INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO NA MORFOLOGIA DE UM COPOLIÉSTER (PETG) Felipe F. C. Tavares1, Amal Elzubair2, Eloisa B. Mano3, João C. Miguez Suarez4* 1 Instituto Militar de Engenharia - [email protected]; 2Instituto Militar de Engenharia - [email protected]; 3Instituto de Macromoléculas Professora Eloísa Mano - [email protected];4*Instituto Militar de Engenharia - Seção de Engenharia Mecânica e de Materiais, Praça General Tibúrcio, 80 / 1º andar - CEP 22290-270 - Praia Vermelha Rio de Janeiro / RJ - [email protected] Influence of annealing temperature in the morphology of a copolyester (PETG) In the present work a commercial plate of poly(ethylene terephthalate) glycol (PETG) was studied before and after annealing in the temperatures of 140oC, 160ºC e 180oC. The modifications produced in the PETG properties due the annealing were evaluated by physical-chemical tests (thermogravimetric analysis, differential scanning calorimetry and X-ray diffraction), hardness test and microscopical analysis. The tests results of the annealed samples showed that the PETG presents crystallization and occurrence of oxidative degradation, which is higher in the surface than in the bulk region. The morphological analyses of the annealed PETG samples by scanning electron microscopy showed the existence of crystalline domains with a typical spherulitic morphology in an amorphous matrix, confirming the occurrence of crystallization in the PETG after heating followed by slow cooling. Introdução Entre os diversos tipos de materiais poliméricos, o poli(tereftalato de etileno) (PET), por ser matéria-prima para a fabricação de embalagens para bebidas gasosas, é, atualmente, um dos polímeros mais utilizados no mundo e, provavelmente, um dos mais conhecido pela humanidade [1]. A tendência atual, na fabricação de garrafas, está direcionada para a utilização de copolímeros de PET em substituição ao homopolímero, por apresentarem menor cristalinidade, superior ductilidade, melhor processabilidade e melhor transparência [2]. Outros copolímeros de PET encontram-se disponíveis comercialmente para serem utilizados em diversas aplicações específicas. Pode-se destacar, dentre estes copolímeros, o poli(tereftalato de etileno-co-tereftalato de 1,4ciclohexano dimetil-ciclohexileno) ou simplesmente, poli(tereftalato de etileno)-glicol, designado, usualmente, como PETG, e que, por não se cristalizar nas condições normais de processamento, apresenta uma maior transparência [1,3]. O poli(tereftalato de etileno)-glicol (PETG) é empregado usualmente na produção de chapas e de embalagens utilizadas em diversos segmentos industriais onde pode ficar exposto a vários tipos de agentes ambientais que podem produzir modificações nas propriedades do copolímero prejudicando o seu desempenho. Assim, o objetivo do presente trabalho, considerando ser importante um melhor conhecimento do comportamento do PETG face sua exposição aos agentes ambientais, foi estudar a influência da exposição ao calor (recozimento), no comportamento mecânico e estrutural do copolímero. Experimental No presente trabalho foi estudada uma amostra de poli(tereftalato de etileno)-glicol (PETG) sob a forma de corpos de prova de seção retangular, com dimensões aproximadas de 30mmx20mmx2mm, que foram obtidos por corte mecânico a frio de uma chapa comercial de PETG marca SPECTAR COPOLYESTER® da Eastman Chemical Company (USA). A Tabela 1 apresenta algumas características da chapa comercial de PETG [4]. Tabela 1 - Valores típicos de características da chapa comercial de PETG tipo SPECTAR COPOLYESTER® com 3mm de espessura [4] Propriedades Resistência a tração [MPa] Módulo de elasticidade em tração [MPa] Módulo de elasticidade em flexão [MPa] Dureza Rockwell R Resistência ao impacto em 23ºC [J/m] Resistência ao impacto em 0ºC [J/m] Resistência ao impacto em -30ºC [J/m] Absorção de água [imersão por 24 horas [%] Norma ASTM D 638 D 638 D 790 D 785 D 256 D 256 D 256 D 570 Valores típicos 26 2200 2100 115 88 66 39 0,2 Os corpos de prova foram divididos em 4 (quatro) grupos, permanecendo um “como recebido (não tratado)”, considerado “como referência”, enquanto que os demais foram recozidos em uma estufa com aeração forçada, marca ERZIINGER Indústria e Comércio Ltda., em 3 (três) diferentes temperaturas (140oC, 160ºC e 180oC), similares às utilizadas