UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ROTEIRIZAÇÃO NA LOGÍSTICA Por: José Fabiano Silva Barradas Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012 2 JOSÉ FABIANO SILVA BARRADAS UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ROTEIRIZAÇÃO NA LOGÍSTICA Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação e Logística Empresarial da Faculdade AVM – Faculdade Integrada, como requisito final de avaliação para a obtenção do grau de especialista em Logística Empresarial. Orientador: Professor Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012 3 AGRADECIMENTOS Quero agradecer primeiramente a Deus, pois minha vida está em suas mãos e ele tem cuidado de mim. Aos meus pais que são meus exemplos. A minha filha Júlia e minha esposa Ana Paula que são os meus amores. Aos meus colegas e professores pela parceria, 4 DEDICATÓRIA Dedico ao meu amigo Espírito Santo que esteve comigo em todo tempo, me fortalecendo e me motivando. Aos meus pais, irmãs, sobrinhos, cunhados, minha esposa, minha filha, aos irmãos e irmãs em Cristo que estiveram orando por mim. 5 RESUMO O conceito de roteirização é muito amplo, atingindo muitas variáveis. O objetivo deste trabalho é esclarecer como a roteirização pode melhorar o nível de serviço de uma empresa através da distribuição das mercadorias com sequênciaotimizada das entregas, as vantagens da roteirização como diferencial competitivo nas empresas de transporte rodoviário de cargas, assim como sua implementação, principais métodos, softwares, melhoria do ambiente operacional, onde uma redução dos recursos envolvidos pode trazer ganhos para o sistema da empresa como um todo. Concluímos com várias citações de autores e estudiosos no assunto. Como aporte teórico , exemplificamos dois casos de sucesso neste processo de logística, as empresas: Meldisco e Lafarge Brasil. Palavras-Chave: Roteirização ,Distribuição de Mercadorias, Transporte Rodoviário 6 METODOLOGIA Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica que visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o assunto. Considerando a natureza dos problemas apresentados, foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de informações pertinentes encontradas em livros, teses e artigos de revistas especializadas. Os principais recursos utilizados neste trabalho foram a pesquisa bibliográfica sobre roteirização em livros, pesquisa na internet, jornais e artigos de revistas especializadas. Estes foram autores mais consultados (BOWERSOX;VIEIRA;CUNHA;BALLO; RAGO e ASSAD). A experiência adquirida durante anos trabalhando no setor de logística também foram levados em consideração. As funções desempenhadas em vários setores como: agenciamento de cargas, cruzamento de pedidos, criação de roteiro, rotogramas, contribuem para trazer um pouco de cada experiência para este trabalho. Além disso, lideramos uma equipe de logística dedicada ao recebimento e despacho de mercadoriasem dois centros de distribuição situados na cidade do Rio de Janeiro. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 REVISÃO DE LITERATURA 9 CAPÍTULO I - Entendendo o conceito 9 CAPÍTULO II - Case Meldisco 32 CAPÍTULO III – Case Lafarge Cimento 35 CONCLUSÃO 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 44 ANEXOS Anexo 1 >>Relação dos veículos disponíveis, despachados e destinados; Anexo 2>>Ambiente de roteirização de pedidos (JDE). Anexo 3 >>Ambiente de liberação de Ordem de carregamento (JDE). Anexo 4 >>Programação da expedição PCP. 8 INTRODUÇÃO O conceito de roteirização é um assunto novo e que tem despertado o interesse das empresas de transporte rodoviário de cargas, pois a otimização das entregas que estes softwares proporcionam, geram lucros para a CIA. Para Ballou (2001), a roteirização é a atividade que tem por fim buscar os melhores trajetos que um veículo deve fazer através de uma malha, e este tem sido o objetivo das CIA’s com a instalação destes softwares. A roteirização é uma nova tendência no ramo de transportes hoje. Muitas CIA’s estão contratando profissionais dedicados a esta tarefa, que em alguns casos são suportados por softwares. O problema é que as empresas não sabem definir em qual setor ele estará inserido. Essas e outras questões precisam ser esclarecidas para que as empresas alcancem seus objetivos. Buscamos esclarecer neste trabalho, as vantagens em utilizar a roteirização em uma CIA como diferencial competitivo, proporcionando entregas otimizadas, maior produtividade do transportador e redução de custos. Serão explanadas também, sobre a real função do profissional dedicado a Roteirização, suas atribuições e em qual setor ele deve está inserido. No capítulo 1, observamos o conceito da roteirização e sua aplicação segundo alguns autores, bem como suas vantagens competitivas.No segundo capítulo citamos um caso de sucesso na implementação de um sistema de roteirização na empresa Meldisco, onde ela melhorou significativamente a eficácia e a eficiência de sua cadeia de suprimentos. No terceiro capítulo, citamos outro caso de sucesso na implementação de um sistema de roteirização na empresa Lafarge, onde o grande destaque está na produtividade proporcionada pelo software. 9 CAPÍTULO I ENTENDENDO O CONCEITO 1 – Conceito e aplicação da roteirização Pela conceituação de Rago (2002), roteirização de carga é o processo de programação da distribuição da carga em rotas ou roteiros de entrega, realizando o cruzamento de informações de volume/peso da carga, capacidades dos veículos e locais de entrega, a fim de obter o melhor resultado em termos de ocupação dos caminhões e cumprimento dos prazos de entrega. Desta forma, podemos dizer que a roteirização pode ser distribuída atravésde cargas definidas pelos números dos CEP’s1, ou rota dinâmica, onde é sugerida a melhor rota de entrega, após uma análise das informações sobre a carga, capacidade do veículo, estradas, ruas, locais de entrega e condições para descarga. Para Ballou (2001), a roteirização é a atividade que tem por fim buscar os melhores trajetos que um veículo deve fazer através de uma malha. Esta busca, que geralmente tem como objetivo minimizar o tempo ou a distância, é uma decisão frequente na logística empresarial. Atuar na decisão de roteirização não significa atuar somente sobre o transporte: o tempo total que este produto ficará em trânsito influencia no total de estoque da cadeia, além do número de embarques que um veículo pode realizar num determinado período de tempo, e por fim uma boa escolha das rotas pode melhorar o nível de serviço prestado ao cliente. Estas considerações feitas por Ballou (2001) demonstram o impacto da roteirização em