Descolonização da África Aula 88 1. alternativa E As atuais fronteiras dos Estados Nacionais no continente africano correspondem, em linhas gerais, às divisões promovidas pelos colonizadores europeus, especialmente no século XIX e início do século XX. 2. a) As divisões políticas existentes na África, em sua maioria, foram realizadas pelas potências colonizadoras e se sobrepuseram a divisões regionais tribais preexistentes à partilha da África. Há, assim, um problema que tem sua origem no desencontro entre as fronteiras tribais e as fronteiras políticas. No período do colapso dos impérios coloniais desencadearam-se lutas de “libertação nacional” que, de certa forma, assumiram como realidades políticas locais as divisões regionais feitas pelos colonizadores. Assim, mesmo em seguida à descolonização, perpetuaram-se os desencontros entre “fronteiras políticas nacionais” e “fronteiras tribais”. Em muitas ex-colônias africanas as “lutas de libertação nacional” serviam, na verdade, como pretexto de supremacia de uma tribo sobre as outras. Com a saída das potências colonizadoras, em muitas regiões da África ocorreram genocídios intertribais, muitos dos quais se estendem até a atualidade. Para além desses aspectos, há aqueles apontados pelo autor do texto, no sentido de que a colonização da África foi predadora e manteve-se a dominação pelo recurso à violência, associada a formas variadas de corrupção de lideranças locais. Assim, no conjunto, o fim do domínio colonial não foi acompanhado por mudanças qualitativas que pudessem significar a melhoria das condições de vida dos povos africanos. b) Em várias ex-colônias existiram guerras civis intertribais, entre as quais podemos citar: Nigéria, Congo, Ruanda, Burundi, Angola, Moçambique, Saara Ocidental, Somália, Sudão, entre outras. 3. alternativa D As divergências entre o norte do país (de maioria muçulmana) e o sul (de maioria negra animista e cristã) resultaram desde a independência em sucessivos conflitos étnicos e religiosos. Em 1972 foi dada relativa autonomia ao sul, mas a guerra foi retomada em 1983. 1 A guerra se aprofundou em 2003 na província de Darfur que opõe muçulmanos e não muçulmanos. Os acordos de paz de 2005 previam um referendo que decidiria sobre a autonomia total para o sul ou a manutenção da unidade. 4. A Nigéria era uma colônia inglesa desde o início do século XX, com três grandes áreas diferentes: o norte, predominantemente muçulmano e mais atrasado; o leste, de maioria da etnia ibos e rica em petróleo; e o oeste, igualmente rica e de maioria iorubás. Com a independência da Nigéria, em 1960, o norte tinha um predomínio sobre a federação e essas diferenças entre as regiões gerou grande instabilidade política no país. Para agravar a questão, mudanças significativas na administração do governo nigeriano, em 1967, tiraria o controle sobre os campos de petróleo dos ibos. Essa situação conduziu a uma secessão do país, por intermédio de um dos líderes da etnia ibos, o general Ojukwu, que tornou a região leste um Estado independente sob o nome de República de Biafra. A proclamação do novo Estado provocou uma das guerras mais violentas da África no século XX, terminando com um grande genocídio entre os ibos e o fim da República de Biafra, de curta duração (1967-1970). 2