DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE
EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT.
Mércia Regina Lima Dantas Wu
São Paulo
2013
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE
EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT.
Dissertação apresentada em formato alternativo (Artigo de
Pesquisa)
no
Curso
de
Mestrado
em
Ortodontia
da
Universidade Cidade de São Paulo- UNICID para obtenção do
Título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
São Paulo
2013
ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE
EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT.
Mércia Regina Lima Dantas Wu
Dissertação apresentada em formato alternativo
(Artigo de Pesquisa) no Curso de Mestrado em Ortodontia da
Universidade Cidade de São Paulo- UNICID para obtenção do
Título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
Área de concentração: Ortodontia
Data da defesa: 17 de Dezembro de 2013
Resultado: _________________________
Banca Examinadora :
Prof. Dr. Acácio Fuziy
__________________________
Universidade Cidade de São Paulo- UNICID
Prof.ª Dr.ª Ana Carla Nahás Scocate
__________________________
Universidade Cidade de São Paulo- UNICID
Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
__________________________
São Paulo
2013
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família pelo apoio e motivação ao longo de toda esta jornada.
Ao meu marido Roberto Wu companheiro de todos os momentos sempre o meu porto seguro que
me apoiou e aconselhou .
Aos meus filhos Yan Chang Wu e Yulian Wu que souberam dar o carinho quando ele foi preciso.
Aos meus pais Anibal Dantas e Severina Dantas os quais após 25 anos voltaram acolher uma filha
universitária em sua casa relembrando os bons momentos da juventude.
Por fim, e não menos impotante, a minha irmã Márcia Régia Dantas pelo apoio, pelo suporte
logistico e por não me deixar nunca desistir.
Agradecimentos
Aos meus colegas de mestrado, Anna Carolina Rangel, Erika Siqueira, Fernanda Silva
Mattos, Gabriela Sobral de Figueiredo Melke, Marcelo Tavares Roque, Rackel Milhomens
Erduran, Sandra Golin e Wendel Minoru Shibasaki.
Aos meus professores Dr. Flávio Vellini, Dr. Flávio Cotrim, Dra. Ana Carla, Dra. Rívea, Dr.
Paulo, Dr. Hélio, Dra. Karyna, Dr. André, Dr. Fernando.
Ao meu orientador Dr. Acácio que abraçou este projeto em andamento mesmo sabendo
das dificuldades de orientar uma aluna que possuia uma distância física dos objetivos da
nova estrutura universitária. O meu sincero agradecimento e reconhecimento pelo seu
trabalho.
As minhas secretárias Cláudia Costa, Fátima Diogo e Paula Lima.
Agradeço a equipe Trevisi-Zanelato pelo apoio e orientação no preparo das aulas e
seminários.
Agradeço a Deus a força de ter conseguido chegar até aqui e peço dissernimento e
sabedoria para transmitir o que aprendi e manter a mente aberta para continuar a
aprender.
Wu, Mércia Regina Lima Dantas. Análise da precisão dimensional e da fidelidade do torque
em braquetes auto-ligados com prescrição MBT.[Dissertação de Mestrado]. São Paulo:
Curso de Mestrado em Ortodontia, UNICID, 2013.
Resumo
Avaliou-se a precisão dimensional e a fidelidade do torque em braquetes de pré-molares
superiores autoligados, ranhura 0,022” X .0,028”, na prescrição MBT. Foram analisados
120 braquetes, das marcas comerciais 3M Unitek, TP Orthodontics, Orthometric, Ortho
Technology, Dentaurum e GAC, sendo 20 para cada marca específica. As imagens
ampliadas do perfil dos braquetes foram obtidas por um único operador com a utilização de
um microscópio eletrônico de varredura (MEV). A inclinação vesibulolingual e a dimensão
cérvico-oclusal foram mensuradas, empregando-se o software AutoCAD 2011 (32Bit), e
comparadas com os valores de prescrição fornecidos pelas empresas fabricantes.
Empregou-se a análise de variância, Teste de Kruskal-Wallis e o Teste de Tukey, em nível
de significância de 0,05%. Observou-se que as marcas que mais se aproximaram da
prescrição de torque de -7,0°, foi a Dentaurum, seguida da Ortho Technology e Orthometric
e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram
do valor de prescrição de torque. Verificou-se que as marcas que mais se aproximaram da
dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas 3M Unitek, GAC e Orthometric,
seguidas das marcas Dentaurum, Tp Orthodontics e Ortho Technology.Todas as marcas
não obedecem a prescrição de torque e dimensão o que pode comprometer no controle da
movimentação dentária.
Palavras Chaves : Pré-molar, Braquetes, Ortodontia Corretiva
Abstract
This research study aims at measuring the slot dimension of upper premolar self-ligating
brackets, slot 0.022” and MBT prescription, as well as measuring the accuracy of their
buccolingual inclination (torque). Six commercial brands will be evaluated (3M Unitek, TP
Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum and GAC), which are sold in
Brazil and/or Portugal. For this purpose, images will be obtained by electron microscopy,
using a microscope Philips XL 30 model, with EDS system (EDAX). Measurements will be
performed by the AutoCad 2011 software and compared with the bracket prescriptions
provided by the manufacturing companies. In this research study, 20 brackets from each
company will be tested, being chosen randomly. A calibrated examiner will conduct the
measurements. A variance test, a Kruskal-Wallis test and a Tukey test were employed with
a 0,05% level of significance. From the results, it was observed that the brands that
approached the closest to the -7,0° of torque that was prescribed were Dentarum, followed
by Ortho Technology and Orthometric which was subsequently followed by the 3M Unitek
brand. TP Orthodontics and GAC were the brands that mostly distanced themselves from
the prescribed torque range. It was also seen that the brands that were closest to the
cervical-occlusal dimension of 0,56mm were 3M Unitek, GAC and Orthometric, followed by
Dentaurum, TP Orthodontics and Ortho Technology. All the brands do not obey the
prescribed torque and dimension which could compromise the control of dental movement.
Key-Words: Premolar Teeth; Brackets; Corrective Orthodontics. Lista de tabelas e quadros(texto e artigo)
Quadro 1-Relação do braquetes/fabricantes/país ---------------
30texto e 4/5 artigo
Tabela 1- Linhas e pontos de referências ------------------------------- 7 artigo
Tabela 2- Análise estatística descritiva para a inclinação vestibulolingual dos
braquetes
----------------------------------10 artigo
Tabela 3- Análise estatística descritiva para a dimensão cévico-oclusal dos
braquetes
-------------------------------------11 artigo
Tabela 4- Análise de Variância a 1 fator para a variável inclinação vestibulolingual
dos braquetes
----------------------------------12 artigo
Tabela 5- Teste de Tukey para a variável inclinação vestibulolingual entre as marcas
-
---------------------------------13 artigo
Tabela 6- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando o percentual de casos que
se aproximam do limite de -6,0 a -8,0° de inclinação vestibulolingual entre as marcas
-
----------------------------------13 artigo
Tabela 7- Teste de Kruskal-Wallis para a variável dimensão vestibulolingual dos
braquetes
--------------------------------- 14 artigo
Tabela 8- Teste de Tukey para a variável dimensão cérvico-oclusal entre as marcas.
-
------------------------------------15 artigo
Tabela 9- Resultado do teste Qui-quadrado evidenciando a distribuição percentual
na dimensão cérvico-oclusal
---------------------------------------16 artigo
Lista de figuras texto e artigo
Figura 1- Linha da base do braquete (LB) ---------------------------33 texto
Figura 2- Linha do fundo da canaleta(LFC)--------------------------34 texto
Figura 3- Linha da parede cervical( LC) ------------------------------35 texto
Figura 4- Linha da parede oclusal (LO)---------------------------------36 texto
Figura 5- Linha do interior da canaleta(LIC)---------------------------37 texto
Figura 6- Linha tangente a parte ativa da canaleta(LTAC)-------38 texto
Figura 7- linha de referência 0,10 interior da canaleta(LITAC)-39 texto
Figura 8- Ponto O 1------------------------------------------------------------40 texto
Figura 9- Ponto O2 -----------------------------------------------------------41 texto
Figura 10- Angulo APO------------------------------------------------------42 texto
Figura 11- Angulo APC -----------------------------------------------------43 texto
Figura 12- Altura---------------------------------------------------------------45 texto
Fig1 artigo--------------------------------------------------------------- 8 artigo
Fig 3 Gráfico BOX-PLOT ------------------------------------------- 14 artigo
Fig 4 Gráfico BOX-PLOT com valores de mediana-------- 17 artigo
Figura 5- BOX-PLOT com a distribuição dos braquetes---18 artigo
Sumário
1- Introdução ____________________________________ 1
2- Revisão da Literatura____________________________ 5
3- Proposição____________________________________ 26
4- Material e Métodos______________________________ 28
5- Referências____________________________________ 48
6- Artigo Científico
1 2 1-Introdução
Desde da publicação dos primeiros estudos dos aparelhos ortodônticos préajustados destacou-se que a precisão de sua fabricação seria uma condição essencial
para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao longo dos anos,
foram realizados estudos, visando avaliar o rigor na produção dos braquetes, evidenciando
diferenças significativas, que variam entre 5 e 15% . Em estudos realizados por Kusy e Whitley, em 1999, foram relatadas diferenças
dimensionais entre a prescrição e o aspecto real dos braquetes comercializados,
comprometendo a expressão da angulação mésio-distal e do torque, no sentido
vestibulolingual. Somada a esta situação existem as imprecisões dos arcos, que também foram
motivo de estudos. Fischer-Brandies et al., em 2000, por exemplo, mediram com
microscopia de luz, cinco marcas comerciais de arcos ortodônticos, e concluíram que os
fios analisados possuem dimensões menores que aquelas fornecidas pelos fabricantes. Caso sejam utilizados braquetes com canaleta 0,022” x 0,028” e arcos ortodônticos
com dimensão máxima de 0,019” x 0,025”, e mesmo que os acessórios apresentem
fidelidade dimensional, ainda assim existe uma perda de 6% na precisão do torque. Logo,
se um dos pilares do tratamento com aparelhos pré-ajustados está na precisão do binário
dimensão da canaleta/dimensão do arco, a soma de todas estas imprecisões relatadas
anteriormente prejudica significativamente o resultado clínico final. Durante o processo de fundição das ligas para a confecção dos braquetes, estes
sofrem contração, e na fase de acabamento, no processo de usinagem, podem ocorrer o
aparecimento de estrias e sulcos na canaleta do acessório. Devido a estas imperfeições,
3 os fabricantes costumam aumentar deliberadamente a dimensão da canaleta dos
braquetes e reduzir a dimensão do fio; fator este corraborado pelo estudo publicado por
Kusy, em 2000. Em pesquisa realizada por Ramos, demonstrou-se que existem imperfeições nas
dimensões e na conformação do canal de encaixe dos braquetes, e que a maior parte dos
valores métricos está abaixo dos valores da prescrição. Relatou também que para
quantificar estes ângulos tomou como referência a base horizontal do braquete e as
paredes verticais da canaleta, o que produziu 2 ângulos (APC- ângulo da parede cervical e
API ângulo da parede incisal), definindo assim a inclinação vestibulolingual do acessório. Com a utilização da microscopia eletrônica têm-se a possibilidade de mensurar com
mais exatidão as deficiências da canaleta e do arco ortodôntico, sendo que Viazis et al.,
em 1993, relataram que os defeitos internos ocorriam em 47,5% das amostras analisadas
e que falhas de usinagem ocorreram em de 42,5% dos espécimes. Este estudo confirmou
que o uso da MEV não só foi eficaz na determinação das falhas, como também em
localizar a origem destas. As imperfeições da canaleta e do arco ortodôntico produzem maior atrito, segundo
diferentes pesquisas de Baek, Kusy e Viazis, fato que aumenta o tempo de tratamento bem
como o custo biológico para o paciente. Estudos realizados por meio do MEV(microscópio
eletrônico de varredura) podem diagnosticar estas falhas, e espera-se que com isso os
fabricantes possam produzir braquetes e fios mais próximos das dimensões ideais.
