Edição 91 | Ano XIV | Setembro/Outubro 2015
Editorial
Soluções integradas: antídoto para
círculo vicioso da mobilidade . . . . . . . . 6
Produtos e Serviços
Marcopolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Volvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
BYD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Navig . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
28
Câmara Metropolitana:
União e diálogo pelo
bem da sociedade
MOBILIDADE TV
Fetranspor
lança projeto
“Histórias que
Movem a Vida”
22
EVENTOS
Extra Conect@Fetranspor:
a mobilidade
na mídia
38
60 anos da Fetranspor
1995 a 2005: Federação completa meio
século de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Tecnologia
Fetranspor Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Mobilidade TV
Fetranspor lança projeto
“Histórias que Movem a Vida” . . . . . . . 22
Segurança
Fetranspor e Disque-Denúncia
unidos contra a criminalidade . . . . . . . . . . 24
Capa | Câmara Metropolitana RJ
União e diálogo pelo bem
da sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Eventos
Seminário Nacional NTU debate
soluções em prol da mobilidade
urbana sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Extra Conect@-Fetranspor: a mobilidade
na mídia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Atendimento
Fiscal de Bolso: participação popular na
melhoria do transporte . . . . . . . . . . . . . 40
Terminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
EDITORIAL
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Soluções integradas:
antídoto para círculo
vicioso da mobilidade
Documento divulgado pela UITP recentemente propõe a quebra do círculo vicioso da dependência do automóvel, que moldou as cidades nas
últimas décadas. Enquanto no final do século 19
e início do 20 a estrutura das cidades se formava
voltada para pedestres e transporte público, o rápido crescimento da indústria automobilística e a
disseminação do automóvel particular mudaram
os modelos de cidade.
Uso do solo de forma mais dispersa, menor
concentração urbana, com as moradias mais distantes do centro, e a perda de áreas verdes para
construção de obras viárias e estacionamentos levaram ao custo mais elevado do transporte para a
população, e à priorização do individual ante o coletivo nos investimentos públicos de várias cidades
do mundo, criando o círculo vicioso. O deslocamento das classes mais favorecidas, ao privilegiar mais
e mais o transporte individual, encarecia a locomoção dos mais pobres, que, ao tentarem permanecer
morando mais perto dos locais de trabalho, formaram núcleos habitacionais como as favelas que
proliferaram em várias cidades brasileiras.
Ao se pensar em mobilidade urbana, há que
se pensar em planejamento das cidades integrado ao transporte público. Os congestionamentos
que infernizam a vida dos residentes de metrópoles de todo o planeta intensificam problemas
como a poluição aérea e sonora, gerando danos
à saúde da população, prejudicando a economia
dessas regiões e aumentando o nível de estresse
na mesma proporção em que a qualidade de vida
cai com a perda de tempo deles decorrente. A
solução para essas questões tem de ser buscada
com a visão voltada para o todo, da forma mais
abrangente possível.
A UITP propõe que se tenha atenção para
dois ângulos distintos, para romper este status
Ao se pensar em mobilidade
urbana, há que se pensar em
planejamento das cidades
integrado ao transporte
público. (...) A solução para essas
questões tem de ser buscada
com a visão voltada para o
todo, da forma mais abrangente
possível
quo, que parece fadado a tornar as cidades cada
vez mais imóveis, com oferta de baixa qualidade
de vida para seus habitantes: a criação de uma
estratégia político-institucional e a elaboração de
um projeto que se realize de forma eficiente. A estratégia precisa ser efetivamente viável em seus
lados administrativo, funcional, legal e político, e
o projeto, para ser desenvolvido, deve envolver os
agentes certos, que atuem de forma coordenada
e se apoiem em políticas públicas que permitam
seu financiamento e continuidade.
As entidades de transporte, os governos e
a sociedade de todo o planeta devem levar em
conta essas propostas da UITP, adaptando-as às
respectivas realidades. Afinal, a diminuição da
mobilidade urbana afeta metrópoles em todo o
mundo. Aqui no Brasil, o crescimento desordenado e rápido de nossas cidades, o investimento
em obras voltadas para o automóvel e a falta de
políticas continuadas de transporte trazem agora
suas consequências. É preciso que se reflita sobre
as soluções e que se tenha em mente que esse
tipo de projeto não deve ser deste ou daquele governo, mas um projeto do País.
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PRODUTOS E SERVIÇOS
Marcopolo
De olho no
futuro
Encarroçadora lança novos modelos
apostando na recuperação de mercado
“Seguramente é a pior crise
que estamos passando no setor de
ônibus. Temos feito ações internas
para diminuição dos custos, de
modo a suportar a crise e sair dela
mais fortes. Acreditamos no negócio e este vai nos trazer resultado.
O ônibus no Brasil, na América, tem
longos anos de sucesso e vendas”.
Com essas palavras, o diretor comercial da Marcopolo, Paulo Corso,
abriu a coletiva de imprensa para
apresentação dos novos modelos
de ônibus, no mês de julho, na sede
da empresa, em Caxias do Sul.
Assim como em ocasiões anteriores, a empresa expôs veículos
para os diversos tipos de aplicação, ou seja, linhas urbanas, corredores, turismo e fretamento, e
também transporte rodoviário.
Dessa vez, as novidades foram
as três versões do Torino, a renovação do Ideale e, pensando em
maior capacidade de carga, o Paradiso 1350, que completa a linha
de veículos da família G7.
Retomada de mercado
A estratégia da Marcopolo é
preparar os novos modelos para
entrarem em linha de produção
Modelos Torino
8
após aprovados em todos os testes possíveis, de maneira que seja
entregue aos clientes um produto
de qualidade, seguro, e de forma
rápida. De acordo com Corso, o
modal ônibus tem muitos mercados a serem explorados, logo
que os investimentos em outros
modos de transporte são mais caros e demandam mais tempo para
implantação. “Os países não têm
dinheiro para investir em modais
mais caros, e o ônibus continua
sendo mais funcional e imediato
para resolver o problema de locomoção das pessoas”.
Obviamente alguns fatores
contribuem para que a encarroçadora esteja otimista e se antecipando com a concepção de novos
produtos, visando à retomada de
mercado, cuja tendência será a
procura por novos modelos de ônibus. Um desses é a regulamentação das novas regras do transporte
intermunicipal e interestadual. Somente as operadoras de linhas interestaduais já sinalizaram com a
possibilidade de investimentos de
“Os países não têm dinheiro para investir em
modais mais caros, e o ônibus continua sendo
mais funcional e imediato para resolver o
problema de locomoção das pessoas”
Paulo Corso, diretor comercial
Novo Ideale
As características de cada modelo
Ideale
O Novo Ideale chega ao mercado com diferenciais em conforto e design (novo DNA Marcopolo), bem
como facilidade de operação. O foco é a aplicação nos segmentos de linhas intermunicipais e fretamento, bem
como em linhas regulares de médias e curtas distâncias.
Torino
Com os lançamentos do Torino Express, do Torino Low Entry e do Torino com motor traseiro, a Marcopolo
completa a sua família de ônibus urbanos do modelo Torino, a de maior sucesso no mercado brasileiro. Junto
com o tradicional Torino de motor dianteiro, ampliam-se as opções para os operadores do transporte coletivo
urbano, que vão desde um veículo com baixo custo operacional para aplicações severas, até os mais sofisticados, a fim de atender a todas as necessidades de transporte coletivo, do serviço convencional ao sistema BRT.
Paradiso 1350
Novo modelo de ônibus rodoviário da Geração 7, o veículo possui como principais características maior
espaço para bagagens (1.350 centímetros de saia lateral) e a maior capacidade volumétrica do mercado.
Além disso, o interior foi totalmente redesenhado, com novas poltronas, porta-copos e toalete, especialmente
para satisfazer as necessidades dos operadores no que tange a viagens de médias e longas distâncias.
9
PRODUTOS E SERVIÇOS
Paradiso 1350
até 800 milhões, sendo boa parte
desse montante na renovação de
mais de mil veículos.
Outra razão que faz a Marcopolo manter seu foco no desenvolvimento dos novos produtos é o
calendário eleitoral, que costuma
proporcionar maior movimentação
de mercado, uma vez que o setor
de transporte fica mais visível aos
olhares das autoridades e da sociedade em geral. Soma-se a isso
a perspectiva de recuperação do
mercado externo, com os novos
modelos atraindo novos negócios.
Crises e oportunidades
Para a Marcopolo, o mercado
brasileiro sempre foi significativo,
principalmente nos últimos dez
anos, e o discurso entre os seus
executivos é de que haverá a retomada de mercado, assim como
ocorreu em outros países. “Em
15 anos de operações internacionais, enfrentamos as crises da Argentina, da Colômbia, do México,
do Oriente Médio, da Rússia, e
hoje estamos colhendo frutos da
operação nesses locais”, afirma o
10
Sucesso nas estradas
latino-americanas
Mesmo antes de iniciar a sua jornada pelas estradas brasileiras,
o novo modelo rodoviário já fazia sucesso em outros mercados. Apesar de projetado e desenvolvido no Brasil, o Paradiso 1350 começou
a ser fabricado, inicialmente, na unidade da Marcopolo no México,
para atendimento da demanda dos operadores locais, que desejavam veículos com maior capacidade para carregamento de bagagens e com alto padrão de qualidade e sofisticação.
Desde 2013, o modelo se destaca em países latino-americanos,
e também nos vizinhos, como o Peru. Nesse curto período, a Marcopolo já fabricou, em sua unidade gaúcha, mais de 100 unidades
do modelo, a grande maioria para utilização nas viagens de longa
distância entre países da América Latina.
diretor de Operações Internacionais, Ruben Bisi.
Enquanto os mercados ainda
sofrem os efeitos da retração da
economia, e a mobilidade ainda
não está no patamar com que a
sociedade brasileira sonha, em
função do atraso na conclusão
das obras de infraestrutura em
diversas cidades, o alento está na
chegada de veículos que tendam a
trazer um pouco mais de conforto
para o passageiro, em médio prazo. Clientes do setor de transporte
que cruzam as estradas do país e
outros que utilizam linhas intermunicipais ou de fretamento também
poderão celebrar as novidades.
PRODUTOS E SERVIÇOS
Volvo
Mais
eficiência e segurança
Gerenciamento de frota contribui para tomadas de
decisão e acompanhamento da operação
A linha de transporte de passageiros da Volvo conta com sistemas
inteligentes customizados de gestão
de frota, de tráfego e de manutenção, todos se comunicando e conectados entre si, e informando a operação em tempo real, para facilitar
a tomada de decisão e direcionar
esforços para onde realmente são
necessários
A empresa apresentou, junto
com a concessionária Ribeiro Veículos S.A. (Rivesa) e a Expresso Nordeste, em Maringá, no Paraná, dia 21 de
julho, os resultados da ferramenta
Gerenciamento de Frota, fundamental no aumento da rentabilidade da
operação dos ônibus rodoviários e
urbanos. “Conseguimos atrair mais
clientes devido à maior segurança,
à regularidade e ao conforto oferecidos através desta ferramenta”, afirma o diretor da Expresso Nordeste,
Marlus Boiko.
