Atrativo na Captura de Ovos do Mosquito
Aedes aegypti
Discente Bolsista:Alailto Sposito de Souza1, Docente Orientadora: Neiva Moreira2
Discente do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. Bolsista da CAPES, Modalidade PIBID – IFRO Câmpus Colorado do
Oeste. e-mail: [email protected]
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Professora do IFRO Câmpus Colorado do Oeste. Docente Orientadora, Modalidade PIBID (período: junho/2011 a outubro/2012).
e- mail: [email protected]
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Resumo: A pesquisa procurou avaliar a quantidade de ovos do mosquito Aedes aegypti (transmissor do
vírus da dengue) capturados com a utilização de armadilhas na cidade de Colorado do Oeste- RO. Faz-se
necessário buscar alternativa para o combate do mosquito transmissor da dengue, sendo que as formas de
controle deste têm fortes limitações no ambiente urbano, uma vez que a população em geral apesar de
consciente dos problemas de saúde causados pelo inseto, não contribui para a extinção dos criadouros do
mosquito. Ainda no período de estiagem, foram preparadas armadilhas com atrativos e distribuídas nos
setores considerados críticos do município de Colorado do Oeste e capturados em média 24 ovos por
armadilha. Constatou-se com a utilização do método que não somente poderia eliminar os ovos do
mosquito Aedes, mas também serviria de indicador do nível de infestação do mosquito.
Palavras-chave: armadilha, dengue, controle.
Tractants Captured of Eggs the Aedes aegypti Mosquito
Abstract: The survey sought to assess the amount of eggs of the Aedes aegypti mosquito (transmitter of
dengue viruses), which can be captured with the use of traps with Attractants in Colorado do Oeste-RO. it
is necessary to seek alternative to fighting dengue mosquito, and the forms of control of these have strong
limitations in the urban environment, since general population does not contribute to the extinction of
mosquito breeding sites. Even in the period of drought, attractive traps were prepared and distributed in the
sectors considered critical of Colorado do Oeste and captured an average of 24 eggs per trap. It was found
with this method that not only could eliminate the eggs of the “Aedes” mosquito, but also serve as an
indicator of mosquito infestation level.
Keywords: trap, dengue, control
Introdução
A dengue hoje é um grande problema social e não há ainda vacina preventiva e eficaz para o seu
combate. As maiores dificuldades encontradas se resumem na sua rápida proliferação e nas limitações para
reduzir seus índices de infestação, geradas pela complexidade da vida urbana atual e pelo descuido no
descarte do lixo doméstico. Segundo Gulielmino (2000) “[...] 75% apontem que um ambiente malcuidado
influencia diretamente as condições de saúde de sua população, [...] com relação às doenças de maior
recorrência ( dengue, leptospirose, verminoses, diarreias, intoxicações, gripe, asma e bronquite)”. Esses
fatores tornam os criadouros do mosquito Aedes aegypti vetor do vírus Arbovitus,da família flavidaee
genero Falavivirus, o foco principal da ação da saúde pública local. Os objetivos de alcançar formas
eficazes no controle à dengue vêm sendo intensificados, no intuito de prevenir os desgastes na área da
saúde, sociais e econômicos que as epidemias têm provocado no país. Segundo dados da Secretaria
Municipal de Saúde, Departamento de Planejamento Vigilância de Saúde (SMSDPVS), de Colorado do
Oeste- RO, no ano de 2010 foram registrados 659 casos de dengue no município; em 2011 foram
registrados 327 casos e no ano corrente (2012) 48 casos no primeiro semestre.
Segundo José Lopes, professor da Universidade de Londrina, “[...] é possível reduzir os índices
através de planos estratégicos de controle dos criadores do Aedes eagypti. A Universidade Estadual de
Londrina tem desenvolvido projetos que minimizam a procriação do mosquito”. O professor biólogo e
entomólogo elaborou a armadilha que chamou de “ovitrampa”, instrumento que captura os ovos que são
destruídos posteriormente após a contagem.
Na Universidade Estadual de Campinas através dos acadêmicos Rejane Cristina Brassolatti e
Carlos Fernando S. Andrade foi realizado o projeto educativo de controle biológico do mosquito Aedes
aegypti, com os predadores planárias e copépodos, com alunos e professores da rede escolar de Campinas.
No município de Colorado do Oeste- RO não se vê ação dos munícipes para diminuição dos focos
do mosquito transmissor da dengue e menos ainda ação na esfera pública para a eliminação desses vetores.
Assim, a realização desse trabalho no Câmpus Colorado do Oeste tem como objetivo avaliar a quantidade
de ovos do mosquito Aedes aegypti (transmissor do vírus da dengue) que podem ser capturados com a
utilização do atrativo e, através dos dados coletados, realizar a contenção dos casos da doença na região.