em outro trabalho da literatura, por 24 horas [5]. Foram tratados 8 corpos de prova para cada temperatura de recozimento. As amostras foram caracterizadas, antes e após recozimento, por meio de ensaios físicoquímicos, ensaio mecânico e exame microscópico. Caracterização físico-química Os ensaios de análise termogravimétrica (TG), calorimetria diferencial de varredura (DSC) e difração de raios-X (XRD), foram empregados para se investigar as alterações estruturais induzidas, no PETG, pelo recozimento. A análise termogravimétrica (TGA) foi realizada em um equipamento Shimadzu modelo TGA-50H, dispondo de um par termoelétrico de cromel-alumel e de um sistema computadorizado de controle e análise de dados. As amostras, colocadas em cadinhos de platina, foram aquecidas de 30ºC a 700ºC, sob atmosfera de nitrogênio com fluxo de 20ml/min, na velocidade de 10ºC/min. Foram determinadas, antes e após recozimento, a perda percentual de massa e a temperatura de Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros decomposição máxima, pico de máxima intensidade na primeira derivada da curva termogravimétrica (DTG). A calorimetria diferencial de varredura (DSC) foi realizada em um equipamento Shimadzu modelo DSC-60, calibrado com índio, tendo um sistema computadorizado de análise, de acordo com a norma ASTM D3417 [6]. As amostras, colocadas em cadinhos de alumínio e pesando cerca de 10mg, foram submetidas, sob um fluxo de nitrogênio, a um duplo ciclo de aquecimento/resfriamento de 30ºC até 300ºC, na velocidade de 10ºC/min. Foi determinada, para cada condição do PETG, a temperatura de transição vítrea (Tg) de acordo com a norma ASTM D3418 [7]. A análise por difração de raios-X foi realizada, antes e após recozimento, em um difratômetro Rigaku dotado de um goniômetro Miniflex, empregando-se a técnica de espalhamento a altos ângulos (WAXD). O difratograma foi obtido com radiação CuKα (λ = 1,5418Å), 30 kV e 15 mA, em uma varredura contínua 2θ, no intervalo angular de 2º a 50º, com incrementos (steps) de 0,05°. Os difratogramas foram tratados pelo programa “FULLPROF” [8] procurando-se separar o halo amorfo dos “picos” cristalinos, determinando-se desta maneira, para cada condição, a área sob a curva (intensidade integrada) dos “picos” cristalinos e dos halos amorfos. O grau de cristalinidade (Xc), do PETG foi determinado pela fórmula Xc = [Ic / (Ic + Ia)], onde Ic = somatório da intensidade integrada das reflexões cristalinas e Ia = intensidade integrada do halo amorfo. Os difratogramas foram tratados pelo programa “FULLPROF” [8] procurando-se separar o halo amorfo dos “picos” cristalinos, determinando-se desta maneira, para cada condição, a área em baixo da curva (intensidade integrada) dos “picos” cristalinos e dos halos amorfos. O grau de cristalinidade (Xc), do PETG foi determinado pela fórmula Xc = [Ic / (Ic + Ia)], onde Ic = somatório da intensidade integrada dos picos cristalinas e Ia = intensidade integrada do halo amorfo. (ter certeza se o que o equipamento mede é altura (intensidade) ou área dos sinais (pico e halo) Caracterização mecânica Na caracterização mecânica procurou-se, por meio do ensaio de microdureza Knoop, avaliar a influência da temperatura de recozimento no comportamento mecânico do PETG. O ensaio de microdureza Knoop foi realizado, na temperatura ambiente, em um microdurômetro Buehler, modelo Micromet 2003, segundo a norma ASTM E384 [9], utilizando-se carga de 10g. Foram realizadas 5 (cinco) impressões distribuídas uniformemente ao longo das superfícies dos corpos de prova, calculando-se um valor médio de dureza para cada condição. Exame microscópico No exame microscópico, antes e após recozimento, procurou-se estudar a influência do tratamento na morfologia do PETG, procurando-se verificar a formação ou não de regiões Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros cristalinas no copolímero, bem como, o formato e o tamanho dos esferulitos porventura existentes A análise morfológica foi realizada pela observação direta da topografia de superfícies de fratura resultantes da quebra mecânica dos corpos de prova, após sua imersão em nitrogênio líquido por, no mínimo, 30 minutos. As superfícies de fratura das amostras quebradas criogenicamente foram examinadas em um microscópio eletrônico de varredura marca JEOL modelo JSM 5800LV, após ataque químico, por