ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA: MODELO DE RISCO DE DESLIGAMENTO DE CLIENTES JOSÉ EDUARDO GONÇALVES BARROS Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Instituto COPPEAD de Administração Mestrado em Administração Orientador: Professor Celso Funcia Lemme Doutor em Administração de Empresas Rio de Janeiro, RJ - BRASIL 2002 ii ANÁLISE DE SOBREVIVÊNCIA: MODELO DE RISCO DE DESLIGAMENTO DE CLIENTES JOSÉ EDUARDO GONÇALVES BARROS Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto COPPEAD de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.). APROVADA POR : ___________________________________________ Professor Celso Funcia Lemme COPPEAD/UFRJ - Orientador ___________________________________________ Professor Antonio Juarez Alencar COPPEAD/UFRJ ___________________________________________ Professor Eber Assis Schmitz IM/UFRJ Rio de Janeiro, RJ – BRASIL 2002 iii Barros, José Eduardo Gonçalves Análise de Sobrevivência: Modelo de Desligamento de Clientes/ José Eduardo Gonçalves Barros. Rio de Janeiro : UFRJ/COPPEAD, 2002. vii, 116p. il. Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD, 2002. 1. Marketing. 2. Risco de Desligamento. 3. Tese (Mestr. – UFRJ/COPPEAD). I. Título. iv AGRADECIMENTOS Aos Professores Celso Funcia Lemme e Armando Leite Ferreira pela atenção e deferência que me foram dispensadas sempre que precisei. Agradeço especialmente ao Prof. Armando Leite Ferreira por ter oferecido seu conhecimento e tempo, que foram fundamentais para que houvesse a consecução deste trabalho. Aos funcionários da Secretaria Acadêmica do COPPEAD pela ajuda e apoio oferecidos durante o tempo que se fez necessário. Ao meus estimados pais, que me incentivaram e criaram condições para mais esta nova conquista. A minha esposa Bartira e aos meus filhos Caio e Ana, que abriram mão de alguns momentos de convívio e me incentivaram a concluir este trabalho. A William Albuquerque, da Software Design, pela seleção, elaboração e cessão da base de dados empregada no desenvolvimento da pesquisa. A Mário de Castro, do Lestat – Laboratório de Estatística, do CCE/UFES, pela assessoria no tratamento estatístico dos dados. A todos que direta ou indiretamente me apoiaram durante o desenvolvimento deste trabalho. v BARROS, José Eduardo Gonçalves Barros, Análise de Sobrevivência: Modelo de Risco de Desligamento de Clientes. Orientador: Celso Funcia Lemme. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 2002. Dissertação. (Mestrado em Administração) Durante muito tempo, os esforços de marketing concentravam-se basicamente em atrair (novos) consumidores. Entretanto, o atual nível de concorrência faz com que algumas empresas estejam interessadas não só em atrair novos consumidores mas, principalmente, em manter os já conquistados. Desta forma, torna-se importante para a empresa a retenção dos clientes já conquistados. Este estudo tem por objetivo desenvolver um modelo – a partir de variáveis demográficas, dados do histórico de eventos (entrada, permanência ou saída) e de transações entre o cliente e a empresa –, que relacione essas variáveis com o risco de desligamento (saída). Para este fim, foi escolhida uma empresa que vende assinaturas de periódicos e selecionada uma amostra somente de pessoas físicas por amostragem aleatória simples. A amostra extraída foi de 6.034 pessoas físicas de uma população de cerca de 1 milhão de clientes ativos e inativos, sendo a primeira sub-amostra de 604 assinantes para o desenvolvimento do modelo e a outra para verificação da capacidade de identificação do risco de desligamento (5.430 assinantes). O estudo permite concluir que o modelo de Cox pode ser aplicado para a determinação do risco de desligamento, bem como que é possível modelar esse risco de desligamento de clientes a partir das variáveis demográficas e dados de transações entre cliente e empresa. As variáveis contínuas que tendem a reduzir o risco de desligamento são “Idade” e “Percentual do Valor Pago da Última Assinatura”. A variável categórica “Estado Civil” gera aumento do risco de desligamento. Assinantes dos sexo feminino tendem a aumentar o risco de desligamento. vi BARROS, José Eduardo Gonçalves Barros, Análise de Sobrevivência: Modelo de Risco de Desligamento de Clientes. Orientador: Celso Funcia Lemme. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 2002. Dissertação. (Mestrado em Administração) For quite a long period of time the marketing efforts were focused on basically attracting new customers (customer acquisition). However, the current competitive scenario is shifting some companies interests, not only to attracting new customers but mainly to keeping its own existing customers (customer retention). Thus, customer retention becomes a crucial activity of such companies’ marketing departments. The main objective of this study is to develop a model – based on demographic variables; data collected from the events’ records (application, length or cancellation) and also on transactions between the customer and the company – relating these variables with the cancellation risk. In this regard, a subscription provider was chosen and a sample of ordinary customers was randomly selected. The sample obtained was of 6.034 people out of a population of around 1 million active and inactive customers, whereas the first sub-sample group of 604 subscribers was allocated to the development of the model in question, and the remaining sub-sample group of 5.430 subscribers was allocated for the assessment of the identification capacity of the cancellation risk. The study enables the conclusion that the Cox model can be applied to determine the “cancellation risk,” as well as modelling this customers cancellation risk through demographic variables and data from the transactions between the customer and the company. The continuous variables, which tend to reduce the cancellation’s risks, are “Age” and the “Percentage of the Paid Value of the Customer’s Last Subscription.” The variable “Marital Status” generates the increase of the cancellation’s risk. Subscribers of the female gender tend to increase the cancellation risk. vii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................1 1.1 1.2 1.3 1.4 2 OBJETIVOS DO ESTUDO.......................................................................................................................2 QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS ......................................................................................................2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ....................................................................................................................2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................................................................3 REVISÃO DE LITERATURA ...............................................................................................................5 2.1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................5 2.2 DA SIMPLES TRANSAÇÃO AO RELACIONAMENTO DE LONGO PRAZO .........................................................5 2.2.1 Programas de Lealdade ........................................................................................................12 2.3 DATABASE MARKETING .....................................................................................................................16 2.3.1 Perfil das Empresas Usuárias do Database Marketing.........................................................19 2.3.2 Uso Estratégico do Database Marketing...............................................................................20 2.3.3 Marketing Direto, Database Marketing e Marketing de Relacionamento ..............................21 2.3.4 O Banco de Dados ................................................................................................................23 2.4 MODELOS E MODELAGEM..................................................................................................................26 2.4.1 Modelagem em Marketing .....................................................................................................29 2.5 ANÁLISE DO HISTÓRICO DE EVENTOS .................................................................................................31 2.5.1 Função Sobrevivência e Função Risco.................................................................................35 2.5.2 Técnicas Estatísticas Usadas em Estudos de Sobrevivência...............................................37 2.5.3 Modelo de Risco Proporcional de Cox ..................................................................................39 2.5.4 Aplicações do Modelo de Risco Proporcional .......................................................................41 3 METODOLOGIA................................................................................................................................46 3.1 TIPO DE PESQUISA ...........................................................................................................................46 3.2 UNIVERSO E AMOSTRA .....................................................................................................................46 3.3 COLETA DE DADOS...........................................................................................................................47 3.4 TRATAMENTO DE DADOS ...................................................................................................................47 3.4.1 Etapa A – Problema e Objetivos ..............................................................................................49 3.4.2 Etapa B – Coleta e Análise dos Dados ....................................................................................49 3.4.3 Etapa C – Construção do Modelo de Regressão.....................................................................51 3.4.4 Etapa D – Verificação e Validação...........................................................................................54 3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ..................................................................................................................56 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................................58 4.1 5 ANÁLISES RELACIONADAS AO MODELO DETERMINADO .........................................................................58 RESUMO, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .........................................................................68 5.1 RESUMO .........................................................................................................................................68 5.2 CONCLUSÕES .............................................................................................................................70 5.3 RECOMENDAÇÕES PARA AS FUTURAS PESQUISAS ................................................................................72 DESCRIÇÃO DA VARIÁVEL...........................................................................................................................73 DESCRIÇÃO DA VARIÁVEL...........................................................................................................................74 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................76 ANEXO A - DEFINIÇÃO DOS TERMOS...................................................................................................81 ANEXO B - DICIONÁRIO DE VARIÁVEIS ................................................................................................84 ANEXO C - ESTATÍSTICA DESCRITIVA ..................................................................................................86 ANEXO D – FUNÇÃO DE SOBREVIVÊNCIA S(T) (TABELA DE VIDA)...................................................92 ANEXO E – FUNÇÃO RISCO H(T) ..........................................................................................................107 1 INTRODUÇÃO A demanda pelos serviços de uma empresa pode ter origem genericamente a partir de três grupos de clientes: os novos, os antigos e os potenciais. Anteriormente, devido à expansão da economia e ao crescimento rápido do mercado, as ações tradicionais de marketing concentravam-se, em sua maioria, em atrair novos consumidores para realizar transações. Porém, diante da atual concorrência, as empresas estão interessadas não só em atrair novos consumidores mas também em manter os já conquistados. Dados os custos decorrentes da necessidade de atrair novos consumidores, uma das maneiras de lucrar no dinâmico mercado vigente é aumentar o tempo de vida de compra dos clientes atuais. Sendo assim, reter os antigos clientes passa a ser tão importante ou mais do que atrair novos consumidores. Como forma de estreitar o relacionamento com os clientes, algumas empresas desenvolvem programas de lealdade, para cuja consecução são criadas e mantidas atualizadas bases de dados. Essas bases de dados geralmente contemplam informações sobre as datas de início e de término do uso do serviço ou produto, as variáveis demográficas e psicográficas dos clientes, bem como os registros financeiros de suas transações. As empresas que prestam serviços do tipo subscription são exemplos típicos de organizações que adotam o database marketing ou marketing por banco de dados, sejam elas operadoras de TV a cabo, editoras de revistas e jornais, bancos, operadoras telefônicas de longa distância ou administradoras de cartões de crédito. Em algumas situações, a massa de dados é tamanha que os profissionais de marketing precisam empregar análises estatísticas e de modelagem para poder extrair informações importantes ao gerenciamento de produtos e marcas. Em função das informações requeridas, faz-se necessário analisar o comportamento de prospects e clientes, isolar segmentos de mercado relativamente homogêneos, identificar e classificar os indivíduos de acordo com a previsibilidade de seu comportamento, quando, por exemplo, 2 respondem a malas diretas, compram, devolvem, pagam, mantêm-se usuários de um serviço por um determinado período de tempo e assim por diante. Sendo importante que o cliente permaneça o maior tempo possível como usuário de um produto ou serviço antes de optar por outro ou de deixar de usálo, cabe perguntar como as variáveis demográficas, os dados do histórico de eventos e de transação dos clientes de uma empresa editora de periódicos estão relacionados com o risco de desligamento desses clientes. 1.1 Objetivos do estudo A dissertação terá, portanto, como objetivo desenvolver um modelo estatístico capaz de, a partir de um conjunto de dados, determinar a Tabela de Vida e os padrões de desligamento de uma população de clientes de uma empresa editora de periódicos. Ou seja, determinar o risco de desligamento dos clientes antes que tal fato ocorra, a partir da identificação de padrões de comportamento semelhantes ao de outras ocorrências. 1.2 Questões a serem respondidas O estudo se propõe responder às seguintes questões: a. Se o conceito estatístico de Tabela de Vida pode ser aplicado à perda de clientes de compra repetida por uma empresa ? b. Se é possível modelar o risco de desligamento de clientes a partir das variáveis demográficas e dados de transações entre cliente e empresa ? 1.3 Relevância do Estudo Os resultados deste estudo são de grande valia para a tomada de decisão em marketing. Por meio dos valores da taxa de sobrevivência ou retenção pode-se estimar o tempo de vida do cliente. Essa variável é empregada em um cálculo crucial para o database marketing, o Customer Lifetime Value - LTV. O LTV pode ser usado para auxiliar a tomada de decisão durante o planejamento dos 3 meios de comunicação, da promoção, do fluxo financeiro e para determinar o valor da carteira de clientes de uma empresa. A determinação das taxas de risco de desligamento ao longo do tempo para um determinado cliente ou um grupo deles possibilita aos operadores de serviços tipo subscription ou com aspectos contratuais a utilização de ações ou programas de marketing que podem postergar a ocorrência do desligamento. Por fim, como outra conseqüência do estudo, pode-se segmentar a base de clientes por meio das variáveis aqui estudadas que refletem os fatores que afetam a lucratividade de uma empresa: a. registro de transações, que mostrará o nível de compra do serviço/produto; b. tempo de vida do cliente como usuário do serviço/produto. Esta análise proporciona informações para a ampliação da base de clientes através da aquisição de consumidores com o perfil similar ao perfil do segmento que gera maior lucro para a empresa. 1.4 Delimitação do Estudo A revisão de literatura cobre livros, dissertações, papers e periódicos que abordam os seguintes temas relacionados ao setor em estudo: comportamento do consumidor, programas de lealdade, database marketing, modelagem em marketing e métodos estatísticos para tratamento dos dados do histórico de eventos. Foram consultadas fontes publicadas em meio impresso e eletrônico, tanto em português quanto em inglês, até 2001. Dentre as várias técnicas de análise de sobrevivência, esta pesquisa utiliza especificamente o Modelo de Risco Proporcional de Cox, sendo o desenvolvimento deste modelo restrito às seguintes considerações: 4 a. os eventos são não-repetidos: o desligamento só ocorre uma única vez por cliente. Sendo assim, não é considerada a possibilidade do cliente se desligar e retornar ao prestador de serviço; b. o evento é do tipo único: não são considerados os inúmeros motivos para a ocorrência do desligamento. Isso somente seria possível caso a empresa mantenedora da base de dados realizasse o acompanhamento e a classificação dos casos de desligamento, por exemplo, trocou de prestador de serviço, passou a ser não-usuário etc.; c. as variáveis explicativas podem ter valores constantes ou variáveis ao longo do período de observação, ou seja, se necessário o modelo fará concessão às variáveis explicativas time-dependent; d. dos casos de censoring ou censorados, ou seja, das observações que não ‘sofrem’ o evento pois seu início ou término não está incluído na janela de tempo em estudo, serão considerados apenas aqueles à direita. Casos censorados à esquerda serão desconsiderados. 5 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Introdução Este capítulo visa a apresentar os estudos teóricos já realizados sobre o tema que será abordado na dissertação. Primeiramente, examina-se a relação entre empresas e consumidores, que ao longo dos últimos anos vem evoluindo da simples transação comercial para a busca de um relacionamento de longo prazo. Destaque maior é dado aos programas de lealdade. Em seguida, são apresentadas as principais características do database marketing. O banco de dados ou database, principal componente do database marketing, também tem suas características e importância discutidas. Posteriormente, expõem-se as considerações sobre modelos, modelagem e suas aplicações em marketing. Finalizando, discute-se a análise de dados do histórico de eventos, indicando os métodos de sobrevivência como as melhores técnicas estatísticas para o tratamento desses tipos de dados. Dentre os diversos modelos que compõem os métodos de sobrevivência, maior ênfase será dada ao Modelo de Risco Proporcional de Cox. 2.2 Da Simples Transação ao Relacionamento de Longo Prazo Kotler e Armstrong (1995) afirmam que, atualmente, as empresas estão interessadas não só em atrair novos consumidores mas também em manter os clientes já conquistados. Seguindo essa tendência, Page et al. (1996) mencionam que as empresas podem crescer ao atrair novos consumidores, perder menos clientes e fazer mais negócios com os clientes atuais. Porém, procurar reter os clientes e fazer mais negócios com eles parecem ser as maneiras mais eficientes de utilizar os recursos da empresa. 6 Autores como Nash (1994), Frigstad (1995) e Kotler e Armstrong (1995) afirmam que o custo para conservar um cliente atual satisfeito é menor do que aquele despendido para conquistar um novo. Tradicionalmente o marketing é abordado sob uma perspectiva que se pode chamar de marketing de conquista (VAVRA, 1993). O objetivo é volume claramente conquistar o maior número possível de consumidores. Para Berry e Parasuraman (1991), o marketing para atrair novos consumidores é apenas uma etapa intermediária no processo de marketing. Ainda segundo estes autores, para muitas empresas prestadoras de serviços, a oportunidade mais significativa de marketing ocorre após os prospects tornarem-se clientes. Sendo assim, o processo de marketing não se limita à primeira transação. Vavra (1993, p.32) sugere que “Marketing deve mudar a mentalidade de completar uma venda para a de iniciar um relacionamento; de fechar um negócio para construir lealdade”. Nas palavras de McKenna (1993, p.46): “O marketing moderno é uma batalha pela fidelidade do cliente”. A relação entre vendedor e comprador raramente termina quando a venda é realizada. Na verdade, esse relacionamento se intensifica após a venda e ajuda a determinar a escolha do comprador numa próxima vez (LEVITT,1983). Tal relacionamento pode gerar a repetição de negócios, que é a forma mais lucrativa para qualquer empresa devido à redução das despesas de marketing e vendas. Para esta situação, Griffin (1996) cita que a redução de custo pode surgir das seguintes áreas: a. custos de marketing, pois evita-se os elevados custos para atrair grande quantidade de novos clientes; b. custos de transação mais baixos, através de negociações de contratos e processamento de ordens; c. despesas geradas pela rotatividade dos consumidores; 7 d. sucesso da venda cruzada, gerando uma parcela maior de consumidores; e. propaganda boca a boca mais positiva, supondo que os consumidores leais também estão satisfeitos; f. custos de falhas, devido a redução do retrabalho, reclamações de garantia etc. Reichheld e Sasser (1990) afirmam que além da redução dos custos operacionais, o relacionamento de longo prazo permite que, às vezes, as empresas cobrem mais por seus produtos e serviços. (Vide Gráfico 01) Gráfico 01 - Por que os Clientes são mais Lucrativos ao Longo do Tempo Fonte: REICHHELD, Frederick F., SASSER JR, W. Earl. Zero Defections: Quality Comes to Services. Harvard Business Review, v.68, n.5, p.108, Sep./Oct. 1990. A possível lucratividade criada pelo relacionamento de longo prazo pode estar clara para as relações contratuais ou do tipo subscription. Entretanto, enfatizando as diferenças entre as indústrias, Reinartz e Kumar (2000) 8 realizaram um estudo focado na indústria de compra por catálogos que apresenta os seguintes resultados: a. não há necessariamente uma associação positiva entre relacionamentos de longo prazo e lucro para a empresa; b. a lucratividade pode ser gerada tanto pelos clientes mais recentes como pelos de longo prazo; c. os custos de atendimento aos clientes de longo prazo não são mais baixos; d. os clientes de longo prazo não pagam preços mais altos pelos produtos/serviços. Em contrapartida, Reichheld e Sasser (1990, p.105) declaram que “Assim que o relacionamento do consumidor com a empresa se estende, os lucros aumentam. E não é só um pouco. Empresas podem impulsionar seus lucros 1 em quase 100% ao reter somente 5% a mais de seus clientes.” . Uma curva de desligamentos de clientes de uma empresa de cartões de crédito, plotada por Reichheld e Sasser (1990), mostra que uma redução de 20% para 10% na taxa de desligamentos, ou um aumento de 5 para 10 anos no período de utilização do serviço, provoca um acréscimo do valor do cliente de 134 para 300 dólares. Caso a taxa de desligamentos caia para 5%, ou 20 anos de utilização, o lucro saltaria para 525 dólares, conforme apresenta o Gráfico 02. 