A Ortodontia Contemporânea visa a obtenção de resultados em menor tempo de
tratamento, assim sendo, o atrito entre braquetes e o fio ortodôntico é considerado um fator
que dificulta a movimentação dentária. Objetivando a reduzir o atrito entre o acessório e o
fio ortodôntico, foram desenvolvidos os braquetes autoligados que caracterizam-se por
4 apresentar uma tampa frontal ou um clip lateral, substituindo a fixação convencional do
arco ao braquete por meio de elásticos ou ligaduras metálicas. Desde a sua introdução,
estes sistemas têm-se desenvolvido e muitas marcas comerciais disponibilizam os
braquetes autoligados para atender a demanda crescente do mercado ortodôntico.
Segundo Rinchusea e Miles, na sua publicação de 2007, relataram que a ADA (The
American Dental Association) definiu que os cuidados de saúde oral necessitam de uma
integração com normas legais, que levem a avaliações sistemáticas dos procedimentos
realizados. Assim, faz-se necessário o embasamento científico destes procedimentos com
materiais e métodos comprovados, os quais confirmem que o procedimento clínico
respeitou as normas previamente acordadas com o paciente. No sentido de cumprir este
objetivo as imprecisões determinadas nos acessórios ortodônticos devem respeitar os
limites de tolerância de algumas agências de controle, tais como ADA e MHRA(Medicines
and Healthcare Products Regulatory Agency).
Estes cuidados oferecem ao clínico as
condições de trabalho adequadas para, juntamente com a sua formação especializada,
oferecer ao paciente o melhor tratamento.
Assim sendo, este estudo objetivou analisar a precisão dimensional e a fidelidade do
torque em braquetes autoligados de pré-molar superior com prescrição MBT, canaleta
0,022” x 0,028”, de seis marcas comerciais, proporcionando ao profissional subsídios para
a escolha de um acessório mais preciso, sendo que esta precisão refretirá numa qualidade
diferenciada de tratamento com um menor custo biológico a saúde bucal do paciente.
As aferições pesquisadas foram quantificadas dentro dos parâmetros na norma ISO
27020 a qual em relação ao torque tem um intervalo de +- 1°, e em relação a medida linear
de 0,01 mm.
5 Revisão da Literatura
6 2. Revisão da Literatura
Em 1989 Bennett e McLaughlin iniciaram publicações referentes as modificações
de ângulo e torque na técnica Straight-Wire, que levariam a um aparelho preajustado com
maior eficiência para a obtenção das 6 chaves da oclusão propostas por Andrews . Estas
alterações, somadas à colaboração de Trevisi durante a década de noventa, resultaram
em uma nova prescrição de braquetes preajustados, denominada técnica MBT em 1997.
Em 1993, Viazis et al., utilizaram o scâner de microscopia eletrônica como
ferramenta de pesquisa para avaliar a estrutura dos braquetes monocristalinos. Cada
suporte foi analisado pelo SX-30E ISI SEM para determinar o ponto do início da fratura,
resultante de poros que se formam no processo da usinagem de uma matéria prima, que o
seu estado inicial é liquido numa temperatura próxima dos 2000°C. Foram feitas
micrografias com aumento de 20, 50, 100 vezes e em casos específicos foram feitas
ampliações adicionais até ter-se a determinação do ponto inicial do defeito. A localização
mais comum das fraturas encontradas foi no canto externo da canaleta, sendo que a
imagem sugere que o defeito inicial é um poro. A segunda falha mais comum ocorre ao
longo de toda a canaleta, resultando em imagem de arcos e linhas retas, que parecem
emergir desta região, podendo acarretar na fratura da aleta do braquete. As demais falhas
7 encontradas possuíam as mesmas origens das citadas acima, porém, com localizações
distintas. Quanto à identificação dentária, os autores descreveram que dos 39 braquetes
com falhas 33,5% pertenciam ao incisivo central superior, 43,5% ao incisivo lateral superior
e 23% ao canino superior. Neste estudo não foi avaliado os braquetes dos dentes
inferiores. As principais causas de falha foram de defeitos interno em 47,5%; interferência
de usinagem em 42,5%, e em 10,0% os fatores eram indeterminados. Concluiu que as
falhas ocorrem, principalmente, por erro no processo de usinagem e defeitos internos na
estrutura monocristalina, sendo este dado importante, para a correção do processo de
fabricação destes braquetes, proporcionando um material clínico de qualidade superior .
Shivapuja e Berger, em 1994, utilizaram microscopia eletrônica para comparar o
atrito durante a mecânica entre braquetes ligados e autoligados. Utilizaram cinco tipos
diferentes de braquetes e que foram divididos em 2 grupos, segundo o sistema de ligação
entre o arco ortodôntico e o acessório, totalizando 12 braquetes por grupo. Os braquetes
ligados tiveram uma apreensão com uma força média de 150g. A força de fricção foi
avaliada em máquina Universal (cisalhamento Corp, Canton, Massachusetts) com cada
segmento de fio de aço inoxidável 0,018”, sendo movido na distância de 1,0 polegada
(25,4 mm) e velocidade de 0,001 polegadas (0.0254 mm) por minuto, usando uma escala
completa de carga de 1 libra (gm 454.5) . O experimento foi executado em saliva artificial,
entretanto, demonstrou-se não ser a solução mais indicada, devido à interação desta com
a celulose que existe na composição do arco, produzindo um maior atrito. Assim, após
diversas tentativas, a escolha foi solução salina normal. Os resultados demonstraram que
não houve diferença estatisticamente significante entre os braquetes convencionais e os
autoligados em relação ao atrito estático para o início do movimento, sendo o maior valor
encontrado para o convencional com aleta dupla. O atrito cinético foi proporcionalmente
maior nos braquetes metálicos de aletas duplas cuja a amarração era módulo elástico e os
8 braquetes cerâmicos com amarração de módulo elástico ou fio de aço, sendo que estes
apresentaram uma resistência ao movimento que produziu uma força de 308,15g. Quando
o módulo de apreensão do arco foi elástico produziu-se uma força de resistência a
movimentação 87,26 g, ao passo que os aparelhos autoligados produziram uma força de
resistência média 35,9g para o Activa e 40,40g para o Edgelock. Desaconselharam o uso
de módulos elásticos na fase de deslizamento, e, recomendaram diante do emprego da
ligação metálica, que o profissional tomasse os devidos cuidados, da extremidade da
amarração não pressionar ou abraçar o arco principal, o que resultaria no aumento do
atrito. Relatou também o baixo índice de força cinética dos aparelhos autoligados quando
submetidos a mecânica de deslize, isto porque o fio movimenta-se como se estivesse
dentro de um tubo. Neste estudo, o fio foi movido paralelamente a canaleta para cada
braquete. Infelizmente, como com todos os estudos in vitro, este é um estudo comparativo
e em nenhuma maneira é capaz de simular condições reais de clínica acrescidas das
variáveis individuais de cada tratamento. Notou-se também diferenças de valores entre
aparelhos autoligados, isto deve-se a diferentes formas de apreensão do arco. Concluiu
que o atrito estático e cinético era menor nos sistemas autoligados com valores inferiores a
50g, nos aparelhos metálicos com ligaduras de fio de aço 0,012”, o valor desta força é
próximo de 100g e nos cerâmicos acima de 150g. Os autores acreditam que um sistema
de braquetes não substitui o outro, e que o aparelho autoligado é mais uma opção de
ferramenta de trabalho.
Em 1999, Kusy e Whitley, apresentaram estudos demonstrando que um dos fatores
determinantes do atrito é a relação entre o ângulo formado pela canaleta do braquete e o
arco, sendo que a diferença entre a dimensão dos arcos e a dimensão do braquetes
criavam ângulos de valores superiores às prescrições, dificultando a expressão destes, em
nível clínico. A amostra foi composta por canaletas de 24 braquetes de oito principais
9 fornecedores e 8 diferentes tipos de arcos. As medidas dos arcos foram aferidas com o
emprego de um micrômetro Sony µ Mate. Os pesquisadores utilizaram fórmulas
matemáticas para calcular os ângulos em questão, e concluíram que para o deslize ocorrer
o ângulo de contato canaleta/arco deve estar entre 0 e 4°.
Kapur, Sinha e Nanda, em 1999, aferiram a carga transmitida e a integridade
estrutural dos braquetes de aço inoxidável e de titânio na aplicação de torque vestibular.
Para o desenvolvimento dos trabalhos, os autores utilizaram um dispositivo especialmente
planejado que fazia aplicação de uma inclinação vestibulolingual de 45º em braquetes
Edgewise com canaletas 0,018” e 0,022”. Para medirem a carga gerada, utilizaram uma
máquina de de ensaio universal Instron, em intervalos de 15º, 30º e 45º de aplicação de
torque. Utilizaram também um estereoscópio móvel para avaliar a estabilidade estrutural
dos braquetes, medindo a largura do encaixe do braquete antes e depois de serem
submetidos ao torque. A carga média gerada na aplicação de 45º de torque, foi analisada
pelo teste “t” de Student para dados independentes. Quando comparados aos braquetes
de aço inoxidável, os braquetes de titânio transmitiram forças mais altas nos torques de
15º e 30º, e mais baixas no torque de 45º. Os autores concluíram que os braquetes de
titânio têm uma estabilidade maior quanto maior for a sua dimensâo, quando comparados
aos braquetes de aço inoxidável.
Fischer-Brandies et al., em 2000, pesquisaram a transmissão do torque com a
aplicação de fios retangulares, com objetivo de determinar influência da dureza e da
dimensão do fio no aparelho preajustado, bem como se as dimensões arco/braquete
estavam de acordo com as informações dos fabricantes. Os autores avaliaram cinco
marcas comerciais de diferentes fios de secção quadrangular e retangular de aço
inoxidável em três dimensões (0.016" X 0.016", 0.016" X 0.022" e 0.017" X 0.025"), os
quais foram inseridos em braquetes Edgewise com canaleta 0.018". Torções diferentes
10 foram incorporados aos fios. Concluíram que as dimensões dos braquetes apresentaram
em média 0,8% acima das citadas pelos fabricantes, e os fios subdimensionados entre
9,7% a 10,7% e com arestas irregulares, o que resultou em ausência da expressão de
torque na secção 0.016 x 0.016 em duas marcas, independentemente do grau de torque
aplicado.
Thorstenson e Kusy em 2001, avaliaram comparativamente as propiedades
friccionais dos braquetes convencionais de aço inoxidável, Mini Diamond (Ormco), ligados
com amarrações de aço, em fios retangulares de aço inoxidável, no diâmetro 0.018” x
0.025” e dos braquetes autoligados Damon SL (Ormco), com os mesmos tipos de arco. As
análises foram feitas nas angulações de segunda ordem. Como forma de controle, foram
medidas as propriedades friccionais dos braquetes autoligados abertos, amarrados com
amarrilhos convencionais. Foi medida a resistência ao deslizamento dos sistemas abertos
com forças de amarração que variavam de 200 a 600 cN e com ângulos que variavam de 9° a 9°. Na configuração passiva, os braquetes convencionais e o braquete autoligado
aberto e amarrado apresentaram uma resistência friccional semelhante, enquanto que o
autoligado com sua tampa fechada, não apresentou fricção. Com o aumento da angulação,
todos os braquetes apresentaram um aumento de resistência ao deslizamento, porém, os
braquetes autoligados apresentaram os menores índices.
