A Presidente designada Kosho Niwano
visita as áreas afetadas para
oferecer sua calorosa mensagem
A Presidente designada Kosho Niwano visitou as
áreas afetadas pelo terremoto no nordeste do Japão,
do dia 13 ao dia 18 de abril. As atividades de
reconstrução estão em andamento nessas regiões.
Ela visitou quinze centros ligados às doze igrejas da
RKK em Ibaragui, Fukushima, Tohoku e Ohu. Em sua
visita, ela apertou as mãos de todos os membros,
conversando com eles. Foram 3.700 membros que se
reuniram nesses encontros.
A flautista da orquestra Tokyo Kosei Wind Orchestra
estava junto, e apresentou músicas cheias de paz,
que preencheram o ar. Quando ela terminou a
apresentação com a música japonesa Furusato (Terra
natal), muitas pessoas cantaram juntos e a multidão
formou um grande coral de lágrimas.
A Presidente designada Kosho mencionou que sentiu
a mudança do pensamento das pessoas após o
terremoto, dizendo: “Todos vieram sem hesitação
para expressarem o seu sentimento de compaixão”.
Ela também fez referência ao significado da prática do
NOTA EXPLICATIVA
bodhisattva. “O maior presente que o Mestre
Fundador Nikkyo Niwano nos deu foram o sorriso e a
prática do bodhisattva. Se nós nos preocuparmos só
conosco, nossos corações poderão ser esmagados.
Nessas horas, ao nos preocuparmos com as pessoas
à nossa volta, estaremos sustentando nossas almas.
Mais uma vez, acredito que a prática do bodhisattva
não beneficia apenas os outros; é verdadeiramente
um benefício próprio.” Ela falou então sobre o que o
Mestre Fundador disse à sua família após o acidente
nuclear de Chernobyl. O Mestre Fundador disse na
ocasião: “Não se preocupe com nada. Nós
simplesmente devemos ser diligentes, fazendo
apenas o melhor que pudermos, ao longo do Caminho
de Buda.” Ela lembrou do grande senso de segurança
que tinha o Mestre Fundador e sua forte fé religiosa.
Ela falou também do apoio vindo do exterior,
dizendo: “Os povos do mundo todo estão pensando
em vocês. Muitas roupas foram doadas por
Bangladesh.”
O governo e a mídia deram várias denominações em relação ao último terremoto e seus consequentes desastres.
Porém, esta edição, denominou o terremoto como “Terremoto no Oceano Pacífico da Região Nordeste” e tudo que se
relaciona com o terremoto será padronizado com a denominação “Terremoto da Região Nordeste do Japão”.
O apoio das muitas organizações do exterior
Desde o terremoto, temos recebido muito apoio das
RKK do exterior. Temos também recebido muita
calorosa assistência de organizações do estrangeiro.
A igreja de Oklahoma recebeu 700 dólares de
contribuição do Templo budista Quan Am, com o qual
mantém um bom relacionamento através de trabalhos
inter-religiosos.
Também recebemos um e-mail em 12 de março, no
segundo dia após o terremoto, do Reverendo Abhi
Janamanchi, da Unitarian Universalists of Clearwater,
com a qual mantemos um cordial relacionamento. Ele
pediu apoio a outras organizações religiosas e
conseguiu o montante de 1.500 dólares de doação.
Adicionado a esse valor, houve a contribuição de
2.500 dólares dos membros da UUA Clearwater, nos
enviando o total de 4.000 dólares em doações.
No dia 29 de março, recebemosapoio e palavras de
encorajamento do proprietário do Centro do dharma de
Sri Lanka. Ele disse: “As linhas aéreas de Sri Lanka
anunciaram que não irão parar os vôos para o Japão,
mesmo que outras companhias façam isso por medo da
radiação. Sentimos que este desastre aconteceu
conosco. Vejo que as pessoas querem fazer alguma
coisa prática para poderem ajudar o Japão.” Ofereceu
também a doação de metade do aluguel do Centro,
durante três meses, para ser usado na reconstrução do
Japão.
