Tema: Igrejas - 20 textos
1. ALMÉRI, Tatiana Martins, Posicionamento da instituição maçônica no
processo político ditatorial brasileiro (1964): da visão liberal ao
conservadorismo. São Paulo: PUC-SP, 2007. Mestrado. Resumo: A presente
pesquisa tem como objetivo estudar os acontecimentos políticos e históricos
brasileiros na conjuntura da Instituição Maçônica. Avalia o posicionamento da
Maçonaria em assuntos políticos, econômicos e sociais brasileiros. O período
histórico estudado limita-se de 1960 a 1989, pois esse período se remete às
elaborações iniciais do golpe militar, às atuações de militares no poder bem
como o fim da manipulação política militar no contexto do Executivo,
Legislativo e Judiciário. Calcadas no posicionamento da Maçonaria frente à
ditadura militar, as bases realísticas foram alcançadas por intermédio de
entrevistas com pessoas que participaram da época estudada; uso-se, também,
jornais para o entendimento de como esse contexto se refletiu na sociedade. A
fundamentação teórica firmou-se em duas segmentações as quais se dividiram
em um breve histórico sobre a Maçonaria e uma síntese sobre os acontecimentos
políticos e econômicos da ditadura militar brasileira. Após análises, julgamentos
e comparações da pesquisa de campo com a fundamentação teórica, foi possível
constatar que oficialmente a Maçonaria apoiou a ditadura militar, porém vários
maçons possuíam um pensamento oposto ao que a instituição pregava.
2. ASFORA, Maria de Fátima Yasbeck. A força desarmada: presença da comissão
Pastoral da Terra nos conflitos rurais. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Doutorado
em Serviço Social. Resumo: O processo de modernização na agricultura
brasileira, consolidado no decorrer da segunda metade do século vinte, ficou
caracterizado pela desigual estrutura de posse e propriedade da terra, bem como
pela adoção de diversos mecanismos de crédito que privilegiaram a classe
dominante. No Nordeste, além do forte impulso ocorrido na expansão do modo
de produção capitalista, verificamos que a redefinição da divisão regional do
trabalho à escala nacional, comandada pela expansão capitalista industrial do
Centro-Sul, com o incentivo do capital estrangeiro, concorreram para modelar
duas importantes oligarquias agrárias: os "barões do açúcar" e os "coronéis" (os
grandes fazendeiros do algodão-pecuário) situados respectivamente nas áreas do
litoral-mata e no semi-árido.Quanto aos trabalhadores rurais, o processo de
modernização conservadora resultou em violências múltiplas, motivando o apoio
de setores progressistas da Igreja Católica a partir dos meados de 60, em plena
ditadura militar. Desse modo, incentivados pelas idéias do Concílio Vaticano II,
sacerdotes e leigos, começaram a atuar como intelectuais orgânicos das classes
subalternas, no sentido gramsciano, em defesa do homem do campo,
denunciando os arbítrios dos proprietários de terra. No nordeste, o processo
representativo de uma nova forma de ser Igreja pode ser reconhecido a partir de
julho de 1966, quando quinze bispos, liderados por Dom Helder Camara,
Arcebispo de Olinda e Recife reforçaram e apoiaram o Manifesto da Ação
Católica Operária divulgado em março de 1966 e os relatórios da Animação dos
Cristãos no Meio Rural do Brasil e Juventude Agrária Católica, JAC também
referentes àquele período. Em contrapartida, as autoridades militares
empreenderam diferentes níveis e formas de perseguições a esses grupos,
configurando uma crise entre Estado e Igreja, enquanto a prática de atividade.