uma organização. Cunha (2000)& Vieira (1999) classificam o termo roteirização de veículos, embora não encontrado nos dicionários de língua portuguesa, como a forma que 1 CEP:(Código de Endereçamento Postal) 10 vem sendo utilizada como equivalente ao inglês “ Routing2” (ou “Routeing”). Assim, a roteirização é o processo para a determinação de um ou mais roteiros ou seqüência de paradas a serem cumpridos por veículos de uma frota, tendo por objetivo utilizar um conjunto de pontos geograficamente disperso, em locais pré – determinados, que necessitam de atendimento. (p.222). Para Ribeiro (1999), a roteirização é a forma de determinar percursos ótimos para uma frota de veículos estacionada em um ou mais domicílios de forma a atender um conjunto de clientes geograficamente dispersos. Podemos afirmar que um dos problemas que as CIA ‘s encontram em suas operações de distribuição física com maior frequência é o da roteirização de veículos, pois existe um problema real nesta ferramenta definido por três fatores: as decisões, os objetivos e as restriçõescomo comentado por (ALVARENGA; NOVAES, 2000, p.613-634). As decisões:envolvem definição de clientes que deverão ser visitados, programação e monitoramento dos veículos que realizarão as primeiras visitas e a periodicidade destas visitas. Os objetivoscompreendem em oferecer um serviço de excelência para o nosso cliente, satisfazendo suas expectativas a custos menores. As restrições,este item é um dos grandes problemas encontrados nas CIA’s hoje, pois os veículos devem completar seu percurso com o menor custo, cumprindo 2 “ Routing - designa o processo de reencaminhamento de pacotes, que se baseia no endereço IP e máscara de rede dos mesmos. É, portanto, uma operação da terceira camada do modelo OSI. Este processo pressupõe uma tabela de encaminhamento (tabela de routing) em cada router que descreve o caminho precorrido por uma mensagem desde o ponto de origem até ao seu ponto de destino. A Routing foi criada em 1992 para comercializar no Brasil o Roadshow - principal software que atua no equacionamento das rotas a serem seguidas pelas frotas de caminhões e veículos de distribuição - e, em pouco tempo, alcançou o primeiro lugar em número de cópias vendidas sendo, atualmente, líder no mercado brasileiro. 11 o dever junto ao cliente entregando sua mercadoria segundo o serviço contratado, respeitando o horário de trabalho designado para o motorista e o ajudante, estar atento as restrições de trânsito como: velocidade máxima permitida, capacidade máxima da carga, horário de carga e descarga dentre outras. As empresas encontram grande dificuldade em assimilar todas estas variáveis o que as afastam de um resultado ótimo para a roteirização. Dornier 2000&Bertaglia 2003, descrevem às restrições existentes nas atividades de coleta e entrega de produtos. Dentre elas: quantidade de clientes em um mesmo roteiro, áreas geográficas, veículos com capacidades diferentes, variação de dias e/ou horário para entrega ou coleta, integração com terceiros, quantidade de plataformas de carga, além do formato da embalagem. Segundo Bowersox; Closs (2001), a preparação de rotas e a programação de veículos estão sendo usadas para planejamento e projetos logísticos. São técnicas importantes quando as empresas precisam consolidar as cargas, otimizando-as, como ocorre na distribuição de encomendas e bebidas. Segundo os mesmos autores, na análise de transportes precisa algumas variáveis: vias de transporte, procura de coletas e entregas e características operacionais. A malha ou vias de transporte tem auxílio de mapas urbanos das áreas de entrega, contendo ligações e distâncias e, clientes marcados por pontos, usando ligações entre eles através de coordenadas de latitude e longitude. Com vistas à racionalização do uso da frota rodoviária, atualmente vem sendo utilizado um processo de planejamento prévio das entregas, através do ordenamento de um roteiro lógico determinado pela capacidade do veículo transportador, considerando a distância do percursos e o tempo necessário para a entrega de cada lote. Esse processo é denominado roteirização. ( RODRIGUES, 2006, p.114) 12 1.1 –Definição do problema Em um mercado cada vez mais agressivo no setor de transporte rodoviário, onde as empresas disputam seus clientes oferecendo um serviço diferenciado e sobre medida, torna – se indispensável um sistema de roteirização que tem como vantagens principais: a redução de custos, otimização nas entregas e redução no tempo de percurso do veículo no roteiro (BERTAGLIA, 2003). Não basta expedir o produto, temos que garantir que o mesmo chegará ao cliente final como acordado. Uma empresa pode se destacar da concorrência na forma como transporta seus produtos até as prateleiras de seus clientes, na rapidez do transporte e qualidade da entrega. Um setor de transporte deficiente gera custos adicionais para a CIA, com devoluções de mercadorias, atrasos nas entregas, cancelamento de pedidos por insatisfação e o mais crítico que é a exposição negativa da marca. Segundo Ballou (2001), como os custos de transporte são muitos mais expressivos, “a busca por melhorar a eficiência, com a plena utilização dos veículos e do pessoal do transporte é objetivo de grande interesse”.As empresas hoje enxergam a logística como um setor de grande oportunidade para gerar lucros; através de um trabalho eficiente tendo como alicerce principal o planejamento, mas nem sempre foi assim; até o final da década de 90 a logística era considerada uma atividade secundária, onde na maioria das vezes era confundida com a contratação de fretes e carregamento de caminhões – (PIRES, 2004). Segundo, Bowersox (2002) o TMS avançado precisa identificar e avaliar proativamente as estratégias e táticas de transporte, para determinar os melhores métodos de movimentar os produtos dentro das restrições existentes. Isso inclui as capacitações para selecionar modos, planejar carregamentos, consolidar carregamentos com outros expedidores, aproveitar os movimentos de tráfego atuais não balanceados, traçar rotas de veículos e otimizar o uso dos 13 equipamentos de transporte. As principais realizações advindas dos TMS’s são as economias de custo e a funcionalidade elevada para oferecer dados confiáveis. A roteirização é muito utilizada pelas empresas para reduzir os custos de frete, principalmente no segmento de transporte autônomo; com uma roteirização definida, elas negociam com o transportador autônomo uma produtividade maior e regular, alcançando desta forma umunitário de frete menor comparado a uma transportadora. 