UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS MESTRADO STRICTO SENSU EM ENGENHARIA AGRÍCOLA EFEITO DE DIFERENTES CARGAS E VAZÃO DE AR ADMITIDO PELO MOTOR NO DESEMPENHO DE UM TRATOR AGRÍCOLA Fábio Souza Gomes Anápolis-GO Novembro 2013 i EFEITO DE DIFERENTES CARGAS E VAZÃO DE ARADMITIDO PELO MOTOR NO DESEMPENHO DE UM TRATOR AGRÍCOLA FÁBIO SOUZA GOMES Orientador: Professor D.Sc. Elton Fialho dos Reis Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Goiás – UEG, Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas de Anápolis como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Engenharia Agrícola – Sistemas Agroindustriais, para obtenção do título de MESTRE Anápolis-GO Novembro 2013 Gomes, Fábio Souza. Efeito de diferentes cargas e vazão de ar admitido pelo motor no desempenho de um trator agrícola – 2013. 62 f. il. Orientador: Prof. DSc. Elton Fialho dos Reis. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Goiás. Mestrado Stricto Sensu em Engenharia Agrícola, 2013. Bibliografia. 1. Máquinas Agrícolas2. Ensaio de Tratores. 3. Emissão de Gases. I. Título. ii iii Aquele que padeceu na cruz morreu a nossa morte, nos deu o dom gratuito da vida e que é digno de toda honra e toda glória, Senhor Cristo Jesus, dedico. À minha querida esposa Márcia, e meus filhos Matheus e Anna Louise, dedico. iv AGRADECIMENTOS À Deus criador do céu e da terra, pelo dom da vida. À Universidade Estadual de Goiás, em especial ao departamento de Engenharia Agrícola bem como ao Departamento de Pós Graduação de Engenharia Agrícola. Ao Professor Dsc. Elton Fialho dos Reis, meu orientador, pelo acolhimento, paciência e prontidão que sempre teve comigo, eu imputo meus sinceros sentimentos de gratidão. Ao Fundo de Amparo à Pesquisa do estado de Goiás (FAPEG), pelo suporte financeiro. A minha maravilhosa esposa, Márcia, que soube me entender quando não podia lhe dar a devida atenção, nos momentos que estava envolvido na construção deste trabalho. Aos professores do programa de Pós Graduação: Itamar, Roberta, Sueli, Ivano, Honorato. Aos colaboradores da Universidade Estadual de Goiás: Waldeir, Vandoir, Rodney e João, pelo apoio na realização do experimento. A secretária executiva do programa, Eliete, pela presteza, gentileza e simpatia dispensada a mim em todo o período do curso. Ao colega de SENAI e também aluno do programa, Márcio José, pela parceria. Aos alunos do mestrado, Sanches e Gustavo, pela colaboração. Ao ex Diretor da FATEC SENAI Roberto Mange, Francisco Carlos, e ao atual Diretor Aroldo dos Reis, pelo apoio. Aos colegas da FATEC SENAI Roberto Mange, Waldir, Sergio, Baltazar, Ricardo, Bruno e Cleide pelo apoio e colaboração. Ao Professor Hamilton, colega de SENAI e Professor da Universidade Estadual de Goiás, pelas primeiras orientações sobre os Programas de Pós Graduação desta Universidade. E finalmente a minha família materna: as minhas irmãs, a minha mãe que me ensinou a trilhar nos caminhos da ética e da moral, e ao meu pai pelos primeiros conselhos quando ainda eu era criança, o meu muito obrigado. v SUMÁRIO LISTA DE QUADROS......................................................................................................... VII LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ VIII LISTA DE FIGURAS............................................................................................................ IX RESUMO................................................................................................................................ XI ABSTRACT .......................................................................................................................... XII 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3 2.1. Aspectos gerais ................................................................................................................ 3 2.2. Utilização de motores diesel na agricultura ..................................................................... 4 2.3. Ensaios de tratores agrícolas ............................................................................................ 6 2.4. Eficiência energética de motores em tratores agrícolas ................................................... 7 2.5. Força de tração e potência na barra de tração .................................................................. 8 2.6. Sistema de alimentação do motor .................................................................................. 11 2.7. Dinâmica dos gases de admissão em motor de combustão interna ............................... 12 2.8. Emissão de gases no processo de combustão em motores ............................................. 13 3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 15 3.1. Caracterização das máquinas ......................................................................................... 15 3.1.1. Trator ensaiado ..................................................................................................... 15 3.1.2. Trator utilizado como cargas de reboque ........................................................... 15 3.1.3. Velocidade de operação ........................................................................................ 16 3.2. Característica da pista de ensaio .................................................................................... 16 3.3. Combustível utilizado .................................................................................................... 17 3.4. Determinação da força na barra de tração...................................................................... 17 3.5. Sistema de aquisição de dados ....................................................................................... 18 3.6. Determinação da variação da entrada de ar para o motor .............................................. 19 3.6.1. Determinação da vazão de ar admitido pelo motor ........................................... 19 3.7. Delineamento experimental ........................................................................................... 20 3.8. Determinação do consumo de combustível ................................................................... 20 vi 3.9. Determinação do desempenho do trator ........................................................................ 21 3.9.1. Potencia disponível na barra de tração ............................................................... 21 3.9.2. Consumo horário de combustível ........................................................................ 22 3.9.3. Consumo específico de combustível ..................................................................... 22 3.9.4. Rendimento na barra de tração ........................................................................... 23 3.9.5. Patinagem da roda motriz do trator .................................................................... 23 3.10. Determinação das emissões de gases de combustão pelo motor ................................. 23 3.11. Análise estatística ........................................................................................................ 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 25 4.1. Desempenho do conjunto mecanizado........................................................................... 25 4.1.1. Consumo horário de combustível ........................................................................ 25 4.1.2. Consumo específico de combustível ..................................................................... 27 4.1.3. Patinagem nos rodados do trator ......................................................................... 29 4.1.4. Rendimento da potencia na barra de tração ...................................................... 30 4.2. Emissões de gases de combustão pelo motor ................................................................ 32 4.2.1. Temperatura dos gases de emissão ...................................................................... 33 4.2.2. Emissão de Oxigênio (O2) ..................................................................................... 35 4.2.3. Emissão de monóxido de carbono ........................................................................ 37 4.2.4. Emissão de óxidos de nitrogênio (NOx)............................................................... 39 5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 43 ANEXO .................................................................................................................................... 49 vii LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - Características de funcionamento de um motor ciclo Diesel (adaptação de Reis et al., 1999) ................................................................................................................................. 5 viii LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Propriedades do diesel automotivo tipo B utilizado no motor para a realização dos ensaios ................................................................................................................................ 17 TABELA 2 - Resumo do quadro da análise de variância das variáveis, consumo horário (CH), consumo específico (CE), patinagem dos rodados do trator (PT) e rendimento na barra de tração (RTB) ............................................................................................................................. 25 TABELA 3 - Resumo do quadro de análise de variância das variáveis temperatura (TEMP), oxigênio (O2), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx) ............................. 33 ix LISTA DE FIGURAS FIGURA 1- Fluxo de ar e do combustível em um sistema de alimentação de um motor diesel (VARELLA, 2010) ................................................................................................................... 11 FIGURA 2- Ensaio na pista de concreto com o trator ensaiado e trator de reboque para simulação da carga.................................................................................................................... 16 FIGURA 3- Sistema de acoplamento na barra de tração equipada com mecanismo de proteção para a célula de carga................................................................................................................ 18 FIGURA 4 - Esquema de aquisição de dados para determinação da força na barra de tração do trator ensaiado, (DELMOND, 2009). ....................................................................................... 19 FIGURA 5 - Estrutura montada para restrição da entrada de ar (diferentes vazões) e anemômetro utilizado para medir a velocidade do ar. .............................................................. 