1 Tradução livre do autor 9 Gráfico 02 - Curva de Desligamento de uma Empresa de Cartões de Crédito Fonte: REICHHELD, Frederick F., SASSER JR, W. Earl. Zero Defections: Quality Comes to Services.Harvard Business Review, v.68, n.5, p.109, Sep./Oct. 1990. Assim, as empresas tentam prolongar o período de vida dos clientes o máximo possível. Embora as empresas provavelmente não consigam eliminar todos os desligamentos - e devem abster-se de tentar -, elas podem e devem reduzi-los. (REICHHELD, SASSER, 1990) Trubik e Smith (2000) declaram que dentre todos os desligamentos de clientes, 35 % são desligamentos gerados por fatores externos incontroláveis a partir da perspectiva da satisfação do cliente, como mudança de residência, de local de trabalho etc. Os outros 65% dos desligamentos são causados por fatores internos controláveis, relacionados ao tratamento oferecido pelas empresas a seus clientes. As razões mais comuns que levam os clientes a abandonar uma empresa são as seguintes (VAVRA, 1993): a. insatisfação com o produto, entrega, instalação, serviços ou preço; b. reclamações ignoradas, minimizadas ou mal solucionadas; 10 c. desaprovação das mudanças de preço, políticas ou vendedores; d. insatisfação com o tratamento ou falta de cortesia; e. novos funcionários ou novas políticas da empresa; f. aceitação de uma oferta do concorrente. Em relação a insatisfação com o serviço ou produto, Turchan e Mateus (2001) citam que um fraco serviço oferecido ao cliente não é o único culpado pelo desligamento. O que a empresa pode estar classificando como um bom serviço também gera o desligamento. Os autores lembram que os antigos indicadores de lealdade não são mais tão eficientes, pois em função dos esforços de encantar o cliente, estes passaram a ter expectativas cada vez mais altas. No que tange a reclamações ignoradas ou mal solucionadas, Sarel e Marmorstein (1999) declaram que a prestação de excelentes serviços é o objetivo das empresas bem sucedidas, porém erros acontecem. O cliente pode entender um erro, mas espera que a empresa faça certo da segunda vez. Assim, um sistema eficiente de recovery service pode proporcionar aumento de satisfação e da retenção de clientes. O principal mecanismo para manter relacionamentos de longa duração com os clientes é o aumento de sua satisfação através de interações com a empresa, tanto em qualidade quanto em número. Para monitorar as interações, a empresa precisa ter um conhecimento completo de como os clientes compram atualmente seus produtos ou serviços e como eles interagem com ela (VAVRA, 1993). Já para Kotler e Armstrong (1995) e Jones e Sasser (1995), a melhor maneira de manter clientes é oferecer-lhes altos níveis de satisfação e valor que resultem em lealdade. No que diz respeito a entrega de valor, Rapp (1996, p.25) ratifica a opinião desses autores ao afirmar que “Você faz o cliente retornar ao inventar novas formas de agradá-lo e de entregar valor extra – benefícios inovadores que vão 11 muito além das práticas cotidianas de satisfazer o cliente.”. Porém, para Rapp (1996, p.25), a idéia de que a satisfação do cliente gera vantagem competitiva e aumento dos lucros é falsa: “A satisfação dos clientes é uma necessidade ao se fazer negócios. É tanto uma necessidade para seus concorrentes como para você mesmo. Assim, é correto supor que satisfazer os clientes pode evitar que você perca negócios; mas não garante a vantagem competitiva que leva ao aumento dos lucros.” Rapp (1996) partilha da mesma opinião de Reichheld (1993) para quem a satisfação do cliente não é um substituto para a sua retenção. Enquanto possa parecer intuitivo que um aumento na satisfação do cliente acarretará um aumento na retenção e conseqüentemente nos lucros, os fatos são adversos. Dos clientes que se desligam de uma empresa, entre 65% e 85% estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com seus fornecedores iniciais. Segundo Reichheld (1993), os sistemas de medida de satisfação atuais simplesmente não foram desenvolvidos para oferecer um entendimento sobre quantos clientes permaneceram leais à empresa e por quanto tempo. McIntyre e Peck (1998, p.98) observam que “A obsessão pela lealdade do cliente não decorre do um interesse intensificado pela filantropia. Ela provém da consciência que essa lealdade está diretamente relacionada aos resultados 2 financeiros dos negócios.” . A lealdade do cliente pode ser o ativo-chave de uma empresa, porém a mesma não é construída unicamente pelo oferecimento do produto certo, no momento certo e pela comunicação correta, mas também pela administração do relacionamento com o cliente (STONE, SHAW, 1987). Para McIntyre e Peck (1998), a administração de transações está sendo substituída pela administração de relacionamentos, uma dimensão muito mais soft do processo de venda. Ao passarem da abordagem da transação para a do relacionamento, muitas empresas empregam programas de retenção ou de lealdade. (KOTLER, ARMSTRONG, 1995) 2 Tradução livre do autor 12 2.2.1 Programas de Lealdade Um programa de lealdade é qualquer programa de marketing desenvolvido para aumentar o lifetime value dos clientes através de um relacionamento interativo de longo prazo. (JOHNSON, 1998) Sargeant (2001) define lifetime value como o valor total líquido gerado para uma organização a partir de seu relacionamento com um cliente. O LTV é calculado pelas estimativas de receitas e despesas associadas ao consumidor durante cada ano do relacionamento. Segundo Allison, T. (1997), três fatores contribuem para o customer lifetime value: a. a longevidade, ou seja, o tempo que o cliente permanece como usuário do serviço; b. o volume de compras do cliente; c. referrals ou indicações de nomes de consumidores potenciais obtidos por meio de um cliente ou de uma terceira parte. Os programas de lealdade são endereçados a clientes específicos. “Com base no fato de que os clientes não são iguais, pois aproximadamente 80% do total de recompras de bens e serviços provêm de 20% dos clientes atuais, os projetos de fidelidade do consumidor concentram esforços específicos nos 3 20% mais valiosos de seus bancos de dados.” (STONE, B., 1989, p.3) Para Griffin (1996), os clientes leais exibem quatro comportamentos específicos: a. compram regularmente; b. compram produtos e serviços oferecidos pela venda cruzada; c. recomendam outros consumidores; 3 Tradução livre do autor 13 d. são imunes à atração por outros competidores. Alguns críticos observam que alguns esforços para alcançar e tocar os consumidores individualmente não têm demonstrado utilidade em muitas categorias de produtos. Programas que identificam usuários freqüentes e os recompensam podem fazer sentido para companhias aéreas, por exemplo, porém os consumidores têm rejeitado os programas frequent-eater oferecidos por algumas cadeias de fast-food. (BERRY, J. et al., 1994) Para Hochman (1992), os programas de lealdade não são apropriados para todos os negócios. Eles são mais efetivos quando todos os seguintes fatores ocorrem, sendo os dois primeiros críticos: a. o produto é comprado freqüentemente, permitindo ao cliente buscar ativamente o nível de recompensa; b. o produto tem margens que suportam o programa; c. um produto similar (parity item) que faz com que seja exatamente tão sensato e conveniente para o consumidor comprar o produto do concorrente quanto o da empresa promotora do programa; d. a empresa tem capacidade de assumir todos os meios requeridos para sustentar o programa a longo prazo; e. a empresa tem um comprometimento agressivo com a excelência. Segundo Dowling e Uncles (1997), programas de lealdade podem ser válidos desde que neutralizem os programas dos competidores, ampliem a disponibilidade de produtos e serviços ou aumentem diretamente a proposta de valor do serviço ou produto. Contudo, introduzir um programa de lealdade será provavelmente um erro para a empresa que comercializa uma marca similar em um mercado competitivo e que meramente irá se juntar às demais que já desenvolvem algum programa. 14 Dependendo dos objetivos a serem alcançados, Johnson (1998) classifica os programas de lealdade em: a. programa de recompensa (rewards): premia com pontos pelas compras, sendo estes posteriormente trocados por recompensas não relacionadas com a marca dos produtos comprados; b. programa rebate: oferece um vale (gift certificate), resgatável contra novas compras, quando o cliente alcança um determinado nível de despesas; c. programa de milhagem (appreciation): recompensa com uma seleção de produtos e serviços da própria empresa em troca dos pontos acumulados; d. programa de parceria (partnership): recompensa as compras acumuladas dos clientes com produtos e serviços de uma empresa parceira; e. programa de afinidade (affinity): não há uso de recompensas. Esse programa oferece comunicações especiais, benefícios de valor adicionado e reconhecimento aos clientes especiais. Rapp (1996, p.25) sugere ser falsa a suposição de que recompensar os melhores clientes gera fidelidade à marca: “Certamente isto é possível - desde que seu concorrente não esteja oferecendo uma recompensa igual ou melhor.”. Segundo o autor, no final não são os benefícios hard que levam a lealdade à marca, são os benefícios soft. McIntyre e Peck (1998) afirmam que, para as melhores empresas, o que é freqüentemente valorizado pelos clientes inclui intangíveis como confiabilidade, responsividade, confiança, imagem e status. Na prática, os programas de recompensa são mal interpretados e às vezes mal aplicados. Muitas empresas tratam as recompensas como promoções de curto prazo ou especiais do mês. Tratadas assim, podem criar algum valor pela motivação de novos ou de já existentes clientes a experimentar o produto ou serviço. Contudo, até que ela seja desenvolvida para construir lealdade, a 15 recompensa retornará, na melhor das situações, uma pequena fração do seu potencial valor. (O’BRIEN, JONES, 1995) O’Brien e Jones (1995) ressaltam que uma empresa, ao desenvolver um programa de recompensa, deve encontrar maneiras de partilhar valor com os clientes em proporção àquele que a lealdade desses cria para a empresa. Esses autores sugerem que os princípios da partilha de valor são: a. nem todos clientes são iguais; aqueles que geram lucros superiores para a empresa devem gozar os benefícios da criação desse valor; b. o valor criado deve exceder o custo do valor entregue, pois, embora o lucro muitas vezes possa ser ilusório, os custos são reais; c. o comportamento do cliente deve estar direcionado para a divisão de valor; d. uma perspectiva de longo prazo é essencial, pois o potencial da divisão de valor através da recompensa é percebido somente quando os clientes mudam seus hábitos para se tornarem sustentavelmente leais; e. as ofertas devem alvejar consumidores atrativos. Um programa de lealdade é composto de diversos elementos e entre os principais componentes pode-se citar (JOHNSON, 1998): a. o banco de dados ou database; b. o processo de cadastro para identificar consumidores potenciais e de alto valor; c. as recompensas e premiações, tais como produtos-extras, mercadorias, viagens; d. os benefícios de valor adicionado, tais como comunicações especiais, boletim informativo, venda cruzada e eventos para membros associados; 16 e. o reconhecimento da distinção pelo cliente, cuja base é a personalização. O núcleo do programa de lealdade é o banco de dados, que é usado para registrar históricos de compras e de comunicações e permitir segmentar consumidores, alocar benefícios e avaliar a efetividade do programa. (JOHNSON, 1998) Para Shaw e Stone (1988), programas de lealdade, programas para contatar novos consumidores, por meio de telemarketing e correio, e abordagens integradas para tratar com prospects e clientes são atividades nas quais o database marketing pode ser aplicado. As empresas que adotam essa prática são capazes de desenvolver programas de retenção de marketing, de uma aquisição altamente orientada de clientes e de personalização das comunicações de marketing. (DAVID SHEPARD ASSOCIATES, 1993) Nash (1994) afirma que a espinha dorsal de muitos programas de relacionamento é o sistema de database marketing, que procura aumentar o valor da lista de clientes por meio de uma seleção mais apurada de nomes provenientes de fontes externas, ao mesmo tempo em que busca construir na mente dos clientes atuais uma maior afinidade com a empresa. 2.3 Database Marketing Stone e Shaw (1987, p.13) definem que: “Database Marketing é uma abordagem interativa para a comunicação de marketing, que usa meios de comunicação endereçáveis (tais como correio, telefone e força de vendas) para ajudar a expandir sua audiência alvo, para estimular a demanda desta audiência e para estar próximo dela pelo registro e manutenção de uma memória em banco de dados eletrônico dos clientes, dos prospects e de todos contatos comerciais ou de 4 comunicação, visando a melhorar contatos futuros.”. 4 Tradução livre do autor 17 Segundo DeTienne e Thompson apud Evans (1998, p. 59), o database marketing é: “... o processo de sistematicamente coletar, em meio eletrônico ou ótico, dados sobre os clientes antigos, atuais e/ou potenciais, mantendo a integridade dos dados por contínuo monitoramento das compras do consumidor e/ou por consultas sobre mudança de status e usando os dados para formular estratégias de marketing e fomentar relacionamentos personalizados com os 5 consumidores.”. Stone e Shaw (1987) afirmam que o database marketing deve sua existência à imensa capacidade de processamento e armazenamento dos atuais computadores, opinião compartilhada por Rapp e Collins (1988), Vavra (1993), Mckenna (1993) e Holtz (1994), e ao grau com que as tecnologias de telecomunicações tornam disponíveis os dados sobre os consumidores para todos os envolvidos nos esforços de marketing de uma empresa. O database marketing é usado em preferência a outras abordagens por possuir as seguintes vantagens (SHAW, STONE, 1990): a. é mensurável, pois as respostas das campanhas são medidas, possibilitando às empresas identificar a efetividade de diferentes abordagens; b. é testável, pois permite verificar a efetividade dos diferentes elementos das abordagens; c. é seletiva, pois permite focar as campanhas precisamente, uma vez que a empresa se comunica com consumidores específicos; d. é personalizável, pois permite orientar a comunicação para cada consumidor, ao incluir detalhes relevantes para alguns e não para os demais; e. é flexível, pois permite programar as campanhas a fim de obter os efeitos exatamente quando forem requeridos. 18 Berry, J. et al. (1994) lembram que o database marketing também tem seus céticos. Um anterior fluxo de entusiasmo estimulado pela explosão de scanners em checkouts na década de 80 terminou em grande desapontamento: muitas empresas estavam tão assoberbadas pela imensa quantidade de dados que não podiam fazer algo de útil com a informação. Segundo os autores, poucos acreditam que o database marketing supere o marketing de massa. Segundo Rapp e Collins (1988), a recomendação que está no coração do database marketing é construir um banco de dados enquanto se constrói a marca. Os milhões que a empresa pode gastar na construção de uma imagem de marca para os produtos e serviços podem servir a um outro propósito com um pequeno custo adicional. Ao convidar e encorajar a resposta do público e, com isso, obter nomes, endereços e outros dados sobre o consumidor e melhores compradores em potencial, pode-se obter não um, mas dois bens importantes para a empresa: a franquia da marca junto ao comprador e o banco de dados interno. Somando-se a força de um banco de dados de compradores com a força da parcela de imagem ou a franquia de marca do consumidor, pode-se maximizar o desenvolvimento das vendas totais da empresa e seus lucros de cinco formas importantes: a. vendas repetidas maximizadas; b. fidelidade do comprador maximizada; c. promoção cruzada maximizada; d. extensão da linha maximizada; e. sucesso de novos empreendimentos maximizado. O database marketing depende da obtenção de informações para os banco de dados de marketing, diretamente a partir dos clientes. E isso, inerente e inevitavelmente, vai levar a empresa a se aproximar do cliente. As atividades 5 Tradução livre do autor 19 necessárias ao desenvolvimento do banco de dados de marketing refletem o interesse ativo da empresa no cliente, em descobrir o que ele pensa e deseja, para registrar estas informações no seu banco de dados (HOLTZ, 1994). 2.3.1 Perfil das Empresas Usuárias do Database Marketing O database marketing pode ser empregado para solucionar diversas questões das empresas, tais como relacionar a satisfação do consumidor com o comportamento de compra, medir o retorno sobre os investimentos de campanhas, identificar oportunidades de crescimento na base corrente, identificar os melhores clientes, medir o desligamento e mapear oportunidades de negócios e locações de serviço. (PALMQUIST, KETOLA, 1999) Para Shimp (1997), o database marketing pode ser usado tanto por empresas de marketing direto quanto de marketing indireto. Allison, T. (1997) afirma que o database marketing é muito adequado para o relacionamento com usuários dos serviços tipo subscription, pois é esperada uma associação contínua entre as partes, além de inúmeras oportunidades para se coletar as informações pertinentes. Empresas particularmente adequadas para o uso do database marketing compartilham uma ou mais das seguintes características (STONE, SHAW, 1987): a. os seus mercados podem estar divididos em segmentos identificáveis que não podem ser alcançados independente e eficientemente através da comunicação de massa; b. os seus produtos têm tempo de vida curto, indicando que a revenda periódica é necessária para manter os clientes; c. a amplitude de produtos da empresa possibilita o emprego da venda cruzada; d. o número de pontos de venda é limitado ou de difícil acesso; 20 e. os concorrentes possuem orçamentos para comunicação de massa significativamente maiores; f. a relação custo-benefício da mídia de comunicação de massa não é favorável. Rapp e Collins (1988) afirmam que empresas que desenvolvem produtos ou serviços podem, sem perder os varejistas ou as chances de distribuição por intermediários, construir um banco de dados de compradores e utilizá-lo para expandir a distribuição através das seguintes atividades: a. circular sua linha de produtos e preencher vazios geográficos no mercado; b. usar o database de um intermediário: caso não possam ou não queiram vender diretamente pelo correio para seu próprio banco de dados, podem ajudar seus intermediários; c. usar a equipe de venda, que pode ser da loja local ou diretamente do fabricante; d. vender primeiro diretamente e incentivar a continuação das vendas pelo varejo. 2.3.2 Uso Estratégico do Database Marketing Os graus de extensão e de uso das informações no database marketing dependem se o mesmo é utilizado em um nível operacional, tal como para mailing, controle de custos, orçamentos, ou em um nível estratégico, que inclui a identificação de vantagens estratégicas através do melhor uso das informações dos clientes e do mercado e para a manutenção das relações de longo prazo com o clientes. (DESAI et al., 2001) Porter apud Shaw e Stone (1988) identifica as cinco maiores áreas de oportunidade competitiva para a tecnologia da informação: 21 a. mudança da base de competição; b. incremento do relacionamento com o consumidor; c. superação dos problemas com o fornecedor; d. construção de barreiras contra novos entrantes; e. criação de novos produtos. Segundo Shaw e Stone (1988), o database marketing oferece oportunidades em todas essas áreas e, portanto, deve demandar uma avaliação estratégica. Para Treacy e Wiersema (1993), empresas que se tornaram líderes em suas indústrias na última década estavam focadas na entrega de valor superior ao consumidor, através de uma das três disciplinas de valor: excelência operacional, intimidade com o consumidor e liderança de produtos. As empresas que adotam a disciplina de valor intimidade com o consumidor combinam conhecimento detalhado dos clientes, através da coleta, integração e análise dos dados, com flexibilidade operacional, tendo como conseqüência a lealdade dos clientes. 