1.2 – Principais métodos de solução para os problemas de roteirização A busca por métodos de soluções de rotas vem crescendo a cada dia, já que são fundamentais para as empresas que necessitam agrupar cargas, minimizando seus custos. Bodin (1983),classificam a maioria das estratégias de solução para os problemas de roteirização de veículos da seguinte forma: • Agrupa e roteiriza (“Cluster First-Route Secound”3) – Este procedimento consiste em agrupar a demanda dos nós ou arcos primeiro e então desenvolver rotas econômicas sobre cada agrupamento; • Roteiriza e agrupa (“Route First-Cluster Secound”) – Como procedimento tem – se a criação de uma grande rota u ciclo, geralmente que na pode ser realizada, na qual incluem – se todas as demandas nós e/ou arcos. Posteriormente, esta grande rota é dividida em rotas menores e factíveis; • Economia/inserção – procedimento de construção de uma solução em um dado caminho, de maneira que, para cada passo do processo, uma configuração corrente, que é possivelmente infactível, é comparada com uma alternativa que também pode ser infactível. A configuração alternativa é aquela que produz a maior economia em termos de alguma função ou critério adotado, como o custo total, ou que insira de forma menos custosa 3 Route First-cluster Secound: O percursodo primeiroclustersegundo princípioderoteamento de veículos 14 demandas ainda não inseridas na rota (ou rotas) em construção. O processo é finalmente concluído com uma configuração factível; • Melhoria/troca – procedimento heurístico (também conhecido como troca de arcos ou arestas), em que cada etapa uma solução factível é alterada, resultando em outra solução factível com o custo totalreduzido. • Programação matemática – esta abordagem inclui algoritmos baseados em formulações de programação matemática do problema em questão; • Otimização interativa – Este procedimento apresenta um alto grau de interação humana incorporado no processo de solução do problema. A ideia está na experiência do decisor, que tem a capacidade de fixar os parâmetros e propor alterações subjetivas nas soluções do modelo baseado no conhecimento e na intuição. Cunha (1997) alerta sobre as dificuldades de problemas com muitas restrições, onde a participação humana encontra grande dificuldade de considerar e tratar estas restrições simultaneamente. O problema é a excessiva dependência da habilidade e talento do analista; • Procedimentos exatos – Procedimento para problemas de roteirização de veículos que incluem técnicas especializadas de branchandbound4, programação inteira mista e programação linear inteira. Cunha (1997), também classifica os métodos de solução para os problemas de roteirização em: • Métodos exatos – Os métodos exatos dispõem de uma classificação de algoritmos em termos de complexidade polinominal. O número de operações necessárias para obtenção da solução ótima neste método é limitado. Muitos autores sugerem que os algoritmosexatos devem ser utilizados para solução de problemas mais simples. Para problemas de maior complexidade, utilizase métodos heurísticos ou combinação dos dois métodos. • Métodos heurísticos – Geram soluções aproximadas, porém chegam à solução de modo mais rápido; adotam regras empíricas de agrupamento ou técnicas baseadas em “economias”, acrescentando ou excluindo paradas. 4 BranchandBound:é um algoritmo para encontrar soluções ótimas para vários problemas de otimização, especialmente em otimização combinatória 15 • Métodos emergentes ou meta- heurísticas – Reúnem técnicas mais recentes e avançadas, não tradicionais, baseadas em sistemas especialistas, métodos de busca avançada ou procedimentos interativos. Deve – se ressaltar que as estratégias e técnicas deste grupo são procedimentos heurísticos, pois não garantem a obtenção de solução ótima (p.222). Segundo Ballou (2001), a agregação de restrições torna a solução do problema de roteirização e programação mais complexo e difícil de solucionar. Vamos observar duas formas colocadas pelo autor: o Método da “Varredura”, considerado o mais simples e o Método das “Economias”, considerado um método mais complexo. • Método da Varredura Ballou (2001) descreve o procedimento para aplicação do Método da Varredura da seguinte forma: 1. Localizar todas as paradas incluindo os depósitos em um mapa ou em uma grande grade; 2. Estenda uma linha reta do depósito em qualquer direção. Gire a linha no sentido horário, ou no sentido anti – horário, até que cruze uma parada. Faça a pergunta: se a parada introduzida for incluída na rota, a capacidade do veículo será excedida? Se na, prossiga com a rotação da linha até que a parada seguinte seja cruzada. Pergunte se o volume cumulativo irá exceder a capacidade do veículo. Use os veículos maiores primeiro. Se sim, exclua o último ponto e defina a rota. Continuando a varredura da linha, comece uma nova rota com o ponto que foi excluído na rota precedente. Continue com a varredura até que todos os pontos estejam atribuídos às rotas; 3. Dentro de cada rota, arranjem em seqüências as paradas para minimizar a distância. Arranjar em seqüências pode ser realizado aplicando qualquer algoritmo que resolva o problema do caixeiro viajante. • Método das Economias 16 O objetivo deste método segundo Ballou (2001) é minimizar a distância total percorrida por todos os veículos e minimizar indiretamente o número total de veículos para atender a todas as paradas. Ainda segundo o autor, a comparação do método com resultados ótimos de problemas pequenos, revela que o método das economias dá soluções acima das soluções ótimas. 1.2.1 Princípios para uma boa roteirização Para Ballou (2001), a aplicação de oito princípios como diretriz pode ajudar embarcadores rodoviários a ter um grande salto na melhoria dos seus roteiros. Os princípios são: 1. Carregar os caminhões com volumes de paradas que estão próximas entre si; 2. As paradas em dias diferentes devem ser combinadas para produzir ‘agrupamentos densos’ (grande conjunto de embarques e desembarques em uma mesma região); 3. A construção de rotas começando com a parada mais distante do depósito; 4. A seqüência das paradas em uma rota rodoviária deve formar um padrão de gota d’água; 5. As rotas mais eficientes são construídas usando os maiores veículos disponíveis; 6. As coletas devem ser combinadas com as rotas de entrega em vez de serem deixadas para o final das rotas; 7. Uma parada que é removível de uma agrupamento de rota (em geral porque é de pequeno volume e muito isolada) é uma boa candidata para um meio alternativo de entrega; 8. As limitações das janelas de tempo estreitas devem ser evitadas. 