VESTIBULAR UFPE – UFRPE / 1997
2ª ETAPA
NOME DO ALUNO: _______________________________________________________
ESCOLA: _______________________________________________________________
SÉRIE: ____________________
TURMA: ____________________
Literatura
- O punho no sabre extenso
De, recife imenso
Que rasga o peito do mar.”
01.
Recife / Pernambuco foi musa de muitos poetas, através
dos tempos e das escolas literárias.
Há relação correta entre o texto e os comentários em:
0-0)
“Por entre o Beberibe e o Oceano
Em uma areia sáfia e movediça
Jaz o Recife, população mestiça
Que o belga edificou, ímpio tirano.”
Os versos não louvam a cidade, antes criticam a
população, o meio ambiente e até sua fundação. A
forma ferina de escrever é própria de Gregório de
Matos, o Boca do Inferno.
1-1)
“Quero, na hora da morte, estar lúcido para
mandar a ti meu último suspiro, Recife.”
O lirismo dos versos oscila entre a confissão pessoal e
a vida cotidiana. Como recifense, Manuel Bandeira
coloca uma forte dose de emoção, aliada a referência
bibliográficas.
2-2)
(Recife)
“Retilínea
Cana de açúcar
Dobrada
Para deixar mais alta
Olinda
Plantada sobre uma onda linda
Do mar pernambucano.”
Na estrofe acima, podemos perceber o toque condoreiro e
a adoção das causas libertárias. Castro Alves, romântico
da 3° fase, que seguiu em Recife os cursos jurídicos,
apresenta um Pernambuco guerreiro: usando clarim e
sabre.
02.
“Largas dentaduras,
Vosso riso largo
me consolará.
Não sei quantas fomes
ferozes, secretas
no fundo de mim.
.............................................
Dentaduras alvas
.............................................
admiráveis presas,
mastigando lestas
e indiferentes
a carne da Vida!”
Os versos, de Carlos Drummond de Andrade, apresentam
como características:
0-0) Poesia voltada para o cotidiano.
1-1) Poesia centrada nos aspectos antilíricos.
2-2) Poesia direcionada para os problemas sociais.
3-3) Ausência de complacências sentimentais.
4-4) Ficção poética de um mundo imaterial.
03.
Os versos livres e vanguardistas, pertencentes ao
Modernismo, escapam do tom irônico e da forma
destruidora, características do estilo de Oswald de
Andrade. Paulista, ele descreve, em ritmo sincopado, a
situação topográfica do Recife.
3-3)
“Salve, terra formosa, ó Pernambuco!
Veneza Americana transportada,
Boiando sobre as águas!
Amigo gênio te formou na Europa,
Gênio melhor te despertou sorrindo,
à sombra dos coqueiros.”
Os versos laudatórios, cheios de exclamações e vocativos,
são próprios da linguagem romântica. Gonçalves Dias,
maranhense, romântico da 1° fase, cantou o Recife com
admiração, falando de sua paisagem: uma natureza
tropical e exuberante.
4-4)
“Pernambuco! Um dia, eu vi-te
Dormindo imenso ao luar
Com os olhos quase cerrados,
Com os lábios quase a falar
Do braço, o clarim suspenso
Machado de Assis, com Memórias Póstumas de Brás
Cubas, torna-se o divisor de águas entre o Romantismo e
o Realismo. A partir de então, a ironia e o pessimismo
tornam-se presentes na sua obra, dissecando o caráter
dos personagens.
Estas duas características estão presentes em:
0-0) “Marcela amou-me durante 15 dias e onze contos de
réis.”
1-1) “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o
legado da nossa miséria.”
2-2) “Tinha 64 anos rijos e prósperos, era solteiro, possuía
300 contos e fui acompanhado ao cemitério por onze
amigos. Onze amigos!”
3-3) “Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava
o que era, se nunca os vira. [seus olhos]: eu nada
concluí de extraordinário. A cor e a doçura eram
minhas conhecidas.”