3. CARVALHO, Maria do Amparo Alves de. História e repressão: fragmentos de
uma memória oculta em meio às tensões entre a igreja católica e o regime
militar em Teresina. FUFPI: 2006. Mestrado
4. CONDINI, M., Dom Helder Câmara: modelo de esperança na caminhada para
a paz e a justiça social. PUC/SP. 2004. Mestrado. Resumo: Esta dissertação
procura mostrar a atuação de Dom Hélder Pessoa Câmara, um modelo de
esperança na sua incansável busca pela paz, e a luta pela justiça social, no
Nordeste, no Brasil e no Mundo. Também destaca a sua importante participação
no processo de transformação da Igreja Católica a partir da segunda metade do
século XX. No Brasil, sua renovação tem início antes da realização do Concílio
Vaticano II (1962-1965), mas alcança maior visibilidade com a fundação da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –, em 14 de outubro de
1952. Se o Concílio Vaticano II significou abertura para a Igreja em todo o
mundo, muito mais para a Igreja latino-americana. A II e a III Conferência Geral
do Episcopado Latino- Americano em Medellín (1968) e Puebla (1979) foram
uma releitura dos ensinamentos do Concílio a partir da realidade da América
Latina, marcada pela pobreza, pela desigualdade e pela repressão imposta pelos
militares. E Dom Hélder participou intensamente de todo esse processo de
renovação da Igreja e de luta pelos direitos humanos na sociedade, tornando-se,
ao longo dos anos, o mediador da esperança, um profeta para a Igreja no Brasil.
Esta dissertação colhe a esperança que a atuação de Dom Hélder desperta na
Igreja e fora dela, pois a esperança é uma presença constante na vida de Dom
Hélder.
5. COSTA, I. S., Que papo é esse? Intelectuais religiosos e classes exploradas no
Brasil (1974-1985). FFB. 2007. Mestrado.
6.
FABIAN, R. JOC: Da submissão a contestação. PUC/SP.
1988. Mestrado. Resumo: A Juventude Operária Católica é um movimento
criado na Bélgica no começo deste século, por um jovem padre Joseph Cardijn.
Este movimento tem como objetivo, na concepção da hierarquia da Igreja
Católica, de fazer retornar ã instituição a Classe Operária. Os jovens operários
são os missionários ou soldados da Igreja nos locais de trabalho. É através de
sua conduta, de seu exemplo, de sua ação cotidiana nos locais de trabalho que os
jovens trabalhadores reinstalam os princípios da civilização cristã na sociedade
industrial. Cardijn cria um método: Ver, Julgar e Agir que é adotado pela Ação
Católica. O foi utilizado para veicular a ideologia católica e servir indiretamente
como instrumento de controle dos movimentos de Ação Católica Especializada.
O método é baseado no senso comum e por ser um instrumento prático e
simples, não revela sua implicação enquanto instrumento de formação
ideológica. No Brasil, a JOC teve grande crescimento na década de cinqüenta. O
Jocismo consegue organizar os jovens trabalhadores num período de grande
emigração do campo para a cidade e de desenvolvimento econômico acelerado.
O movimento procura disseminar as concepções católicas da finalidade do
trabalho, do significado do sofrimento e da ascese, reintegrando-os na CRUZ de
Cristo, simbolo universal do cristianismo. A disciplina, o sofrimento e o trabalho
árduo do jovem trabalhador no local de trabalho, participam da Cruz de Cristo.
A Cruz ponteia a disciplinaridade da mão-de-obra nos locais de trabalho, sendo
do interesse de muitos patrões que financiam o movimento e garante a
obediência e a submissão do militante ã hierarquia da Igreja Católica. "O
cansaço e o sofrimento que vêm do trabalho contribuem para a salvação. í3 a
nossa cruz que completa a cruz de Cristo". da década de sessenta há um processo
de ruptura do movimento com a ideologia católica. Esse processo de .ruptura e
radicalização se di numa relação dialética no interior da instituição e no contexto
mais amplo da sociedade brasileira que vive uma profunda crise estrutural. O
Jocismo elabora uma concepção de mundo e do homem que contestam a
ideologia hegemônica da Igreja Católica, e subvertem a sociedade, segundo a
ideologia de Segurança Nacional. Neste processo, a JOC -vítima de violenta
perseguição do regime militar - prisão, tortura e morte. Em 1975, no Quinto
Conselho Mundial, realizado Linz, na Áustria, a JOC Internacional aprova a
Declaração em de Princípios. O movimento, a exemplo da Teologia da
Libertação, tem como evidência a luta de classes e aponta para a necessidade da
superação da sociedade donde o homem explora o outro homem. No Brasil, a
JOC perde definitivamente o apoio da hierarquia e aprofunda a sua vinculação e
compromisso com o movimento operário.