imersão, com o reativo permangânico (mistura 1:2 de uma solução de permanganato de potássio, 0.5% w/v, na solução 3:2 de ácido fosfórico concentrado e ácido sulfúrico concentrado),na temperatura ambiente, por 3 horas e 30 minutos [10,11]. O ataque químico com o reativo permangânico extrai as regiões amorfas preservando as regiões cristalinas revelando, desta maneira, a estrutura morfológica do material pela definição dos domínios amorfos e dos cristalinos. Após o ataque, as amostras foram lavadas em água destilada sob agitação forçada por 30 (trinta) minutos. Antes do exame microscópico as superfícies de fratura das amostras foram recobertas com ouro em câmara de vácuo. Resultados e Discussão Na Figura 1 estão mostrados os resultados obtidos nos ensaios físico-químicos das amostras de PETG, em função da temperatura de recozimento. 450 100 o 7 80 78 76 74 72 70 6 448 98 446 96 444 94 442 5 4 3 2 92 Grau de cristalinidade (%) 82 Perda de massa (%) o Temperatura de degradação máxima ( C) 84 Temperatura de transição vítrea ( C) Temperatura de degradação máxima Perda de massa Temperatura de transição vítrea Grau de cristalinidade 1 440 90 30 40 50 60 70 80 0 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 o Temperatura de recozimento ( C) Figura 1 - Variação de propriedades físico-químicas do PETG com a temperatura de recozimento. O valor correspondente à temperatura de 30oC indica o material “referência” Caracterização físico-química A variação percentual da perda de massa e da temperatura de decomposição máxima do PETG, determinadas na análise termogravimétrica (TGA) antes e após recozimento, estão Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros mostradas na Figura 1. A Figura 2 mostra o aspecto típico das curvas obtidas na TGA de uma amostra de PETG “referência”. Observa-se na Figura 2 que a decomposição térmica do PETG ocorre em um único estágio. Verifica-se, comparativamente ao material “referência”, que as amostras recozidas nas temperaturas de 140oC e 160oC têm, praticamente, a mesma perda de massa e que o recozimento a 180oC produz um leve aumento na perda de massa (Figura 1). Verifica-se, ainda, que as amostras recozidas têm, em relação à de “referência”, uma menor temperatura de decomposição máxima do PETG; tanto menor quanto maior a temperatura de tratamento. A maior perda de massa e a menor temperatura de decomposição máxima indicam que o recozimento reduz a estabilidade térmica do copolímero e sugerem que o aquecimento a 180oC provoca a maior degradação no PETG [12]. TGA DTG 100 0,00 Perda de massa (%) 80 -0,01 60 20 DTG -0,02 40 -0,03 0 100 200 300 400 500 -0,04 700 600 Temperatura (ºC) Figura 2 - Curva TGA de uma amostra do PETG “referência” A variação na temperatura de transição vítrea do PETG, determinada na 2o varredura da calorimetria diferencial de varredura (DSC), está, também, mostrada na Figura 1, em função da temperatura de recozimento. A Figura 3 mostra o aspecto típico das curvas calorimétricas obtidas por DSC, referentes à 1a e à 2a varredura, de uma amostra de PETG “referência”. a 0 1 varredura -1 2 varredura a -2 -3 mW -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 0 50 100 150 200 250 300 Temperatura (ºC) Figura 3 - Curvas calorimétricas por DSC, 1a e 2a varreduras, do PETG “referência” Observa-se que o recozimento não produz modificações significativas no formato das curvas calorimétricas e que a temperatura de transição vítrea (Tg) do PETG varia com a temperatura de recozimento, aumentando para as temperaturas de 140ºC e 160ºC e diminuindo para a de 180ºC. O Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros aumento na Tg do PETG, nas menores temperaturas de recozimento, pode ser atribuído, possivelmente, ao surgimento de regiões cristalinas, pois uma maior cristalinidade eleva o valor da Tg [13]. Todavia, não foi possível identificar possíveis “picos” de fusão e de cristalização. A redução da Tg nas amostras recozidas a 180ºC pode ser atribuída à ocorrência de uma maior degradação, como sugerido na discussão da análise termogravimétrica, e, possivelmente, a um decréscimo na cristalinidade. A Figura 1 mostra, ainda, a variação do grau de cristalinidade do PETG, determinado no ensaio por difração de raios-X (DRX), em função da temperatura de recozimento. Os difratogramas por raios-X referentes ao PETG e tratados com o programa “Fullprof” [8], antes e após recozimento, estão apresentados na Figura 4. 