20 FIGURA 6 - Conjunto para avaliar o consumo de combustível; A) Medidor instalado no sistema de alimentação, B) Indicador do consumo de combustível colocado sobre o painel do trator ......................................................................................................................................... 21 FIGURA 7 - Analisador de gases utilizado para medir a emissão de gases e eficiência de combustão no escapamento. ..................................................................................................... 24 FIGURA 8 - Consumo horário de combustível em função das diferentes vazões de ar admitido no motor nas cargas solicitadas na barra de tração. .................................................. 26 FIGURA 9 - Consumo horário de combustível em função das diferentes cargas na barra de tração nas vazões de ar admitido pelo motor............................................................................ 27 FIGURA 10 - Consumo específico de combustível em função das diferentes vazões de ar admitido no motor nas cargas solicitadas na barra de tração. .................................................. 28 FIGURA 11 - Consumo específico de combustível em função das diferentes cargas na barra de tração nas vazões de ar admitido pelo motor. ...................................................................... 29 FIGURA 12 - Patinagem do rodado do trator em função da carga na barra de tração............. 30 FIGURA 13 - Rendimento na barra de tração em função das diferentes vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas na barra de tração. ............................................................. 31 FIGURA 14 - Rendimento na barra de tração em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. ........................................................................... 32 FIGURA 15 - Temperatura dos gases de emissão em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. ................................................ 34 x FIGURA 16 - Temperatura dos gases de emissão em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. ........................................................................... 35 FIGURA 17 - Emissão de O2 em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. ....................................................................... 36 FIGURA 18 - Emissão de O2 em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. ........................................................................................................ 37 FIGURA 19 - Emissão de CO em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. ....................................................................... 38 FIGURA 20 - Emissão de CO em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. ........................................................................................................ 39 FIGURA 21 - Emissão de NOx em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. ....................................................................... 40 FIGURA 22 - Emissão de NOx em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. ........................................................................................................ 41 xi RESUMO EFEITO DE DIFERENTES CARGAS E VAZÃO DE AR ADMITIDO PELO MOTOR NO DESEMPENHO DE UM TRATOR AGRÍCOLA O trator agrícola é considerado a principal fonte de potência para a realização das operações mecanizadas indispensáveis ao processo produtivo. A manutenção do sistema de alimentação dos motores de ciclo diesel interfere diretamente na formação do elemento comburente a ser admitido pelo motor, comprometendo a combustão. O objetivo desse trabalho foi avaliar em uma pista de concreto o desempenho energético e a emissão de gases em um motor de ciclo Diesel de um trator agrícola, utilizando diferentes cargas na barra de tração e vazões de entrada de ar no sistema de alimentação. Para isso foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado constituído por diferentes cargas (2,7; 7,4; 11,9; 15,5; 20,5 kN) e diferentes vazões de ar no sistema de alimentação do motor (0,077; 0,085; 0,099; 0,109 m3.s-1), com três repetições. O experimento foi realizado em uma pista de asfalto com cem metros de comprimento, nas dependências da Universidade Estadual de Goiás, campus de AnápolisGO, utilizando um trator da marca New Holland modelo TT4030, com tração dianteira auxiliar, motor ciclo Diesel, e como reboque foi utilizado outro trator marca New Holland modelo TM7010. Foi determinada a eficiência na barra de tração, patinagem, consumo horário e consumo específico de combustível, emissões de monóxido de carbono, oxigênio, óxidos de nitrogênio e temperatura de combustão, relacionado ao desempenho do conjunto mecanizado. Os resultados obtidos mostraram que as vazões de ar admitidas pelo motor nas proporções, 0,077 e 0,085 m³.s-1, aumentaram o consumo de combustível. O maior rendimento na barra de tração e o melhor consumo específico ocorreram quando o trator tracionou a carga de 20,5 kN. A patinagem e o óxido de nitrogênio (NOx) aumentaram com a elevação das cargas na barra de tração. Houve redução na emissão de oxigênio (O2) para os maiores valores de cargas na barra, e para maiores vazões teve tendência de aumento no percentual de oxigênio. Já as emissões de monóxido de carbono (CO) aumentaram com a diminuição da vazão de ar, e a temperatura de combustão foi maior para as vazões de ar de 0,077 e 0,099 m³.s-1 e para as cargas de 15,5 e 20,5 kN. Palavras-chave: barra de tração, motor diesel, consumo combustível, combustão. xii ABSTRACT EFFECT OF DIFFERENT FLOW AIR FREIGHT AND ADMITTED BY ENGINE PERFORMANCE OF A TRACTOR FARM The tractor is considered the main source of power for the realization of the mechanized operations, essential to the production process of a culture. The maintenance of the power system of the diesel engines affects directly the formation of combustion element to be admitted by the engine, affecting the results of combustion processes. The aim of this study was to evaluate in a concrete track, energy performance and greenhouse gas emissions in a diesel cycle engine of a tractor using different loads on the draw bar and flow rates of air entering the supply system. For this we used a completely randomized design consisting of different loads (2.7, 7.4, 11.9, 15.5, 20.5 kN) and different air flow in the power system of the engine (0.077, 0.085, 0.099, 0.109 m³s-1), repeating the process three times. The experiment was carried out in an asphalt with a hundred meter long track, on the premises of the State University of Goiás, Anápolis Campus-GO, using a brand new tractor Holland Model TT4030, front wheel assist, Diesel cycle motor, and for the trailer was used another brand New Holland tractor model TM7010. We determined the efficiency of the drawbar, skating, fuel consumption and specific fuel consumption, emissions of carbon monoxide, oxygen, nitrogen oxides, combustion temperature and combustion efficiency, related to the performance of mechanized set. The results showed that the air flow permitted by the engine when the lowest proportions, 0.077 and 0.085 m³ s-1 increased fuel consumption. The biggest performance in the drawbar and better specific consumption occurred when the tractor traction load of, 20.5 kN. Skating and nitrogen oxide (NOx) increased with increasing loads to the drawbar. There was a reduction in the emission of oxygen (O2) for values of loads at the bar, and higher flow rates tended to increase the percentage of oxygen. The emissions of carbon monoxide (CO) increased with decreasing air flow and combustion temperature was higher for air flow of 0.077 and 0.099 m³.s-1 and loads of 15.5 and 20.5 kN. Keywords: draw bar, diesel engine, consumption fuel, combustion. 1 1. INTRODUÇÃO A industrialização brasileira sempre teve o agronegócio como fonte de obtenção de recursos financeiros, representando atualmente 21% do PIB nacional, sendo que os setores de produção de insumos agropecuários (agroindústria), a comercialização e, sobretudo a produção em campo são os principais fatores que contribuem para a obtenção deste saldo, sendo também responsável pela maior parte das nossas exportações. E, para que se possa manter e aumentar este desempenho, na escala de produção, especialmente, os trabalhos de preparo do solo, plantio, colheita e escoamento de grãos, é fundamental o uso das máquinas agrícolas, principalmente os tratores agrícolas. Estas máquinas, desde a criação dos motores de combustão interna têm substituído a capacidade de força de trabalho humano, que é de apenas 0,1W de potência em média, por valores maiores que 100 kW, dependendo do sistema de moto-propulsão de cada máquina. Deste modo, pode-se atribuir a mecanização agrícola como o principal contribuinte para esta amplitude de geração e otimização de trabalho no campo, porém com determinado dispêndio de energia, oriundo dos combustíveis (diesel). Assim, a mecanização também depende de fontes externas para geração de energia, sendo a principal, o motor de combustão interna a quatro tempos. E, dentre os motores de combustão interna considera-se como um dos mais versáteis e úteis para aplicação de sistema de geração de força e trabalho em tratores agrícolas, o motor de ciclo diesel. Este por possuir taxa de compressão elevada consegue gerar a combustão por compressão, e, também graças ao poder calorífico do diesel, consegue-se uma maior eficiência em relação aos motores de combustão por centelha. Ocorre que, 30% dos custos da hora de trabalho de um trator agrícola são gastos com combustível e, conforme demanda na produção agrícola, graças ao grande espaço de manejo ainda existente, atualmente, aumenta-se mais, a aplicação de equipamentos mecanizados, com conseqüente aumento de custos com matrizes energéticas. Nesta perspectiva, considerar gastos com óleo diesel é ponto fundamental dos custos nos processos de produção agrícola. A energia térmica que é fornecida à locomoção dos tratores agrícolas vem de um processo cíclico e termodinâmico, onde a energia calorífica é transformada em energia mecânica. Nesta transformação e transferência de energia no interior da câmara de combustão de um motor, consideram-se alguns fatores (proporção de mistura ar + combustível) para que 2 a equação consumo mais desempenho seja igual a baixo custo de combustível, resultado que é satisfatório tanto do ponto de vista econômico como ambiental. Para que este resultado seja percebido no bolso do produtor e ao meio ambiente, tem que se considerar o processo de combustão nos motores diesel, sobretudo a formação do volume de entrada de ar comburente pelo sistema de filtragem, e a condução de ar para o interior do motor. Embora, nos últimos anos a engenharia que trata dos fenômenos fluidomecânicos ter evoluído no dimensionamento dos sistemas de captação, canalização e filtragem do ar comburente para o interior do motor, por outro lado, se não houver controle e manutenção rigorosa nestes sistemas citado, pode-se não ter uma formação que tenda para o ideal, de uma proporção de ar para uma determinada quantidade de combustível. Esta admissão pode sofrer grande influência caso haja obstrução no elemento do filtro de ar, por exemplo, o que vai comprometer o processo de combustão. Diante do exposto, este trabalho foi realizado objetivando avaliar o desempenho energético e a emissão de gases utilizando diferentes cargas na barra de tração e vazões de ar admitido em um motor de ciclo diesel de um trator agrícola em uma pista de concreto. 