7. FERREIRA, Emmanuel Lima. Os dominicanos e a política no Brasil. Ceará:
UFC, 2002. Mestrado.Resumo: Examina a participação política de religiosos da
Ordem Dominicana em ações e movimentos de combate à ditadura militar, no
Brasil, pós-1964. Nessa perspectiva, o autor procede a uma retrospectiva
histórica acerca da presença da Igreja Católica no Brasil, desde a época da
colonização; aborda a relação entre os dominicanos e a política, o engajamento
destes nos movimentos de juventude católica; assinala as bases marxistas da
Teologia da Libertação, e, por fim, analisa, em particular, as ligações de
sacerdotes da referida congregação com grupos de esquerda, notadamente com a
Aliança Libertadora Nacional (ALN). O trabalho resulta de pesquisa documental
e em acervos da imprensa, incluindo "periódicos especializados", além de dados
coletados através de entrevistas com três dominicanos.
8. JESUS, Paulo Sergio de. JOC, ACO e PO no movimento operário (1960-1970).
São Paulo: PUC/SP, 2007. Mestrado.Resumo: Esta dissertação visa à análise
das relações entre militantes da Juventude Operária Católica (JOC), Ação
Católica Operária (ACO), Frente Nacional do Trabalho (FNT) e Pastoral
Operária (PO) e a classe operária, na cidade de Osasco, nas décadas de 19601970. Tendo como referência a constituição da JOC, ACO e PO nas igrejas
Santo Antônio e Imaculada Conceição, procurei resgatar as propostas e
tendências com relação ao regime militar e aos trabalhadores presentes. Notei,
então, a pluralidade de posições existentes e o ambiente de disputas em que se
constituíam os movimentos católicos operários, onde diferentes interpretações
das relações de trabalho e da doutrina católica, por exemplo, debatiam-se e
implementavam-se. A análise das fontes permitiu demonstrar que é possível
observar uma transformação nos movimentos ao longo deste período. Observase que na busca de alternativas de soluções às questões operárias, estes
movimentos radicalizaram o seu discurso e apontaram para a construção de
novas estratégias de luta e resistência operária. Recusando uma visão acidental
da História, a construção de um novo sindicalismo e de base não se deu por
acaso, desde as greves de 1978, nem essencialmente partindo do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Bernardo. Na reconstrução da história da classe operária de
Osasco, é preciso considerar, ao lado de outras forças, a atuação dos militantes
católicos no movimento operário e sindical e perceber sua influência nos rumos
do sindicalismo autêntico, especialmente no ABC paulista.
9. LANZA, F. Matrizes ideológicas dos arcebispos paulistanos (1956-1985): um
olhar sob o prisma do semanário O São Paulo. PUC/SP. 2006. Doutorado.
Resumo: A pesquisa teve como foco a atuação dos arcebispos da Arquidiocese
paulistana, da Igreja Católica, no período de 1956 a 1985, a partir da análise do
semanário O São Paulo. Ela buscou uma orientação histórica e sociológica, com
base documental e oral. Partiu das matrizes ideológicas utilizadas pelos
arcebispos – Dom Agnelo Rossi e Dom Paulo Evaristo Arns – revisitando o
período anterior, de Dom Carmelo V. Motta, frente à Fundação Metropolitana
Paulista, mantenedora do jornal O São Paulo. As fontes documentais se
basearam em documentos históricos sobre a Igreja Paulistana, e as publicações
d’O São Paulo, privilegiando as matérias da primeira página e os editoriais; e
empregando os aportes da análise de conteúdo sob o ângulo de distintos autores.
As fontes orais foram constituídas a partir dos sujeitos de pesquisa selecionados
qualitativamente com critérios vinculados a História Oral, tendo em vista as
experiências pessoais no Clero e suas relações com os MCS da Arquidiocese de
São Paulo. As entrevistas foram realizadas com o arcebispo emérito cardeal
Dom Paulo Evaristo Arns, com Pe. Antônio Aparecido Pereira, com Frei Carlos
Josaphat, Prof. Dr. Fernando Altemeyer, Dom Angélico Bernardino Sândalo,
Dom Antônio Celso de Queiroz e Dom Benedicto Ulhôa Vieira e foram
orientadas por um roteiro semiestruturado formulado a partir dos problemas de
pesquisa. As interpretações e análises das fontes documentais e orais perceberam
a Igreja Católica como um sujeito coletivo que pautouse em diferentes matrizes
ideológicas expressadas frente ao contexto sociohistórico do período analisado.
