UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO CARLOS GABIN 141685 SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE Porto Alegre/RS PORTO ALEGRE, 18 de Maio 2011. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE AGRONOMIA AGR 99003 – ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Carlos Gabin RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO Orientador do Estágio: Engenheiro Agrônomo Luis Antônio Piccoli Tutor do Estágio: Prof. Gilmar Schafer COMISSÃO DE ESTÁGIO: Prof. Elemar Antonino Cassol – Depto. de Solos (Coordenador) Prof. Fábio de Lima Beck – Núcleo de Apoio Pedagógico Prof. José Fernandes Barbosa Neto – Depto. Plantas de Lavoura Prof. Josué Sant’Ana – Depto. de Fitossanidade Prof. Lair Angelo Baum Ferreira – Depto. de Horticultura e Silvicultura Profa. Mari Lourdes Bernardi – Depto. de Zootecnia Prof. Renato Borges de Medeiros – Depto. de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia ii AGRADECIMENTOS Agradeço à minha esposa Aromi e a minha filha Erlita pelo carinho, paciência, compreensão, apoio e incentivo. Ao Biólogo André Duarte Puente e ao Engenheiro Florestal Gerson Luis Mainardi pela orientação, acompanhamento e apoio no período de estágio. Ao Engenheiro Agrônomo Luis Antônio Piccoli por ser meu orientador do estágio. Ao Professor Gilmar Schäfer por ser meu tutor do estágio, sua colaboração, disposição e orientações. Aos funcionários do Viveiro Municipal pelo aprendizado e apoio durante as horas que estivemos juntos. À Prefeitura de Porto Alegre e Secretaria Municipal do Meio Ambiente pela viabilização do estágio. iii APRESENTAÇÃO O estágio foi realizado no Viveiro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – SMAM. O período de estágio foi de 03 de janeiro à 15 de março de 2011. Consta deste relatório descrição do meio físico e sócio-econômico do Município de Porto Alegre-RS e do Viveiro Municipal. Após descritas as atividades mais as atividades desenvolvidas durante o estágio. O local foi escolhido através de contatos com colegas, pela localização e por propiciar atividades e conhecimentos práticos na área de produção de mudas, principalmente de espécies nativas. iv SUMÁRIO 1. Introdução.......................................................................................1 2. Descrição do meio físico e sócio-econômico de Porto Alegre. 2 2.1 Aspectos geográficos ............................................................................. 2 2.2 Aspectos sócios-econômicos ................................................................ 3 2.3 Características do clima........................................................................... 3 2.4 Características do solo............................................................................. 3 2.5 Características do relevo e hidrografia.................................................... 4 2.6 Características da Vegetação................................................................... 4 3. Descrição da Instituição de realização do estágio..................... 5 4. Estado da Arte (Revisão Bibliográfica)....................................... 8 4.1 Produção de mudas de espécies nativas............................................... 8 4.2 Compostagem...........................................................................................13 5. Atividades Realizadas no Estágio..............................................14 5.1 Inventário do estoque de mudas no viveiro......................................... 14 5.2 Limpeza/Retirada de plantas infestantes dos recipientes................. 16 5.3 Preparo de substratos............................................................................ 16 5.4 Semeadura............................................................................................... 18 5.5 Transplante de mudas............................................................................ 19 5.6 Coleta de sementes e identificação e marcação de árvores nativas. 20 6. Conclusões................................................................................. 21 7. Análise Crítica do Estágio......................................................... 22 8. Referências Bibliografias.......................................................... 23 v LISTA DE FIGURAS Figura 1. Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, destacando a cidade de Porto Alegre (RS)........................................................................... 2 Figura 2. Organograma da Estrutura da SMAM........................................... 7 Figura 3. Modelo de folha de relatório utilizado no inventário do viveiro da da SMAM (Porto Alegre, 2011)..................................................... Figura 4. Canteiro do viveiro da SMAM com mudas de várias espécies (Porto Alegre, 2011)...................................................................... Figura 5. 17 Leira de material em processo de compostagem no viveiro da SMAM produzindo chorume (Porto Alegre, 2011)...................... Figura 9. 16 Leira de composto produzido no viveiro da SMAM (Porto Alegre, 2011).......................................................................................... Figura 8. 16 Canteiro do viveiro da SMAM com recipientes de mudas limpas de plantas daninhas (Janeiro 2011, Porto Alegre).......................... Figura 7. 