Edição 91 | Ano XIV | Setembro/Outubro 2015 Editorial Soluções integradas: antídoto para círculo vicioso da mobilidade . . . . . . . . 6 Produtos e Serviços Marcopolo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Volvo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 BYD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Navig . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 28 Câmara Metropolitana: União e diálogo pelo bem da sociedade MOBILIDADE TV Fetranspor lança projeto “Histórias que Movem a Vida” 22 EVENTOS Extra Conect@Fetranspor: a mobilidade na mídia 38 60 anos da Fetranspor 1995 a 2005: Federação completa meio século de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Tecnologia Fetranspor Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Mobilidade TV Fetranspor lança projeto “Histórias que Movem a Vida” . . . . . . . 22 Segurança Fetranspor e Disque-Denúncia unidos contra a criminalidade . . . . . . . . . . 24 Capa | Câmara Metropolitana RJ União e diálogo pelo bem da sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Eventos Seminário Nacional NTU debate soluções em prol da mobilidade urbana sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Extra Conect@-Fetranspor: a mobilidade na mídia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Atendimento Fiscal de Bolso: participação popular na melhoria do transporte . . . . . . . . . . . . . 40 Terminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 EDITORIAL www.revistaonibus.com.br Uma publicação da www.fetranspor.com.br Diretoria Presidente: Lélis Marcos Teixeira Diretora de Gestão de Pessoas e UCT: Ana Rosa Bonilauri Diretor Financeiro: André Nolte Diretor de Marketing e Comunicação: Paulo Fraga Diretor Administrativo e Controle: Paulo Marcelo Ferreira Diretora de Mobilidade Urbana: Richele Cabral Conselho de Administração Titulares Presidente: José Carlos Reis Lavouras Vice-presidente: João Augusto Morais Monteiro Demais Conselheiros: Narciso Gonçalves dos Santos Generoso Ferreira das Neves Florival Alves José Carlos Cardoso Machado Marcelo Traça Gonçalves Domênico Emanuelle Siqueira Lorusso Francisco José Gavinho Geraldo Alexandre Antunes de Andrade Amaury de Andrade Joel Fernandes Rodrigues Suplentes: Isidro Ricardo da Rocha Manuel João Pereira Manoel Luis Alves Lavouras João Carlos Felix Teixeira Jacob Barata Filho Marco Antônio Feres de Freitas Conselho Fiscal Efetivos: Valmir Fernandes do Amaral Luiz Ronaldo Caetano Humberto Valente Suplentes: Carlos Alberto Souza Guerreiro Jorge Luiz Loureiro Queiroz Ferreira Fábio Teixeira Alves Delegado representante / CNT Efetivo: Jacob Barata Filho Suplente: Francisco José Gavinho Geraldo Revista Ônibus Gerente de Comunicação e Eventos: Verônica Abdalla Editora chefe: Tânia Mara Gouveia Leite Redação: Juliana Marques Roselene Alves Renato Siqueira Fred Pacífico Fotografia: Arthur Moura Jorge dos Santos Revisão: Tânia Mara Patrícia Gonçalves Projeto gráfico: Yuri Bigio Editoração, impressão e representação comercial: www.ArquimedesEdicoes.com.br Publicidade: Verônica Lima – (21) 2253-3879 [email protected] JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS Presidente do Conselho de Administração da Fetranspor Soluções integradas: antídoto para círculo vicioso da mobilidade Documento divulgado pela UITP recentemente propõe a quebra do círculo vicioso da dependência do automóvel, que moldou as cidades nas últimas décadas. Enquanto no final do século 19 e início do 20 a estrutura das cidades se formava voltada para pedestres e transporte público, o rápido crescimento da indústria automobilística e a disseminação do automóvel particular mudaram os modelos de cidade. Uso do solo de forma mais dispersa, menor concentração urbana, com as moradias mais distantes do centro, e a perda de áreas verdes para construção de obras viárias e estacionamentos levaram ao custo mais elevado do transporte para a população, e à priorização do individual ante o coletivo nos investimentos públicos de várias cidades do mundo, criando o círculo vicioso. O deslocamento das classes mais favorecidas, ao privilegiar mais e mais o transporte individual, encarecia a locomoção dos mais pobres, que, ao tentarem permanecer morando mais perto dos locais de trabalho, formaram núcleos habitacionais como as favelas que proliferaram em várias cidades brasileiras. Ao se pensar em mobilidade urbana, há que se pensar em planejamento das cidades integrado ao transporte público. Os congestionamentos que infernizam a vida dos residentes de metrópoles de todo o planeta intensificam problemas como a poluição aérea e sonora, gerando danos à saúde da população, prejudicando a economia dessas regiões e aumentando o nível de estresse na mesma proporção em que a qualidade de vida cai com a perda de tempo deles decorrente. A solução para essas questões tem de ser buscada com a visão voltada para o todo, da forma mais abrangente possível. A UITP propõe que se tenha atenção para dois ângulos distintos, para romper este status Ao se pensar em mobilidade urbana, há que se pensar em planejamento das cidades integrado ao transporte público. (...) A solução para essas questões tem de ser buscada com a visão voltada para o todo, da forma mais abrangente possível quo, que parece fadado a tornar as cidades cada vez mais imóveis, com oferta de baixa qualidade de vida para seus habitantes: a criação de uma estratégia político-institucional e a elaboração de um projeto que se realize de forma eficiente. A estratégia precisa ser efetivamente viável em seus lados administrativo, funcional, legal e político, e o projeto, para ser desenvolvido, deve envolver os agentes certos, que atuem de forma coordenada e se apoiem em políticas públicas que permitam seu financiamento e continuidade. As entidades de transporte, os governos e a sociedade de todo o planeta devem levar em conta essas propostas da UITP, adaptando-as às respectivas realidades. Afinal, a diminuição da mobilidade urbana afeta metrópoles em todo o mundo. Aqui no Brasil, o crescimento desordenado e rápido de nossas cidades, o investimento em obras voltadas para o automóvel e a falta de políticas continuadas de transporte trazem agora suas consequências. É preciso que se reflita sobre as soluções e que se tenha em mente que esse tipo de projeto não deve ser deste ou daquele governo, mas um projeto do País. Não perca tempo ao deixar os seguros da sua empresa com quem não está preparado para isso. Somente a Paluama Corretora de Seguros possui a experiência necessária para oferecer as melhores soluções do mercado de seguros para você e para sua empresa, com total dedicação e atenção dos nossos profissionais. Procure um dos nossos corretores e descubra todas as vantagens e diferenciais que temos a oferecer na contratação dos seus seguros, para que sua tranquilidade e segurança falem sempre mais alto. Nós entendemos do assunto, afinal de contas o nosso negócio é seguro. 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Assim como em ocasiões anteriores, a empresa expôs veículos para os diversos tipos de aplicação, ou seja, linhas urbanas, corredores, turismo e fretamento, e também transporte rodoviário. Dessa vez, as novidades foram as três versões do Torino, a renovação do Ideale e, pensando em maior capacidade de carga, o Paradiso 1350, que completa a linha de veículos da família G7. Retomada de mercado A estratégia da Marcopolo é preparar os novos modelos para entrarem em linha de produção Modelos Torino 8 após aprovados em todos os testes possíveis, de maneira que seja entregue aos clientes um produto de qualidade, seguro, e de forma rápida. De acordo com Corso, o modal ônibus tem muitos mercados a serem explorados, logo que os investimentos em outros modos de transporte são mais caros e demandam mais tempo para implantação. “Os países não têm dinheiro para investir em modais mais caros, e o ônibus continua sendo mais funcional e imediato para resolver o problema de locomoção das pessoas”. Obviamente alguns fatores contribuem para que a encarroçadora esteja otimista e se antecipando com a concepção de novos produtos, visando à retomada de mercado, cuja tendência será a procura por novos modelos de ônibus. Um desses é a regulamentação das novas regras do transporte intermunicipal e interestadual. Somente as operadoras de linhas interestaduais já sinalizaram com a possibilidade de investimentos de “Os países não têm dinheiro para investir em modais mais caros, e o ônibus continua sendo mais funcional e imediato para resolver o problema de locomoção das pessoas” Paulo Corso, diretor comercial Novo Ideale As características de cada modelo Ideale O Novo Ideale chega ao mercado com diferenciais em conforto e design (novo DNA Marcopolo), bem como facilidade de operação. O foco é a aplicação nos segmentos de linhas intermunicipais e fretamento, bem como em linhas regulares de médias e curtas distâncias. Torino Com os lançamentos do Torino Express, do Torino Low Entry e do Torino com motor traseiro, a Marcopolo completa a sua família de ônibus urbanos do modelo Torino, a de maior sucesso no mercado brasileiro. Junto com o tradicional Torino de motor dianteiro, ampliam-se as opções para os operadores do transporte coletivo urbano, que vão desde um veículo com baixo custo operacional para aplicações severas, até os mais sofisticados, a fim de atender a todas as necessidades de transporte coletivo, do serviço convencional ao sistema BRT. Paradiso 1350 Novo modelo de ônibus rodoviário da Geração 7, o veículo possui como principais características maior espaço para bagagens (1.350 centímetros de saia lateral) e a maior capacidade volumétrica do mercado. Além disso, o interior foi totalmente redesenhado, com novas poltronas, porta-copos e toalete, especialmente para satisfazer as necessidades dos operadores no que tange a viagens de médias e longas distâncias. 