0ºC 140ºC 160ºC 180ºC 3000 2500 Intensidade 2000 1500 1000 500 0 10 20 30 40 50 Dose (kGy) Figura 4 - Superposição dos difratogramas de raios-X para o PETG, tratados pelo programa Fullprof, antes e após recozimento Observa-se que os difratogramas apresentam diferentes formatos, mostrando que o aquecimento produz modificações estruturais no PETG. O difratograma da “referência” mostra dois halos amorfos, indicando que, nesta condição, o PETG está completamente amorfo. Os difratogramas correspondentes às amostras recozidas nas temperaturas de 140ºC e 160ºC mostram a ocorrência de “picos” com, aproximadamente, a mesma intensidade, superpostos ao halo amorfo, indicando o aparecimento de regiões cristalinas após o aquecimento nesta faixa de temperaturas e que, nestas condições, o copolímero, pelo menos, parcialmente cristalino. Verifica-se, ainda, que o difratograma do material recozido à 180ºC tem um aspecto semelhante ao da “referência” com, todavia, a ocorrência de pequenos “picos” cristalinos não muito bem definidos no halo contínuo. Este aspecto do difratograma sugere que a amostra recozida a 180ºC apresenta uma cristalinidade muito baixa, isto é, que o PETG, nesta condição, é predominantemente amorfo, mas com algumas regiões cristalinas. Observa-se, na Figura 1, que o PETG, para todas as condições de tratamento, apresenta um grau de cristalinidade (Xc) muito pequeno confirmando os aspectos destacados na análise dos difratogramas [14,15]. A ocorrência destes baixos valores de cristalinidade apóia a não Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros detecção, no DSC, de picos de fusão cristalina. A menor cristalinidade do PETG recozido à 180ºC pode ser atribuída à maior degradação termo-oxidativa sugerida ocorrer no material conforme discutido nos ensaios TGA e DSC. Caracterização mecânica A média dos valores de microdureza Knoop, obtida a partir dos resultados individuais dos corpos de prova, está apresentada, antes e após recozimento, na Tabela 2. Verifica-se que as amostras de PETG recozidas nas temperaturas de 140ºC e 160ºC apresentam, em relação ao material “referência”, um aumento na microdureza, enquanto que o material recozido a 180ºC mostra uma redução na dureza. O aumento de dureza no PETG tratado nas temperaturas mais baixas pode estar relacionado com o aumento na cristalinidade detectado no ensaio por difração de raios-X, pois quanto maior a cristalinidade do material, maior deverá ser a sua dureza [13]. Tabela 2 - Média dos valores da microdureza Knoop para o PETG, antes e após recozimento Temperatura de recozimento (ºC) Microdureza Knoop (carga de 10g) “Referência” (30) 9,5 140 10,8 160 10,8 180 8,7 A diminuição na dureza do PETG recozido a 180ºC deve ser atribuída à menor cristalinidade deste material resultante da degradação termo-oxidativa observada no material quando aquecido nesta temperatura. Os valores de microdureza estão de acordo com os resultados apresentados nos ensaios físico-químicos. Exame microscópico Na Figura 5 estão mostradas microfotografias típicas, por SEM, da superfície de fratura de uma amostra de PETG recozido a 140ºC. Verifica-se, em pequeno aumento (Figura 5a), que o aspecto topográfico da superfície de fratura da amostra varia ao longo da seção de quebra; as extremidades (regiões 1 e 3) são mais rugosas que a região central (região 2), que se apresenta bastante plana, indicando que a morfologia do material deve estar variando ao longo da superfície de fratura. As observações com maiores aumentos (Figuras 5b, 5c e 5d) permitem reconhecer a existência de domínios amorfos e cristalinos; as regiões cristalinas se encontram rodeadas por depressões irregulares resultantes da extração, pelo ataque químico, do material amorfo. As regiões cristalinas apresentam uma morfologia esferulítica típica, esferulitos com cerca de 5µm de diâmetro e com bordas irregulares. Observa-se que a quantidade de esferulitos depende das condições de processamento e, conforme já indicado pelo aspecto fratográfico em pequeno aumento Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros (Figura 5a), varia ao longo da seção fraturada. A oxidação é um processo controlado por difusão do oxigênio [16], donde a profundidade da degradação é dependente das condições do recozimento (temperatura e tempo de tratamento); a degradação superficial aumenta com a temperatura e o tempo de aquecimento e, para certa condição de processamento, a degradação na superfície será maior do que no interior do material. Assim, observa-se que a quantidade de esferulitos nas regiões 1 e 3 é menor do que na região 2; na região 1, mais próxima à superfície, ocorre uma maior degradação destruindo a sua possível cristalinidade (Figura 5b), enquanto que na região 3, mais profunda, espera-se a ocorrência de poucos cristalitos e, consequentemente, um baixo grau de cristalização (Figura 5d), pois a nucleação de cristais no PETG é difícil devido a sua baixa velocidade de cristalização [17]. A região 2, face as considerações acima, apresenta a melhor distribuição e a maior quantidade de esferulitos, conforme mostrado na Figura 5c. (a) (b) (c) (d) Figura 5 - Microfotografias, por SEM, das superfícies de fratura da amostra de PETG recozida a 140ºC após ataque com o reativo permangânico: (a) vista geral; (b) detalhe de (a) na região 1; (c) idem na região 2; (d) idem na região 3 Os resultados da análise microscópica das superfícies de fratura estão de acordo com os ensaios físico-químicos e mecânico. Os trabalhos prosseguem em nossos laboratórios para um melhor entendimento do comportamento de materiais poliméricos após sua exposição a agentes ambientais. Conclusões Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros A análise dos resultados dos ensaios realizados em amostras recozidas de poli(etileno tereftalato)–glicol, PETG, nas temperaturas estudadas neste trabalho, baseado nas informações obtidas na pesquisa bibliográfica, permite concluir que: ¾ O recozimento na faixa de temperaturas entre 140ºC e 180ºC induz cristalização no PETG. ¾ O PETG, quando aquecido e resfriado lentamente nesta faixa de temperaturas, apresenta ocorrência de degradação, mais pronunciada na superfície do que no interior do copolímero. ¾ O PETG, após recozimento na faixa de temperaturas estudada, apresenta modificações no seu comportamento em virtude da cristalização e da degradação oxidativa. ¾ A análise morfológica, por SEM, das amostras recozidas de PETG confirmou que o copolímero recristaliza quando aquecido nas temperaturas estudadas, apresentando uma estrutura morfológica constituída por domínios cristalinos formados por esferulitos dispersos em uma matriz amorfa. Agradecimentos Os autores agradecem à FAPERJ, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro e, especialmente, ao Professor Dr. Marcos Lopes Dias (IMA/UFRJ) pelo apoio prestado e pelas frutíferas discussões. Referências Bibliográficas 1. J. Harada; H.Wiebeck. Plásticos de Engenharia - Tecnologia e Aplicações, Artliber Editora Ltda., São Paulo, 2005. 2. F. Awaja; D. Pavel, European Polymer J., 2005, 41, 1453. 3. R. B. Dupaix, M. C. Boyce, Polymer, 2005, 46, 4827. 4. Catálogo comercial, EASTMAN Chemical Company, Disponível em http://www.eastman.com, 2006. 5. A. Flores; M. Pieruccini; N. Stribeck; S. S. Funari; E. Bosch; F. J. Baltá-Calleja, Polymer, 2005, 46, 9404. 6. Norma ASTM D3417. Enthalpies of fusion and crystallization of polymers by differential scanning calorimetry. Standard test methods for. American Society for Testing and Materials, Philadelphia, PA, 1999. 7. Norma ASTM D3418. Transition temperatures of polymers by differential scanning calorimetry. Standard test methods for. American Society for Testing and Materials, Philadelphia, PA, 2003. 8. Fullprof Suite. Disponível em http://www.ill.fr/dif/Soft/fp/php/downloads.html, 2006. 9. Norma ASTM E384. Microindentation hardeness of materials. Standard test methods for. American Society for Testing and Materials, Philadelphia, PA, 2005a. 10. R. H. Olley; A. M. Hodger; D. C. Bassett. Polymer Physics, 1979, 27, 627. 11. H. Freedman; D. C. Bassett; A. S. Vaughan; R. H. Olley. Polymer, 1986, 27, 1163. 12. G. Botelho; A. Queirós; S. Liberal; P. Gijsman. Polym. Deg. Stab., 2001, 74, 39. 13. F. W. Billmeyer, Jr. Textbook of polymer science. John Wiley & Sons., New York, 1984. 14. R. B. Dupaix; M. C. Boyce. Polymer, 2005, 46, 4827. 15. Z. Z. Yu; M. Lei; Y. Ou; G. Yang. Polymer, 2002, 46, 6993. 16. A. Viksne; J. Zicans; V. Kalbis; A. K. Bledzki. Angew. Makromol. Chem, 1997, 249, 151. 17. F.-C. Chiu, M.-H. Ting. Polymer Testing, 2007,28, 338. Anais do 9o Congresso Brasileiro de Polímeros