15 Canteiro do viveiro da SMAM com recipientes de mudas limpos de plantas daninhas(Porto Alegre, 2011).......................................... Figura 6. 15 18 Semeadura de ipê-da-praia em galpão do viveiro da SMAM (Porto Alegre, 2011).................................................................... 19 Figura 10. Canteiro do viveiro da SMAM com recipientes de várias espécies em vários estágios de desenvolvimento (Porto Alegre, 2011) 19 Figura 11. Identificação e marcação de matriz de capororoca no interior do município de Viamão (Viamão 2011)..................................... 21 Figura 12. Coleta de sementes de capororoca no interior do município de Viamão (Viamão 2011).......................................................... vi 21 1– INTRODUÇÃO O estágio foi realizado no Viveiro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – SMAM, localizado na rua Victorino Luiz de Fraga, s/n, Parque Saint’Hilaire, bairro Lomba do Pinheiro, Porto Alegre (RS). O Viveiro tem como missão principal a produção de mudas de espécies nativas da área onde se situa o Município de Porto Alegre e a realização de atividades de educação ambiental com escolas. A escolha do local foi motivada por atender principalmente a condição de localização, proximidade com a residência e trabalho, e adequação do horário com a rotina diária profissional. Outro fator considerado foi verificar em entrevista prévia que no local eram realizadas atividades ligadas à área ambiental, que tem cada vez mais importância, e que atualmente já estão integradas obrigatoriamente nas funções de atuação do Engenheiro Agrônomo. O objetivo principal do estágio foi colocar em prática os conhecimentos adquiridos na faculdade, e também verificar as possibilidades e oportunidades que possam ser extraídas das atividades para aplicação e transformação em atividade remunerada após a graduação. 1 2 – DESCRIÇÃO DO MEIO FÍSICO E SÓCIO-ECONÔMICO DE PORTO ALEGRE 2.1 – Aspectos geográficos O Município de Porto Alegre (Figura 1) é a capital do Estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul, situando-se em torno do paralelo 30. Tem uma área aproximada de 500 km², sendo divididos em 350 km² de área urbana e 150 km² de área rural. Faz divisa ao Norte com os municípios de Triunfo, Nova Santa Rita, Canoas e Cachoeirinha; ao Sul com o município de Viamão e Lago Guaíba(Barra do Ribeiro); ao Leste com os municípios de Alvorada e Viamão; à Oeste com o Lago Guaíba (Eldorado do Sul, Guaíba e Barra do Ribeiro). (Fonte: Prefeitura de Porto Alegre, 2011). Figura 1. Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, destacando o município de Porto Alegre (RS). Fonte: WIKIPÉDIA, 2011 2 2.2 – Aspectos sócio-econômicos Segundo dados do IBGE, a Capital contava em 2010 com 1.409.939 habitantes e densidade demográfica de 2.837,89 hab/km². Conforme dados do IBGE em 2008 o PIB era de 36,7 bilhões de reais e o PIB per capita de 25.712 reais. Em agosto de 2010 Porto Alegre foi a Capital com o custo da cesta básica mais elevado (240,91 reais). (Wikipédia, 2011). No Censo Agropecuário de 2006, do IBGE, foram registrados 340 estabelecimentos agropecuários totalizando 8.781 ha. No setor primário entre 2007-2008 na agricultura destacou-se a produção de arroz, milho, batata-doce, mandioca, cana-de-açúcar, laranja, tangerina, pêra, pêssego, uva, caqui, figo, goiaba, melão e tomate. Foram extraídos 22.814 m³ de lenha. Na pecuária em 2008 havia um rebanho de 9.891 bovinos, produzindo 1.148 mil litros de leite, 7.952 eqüinos, 569 bubalinos, 3.628 suínos, 266 caprinos, 1.397 ovinos, produzindo 3.263 kg de lã, 15.987 frangos e galinhas, produzindo 8 mil dúzias de ovos, 19.600 codornas, produzindo 130 mil dúzias de ovos, 720 coelhos, e uma produção de mel de abelha de 6.311 kg. No PIB municipal , o valor adicionado da agropecuária em 2007 foi de 16 milhões de reais. No setor secundário e terciário destaca-se a construção civil. Desde 1990 ocorre um declínio nas atividades industriais. Porto Alegre vem mostrando uma tendência para a concentração em atividades do setor terciário como a indústria do conhecimento, o comércio e serviços. 2.3 – Características do clima De acordo com a classificação de Koppen, o clima é subtropical úmido (Cfa). A temperatura média é de 19ºC, e a umidade relativa do ar média de 76%. A precipitação pluviométrica anual média de 1.300 mm/ano. 2.4 – Características do solo Segundo o Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre (SMAM, 2008), os solos do município foram classificados conforme o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA, de 1999, para fornecer informações que permitam um planejamento racional e um desenvolvimento equilibrado do uso da terra. 3 As quatro unidades identificadas são: Unidade 1 - Argissolos Vermelho e Vermelho-Amarelos + Cambissolos Háplicos (Rg); Unidade 2 - Argissolos Vermelhos e Vermelho-Amarelos (PV);Unidade 3 - Neossolos Litólicos e Regossólicos + Cambissolos Háplicos +Argissolos Vermelhos e VermelhoAmarelos (Rg/PV); Unidade 4 – Planossolos + Gleissolos + Plintossolos + Neossolos Flúvicos Hid). 