Gestão otimizada
A Expresso Nordeste adquiriu, este
ano, 30 unidades da Volvo já com a
nova tecnologia, e a tendência é de
adaptar o restante da sua frota. “A
economia de consumo e o aumento
do número de passageiros em nossas
linhas compensam o investimento.
Além disso, qualquer irregularidade
cometida durante a operação pode
ser comprovada, o que antes não era
possível. O mais importante neste sistema não é a localização do veículo,
e sim as demais informações fornecidas, que são fundamentais para a
gestão da frota”, afirma Boiko.
A empresa atua há mais de 50
anos em rotas interestaduais. Seus
investimentos para garantir a qualidade na operação vão de treinamentos a premiações por bom desempenho, que podem representar,
“O mais importante neste sistema não
é a localização do veículo, e sim as
demais informações fornecidas, que são
fundamentais para a gestão da frota”
Marlus Boiko, diretor da Expresso Nordeste
12
no fim do ano, quase cinco vezes o
salário dos vencedores, um fator
considerado bastante motivador.
Conta ainda com os instrutores das
concessionárias Volvo, uma das vantagens do pós-venda da companhia
sueca, para orientar seus colaboradores quanto às novidades.
gens, pode ser feito por meio de um
display no veículo. O profissional é
identificado ao conectar um pen drive ao painel, uma espécie de crachá
eletrônico, e a leitura do seu trabalho
é feita de forma personalizada. Muitas vezes, apenas isso já o induz à
condução diferenciada.
Monitoramento on-line
Evolução tecnológica
O Gerenciamento de Frota une
informação e tecnologia em prol
da segurança, do conforto, da qualidade e do baixo custo operacional,
tornando o controle da operação
mais seguro e objetivo. A ferramenta foi desenvolvida de acordo com
as necessidades do cliente, e dentro
do veículo existem equipamentos
embarcados e integrados com toda
a plataforma eletrônica do chassi.
A estimativa da quantidade de
passageiros, altitude, rpm (rotações
por minuto), consumo e reparos são
exemplos de indicadores que, controlados em conjunto, constroem
uma viagem com o perfil ideal a ser
alcançado.
Para o motorista, o acompanhamento da sua operação, como
atrasos e adiantamentos nas via-
O hardware desse sistema inteligente já está intrínseco no produto
desde a adoção do Euro 5, em 2012,
e também pode ser instalado nas
frotas adquiridas a partir de 2005,
por já contarem com tecnologia mais
avançada, ainda que, nesses casos,
não ofereça tantas informações
como os novos modelos. O foco é no
chassi Volvo, mas a instalação é viável e compatível com outras marcas.
No Rio de Janeiro, as empresas
Litoral Rio e Redentor, assim como
a Santa Brígida, em São Paulo, já
utilizam tal tecnologia. “Emissão de
gases, temperatura do motor, frenagem e curva bruscas, excesso de velocidade; cada momento da viagem
é monitorado através de mais de 40
sensores distribuídos estrategicamente ao longo do veículo, e as in-
formações são disponibilizadas aos
nossos clientes. Os dados são transmitidos para uma rede de celular, e
depois tudo é descarregado no servidor e enviado a um sistema central,
que pode ser acessado on-line; nada
se perde”, explica Vinícius Gaensly,
responsável pela área de Telemática
da Volvo Bus Latin America.
Preços variados
A Volvo oferece quatro níveis de
pacotes de transmissão de dados por
veículo, que custam desde R$ 40,00
até R$ 140,00. O mais simples atende bem às necessidades do empresário. Todas as informações do chassi
são lidas, e a análise pode ser feita
em tempo real ou posterior à viagem, sem agir sobre o veículo.
Em breve, os recursos serão ampliados: “Além de ver, será possível
atualizar, limitar a velocidade do veículo por região, por trecho e saber se
essas determinações foram respeitadas. Se o condutor tentar fazer algo
diferente do programado, o veículo
não responderá. Este avanço tecnológico já está disponível na Suécia e,
em breve, também estará no Brasil”,
afirma Gaensly.
13
PRODUTOS E SERVIÇOS
BYD
Ônibus elétrico
chega a São Paulo
Para atender à solicitação da Secretaria Municipal de Transportes de
São Paulo e da SPTrans, a Build Your
Dream (BYD), fabricante chinesa de
baterias recarregáveis e de ônibus
elétricos, vai antecipar a produção
da sua mais nova tecnologia, o K11,
maior ônibus articulado elétrico do
mundo, com 18,9 metros, desenvolvido especialmente para projetos de
BRT de piso baixo. O pedido paulista visa a atender à Lei Municipal
14.933/2009, que institui a Política
de Mudança do Clima no município
de São Paulo e foi dirigido não apenas à BYD, mas a fabricantes de ônibus de todo o mundo, que deveriam
viabilizar testes de desempenho e
a fabricação local de veículos mais
limpos. A maior capital brasileira
pretende oferecer uma frota mais
“verde” para a nova licitação de
concessão de seu sistema de trans-
14
porte público, prevista para o fim de
2015.
O K11 segue os padrões de ônibus norte-americanos e foi desenvolvido para atender os mercados de
BRT nos EUA e na América Latina. Sua
autonomia média é de 260 quilômetros e acomoda até 120 passageiros,
assim como os ônibus articulados
convencionais. Por ser 100% elétrico,
não emite poluentes locais, reduzindo, significativamente, a emissão de
gases responsáveis pelo efeito estufa
(GEE) e ruídos, e oferecendo acessibilidade universal em função de sua
configuração de piso baixo.
A primeira etapa de testes, em
operação simulada por rotas preestabelecidas, será acompanhada e
auditada por empresa credenciada
pela SPTrans. Para a segunda fase,
prevista para novembro, a BYD USA
já está produzindo, em sua fábrica em
Lancaster, na Califórnia, um segundo
ônibus elétrico articulado, que cumpre todas as especificações técnicas
do Denatran e da SPTrans. Esse novo
veículo está sendo especialmente desenvolvido para o mercado brasileiro.
A BYD no Brasil
A BYD prevê um investimento
de US$ 400 milhões em três novas fábricas no Brasil, entre 2014 e
2017. A primeira unidade industrial,
sediada em Campinas, São Paulo,
deve ser inaugurada em outubro
deste ano, e terá centro de pesquisa
e desenvolvimento de protótipos,
fabricação de chassis de ônibus elétricos urbanos e articulados, montagem de baterias recarregáveis e
painéis solares fotovoltaicos.
A segunda e terceira unidades serão iniciadas entre 2016 e
2017, para fabricação de todos os
modelos de chassis
de ônibus elétricos
e das células de
baterias recarregáveis. Outros produtos e equipamentos
movidos a energia
limpa, como sistemas de armazenamento de energia
e
empilhadeiras
elétricas, também
devem ser adicionados ao portfólio.
Navig
Empresa de treinamento estreia
no mercado de ônibus
A Navig Condução Eficiente, especializada em treinamento e reciclagem de motoristas profissionais, acaba de dar seus primeiros passos no
segmento de transporte de passageiros. Algumas operadoras de ônibus
da região de Porto Alegre aderiram
ao método criado pela empresa, que
ensina a técnica de antecipação de
situações em estradas e vias urbanas
por meio de um simulador. Cerca de
100 motoristas passarão pelo treinamento.
O primeiro módulo será o Motorista Eficiente, que, além de proporcionar uma direção mais econômica,
resultando em menor consumo de
combustível, reduz em até 40% a
ocorrência de sinistros. O foco será a
segurança, um dos aspectos mais importantes para quem faz transporte
de passageiros.
Treinamento em simulador
Simulador em unidade móvel
Os cursos são oferecidos por
meio de simuladores desenvolvidos com os mesmos conceitos
dos produzidos para treinamento
aéreo (semelhantes aos já utilizados pela Universidade Cor-
Luciano Burti, piloto e comentarista esportivo, fundador da Navig
porativa do Transporte). Um dos
diferenciais dessa solução é o
fato de o simulador estar instalado em uma unidade móvel de
treinamento transportada por um
caminhão, facilitando as rotinas
dos empresários do transporte e
dos seus motoristas. Além disso,
a Navig disponibiliza material didático e instrutores para os treinamentos teórico e prático. No
fim do curso, há mensuração de
resultados.
Fundada pelo piloto e comentarista esportivo Luciano Burti, a
Navig Condução Eficiente já contribuiu para a qualificação de mais
de 1.500 motoristas de caminhões
em menos de dois anos de existência. Agora a empresa começa a
expandir seus negócios ao setor de
transporte de passageiros.
15
60 ANOS DA FETRANSPOR
Federação completa 50 anos acumulando
experiência e aceitando desafios
» Por Juliana Marques
Na última edição, esta seção especial da Revista Ônibus, em comemoração aos 60 anos da Fetranspor,
relembrou momentos importantes da
trajetória desta instituição entre 1985
e 1995. Alguns exemplos são a ampliação dos investimentos nas áreas
de meio ambiente, educação e capacitação profissional; a criação do Departamento de Vale-Transporte pela
Federação, que assumiu a administração do benefício de todos os modais
do Estado do Rio de Janeiro; o fim da
encampação e a realização da primeira edição do que se transformaria em
um dos maiores congressos do setor
de transportes do País: o Etransport.
Desta vez, os passos são entre 1995
e 2005, década de celebração dos 50
anos da entidade.
A primeira unidade do Sest Senat
veio em 1995, com a incorporação
do Centro Tecnológico de Transporte,
Cetec, do Senai. Nove anos depois,
com a instalação de outras unidades em Campos dos Goytacazes,
Barra Mansa, São Gonçalo e Porto
Real, o número de trabalhadores em
transportes e familiares beneficiados
atingiu a marca de 1,5 milhão. Em
1996, surge o Prêmio Alberto Moreira (PAM), uma iniciativa da Federação para valorizar os rodoviários de
todo o Estado do Rio de Janeiro, que
reconhece os melhores colaboradores das empresas de ônibus em cinco categorias: Motorista, Cobrador,
Operacional, Administrativo e Manutenção (recentemente foi criada
a categoria Liderança). O PAM era
realizado anualmente, mas em 2004
passou a fazer parte do cronograma
do Etransport (bienal), devido à presença de autoridades, empresários e
imprensa. Antes disso, o rodoviário
participava do prêmio “Operário Padrão”, voltado para a indústria.