Thorstenson e Kusy, em 2002, investigaram a resistência à mecânica de deslize de
três tipos de braquetes autoligados com fechamento passivo: Activa (Ormco), Damon
(Ormco) e Twinlock (Ormco), além de três tipos com sistema de fechamento ativo: InOvation(GAC), SPEED (Strite industries) e Time (American Orthodontics). Foi utilizado um
fio de aço inoxidável de diâmetro 0.018“ x 0.025”. Todos os
braquetes foram
movimentados a uma velocidade de 10mm/minuto, por uma distância de 2,5 mm. Para
cada braquete foram feitas 14 medições em angulações de segunda ordem, variando de -
11 9° a +9°, em situações com presença e ausência de saliva natural humana, à temperatura
de 34°. Em todos os braquetes os ângulos de atrito críticos foram determinados. Esses
valores variaram de 3° a 5°. Abaixo desses valores críticos, os braquetes com fechamento
passivo apresentam um fator de atrito desprezível. As peças com fechamento ativo
apresentam forças friccionais de cerca de 50 cN (50g). Acima desses ângulos críticos,
todos os braquetes apresentaram um aumento da força de atrito, em função do
aumento dos pontos de contato entre a canaleta do braquete e o fio, independentemente,
do sistema que estava sendo utilizado
Também em 2002, Thorstenson e Kusy, analisaram a relação do material e das
características geométricas de cinco tipos de fios e 4 tipos de braquetes autoligados.
Foram utilizados diversos tipos de fios, de diferentes fabricantes, sendo: Ni-Ti austenítico
de 0.014” (Highland Metals), de diâmetro 0.016” x 0.022” (Orthonol, RMO) e de
diâmetro 0.019” x 0.025” (Rematitan, Dentaurum); um fio de Ni -Ti martensítico 0.019” x
0.025” (Nitinol Classic, Unitek) e um fio de aço inoxidável 0.019” x 0.025” (Forestadent).
Foram utilizados três
tipos de braquetes com fechamento ativo: In-Ovation (GAC),
SPEED (Strite industries) e Time (American Orthodontics) e um com fechamento passivo:
Damon II (Ormco). A resistência ao deslizamento foi medida com ângulos de
segunda ordem, que variavam de - 9° a + 9°. Quando havia folga entre o braquete e o fio,
a resistência ao deslizamento foi desprezível, tanto no braquete passivo quanto no ativo,
onde o fio contacta coma tampa ou clip de fechamento. Quando a folga desapareceu e
com o acréscimo da angulação de segunda ordem, houve o aumento da resistência
friccional nos dois tipos de braquetes. Quanto mais rígido for o fio, maior é a resistência ao
deslizamento, em relação ao aumento nas dobras de segunda ordem. Os autores
afirmaram que a resistência ao deslizamento afeta todos os estágios do tratamento e que
o clínico deve observar suas metas de tratamento antes da escolha do aparelho.
12 Sugeriram que embora um valor baixo de resistência ao deslizamento seja desejado nas
fases iniciais do tratamento, um valor de resistência alto seria mais desejável nas etapas
finais do tratamento.
McLaughlin, Bennett e Trevisi (2002) relataram que de 1993 a 1997 trabalharam
com o sistema padrão de braquetes Straigh-Wire e que por mais de 15 anos
desenvolveram e aperfeiçoaram a técnica de tratamento com base na mecânica de deslize
e nas forças leves e contínuas. Após terem estabelecido um sistema muito bem sucedido
de mecânicas de tratamento, McLaughlin e Bennett passaram a trabalhar com Trevisi
(1993) no planejamento de um sistema de braquetes, que se ajustasse a suas filosofias de
tratamento e superassem as limitações do aparelho Straight-Wire original. Fizeram uma
revisão do trabalho de Andrews e utilizaram vários resultados de outras pesquisas
provenientes de estudos em pacientes orientais. No sistema MBT, a forma retangular dos
braquetes foi substituída pela rombóide. Tal procedimento reduziu o volume de cada
braquete e estabeleceu linhas referenciais nos planos horizontal e vertical, resultando em
uma maior precisão na instalação dos braquetes. A inclinação na base foi uma
característica muito importante da primeira e segunda geração de braquetes preajustados.
Não havia tecnologia disponível que permitisse adequar as canaletas às posições corretas
em relação às superfícies vestibulares das coroas, sem inclinação na base. Os sistemas
modernos de braquetes, incluindo o sistema MBT, foram desenvolvidos utilizando a
computação gráfica (CAD) e sistemas computadorizados (CAM). Primeiramente, o
computador localizou o local exato da canaleta nos braquetes, em relação às distâncias de
in/out e à posição de torque de cada dente. Logo após a determinação desta posição,
elaboraram-se as áreas de encaixe, otimizando o desenho dos braquetes. Além disso,
para que os dentes pudessem deslizar suavemente, utilizam-se na técnica MBT o fio de
aço inoxidável 0.019” x 0.025” na canaleta 0.022”, tendo em vista que um arco muito
13 espesso dificultaria no deslizamento. Esses arcos têm uma folga de aproximadamente 10°,
dependendo da qualidade de fabricação dos braquetes, dos arcos e arredondamento de
suas extremidades ou de seu campo de ação. Como resultado desta relativa ineficiência
dos braquetes, foi necessário, na técnica MBT, inserir torque adicional nos braquetes dos
incisivos, molares e pré-molares inferiores, para que os objetivos clínicos pudessem ser
atingidos com mínimo de dobras nos arcos.
Em 2003, Harradine
revisando as publicações científicas
dos
sistemas
de
braquetes autoligados, discutiu os desenvolvimentos, vantagens clínicas e as possíveis
imperfeições dos sistemas disponíveis. No artigo, o autor relatou as propriedades de um
sistema de ligação ideal, que incluiriam: ser seguro e robusto; assegurar um encaixe
completo do fio na canaleta, exibir baixo atrito entre o braquete e o fio; ser rápido e de
fácil de utilização, possibilitar atrito maior quando desejado, permitir facilidade de ligação
com correntes elásticas, proporcionar boa higiene bucal e ser confortável ao paciente. O
autor também discutiu as vantagens
dos
braquetes autoligados, salientando,
principalmente, o papel do baixo atrito. Comparou experimentos in vitro e in vivo do
desempenho desses tipos de aparelhos e afirmou que, sob a ótica das evidências
existentes e baseado na experiência clínica, os braquetes autoligados proporcionam uma
redução significante do atrito em todas as dimensões do movimento dentário. Outras
vantagens descritas para os braquetes autoligados foram um menor comprometimento da
ancoragem, o alinhamento mais fácil de dentes com irregularidades severas e um menor
gasto de tempo para a troca de arcos. Foi também comparada a questão da ligação
passiva e ativa, onde o autor afirmou que este não é um aspecto fundamental para a
diferenciação dos braquetes autoligados em relação aos convencionais, afirmando que os
braquetes autoligados ativos permitem um alinhamento inicial mais completo, já que seu
mecanismo de fechamento pressiona o fio contra a canaleta, porém, quando são utilizados
14 fios mais grossos esta característica aumenta o atrito do sistema e reduz sua capacidade
de produzir torque.
Em 2003, Smith, Roussow e Watson, avaliaram, in vitro, a resistência ao atrito
durante a retração de um dente canino. O dispositivo de teste permitia uma inclinação e
verticalização dinâmica e progressiva da amostra, ao mesmo tempo em que ocorria a
tração linear do braquete, que era parecida com uma retração de canino por mecânica
de deslizamento. Foram utilizados seis tipos de braquetes, sendo três convencionais: de
metal (Victory, Unitek), cerâmico (Transcend 6000, Unitek) e cerâmico com canaleta
metálica (Clarity,Unitek) e três tipos de braquetes autoligados: ativo (Speed, Strite
Industries); passivo (Damon, Ormco) e autoligado com ligação variável (Time, American
Orthodontics). Foram avaliados os fios de aço inoxidável e níquel-titânio nos diâmetros
0.018“, 0,020”; 0.018“ x 0.025” e 0.021“ x 0.025”; os fios de aço trançado 0.0175“, 0.0195”;
0.018“x 0.025” e 0.021“ x 0.025” e os fios de níquel-titânio trançados de 0.018“e 0,020”. Os
autores concluíram que os braquetes cerâmicos, com ou sem canaleta de metal,
produziram maior atrito, seguidos pelos braquetes metálicos convencionais, pelos
braquetes autoligados ativos, seguidos dos braquetes autoligados com ligação variável. Os
braquetes autoligados passivos apresentaram o menor índice de atrito. Também
concluíram que os fios de aço normal e de aço trançado provocaram mais atrito do
que os fios de níquel-titânio. Da mesma forma, os fios de menor dimensão produziram
menor atrito do que os fios mais espessos, e os fios redondos produziram menor atrito
do que os fios retangulares.
Cash, Curtis e Donald, em 2004, publicaram um estudo, no qual avaliaram a
dimensão da canaleta de braquetes de incisivo central superior de 11 marcas comerciais,
que eram fabricadas por 5 empresas. Os braquetes eram fabricados tanto em materiais
metálicos quanto em estéticos; de amarração convencional e autoligada; todos eles com
15 canaleta de 0,022”. Com o objetivo de aferir a precisão das medidas das canaletas dos
braquetes, o estudo classificou a forma da canaleta em 3 categorias, paralelas, divergentes
e convergentes. Todas os braquetes avaliados apresentaram valores maiores que os
informados pelos fabricantes, sendo que os braquetes com menor desvio da sua
prescrição foram Twin Torque, Clarity, e Mini Mono. Por outro lado, o Elegancy foi o que
apresentou o maior valor em relação a sua prescrição. Estas altas taxas de imprecisão
levaram os autores a justificar que o retorno do uso da técnica convencional Edgewise, por
clínicos descontentes com os aparelhos preajustados, está sendo cada vez maior.
Concluíram que os clínicos devem estar cientes da perda de expressão de torque devido
ao aumento da dimensão do aparelho comercializado tanto pelo supradimensão da
canaleta como pela subdimensão dos fios, o que resulta numa necessidade de acréscimo
da dobra de 3ª ordem quando a expressão do torque não for suficiente.
Em 2005, Simona e Tecco, relataram a importância do binômio arco/canaleta,
quantificando o atrito produzido por 3 ligas de fios, sendo que entre os arcos de níqueltitânio e de aço não houve diferença significativa, porém, notou-se um valor maior para os
arcos de beta-titânio. A amostra era composta por braquetes convencionais e autoligados
das marcas Ormco, 3M Unitek e American Orthodontics. No corpo de teste os braquetes
de segundo pré-molar direito ao segundo pré-molar esquerdo foram montados em linha
reta. Empregaram arcos de aço, níquel-titânio e beta-titânio, com dimensões 0,016”; 0,017”
x 0,025” e 0,019” x 0,025”. Nos aparelhos ligados, após a colocação da ligadura elástica,
aguardou-se 3 minutos para dissipação do stress inicial e a velocidade de movimentação
foi de 0,5 mm/minutos em ambiente seco, e o movimento foi contínuo por um período de 5
minutos. Este movimento foi repetido dez vezes para cada dimensão de arco, sendo o
mesmo trocado a cada repetição. Os níveis de carga necessária para produzirem o
movimento foram transmitidos a um computador. Este estudo confirmou os achados de
16 experimentos anteriores, nos quais a diferença de forças produzidas entre aparelhos
convencionais e autoligados é maior quanto menor for a dimensão do arco, porém,
evidenciaram que no mesmo calibre de arcos os compostos por beta-titânio apresentam
um coeficiente de atrito maior, como também verificaram que não há diferença significativa
entre os arcos de aço e de níquel-titânio. Concluíram que os aparelhos autoligados ativos
produzem níveis de força maiores quando comparados aos passivos, bem como os
convencionais quando comparados entre eles também produzem níveis de forças maiores.
