ID: 22216357 01-10-2008 | Metro Lisboa Tiragem: 120000 Pág: 2 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 28,16 x 24,35 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 2 90 por cento de hipóteses Os exames de rastreio são muito importantes para que os médicos possam detectar e tratar precocemente o cancro. Detectado atempadamente, a probabilidade de cura é muito elevada, ronda os 90 por cento. METRO especial “As mulheres devem tomar a iniciativa de fazer o check-up e melhorar os estilos de vida” Lynne Archibald, presidente da Associação Laço Por que nos “vestimos” de rosa? Conhecem-se mais casos de cancro da mama, mas a mortalidade diminuiu O edições do jornal METRO Prevenção acima de tudo em todo o mundo são hoje impressas em papel rosa, como forma de assinalar o começo do mês de prevenção do cancro da mama. As estatísticas dizem que uma em oito mulheres vai contrair a doença até ao final da vida. Porém, mais do que cair em fatalismos, preferimos relevar aqui a mensagem de esperança que assenta no progresso da investigação médica e que tem redundado numa redução substancial da mortalidade. Por outro lado, a consciencialização das mulheres para o auto-exame e para o diagnóstico precoce tem sido fundamental. Nesse sentido, se esta edição do METRO contribuir para aumentar a sensibilização, então terá cumprido o seu objectivo. METRO As unidades móveis de rastreio já chegam a 60 por cento do país. Todos os anos são diagnosticados 4 000 novos casos de cancro da mama em Portugal. Todos os anos, cerca de 2 500 mulheres conseguem vencer a doença. “Há uma tendência ocidental. Há um aumento de conhecimento das ocorrências, mas uma diminuição da mortalidade”, conta ao METRO o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Vítor Veloso. Em causa estão “melhores terapias e uma melhor metodologia de prevenção primária e secundária. A doença é detectada numa fase mais precoce”, explica. O médico oncologista Nuno Costa concorda: “O cancro sempre existiu, só que actualmente é mais bem diagnosticado.” Para tal contribuem, e muito, as unidades móveis de rastreio da LPCC, que já “cobrem 60 por cento do território nacional”, diz Vítor Veloso. E acrescenta que a “adesão das mulheres à iniciativa tem sido muito boa, mesmo nos distritos rurais e zonas mais pobres”. Em Bragança, por exemplo, 90 por cento das mulheres que receberam a convocatória para o ratreio, apareceram na unidade móvel. “Ainda há algum medo, mas o estigma de que a mamografia é um exame doloroso tende, cada vez mais, a acabar. Para tal tem contribuído a acção da LPCC, dos médicos de família e mesmo das autoridades camarárias, que divulgam a informação”, conclui Vítor Veloso. PATRÍCIA TADEIA Cancro da mama Números, soluções e informações 4000 novos casos de cancro da mama são diagnosticados anualmente”, diz ao METRO Vítor Veloso, presidente da LPCC. “A mortalidade atinge cerca de 1 500 a 1 600 dessas mulheres por ano. Há um aumento de ocorrências, mas uma diminuição da mortalidade”, afirma. Ácido zoledrónico Doença crónica Um estudo divulgado na Conferência Anual do Colégio Americano de Oncologia conclui que “o ácido zoledrónico, uma droga usada para tratar as lesões do osso, evita o aparecimento de metástases e diminui 30 a 40 por cento o risco de que o cancro se espalhe para outro órgão”, diz o oncologista Nuno Costa. “É difícil falar em cura em oncologia. A célula maligna está sempre à espreita”, diz Nuno Costa. O médico lembra que “o cancro é uma doença crónica”. “É preciso um tratamento continuado, pensa-se que depois de tratado já está curado, mas não. Está controlado. O doente não deve deixar de ir à consulta.” 60 segundos com… …Liliana Braguez paciente a quem foi diagnosticada a doença. Q uando soube que tinha cancro da mama? O apoio de uma associação é essencial? F azia algum controlo antes da doença? Foi em 2001, tinha 41 anos. Um ano antes, tinha sido diagnosticado um cancro da mama à minha mãe. Quando notei uma alteração no peito fui ao médico e operaram-me logo. Um mês e pouco depois, fiz a reconstrução mamária. Fiz quimioterapia e tive de induzir a menopausa. Essa foi uma fase mais complicada. Mas retomei a minha vida normal. Sim, para que transmitam esperança, tanto às pacientes como à família. FOTOS DR Honestamente, não fazia exames com regularidade. De vez em quando fazia palpação mamária, mas só quando me lembrava. É fundamental que as mulheres a façam e se notarem algo vão logo ao médico. O cancro, detectado precocemente, é tratável. P.T. ID: 22216357 01-10-2008 | Metro Lisboa Tiragem: 120000 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 27,35 x 10,49 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 2 Diminui mortalidade por cancro da mama • Outubro é o mês de prevenção da doença em todo o mundo • Jornal METRO assinala iniciativa com edição especial rosa As estatísticas internacionais são claras quanto à extensão do problema: até ao final da vida, uma em cada oito mulheres vai contrair cancro da mama. Mas a verdade é que o fatalismo será o pior remédio: os números tam- ESPERANÇA bém dizem que a mortalidade está a baixar de forma sensível. Em Portugal, por exemplo, há quatro mil novos casos diagnosticados todos os anos, mas também há 2 500 mulheres que conseguem vencer a doença. Mais de metade. A tendência é, em si mesma, um sinal de esperança, e tem assentado nos avanços da medicina e dos meios de diagnóstico. Mas também na consciencialização individual de cada mulher, quer para o auto-exame, quer para o rastreio, uma vez que, quanto mais cedo for detectada a doença, mais hipóteses de cura existem. Por isso, esperamos, com esta edição especial, vincar ainda mais a sensibilização para uma doença que, sim, pode ser vencida.