2.5 – Características de relevo e hidrografia Possui uma geografia diversificada com morros, baixadas e um grande lago. O ponto mais elevado é o Morro Santana com 331m. A altitude média da cidade é de 10m acima do nível do mar. Os pontos mais baixos situam-se no aeroporto, na ilha das flores e no arquipélago (Wikipédia, 2011). Na hidrografia a formação mais importante é o lago Guaíba, que limita a cidade a oeste. A zona urbana é drenada por vários arroios, destacando-se o arroio Dilúvio. Na zona rural correm os arroios Feijó,, Capivara, Salso e Lami. Da área municipal, 82,6% encontra-se na bacia do lago Guaíba, e o restante na bacia do rio Gravataí (Wikipédia, 2011). 2.6– Características da vegetação Atualmente Porto Alegre preserva pouco de sua vegetação original. Da cobertura original restam hoje 24% (10% campos e 14% florestas). Está localizada na zona limítrofe entre os biomas da Mata Atlântica e do Pampa. Nos morros, já muito desmatados, a vegetação é composta essencialmente por gramíneas e plantas rasteiras. Sobrevivem algumas áreas de mata ou arbusto, sendo comuns o camboim (Myrciaria cuspidata), pitangueira (Eugenia uniflora), aroeira (Schinus molle), louro (Cordia trichotoma), cedro (Cedrella fissilis), canjerana (Cabralea canjerana), timbaúva (Enterolobium contortisiliquum), capororoca (Myrsine guianensis), figueira (Ficus organensis), batinga (Eugenia rostrifolia), ingá (Inga marginata), gravatá (Bromelia pingüin) , crista-de-galo (Celosia argentea), sagitária (Sagittaria subulata), pontedéria (Pontederia cordata), aguapés (Eichornia crassipes) (Wikipédia, 2011). O município conta com três unidades de conservação ambiental: a Reserva Ecológica do Lami, o Parque Natural do Morro do Osso e o Parque Saint-Hilaire. A Reserva do Lami possui ecossistemas diferenciados, 4 permitindo o crescimento de cerca de trezentas espécies vegetais. O Parque Saint-Hilaire possui uma área de 1.148ha, dos quais 908ha se destinam à preservação permanente. A flora nativa foi bastante modificada com a introdução de espécies exóticas como o Eucalyptus spp. e o Pinus spp., mas ainda existe parte de Mata Atlântica original. O morro do Osso possui 127ha com ambiente definido por vegetações rasteiras, arbustivas e fragmentos da Mata Atlântica. O Parque Delta do Jacuí é outra reserva natural do município, com estatuto de Área de Proteção Ambiental, e ocupa uma área de 17.245 ha, e está sob administração estadual. É composto por banhados extensos e variados, blocos de vegetação arbustiva e maciços de árvores altas. O Jardim Botânico de Porto Alegre, inaugurado em 1958, com uma área de 81,5ha é outra área definida como unidade de conservação, dividida em coleções vegetais, incluindo espécies nativas (Wikipédia, 2011). Porto Alegre é uma das capitais mais arborizadas do Brasil. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente estima que existam cerca de 1,3 milhão de árvores plantadas em vias públicas. A cada habitante da cidade correspondem mais ou menos 17m² de área verde. As espécies mais encontradas nos logradouros públicos são a extremosa, o ligustro (Ligustrum japonicum), o jacarandá (Jacaranda mimosaefolia), o cinamomo (Melia azedarach), o branquiquito (Brachychiton popolneus), o ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), o mimo-de-vênus pulcherrima), (Hibiscus a tipuana rosa-sinensis), (Tipuana tipu) o e ipê-amarelo a sibipiruna (Tabebuia (Caesalpinia peltophoroides). Existem ainda vários parques e 582 praças urbanizadas, ocupando uma área superior a quatro milhões de metros quadrados. 3– DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre (SMAM), foi criada pela Lei Municipal nº 4.235/1976, para atender as questões ambientais, sendo responsável pela proteção e conservação do sistema natural, combate à 5 poluição ambiental, manutenção e conservação de parques, praças, balneários e a promoção, implantação, ampliação e gestão de espaços verdes. A SMAM exerce a gestão ambiental em Porto Alegre, fiscalizando e autorizando, mediante condições e restrições, empreendimentos e atividades no município. O trabalho de fiscalização está centrado no Licenciamento Ambiental, fazendo uso de ferramentas como a Lei Municipal 8.267/98 que dispõe sobre o licenciamento ambiental no município e cria a Taxa de Licenciamento Ambiental, o Decreto nº 15.418, de dezembro de 2006 para os procedimentos de supressão, transplante ou poda de espécimes vegetais, e o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU),de 2000 que é um conjunto de métodos e medidas adotadas para a preservação, manejo e aumento do plantio de árvores na cidade, tendo como objetivo planejar a arborização de Porto Alegre (SMAM Porto Alegre, 2011). A sede da SMAM está localizada na Av. Carlos Gomes nº 1.120, e as atividades da secretaria estão subdivididas em quatro Gerências Técnicas (Zonais Norte, Centro, Leste, Sul e Extremo Sul - Restinga) e o Viveiro Municipal. As Gerências Técnicas são responsáveis pelos serviços realizados em praças, corte de grama, capina, poda, remoção de resíduos e o manejo da arborização em logradouros públicos. Também são responsáveis por vistorias em áreas particulares no que se refere à arborização urbana, quanto à corte, poda e estado fitossanitário (SMAM Porto Alegre, 2011). Os setores da secretaria estão divididos em duas supervisões. A Supervisão de Praças, Parques e Jardins (SUPPJ), que cuida da gestão de áreas verdes existentes no município, e a Supervisão do Meio Ambiente (SUMAM), que cuida da gestão ambiental (Figura 2 ). 