A Fundação Karuna na Austrália, que mantém um
longo relacionamento conosco, nos informou que estão
arrecadando fundos através de campanha, no valor de
um milhão de ienes, para o apoio às vítimas do
tsunami.
Junto a esses esforços, outras organizações como
Won Buddhism no sul da Coréia, Focolare na Itália, a
Associação Budista da China, e Tzu Chi de Taiwan
também ofereceram apoio; isso é, sem dúvida, um
grande encorajamento para a recuperação de nossa
nação.
Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão
pelo apoio generoso do mundo todo e pelas
contribuições que chegam ao longínquo Japão, das
distantes nações.
Entrevista com o Mestre Presidente Niwano
ENTREVISTADOR: Como o senhor se sente neste momento, após voltar das áreas
do desastre?
PRESIDENTE NIWANO: Quando me dirigi às áreas atingidas, vi tanta devastação
que, por um momento, mal pude imaginar uma recuperação. A visão me fez
acreditar na impressionante força da natureza e no seu terrível poder destruidor. As
vítimas foram forçadas a dificuldades, tristezas e terríveis situações. Entretanto,
apesar da situação, todos os membros estão tentando viver juntos com o espírito de
zen-yu, ou bons amigos, junto ao sangha. Fui tomado de emoção pela atitude de
todos. Senti que eu era um dos que eram encorajados por eles, ao invés de ser um
dos que deveriam encorajá-los.
Diz-se que a flor de lótus, quanto mais lamacenta a água, faz florescer uma flor
maior. Ninguém faz idéia de quanto tempo levará para que as vítimas do desastre se
recuperem de seus sofrimentos e tristezas. Entretanto, acredito que, se lembrarmos
dos ensinamentos como o da flor de lótus, pensaremos sobre esta catástrofe não só
como sendo uma grande tragédia, mas aceitando-a como uma oportunidade de todos
crescerem como seres humanos. Creio que essa é exatamente a maneira correta de
lamentarmos a morte daqueles que pereceram, e vivermos como eles desejariam que
nós vivêssemos.
ENTREVISTADOR: Mestre Presidente, o senhor deu as mãos e encorajou cada
um dos membros durante sua visita às províncias de Fukushima, Miyagui e Iwate.
PRESIDENTE NIWANO: Ouvi das pessoas nas áreas afetadas: “perdi meu
marido”, “perdi meu filho” ou “minha casa foi arrastada”. Quando ouvi essas
histórias, fiquei chocado de emoção. Mas, surpreendemente, a maioria das mãos que
apertei estavam quentes. Senti a energia de determinação de ir adiante mesmo
numa situação tão cheia de dificuldades. Observei essa determinação em seus rostos.
Muitos líderes estão trabalhando bastante para ajudarem os membros companheiros
ou as suas comunidades, colocando seus próprios problemas de lado. Admiro muito
as suas atitudes e acredito profundamente, sem sombra de dúvida, que eles irão
gradualmente superar seus sofrimentos e tristezas, junto com todos.
ENTREVISTADOR: Neste momento, muitas pessoas querem fazer alguma coisa
para ajudar as vítimas. Como o senhor acha que elas podem se preparar para poder
ajudar as vítimas?
PRESIDENTE NIWANO: Acho que elas deveriam tentar se compadecer do
sofrimento e tristeza das vítimas, como se fossem seu próprio sofrimento. Viajei
pelo Japão em 1992 para visitar pessoas que eu considerava “parentes honorários”.
Desta vez, quando visitei as áreas do desastre, senti que nós éramos todos uma
família. O meu desejo é de que possamos aprofundar nossos laços com
determinação, e que possamos fazer a cooperação e ajuda recíproca, como “uma
família”.
Entretanto, devemos manter a calma com relação ao trabalho de recuperação. Acho
importante reconhecer que algumas pessoas sentem amargor e tristeza, contudo
devemos evitar ser tomados pela emoção, e tentarmos apenas avaliar as necessidades
das vítimas, para fazermos tudo que podemos com continuidade.