O começo do novo século
Em 1996, foi extinta a CTC
(Companhia de Transportes Coletivos). Entretanto, o progresso continuava pelas ruas e bairros do Rio de
Janeiro, e a população ganhava, em
1997, a Linha Amarela – importante via, de 25 quilômetros, para ligar
Jacarepaguá e Barra da Tijuca, dois
bairros em pleno desenvolvimento
na época, à Ilha do Governador.
Nesse ano, foi instituído o novo
"Código de Trânsito Brasileiro", que
entrou em vigor em 1998. Ciente
da importância de tal mudança no
cenário do trânsito e do transporte, a Fetranspor reuniu sindicatos,
empresários, federações, unidades
do Sest Senat e outros órgãos do
segmento em um seminário, para
refletirem sobre o assunto. Também
em 1998, outras importantes alterações transformaram o sistema de
transporte como um todo, como a
Fotos : arquivo Fetranspor
Prêmio
Alberto
Moreira
privatização das empresas Conerj,
Flumitrens e Metrô.
A virada do século renovou as
energias. Em 2000, o Setransparj
substituiu seu nome por Rio Ônibus,
Sindicato das Empresas de Ônibus
A primeira unidade
do Sest Senat veio
em 1995, com a
incorporação do
Centro Tecnológico
de Transporte (Cetec),
do Senai. Nove
anos depois, com a
instalação de outras
unidades em Campos
dos Goytacazes, Barra
Mansa, São Gonçalo e
Porto Real, o número
de trabalhadores em
transportes e familiares
beneficiados atingiu a
marca de 1,5 milhão
da Cidade do Rio de Janeiro, e passou a incorporar uma nova cultura
de marketing e comunicação com os
clientes. Em janeiro de 2001, é lançada a Revista Ônibus (substituindo
o jornal do mesmo nome), esta publicação institucional da Fetranspor,
com o intuito de apresentar e compartilhar suas histórias e valores, e
também dos seus parceiros. O Sindicato das Empresas de Transportes
da Costa do Sol, Setransol, se filia à
Federação, que passa a contar com
dez sindicatos no Estado do Rio.
“Melhor Transporte, Melhor
Qualidade de Vida”
No fim de 2001, foram promovidas mudanças no estatuto
da Fetranspor, que passou a se
chamar Federação das Empresas
de Transportes de Passageiros do
Estado do Rio de Janeiro, mantendo a sigla original e tornando
Desde 1995 o Sest Senat realiza ações e oferece aos rodoviários serviços
de saúde, beleza, cultura, esportes e outros. Na foto com o ônibus, a
primeira unidade do Sest Senat, o Cetec, em Deodoro
60 ANOS DA FETRANSPOR
Projeto Transporte Acolhedor, promovido no começo dos anos 2000, formou
multiplicadores dentro das empresas visando à melhoria dos serviços
oficial sua abrangência em todo
o Estado. Em janeiro de 2002, em
Teresópolis, foram apresentados,
durante um encontro, os resultados de trabalho feito a partir
de pesquisa encomendada ao
Ibope, que mostrou a opinião da
população sobre a relação entre
rodoviários e passageiros, fator
fundamental para manter o lema
“Melhor Transporte, Melhor Qualidade de Vida”, defendido pela
instituição. Uma das sugestões resultou no “Transporte Acolhedor”,
projeto para ajudar as empresas
a melhorarem sua prestação de
serviços, envolvendo desde o pessoal operacional até as lideranças,
com cursos para formar multiplicadores.
Pensando na saúde do rodoviário, a Fetranspor, em parceria
com entidades também preocupadas com esta questão, criou o
“Alcoolemia Zero” – programa
de prevenção do consumo de
bebida alcoólica, que consistia
na conscientização dos rodoviários através de palestras e vídeos
educativos, realizados dentro das
garagens. Isso ampliou a participação da Federação em eventos e
campanhas de prevenção de acidentes, junto com entidades médicas, como a Associação Brasileira
de Medicina de Tráfego (Abramet)
e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot),
e abriu espaço para a criação da
nova Lei Seca, em vigor desde
2012, e que endureceu a fiscalização e a multa para quem dirige
após ingerir bebida alcóolica.
Por uma sociedade melhor
A proatividade da sexagenária
homenageada continuava indo
além das expectativas. Suas ações
implicavam não somente apoio a
programas sociais de várias instituições, principalmente focando
crianças e adolescentes, como a
Associação dos Amigos do Instituto Nacional do Câncer (Aminca),
e as 1ª e 2ª Varas da Infância e
Em janeiro de 2001, é
lançada a Revista Ônibus
(substituindo o jornal
de mesmo nome), esta
publicação institucional
da Fetranspor, com o
intuito de apresentar e
compartilhar suas histórias
e valores, e também dos
seus parceiros
18
Juventude, que contavam com doações mensais de vales-transporte
para menores carentes e jovens
infratores em reabilitação. Outras
federações que promoviam atividades recreativas, socioculturais
e esportivas também passaram a
desfrutar de auxílio da Federação,
bem como os estudantes da rede
pública de ensino do Rio de Janeiro, que contavam com ônibus para
passeio cultural ao Museu Histórico Nacional, resultado de parceria
firmada, em 2003, entre os envolvidos.
Essa interação com a sociedade
fez parte dos primeiros passos para
a Fetranspor consolidar sua área de
Responsabilidade Social, e levou-a
a conquistar o título de “Empresa
Amiga da Infância”, da 1ª Vara da
Infância e da Juventude. Os projetos
criados pelo governo do Estado do
Rio de Janeiro, “Expresso da Paz”
e “Emergência em Casa”, cujas finalidades eram transportar famílias
dos detentos em dias de visita, e
pessoas com deficiências aos locais
de tratamento, respectivamente,
são dois exemplos de apoio com
doação de micro-ônibus, alguns in-
clusive adaptados com plataformas
elevatórias para facilitar o acesso
dos cadeirantes.
Do papel à bilhetagem
eletrônica
Em meio à expansão das suas atividades, surge novo desafio: o vale-transporte eletrônico. Em 2004, autorizado por leis estadual e municipal,
foi implantado o bilhete eletrônico
para substituir o vale-transporte de
papel. O processo foi gradativo, tanto
para o sistema de transporte público
do Estado, quanto para as organizações empresariais que ofereciam o
benefício aos seus trabalhadores.
A comercialização foi feita
pelo modelo convencional recarregável, adquirido através de site
disponibilizado pela Fetranspor,
administradora oficial do novo
sistema eletrônico, e pelo vale-transporte rápido descartável
e pré-carregado com valor fixo,
comercializado nas agências do
antigo Unibanco. A leitura da
nova forma de pagamento de
passagem, do chamado RioCard,
passa a ser feita instantânea e
automaticamente através de va-
lidadores instalados nos ônibus.
Tal avanço tecnológico facilitou
o processo de integração entre
todos os modais – ônibus, trens,
barcas e metrô –, que aos poucos
se prepararam para aceitá-lo.
Em 2005, para comemorar
seus 50 anos de muitos esforços
e conquistas, a aniversariante
publicou o livro “Fetranspor 50
anos”, contando sua história até
aquela data. E a Revista Ônibus homenageou sua instituição,
publicando, na matéria de capa,
depoimentos dos ex-presidentes
Arthur Mattos, Narciso Gonçalves dos Santos, Délio Sampaio
Filho e José Carlos Reis Lavouras,
atual presidente do Conselho
de Administração. O livro é uma
das fontes para os textos desta
seção comemorativa, que encerraremos na próxima edição, com
a última década desses 60 anos
de história.
19
TECNOLOGIA
Fetranspor digital
Novo site do projeto Mobilidade Sonora e hotsite do
programa Empresas de Portas Abertas já estão no ar
O projeto Mobilidade Sonora,
da Fetranspor Social, está com
novo site − www.mobilidadesonora.com.br −, mais moderno e
de mais fácil navegação, e o melhor: responsivo. Ou seja: é um
site adaptado para responder melhor a uma interface móvel, tanto
em smartphones como em tablets,
com layout ajustado a diferentes
tamanhos de tela, facilitando a
leitura e a navegação nesses aparelhos. Também ganhou espaço
próprio na internet o programa
Empresas de Portas Abertas, que
agora conta com um hotsite acessado através do Portal da Fetrans-
Descubra no site
como funciona
o Programa de
Portas Abertas
20
por – www.fetranspor.com.br/portasabertas.
O site do Mobilidade Sonora
traz, logo na home, a apresentação do projeto, por meio de linguagem visual (uma grande foto)
e de um texto resumido, explicando de forma curta e objetiva sua
proposta social: “levar adolescentes da rede pública de ensino a
espaços culturais onde assistem a
apresentações de música e aprendem sobre arte e cidadania, contribuindo para expandir a cultura
e a mente dos jovens”. Mais abaixo, ainda na home, a agenda com
as três próximas apresentações do
projeto, e abas para acessar as páginas de fotos e vídeos. Na seção
“Imprensa”, estão os telefones e
e-mails de contato com a gerência
de Relacionamento com a Mídia,
bem como os links para as matérias já publicadas na imprensa
desde 2011, quando o projeto foi
lançado.
Portas Abertas na internet
Já o hotsite do Portas Abertas
apresenta, na abertura, depoimentos de clientes que já participaram do programa e fotos de
visitas realizadas às empresas. A
página “Como funciona” explica
Acompanhe os números
do Programa
a proposta e os objetivos da iniciativa, que leva clientes do transporte por ônibus do Estado do Rio
de Janeiro para conhecer as garagens das empresas. Eles são convidados através do Fale Ônibus,
a partir de suas manifestações
nesse canal de comunicação, que
recebe sugestões, reclamações e
elogios sobre o serviço prestado
pelas operadoras. O hotsite traz
também uma lista das empresas
participantes, divididas por sindicato; os números do programa e
informações sobre o Fale Ônibus,
com acesso para seu site.