6 Figura 2. Organograma da estrutura da SMAM. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre, 2011. O estágio foi realizado no Viveiro Municipal, vinculado à SUPPJ, localizado na Rua Victorino Luiz de Fraga, s/n, Bairro Lomba do Pinheiro, dentro do Parque Saint’Hilaire, abrangendo atualmente uma área aproximada de 10 (dez) hectares. O viveiro está subdividido em duas áreas: viveiro 1 e viveiro 2. O viveiro 1 é o maior espaço, onde está localizado o escritório da administração, um galpão coberto para estacionamento de máquinas e equipamentos e para realização de atividades em dias adversos (frio, chuva, calor), refeitório, almoxarifado, estufa, canteiros e telados para enraizamento e crescimento de mudas. Atualmente está em fase final de instalação no viveiro um Banco de Sementes, financiado com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério do Meio Ambiente. O objetivo principal do viveiro é a produção de mudas, essencialmente de espécies nativas da região de Porto Alegre, para a arborização e 7 paisagismo de logradouros públicos. Paralelamente realiza atividades de educação ambiental com escolas. 4– ESTADO DA ARTE (REVISÃO BIBLIOGRÁFICA) 4.1 – Produção de mudas de espécies nativas Implantação do viveiro A produção de mudas de espécies nativas em viveiros florestais inicia com uma análise cuidadosa do local onde será instalado. Um dos aspectos a ser considerado é a localização do viveiro. Deve estar próximo do local a ser reflorestado, reduzindo custos e danos com o transporte das mudas, e pela presença de condições climáticas semelhantes à área do reflorestamento. Portanto, o local deve ser de fácil acesso (Fundação Florestal SP, 1993). O relevo do terreno deve ser menos acidentado possível e nem muito plano para não ter problema de drenagem. A declividade recomendada é entre 0,2 e 2%.Deve-se dar preferência a orientação com face norte, que é mais quente, ensolarada e protegida do vento sul. Contar com disponibilidade de água para irrigação em qualquer época do ano, livre de poluentes. Local com boa drenagem facilitará a produção de mudas e a movimentação de veículos e materiais. Contar com energia elétrica para iluminação e acionamento do sistema de irrigação. Para proteção de animais, recomenda-se que o local seja cercado e implantado quebra-ventos visando danos aos canteiros e as mudas (Fundação Florestal SP, 1993). Formação de mudas A produção de mudas de espécies arbóreas pode ser pelos métodos sexuado, por meio de sementes, ou assexuado, por meio de propagação vegetativa. A obtenção de sementes pode ser de produtores idôneos de modo a garantir qualidade e vigor necessários, ou o próprio interessado coletar as sementes de árvores sadias, vigorosas, com boa forma de tronco, altura, copa. 8 Nos dois casos cuidados devem ser tomados, como evitar colher sementes de má qualidade fisiológica e genética. As sementes colhidas devem ser secas, beneficiadas e armazenadas em condições adequadas, para não perder o poder germinativo (UFV, 2000). Semeadura em canteiros A semeadura em canteiros é utilizada quando as sementes são muito pequenas ou quando são excessivamente grandes, quando há pouca disponibilidade de sementes, desuniformidade de germinação (Fundação Florestal SP, 1993). Esta prática requer cuidados especiais no manuseio quando da repicagem/transplante. Deve ocorrer um preparo do solo para evitar o aparecimento de plantas indesejáveis. Se o canteiro é pequeno, utilizar uma camada de composto orgânico com os elementos necessários, principalmente NPK, às plantas e pH adequado. Coníferas preferem pH entre 5,5 e 6,0, e folhosas se desenvolvem melhor com pH entre 6,0 e 6,5. Com relação a semeadura é muito importante realizar uma distribuição uniforme das sementes. A densidade varia de espécie para espécie. A melhor época para semeadura varia de acordo com a espécie. Na produção de mudas para arborização ou quando se adota irrigação, a produção é feita regularmente durante o ano todo, e no caso de regiões frias, tomar cuidado com as geadas. Normalmente a profundidade de semeadura corresponde a um pouco mais que o diâmetro da semente e irrigar previamente. Após a semeadura, cobrir as sementes com uma camada fina de substrato, como casca de arroz carbonizada, capim picado, serragem, etc. para proteger as sementes pré-germinadas contra os raios solares, os ventos e os pingos d’água e manter a umidade constante em volta das sementes. O canteiro também pode ser protegido utilizando materiais como plástico transparente e o sombrite (UFV, 2000). Recomenda-se atualmente, por ser muito onerosa, que esta técnica seja substituída pela semeadura direta no recipiente. 