sd Ed Cv Área Af (m2 ) Vc (m3 ) CA50 (Kg) CA60(Kg) 255,1 495,8 26,2 2508,6 708,8 21,6 96,7 4,4 812,0 122,7 6,8 30,6 1,4 256,8 38,8 8,5% 19,5% 17,0% 32,4% 17,3% Resultado do Saneamento amostral: De acordo com a tabela de Chauvenet, para uma amostra de 10 valores, o índice corresponde a: ρcrítico=1,96 Área de Obra 221,05 230,89 247,02 248,00 250,34 251,10 264,07 270,72 271,50 296,55 ρsup ρinf 1,58 1,12 0,37 0,33 0,22 0,19 0,41 0,72 0,76 1,92 Conforme o Critério de Chauvenet, não há necessidade de retirar qualquer valor da nossa amostra, aqui é considerado apenas os valores da área de construção, pois é o único valor conhecido no início do projeto. Intervalo de confiança: Aqui utilizaremos n=10, GL=9, α=5%, tp=2,262 e retiramos os valores de Pmin e Pmáx, conforme é ilustrado abaixo para cada índice. Pmim.= Pmáx.= Área Af (m2 ) Vc (m3 ) CA50 (Kg) CA60(Kg) 238,81 422,92 22,80 1896,40 616,22 271,43 568,73 29,51 3120,85 801,31 CONSIDERAÇÕES FINAIS O resultado determinado através destes cálculos resultou em uma faixa de limite dos valores encontrados na tabela de valores médios, como era de se esperar, embora a tabela tivesse sido calculada em função do erro padrão que o cálculo da média das amostras poderia oferecer. Se somarmos os valores obtidos de Pmáx. e Pmin resultantes da última tabela e dividirmos por 2, chegaremos aos mesmos índices médios obtidos anteriormente. Infere-se de toda esta análise que, se houver outra obra com características semelhantes às indicadas no início deste estudo, e sua Área de Obra estiver entre os intervalos de 238,00m2 e 272,00m2, a probabilidade dos índices médios de consumo para a elaboração de o projeto estrutural estar entre os valores indicados na tabela é de 95%, desde que seja projetada pelo mesmo escritório de projetos e essencialmente pelo mesmo projetista estrutural, que é o responsável pelos critérios em cada projeto. COMENTÁRIOS Como já se previa, houve casos em que os valores encontrados nos projetos estão fora da faixa determinada pela análise, isto realmente deveria acontecer, pois lembremos que estes valores além de ser uma média de uma amostra relativamente pequena. Como se pôde verificar com a plotagem dos gráficos, não existe linearidade entre as curvas originadas pelos índices. No entanto, lembremos que as razões que justifiquem esta diferença de valores são inúmeras, que vão desde uma simples disposição de pilares e vigas até as imposições arquitetônicas. CONCLUSÃO Quando foi proposto este tema, imaginávasse que haveria uma maneira de agregar as curvas de todos os índices, chegando-se a uma função de grau qualquer e única em função apenas de sua área de obra, no entanto, o que se verificou foi que o comportamento das funções, apesar de apresentarem semelhança, não é válido para todo o intervalo e nem mesmo homogêneo, desse modo, torna-se impossível englobar todos os índices da análise proposta de forma a elaborar uma equação para tal sistema. No entanto, do ponto de vista estatístico, pôde-se comprovar que a faixa encontrada para os valores em função da área tem certa coerência se compararmos aos valores extremos (Pmáx. e Pmin.), há poucos casos em que estes valores são extrapolados. Talvez, com uma gama maior de valores ambos os valores possam convergir para dentro desta faixa limite. Como pensamento final, temos que admitir que qualquer valor que arbitrarmos para simbolizar o consumo, este estará sujeito a todas as alterações que venham acontecer no decorrer do processo de execução da mesma. Pois como se percebeu nos gráficos acima, mesmo com uma porcentagem de 5% de probabilidade para uma diferença absoluta, não foi possível enquadrar todos os casos, de modo que, qualquer valor arbitrado dentro desta faixa, teoricamente terá certa lógica, porém, a mesma não se verificará na realidade. O resultado deste estudo de casos é demonstrado através da tabela dos valores de Pmáx. e Pmin. De acordo com o demonstrado através da estatística, esta faixa pode ser utilizada apenas como estimativa prévia, atendendo ao principal e primeiro questionamento proveniente dos clientes. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Oliveira, Mírian et al. Sistema de Indicadores de Qualidade e Produtividade para a Construção Civil: Manual de Utilização. 2ª edição revisada – Porto Alegre: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul – SEBRAE/RS,1995, pág. A17-A20.