3 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Aspectos gerais A mecanização na agricultura brasileira vem se tornando indispensável, considerando o manejo de grandes áreas, como soja e cana de açúcar, e que sem a utilização do trator agrícola seria inviável do ponto de vista operacional (ALVES, 2007). Este autor mostra ainda que a manutenção adequada para prolongar o tempo de vida e evitar as interrupções não programadas dos tratores agrícolas é imprescindível. Todavia sabe-se que a cultura brasileira, sobretudo do ponto de vista dos empresários e produtores, é de não fazer manutenções preventivas, bem como não avaliar o desempenho de seus implementos, sob afirmação de dispêndio. Em muitas regiões do Brasil, equipamentos agrícolas têm a sua utilização comprometida, em razão da sua não-adequação às condições de trabalho. Este fato vem sendo detectado por especialistas da área em contato com agricultores, quando em visita a propriedades agrícolas, dias de campo, seminários e outros eventos (MANTOVANI, et al. 1999), estas condições ainda são encontradas com freqüência na atualidade. O aumento da produção de grãos no Brasil que ocorreu nos últimos anos, fez com que houvesse abertura de novas fronteiras graças ao intensivo aumento de máquinas e implementos agrícola no processo produtivo (SALVADOR et al. 2009). Nesta perspectiva, considerar gastos energéticos e manutenção dos equipamentos e implementos é ponto fundamental dos custos dos processos de produção. Os gastos com combustíveis representam cerca de 30% da hora de um trator agrícola, sendo este um problema mundial na agricultura mecanizada, segundo Mattos et al., (1981). De acordo com Monteiro et al. (2008), devido ao grande desenvolvimento econômico, industrial e agrícola, ocorrido após a segunda guerra mundial os padrões de consumo de energia se tornaram mais intenso, sobretudo as matrizes energéticas oriundas dos derivados de petróleo. Ele afirma também que os tratores agrícolas podem ser ajustados adequadamente pelo usuário, com a finalidade de aprimorar as suas condições de trabalho, eficiência e economia durante as intervenções agrícolas. Rech (2010), também comenta que o ajuste e controle da eficiência dos motores de combustão interna têm importância fundamental, tanto sobre o ponto de vista econômico 4 quanto ao aspecto ambiental, e Lopes et al. (2008), mostram também que o consumo de combustível é uma ferramenta de grande utilidade técnica para comparar tratores, máquinas e implementos agrícolas. Assim, afirmam que, para uma determinada demanda de energia motriz em um trator agrícola, quanto maior a eficiência de combustão menor será o consumo de combustíveis e emissão de gases nocivos, sobretudo com conseqüente viabilidade econômica. 2.2. Utilização de motores diesel na agricultura Segundo Filho et al. (2010), uma das principais funções dos tratores agrícolas é transformar a energia contida no combustível e fornecê-la, através da barra de tração, para tracionar máquinas e implementos agrícolas, e o responsável por esta transformação é o motor de combustão interna de ciclo diesel. A utilização de motores diesel na agricultura é irrefutável devido sua robustez, confiabilidade, maior desempenho e tempo de vida prolongado, apresentando menor consumo e rendimento superior quando comparados aos motores de combustão por ignição elétrica, o ciclo de Otto (MACHADO, 2003). No Quadro 1 são apresentados algumas características de um motor de ciclo diesel, que equipam os tratores agrícola, adaptado por Reis et al. (1999). 5 QUADRO 1 - Características de funcionamento de um motor ciclo Diesel (adaptação de Reis et al., 1999) Óleo diesel Tipo de combustível Óleos vegetais Éster de óleos vegetais Taxa de compressão 16 a 33:1 Destinação/aplicação Aplicados em trabalhos que exigem elevados torque e potência (altas cargas) a baixas e médias rotações Processo de combustão Combustão espontânea (calor de compressão) Rotação (média) de potência máxima Abaixo das 3000 rpm Admissão Ar atmosférico, na quantidade limitada pela cilindrada e aproximadamente constante em toda a faixa de utilização do motor Relação de mistura (RAC ou lambda) Combustão/angulo Temperatura dos gases de combustão Controle de potência Ampla faixa de variação (15:1 a 100:1) sempre lambda > 1 Injeção de combustível sempre APMS (10 a 21º) De 450 a 580 ºC Variação de combustível por ciclo de injeção Sistema de injeção de combustível Por meio de bomba de injeção mecânica (bomba injetora) ou sistema Common Rail (injeção eletrônica Diesel) Número de cilindros Rendimento termomecânico 1 a 8 cilindros ou mais Até 40% Percebe-se no quadro que não há limite no ato de admissão de ar para o interior do cilindro, e que a relação lambda tem uma amplitude de 15:1 a 100:1. A temperatura dos gases de exaustão tem valores relativamente menores, quando comparado com outros ciclos termodinâmico, e isto demonstra que o calor oriundo da combustão é melhor aproveitado na geração do trabalho motriz. Segundo Squaiella (2010), os motores diesel têm peculiaridade de serem econômicos, fortes e robustos quando comparado com os demais motores à combustão interna. Esses motivos fizeram deles a principal opção utilizada em veículos automotores destinados ao transporte de carga. Este mesmo autor acrescenta ainda que para atender legislações que controlam as emissões de poluentes, desempenho, rendimento do motor com baixo consumo 6 de combustível, as indústrias do setor vem investindo no desenvolvimento de novas tecnologias para se manter competitivas no mercado. 2.3. Ensaios de tratores agrícolas O trator por meio de seu conjunto motriz tem como finalidade, converter a energia química, por meio da combustão, em trabalho mecânico rotativo para as rodas e demais pontos: Barra de tração, tomada de potência e sistema de levante hidráulico. Estes mecanismos permitem movimentar, tracionar máquinas e implementos, durante as atividades de campo. E, a realização dos ensaios, considerando estes pontos, em pista de teste (solo rígido) permite que seja feito comparações, tendo como base parâmetros de rendimento como a força de tração, patinamento, consumo de combustível, entre outros (RUSSINI, 2012). Este, afirma ainda, que seguindo procedimentos pré-estabelecidos de ensaios, os experimentos de pista com tratores agrícolas, têm por objetivo gerar relatórios com resultados, o que torna possível comparar seu desempenho, independente do lugar onde foram feitos os testes. As normas específicas para os ensaios com tratores instrumentados com equipamentos eletrônicos, ainda não existem, porém os ensaios devem ser realizados dentro de padrões, nos quais os dados expressem confiabilidade e representam condições reais dos parâmetros avaliados (RUSSINI, 2012). O objetivo do ensaio de um determinado modelo de trator é controlar e comparar valores que assumem os parâmetros representativos de seu desempenho, estes devem estar perfeitamente definidos, assim como as condições instrumentais para sua mensuração. Em suma, nas subáreas do ensaio de máquinas agrícolas não existe lugar para generalizações, sejam elas, metodológicas ou operacionais (MIALHE, 1996). De acordo com Fiorese (2011), com alguns dados fornecidos pelos fabricantes de tratores, ou medidos nos ensaios, tais como: potência e torque, rotação do motor, além de outros valores de ordem ponderal e física, como diâmetro das rodas motrizes; permite-se calcular algumas variáveis vinculadas à movimentação e atuação da máquina, tais como a velocidade teórica de deslocamento, força de tração, consumo, torque nas rodas motrizes entre outros. Mialhe (1996), afirma também que a partir da realização do ensaio na barra de tração, podem-se obter parâmetros quantitativos relativos à força de tração, velocidade, consumo específico, patinagem, potência disponível na barra de tração, coeficiente de tração e rendimento na barra de tração. Filho et al. (2010), avaliaram a capacidade de um trator em desenvolver força de tração ao tracionar 25 kN em quatro velocidades de deslocamento, em três condições distintas 7 de solo. Yanai e Silveira (1999), com base em dados levantados em ensaios de tratores, em pista de concreto, analisaram o desempenho de cinco tratores agrícolas com tração dianteira auxiliar. Quando compararam estes dados com a versão de tração simples, concluíram que o uso da tração dianteira causou um aumento de 33,3%, em média na força de tração e, de 13,9% no consumo horário. Já, Masiero et al. (2011), com o objetivo de determinarem o rendimento enérgico na barra de tração de diversos tratores agrícolas, em situações específicas de pista, utilizaram uma unidade móvel para simular cargas dinâmicas no trator ensaiado. Nos ensaios em pista, os números de força de tração foram gerados a partir de uma célula de carga, e os de combustível por meio de um medidor de fluxo de combustível eletrônico. Monteiro et al. (2013), afirmam que, uma das maneiras de se obter informações, principalmente no que diz respeito ao seu desempenho de tração, o rendimento na barra de tração é freqüentemente o mais usado para comparar ou avaliar tratores. Eles avaliaram o rendimento de um trator agrícola com diferentes relações de peso/potência, sob diferentes regimes de cargas aplicadas na barra de tração. Almeida et al. (2010), avaliaram o desempenho energético de um conjunto trator semeadora de precisão, sob diferentes marchas e rotações do motor. Eles utilizaram a 6a marcha com 1500 rpm, a 5a com 1900 rpm, a 4a com 2200 rpm e a 5a novamente a 1500 rpm. Concluíram que o escalonamento das marchas influenciou a velocidade de deslocamento, e o desempenho (potência exigida) foi influenciado pela rotação do motor com conseqüente incremento do consumo específico de combustível. 