ENTREVISTADOR: Quando visitei as áreas atingidas, me lembrei do verdadeiro
significado da frase “Ser uma pessoa alegre, amável e calorosa”, que é a diretriz para
a fé e prática do ano de 2011.
PRESIDENTE NIWANO: A alegria é parte da sabedoria de Buda e significa
Entrevista com o Mestre Presidente Niwano
nunca ser influenciado pela emoção,é viver com bravura, fazendo do dharma a
nossa luz. Amabilidade inclui simpatia, e calor humano inclui compaixão.Essa frase
significa que devemos ir adiante no caminho da libertação mútua com a luz da
sabedoria de Buda, cultivando a compaixão e o calor humano.
Quando pensei a respeito da diretriz para a fé e prática deste ano, pude crer que as
palavras incluem um significado profundo às quais temos que dar importância na
situação em que nos encontramos agora.
Dentre as pessoas das áreas atingidas que foram evacuadas pelo tsunami ou pelos
acidentes nucleares, algumas perderam membros da família, suas casas, seu
trabalho, e perderam a esperança quanto ao futuro.
Entretanto, elas podem remodelar seu futuro, vivendo o momento, “dando
importância ao dia de hoje”. Desejo que elas se encorajem e se ajudem, dando
imporância àquele e àquilo que está agora à sua frente.
ENTREVISTADOR: O que podemos aprender a partir deste desastre?
PRESIDENTE NIWANO: Creio que temos uma missão para aplicar aquilo que
aprendemos de nossa experiência do desastre – causado pelo terremoto e tsunami,
que aconteceu numa escala que se diz ocorrer apenas uma vez em quinhentos a mil
anos – , considerando o futuro e as gerações futuras. A força da natureza é
imprevisível, portanto os critérios de segurança atuais terão de ser
fundamentalmente revisados. O processo pode necessitar de um flexível e
imensurável pensamento criativo.
Como consequências do desastre, têm acontecido blackouts em outras áreas e
também falta de produtos. Nos últimos quase setenta anos após a Segunda Guerra
Mundial, o Japão se tornou materialmente avançado, tornando-se uma das grandes
potências econômicas do mundo. Entretanto, temos esquecido nossa verdadeira
herança e temos indulgido em excessos de toda a espécie, com o consumo em
demasia e o desperdício. Precisamos refletir quanto ao nosso senso de valores, nosso
estilo de vida, e renovar o pensamento para nos movermos adiante para o futuro.
Como mencionei antes, acho muito importante para nós fazermos desta
oportunidade, uma superação conjunta e crescermos como seres humanos, ao invés
de apenas pensarmos ter acontecido uma infelicidade, uma trágica falta de sorte.
Acreditando no amanhã
Retratação da igreja de Iwaki
Diretora geral Sra. Ono
A cidade de Iwaki, na província de Fukushima, era
conhecida como uma cidade sem catástrofes. Dentro de
um clima moderado, o verão é fresco e o inverno é de
clima temperado. De face para um belíssimo mar, é uma
cidade onde a natureza é farta. Entretanto, a partir
daquele dia, a cidade foi tomada por uma catástrofe sem
precedentes, que ninguém jamais poderia imaginar.
A igreja Risho Kossei-kai de Iwaki está
completando,neste ano, 60 anos de fundação; é uma
igreja de tradição. O Reverendo Takeno, que recebeu sua
função em 2009, também exerce a função de Reverendo
na igreja de Taira, que fica na mesma cidade. É raro um
Reverendo servir a duas igrejas, mas o Reverendo
Takeno, em um dia, se locomovia várias vezes de uma
igreja a outra, e, nas duas igrejas, sempre transbordava
sorrisos radiantes.
No dia 11 de março, aconteceu o terremoto da região
nordeste do Japão, e a cidade de Iwaki foi estremecida
por um tremor de 6 graus. Logo depois, veio um
gigantesco tsunami, a região costeira foi totalmente
arruinada. Depois ocorreu o problema na usina nuclear
de Fukushima. Terremoto, tsunami e acidente na usina
nuclear. Somado a esses três sofrimentos, começaram a
surgir rumores de que “toda a cidade de Iwaki é área
considerada de grande perigo em relação à radiação”.