2 – Software de roteirização Sistemas de Roteirização e programação de veículos, também conhecidos como roteirizadores, são sistemas computacionais que através de algoritmos, 17 geralmente heurísticos, e uma apropriada base de dados, são capazes de obter soluções para os problemas de roteirização e programação de veículos com resultados satisfatórios, consumindo tempo e esforço de processamento pequenos quando comparados aos gastos nos tradicionais métodos manuais (MELLO & FILHO, 2001,p.223-232). Para Cunha (2000), o objetivo para o planejamento de um sistema organizado de distribuição ou coleta é obter uma roteirização e/ou sequenciamento que conduzam à minimização do custo da atividade (p.51-74). Segundo Novaes (2004) hoje se dispõe, no mercado de um número razoável de software de roteirização, que ajudam as empresas a planejarem e programarem os serviços de distribuição física (p.877-893). Atualmente, estas ferramentas consideram um grande número de restrições ou condicionantes, que tornam possível a obtenção de modelos muito próximos da realidade. Além disso, são dotados de muitos recursos de visualização gráficos e relatórios que auxiliam o usuário na tomada de decisão. (MELLO e FILHO, 2001,p.223-232). Assad (1991) cita um conjunto de tópicos que caracteriza a forma geral dos problemas de roteirização. Estes contribuem na decisão para adquirir um Software ou um modelo de roteirização através dos seus requisitos: • Natureza e características dos atendimentos; • Coletas de retorno; • Um único produto ou múltiplos produtos; • Atendimento parcial ou total da demanda; • Conhecimento das demandas a priori; • Existência de incertezas na demanda; • Necessidade de programação de visitas periódicas com freqüências definidas; • Prioridade de atendimentos; • Frota de veículos; • Restrições de capacidade; 18 • Restrições de carregamento/equipamento; • Vínculo entre o tipo de veículo e o local da base; • Compatibilidade entre o tipo de veículo e o tipo de produto a ser transportado; • Frota fixa ou variável; • Frota localizada em uma única base ou em múltiplas bases; • Requisitos de pessoal, duração da jornada normal de trabalho; • Opção e números de horas extras; • Número fixo ou viável de motoristas; • Horários e locais de início e término das jornadas de trabalho do pessoal; • Parada para almoço com hora marcada e outros tipos de parada; • Possibilidade de viagens com duração superior a um dia; • Requisitos de programação; • Janelas de tempo para coleta e entrega; • Tempos de cargas e descarga; • Horários de abertura/fechamento; • Requisitos de informações; • Recursos de localização de endereços dos clientes; • Tempos de viagem; localização dos veículos; • Informações sobre crédito dos clientes (p.127-148). Os principais motivos que tem levado a demanda por software de roteirização são relacionados as exigência dos clientes, como: prazos, datas, e horários de atendimento; problemas de trânsito, circulação e estacionamento de veículos nos centros urbanos, aumento da competição pelo mercado e a busca de eficiência, redução de estoques e aumento da freqüência de entregas. Apresentamos na tabela 1 algumas das características típicas encontradas em softwares comerciais para roteirização, segundo (ASSAD,1991, p.127-148). 19 Tabela 1 – Características típicas dos softwares comerciais (ASSAD, 1991, p. 127-148) Segundo Marques (2002), os softwares roteirizadores, operam baseados em algoritmos avançados de otimização e modelos robustos, geralmente com objetivo de minimizar o custo total da operação. A figura 1 mostra um esquema de funcionamento de um software de otimização aplicado na roteirização (Revista Tecnologista, ano VI, nº 77, 2002). 20 Figura 1- Apresentação do funcionamento de um software de roteirização (extraída da Revista Tecnologística, ano VI, nº77,MARQUES,2002). 2.1 – Processo para adquirir um sistema de roteirização Segundo Novaes (2004), para adquirir um sistema de roteirização, deve – se investir valores significativos tanto na aquisição, quanto na manutenção, o que pode ser caracterizado como ponto negativo à sua implementação. Por isso, ao se pensar em adquirir um sistema de roteirização, qualquer empresa deve testar os sistemas disponíveis às condições reais de trabalho, considerando uma ou mais situações específicas ( p.613-634). Segundo Mello& Filho (2001),adquirir um sistema de roteirização pode permitir ganhos significativos, tanto em nível financeiro, com possíveis reduções dos custos operacionais, quanto em termos de qualidade de serviços, possibilitando maior quantidade e fidelidade dos clientes.Durante todo o processo desde a aquisição do roteirizador até sua utilização, devemos levar em considerações os questionamentos a seguir (p.223-232): 21 • Em que prazo surgirá os primeiros resultados? • Quais os critérios devem ser adotados à seleção dos sistemas? • Quais as principais características de cada produto? • Quais os principais roteirizadores disponíveis no mercado? • Seria melhor desenvolver um sistema ou adquirir um dos disponíveis no mercado? • Quais profissionais devem ser envolvidos? • Quais as tarefas e atividades a serem desenvolvidas? • Em quantas fases será feita a implantação? • Quais e quanto de recursos serão disponibilizados? • Quais os reais objetivos da aquisição? • Que tipos de problemas esta aquisição poderão trazer? • Quais os reais problemas a serem solucionados? • Há realmente necessidade de adquirir tal tecnologia)? Novaes (2004), lista algumas sugestões que podem ajudar na seleção do sistema: • A instalação deve ter suporte técnico adequado, com participação de consultores, com o objetivo de adaptar o caso em questão ao formato próprio do produto e treinar o pessoal para utilizá-lona empresa. Avaliar este tipo de serviço e compra-lo em termos de prazos e custos. • Analisar possíveis simplificações realizadas nos software para a utilização da empresa, questionando se esta simplificação pode trazer efeitos na precisão dos resultados. Este mesmo autor afirma que às vezes Poe ser mais vantajoso adotar métodos de soluções mais simples e mais baratos, e que possuam a mesma precisão conseguida com tal aproximação. • A base de dados da malha viária utilizada no software deve estar disponível para que a empresa possa adquiri – lo quando necessário. Caso o fornecedor do software não desenvolva a malha viária, ele deve indicar onde adquiri – lo. Outro fator importante é a confiabilidade destas malhas, 22 onde muitos sistemas podem não ser confiáveis ou estar desatualizados, comprometendo sua utilização imediata. • Em algumas aplicações, a falta do cadastro dos clientes na empresa dificulta bastante a elaboração dos roteiros. Esta prestação de serviços geralmente ocorre