2.4. Eficiência energética de motores em tratores agrícolas De acordo com Sodré (2008), a eficiência dos motores de combustão interna depende diretamente do aproveitamento dos fenômenos inerciais e transientes que ocorrem no sistema de admissão e exaustão do motor. Afirma ainda que estes sistemas possuem dimensionamento e configurações geométricas diferenciadas, com a finalidade de atender os objetivos do projeto, tais como a curva de potência, curva de torque e curva do consumo específico de combustível desejado. Monteiro et al. (2013), compararam o desempenho energético de um trator em função da variação do lastro sólido. Para a realização do experimento utilizaram uma Unidade Móvel de Ensaio (carro dinamométrico de tração) na barra de tração, estando equipado com sensores de rotação nas rodas motrizes, fluxômetro para avaliação do consumo horário de combustível, célula de carga de 100 kN para determinação da força de tração e um sistema de aquisição e 8 armazenamento de dados. Eles analisaram dados de consumo específico em função das subseqüentes relações entre o peso e a potência do trator. Os resultados mostraram que não houve diferença de consumo específico de combustível entre condições de lastragem. Cunha et al. (2012), avaliando o desempenho energético, com diferentes proporções de diesel e biodiesel, em um trator e grade aradora na operação de preparo periódico de solo, verificaram que a força de tração e a potência na barra de tração reduziram quando aumentou a concentração de biodiesel e profundidade de trabalho, e que houve uma diminuição do consumo específico com o aumento da profundidade de trabalho, ou seja com o aumento da carga. Avaliação com resultados semelhantes foi encontrado por Lacerda (2012). Serrano (2007), avaliou o desempenho energético de tratores agrícolas e implementos em trabalho, e observou que o consumo específico é um parâmetro previsível e pouco variável em determinadas condições de trabalho, tal como em regime semelhante de funcionamento do motor, com um nível de utilização da potência acima dos 60%. Sendo que em operações de mobilização do solo, podem ser esperados valores para o consumo específico do motor em torno de 265 gkWh-1 em um regime de aproximadamente 80% do regime nominal, que funcione em condições que não exigem toda a potência do trator procurando otimizar o consumo de combustível. E, cerca de 300 gkWh-1 em regime nominal, utilizado em operações que exigem muita potência com uma menor eficácia em termos de consumo de combustível. Russini (2012), avaliando o desempenho energético de tratores em campo, explica que valores de potências desenvolvidas na barra de tração são baixos em determinados momentos, quando a eficiência na barra de tração diminui. Explica ainda que este comportamento pode refletir no consumo específico de combustível, uma vez que o valor mássico de combustível nesta grandeza é que determina o consumo. Rodrigues et al. (2011), ao avaliarem a demanda energética em um trator na implantação da cultura do sorgo forrageiro, após determinarem os parâmetros de velocidade média, força média na barra de tração e potência média na barra de tração, capacidade teórica de campo e consumo de combustível, concluiu que o consumo horário de combustível não foi influenciado pelos sistemas de manejo e foi inversamente proporcional ao aumento da velocidade de trabalho. A variação da velocidade na operação de semeadura não proporcionou acréscimo nos valores da força de tração média na barra do conjunto trator-semeadoraadubadora. 2.5. Força de tração e potência na barra de tração 9 O desempenho na barra de tração de um trator depende da potência do motor, das condições de cargas e pesos sobre os rodados, da altura da posição dos engates da barra e da superfície do solo (ASAE D497.4, 2000). Segundo Soranso (2006), para se caracterizar o desempenho de um motor de combustão interna, utilizam-se as curvas de torque, potência e consumo específico de combustível, tendo como parâmetros a velocidade de giro do motor. E, a maneira mais comum de utilização destes parâmetros em tratores, principalmente a potência e o consumo do motor, é por meio da barra de tração devido a sua versatilidade. Com os resultados obtidos destas grandezas permitem traçar as curvas de torque e potência do motor ensaiado. De acordo com Marquez (1980), a força tratora transmitido aos rodados é conduzida por meio do sistema de transmissão (caixa de marcha, diferencial e conjunto de reduções finais). Assim, em um ensaio de pista o produto entre esforço na barra de tração e velocidade de deslocamento do trator, obtém se a potência motora de tração. Existem diferenças entre o desempenho de tração e o desempenho do trator. O desempenho do trator é proporcional ao desempenho dos mecanismos de tração, mas não igual a ele; portanto, para se obter o desempenho de tração é necessário conhecer a potência disponível no dispositivo de tração, (MONTEIRO, et al. 2013). Segundo Schlosser (1996), a tração é a força que um trator desenvolve ao tracionar uma carga (implemento), e o ponto do trator utilizado para pôr à disposição do implemento a potência motriz é a barra de tração. Afirma ainda que este acoplamento é único, e o sentido desta força é em linha horizontal na direção do trator, ou paralela quando o implemento estiver sobre o nível do solo, assim estas forças formam componentes que influenciam de diversas maneiras a transferência de peso que se traduz no trator. De acordo com Mialhe (1980), a tração é definida como uma força de propulsão proveniente dos rodados interagindo diretamente com um ponto de ligação a ser tracionado, e que o sistema de tração dos tratores tem como finalidade converter a força rotativa dos rodados em forças lineares aos implementos. Afirma também que, a força de tração deverá ser suficiente para vencer a resistência oferecida à movimentação do próprio trator, bem como deslocar a carga imposta à barra de tração de acordo coma as velocidades impostas ao trabalho. Este mesmo autor acrescenta que uma vez determinada a força tratora, por meio da barra de tração, torna-se necessário obter a eficiência na aplicação desta carga de arraste, ou seja, analisar, os parâmetros de força medidos na barra de tração com o tempo. Para tanto, lançamos mão da grandeza potência. 10 Segundo Marquez (1980), a potência pode ser definida como a capacidade de realizar um trabalho em uma unidade de tempo, em outras palavras, uma mesma força pode ser capaz de realizar trabalho mais rapidamente ou mais vagarosamente, sendo que no primeiro caso haverá uma maior potência que no segundo. Essa força tem que ser realizada a certa velocidade e adequada ao trabalho que deseja executar. A determinação da potência de tração pode ser realizada por meio da medição de esforço de tração, através de instrumentos eletrônicos de aquisição de dados em tempo real dos esforços de tração, patinamento, velocidade de avanço, etc. (MARQUEZ, 1980). Monteiro et al. (2013), utilizaram parâmetros de potência na barra de tração para avaliarem seu rendimento na barra de tração em um trator agrícola, levando em conta as diferentes relações entre o peso/potência sob diferentes regimes de carga aplicados na barra de tração, verificaram que a relação de peso e potência de 50 e 55 NkW-1, para as cargas aplicadas na barra de tração de 25 a 30 kN e 35 a 40 kN, apresentaram diferença expressiva entre as médias, sendo que o maior rendimento da barra de tração foi obtido para a carga de 25 a 30 kN. De acordo com Mialhe (1996), para um trator tracionar seu implemento agrícola, necessita de uma força para quebrar a resistência imposta pelo implemento, além de produzir uma velocidade considerada ideal na realização do trabalho. Sendo que, os ensaios para tratores de pneus são realizados em pistas de concreto e os ensaios para tratores de esteira são realizados em pista de terra batida,também se utilizam comboio para levantamento de características do motor, servindo como freio para determinação das resistências aos rolamentos. Conforme este mesmo autor pode ser utilizado um comboio (um ou mais tratores engastado na barra de tração do trator ensaiado) para levantamento das características do trator, servindo como freio e também para determinação da resistência ao rolamento. Desse modo, a partir da realização do ensaio na barra de tração, podem-se obter parâmetros quantitativos relativos à força de tração, velocidade, consumo horário e específico, potência disponível na barra de tração, coeficiente de tração e rendimento na barra de tração. De acordo com Russini (2012), um trator agrícola pode ser comparando por meio de ensaios dinamométricos diretos ou com ensaios em pista. Variando cargas na barra de tração, ele comparou resultados de desempenho de um trator por meio de ensaios dinamométrico convencional e em pistas, verificando por meio da análise de correlação, utilizando os valores obtidos e estimados, demonstrou que houve um elevado coeficiente de correlação entre a 11 potência de tração observada no campo e pista, em relação à potência estimada, (0,99 e 0,98) respectivamente. 2.6. Sistema de alimentação do motor Segundo Mialhe (1980), nos motores diesel, que equipam os tratores agrícolas, o ar é succionado através de um filtro purificador, para o interior dos cilindros, onde em alta compressão dos êmbolos, se inflama com o óleo combustível. E, sob a ação dessas pressões (dos êmbolos) (subida, compressão; e descida, força de trabalho), é que garante à árvore de manivelas a força motriz tratora. De acordo com Varella (2010), o sistema de alimentação dos motores de combustão é responsável pelo suprimento de ar e combustível ao motor, sendo o sistema de alimentação diesel composto por dois circuitos: o circuito de ar e o circuito de combustível. A Figura 1exemplifica o fluxo do ar e do combustível em um sistema de alimentação diesel. FIGURA 1- Fluxo de ar e do combustível em um sistema de alimentação de um motor diesel (VARELLA, 2010) 12 Segundo Heywood (1988), o escoamento do ar a ser admitido para o interior do motor depende do modelo ou desenho dos dutos e coletores de admissão, bem como do sincronismo do motor para abrir as válvulas de admissão, sendo que com um desenho específico do duto, consegue-se a admissão de um determinado vórtice no interior do cilindro. Esta análise, que determina o regime permanente de escoamento de descarga de admissão de ar para o motor, é definida pela capacidade de aspiração de um motor de combustão interna em relação à aspiração sob condições ideais de escoamento (RECH, 2010). Ainda, de acordo com Leontsinis (1988), o processo de combustão em motor se dá em alguns milésimos de segundo, no momento em que o combustível deve se misturar com o ar, vaporizar-se e, em seguida sofre a auto-ignição e queima-se completamente, desse modo, o sistema de condução do volume de ar, determinará o gradiente de admissão deste ar. Logo, qualquer obstrução neste sistema pode causar redução no desempenho do motor de ciclo Diesel, principalmente em condições de tratores em campo. 