Portanto, apesar de não haver quase nenhum problema
com radiação na cidade de Iwaki, houve estagnação da
entrada de produtos na cidade, além de que tanto
veículos como desabrigados vindos da cidade de Iwaki
foram barrados de entrarem em outras cidades, por causa
dos boatos. O quarto sofrimento foi o prejuízo em
relação a esses rumores. O corte de energia, água, os
seguidos tremores secundários e o problema da usina
nuclear que passavapormenores nada esclarecedores. No
dia
15 de março, às 16 horas, a igreja foi
temporariamente interditada; issofoi uma escolha
profundamente difícil para os envolvidos.
A diretora geral da igreja de Iwaki, Sra. Hiroko Ono
(43 anos) tinha um restaurante à beira-mar que foi
atingido pelo tsunami;também a empresa onde
trabalhava seu marido, foi levada pelas águas. Logo após
o desastre, por um tempo, ficaram em alojamento fora da
província, mas, no dia 21 de março, voltaram para a
cidade de Iwaki.
A diretora Ono foi várias vezes ao encontro do
Reverendo Takeno, que na época se encontrava na
igreja de Taira, e oconsultou sobre várias coisas. Queria
certificar-se do paradeiro dos membros,porém, tanto ela
quanto outros líderes, também haviam sido atingidos, e
não podiam se locomover como desejavam. Ela tinha
que pensar na família, em si e na importante função de
diretora geral.Sentindo a intranquilidade e os problemas
para enfrentar aquela situação, resolveu fazer uma coisa.
Ela pediu ao Reverendo Takeno: “Vamos reabrir a
igreja de Iwaki”. Mas o Reverendo temia que a igreja
não estivesse em condições de receber grande número
de líderes, e transmitiu à diretora o problema que
poderia ser manter a igreja aberta. Entretanto, ela
insistiu. “Mesmo sozinha, irei reabrir. Ficarei lá quanto
tempo for necessário”.
Definiu-se a reabertura da igreja de Iwaki. O
Reverendo Takeno pediu suporte à matriz, a qual
recrutou a equipe de apoio (equipe de bons amigos)que
no dia 31 de março chegou a Iwaki.
Entretanto, o estado espiritual da diretora Ono era de
incerteza. “Será que as pessoas virão à igreja? Como
ficará a igreja de Iwaki?”. Era uma cidade que carregava
grandes marcas de destruição, e os membros ainda
deveriam estar passando por uma situação bemlimitante.
Havia também o problema dos rumores que se
instalavam. Havia intranquilidade no ar.
Entretanto, após a reabertura da igreja de Iwaki, as
pessoas começaram a vir. Não havia possibilidade de
realizar o turno de responsável do dia ou o dever do
turno da noite, como era feito todos os dias, mas os
membros se reuniram na igreja porque “a diretora
estava dando tudo de si, e as pessoas com
possibilidades, poderiam fazer algo a partir do que lhes
era possível fazer”. O grupo de estudantes que, por
causa da tragédia tiveram as aulas interrompidas,
organizavam os donativos e limpavam o salão até ficar
brilhante. O coordenador Konno da regional de Izumi,
que enquanto administrava sua empresa, levava os
funcionários que eram membros para a oração diária das
Acreditando no amanhã
Retratação da igreja de Iwaki
Diretora geral Sra. Ono
nove horas, participava da oraçãona função de
celebrante. Os cinco membros que faziam a função do
altar, após a oração, trocavam a roupa social pela roupa
de trabalho e corriam para as casas dos membros onde a
ajuda era necessária. Todos os dias, em nenhum dia,
faltou gente para a função do altar.
“A partir do dia 15 de abril, dentro das possibilidades,
vamos voltar ao sistema normal”. Foi o que foi
transmitido pelo Reverendo Takeno primeiro à diretora
geral Ono e depois aos líderes. Era desejo do Reverendo
Takeno que, apesar da situação difícil, não se poderia
apagar a luz do dharma, pelo contrário, era por estarem
naquela situação que se fazia necessário ampliar a luz.