4-4) “Ontem, logo que tive notícia da crise ministerial,
recolhi-me a casa, para esperar os acontecimentos.”
04.
“E se encorpando em tela, entre todos
Se erguendo tenda, onde entrem todos,
Se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
Que, tecido, se eleva por si: luz balão”
“Além, muito além daquela serra que ainda azula no
horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios
de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo de
jati não era doce como seu sorriso.”
José de Alencar, autor do texto acima, é o mais conhecido
dos autores da prosa romântica. Sobre o texto, podemos
afirma:
0-0) Apresenta um perfil feminino com construção
psicológica elaborada a partir de cuidadosa
observação da realidade.
1-1) O elemento humano é representado de acordo com o
capricho de sua fantasia, correspondendo a uma
idealização.
2-2) As linhas introdutórias confirmam a tendência do autor
ao descritivismo com paisagens de um colorido
intenso e traços de grandiosidade.
3-3) Uma língua própria brasileira é representada aqui pelo
uso de vocábulos indígenas.
4-4) A descrição da figura indígena representa uma
aceitação de idéias colonialistas em oposição a
intuitos nativistas.
05.
O Modernismo no Brasil subverteu as normas literárias e
durou várias décadas. Este movimento:
0-0) Foi iniciado com a Semana de Arte Moderna em 1922,
englobando várias artes: literatura, música, pintura e
escultura. O pólo principal desta fase foi São Paulo, na
época já um florescente parque industrial.
1-1) Embora adotando inovações, prendeu-se à concepção
tradicional de literatura, esquecendo a história da
atualidade e fixando-se em valores do passado.
2-2) Em sua primeira fase, foi marcado pela desintegração
da linguagem tradicional com a busca da expressão
nacional e a adoção das conquistas de vanguarda.
3-3) Ainda na 1° fase, teve em Oswald de Andrade, escritor
e poeta paulista, um dos autores mais marcantes. Seu
texto foi dos mais inovadores e corrosivos da estética
modernista.
4-4) Na segunda fase do movimento, surgiram grandes
poetas, mas destaca-se especialmente o chamado
“Romance de 30” ou “Romance Regional.”
06.
Sobre João Cabral de Melo Neto, poeta da geração de 45:
0-0) Em seu percurso poético manteve como marca
registrada a contenção e a objetividade:
“Não a forma encontrada como uma concha perdida
[...]
Mas a forma atingida como uma ponta do novelo que
a atenção, lenta, desenrola.”
1-1) Sua obra mais conhecida é Morte e Vida Severina ou
Auto de Natal Pernambucano, que fala do imigrante
nordestino:
“Somos muitos Severinos/ iguais em tudo na vida/ na
mesma cabeça grande/ que a custo se equilibra”
2-2) Afastando-se do lirismo intimista, sua poesia baseiase no cotidiano, na realidade, nos objetos: “O lápis, o
esquadro, o papel;/ o desenho, o projeto, o número;/ o
engenheiro pensa o mundo justo/ mundo que nenhum
véu encobre”
3-3) Os versos acima ilustram a afirmação de que a poesia
de João Cabral revela ao mesmo tempo rigor técnico e
preocupação social.
4-4) Cabral foi herdeiro da preocupação formal do
Parnasianismo e de seus métodos, com modelos
preestabelecidos e formas a serem seguidas, rima e
métrica de padrões clássicos como na estrofe acima:
07.
Sobre o Parnasianismo:
0-0) Foi um movimento essencialmente poético que reagiu
contra os exageros românticos, no fim do século XIX.
1-1) Seu ideal era a “arte pela arte”, isto é, arte sem
finalidades práticas, o que culminou com o
endeusamento dos processos formais.
2-2) A preocupação excessiva com a forma valeu fortes
críticas, como a que se lê abaixo, de Olavo Bilac:
“Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.”