2.3.3 Marketing Direto, Database Marketing e Marketing de Relacionamento A Direct Marketing Association apud Stone, B. (1989) define marketing direto como um sistema interativo de marketing que utiliza um ou mais meios de propaganda a fim de produzir resposta e/ou transação mensuráveis, e em qualquer local. Shimp (1997) lembra que, embora marketing direto e database marketing não sejam equivalentes, o aumento da sofisticação do database marketing possibilitou o crescimento da aplicação e da efetividade do marketing direto. Para David Shepard Associates (1993) e Nash (1992), a principal diferença entre o marketing direto e o database marketing é que o primeiro não lida realmente com as informações sobre indivíduos, ou seja, seus métodos 22 concentram-se no comportamento de um grupo de indivíduos. Nash (1992) afirma que o database marketing é a aplicação mais avançada da área do marketing direto, sendo também denominado por alguns de marketing one-toone ou marketing de relacionamento. Na essência, os métodos de marketing direto e o database marketing deveriam estar bem integrados para oferecer um produto ou serviço para um consumidor específico. Porém, a separação dos conceitos iniciou-se com a redefinição do termo database marketing para marketing de relacionamento (KNILANS, 1997). Ainda segundo o autor, esse novo termo tem sido usado extensivamente, sendo considerado por alguns mais adequado que database marketing. Entretanto, porque o termo marketing de relacionamento não soa suficientemente high-tech no ambiente de negócios de hoje e orçamentos de marketing e o valor das ações tendem a ser maiores quando o jargão high-tech é usado, o termo não pode ser universalmente utilizado. Para Shani e Chalasani (1992), na maioria das vezes, usa-se indiferentemente os termos database marketing e marketing de relacionamento. O database marketing é uma ferramenta necessária para se implementar o marketing de relacionamento, mas ela não constitui, em si, este último. Muitos dos fundamentos e princípios estratégicos do marketing de relacionamento são os mesmos do database marketing, porém a idéia é muito mais ampla que isso, pois um programa completo de relacionamento deve incluir pelo menos os seguintes objetivos (HOLTZ, 1994): a. transmitir confiança e segurança ao cliente para que ele acredite em no contato e na empresa e, conseqüentemente, naquilo que é prometido e no produto que é vendido; b. desenvolver no cliente um senso de lealdade em relação ao contato, como um fornecedor de produtos ou serviços úteis e valorosos; 23 c. motivar o cliente a comunicar suas expectativas, sugestões e comentários; d. fazer com que o cliente se identifique com a empresa, ou seja, que tenha a sensação de fazer parte dela. O marketing de relacionamento combina o database marketing, a propaganda em geral, a promoção de vendas, as relações públicas e o marketing direto. (SHANI, CHALASANI, 1992) Segundo Vavra (1993), o objetivo do marketing de relacionamento é a retenção de clientes. O autor declara que a empresa do futuro estabelecerá relacionamentos pessoais com clientes, como ocorria no varejo americano até os anos 60, por intermédio de banco de dados detalhados e interativos. 2.3.4 O Banco de Dados Holtz (1994) define banco de dados como um conjunto de dados organizados e estruturados de forma tal que o usuário possa, metodicamente, procurar, encontrar e selecionar qualquer item desejado. Para Frigstad (1995), o banco de dados é a parte mais importante de uma empresa direcionada para os consumidores por fornecer: a. registro centralizado das atividades do cliente para toda a empresa; b. base para todas as campanhas promocionais; c. base para uma estratégia específica de desenvolvimento consumidores; d. ajuda no estabelecimento do orçamento de marketing; e. ajuda na criação e dimensionamento de áreas de vendas. de 24 As empresas que adotam a tecnologia do banco de dados têm como tarefas críticas a identificação dos requisitos funcionais do banco de dados e a seleção de seu sistema de gerenciamento (DAVID SHEPARD ASSOCIATES, 1993): a. como requisitos funcionais de grande importância para a formatação do banco de dados pode-se mencionar a definição dos objetivos do banco de dados, os recursos de hardware e software que serão necessários, os requisitos de tempo para as diferentes funções, os tipos de análises estatísticas que serão realizadas, a função do banco de dados no tocante às análises estatísticas e na implementação dos resultados de modelos; b. o sistema de gerenciamento de banco de dados que vem sendo adotado com freqüência pela área de marketing é o sistema relacional, fato ratificado por Holtz (1994). Esse sistema oferece flexibilidade para analisar os dados em um número praticamente ilimitado de abordagens. A Structured Query Language - SQL é a linguagem padrão para a tecnologia relacional e, por ser uma linguagem de quarta geração, permite que grande parte dos usuários elaborem consultas (queries), criem e gerem relatórios específicos. Na classificação de Shaw e Stone (1990), os tipos de informação em um database podem incluir: a. informações sobre os clientes e prospects: como acessá-los (endereço, telefone) e como conhecer sua natureza e seus comportamentos (dados psicográficos e comportamentais); b. informações sobre as transações comerciais entre o cliente e a empresa (pedidos e devoluções); c. informações sobre promoções: campanhas lançadas, público atingido e resultados finais em termos financeiros e comerciais; d. informações sobre o produto: quais os incluídos na promoção, quem os comprou, quando e onde; 25 e. informações geodemográficas, área onde os clientes residem e categorias sociais ou de negócios a que pertencem. Segundo Zukas (1992), há duas escolas de pensamento no que se refere à coleta de dados de clientes e consumidores. Uma escola define que se deve coletar somente o que se pensa ser adequado para uso em segmentação ou construção de modelos. A outra estimula coletar tudo que for possível de cada interação da empresa-cliente. Davenport et al. (2001) lembram que as empresas de sucesso utilizam mais do que dados transacionais para conhecer os padrões de comportamento de compra de seus consumidores. Essas empresas também consideram o ser humano que está por trás da transação e registram o que faz e como age esse cliente durante a interação de compra ou serviço. A tecnologia da informação gera mais dados à medida que uma empresa desempenha suas atividades e permite que a mesma colete informações que anteriormente não estavam disponíveis. Essa tecnologia também possibilita uma análise mais completa e o uso de grandes quantidades de dados (PORTER, MILLAR, 1985). As fontes de dados para a formação do banco de dados podem ser internas à empresa, como os dados de desempenho do cliente, histórico de vendas e promoções; ou externas, como os dados obtidos através de pesquisa. (DAVID SHEPARD ASSOCIATES, 1993) Essas pesquisas podem ser primárias, quando os dados são fornecidos diretamente pelos indivíduos durante entrevistas pessoais ou por telefone, visitas e focus groups; ou secundárias, quando os dados são obtidos de terceiros, através de consultas a livros, revistas, informativos e outras fontes relevantes já publicadas. A principal aplicação da pesquisa secundária é a demografia da base de consumidores. (FRIGSTAD, 1995) Angel e Hadary (1998) lembram que os dados gerados pelo uso de cartões de crédito são excepcionais, pois não estão confinados a um negócio particular e 26 têm informações sobre as situações do cliente e do negócio. Ainda segundo os autores, os dados dos cartões de crédito são uma poderosa adição aos dados demográficos para a construção dos perfis dos clientes, pois os dados dos cartões contêm informações concretas sobre as despesas desses. Nash (1994) declara que os principais usos do banco de dados são visualização de registros, produção de relatórios, identificação de registros e segmentos e análise de dados. Além disso, o sistema deve ser suficientemente flexível para suportar todas as metodologias populares de seleção: RFM – Recentidade de Compra, Freqüência de Compra e Valor Monetário; PRFM Tipo de Produto, Recentidade de Compra, Freqüência de Compra e Valor Monetário; Modelagem e Contagem. Técnicas de análise de banco de dados como RFM já não são suficientes para a tomada de decisão. A grande massa de dados acumulada nos banco de dados requer o emprego de análises estatísticas e de modelagem (DAVID SHEPARD ASSOCIATES, 1993). 2.4 Modelos e Modelagem Oakshott (1997) define modelo como uma representação simplificada de um sistema, sendo este sistema um conjunto de processos que se interagem. Para Donnelly e Ivancevich (1970), um modelo é uma representação simplificada dos aspectos relevantes de um sistema ou processo real. Esses autores chamam a atenção para as palavras ‘aspectos relevantes’, pois elas foram incluídas na definição com o objetivo de minimizar o questionamento sobre o valor de uma representação simplificada de um processo. Para se construir um modelo é necessário algum meio que represente o objeto ou sistema em estudo. Donnelly e Ivancevich (1970) apresentam a seguinte classificação para os tipos de modelo com base no grau de abstração. (Vide Figura 01) 27 Figura 01 - Classificação dos Tipos de Modelos Segundo Grau de Abstração Menos abstrato Mais abstrato Modelo físico Modelo simbólico Modelo iconic Modelo analog Modelo matemático Modelo verbal Modelo descritivo Modelo normativo Modelo determinístico Modelo determinístico Modelo estocástico Modelo estocástico Fonte: Livre adaptação do autor para DONNELLY JR, James, IVANCEVICH, John M. Analysis for Marketing Decisions.Illinois: Irwin., 1970, p.16 e 18. O modelo físico é aquele que tem a aparência do objeto real, como miniaturas e fotografias. Essa categoria se subdivide em modelos iconic, que se parecem com o objeto real porém não agem como tal, e modelos analog, que não se parecem com o objeto real mas comportam-se como tal. O modelo simbólico utiliza um conjunto de símbolos para representar o objeto ou sistema em estudo. Essa categoria também se subdivide, sendo formada pelos modelos matemáticos, em que o sistema e as relações entre as partes são expressos em linguagem matemática, e verbais, que são as versões escritas dos pensamentos e modelos mentais do indivíduo. Os modelos matemáticos podem ainda ser subdivididos em descritivos, pois descrevem como o sistema funciona, e normativos, aqueles que tentam estabelecer como as coisas deveriam ser. Para ambas subcategorias, os 28 modelos podem ser determinísticos, ou seja, o modelo assume a condição de certeza para os fatos, e probabilísticos ou estocásticos, o modelo contém considerações probabilísticas. (DONNELLY, IVANCEVICH, 1970) Lilien e Rangaswamy (1998) sugerem que os modelos de decisão, categoria especial de modelos que são adequados para situações específicas, podem ser classificados conforme os tipos de problemas gerenciais que eles tratam: os modelos de decisão descritivos (predictives) e os normativos (prescriptives). Usando os modelos descritivos, o tomador de decisão pode conduzir simulações para avaliar as conseqüências das ações empreendidas. Já os modelos normativos determinam cursos de ação efetivos a partir de um grande número de opções disponíveis. Simon apud Lilien e Rangaswamy (1998) define que a solução de problemas consiste de três fases: intelligence, design e choice. Na primeira fase, o tomador de decisão identifica os problemas e situações que precisam de solução. Na etapa de design, o tomador de decisão gera potenciais soluções para o problema. Na terceira e última fase, a soluções específicas são selecionadas. Historicamente, os modelos de decisão enfatizam as duas últimas fases do processo de solução do problema. Contudo, ambientes de informação intensiva pedem sistemas de apoio à decisão que também possam ser usados na fase intelligence. A melhor maneira de interpretar e usar uma grande quantidade de dados acumulada é dispondo de modelos inteligentes que automatizem o processo de interpretação dos dados. Para Adriaans et al. (1996), a mineração de dados (data mining), por meios automáticos ou semi-automáticos, consiste na exploração e análise de grandes quantidades de dados a fim de descobrir padrões e regras significativos. Para que isso ocorra, os dados gerados em inúmeras fontes de interação empresacliente, primeiramente, têm que ser reunidos e organizados de forma consistente e útil. Esta atividade é denominada de armazenamento de dados (data warehousing). 29 Lilien e Rangaswamy (1998) comentam que o data mining pode ser auxiliado pela rede neural artificial, um tipo especial de modelo que relaciona dados aos resultados, e por uma série de novas abordagens de modelagem. 2.4.1 Modelagem em Marketing Através do uso de modelos, o tomador de decisão, em lugar de estudar o sistema, na verdade estuda o modelo do sistema. Isso possibilita a manipulação das variáveis e a determinação dos efeitos destas alterações no desempenho global do sistema. (DONNELLY, IVANCEVICH, 1970) Lilien e Rangaswamy (1998) lembram que os modelos de marketing tornaramse mais usados desde que Kotler, em 1971, sumariou em seu livro pioneiro o que era conhecido sobre modelos de marketing e seu valor na tomada de decisão. Desenvolvimentos na modelagem e computação ao longo da última década deram conhecimento e habilidade para se usar os modelos na tomada de decisão. Segundo David Shepard Associates (1993), os profissionais de marketing precisam gerenciar os arquivos de clientes com base em modelos de segmentação e de previsão. Os modelos de segmentação identificam grupos de pessoas com características similares, fazendo com que programas de marketing sejam elaborados de maneira adequada para cada grupo. Estes modelos são criados para atribuir indivíduos ou áreas geográficas a grupos ou segmentos, com base nas similaridades de características ou atributos que os descrevem. As técnicas estatísticas citadas são a análise de fator e a de agrupamento. Os modelos de previsão são úteis para a identificação de clientes e prospects, dos quais se espera uma resposta ou comportamento específico, que os levarão a ser incluídos ou excluídos de um determinado programa de marketing. Normalmente, utiliza-se a análise de regressão para estimar o valor de uma variável (dependente) com base no valor de outra ou outras variáveis (independentes ou explicativas). 30 A análise de regressão foi originalmente desenvolvida para variáveis dependentes ou independentes contínuas, porém, em marketing é comum o tratamento de outros tipos de variáveis. Quando as variáveis independentes são categóricas, estas podem ser incluídas na análise de regressão através do uso de variáveis dummy, que as transformam em algo numérico e tratável estatisticamente. Caso a variável dependente seja categórica e com dois níveis, 0/1 ou sim/não, por exemplo, o modelo de regressão é formalmente chamado de modelo de probabilidade linear. Fazem parte desse tipo de modelo as regressões logit, logística e log-linear. (DAVID SHEPARD ASSOCIATES, 1993) Roberts (1998) classifica as técnicas de previsão usadas em marketing em quatro categorias, conforme a Tabela 01. Tabela 01 - Classificação das Técnicas de Previsão Usadas em Marketing Modelos pré-lançamento (novos produtos) Modelos pós-lançamento (produtos existentes) Modelos de nível-individual Modelos de prélançamento para teste e pré-teste do mercado Modelos de scanner data de comportamento individual Modelos de nível-agregado Difusão de inovação/ Modelos de ciclo de vida do produto Modelos econométricos de comportamento de mercado Fonte: ROBERTS, John H. Marketing Approaches to Forecasting Problems. Journal of Forecasting, v.17, n.3/4, p.169,June/July 1998. As técnicas para esta classificação incluem análises econométricas e de série temporais para o nível agregado, análise longitudinal de padrões individuais de compra usando scanner data, modelos dinâmicos de ciclo de vida de novos produtos no nível agregado e modelos de pré-lançamento de novos produtos calibrados a partir de dados individuais. O modelo que se busca desenvolver para esta pesquisa enquadra-se nos modelos pós-lançamento do produto. Para esses modelos, segundo Roberts (1998), emprega-se a análise longitudinal de dados. A análise dos dados do histórico de eventos ou análise de sobrevivência é útil para os estudos 31 longitudinais nos quais o fenômeno de interesse é uma mudança qualitativa ou a ocorrência de um evento. (DOUCET, 1992) 2.5 Análise do Histórico de Eventos Allison, P. (1984) define que um evento consiste em uma mudança qualitativa que ocorre em um ponto específico do tempo. Devido a esta definição, é cada vez mais reconhecido que o melhor modo de estudar eventos e suas causas é através da coleta dos dados do histórico de eventos, que é o registro longitudinal de quando os eventos ocorrem para uma amostra determinada de indivíduos. Se o objetivo é estudar as causas do evento, o histórico de eventos deve também incluir possíveis variáveis explicativas, que podem ter ou não seus valores alterados ao longo do tempo. O uso das técnicas estatísticas tradicionais encontra dois problemas para tratar os dados do histórico de eventos: os casos de censoring ou censorados e as variáveis explicativas time-dependent. (ALLISON, P. , 1984) Quase toda amostra contém casos censorados, ou seja, casos que não ‘sofreram’ o evento, pois seu início ou término não está incluído na janela de tempo em estudo, por exemplo, de T(0) a T(1). Li (1995) define casos censorados como tempos de sobrevivência incompletos ou truncados, que podem ser dos seguintes tipos: (A) perda da data de ‘nascimento’ ou censorado à esquerda, (B) perda da data do evento ou censorado à direita e (C) perda do indivíduo por não-acompanhamento ou censorado à direita. O evento completo (D) tem início e término dentro da janela de tempo. (Vide Figura 02) Figura 02 - Janela de Tempo e Censoring A B C D T(0) Janela de tempo T(1) 32 Fonte: LI, Shaomin. Survival Analysis. Marketing Research. v.7, n.4, p. 18, Fall/Winter 1995. As variáveis explicativas time-dependent são variáveis que têm seus valores alterados ao longo do tempo. Exemplo: os participantes da pesquisa podem ser entrevistados mensalmente para se obter informações sobre as mudanças nos salários, estado civil etc. Como solução para tratar estas duas características dos dados do histórico de eventos, Allison, P. (1984) sugere o emprego dos métodos de sobrevivência, que são especialmente projetados para tratar esses problemas de um modo estatisticamente correto. As vantagens das equações de sobrevivência sobre as técnicas tradicionais são a possibilidade de evitar violações de suposições estatísticas e o registro de valores de probabilidade ou risco mais apropriados. (MORITA et al., 1989) Morita et al. (1989) declaram que devido aos métodos de sobrevivência incorporarem explicitamente o tempo como uma variável de interesse, estes se tornam mais flexíveis e capazes de extrair e usar a informação a partir de estudos longitudinais que os outros métodos. A fundamentação lógica da análise de sobrevivência é simples. Observa-se a manutenção ou o desligamento de um indivíduo em termos de um determinado relacionamento e, em caso de desligamento, o momento da saída. A partir dessas informações, pode-se estimar, para cada unidade de tempo da janela de estudo, a probabilidade ou o risco de um indivíduo se desligar. (MORITA et al., 1989) Para Allison, T. (1997), os métodos de sobrevivência lidam bem com os casos censorados e mostram-se uma valiosa ferramenta analítica em pesquisas de database marketing. Morita et al. (1989) ressaltam que as técnicas de análise de sobrevivência são muito adequadas para estudos que envolvem ondas múltiplas de dados e nos quais a variável dependente é categórica binária. Esses autores asseguram que qualquer evento comportamental que possa ser 33 expresso em termos binários pode ser estudado através da análise de sobrevivência. Desenvolvidos originalmente por bioestatísticos, os métodos de sobrevivência tornaram-se populares na Sociologia, Demografia, Psicologia, Economia, Ciências Políticas e em Marketing. Allison, P. (1984) apresenta algumas dimensões que distinguem as diferentes abordagens realizadas pelos analistas dos dados de histórico de eventos: a. Métodos distribucionais versus métodos de regressão: os primeiros trabalhos sobre análise do histórico de eventos podem ser descritos como um estudo de distribuição do tempo até a ocorrência do evento ou do tempo entre eventos (Tabela de Vida). Mais recentemente, as áreas de Sociologia, Bioestatística e Engenharia passaram a se preocupar com os modelos de regressão. b. Eventos repetidos versus eventos não-repetidos: um dos eventos de maior interesse dos biólogos são as mortes, logo este grupo enfatiza os métodos de eventos não-repetidos. Cientistas sociais, por sua vez, têm interesses em eventos que podem ser repetidos, tais como mudanças de emprego e casamentos. c. Métodos paramétricos versus não-paramétricos: bioestatísticos têm preferência por métodos não-paramétricos. Por outro lado, engenheiros e cientistas sociais empregam os modelos paramétricos, ou seja, modelos em que a distribuição do tempo é regida por distribuição específica, por exemplo, Exponencial, Weibull e Gompertz. A maior ponte entre os métodos paramétricos e não-paramétricos é o modelo de risco proporcional de Cox, que pode ser descrito como semiparamétrico ou parcialmente paramétrico. É paramétrico na medida que especifica um modelo de regressão com uma forma funcional específica, e é nãoparamétrico na medida que não específica a forma de distribuição dos tempos dos eventos. 