Entretanto, no instante em que se tomou essa decisão,
exatamente um mês após o terremoto, na tarde do dia 11
de abril, aconteceu um terremoto secundário de 6 graus
na cidade de Iwaki. Mais uma vez, houve corte de luz e
água. O Reverendo Takeno foi logo correndo à igreja,
abriu as cortinas, acendeu velas para iluminar o local, e
disse: “Os membros podem nos procurar”.
Foi então que chegou um carro e depois outro carro.
Eram membros que se sentiram intranquilos com o
terremoto secundário. O grupo dos senhores puxou o
gerador e acendeu a luz de emergência. O grupo das
senhoras esquentou a água na cozinha e, após preparar
refeição e chá quente, distribuiu a todos. Havia na igreja
mais de trinta pessoas que se encorajavam mutuamente.
Nos dias posteriores, também continuaram os tremores
secundários, mas os membros se reuniam na
igreja,confirmavam reciprocamente a situação de cada
um, e, assim,continuaram confirmando o paradeiro dos
membros de cada regional. A igreja havia se tornado um
local onde se compartilhava informações, um local onde
se obtinha tranquilidade e onde havia uma ajuda mútua.
Havia muitos membros que foram atingidos pelo
tsunami. Certo membro teve o andar térreo de sua casa
tomado pelas águas e foi forçado a sair dalí, mas veio à
igreja consultar se haveria condições de retirar os
móveis que haviam sobrado. Ao passar essa informação
para os membros, quase 20 pessoas do grupo dos
senhores e dos jovens se prontificaram a ajudar. Os
líderes, a começar da diretora Ono, toda vez que se
encontravam com membros que vinham até a igreja, se
aproximavam, abraçavam a pessoa, e diziam: “Que
bom, você está bem!”. O que se via era o sangha que se
encorajava e se apoiava.
No dia 14 de abril, veio à igreja de Iwaki a Reverenda
Kosho Niwano, e vieram cerca de 150 membros ao seu
encontro. As palavras da Reverenda Kosho ecoaram no
doojoo (salão) e na alma de cada um: “O Mestre
Fundador, o Mestre Presidente, todo o Japão e o sangha
do mundo todo, estão com vocês.”
O dia seguinte era o dia de fazer a situação voltar ao
normal, e também era o dia 15 de abril, data de
falecimento de Shakyamuni Buda. A diretora Ono
continuou recebendo todos com sorriso. Mesmo tendo
vindo no dia anterior, nesse dia também vieram à igreja
muitas pessoas. O caminho para a reconstrução acabou
de se iniciar. As pessoas ainda se sentem intranquilas
com os tremores secundários e também não há como se
descuidar da situação da usina nuclear. Há também
intranquilidade em relação ao trabalho e ao futuro.
Apesar de atingidos pelos desastres, o marido da
diretora continua trabalhando, e os três filhos também
não deixam de ser uma preocupação. A partir de agora,
é que, com certeza será o momento de mostrarmos
quem somos. Mas a diretora Ono olha para frente.
Apoiando-se no Reverendo Takeno, colaborando com
os líderes e coordenadores, sem deixar de sorrir, irá
receber com alegria as pessoas na igreja, acreditando
que amanhã será um dia melhor.
(Fim)
PRECE DE INVOCAÇÃO EM MEMÓRIA
ÀS VÍTIMAS DO TERREMOTO NO JAPÃO,
E ORAÇÃO PARA O PRONTO RESTABELECIMENTO DA REGIÃO
ZENSHO-BUN
Nós, membros da Risho Kossei-kai, nos reunimos para realizar com profundo sentimento, esta
prece em memória às vítimas do terremoto no Japão, e para o pronto restabelecimento da região
afetada.