A Igreja Católica de São Paulo por meio do seu semanário expressou diferentes
discursos que evidenciaram as drásticas transformações ideológicas ocorridas a
partir do final da década de 1960 e início de 1970, associadas aos fatores
internos e externos à estrutura institucional. Foi percebido que há um fio
condutor entre as diferentes fases e contextos, com base na sua missão eclesial e
seu projeto religioso, que se define como um ideal que não se caracteriza
enquanto sistema econômico ou político. A gestão do cardeal Arns, a partir de
1970, difundiu n’O São Paulo a idéia de “vocação cidadã”, centrada na
manutenção da verdade, da justiça, da liberdade política, religiosa, da
participação das organizações sociais, e do compromisso da Igreja Católica na
defesa radical do homem.
10. LANZA, Fabio. O Regime Militar no discurso-memória da Igreja Católica na
região metropolitana de São Paulo (1964-1985). Franca: UNESP, 2001.
Mestrado. Resumo: Analisa e interpreta o discurso clerical relativo ao Regime
Militar entre 1964 e 1985 na Região Metropolitana de São Paulo. Identifica
dissonâncias e diversas matrizes que influenciaram clérigos paulistanos contra a
Ditadura. Utiliza fontes orais, por meio do "discurso-memória", e os arquivos do
jornal arquidiocesano O São Paulo. Destaca os discursos de Dom Paulo Evaristo
Arns, Dom Angélico Sândalo Bernardino, Dom Antônio Celso de Queiroz e
Dom Benedito Ilhôa Vieira.
11. MENDES, Lilian Maria Grisólio. Entre a cruz e o manifesto: dilemas da
contemporaneidade no discurso da Juventude Operária Católica do Brasil
(1960-1968). PUC/SP. 2002. Mestrado. Resumo: Este projeto visa a análise das
representações ideológicas do jocismo sobre o trabalhador, na década de 60. A
análise dos documentos nos permitiu demonstrar que. é possível observar uma
transformação do movimento ao longo deste período, que se caracteriza pelo seu
afastamento das questões espirituais para assumir as questões sociais relativas
aos trabalhadores. Observa-se que na busca de alternativas de solução à questão
operária, este movimento radicaliza 0 seu discurso e aponta para uma prática
política também radical. Ora, neste momento tal postura irá contrapor-se à
ditadura que se inicia, e por outro lado, este movimento necessitará adequar
tanto o seu discurso como a sua ação, aos ditames da doutrina social da Igreja.
Deste dilema observa-se que, apesar de seu discurso aproximar-se das correntes
politicamente grganizadas constituíam a "esquerda" da época a JOC permanece
aliada a Igreja que a condellava por seus "desvios ideológicos". Mesmo assim,
não se pode negar que o crescimento da Igreja Católica deveu-se em grande
parte a esses movimentos sociais ligados às classes populares. Esta contradição
que se explicita claramente, entre outros, na mediação que a JOC efetivou entre
o marxismo e o cristianismo. O trabalho consiste exatamente na análise destes
conceitos utilizados pela JOC, para fundamentar a sua ação política. Expressões
como: capitalismo, luta de classes, socialismo, revolução, imperialismo,
violência revolucionária, entre outros, foram contextualizados para
compreendermos a lógica que funda as ações deste movimento e assim,
percebermos a função social que cumprem naquele período histórico,
particularmente junto ao operariado brasileiro.