9 PRODUTOS E SERVIÇOS Paradiso 1350 até 800 milhões, sendo boa parte desse montante na renovação de mais de mil veículos. Outra razão que faz a Marcopolo manter seu foco no desenvolvimento dos novos produtos é o calendário eleitoral, que costuma proporcionar maior movimentação de mercado, uma vez que o setor de transporte fica mais visível aos olhares das autoridades e da sociedade em geral. Soma-se a isso a perspectiva de recuperação do mercado externo, com os novos modelos atraindo novos negócios. Crises e oportunidades Para a Marcopolo, o mercado brasileiro sempre foi significativo, principalmente nos últimos dez anos, e o discurso entre os seus executivos é de que haverá a retomada de mercado, assim como ocorreu em outros países. “Em 15 anos de operações internacionais, enfrentamos as crises da Argentina, da Colômbia, do México, do Oriente Médio, da Rússia, e hoje estamos colhendo frutos da operação nesses locais”, afirma o 10 Sucesso nas estradas latino-americanas Mesmo antes de iniciar a sua jornada pelas estradas brasileiras, o novo modelo rodoviário já fazia sucesso em outros mercados. Apesar de projetado e desenvolvido no Brasil, o Paradiso 1350 começou a ser fabricado, inicialmente, na unidade da Marcopolo no México, para atendimento da demanda dos operadores locais, que desejavam veículos com maior capacidade para carregamento de bagagens e com alto padrão de qualidade e sofisticação. Desde 2013, o modelo se destaca em países latino-americanos, e também nos vizinhos, como o Peru. Nesse curto período, a Marcopolo já fabricou, em sua unidade gaúcha, mais de 100 unidades do modelo, a grande maioria para utilização nas viagens de longa distância entre países da América Latina. diretor de Operações Internacionais, Ruben Bisi. Enquanto os mercados ainda sofrem os efeitos da retração da economia, e a mobilidade ainda não está no patamar com que a sociedade brasileira sonha, em função do atraso na conclusão das obras de infraestrutura em diversas cidades, o alento está na chegada de veículos que tendam a trazer um pouco mais de conforto para o passageiro, em médio prazo. Clientes do setor de transporte que cruzam as estradas do país e outros que utilizam linhas intermunicipais ou de fretamento também poderão celebrar as novidades. PRODUTOS E SERVIÇOS Volvo Mais eficiência e segurança Gerenciamento de frota contribui para tomadas de decisão e acompanhamento da operação A linha de transporte de passageiros da Volvo conta com sistemas inteligentes customizados de gestão de frota, de tráfego e de manutenção, todos se comunicando e conectados entre si, e informando a operação em tempo real, para facilitar a tomada de decisão e direcionar esforços para onde realmente são necessários A empresa apresentou, junto com a concessionária Ribeiro Veículos S.A. (Rivesa) e a Expresso Nordeste, em Maringá, no Paraná, dia 21 de julho, os resultados da ferramenta Gerenciamento de Frota, fundamental no aumento da rentabilidade da operação dos ônibus rodoviários e urbanos. “Conseguimos atrair mais clientes devido à maior segurança, à regularidade e ao conforto oferecidos através desta ferramenta”, afirma o diretor da Expresso Nordeste, Marlus Boiko. Gestão otimizada A Expresso Nordeste adquiriu, este ano, 30 unidades da Volvo já com a nova tecnologia, e a tendência é de adaptar o restante da sua frota. “A economia de consumo e o aumento do número de passageiros em nossas linhas compensam o investimento. Além disso, qualquer irregularidade cometida durante a operação pode ser comprovada, o que antes não era possível. O mais importante neste sistema não é a localização do veículo, e sim as demais informações fornecidas, que são fundamentais para a gestão da frota”, afirma Boiko. A empresa atua há mais de 50 anos em rotas interestaduais. Seus investimentos para garantir a qualidade na operação vão de treinamentos a premiações por bom desempenho, que podem representar, “O mais importante neste sistema não é a localização do veículo, e sim as demais informações fornecidas, que são fundamentais para a gestão da frota” Marlus Boiko, diretor da Expresso Nordeste 12 no fim do ano, quase cinco vezes o salário dos vencedores, um fator considerado bastante motivador. Conta ainda com os instrutores das concessionárias Volvo, uma das vantagens do pós-venda da companhia sueca, para orientar seus colaboradores quanto às novidades. gens, pode ser feito por meio de um display no veículo. O profissional é identificado ao conectar um pen drive ao painel, uma espécie de crachá eletrônico, e a leitura do seu trabalho é feita de forma personalizada. Muitas vezes, apenas isso já o induz à condução diferenciada. Monitoramento on-line Evolução tecnológica O Gerenciamento de Frota une informação e tecnologia em prol da segurança, do conforto, da qualidade e do baixo custo operacional, tornando o controle da operação mais seguro e objetivo. A ferramenta foi desenvolvida de acordo com as necessidades do cliente, e dentro do veículo existem equipamentos embarcados e integrados com toda a plataforma eletrônica do chassi. A estimativa da quantidade de passageiros, altitude, rpm (rotações por minuto), consumo e reparos são exemplos de indicadores que, controlados em conjunto, constroem uma viagem com o perfil ideal a ser alcançado. Para o motorista, o acompanhamento da sua operação, como atrasos e adiantamentos nas via- O hardware desse sistema inteligente já está intrínseco no produto desde a adoção do Euro 5, em 2012, e também pode ser instalado nas frotas adquiridas a partir de 2005, por já contarem com tecnologia mais avançada, ainda que, nesses casos, não ofereça tantas informações como os novos modelos. O foco é no chassi Volvo, mas a instalação é viável e compatível com outras marcas. No Rio de Janeiro, as empresas Litoral Rio e Redentor, assim como a Santa Brígida, em São Paulo, já utilizam tal tecnologia. “Emissão de gases, temperatura do motor, frenagem e curva bruscas, excesso de velocidade; cada momento da viagem é monitorado através de mais de 40 sensores distribuídos estrategicamente ao longo do veículo, e as in- formações são disponibilizadas aos nossos clientes. Os dados são transmitidos para uma rede de celular, e depois tudo é descarregado no servidor e enviado a um sistema central, que pode ser acessado on-line; nada se perde”, explica Vinícius Gaensly, responsável pela área de Telemática da Volvo Bus Latin America. Preços variados A Volvo oferece quatro níveis de pacotes de transmissão de dados por veículo, que custam desde R$ 40,00 até R$ 140,00. O mais simples atende bem às necessidades do empresário. Todas as informações do chassi são lidas, e a análise pode ser feita em tempo real ou posterior à viagem, sem agir sobre o veículo. Em breve, os recursos serão ampliados: “Além de ver, será possível atualizar, limitar a velocidade do veículo por região, por trecho e saber se essas determinações foram respeitadas. Se o condutor tentar fazer algo diferente do programado, o veículo não responderá. Este avanço tecnológico já está disponível na Suécia e, em breve, também estará no Brasil”, afirma Gaensly. 13 PRODUTOS E SERVIÇOS BYD Ônibus elétrico chega a São Paulo Para atender à solicitação da Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e da SPTrans, a Build Your Dream (BYD), fabricante chinesa de baterias recarregáveis e de ônibus elétricos, vai antecipar a produção da sua mais nova tecnologia, o K11, maior ônibus articulado elétrico do mundo, com 18,9 metros, desenvolvido especialmente para projetos de BRT de piso baixo. O pedido paulista visa a atender à Lei Municipal 14.933/2009, que institui a Política de Mudança do Clima no município de São Paulo e foi dirigido não apenas à BYD, mas a fabricantes de ônibus de todo o mundo, que deveriam viabilizar testes de desempenho e a fabricação local de veículos mais limpos. A maior capital brasileira pretende oferecer uma frota mais “verde” para a nova licitação de concessão de seu sistema de trans- 14 porte público, prevista para o fim de 2015. O K11 segue os padrões de ônibus norte-americanos e foi desenvolvido para atender os mercados de BRT nos EUA e na América Latina. Sua autonomia média é de 260 quilômetros e acomoda até 120 passageiros, assim como os ônibus articulados convencionais. Por ser 100% elétrico, não emite poluentes locais, reduzindo, significativamente, a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa (GEE) e ruídos, e oferecendo acessibilidade universal em função de sua configuração de piso baixo. A primeira etapa de testes, em operação simulada por rotas preestabelecidas, será acompanhada e auditada por empresa credenciada pela SPTrans. Para a segunda fase, prevista para novembro, a BYD USA já está produzindo, em sua fábrica em Lancaster, na Califórnia, um segundo ônibus elétrico articulado, que cumpre todas as especificações técnicas do Denatran e da SPTrans. Esse novo veículo está sendo especialmente desenvolvido para o mercado brasileiro. A BYD no Brasil A BYD prevê um investimento de US$ 400 milhões em três novas fábricas no Brasil, entre 2014 e 2017. A primeira unidade industrial, sediada em Campinas, São Paulo, deve ser inaugurada em outubro deste ano, e terá centro de pesquisa e desenvolvimento de protótipos, fabricação de chassis de ônibus elétricos urbanos e articulados, montagem de baterias recarregáveis e painéis solares fotovoltaicos. A segunda e terceira unidades serão iniciadas entre 2016 e 2017, para fabricação de todos os modelos de chassis de ônibus elétricos e das células de baterias recarregáveis. Outros produtos e equipamentos movidos a energia limpa, como sistemas de armazenamento de energia e empilhadeiras elétricas, também devem ser adicionados ao portfólio. Navig Empresa de treinamento estreia no mercado de ônibus A Navig Condução Eficiente, especializada em treinamento e reciclagem de motoristas profissionais, acaba de dar seus primeiros passos no segmento de transporte de passageiros. Algumas operadoras de ônibus da região de Porto Alegre aderiram ao método criado pela empresa, que ensina a técnica de antecipação de situações em estradas e vias urbanas por meio de um simulador. Cerca de 100 motoristas passarão pelo treinamento. O primeiro módulo será o Motorista Eficiente, que, além de proporcionar uma direção mais econômica, resultando em menor consumo de combustível, reduz em até 40% a ocorrência de sinistros. O foco será a segurança, um dos aspectos mais importantes para quem faz transporte de passageiros. Treinamento em simulador Simulador em unidade móvel Os cursos são oferecidos por meio de simuladores desenvolvidos com os mesmos conceitos dos produzidos para treinamento aéreo (semelhantes aos já utilizados pela Universidade Cor- Luciano Burti, piloto e comentarista esportivo, fundador da Navig porativa do Transporte). Um dos diferenciais dessa solução é o fato de o simulador estar instalado em uma unidade móvel de treinamento transportada por um caminhão, facilitando as rotinas dos empresários do transporte e dos seus motoristas. Além disso, a Navig disponibiliza material didático e instrutores para os treinamentos teórico e prático. No fim do curso, há mensuração de resultados. Fundada pelo piloto e comentarista esportivo Luciano Burti, a Navig Condução Eficiente já contribuiu para a qualificação de mais de 1.500 motoristas de caminhões em menos de dois anos de existência. Agora a empresa começa a expandir seus negócios ao setor de transporte de passageiros. 