2.7. Dinâmica dos gases de admissão em motor de combustão interna Segundo Souza (2010), durante o processo de admissão do ar nos motores de combustão interna, percebe-se que o escoamento do ar não é ideal, isso quer dizer que, o volume que é introduzido no interior do cilindro não é totalmente ocupado, em função de sua massa específica e perdas de carga ao longo do sistema de admissão de ar, conseqüentemente, estes valores ínfimos no processo de admissão compromete diretamente o desempenho e a potência do motor. A constituição da quantidade de ar e combustível, no interior do cilindro é fator preponderante para controle e eficiência da combustão interna, e que as características iniciais do escoamento deste ar são determinadas pelo sistema de admissão (CRUZ, 2005). Este alega ainda que em um ciclo termomecânico, em um motor, na ausência da combustão, ou seja, durante o processo de admissão e compressão, o escoamento do fluido (ar) passa por uma série de processos, antes de ser preparado para queima; sendo que estes processos para condicionamento da mistura à queima, abrangem a dosagem de combustível em função da massa de ar admitida, e o escoamento dentro do cilindro em sua compressão. De acordo com Pinheiro e Valle (1995), o ar é fator determinante na eficiência da combustão, controlando volume, temperatura e a entalpia dos produtos da combustão. Afirma ainda que um grande excesso de ar é indesejável porque diminui a temperatura das chamas, 13 reduzindo assim a eficiência térmica, por outro lado se for baixo pode resultar em uma combustão incompleta e aumentar as emissões de monóxido de carbono (CO). Segundo Lourenço (2010), em motor diesel, naturalmente aspirado, aumentar a carga significa aumentar uma quantidade de combustível na mesma proporção de ar a uma rotação constante. E continua afirmando que, quanto maior a quantidade de combustível queimado, mais calor é gerado e pode-se observar um aumento significativo de temperatura no cilindro. Maiores temperaturas produzem energia suficiente para que ocorram os mecanismos de reações químicas, causando assim maiores formações de óxidos de nitrogênio (NOx). De acordo com Sodré (2008), a forma geométrica do coletor de admissão está relacionada com a energia cinemática do fluido a ser escoada para o interior do motor, que graças a isso, possui influência na capacidade de preenchimento dos cilindros (rendimento volumétrico do motor). A energia cinética da massa de ar que entra no cilindro possui uma correspondência com o comprimento e a área da seção transversal do tubo de admissão. Afirma ainda que para velocidades mais baixas de rotação do motor, o conduto que adota um maior comprimento, proporciona um maior grau de enchimento do motor, e para velocidades de rotação mais elevadas estes dutos possuem comprimentos menores, uma vez que o efeito inercial tem maiores intensidades de força. Segundo Heywood (1988), a eficiência dos motores de combustão interna depende diretamente do aproveitamento dos fenômenos inerciais e transientes que ocorrem no sistema de admissão e exaustão do motor. Diz também que, o ar no interior do conduto de admissão possui uma energia cinética, e esse “conteúdo energético”, se oportunamente aproveitado, pode determinar uma maior compressão no interior do cilindro exatamente no momento em que a válvula de admissão se fecha. Desse modo cria-se então uma fonte de sobre-alimentação natural devido à inércia dos gases de admissão, melhorando a eficiência volumétrica. 2.8. Emissão de gases no processo de combustão em motores As emissões de gases de escapamento, oriundos de veículos automotores, são categorizadas em emissões de escapamento e emissões evaporativas. As emissões de escapamento ocorrem quando há o lançamento na atmosfera dos gases provenientes da combustão completa dióxido de carbono (CO2), e incompleta hidrocarbonetos (HC), monóxido de carbono (CO), óxido de nitrogênio (NOx) e material particulado. As emissões evaporativas, constituídas de HC, ocorrem quando há a evaporação de combustível na 14 operação do veículo, nas variações de temperatura, tanto do motor quanto do ambiente e no reabastecimento (HEYWOOD, 1988). De acordo com Ferreira et. al., (2008), a identificação de uma fonte de poluição atmosférica depende, antes de tudo, dos referenciais para definir os agentes poluidores e seus efeitos sobre homens, animais, vegetais ou outros materiais, assim como dos critérios para medir a freqüência da ocorrência dos poluentes e seus efeitos. Diz ainda que muitos estudos sobre emissão, transporte e deposição dos poluentes atmosféricos têm sido feitos buscando-se soluções para o controle e a diminuição da poluição do ar, e que nas últimas décadas, grande parte das pesquisas tem sido voltada para responder questões relacionadas aos efeitos dos poluentes sobre o meio ambiente. O Programa de controle de Poluição causada por veículos automotores estabelece os limites máximos de emissão para motores e veículos novos, bem como as regras e exigências para o licenciamento, fabricação de uma configuração de veículo ou motor, e para a verificação da conformidade da produção nacional de veículos automotores, visando à redução da emissão de poluentes na atmosfera. Segundo SANTOS et al. (2011), a Resolução nº 18, de 1986, que instituiu o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), tem como objetivos principais a redução dos níveis de emissão de poluentes por veículos automotores. Neste sentido, a comunidade acadêmica tem contribuído com a aferição e mensuração dos gases emitidos pós-combustão. Braun et al. (2003), avaliaram os efeitos tóxicos agudos dos gases de exaustão de motores de combustão interna que liberam quantidade suficiente de monóxido de carbono que pode causar a morte por intoxicação, quando funcionando em ambientes fechados ou inalados em grandes quantidades. Este mesmo autor afirma ainda que por esse motivo, a emissão de CO foi uma das primeiras a ser alvo das regulamentações. Além dos efeitos tóxicos agudos, a poluição oriunda dos motores de combustão pode causar, em longo prazo, doenças respiratórias, como o câncer do trato respiratório e a fibrose pulmonar, devido à presença de outros compostos nocivos orgânicos ou inorgânicos, além do CO, afirma ainda. Reis et al. (2013) avaliaram a emissão dos gases O2, CO, CO2, NOx e SO2 emitido pelo escapamento de um grupo gerador de ciclo Diesel, concluíram que, embora houvesse um aumento no consumo, o uso do biodiesel em concentrações maiores reduziu consideravelmente a emissão da maioria dos gases poluentes e se obteve praticamente anulada a emissão de enxofre para concentrações acima de 65% de biodiesel. 15 3. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido nas dependências da Universidade Estadual de Goiás, S/N, Anápolis – GO, coordenadas geográficas de 17º43'19'' latitude Sul e 48º09'35'' longitude Oeste e altitude de 1017 m. Segundo a classificação de köppen, o município de Anápolis- GO apresenta clima Aw, com características climáticas quentes, úmidas a semi-árido. A temperatura média anual do ar é de 25,0°C, e o mês de junho apresenta a menor média de temperatura mínima do ar (20,5°C), enquanto o mês de setembro apresenta a maior média de temperatura máxima do ar (31,4°C). Sendo que no ato dos ensaios a temperatura ambiente era de 32 ºC, e a pressão atmosférica de 89 kPa ( 9075,47 kgf/m²) Os ensaios foram realizados na pista central de acesso a Universidade Estadual de Goiás, pista de concreto (asfalto), sem declividade, com um comprimento total de 150 m, sendo utilizados 100 m para o ensaio. 3.1. Caracterização das máquinas 3.1.1. Trator ensaiado Para a realização dos ensaios foi utilizado um trator agrícola da marca New Holland modelo TT4030, ano 2010, com 430 horas de trabalho, tração dianteira auxiliar, massa total com lastros de 3830 kgf, motor ciclo diesel de quatro cilindros, com aspiração natural de ar, sistema de injeção de combustível com bomba injetora rotativa, sistema de arrefecimento a água, cilindrada total de 3908 cm3 com potência nominal segundo a NBR 1585 de 55,1 kW (75 cv) e rodados equipados com pneus diagonais dianteiros e traseiros, no ato dos ensaios o trator. As garras do pneu estavam acima de 60% do tamanho original com pressão de inflagem de 115,7 kPa. A temperatura de trabalho do motor (sistema de arrefecimento) foi de 82 ºC, e a do óleo do motor (sistema de lubrificação), 65 ºC, sendo esta medida por um termopar instalado nos filtros de óleo. 3.1.2. Trator utilizado como cargas de reboque 16 Para converter a força rotativa motriz dos rodados em força linear de arraste na barra de tração, foi utilizado um trator New Holland modelo TM7010– 141 cv (104 kW) atrelado por meio de um cabo de aço de 19 mm como reboque, com distância entre três e quatro vezes a distancia entre eixos do trator ensaiado (MIALHE, 1980) e (RUSSINI, 2012). FIGURA 2- Ensaio na pista de concreto com o trator ensaiado e trator de reboque para simulação da carga. 3.1.3. Velocidade de operação A velocidade de operação, no arraste do reboque, foi calculada a partir da equação descrita por Fernandes et al. (2007), sendo obtida por meio do tempo gasto necessário para o conjunto mecanizado percorrer o percurso útil de cada parcela experimental. A velocidade media do conjunto foi de 4,65 ± 0,24 km h-1. 3.2. Característica da pista de ensaio A pista de ensaio utilizada no trabalho oi à pista central da Universidade Estadual de Goiás. A pista é plana e com declividade próxima de zero na transversal, com 150 metros de comprimento, onde foi utilizado para os ensaios 100 m, recoberta com capa asfáltica. 