VESTIBULAR - PUCRS - 2016/1 Resolução da Prova de Literatura Conforme o esperado, seguindo os moldes das provas anteriores, as questões de Literatura do Vestibular de Inverno da PUCRS foram apresentadas com base em um eixo temático comum, qual seja, “do viajante, dos lugares percorridos ou imaginados e da experiência da viagem”. A prova focou-se em questões de compreensão de textos, percepção de inferências textuais e no conhecimento do candidato sobre obras de referência de prosa e poesia da Literatura Brasileira, bem como acerca de obras pontuais de autores portugueses. 31. Alternativa (D) Das três afirmativas, a única que está incorreta é a “I”, eis que equivocado afirmar que a narradora conhecerá, além do “país asiático”, outras cinco cidades. Isso porque as cidades citadas no início do texto correspondem às “escalas” e não a locais que serão conhecidos pela narradora. 32. Alternativa (D) De acordo com a leitura do excerto da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, percebe-se que a afirmativa “D” está incorreta. No respectivo capítulo, que apresenta uma espécie de delírio do narrador (defunto-autor), não há uma humanização dos animais, mas, sim, apenas uma espécie de personificação, pois atribui ao hipopótamo capacidades exclusivas dos seres humanos, tal como a habilidade de fala (“– Engana-se, replicou o animal, nós vamos à origem dos séculos.”) Além disso, também é incorreto relacionar a suposta “humanização do animal” ao fato de o narrador estar expressando o sentimento de medo ao enfrentar uma viagem sem destino. 33. Alternativa (E) Segundo a leitura do trecho, é possível afirmar que todas as afirmativas estão corretas. 34. Alternativa (B) A alternativa correta é aquela disposta na letra “B”, eis que o texto da questão referese à obra Jangada de Pedra, de José Saramago. O romance, com seus personagens dotados de poderes sobrenaturais, constitui-se como uma espécie de alegoria acerca da misteriosa ruptura dos Pirineus, que levou a Península Ibérica (Portugal/Espanha) à deriva pelo Oceano Atlântico. E tudo isso como se houvesse uma grande jangada de pedra a vagar sem identidade e sem destino. Além disso, a alternativa também faz referência à obra O Ano da Morte de Ricardo Reis, romance escrito por Saramago com base na biografia de um dos heterônimos de Fernando Pessoa. 35. Alternativa (A) A respeito do trecho de O Turista Aprendiz, de Mário de Andrade, todas as afirmativas estão corretas, à exceção da última. Isso porque, ao contrário do que consta na quarta assertiva, Mário de Andrade, apesar de ter feito anotações, afirma explicitamente que jamais escrevera um livro sobre a viagem. A parte final do excerto comprova, justamente, que a escritura de um livro não passou de tentativas: “E a elaboração definitiva nunca realizei. Fiz algumas tentativas, fiz. Mas parava logo no princípio, nem sabia bem porque, desagradado.” 36. Alternativa (E) A única alternativa que apresenta duas obras da autoria de Mário de Andrade é a letra “E”. Infância é de Graciliano Ramos; Serafim Ponte Grande é de Oswald de Andrade. Memórias do Cárcere é do mesmo autor de Infância; Cinzas das Horas é de Manuel Bandeira. Sombras na Correnteza é do gaúcho Cyro Martins; Pauliceia Desvairada é de Mário de Andrade. Cobra Norato é de Raul Bopp; Memórias Sentimentais de João Miramar é de Oswald de Andrade. 37. Alternativa (E) Ao referir tratar-se do “movimento literário em que se inscreve Álvares de Azevedo”, a questão objetiva deflagrar o que há de errado acerca do Romantismo brasileiro. Assim, constata-se que a letra “E” está incorreta, pois a poesia de Álvares de Azevedo (poeta da 2ª Geração) não se define em torno da “marcante presença da natureza”, eixo temático relacionado aos poetas da 1ª Geração. Muito menos pode-se afirmar que tal temática é “explorada com destaque em Noites da Taverna”, obra em prosa (contos) de Álvares de Azevedo. 38. Alternativa (D) A única afirmativa falsa é a quarta (e última), pois nem Cadeira de Balanço, nem Libertinagem são obras de Carlos Drummond de Andrade: a primeira é de Mário Quintana e a segunda é de Manuel Bandeira. 39. Alternativa (A) A alternativa “B” está incorreta por incluir o nome de Raimundo Corrêa dentre os poetas modernistas tais como Carlos Drummond, Manuel Bandeira e Mário de Andrade, já que Corrêa é poeta simbolista. A letra “C” está incorreta por relacionar Carlos Drummond ao Simbolismo, quando, na realidade, ele é poeta modernista. A alternativa “D” está incorreta porque Vou me embora pra Pasárgada é de Manuel Bandeira, e A Verdadeira Arte de Viajar é de Mário Quintana. A letra “E” está incorreta, pois o romance Mar Morto é de autoria de Jorge Amado. 40. Alternativa (C) A assertiva da letra “C” está incorreta por mencionar que “a obra de Tarsila do Amaral vincula-se à tendência cubista da poesia brasileira do final do século XX”, quando, na realidade, Tarsila do Amaral é artista modernista do início do século XX, cujo estilo é vinculado às vanguardas e à tendência cubista também das primeiras décadas do século XX.