9 Transplante/Repicagem Após a germinação das sementes, realiza-se a repicagem das mudas para os recipientes. As mudas devem ser retiradas por meio de espátula ou ferramenta semelhante. Recomenda-se que a operação seja feita quando as mudas atingirem altura de 3 a 7 cm, ou apresentando 2 a 3 pares de folhas, sendo que estes valores podem variar entre as espécies e a época do ano. Antes da retirada das mudas recomenda-se molhar a sementeira e arrancar delicadamente puxando levemente a muda para cima (Fundação Florestal SP, 1993). Semeadura direta A semeadura direta tem sido o método mais utilizado atualmente, porque simplifica as operações, elimina a necessidade de confecção de canteiros para semeadura e posterior repicagem. Esta técnica evita danos à raiz e traumas na repicagem, reduz prazo para produção das mudas, aumenta o vigor das mudas, e reduz o custo de produção. Normalmente usa-se 3 a 5 sementes por recipiente. O canteiro deve ser protegido com sombrite e/ou plástico até 30 dias após a germinação. A época e profundidade é a mesma utilizada na semeadura em canteiros (Fundação Florestal SP, 1993). Recipientes Os recipientes mais utilizados são sacos plásticos, tubetes e vasos plásticos de 14 litros adotados para as mudas em plantas em vias públicas. A escolha do tipo de recipiente é em função do seu custo, das vantagens na operação (durabilidade, possibilidade de reaproveitamento, área ocupada, facilidade de movimentação e transporte) (Fundação Florestal, SP, 1993). Os sacos plásticos apresentam a vantagem de dispensarem grandes investimentos em infra-estrutura. O tamanho recomendado depende da espécie. Os mais utilizados são os de 9 x 14cm e 0,07mm de espessura, 11 x 25cm e 0,15mm de espessura, para as espécies que permanecem mais tempo no viveiro. Os tubetes apresentam algumas vantagens como menor diâmetro (ocupando menor área no viveiro), menor peso, redução no custo de transporte e plantio. Existem vários tipos de tubetes disponíveis no mercado. Os tubetes mais utilizados são os de formato cônico/redondos com capacidade para 50cm³ 10 de substrato. Para as espécies com crescimento inicial mais lento como as nativas, os tubetes devem ter capacidade de 100cm³ (Fundação Florestal SP, 1993). Substratos O substrato tem como função principal sustentar a planta e fornecer nutrientes. Deve apresentar adequadas características físicas e químicas, sendo as físicas as mais importantes. Quanto as propriedades físicas, o substrato deve ser preferencialmente argilo-arenoso, para que na retirada do recipiente o bloco de solo com a muda não se desintegre facilmente. Também não deve apresentar-se muito compacto, pois diminui a aeração, prejudicando a nutrição e o desenvolvimento das raízes. A presença de substâncias orgânicas melhoram a agregação e aumentam a capacidade de retenção de água. Deve ser isento de sementes de plantas indesejáveis, de pragas e de microrganismos patogênicos (UFV, 2000). Na produção de mudas de espécies arbóreas, entre os substratos que podem ser utilizados destacam-se o composto orgânico, a terra do solo, a vermiculita, a turfa, a serragem e o esterco bovino. Irrigação e adubação Os elementos químicos essenciais que as plantas retiram do ar e da água são o carbono (C), o hidrogênio e o oxigênio (O) e os que as plantas retiram do solo são nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), boro (B), cobre (Cu), molibdênio (Ml) e cloro (Cl). Estes elementos devem estar no solo de forma disponível e em quantidades adequadas. O conhecimento sobre as exigências nutricionais das espécies florestais nativas, é praticamente nulo. A aplicação, portanto, é executada mediante a visualização de algum sintoma de deficiência visível, como folhas amarelas e clores nas folhas, e que podem provocar a redução no crescimento. A irrigação deve merecer atenção especial, devido ao alto consumo e a qualidade da água. A irrigação pode ser manual com regadores ou mangueiras ou por aspersão e micro-aspersão. O sistema por micro-aspersão em geral é o mais indicado devido a economia de mão-de-obra e controle sobre a 11 distribuição da água. Recomenda-se, em condições normais, fazer duas irrigações diárias, uma pela manhã e outra à tarde (UFV, 2000). Doenças, pragas e ervas daninhas A principal doença em viveiros florestais é o tombamento, causado por uma série de fungos do solo. Para tanto, as medidas de prevenção e controle são o uso de substrato livre de patógenos, tratamento de sementes com fungicidas, redução do sombreamento e irrigação, pulverização com fungicidas. No caso de doenças em folhas recomenda-se redução de sombreamento e da irrigação e, se necessário, a pulverização de fungicidas (Fundação Florestal SP, 1993). O controle químico de pragas pode ser feito após o início do ataque. As pragas mais comuns são formigas, grilos, lagartas, pulgões e besouros. O controle de ervas daninhas deve ser executado em todo o viveiro e não somente nos canteiros. Pode ser feito por arrancamento, corte mecânico ou através do uso de herbicidas. Cuidados também devem ser tomados com os substratos e o vento (Fundação Florestal SP, 1993). Rustificação ou aclimatização A muda para ser levada ao campo deve ser sadia e ter um grau de resistência que permita sobreviver à condições adversas. Portanto, devem sofrer um processo de rustificação, isto é, ser gradativamente mais exposta à condição de campo. A movimentação das mudas no viveiro para que fiquem a pleno sol e o corte gradual de irrigação no período que antecede o plantio são os procedimentos mais usados, mais práticos e baratos, para se conseguir a rustificação (UFV, 2000). Avaliação da qualidade das mudas Vários parâmetros são utilizados para avaliar a qualidade das mudas de espécies florestais. Mudas usadas para arborização urbana devem ter sistema radicular bem formado e agregado ao substrato, altura do tronco de 1,8 a 2,2 m, sem ramos laterais, bom aspecto nutricional e fitossanitário, e em bom estado de rustificação. Os recipientes devem conter apenas uma muda e identificadas por espécie (UFV, 2000). 