34 d. Tempo como variável contínua versus tempo como variável discreta: na prática, o tempo é sempre medido em unidades discretas. Porém, se o intervalo for muito pequeno, é aceitável que o tempo seja tratado como se fosse medido em uma escala contínua. Para grandes intervalos de tempo, como anos ou décadas, é recomendado o emprego dos métodos para tempo-discreto, podendo-se empregar o modelo logit. Moore (1994), ao realizar uma pesquisa na área educacional utilizando a análise de sobrevivência, relaciona as principais críticas atribuídas aos estudos de sobrevivência anteriores nessa área: a. falta de consenso para a classificação dos tipos de status assumidos pelos estudantes ao se desligarem dos programas; b. diferentes medidas para a mesma característica: algumas variáveis são validadas em um modelo e não validadas em outros devido a forma como foram medidas; c. Pantages e Creedon apud Moore (1994) mencionam que em muitos estudos não existem grupos de controle. Assim, foca-se somente em um único grupo, não sendo determinado o grau com que estudantes de outras classificações têm aquelas mesmas características; d. não realização da validação: os métodos stepwise são muito usados para a determinação dos modelos de previsão de desligamentos. Esses métodos são referidos como uma abordagem efetiva para a previsão e por serem muito dependentes dos dados usados para determinar o modelo, reduzem a utilidade do modelo para previsão futura. Somente a aplicação do modelo de previsão sobre um diferente conjunto de dados pode determinar seu verdadeiro poder de previsão; e. método cross-sectional: até inícios dos anos 80 usava-se esta abordagem para a coleta de dados, sendo reconhecido posteriormente que o método longitudinal para coleta de dados era mais adequado aos estudos de sobrevivência; 35 2.5.1 Função Sobrevivência e Função Risco Para Morita et al. (1989) e Doucet (1992), a distribuição dos tempos de sobrevivência pode ser descrita por duas funções básicas: a Função ou Taxa de Risco, denotada por h(t), e a Função Sobrevivência, denotada por S(t). McCullagh e Nelder (1989) sugerem que se admitindo o tempo de sobrevivência T, para indivíduos de uma população que tem a função densidade f(t), a correspondente função distribuição t F (t ) = ∫ f ( s) d s −∞ é a fração da população que se desliga no tempo t. A função complementar 1 F(t) é então chamada de função sobrevivência e representa a fração da população que ainda permanece ‘viva’ no tempo t. Na definição de Doucet (1992), a função sobrevivência para tempo-discreto representa a probabilidade de um indivíduo sobreviver um tempo maior que o tempo t ou S(t) = P(T > t), onde T é o tempo de sobrevivência. S(t) é conhecida como taxa de sobrevivência acumulada por refletir a probabilidade acumulada dos indivíduos da amostra em estudo ao longo do tempo. Morita et al. (1989) afirmam que o valor da função sobrevivência para tempodiscreto no tempo t, em situações onde há casos censorados, pode ser estimado pela função empírica ( N j − 1 − M j − 1 − C j −1 ) − M j N − M 1 ( N 1 − M 1 − C1 ) − M 2 ..... S (t ) = 1 * N 1 − M 1 − C1 N j −1 − M j −1 − C j − 1 N1 onde N1...j-1 é o número de indivíduos que compõem a população no tempo t; M1...j-1 é o número de indivíduos que se desligam no tempo t; 36 C1...j-1 é o número de casos censorados no intervalo entre (t-1) e (t). Com base no estimador da função sobrevivência, Morita et al. (1989) definem o estimador para a função risco para o tempo t, caso tempo-discreto, como h(t) = 1 - {S(t) / (S(t - 1)} Para McCullagh e Nelder (1989), a função risco h(t) mede o risco instantâneo, sendo que a h(t)δt é a probabilidade de ‘morte’ do indivíduo no próximo intervalo δt, dado que ele permaneceu ‘vivo’ até o tempo t. Da relação: P (sobrevivência em t+δt) = P (sobrevivência em t) * P (sobrevivência em δt dado sobrevivência em t) tem-se então que 1 - F(t + δt) = {1 - F(t)} * {1 - h(t)δt}, onde δt F’(t) = {1 - F(t)} * h(t)δt , assim a função risco é dada por h(t) = f(t) / {1 - F(t)} . Segundo Doucet (1992), a taxa de risco para tempo-discreto representa a probabilidade condicional de que um evento irá ocorrer durante um intervalo de tempo particular (t, t+1). A probabilidade é condicionada aos membros da amostra que sobreviveram até o tempo t e que deste modo estão sob o risco da ocorrência do evento. Assim, h(t) = P(t < T < t + 1 / T > t), onde T é o tempo de sobrevivência. Allison, P. (1984) declara que embora a taxa de risco seja uma variável nãoobservada, ela incorpora a ocorrência e o momento do evento e é por isso a variável dependente fundamental nos modelos de análise de sobrevivência. 37 No caso tempo-discreto, h(t) é a probabilidade de um evento ocorrer em um tempo específico para um indivíduo específico, dado que o indivíduo está em risco naquele tempo. Entretanto, a definição da função risco para tempodiscreto não funciona para tempo-contínuo (ALLISON, P. , 1984). Assim, o autor define a função risco para tempo-contínuo como sendo h(t)=lims→0 P(t,t + s) / s Embora seja útil pensar h(t) como a probabilidade instantânea da ocorrência do evento, a função h(t) não é uma probabilidade, uma vez que pode assumir valores maiores que 1. Uma interpretação mais precisa significa dizer que o h(t) é a taxa não-observada com que os eventos ocorrem. Para s = 1, a função risco para tempo-contínuo é semelhante a função risco para tempo-discreto. (ALLISON, P., 1984) A taxa de risco pode variar entre os intervalos de tempo, porém será igual para todos os indivíduos que pertencem a um grupo em risco durante um intervalo de tempo particular. (DOUCET, 1992) Ainda segundo Doucet (1992), a aplicação de métodos estatísticos padrão para o tratamento de dados de sobrevivência gera perda de informação e viés. Os prováveis resultados de tal viés são a superestimação ou subestimação das funções sobrevivência e risco. 2.5.2 Técnicas Estatísticas Usadas em Estudos de Sobrevivência Moore (1994) apresenta uma breve discussão sobre algumas técnicas estatísticas multivariadas já empregadas nos estudos de sobrevivência: regressão linear múltipla, função discriminante, análise de caminho, logit, logística e modelo de Markov. Ott e Markewich apud Moore (1994) questionam o uso da regressão múltipla em estudos de sobrevivência. Segundo os autores, o emprego desse método para prever uma variável dicotômica resulta em perda de poder, o que torna o uso do teste F injustificado. Além disso, os valores previstos não podem ser 38 considerados probabilidades, pois não estão restritos ao intervalo de 0 a 1. (SPSS, 1994) Entre outras limitações do método de regressão linear, Morita et al. (1989) e Dulce (1992) afirmam que esse tipo de método requer que os dados analisados não sejam censorados, o que provoca perda de informações relevantes. Teresense apud Maori (1994) afirma que a função discriminante é mais útil nos estudos de sobrevivência do que a regressão linear múltipla, pois é capaz de lidar com casos que envolvam variáveis dependentes com mais de dois níveis ou categorias. Como desvantagem, Ott e Markewich apud Moore (1994) declaram que os dados de sobrevivência são raramente apropriados para a análise da função discriminante, uma vez que esses tipos de dados falham ao satisfazer as suposições de normalidade multivariada das variáveis independentes e de igualdade das matrizes de variância-covariância para cada nível da variável dependente, produzindo assim previsões imprecisas para grandes e pequenas probabilidades. A análise de caminho, segundo Moore (1994) é um procedimento estatístico usado nos estudos de sobrevivência devido a sua habilidade de testar não somente quais as variáveis são importantes na previsão dos desligamentos, mas também hipóteses sobre a relação causal entre as variáveis. Entretanto, sem o controle da multicolinearidade entre as variáveis independentes, a interpretação dos coeficientes torna-se difícil, se não impossível, podendo levar a conclusões errôneas sobre as relações causais entre as variáveis independentes. Para Moore (1994), a análise logit é um método que determina quais as variáveis independentes devem ser incluídas no modelo para se prever adequadamente a variável dependente categórica. Como fator limitador para uso da análise logit, as variáveis dependente e independentes devem ser obrigatoriamente categóricas. Ott e Markewich apud Moore (1994) afirmam que a regressão logística é o método mais apropriado de análise quando as 39 variáveis independentes são contínuas. O modelo de regressão logística requer muito menos suposições que a análise da função discriminante, e até mesmo quando essas suposições são satisfeitas, a regressão logística ainda assim tem bom desempenho. (SPSS, 1994) O modelo de Markov, citado por Moore (1994), é um método em que os padrões de determinado evento são vistos como processos estocásticos, onde cada indivíduo situa-se em uma das muitas categorias mutuamente exclusivas. Embora conceitualmente simples, o uso desse modelo quando considerando grupos de indivíduos pode se tornar um pouco complexo. Para Allison, P. (1984), os modelos semi-Markov são uma classe de modelos que permite eventos de tipos múltiplos e repetidos. Essa classe de modelos inclui o modelo de risco proporcional para tempo-contínuo. 2.5.3 Modelo de Risco Proporcional de Cox O modelo de Cox é formado por dois componentes, sendo o segundo escrito na forma exponencial, pois deve ter valor positivo (McCULLAGH, NELDER, 1989). O modelo proposto por Cox pode ser escrito de diversas maneiras. Quando a variável dependente é uma função sobrevivência acumulada, provavelmente o modo mais intuitivo de caracterização do tempo de sobrevivência, o modelo é representado por BX S(t) =[ S0(t)]e onde S0(t) é a função sobrevivência média, B é o coeficiente estimado e X a variável explicativa. (SPSS, 1994) Entretanto, há outras funções que podem ser usadas, como a função risco. Tal função não é uma probabilidade, mas uma taxa de risco ou ‘morte’ por unidade de tempo, de modo que seu valor não precisa ser inferior a 1. Tendo esta função como variável dependente, o modelo de Cox é definido como h(t) = h0(t) * eBX 40 Sendo que o modelo de Cox para a função risco resulta em uma equação mais simples do que aquela para a função sobrevivência, o modelo é geralmente expresso em forma de risco e é chamado de modelo de risco proporcional de Cox. (SPSS, 1994) Allison, P. (1984) aponta o modelo de Cox como um modelo semiparamétrico para a análise de dados de um histórico de eventos. Esse modelo dispensa a necessidade de se determinar como o risco depende do tempo e faz concessão ao uso de variáveis explicativas que têm seus valores alterados ao longo do tempo. Uma das suposições para o uso do modelo de Cox é a independência das observações. (SPSS, 1997). A outra suposição refere-se à questão da proporcionalidade das taxas de risco ao longo do tempo, ou seja, a razão entre as taxas de risco de dois indivíduos deve ser constante (proporcional) ao longo do tempo. Entretanto, essa proporcionalidade deixa de existir no momento em que se introduzem as variáveis explicativas time-dependent. Ainda segundo o autor, caso haja evidências contra a suposição de proporcionalidade, existe um método chamado ‘estratificação’ que faz concessão à não-proporcionalidade dos riscos para o modelo. A contribuição mais importante de Cox foi propor um método de estimação de parâmetros chamado verossimilhança parcial (partial likelihood), que possui muitas similaridades com método de máxima verossimilhança (ordinary maximum likelihood estimation) (ALLISON, P., 1984). Entretanto, para Doucet (1992) o uso do método de verossimilhança parcial tem a desvantagem da perda de eficiência, pois a informação para a estimação dos parâmetros é baseada no rank de eventos observados, em oposição ao momento de ocorrência do evento. Isto pode ser um problema quando o número de observações da amostra é pequeno ou quando grande parte da amostra é censorada. 41 Li (1995) aponta que as vantagens básicas do uso do modelo de riscos proporcionais em lugar da regressão logística são que o primeiro usa dados de tempo-contínuo e lida com o problema de casos censorados adequadamente. Segundo o autor, a regressão logística somente consegue tratar um evento, tal qual o desligamento de clientes, como variável categórica se houver a definição de um período de tempo qualquer para análise, tal como um ano ou um trimestre. Assim, por exemplo, um cliente que se desliga no primeiro mês da prestação do serviço é classificado de maneira similar àquele que permaneceu por um número maior de meses até se desligar. Além disso, o modelo de risco proporcional oferece aos analistas de marketing uma série de parâmetros que a regressão logística não determina, tais como a probabilidade de sobrevivência, a probabilidade condicional de cancelamento e a expectativa de vida. (LI, 1995) Para Doucet (1992), deve-se atentar para os seguintes fatos quando se usa o modelo de risco de desligamento: a. a violação da suposição de proporcionalidade dos riscos ao longo do tempo; b. o elevado número de casos censorados na amostra; 2.5.4 Aplicações do Modelo de Risco Proporcional Li (1995) utiliza os métodos de sobrevivência para construir um modelo cujo objetivo é identificar o risco de desligamento ao longo do tempo dos clientes de uma empresa americana de telefonia. Mais precisamente, Li (1995) determina os riscos individuais de ocorrência de um evento específico para a variável dependente binária: desligamento do cliente por troca de prestador de serviço (valor = 1) - sendo este o evento de interesse - e o cancelamento ou permanência do cliente dentro da janela de tempo em estudo (valor = 2). Para a determinação dos resultados, Li (1995) emprega as Tabelas de Vida, obtendo as funções sobrevivência e risco (Gráficos 03 e 04, respectivamente), 42 e, posteriormente, o modelo de risco proporcional. As variáveis explicativas usadas no estudo são algumas características dos clientes, tais como número de carros, etnia, tipo de moradia, tamanho da moradia, renda familiar, estado civil, uso de serviços opcionais, participação em programas de desconto etc. A unidade de medida do tempo é o mês. Gráfico 03 - Função Sobrevivência Gráfico 04 - Função Risco Fonte: LI, Shaomin. Survival Analysis. Marketing Research. v.7, n.4, p. 20, Fall/Winter 1995. 43 Para a situação estudada, Li (1995) considera o modelo de risco de desligamento como o modelo mais adequado, por ser visto como um ‘casamento’ entre a Tabela de Vida e a regressão linear. O fundamento básico para o uso de tal modelo reside em: a. toda população, tal como uma base de clientes, tem um padrão de sobrevivência médio compartilhado por todos os indivíduos; b. cada probabilidade individual de sobrevivência pode variar da média em função do conjunto de características particulares dos clientes. Na forma matemática, o modelo é representado pela seguinte equação (LI, 1995): h(i , t ) = h(media , t ) * exp(b1 x1,i + b2 x2 ,i + ... + bn xn ,i ), onde h(i, t) é o risco do indivíduo i no tempo t; h(media, t) é o risco médio no tempo t; exp é exponencial; x1, i ... xn, i representa as variáveis explicativas do indivíduo i; b i ... bn são os coeficientes estimados pelo modelo. Li (1995) valida seu modelo ao aplicá-lo sobre uma base de dados especialmente mantida para este fim. Inicialmente são geradas as taxas de risco individuais e, em seguida, os dados são ordenados de maneira decrescente em termos de taxas de risco estimadas. A amostra é então dividida em dez subgrupos ou decis, sendo observado quantos indivíduos em cada subgrupo realmente se desligaram. Idealmente, os subgrupos em posição mais alta devem ter as maiores taxas de desligamento, enquanto os subgrupos em posição mais baixa devem ter as menores taxas de desligamento. Em outro estudo, Doucet (1992) desenvolve um modelo que tem como objetivo estimar a vida útil das bases de clientes de empresas de contabilidade quando 44 estes ativos são obtidos por compra ou fusão de empresas. O autor utiliza os métodos de sobrevivência, mais especificamente o modelo de Cox, para relacionar as três variáveis explicativas predefinidas com a probabilidade de dissolução do relacionamento entre uma firma e os clientes adquiridos para um determinado intervalo de tempo. Doucet (1992) define como variáveis explicativas: a manutenção do pessoal chave da empresa adquirida, a especialização da empresa adquirente e o tipo de cliente adquirido (indivíduo ou empresa). Essas variáveis tentam medir características das firmas adquirentes, dos clientes e do mercado que potencialmente influenciam a probabilidade de desligamento. Nesse trabalho, a unidade de medida do tempo foi o ano. Inicialmente, Doucet (1992) realiza uma análise dos dados por meio das Tabelas de Vida. Os fatores que afetam a probabilidade de desligamento são então examinados descritivamente e empiricamente. No primeiro caso, Tabelas de Vida são geradas para as categorias específicas de uma determinada variável explicativa e, posteriormente, confrontam-se os resultados. Segundo o autor, para evidenciar a igualdade ou desigualdade das funções sobrevivência entre os dois níveis ou categorias da variável explicativa pode-se utilizar os testes de log rank, Wilcoxon ou likelihood ratio. No caso do exame empírico, testes estatísticos são realizados para determinar quais variáveis explicativas do modelo são significativas e para avaliar a adequação do modelo. Doucet (1992) apresenta o modelo de Cox como: h (t ) = h (t )*exp(β X + β X +...+ β X ) 0 1 1i 2 2i i n ni onde hi(t) é a função risco para a observação i; 45 ho (t) é a função risco médio, que é a função risco quando todas as variáveis explicativas são ignoradas. Para o modelo de Cox não é necessário especificar esta função; exp é exponencial; β1.... n são os coeficientes calculados para as variáveis explicativas; X1i.... ni são os valores das variáveis explicativas. 46 3 METODOLOGIA Este capítulo trata dos métodos e procedimentos empregados na pesquisa. 3.1 Tipo de Pesquisa Para a classificação da pesquisa, utiliza-se o par de critérios básicos proposto por Vergara (1997): a. quanto aos fins, a pesquisa é explicativa e aplicada: explicativa, por visar à determinação da influência das variáveis demográficas, dos dados do histórico de eventos e de transação dos clientes sobre o risco de desligamento; e aplicada, por ter finalidade prática, podendo seus resultados serem empregados para cálculo do LTV, desenvolvimento de programas de marketing e segmentação da base de clientes e consumidores; b. quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica e documental: bibliográfica, por recorrer a livros, dissertações, papers e periódicos de acesso ao público em geral para a elaboração do referencial teórico sobre o tema; documental, por empregar a base de dados de uma empresa editora de periódicos. 3.2 Universo e Amostra O universo da pesquisa é composto pelos clientes registrados no banco de dados da empresa editora de periódicos que tenham feito a primeira assinatura ou alguma renovação entre 1994 e 2001. Esses consumidores, pessoas físicas e jurídicas, adquiriram as assinaturas por meio de telemarketing receptivo, ativo, agentes e terceiros. No total existem aproximadamente 964.000 registros, sendo que as informações sobre os assinantes foram obtidas através de pesquisas, formulários para contratação da assinatura e de campanhas. A amostra selecionada contempla somente pessoas físicas e o tipo de amostragem realizada foi a aleatória simples. A amostra, após avaliação e descartes, conta com 6.034 assinantes pessoa física, sendo a primeira sub- 47 amostra de 604 assinantes usada para o desenvolvimento do modelo e a outra para a verificação da capacidade de identificação (5.430 assinantes). Os tamanhos da amostra de desenvolvimento (10%) e de verificação (90%) foram definidos em função da necessidade de se manter uma quantidade maior de dados para verificação e da baixa variação das estimativas dos parâmetros ao se empregar uma amostra de desenvolvimento de tamanho maior. 3.3 Coleta de Dados A coleta de dados foi realizada da seguinte maneira: a. pesquisa bibliográfica em livros, dissertações, papers e periódicos, para o conhecimento do estado da arte sobre comportamento do consumidor, programas de lealdade, database marketing, modelagem em marketing e métodos estatísticos para tratamento dos dados do histórico de eventos; b. pesquisa documental em base de dados fornecida pela empresa editora de periódicos observando-se três grupos de variáveis: dados do histórico de eventos, das transações e as variáveis demográficas. A unidade de medida do tempo empregada é o mês (variável contínua), assim como a unidade de análise será o assinante pessoa física individual. 3.4 Tratamento de Dados Normalmente, os estudos de retenção são conduzidos pelo exame das taxas periódicas de desligamento, por exemplo, número de desligamentos em um determinado mês sobre número de clientes ativos no mesmo período. Entretanto, para algumas situações, o desligamento não é unicamente um fenômeno periódico, mas também um fenômeno de duração. Nestes casos, é importante determinar por quanto tempo um cliente permanecerá usuário do serviço. Porém, limitações inerentes aos dados dificultam este tipo de análise. O emprego dos métodos de sobrevivência, especificamente o modelo de Cox, é adequado para este tipo de problema, pois trabalha decompondo tempos de duração para produzir informações muito mais valiosas. (LI, 1995) 48 Para assegurar que o modelo seja preciso em sua representação, os resultados obtidos devem ser testados continuamente contra fatos já conhecidos. Na prática, isso significa que o modelo deve ser continuamente melhorado até que os resultados sejam aceitáveis. Assim, a Figura 03 representa um ciclo de modelagem proposto por Oakshott (1997). Figura 03 - Ciclo de Modelagem Definição do sistema e dos objetivos do estudo Coleta de dados e análise Construção do modelo Verificação Validação Fonte: OAKSHOTT, Les. Business Modelling and Simulation. London: Pitman Publishing, 1997, p 11. Este ciclo é composto pelas seguintes etapas: a. definição do sistema e dos objetivos: define-se na primeira etapa da modelagem o sistema, os objetivos do estudo; em termos de problema a ser tratado e o propósito para qual os resultados serão usados; e as suposições que serão consideradas, visto que isto influenciará os dados a serem coletados e determinará a complexidade do modelo; b. coleta de dados e análise: nesta etapa decide-se sobre quais dados devem ser coletados e como a coleta será organizada, em termos da quantidade de dados para se alcançar um modelo preciso e de quando e como os dados devem ser coletados. O processo de coleta de dados, às 49 vezes, faz com que seja necessário reconsiderar suposições feitas inicialmente e isso, por sua vez, pode mudar os dados requeridos para o modelo. Após uma bem sucedida coleta de dados, é necessário analisálos. Esta análise pode revelar problemas, podendo significar que outros dados tenham que ser coletados; c. construção do modelo: dependerá do tipo e da complexidade do modelo a ser elaborado. Em muitos casos, o uso que será dado ao modelo é um importante fator na decisão de como ele deverá ser construído; d. verificação e validação: estes processos não são similares, pois a verificação procura checar se o modelo executa o que realmente se espera e a validação checa se o modelo produz resultados compatíveis com o que é observado no sistema real. A tarefa da validação é uma parte essencial da construção de um modelo. Caso o modelo seja incapaz de ser validado, seus resultados não terão confiabilidade. 3.4.1 Etapa A – Problema e Objetivos As informações referentes à etapa ‘a’ do ciclo de modelagem sugerido por Oakshott (1997) foram mencionadas no Capítulo 1 deste trabalho. 