3-3) Para desvincular-se do mundo concreto, os poetas
parnasianos escolheram como tema a Antigüidade
clássica, sua história e sua mitologia, evitando as
confissões e os extravasamentos subjetivos.
4-4) A preocupação com os problemas sociais e a luta pela
consolidação
das
idéias
da
Independência
representaram
um
compromisso
com
a
contemporaneidade, o que é demonstrado em “O
Caçador de
Esmeraldas”:
“Fernão Dias Paes Leme agoniza. Um lamento
Chora longo a rolar na longa voz do vento”
08.
Sobre o Romance Brasileiro:
0-0) Memórias Sentimentais de João Miramar é
considerada a primeira grande realização da prosa
modernista. De autoria de Oswald de Andrade, rompe
com
esquemas tradicionais da narrativa e é
construída a partir de fragmentos justapostos.
1-1) José Lins do Rego, com Menino de Engenho,
Doidinho, Fogo Morto, Banguê, Usina, relata a
decadência da sociedade patriarcal nordestina no
início do século XX. Seus cinco primeiros livros
constituem o ciclo da cana-de-açúcar e são “pedaços
da vida que ele queria contar”, como menino criado
em casa grande de engenho. Fez parte do chamado
Romance de 30.
2-2) Cecília Meireles representou no Romance Brasileiro a
ótica e o discurso femininos, o questionamento
existencial e o medo e a angústia contemporâneos.
Em seu romance Uma Aprendizagem ou Livro do
Prazeres retrata a importância da linguagem na
percepção e na sensação sobrepondo-se ao mundo
das ações. Pertenceu à fase do Romance Pós-guerra.
3-3) Carlos Drummond de Andrade escreveu uma obra
profundamente impregnada da realidade atual e
humana, na qual estão presentes romances, contos,
crônicas e poesias, em texto frio e despojado. Seu
romance mais conhecido é Sentimento do Mundo.
Pertenceu à primeira fase do Movimento Modernista.
4-4) Aluísio de Azevedo impôs-se como iniciador do
Romance Realista no Brasil, com O Mulato, “investida
dramalhônica contra o escravismo.” Em Casa de
Pensão os valores naturalistas já estão presentes,
mas o romance em que o autor se realiza de maneira
mais acabada é O Cortiço, cujo enredo se desenvolve
em ambiente carioca.
09.
Leia o texto a seguir:
homens fortes, brutos como Fabiano, Sinhá Vitória e
os dois meninos.”
Copo Vazio
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio está cheio de ar
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar
É sempre bom lembrar, guardar de cor
Que o ar vazio de um rosto sombrio
Está cheio de dor
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio está cheio de ar
Os versos acima, de Gilberto Gil, apresentam
características de diversas escolas literárias, no que se
refere à poesia:
0-0) Simbolismo: O poema parte de uma realidade
material, tomando-a como símbolo, com uma certa
ilogicidade na busca do eu profundo, do inconsciente.
Como nos poemas simbolistas (música, antes de tudo)
a musicalidade dos versos é acentuada pelas rimas
internas (eco).
1-1) Barroco: A linguagem trabalha a oposição, na antítese
cheio/vazio, relacionando-a, num elaborado jogo de
imagens, com os sentimentos humanos.
2-2) Modernismo: Apesar do jogo de antíteses, a
linguagem é
despojada, estabelecendo a
incorporação do cotidiano como tema poético.
3-3) Parnasianismo: A métrica perfeita, nos padrões
tradicionais e clássicos, permite a captação da
realidade de maneira neutra e objetiva.
4-4) Romantismo: A exacerbação sentimental é centrada
no subjetivismo e no individualismo. As emoções
hipertrofiam-se, cantando o amor idealizado e
platônico. A fantasia substitui a realidade.
10.
Sobre Graciliano Ramos:
11.
Sobre o Realismo/Naturalismo:
0-0) No Brasil, o Realismo representou uma reação ao
Arcadismo, e foi introduzido numa época de
mudanças sociais logo após a Independência.