15 60 ANOS DA FETRANSPOR Federação completa 50 anos acumulando experiência e aceitando desafios » Por Juliana Marques Na última edição, esta seção especial da Revista Ônibus, em comemoração aos 60 anos da Fetranspor, relembrou momentos importantes da trajetória desta instituição entre 1985 e 1995. Alguns exemplos são a ampliação dos investimentos nas áreas de meio ambiente, educação e capacitação profissional; a criação do Departamento de Vale-Transporte pela Federação, que assumiu a administração do benefício de todos os modais do Estado do Rio de Janeiro; o fim da encampação e a realização da primeira edição do que se transformaria em um dos maiores congressos do setor de transportes do País: o Etransport. Desta vez, os passos são entre 1995 e 2005, década de celebração dos 50 anos da entidade. A primeira unidade do Sest Senat veio em 1995, com a incorporação do Centro Tecnológico de Transporte, Cetec, do Senai. Nove anos depois, com a instalação de outras unidades em Campos dos Goytacazes, Barra Mansa, São Gonçalo e Porto Real, o número de trabalhadores em transportes e familiares beneficiados atingiu a marca de 1,5 milhão. Em 1996, surge o Prêmio Alberto Moreira (PAM), uma iniciativa da Federação para valorizar os rodoviários de todo o Estado do Rio de Janeiro, que reconhece os melhores colaboradores das empresas de ônibus em cinco categorias: Motorista, Cobrador, Operacional, Administrativo e Manutenção (recentemente foi criada a categoria Liderança). O PAM era realizado anualmente, mas em 2004 passou a fazer parte do cronograma do Etransport (bienal), devido à presença de autoridades, empresários e imprensa. Antes disso, o rodoviário participava do prêmio “Operário Padrão”, voltado para a indústria. O começo do novo século Em 1996, foi extinta a CTC (Companhia de Transportes Coletivos). Entretanto, o progresso continuava pelas ruas e bairros do Rio de Janeiro, e a população ganhava, em 1997, a Linha Amarela – importante via, de 25 quilômetros, para ligar Jacarepaguá e Barra da Tijuca, dois bairros em pleno desenvolvimento na época, à Ilha do Governador. Nesse ano, foi instituído o novo "Código de Trânsito Brasileiro", que entrou em vigor em 1998. Ciente da importância de tal mudança no cenário do trânsito e do transporte, a Fetranspor reuniu sindicatos, empresários, federações, unidades do Sest Senat e outros órgãos do segmento em um seminário, para refletirem sobre o assunto. Também em 1998, outras importantes alterações transformaram o sistema de transporte como um todo, como a Fotos : arquivo Fetranspor Prêmio Alberto Moreira privatização das empresas Conerj, Flumitrens e Metrô. A virada do século renovou as energias. Em 2000, o Setransparj substituiu seu nome por Rio Ônibus, Sindicato das Empresas de Ônibus A primeira unidade do Sest Senat veio em 1995, com a incorporação do Centro Tecnológico de Transporte (Cetec), do Senai. Nove anos depois, com a instalação de outras unidades em Campos dos Goytacazes, Barra Mansa, São Gonçalo e Porto Real, o número de trabalhadores em transportes e familiares beneficiados atingiu a marca de 1,5 milhão da Cidade do Rio de Janeiro, e passou a incorporar uma nova cultura de marketing e comunicação com os clientes. Em janeiro de 2001, é lançada a Revista Ônibus (substituindo o jornal do mesmo nome), esta publicação institucional da Fetranspor, com o intuito de apresentar e compartilhar suas histórias e valores, e também dos seus parceiros. O Sindicato das Empresas de Transportes da Costa do Sol, Setransol, se filia à Federação, que passa a contar com dez sindicatos no Estado do Rio. “Melhor Transporte, Melhor Qualidade de Vida” No fim de 2001, foram promovidas mudanças no estatuto da Fetranspor, que passou a se chamar Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, mantendo a sigla original e tornando Desde 1995 o Sest Senat realiza ações e oferece aos rodoviários serviços de saúde, beleza, cultura, esportes e outros. Na foto com o ônibus, a primeira unidade do Sest Senat, o Cetec, em Deodoro 60 ANOS DA FETRANSPOR Projeto Transporte Acolhedor, promovido no começo dos anos 2000, formou multiplicadores dentro das empresas visando à melhoria dos serviços oficial sua abrangência em todo o Estado. Em janeiro de 2002, em Teresópolis, foram apresentados, durante um encontro, os resultados de trabalho feito a partir de pesquisa encomendada ao Ibope, que mostrou a opinião da população sobre a relação entre rodoviários e passageiros, fator fundamental para manter o lema “Melhor Transporte, Melhor Qualidade de Vida”, defendido pela instituição. Uma das sugestões resultou no “Transporte Acolhedor”, projeto para ajudar as empresas a melhorarem sua prestação de serviços, envolvendo desde o pessoal operacional até as lideranças, com cursos para formar multiplicadores. Pensando na saúde do rodoviário, a Fetranspor, em parceria com entidades também preocupadas com esta questão, criou o “Alcoolemia Zero” – programa de prevenção do consumo de bebida alcoólica, que consistia na conscientização dos rodoviários através de palestras e vídeos educativos, realizados dentro das garagens. Isso ampliou a participação da Federação em eventos e campanhas de prevenção de acidentes, junto com entidades médicas, como a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), e abriu espaço para a criação da nova Lei Seca, em vigor desde 2012, e que endureceu a fiscalização e a multa para quem dirige após ingerir bebida alcóolica. Por uma sociedade melhor A proatividade da sexagenária homenageada continuava indo além das expectativas. Suas ações implicavam não somente apoio a programas sociais de várias instituições, principalmente focando crianças e adolescentes, como a Associação dos Amigos do Instituto Nacional do Câncer (Aminca), e as 1ª e 2ª Varas da Infância e Em janeiro de 2001, é lançada a Revista Ônibus (substituindo o jornal de mesmo nome), esta publicação institucional da Fetranspor, com o intuito de apresentar e compartilhar suas histórias e valores, e também dos seus parceiros 18 Juventude, que contavam com doações mensais de vales-transporte para menores carentes e jovens infratores em reabilitação. Outras federações que promoviam atividades recreativas, socioculturais e esportivas também passaram a desfrutar de auxílio da Federação, bem como os estudantes da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, que contavam com ônibus para passeio cultural ao Museu Histórico Nacional, resultado de parceria firmada, em 2003, entre os envolvidos. Essa interação com a sociedade fez parte dos primeiros passos para a Fetranspor consolidar sua área de Responsabilidade Social, e levou-a a conquistar o título de “Empresa Amiga da Infância”, da 1ª Vara da Infância e da Juventude. Os projetos criados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, “Expresso da Paz” e “Emergência em Casa”, cujas finalidades eram transportar famílias dos detentos em dias de visita, e pessoas com deficiências aos locais de tratamento, respectivamente, são dois exemplos de apoio com doação de micro-ônibus, alguns in- clusive adaptados com plataformas elevatórias para facilitar o acesso dos cadeirantes. Do papel à bilhetagem eletrônica Em meio à expansão das suas atividades, surge novo desafio: o vale-transporte eletrônico. Em 2004, autorizado por leis estadual e municipal, foi implantado o bilhete eletrônico para substituir o vale-transporte de papel. O processo foi gradativo, tanto para o sistema de transporte público do Estado, quanto para as organizações empresariais que ofereciam o benefício aos seus trabalhadores. A comercialização foi feita pelo modelo convencional recarregável, adquirido através de site disponibilizado pela Fetranspor, administradora oficial do novo sistema eletrônico, e pelo vale-transporte rápido descartável e pré-carregado com valor fixo, comercializado nas agências do antigo Unibanco. A leitura da nova forma de pagamento de passagem, do chamado RioCard, passa a ser feita instantânea e automaticamente através de va- lidadores instalados nos ônibus. Tal avanço tecnológico facilitou o processo de integração entre todos os modais – ônibus, trens, barcas e metrô –, que aos poucos se prepararam para aceitá-lo. Em 2005, para comemorar seus 50 anos de muitos esforços e conquistas, a aniversariante publicou o livro “Fetranspor 50 anos”, contando sua história até aquela data. E a Revista Ônibus homenageou sua instituição, publicando, na matéria de capa, depoimentos dos ex-presidentes Arthur Mattos, Narciso Gonçalves dos Santos, Délio Sampaio Filho e José Carlos Reis Lavouras, atual presidente do Conselho de Administração. O livro é uma das fontes para os textos desta seção comemorativa, que encerraremos na próxima edição, com a última década desses 60 anos de história. 19 TECNOLOGIA Fetranspor digital Novo site do projeto Mobilidade Sonora e hotsite do programa Empresas de Portas Abertas já estão no ar O projeto Mobilidade Sonora, da Fetranspor Social, está com novo site − www.mobilidadesonora.com.br −, mais moderno e de mais fácil navegação, e o melhor: responsivo. Ou seja: é um site adaptado para responder melhor a uma interface móvel, tanto em smartphones como em tablets, com layout ajustado a diferentes tamanhos de tela, facilitando a leitura e a navegação nesses aparelhos. Também ganhou espaço próprio na internet o programa Empresas de Portas Abertas, que agora conta com um hotsite acessado através do Portal da Fetrans- Descubra no site como funciona o Programa de Portas Abertas 20 por – www.fetranspor.com.br/portasabertas. O site do Mobilidade Sonora traz, logo na home, a apresentação do projeto, por meio de linguagem visual (uma grande foto) e de um texto resumido, explicando de forma curta e objetiva sua proposta social: “levar adolescentes da rede pública de ensino a espaços culturais onde assistem a apresentações de música e aprendem sobre arte e cidadania, contribuindo para expandir a cultura e a mente dos jovens”. Mais abaixo, ainda na home, a agenda com as três próximas apresentações do projeto, e abas para acessar as páginas de fotos e vídeos. Na seção “Imprensa”, estão os telefones e e-mails de contato com a gerência de Relacionamento com a Mídia, bem como os links para as matérias já publicadas na imprensa desde 2011, quando o projeto foi lançado. Portas Abertas na internet Já o hotsite do Portas Abertas apresenta, na abertura, depoimentos de clientes que já participaram do programa e fotos de visitas realizadas às empresas. A página “Como funciona” explica Acompanhe os números do Programa a proposta e os