Cornejo em 2005,
desenvolveu uma pesquisa avaliando a inclinação
vestibulolingual das canaletas braquetes de pré-molares na técnica MBT das marcas
comerciais: Abzil, Morelli, American Ortodontics, TP Ortodontics, 3M Unitek e Ortho
Organizers. Foram feitas imagens dos braquetes utilizando a microscopia óptica, sobre
estas imagens foram obtidos pontos de referência e, com eles, foram traçadas algumas
linhas. Desta forma, foram obtidos os ângulos entre a parede e o assoalho da canaleta dos
braquetes, os quais foram usados no seu estudo. Na avaliação dos dados das seis marcas
avaliadas, concluiu que os valores médios para os pré-molares superiores e inferiores
pesquisados encontram-se dentro do prescrito pela técnica MBT. Exceto a American
Ortodontics nos três grupos, a Morelli nos pré-molares inferiores e a TP Ortodontics nos
pré-molares superiores. No entanto, no teste de variância entre as marcas, a Morelli
apresentou diferenças significativas com as outras cinco marcas.
Em 2006, Bóbbo, realizou uma pesquisa com seis marcas de braquetes de incisivos,
em aço inoxidável na técnica MBT, desenvolvida por McLaughlin, Bennett e Trevisi. As
imagens foram capturadas por microscopia ótica, sobre as quais foram feitas as medidas,
comparando os valores prescritos pela técnica. Os braquetes que foram objetos de
estudos foram os incisivos central e lateral superior, com prescrição de 17° e 10°,
respectivamente; e incisivos inferiores com valor de torque de -6°. Foram comparados os
17 valores médios e os devios-padrão entre as diferentes marcas comerciais e o autor
concluiu que nos incisivos centrais superiores a marca Morelli apresentou diferença
estatisticamente significante com relação à prescrição em relação às demais marcas, com
execeção ao braquete da Abzil, cujas diferenças estatisticas não apresentavam grau de
significância. O braquetes de incisivos laterais superiores da American Orthodontics
apresentaram diferenças em relação a Abzil, Ortho Organizers e 3M Unitek, e, a Morelli,
apresentou diferença estatisticamente significante quando comparada com as outras cinco
marcas comerciais. Nos incisivos inferiores a empresa Abzil apresentou diferença em
relação as marcas American Orthodontics e 3M Unitek; e a American Orthodontics
apresentou diferença estatistica quando comparada com a Tp Orthodontics.
Gomes Filho, em 2007, avaliou por meio de imagens de microscopia eletrônica, a
precisão das inclinações dos braquetes de incisivos superiores e inferiores na prescrição
da terapia bioprogressiva de Ricketts. Com este propósito analisou os modelos Ricketts
Standart, fabricado pela empresa Abzil, Ricketts Discovery, fabricado pela empresa
Dentaurum, Standart Ricketts System, fabricado pela empresa Forestadent, Generus
Ricketts, fabricado pela empresa GAC, Ricketts, fabricado pela empresa Morelli e IntegraRicketts, fabricado pela empresa RMO. Ele utilizou 360 braquetes, 20 de cada marca,
sendo 120 para incisivos centrais superiores, 120 para incisivos laterais superiores e 120
para incisivos inferiores. Concluiu que existe notável divergência no torque fabricado pelas
diversas marcas em relação ao prescrito pela técnica estudada; no entanto, estas
diferenças foram menores para os braquetes da marca RMO. As marcas Abzil e GAC
mostraram médias mais divergentes da prescrição de torque em todos os ângulos
avaliados. Verificaram-se resultados mais heterogêneos na marca Morelli, principalmente
em comparação à menor variabilidade das marcas Dentaurum, RMO, GAC. Conclui-se que
a marca RMO apresentou a maior concordância com a prescrição posposta pela técnica.
18 Picchioni, em 2007, avaliou o atrito em braquetes convencionais e autoligados da
prescrição Roth em relação aos arcos de diversos calibres (marca Morelli) e dobras de 1ª,
2ª e 3ª ordem. A amostra foi composta por
autoligados
estéticos
Opal,
de
6 braquetes de pré-molares superiores
plástico policristalino (Ultradent), prescrição Roth,
canaleta 0.022” x 0.028”, 6 braquetes de pré- molares superiores autoligados metálicos,
tipo Damon II (Ormco), prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.027”, 6 braquetes de prémolares convencionais, tipo Mini 2000 (Ormco), de aço, prescrição Roth, canaleta 0.022” x
0.028”, 6 braquetes de pré-molares convencionais, tipo Roth Standard, de aço (Morelli),
prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.028”. Em relação aos arcos foram utilizados 12
segmentos de fios de aço inoxidável, nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30
cm e cortados manualmente em segmentos de 8 cm;12 segmentos de fios de aço
inoxidável, no calibre 0.017”x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado
manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de aço inoxidável, no calibre
0.019” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8
cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30 cm e
cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, no calibre
0.017” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8
cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, no calibre 0.019” x 0.025”, retificado em barras de 30
cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de beta-titânio,
nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos
de 8 cm; 12 segmentos de fios de beta-titânio, no calibre 0.017” x 0.025”, retificado em
barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de
beta-titânio, no calibre 0.019”x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado
manualmente em segmentos de 8 cm; Foi criado um dispositivo em aço com o objectivo de
permitir a avaliação dos braquetes nas angulações de 0° e 3°, com as dobras de 1ª, 2ª e 3ª
19 ordem. Observou que na angulação de 0°, os braquetes autoligados apresentaram atrito
inferior para o fio 0,016”, e valor semelhante foi encontrado para o Opal e Damon 2 para o
calibre 0.017” x 0.025”, níveis intermediários de atrito ocorreram nos braquetes Ormco e
Morelli, em todos os tipos de fios 0.017” x 0.025”, também sem diferença estatisticamente
significante, com exceção do braquete Morelli, cujo nível intermediário encontrado foi um
pouco maior. O braquete da Ormco apresentou um nível superior para o fio beta-titânio,
porém, sem significância estatística .O braquete que melhor comportamento apresentou,
independentemente do calibre do fio ou da dobra foi da marca Opal, em oposição o Damon
2 foi o braquete em que as intensidades de força foram maiores.
Em 2008 Badawi et al., avaliaram in vitro o torque entre aparelhos autoligados ativos
e passivos. Foi utilizado o braquete do incisivo central superior direito de 4 marcas
comerciais, In- Ovation, 3M Unitek, Ormco e Strike, sendo 50 braquetes de cada marca, o
que totalizou uma amostra de 200 peças. O diferencial deste estudo foi o mecanismo de
produção da dobra de 3ª ordem que teve a propriedade de precisar a quantidade de força
produzida no arco, bem como a inserção completa deste dentro da canaleta A relação de
transmissão do sistema de engrenagem é 1:120, em outras palavras, a aplicação da dobra
de 3ª ordem é efetuada com uma volta completa. As especificações dos fabricantes, para
cargas máximas de 25 N de forças transversais, 35 N de força axial, e 0,25 nM foram
respeitadas nos 3 eixos. As resoluções das medições são 1/1280 e 1/256 para as forças e
os momentos, respectivamente. O erro de medição do transdutor de força / torque foi de
1,5%. O teste foi repetido 10 vezes, e realizadas as mensurações de torque para quatro
ângulos (12°, 24°, 36° e 48°). De acordo com o que já se esperava o coeficiente de
variação do ângulo de 48° foi de 0,45% para 1,27%. O coeficiente de variação médio era
de 2,7%. Houve uma variação considerável entre as medições de torque em cada tipo de
suporte. Nos aparelhos autoligados esta variação foi de 1,97 a 11 Nmm, sendo assim
20 distribuída In-Ovation, que foi de 3,7 para 16,7 Nmm, Damon2, foi 1,4-11,2 Nmm, e os
aparelhos cujo sistema de apreensão do arco é clip foi 2,8-14,2 Nmm.
Ramos, em 2009, avaliou a inclinação dos tubos da prescrição MBT do primeiro
molar superior direito. O estudo foi realizado em 6 marcas comerciais, sendo duas
produzidas no Brasil (Abzil e Morelli) e 4 importadas ( 3MUnitek, TP Orthodontics, Rocky
Mountain Orthodontics e American Orthodontics), totalizando 120 braquetes. A inclinação
dos tubos foi analisada por meio do ângulo formado pela base do tubo com a canaleta
oclusal (APO), e do ângulo formado pela base do tubo com a canaleta cervical (APC),
medidos na intersecção da linha base do tubo com as linhas laterais internas das
canaletas, e da média entre os dois. O estudo propôs comparar estatisticamente os valores
médios e os desvios padrão das inclinações entre as seis marcas comerciais avaliadas, se
os valores encontrados respeitavam a prescrição MBT, bem como se os parâmetros
estavam de acordo com a norma ISO 13971. A amostra total foi dividida em 6 grupos de 20
tubos cada, definidos segundo o fabricante a que pertencia cada tubo. As imagens dos
tubos foram capturadas com o emprego do microscópio eletrônico de varredura, na ordem
de 2 a 5 nm (20 - 50 Ao). O foco do microscópio foi ajustado em cada tubo para que o perfil
do mesmo apresentasse-se o mais nítido possível, com um aumento de 35 vezes em
relação ao tamanho real em toda a sua extensão. As paredes perpendiculares a base
foram denominadas de C (a que fica para cervical) e O (a que fica para oclusal) sendo a
base do tubo, denominado de linha B. A intersecção da linha B com a C e O formam os
ângulos da parede cervical (APC) e o ângulo da parede incisal (API) definindo a inclinação
vestibulolingual. Em todos os casos em que houve diferença significativa a marca AO foi a
que apresentou valores maiores, em geral, para os ângulos analisados. Verificou-se que
tubos fabricados por uma mesma empresa, mostram nítidas diferenças em torno do valor
prescrito pela técnica MBT. Numa avaliação pormenorizada utilizou como referencial a
21 amplitude entre os valores máximos e os valores mínimos de cada uma das marcas. As
marcas 3M Unitek e TP Orthodontics mostraram a média mais próxima do valor ideal,
ambas mostrando uma diferença de – 0,8 graus, seguidas da marca Morelli que
apresentou uma diferença de -1,0 graus, depois a marca American Orthodontics com uma
diferença de +1,2 graus, a marca Abzil com uma diferença de -2,0 graus e por fim a marca
Rocky Moutain Orthodontics com uma diferença de 2,1 graus. De acordo com a norma ISO
13971, que considera como aceitável para a inclinação das canaletas dos acessórios
ortodônticos, uma variação de um grau para mais ou para menos, as marcas 3M Unitek,
TP Orthodontics e Morelli se enquadram neste padrão quando se avaliam os valores
médios das inclinações entre as duas canaletas. Em todos os casos em que houve
diferença significativa, a marca AO foi a que apresentou, em geral, maiores valores para os
ângulos analisados.