12 Conservação e manutenção do viveiro Durante o período de produção de mudas o viveiro deve ser mantido limpo, através de roçadas e capinas, facilitando a movimentação. Os equipamentos à disposição devem ser conservados limpos e recolhidos a um abrigo seguro, assim como todos os materiais perecíveis ou não. 4.2 – Compostagem A compostagem é um processo de oxidação biológica através do qual os microrganismos decompõem os compostos constituintes dos materiais (matéria orgânica) libertando dióxido de carbono e vapor de água. A compostagem envolve necessariamente a ação do homem para acelerar a decomposição da matéria orgânica (BRITO, L. Miguel, 2006). Os materiais utilizados para compostagem podem ser divididos em duas classes, a dos materiais ricos em carbono e a dos materiais ricos em nitrogênio. Entre os materiais ricos em carbono podemos considerar os lenhosos como casca de árvores, aparas de madeira e a serragem, as podas de árvores e jardins, etc. Entre os materiais azotados incluem-se as folhas verdes, estrumes e urinas de animais, solo, etc. Os materiais não devem conter vidros, plásticos, tintas, óleos, metais,pedras, etc. Outra característica fundamental é o tamanho das partículas, que devem ter menos de 7 cm. O ideal é não ter partículas com dimensões superiores à 3 cm. Na construção de uma pilha de compostagem é comum utilizar uma mistura de materiais ricos em carbono com outros ricos em nitrogênio (BRITO, L. Miguel, 2006). Como o processo de compostagem tende a ser um processo de secagem, devido ao calor provocar a evaporação da água, é conveniente iniciar o processo com valores superiores a 50% de umidade. A medida que se colocam as camadas dos materiais poderá ser necessário ir regando. A forma e o tamanho das pilhas também influenciam a velocidade da compostagem. Recomenda-se um volume de 1,5 m x 1,5 m x 1,5 m. Pilha muito baixa não composta bem e não aquece rapidamente. Enquanto que pilhas demasiado altas podem aquecer demais e matar os microrganismos responsáveis pela compostagem e diminuir o arejamento interior. No sistema 13 de pilhas longas estas têm de ser freqüentemente reviradas na fase de compostagem que requer mais oxigênio. A temperatura é o fator mais importante para se determinar se a compostagem se processa como desejável. Deve-se registrar a temperatura em vários pontos da pilha, no interior e no exterior, ou em diferentes camadas. Deve alcançar 40 a 50ºC em dois ou três dias. Nas primeiras semanas a pilha não deve ser revirada. A decomposição ocorre mais rapidamente na fase termofílica entre 40 a 60ºC. Neste período devem ser destruídos os organismos patogênicos e as sementes de infestantes. Impedir, através do revolvimento, que a temperatura da pilha não ultrapasse 65ºC porque os microrganismos benéficos são eliminados (NETO, J. T. P., 1996). Excesso de umidade, falta de porosidade, tamanho excessivo da pilha podem criar condições de anaerobiose no interior da pilha. A falta de oxigênio causa o ambiente redutor resultando compostos que provocam odores desagradáveis quando se volatilizam. 5– ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO As atividades realizadas durante o estágio foram o inventário do estoque de mudas de espécies no viveiro, limpeza/retirada de plantas infestantes dos recipientes, preparo de substratos, semeadura, transplante de mudas, coleta de sementes e identificação e marcação de árvores matrizes. 5.1 – Inventário do estoque de mudas no viveiro O estágio iniciou com a realização desta tarefa. O levantamento da quantidade de mudas de espécies existentes no viveiro, foi realizado nos viveiros I e II, incluindo a identificação da espécie (nome popular e nome científico) e a classificação quanto ao tamanho (inferior a 1,00m, entre 1,00 e 1,80m e superior a 1,80m) (Figura 3). Esta tarefa demorou duas semanas para ser realizada devido principalmente a mistura das espécies nos canteiros e a identificação (Figura 4). O levantamento contabilizou 75.149 mudas de 120 espécies, sendo a 14 metade de nativas e metade de espécies exóticas. A quantidade de mudas variou muito entre as espécies, destacando o grande número de cerejeira (Eugenia involucrata), grumixama (Eugenia brasiliensis), guajuvira (Cordia americana),ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa), pau-ferro (Caesalpinia ferrea) e pitangueira (Eugenia uniflora) . Figura 3. Modelo de folha de relatório utilizado no inventário do Viveiro da SMAM (Janeiro 2011, Porto Alegre). Figura 4. Canteiro do Viveiro da SMAM com mudas de várias espécies (Janeiro 2011, Porto Alegre). 