objetivos da iniciativa, que leva clientes do transporte por ônibus do Estado do Rio de Janeiro para conhecer as garagens das empresas. Eles são convidados através do Fale Ônibus, a partir de suas manifestações nesse canal de comunicação, que recebe sugestões, reclamações e elogios sobre o serviço prestado pelas operadoras. O hotsite traz também uma lista das empresas participantes, divididas por sindicato; os números do programa e informações sobre o Fale Ônibus, com acesso para seu site. “O hotsite reúne todas as informações relacionadas ao programa, de forma clara e objetiva, com uma navegação intuitiva. Os depoimentos, mostrando o que os clientes falam sobre o Portas Abertas, e as fotos dos bastidores das empresas são como um diário das visitas, uma espécie de relatório, porém exposto de forma simples, descontraída e leve, justamente o que pretendemos da relação entre os clientes e as empresas, a partir desse primeiro contato pessoal, dentro das garagens”, esclarece a gerente de Comunicação e Eventos “O hotsite reúne todas as da Fetranspor e coordenadora do informações relacionadas ao Portas Abertas, Veprograma, de forma clara e rônica Abdalla. objetiva, com uma navegação Outros três hotsites podem ser intuitiva. Os depoimentos, acessados através mostrando o que os clientes do portal Fetransfalam sobre o Portas Abertas, por: o “BRT + Verde” (fetranspor. e as fotos dos bastidores das com.br/especiais/ empresas são como um diário brtmaisverde), sodas visitas” bre o projeto de Verônica Abdalla, gerente de mesmo nome, uma Comunicação e Eventos e coordenadora parceria entre a do programa Empresas de Portas Abertas Fetranspor, o Rio Ônibus, a Prefeitura da Cidade do Rio, Amyris, Shell-Raízen e Ipiranga, que consiste no uso experimental de um combustível ecológico e 100% renovável, a base de cana-de-açúcar e que já funciona em parte da frota de ônibus articulados do BRT Transcarioca; o “Fetranspor 60 anos” (fetranspor.com.br/especiais/fetranspor60anos), especial comemorativo do aniversário da Federação, que conta a história da entidade, seu legado, através de uma linha do tempo, fala sobre os presidentes que já estiveram no comando da instituição, os números (frota, empresas, empregos gerados, passageiros transportados, gratuidades, viagens realizadas, entre outros) e os desafios para os próximos anos, e o “Histórias que Movem a Vida” (fetranspor. com.br/historiasquemovemavida), que explicamos na matéria a seguir. 21 MOBILIDADE TV Fetranspor lança projeto “Histórias que Movem a Vida” Relatos e testemunhos de pessoas influenciadas pela mobilidade urbana Um novo projeto da Fetranspor está emocionando quem vê e também quem participa dele. O “Histórias que Movem a Vida” divulga relatos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas através de inciativas ou de boas práticas ligadas ao transporte por ônibus no Estado do Rio de Janeiro. Os depoimentos são gravados em vídeo e disponibilizados no site da Mobilidade TV – www.mobilidadetv.com.br –, e depois compartilhados e divulgados nas redes sociais, no portal e nos demais veículos de comunicação da Fetranspor. O projeto consiste numa série de testemunhos de rodoviários, clientes de ônibus, busólogos, enfim, qualquer cidadão que tenha uma história interessante relacionada ao setor, seja na sua profissão, dentro de alguma empresa ou num dia de trabalho, seja 22 como passageiro ou como um observador do cotidiano das cidades, e queira dividi-la com o mundo. O “Histórias que Movem a Vida” quer contar essas experiências. No hotsite do projeto − www.fetranspor.com.br/historiasquemovemavida − as pessoas podem se inscrever para participar. Basta acessar a página “Envie sua história” e preencher o formulário, informando nome, e-mail, telefone e um resumo do que pretende relatar. Podem ser sonhos, desafios e conquistas. Mas tem que ter sido influenciado, de alguma maneira, pela mobilidade urbana. No primeiro episódio da série, o jovem Saulo Scoponi, de 21 anos, falou de seu interesse por ônibus, desde muito pequeno. “Eu não sabia bem por que gostava daquilo e se mais gente também gostava. Minha família nunca teve carro de passeio, por escolha nossa. Aos 13 anos, quando passei a usar computador e acessar a internet, a primeira coisa que pesquisei foram os ônibus e, caramba, tinha mais gente que gostava disso. Só então fiquei sabendo que existe uma palavra para designar o indivíduo que tem interesse pelo ônibus: “busólogo”. Eu era um busólogo e não sabia. Eu colecionava fotografias de ônibus, e foi nessa época que fiquei sabendo de comunidades de busólogos em várias cidades. Criei uma na minha, São Gonçalo, e algumas pessoas foram chegando, e pessoas de cidades próximas começaram também a participar”, contou Saulo. “Gente que lida com gente” André de Jesus, 50 anos, é o personagem do segundo episódio. Rodoviário há apenas um ano e meio, começou como cobrador e agora é motorista, um sonho de criança realizado. Logo que ingressou na vida de rodoviário, voltou a estudar, incentivado pela empresa em que trabalha e que promove o Telecurso para seus colaboradores. “Eu havia interrompido meus estudos na 5ª série e estava, há 26 anos, sem estudar”. Ele já completou o ensino fundamental e iniciou “Quando falamos de gente, sabemos que todos nós temos, sempre, alguma história que move a nossa vida e a vida de muitas outras pessoas” Paulo Fraga, diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor o ensino médio. O próximo passo é fazer o Enem e iniciar a faculdade de Direito. André também participou do No Ponto Certo, programa de treinamento em forma de oficinas, realizado pela Universidade Corporativa do Transporte, pela prefeitura do Rio de Janeiro e pelo Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável. Ele foi um dos profissionais que ajudou a redigir o “Código de Conduta do Motorista de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro”. “Junto com vários companheiros, participei da criação, firmando o compromisso de semear a ‘semente da educação’ em nosso dia a dia”. O “Histórias que Movem a Vida” tem muito mais histórias para contar e emocionar. “São mais de 100 mil rodoviários e 10 milhões de passageiros no Estado do Rio de Janeiro, sem contar as famílias dos rodoviários e as pessoas que indiretamente são influenciadas pelo transporte por ônibus. Nosso setor é feito essencialmente por gente que lida com gente. Nossa base é o relacionamento. E quando falamos de gente, sabemos que todos nós temos, sempre, alguma história que move a nossa vida e a vida de muitas outras pessoas”, afirmou Paulo Fraga, diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor. Tecnologia embarcada que ajuda na eficiência da mobilidade urbana. A Sectrans é a pioneira e única empresa no mercado com sistema de download de imagens via wireless, com tecnologia 3G e 4G para monitoramento on-line de frota. Os benefícios para a mobilidade urbana são muitos. Sistema Urbano Mais Dinâmico Dá suporte ao empresário nas decisões sobre a operação da frota. Gestão de Fraudes Reduz em até 90% as fraudes, gerando alto impacto de valor para seus clientes. Maior Segurança Monitoramento on-line das viagens permitindo ações imediatas da gestão da empresa. Controles Integrados Produz relatórios e índices de performance customizados para cada cliente. Acesse www.sectrans.com.br e conheça as soluções para sua frota operar com mais eficiência e segurança. SEGURANÇA Fetranspor e Disque-Denúncia unidos contra a criminalidade Sistema vai mapear crimes e atos de vandalismo contra ônibus da Região Metropolitana do Rio » Por Tânia Mara Um sistema exclusivo para mapear a criminalidade e o vandalismo no transporte vai auxiliar as autoridades de segurança na proteção a passageiros e rodoviários. Trata-se do Safe (Sistema de Acompanhamento de Frota em Emergência), parceria da Fetranspor com o Disque-Denúncia e a Secretaria de Segurança (Seseg) do Estado do Rio de Janeiro, mais uma ação que tem por objetivo garantir ao cliente do transporte público uma experiência de viagem cada vez melhor. O sistema vai agilizar a comunicação entre as empresas de ônibus e as autoridades de segurança pública. Para isso, foi criada a figura do “ges- 24 tor Safe”, um funcionário de cada empresa do setor que será treinado para repassar as informações das ocorrências para o Disque-Denúncia em, no máximo, 12 horas após o acontecimento. Caberá a ele, também, a capacitação dos demais colaboradores participantes (motoristas, cobradores, fiscais, inspetores, despachantes), para que todos saibam o que e como fazer para contribuir com a agilidade e a precisão do processo, bem como com a divulgação do serviço dentro da empresa. Histórico e implantação A implantação do serviço ocorre em duas fases: a primeira começou em 1º de julho em toda a Região Metropolitana do Estado. A segunda etapa contemplará os serviços municipais e intermunicipais de fora da RMRJ, e deverá acontecer ainda este ano. Anteriormente, a Fetranspor já trabalhava em parceria com o Disque-Denúncia e as autoridades de segurança pública, utilizando o Comunicado de Assalto a Ônibus, ou CAO. O Safe representa uma evolução do processo, com a introdução do registro de atos de vandalismo e o aperfeiçoamento da ferramenta. As denúncias são feitas pelas próprias empresas de ônibus, dentro de uma padronização, por intermédio do gestor, que deverá inserir, sempre que possível, arquivos com fotos ou vídeos captados pelas câmeras dos veículos. Como funciona A equipe gestora é responsável pelo cadastramento dos usuários, no site safe.fetranspor.com.br. As empresas, ao entrarem na página, somente terão acesso às próprias informações. Estas aparecem em forma de listagem, com todas as ocorrências e respectivos detalhes, podendo cada uma visualizar o que ocorre em suas linhas através de um mapa de calor. As instituições de segurança pública terão acesso a todas as informações, inclusive à “mancha criminal”, no mapa de calor. Estas lhes servirão de base para Crédito: SUB TEN Rodiney Teixeira o planejamento de ações de combate e/ou prevenção. A Fetranspor entra na parceria com os dados cadastrais e georreferenciados das linhas das empresas filiadas e dos respectivos pontos, enquanto o Disque-Denúncia oferece seu sistema de captação de informações e a experiente equipe de atendimento, que funciona durante “Agora, temos em mãos um mapeamento abrangente, uma mancha criminal mais exata dos assaltos a ônibus. Tudo isso vai possibilitar agir de modo mais preventivo, impedindo que um delito aconteça ou mesmo efetuando prisões” Coronel Luiz Henrique Marinho Pires, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA) 