Chen et al., em 2010, realizaram uma revisão sistemática da literatura ortodôntica
na qual foi relatado a eficiência, a eficácia e estabilidade dos braquetes autoligados em
comparação ao sistema convencional. Por meio da pesquisa electrónica em quatro bases
de dados, com publicações feitas no intervalo de 1966 a 2009. Foram selecionados 16
artigos, sendo que os critérios de inclusão foram: estudos clínicos que compararam
autoligáveis com aparelhos convencionais quanto à sua eficiência, a eficácia, ou
estabilidade, todas as idades e sexos, e todas as línguas. Os critérios de exclusão foram:
in-vitro, in-vivo, ou estudos em animais,
os estudos sem grupo de comparação, e
editoriais, opiniões ou artigos de filosofia, sem temas ou design analítico. Quanto ao risco
foram classificados em dois estudos randomizados controlados com baixo risco, 10
estudos com risco moderado, e 4 estudos transversais com moderado a alto risco. Depois
de compilar a lista dos estudos a serem incluídos, dois investigadores leram os artigos e
catalogaram os dados em formulários personalizados, que tinham sido classificados em
22 dois estudos de cada tipo (estudo de corte e estudo randomizado controlado). As listas de
referência dos artigos completos recuperados também foram pesquisados. Autores foram
contatados para informações adicionais. Toda pesquisa e abstração de dados foi realizada
de forma independente por pelo menos dois investigadores. Quando dois revisores
discordaram, um terceiro investigador foi chamado, e o consenso foi alcançado. Avaliação
independente da qualidade dos estudos incluídos foi realizada de acordo com uma escala
de Newcastle-Ottawa modificado por dois investigadores. Em áreas de discordância, um
terceiro investigador foi consultado, e o consenso foi alcançado depois de uma discussão.
Os artigos haviam sido publicados em Inglês, com exceção de um, em chinês. A maioria
das amostras incluíam pacientes adolescentes. São descritos como vantagens dos
aparelhos autoligados uma de força de atrito reduzida que se traduz num maior ganho
biológico e menor tempo de tratamento, sendo esta força menor nos aparelhos autoligados
passivos quando comparados com ativos. A ausência do binômio módulo elástico ou
metálico/arco é descrito como um melhor controle de placa bacteriana, bem como um
menor tempo de cadeira, sendo este o item que apresentou diferença significativa na metaanálise em sete estudos. É reconhecido como desvantagem um controle deficiente de
ângulo, torque e rotação. Sete estudos que investigaram a eficácia dos braquetes
autoligáveis comparados com os suportes convencionais em relação índices oclusais,
dimensões do arco e incisivos inferiores inclinações após incisivo alinhamento ou no final
do tratamento. Os resultados da Meta-análise destes 7 estudos indicaram que não foi
observada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos em qualquer
categoria resultado, exceto para mudança de vestibularização dos incisivos inferiores. Os
sistemas de suportes autoligáveis resultaram em menor proclinação dos incisivos inferiores
de 1,5º em relação aos sistemas convencionais. Nesta revisão não foi encontrado estudo
que compare a estabilidade final de tratamento entre o sistema autoligado e o
23 convencional. Em relação ao tempo de tratamento foram encontrados 3 estudos, que
estavam classificados em risco moderado, sendo que destes 2 relataram um menor tempo
de tratamento e 1 que a diferença de tempo não teve expressão estatistica, deve-se
salientar que nos 3 estudos não há uma harmonia quanto ao tempo médio de tratamento, e
os resultados sintetizados não apresentaram diferença significativa. Quanto aos índices
oclusais os dois estudos que utilizaram braquetes passivos Damon, encontraram uma
diferença significativa, por outro lado o que utilizou o sistema ativo In-Ovation não
encontrou diferença expressiva. Conclui-se que apesar das afirmações sobre a
superioridade clínica dos braquetes autoligáveis, as evidências da auto-ligação parece ter
uma vantagem significativa no que diz respeito ao tempo de cadeira, com base em vários
estudos transversais. As análises também mostraram uma pequena, mas estatisticamente
significativa, a diferença de vestibularização dos incisivos inferiores (1,5 menos proclinação
com braquetes autoligáveis, comparados com os suportes convencionais). Não há outras
diferenças significativas no tempo de tratamento ou características oclusais após o término
do tratamento . Não há estudos sobre a estabilidade a longo prazo do tratamento . Há
necessidade de estudos com amostras aleatórias, pró-protocolos para identificar o fim do
tratamento, e avaliadores cegos para avaliação dos resultados são fatores importantes
para futuros estudos para minimizar possíveis erros de análises .
Em 2010, Bhalla et al., anlisaram com microscopia electrônica as dimensões e
inclinações do braquete do incisivo central superior esquerdo autoligado, de ranhura
0,022”, de 4 fabricantes, Strite, 3M Unitek, Ormco e GAC, resultando num total de 6
aparelhos a serem pesquisados sendo eles SmartClip e Clarity SL (3M Unitek, Monrovia,
CA, EUA); Speed (Strite Indústrias Ontário, Canadá); Damon MX (Ormco, Orange,
Califórnia, EUA); In-Ovation R e In-Ovation C (Dentsply GAC, Bohemia, NY, EUA). Os
braquetes foram montadas nas bases do microscopia eletrônico com a tampa ou clip ou
24 totalmente aberto ou removida para fornecer uma visão clara das paredes dos canaletas.
Eles foram orientados de modo que os eixos mesiodistal das ranhuras do suporte eram
perpendiculares às bases dos talões e a base do microscópio. As imagens foram
capturadas e armazenadas em arquivos do tipo
como TIFF e foram exportadas para
Quartz PCI 5.1 (Quartzo Imaging Corporation, Vancouver, Canadá). As distâncias ou
alturas entre as paredes das canaletas foram medidas com aumento de 100 vezes e
comparado com as dimensões preconizadas por cada fabricante. As medições sucessivas
foram precisas e reproduzíveis para mais de 99 por cento. As alturas médias das canaletas
variaram de 0,02311” para o braquete Speed, e 0,02526” para o SmartClip. Os braquetes
do SmartClip foram o que apresentaram a maior variável em relação ao tamanho da
canaleta e In-Ovation R o mais consistente em tamanho. As discrepâncias variaram de
5,1% para o Speed e de 14,8% para o SmartClip. Todos os braquetes apresentaram
dimensão significantemente maior que 0,022” e a maioria das canaletas apresentavam
paredes divergentes. Embora os resultados deste estudo estejam em concordância com
estudos anteriores em relação aos tamanhos das canaletas, o uso de microscopia
eletrônica permitiu um alto grau de precisão da medição. Observou-se que os tamanhos
das canaletas de braquetes autoligados era significantemente maior do que o descrito
pelos fabricantes de 0,022” e as paredes da canaleta eram divergentes. As dimensões da
canaleta do braquete de um mesmo fabricante podem variar em tamanho. A expressão do
torque fica comprometida por esse aumento de dimensão, podendo afetar a oclusão final,
comprometendo a qualidade do tratamento.
Wook Heoa e Seung-Hak Baek, em 2011, realizaram um estudo in vitro com a
particularidade de modificarem os modelos com o objetivo de produzir em meio laboratorial
as condições mais próximas do in vivo. Para tanto os typodonts foram montados a partir
de estudos computadorizados em 3D utilizando uma técnica denominada estereolitografia,
25 visando quantificar o atrito entre fio e braquete resultante do deslocamento vertical e
horizontal de um dente na fase de alinhamento e nivelamento. Empregaram dois aparelhos
autoligados ativos, In-Ovation-R e In-Ovation-C, quatro autoligados passivos : Damon3MX, Damon-Q, SmartClip-SL3, Clarity SL, como grupo de controle foi utilizado os
aparelhos convencionais Clarity (3M Unitek) e Mini-Diamond (Ormco), todos os braquetes
apresentaram ranhura de 0,022 “. Os arcos utilizados foram da Ormco 0,014 “ A-NiTi e
NiTi-Cu . Foi simulado um má oclusão com arcada superior bilateral os caninos deslocados
em direção gengival, ao passo que os incisivos laterais superiores foram deslocados no
sentido lingual com valores de 0, 1, 2, e 3 mm. Para os braquetes convencionais, após a
ligação com módulos elásticos (Ligaduras Unistick, Sheboygan, Wisconsin), aguardou-se
um período de 3 minutos para o relaxamento de tensão. Cada combinação foi testada
cinco vezes com fios diferentes de cada tipo na máquina de ensaios universal na de tração
foi de 0,5 mm por minuto, em estado seco e temperatura ambiente. Um total de 560 testes
foi realizado nos quais foi mensurado o atrito cinético e estático. Verificaram que os
aparelhos convencionais apresentaram níveis de força maiores tanto no deslocamento
horizontal quanto no vertical para qualquer tipo de arco. O arco A-Niti o Clarity SL
apresentou nível de força menor no deslocamento vertical, ao passo que o Damon com
arco Cu-Niti apresentou menor nível de força no deslocamento lingual, os aparelhos
autoligados
ativos
apresentaram
níveis
de
forças
maiores
que
os
passivos,
independentemente do tipo de movimento e de arcos, porém, os valores eram menores
quando comparados aos convencionais. Concluíram que é necessário fabricar um
aparelho autoligado que levasse em conta as diferentes intensidades de forças
necessárias para produzirem movimentos nos dois planos (horizontal e vertical).
26 Proposição
27 3- Proposição
Este estudo propôs avaliar a precisão dimensional e a fidelidade do torque de -7,0°,
em braquete de primeiro pré-molar superior direito
autoligado com prescrição MBT,
canaleta 0,022” x 0,028”, das marcas 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho
Technology, Dentaurum e GAC, de modo a determinar:
3.1 – Se há concordância com a altura da canaleta (0,022”) e o valor do torque comercial
(-7°) dos braquetes pesquisados da prescrição MBT,respeitando os limites determinados
pela norma ISO 27020
3.2 – Comparar os valores entre as marcas comerciais analisadas
28 Material e Métodos
29 4- Material e Métodos
4.1 Material
4.1.1 Amostra
A amostra foi composta por 120 braquetes do primeiro pré-molar superior direito
com torque -7° e ângulo de 0° para colagem, com canaleta 0,022” x 0,028”, da prescrição
MBT, de 6 marcas comerciais (Quadro 1).
4.1.2 Material de Pesquisa
Para desenvolver a pesquisa foram necessários os seguintes materiais:
- 24 barras de alumínio retangular com ângulos retos e precisos,
na dimensão de 30mm x 5mm x 15mm;
- Base de madeira na dimensão de 11,5 x 7cm com uma perfuração central de
15mm x 5mm
- Cola gel ester cianocrilato LoctiteR (Henkel Ibérica, Loures, Lisboa, Portugal);
- Folha de papel milimetrado;
- Fio de aço inoxidável, de secção redonda, de dimensão
0,020” da marca 3M (Unitek , Monrovia, California- USA);
30 - Software AutoCad 2013 (Autodesk , Las Vegas, EUA);
- Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), marca Philips, modelo XL30, (Hillsboro,
Oregon- USA);
- Braquetes autoligados (Quadro 1)
Quadro 1-Relação Empresa/Modelo/Local declarado da fabricação/Lote-referência
Empresa Modelo Local de fabricação Lote nº (cidade, estado e país) 1 Dentaurun Discovery SL 2.0 Turnstrabe, 421678 Ispringen Germaany 2 GAC In‐Ovation York, Pensilvânia 189‐14200 ref USA 3 Orthometric OrthoClip – SLB Marília, São Paulo 2121225122 Brasil 4 Otrho Technology Lotus Plus Tampa, Flórida 121212 USA 5 Tp Orthodontic Click‐It La Porte, Indiana 28912A04 USA 6 3M Unitek Smart Clip Monrovia,Califor‐ nia, USA 991059400 31 4.2 Método
Os testes da precisão dos braquetes foram realizados no Departamento de
Engenharia Metalúrgica e Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força
Atômica, pertencente à Universidade de São Paulo – USP, sendo utilizada a abordagem
quantitativa por meio da técnica de pesquisa laboratorial.