15 5.2 – Limpeza/retirada de plantas infestantes dos recipientes Esta atividade é a mais executada no viveiro (Figuras 5 e 6). Além de ser uma tarefa muito trabalhosa, ocupa muito tempo dos funcionários, que já são poucos, e assim deixando de realizar outras tarefas necessárias. Notou-se que a causa dessa grande infestação é devido ao substrato utilizado já vir infestado, inclusive o que é produzido no viveiro e o que é adquirido, e também pela vegetação existente no entorno, como o salseiro, que tem uma semente muito pequena e através do vento são transportadas para os recipientes, e que ficam próximos dos canteiros. Começaram a utilizar acículas de pinus para cobrir o entorno da muda no recipiente, e que tem dado resultado sufocando/abafando a emergência das infestantes, e também foi sugerido realizar o método de solarização no substrato antes da sua utilização. Figura 5. Canteiro de viveiro da SMAM com recipientes de mudas limpos de plantas daninhas (Janeiro 2011, Porto Alegre). Figura 6. Canteiro de viveiro da SMAM com recipientes de mudas infestados de plantas daninhas (Janeiro 2011, Porto Alegre). 5.3 – Preparo de substratos Antes da semeadura ou repicagem, o substrato era misturado com areia, na proporção de 1:3 do volume, com o substrato produzido ou o comercial, em seguida peneirado para uniformizá-lo. Esse processo era feito tanto no substrato produzido no viveiro (Figura 7), como no adquirido da empresa Vida. Conforme Prof. Paulo Vitor Dutra de Souza em aula da Horticultura sobre a “Escolha do substrato para a produção de mudas”, o substrato ideal tem que ter 85% de poros e 15% de sólidos, o pH ótimo com valores entre 5,2 16 e 5,5. Durante o estágio foi encaminhada amostra para laudo de análises do substrato de composto de restos vegetais e cama de cavalo coletada das baias do 8º Batalhão Logístico do Ministério do Exército, produzido no viveiro, no Laboratório de Análises o Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Neste laudo o pH encontrado no composto produzido foi de 6,7, e no composto Humoativo adquirido da empresa Vida, o pH apresentou média de 6,98. Portanto, o pH dos substratos utilizados é alto, e com isso imobilizando nutrientes essenciais para a planta, principalmente os micronutrientes como Cu, Fe, Zn e Mn. Foi observado no processo de compostagem para a produção de substrato, com a utilização de restos vegetais de poda de árvores e cama de cavalo, problemas como o aparecimento de chorume (Figura 8) e plantas daninhas crescendo em ao redor da leira, devido a demora ou não revolvimento e falta de cobertura da leira. A não realização desses procedimentos básicos no processo podem comprometer a qualidade do composto e assim afetar a germinação e o desenvolvimento das mudas. Foi sugerido observar todos os passos básicos do processo e após analisar para verificar principalmente o valor do pH. Figura 7. Leira de composto produzido no Viveiro da SMAM (Janeiro 2011, Porto Alegre). 17 Figura 8. Leira com material em processo de compostagem no viveiro da SMAM produzindo chorume (Janeiro 2011, Porto Alegre). 5.4 – Semeadura As semeaduras foram realizadas diretamente em sacos plásticos (Figura 9), com dimensões que variavam entre 5 a 8cm de diâmetro e de 12 a 20cm de altura. Normalmente se utilizava sacos com dimensões menores (5x12cm). Era distribuído de duas a quatro sementes por saco plástico, dependendo da espécie. Foi efetuada semeadura de Ipê-da-praia (Tabebuia pulcherrima), Bacupari (Garcinia gardneriana), Capororoca-branca (Myrsine gardneriana), Pessegueiro-do-mato (Prunus sellowii) e Catiguá-morcêgo (Guarea macrophylla). As sementes coletadas das espécies acima mencionadas, eram somente secadas, não recebiam nenhum tratamento, e no máximo em uma semana eram semeadas. Toda espécie semeada era registrada em uma ficha de acompanhamento com anotações como local e data da coleta e da semeadura, época de início da germinação, entre outras, para observação e anotações diárias (Figura 10). 18 Figura 9. Semeadura de Ipê-da-praia em galpão do viveiro da SMAM (Janeiro 2011, Porto Alegre). Figura 10. Canteiro do viveiro da SMAM com recipientes de várias espécies em vários estágios desenvolvimento (Fevereiro 2011, Porto Alegre). 5.5– Transplante de mudas Foi também realizado a atividade de repicagem de mudas. Essa atividade é executada quando as mudas atingem 3 a 7cm ou apresentem 2 a 3 pares de folhas. Os sacos em que estavam as mudas eram levados para galpão coberto, molhados para facilitar o arrancamento ou colocadas com todo o torrão em embalagem maior, e cuidados eram tomados para não danificar as raízes e parte aérea. A seguir eram transplantadas para sacos com dimensões maiores, normalmente 8x20cm. Eventualmente, dependendo do estágio de crescimento, e da disponibilidade de tempo e pessoal, diretamente em vasos de plásticos maiores (bombonas) com capacidade de 14 litros, conforme exige 19 a própria SMAM, utilizadas para a formação definitiva da muda. Todas as mudas que estavam no saco plástico eram transplantadas sem se efetuar nenhum descarte. O estagiário participou do transplante de mudas de Batinga (Eugenia rostrifolia), Cedro (Cedrela fissilis), Coronilha (Scutia buxifolia) e Araticum (Annona sylvatica). 