3.4.2 Etapa B – Coleta e Análise dos Dados Parte da etapa ‘b’ foi abordada nos itens 3.2 e 3.3 deste capítulo. Em relação à parte da análise dos dados coletados, inicialmente a amostra contava com 12.228 registros. Em uma primeira etapa, foram excluídos os assinantes com as características abaixo: a. Idade inferior a 18 anos e superior a 90 anos; b. Percentagem do valor pago maior do que 100%; c. Estado civil "Não fornecido"; 50 d. Fontes de venda "Sem fonte" e "Outras"; e. Forma de pagamento “Não informada”; e f. Duração da assinatura igual a 0 (zero) mês. Restaram 11.061 assinantes, sendo 6.536 ativos e 4.525 inativos, com durações variando de 0,0333 a 84,3 meses. Assim, a base final para estudo contém as seguintes variáveis (Vide Tabela 02): Tabela 02 – Descrição e Níveis das Variáveis Descrição Status do Cliente Data de Início Data de Término Segmento Níveis Ativo e Inativo De 07/10/1994 a 29/09/2001 De 04/08/1996 a 31/12/2001 Loyal, Premium Loyal, Premium Prospect, Medium e Churn Segmento Anterior Loyal, Premium Loyal, Premium Prospect, Medium e Churn, Nunca inativou e Inativação anterior a 3 anos Sexo do Contratante Feminino e Masculino Grau de Instrução 1º Grau Completo, 1º Grau Incompleto, 2º Grau Completo, 2º Grau Incompleto, Superior Completo, Superior Incompleto, Pós-graduação Completo, Pós-graduação Incompleto e Não Fornecido Profissão Estudante, Profissional Liberal, Autônomo, Dona de Casa, Assalariado, Empresário, Aposentado e Não Fornecida Estado Civil Solteiro, Casado, Separado, Viúvo e Não fornecido Idade do Contratante De 18 a 90 anos Faixa de Renda Em R$: Até 500, Entre 501 e 1.000, Entre 1001 e 2.000, Entre 2.001 e 3.500, Entre 3.501 e 5.000, Entre 5.001 e 8.000, Acima de 8.000 e Não Fornecida Tipo de Assinatura Débito Automático, Trimestral, Semestral e Anual Fonte de Venda Antigos, Agente, Terceiros, TMK ativo, TMK receptivo, Sem fonte e Outros Percentual do valor total pago De 0 a 100% da última assinatura Forma de pagamento Boleto bancário, Débito mensal em cartão de crédito, Débito mensal em cartão de crédito, apenas para a 1ª vigência, Funcionários, Permuta, Não informada 51 Ainda nessa etapa, avaliou-se o número e os tipos de casos censorados nas amostras. Para Allison, P. (1984), as conseqüências dos casos censorados à esquerda dependem do modelo a ser estimado. Se o modelo especifica uma taxa de risco que não varia com o tempo, então não há problema em considerá-lo. Porém para situações em que a taxa de risco varia com o tempo, a abordagem mais segura é descartar o intervalo inicial censorado. Perde-se informação, mas não se gera viés. Independente da variação da taxa de risco em função do tempo, neste trabalho somente os casos censorados à direita foram considerados, sendo os casos censorados à esquerda descartados. Na amostra de 11.061 registros foram encontrados 6.536 ativos (censorados à direita) e 4.525 inativos. No banco de dados da empresa editora de periódicos a proporção inativos:ativos é 3:1. De posse dessa informação, foi criado um arquivo de dados contendo 4.525 assinantes inativos e 1.509 ativos (total de 6.034 assinantes), sendo que os assinantes ativos foram selecionados aleatoriamente usando-se o SPSS. O Quadro 01 abaixo mostra as freqüências de ativos e inativos na amostra. Quadro 01 - Distribuição dos casos completos (Inativos) e casos censorados (Ativos). Freqüência % Inativo 4525 74,99 Ativo 1509 25,01 Total 6034 100,00 3.4.3 Etapa C – Construção do Modelo de Regressão Durante a etapa ‘c’, com base nos tipos de dados disponíveis e na forma como estes foram coletados, buscou-se confirmar a possibilidade de utilização do modelo de Cox. Allison, P. (1984) define uma seqüência de etapas para a escolha do modelo de sobrevivência mais adequado ao tratamento dos dados de histórico de eventos. (Vide Figura 04) 52 Figura 04 - Representação Gráfica do Processo de Seleção de Modelos de Sobrevivência Análise do Histórico de Eventos O tempo é medido em escala contínua ou discreta? Tempo-discreto Tempo-contínuo Modelologit A função h(t) é monotônica ou não? h(t) é monotônica h(t) é não-monotônica Existem variáveis time-dependent ? Não Exponencial, Weibull Gompertz, Prop. Hazard Sim Time Dependent Prop. Hazard Model Proportional Hazard Models O primeiro passo foi verificar se os dados foram coletados em escala contínua ou discreta. Para situações tempo-discreto, Allison, P. (1984) sugere o uso do modelo logit e do método maximum likelihood para estimação dos parâmetros do modelo. Se todas as variáveis explicativas forem categóricas, a estimação do modelo logit pode ser feita por método log-linear. 53 No caso de tempo-contínuo, deve-se plotar a função risco de ocorrência do evento (h(t)). A forma da função poderá definir a utilização de um modelo paramétrico ou semiparamétrico. No desenvolvimento desta pesquisa, este trabalho será feito por meio do software SPSS, que determinará as funções sobrevivência e risco para a amostra pesquisada. Essas funções são os resultados da Tabela de Vida (comando SURVIVAL do SPSS). Se a função risco (h(t)) for monotônica, isto é, a função risco somente aumenta ou somente diminui ao longo do tempo, então se poderá definir o modelo paramétrico a ser usado (Exponencial, Weibull e Gompertz) ou semiparamétrico (modelo de risco proporcional). A única diferença entre os três modelos paramétricos é a forma como o tempo entra na equação. Os modelos Weibull e Gompertz não permitem o formato U ou U invertido para a função risco (h(t)). Segundo Allison, P. (1984), não há modelo paramétrico conveniente para representar uma função risco com formato U. Outra restrição desses modelos paramétricos é a não concessão ao uso de variáveis explicativas que têm seus valores alterados ao longo do tempo. Quando a função risco é não-monotônica, isto é, a função risco pode aumentar e diminuir ou vice-versa ao longo do tempo (formato U ou U invertido), Allison, P. (1984) sugere que é freqüentemente melhor empregar o semiparamétrico modelo de risco de proporcionalidade. Após a realização das verificações propostas por Allison P. (1984), observouse os seguintes pontos para os dados de uma editora de periódicos: a. o tempo de sobrevivência, diferença entre a data de término e a data de início de vigência da assinatura, foi empregado em escala contínua. b. a plotagem da função risco h(t) dos dados mostra que a curva é ascendente e monotônica (Vide Gráfico 05). c. as variáveis disponíveis não são time-dependent, ou seja, não variam seus valores ao longo do tempo 54 Gráfico 05 – Função de risco h(t) 1,0 0,9 0,8 Taxa de risco 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Duração (meses) Assim, uma vez pré-selecionado o modelo semiparamétrico de Cox, partiu-se para a obtenção de um modelo relacionando a duração da assinatura (variável dependente) e as características dos assinantes (variáveis explicativas) levando em consideração a presença de casos censorados à direita (status Ativo). 3.4.4 Etapa D – Verificação e Validação Uma vez definido o tipo de modelo de regressão, segue o momento de se determinar quais as variáveis farão parte desse modelo. Deve-se lembrar que nenhum dos algoritmos para seleção de variáveis explicativas produz o melhor modelo em qualquer sentido estatístico. Diferentes algoritmos podem gerar diferentes modelos (SPSS, 1994). Para Moore (1994), embora os modelos fiquem bem ajustados ao se usar qualquer processo de seleção stepwise, o modelo escolhido pode estar muito especificado para o conjunto de dados usado na sua formulação. Sendo assim, o autor recomenda para estas situações que se teste o ajuste do modelo aos dados ou a ausência de ajuste do mesmo. 55 A modelagem realizada a partir da base de dados da editora de periódicos utilizou 604 registros. Para a seleção das variáveis explicativas do modelo, foi adotado o método passo adiante (stepwise forward). As probabilidades de inclusão e exclusão de uma variável foram definidas como 0,05 e 0,10, respectivamente, conforme default do SPSS. Após a modelagem e definição das variáveis verificou-se se as suposições feitas para este modelo não serão violadas. Para confirmar a suposição de proporcionalidade dos riscos ao longo do tempo, testa-se a interação do tempo com as variáveis explicativas categóricas. Para isso será utilizado um método gráfico disponível no SPSS. Nesse método, uma função de tempo (log-log survival function) é plotada por sub-amostras correspondentes aos diferentes níveis da variável independente categórica. Para uma variável com dois níveis, por exemplo, as duas curvas devem ser mais ou menos paralelas para que a suposição do risco proporcional seja satisfeita. Apesar dos softwares estatísticos ajustarem o modelo, isso não significa que ele esteja correto. Segundo Chatfield, Naert e Leeflang apud Coates (1991), se o propósito do modelo é descrever um conjunto de dados, então a validação estatística é provavelmente suficiente. Por outro lado, se o propósito do modelo é ser normativo (prescriptive) ou descritivo (predictive), a validação para uso deve ser realizada. Este estudo não contempla a validação do modelo, mas apenas a verificação da capacidade de identificação do mesmo. Assim, após verificar o ajuste do modelo aos dados, o mesmo foi aplicado sobre a segunda amostra de 5.430 registros para verificar a capacidade de identificação de desligamento. Inicialmente foram geradas as taxas de risco individuais e, em seguida, os dados foram ordenados de maneira decrescente em termos de taxas de risco estimadas. A amostra para verificação foi então dividida em dez subgrupos ou decis, sendo observado quantos indivíduos em cada subgrupo realmente se desligaram. Idealmente, os subgrupos em posição mais alta deveriam ter as 56 maiores taxas de desligamento, enquanto os subgrupos em posição mais baixa deveriam ter as menores taxas de desligamento. 3.5 Limitações do Método O método empregado na pesquisa apresenta limitações quanto à coleta e ao tratamento dos dados. Quanto à coleta de dados, uma grande limitação reside no conjunto predefinido de variáveis que compõe a base de dados. Portanto, algumas variáveis importantes dos clientes podem não estar sendo consideradas. Outra restrição é o pequeno número de trabalhos publicados sobre a utilização dos métodos de sobrevivência em marketing. Quanto ao tratamento dos dados, as limitações podem vir a ocorrer devido: a. a suposição básica que dá suporte aos cálculos da Tabela de Vida é de que a probabilidade do evento de interesse deve depender unicamente do tempo após o evento inicial, ou seja, a ocorrência da sobrevivência não muda durante o curso do estudo. Assume-se que um cliente que passa a ser usuário do serviço hoje se comportará da mesma maneira que um cliente que já é usuário há alguns anos. Por esta suposição, não faz sentido combinar observações de situações distintas em uma única tabela de vida; b. assume-se também para a Tabela de Vida que as observações censoradas não diferem daquelas que são não-censoradas (perda por não-acompanhamento). Caso assuma-se que as observações nãocensoradas estejam tendo um tempo de sobrevivência maior do que o das observações censoradas, a tabela de vida estimada para o grupo estará subestimada. Caso ocorra o contrário, a tabela de vida estimada para o grupo estará superestimada; c. para o modelo de Cox assume-se que as observações devem ser independentes e que a razão entre os riscos de um evento de dois casos 57 ao longo do tempo é constante. Porém, há procedimentos para tornar sua aplicação viável quando a razão não é constante, por exemplo, no caso da presença de variáveis explicativas time-dependent; d. a possibilidade da amostra conter um número elevado de casos de casos censorados; e. deve-se observar que o modelo desenvolvido na dissertação é único para a empresa participante, não podendo ser generalizado para outras empresas do setor. 58 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS Neste capítulo serão apresentadas as análises relacionadas ao desenvolvimento e aplicação do modelo proposto. 4.1 Análises Relacionadas ao Modelo Determinado Inicialmente foram obtidas as estatísticas descritivas da amostra estudada (Anexo C). Em seguida foi aplicado o modelo de análise de sobrevivência objetivando o estudo do tempo na duração das assinaturas. As estimativas da média e mediana do tempo de duração das assinaturas são apresentadas no Quadro 02. Os dados mostram que 50% dos assinantes da amostra se desligaram até o 28° mês de vigência da assinatura. Quadro 02 - Média e mediana do tempo de duração das assinaturas. Média (meses) 37,0 Intervalo de 95% de confiança Limite Limite inferior superior 36,2 37,8 Mediana (meses) 27,2 Intervalo de 95% de confiança Limite Limite inferior superior 25,4 29,0 O Gráfico 06 apresenta a Função Sobrevivência S(t) ou Tabela de Vida obtida pelo estimador de Kaplan-Meier e o Gráfico 07 mostra que a Função Risco h(t) é crescente ao longo do tempo e seus valores crescem de maneira mais rápida a partir do 70° mês de assinatura. Ainda no Gráfico 06, observa-se um aumento acentuado no risco de desligamento em torno do 10° mês e a partir do 70° mês de assinatura. 59 Gráfico 06 –Gráfico da Função Sobrevivência (Tabela de Vida). 1,0 Proporção de assinantes ativos ,9 ,8 ,7 ,6 ,5 ,4 ,3 ,2 ,1 0,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Duração (meses) Gráfico 07 – Gráfico da Função Risco. 1,0 0,9 0,8 Taxa de risco 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 0 10 20 30 40 50 Duração (meses) 60 70 80 90 90 60 Também foi avaliada a associação entre as variáveis contínuas “Idade” e “Percentual do Valor Pago da Última Vigência” e o tempo de duração das assinaturas. Conforme apresentados nos Gráficos 08 e 09, observou-se que não há associação nítida destas variáveis com a duração da assinatura. Gráfico 09 - Percentual X Duração. 90 90 80 80 70 70 60 60 Duração (meses) Duração (meses) Gráfico 08 – Idade x Duração 50 40 30 20 Status 10 Inativo Ativo 0 20 30 40 50 60 Idade 70 80 90 50 40 30 20 Status 10 Inativo 0 Ativo 0 20 40 60 80 100 Percentagem do valor pago Tratando especificamente da modelagem para seleção das variáveis do modelo, foi adotado o modelo de riscos proporcionais de Cox com método passo adiante (stepwise forward). As probabilidades de inclusão e exclusão de uma variável foram escolhidas como 0,05 e 0,10, respectivamente, conforme default do SPSS. Conforme destacado no Anexo B – Dicionário de Variáveis, as variáveis explicativas utilizadas na modelagem são as seguintes: segmento, segmento anterior, sexo, grau de instrução, profissão, estado civil, idade, faixa de renda, tipo de assinatura, percentagem do valor total pago, forma de pagamento e fonte de venda. Primeiramente, buscou-se ajustar o modelo com apenas uma variável de cada vez, ou seja, um modelo com uma única variável. Problemas de convergência 61 (coeficiente tendendo ao infinito) foram observados para as variáveis “Segmento” e “Segmento Anterior”. Posteriormente, buscou-se ajustar o modelo com todas as doze variáveis disponíveis. Novamente percebeu-se problemas de convergência (coeficiente tendendo ao infinito) para as variáveis “Segmento” e “Segmento Anterior”. Assim, decidiu-se excluir estas duas variáveis de todas as novas tentativas. Em seguida, passou-se à aplicação do método passo adiante (stepwise foward) às dez variáveis restantes. Novamente não houve convergência (coeficiente tendendo ao infinito), desta vez provocada pela variável “Forma de pagamento”, levando a excluí-la do modelo. Foi observado que “Segmento”, “Segmento Anterior” e “Forma de Pagamento” apresentam freqüências nulas quando associadas ao status do assinante (Anexo C - Quadros 18, 19 e 24, respectivamente), sendo essa uma das possíveis causas dos coeficientes tenderem ao infinito. O modelo selecionado incluiu as variáveis “Faixa de Renda”, “Tipo da Assinatura”, “Percentual do Valor Pago” e “Fonte de Venda”. Especificamente para a variável “Fonte de Venda” a suposição da proporcionalidade dos riscos é violada (conforme citado nas páginas 47 e 62 deste estudo), como está explicito no Gráfico 10. Gráfico 10 – Log (-log da função sobrevivência) para a variável Fonte de Venda 2,0 Log (- log sobrevivência) 1,0 0,0 -1,0 -2,0 Fonte de venda TMK receptivo -3,0 TMK ativo -4,0 Terceiros -5,0 Agente Antigos -6,0 0 10 20 30 40 50 Duração (meses) 60 70 80 90 62 Desta forma, para manter a suposição de proporcionalidade, a variável “Fonte de Venda” foi excluída. Em seguida a retirada dessa variável, foi novamente aplicado o método de seleção passo adiante a um grupo de variáveis que incluiu “Forma de Pagamento”, porém, houve problemas de convergência novamente (coeficiente tendendo ao infinito). Sem esta variável chegou-se a um modelo formado pelas variáveis “Sexo”, “Estado civil”, “Idade”, “Percentagem do valor pago” e “Tipo da assinatura”. Novamente aplicado o teste de suposição de proporcionalidade, observou-se a violação da proporcionalidade dos riscos para a variável “Tipo de Assinatura”, conforme mostrado no Gráfico 11. Gráfico 11 – Log (-log da função S(t)) para a variável Tipo de Assinatura 2,0 Log (- log sobrevivência) 1,0 0,0 -1,0 -2,0 Tipo da assinatura -3,0 Anual Semestral -4,0 Trimestral -5,0 Débito Automático 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 -6,0 Duração (meses) Em seguida, excluindo-se a variável “Tipo da assinatura”, o método passo adiante seleciona as variáveis “Sexo”, “Estado civil”, “Idade”, “Percentagem do valor pago” e “Forma de pagamento”, sendo que para esta variável encontramos violação da suposição de proporcionalidade dos riscos (Gráfico 12). Se incluirmos a variável “Fonte de Venda”, ela é selecionada, porém viola a suposição de proporcionalidade dos riscos, como no Gráfico 10. 63 Gráfico 12 – Log (-log da função S(t)) para a variável Forma de Pagamento Log (- log sobrevivência) 2,0 0,0 -2,0 Forma de pagamento -4,0 Cartão 1ª vigência Cartão -6,0 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Boleto bancário Duração (meses) Excluindo “Forma de pagamento”, o método passo adiante seleciona as seguintes variáveis: Sexo, Estado Civil, Idade e Percentual do valor pago 2 da última assinatura. O valor de R (análogo ao coeficiente de determinação) é 0,117 , sugerindo fraca associação entre a duração das assinaturas e as variáveis disponíveis. A hipótese nula de que todos os coeficientes do modelo são iguais a 0 (zero) é rejeitada (p-value < 0,0005) ao aplicarmos os testes da razão de verossimilhanças, de Wald e do escore. O Gráfico 13 mostra que para a variável contínua Idade, os resíduos são simétricos e bem distribuídos em torno de 0 (zero). 64 Gráfico 13 – Gráficos de resíduos parciais da variável Idade 40 Resíduo parcial de "Idade" 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Duração (meses) Entretanto, para o modelo determinado ainda foram observados problemas com a verificação da suposição de proporcionalidade dos riscos nas variáveis Sexo e Estado Civil (Vide Gráficos 14 e 15), embora menos marcantes do que nos modelos anteriores, que apresentaram diversos níveis de variáveis com interseção. Gráfico 15 - Log (-log) Estado Civil 1,0 2,0 0,0 1,0 -1,0 0,0 Log (- log sobrevivência) Log (- log sobrevivência) Gráfico 14 - Log (-log) Sexo -2,0 -3,0 -4,0 -1,0 -2,0 Estado c -3,0 Viúvo -4,0 -5,0 Separ Sexo -5,0 -6,0 Femi -7,0 Masc 0 10 20 30 40 50 60 Duração (meses) 70 80 90 Casad Solteir -6,0 0 10 20 30 40 50 60 Duração (meses) 70 80 90 65 Também foram plotadas as curvas das funções de sobrevivência estimada sem as variáveis explicativas (“sem modelo”) e com as quatro variáveis selecionadas. De acordo com o Gráfico 16, as diferenças entre as duas estimativas são muito pequenas, sugerindo que as variáveis utilizadas no modelo deste trabalho mantêm fraca relação com a duração das assinaturas. 0.2 0.4 0.6 0.8 Com covariáveis Sem covariáveis 0.0 Proporção de assinantes ativos 1.0 Gráfico 16 – Funções sobrevivência com e sem as variáveis explicativas. 0 20 40 60 80 Duração (meses) As estimativas dos coeficientes das variáveis do modelo final que contempla as quatro variáveis são mostradas no Quadro 03. O Sexo “Feminino” e o Estado Civil “Viúvo” são usados como referência para cálculo (valor 0 (zero) para o coeficiente), por isso são omitidos da tabela. 66 Quadro 03 - Estimativas dos coeficientes das variáveis do Modelo final Intervalo de confiança de 95% para Exp(Coeficiente) Percentagem do valor pago Coeficiente Sig. Exp(Coeficiente) Inferior Superior -,007045 ,000 ,993 ,991 ,995 ,018 Estado civil Solteiro ,2722 ,175 1,313 ,886 1,945 Casado ,1328 ,460 1,142 ,803 1,625 Separado ,5887 ,008 1,802 1,166 2,785 Idade -,01028 ,006 ,990 ,983 ,997 Sexo -,3062 ,002 ,736 ,606 ,894 Para a verificação da capacidade de identificação do modelo, este estudo seguirá a proposta de Li (1995) aplicada aos 5.430 assinantes não utilizados na fase de estimação dos coeficientes do modelo. Inicialmente calcula-se uma estimativa do risco de desligamento para cada um dos assinantes submetidos à verificação. Isto é feito pela expressão: exp [(b1 x Percentual do valor total pago na última assinatura) + (b2 x Estado Civil)+(b3 x Idade) + (b4 x Sexo)] onde b1, b2, b3 e b4 são as estimativas dos coeficientes (Quadro 03). Os assinantes são classificados por ordem decrescente da estimativa do risco. Em seguida os dados são divididos em 10 grupos com aproximadamente o mesmo número de assinantes, de maneira que o primeiro grupo é formado pelos assinantes com as maiores estimativas de risco de desligamento. Para cada grupo contamos quantos assinantes de fato cancelaram suas assinaturas (inativos) e calculamos as percentagens destes em relação ao número de assinantes em cada grupo. O Quadro 04 sintetiza os resultados da verificação. A coluna de percentagens de inativos mostra valores decrescentes variando de 94,48% a 50,64%. O primeiro grupo (maiores riscos de desligamento) tem percentagem de inativos igual a 1,26 vez (= 94,48% / 74,99%) da percentagem 67 de inativos na amostra usada na verificação, lembrando que a proporção de inativos é alta e que o valor máximo desta razão é 1,33 (= 100,00% / 74,99%). Quadro 04 - Verificação da Capacidade de Identificação Grupo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Total Número Número Percentagem Percentagem Percentagem de de de inativos do total de inativos assinantes inativos no grupo de inativos acumulada 543 513 94,48 12,60 12,60 543 490 90,24 12,03 24,63 543 472 86,92 11,59 36,22 543 462 85,08 11,35 47,57 543 461 84,90 11,32 58,89 543 408 75,14 10,02 68,91 543 355 65,38 8,72 77,63 543 330 60,77 8,10 85,73 543 306 56,35 7,51 93,25 543 275 50,64 6,75 100,00 5430 4072 74,99 100,00 Onde: a. Grupo: Decis de 1 a 10, classificados por ordem decrescente de risco de desligamento; b. Número de Assinantes: quantidade total de registros no decil; c. Número de Inativos: quantidade real de registros inativos no decil; d. Percentual de inativos no grupo: razão entre a quantidade de inativos no decil e a quantidade total de registros no decil; e. Percentagem do total de inativos: razão entre a quantidade de inativos no decil e a quantidade total de inativos; f. Percentagem de inativos acumulada: freqüência acumulada da razão entre a quantidade de inativos no decil e a quantidade total de inativos. 