em lojas de departamento, supermercados. Os clientes não são fixos e mudam diariamente. (p.877-893) Aparentemente a roteirização é uma atividade muito simples, mas quando se é obrigado a considerar inúmeras alternativas, tais como: tempo e distância total a serem percorridos ao longo da rota, capacidade de carga do veículo transportador, quantidade de entregas por veículo, tempo médio de cada entrega, a análise da matriz resultante desse conjunto de variáveis passa a demandar sistemas informatizados e softwares específicos, utilizando mapas digitais ou sistemas de coordenadas para apoiar o processo de tomada de decisão. Como o investimento para a implantação destes softwares pode passar de US$100.000,00, é imperioso um estudo prévio da relação custo x benefício. (RODRIGUES, 2006,P.114) 3 – Justificativa A roteirização é uma nova tendência de mercado e que vem crescendo cada vez mais no ramo de transporte rodoviário de cargas. Existem empresas com um setor específico dedicado a roteirização e outras que acabam inserindo a roteirização na logística, em sua maioria na expedição de cargas. Qual o melhor cenário: Um setor específico para a roteirização ou a roteirização como um setor da logística? A roteirização elimina os gargalos nas entregas? Sabemos da importância de um profissional especializado em roteirização para obter um roteiro otimizado das entregas com a utilização de softwares, mas não conseguiremos a solução ótima sem o envolvimento dos profissionais da logística neste processo,como o cruzador de cargas (responsável em alocar os pedidos para embarque dos caminhões), pois este e outros profissionais vivem o dia a dia das entregas dos pedidos, conhecem suas restrições, particularidades e limitações. O profissional da roteirização não consegue enxergar estas particularidades, neste 23 momento os profissionais responsáveis pelo cruzamento da carga, tornam – seimportantes aliados para o desenvolvimento do trabalho. A roteirização não elimina os gargalos nas entregas, mas proporciona a melhor solução para o roteiro. Conforme argumentou Ballou (2006), o conceito básico de logística, do qual evoluíram vários outros é “colocar o produto certo, na hora certa, no local certo e ao menor custo possível”. Apesar de ser um conceito genérico, reflete de forma clara a abrangência e o objetivo da logística. 4 – Objetivo Geral: Esclarecer como a roteirização pode ajudar uma CIAa melhorar o seu nível de serviço e custos no que tange a entrega de mercadorias, com foco no transporte rodoviário de cargas. 4.1 – Objetivos específicos: • Planejar melhor a distribuição das mercadorias com uma seqüência otimizada das entregas. • Organizar um conjunto de rotas para alguns veículos com um custo mínimo. 5 - Estrutura do trabalho: Após a introdução, observamos no primeiro capítulo, o conceito de roteirização e sua importância no mercado de transporte rodoviário atual segundo alguns autores, a complexidade na escolha da roteirização e os principais pontos na tomada de decisão, aevolução da logística a partir da década de 90, onde ela deixa de ser encarada como um setor de contratação de frete e embarque de mercadoria e começa um processo evolutivo para gerar lucros para a companhia; melhorando a eficiência com a plena utilização dos veículos e do pessoal do transporte, 24 abordamos o melhor cenário para implementação da roteirização em uma CIA, em um mercado cada vez mais competitivo e que evolui a cada dia com as novas ferramentas tecnológicas, esclarecemos a importância da integração do profissional de roteirizaçãocom o profissional da logística; sejam em setores distintos ou em um mesmo setor. Esta integração resultará em uma melhor solução para os roteiros, mas não eliminará os gargalos nas entregas, pois estes são influenciados por restrições e limitações dos clientes ainda não solucionados pelos softwares. No segundo e no terceiro capítulo citamos dois casos de sucesso na implementação de um sistema de roteirização, onde concluímos o trabalho e suas limitações. Citamos todas as referências bibliográficas utilizadas na formulação deste trabalho. 6 – A funcionalidade dos roteirizadores na gestão de transportes. O objetivo da logística em uma CIA é atender a demanda da produção no que tange a movimentação de cargas, armazenagem, expedição e transporte com o menor custo. Vivemos em um mundo globalizado e com uma tecnologia que evolui a cada dia, não seria diferente na logística, onde são suportados por tecnologias que auxiliam nas diversas etapas do processo. Entre as tecnologias disponíveis, a roteirização é uma das ferramentas que auxiliam os gestores nas atividades de movimentação e transporte de cargas. Marques (2002), destaca três grupos principais de funcionalidades de (TMS) Transportation Management System:5monitoramento e controle, apoio à negociação e auditoria de frete e planejamento e execução(Revista Tecnologística, ano VI, nº 77, 2002). Quanto a funcionalidade de planejamento e controle, Marques (2002) destaca alguns pontos: soluções capazes de determinar as rotas e modais a serem utilizados, sequenciar as paradas dos veículos e o tempos estimado de cada uma delas, preparar os documentos necessários pára o despacho dos veículos e verificar a disponibilidade dos mesmos. Neste sentido, a funcionalidade de roteirização 5 Transportation Management System: Sistema de Gestão de Transporte 25 envolve a definição de rotas e a programação dos veículos, considerando uma série de restrições operacionais(Revista Tecnologística, ano VI, nº 77, 2002). A determinação do tamanho da frota é outra funcionalidade disponível nos TMS como ferramenta de administração diária das necessidades de transporte (MARQUES, 2002). Deste forma, a quantidade de veículos poderá ser maior ou menor de acordo com o indicado pelo TMS. 7– As vantagens em utilizar um sistema de roteirização Segundo Bertaglia (2002), existem benefícios de se utilizar um sistema de roteirização, tais como: Redução de custos decorrentes da otimização de distâncias, reduzindo o consumo de combustíveis; otimização na utilização da capacidade do veículo; melhoria no nível de serviço com a redução do tempo de deslocamento; pode - se observar o planejamento dos pontos de paradas, o tempo necessário para realização dos percursos, permanência na carga e descarga, características de segurança do condutor e da carga como: travamento das portas do baú e tempo de descanso mínimo para os motoristas, velocidade empreendida pelo condutor, podem ser realizadas através deste sistema de rastreamento de frota como forma de minimizar os processos operacionais logísticos (NOGUEIRA, 2006). Rago (2002) cita a redução de custos de transporte com o aumento da ocupação dos veículos, bem como do sincronismo de fluxos dos produtos desde a separação de pedidos até o carregamento dos mesmos, comconsequente elevação do nível de serviço aos clientes. Marques (2002), cita outras vantagens proporcionadas pelas ferramentas TMS, além da redução nos custos de transportes e melhoria no nível de serviço,em que os roteirizadores estão inseridos: Melhor utilização dos custos de transportes; Melhoria na composição das cargas; Disponibilidade de dados acurados dos custos de frete mostrados de várias formas, como por exemplo, por cliente ou por produto; acompanhamento da evolução dos custos com transportes; Disponibilidade de 26 informações on-line e o suporte de indicadores de desempenho para refletir agestão de transportes(REVISTA TECNOLOGÍSTICA, ano VI, nº 77, 2002). As soluções de telemetriadesenvolvidas para o transporte de cargas possibilitam ganhos que vão além da redução de sinistros. Tais soluções ajudam a melhoraro desempenho dos motoristas, reduzir gastos com manutenção dos veículos, fornecer resposta rápida aos clientes, entre outros benefícios. (REVISTA INTRA LOGÍSTICA – Novembro 2011.) Independente do nome que é dado à tecnologia, saber o que se tem e onde está cada coisa, a qualquer momento, no âmbito da cadeia de suprimentos é cada vez mais importante na busca da excelência operacional. Sistemas de localização em tempo real (“real-time locating system”, RTLS), sistemas de rastreamento e gestão de pátios (“yardtrackingand management system”, YTMS), ou ainda sistemas de rastreamento e gerenciamento de embarcações (“vesseltraffic management system, VTMS”), são algumas das diferentes aplicações que estes hardwares possibilitaram desenvolver para otimizar a gestão da cadeia de suprimentos. O RTLS“real time locating system” ou sistema de localização em tempos real se utiliza de uma estrutura de hardware composta por sensores de localização, dispositivos localizáveis, Access point e/ou transmissores GPS. O rastreamento de um ativo em uma determinada instalação pode se dar inúmeras vezes por segundo , com uma precisão de até 30cm e alcances que variam de metros a quilômetros, dependendo da necessidade. O YTMS “yardtrackingand management system” ou sistema de rastreamento e gestão de pátios permite, por meio da comunicação sem fio, a localização em tempo real de qualquer material estocado, por exemplo, em contêineres em pátios portuários.Isso permite um direcionamento automático do veículo mais disponível, e também rastreado, para que o mesmo acesse o material e o transporte para o melhor ponto de desova, tudo isso gerenciado em tempo real. 27 O VTMS “vesseltrackingand management system” o rastreamento pode - se dar também em aplicações específicas como no pátio de veículos de uma montadora ou de um operador logístico, a fim de localizar em tempo real o exato veículo que se deseja.(REVISTA INTRA LOGÍSTICA– Novembro 2011). Montadoras estão enxergando na roteirização um diferencial competitivo com relação aos concorrentes, onde algumas delas já estão lançando caminhões com equipamentos de telemetria. A exemplo da empresa Volvo que está lançando o Dynafleet, uma importante ferramenta de telemática que auxilia a transportadora na gestão dos modernos caminhões da marca. “ O Dynafleet é mais uma solução de transporte que contribui decisivamente para aumentar a produtividade e a rentabilidade do transportador, os transportadores podem utilizar o Dynafleet para reduzir o consumo de diesel, que é o item de maior impacto na planilha de custos no Brasil.” O transportador pode baixar o consumo, por exemplo, através da otimização das rotas e da melhoria na performance dos motoristas com treinamentos contínuos. “Além de ter um melhor controle da manutenção do veículo”afirma ChistianoBlume, responsável pela área de telemática da Volvo no Brasil. (REVISTA INTRA LOGÍSTICA – NOVEMBRO2011). Com o Dynafleet é possível verificar os dados operacionais do veículo e do computador de bordo, tudo remotamente, por meio de um computador conectado a internet. ”Além disso, é possível acessar o posicionamento e as rotas dos caminhões. Essa facilidade permite gerar relatórios que ajudam no gerenciamento da frota”, observa GlenioKaras, engenheiro de vendas da Volvo do Brasil.(REVISTA INTRA LOGÍSTICA – Novembro 2011). 8– Roteirização de veículos Roteirização de veículos é o termo equivalente em inglês “routing”, utilizado para mencionar o processo de determinação de um ou mais roteiros, ou sequências de paradas a serem cumpridos por veículos de uma frota, tendo como objetivo visitar um conjunto de pontos geograficamente dispersos, em locais pré-determinados, que necessitam de atendimento. O termo Roteamento de veículos também é utilizado por alguns autores (CUNHA, 1997, p.222). 28 Para Alvarenga;Novaes (2000), as preparações dos pedidos, em certos tipos de depósitos, são feitos num local específico. O processo da distribuição física dos produtos aos clientes se torna complexa, pois muitas vezes requer veículos adequados e envolve problemas de roteirização, além de grande número de itens para processar, documentar e coordenar. (p.877-893) Segundo Novaes (2001), quando a separação dos clientes, pelos diversos roteiros, já foi realizada antecipadamente, a questão da restrição de tempo e de capacidade está definida. Quando o número de clientes aumenta, ou quando a distribuição dos pontos de visita assume traçados mais complexos, a resolução do problema passa a exigir métodos mais elaborados, operacionalizados no computador. Hoje existe no mercado, um número razoável de softwares de roteirização, que ajudam as empresas a planejarem e programarem os serviços de distribuição física. (p.613-634) Conforme Alvarenga e Novaes (2000), o processo tradicional de roteirização dos veículos de coleta e de entrega se baseia na experiência do encarregado do depósito definindo os roteiros, indicando o número e a seqüência de clientes a serem visitados em cada percurso. O rápido desenvolvimento da informática nos últimos anos é responsável pelo surgimento de programas de computador voltados à solução desse tipo de problema. Os programas mais sofisticados levam em consideração as coletas e entregas de cada rota, permitindo o uso de diferentes tipos de veículo, controlando o carregamento por peso, volume (capacidade veículo) ou por número de paradas, e estabelecendo horários de partida e de chegada ao depósito. (p.877-893) No esclarecimento de Gomes& Ribeiro (2004), os problemas que se relacionam com o custo de transporte e a busca pela sua redução, fazem com que se melhore o