“O hotsite reúne todas as informações relacionadas ao programa, de forma clara e objetiva,
com uma navegação intuitiva. Os
depoimentos, mostrando o que os
clientes falam sobre o Portas Abertas, e as fotos dos bastidores das
empresas são como um diário das
visitas, uma espécie de relatório,
porém exposto de forma simples,
descontraída e leve, justamente o
que pretendemos da relação entre
os clientes e as empresas, a partir
desse primeiro contato pessoal,
dentro das garagens”, esclarece a
gerente de Comunicação e Eventos
“O hotsite reúne todas as
da Fetranspor e
coordenadora do
informações relacionadas ao
Portas Abertas, Veprograma, de forma clara e
rônica Abdalla.
objetiva, com uma navegação
Outros
três
hotsites podem ser
intuitiva. Os depoimentos,
acessados através
mostrando o que os clientes
do portal Fetransfalam sobre o Portas Abertas,
por: o “BRT + Verde” (fetranspor.
e as fotos dos bastidores das
com.br/especiais/
empresas são como um diário
brtmaisverde), sodas visitas”
bre o projeto de
Verônica Abdalla, gerente de mesmo nome, uma
Comunicação e Eventos e coordenadora parceria entre a
do programa Empresas de Portas Abertas Fetranspor, o Rio
Ônibus, a Prefeitura da Cidade
do Rio, Amyris, Shell-Raízen e Ipiranga, que consiste no uso experimental de um combustível ecológico e 100% renovável, a base
de cana-de-açúcar e que já funciona em parte da frota de ônibus
articulados do BRT Transcarioca;
o “Fetranspor 60 anos” (fetranspor.com.br/especiais/fetranspor60anos), especial comemorativo
do aniversário da Federação, que
conta a história da entidade, seu
legado, através de uma linha do
tempo, fala sobre os presidentes
que já estiveram no comando
da instituição, os números (frota, empresas, empregos gerados, passageiros transportados,
gratuidades, viagens realizadas,
entre outros) e os desafios para
os próximos anos, e o “Histórias
que Movem a Vida” (fetranspor.
com.br/historiasquemovemavida), que explicamos na matéria
a seguir.
21
MOBILIDADE TV
Fetranspor lança projeto
“Histórias que Movem a Vida”
Relatos e testemunhos de pessoas
influenciadas pela mobilidade urbana
Um novo projeto da Fetranspor
está emocionando quem vê e também quem participa dele. O “Histórias
que Movem a Vida” divulga relatos
de pessoas que tiveram suas vidas
transformadas através de inciativas
ou de boas práticas ligadas ao transporte por ônibus no Estado do Rio de
Janeiro. Os depoimentos são gravados em vídeo e disponibilizados no
site da Mobilidade TV – www.mobilidadetv.com.br –, e depois compartilhados e divulgados nas redes sociais,
no portal e nos demais veículos de
comunicação da Fetranspor.
O projeto consiste numa série de
testemunhos de rodoviários, clientes
de ônibus, busólogos, enfim, qualquer
cidadão que tenha uma história interessante relacionada ao setor, seja
na sua profissão, dentro de alguma
empresa ou num dia de trabalho, seja
22
como passageiro ou como um observador do cotidiano das cidades, e queira dividi-la com o mundo. O “Histórias
que Movem a Vida” quer contar essas
experiências. No hotsite do projeto −
www.fetranspor.com.br/historiasquemovemavida − as pessoas podem se
inscrever para participar. Basta acessar
a página “Envie sua história” e preencher o formulário, informando nome,
e-mail, telefone e um resumo do que
pretende relatar. Podem ser sonhos,
desafios e conquistas. Mas tem que ter
sido influenciado, de alguma maneira,
pela mobilidade urbana.
No primeiro episódio da série,
o jovem Saulo Scoponi, de 21 anos,
falou de seu interesse por ônibus,
desde muito pequeno. “Eu não sabia
bem por que gostava daquilo e se
mais gente também gostava. Minha
família nunca teve carro de passeio,
por escolha nossa. Aos 13 anos,
quando passei a usar computador e acessar a internet, a
primeira coisa que pesquisei
foram os ônibus e, caramba,
tinha mais gente que gostava
disso. Só então fiquei sabendo
que existe uma palavra para
designar o indivíduo que tem
interesse pelo ônibus: “busólogo”. Eu era um busólogo e não
sabia. Eu colecionava fotografias de ônibus, e foi nessa época que fiquei sabendo de comunidades de busólogos em várias cidades.
Criei uma na minha, São Gonçalo, e
algumas pessoas foram chegando, e
pessoas de cidades próximas começaram também a participar”, contou
Saulo.
“Gente que lida com gente”
André de Jesus, 50 anos, é o personagem do segundo episódio. Rodoviário há apenas um ano e meio,
começou como cobrador e agora é
motorista, um sonho de criança realizado. Logo que ingressou na vida de
rodoviário, voltou a estudar, incentivado pela empresa em que trabalha
e que promove o Telecurso para seus
colaboradores. “Eu havia interrompido meus estudos na 5ª série e estava,
há 26 anos, sem estudar”. Ele já completou o ensino fundamental e iniciou
“Quando falamos de gente,
sabemos que todos nós temos,
sempre, alguma história que
move a nossa vida e a vida de
muitas outras pessoas”
Paulo Fraga, diretor de Marketing
e Comunicação da Fetranspor
o ensino médio. O próximo passo é
fazer o Enem e iniciar a faculdade de
Direito. André também participou do
No Ponto Certo, programa de treinamento em forma de oficinas, realizado pela Universidade Corporativa do
Transporte, pela prefeitura do Rio de
Janeiro e pelo Centro Integrado de
Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável. Ele foi um dos
profissionais que ajudou a redigir o
“Código de Conduta do Motorista de
Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro”.
“Junto com vários companheiros,
participei da criação, firmando o compromisso de semear a ‘semente da
educação’ em nosso dia a dia”.
O “Histórias que Movem a
Vida” tem muito mais histórias
para contar e emocionar. “São mais
de 100 mil rodoviários e 10 milhões
de passageiros no Estado do Rio de
Janeiro, sem contar as famílias dos
rodoviários e as pessoas que indiretamente são influenciadas pelo
transporte por ônibus. Nosso setor
é feito essencialmente por gente
que lida com gente. Nossa base é
o relacionamento. E quando falamos de gente, sabemos que todos
nós temos, sempre, alguma história
que move a nossa vida e a vida de
muitas outras pessoas”, afirmou
Paulo Fraga, diretor de Marketing e
Comunicação da Fetranspor.
Tecnologia embarcada
que ajuda na eficiência
da mobilidade urbana.
A Sectrans é a pioneira e única empresa
no mercado com sistema de download
de imagens via wireless, com tecnologia 3G
e 4G para monitoramento on-line de frota.
Os benefícios para a mobilidade
urbana são muitos.
Sistema Urbano Mais Dinâmico
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sobre a operação da frota.
Gestão de Fraudes
Reduz em até 90% as fraudes, gerando alto
impacto de valor para seus clientes.
Maior Segurança
Monitoramento on-line das viagens permitindo
ações imediatas da gestão da empresa.
Controles Integrados
Produz relatórios e índices de performance
customizados para cada cliente.
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as soluções para sua frota operar com mais
eficiência e segurança.
SEGURANÇA
Fetranspor e Disque-Denúncia
unidos contra a criminalidade
Sistema vai mapear crimes e atos de vandalismo
contra ônibus da Região Metropolitana do Rio
» Por Tânia Mara
Um sistema exclusivo para
mapear a criminalidade e o vandalismo no transporte vai auxiliar
as autoridades de segurança na
proteção a passageiros e rodoviários. Trata-se do Safe (Sistema
de Acompanhamento de Frota em
Emergência), parceria da Fetranspor com o Disque-Denúncia e a
Secretaria de Segurança (Seseg)
do Estado do Rio de Janeiro, mais
uma ação que tem por objetivo
garantir ao cliente do transporte
público uma experiência de viagem cada vez melhor.
O sistema vai agilizar a comunicação entre as empresas de ônibus e
as autoridades de segurança pública.
Para isso, foi criada a figura do “ges-
24
tor Safe”, um funcionário de cada
empresa do setor que será treinado
para repassar as informações das
ocorrências para o Disque-Denúncia
em, no máximo, 12 horas após o
acontecimento. Caberá a ele, também, a capacitação dos demais colaboradores participantes (motoristas,
cobradores, fiscais, inspetores, despachantes), para que todos saibam
o que e como fazer para contribuir
com a agilidade e a precisão do processo, bem como com a divulgação
do serviço dentro da empresa.
Histórico e implantação
A implantação do serviço ocorre
em duas fases: a primeira começou em
1º de julho em toda a Região Metropolitana do Estado. A segunda etapa
contemplará os serviços municipais e
intermunicipais de fora da RMRJ, e deverá acontecer ainda este ano.
Anteriormente, a Fetranspor
já trabalhava em parceria com o
Disque-Denúncia e as autoridades
de segurança pública, utilizando
o Comunicado de Assalto a Ônibus, ou CAO. O Safe representa
uma evolução do processo, com a
introdução do registro de atos de
vandalismo e o aperfeiçoamento
da ferramenta. As denúncias são
feitas pelas próprias empresas de
ônibus, dentro de uma padronização, por intermédio do gestor, que
deverá inserir, sempre que possível,
arquivos com fotos ou vídeos captados pelas câmeras dos veículos.
Como funciona
A equipe gestora é responsável
pelo cadastramento dos usuários,
no site safe.fetranspor.com.br. As
empresas, ao entrarem na página,
somente terão acesso às próprias
informações. Estas aparecem em
forma de listagem, com todas as
ocorrências e respectivos detalhes,
podendo cada uma visualizar o que
ocorre em suas linhas através de
um mapa de calor. As instituições
de segurança pública terão acesso
a todas as informações, inclusive à
“mancha criminal”, no mapa de calor. Estas lhes servirão de base para
Crédito: SUB TEN Rodiney Teixeira
o planejamento de ações de combate e/ou prevenção.
A Fetranspor entra na parceria
com os dados cadastrais e georreferenciados das linhas das empresas
filiadas e dos respectivos pontos,
enquanto o Disque-Denúncia oferece seu sistema de captação de informações e a experiente equipe de
atendimento, que funciona durante
“Agora, temos em mãos um
mapeamento abrangente,
uma mancha criminal
mais exata dos assaltos
a ônibus. Tudo isso vai
possibilitar agir de modo
mais preventivo, impedindo
que um delito aconteça ou
mesmo efetuando prisões”
Coronel Luiz Henrique Marinho
Pires, comandante do 1º
Comando de Policiamento
de Área (CPA)
25
SEGURANÇA
24 horas por dia, em todos os dias
da semana. Desta forma, quando
as autoridades de segurança forem
acionadas, contarão com uma infraestrutura de apoio inteligente e
informações confiáveis.
Futuramente, há a possibilidade
de se ampliar o Safe, criando-se aplicativo que permita aos passageiros
repassar informações sobre ocorrências presenciadas em coletivos, estações e terminais, via celular.
O que dizem os parceiros
Para o coronel Luiz Henrique
Marinho Pires, comandante do 1º
Comando de Policiamento de Área
(CPA), responsável pela capital, o
trabalho vai complementar as ações
da PMERJ, possibilitando acesso rápido a informações precisas. “Agora,
temos em mãos um mapeamento
abrangente, uma mancha criminal
mais exata dos assaltos a ônibus.