68 5 RESUMO, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Nos capítulos anteriores foram apresentados o objetivo e as questões a serem respondidas pela pesquisa, o referencial teórico, a metodologia e os procedimentos, além da análise dos resultados obtidos. Este capítulo tratará das respostas às perguntas definidas no Capítulo 1, das conclusões e recomendações para as futuras pesquisas. 5.1 Resumo A partir da pesquisa bibliográfica e da pesquisa documental em base de dados fornecida pela empresa editora de periódicos, este trabalho se propõe responder às seguintes questões: a. Se o conceito estatístico de Tabela de Vida pode ser aplicado à perda de clientes de compra repetida por uma empresa ? A Tabela de Vida diz respeito à possibilidade de um indivíduo em uma população continuar vivo ao longo do tempo. Neste estudo, o evento avaliado é a permanência (vida) ou desligamento (morte) de um indivíduo como assinante de um periódico. No caso da venda continuada (assinaturas), a Tabela de Vida mostra uma forte analogia, exceção ao fato de um assinante poder “voltar à vida” após o desligamento. Esses casos não foram considerados, sendo estudado efetivamente o risco de desligamento dos clientes da empresa Também como nas Tabelas de Vida, o indivíduo corre riscos de desligamento (morte) motivados por fatores externos à sua vontade. Alguns desses fatores podem ser descritos por meio de variáveis e utilizados para estabelecer uma relação entre a morte e a ocorrência ou não de situações relacionadas aos fatores em questão. O modelo de Cox, utilizado neste trabalho, permite identificar os riscos de desligamentos (morte) de clientes (Tabela de Vida) a partir de variáveis 69 explicativas existentes (regressão). Obviamente que quanto melhor a qualidade e maior a quantidade de variáveis que descrevem os fatores intervenientes, maior será o poder descritivo do modelo. No caso específico deste estudo, pode-se afirmar que o conceito estatístico de Tabela de Vida é aplicável a análise de desligamento dos assinantes da empresa estudada, conforme os resultados da Função Sobrevivência (Anexo D) e da Função Risco (Anexo E). b. Se é possível modelar o risco de desligamento de clientes a partir das variáveis demográficas e dados de transações entre cliente e empresa? Ao empregar o modelo de risco proporcional de Cox sobre a base de dados com 604 registros foi possível determinar um modelo que contempla as seguintes variáveis: Sexo, Estado Civil, Idade e Percentual do valor pago da última assinatura. Ressalte-se que outras variáveis disponíveis na base de dados não foram admitidas no modelo ou foram excluídas devido a problemas de convergência (coeficiente tendendo ao infinito) ou a violação da suposição de proporcionalidade dos riscos, são elas: a. Segmento (Loyal, Premium Loyal, Premium Prospect, Medium e Churn), b. Segmento anterior (com as mesmas categorias de segmento), c. Grau de instrução (1º Grau Completo, 1º Grau Incompleto, 2º Grau Completo, 2º Grau Incompleto, Superior Completo, Superior Incompleto, Pós-graduação Completo, Pós-graduação Incompleto e Não Fornecido), d. Profissão (Estudante, Profissional Liberal, Autônomo, Dona de Casa, Assalariado, Empresário, Aposentado e Não Fornecida), e. Faixa de renda (em R$) (Até 500, Entre 501 e 1.000, Entre 1001 e 2.000, Entre 2.001 e 3.500, Entre 3.501 e 5.000, Entre 5.001 e 8.000, Acima de 8.000 e Não Fornecida), f. Tipo de assinatura (Débito Automático, Trimestral, Semestral e Anual), 70 g. Forma de pagamento (Boleto bancário, Débito mensal em cartão de crédito, Débito mensal em cartão de crédito apenas para a 1ª vigência, Funcionários, Permuta, Não informada) e h. Fonte de venda (Antigos, Agente, Terceiros, TMK ativo, TMK receptivo, Sem fonte e Outros). A hipótese nula de que todos os coeficientes do modelo são iguais a 0 (zero) é rejeitada (p-value < 0,0005) ao aplicarmos os testes da razão de 2 verossimilhanças, de Wald e do escore. O valor de R (análogo ao coeficiente de determinação) é 0,117 , apontando fraca associação entre a duração das assinaturas e as variáveis disponíveis. Entretanto, para o modelo determinado ainda foram observados problemas com a verificação da proporcionalidade dos riscos, embora menos marcantes do que nas tentativas anteriores. Ao se comparar as curvas das funções de sobrevivência estimadas sem as variáveis explicativas (“sem modelo”) e com as quatro variáveis selecionadas (após ajuste do modelo), observa-se que as diferenças entre as duas estimativas são muito pequenas, sugerindo que as variáveis utilizadas no modelo deste trabalho mantêm fraca relação com a duração das assinaturas. 5.2 Conclusões Este trabalho teve como objetivo desenvolver um modelo estatístico capaz de determinar a Tabela de Vida e os padrões de desligamento de uma população de clientes de uma empresa editora de periódicos, a partir de um conjunto de dados. É possível afirmar que o modelo de Cox pode ser aplicado para a determinação do risco de desligamento dos clientes, bem como é possível modelar o risco de desligamento de clientes a partir das variáveis demográficas e dados de transações entre cliente e empresa. 71 Ao empregar o modelo de Cox sobre a base de dados com 604 registros foi possível determinar um modelo que contempla as seguintes variáveis: Sexo, Estado Civil, Idade e Percentual do valor pago da última assinatura. As variáveis contínuas “Percentual do valor pago da última assinatura” e “Idade” possuem coeficientes negativos no modelo determinado, respectivamente (– 0,007045) e (– 0,01028). Quando o coeficiente é negativo, o risk ratio (=exp(coeficiente)) é menor do que 1, conseqüentemente há a redução do risco. Os risk ratio para as variáveis acima citadas são 0,993 e 0,990, respectivamente. Assim, quanto maior for o valor a ser multiplicado por estes coeficientes menor será a parcela de risco dessas variáveis. Em outras palavras, quanto mais idoso for o assinante e quanto maior for o percentual já pago da assinatura menor será o risco de desligamento. A variável categórica “Sexo” também possui coeficiente negativo no modelo determinado, conforme mostrado na Tabela 03. Tabela 03 – Coeficientes da Variável Categórica Sexo Variável Sexo Níveis Coeficiente exp (Coefic) Masculino Feminino -0,3062 0,000 0,736 1,000 Desta forma, assinantes do sexo masculino têm menor taxa de risco de desligamento do que assinantes do sexo feminino. A variável categórica “Estado Civil” possui coeficientes positivos no modelo determinado, conforme mostrado na Tabela 04. Tabela 04– Coeficientes da Variável Categórica Estado Civil Variável Estado Civil Níveis Coeficiente exp (Coefic) Solteiro Casado Separado Viúvo 0,2722 0,1328 0,5887 0,000 1,313 1,142 1,802 1,000 72 Quando o coeficiente é positivo, o risk ratio (=exp(coeficiente)) é maior do que 1, conseqüentemente há o aumento do risco. Para a variável “Estado Civil”, as situações de maior risco de desligamento ocorrem, por ordem decrescente de risco, na categoria Separado, seguida pelas categorias Solteiro, Casado e Viúvo. Assim, de acordo com as variáveis admitidas no modelo, pode-se concluir que o perfil do assinante com maior risco de desligamento é o seguinte: sexo feminino, separada, jovem e com baixo percentual do valor pago da última assinatura. No outro extremo, perfil com menor risco de desligamento, está o assinante sexo masculino, viúvo, um pouco mais velho e com alto percentual do valor pago da última assinatura. Para a verificação da capacidade de identificação do risco de desligamento foi utilizada uma amostra de 5.430 assinantes não utilizados na fase de estimação dos coeficientes do modelo. Os resultados obtidos na verificação apresentam percentuais reais de desligamento bem distintos em todos os grupos (decis), indicando boa eficiência do modelo em distinguir assinantes que potencialmente cancelariam suas assinaturas. Assim, ao empreender uma ação de marketing visando a redução do desligamento, por exemplo, as informações fornecidas pelo modelo permitirão que se atinja o grupo com maior risco de desligamento com 26% a mais de eficiência do que sem a utilização do mesmo. Da mesma forma, o grupo com menor risco de desligamento seria tratado com 32% a mais de eficiência. 5.3 Recomendações para as Futuras Pesquisas Recomenda-se a qualquer empresa que tenha por objetivo fazer o tipo de análise descrita neste estudo, conforme o caso, ter em sua base de dados os seguintes registros de grupo de variáveis: 73 Grupo Eventos Históricos Demográficas Tabela 05– Grupos de Variáveis Descrição da Variável - Data de início da primeira assinatura; - Data de início da renovação mais recente; - Data do término previsto da assinatura/ renovação mais recente; - Data do término real da assinatura/ renovação mais recente; - Status do cliente (ativo/inativo); - Razão do cancelamento Tipo de cliente (Pessoa Física) - CPF; - Data de nascimento; - Idade na data da primeira assinatura; - Idade na data do término real da assinatura/ renovação mais recente; - Sexo; - Grau de instrução; - Profissão; - Estado Civil; - Faixa de Renda; - Endereço assinatura comercial/residencial - CEP Tipo de cliente (Pessoa Jurídica) - CNPJ; - Data de fundação; - Tempo de fundação na data da primeira assinatura; - Tempo de fundação na data do término real da assinatura/ renovação mais recente; - Setor da economia; - Porte (em relação ao faturamento anual); - Atuação (local, regional, nacional, internacional) - Nível do cargo do contratante; - Endereço assinatura comercial/residencial; - CEP. 74 Tabela 05– Grupos de Variáveis Descrição da Variável Grupo De Transação - Tipo de assinatura (mensal, trimestral, semestral e anual); - Canal de Venda; - Forma de Pagamento; - Contratação em promoção (sim/não); - Venda cruzada (sim/não) - Nível de fidelidade (classificação em função da razão entre o tempo como assinante e a expectativa do tempo médio de “vida” (Initial, Medium, Loyal), quando ativo, e Churn, quando inativo); - Nível de fidelidade quando inativou (última classificação da variável anterior (Initial, Medium, Loyal)); - Percentual pago previsto da assinatura/ renovação mais recente; - Percentual pago real da assinatura/ renovação mais recente; - Receita gerada em cada assinatura/renovação; - Custos operacionais e de aquisição do cliente; - Número de indicações de novos clientes. A realização de estudos de sobrevivência considerando-se separadamente cada um dos níveis da variável Tipos de Assinatura (mensal, trimestral, semestral e anual) pode ser um caminho interessante a ser testado. Os dados obtidos poderiam esclarecer, entre outros pontos, o comportamento dos desligamentos em relação a um período inicialmente contratado, ou seja, uma Tabela de Vida por unidade limite de tempo de contratação. Outras variáveis disponíveis na base de dados que não foram admitidas no modelo ou foram excluídas devido à violação da suposição de proporcionalidade dos riscos, poderiam definir melhor o perfil dos clientes em função riscos de desligamentos. Recomenda-se realizar uma transformação em algumas desses variáveis a fim de se verificar seu aproveitamento no modelo: a. Segmento (Loyal, Premium Loyal, Premium Prospect, Medium e Churn), b. Segmento anterior (com as mesmas categorias de segmento), 75 c. Grau de instrução (1º Grau Completo, 1º Grau Incompleto, 2º Grau Completo, 2º Grau Incompleto, Superior Completo, Superior Incompleto, Pós-graduação Completo, Pós-graduação Incompleto e Não Fornecido), d. Profissão (Estudante, Profissional Liberal, Autônomo, Dona de Casa, Assalariado, Empresário, Aposentado e Não Fornecida), e. Faixa de renda (em R$) (Até 500, Entre 501 e 1.000, Entre 1001 e 2.000, Entre 2.001 e 3.500, Entre 3.501 e 5.000, Entre 5.001 e 8.000, Acima de 8.000 e Não Fornecida), f. Tipo de assinatura (Débito Automático, Trimestral, Semestral e Anual), g. Forma de pagamento (Boleto bancário, Débito mensal em cartão de crédito, Débito mensal em cartão de crédito apenas para a 1ª vigência, Funcionários, Permuta, Não informada) e h. Fonte de venda (Antigos, Agente, Terceiros, TMK ativo, TMK receptivo, Sem fonte e Outros). Recomenda-se também a realização de novas modelagens utilizando algum modelo paramétrico. Uma vez que a curva de risco de desligamento seja corretamente modelada, as possibilidades de ajuste do modelo poderão ser ampliadas. Demais setores que têm suas receitas originadas a partir da continuidade do relacionamento com os clientes poderiam ser avaliados, tais como os de saúde, seguros, cartão de crédito, tv por assinatura, telefonia móvel etc. Nesses setores poderiam ser reunidos dados para uma modelagem que permita um leque maior de variáveis a serem estudadas, contemplando variáveis demográficas, psicográficas e de transação mais completas. 76 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADRIAANS, Pieter, et al. Data mining. Massachusetts: Addison-Wesley, 1996. cap. 1. ALLISON, Paul D. Event history analysis: regression for longitudinal event data. California: Sage, 1984. 87p. ALLISON, Thayer. Survival of the fittest. Disponível em: www.marketingtools/publications/MT97_MT9710_MT/mt971016.htm. Acessado em: dezembro de 1998. ANGEL, Gary, HADARY, Joel. 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A peça elementar dos dados é o campo; um conjunto de campos é um registro; uma coleção de registros similares é um arquivo; e uma coleção de arquivos compõe o banco de dados. Disciplinas de Valor - disciplinas focadas para a entrega de valor superior ao consumidor: excelência operacional, liderança de produto e intimidade com o consumidor. Lead - consumidor ou prospect que tenha mostrado interesse pelo produto ou serviço prestado pela empresa e que tenha sido qualificado, isto é, tenha passado por um processo de avaliação do interesse e da capacidade de compra antes de a empresa investir tempo e dinheiro no esforço de venda. Life Table ou Tabela de Vida- as Tabelas de Vida são técnicas estatísticas especiais para analisar um intervalo de tempo entre dois eventos quando o segundo evento não irá necessariamente ocorrer para todos e quando os indivíduos são observados por diferentes períodos de tempo. Linguagem de Quarta Geração - linguagem de programação de computadores caracterizada pela simplicidade de uso para o usuário final (usefriendly). Maximum Likelihood Estimation - o princípio do maximum likelihood estimation é escolher como estimativas dos parâmetros desconhecidos 82 aqueles valores que maximizam a probabilidade de se observar dados que de fato ocorreram. Prospect - comprador potencial de um produto ou serviço. Pode ser uma empresa ou um indivíduo que tenha recebido promoções no passado, mas que ainda não tenha efetivado a compra. Recentidade de Compra, Freqüência de Compra e Valor Monetário (RFM) – análise para classificação de clientes que os identifica com base nos seguintes critérios: datas mais recentes de compra, freqüência de compra dentro de um dado período de tempo e valores gastos. Requisitos Funcionais - termo técnico usado para definir as tarefas que devem ser executadas pelo banco de dados. As tarefas são definidas pelos usuários finais e posteriormente traduzidas em especificações de programação e projeto por técnicos especializados. Satisfação do Cliente - condição alcançada quando o desempenho de um produto ou serviço faz jus às expectativas do cliente. Structured Query Language (SQL) – linguagem de consulta a banco de dados. Subscription - acordos contratuais entre vendedor e comprador para fornecer ao comprador um produto ou serviço a ser entregue/prestado ao longo de um período de tempo especificado em contrato a um preço total que dependente da duração do serviço. Relational Database - tecnologia baseada na premissa de que a redundância de dados de um database pode ser conseguida por intermédio de uma série de tabelas logicamente reunidas por meio de campos-chave. Assim, pode-se importar informações de outros arquivos de bancos de dados, de modo a não ser necessário centralizar todas as informações em um gigantesco database. 83 Valor para o Cliente - é a diferença entre os valores que ele ganha comprando e usando um produto ou serviço e os custos para obter esse produto. Variáveis Demográficas - são os aspectos mensuráveis dos indivíduos, podendo incluir idade, sexo, renda, tamanho da família, nacionalidade, escolaridade etc. 84 ANEXO B - DICIONÁRIO DE VARIÁVEIS Tabela 06– Descrição e Definição das Variáveis Descrição Status do Cliente Data de Início Data de Término Segmento Segmento Anterior Sexo do Contratante Grau de Instrução Profissão Estado Civil Idade do Contratante Faixa de Renda Definição da Variável Classificação do assinante ao comparar a data de término da assinatura mais recente com a data limite (T1) da janela de tempo do estudo Ativo – assinatura com data de término superior a 31/12/2001; Inativo – assinatura terminada antes de 31/12/2001 Data de início de vigência da primeira assinatura. Na amostra do estudo, a data varia de 07/10/1994 a 29/09/2001 Data de término de vigência da assinatura mais recente. Na amostra do estudo, a data varia de 04/08/1996 a 31/12/2001 Classificação do assinante em função da razão entre o tempo como assinante e o tempo de cadastro: Loyal (>85%), Premium Loyal (>365 dias), Premium Prospect (<365 dias), Médium (de 50% a 85%) e Churn (< 50%) Classificação do assinante ao inativar uma assinatura. Similar a anterior: Loyal, Premium Loyal, Premium Prospect, Medium e Churn, Nunca inativou e Inativação anterior a 3 anos Feminino e Masculino Classificação do assinante em função da escolaridade, seja cursada de forma completa ou parcial: 1º Grau Completo, 1º Grau Incompleto, 2º Grau Completo, 2º Grau Incompleto, Superior Completo, Superior Incompleto, Pós-graduação Completo, Pós-graduação Incompleto e Não Fornecido Classificação do assinante em função da profissão: Estudante, Profissional Liberal, Autônomo, Dona de Casa, Assalariado, Empresário, Aposentado e Não Fornecida Classificação do assinante em função do estado civil: Solteiro, Casado, Separado, Viúvo e Não fornecido De 18 a 90 anos. Idades abaixo de 18 e acima de 90 anos não foram consideradas. Classificação do assinante em função da faixa de renda, seguindo critérios de estratificação próprios: Em R$: Até 500, Entre 501 e 1.000, Entre 1001 e 2.000, Entre 2.001 e 3.500, Entre 3.501 e 5.000, Entre 5.001 e 8.000, Acima de 8.000 e Não Fornecida 85 Tabela 06– Descrição e Definição das Variáveis Descrição Tipo de Assinatura Fonte de Venda Percentual do valor total pago da última assinatura Forma de pagamento Construção da Variável Classificação da assinatura em função da unidade de tempo da contratação: Débito Automático (mensal), Trimestral, Semestral e Anual Classificação da origem da venda da contratação da assinatura: Antigos (anteriores a 1994), Agente (entregadores de jornal), Terceiros, TMK ativo, TMK receptivo, Sem fonte e Outros. Razão entre o valor já pago pelo assinante e o valor total a pagar da última assinatura até a data limite (T1) da janela de tempo. Varia de 0 a 100%. Classificação das formas de pagamento da assinatura: Boleto bancário, Débito mensal em cartão de crédito, Débito mensal em cartão de crédito apenas para a 1ª vigência, Funcionários, Permuta, Não informada. 86 ANEXO C - ESTATÍSTICA DESCRITIVA As estatísticas descritivas da amostra de 6.034 registros são as seguintes, conforme apresentado nos Quadros de 05 a 24 e Gráfico 16. Quadro 05 - Distribuição dos assinantes de acordo com o Status da Assinatura. Freqüência % Inativo 4525 74,99 Ativo 1509 25,01 Total 6034 100,00 Quadro 06 - Distribuição dos assinantes de acordo com Segmento. Freqüência 3411 % 56,53 Premium Loyal 1310 21,71 Medium 1035 17,15 Churn 278 4,61 Total 6034 100,00 Loyal Quadro 07 - Distribuição dos assinantes de acordo com Segmento Anterior. Freqüência % Churn 5598 92,77 Premium Loyal 436 7,23 Total 6034 100,00 Quadro 08 - Distribuição dos assinantes de acordo com Sexo. Freqüência % Masculino 3717 61,60 Feminino 2317 38,40 Total 6034 100,00 87 Quadro 09 - Distribuição dos assinantes de acordo com Grau de Instrução. Superior Completo Freqüência 2736 % 45,34 2º Grau Completo 1541 25,54 Superior Incompleto 652 10,81 1º Grau Completo 404 6,70 Pós-Graduação Completo 340 5,63 2º Grau Incompleto 167 2,77 1º Grau Incompleto 145 2,40 Pós-Graduação Incompleto 49 ,81 6034 100,00 Total Quadro 10 - Distribuição dos assinantes de acordo com Profissão. Freqüência 2385 % 39,53 Profissional Liberal 1150 19,06 Aposentado 661 10,95 Autônomo 637 10,56 Empresário 562 9,31 Dona de Casa 511 8,47 Estudante 128 2,12 Total 6034 100,00 Assalariado Quadro 11 - Distribuição dos assinantes de acordo com Estado Civil. Casado Freqüência 3482 % 57,71 Solteiro 1374 22,77 Separado 706 11,70 Viúvo 472 7,82 Total 6034 100,00 88 Gráfico 16 – Histograma da Idade dos assinantes 900 800 700 Freqüência 600 500 400 300 200 100 90 85 80 75 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 0 Idade Quadro 12 - Distribuição dos assinantes de acordo com a Idade. Freqüência 4 % ,07 De 20 a 39 anos 1618 26,81 De 40 a 59 anos 3051 50,56 De 60 a 79 anos 1249 20,70 De 80 a 89 anos 112 1,86 Total 6034 100,00 18 e 19 anos Quadro 13 - Estatísticas das Idades dos assinantes Mínimo 18 Moda 41 Mediana 48 Média 49,1 Máximo 89 Desvio padrão 13,7 Foram encontrados 247 assinantes (4,09% do total) com a idade modal. 