17 3.3. Combustível utilizado O óleo diesel utilizado para a realização do ensaio foi obtido na rede de abastecimento local, sendo classificado pela agência nacional de petróleo (ANP) como diesel automotivo interior ou tipo B com teor de enxofre não diminuído, sendo o mesmo indicado para o uso em motores ciclo diesel em geral. Os dados da Tabela 1 foram retirados da empresa IPIRANGA PRODUTOS PETROLEO SA, que estão em conformidade com a Resolução ANP 65, de 9/12/2011. Os mesmos informam as características analisadas nos boletins de conformidade, emitidos por laboratório contratado pela empresa, e também analisado pela própria distribuidora. TABELA 1 - Propriedades do diesel automotivo tipo B utilizado no motor para a realização dos ensaios Propriedades Valor Aspecto Límp./Isento Cor visual Amarelo a castanho Ponto de fulgor mínimo (ºC) 38,0 -1 Cond. Elétrica mínima (ps. m ) 25,0 Massa específica (Kg.m-3), a 20º C 820,0 a 880,0 3.4. Determinação da força na barra de tração Para as medições da força de tração na barra, foi utilizada uma célula de carga da marca Excel, modelo RS-5000, construída em aço de baixa liga, com tratamento térmico e propriedades mecânicas controladas, apresentando formato em “S”, com temperaturas de utilização entre -5 a 60 ºC e alimentação entre de 6 a 10 Vcc, instalada conforme Figura 3. A capacidade nominal desta célula de carga é de 50 kN, com possibilidade de sobrecarga admissível para atuações esporádicas e eventuais de até 150% da carga nominal. Os valores de força de tração foram obtidos diretamente em Newton (N) e coletados e armazenados pelo sistema de aquisição de dados. As variações de marchas no trator de reboque provocaram trações diferenciadas na célula de carga montada na barra de tração do trator ensaiado, e essa variação de tração foram convertidas em uma diferença de potencial. Os valores de diferença de potencial foram coletados por um datalloger que por sua vez foram convertidos em unidades de força. Para adquirir os valores das respectivas forças de tração na barra pela célula de carga, foi utilizada a Equação de calibração proposta por Cunha, (2011), equação linear y = 190,14 x + 113,78. 18 FIGURA 3- Sistema de acoplamento na barra de tração equipada com mecanismo de proteção para a célula de carga. 3.5. Sistema de aquisição de dados Os dados foram armazenados em um datalogger, modelo CR800 da marca Campbell Scientific INC, com capacidade de monitorar e gravar os dados obtidos em campo, sendo alimentado por uma bateria de 12 volts e 7 Ah. O sistema de leitura, aquisição e armazenamento dos dados podem ser visto na Figura 4. O esquema de montagem compreende a caixa de aquisição de dados (controle e armazenamento dos dados), sensor (célula de carga) e o computador para a conversão e armazenamento dos dados obtidos. A aquisição dos dados foi realizada por meio de um programa desenvolvido pelo software PC 200 W version 4.0, disponibilizado pela empresa Campbell Scientific INC. 19 FIGURA 4 - Esquema de aquisição de dados para determinação da força na barra de tração do trator ensaiado, (DELMOND, 2009). 3.6. Determinação da variação da entrada de ar para o motor Para variar a entrada de ar no processo de combustão foram acomodados na entrada do filtro de ar, quatro tubos com diâmetros internos variados. Estes tubos foram utilizados para restringir a entrada principal de ar no início do filtro, conforme Figura 5. Para tanto, esta variação restritiva foi de 20, 40, 60 e 80%, em relação ao diâmetro original, desse modo foram construído quatro adaptadores que corresponderam às respectivas variações determinadas. O objetivo da instalação destes tubos restritivos foi provocar perdas de carga para que fossem coletados valores diferenciados de vazão de ar. 3.6.1. Determinação da vazão de ar admitido pelo motor Para mensurar a quantidade de ar que foi admitido, um anemômetro portátil, da marca Minipa, de palheta giratória com 100 mm e capacidade para medição entre 0,25 a 5 m.s-1 foi instalado logo após a saída de cada adaptador. Desse modo com os valores de velocidade do ar e volume de cada área se obteve os valores de vazão de ar, conforme Equação 1. Q=VxA (1) 20 Onde: Q - Vazão de ar para o interior do motor, (m3.s-1); v - Velocidade de deslocamento do ar, (m.s-1); e A - Área do adaptador conforme percentual derestrição (m2). FIGURA 5 - Estrutura montada para restrição da entrada de ar (diferentes vazões) e anemômetro utilizado para medir a velocidade do ar. 3.7. Delineamento experimental Para avaliação do desempenho energético e a emissão de gases do motor de ciclo diesel do trator foi utilizado diferentes cargas na barra de tração e vazões de entrada de ar no sistema de alimentação. Para isso montou-se um delineamento inteiramente casualizado no esquema fatorial 5x4, constituído por diferentes cargas na barra de tração do trator (2,7; 7,4; 11,9; 15,5 e 20,5 kN), e diferentes vazões de ar admitido pelo motor (0,077; 0,085; 0,099 e 0,109 m3.s-1), com três repetições. 3.8. Determinação do consumo de combustível Para determinação do consumo de combustível, utilizou-se um medidor de vazão de combustível da fabricante Oval Corporation, modelo FLOWMATE OVAL M-III LSF41L0M2, alimentado por corrente contínua e tensão entre (12~24 V), faixa de temperatura de 21 trabalho entre -20 e 80ºC e vazão permitida de 1 a 100 Lh-1, conforme Figura 6. O princípio de funcionamento consiste em contabilizar a quantidade de volume de combustível por unidade de tempo. Neste caso, o fluxômetro é munido de duas engrenagens ovais que ao completarem uma volta, deslocam 1mlde combustível gerando um pulso elétrico. Um indicador visual, fabricado pela TechMeter denominado LTC, foi instalado sobre o painel de instrumento do trator. Os pulsos gerados pelo fluxômetro eram transmitidos para indicador, e este foi configurado para receber 1 pulso por ml. Desse modo os dados de consumo de combustível foram medidos em valores de unidades em mililitros. A) B) FIGURA 6 - Conjunto para avaliar o consumo de combustível; A) Medidor instalado no sistema de alimentação, B) Indicador do consumo de combustível colocado sobre o painel do trator 3.9. Determinação do desempenho do trator 3.9.1. Potencia disponível na barra de tração A potência na barra de tração foi determinada conforme Monteiro et al., (2013) e Maziero et al. (2006), utilizando a Equação 2, em função da força de tração e da velocidade de deslocamento do trator. Desse modo, a potência na barra de tração foi calculada, de acordo com a Equação 2: Pb = (2) 22 Onde: Pb – Potência na barra, (kW); Fm – Força de tração média, (kN); e V – Velocidade de deslocamento (km.h-1). 3.9.2. Consumo horário de combustível Os pulsos elétricos gerados pelo fluxômetro foram convertidos em volume, considerando a vazão de 1 ml (pulso-1) e o tempo gasto na parcela. O cálculo do consumo horário de combustível foi feito de acordo com a Equação 3: (3) Ch = Onde: Ch - consumo horário, (L.h-1); Np - número de pulsos do medidor de combustível, (ml); e t - tempo de percurso da parcela, (s). 3.9.3. Consumo específico de combustível O consumo específico de combustível foi determinado conforme Equação 4: Ce = Onde: Ce- Consumo específico de combustível, (gkWh-1); Ch- Consumo horário, (L.h-1); Pb- potência média na barra de tração, (kW); e - densidade do combustível, (gL-1). x (4) 23 3.9.4. Rendimento na barra de tração O cálculo do rendimento na barra de tração foi de acordo a Equação 5: Rbt = x 100 (5) Onde: Rtb - Rendimento na barra de tração, (%); Pb - Potência na barra de tração, (kW); e Pm - Potência no motor (de acordo com dados do fabricante), (kW). 3.9.5. Patinagem da roda motriz do trator A patinagem das rodas motrizes do trator foi determinada comparando o número de voltas do trator sem carga com o número de voltas do trator com carga, durante o percurso de 100 m da pista de ensaio. Ao passar pelo ponto inicial foi feita uma marcação na roda e acompanhada, contando o número de voltas completas realizada pelo pneu, até o fim da parcela onde foi feita outra marcação e medida a distâncias entre as marcações acompanhando o perímetro do pneu. 3.10. Determinação das emissões de gases de combustão pelo motor Para a realização do experimento foi utilizado um monitor ambiental de combustão e de emissão de gases da marca KANE, modelo 940 portátil, acoplado ao sistema de exaustão do trator, Figura 6. O equipamento permitiu a aquisição dos dados de temperatura dos gases de exaustão e análise simultânea de três parâmetros oxigênio (O2), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx). 24 FIGURA 7 - Analisador de gases utilizado para medir a emissão de gases e eficiência de combustão no escapamento. 3.11. Análise estatística Os dados obtidos no experimento foram submetidos à análise de variância aplicandose teste F a 5% de probabilidade. Por se tratarem de dados quantitativos, os mesmos foram avaliados por meio de análise de regressão. Foi utilizado para a realização das análises estatísticas o programa computacional Sisvar e para fazer os gráficos o software Excel. 25 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Desempenho do conjunto mecanizado O resultado da analise de variância para as variáveis relacionadas ao desempenho operacional do trator estão apresentados na Tabela 2. A carga e a vazão de ar quando analisado isoladamente, provocaram efeito significativo nas variáveis descritas, exceto a vazão de ar para a patinagem do trator, que era o esperado. Já a interação entre a carga na barra de tração e a vazão da entrada de ar no sistema de alimentação do motor apresentou interação significativa para consumo horário (CH), consumo específico (CE) e rendimento na barra de tração (RBT), com isso foi feito o desdobramento da interação para estes fatores. TABELA 2 - Resumo do quadro da análise de variância das variáveis, consumo horário (CH), consumo específico (CE), patinagem dos rodados do trator (PT) e rendimento na barra de tração (RTB) FV GL Quadrado Médio CH CE * PT RBT 242,06 2,71NS 6,09NS - 2753,63* 9,08* 5,98* - 3,66 25,75 2,27 469, 436 6, 969 26, 697 Carga Vazão Carga x Vazão Resíduo 4 3 12 40 78,99 2,59* 1,16* - 597248,09 3545,01* 1207,79* - CV - 2,71 Média - 6, 687 * * * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. CV: Coeficiente de variação da parcela (%). 4.1.1. Consumo horário de combustível Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de entrada de ar no consumo horário de combustível, como apresentado na Tabela 2. A Figura 8 mostra o comportamento do consumo horário da vazão de ar para as diferentes cargas. Observa-se que, de acordo com as equações, há tendência de aumento do consumo horário à medida que as cargas atuam com menores valores de admissão de ar. A carga de 20,5 kN, na vazão de 0,085 m³.s-1 consumiu 11,29 Lh-1, esta mesma carga, na vazão de 0,110 m³.s-1, consumiu 8,98 Lh-1, logo uma diferença de 20,46% a mais no 26 consumo quando a vazão de ar foi menor. Já para a carga de 15,5 kN, nas respectivas vazões acima, o consumo foi de 7,07 e 8,07 Lh-1, com 12,4 % a mais no consumo na menor vazão de ar. Portando, quando o trator foi tracionado nas maiores cargas 15,5 e 20,5 kN, na vazão de 0,109 m³.h-1 obteve-se o melhor consumo, conforme as equações apresentadas. O maior consumo horário ocorreu quando o trator tracionava a maior carga, 20,5 kN, e o menor quando tracionava a menor, 2,7 kN, resultado que era esperado, pois a demanda de carga é proporcional ao consumo, conforme Yanaie Silveira (1999). 