Tudo isso vai possibilitar agir de
modo mais preventivo, impedindo
que um delito aconteça ou mesmo
efetuando prisões”, afirma. Para o
comandante do 1º CPA, o Safe também vai melhorar o trabalho com a
Polícia Civil, pois os dados gerados
pelo sistema são compartilhados
e a investigação pode ser conjunta. “Antes, era preciso buscar as
informações em cada empresa de
ônibus, de modo descentralizado.
Agora está tudo organizado em um
único sistema”, comemora.
O 1º CPA tem grupamento especializado na abordagem e repressão
a assaltos a ônibus, e, por isso, o
26
Safe tem importância especial para
a unidade. O coronel destaca a relevância da colaboração da população, por meio do outro parceiro, o
Disque-Denúncia.
O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, se diz muito
esperançoso com a possibilidade
de ter um monitoramento ainda
mais preciso e aprimorado dos crimes contra os ônibus. Afirma que o
anúncio das novas medidas já levou
a uma diminuição desse tipo de crimes, e lembra que a parceria com
a Fetranspor ocorre desde a cria-
ção do Disque-Denúncia: “O CAO
já funcionava bem, e agora vamos
funcionar ainda melhor. O fundamental é as empresas acreditarem,
confiarem, e seus rodoviários também. Todos são muito importantes
nesta parceria. Precisamos fazer
com que cometer esses crimes fique
cada vez mais difícil, mais perigoso
e mais caro para os criminosos”.
Zeca Borges tem a certeza de que
serão descobertas novas situações
que ajudarão a ação policial. E
conclui: “a participação de todos
é importante, a população precisa
“O fundamental é as empresas acreditarem,
confiarem, e seus rodoviários também.
Todos são muito importantes nesta parceria.
Precisamos fazer com que cometer esses crimes
fique cada vez mais difícil, mais perigoso e
mais caro para os criminosos”
Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia
O passo a passo do Safe
1.
Logo em seguida à ocorrência, a EMPRESA faz o repasse das informações, incluindo, se
possível, fotos e vídeos.
2.
O DISQUE-DENÚNCIA recebe e repassa imediatamente as informações da EMPRESA e das
suas linhas, previamente disponibilizadas pela FETRANSPOR.
3.
O sistema do DISQUE-DENÚNCIA repassa para o SAFE as informações, que automaticamente estarão disponíveis para as INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA, cujo acesso
aos dados é irrestrito, desde o mapa de calor à ”mancha criminal”.
4.
As INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA utilizam a ferramenta para planejamento e
eleição das operações táticas voltadas à coibição e ao combate das ações criminosas.
saber o que fazemos, precisa estar
consciente da importância de sua
atuação e denunciar sempre. E considero que o Safe já é um sucesso”.
A expectativa é de que o Safe
melhore a confiança do profissional
rodoviário e do cliente do transporte
por ônibus na segurança do modal.
Os últimos acontecimentos, incluindo as manifestações populares de
2013, criaram clima de insegurança
em grande parte da população, pelo
alto número de atos de vandalismo
e destruição. Só no ano seguinte, foram registrados 762 casos de depredação e 70 de incêndios em ônibus
no Estado do Rio de Janeiro, gerando
prejuízos superiores a R$ 28 milhões.
Para o consultor de Análises
Econômicas da Gerência de Planejamento e Controle da Diretoria de
Mobilidade Urbana da Fetranspor,
Felippe Da Cás, o fato de a Fetranspor ter “praticamente universalizado o cadastro georreferenciado das
linhas municipais e intermunicipais
da Região Metropolitana” possibilitou a formalização desta parceria
de forma bem estruturada, aliando
a expertise do Disque-Denúncia
à tecnologia e à colaboração das
empresas, para prestar apoio aos
órgãos de segurança do Estado.
27
CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ
União e diálogo
pelo bem da sociedade
Câmara Metropolitana de Integração Governamental do
Rio de Janeiro reúne mobilidade, saúde, saneamento,
educação e sustentabilidade
» Por Fred Pacífico
A habilidade técnica das equipes e dos profissionais envolvidos em um
projeto é apenas uma das competências esperadas de uma gestão eficiente,
baseada na excelência de valores e de resultados voltados à necessidade
coletiva. Capacidade de integração e boa comunicação entre todas as áreas
são também fatores indispensáveis, principalmente quando tratamos da esfera pública e de uma escala metropolitana, como a do Grande Rio.
Com o propósito de aprimorar a qualidade do planejamento
e de melhorar a integração de
toda a Região Metropolitana, foi
fundada pelo governo do Estado,
há exatamente um ano, a Câmara Metropolitana de Integração
Governamental do Rio de Janeiro
(CIG). “A Câmara Metropolitana
foi criada no sentido de retomar a
governança e o planejamento da
Região Metropolitana, tratando
os assuntos de interesse comum
de forma integrada”, explica o coordenador da CIG e subsecretário
de Urbanismo Regional e Metropolitano, Vicente Loureiro.
O objetivo da CIG é centralizar e implantar, em apenas um
órgão, o planejamento integrado
das áreas de saneamento básico,
fornecimento de água, saúde, sustentabilidade, educação e, também, da mobilidade urbana dos 21
municípios que compõem a RMRJ.
Desta forma, este órgão assume a
responsabilidade de gerenciar todos os projetos de interesse que
envolvam mais de um município,
“A Câmara Metropolitana foi criada
no sentido de retomar a governança
e o planejamento da Região
Metropolitana, tratando os assuntos
de interesse comum de forma
integrada”
Vicente Loureiro, coordenador da CIG e
subsecretário de Urbanismo Regional e
Metropolitano
29
CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ
promovendo um desenvolvimento
integrado de toda a região, projetado para os próximos 15 anos,
pelo menos.
A mobilidade metropolitana
Na área de transportes, busca-se
um funcionamento melhor de todos
os modais, com uma Região Metropolitana mais integrada e com a
melhoria dos serviços prestados à
população. O secretário de Estado
de Transportes do Rio de Janeiro,
Carlos Roberto Osorio, lembra que
o modal ônibus é o que mais leva
passageiros na Região Metropolitana, e afirma que a Secretaria
de Estado de Transportes (Setrans)
está operando em conjunto com o
trabalho da Câmara Metropolitana,
focada na melhoria da mobilidade
e dos serviços prestados. “É uma
parceria com vistas a interagir melhor com os municípios, para que
nós tenhamos mais integração e
planejamento entre os modais de
transportes municipais, de responsabilidade de cada município, e intermunicipais, de responsabilidade
do Estado”, diz.
Segundo Osorio, o principal objetivo alcançado no primeiro ano
de atuação da Câmara, em parceria
com a Setrans, foi a conclusão do
PDTU – Plano Diretor de Transportes Urbanos –, que irá orientar os
investimentos em mobilidade nos
próximos anos e décadas. O PDTU
servirá de base para os planos de
mobilidade, uma vez que é obrigatório para toda cidade com mais de
20 mil habitantes, de acordo com a
Lei 12.587, em vigor desde 2012.
“É uma parceria com vistas
a interagir melhor com os
municípios, para que nós
tenhamos mais integração e
planejamento entre os modais
de transportes municipais,
de responsabilidade de cada
município, e intermunicipais,
de responsabilidade do
Estado”
Carlos Osorio, secretário de Transportes
do Estado do Rio de Janeiro
Baixada e Leste Metropolitano
Além disso, Osorio destaca o
planejamento da expansão da rede
metroviária e do sistema de transporte ferroviário na Baixada, e os
O Arco Metropolitano
é uma das principais
obras de ampliação da
integração viária da
Região Metropolitana
30
A Via Light, que liga Nova
Iguaçu à Pavuna
o pedestre seja também o foco das
atenções de determinadas centralidades, assim como o ciclista. Há
territórios e distâncias curtas que
podem ser incorporados nessas
práticas de deslocamento, se os
sistemas se comunicarem de forma
eficiente e os usuários tiverem conforto e segurança”, declara.
A fundação da CIG
O coordenador da CIG, Vicente
Loureiro, acrescenta que as ações
de planejamento que vêm sendo
desenvolvidas pela Câmara têm
sido baseadas no TOD (sigla em
inglês para Desenvolvimento Orientado para o Transporte). “Estamos
escolhendo corredores que sirvam
de bons exemplos e possam irradiar
as boas práticas da relação do sistema de transporte com a cidade,
com a área por ele atendida, contribuindo para a integração física e
operacional entre modais, para que
Guilherme Costa Pinto
programas de implantação dos corredores de BRT no Leste Metropolitano e na Baixada Fluminense. “Os
projetos do Leste Metropolitano
devem ser concluídos no mês de setembro, e está se iniciando o planejamento dos corredores de BRT da
Baixada Fluminense”, avisa.
De acordo com a Setrans, uma
série de ações que visam a melhorar
a qualidade do serviço de transporte por ônibus na Região Metropolitana já vem sendo realizada, em
conjunto com o Detro, que implantou novo centro de monitoramento
para aumentar o poder de fiscalização sobre a qualidade do serviço no transporte por ônibus e nos
irregulares. “Nós teremos, também,
por meio da Coderte, investimentos
em importantes terminais rodoviários na Região Metropolitana. Destaco a reforma do Terminal Américo
Fontenelle e dos terminas de Nova
Iguaçu e de Nilópolis como prioridades, para aumentar a qualidade no
transporte rodoviário por ônibus”,
afirma Osorio.
A criação da Câmara Metropolitana atendeu a duas exigências:
uma do Banco Mundial, que previu
contratualmente, como obrigação
e contrapartida do Estado a um
empréstimo efetuado na administração passada, a utilização de parcela desse recurso emprestado, na
parte de planejamento, cerca de 6
milhões de dólares, para elaboração
de um plano urbanístico da Região
Metropolitana, construção de um
centro de monitoramento e retomada da governança da região – que
serviu de base para a criação do
órgão, em agosto de 2014 –, e o Es-
Secretários municipais da Região Metropolitana e técnicos do governo
do Estado e da sociedade civil no 1º Encontro Metropolitano para o
Desenvolvimento Sustentável
31
CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ
tatuto da Metrópole, instituído com
a entrada em vigor da Lei 13.089,
em 13 de janeiro de 2015, quando
foi publicada no "Diário Oficial da
União".
A Presidência da República sancionou a referida lei, procurando
estabelecer diretrizes para o planejamento, a gestão e a execução
das funções públicas de interesse
comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas
instituídas pelos estados. A implantação da Câmara Metropolitana no
Rio serviu para otimizar ainda mais
a exigência do Estatuto. “Preparávamos um projeto de lei, quando foi
aprovado o Estatuto da Metrópole,
pelo governo federal, e sancionado
pela presidente Dilma Rousseff, no
início de janeiro deste ano. Como já
estávamos preparados, analisamos
o estatuto e ajustamos o projeto,
32
As obras do
Transbrasil: corredor
BRT terá papel
fundamental na
integração entre o
Rio e a Baixada
em negociação com as prefeituras
e o governo do Estado”, conta Loureiro.