89 Quadro 14 - Distribuição dos assinantes de acordo com o Faixa de Renda. Freqüência 91 % 1,51 De 501 a 1000 391 6,48 De 1001 a 2000 1469 24,35 De 2001 a 3500 1484 24,59 De 3501 a 5000 1455 24,11 De 5001 a 8000 766 12,69 Até 500 Acima de 8000 378 6,26 Total 6034 100,00 Quadro 15 - Distribuição dos assinantes de acordo com o Tipo de Assinatura Freqüência 2788 % 46,20 Anual 1624 26,91 Débito Automático 1477 24,48 Trimestral 145 2,40 Total 6034 100,00 Semestral Quadro 16 - Distribuição dos assinantes de acordo com a Fonte de Venda. Freqüência 2751 % 45,59 Antigos 1318 21,84 TMK receptivo 819 13,57 Terceiros 600 9,94 Agente 546 9,05 Total 6034 100,00 TMK ativo Quadro 17 - Distribuição dos assinantes de acordo com a Forma de Pagamento. Freqüência 4010 % 66,46 Débito mensal em cartão de crédito 1494 24,76 Débito mensal em cartão de crédito apenas para a 1ª vigência 530 8,78 Total 6034 100,00 Boleto bancário 90 Quadro 18 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Segmento. Segmento Loyal Status Inativo Ativo Total Premium Loyal Total Medium Churn Freqüência % Freqüência % Freqüência % Freqüência % Freqüência % 3315 97,19 - - 969 93,62 241 86,69 4525 74,99 96 2,81 1310 100,00 66 6,38 37 13,31 1509 25,01 3411 100,00 1310 100,00 1035 100,00 278 100,00 6034 100,00 Quadro 19 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Segmento Anterior. Segmento anterior Premium Loyal Status Total Churn Freqüência % Freqüência % Freqüência % Inativo - - 4525 80,83 4525 74,99 Ativo 436 100,00 1073 19,17 1509 25,01 436 100,00 5598 100,00 6034 100,00 Total Quadro 20 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Faixa de Renda Status Total Ativo Faixa de renda Inativo Freqüência 14 % 15,38 Freqüência 77 % 84,62 Freqüência 91 % 100,00 De 501 a 1000 56 14,32 335 85,68 391 100,00 De 1001 a 2000 265 18,04 1204 81,96 1469 100,00 De 2001 a 3500 345 23,25 1139 76,75 1484 100,00 De 3501 a 5000 432 29,69 1023 70,31 1455 100,00 De 5001 a 8000 256 33,42 510 66,58 766 100,00 141 37,30 237 62,70 378 100,00 1509 25,01 4525 74,99 6034 100,00 Até 500 Acima de 8000 Total Quadro 21 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Sexo. Sexo Total Masculino Status Total Feminino Freqüência % Freqüência % Freqüência % Inativo 2608 70,16 1917 82,74 4525 74,99 Ativo 1109 29,84 400 17,26 1509 25,01 3717 100,00 2317 100,00 6034 100,00 91 Quadro 22 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Tipo da Assinatura. Tipo da assinatura Débito Automático Status Freqüência 1477 Inativo Ativo Total Trimestral % 100,00 Freqüência 128 Total Semestral % 88,28 Freqüência 1875 Anual % 67,25 Freqüência 1045 % 64,35 Freqüência 4525 % 74,99 - - 17 11,72 913 32,75 579 35,65 1509 25,01 1477 100,00 145 100,00 2788 100,00 1624 100,00 6034 100,00 Quadro 23 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e a Fonte de Venda. Fonte de venda Antigos Agente Terceiros Total TMK ativo TMK receptivo Freqüência % Freqüência % Freqüência % Freqüência % Freqüência % Freqüência % Status Inativo 537 40,74 464 84,98 521 86,83 2386 86,73 617 75,34 4525 74,99 Ativo Total 781 59,26 82 15,02 79 13,17 365 13,27 202 24,66 1509 25,01 1318 100,00 546 100,00 600 100,00 2751 100,00 819 100,00 6034 100,00 Quadro 24 - Distribuição dos assinantes de acordo com Status e Forma de Pagamento. Forma de pagamento Boleto bancário Status Total % 71,85 Total Débito mensal em cartão de crédito Débito mensal em cartão de crédito apenas para a 1ª vigência Freqüência 1494 % 100,00 Freqüência 150 Inativo Freqüência 2881 Ativo 1129 28,15 - - 4010 100,00 1494 100,00 % 28,30 Freqüência 4525 % 74,99 380 71,70 1509 25,01 530 100,00 6034 100,00 92 ANEXO D – FUNÇÃO DE SOBREVIVÊNCIA S(t) (TABELA DE VIDA) Number Time: número de meses; Number at Risk: número de assinantes em risco; Survival Failed: número de assinantes desligados no período; Standard Probability: proporção de assinantes “vivos” ao término do período. Number Time 0,03333 0,06667 0,1000 0,1333 0,1667 0,2000 0,2333 0,2667 0,3000 0,3333 0,3667 0,4000 0,4333 0,4667 0,5000 0,5333 0,5667 0,6000 0,6333 0,6667 0,7000 0,7333 0,7667 0,8000 0,8333 0,8667 0,9333 0,9667 1,000 1,0333 1,0667 1,1000 1,1333 1,2000 1,2333 1,2667 1,3000 1,3333 1,3667 1,4333 1,4667 1,5000 Number Survival Standard at Risk Failed Probability 6034 6 0,9990 6028 10 0,9973 6018 11 0,9955 6007 7 0,9944 6000 7 0,9932 5993 13 0,9911 5980 5 0,9902 5975 2 0,9899 5973 2 0,9896 5971 5 0,9887 5966 2 0,9884 5964 2 0,9881 5962 4 0,9874 5958 44 0,9801 5914 2 0,9798 5912 10 0,9781 5902 1 0,9780 5901 3 0,9775 5898 1 0,9773 5897 1 0,9771 5896 3 0,9766 5893 3 0,9761 5890 2 0,9758 5888 2 0,9755 5886 5 0,9746 5881 2 0,9743 5879 3 0,9738 5876 2 0,9735 5874 8 0,9722 5866 94 0,9566 5772 3 0,9561 5769 4 0,9554 5765 4 0,9548 5761 3 0,9543 5758 9 0,9528 5749 3 0,9523 5746 3 0,9518 5743 4 0,9511 5739 2 0,9508 5737 4 0,9501 5733 2 0,9498 5731 3 0,9493 Number Time 1,5333 1,5667 1,6000 1,6333 1,6667 1,7000 1,7333 1,7667 1,8000 1,8333 1,9333 1,9667 2,0000 2,0333 2,0667 2,1000 2,1333 2,1667 2,2000 2,2333 2,2667 2,3000 2,3333 2,3667 2,4000 2,4333 2,4667 2,5000 2,5333 2,5667 2,6000 2,6333 2,7000 2,7333 2,7667 2,8000 2,8333 2,8667 2,9000 2,9667 3,0000 3,0333 Number Survival Standard at Risk Failed Probability 5728 4 0,9486 5724 2 0,9483 5722 1 0,9481 5721 6 0,9471 5715 3 0,9466 5712 2 0,9463 5710 3 0,9458 5707 2 0,9455 5705 3 0,9450 5702 5 0,9441 5697 6 0,9432 5691 6 0,9422 5685 7 0,9410 5678 12 0,9390 5666 7 0,9379 5659 4 0,9372 5655 2 0,9369 5653 4 0,9362 5649 15 0,9337 5634 7 0,9325 5627 5 0,9317 5622 9 0,9302 5613 6 0,9292 5607 4 0,9286 5603 7 0,9274 5596 8 0,9261 5588 4 0,9254 5584 1 0,9253 5583 2 0,9249 5581 3 0,9244 5578 1 0,9243 5577 1 0,9241 5576 2 0,9238 5574 3 0,9233 5571 1 0,9231 5570 1 0,9229 5569 3 0,9224 5566 2 0,9221 5564 1 0,9219 5563 2 0,9216 5561 4 0,9209 5557 7 0,9198 93 Number Time 3,0667 3,1000 3,1333 3,1667 3,2333 3,2667 3,3000 3,4000 3,4333 3,4667 3,5000 3,5333 3,5667 3,6000 3,6333 3,6667 3,7000 3,7333 3,7667 3,8000 3,8333 3,8667 3,9000 3,9333 3,9667 4,0000 4,0333 4,0667 4,1000 4,1333 4,1667 4,2000 4,2667 4,3000 4,3667 4,4000 4,4667 4,5000 4,5333 4,5667 4,6000 4,6333 4,6667 4,7333 4,7667 4,8000 4,8333 4,8667 4,9667 5,0000 5,0333 5,0667 5,1000 5,1333 Number Number Survival Standard at Risk Failed Probability 5550 3 0,9193 5546 7 0,9181 5534 5 0,9173 5527 7 0,9161 5519 2 0,9158 5517 1 0,9156 5516 6 0,9146 5499 3 0,9141 5495 2 0,9138 5491 21 0,9103 5469 2 0,9100 5467 4 0,9093 5463 11 0,9075 5449 3 0,9070 5446 6 0,9060 5438 3 0,9055 5435 4 0,9048 5431 4 0,9042 5427 2 0,9038 5423 4 0,9032 5418 2 0,9028 5415 2 0,9025 5412 3 0,9020 5409 1 0,9018 5408 2 0,9015 5405 6 0,9005 5395 14 0,8982 5379 5 0,8973 5373 4 0,8966 5368 6 0,8956 5361 5 0,8948 5354 2 0,8945 5350 1 0,8943 5348 3 0,8938 5343 1 0,8936 5340 6 0,8926 5331 22 0,8890 5307 14 0,8866 5293 5 0,8858 5287 1 0,8856 5284 2 0,8853 5281 3 0,8848 5276 2 0,8844 5272 4 0,8838 5268 4 0,8831 5262 2 0,8828 5257 3 0,8822 5253 2 0,8819 5248 1 0,8817 5247 2 0,8814 5244 4 0,8807 5239 11 0,8789 5227 6 0,8779 5220 7 0,8767 Number Survival Standard Time 5,1667 5,3000 5,3333 5,4333 5,4667 5,5000 5,5333 5,5667 5,6000 5,7333 5,7667 5,8000 5,9000 5,9333 6,0000 6,0333 6,0667 6,1000 6,1667 6,2333 6,2667 6,3000 6,4333 6,4667 6,5000 6,5333 6,5667 6,6667 6,7000 6,7333 6,7667 6,8000 6,8333 6,8667 6,9000 6,9333 6,9667 7,0000 7,0333 7,0667 7,1000 7,1333 7,1667 7,2000 7,2333 7,2667 7,3000 7,3333 7,3667 7,4000 7,4333 7,4667 7,5000 7,5333 Number at Risk Failed Probability 5213 1 0,8765 5210 1 0,8764 5207 1 0,8762 5201 12 0,8742 5188 1 0,8740 5185 10 0,8723 5175 13 0,8701 5159 1 0,8700 5156 1 0,8698 5149 3 0,8693 5145 2 0,8689 5138 1 0,8688 5132 3 0,8683 5129 1 0,8681 5124 1 0,8679 5121 3 0,8674 5116 3 0,8669 5111 6 0,8659 5103 8 0,8645 5092 1 0,8644 5087 3 0,8639 5083 1 0,8637 5072 6 0,8627 5062 10 0,8610 5048 3 0,8605 5042 16 0,8577 5025 3 0,8572 5022 2 0,8569 5019 2 0,8565 5017 1 0,8564 5016 5 0,8555 5011 6 0,8545 5005 5 0,8536 4999 13 0,8514 4986 15 0,8488 4971 12 0,8468 4959 6 0,8458 4953 12 0,8437 4941 10 0,8420 4931 131 0,8196 4800 39 0,8130 4761 27 0,8084 4734 13 0,8062 4721 14 0,8038 4707 8 0,8024 4699 7 0,8012 4692 9 0,7997 4683 7 0,7985 4676 5 0,7976 4670 11 0,7957 4659 5 0,7949 4654 6 0,7939 4648 5 0,7930 4641 2 0,7927 Number Survival Standard 94 Time 7,5667 7,6000 7,6333 7,6667 7,7000 7,7333 7,7667 7,8000 7,8333 7,8667 7,9000 7,9333 7,9667 8,0000 8,0333 8,0667 8,1000 8,1333 8,1667 8,2000 8,2333 8,2667 8,3000 8,3333 8,3667 8,4000 8,4333 8,4667 8,5000 8,5333 8,5667 8,6000 8,6667 8,7000 8,7333 8,7667 8,8000 8,8333 8,8667 8,9000 8,9333 8,9667 9,0000 9,0333 9,0667 9,1333 9,1667 9,2000 9,2333 9,2667 9,3000 9,3333 9,3667 9,4000 Number at Risk Failed Probability 4639 4 0,7920 4635 5 0,7911 4630 5 0,7903 4624 8 0,7889 4616 135 0,7658 4481 42 0,7587 4438 15 0,7561 4423 8 0,7547 4415 5 0,7539 4410 10 0,7522 4400 8 0,7508 4392 4 0,7501 4388 6 0,7491 4382 7 0,7479 4375 4 0,7472 4371 8 0,7458 4363 1 0,7457 4362 5 0,7448 4357 8 0,7434 4349 7 0,7422 4341 13 0,7400 4328 5 0,7392 4323 2 0,7388 4321 2 0,7385 4319 4 0,7378 4315 1 0,7376 4314 2 0,7373 4310 2 0,7369 4307 4 0,7363 4303 3 0,7357 4297 2 0,7354 4295 3 0,7349 4288 2 0,7345 4286 16 0,7318 4268 8 0,7304 4258 3 0,7299 4255 3 0,7294 4251 1 0,7292 4250 3 0,7287 4247 2 0,7284 4243 5 0,7275 4237 3 0,7270 4234 1 0,7268 4232 3 0,7263 4227 2 0,7260 4225 2 0,7256 4216 4 0,7249 4211 7 0,7237 4202 4 0,7230 4195 6 0,7220 4189 3 0,7215 4186 3 0,7210 4183 3 0,7205 4178 5 0,7196 Number Survival Standard Time 9,4333 9,4667 9,5000 at Risk Failed Probability 4171 2 0,7192 4169 4 0,7186 4163 3 0,7180 9,5333 9,5667 9,6000 9,6333 9,6667 9,7000 9,7333 9,8000 9,8667 10,0000 10,0333 10,0667 10,1667 10,2000 10,2333 10,2667 10,3000 10,3333 10,5333 10,6000 10,6667 10,7000 10,7333 10,7667 10,8333 10,8667 10,9000 11,0333 11,0667 11,1333 11,1667 11,2000 11,2333 11,2667 11,3000 11,3333 11,3667 11,4333 11,4667 11,5000 11,5333 11,5667 11,8000 11,8333 11,9000 11,9333 11,9667 12,0000 12,0333 12,0667 Number 4160 4155 4154 4148 4146 4144 4140 4130 4122 4110 4105 4103 4096 4095 4090 4086 4085 4077 4064 4059 4053 4048 4045 4044 4037 4033 4031 4024 4019 4010 4000 3997 3993 3984 3978 3971 3966 3960 3959 3956 3953 3949 3928 3925 3921 3920 3912 3906 3899 3896 Number 3 1 2 1 1 3 6 2 4 0,7175 0,7174 0,7170 0,7168 0,7167 0,7161 0,7151 0,7148 0,7141 2 0,7137 1 0,7135 2 0,7132 1 0,7130 5 0,7121 4 0,7115 1 0,7113 6 0,7102 2 0,7099 1 0,7097 3 0,7092 2 0,7088 1 0,7087 1 0,7085 1 0,7083 3 0,7078 1 0,7076 1 0,7074 2 0,7071 2 0,7067 1 0,7066 1 0,7064 4 0,7057 5 0,7048 4 0,7041 4 0,7034 3 0,7028 2 0,7025 1 0,7023 2 0,7020 1 0,7018 1 0,7016 2 0,7012 1 0,7011 1 0,7009 1 0,7007 4 0,7000 3 0,6995 6 0,6984 2 0,6980 3 0,6975 Survival Standard 95 Time at Risk 12,1000 3892 12,1333 3880 12,1667 3833 12,2000 3806 12,2333 3798 12,2667 3787 12,3000 3777 12,3333 3766 12,3667 3763 12,4000 3713 12,4333 3707 12,4667 3697 12,5000 3690 12,5333 3689 12,5667 3684 12,6000 3681 12,6333 3654 12,6667 3647 12,7000 3640 12,7333 3633 12,7667 3612 12,8000 3555 12,8333 3543 12,8667 3502 12,9000 3496 12,9333 3490 12,9667 3487 13,0000 3484 13,0333 3475 13,0667 3472 13,1000 3456 13,1333 3454 13,1667 3450 13,2000 3435 13,2333 3428 13,2667 3422 13,3000 3419 13,3333 3407 13,3667 3403 13,4000 3398 13,4333 3395 13,4667 3394 13,5000 3392 13,5333 3389 13,6000 3379 13,6333 3377 13,7000 3376 13,7333 3375 13,7667 3373 13,8000 3368 13,8333 3367 13,8667 3365 13,9000 3363 13,9333 3362 Number Number Failed Probability 12 0,6953 47 0,6869 26 0,6823 7 0,6810 8 0,6796 8 0,6781 9 0,6765 3 0,6760 50 0,6670 1 0,6668 4 0,6661 5 0,6652 1 0,6650 4 0,6643 2 0,6639 24 0,6596 2 0,6592 5 0,6583 6 0,6572 20 0,6536 55 0,6437 12 0,6415 40 0,6343 5 0,6334 6 0,6323 3 0,6317 3 0,6312 9 0,6296 3 0,6290 16 0,6261 2 0,6257 4 0,6250 15 0,6223 7 0,6210 6 0,6200 3 0,6194 12 0,6172 4 0,6165 5 0,6156 3 0,6151 1 0,6149 2 0,6145 3 0,6140 10 0,6122 2 0,6118 1 0,6116 1 0,6114 2 0,6111 5 0,6102 1 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1 0,4007 41,8333 2139 1 0,4006 41,9000 2137 1 0,4004 41,9667 2136 1 0,4002 42,0000 2135 1 0,4000 42,0333 2134 1 0,3998 42,1333 2133 1 0,3996 42,1667 2132 2 0,3992 42,2000 2130 1 0,3991 42,2333 2129 2 0,3987 42,2667 2127 1 0,3985 42,3000 2126 1 0,3983 42,3333 2124 1 0,3981 42,4000 2123 2 0,3977 42,6000 2120 1 0,3976 42,6333 2119 1 0,3974 42,7667 2117 1 0,3972 42,8000 2116 3 0,3966 42,8667 2113 1 0,3964 42,9333 2112 1 0,3962 42,9667 2111 1 0,3961 43,0000 2109 1 0,3959 43,0333 2107 1 0,3957 43,1000 2105 1 0,3955 43,2000 2104 1 0,3953 43,2667 2102 1 0,3951 43,3000 2101 1 0,3949 43,3333 2100 1 0,3947 43,4000 2099 1 0,3945 43,4667 2098 1 0,3944 43,6000 2097 1 0,3942 43,6667 2096 2 0,3938 43,8000 2093 1 0,3936 43,8333 2092 1 0,3934 43,8667 2091 1 0,3932 44,1000 2089 1 0,3930 44,1667 2088 1 0,3929 44,3333 2086 1 0,3927 44,3667 2085 1 0,3925 Number Number Survival Standard 101 Time at Risk Failed Probability 44,4000 2082 1 0,3923 44,4333 2080 1 0,3921 44,4667 2078 1 0,3919 44,5000 2077 1 0,3917 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65,8667 1398 1 0,2831 65,9000 1396 2 0,2827 65,9667 1394 4 0,2819 66,0000 1390 1 0,2817 66,0667 1388 1 0,2815 66,1000 1385 1 0,2813 66,1667 1381 1 0,2811 66,2333 1379 1 0,2809 66,3333 1372 1 0,2807 66,3667 1370 1 0,2805 66,4667 1364 2 0,2801 66,5667 1360 3 0,2795 66,6000 1356 5 0,2784 66,6333 1349 1 0,2782 66,6667 1346 2 0,2778 66,7000 1341 1 0,2776 66,7333 1336 2 0,2772 66,7667 1334 4 0,2764 66,8000 1329 3 0,2757 66,8333 1326 2 0,2753 66,8667 1322 1 0,2751 66,9000 1320 3 0,2745 66,9333 1314 2 0,2741 66,9667 1309 4 0,2732 67,0000 1305 4 0,2724 67,0333 1301 2 0,2720 67,0667 1297 1 0,2718 67,1000 1296 1 0,2716 67,3333 1290 1 0,2713 Number Number Survival Standard Time at Risk Failed Probability 67,4000 1288 1 0,2711 67,4333 1287 3 0,2705 67,4667 1282 1 0,2703 67,5000 1277 1 0,2701 67,6000 1268 1 0,2699 67,7333 1253 2 0,2694 67,7667 1243 2 0,2690 67,8667 1239 2 0,2686 67,9333 1235 2 0,2681 67,9667 1231 1 0,2679 68,0000 1226 2 0,2675 68,0333 1223 2 0,2670 68,0667 1217 1 0,2668 68,1333 1212 3 0,2662 68,1667 1206 1 0,2659 68,2000 1205 1 0,2657 68,2667 1202 2 0,2653 68,3333 1198 1 0,2651 68,3667 1196 1 0,2648 68,4333 1195 1 0,2646 68,5667 1189 1 0,2644 68,6333 1187 3 0,2637 68,6667 1183 2 0,2633 68,7000 1180 2 0,2628 68,7333 1178 1 0,2626 68,7667 1177 2 0,2622 68,8000 1175 1 0,2619 68,8333 1174 2 0,2615 68,9000 1172 2 0,2610 68,9333 1168 4 0,2602 68,9667 1163 1 0,2599 69,0000 1161 1 0,2597 69,0333 1160 2 0,2593 69,0667 1157 2 0,2588 69,1333 1153 3 0,2581 69,1667 1150 1 0,2579 69,2000 1149 3 0,2572 69,2333 1141 3 0,2566 69,4333 1118 1 0,2563 69,5667 1101 1 0,2561 69,6000 1099 2 0,2556 69,6333 1096 1 0,2554 69,6667 1094 1 0,2552 69,7000 1089 2 0,2547 69,7333 1083 1 0,2545 69,7667 1081 2 0,2540 69,8000 1079 1 0,2538 69,8333 1078 1 0,2535 69,8667 1075 2 0,2531 69,9000 1068 1 0,2528 69,9333 1063 1 0,2526 69,9667 1061 2 0,2521 70,0000 1058 4 0,2511 70,0667 1049 2 0,2507 Number Number Survival Standard 105 Time at Risk Failed Probability 70,1000 1046 1 0,2504 70,1333 1043 1 0,2502 70,1667 1040 3 0,2495 70,2000 1035 1 0,2492 70,2333 1033 1 0,2490 70,2667 1032 1 0,2487 70,3000 1028 1 0,2485 70,3333 1027 3 0,2478 70,3667 1024 1 0,2475 70,4000 1022 2 0,2470 70,4333 1020 1 0,2468 70,4667 1017 5 0,2456 70,5000 1011 2 0,2451 70,5667 1006 2 0,2446 70,6000 1004 1 0,2444 70,6333 1001 1 0,2441 70,6667 998 1 0,2439 70,7333 996 6 0,2424 70,7667 989 1 0,2422 70,8000 987 2 0,2417 70,8333 984 4 0,2407 70,9000 977 1 0,2405 70,9333 974 3 0,2397 70,9667 969 3 0,2390 71,0000 965 1 0,2387 71,0333 962 2 0,2382 71,0667 959 2 0,2377 71,1333 951 1 0,2375 71,1667 949 2 0,2370 71,2000 944 2 0,2365 71,2333 939 3 0,2357 71,2667 931 1 0,2355 71,3000 927 3 0,2347 71,3333 924 2 0,2342 71,3667 921 1 0,2339 71,4000 920 1 0,2337 71,4333 918 3 0,2329 71,5000 911 2 0,2324 71,5333 909 1 0,2322 71,5667 907 2 0,2316 71,6000 904 1 0,2314 71,6333 899 3 0,2306 71,6667 894 1 0,2304 71,7000 892 1 0,2301 71,7333 889 2 0,2296 71,7667 884 4 0,2285 71,8000 878 2 0,2280 71,8333 875 3 0,2272 71,8667 869 3 0,2265 71,9000 863 2 0,2259 71,9333 861 1 0,2257 71,9667 860 2 0,2251 72,0000 855 1 0,2249 72,0333 853 2 0,2244 Number Number Survival Standard Time at Risk Failed Probability 72,1000 850 1 0,2241 72,1333 849 1 0,2238 72,1667 847 1 0,2236 72,2000 845 1 0,2233 72,3333 842 1 0,2230 72,4000 840 2 0,2225 72,5667 833 2 0,2220 72,6000 829 1 0,2217 72,6667 823 1 0,2214 72,7000 820 2 0,2209 72,7333 818 3 0,2201 72,7667 813 1 0,2198 72,8000 812 2 0,2193 72,8333 806 4 0,2182 72,8667 800 2 0,2176 72,9000 797 5 0,2163 72,9333 791 8 0,2141 72,9667 782 7 0,2122 73,0000 770 3 0,2113 73,0333 764 3 0,2105 73,0667 759 4 0,2094 73,1333 749 4 0,2083 73,1667 739 1 0,2080 73,2000 736 2 0,2074 73,2333 730 1 0,2072 73,3000 723 2 0,2066 73,3333 718 2 0,2060 73,3667 713 2 0,2054 73,4000 709 2 0,2048 73,4333 702 2 0,2043 73,4667 695 5 0,2028 73,5000 684 2 0,2022 73,5333 678 2 0,2016 73,5667 672 5 0,2001 73,6000 664 5 0,1986 73,6333 659 2 0,1980 73,6667 657 2 0,1974 73,7000 655 2 0,1968 73,7333 649 2 0,1962 73,7667 645 4 0,1950 73,8000 640 1 0,1947 73,8333 637 5 0,1931 73,8667 631 6 0,1913 73,9000 624 3 0,1904 73,9333 619 5 0,1888 73,9667 613 8 0,1864 74,0000 602 6 0,1845 74,0333 595 1 0,1842 74,0667 594 3 0,1833 74,1000 589 3 0,1823 74,1333 585 2 0,1817 74,2000 578 2 0,1811 74,2667 574 2 0,1805 74,3000 569 2 0,1798 Number Number Survival Standard 106 Time at Risk Failed Probability 74,3333 565 2 0,1792 74,3667 562 1 0,1789 74,4333 552 3 0,1779 74,5000 541 1 0,1776 74,5333 539 2 0,1769 74,5667 537 1 0,1766 74,6000 536 2 0,1759 74,6333 534 2 0,1753 74,6667 529 2 0,1746 74,7000 524 3 0,1736 74,7333 518 2 0,1729 74,7667 512 1 0,1726 74,8000 509 2 0,1719 74,8333 504 3 0,1709 74,8667 498 3 0,1699 74,9000 494 1 0,1695 74,9333 491 4 0,1681 74,9667 484 4 0,1667 75,0000 477 1 0,1664 75,0333 475 3 0,1653 75,2333 455 1 0,1650 75,3333 448 3 0,1639 75,3667 440 1 0,1635 75,4000 437 1 0,1631 75,4333 431 2 0,1624 75,4667 429 1 0,1620 75,5000 424 1 0,1616 75,5333 415 1 0,1612 75,5667 408 2 0,1604 75,6333 394 1 0,1600 75,7333 385 1 0,1596 75,7667 380 1 0,1592 75,8667 370 2 0,1583 75,9333 355 2 0,1574 75,9667 348 1 0,1570 76,0000 342 1 0,1565 76,0333 335 1 0,1561 76,0667 327 4 0,1542 76,1333 319 2 0,1532 76,2333 294 1 0,1527 76,2667 287 1 0,1521 76,3000 283 1 0,1516 76,3333 271 1 0,1510 76,4667 241 2 0,1498 76,8333 174 1 0,1489 76,8667 167 1 0,1480 76,9000 156 2 0,1461 77,3000 118 1 0,1449 78,1000 67 1 0,1427 78,5333 51 1 0,1399 78,9333 45 1 0,1368 79,0000 44 2 0,1306 79,0333 41 1 0,1274 79,2333 39 1 0,1242 Number Number Survival Standard Time at Risk Failed Probability 79,5667 36 1 0,1207 79,6667 35 1 0,1173 79,8333 34 1 0,1138 80,1333 32 1 0,1102 80,2333 31 2 0,1031 80,2667 29 1 0,0996 80,5667 28 1 0,0960 81,0333 27 1 0,0925 81,8667 20 1 0,0878 82,7667 6 1 0,0732 82,9333 3 1 0,0488 84,3333 1 1 0,0000 107 ANEXO E – FUNÇÃO RISCO h(t) Tempo Risco (meses) estimado 0,03333 0,000166 0,06667 0,000166 0,1000 0,000166 0,1333 0,000167 0,1667 0,000167 0,2000 0,000167 0,2333 0,000167 0,2667 0,000167 0,3000 0,000167 0,3333 0,000168 0,3667 0,000168 0,4000 0,000168 0,4333 0,000168 0,4667 0,000169 0,5000 0,000169 0,5333 0,000169 0,5667 0,000169 0,6000 0,000170 0,6333 0,000170 0,6667 0,000170 0,7000 0,000170 0,7333 0,000170 0,7667 0,000170 0,8000 0,000170 0,8333 0,000170 0,8667 0,000170 0,9333 0,000170 0,9667 0,000170 1,000 0,000170 1,0333 0,000173 1,0667 0,000173 1,1000 0,000173 1,1333 0,000174 1,2000 0,000174 1,2333 0,000174 1,2667 0,000174 1,3000 0,000174 1,3333 0,000174 1,3667 0,000174 1,4333 0,000174 1,4667 0,000174 1,5000 0,000175 1,5333 0,000175 1,5667 0,000175 1,6000 0,000175 1,6333 0,000175 1,6667 0,000175 1,7000 0,000175 1,7333 0,000175 1,7667 0,000175 Tempo (meses) 1,8000 1,8333 1,9333 1,9667 2,0000 2,0333 2,0667 2,1000 2,1333 2,1667 2,2000 2,2333 2,2667 2,3000 2,3333 2,3667 2,4000 2,4333 2,4667 2,5000 2,5333 2,5667 2,6000 2,6333 2,7000 2,7333 2,7667 2,8000 2,8333 2,8667 2,9000 2,9667 3,0000 3,0333 3,0667 3,1000 3,1333 3,1667 3,2333 3,2667 3,3000 3,4000 3,4333 3,4667 3,5000 3,5333 3,5667 3,6000 3,6333 3,6667 Risco estimado 0,000175 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176 0,000176 0,000177 0,000177 0,000177 0,000177 0,000177 0,000178 0,000178 0,000178 0,000178 0,000178 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000179 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000180 0,000181 0,000181 0,000181 0,000181 0,000181 0,000181 0,000182 0,000182 0,000183 0,000183 0,000183 0,000183 0,000184 0,000184 0,000184 Tempo (meses) 3,7000 3,7333 3,7667 3,8000 3,8333 3,8667 3,9000 3,9333 3,9667 4,0000 4,0333 4,0667 4,1000 4,1333 4,1667 4,2000 4,2667 4,3000 4,3667 4,4000 4,4667 4,5000 4,5333 4,5667 4,6000 4,6333 4,6667 4,7333 4,7667 4,8000 4,8333 4,8667 4,9667 5,0000 5,0333 5,0667 5,1000 5,1333 5,1667 5,3000 5,3333 5,4333 5,4667 5,5000 5,5333 5,5667 5,6000 5,7333 5,7667 5,8000 Risco estimado 0,000184 0,000184 0,000184 0,000185 0,000185 0,000185 0,000185 0,000185 0,000185 0,000185 0,000186 0,000186 0,000186 0,000186 0,000187 0,000187 0,000187 0,000187 0,000187 0,000187 0,000188 0,000189 0,000189 0,000189 0,000189 0,000189 0,000190 0,000190 0,000190 0,000190 0,000190 0,000190 0,000191 0,000191 0,000191 0,000191 0,000191 0,000192 0,000192 0,000192 0,000192 0,000193 0,000193 0,000193 0,000194 0,000194 0,000194 0,000194 0,000194 0,000195 108 Tempo (meses) 5,9000 5,9333 6,0000 6,0333 6,0667 6,1000 6,1667 6,2333 6,2667 6,3000 6,4333 6,4667 6,5000 6,5333 6,5667 6,6667 6,7000 6,7333 6,7667 6,8000 6,8333 6,8667 6,9000 6,9333 6,9667 7,0000 7,0333 7,0667 7,1000 7,1333 7,1667 7,2000 7,2333 7,2667 7,3000 7,3333 7,3667 7,4000 7,4333 7,4667 7,5000 7,5333 7,5667 7,6000 7,6333 7,6667 7,7000 7,7333 7,7667 7,8000 7,8333 7,8667 7,9000 7,9333 Tempo Risco estimado 0,000195 0,000195 0,000195 0,000195 0,000196 0,000196 0,000196 0,000196 0,000197 0,000197 0,000197 0,000198 0,000198 0,000199 0,000199 0,000199 0,000199 0,000199 0,000200 0,000200 0,000200 0,000201 0,000201 0,000202 0,000202 0,000202 0,000203 0,000208 0,000210 0,000211 0,000212 0,000212 0,000213 0,000213 0,000213 0,000214 0,000214 0,000215 0,000215 0,000215 0,000215 0,000216 0,000216 0,000216 0,000216 0,000217 0,000223 0,000225 0,000226 0,000226 0,000227 0,000227 0,000228 0,000228 Risco (meses) estimado 7,9667 0,000228 8,0000 0,000229 8,0333 0,000229 8,0667 0,000229 8,1000 0,000229 8,1333 0,000229 8,1667 0,000230 8,2000 0,000230 8,2333 0,000231 8,2667 0,000231 8,3000 0,000231 8,3333 0,000231 8,3667 0,000232 8,4000 0,000232 8,4333 0,000232 8,4667 0,000232 8,5000 0,000232 8,5333 0,000233 8,5667 0,000233 8,6000 0,000233 8,6667 0,000233 8,7000 0,000234 8,7333 0,000235 8,7667 0,000235 8,8000 0,000235 8,8333 0,000235 8,8667 0,000235 8,9000 0,000236 8,9333 0,000236 8,9667 0,000236 9,0000 0,000236 9,0333 0,000236 9,0667 0,000237 9,1333 0,000237 9,1667 0,000237 9,2000 0,000238 9,2333 0,000238 9,2667 0,000239 9,3000 0,000239 9,3333 0,000239 9,3667 0,000239 9,4000 0,000240 9,4333 0,000240 9,4667 0,000240 9,5000 0,000240 9,5333 0,000241 9,5667 0,000241 9,6000 0,000241 9,6333 0,000241 9,6667 0,000241 9,7000 0,000241 9,7333 0,000242 9,8000 0,000242 9,8667 0,000243 Tempo Risco (meses) estimado 10,0000 10,0333 10,0667 10,1667 10,2000 10,2333 10,2667 10,3000 10,3333 10,5333 10,6000 10,6667 10,7000 10,7333 10,7667 10,8333 10,8667 10,9000 11,0333 11,0667 11,1333 