Possam os espíritos aceitarem nossa sincera prece em memória e que os méritos sejam
transferidos a:
JISEI IN HOO MYOO AN HIGASHI NIHON DAISHINSAI TOKU ITIMAN SUU SEN YOMEI
SHINJI SHINNYO DOONAN DOONYO REI-I
Rogamos também que as pessoas afetadas encontrem a tranquilidade através do mais breve
restabelecimento da região.
Reverentemente rogamos que nos guiem em todas as coisas, através do mérito que recebemos em
recitar o Sutra do Grande Veículo, da Lei Maravilhosa da Flor de Lótus.
KOSHO-BUN
Realizamos agora, com profundo sentimento, a prece em memória aos espíritos das vítimas do
terremoto no Japão e para o pronto restabelecimento da região afetada.
Possam, reverencialmente, os méritos da nossa recitação deste Sutra serem transferidos a:
JISEI IN HOO MYOO AN HIGASHI NIHON DAISHINSAI TOKU ITIMAN SUU SEN YOMEI
SHINJI SHINNYO DOONAN DOONYO REI-I
Possam os espíritos aceitarem a essência da Lei rapidamente e realizarem o grande fruto da
perfeita iluminação.
Respeitosamente oramos e pedimos que estendam suas mãos de amor e compaixão, para que as
pessoas atingidas encontrem a tranquilidade através do mais breve restabelecimento da região, e
que possam ser guiadas e protegidas.
CONTA PARA DOAÇÃO ÀS VÍTIMAS DO
TERREMOTO DA REGIÃO NORDESTE DO JAPÃO
Nossa entidade abriu a “Conta para doação” aos membros
vitimados do terremoto da região nordeste do Japão. Será
uma doação com profundo sentimento de todos,
direcionada aos membros afetados. Todo o valor
arrecadado será doado para as famílias dos membros
afetados.
(1) Nome do Fundo
~Doação aos membros atingidos no terremoto da região nordeste do
Japão~
(2) Depósito
Banco Mizuho, agência Nakano
Número da conta – Conta corrente 1185601
Em favor de: Doação para as vítimas do terremoto da região nordeste
do Japão
(3) Período da campanha
15 de março a 31 de maio
(4) Cuidados na transferência
Especificar claramente a origem da transação, com o nome do
doador e o nome do local.
(5) Contatos
Para esclarecimentos, entrar em contato com a igreja mais próxima
ou então com a Matriz Internacional.
Responsáveis da Matriz Internacional: Kanao/ Suzuki
Kanao: [email protected]
Suzuki: [email protected]
Orientação do Mestre Presidente
Vencendo o ponto fraco
Presidente da Risho Kossei-kai
Nichiko Niwano
O sofrimento e a comodidade é uma coisa só
Todos estão convencidos de que a maioria das
pessoas possui um ponto fraco. Por exemplo, em
relação à minha personalidade, acho que o meu
ponto fraco é falar perante as pessoas. Não posso
dizer que já venci essa barreira de falar em público,
mas, ao ter a oportunidade de aprender o
ensinamento de Buda, sinto que essa sensação tem
se dissipado um pouco.
Há um poema antigo que diz: “O recém-nascido, à
medida que adquire sabedoria, vai se distanciando
de Buda, e isso é triste”. Nós, à medida que vamos
conhecendo o mundo, nos comparamos aos outros,
temos idéias que nos convém e vamos criando
pontos fracos que aliás, não são poucos.
Entretanto, de acordo com o ensinamento de Buda,
as pessoas do mundo todo, uma a uma, possuem
uma vida preciosa, e o importante é como a pessoa
irá fazer brilhar essa vida a ela atribuída.
Não há sentido nenhum em comparar o outro
comigo, e também não há necessidade de se fazer
isso.
O budismo expressa este mundo como “o mundo
de saha”, e Shakyamuni Buda nos ensina que
“enquanto existir vida, existirá o sofrimento” e “este
mundo não se desenrola do jeito que queremos”. Ao
se ter conhecimento disso, não há razão de se entrar
em pânico perante um ponto fraco; pelo contrário, é
possível mudar o sentimento para “vou fazer desta
experiência o elo para o meu crescimento”.