25 SEGURANÇA 24 horas por dia, em todos os dias da semana. Desta forma, quando as autoridades de segurança forem acionadas, contarão com uma infraestrutura de apoio inteligente e informações confiáveis. Futuramente, há a possibilidade de se ampliar o Safe, criando-se aplicativo que permita aos passageiros repassar informações sobre ocorrências presenciadas em coletivos, estações e terminais, via celular. O que dizem os parceiros Para o coronel Luiz Henrique Marinho Pires, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA), responsável pela capital, o trabalho vai complementar as ações da PMERJ, possibilitando acesso rápido a informações precisas. “Agora, temos em mãos um mapeamento abrangente, uma mancha criminal mais exata dos assaltos a ônibus. Tudo isso vai possibilitar agir de modo mais preventivo, impedindo que um delito aconteça ou mesmo efetuando prisões”, afirma. Para o comandante do 1º CPA, o Safe também vai melhorar o trabalho com a Polícia Civil, pois os dados gerados pelo sistema são compartilhados e a investigação pode ser conjunta. “Antes, era preciso buscar as informações em cada empresa de ônibus, de modo descentralizado. Agora está tudo organizado em um único sistema”, comemora. O 1º CPA tem grupamento especializado na abordagem e repressão a assaltos a ônibus, e, por isso, o 26 Safe tem importância especial para a unidade. O coronel destaca a relevância da colaboração da população, por meio do outro parceiro, o Disque-Denúncia. O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, se diz muito esperançoso com a possibilidade de ter um monitoramento ainda mais preciso e aprimorado dos crimes contra os ônibus. Afirma que o anúncio das novas medidas já levou a uma diminuição desse tipo de crimes, e lembra que a parceria com a Fetranspor ocorre desde a cria- ção do Disque-Denúncia: “O CAO já funcionava bem, e agora vamos funcionar ainda melhor. O fundamental é as empresas acreditarem, confiarem, e seus rodoviários também. Todos são muito importantes nesta parceria. Precisamos fazer com que cometer esses crimes fique cada vez mais difícil, mais perigoso e mais caro para os criminosos”. Zeca Borges tem a certeza de que serão descobertas novas situações que ajudarão a ação policial. E conclui: “a participação de todos é importante, a população precisa “O fundamental é as empresas acreditarem, confiarem, e seus rodoviários também. Todos são muito importantes nesta parceria. Precisamos fazer com que cometer esses crimes fique cada vez mais difícil, mais perigoso e mais caro para os criminosos” Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncia O passo a passo do Safe 1. Logo em seguida à ocorrência, a EMPRESA faz o repasse das informações, incluindo, se possível, fotos e vídeos. 2. O DISQUE-DENÚNCIA recebe e repassa imediatamente as informações da EMPRESA e das suas linhas, previamente disponibilizadas pela FETRANSPOR. 3. O sistema do DISQUE-DENÚNCIA repassa para o SAFE as informações, que automaticamente estarão disponíveis para as INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA, cujo acesso aos dados é irrestrito, desde o mapa de calor à ”mancha criminal”. 4. As INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA utilizam a ferramenta para planejamento e eleição das operações táticas voltadas à coibição e ao combate das ações criminosas. saber o que fazemos, precisa estar consciente da importância de sua atuação e denunciar sempre. E considero que o Safe já é um sucesso”. A expectativa é de que o Safe melhore a confiança do profissional rodoviário e do cliente do transporte por ônibus na segurança do modal. Os últimos acontecimentos, incluindo as manifestações populares de 2013, criaram clima de insegurança em grande parte da população, pelo alto número de atos de vandalismo e destruição. Só no ano seguinte, foram registrados 762 casos de depredação e 70 de incêndios em ônibus no Estado do Rio de Janeiro, gerando prejuízos superiores a R$ 28 milhões. Para o consultor de Análises Econômicas da Gerência de Planejamento e Controle da Diretoria de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Felippe Da Cás, o fato de a Fetranspor ter “praticamente universalizado o cadastro georreferenciado das linhas municipais e intermunicipais da Região Metropolitana” possibilitou a formalização desta parceria de forma bem estruturada, aliando a expertise do Disque-Denúncia à tecnologia e à colaboração das empresas, para prestar apoio aos órgãos de segurança do Estado. 27 CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ União e diálogo pelo bem da sociedade Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro reúne mobilidade, saúde, saneamento, educação e sustentabilidade » Por Fred Pacífico A habilidade técnica das equipes e dos profissionais envolvidos em um projeto é apenas uma das competências esperadas de uma gestão eficiente, baseada na excelência de valores e de resultados voltados à necessidade coletiva. Capacidade de integração e boa comunicação entre todas as áreas são também fatores indispensáveis, principalmente quando tratamos da esfera pública e de uma escala metropolitana, como a do Grande Rio. Com o propósito de aprimorar a qualidade do planejamento e de melhorar a integração de toda a Região Metropolitana, foi fundada pelo governo do Estado, há exatamente um ano, a Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro (CIG). “A Câmara Metropolitana foi criada no sentido de retomar a governança e o planejamento da Região Metropolitana, tratando os assuntos de interesse comum de forma integrada”, explica o coordenador da CIG e subsecretário de Urbanismo Regional e Metropolitano, Vicente Loureiro. O objetivo da CIG é centralizar e implantar, em apenas um órgão, o planejamento integrado das áreas de saneamento básico, fornecimento de água, saúde, sustentabilidade, educação e, também, da mobilidade urbana dos 21 municípios que compõem a RMRJ. Desta forma, este órgão assume a responsabilidade de gerenciar todos os projetos de interesse que envolvam mais de um município, “A Câmara Metropolitana foi criada no sentido de retomar a governança e o planejamento da Região Metropolitana, tratando os assuntos de interesse comum de forma integrada” Vicente Loureiro, coordenador da CIG e subsecretário de Urbanismo Regional e Metropolitano 29 CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ promovendo um desenvolvimento integrado de toda a região, projetado para os próximos 15 anos, pelo menos. A mobilidade metropolitana Na área de transportes, busca-se um funcionamento melhor de todos os modais, com uma Região Metropolitana mais integrada e com a melhoria dos serviços prestados à população. O secretário de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osorio, lembra que o modal ônibus é o que mais leva passageiros na Região Metropolitana, e afirma que a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) está operando em conjunto com o trabalho da Câmara Metropolitana, focada na melhoria da mobilidade e dos serviços prestados. “É uma parceria com vistas a interagir melhor com os municípios, para que nós tenhamos mais integração e planejamento entre os modais de transportes municipais, de responsabilidade de cada município, e intermunicipais, de responsabilidade do Estado”, diz. Segundo Osorio, o principal objetivo alcançado no primeiro ano de atuação da Câmara, em parceria com a Setrans, foi a conclusão do PDTU – Plano Diretor de Transportes Urbanos –, que irá orientar os investimentos em mobilidade nos próximos anos e décadas. O PDTU servirá de base para os planos de mobilidade, uma vez que é obrigatório para toda cidade com mais de 20 mil habitantes, de acordo com a Lei 12.587, em vigor desde 2012. “É uma parceria com vistas a interagir melhor com os municípios, para que nós tenhamos mais integração e planejamento entre os modais de transportes municipais, de responsabilidade de cada município, e intermunicipais, de responsabilidade do Estado” Carlos Osorio, secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro Baixada e Leste Metropolitano Além disso, Osorio destaca o planejamento da expansão da rede metroviária e do sistema de transporte ferroviário na Baixada, e os O Arco Metropolitano é uma das principais obras de ampliação da integração viária da Região Metropolitana 30 A Via Light, que liga Nova Iguaçu à Pavuna o pedestre seja também o foco das atenções de determinadas centralidades, assim como o ciclista. Há territórios e distâncias curtas que podem ser incorporados nessas práticas de deslocamento, se os sistemas se comunicarem de forma eficiente e os usuários tiverem conforto e segurança”, declara. A fundação da CIG O coordenador da CIG, Vicente Loureiro, acrescenta que as ações de planejamento que vêm sendo desenvolvidas pela Câmara têm sido baseadas no TOD (sigla em inglês para Desenvolvimento Orientado para o Transporte). “Estamos escolhendo corredores que sirvam de bons exemplos e possam irradiar as boas práticas da relação do sistema de transporte com a cidade, com a área por ele atendida, contribuindo para a integração física e operacional entre modais, para que Guilherme Costa Pinto programas de implantação dos corredores de BRT no Leste Metropolitano e na Baixada Fluminense. “Os projetos do Leste Metropolitano devem ser concluídos no mês de setembro, e está se iniciando o planejamento dos corredores de BRT da Baixada Fluminense”, avisa. De acordo com a Setrans, uma série de ações que visam a melhorar a qualidade do serviço de transporte por ônibus na Região Metropolitana já vem sendo realizada, em conjunto com o Detro, que implantou novo centro de monitoramento para aumentar o poder de fiscalização sobre a qualidade do serviço no transporte por ônibus e nos irregulares. “Nós teremos, também, por meio da Coderte, investimentos em importantes terminais rodoviários na Região Metropolitana. Destaco a reforma do Terminal Américo Fontenelle e dos terminas de Nova Iguaçu e de Nilópolis como prioridades, para aumentar a qualidade no transporte rodoviário por ônibus”, afirma Osorio. A criação da Câmara Metropolitana atendeu a duas exigências: uma do Banco Mundial, que previu contratualmente, como obrigação e contrapartida do Estado a um empréstimo efetuado na administração passada, a utilização de parcela desse recurso emprestado, na parte de planejamento, cerca de 6 milhões de dólares, para elaboração de um plano urbanístico da Região Metropolitana, construção de um centro de monitoramento e retomada da governança da região – que serviu de base para a criação do órgão, em agosto de 2014 –, e o Es- Secretários municipais da Região Metropolitana e técnicos do