serviço ao cliente, buscando melhores trajetos que um veículo deve fazer por meio de malhas dos modais, minimizando tempo e distância. O problema de roteirização se define por decisões em relação aos clientes, objetivos e restrições. As decisões estão relacionadas com alocação dos clientes a serem 29 atendidos, a programação e seqüência das visitas. Para Bowersox& Closs (2001), a análise de transportes envolve os problemas de roteirização com o intuito de obter o melhor uso de veículos e pessoal atendendo às necessidades dos clientes. No entendimento de Ballou (1993), o principal impacto dos computadores na logística do futuro deverá ser seu emprego no nível operacional. Utilizar computadores para roteirizar caminhões diariamente, fracionar pedidos para entregas mais eficientes no depósito, monitorar continuamente o estoque e prover acompanhamento em tempo real de uma entrega pelo sistema de transportes. A roteirização consiste em descobrir o melhor trajeto de roteiros e seqüências de paradas a serem feitos pelos veículos, fazendo com que os produtos sejam colocados à disposição dos clientes. Mas existem algumas variáveis que devem ser levadas em consideração, que são as restrições, que segundo comenta Gomes; Ribeiro (2004), são variáveis que precisam ser consideradas no projeto da rota que são: janelas de tempo, tipos de caminhões, tempo total máximo para uma rota, velocidades diferentes em rotas diferentes e intervalos para o motorista. 30 CAPÍTULO II CASE MELDISCO A Meldisco é a única fornecedora de calçados para as lojas kmartno mundo todo. Ela adquiriu um software de gestão de transporte no esforço de aprimorar seu processo de gestão da cadeia de suprimentos, para distribuir produtos às lojas de forma mais efetiva. Em 1996, a empresa substituiu quatro centros de distribuição (CD’s) regionais (cada um deles recebia produtos de outros países e entregavam diretamente às lojas). Por dois novos centros de distribuição. Atualmente, todos os calçados oriundos de consolidadores em outros países seguem para as instalações de Mira Loma, CA, onde são preparados em Cross-Dock6 para embarque direto às lojas, pools ou ao outro centro de distribuição da Meldisco em Gaffney, SC. O centro de distribuição de Mira Loma atende aproximadamente 25% da cadeia, enquanto que o da Gaffney embarca o restante. A Meldisco inicialmente preocupou – se em encontrar um sistema que automatiza – se as reclamações das cargas. Ela logo se deu conta do valor de implementar um programa de transporte mais robusto, que poderia gerenciar o recebimento e saída de cargas e que faria interface com seu WMS. Joe Bongiovanni, diretor de operações, afirma: “Queríamos ser capazes de acompanhar nossa carga; não apenas entre as quatro paredes do centro de distribuição, mas também fora dele.” A empresa começou a implementar o sistema empresarial de gestão de transporte da Meta Sys em fevereiro de 1996. “Aproximadamente 80% dos nossos produtos provem de outros países, e um dos nossos - problemas era que nosso recebimento estavam muito concentrados 6 Cross-Dock- Cross docking:é um processo de distribuição onde a mercadoria recebida é redireccionada sem uma armazenagem prévia. Tudo isto faz diminuir o tempo e o throughput time tem têndencia a ser diminuído. 31 na primeira semana do mês, expõe Bongiovanni.” A Meta Sys ofereceu a capacitação para nivelar essa programação de recebimento. O módulo mata carga da Meta Sys acompanha a carga de recebimento desde o porto de Mira Loma até sua chegada no centro de distribuição; a seguir, passa as informações para o WMS da Meldisco.Uma vez que os produtos são carregados numa carreta, o WMS mais uma vez faz interface com a Meta Sys para acompanhar a carga de distribuição. A Meldisco instalou o software da Meta Sys nos seus 45 pontos de Pool terceirizados no país, para alertar quando um caminhão está a caminho. Quando ele chega a Pool escaneia a carga dele para o sistema. “ Existe um círculo fechado” explica Bongiovanni. “ “O que nós enviamos e o que eles recebem deve ser o mesmo e o sistema verifica isto”. A Meldisco descarrega as informações da demanda para a Meta Sys, que produz listas de retiradas e subconhecimentos de embarque nos pontos de Pool, informando quando enviar o produto para as lojas específicas. O sistema carrega essas informações no WMS da Meldisco, que reenvia para a rede de informações da loja da empresa para notificar os gerentes das lojas sobre o que está a caminho. A Meldisco verificou um grande aumento na precisão desde que começou a testar o módulo meta cadeia da Meta Syz em junho de 1998. A empresa espera aumentar a precisão de seus relatórios de excesso, faltas e danos, passando dos atuais 80% para aproximadamente 98%. Com mais 130 milhões de pares de calçados movimentando – se anualmente na sua linha de fornecimento, isso se traduz em economias significativas. Ao antecipar algumas dores de cabeça em relação às reclamações de cargas, os Pools possibilitam à Meldisco 1,5% de redução nas tarifas dos transportadores. A empresa recebe uma redução adicional de % dos Pools ao fazer pagamentos sem fatura através do sistema Meta Sys. Outro benefício atribuído diretamente ao fato de ter um sistema automatizado de acompanhamento de produtos em trânsito é a possibilidade de postergar os faturamentos para as lojas. “ 32 “Antes do Meta Sys, quando o produto saia do CD, ele era faturado imediatamente para a loja”, revela Bongiovanni. “Ele poderia ficar em trânsito por quatro a cinco dias, mas já estava sendo apontado em seus livros.” Resolver as reclamações ou faltas de produtos depois do fato ocorrido poderia ser difícil, e freqüentemente a falta era absorvida pela loja. A Meldisco melhorou significativamente a eficácia e a eficiência de sua cadeia de suprimentos através da implementação de um TMS. (Bowersox 2002). 