A separação e identificação dos braquetes foram feitas por um segundo operador,
que não participou da pesquisa. Os braquetes foram acomodados em compartimentos com
códigos distintos e não identificáveis pelo operador principal da pesquisa. Estes códigos só
foram revelados ao pesquisador após o término das tabelas dos dados coletados,
cumprindo-se assim as exigências do teste duplo cego.
4.2.1 Confecção das bases de prova
As bases de provas foram confeccionadas, visando padronizar e otimizar a
obtenção das imagens em microscopia eletrônica, com este objetivo utilizou-se as barras
de alumínio com 5 mm (largura) por 15 mm (altura), que foram cortadas com um
comprimento de 30 mm. Estes segmentos de barra serviram como base para esta
avaliação.
4.2.2 Posicionamento dos braquetes
A colagem dos braquetes nas bases de provas ocorreu de modo que as canaletas
dos braquetes posicionaram-se paralelas ao feixe de obtenção da imagem do microscópio,
portanto, perpendicular ao longo eixo da base de prova na mesa do microscópio,
cumprindo assim a precisão e o paralelismo para a captura da imagem. No sentido de
atingir tal objetivo foi utilizada uma estrutura de madeira, com uma canaleta de 5 mm de
largura, onde as bases de prova foram posicionadas justas e bem adaptadas, facilitando o
32 processo de colagem. Sobre esta superfície de madeira foi colada uma folha de papel
milimetrado, com linhas perpendiculares a base de prova. Segmentos de fio redondo
0,020” de aço foram empregados para auxiliar na precisão da colagem dos braquetes.
Para o procedimento de colagem, foram empregados 5 segmentos de10mm deste
fio de um lado da canaleta, sobre o papel milimetrado, servindo como apoio. No lado
oposto e sobrepondo à canaleta, outros cincos segmentos de 10 mm cada, do mesmo fio
foram colados, seguindo o mesmo alinhamento dos segmentos anteriores, e com
extremidades livres para serem utilizados como guia de posicionamento dos braquetes no
momento da colagem. A colagem dos braquetes foi feita com pipeta de cola gel de ester
cianocrilato, da marca LoctiteR, mantendo-se a superfície seca, sendo esta a condição
indicada para a obtenção da imagem no M.E.V.
Em cada base foram colados cinco braquetes em sua superfície lateral (5mm x
30mm), de forma que, quando a base de prova estivesse deitada, os braquetes ficassem
posicionados com as faces mesiais voltadas para cima.
4.2.3 Obtenção das imagens dos braquetes.
As 24 bases de provas, cada um contendo 5 braquetes posicionados e colados,
foram colocadas individualmente na mesa de um Microscópio Eletrônico de Varredura
(MEV), marca Philips, modelo XL30, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e
Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força Atômica, pertencente à
Universidade de São Paulo – USP, onde seu foco foi ajustado em cada braquete para que
o perfil do mesmo estivesse o mais nítido possível, com um aumento de 50 vezes em toda
sua extensão.Os procedimentos de microscopia foram efetuados por um operador com
experiência no uso do equipamento. As imagens obtidas foram armazenadas no
computador do microscópio e, posteriormente, transferidas para um computador, com o
33 sistema operativo Microsof Windons Profissional XP 2002, Pentium, onde foram analisadas
pelo Software AutoCad 2013 (Autodesk, Las Vegas, EUA), processadas e mensuradas.
Desta forma, foram obtidas todas as imagens dos 120 braquetes.
4.2.4 Demarcação de linhas de referência.
Algumas linhas foram utilizadas para determinar, com exatidão, os ângulos que
representam a inclinação dos braquetes, sendo:
1- linha base (LB), linha traçada tangente a base do braquete (Figura 1).
Figura 1- Linha da base do braquete (LB).
34 2- Linha do fundo da canaleta- linha tangente ao fundo da canaleta (Figura 2).
Figura 2- Linha do fundo da canaleta
35 2- Linha cervical (LC)- linha traçada tangente a parede cervical da canaleta(Figura 3) .
Figura 3- Linha da parede cervical LC
36 3- Linha oclusal (LO)- linha tangente a parede oclusal da canaleta (Figura 4).
Figura 4- Linha da parede oclusal LO
37 5- Linha paralela a linha do fundo da caneta- linha projetada 0,10 mm para o interior da
canaleta e paralela a linha do fundo da canaleta (Figura 5).
Figura 5- Linha do interior da canaleta
38 6- Linha de entrada do braquete- linha traçada a partir do ponto em que se inicia a parte
ativa da canaleta e paralela a linha do fundo da canaleta (Figura 6)
Figura 6- Linha tangente a parte ativa da canalet
39 7- Linha paralela a linha de entrada do braquete- linha projetada 0,10 mm para o interior da
canaleta e paralela a linha de entrada do braquete (Figura 7)
Figura 7- linha de referência 0,10 interior da canaleta
40 4.2.5 Demarcação dos pontos de referência.
1- Ponto O1- ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha do fundo da canaleta
com a LO. (Figura 8).
Figura 8- Ponto O 1
41 4- Ponto O2-- ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha de entrada do
braquete com a LO (Figura 9).
Figura 9- Ponto O2
42 4.2.5 Obtenção dos ângulos
Os ângulos empregados para determinar a inclinação vestibulolingual dos braquetes
foram:
1- Ângulo APO- ângulo formado pela intersecção de LB com LO (Figura 10)
Figura 10- Angulo APO
43 2- Ângulo APC- ângulo formado pela intersecção de LB com LC (Figura 11);
Figura 11- Angulo APC
Utilizou-se o Software AutoCad 2013 para fazer a mensuração dos ângulos que
representa a inclinação, sendo utilizada duas casas decimais dos valores obtidos para o
ângulo APC e para o ângulo APO de cada braquete, foram obtidas as médias aritméticas
e, então, os valores foram comparados com os parâmetros de torque prescritos pela
44 prescrição MBT. Estes resultados e suas interpretações, proporcionaram uma visão mais
nítida sobre a precisão da inclinação nos braquetes da Filosofia MBT.
4.2.6. Mensuração do torque.
O torque dos braquetes foi avaliado pelos ângulos APO e APC que normalmente
deveriam fornecem valores semelhantes entre si. Portanto, visando neutralizar eventuais
diferenças indevidas observadas entre a inclinação das paredes cervical e oclusal,
obtiveram-se as médias entre os dois ângulos, para cada corpo de prova, representando
assim a inclinação vestíbulolingual da canaleta (o torque) real apresentado por cada
braquete. Estes valores que foram obtidos representam a inclinação da canaleta em
relação a um plano tangente à coroa dentária, citada normalmente como o torque
comercial dos braquetes. Estes valores foram diminuídos de 90o, visando-se trabalhar com
valores correspondentes aos comumente utilizados em Ortodontia.
A medição digitalizada dos ângulos APC e APO foi realizada pelo software Software
AutoCad 2013 (32Bit), sobre Windows XP Professional 2002, com Service Pack 2, sendo
utilizadas precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores encontrados foram
comparados aos parâmetros de torque estabelecidos pela técnica MBT, sendo também
suas porcentagens comparadas com a prescrição.
4.2.7- Mensuração dos ângulos APC, APO e paralelismo da canaleta
Ainda utilizando a medição digitalizada dos ângulos APC e APO, diante da
desigualdade dos valores, obteve-se a média das duas mensurações. O valor padrão de 0°
indica paralelismo perfeito, considerando a norma
alemã, norma
ISO 27020 que
padroniza e normatiza os aparelhos ortodônticos, aceitando a tolerância para braquetes de
45 até +/- 1º. Valores positivos representam paredes divergentes em direção a superfície
vestibular, ao passo que valores negativos indicam a presença de convergência das
paredes internas das canaletas dos braquetes.
4.2.8 Mensuração da altura da canaleta do braquete
A mensuração da altura da canaleta realizou-se por meio de duas distâncias, sendo
a primeira do ponto O1 até LC e a segunda do ponto O2 até LC. Estas distâncias
representam a altura da canaleta próxima ao fundo e próxima a entrada da canaleta.
Figura 12- Altura
46 Partindo do princípio que as paredes da canaleta são paralelas, espera-se que as
duas medidas da altura da canaleta sejam iguais. Porém, se as paredes forem
convergentes ou divergentes, observa-se a diferença entre as duas medidas. A medida de
menor grandeza foi selecionada, por representar o ponto de contato com o arco
ortodôntico. Essas mensurações foram realizadas por meio do software AutoCAD 2011 (32
Bit), sobre plataforma Windons 7 Professional com Service Pack 2, sendo utilizada a
precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores encontrados comparou-se aos
parâmetros da altura da canaleta estabelecidos pela técnica MBT que deveria ser de
0,56mm e também entre as marcas comerciais. Considerando-se a norma ISO, aceita-se
a variação de + 0,01mm para a dimensão cérvico-ocludsal.
4.3 Análise Estatística
Com a intenção de se verificar, se os fabricantes estão de acordo com a norma da
prescrição MBT, foi feita a análise dos dados e estes serão apresentadas em tabelas, com
medidas descritivas (média, desvio padrão, mínimo, e máximo), e intervalos de 95% de
confiança para a média. Para as grandezas angulares, será considerada uma tolerância de
1o em relação aos valores propostos pela técnica, sendo esta margem de erro de
fabricação, a aceitável, segundo a norma ISO alemã, única encontrada como parâmetro de
tolerância na fabricação de materiais ortodônticos e ortopédicos de precisão (ZANESCO,
2008). Em relação à altura da canaleta será considerada uma tolerância de +0.01mm em
relação aos valores propostos pela técnica, sendo esta margem de erro de fabricação, a
aceitável, segundo a mesma norma ISO 27020 alemã.
Aplicou-se o teste de normalidade dos dados (Shapiro-Wilk) e igualdade das
variâncias (Teste de Homogenidade) paras variáveis dependentes Divergência, Torque
Médio e Altura, em nível de significância de p<0,05. Na sequência, utilizou-se o teste
47 paramétrico ANOVA para inclinação vestibulolingual e o teste de Kruskal-wallis para a
dimensão cérvico-oclusal.
O teste de Tukey foi utilizado para a comparação múltipla dos grupos, com o intuito
de se identificar entre quais grupos ocorreu variáveis estatisticamente significativas para
todas variáveis do estudo. O software estatístico utilizado foi o SigmaPlot 12.0 e
STATISTICA 11.0.
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54 Artigo Científico
Orthodontics
ANÁLISE
DA
PRECISÃO
DIMENSIONAL
DO
TORQUE
EM
BRAQUETES
AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT.