governo do Estado e da sociedade civil no 1º Encontro Metropolitano para o Desenvolvimento Sustentável 31 CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ tatuto da Metrópole, instituído com a entrada em vigor da Lei 13.089, em 13 de janeiro de 2015, quando foi publicada no "Diário Oficial da União". A Presidência da República sancionou a referida lei, procurando estabelecer diretrizes para o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas instituídas pelos estados. A implantação da Câmara Metropolitana no Rio serviu para otimizar ainda mais a exigência do Estatuto. “Preparávamos um projeto de lei, quando foi aprovado o Estatuto da Metrópole, pelo governo federal, e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, no início de janeiro deste ano. Como já estávamos preparados, analisamos o estatuto e ajustamos o projeto, 32 As obras do Transbrasil: corredor BRT terá papel fundamental na integração entre o Rio e a Baixada em negociação com as prefeituras e o governo do Estado”, conta Loureiro. Esse planejamento urbanístico da Região Metropolitana será encaminhado como PL (Projeto de Lei), para ser votado pela Assembleia Legislativa. Com ele, recria-se a região metropolitana, com critérios de pertencimento a essa região do Rio, além de se estabelecer as suas condições de governança. “Cria-se um Conselho Deliberativo, órgão máximo, presidido pelo governador e formado pelos 21 prefeitos que compõem a região. Nele haverá votos diferenciados. Na cesta de votos do conselho, 100 votos, sendo 30 do governador, 20 do prefeito da capital e 50 dos demais prefeitos, separados proporcionalmente aos seus tamanhos”, esclarece Vicente Loureiro. Projeto de lei para governança O PL estabelecerá também os assuntos de interesse comum para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no campo do desenvolvimento urbano. O que vai importar aqui são: os temas de saneamento ambiental, com os sistemas de meso e macrodrenagens da RM; o uso do solo, como, por exemplo, em torno do Arco Metropolitano; ou algumas ações estratégicas que tenham também essa escala, ou sejam vocacionadas para o uso logístico, industrial, de grande magnitude e alavancadoras do desenvolvimento. O coordenador da Câmara Metropolitana explica que igualmente será tratada a resiliência da região frente às mudanças climáticas, ou seja, a capacidade de resistir ou de se antepor a elas preventivamente, pois “essas são hoje questões importantes que teremos que enfrentar e saber direcionar, buscando alternativas. Por fim, temos um tema específico, a inclusão digital, com a melhoria da performance do tráfego de informações na Região Metropo- Detalhes da obra e do projeto da Transoceânica, em Niterói, mais um importante plano de mobilidade na RMRJ litana, e também a mobilidade; porém, não todos os sistemas, apenas aqueles de média e alta capacidade, incluindo os BRTs, os trens, o metrô, as barcas; isto é, transportes mais robustos, que tenham uma escala metropolitana. O sistema de BRT da Avenida Brasil, por exemplo, mesmo estando todo ele dentro do município do Rio, possui escala metropolitana”, 33 CAPA | CÂMARA METROPOLITANA RJ diz. Loureiro explica que também vão continuar existindo linhas municipais e intermunicipais sem essa escala, assim como poderá haver alguma linha municipal que tenha e mereça escala metropolitana, se for de conhecimento do Conselho Deliberativo. PL prevê Conselho Consultivo Além de estabelecer os assuntos de interesse comum e tratar de questões mais operacionais, o projeto de lei criará uma agência executiva, para dar funcionalidade ao Conselho Deliberativo e suas obrigações, e suporte técnico às decisões. Outra proposta do PL é a criação de um Conselho Consultivo, composto por representantes do governo estadual e dos municípios, assim como da sociedade civil, dos órgãos de classe vinculados ao campo do desenvolvimento urbano e à sustentabilidade, e do setor empresarial, de modo a assegurar a participação da sociedade nas decisões. O presidente do Conselho Consultivo e o diretor-executivo da agência terão assento no Conselho Deliberativo, porém sem direito a voto. “Essas são as instituições de governança criadas. Estamos sugerindo também a construção de um fundo de desenvolvimento metropolitano, para que se possa, no futuro, receber aportes de empréstimos ou de outras operações que permitam a implantação desses projetos estratégicos e estru- 34 turantes de interesse comum da região”, diz. Pela primeira vez teremos uma visão estratégica sobre toda a região, seu desenvolvimento, sua dinâmica imobiliária, industrial, do setor de comércio e serviços, possibilitando estabelecer uma visão de futuro, num universo de 15 anos, e determinar as infraestruturas necessárias para acompanhar esse desenvolvimento. “Esses cenários apontarão soluções mais realistas, mais integradoras, numa perspectiva de atrair para a discussão da mobilidade não só a questão do emprego, mas a da moradia. Ou seja, incentivar o uso mais racional dos territórios, bem servidos de transportes de média e alta capacidade”, afirma o coordenador da CIG. Conhecendo para planejar Quando foi criada, ano passado, a proposta da CIG veio junto com o anúncio da elaboração de alguns produtos e da contratação de serviços importantes, combinados com o Banco Mundial, como a criação de um sistema de informações geográficas e a atualização da base cartográfica dos municípios metropolitanos do Rio de Janeiro, com a realização de um novo levantamento aerofotogramétrico, para servir de base na elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, dentre outros. Segundo o coordenador da CIG, o Banco Mundial tem acom- "Os modais não são e nem devem ser concorrentes, e sim um sistema que funcione de maneira inteligente, com um modal potencializando o outro, contribuindo para uma mobilidade de excelência para todos, dentro de uma metrópole que funcione de forma eficiente” Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor O BRT Transolímpica ligará Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes, atendendo diariamente 70 mil pessoas panhado o desenvolvimento dos projetos, no que diz respeito ao planejamento. Loureiro explica que nunca foi realizado um plano urbanístico da Região Metropolitana, por mais que já tenha existido um órgão para esse fim, e tem municípios que há 30 anos não fazem um levantamento aerofotogramétrico. “Já licitamos esse levantamento e receberemos as propostas no dia 8 de setembro, para escolhermos a empresa que, até meados do ano que vem, nos entregará os resultados”, informa. O planejamento é que, entre maio e junho de 2016, seja entregue às 20 prefeituras, fora a capital, o conjunto de cartas das áreas urbanas, na escala de 1:2.000, e das áreas rurais não urbanizadas, na escala de 1:10.000. “Esse é um material de muita utilidade para estudos, projetos, análises, no campo do desenvolvimento urbano das prefeituras e dos serviços públicos, e até mesmo no cadastro imobiliário. É uma contribuição importante que daremos nesse sentido”, diz Loureiro. TI na melhoria do monitoramento Outro plano importante é o desenvolvimento do sistema de informação acordado com o Banco Mundial, com a construção do Centro de Monitoramento da Região Metropolitana, que, mesmo envolvendo diferentes órgãos do Estado, está avançando − os estudos técnicos para licitação do primeiro módulo encontram-se em fase final. A CIG e os órgãos competentes estão finalizando o termo de compromisso, para que, em setembro, seja lançado o edital para contratação dos serviços de desenvolvimento dos sistemas de tecnologia da informação que comporão o banco de informações. O objetivo é que o centro contribua para a gestão do território metropolitano, melhorando o padrão de planejamento e a construção de visão sobre a realidade e o futuro da região. O sistema permitirá que as prefeituras aprimorem também sua capacidade de gestão dos serviços públicos e dos territórios e cidades sob sua atuação. Para Richele Cabral, diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, integrar toda a Região Metropolitana possibilitará uma visão mais clara do sistema de transporte, otimizando os investimentos e mitigando os contratempos, quando surgirem. “O trabalho de integração que vem sendo proposto é um ganho para a população metropolitana, principalmente na área da mobilidade, para todos que dependem de transporte público. Precisamos integrar, pois os modais não são e nem devem ser concorrentes, e sim um sistema que funcione de maneira inteligente, com um modal potencializando o outro, contribuindo para uma mobilidade de excelência para todos, dentro de uma metrópole que funcione de forma eficiente”, explica. Outro fato importante destacado por Vicente Loureiro é o anúncio da empresa de consultoria vencedora para realizar o plano urbanístico da Região Metropolitana. “A empresa terá até o fim de 2016 para entregar esse estudo aos dirigentes metropolitanos, ou seja, o governador do Estado e os prefeitos das cidades que compõem a Região”. 35 EVENTOS Pela priorização do coletivo Seminário Nacional NTU aborda soluções em prol da mobilidade urbana sustentável O Transamérica Expo Center recebe, nos dias 1º, 2 e 3 de setembro, a 29ª edição do Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). Especialistas em mobilidade do Brasil e do exterior se reúnem em torno do tema ‘Prioridade ao coletivo para uma mobilidade sustentável’, com soluções que favoreçam o bom desempenho do transporte urbano por ônibus no Brasil. No primeiro dia, o evento vai se dedicar ao credenciamento para o Seminário e à abertura da Transpúblico, tradicional feira realizada paralelamente ao evento da NTU, com as últimas novidades e mais avançadas tecnologias de fornecedores de equipamentos, fabricantes e montadoras de ônibus. A exposição, uma boa 36 Otávio Cunha, presidente executivo da NTU, no Seminário de 2014 Programação 1 de setembro – terça-feira oportunidade para a realização de novos negócios, será encerrada no fim da noite de 3 de setembro. O Seminário Nos dias 2 e 3 de setembro, os participantes poderão aproveitar as palestras, painéis e debates, para apresentar sugestões de soluções para fatores que podem comprometer a qualidade dos serviços e a mobilidade por ônibus. A pesquisadora Susan Zielinsky, diretora do projeto SMART, da Universidade de Michigan (EUA), e o jornalista e comentarista econômico da Rede Globo e CBN, Carlos Alberto Sardenberg, são dois dos palestrantes em destaque. Um dos painéis terá como foco a importância das novas tecnologias no sistema de mobilidade urbana para tornar as cidades mais sustentáveis, através da utilização de combustíveis de fontes limpas e do investimento em novos negócios. A programação ainda conta com discussões sobre questões políticas e sociais que envolvem o setor de transporte público. No último dia, a NTU promove a oficina de tecnologia veicular. 