33 CAPÍTULO III CASE LAFARGE CIMENTO Presenteno Brasil desde 1959, a Lafarge Brasil uma multinacional francesa líder mundial em materiais de construção, onde conta com 3 segmentos: concreto, gesso e agregado. A empresa está presente em 78 países e possui 76 mil empregados. Ao longo dos anos , a empresa se consolidou no mercado brasileiro e construiu uma trajetória marcada pela capacidade empreendedora e pelo compromisso com o desenvolvimento sustentável. Em 2005 a empresa adotou um novo sistema ERP da Jdedwards com todos os módulos. Neste estudo vamos nos ater somente ao módulo de distribuição e roteirização no estado do RJ, onde toda a distribuição é realizada por três CD’s e uma fábrica responsável pela transferência do produto final para os CD’s e que também funciona como CD, mas não levaremos em consideração neste trabalho asentregas da fábrica para o cliente final, somente a transferência para os CD’s e as entregas dos CDs para o cliente final. A implementação contou com a participação de vários setores da empresa como: logística, TI, MKT, comercial, financeiro, fiscal e contábil até o day one do sistema ERP (JDE) na Lafarge Brasil, onde o processo foi desenvolvido em várias fases, com pontapé inicial nas fábricas e evoluindo gradativamente para os CD’s. Após sua total implementação em 2005, a distribuição do produto finalda fábrica da Lafarge no interior do estado do RJ, localizada no município de Cantagalo, passou a ser programada pelo PCP – Planejamento de Controle de Produção com base nos dados de estoque extraídos do sistema ERP (JDE), onde são levadas em consideração a capacidade de estocagem, a necessidade de reposição de estoque de segurança, média de venda do produto transferido e disponibilidade de veículos. As quantidades de produto disponíveis para transferência são informados ao setor de logística, onde as informações são repassadas para o faturista que se encarregará pela roteirização dos pedidos para os três CD’s e pela consulta da disponibilidade de veículos para carregamento. Os CD’s ficam instalados próximos a cidade do Rio de Janeiro, sendo um no município 34 de São Gonçalo, um no município de Nova Iguaçú e um no município de Bangú. Devemos levar em consideração o fato da transferência dos produtos da fábrica até os CD’s serem realizadas por uma transportadora. Processo de distribuição Fábrica A formação de cargas se inicia, quando o faturista recebe do sistema ERP (JDE) pedidos para transferência para os CD’s, de acordo com o planejamento do PCP. Com o relatório resumo de carregamento do sistema ERP (JDE), a expedição da logística consulta o sistema de gerenciamento de frotas da transportadora contratada, verificando a quantidade de veículos disponíveis para carregamento e em trânsito, após a confirmação das informações sobre a quantidade de veículos disponíveis, é gerado no sistema ERP (JDE) uma O.C (ordem de carregamento) no módulo de distribuição. A transportadora providencia o carregamento dos caminhões e confirma o embarque, envia os relatórios resumo de carregamentos para o setor de contas a pagar. Ao chegar no destino (CD), o motorista do caminhão se apresenta na expedição que após conferir os dados da NF, emitirá uma O.D (ordem de descarga) gerada pelo sistema ERP(JDE) do módulo de distribuição, que deverá ser entregue ao conferente, que autorizará o recebimento do material na área de estocagem pelo operador de empilhadeira. Processo de distribuição nos CD’s O processo de distribuição outbounde nos CD’s da Lafarge no Rio de Janeiro, é realizado por caminhões autônomos com capacidade máxima de peso de 15t. A formação de cargas neste caso é uma pouco mais complexa, onde o módulo de roterirização torna - se fundamental, principalmente para a otimização das entregas, no agrupamento dos roteiros e na liberação da O.C (ordem de carregamento). O agrupamento dos pedidos é facilitado pela divisão de rotas disponível no sistma ERP (JDE), onde são criados grupos de rotas, considerando o CEP inicial e final cadastrado em cada cliente. 35 O monitoramento dos custos e serviços é feito por meio das informações provenientes da própria operação, assim, podem ser medidos os indicadores mais apropriados para cada operação, tais como: perfomance dos transportadores, modais de transportes, frete retorno, perfomance das entregas e avarias. As funcionalidades associadas à execução consistem em determinar as rotas e modais a serem utilizadados, sequenciar as paradas dos veículos e o tempo estimado de cada uma delas, preparando os documentos necessários para o despacho dos veículos. Desta forma a Lafarge deseja reduzir os custos otimizando a operação de transporte. Hoje a Lafarge já tem implementada o sistema ERP em todas as suas unidades no Brasil. As funções dos envolvidos no processo acima, são: Faturistas – Faz todo o processo de faturamento, começando com o processamento dos pedidos descarregados pelos agentes de venda, se encarrega de roteirizar os pedidos, que após estarem roteirizados, estão prontos para o processo de faturamento, onde serádisponibilizado os veículos no sistema ERP para a emissão da OC, emissão das notas fiscais, mapas de separação, mapas de entregas, relatórios e gerar informações fiscais que serão distribuídas para os setores envolvidos, inclusive a Receita federal, através do sistema de notas fiscais eletrônicas. Diferente de outras empresas, o faturista exerce também a função de (Roadshow), pois ele é o responsável pela roteirização dos pedidos. Operadores de empilhadeiras – responsáveis pela movimentaçãoda mercadoria na operação inbound e outbound. Conferentes – Responsáveis por garantir a conferência das mercadorias de entrada e saída. 36 CONCLUSÃO O objetivo desse trabalho foi esclarecer as vantagens em utilizar a roteirização em uma CIA como diferencial competitivo, proporcionando entregas otimizadas, maior produtividade do transportador e redução de custos. Abordamos sobre a real função do profissional dedicado a Roteirização, suas atribuições e em qual setor ele deve está inserido. Este tema ainda merece muitos estudos para aperfeiçoamento de problemas ainda não solucionados, os roteirizadores ainda não conseguem suprir todas as informações operacionais tecnicamente simples (como as distâncias viárias exatas entre os clientes). Como consequência, o processo acaba por ser excessivamente dependente do fator humano em diversas etapas, ou seja, da experiência prática do profissional envolvido. O profissional de roteirização é uma outra lacuna no processo, pois este profissional ainda não tem o seu escopo de trabalho padronizado, tão pouco um setor específico. 37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAD, A. A. Modeling and Implementation Issues in Vehicle Routing.Vehicle Routing: Methods and Studies, Golden, B.L; Assad, A.A second impression, 1991. BALLOU, Ronald.H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial, Porto Alegre:Bookman, 2001. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial/ Ronald. H. Ballou. Porto Alegre:Bookman, 2006 – 616p. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e abastecimento.São Paulo: Saraiva, 2003. gerenciamento da cadeia de BODIN, L. D.; GOLDEN. B.; ASSAD, A.; BALL, M. Routing and Scheduling of Vehicles and Crews: The state of the art. Computers and Operations Research, v 10,n.2 , p.63-211, 1983. BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. 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