Quando vemos separadamente o sofrimento e a
comodidade, a vontade que se tem é de se escolher a
comodidade. Contudo, assim como o nascimento e a
morte são uma coisa só na vida, o sofrimento e a
comodidade, originariamente, são uma coisa só. O
sofrimento é a semente da comodidade, e a
comodidade que vem após ter sido vencido um
sofrimento é algo incomparável. Pode-se dizer que é
essa experiência que faz crescer o sentimento de
aceitação da idéia de que “o ponto fraco também é o
alimento para o crescimento”.
Vamos, em primeiro lugar, praticar.
Acredito que nesta época de início de ano letivo,
tanto no trabalho quanto na escola ou no bairro, há
muitas pessoas que enfrentam o seu “ponto fraco”.
Pode ser que dentre elas existam aquelas que, se
possível, gostariam de fugir de uma situação dessas.
Entretanto, se pensar “não quero enfrentar isso”, o
sofrimento só tende a aumentar. A consciência de
nosso ponto fraco pode ser considerada como o
avesso do sentimento de se querer que as coisas
fiquem do jeito que desejamos ou do sentimento de
gostarmos e não gostarmos das coisas.
Na minha infância, na província de Niigata, tive
certa vez a experiência de andar descalço no
caminho de neve, na época do inverno. Quando
estava encolhido dentro de casa, nem pensava em ir
para fora. Entretanto, ao sair e começar a andar
descalço, senti o gelado que parecia arrancar os
dedos do pé, mas, ao continuar andando, o pé
começou a esquentar e também o corpo começou a
esquentar.
É uma história insignificante, mas creio que,
naquela hora, ao sentir diretamente o gelado, venci o
frio. No nosso dia-a-dia, mesmo que consideremos
algo como o nosso “ponto fraco”, isso não passa de
uma idéia pré-estabelecida e uma preocupação
desnecessária, pois, ao tentarmos praticar esse
ponto, muitas vezes conseguimos superá-lo e, mais
adiante, nos aguardará uma descoberta ou uma
alegria inimaginável.
Um discípulo perguntou a um certo mestre zen
“como evitar o calor e o frio?”. Ele respondeu: “no
frio, sinta o frio ao ponto de se congelar, e, no
calor, sinta o calor ao ponto do insuportável”. Isso
significa que quando fazemos algo que para nós é
difícil, vem o pensamento “não quero enfrentar
isso”, mas ao se empenhar naquilo, até o sentimento
de querer sumir dali acaba desaparecendo. Não é
preciso inteligência; é, antes de mais nada, questão
de “aceitar” e “praticar”; o importante é viver sendo
dócil.
Tanto a experiência amarga como a experiência
feliz, ao sabermos que são indispensáveis para polir
a nossa natureza búdica, torna-se algo gratificante,
até mesmo nosso ponto fraco.
Revista “Koosei” – Maio de 2011
O SORRISO É A FLOR DOS CÉUS
Rev. Kosho Niwano
Próxima Presidente designada da Risho Kossei-kai
Qual deles você mais ama?
Certo dia, poucos meses após o nascimento de nosso filho, nossa
filha brincava com o irmãozinho enquanto eu trocava a fralda dele.
Ela disse: “Os bebês são mesmo bonitinhos! Por que será que eles
são tão bonitinhos? Mamãe, aposto que você ama mais o bebê, não
é?”
As palavras dela me doeram, pois pensei nas
emoções
complicadas que ela deveria estar sentindo,já que, até há pouco
tempo, ela era a caçula da família, etinha apenas três anos de idade.
Como o bebê estava quieto, coloquei-o para dormir no berço e
peguei nossa filha no colo e abraçando-a, disse: “Fica só entre nós,
não conte ao bebê, mas eu amo mais você. Você é uma doçura!”
Cerca de uma semana mais tarde, desta vez na presença das
duas irmãs mais velhas, a de três anos levantou de novo esse
assunto perguntando: “De todos os filhos, quem você ama mais?”
Para a mãe, todos são igualmente queridos, e ao mesmo tempo amo
cada um deles diferentemente, cada um de uma maneira especial.