12. PAEGLE, Eduardo Guilherme de Moura. A posição política da Igreja
Presbiteriana do Brasil (IPB) nos anos de chumbo (1964-1985). Santa Catarina:
UFSC, 2006. Mestrado. Resumo: Com o golpe de 1964 no Brasil foi instituído
o regime militar que pôs fim ao governo civil de João Goulart. A Igreja
Presbiteriana do Brasil (IPB) buscou se relacionar com o Estado, permitindo
divergências eclesiásticas no seu posicionamento frente às questões éticas,
sociais, políticas e econômicas colocadas no contexto do regime militar e da
Guerra Fria. As disputas eclesiásticas na IPB colocaram em confronto uma linha
politicamente conservadora, chamada de "boanergismo" e a Teologia da
Libertação. O "boanergismo" teve esse nome, devido à presidência do Supremo
Concílio do pastor Boanerges Ribeiro (1966-1978), caracterizado pelo
anticomunismo, anti modernismo e anti ecumenismo, sendo que o Presbítero
Paulo Breda Filho, seguiu essa linha, denominada "pós-boanergista", marcada
ambas pelo apoio a ditadura militar manifestada no jornal "Brasil Presbiteriano".
Na disputa pelo "boanergismo", surgem vários teólogos da libertação, entre os
quais destacamos o papel de Richard Shaull e Rubem Alves que buscavam fazer
uma autocrítica na IPB e levar uma idéia de responsabilidade social cristã. A
vitória dos "boanergistas" na IPB agradou o regime militar, devido à ideologia
conservadora pós-sistema, buscando silenciar os teólogos da libertação ao
impedir a ocupação dos espaços institucionais existentes entre os presbiterianos.
13. PRESOT, Aline Alves. As marchas da família com Deus pela liberdade e o
golpe militar de 1964. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. Mestrado em História.
Resumo: O trabalho de dissertação intitulado As marchas da família com Deus
pela liberdade e o golpe de 1964 tem como objetivo principal investigar o
acontecimento que arregimentou milhares de pessoas em todo o país,
constituindo-se em algumas das maiorias manifestações públicas de nossa
história política. As Marchas, enquanto fenômeno, inserem-se em um momento
em que diversificados setores da população saíram às ruas em repúdio ao
governo nacionalista de João Goulart, que, segundo acreditavam, possuía um
viés comunizante e caminhava para a destruição dos valores religiosos,
patrióticos e morais da sociedade. Tais passeatas surgiram como uma espécie de
pedido às Forças Armadas por uma intervenção salvadora das instituições e,
posteriormente ao golpe, passou por uma re-significação de seu discurso,
transformando-se numa demonstração de legitimação do golpe militar.
14. SAMPAIO, Jorge Hamilton. Sobre Sonhos e Pesadelos da Juventude Metodista
Brasileira nos Anos Sessenta. São Paulo: UMESP, 1998. Doutorado. Resumo:
Esta pesquisa procura ser uma contribuição para a elaboração historiográfica
sobre a caminhada da juventude metodista brasileira nos anos sessenta, visando
subsidiar a história do protestantismo no Brasil. Nessa década, essa juventude
sensibilizou-se com a difícil realidade de opressão e miséria experimentada pela
maioria das pessoas do continente e, em especial, do Brasil. Construiu seu sonho
de ver a Igreja participando efetivamente nas lutas sociais que procuravam
superar as estruturas injustas da sociedade e levou às últimas conseqüências os
ensinamentos recebidos da Igreja Metodista e do movimento ecumênico.
Participou nos movimentos sociais que lutavam por mudanças estruturais na
sociedade brasileira e, após o golpe de 1964, se envolveu na luta contra a
ditadura militar. Nessa caminhada, percebeu que também era necessário haver
mudanças na estrutura da própria Igreja, considerada como anacrônica naquele
momento histórico. A sua proposta era redimensionar a concepção teológica da
Igreja, especialmente na compreensão de salvação e de missão. Para a juventude
metodista, a priorização da salvação da alma e a missão da Igreja voltada para si
mesma eram equívocos que não respondiam às exigências de justiça social. Em
seu lugar, propunham a concepção de salvação do homem total que incluía tanto
a aceitação do Evangelho para construção da dignidade das pessoas como a
missão fora da Igreja para contribuir para a superação das estruturas sociais
injustas. Desta situação surgiu com força a expressão clamor da mocidade.