1-1) Tendo como pano de fundo a sociedade colonial, os
autores realistas expressam com simplicidade a vida
do homem no campo, ao lado da descrição da
natureza exuberante que o envolve.
2-2) A análise psicológica e a tipificação social, presentes
no Realismo, acentuam-se no Naturalismo, com a
descrição de personagens patológicos e com a crítica
social explícita.
3-3) O Naturalismo é um prolongamento do Realismo,
acrescentando uma visão científica e determinista da
existência. Surge uma preocupação de descrição
minuciosa, comprovada no texto abaixo.
4-4) ”Naquela terra encharcada e fumegante, naquela
umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a
esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma
geração que parecia brotar espontânea, ali mesmo,
naquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no
esterco.” O fragmento d’ O Cortiço, de Aluísio de
Azevedo, apresenta a característica mais marcante do
Naturalismo: compreensão biológica do mundo.
12.
“É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte e prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais q’um rebanho, é mais q’um trono
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela.”
Tomas A. Gonzaga
No poema acima, as marcas do Arcadismo são:
0-0) “Metido no porão do navio, misturado aos criminosos
na Correção, conduzido ao presídio da Ilha, tendo a
cabeça raspada, tornado farrapo humano pela miséria
física, assistindo aos espetáculos mais sórdidos,
Graciliano Ramos retrata com impressionante nitidez,
não apenas os quadros a que assistiu, mas, através
destes quadros, uma fase da existência do nosso
país.”
0-0) Tema da vida pastoril no contato com a natureza
idealizada.
1-1) Ideal de vida simples retratado através de uma
linguagem despojada. Inversões e paradoxos, próprios
do Barroco, caem em desuso.
2-2) Percepção do mundo terreno como efêmero e vão, o
que resulta num sentimento de nulidade diante do
poder divino.
3-3) Descrição de um episódio pastoril num ambiente de
harmonia, onde inexistem conflitos.
4-4) Tom épico, relatando grandes feitos heróicos.
O livro que resultou da experiência de Graciliano descrita
por Nelson Sodré foi Memórias do Cárcere.
13.
1-1) Este livro é um impressionante texto autobiográfico
com as condições dramáticas de sua prisão durante o
Estado Novo, no primeiro governo Vargas.
2-2) Angústia é a continuação de Memórias do Cárcere, e
relata sua saída da prisão, tendo sido escrito num tom
de libelo contra a ditadura.
3-3) O procedimento constante de Graciliano em seu texto
é interrelacionar sociedade e psicologia de forma tão
contínua que é difícil apontar em toda a sua obra
situações puramente psicológicas com cenas
meramente sociais. Realiza uma síntese sem similar
na Literatura Brasileira.
4-4) As frases finais de Vidas Secas, obra prima de
Graciliano, reafirmam sua grandeza que reside em
dois elementos: Esmerada construção formal e visão
realista do universo sertanejo.
“Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada,
ficariam presos nela. E o sertão continuaria a mandar
gente para lá. O sertão mandaria para a cidade
“Teresa, se algum sujeito bancar
o sentimental em cima de você
e te jurar uma paixão do tamanho de um bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredita não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
Cai fora”
Manoel Bandeira
“Numa noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente
‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina.
E ao longe, num pedaço de horizonte
Via-se a noite plácida e divina”
Castro Alves
Em relação ao conceito de literatura, lendo os dois poemas
podemos observar que:
0-0) A literatura é a “arte que imita a realidade pela
palavra” (Aristóteles) ou a “linguagem carregada de
significado” (Ezra Pound).
1-1) O conceito de literatura é móvel, fluido e inconstante
porque a literatura e a realidade que lhe dá forma
muda com o tempo.
2-2) Existe uma essência imutável na literatura: os padrões
estéticos permanecem através dos tempos.
3-3) A literatura utiliza e valoriza um tipo especial de
linguagem cotidiana.