5.6– Coleta de sementes e identificação e marcação de árvores nativas A atividade de coleta de sementes e a identificação e marcação de árvores nativas era uma atividade feita em conjunto, até porque toda árvore em que era coletada frutos/sementes era também efetuada a identificação e marcada (Figuras 11 e 12). Essa saída era realizada sempre as sextas-feiras, e envolvia todo dia. Ela era gerada pela informação recebida, normalmente dos funcionários do viveiro, que em determinado lugar tinha uma espécie de árvore nativa da região de Porto Alegre. A espécie em questão era pesquisada para obter informações sobre as características e principalmente saber se estará produzindo frutos na época da saída para a coleta de fruto/sementes. A saída era programada e o deslocamento efetuado com caminhão da própria SMAM. A equipe era composta pelo motorista, o gerente do viveiro, um funcionário, escolhido ou pela informação trazida ou conforme sua experiência de reconhecimento em campo, e um estagiário. Os equipamentos carregados eram escada, ripa com regulagem para coleta de frutos/sementes, cordas, sacos plásticos, material para escalada, trena, GPS, fichas para anotações e croqui. No deslocamento, também era feita observação visual dos locais percorridos para identificação/reconhecimento de alguma outra espécie, principalmente ainda não existente no viveiro. Na identificação e marcação de árvores matrizes, era utilizado equipamento de GPS para leitura das coordenadas, estimada altura da árvore, medida a copa, registrada as espécies no entorno e efetuado o croqui. 20 Figura 11. Identificação e marcação de matriz de capororoca no interior do município de Viamão (Janeiro 2011, Viamão). Figura 12. Coleta de sementes de capororoca no interior do município de Viamão (Janeiro 2011, Viamão). 6– CONCLUSÕES O estágio possibilitou conhecer a realidade de uma empresa ligada a atividades de produção de mudas. Rever e consolidar conhecimentos teóricos e práticos desenvolvidos durante o curso de graduação, que se achava sem utilização futura, desnecessários. Com isso, muitos conteúdos apresentados em sala de aula e que não tiveram atenção adequada, tiveram que ser revistos pelo estagiário. Assim, cabe ressaltar a importância e a necessidade de ser dar importância a todos eles, pois algum dia seu uso será necessários. 21 Durante o estágio, além das relações técnicas, as relações humanas foram muito exercitadas, como o trabalho em equipe, o comprometimento com horários, assiduidade, realização e cumprimento de tarefas. Este envolvimento tem alta relevância nos tempos atuais nas relações de trabalho. Foi observado também que as oportunidades de atuação profissional na área agronômica estão em todos as atividades e lugares onde menos se espera. O estágio, portanto, foi gratificante, enriquecedor, e passo obrigatório para se ter sucesso na atuação profissional. 7– ANÁLISE CRÍTICA DO ESTÁGIO O estágio foi muito importante como experiência prática onde pode-se entender e compreender a participação do Engenheiro Agrônomo numa atividade profissional como a de produção de mudas. A orientação, atenção, respeito, disponibilidade mostrada durante o estágio foi igualmente importante, além de expor a importância que outros profissionais, como Biólogos e Engenheiros Florestais, reconhecem no Engenheiro Agrônomo. O estágio consolidou a importância do Engenheiro Agrônomo nas estratégias de desenvolvimento da sociedade, tanto no aspecto ambiental, como na segurança alimentar, auxiliando e intervindo para a produção de alimentos em quantidade suficiente, de qualidade e seguros. Quanto a pontos negativos, nada temos a registrar. Como foi a primeira e única experiência de estágio, e por ter sido muito produtiva, coloca-se como sugestão que essa atividade seja obrigatoriamente desenvolvida três vezes durante o curso. Iniciando, por exemplo, à partir do segundo semestre de curso e abrangendo as três áreas de ênfase de possibilidade de formação, e com acompanhamento, tutoramento. O tempo de realização do estágio foi adequado, cumprindo os objetivos esperados. 22 8– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRACK, Paulo; Rodrigues, R. S.; Sobral, M.; Leite, S. L. C. (1998). Árvores e arbustos na vegetação natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Sér. Bot., 51(2): 139-166, Porto Alegre. BRITO, L. Miguel. Manual de Compostagem. Escola Superior Agrária de Ponte de Lima – ESAPL, 2006. Disponível em: http:/www.ci.esapl..pt FUNDAÇÃO FLORESTAL SP. Produção de mudas em viveiros florestais espécies nativas. SP, 1993,em: http:/www.fflorestal.sp.gov.br/publicacoes.php LONGHI, R. A. Livro das Árvores: Árvores e Arvoretas do Sul. Porto Alegre: L&PM. 1995. 176p. LORENZI, H. Árvores Brasileiras. 2 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. vol 2, 368p. LORENZI, H. Árvores Brasileiras. 4 ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. vol 1, 368p. PEREIRA NETO, J. T. Manual de compostagem processo de baixo custo. 1. ed. Belo Horizonte:UNICEF, 1996. 56p. PORTO ALEGRE. SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE. Diagnóstico Ambiental de Porto Alegre; 2008, 84p. PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES LENHOSAS – DOCUMENTO 130. Disponível em: http:/www.cnpf.embrapa.br/publica/seriedoc/edições/doc130.pdf SECRETARIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE DE PORTO ALEGRE. Disponível em: http:/www.portoalegre.rs.gov.br/smam/ 23 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Viveiros Florestais – apostila. Viçosa-MG, 2000. 61p. WIKIPEDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE. Porto Alegre. Disponível em: http:/pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Alegre/. 24