Contudo, as posturas da juventude foram consideradas afrontosas e antievangélicas por algumas pessoas que detinham o poder na Igreja. Esses, ao
defenderem a prioridade da salvação da alma como o primeiro e decisivo passo
para a melhoria da vida do país, também consideravam o governo militar como a
solução enviada por Deus para acabar com o perigo do comunismo no Brasil. E,
assim como a ditadura procurava eliminar seus opositores, esses metodistas
tomaram atitudes semelhantes com a sua juventude, considerada por eles como
subversiva e não cristã. A postura desses líderes fez com que os jovens
metodistas sofressem perseguições, cerceamento da liberdade de expressão,
coerção para saírem da Igreja e, em alguns casos, delação aos órgãos de
segurança do Estado autoritário. Eram duas teologias diferentes. Cada grupo, em
nome da sua própria fé, agia na Igreja e fora dela de acordo com as suas crenças.
O sonho da juventude foi transformado em pesadelo por não professar a mesma
fé desses líderes que estavam no poder na Igreja.
15. SILVA, Jefferson Farias da. Uma leitura política de "O Jornal Batista" e da
ação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) durante o período de
transição brasileira 1972-1974: entre o "Milagre" e a "Crise". Rio de Janeiro:
UFRJ, 2007. Resumo: O presente estudo comparativo tem como objetos de
análise duas instituições distintas, a instituição batista e a instituição católica,
representadas respectivamente pelo O Jornal Batista Brasileiro e pela ação das
Comunidades Eclesiais de Base durante o período de ditadura militar brasileira,
mas propriamente nos anos de 1972 a 1974. Analisar e comparar a atuação, no
campo político, social e religioso, dessas duas instituições é de suma
importância para que possamos entender qual o papel desempenhado pelas duas
frente a um momento de transitoriedade da política brasileira. Nesse sentido,
buscaremos entender também como a questão liberdade foi trabalhada e
observada pelas supracitadas instituições em tempos de obstrução da mesma e
qual foi à posição tomada por elas frente aos acontecimentos.
16. SILVA, M. P. da, “Não tenho paciência histórica”: A Igreja Popular em
Juazeiro (Bahia) – 1962-1982. UFBA . 2002. Mestrado.
17. SILVA, M. S. da, “Padre não deve se meter em política?”: Conflitos de política
e religião em Riachão do Jacuípe/BA nas últimas décadas do século XX.
Fortaleza: FFB, 2005. Doutorado. Resumo: Os arquivos do DOPS de
Pernambuco são examinados com a intenção de deles se apreender o sentido que
a circulação de informações teve no período da Ditadura Militar e como essa
rede foi um dos sustentáculos do regime.
18. SILVA, M. S. da, “Padre não deve se meter em política?”: Conflitos de política
e religião em Riachão do Jacuípe/BA nas últimas décadas do século XX. FFB.
2005. Mestrado.
19. VALÉRIO, M. E. Entre a cruz e a foice: Dom Pedro Casaldaliga e a
significação religiosa do Araguaia. 2007. Mestrado, UNICAMP. Resumo: A
presente dissertação na área de História Cultural é um estudo sobre o processo
de significação religiosa, ocorrido em São Félix do Araguaia. Durante os anos
1970, a partir da interpretação da teologia da libertação, D. Pedro Casaldáliga,
bispo da Prelazia, surge como figura central das tensões políticas entre a
chamada Igreja Popular e a Ditadura Militar, por ocasião da implementação dos
grandes latifúndios agro-pecuários no norte do Mato Grosso. A centralidade da
idéia de profetismo foi crucial para a atuação de Casaldáliga e o seu projeto
político-pastoral na região. Organizada em torno da identidade profética as
narrativas de memória/história sobre a Prelazia e o bispo construíram uma
cultura católica da libertação em todos os âmbitos da prática religiosa. As
contradições e limites da identidade profética da Prelazia e, por fim, a
conformação dessa identidade profética diante da mudança do cenário políticosocial em São Félix do Araguaia nas décadas de 1980 e 1990 são os assuntos
abordados.
20. ZACHARIADES, G. C., CEAS: jesuítas e a questão social durante a ditadura
militar. FFB. 2007. Mestrado.
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