14,00 Consumo Horário L.h-1 12,00 y = 4566x2 - 926,1x + 56,23 R² = 0,949 20,5 kN y = -254,3x2 + 35,75x + 6,836 R² = 0,769 15,5 kN y = -52,58x2 - 9,849x + 7,896 R² = 0,985 11,9 KN y = -600,9x2 + 95,00x + 1,498 R² = 0,666 7,4 kN y = 721,6x2 - 139,1x + 10,40 R² = 0,876 2,7 kN 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 0,00 0,070 0,080 0,090 0,100 0,110 0,120 Vazão de ar (m3 .s-1 ) FIGURA 8 - Consumo horário de combustível em função das diferentes vazões de ar admitido no motor nas cargas solicitadas na barra de tração. O comportamento do consumo horário de combustível em função das cargas aplicadas pela barra de tração para as diferentes vazões de ar pode ser visto na Figura 9. Nota-se que todas as vazões mantiveram um comportamento bastante conservador. As linhas de tendência apontam para o aumento do consumo horário de acordo com as intensidades das cargas, ou seja, conforme aumenta as cargas também aumenta o consumo horário, resultado que era esperado. Conforme as equações geradas, considerando a carga de 10 kN, e a vazão de ar 0,077 m³.s-1, houve um consumo de 5,84 Lh-1. Analisando esta mesma carga para uma vazão de 0,109 m³.s-1 o consumo foi de 3,79 Lh-1, proporcionando uma diferença de 35% no consumo da mesma carga em vazões de entrada de ar diferentes. 27 14,00 y = 0,000x + 2,101 R² = 0,937 Consumo Horário (L.h -1 ) 12,00 0,109 m³.s-1 10,00 8,00 6,00 y = 0,000x + 2,716 R² = 0,992 0,099 m³.s-1 y = 0,000x + 2,579 R² = 0,992 0,085 m³.s-1 y = 0,000x + 2,617 R² = 0,987 0,077 m³.s-1 4,00 2,00 0,00 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 9 - Consumo horário de combustível em função das diferentes cargas na barra de tração nas vazões de ar admitido pelo motor. 4.1.2. Consumo específico de combustível Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor no consumo específico de combustível, como apresentado na Tabela 2. A Figura 10 apresenta o comportamento do consumo específico de combustível da vazão de ar dentro da carga. Considerando a carga de 15,5 kN, na vazão de 0,110 m³.s-1, o consumo específico foi de 327,3 gkWh-1, e esta mesma carga com uma vazão de 0,077 m³.s-1 proporcionou 352,2 gkWh-1 de consumo específico, conforme os modelos apresentados para estas cargas. Desse modo, se observou 7,1% a mais no consumo específico quando trator tracionava na carga de 15,5 kN, na menor vazão de entrada de ar no sistema de alimentação do motor. De maneira análoga, para a carga de 20,5 kN, o consumo foi de 326,8 gkWh-1, para vazão de ar de 0,110 m³.s-1, e 373,9 gkWh-1 para a vazão de 0,077m³s-1, o que corresponde a 12,6 % a mais no consumo específico quando o trator arrastava a carga de 20,5 kN na menor vazão de ar no sistema de alimentação. Comportamento esse já justificado pelo consumo horário. 28 Percebe-se também no comportamento da Figura 10 que, os melhores desempenhos ocorreram com os valores de 20,5 kN, 15 kN e 11,9 kN de força de tração do trator, e o pior para a menor carga, 2,7 kN. As cargas 11,9 kN, 15 kN e 20,5 kN, são as que representariam os melhores desempenhos nas condições de trabalho em campo, devido ao menor custo demandado por kW h-1, ficando perto dos valores sugeridos por Serrano (2007). Consumo específico kgWh -1 1000 900 y = 82085x2 - 16697x + 1181 R² = 0,992 11,9 KN y = 45576x2 - 9232,x + 797,5 R² = 0,902 15,5 kN y = 48473x2 - 9505,x + 821,5 R² = 0,988 11,9 KN y = 63178x2 - 11930x + 980,4 R² = 0,706 7,4 kN y = 11241x2 - 23896x + 2099 R² = 0,725 2,7 kN 800 700 600 500 400 300 200 100 0 0,070 0,080 0,090 Vazão de ar 0,100 0,110 0,120 (m3 .s-1 ) FIGURA 10 - Consumo específico de combustível em função das diferentes vazões de ar admitido no motor nas cargas solicitadas na barra de tração. A Figura 11 apresenta o comportamento do consumo específico para as diferentes cargas na barra de tração nas vazões de ar admitido pelo motor. Nota-se no comportamento do gráfico que, os melhores desempenhos ocorreram com os valores das maiores cargas, e que o consumo específico aumentou, para todas as vazões, à medida que diminuiu as cargas, comportamento já justificado anteriormente. De acordo com as equações dadas se observa que, para as vazões de 0,077 e 0,109 m³.s-1, na carga de 20,5 kN, o trator consumiu 449,00 e 383,00 gkWh-1, respectivamente, proporcionando 14,7% na diferença de consumo. Ressaltando que a curva, Figura 10, para demais pontos de carga na barra de tração, proporciona maiores valores de consumo nos menores valores de vazão, argumento que pode ser comprovado pelas equações geradas. A justificativa para este comportamento está no processo de admissão de ar, pois o volume de ar não foi suficiente para preencher os cilindros quando as menores vazões eram 29 consideradas nas parcelas em campo, assim a formação da mistura ar e combustível foi comprometida no processo de combustão, comportamento que concorda com Souza (2010) e Cruz (2005). 1000 y = 3E-06x2 - 0,094x + 1063 R² = 0,982 0,109 m³.s-1 y = 3E-06x2 - 0,102x + 1084 R² = 0,933 0,099 m³.s-1 y = 3E-06x2 - 0,094x + 1063 R² = 0,982 0,085 m³.s-1 y = 4E-06x2 - 0,117x + 1189 R² = 0,922 0,077 m³.s-1 900 Consumo específico (kgW.h -1 ) 800 700 600 500 400 300 200 100 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 11 - Consumo específico de combustível em função das diferentes cargas na barra de tração nas vazões de ar admitido pelo motor. 4.1.3. Patinagem nos rodados do trator O aumento da demanda de carga, provocado pelo trator reboque, apresentou efeito significativo na patinagem do trator, de acordo com a Tabela 2. A Figura 12 mostra os valores da patinagem para as diferentes cargas aplicadas na barra de tração, onde se pode observar que o aumento da carga promoveu acréscimo nos valores de patinagem nos rodados de forma linear. A equação apresentada para estimar os valores de patinagem foi significativa a 5% de probabilidade pelo teste t. Os valores recomendados pela ASAE EP 496.2 (1999) indicam que para a obtenção da máxima eficiência de tração, a patinagem deve estar compreendida na faixa de 4 a 8 % para superfície de concreto, desse modo as cargas entre 2,7e 7,4 kN proporcionam menores valores de patinagem, proporcionando melhor eficiência de tração. Já os valores maiores de cargas apresentaram valores de patinagem acima dos valores recomendados pela ASAE para pista de concreto (Asfalto). 30 FIGURA 12 - Patinagem do rodado do trator em função da carga na barra de tração 4.1.4. Rendimento da potencia na barra de tração Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor no rendimento da potência na barra de tração, como apresentado na Tabela 2. A potência que chega à barra de tração é apenas parte da potência produzida pelo motor, sendo que uma parte bastante expressiva, da potência motriz é dissipada na barra de tração. Pode-se observar, na Figura 13, que a vazão de ar admitido pelo motor interferiu pouco no desempenho da barra de tração. Verifica-se que o menor rendimento na barra de tração ocorreu na menor carga 2,7 kN, e o maior na maior carga, 20,5 kN, mostrando que houve melhor aproveitamento da potência disponível na barra para as maiores cargas, já para as diferentes vazões de ar a alteração no rendimento dentro das cargas apresentou-se praticamente constante, argumento que concorda com Almeida (2010). 31 Rendimento na Barra de tração (%) 60 50 40 30 20 y = 8148x2 - 1693x + 131,6 R² = 0,862 20,5 kN y = -3204x2 + 631,7x + 4,710 R² = 0,486 15,5 kN y = -4033x2 + 704,1x - 2,311 R² = 0,931 11,9 KN y = 917,3x2 - 207x + 28,97 R² = 0,448 7,4 kN y = 550,3x2 - 88,64x + 10,22 R² = 0,699 2,7 kN 10 0 0,070 0,080 0,090 0,100 0,110 0,120 Vazão de ar (m3 .s-1 ) FIGURA 13 - Rendimento na barra de tração em função das diferentes vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas na barra de tração. O rendimento na barra de tração para as diferentes cargas nas vazões de ar admitido pelo motor está apresentado na Figura 14, observa-se nesta que, características semelhantes para as diferentes quantidades de ar admitido, apresentando menores rendimentos para as menores cargas, e maiores rendimentos para as maiores cargas, ou seja, para todas as vazões o desempenho na barra de tração foi proporcional ao aumento da carga. As equações dadas determinaram valores bastante discretos no comportamento das cargas dentro das vazões. Para carga de 15 kN, comparando as vazões de 0,077 e 0,109 m³.s-1, se observou 5,1% a mais de desempenho da barra de tração quando o a vazão era de 0,109 m³.s-1. Quando a carga foi de 20 kN se obteve 3,9% a mais de rendimento para esta mesma vazão. Esta diferença foi devido à interferência de admissão de ar no processo de combustão, pois a obstrução provocada no sistema de admissão de ar proporcionou a queda do rendimento no motor quando se trabalhou com menos ar, concordando com Leontsinis (1988). O melhor valor de desempenho na barra ficou para a carga de 20 kN, valores máximos considerados na barra de tração do trator ensaiado, que se aproxima dos valores considerados por Monteiro et al., (2013). Ressalta-se que em um motor de ciclo diesel, quando se aumenta a carga, o sistema de injeção de diesel, através da bomba injetora, aumenta a injeção de 32 combustível, tornando a mistura mais energética, conferindo mais potência efetiva no ato da combustão, conforme a proporção de ar admitido. Desempenhos semelhantes foram encontrados por Lourenço (2010). Rendimento na barra de tração (%) 60 y = 0,002x + 1,772 R² = 0,997 0,109 m³.s-1 y = 0,002x + 1,617 R² = 0,995 0,099 m³.s-1 y = 0,002x + 1,393 R² = 0,998 0,085 m³.s-1 y = 0,002x + 0,158 R² = 0,992 0,077 m³.s-1 50 40 30 20 10 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 14 - Rendimento na barra de tração em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. 4.2. Emissões de gases de combustão pelo motor O resultado da analise de variância para as variáveis relacionadas à emissão de gases de combustão pelo motor do trator estão apresentados na Tabela 3. A carga e a vazão de entrada de ar apresentaram efeito significativo de forma isolada e na interação entre as duas variáveis. Assim, foi feito o desdobramento da interação entre os fatores. 33 TABELA 3 - Resumo do quadro de análise de variância das variáveis temperatura (TEMP), oxigênio (O2), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NOx) Quadrado Médio FV GL TEMP O2 CO NOX Carga 4 89865,35* 142,17* 59529,67* 354,57* Vazão 3 9380,36* 24,38* 7445,95* 23,50* Carga x Vazão 12 829,11* 1,60* 19055,99* 1551,84* Resíduo 40 CV(%) 5,89 3,63 8,81 52,54 Média 283.83 12,42 302,87 37,58 * Significativo a 5% de probabilidade pelo teste de F. CV: Coeficiente de variação da parcela (%). 