Mércia Regina Lima Dantas Wu
Prof. Dr. Acácio Fuziy
Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira
Corresponding author
Acácio Fuziy
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
Pós-Graduação (Mestrado em Ortodontia)
Rua Cesário Galeno, 448- Bloco A
03071-000- Tatuapé, São Paulo, Brasil
Phone/Fax; +55 11 2178-1310
E-mail: [email protected]
Declaration of Interests :
The authors certify that they have no comercial or associative intetest that represents a
conflict of interest inconnection with the manuscript
1 ANÁLISE
DIMENSIONAL
DA ALTURA E DO TORQUE EM BRAQUETES
AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT
Resumo:
Introduction: Avaliou-se a precisão dimensional e a fidelidade do torque em braquetes de
pré-molares superiores autoligados, ranhura 0,022” X .0,028”, na prescrição MBT.
Methods: Foram analisados 120 braquetes, das marcas comerciais 3M Unitek, TP
Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum e GAC, sendo 20 para cada
marca específica. As imagens ampliadas do perfil dos braquetes foram obtidas por um
único operador com a utilização de um microscópio eletrônico de varredura, a inclinação
vesibulolingual e a dimensão cérvico-oclusal foram mensuradas, empregando-se o
software AutoCAD 2011 (32Bit), e comparadas com os valores de prescrição fornecidos
pelas empresas fabricantes. Empregou-se a análise de variância, Teste de Kruskal-Wallis
e o Teste de Tukey, em nível de significância de 0,05%. Results: Observou-se que as
marcas que mais se aproximaram da prescrição de torque de -7,0°, foi a Dentaurum,
seguida da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas
Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição de torque. Verificou-se
que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram
as marcas 3M Unitek, GAC e Orthometric, seguidas
das marcas Dentaurum, Tp
Orthodontics e Ortho Technology. Conclusions: Os clínicos que procurem fornecer ao seu
paciente um tratamento de execelência com um menor custo biológico tem neste
resultados as informações necessárias para poderem individualizarem seus tratamentos e
alcançar este objetivo.
2 Palavras Chaves : Dente Pré-molar, Braquetes, Ortodontia Corretiva
Abstract:
Introduction: This research study has evaluated the dimensional accuracy and torque
precision of upper premolar self-ligating brackets, slot 0.022” X .0.028”, MBT prescription.
Methods: For this purpose, 120 brackets from the following commercial brands have been
analyzed: 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum and
GAC; 20 brackets of each specific brand. The enlarged images of the bracket profile were
obtained by a single operator using a scanning electron microscope; the buccolingual
inclination and the cervical-occlusal dimension were measured using the AutoCAD 2011
(32Bit) software. Such measurements were compared to the values provided by the
manufacturing companies. The analysis of the variance test was applied, as well as the
Kruskal-Wallis test and the Tukey test, at a significance level of 0.05%. Results: It has
been observed that the brand that came closer to the -7.0° torque prescription value was
Dentaurum, followed by Ortho Technology and Orthometric and, then, by 3M Unitek. Tp
Orthodontics and GAC brands were the ones that presented more diverging values for the
torque prescription. It has been verified that the brands that came closer to the 0.56mm
cervical-occlusal dimension were 3M Unitek, GAC and Orthometric, followed by
Dentaurum, Tp Orthodontics and Ortho Technology. Conclusions: The dentists who look
to provide their patients with a high quality treatment with a reduced biological cost can find
the information necessary to appropriately change their treatment depending on the case
and to achieve this goal.
Key-Words: Premolar Teeth; Brackets; Corrective Orthodontics. 3 Introdução
Desde da publicação dos primeiros estudos dos aparelhos ortodônticos préajustados1, destacou-se que a precisão de sua fabricação seria uma condição essencial
para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao longo dos anos,
estudos foram realizados no sentido de confirmar o rigor na produção dos braquetes
2,3,4,5,6,7,8
e tem-se observado diferenças significativas, que variam entre 5 e 15% 9, sendo
estas justificadas porque durante o processo de fundição das ligas para a confecção dos
braquetes, estes sofrem contração, e na fase de acabamento, no processo de usinagem,
há a geração de estrias e sulcos na canaleta da peça. Devido a estas imperfeições, os
fabricantes costumam aumentar
a dimensão da canaleta dos braquetes e reduzir a
dimensão do fio10.
As imperfeições da canaleta e do arco ortodôntico podem resultar no aumento do
atrito11,12,13 . O movimento dentário pode ser prejudicado pelo atrito ou fricção11 que é
definida como a força que retarda ou é resistente ao deslizamento de dois objetos14,15,16 ,
sendo que o método de ligação braquete-fio representa um fator que interfere diretamente
no atrito. Objetivando reduzir o atrito entre o acessório e o fio, foram desenvolvidos os
braquetes autoligados que caracterizam-se por apresentar uma tampa frontal ou um clip
lateral, substituindo a fixação convencional do arco ao braquete por meio de elásticos ou
ligaduras metálicas.
Segundo Rinchusea e Miles em 2007, a ADA (The American Dental Association)
definiu que os cuidados de saúde oral necessitam de
normas legais. Assim, faz-se
necessário o embasamento científico destes procedimentos com materiais e métodos
comprovados. Portanto, para investigar a precisão do torque e da dimensão cérvico-oclusal
4 dos braquetes autoligados, testou-se a hipótese nula de que: não existe diferenças entre
braquetes autoligados de marcas distintas em relação ao que se recomenda a prescrição
MBT.
Proposição
Este estudo propôs avaliar a precisão dimensional e a fidelidade do torque de -7,0°,
em braquete de primeiro pré-molar superior direito
autoligado com prescrição MBT,
canaleta 0,022” x 0,028”, das marcas 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho
Technology, Dentaurum e GAC, de modo a determinar:
3.1 – Se há concordância com a altura da canaleta (0,022”) e o valor do torque comercial
(-7°) dos braquetes pesquisados da prescrição MBT,respeitando os limites determinados
pela norma ISO 27020
3.2 – Comparar os valores entre as marcas comerciais analisadas
Material e Métodos
Material
Foram empregados120 braquetes para colagem de primeiro pré-molar superior
direito, ranhura 0,022”X 0,028”, fabricados por empresas distintas, obedecendo a
prescrição MBT, com torque -7° e angulação meisodistal de 0° (Quadro 1).
Quadro 1-Relação do braquetes/fabricantes/local/lote-referência
Empresa Modelo Local de fabricação Lote nº (cidade, estado e 5 país) 1 Dentaurun Discovery SL 2.0 Turnstrabe, 421678 Ispringen Germaany 2 GAC In‐Ovation York, Pensilvânia 189‐14200 ref USA 3 Orthometric OrthoClip – SLB Marília, São Paulo 2121225122 Brasil 4 Otrho Technology Lotus Plus Tampa, Flórida 121212 USA 5 Tp Orthodontic Click‐It La Porte, Indiana 28912A04 USA 6 3M Unitek Smart Clip Monrovia,Califor‐ 991059400 nia, USA Métodos
O experimento foi executado seguindo o padrão do teste duplo-cego, sendo que a
separação e identificação dos braquetes foram feitas por uma segunda pessoa, que não
participou da pesquisa, a qual acomodou os braquetes em compartimentos com códigos
distintos e não identificáveis pelo operador. Estes códigos só foram revelados ao
pesquisador após o término da organização dos dados coletados.
6 Os testes da precisão dos braquetes foram realizados no Departamento de
Engenharia Metalúrgica e Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força
Atômica, pertencente à Universidade de São Paulo – USP, sendo utilizada a abordagem
quantitativa por meio da técnica de pesquisa laboratorial.
Confecção das bases de prova
As bases de provas foram confeccionadas, visando padronizar obtenção das
imagens em microscopia eletrônica, utilizou-se as barras de alumínio com 5 mm de
largura, 15 mm de altura e comprimento de 30 mm. Em cada base foram colados 5
braquetes em sua superfície lateral, de forma
que os braquetes pudessem ser
posicionados com as faces mesiais voltadas para cima, possibilitando a captura das
imagens.
Posicionamento dos braquetes
A colagem dos braquetes nas barras de alumínio foi realizada mantendo-se as
canaletas perpendiculares ao feixe de obtenção da imagem do microscópio. Foi utilizada
uma estrutura de madeira, com uma canaleta de 5 mm de largura, onde as bases de prova
foram posicionadas justapostas e adaptadas, facilitando o processo de colagem. Sobre
esta superfície de madeira foi colada uma folha de papel milimetrado, com linhas
perpendiculares a base de prova. Cinco segmentos de fio redondo de aço 0,020” foram
fixados no papel milimetrado, conservando-se a distância de 5,0mm entre eles. Outros
segmentos do fio de mesmos calibres foram introduzidos nas canletas dos braquetes e o
conjunto braquete e fio foram posicionados na base de alumínio, tomando como referência
o paralelismo entre os segmentos de fios. A colagem dos braquetes foi executada com
cola gel de éster cianocrilato, da marca LoctiteR, deixando-se a superfície seca e sem
excesso de cola.
7 Obtenção das imagens dos braquetes
Cada uma das 24 bases de prova foi individualmente colocada no Microscópio
Eletrônico de Varredura (MEV), marca Philips, modelo XL30, tendo o seu foco ajustado
para cada leitura de imagem do braquete, com o aumento de 50 vezes da sua dimensão
real. Os procedimentos de captura das imagens foi efetuado por um único operador com
experiência no uso do equipamento. As imagens obtidas foram armazenadas e
posteriormente transferidas para um computador, com o sistema operativo Microsoft
Windows Profissional XP 2002, Pentium.
Demarcação de linhas e pontos de referência
Empregando-se o Software AutoCad 2013 (Autodesk , Las Vegas, EUA) as imagens
foram processadas e foram determinados as linhas e pontos de referências para a
mensuração da inclinação vestibulolingual e dimensão cérvico-oclusal das canaletas
(Figura 1 e Tabela 1).
Tabela 1- Linhas e pontos de referências
Linha B
Linha tangente a base do braquete
Linha de fundo (LFC)
Linha
tangente
ao
fundo
da
canaleta
Linha paralela ao fundo (LIC)
Linha
traçada
0,10mm
para
o
interior da canaleta e paralela a
linha do fundo
Linha
de
entrada
da
canaleta Linha
(LTAC)
Linha
tangente
ao
início
das
canaleta ativa do braquete
paralela
a
linha
de Linha
traçada
0,10mm
para
o
8 entrada(LITAC)
interior da canaleta e paralela a
linha de entrada
Linha C
Linha tangente a parede cervical da
canaleta
Linha O
Linha tangente a parede oclusal da
canaleta
Ponto O1
Ponto localizado na intersecção da
linha paralela a linha de fundo com
a linha O
Ponto O2
Ponto localizado na intersecção da
linha paralela a linha de entrada
com a linha O.
9 Obtenção dos ângulos
A inclinação vestibulolingual dos braquetes foi definida por meio de dois ângulos,
APO e APC, sendo que o ângulo APO foi determinada pela intersecção da linha O com a
linha B e o ângulo APC foi estabelecida pela intersecção da linha C com a linha B (Figura
1). Diante da desigualdade nos valores destes ângulos, determinava-se a média aritmética
dos valores e comparava-se com o valor de torque de -7,0°.
Figura 1
10 Determinação da dimensão cérvico-oclusal
A mensuração da altura da canaleta realizou-se por meio de duas distâncias, sendo
a primeira do ponto O1 até LC e a segunda do ponto O2 até LC. Estas distâncias
representam a altura da canaleta próxima ao fundo e próxima a entrada da canaleta
(Figura 1).