Metodologia
O método aplicado neste estudo experimental do meio e o desenvolvimento da metodologia do
presente trabalho encontram-se fundamentados em: “Atrair para controlar” e do projeto “Dengue - eu sou
responsável para acabar com essa praga”, desenvolvido na Universidade de Londrina, pelo Biólogo,
Entomólogo e Professor José Lopes e dois de seus estagiários. A armadilha desenvolvida foi feita de
garrafas pets, de dois litros, cortadas ao meio, pintadas em preto e palhetas de madeira. A elaboração do
líquido atrativo foi realizado com a utilização de 5 litros de água e 100 gramas de capim colocados em um
recipiente e deixados fermentar por 5 (cinco) dias. Após preencher as armadilhas pela metade
acrescentaram-se as palhetas e distribuíram-se os atrativos nos quatro setores do município de Colorado do
Oeste: setor A, setor B, setor C e setor D. Foram colocadas três armadilhas em cada casa, escolhida
aleatoriamente pelo pesquisador. Sete dias após a colocação das armadilhas foram retiradas e analisadas
com uma lupa as palhetas secas e quantificados os ovos depositados nestas em cada armadilha. Para
confirmação dos ovos como do mosquito transmissor da dengue, deixou-se as armadilhas por mais uma
semana, agora tampada com tela, para que: os ovos eclodissem, ocorresse a liberação das larvas e as larvas
atingissem fase adulta. Desta maneira foi possível a identificação final do mosquito transmissor da dengue.
Resultados e Discussão
Constatou-se que nas armadilhas distribuídas na cidade de Colorado do Oeste – RO nos seus
setores A; B; C e D, após uma semana retiradas as palhetas, a presença de 287 ovos do mosquito Aedes
aegypti no total, desses: 3,48% no setor A; 17,77% no setor B; 51,57% no setor C e 27,18% no setor D.
Segundo o gráfico abaixo.
GRÁFICO 1: Experimento com atrativo e quantidade de ovos capturados e distribuídos por setor. 13/07/2012
Fonte: Dados do experimento
Em média, foram coletados 24 ovos por armadilha. Comparando com o experimento feito pelo
professor Lopes (2008) em que foram capturados em média 201 ovos por armadilha (...), no experimento
realizado em Colorado do Oeste e em uma só palheta foram quantificados 148 ovos, levando em
consideração que o experimento de Lopes (2008) foi realizado em um período chuvoso no qual há maior
proliferação do mosquito, já o experimento realizado no município de Colorado do Oeste aconteceu no
período de estiagem, período em que a proliferação do mosquito é menor, justificando assim a diferença da
quantidade de ovos coletados. O trabalho realizado considera que a utilização de armadilha com atrativo
tem eficiência no controle do vetor da dengue, porque reúne as condições necessárias à postura dos ovos:
água parada, odor atraente para fêmeas grávidas, pouca luminosidade e superfície rugosa da palheta.
Detectou-se que a armadilha pode ser utilizada também como um sinalizador indicando nível de infestação
do mosquito no local.
Conclusões
O trabalho desenvolvido demonstra que a armadilha pode ser utilizada como sinalizador indicativo
do nível de infestação do mosquito no local. Pode ser eficiente porque reúne as condições necessárias à
postura dos ovos: água parada, odor atraente para fêmeas grávidas, pouca luminosidade e superfície rugosa
da palheta. As condições oferecidas pelo atrativo neste trabalho, não deixa claro sobre a possibilidade de o
Aedes aegypti desenvolver-se naquele mesmo setor em recipientes com água suja, em pontos altos, área
externa e movimentada.
O perigo detectado com relação à armadilha é que, caso seja esquecida no local, se transformará
num criadouro particular do Aedes aegypti. Por isso, a coleta dos ovos precisa ser feita a cada sete dias, no
máximo. Depois colher as palhetas deve-se descartá-las em um local seco, despejar a água na terra ou
grama, tendo o cuidado de lavar a armadilha.
Como o teste foi realizado em uma só palheta, a quantificação foi de 148 ovos capturados do
Aedes aegypti. Se ao menos 100 moradores utilizarem a armadilha serão 148.000 Aedes aegypti a menos na
cidade e com certeza menor número de casos da dengue.
Agradecimentos
Ao Doutor José Lopes, Entomologista, pesquisador da UEL, por disponibilizar as informações
necessárias para a elaboração da armadilha e a receita do atrativo para a captura dos ovos do mosquito
Aedes aegypti.
Literatura citada
GULIELMINO, C. A.; CYWINSKI, D. M.; DUARTE, M. F.; GUOLO, P. S. CAPARRÓS, R. P.;
GASPAR, S. R. Proposta de intervenção em Saúde, Educação e Meio Ambiente - Educação Ambiental
e Sustentabilidade. Editora Manole, 2005.
LOPES, José. Testa armadilha contra dengue. Universidade Estadual de Londrina. Folha de londrina
(2008).Link:http://www.uel.br/com/agenciaueldenoticias/index.php?arq=ARQ_not&FWS_Ano_Edicao=1
&FWS_N_Edicao=1&FWS_Cod_Categoria=2&FWS_N_Texto=4898. Acesso: 12/4/2012.
LOPES, José. Dengue eu sou responsável por acabar com essa praga. Folder - UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA. 2008.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE, Departamento de Planejamento e Vigilância de Saúde,
Prefeitura Municipal de Colorado do Oeste. 2010.
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Atrativo na Captura de Ovos do Mosquito Aedes aegypti