4-4) O fato literário, considerado arte, só pode estar
associado ao belo, o que na poesia significa o uso
excessivo de imagens, comparações e metáforas em
métrica e rima perfeitas.
14.
Ainda em relação aos poemas da questão anterior:
0-0) Do lirismo contraditório de Castro Alves faz parte a
sexualização da natureza com a infiltração do erótico,
enquanto que Manuel Bandeira busca equilíbrio entre
a melancolia e o sentimentalismo com o desencanto e
a amargura na visão de mundo.
1-1) Há na lírica de Bandeira um tom coloquial e um senso
de humor na abordagem dos sentimentos, também
presentes nos versos de Castro Alves.
2-2) Poeta modernista, Bandeira revive pela lírica um
peculiar estado de espírito próprio da poesia
romântica brasileira, cantando a mulher como musa
distante e inacessível.
3-3) Com linguagens diferentes, os dois poetas têm em
comum, nos poemas lidos, a abordagem do tema: a
mulher na vivência do cotidiano, como figura real.
4-4) A poesia lírica de Castro Alves é essencialmente
amorosa, quebrando a idealização e o platonismo,
herança clássica que o precedeu. É uma lírica
sensual.
15.
“Senhoras:
Não pouco vos surpreenderá, por certo, o
endereço e a literatura desta missiva. [...] É bem verdade
que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo, no
dizer de seus prolixos habitantes – não sois conhecidas
por “icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de
Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes
belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois
chamadas.[...]”
Mário de Andrade, Macunaíma: o
herói sem nenhum caráter.
O texto acima é parte da obra mais conhecida de Mário de
Andrade. Sobre este autor e sua obra:
0-0) Em Paulicéia Desvairada seus versos são livres e de
métrica informal, e focalizam aspectos humanos,
sociais e políticos de São Paulo, subvertendo os
valores estéticos vigentes. Critica a burguesia
paulistana.
1-1) Em Macunaíma é utilizada uma linguagem popular e
espontânea, exceto na “Carta a Icambiabas”, na qual
o autor, intencionalmente, utiliza um registro
rebuscado.
2-2) Na tentativa de refletir, em sua obra, a alma nacional,
o autor seleciona temas e cenários que caracterizam o
Brasil, mas dá ênfase à cidade do Rio de Janeiro.
3-3) Em Há uma Gota de Sangue em Cada Poema alcança
o ápice de sua força poética, chegando à perfeição
formal.
4-4) Em 1928 publica Macunaíma: o herói sem nenhum
caráter, livro que chamou de rapsódia, considerando o
fato de ter feito uma composição com fragmentos de
assuntos variados e heterogêneos: lendas, mitos,
anedotas e elementos do folclore nacional.
16.
Sobre o Romantismo:
0-0) Movimento literário introduzido no Brasil no início do
século XIX, é a primeira manifestação literária que de
fato pode ser nomeada brasileira. Tem raízes literárias
mas também não-literárias: a ascensão da burguesia,
a partir da Revolução Francesa e a implantação da
sociedade capitalista com o início da formação de um
público leitor.
1-1)Tem como características literárias o subjetivismo e o
individualismo, resultantes de uma visão de mundo
centrada na individualidade. A libertação de valores
preestabelecidos favorece o sentimentalismo e o amor
à natureza.
2-2) Do ponto de vista da escolha do tema e do uso da
linguagem, o espírito de brasilidade se afirma com
José de Alencar na prosa e Gonçalves Dias na poesia.
3-3) O Romantismo Brasileiro não sofreu nenhuma
influência do Romantismo Europeu, resultando dessa
absoluta originalidade o indianismo, adaptado ao
ufanismo.
4-4) O movimento, no Brasil é dividido em três momentos
ou em três gerações, que podem ser representadas
respectivamente por Gonçalves Dias, Álvares de
Azevedo e Castro Alves. Os autores continuam
obedecendo às regras clássicas de definição rígida de
gêneros literários em linguagem científica, impessoal,
fria e objetiva.
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