4.2.1. Temperatura dos gases de emissão Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor na temperatura dos gases emitidos pelo escapamento, como apresentado na Tabela 3. A Figura 15 apresenta o comportamento da temperatura de emissão dos gases para as diferentes vazões de ar nas cargas aplicadas pela barra de tração. Verifica-se que na carga de 20 kN obteve a maior temperatura de saída dos gases, para valores de vazão próximo a 0,075 m3.s-1. Este comportamento está relacionado à formação da mistura ar e combustível, pois as cargas mais intensas demandaram um aporte energético mais efetivo (conforme demonstrados pelos gráficos de consumo), assim, o calor liberado pela combustão, foi mais intenso devido ao maior consumo de diesel nas solicitações de carga mais intensas. Desse modo a justificativa mais aceitável para os maiores valores de temperatura está na formação de um mistura mais rica, graças à diminuição da vazão de ar, concordando com Pinheiro e Valle (1995). 34 y = 20355x2 - 40805x + 2407 R² = 0,957 Temperatura dos gases de descarga ( o C) 600 20,5 kN 500 y = 41772x2 - 6196x + 535,9 R² = 0,810 400 300 200 15,5 kN y = 41548x2 - 6887x + 550,8 R² = 0,860 11,9 KN y = 93922x2 - 15843x + 872,6 R² = 0,971 7,4 kN y = 42318x2 - 7139x + 477,8 R² = 0,973 2,7 kN 100 0 0,070 0,080 0,090 0,100 0,110 0,120 Vazão de ar (m3 .s-1 ) FIGURA 15 - Temperatura dos gases de emissão em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. A Figura 16 apresenta a temperatura dos gases, contra os fatores cargas dentro das vazões de ar. Pode-se observar um comportamento bastante conservador da evolução das linhas de tendência das vazões na variável resposta temperatura. Esta correlação positiva pode ser justificada devido ao volume de ar admitido pelo motor, ser insuficiente para atuar como componente arrefecedor na combustão, proporcionando assim a formação de um material mais energético, considerando neste caso, mais uma vez, a formação de uma mistura rica, concordando também com Pinheiro e Valle (1995). 35 600 y = 0,011x + 136,5 R² = 0,982 0,109 m³.s-1 y = 0,011x + 135,7 R² = 0,978 0,099 m³.s-1 y = 0,012x + 140,2 R² = 0,987 0,085 m³.s-1 Temperatura (0 C) 500 400 300 200 y = 0,014x + 147,1 R² = 0,946 100 0,077 m³.s-1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 16 - Temperatura dos gases de emissão em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. 4.2.2. Emissão de Oxigênio (O2) Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor na emissão de oxigênio, como apresentado na Tabela 3. A Figura 17 apresenta as equações mostrando o comportamento da emissão de oxigênio nas diferentes vazões de ar para cada carga aplicada pela barra de tração. A carga de 20 kN apresentou a menor emissão de oxigênio, 5,36%; e a carga de 2,7 kN a maior emissão, 17,1%; de acordo com as equações geradas. Os comportamentos das linhas de tendência, bem como as equações, apontam para um acréscimo da emissão de oxigênio à medida que os valores da vazão de ar aumentaram, resultado que era esperado. A justificativa para esta variação foi causada pelas restrições provocadas na entrada de ar, pois o regime de escoamento de admissão de ar foi interrompido, diminuindo a capacidade de aspiração do motor, argumento que concorda com Rech (2010) e Cruz (2005). 36 18 y = 34,25x + 13,32 R² = 0,742 20,5 kN y = 63,64x + 8,830 R² = 0,887 15,5 kN y = 67,42x + 6,291 R² = 0,903 11,9 KN y = 87,70x + 2,565 R² = 0,782 7,4 kN y = 149,7x - 6,175 R² = 0,766 2,7 kN 16 Emissão de O2 (%) 14 12 10 8 6 4 2 0 0,070 0,080 0,090 0,100 Vazão de ar 0,110 0,120 (m3 .s-1 ) FIGURA 17 - Emissão de O2 em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. A variável resposta emissão de oxigênio, nos fatores cargas dentro das vazões de ar estão apresentados na Figura18. Houve, de acordo com o gráfico, uma tendência de correlação negativa para o comportamento das cargas dentro das vazões, ou seja, à medida que a carga na barra de tração diminui, aumenta-se a emissão de oxigênio. A emissão de oxigênio depende diretamente da reação de oxidação entre a quantidade de oxigênio (contido no ar) e o carbono disponível naquela quantidade de combustível, assim, a rotação do motor é quem determina o fluxo de ar comburente para o processo de queima, e, a bomba injetora, também na dependência da rotação, tem a responsabilidade de dosar o quantitativo de combustível suficiente para uma formação de uma mistura que seja ideal. Portanto é aceitável afirmar, para este comportamento, que a rotação do motor influenciou na admissão do ar e no débito de combustível, concordando com Almeida et al., (2010). 37 20 18 y = -0,000x + 18,37 R² = 0,990 0,109 m³.s-1 y = -0,000x + 18,29 R² = 0,998 0,099 m³.s-1 y = -0,000x + 18,04 R² = 0,994 0,085 m³.s-1 Emissão de O2 (%) 16 14 12 10 8 6 4 y = -0,000x + 18,01 R² = 0,977 2 0,077 m³.s-1 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 18 - Emissão de O2 em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. 4.2.3. Emissão de monóxido de carbono Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor na emissão de monóxido, como apresentado na Tabela 3. A Figura 19 apresenta o comportamento da emissão de monóxido de carbono, da vazão de ar dentro da carga. Houve uma diferença de 60% na emissão de CO, quando se comparou as cargas de 2,7 kN, na vazão de 0,077 m³.s-1 com a carga de 20kN, na vazão de 0,109 m³.s-1 de acordo com as equações geradas. Nota-se que, conforme as linhas de tendência, quando as cargas atuaram com menores valores de vazão de ar, aumentaram os níveis de emissão de monóxido de carbono. A justificativa para este comportamento foi que o motor trabalhou com ar insuficiente no processo de combustão, pôde ter havido deficiência na combustão, ocorrendo combustões incompletas, contribuindo assim com o aumento nas emissões monóxido de carbono, concordando com Heywood (1988). 38 700 y = -2197x + 451,3 R² = 0,902 20,5 kN y = -3320x + 567,2 R² = 0,5 15,5 kN y = -418,7x + 301,8 R² = 0,410 11,9 KN 200 y = -4164x + 712,3 R² = 0,687 7,4 kN 100 y = -8351x + 1183 R² = 0,762 2,7 kN Emissão de CO (ppm) 600 500 400 300 0 0,070 0,080 0,090 0,100 0,110 0,120 Vazão de ar (m3 .s-1 ) FIGURA 19 - Emissão de CO em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. A Figura 20 apresenta a performance da emissão de monóxido de carbono em função da carga de ar para as diferentes vazões de ar. Observa-se que a vazão de ar interferiu na emissão de monóxido de carbono, onde houve tendência de redução na emissão com o aumento das cargas solicitadas na barra de tração. Nota-se que, de acordo com as linhas de tendência e as equações geradas, houve maior concentração na emissão de monóxido de carbono quando o motor apresentou menor solicitação de energia. A justificativa mais provável para este comportamento está na melhora da eficiência da combustão nas cargas mais intensas, isto se deve a uma maior rotação do motor que foi mais exigido nas maiores cargas. Em um motor diesel, aumentar a carga significa aumentar a quantidade de combustível a ser injetado, melhorando assim a queima do conteúdo energético, de acordo com Lourenço (2010) e Heywwod (2008). 39 FIGURA 20 - Emissão de CO em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. 4.2.4. Emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor na emissão de óxido de nitrogênio, como apresentado na Tabela 3. A Figura 21 apresenta o desempenho da emissão de óxido de nitrogênio em função da vazão de ar nas diferentes cargas. Observa-se que os valores de carga mais intensos promoveram um maior nível de emissão de óxidos de nitrogênio. A justificativa para este comportamento é que a formação deste gás se dá principalmente com motor em carga, e para sua formação, necessita-se de concentrações elevadas de oxigênio em altas temperaturas da câmara de combustão. Portanto, a Figura 17 comprova esta afirmação, pois a tendência das cargas na temperatura é análoga ao comportamento das emissões de monóxido de carbono. 40 70 Emissão de Nox (ppm) 60 50 y = 4093x2 - 974,2x + 107,6 R² = 0,795 20,5 kN y = 16461x2 - 2953x + 170,2 R² = 0,581 15,5 kN y = 11273x2 - 2655x + 191,4 R² = 0,626 11,9 KN 40 30 20 y = -59477x2 + 10971x - 464,1 R² = 0,739 7,4 kN y = 47134x2 - 8672x + 401,7 R² = 0,971 2,7 kN 10 0 0,070 0,080 0,090 0,100 0,110 0,120 Vazão de ar (m³.s-1 ) FIGURA 21 - Emissão de NOx em função das vazões de ar admitido no motor para as diferentes cargas solicitadas na barra de tração. Houve efeito significativo para a interação das diferentes cargas e vazões de ar admitido pelo motor na emissão de óxidos de nitrogênio pelo motor, como apresentado na Tabela 3. A Figura 22 apresenta o comportamento da emissão de oxido de nitrogênio em função da carga para as diferentes vazões de ar. A justificativa para este comportamento, conforme já mencionado anteriormente, se deu devido ao aumento da temperatura nas solicitações de trabalho do motor, concordando com Lourenço (2010) e Heywood (1988). 41 70 Emissão de NOx (ppm) 60 50 40 30 y = 0,002x + 9,662 R² = 0,989 0,109 m³.s-1 y = 0,002x + 14,43 R² = 0,588 0,099 m³.s-1 y = 0,002x + 4,709 R² = 0,818 0,085 m³.s-1 y = 0,002x + 13,95 R² = 0,715 0,077 m³.s-1 20 10 0 0 5000 10000 15000 20000 25000 Carga (N) FIGURA 22 - Emissão de NOx em função das cargas na barra de tração nas diferentes vazões de ar admitido pelo motor. 42 5. CONCLUSÕES Nas condições em que foi desenvolvido este trabalho, pode-se concluir que: A vazão de ar comburente quando admitida pelo motor nos menores valores, 0,077 a 0,085 m³.s-1 aumentou o consumo de combustível, principalmente para as maiores cargas, 20,5 e 15,4 kN. A patinagem foi influenciada apenas pelas cargas, sendo que a maior carga, 20,5 kN proporcionou a maior patinagem. O rendimento na barra de tração foi maior quando o trator foi submetido a carga de 20,5 kN. A temperatura de combustão aumentou com o acréscimo das cargas para as diferentes vazões de ar. Houve redução na emissão de oxigênio (O2) para os maiores valores de cargas aplicados na barra de tração do trator. Já as maiores vazões de ar apresentaram tendência de aumento no percentual de oxigênio. Os menores valores de vazão, 0,077 e 0,085 m³.s-1 contribuíram para o aumento da emissão de monóxido de carbono (CO). Já as maiores cargas influenciaram na redução da emissão do monóxido de carbono. O aumento do NOx, foi influenciado com acréscimo das cargas aplicadas na barra de tração. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R. A. S.; TAVARES, C. A.; SILVA, S. L. Desempenho energético de um conjunto trator-semeadora em função do escalonamento de marchas e rotações do motor. Agrarian, Dourados, v. 3, n. 7, p. 63-70, 2010. ALVES, G. F. 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