12h00 - Credenciamento 14h30 - Abertura da Feira Transpúblico 2015 22h00 - Fechamento da Feira A Feira Transpúblico acontecerá até as 22h do dia 3 de setembro. SEMINÁRIO NACIONAL 2 de setembro – quarta-feira 10h00 - Abertura oficial 10h30 - Painel: “Prioridade ao coletivo por uma mobilidade sustentável” O evento começa com uma apresentação de cases nacionais e internacionais que trazem soluções de prioridade ao transporte coletivo e os resultados concretos dessas ações. O painel é seguido por debates com representantes do poder público federal e municipal, dos comerciantes, das operadoras de transporte público e da sociedade civil. 12h30 - Debates 13h00 - Almoço 14h30 - Painel “O futuro da mobilidade sustentável: tendências mundiais” Palestra da pesquisadora Susan Zielinski, diretora do projeto SMART, da Universidade de Michigan (EUA), que introduz o debate sobre a evolução da mobilidade urbana. Secretários de Transportes de cidades brasileiras com projetos inovadores e sustentáveis contribuem com suas ideias e propostas. 16h00 - Debates 16h30 - Palestra “Cenário econômico nacional e perspectivas” Carlos Alberto Sardenberg, jornalista e comentarista econômico da Rede Globo e CBN, fala sobre o atual cenário da economia brasileira e mundial e a respeito dos desafios e oportunidades no momento de crise. 18h00 - Encerramento 3 de setembro – quinta-feira 10h às 17h - Oficina de Tecnologia Veicular Especialistas, operadores e representantes da indústria vão apresentar e discutir os cenários e tendências relacionados a diversos temas de interesse do setor, como alternativas energéticas e inovações tecnológicas em motores, chassis e carrocerias. 17h00 - Encerramento 37 EVENTOS Extra Conect@-Fetranspor: a mobilidade na mídia Seminário reúne especialistas e discute o planejamento de cidades » Por Renato Siqueira O “Jornal Extra”, em parceria com a Fetranspor, promoveu, na manhã do dia 18 de agosto, no auditório da Universidade Estácio de Sá, na Barra da Tijuca, o seminário Extra Conect@ – Apontando Novos Caminhos da Mobilidade Urbana. Nesse primeiro encontro da série de quatro, o tema foi Planejamento de Cidades. O evento reuniu empresários do setor, estudantes, especialistas, e teve como palestrantes: Clarisse Linke, diretora do ITDP; Jaime Lerner, arquiteto e urbanista, e Juan Carlos Muñoz, professor da PUC do Chile e especialista em sistemas de BRT. 38 “Já são mais de 300 cidades no mundo, incluindo Bogotá e Seul. Em Curitiba, o BRT transporta 2,7 milhões de pessoas por dia, enquanto o metrô de Londres transporta 3 milhões; mas, detalhe: o custo do BRT é dez vezes menor” Jaime Lerner, arquiteto e urbanista O diretor de Redação do “Jornal Extra”, Octavio Guedes, abriu o seminário estabelecendo uma comparação entre setores importantes, como saúde, educação e transporte, destacando que o último é o único “Para que se dê ainda mais qualidade ao BRT, é preciso financiamento por meio de subsídios. Assim poderemos fomentar o uso do transporte de massa” Juan Carlos Muñoz, professor da PUC do Chile e especialista em sistemas de BRT que causa impactos diretos na vida de todo cidadão. “Talvez por isso este tema gere maior paixão e discussão entre as pessoas”, afirmou. Lei da Mobilidade Urbana O presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, disse ser necessário discutir a mobilidade urbana e inseri-la nos planos de desenvolvimento das cidades: “Em função do modelo de cidade adotado, hoje se perde muito tempo para ir de um lugar a outro devido aos congestionamentos”. Lélis também citou a importância da Lei da Mobilidade Urbana como diretriz, no que tange ao planejamento das cidades. Lamentou, porém, o fato de terem sido poucas, até o momento, as que já elaboraram seus planos de mobilidade. “Apenas 5% das cidades brasileiras já têm o plano. Tivemos recursos em razão da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Será preciso que haja continuidade nesses investimentos”, defendeu. Clarisse Linke apresentou os conceitos de mobilidade urbana sustentável. Entre eles, o planejamento do uso misto do solo, combinando habitação e emprego, em cidades mais compactas, de modo a diminuir os deslocamentos motorizados e criar ambientes que estimulem a locomoção a pé. “Precisamos compactar as cidades e estimular “Apenas 5% das cidades brasileiras já têm o plano. Tivemos recursos em razão da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Será preciso que haja continuidade nesses investimentos” Lélis Teixeira, presidente executivo da Fetranspor viagens mais curtas no deslocamento casa-trabalho-casa”, afirmou. De Curitiba para o mundo Jaime Lerner falou do processo de implantação do BRT na cidade de Curitiba, na década de 70, ressaltando que hoje é um sistema espalhado pelos diversos continentes, devido ao baixo custo e à rapidez na implantação, além da flexibilidade e capacidade de transporte em sua operação. “Já são mais de 300 cidades no mundo, incluindo Bogotá e Seul. Em Curitiba, o BRT transporta 2,7 milhões de pessoas por dia, enquanto o metrô de Londres transporta 3 milhões; mas, detalhe: o custo do BRT é dez vezes menor”, lembrou. Juan Carlos Muñoz defendeu o BRT como ferramenta preponderante para a mobilidade, porque agrega todos os atributos até então vinculados ao metrô, como rapidez, regularidade, confiabilidade e grande capacidade de transporte. O chileno também citou a capital colombiana como um modelo a ser seguido por diversas cidades. “Curitiba mostrou ao mundo que os ônibus podem operar como metrô. Já Bogotá adaptou o conceito para dar mais capacidade de transporte, podendo carregar até 48 mil pessoas por hora-sentido”. Muñoz destacou também a necessidade de recursos extras para melhorar o atendimento aos usuários. “Para que se dê ainda mais qualidade ao BRT, é preciso financiamento por meio de subsídios. Assim poderemos fomentar o uso do transporte de massa”, finalizou. 39 ATENDIMENTO Fiscal de Bolso: participação popular na melhoria do transporte Aplicativo do Detro recebe as queixas dos usuários do setor pelo celular Fotos: Arthur Moura A Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, por meio do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), lançou, no mês de julho, mais um canal de comunicação com os passageiros de ônibus e vans intermunicipais: o aplicativo Fiscal de Bolso. A nova ferramenta tem como objetivo agilizar o contato entre os usuários do sistema e as equipes de fiscalização. O Fiscal de Bolso permite o envio de reclamações, sugestões e comentários sobre os ônibus intermunicipais, a partir de um telefone celular. Na tela, o usuário dispõe de uma interface simples e com poucos campos para preenchimento: número de registro do veículo, tipo de reclama- Mais de 3 mil downloads O papel do Fiscal de Bolso vai ção e comentários. Além do texto digitado, o aplicativo permite o envio além de um simples canal de reclamade fotos. Essas informações são in- ções. Ele pode ser interpretado como tegradas imediatamente ao Sistema um importante aliado na melhoria da de Inteligência e Monitoramento mobilidade, pois trará contribuições (SIM) do Detro e encaminhadas para do usuário do sistema de transporte, a fiscalização. “Aqui, no setor de In- de modo que tanto o poder público teligência e Monitoramento, é feita tenha ciência das não conformidades a análise das informações junto ao sistema, através “As linhas do Detro do georreferenciamento, para atestar a ocorrência, são responsáveis pelo que pode ser a não parada transporte de 54 milhões do ônibus no ponto, um de passageiros por mês, desvio de rota ou quebra do veículo”, explica o ase a ideia é ter 54 milhões sessor da presidência da de fiscais. O cliente é instituição, Roberto Richter. quem conhece o setor de transporte. Temos uma frota imensa e sabemos também que, em algumas situações, as empresas precisam de tempo para resolver as questões; por isso, queremos trabalhar em parceria com elas” Roberto Richter, assessor da presidência do Detro 40 do sistema, como em relação às empresas, que também são beneficiadas com as informações, podendo adotar medidas corretivas em curto prazo. Nas três primeiras semanas no ar, o aplicativo, disponível para smartphones equipados com sistema Android e IOs, já registrou mais de 3 mil downloads. Nesse período foram feitos aproximadamente mil registros, entre reclamações e elogios. “As linhas do Detro são responsáveis pelo transporte de 54 milhões de passageiros por mês, e a ideia é ter 54 milhões de fiscais. O cliente é quem conhece o setor de transporte. Temos uma frota imensa e sabemos também que, em algumas situações, as empresas precisam de tempo para resolver as questões; por isso, queremos trabalhar em parceria com elas”, diz Richter. Parceria para linhas municipais Segundo o assessor, mesmo tendo ciência das ocorrências no dia a dia das viagens, os usuários ainda confundem a responsabilidade de cada instituição no setor. “Muitas das reclamações não são das nossas linhas. Elas são de âmbito municipal. Por isso, queremos abrir esse sistema para que os municípios conheçam o sentimento do usuário”, esclarece. Ao abrir o sistema para os municípios, o Detro acredita que pode contribuir de maneira significativa para a melhoria de toda a cadeia de transporte no Estado, beneficiando os pas- sageiros, as empresas e a mobilidade urbana de modo geral. “Fazemos contato com as áreas de trânsito e transporte para termos um convênio de cooperação técnica com os municípios. Diante das informações que são geradas no sistema e junto com a participação das empresas, é possível elaborar melhores “No setor de Inteligência planos de mobilidade, cujo interesse é único: dar qualidade e Monitoramento é feita e segurança no transporte à a análise das informações população”, destaca o assesjunto ao sistema, através sor. Outros canais de comunicação do georreferenciamento, para atestar a ocorrência, que pode ser a não parada do ônibus no ponto, um desvio de rota ou quebra do veículo” Além do aplicativo, os usuários do sistema de transporte intermunicipal também já podem contar com o WhatsApp Fale Detro, para mensagens de texto e multimídia. É necessário adicionar o número 21-98596-8545 e, na primeira mensagem, enviar nome completo, e-mail, cidade e bairro em que mora, para que os dados sejam incluídos no sistema, gerando um protocolo de atendimento. O Detro disponibiliza, ainda, o canal da Ouvidoria, que recebe reclamações e sugestões via telefone (38834141), e-mail (ouvidoria@detro. rj.gov.br) e site (www.detro.rj.gov.br); e a Ouvidoria Itinerante, que, desde março deste ano, visita os terminais rodoviários do Estado para ouvir as colocações dos passageiros, as quais, no ato, podem direcionar estrategicamente as ações da fiscalização. Roberto Richter, assessor da presidência do Detro A Fetranspor também dispõe de uma central de atendimento para clientes de ônibus de todo o Estado do Rio de Janeiro, tanto para serviços municipais como intermunicipais. O Fale Ônibus conta com e-mail e chat on-line, no site www. faleonibus.com.br; telefone 0800886 1000; WhatsApp (21) 999928511; SMS gratuita, para 28511, além de Twitter e Facebook. Todas essas ferramentas mostram como o cidadão pode contribuir para a melhoria do serviço de transporte no Estado. 