Isso era muito difícil de expressar em palavras para uma pequena
criança; entretanto, enquanto criava as duas filhas mais velhas, eu já
havia dito particularmente a elas o quanto as amava.
Mas nossa filha mais nova queria me perguntar isso quando as três
estavam presentes. Enquanto eu pensava numa resposta, nossa
segunda filha me tirou do sufoco dizendo: “Você nos ama por igual,
não é?” Eu respirei aliviada e disse: “É isso mesmo, é lógico que amo
todos vocês.” Só que a menor não queria aceitar aquilo como uma
resposta, e disse: “Está bem, mas se você fosse escolher um de nós,
qual você diria que amava mais?”
Nossas outras duas filhas também eram ainda novas, uma estava
com sete e outra com nove anos de idade e tinham o irmão bebê.
Fiquei apreensiva sobre o que elas poderiam pensar, mas senti que
eu tinha que responder à filha de três anos, e disse: “Bem, se eu
fosse escolher só um, creio que eu diria que amo mais você.”
Essa era exatamente a resposta que ela queria ouvir, e ela ficou
feliz da vida. As duas mais velhas observavam rindo. Mesmo assim,
elas não foram contra a satisfação da irmãzinha e aceitaram a
situação, salvando a mãe que ainda era imatura.
Pisquei para elas e sem pronunciar as palavras, disse “obrigada”.
Certa manhã, pouco tempo depois disso, enquanto eu levava
nossa filha mais nova à escola, ela me disse: “Na casa da minha
Rev. Kosho Niwano
Nasceu em Tóquio, como primogênita do Mestre Presidente
Nichiko Niwano. Formada em Direito pela Universidade
Gakushuin, estudou o curso regular no Seminário Gakurin,
sistema de treinamento de líderes da Risho Kossei-kai.
Atualmente, enquanto trabalha na investigação do Sutra do
Lótus, empenha-se às palestras em eventos principais da
entidade e a atividades de cooperação religiosa dentro e fora do
Japão; continua sua prática como próxima presidente designada.
Casada com o Rev. Munehiro, eles têm um filho e três filhas.
amiguinha, não tinha altar budista da família, por que será?”. Eu
geralmente fico perdida quando as crianças me fazem perguntas
assim diretas, e então nessa hora eu apenas respondi: “Não sei, por
que será?”. Continuamos a andar, enquanto eu tentava pensar numa
resposta melhor.
Então a pequena acrescentou: “Mesmo assim, Buda está
protegendo todos nós, não é?”. Eu nunca imaginaria que ouviria isso
da nossa filha de três anos. Surpreendida, pude apenas responder:
“Você tem razão. Mesmo assim todos nós estamos sendo
protegidos.”
Apesar de imatura, a minha intenção era de tratar meus filhos de
maneira que todos se sentissem igualmente amados. Entretanto, eu
não precisava me preocupar com isso – Buda está protegendo todos
nós. Foi isso que naquele dia eu senti e aprendi da minha filha mais
nova.
“Revista Yakushin” – Março de 2010
SHAN-ZAI de 2011 (Vol.68)
【edição】Risho Kossei-kai - Sede de Disseminação Internacional
editor-responsável: Rev. Kotaro SUZUKI editor-chefe: Sra.Etuko NAKAMURA
apoio editorial: Sra. Shiho MATSUOKA, Sra. Yukino KUDO e Sra. Kaoru SAITO, Sra. Mayumi Eto, Sra. Sayuri SUZUKI, Sra. Eriko KANAO e Sra. Emi MAKINO
*Esta edição possui versões em japonês, inglês, chinês, português e tailandês. Dependendo da edição, outras línguas também poderão ser editadas. *Em havendo opiniões, sugestões ou dúvidas,
poderão contatar através dos endereços mencionados acima. *Para segunda utilização, favor informar à Sede de Disseminação Internacional. URL da RKK do Brasil: http://www.rkk.org.br
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1105 SHAN-ZAI_Portugues - Rissho Kosei-kai