Esse planejamento urbanístico
da Região Metropolitana será encaminhado como PL (Projeto de Lei),
para ser votado pela Assembleia
Legislativa. Com ele, recria-se a região metropolitana, com critérios
de pertencimento a essa região do
Rio, além de se estabelecer as suas
condições de governança. “Cria-se
um Conselho Deliberativo, órgão
máximo, presidido pelo governador
e formado pelos 21 prefeitos que
compõem a região. Nele haverá votos diferenciados. Na cesta de votos
do conselho, 100 votos, sendo 30
do governador, 20 do prefeito da
capital e 50 dos demais prefeitos,
separados proporcionalmente aos
seus tamanhos”, esclarece Vicente
Loureiro.
Projeto de lei para governança
O PL estabelecerá também os
assuntos de interesse comum para
a Região Metropolitana do Rio de
Janeiro, no campo do desenvolvimento urbano. O que vai importar
aqui são: os temas de saneamento ambiental, com os sistemas de
meso e macrodrenagens da RM;
o uso do solo, como, por exemplo,
em torno do Arco Metropolitano;
ou algumas ações estratégicas que
tenham também essa escala, ou
sejam vocacionadas para o uso logístico, industrial, de grande magnitude e alavancadoras do desenvolvimento.
O coordenador da Câmara
Metropolitana explica que igualmente será tratada a resiliência
da região frente às mudanças
climáticas, ou seja, a capacidade
de resistir ou de se antepor a elas
preventivamente, pois “essas são
hoje questões importantes que teremos que enfrentar e saber direcionar, buscando alternativas. Por
fim, temos um tema específico, a
inclusão digital, com a melhoria
da performance do tráfego de
informações na Região Metropo-
Detalhes da obra
e do projeto da
Transoceânica,
em Niterói, mais
um importante
plano de
mobilidade na
RMRJ
litana, e também a mobilidade;
porém, não todos os sistemas,
apenas aqueles de média e alta
capacidade, incluindo os BRTs, os
trens, o metrô, as barcas; isto é,
transportes mais robustos, que tenham uma escala metropolitana.
O sistema de BRT da Avenida Brasil, por exemplo, mesmo estando
todo ele dentro do município do
Rio, possui escala metropolitana”,
33
CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ
diz. Loureiro explica que também
vão continuar existindo linhas
municipais e intermunicipais sem
essa escala, assim como poderá
haver alguma linha municipal que
tenha e mereça escala metropolitana, se for de conhecimento do
Conselho Deliberativo.
PL prevê Conselho Consultivo
Além de estabelecer os assuntos de interesse comum e tratar
de questões mais operacionais, o
projeto de lei criará uma agência
executiva, para dar funcionalidade
ao Conselho Deliberativo e suas
obrigações, e suporte técnico às
decisões. Outra proposta do PL é
a criação de um Conselho Consultivo, composto por representantes
do governo estadual e dos municípios, assim como da sociedade
civil, dos órgãos de classe vinculados ao campo do desenvolvimento urbano e à sustentabilidade, e
do setor empresarial, de modo a
assegurar a participação da sociedade nas decisões.
O presidente do Conselho Consultivo e o diretor-executivo da
agência terão assento no Conselho
Deliberativo, porém sem direito a
voto. “Essas são as instituições
de governança criadas. Estamos
sugerindo também a construção
de um fundo de desenvolvimento
metropolitano, para que se possa,
no futuro, receber aportes de empréstimos ou de outras operações
que permitam a implantação desses projetos estratégicos e estru-
34
turantes de interesse comum da
região”, diz.
Pela primeira vez teremos uma
visão estratégica sobre toda a região, seu desenvolvimento, sua
dinâmica imobiliária, industrial,
do setor de comércio e serviços,
possibilitando estabelecer uma
visão de futuro, num universo de
15 anos, e determinar as infraestruturas necessárias para acompanhar esse desenvolvimento. “Esses cenários apontarão soluções
mais realistas, mais integradoras,
numa perspectiva de atrair para
a discussão da mobilidade não só
a questão do emprego, mas a da
moradia. Ou seja, incentivar o uso
mais racional dos territórios, bem
servidos de transportes de média
e alta capacidade”, afirma o coordenador da CIG.
Conhecendo para planejar
Quando foi criada, ano passado, a proposta da CIG veio junto
com o anúncio da elaboração de
alguns produtos e da contratação
de serviços importantes, combinados com o Banco Mundial, como a
criação de um sistema de informações geográficas e a atualização
da base cartográfica dos municípios metropolitanos do Rio de Janeiro, com a realização de um novo
levantamento aerofotogramétrico,
para servir de base na elaboração
do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, dentre outros.
Segundo o coordenador da
CIG, o Banco Mundial tem acom-
"Os modais não são e nem
devem ser concorrentes,
e sim um sistema que
funcione de maneira
inteligente, com um modal
potencializando o outro,
contribuindo para uma
mobilidade de excelência
para todos, dentro de uma
metrópole que funcione de
forma eficiente”
Richele Cabral, diretora de
Mobilidade Urbana da Fetranspor
O BRT Transolímpica ligará Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, atendendo diariamente 70 mil pessoas
panhado o desenvolvimento dos
projetos, no que diz respeito ao
planejamento. Loureiro explica
que nunca foi realizado um plano urbanístico da Região Metropolitana, por mais que já tenha
existido um órgão para esse fim,
e tem municípios que há 30 anos
não fazem um levantamento aerofotogramétrico. “Já licitamos
esse levantamento e receberemos as propostas no dia 8 de
setembro, para escolhermos a
empresa que, até meados do ano
que vem, nos entregará os resultados”, informa.
O planejamento é que, entre
maio e junho de 2016, seja entregue
às 20 prefeituras, fora a capital, o
conjunto de cartas das áreas urbanas, na escala de 1:2.000, e das áreas rurais não urbanizadas, na escala
de 1:10.000. “Esse é um material de
muita utilidade para estudos, projetos, análises, no campo do desenvolvimento urbano das prefeituras e
dos serviços públicos, e até mesmo
no cadastro imobiliário. É uma contribuição importante que daremos
nesse sentido”, diz Loureiro.
TI na melhoria
do monitoramento
Outro plano importante é o desenvolvimento do sistema de informação acordado com o Banco Mundial, com a construção do Centro de
Monitoramento da Região Metropolitana, que, mesmo envolvendo
diferentes órgãos do Estado, está
avançando − os estudos técnicos
para licitação do primeiro módulo
encontram-se em fase final. A CIG
e os órgãos competentes estão finalizando o termo de compromisso,
para que, em setembro, seja lançado o edital para contratação dos
serviços de desenvolvimento dos
sistemas de tecnologia da informação que comporão o banco de informações.
O objetivo é que o centro contribua para a gestão do território metropolitano, melhorando o padrão
de planejamento e a construção de
visão sobre a realidade e o futuro
da região. O sistema permitirá que
as prefeituras aprimorem também
sua capacidade de gestão dos serviços públicos e dos territórios e cidades sob sua atuação.
Para Richele Cabral, diretora de
Mobilidade Urbana da Fetranspor, integrar toda a Região Metropolitana
possibilitará uma visão mais clara do
sistema de transporte, otimizando os
investimentos e mitigando os contratempos, quando surgirem. “O trabalho
de integração que vem sendo proposto é um ganho para a população metropolitana, principalmente na área da
mobilidade, para todos que dependem
de transporte público. Precisamos integrar, pois os modais não são e nem
devem ser concorrentes, e sim um sistema que funcione de maneira inteligente, com um modal potencializando
o outro, contribuindo para uma mobilidade de excelência para todos, dentro
de uma metrópole que funcione de
forma eficiente”, explica.
Outro fato importante destacado por Vicente Loureiro é o anúncio
da empresa de consultoria vencedora para realizar o plano urbanístico
da Região Metropolitana. “A empresa terá até o fim de 2016 para
entregar esse estudo aos dirigentes
metropolitanos, ou seja, o governador do Estado e os prefeitos das cidades que compõem a Região”.
35
EVENTOS
Pela priorização do coletivo
Seminário Nacional NTU aborda soluções em
prol da mobilidade urbana sustentável
O Transamérica Expo Center recebe, nos dias 1º, 2 e 3 de setembro, a
29ª edição do Seminário Nacional da
Associação Nacional das Empresas
de Transportes Urbanos (NTU). Especialistas em mobilidade do Brasil e do
exterior se reúnem em torno do tema
‘Prioridade ao coletivo para uma mobilidade sustentável’, com soluções
que favoreçam o bom desempenho do
transporte urbano por ônibus no Brasil.
No primeiro dia, o evento vai se
dedicar ao credenciamento para o
Seminário e à abertura da Transpúblico, tradicional feira realizada paralelamente ao evento da NTU, com as
últimas novidades e mais avançadas
tecnologias de fornecedores de equipamentos, fabricantes e montadoras
de ônibus. A exposição, uma boa
36
Otávio Cunha, presidente executivo da NTU, no Seminário de 2014
Programação
1 de setembro – terça-feira
oportunidade para a realização de
novos negócios, será encerrada no
fim da noite de 3 de setembro.
O Seminário
Nos dias 2 e 3 de setembro, os participantes poderão aproveitar as palestras, painéis e debates, para apresentar
sugestões de soluções para fatores
que podem comprometer a qualidade
dos serviços e a mobilidade por ônibus.
A pesquisadora Susan Zielinsky, diretora do projeto SMART, da Universidade
de Michigan (EUA), e o jornalista e comentarista econômico da Rede Globo
e CBN, Carlos Alberto Sardenberg, são
dois dos palestrantes em destaque.
Um dos painéis terá como foco a
importância das novas tecnologias no
sistema de mobilidade urbana para
tornar as cidades mais sustentáveis,
através da utilização de combustíveis
de fontes limpas e do investimento em
novos negócios. A programação ainda
conta com discussões sobre questões
políticas e sociais que envolvem o setor de transporte público. No último
dia, a NTU promove a oficina de tecnologia veicular.
12h00 - Credenciamento
14h30 - Abertura da Feira Transpúblico 2015
22h00 - Fechamento da Feira
A Feira Transpúblico acontecerá até
as 22h do dia 3 de setembro.