41 TERMINAL O desembargador Marcus Faver, presidente da Confraria Dom Quixote, entrega o troféu ao presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira. Abaixo, representantes das publicações agraciadas Revista Ônibus é premiada no Tribunal de Justiça O Instituto Justiça e Cidadania, a Confraria Dom Quixote de La Mancha e a Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça realizaram, no dia 11 de agosto, a solenidade de entrega do Troféu Dom Quixote da Imprensa. A honraria foi concedida aos profissionais e veículos de comunicação que são destaques no exercício da atividade jornalística. Entre os diversos veículos homenageados, a Revista Ônibus, editada pela Fetranspor. “A Revista Ônibus tem participação importante na divulgação das boas práticas adotadas pelas empresas associadas, sendo instrumento de diálogo do setor de transportes com a sociedade em geral”, afirmou o presidente da Federação, Lélis Teixeira, durante a premiação. 42 O presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, ressaltou o papel da imprensa na sociedade brasileira. “O Troféu é para louvar as pessoas e veículos que elevam a voz em nome do país diante de realidades inverossímeis. Esses agraciados representam as pessoas que desejam construir uma nação mais forte. A imprensa livre, ao lado da Justiça, sempre saberá dizer não aos desmandos, para que esse país se afirme”, afirmou. Já o presidente da Confraria Dom Quixote e ex-presidente do TJRJ, desembargador Marcus Faver, citou o momento político-econômico que o País atravessa e a importância de se reconhecer pessoas que trabalham para inverter o quadro, de modo a lutar por um Brasil melhor. “A outorga do Troféu Dom Quixote representa o trabalho de pessoas que querem construir um país mais justo”, disse. O editor da revista “Justiça e Cidadania”, Orfeu Salles, criticou os partidos políticos e enalteceu o papel dos jornalistas no processo de recuperação da nação, justamente eles que “dedicam suas vidas à defesa da cidadania, como fazia Miguel de Cervantes”. Além da Revista Ônibus, importantes veículos de comunicação do Rio de Janeiro também estiveram representados na solenidade e foram agraciados, como “O Globo”, “O Dia”, “O Fluminense”, revista “Época” e Rádio CBN. “A Revista Ônibus tem participação importante na divulgação das boas práticas adotadas pelas empresas associadas, sendo instrumento de diálogo do setor de transportes com a sociedade em geral” Lélis Teixeira, presidente da Fetranspor e éu 43 TERMINAL Empresas associadas ao TransÔnibus aprovam serviços prestados pelo Sindicato O TransÔnibus (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Nova Iguaçu) está em alta junto as suas empresas associadas: 99,71% é o índice de satisfação geral das operadoras com os serviços prestados pelo Sindicato, entre julho e dezembro de 2014, de acordo com pesquisa realizada pelo próprio TransÔnibus. Entre as 35 associadas, 30 responderam aos questionários. A pesquisa foi aplicada entre abril e junho passados, e baseou-se em formulários específicos, considerando quatro serviços prestados pelo TransÔnibus às associadas: Controle de Opacidade (projetos Economizar e Despoluir), que obteve 99,03% de satisfa- Índice geral de satisfação: ção; Técnico Operacional, com 100% de aprovação; Treinamento, que também ganhou nota máxima, e Suporte de Bilhetagem Eletrônica, cujo índice de satisfação foi 99,81%. Foram avaliados três aspectos em cada serviço: atendimento prestado pelo TransÔnibus, qualidade do serviço oferecido e resultados obtidos. A pesquisa também abriu espaço para as empresas apresentarem sugestões, críticas e elogios, com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias dos processos e produtos do Sindicato, de forma a atender melhor as demandas de suas associadas. Entre os elogios recebidos, destacam-se os que enalte- ceram principalmente a eficiência das equipes dos Programas Economizar e Despoluir e da bilhetagem eletrônica. “A realização da pesquisa de satisfação junto às associadas é fruto do novo direcionamento estratégico do TransÔnibus, que o define como prestador de serviços. O alcance de resultados satisfatórios é resul- tado do empenho, comprometimento e competências de todos os profissionais de nossas equipes de trabalho, sob a regência de empreendedoras e eficientes lideranças, em todos os níveis da organização, do presidente ao líder de equipe”, afirmou a diretora de Gestão de Pessoas do Sindicato, Rosa Emília da Conceição. 99,7% Técnico-Operacional Suporte de Bilhetagem Treinamento Controle da emissão de poluentes 44 Acessibilidade nos ônibus: empresas testam nova plataforma elevatória Alvo de críticas provenientes tanto de passageiros como dos profissionais das empresas de ônibus, os atuais elevadores que equipam os coletivos podem estar com os dias contados. Nova solução começa a ser testada no Rio de Janeiro, de modo a prestar melhor serviço aos clientes do setor de transportes que são portadores de deficiência e utilizam cadeiras de rodas em sua locomoção. Trata-se de um esforço das operadoras para incrementar o atendimento a essa população. Antes acoplado às carrocerias, o novo equipamento agora vem embutido, como se estivesse guardado no bagageiro do ônibus. O que parece apenas uma simples mudança estética tende a fazer diferença no uso do elevador, tendo como benefícios a redução de custos com a manutenção do equipamento e a utilização eficiente pelos passageiros. “O equipamento está em funcionamento há quatro anos no Chile, e entra em teste no Brasil. O fato de vir embutido gera menos custo para a empresa, pois é de uso exclusivo dos cadeirantes. Com isso, garantimos mais conforto, qualidade e segurança no transporte pú- blico”, explica o responsável pela manutenção de veículos da Empresa de Transportes Braso Lisboa, Vinícius de Castro. Além de redução de custo, o elevador embutido evita, ao longo da operação, o acúmulo de sujeiras, assim como sua utilização indevida, passando a ser usado somente pelo passageiro que realmente necessitar de auxílio para o embarque − grande parte dos atuais usuários de ônibus, não somente no Rio de Janeiro, mas em todo o país, realiza embarque ou desembarque pela porta em que está instalado o elevador, descaracterizando a real finalidade do equipamento. O uso dos elevadores em ônibus atende aos requisitos da Norma ABNT NBR 14022:2009, com vistas a proporcionar acessibilidade, com segurança, à maior quantidade possível de pessoas, independentemente de idade, estatura e condição física ou sensorial, nos veículos que suprem a demanda do transporte de passageiros. Os novos equipamentos são fabricados pela Ortobras, empresa especialista no desenvolvimento de soluções que proporcionem melhor qualidade de vida à pessoa com mobilidade reduzida, e estão instalados em, aproximadamente, 30 veículos de duas operadoras do Estado, a Viação Vera Cruz e a Empresa de Transportes Braso Lisboa, responsáveis pelo transporte de passageiros entre municípios da Baixada Fluminense e a capital e em linhas municipais do Rio, respectivamente. O propósito das empresas é melhorar o nível de serviço que vem sendo oferecido, diante de uma demanda importante. Além de suprir as necessidades dos passageiros que hoje são beneficiários das gratuidades justamente por precisarem de atendimento diferenciado, as operadoras querem estar preparadas para receber, de maneira adequada, os atletas e torcedores durante os jogos paralímpicos. Viação Vera Cruz testa o novo elevador para pessoas com mobilidade reduzida 45 TERMINAL Passageira cria dia de gratidão para rodoviários “Dia de gratidão ao piloto e ao cobrador do coletivo”. Este foi o nome dado a uma ação realizada por Paula Duarte, cliente da linha 422 (Grajaú – Cosme Velho), no dia de 3 de agosto, para levar alegria e agradecimentos aos rodoviários do Terminal Cosme Velho. Ela convocou a população para o ato, através de sua página no Facebook. “A intenção é manter a ação para as pessoas interiorizarem esse tipo de comportamento e terem consigo a gratidão todos os dias”, explica a idealizadora. Muitos se surpreenderam: “Não é comum vermos isso. Trabalhamos levando as pessoas aos seus compromissos, e muitas não reconhecem. Quando isso acontece, é gratificante para nós”, disse o motorista Marcos Vinícius Souza Nóbrega, da City Rio. Entre as postagens no Facebook, há depoimentos de pessoas que aderiram ao movimento e frases propostas por Paula para serem entregues aos profissionais, que se emocionaram com a atitude. Alguns clientes entregaram também chocolates, como gentileza. O sucesso da ação levou a idealizadora a torná-la permanente, com o nome de “Por mais amor no coletivo”. 46 Paula é formada em comunicação social, é terapeuta e trabalha com dança livre e yoga. Uma de suas especialidades é a Risoterapia, tratamento baseado em dinâmicas para alcançar o riso curativo. “A intenção é manter a ação para as pessoas interiorizarem esse tipo de comportamento e terem consigo a gratidão todos os dias” Paula Duarte, idealizadora da ação e cliente da linha 422 (Grajaú – Cosme Velho) O motorista Esdras Santos e Paula Duarte: agradecimento recíproco A escolha inteligente para sua empresa, também é a melhor para seus passageiros. dg smart • Display LCD com touch screen; Câmera para controle de benefícios e gratuidades; • C M Y • Leitor de cartão sem contato; • Comunicação via wireless; • Coleta alternativa via pen drive; • Terminal para interação do motorista. CM MY CY MY K O dg smart é um validador de alta performance, com design diferenciado e interface intuitiva, diminuindo filas e agilizando o embarque. Tudo isso aliado à qualidade de atendimento e entrega que só uma empresa com a experiência da Digicon pode oferecer. 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