11,1667 11,2000 11,2333 11,2667 11,3000 11,3333 11,3667 11,4333 11,4667 11,5000 11,5333 11,5667 11,8000 11,8333 11,9000 11,9333 11,9667 12,0000 12,0333 12,0667 12,1000 12,1333 12,1667 12,2000 12,2333 12,2667 12,3000 12,3333 12,3667 12,4000 12,4333 12,4667 12,5000 Tempo (meses) 12,5333 0,000243 0,000244 0,000244 0,000244 0,000244 0,000245 0,000245 0,000245 0,000245 0,000246 0,000246 0,000247 0,000247 0,000247 0,000247 0,000248 0,000248 0,000248 0,000249 0,000249 0,000249 0,000250 0,000250 0,000251 0,000251 0,000252 0,000252 0,000252 0,000253 0,000253 0,000253 0,000253 0,000253 0,000255 0,000255 0,000255 0,000255 0,000256 0,000256 0,000257 0,000257 0,000258 0,000261 0,000263 0,000263 0,000264 0,000265 0,000265 0,000266 0,000269 0,000269 0,000270 0,000271 0,000271 Risco estimado 0,000271 109 12,5667 12,6000 12,6333 12,6667 12,7000 12,7333 12,7667 12,8000 12,8333 12,8667 12,9000 12,9333 12,9667 13,0000 13,0333 13,0667 13,1000 13,1333 13,1667 13,2000 13,2333 13,2667 13,3000 13,3333 13,3667 13,4000 13,4333 13,4667 13,5000 13,5333 13,6000 13,6333 13,7000 13,7333 13,7667 13,8000 13,8333 13,8667 13,9000 13,9333 13,9667 14,0000 14,0333 14,0667 14,1000 14,1667 14,2000 14,2333 14,2667 14,3000 14,3333 14,3667 14,4000 Tempo (meses) 14,4667 14,5000 0,000272 0,000273 0,000274 0,000274 0,000275 0,000277 0,000281 0,000282 0,000285 0,000286 0,000286 0,000287 0,000287 0,000288 0,000288 0,000289 0,000289 0,000290 0,000291 0,000292 0,000292 0,000292 0,000293 0,000294 0,000294 0,000294 0,000295 0,000295 0,000295 0,000296 0,000296 0,000296 0,000296 0,000296 0,000297 0,000297 0,000297 0,000297 0,000297 0,000298 0,000298 0,000298 0,000298 0,000298 0,000299 0,000299 0,000299 0,000299 0,000299 0,000299 0,000299 0,000300 0,000300 Risco estimado 0,000300 0,000300 14,5333 14,5667 14,6000 14,6333 14,7000 14,7333 14,7667 14,8000 14,9333 15,0000 15,0667 15,1000 15,1333 15,1667 15,2333 15,3000 15,3667 15,4000 15,4333 15,4667 15,5333 15,6333 15,7000 15,8333 15,8667 16,0000 16,1333 16,1667 16,2000 16,3000 16,3333 16,3667 16,4333 16,4667 16,5000 16,5333 16,6000 16,6667 16,7667 16,8000 16,8667 16,9000 16,9667 17,0667 17,1333 17,2333 17,2667 17,3000 17,3333 17,4000 17,4333 17,4667 Tempo (meses) 17,5000 17,5333 17,5667 0,000301 0,000301 0,000301 0,000301 0,000302 0,000302 0,000302 0,000302 0,000303 0,000303 0,000303 0,000303 0,000304 0,000304 0,000304 0,000305 0,000305 0,000305 0,000305 0,000306 0,000306 0,000306 0,000307 0,000307 0,000307 0,000308 0,000308 0,000308 0,000308 0,000308 0,000308 0,000309 0,000309 0,000309 0,000310 0,000310 0,000310 0,000310 0,000310 0,000310 0,000310 0,000310 0,000311 0,000311 0,000311 0,000312 0,000312 0,000312 0,000312 0,000312 0,000312 0,000313 Risco estimado 0,000313 0,000313 0,000314 17,6333 17,7000 17,7667 17,8000 17,8333 17,8667 17,9000 17,9667 18,0333 18,0667 18,1667 18,2333 18,3000 18,4000 18,4333 18,4667 18,5000 18,5333 18,5667 18,6000 18,6667 18,7000 18,7333 18,7667 18,8000 18,8333 18,8667 18,9000 19,1000 19,1333 19,2000 19,2333 19,2667 19,4667 19,5000 19,5333 19,5667 19,6000 19,6333 19,6667 19,7333 19,7667 19,8000 19,8333 19,8667 19,9667 20,1667 20,2333 20,2667 20,3000 20,3333 Tempo (meses) 20,3667 20,5000 20,5333 20,5667 0,000314 0,000314 0,000314 0,000314 0,000314 0,000315 0,000315 0,000315 0,000315 0,000315 0,000315 0,000315 0,000316 0,000316 0,000316 0,000316 0,000317 0,000317 0,000317 0,000318 0,000318 0,000318 0,000318 0,000318 0,000318 0,000318 0,000318 0,000319 0,000319 0,000319 0,000319 0,000319 0,000319 0,000320 0,000320 0,000320 0,000321 0,000321 0,000321 0,000322 0,000322 0,000322 0,000322 0,000322 0,000322 0,000323 0,000323 0,000323 0,000324 0,000324 0,000324 Risco estimado 0,000324 0,000324 0,000324 0,000325 110 20,6000 20,6333 20,6667 20,7667 20,8000 20,8333 20,8667 20,9000 20,9667 21,0000 21,0333 21,2333 21,2667 21,3000 21,4000 21,4333 21,5000 21,5333 21,5667 21,6000 21,6333 21,6667 21,7333 21,7667 21,8000 21,8333 21,8667 21,9000 21,9333 21,9667 22,1667 22,2000 22,2333 22,2667 22,3000 22,3333 22,3667 22,4667 22,5000 22,5333 22,5667 22,6000 22,6333 22,6667 22,7000 22,7333 22,7667 22,8000 22,8333 22,8667 Tempo (meses) 22,9333 22,9667 23,0000 23,0333 23,0667 0,000326 0,000326 0,000326 0,000326 0,000327 0,000327 0,000327 0,000327 0,000327 0,000327 0,000328 0,000328 0,000328 0,000328 0,000328 0,000328 0,000329 0,000329 0,000329 0,000330 0,000331 0,000331 0,000331 0,000332 0,000332 0,000332 0,000332 0,000332 0,000333 0,000333 0,000333 0,000333 0,000333 0,000334 0,000334 0,000334 0,000334 0,000334 0,000334 0,000335 0,000335 0,000335 0,000336 0,000336 0,000337 0,000337 0,000338 0,000338 0,000338 0,000338 Risco estimado 0,000339 0,000339 0,000339 0,000339 0,000339 23,1667 23,2000 23,3000 23,3333 23,3667 23,4667 23,5333 23,5667 23,6000 23,6333 23,6667 23,7000 23,7333 23,7667 23,8000 23,8333 23,8667 23,9333 23,9667 24,0000 24,0667 24,1333 24,1667 24,2000 24,2333 24,2667 24,3000 24,3667 24,5000 24,6000 24,6333 24,6667 24,7000 24,7333 24,7667 24,8000 24,8333 24,8667 24,9000 24,9667 25,0000 25,0333 25,0667 25,1000 25,1333 25,1667 25,2000 25,2333 25,3000 Tempo (meses) 25,3333 25,4000 25,4333 25,4667 25,5000 25,5333 0,000339 0,000340 0,000340 0,000340 0,000341 0,000341 0,000341 0,000341 0,000342 0,000342 0,000342 0,000343 0,000344 0,000344 0,000344 0,000344 0,000344 0,000345 0,000345 0,000345 0,000345 0,000345 0,000346 0,000346 0,000346 0,000347 0,000347 0,000347 0,000347 0,000348 0,000349 0,000349 0,000350 0,000351 0,000351 0,000351 0,000351 0,000352 0,000352 0,000352 0,000353 0,000353 0,000354 0,000354 0,000354 0,000354 0,000354 0,000354 0,000355 Risco estimado 0,000355 0,000355 0,000355 0,000355 0,000356 0,000356 25,6000 25,6667 25,7000 25,7333 25,7667 25,8000 25,8333 25,8667 25,9000 25,9333 25,9667 26,0000 26,0667 26,1000 26,1333 26,2000 26,2333 26,3000 26,3667 26,4333 26,5000 26,6000 26,6333 26,6667 26,7000 26,7333 26,7667 26,8000 26,8333 26,8667 26,9000 26,9667 27,0000 27,0333 27,1333 27,1667 27,2000 27,2333 27,3000 27,3333 27,3667 27,4000 27,4333 27,5333 27,6000 27,6333 27,7333 27,7667 Tempo (meses) 27,8333 27,8667 27,9333 28,0333 28,1000 28,1333 28,1667 0,000356 0,000357 0,000357 0,000358 0,000359 0,000360 0,000360 0,000360 0,000360 0,000361 0,000361 0,000361 0,000362 0,000362 0,000362 0,000362 0,000362 0,000363 0,000363 0,000363 0,000364 0,000364 0,000364 0,000364 0,000365 0,000365 0,000366 0,000367 0,000367 0,000367 0,000368 0,000368 0,000368 0,000368 0,000369 0,000369 0,000369 0,000369 0,000370 0,000370 0,000370 0,000370 0,000371 0,000371 0,000371 0,000371 0,000372 0,000372 Risco estimado 0,000372 0,000373 0,000373 0,000373 0,000374 0,000374 0,000374 111 28,3000 28,3333 28,3667 28,4000 28,4333 28,4667 28,5000 28,5333 28,5667 28,7000 28,7333 28,7667 28,8000 28,8333 28,9000 28,9333 28,9667 29,0667 29,1000 29,1667 29,2333 29,2667 29,3000 29,3333 29,4000 29,4667 29,5667 29,6000 29,6333 29,7000 29,7667 29,8000 29,8667 29,9333 30,0000 30,0667 30,1333 30,2000 30,2333 30,2667 30,3000 30,3333 30,3667 30,4000 30,4333 30,4667 30,5333 Tempo (meses) 30,6000 30,7000 30,7667 30,8000 30,8333 30,8667 30,9000 30,9333 0,000374 0,000374 0,000374 0,000375 0,000375 0,000375 0,000375 0,000375 0,000376 0,000376 0,000376 0,000377 0,000377 0,000377 0,000377 0,000378 0,000378 0,000378 0,000379 0,000379 0,000379 0,000379 0,000379 0,000379 0,000380 0,000380 0,000380 0,000380 0,000381 0,000381 0,000381 0,000382 0,000382 0,000382 0,000382 0,000383 0,000383 0,000383 0,000383 0,000383 0,000384 0,000384 0,000384 0,000384 0,000385 0,000385 0,000385 Risco estimado 0,000385 0,000386 0,000386 0,000386 0,000387 0,000387 0,000387 0,000388 30,9667 31,0000 31,0333 31,0667 31,2333 31,2667 31,3000 31,4333 31,5000 31,5667 31,6333 31,6667 31,7333 31,8000 31,8333 31,8667 31,9000 31,9667 32,0000 32,0333 32,0667 32,1333 32,2000 32,2667 32,3333 32,4000 32,4333 32,4667 32,5333 32,5667 32,6000 32,8000 32,9000 32,9333 32,9667 33,0000 33,0333 33,0667 33,1333 33,1667 33,2000 33,4000 33,4333 33,8000 33,9333 33,9667 Tempo (meses) 34,0000 34,0333 34,2000 34,2333 34,2667 34,3000 34,3667 34,4000 34,4333 0,000388 0,000388 0,000388 0,000389 0,000389 0,000389 0,000389 0,000389 0,000390 0,000390 0,000390 0,000391 0,000391 0,000391 0,000391 0,000392 0,000392 0,000393 0,000393 0,000394 0,000394 0,000394 0,000394 0,000395 0,000395 0,000395 0,000395 0,000396 0,000396 0,000396 0,000396 0,000397 0,000397 0,000397 0,000397 0,000397 0,000398 0,000398 0,000398 0,000398 0,000398 0,000399 0,000399 0,000399 0,000400 0,000400 Risco estimado 0,000401 0,000401 0,000401 0,000402 0,000402 0,000402 0,000402 0,000402 0,000403 34,5000 34,5667 34,6333 34,7667 34,8000 34,8333 34,9000 34,9667 35,0000 35,0333 35,0667 35,1000 35,1333 35,1667 35,2000 35,2333 35,2667 35,3333 35,4000 35,4333 35,4667 35,6667 35,7333 35,9000 36,0000 36,0333 36,0667 36,1000 36,1667 36,2000 36,3000 36,3667 36,4000 36,4333 36,4667 36,5000 36,5333 36,5667 36,6000 36,6333 36,6667 36,7000 36,7333 36,7667 36,8000 Tempo (meses) 36,8333 36,8667 36,9000 36,9333 36,9667 37,0333 37,0667 37,1000 37,1333 37,1667 0,000403 0,000403 0,000403 0,000404 0,000404 0,000405 0,000405 0,000405 0,000405 0,000406 0,000406 0,000406 0,000407 0,000407 0,000407 0,000407 0,000408 0,000408 0,000408 0,000408 0,000408 0,000408 0,000409 0,000409 0,000409 0,000410 0,000410 0,000410 0,000411 0,000411 0,000411 0,000412 0,000412 0,000415 0,000416 0,000416 0,000417 0,000418 0,000419 0,000419 0,000419 0,000420 0,000420 0,000420 0,000421 Risco estimado 0,000421 0,000421 0,000421 0,000422 0,000422 0,000422 0,000424 0,000425 0,000426 0,000426 112 37,2000 37,2333 37,2667 37,3000 37,3333 37,4000 37,4333 37,4667 37,5000 37,5333 37,5667 37,6000 37,6333 37,6667 37,7000 37,7333 37,7667 37,8000 37,8667 37,9333 38,0000 38,0333 38,0667 38,1000 38,1333 38,1667 38,2000 38,2333 38,2667 38,3000 38,3333 38,3667 38,4000 38,4333 38,5000 38,6000 38,6333 38,7000 38,7667 38,8000 38,8333 38,9000 39,0000 39,0333 Tempo (meses) 39,0667 39,1000 39,1333 39,1667 39,2000 39,2667 39,3333 39,4000 39,4333 39,4667 39,5000 0,000426 0,000426 0,000427 0,000427 0,000427 0,000428 0,000429 0,000429 0,000430 0,000430 0,000431 0,000432 0,000433 0,000433 0,000434 0,000435 0,000435 0,000435 0,000436 0,000436 0,000437 0,000437 0,000438 0,000438 0,000439 0,000439 0,000439 0,000439 0,000440 0,000440 0,000440 0,000441 0,000441 0,000442 0,000442 0,000442 0,000442 0,000443 0,000444 0,000444 0,000445 0,000445 0,000446 0,000446 Risco estimado 0,000446 0,000447 0,000447 0,000448 0,000448 0,000449 0,000449 0,000449 0,000449 0,000450 0,000450 39,5333 39,5667 39,6333 39,6667 39,7667 39,9333 39,9667 40,0333 40,0667 40,1000 40,1333 40,1667 40,2000 40,2333 40,3000 40,3333 40,4667 40,5000 40,5333 40,6333 40,7000 40,7333 40,7667 40,8000 40,8333 40,8667 40,9000 41,0333 41,0667 41,1000 41,1667 41,2000 41,2333 41,2667 41,3000 41,3333 41,4000 41,4667 41,5667 41,6000 41,6333 41,6667 41,7000 Tempo (meses) 41,7333 41,7667 41,8000 41,8333 41,9000 41,9667 42,0000 42,0333 42,1333 42,1667 42,2000 42,2333 0,000450 0,000450 0,000451 0,000451 0,000452 0,000452 0,000452 0,000452 0,000453 0,000453 0,000453 0,000454 0,000454 0,000455 0,000456 0,000456 0,000457 0,000457 0,000457 0,000458 0,000458 0,000458 0,000459 0,000459 0,000459 0,000460 0,000460 0,000460 0,000461 0,000462 0,000462 0,000462 0,000463 0,000463 0,000464 0,000464 0,000464 0,000465 0,000466 0,000466 0,000466 0,000466 0,000466 Risco estimado 0,000467 0,000467 0,000467 0,000468 0,000468 0,000468 0,000468 0,000469 0,000469 0,000469 0,000469 0,000470 42,2667 42,3000 42,3333 42,4000 42,6000 42,6333 42,7667 42,8000 42,8667 42,9333 42,9667 43,0000 43,0333 43,1000 43,2000 43,2667 43,3000 43,3333 43,4000 43,4667 43,6000 43,6667 43,8000 43,8333 43,8667 44,1000 44,1667 44,3333 44,3667 44,4000 44,4333 44,4667 44,5000 44,5333 44,6000 44,6333 44,6667 44,7000 44,7333 44,8333 44,8667 44,9000 Tempo (meses) 44,9667 45,1000 45,1333 45,1667 45,2667 45,3333 45,3667 45,4000 45,4667 45,5000 45,5333 45,5667 45,6667 0,000470 0,000470 0,000471 0,000471 0,000472 0,000472 0,000472 0,000473 0,000473 0,000473 0,000474 0,000474 0,000475 0,000475 0,000475 0,000476 0,000476 0,000476 0,000476 0,000477 0,000477 0,000477 0,000478 0,000478 0,000478 0,000479 0,000479 0,000479 0,000480 0,000480 0,000481 0,000481 0,000481 0,000482 0,000482 0,000483 0,000483 0,000484 0,000484 0,000485 0,000485 0,000485 Risco estimado 0,000486 0,000486 0,000486 0,000487 0,000488 0,000488 0,000488 0,000488 0,000489 0,000489 0,000490 0,000490 0,000490 113 45,7333 45,8333 45,9000 46,0333 46,1333 46,2667 46,3333 46,4000 46,4333 46,4667 46,5000 46,5333 46,5667 46,6333 46,7667 46,9000 46,9333 47,0667 47,1000 47,2000 47,3667 47,4333 47,4667 47,5000 47,5333 47,5667 47,6333 47,6667 47,9000 48,1333 48,1667 48,2000 48,3667 48,4000 48,4333 48,4667 48,5000 48,5333 48,5667 48,6000 48,7000 Tempo (meses) 48,7333 48,7667 49,0667 49,1333 49,2333 49,2667 49,3000 49,3667 49,4000 49,4333 49,4667 49,5000 49,5333 49,5667 0,000491 0,000491 0,000492 0,000492 0,000492 0,000493 0,000493 0,000494 0,000495 0,000496 0,000496 0,000496 0,000497 0,000497 0,000498 0,000498 0,000498 0,000499 0,000499 0,000500 0,000500 0,000502 0,000503 0,000503 0,000504 0,000504 0,000505 0,000505 0,000506 0,000506 0,000506 0,000507 0,000507 0,000508 0,000509 0,000509 0,000509 0,000509 0,000510 0,000510 0,000511 Risco estimado 0,000511 0,000511 0,000512 0,000512 0,000512 0,000513 0,000513 0,000513 0,000514 0,000514 0,000515 0,000515 0,000515 0,000516 49,6333 49,7000 49,7333 49,8000 49,9667 50,0000 50,0333 50,1000 50,1667 50,2000 50,3333 50,4000 50,4333 50,5333 50,5667 50,6000 50,6333 50,7000 50,7333 50,8333 51,1667 51,2000 51,2667 51,4667 51,5000 51,5333 51,5667 51,6000 51,6333 51,6667 51,7667 51,8000 51,9333 52,0000 52,2000 52,3000 52,3667 52,4333 52,4667 52,5000 Tempo (meses) 52,5333 52,5667 52,6000 52,6333 52,6667 52,7000 52,8667 52,9000 53,0000 53,1000 53,2000 53,2333 53,3000 53,3333 53,3667 0,000517 0,000517 0,000517 0,000518 0,000518 0,000519 0,000519 0,000519 0,000520 0,000520 0,000521 0,000522 0,000522 0,000523 0,000523 0,000524 0,000525 0,000525 0,000525 0,000525 0,000526 0,000526 0,000527 0,000527 0,000528 0,000529 0,000529 0,000530 0,000531 0,000531 0,000532 0,000533 0,000533 0,000534 0,000534 0,000534 0,000535 0,000536 0,000536 0,000536 Risco estimado 0,000537 0,000537 0,000538 0,000539 0,000541 0,000541 0,000542 0,000542 0,000543 0,000543 0,000543 0,000543 0,000545 0,000545 0,000546 53,4000 53,4667 53,5667 53,6000 53,6333 53,7000 53,7333 53,8333 53,8667 53,9000 53,9333 53,9667 54,0000 54,0667 54,1333 54,1667 54,3333 54,3667 54,5333 54,5667 54,6000 54,6333 54,6667 54,7000 54,7333 54,7667 54,8000 54,8333 54,8667 54,9667 55,0333 55,0667 55,1667 55,2000 55,2333 55,2667 55,4667 55,5667 55,6000 Tempo (meses) 55,6333 55,6667 55,7000 55,7333 55,7667 55,8333 56,0000 56,1000 56,3333 56,3667 56,4000 56,4667 56,5000 56,6000 56,6333 56,6667 0,000546 0,000546 0,000547 0,000547 0,000548 0,000548 0,000548 0,000550 0,000550 0,000551 0,000551 0,000552 0,000552 0,000552 0,000553 0,000553 0,000554 0,000554 0,000555 0,000555 0,000556 0,000556 0,000556 0,000558 0,000558 0,000559 0,000559 0,000559 0,000560 0,000560 0,000560 0,000561 0,000561 0,000561 0,000562 0,000563 0,000563 0,000564 0,000565 Risco estimado 0,000565 0,000566 0,000567 0,000567 0,000568 0,000568 0,000569 0,000569 0,000569 0,000570 0,000570 0,000571 0,000571 0,000572 0,000573 0,000573 114 56,7000 56,7333 56,8000 56,8667 56,9000 56,9333 56,9667 57,0667 57,1333 57,1667 57,2000 57,2333 57,5000 57,5333 57,6000 57,6333 57,6667 57,9000 57,9333 58,0667 58,1000 58,2000 58,6000 58,6333 58,6667 58,7000 58,7333 58,7667 58,8000 58,8333 58,9000 58,9333 58,9667 59,0333 59,0667 59,1667 59,2000 59,2667 Tempo (meses) 59,3333 59,4000 59,6000 59,6333 59,6667 59,7000 59,7333 59,7667 59,8000 59,8333 59,8667 59,9333 59,9667 60,0333 60,1000 60,1333 60,2333 0,000574 0,000574 0,000574 0,000575 0,000576 0,000576 0,000577 0,000577 0,000577 0,000578 0,000579 0,000579 0,000580 0,000581 0,000581 0,000582 0,000582 0,000583 0,000583 0,000583 0,000584 0,000584 0,000585 0,000586 0,000588 0,000588 0,000588 0,000589 0,000589 0,000590 0,000591 0,000591 0,000593 0,000593 0,000593 0,000594 0,000594 0,000595 Risco estimado 0,000595 0,000596 0,000597 0,000598 0,000598 0,000599 0,000601 0,000602 0,000602 0,000604 0,000605 0,000605 0,000606 0,000606 0,000607 0,000607 0,000608 60,2667 60,3000 60,4000 60,4667 60,5333 60,5667 60,6333 60,7000 60,7333 60,7667 60,8000 60,8333 60,8667 60,9667 61,0000 61,0333 61,1000 61,1667 61,2333 61,2667 61,3000 61,3333 61,4000 61,4333 61,5333 61,6333 61,6667 61,7000 61,7333 61,7667 61,8000 61,8333 61,8667 61,9000 61,9333 62,0667 62,1000 Tempo (meses) 62,3000 62,4000 62,4333 62,5333 62,6000 62,6333 62,6667 62,7000 62,7333 62,7667 62,8667 62,9000 62,9667 63,0000 63,0667 63,1333 63,1667 63,2333 0,000608 0,000609 0,000609 0,000610 0,000610 0,000611 0,000611 0,000613 0,000613 0,000615 0,000616 0,000617 0,000617 0,000617 0,000618 0,000618 0,000619 0,000619 0,000620 0,000620 0,000621 0,000622 0,000622 0,000622 0,000623 0,000623 0,000625 0,000627 0,000629 0,000631 0,000632 0,000634 0,000635 0,000635 0,000637 0,000637 0,000637 Risco estimado 0,000639 0,000640 0,000641 0,000642 0,000644 0,000645 0,000645 0,000646 0,000647 0,000648 0,000651 0,000651 0,000652 0,000653 0,000654 0,000654 0,000655 0,000657 63,2667 63,3333 63,4000 63,4667 63,5000 63,5333 63,6333 63,6667 63,7000 63,7333 63,7667 63,8000 63,8333 63,8667 63,9000 63,9333 64,0000 64,0667 64,1333 64,1667 64,3000 64,3667 64,4000 64,4333 64,5000 64,5667 64,6667 64,7000 64,7333 64,8000 64,8667 64,9000 64,9333 64,9667 65,1333 65,1667 Tempo (meses) 65,2667 65,3667 65,4000 65,4333 65,4667 65,5000 65,6333 65,6667 65,7000 65,7333 65,8000 65,8333 65,8667 65,9000 65,9667 66,0000 66,0667 66,1000 66,1667 0,000657 0,000659 0,000660 0,000661 0,000662 0,000663 0,000663 0,000665 0,000667 0,000668 0,000669 0,000670 0,000672 0,000673 0,000675 0,000676 0,000677 0,000679 0,000681 0,000682 0,000682 0,000683 0,000684 0,000685 0,000686 0,000686 0,000688 0,000691 0,000693 0,000694 0,000695 0,000696 0,000697 0,000698 0,000700 0,000702 Risco estimado 0,000703 0,000704 0,000705 0,000705 0,000707 0,000708 0,000709 0,000711 0,000712 0,000712 0,000713 0,000714 0,000715 0,000717 0,000719 0,000719 0,000720 0,000722 0,000724 115 66,2333 66,3333 66,3667 66,4667 66,5667 66,6000 66,6333 66,6667 66,7000 66,7333 66,7667 66,8000 66,8333 66,8667 66,9000 66,9333 66,9667 67,0000 67,0333 67,0667 67,1000 67,3333 67,4000 67,4333 67,4667 67,5000 67,6000 67,7333 67,7667 67,8667 67,9333 67,9667 68,0000 68,0333 68,0667 Tempo (meses) 68,1333 68,1667 68,2000 68,2667 68,3333 68,3667 68,4333 68,5667 68,6333 68,6667 68,7000 68,7333 68,7667 68,8000 68,8333 68,9000 68,9333 68,9667 69,0000 69,0333 0,000725 0,000729 0,000730 0,000734 0,000736 0,000740 0,000741 0,000743 0,000746 0,000749 0,000751 0,000754 0,000755 0,000756 0,000759 0,000762 0,000766 0,000768 0,000769 0,000771 0,000772 0,000775 0,000776 0,000778 0,000780 0,000783 0,000789 0,000799 0,000805 0,000808 0,000810 0,000812 0,000816 0,000818 0,000822 Risco estimado 0,000826 0,000829 0,000830 0,000833 0,000835 0,000836 0,000837 0,000841 0,000844 0,000846 0,000848 0,000849 0,000850 0,000851 0,000853 0,000854 0,000858 0,000860 0,000861 0,000863 69,0667 69,1333 69,1667 69,2000 69,2333 69,4333 69,5667 69,6000 69,6333 69,6667 69,7000 69,7333 69,7667 69,8000 69,8333 69,8667 69,9000 69,9333 69,9667 70,0000 70,0667 70,1000 70,1333 70,1667 70,2000 70,2333 70,2667 70,3000 70,3333 70,3667 70,4000 70,4333 70,4667 70,5000 Tempo (meses) 70,5667 70,6000 70,6333 70,6667 70,7333 70,7667 70,8000 70,8333 70,9000 70,9333 70,9667 71,0000 71,0333 71,0667 71,1333 71,1667 71,2000 71,2333 71,2667 71,3000 71,3333 0,000865 0,000869 0,000870 0,000872 0,000878 0,000894 0,000908 0,000911 0,000912 0,000914 0,000919 0,000923 0,000926 0,000927 0,000928 0,000931 0,000936 0,000941 0,000943 0,000948 0,000954 0,000956 0,000959 0,000963 0,000966 0,000968 0,000969 0,000973 0,000976 0,000977 0,000979 0,000980 0,000987 0,000990 Risco estimado 0,000995 0,000996 0,000999 0,001002 0,001009 0,001011 0,001014 0,001019 0,001024 0,001029 0,001034 0,001036 0,001041 0,001044 0,001052 0,001055 0,001060 0,001067 0,001074 0,001081 0,001083 71,3667 71,4000 71,4333 71,5000 71,5333 71,5667 71,6000 71,6333 71,6667 71,7000 71,7333 71,7667 71,8000 71,8333 71,8667 71,9000 71,9333 71,9667 72,0000 72,0333 72,1000 72,1333 72,1667 72,2000 72,3333 72,4000 72,5667 72,6000 72,6667 72,7000 72,7333 72,7667 72,8000 Tempo (meses) 72,8333 72,8667 72,9000 72,9333 72,9667 73,0000 73,0333 73,0667 73,1333 73,1667 73,2000 73,2333 73,3000 73,3333 73,3667 73,4000 73,4333 73,4667 73,5000 73,5333 73,5667 73,6000 0,001086 0,001087 0,001092 0,001099 0,001100 0,001104 0,001106 0,001115 0,001119 0,001121 0,001126 0,001135 0,001140 0,001145 0,001153 0,001160 0,001161 0,001164 0,001170 0,001174 0,001176 0,001178 0,001181 0,001183 0,001188 0,001192 0,001202 0,001206 0,001215 0,001221 0,001225 0,001230 0,001233 Risco estimado 0,001245 0,001252 0,001261 0,001276 0,001289 0,001302 0,001312 0,001323 0,001340 0,001353 0,001361 0,001370 0,001385 0,001395 0,001404 0,001412 0,001427 0,001447 0,001464 0,001477 0,001497 0,001515 116 73,6333 73,6667 73,7000 73,7333 73,7667 73,8000 73,8333 73,8667 73,9000 73,9333 73,9667 74,0000 74,0333 74,0667 74,1000 74,1333 74,2000 74,2667 74,3000 74,3333 74,3667 74,4333 74,5000 74,5333 74,5667 74,6000 74,6333 74,6667 74,7000 74,7333 74,7667 74,8000 Tempo (meses) 74,8333 74,8667 74,9000 74,9333 74,9667 75,0000 75,0333 75,2333 75,3333 75,3667 75,4000 75,4333 75,4667 75,5000 75,5333 75,5667 75,6333 75,7333 75,7667 75,8667 75,9667 76,0000 76,0333 0,001520 0,001524 0,001529 0,001543 0,001558 0,001563 0,001580 0,001597 0,001608 0,001626 0,001650 0,001675 0,001681 0,001689 0,001704 0,001712 0,001733 0,001745 0,001761 0,001773 0,001779 0,001818 0,001848 0,001859 0,001862 0,001869 0,001876 0,001894 0,001916 0,001934 0,001953 0,001969 Risco estimado 0,001992 0,002016 0,002024 0,002049 0,002079 0,002096 0,002114 0,002198 0,002242 0,002273 0,002288 0,002326 0,002331 0,002358 0,002410 0,002457 0,002538 0,002597 0,002632 0,002710 0,002874 0,002924 0,002985 76,0667 76,1333 76,2333 76,2667 76,3000 76,3333 76,4667 76,8333 76,8667 76,9000 77,3000 78,1000 78,5333 78,9333 79,0000 79,0333 79,2333 79,5667 79,6667 79,8333 80,1333 80,2333 80,2667 80,5667 81,0333 81,8667 82,7667 82,9333 84,3333 0,003086 0,003145 0,003401 0,003484 0,003534 0,003690 0,004167 0,005747 0,005988 0,006452 0,008475 0,01493 0,01961 0,02222 0,02326 0,02439 0,02564 0,02778 0,02857 0,02941 0,03125 0,03333 0,03448 0,03571 0,03704 0,05000 0,1667 0,3333 1,000 117