SEMINÁRIO NACIONAL
2 de setembro – quarta-feira
10h00 - Abertura oficial
10h30 - Painel: “Prioridade ao coletivo por uma mobilidade sustentável”
O evento começa com uma apresentação de cases nacionais e internacionais que trazem soluções
de prioridade ao transporte coletivo
e os resultados concretos dessas
ações. O painel é seguido por debates com representantes do poder
público federal e municipal, dos
comerciantes, das operadoras de
transporte público e da sociedade
civil.
12h30 - Debates
13h00 - Almoço
14h30 - Painel “O futuro da mobilidade sustentável: tendências mundiais”
Palestra da pesquisadora Susan Zielinski, diretora do projeto SMART,
da Universidade de Michigan (EUA),
que introduz o debate sobre a evolução da mobilidade urbana. Secretários de Transportes de cidades
brasileiras com projetos inovadores
e sustentáveis contribuem com suas
ideias e propostas.
16h00 - Debates
16h30 - Palestra “Cenário econômico nacional e perspectivas”
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista e comentarista econômico da
Rede Globo e CBN, fala sobre o atual cenário da economia brasileira e
mundial e a respeito dos desafios e
oportunidades no momento de crise.
18h00 - Encerramento
3 de setembro – quinta-feira
10h às 17h - Oficina de Tecnologia
Veicular
Especialistas, operadores e representantes da indústria vão apresentar
e discutir os cenários e tendências
relacionados a diversos temas de
interesse do setor, como alternativas
energéticas e inovações tecnológicas
em motores, chassis e carrocerias.
17h00 - Encerramento
37
EVENTOS
Extra Conect@-Fetranspor:
a mobilidade na mídia
Seminário reúne especialistas e discute o
planejamento de cidades
» Por Renato Siqueira
O “Jornal Extra”, em parceria
com a Fetranspor, promoveu, na
manhã do dia 18 de agosto, no auditório da Universidade Estácio de Sá,
na Barra da Tijuca, o seminário Extra
Conect@ – Apontando Novos Caminhos da Mobilidade Urbana. Nesse
primeiro encontro da série de quatro,
o tema foi Planejamento de Cidades.
O evento reuniu empresários do setor, estudantes, especialistas, e teve
como palestrantes: Clarisse Linke, diretora do ITDP; Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, e Juan Carlos Muñoz,
professor da PUC do Chile e especialista em sistemas de BRT.
38
“Já são mais de 300 cidades no
mundo, incluindo Bogotá e Seul.
Em Curitiba, o BRT transporta
2,7 milhões de pessoas por dia,
enquanto o metrô de Londres
transporta 3 milhões; mas, detalhe:
o custo do BRT é dez vezes menor”
Jaime Lerner, arquiteto e urbanista
O diretor de Redação do “Jornal Extra”, Octavio Guedes, abriu o
seminário estabelecendo uma comparação entre setores importantes,
como saúde, educação e transporte,
destacando que o último é o único
“Para que se dê ainda mais qualidade ao
BRT, é preciso financiamento por meio de
subsídios. Assim poderemos fomentar o
uso do transporte de massa”
Juan Carlos Muñoz, professor da PUC do Chile e
especialista em sistemas de BRT
que causa impactos diretos na vida
de todo cidadão. “Talvez por isso este
tema gere maior paixão e discussão
entre as pessoas”, afirmou.
Lei da Mobilidade Urbana
O presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, disse ser necessário
discutir a mobilidade urbana e inseri-la nos planos de desenvolvimento
das cidades: “Em função do modelo
de cidade adotado, hoje se perde muito tempo para ir de um lugar a outro
devido aos congestionamentos”. Lélis também citou a importância da Lei
da Mobilidade Urbana como diretriz,
no que tange ao planejamento das
cidades. Lamentou, porém, o fato de
terem sido poucas, até o momento,
as que já elaboraram seus planos de
mobilidade. “Apenas 5% das cidades
brasileiras já têm o plano. Tivemos recursos em razão da Copa do Mundo e
dos Jogos Olímpicos. Será preciso que
haja continuidade nesses investimentos”, defendeu.
Clarisse Linke apresentou os conceitos de mobilidade urbana sustentável. Entre eles, o planejamento do uso
misto do solo, combinando habitação e
emprego, em cidades mais compactas,
de modo a diminuir os deslocamentos
motorizados e criar ambientes que estimulem a locomoção a pé. “Precisamos compactar as cidades e estimular
“Apenas 5% das cidades
brasileiras já têm o
plano. Tivemos recursos
em razão da Copa do
Mundo e dos Jogos
Olímpicos. Será preciso
que haja continuidade
nesses investimentos”
Lélis Teixeira, presidente
executivo da Fetranspor
viagens mais curtas no deslocamento
casa-trabalho-casa”, afirmou.
De Curitiba para o mundo
Jaime Lerner falou do processo
de implantação do BRT na cidade de
Curitiba, na década de 70, ressaltando que hoje é um sistema espalhado
pelos diversos continentes, devido ao
baixo custo e à rapidez na implantação, além da flexibilidade e capacidade de transporte em sua operação. “Já são mais de 300 cidades no
mundo, incluindo Bogotá e Seul. Em
Curitiba, o BRT transporta 2,7 milhões
de pessoas por dia, enquanto o metrô
de Londres transporta 3 milhões; mas,
detalhe: o custo do BRT é dez vezes
menor”, lembrou.
Juan Carlos Muñoz defendeu o
BRT como ferramenta preponderante
para a mobilidade, porque agrega todos os atributos até então vinculados
ao metrô, como rapidez, regularidade,
confiabilidade e grande capacidade
de transporte. O chileno também citou
a capital colombiana como um modelo a ser seguido por diversas cidades.
“Curitiba mostrou ao mundo que os
ônibus podem operar como metrô.
Já Bogotá adaptou o conceito para
dar mais capacidade de transporte,
podendo carregar até 48 mil pessoas
por hora-sentido”. Muñoz destacou
também a necessidade de recursos
extras para melhorar o atendimento
aos usuários. “Para que se dê ainda
mais qualidade ao BRT, é preciso financiamento por meio de subsídios.
Assim poderemos fomentar o uso do
transporte de massa”, finalizou.
39
ATENDIMENTO
Fiscal de Bolso:
participação popular na
melhoria do transporte
Aplicativo do Detro recebe as queixas
dos usuários do setor pelo celular
Fotos: Arthur Moura
A Secretaria de Estado de
Transportes do Rio de Janeiro,
por meio do Departamento de
Transportes Rodoviários (Detro),
lançou, no mês de julho, mais um
canal de comunicação com os
passageiros de ônibus e vans intermunicipais: o aplicativo Fiscal
de Bolso. A nova ferramenta tem
como objetivo agilizar o contato
entre os usuários do sistema e as
equipes de fiscalização. O Fiscal
de Bolso permite o envio de reclamações, sugestões e comentários
sobre os ônibus intermunicipais, a
partir de um telefone celular.
Na tela, o usuário dispõe de uma
interface simples e com poucos campos para preenchimento: número de
registro do veículo, tipo de reclama- Mais de 3 mil downloads
O papel do Fiscal de Bolso vai
ção e comentários. Além do texto
digitado, o aplicativo permite o envio além de um simples canal de reclamade fotos. Essas informações são in- ções. Ele pode ser interpretado como
tegradas imediatamente ao Sistema um importante aliado na melhoria da
de Inteligência e Monitoramento mobilidade, pois trará contribuições
(SIM) do Detro e encaminhadas para do usuário do sistema de transporte,
a fiscalização. “Aqui, no setor de In- de modo que tanto o poder público
teligência e Monitoramento, é feita tenha ciência das não conformidades
a análise das informações
junto ao sistema, através
“As linhas do Detro
do georreferenciamento,
para atestar a ocorrência,
são responsáveis pelo
que pode ser a não parada
transporte de 54 milhões
do ônibus no ponto, um
de passageiros por mês,
desvio de rota ou quebra
do veículo”, explica o ase a ideia é ter 54 milhões
sessor da presidência da
de fiscais. O cliente é
instituição, Roberto Richter.
quem conhece o setor de
transporte. Temos uma
frota imensa e sabemos
também que, em algumas
situações, as empresas
precisam de tempo para
resolver as questões; por
isso, queremos trabalhar
em parceria com elas”
Roberto Richter, assessor da
presidência do Detro
40
do sistema, como em relação às empresas, que também são beneficiadas
com as informações, podendo adotar
medidas corretivas em curto prazo.
Nas três primeiras semanas
no ar, o aplicativo, disponível para
smartphones equipados com sistema Android e IOs, já registrou mais
de 3 mil downloads. Nesse período
foram feitos aproximadamente mil
registros, entre reclamações e elogios.
“As linhas do Detro são responsáveis pelo transporte de 54 milhões
de passageiros por mês, e a ideia é
ter 54 milhões de fiscais. O cliente é
quem conhece o setor de transporte.
Temos uma frota imensa e sabemos
também que, em algumas situações,
as empresas precisam de tempo para
resolver as questões; por isso, queremos trabalhar em parceria com elas”,
diz Richter.
Parceria para linhas
municipais
Segundo o assessor, mesmo tendo ciência das ocorrências no dia a
dia das viagens, os usuários ainda
confundem a responsabilidade de
cada instituição no setor. “Muitas
das reclamações não são das nossas linhas. Elas são de âmbito municipal. Por isso, queremos abrir esse
sistema para que os municípios conheçam o sentimento do usuário”,
esclarece.
Ao abrir o sistema para os municípios, o Detro acredita que pode contribuir de maneira significativa para a
melhoria de toda a cadeia de transporte no Estado, beneficiando os pas-
sageiros, as empresas e a mobilidade
urbana de modo geral. “Fazemos
contato com as áreas de trânsito e
transporte para termos um convênio
de cooperação técnica com os municípios. Diante das informações que
são geradas no sistema e junto com
a participação das empresas,
é possível elaborar melhores
“No setor de Inteligência
planos de mobilidade, cujo interesse é único: dar qualidade
e Monitoramento é feita
e segurança no transporte à
a análise das informações
população”, destaca o assesjunto ao sistema, através
sor.
Outros canais de
comunicação
do georreferenciamento,
para atestar a ocorrência,
que pode ser a não parada
do ônibus no ponto, um
desvio de rota ou quebra
do veículo”
Além do aplicativo, os
usuários do sistema de transporte intermunicipal também já podem contar com o
WhatsApp Fale Detro, para
mensagens de texto e multimídia. É necessário adicionar
o número 21-98596-8545 e,
na primeira mensagem, enviar nome completo, e-mail, cidade
e bairro em que mora, para que os
dados sejam incluídos no sistema, gerando um protocolo de atendimento.
O Detro disponibiliza, ainda, o canal
da Ouvidoria, que recebe reclamações e sugestões via telefone (38834141), e-mail (ouvidoria@detro.
rj.gov.br) e site (www.detro.rj.gov.br);
e a Ouvidoria Itinerante, que, desde
março deste ano, visita os terminais
rodoviários do Estado para ouvir as
colocações dos passageiros, as quais,
no ato, podem direcionar estrategicamente as ações da fiscalização.
Roberto Richter, assessor da
presidência do Detro
A Fetranspor também dispõe de
uma central de atendimento para
clientes de ônibus de todo o Estado do Rio de Janeiro, tanto para
serviços municipais como intermunicipais. O Fale Ônibus conta com
e-mail e chat on-line, no site www.
faleonibus.com.br; telefone 0800886 1000; WhatsApp (21) 999928511; SMS gratuita, para 28511,
além de Twitter e Facebook. Todas
essas ferramentas mostram como
o cidadão pode contribuir para a
melhoria do serviço de transporte
no Estado.
41
TERMINAL
O desembargador Marcus Faver, presidente
da Confraria Dom Quixote, entrega o troféu
ao presidente executivo da Fetranspor,
Lélis Teixeira. Abaixo, representantes das
publicações agraciadas
Revista Ônibus é premiada no Tribunal de Justiça
O Instituto Justiça e Cidadania, a Confraria Dom Quixote de La Mancha e a Assessoria
de Comunicação do Tribunal
de Justiça realizaram, no dia
11 de agosto, a solenidade de
entrega do Troféu Dom Quixote da Imprensa. A honraria foi
concedida aos profissionais e
veículos de comunicação que
são destaques no exercício da
atividade jornalística. Entre os
diversos veículos homenageados, a Revista Ônibus, editada pela Fetranspor. “A Revista Ônibus tem participação
importante na divulgação das
boas práticas adotadas pelas
empresas associadas, sendo
instrumento de diálogo do setor de transportes com a sociedade em geral”, afirmou o
presidente da Federação, Lélis
Teixeira, durante a premiação.
42
O presidente do Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, desembargador Luiz
Fernando Ribeiro de Carvalho,
ressaltou o papel da imprensa
na sociedade brasileira. “O Troféu é para louvar as pessoas e
veículos que elevam a voz em
nome do país diante de realidades inverossímeis. Esses agraciados representam as pessoas
que desejam construir uma nação mais forte. A imprensa livre,
ao lado da Justiça, sempre saberá dizer não aos desmandos,
para que esse país se afirme”,
afirmou.
Já o presidente da Confraria
Dom Quixote e ex-presidente do
TJRJ, desembargador Marcus
Faver, citou o momento político-econômico que o País atravessa
e a importância de se reconhecer pessoas que trabalham para
inverter o quadro, de modo a
lutar por um Brasil melhor. “A
outorga do Troféu Dom Quixote
representa o trabalho de pessoas que querem construir um país
mais justo”, disse.
O editor da revista “Justiça e Cidadania”, Orfeu Salles,
criticou os partidos políticos e
enalteceu o papel dos jornalistas no processo de recuperação
da nação, justamente eles que
“dedicam suas vidas à defesa
da cidadania, como fazia Miguel de Cervantes”.
Além da Revista Ônibus,
importantes veículos de comunicação do Rio de Janeiro
também estiveram representados na solenidade e foram
agraciados, como “O Globo”,
“O Dia”, “O Fluminense”, revista “Época” e Rádio CBN.
“A Revista Ônibus tem participação
importante na divulgação das boas
práticas adotadas pelas empresas
associadas, sendo instrumento de
diálogo do setor de transportes com
a sociedade em geral”
Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor
e
éu
43
TERMINAL
Empresas associadas ao TransÔnibus aprovam
serviços prestados pelo Sindicato
O TransÔnibus (Sindicato
das Empresas de Transportes
de Passageiros de Nova Iguaçu) está em alta junto as suas
empresas associadas: 99,71%
é o índice de satisfação geral
das operadoras com os serviços
prestados pelo Sindicato, entre
julho e dezembro de 2014, de
acordo com pesquisa realizada
pelo próprio TransÔnibus. Entre
as 35 associadas, 30 responderam aos questionários.
A pesquisa foi aplicada
entre abril e junho passados,
e baseou-se em formulários
específicos, considerando quatro serviços prestados pelo
TransÔnibus às associadas:
Controle de Opacidade (projetos Economizar e Despoluir),
que obteve 99,03% de satisfa-
Índice geral de
satisfação:
ção; Técnico Operacional, com
100% de aprovação; Treinamento, que também ganhou
nota máxima, e Suporte de
Bilhetagem Eletrônica, cujo índice de satisfação foi 99,81%.
Foram avaliados três aspectos
em cada serviço: atendimento prestado pelo TransÔnibus,
qualidade do serviço oferecido
e resultados obtidos.
A pesquisa também abriu
espaço para as empresas
apresentarem sugestões, críticas e elogios, com o objetivo
de identificar oportunidades
de melhorias dos processos
e produtos do Sindicato, de
forma a atender melhor as demandas de suas associadas.
Entre os elogios recebidos,
destacam-se os que enalte-
ceram principalmente a eficiência das equipes dos Programas Economizar e Despoluir
e da bilhetagem eletrônica.
“A realização da pesquisa de
satisfação junto às associadas
é fruto do novo direcionamento estratégico do TransÔnibus,
que o define como prestador
de serviços. O alcance de resultados satisfatórios é resul-
tado do empenho, comprometimento e competências de
todos os profissionais de nossas equipes de trabalho, sob a
regência de empreendedoras
e eficientes lideranças, em
todos os níveis da organização, do presidente ao líder de
equipe”, afirmou a diretora de
Gestão de Pessoas do Sindicato, Rosa Emília da Conceição.
99,7%
Técnico-Operacional
Suporte
de Bilhetagem
Treinamento
Controle da emissão
de poluentes
44
Acessibilidade nos ônibus: empresas
testam nova plataforma elevatória
Alvo de críticas provenientes tanto de passageiros como dos profissionais
das empresas de ônibus, os
atuais elevadores que equipam os coletivos podem
estar com os dias contados.
Nova solução começa a ser
testada no Rio de Janeiro,
de modo a prestar melhor
serviço aos clientes do setor
de transportes que são portadores de deficiência e utilizam cadeiras de rodas em
sua locomoção. Trata-se de
um esforço das operadoras
para incrementar o atendimento a essa população.
Antes acoplado às carrocerias, o novo equipamento
agora vem embutido, como
se estivesse guardado no
bagageiro do ônibus. O que
parece apenas uma simples
mudança estética tende a fazer diferença no uso do elevador, tendo como benefícios
a redução de custos com a
manutenção do equipamento
e a utilização eficiente pelos
passageiros. “O equipamento está em funcionamento há
quatro anos no Chile, e entra
em teste no Brasil. O fato
de vir embutido gera menos
custo para a empresa, pois é
de uso exclusivo dos cadeirantes. Com isso, garantimos
mais conforto, qualidade e
segurança no transporte pú-
blico”, explica o responsável
pela manutenção de veículos
da Empresa de Transportes
Braso Lisboa, Vinícius de
Castro.
Além de redução de custo, o elevador embutido evita, ao longo da operação, o
acúmulo de sujeiras, assim
como sua utilização indevida, passando a ser usado
somente pelo passageiro
que realmente necessitar
de auxílio para o embarque
− grande parte dos atuais
usuários de ônibus, não somente no Rio de Janeiro,
mas em todo o país, realiza
embarque ou desembarque
pela porta em que está instalado o elevador, descaracterizando a real finalidade
do equipamento.
O uso dos elevadores em
ônibus atende aos requisitos da Norma ABNT NBR
14022:2009, com vistas a
proporcionar acessibilidade, com segurança, à maior
quantidade possível de pessoas, independentemente de
idade, estatura e condição
física ou sensorial, nos veículos que suprem a demanda do transporte de passageiros.
Os novos equipamentos
são fabricados pela Ortobras,
empresa especialista no desenvolvimento de soluções
que proporcionem melhor
qualidade de vida à pessoa
com mobilidade reduzida, e
estão instalados em, aproximadamente, 30 veículos de
duas operadoras do Estado,
a Viação Vera Cruz e a Empresa de Transportes Braso
Lisboa, responsáveis pelo
transporte de passageiros
entre municípios da Baixada Fluminense e a capital e
em linhas municipais do Rio,
respectivamente.
O propósito das empresas é melhorar o nível de serviço que vem sendo oferecido, diante de uma demanda
importante. Além de suprir
as necessidades dos passageiros que hoje são beneficiários das gratuidades justamente por precisarem de
atendimento diferenciado,
as operadoras querem estar
preparadas para receber, de
maneira adequada, os atletas e torcedores durante os
jogos paralímpicos.
Viação Vera Cruz testa o novo elevador para pessoas com mobilidade reduzida
45
TERMINAL
Passageira cria dia de gratidão para rodoviários
“Dia de gratidão ao piloto e ao cobrador do coletivo”. Este foi o nome dado
a uma ação realizada por
Paula Duarte, cliente da linha 422 (Grajaú – Cosme
Velho), no dia de 3 de agosto, para levar alegria e agradecimentos aos rodoviários
do Terminal Cosme Velho.
Ela convocou a população
para o ato, através de sua
página no Facebook. “A intenção é manter a ação para
as pessoas interiorizarem
esse tipo de comportamento
e terem consigo a gratidão
todos os dias”, explica a
idealizadora. Muitos se surpreenderam: “Não é comum
vermos isso. Trabalhamos
levando as pessoas aos seus
compromissos, e muitas não
reconhecem. Quando isso
acontece, é gratificante para
nós”, disse o motorista Marcos Vinícius Souza Nóbrega,
da City Rio.
Entre as postagens no Facebook, há depoimentos de
pessoas que aderiram ao movimento e frases propostas
por Paula para serem entregues aos profissionais, que se
emocionaram com a atitude.
Alguns clientes entregaram
também chocolates, como
gentileza. O sucesso da ação
levou a idealizadora a torná-la
permanente, com o nome de
“Por mais amor no coletivo”.
46
Paula é formada em comunicação social, é terapeuta e trabalha com dança
livre e yoga. Uma de suas
especialidades é a Risoterapia, tratamento baseado em
dinâmicas para alcançar o
riso curativo.
“A intenção é manter a ação para as
pessoas interiorizarem esse tipo de
comportamento e terem consigo a
gratidão todos os dias”
Paula Duarte, idealizadora da ação e cliente
da linha 422 (Grajaú – Cosme Velho)
O motorista Esdras Santos e Paula Duarte: agradecimento recíproco
A escolha inteligente
para sua empresa,
também é a melhor
para seus passageiros.
dg smart
•
Display LCD com touch screen;
Câmera para controle
de benefícios e gratuidades;
•
C
M
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Leitor de cartão sem contato;
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