Partindo do princípio que as paredes da canaleta são paralelas, espera-se que as
duas medidas da altura da canaleta sejam iguais. Porém, se as paredes forem
convergentes ou divergentes, observa-se a diferença entre as duas medidas, sendo que a
menor grandeza foi selecionada, por representar o ponto de contato com o arco
ortodôntico.
Vinte e quatro imagens foram selecionadas aleatoriamente e remedidas pelo mesmo
operador. O erro casual foi calculado segundo a Fórmula de Dahlberg (S2 = d2 / 2n)17 ,
onde o S2
corresponde a variância do erro, e d representa a diferença entre 2
determinações da mesma variável e o erro sistemático foi obtido pela aplicação do teste t18
, em nível de p < .05.
Análise Estatística
O teste de Shapiro Wilk foi aplicado aos valores para se verificar a distribuição
normal das variáveis, sendo que não se observou homogeinidade das variâncias apenas
para a dimensão cérvico-oclusal. Assim sendo, aplicou-se a Análise de variância a 1 fator
para a inclinação vestibulolingual e o Teste de Kruskal-Wallis para a dimensão cérvicooclusal. O teste de Tukey foi aplicado para indicar a existência de diferenças nas
comparações inter-grupos. O nível de significância adotado foi de p< .05.
11 RESULTADOS
A análise do erro evidencia que a variável inclinação vestibulolingual não apresentou
erro sistemático (p=0,28) e casual de 0,14. A variável dimensão cérvico-oclusal não
apresentou erro sistemático (p=0,22) e casual de 0,00.
A análise descritiva geral dos dados (média, desvio padrão, mínimo, máximo,
mediana e quartis) para as variáveis dependentes, dimensão cérvico-oclusal e inclinação
vestibulolingual dos braquetes (Tabelas 2 e 3 e Figuras 3 e 4).
Tabela 2- Análise estatística descritiva para a inclinação vestibulolingual dos braquetes.
GRUPO
Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de Variáveis
de
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Inclinação
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Vestibulolingual
Mean
N
Minimum
Maximum
Std.Dev.
Q25
Median
Q75
Dentaurum
-7.40000
20
-9.8700
-5.67000
1.227192
-8.3000
-7.13500
-6.31500
GAC
-4.67600
20
-7.1900
-0.36000
1.959322
-6.0450
-5.11500
-3.74000
Orthometric
-6.23050
20
-8.9400
-4.30000
1.300524
-7.0150
-6.35000
-4.86500
Ortho
-7.82500
20
-10.1800
-5.50000
1.288775
-8.5250
-7.66000
-7.07000
-5.14350
20
-8.4000
-3.32000
1.284610
-6.0500
-4.95000
-4.10000
3M Unitek
-8.68000
20
-13.7800
-4.53000
2.111368
-10.0000
-8.88000
-7.71500
All Grps
-6.65917
120
-13.7800
-0.36000
2.109235
-8.0250
-6.48000
-5.35000
Technology
Tp
Orthodontics
Tabela 3- Análise estatística descritiva para a dimensão cévico-oclusal dos braquetes.
GRUPO
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão vestibulolingual
dimensão
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
Median
vestibulolin
Mean
N
Minimum
Maximum
Std.Dev.
Q25
Q75
12 GRUPO
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão
dimensão vestibulolingual
dimensão
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
vestibulolingual
Median
vestibulolin
Mean
N
Minimum
Maximum
Std.Dev.
Q25
Dentaurum
0.527500
20
0.510000
0.550000
0.012085
0.520000
0.530000
0.540000
GAC
0.559000
20
0.540000
0.580000
0.012096
0.550000
0.560000
0.570000
Orthometric
0.546500
20
0.520000
0.570000
0.014965
0.535000
0.550000
0.560000
Ortho
0.584000
20
0.540000
0.630000
0.025629
0.560000
0.585000
0.605000
0.581000
20
0.530000
0.610000
0.022688
0.565000
0.585000
0.600000
3M Unitek
0.551000
20
0.520000
0.580000
0.016190
0.540000
0.550000
0.560000
All Grps
0.558167
120
0.510000
0.630000
0.026473
0.540000
0.560000
0.570000
Q75
Technology
Tp
Orthodontics
Os dados foram incialmente submetidos a análise de variância e homogeinidade, teste de
Shapiro Wilk, sendo que para a variável inclinação vestibulolingual observou-se
normalidade (p=0.464) e para a variável dimensão cervico-oclusal não se constatou
normalidade (p=0,278). Assim sendo, aplicou-se a Análise de Variância (ANOVA) a 1 fator
e de Kruskal-Wallis, respectivamente, para as primeira e segunda variável.
A análise de variância a 1 fator indicou que houve diferença estatisticamente
significante na inclinação vestibulolingual entre as marcas avaliadas (Tabela 4).
Tabela 4- Análise de Variância a 1 fator para a variável inclinação vestibulolingual dos
braquetes.
Marca
Média
Desvio
Soma dos F
padrão
quadrados
p
13 Dentaurum
-7,400
1,227
0,274
GAC
-4,676
1,959
0,438
Orthometric -6,231
1,301
0,291
Ortho
-7,825
1,289
0,288
Tp Orthod
-5,144
1,285
0,287
3M Unitek
-8,680
2,111
0,472
20,110
<0,001
Technology
Significante- P<0,05
Na tabela 5, observa-se que as marcas que mais se aproximaram da prescrição de
torque, considerando-se a inclinação vestibulolingual média foi a Dentaurum, seguida da
Ortho Technology e Orthometric e na sequência
marca 3M Unitek. As marcas Tp
Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição. Entretanto,
considerando-se o intervalo de confiança de 95% e o teste Qui-quadrado para o limite de 6,0° a -8,0°, verifica-se que a Dentaurum e Ortho Technology apresentou 60% dos
braquetes avaliados dentro do limite, seguido da Orthometric com 55%, GAC e Tp Orthod
com 25% e, finalmente, a 3M Unitek com 20% (Tabela 6 e Figura 4).
Tabela 5- Teste de Tukey para a variável inclinação vestibulolingual entre as marcas.
Grupo
Marca
Inclinação
A
vestibulolingual
6
3M Unitek
-8.68000
****
4
Ortho
-7.82500
****
B
C
D
14 Technology
1
Dentaurum
-7.40000
3
Orthometric
-6.23050
5
Tp
-5.14350
****
****
****
****
****
****
Orthodontics
2
GAC
-4.67600
****
*Letras diferentes indicam diferenças estatísticas com significância
Tabela 6- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando o percentual de casos que se
aproximam do limite de -6,0 a -8,0° de inclinação vestibulolingual entre as marcas.
Inclinação Dentaurum GAC de -6,0º e
Orthometric Ortho Tp 3M Technology Orthodontics Unitek 8,0
15,0
16,0
-8,0º
Não
se 8.0 15,0
9,0
aproxima
40%
75,0% 45,0%
40,0%
75,0%
80,0%
Aproxima
12,0
5,0
12,0
5,0
4,0
60,%
25,0% 55,0%
60,0%
25,0%
20,0%
11,0
15 2
Variáveis de Inclinação Vestibulolingual
0
-2
-4
-6
-8
-10
-12
-14
-16
Dentaurum
GAC
Orthometric
Ortho Technology
Tp Orthodontics
3M Unitek
GRUPO
Média
Media±dP
Min-Max
Figura 3- Gráfico BOX-PLOT com valores de média, desvio padrão, mínimo e máximo para
a inclinação vestibulolingual dos diferentes grupos.
O teste de Kruskal-Wallis evidenciou que houve diferença estatisticamente significante
na dimensão vestibulolingual entre as marcas avaliadas (Tabela 7).
Tabela 7- Teste de Kruskal-Wallis para a variável dimensão vestibulolingual dos braquetes
Marca
Mediana
25%
75%
H
p
Dentaurum
0,530
0,520
0,540
66,098
<0,001
GAC
0,560
0,550
0,570
Orthometric 0,550
0,533
0,560
16 Ortho
0,585
0,560
0,608
Tp Orthod
0,585
0,563
0,600
3M Unitek
0,550
0,540
0,560
Technology
Significante- P<0,05
Tabela 8- Teste de Tukey para a variável dimensão cérvico-oclusal entre as marcas.
Grupo
Marca
Dimensão
A
B
C
D
cérvico-oclusal
1
Dentaurum
0.527500
****
3
Orthometric
0.546500
****
6
3M Unitek
0.551000
****
2
GAC
0.559000
****
5
Tp
0.581000
****
0.584000
****
****
****
Orthodontics
4
Ortho
Technology
*Letras diferentes indicam diferenças estatísticas com significância
Na tabela 8, observa-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão
cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas GAC, 3M Unitek, e Orthometric, seguidas das
marcas Ortho Technology, Tp Orthodontics e Dentaurum (Figura 5). O Intervalo de
confiança a 95% e o Teste Qui-quadrado, considerando-se o limite de 0,55 a 0,57mm,
evidencia que a GAC tiveram 80% dos braquetes dentro deste limite, seguido da 3M Unitek
17 com 60%, Orthometric com 55%, Ortho Technology com 35%, Tp Orthodontics com 25% e
finalmente a Dentaurum com 5% (Tabela 9 e Figura 5).
Tabela 9- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando a distribuição percentual de
casos que se aproximam do limite de 0,55 a 0,57mm na dimensão cérvico-oclusal, entre as
marcas.
Dimensão
3M Dentaurum de 0,55 a
Unitek GAC
Ortho Orthometric
Technology Tp Orthodontics 0,57mm
Não
se 8.0 19,0
4,0
13,0
9,0
18,0
aproxima
40,0% 95,0%
20,0% 65,0%
45,0%
75,0%
Aproxima
12,0
1,0
16,0
11,0
2,0
60,0%
5,0%
80,0% 35,0%
55,0%
25,0%
7,0
18 Figura 4- Gráfico BOX-PLOT com valores de mediana, intervalo interquartílico, mínimo e
máximo para a dimensão vestibulolingual dos diferentes grupos.
19 0.6
0.59
dimensão vestibulolingual
0.58
0.57
0.56
0.55
0.54
0.53
0.52
0.51
Dentaur um
Or thometr ic
GAC
Tp Or thodontics
Or tho Technology
GRUPO
3M Unitek
Mean
Mean±0,95 Conf. Interval
Figura 5- Gráfico BOX-PLOT com a distribuição dos braquetes
no limite de 0,55 a
0,57mm, entre as marcas.
Discussão
Com a introdução dos aparelhos ortodônticos pré-ajustados1, levantou-se
a
preocupação com a precisão de sua fabricação, pois a fidelidade da prescrição seria uma
condição essencial para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao
longo dos anos, estudos foram realizados no sentido de confirmar o rigor na produção dos
braquetes
2,3,4,5,6,7,8
e tem-se observado diferenças significativas, que variam entre 5 e
15% 9. A popularização dos braquetes autoligados no cenário da Ortodontia nos últimos
20 anos19,20,21,22,23, tem despertado o interesse por pesquisas que avaliem o critério na
fabricação e precisão da prescrição .
A incorporação do torque é de fundamental importância na condução da mecânica e
está diretamente relacionada com a qualidade da finalização do tratamento, apresentando
os requisitos estéticos e funcionais adequados24 . O torque pode ser afetado pela interação
do arco com a canaleta do braquete, assim sendo, a dimensão cérvico-oclusal e o
paralelismo das paredes das canaletas são fatores de extrema importância para a sua
manifestação adequada
11,16
, desta forma justifica-se a realização deste estudo para se
avaliar a precisão de braquetes autoligados que obedecem a prescrição MBT.
Os estudos anteriores que demonstraram a preocupação em se avaliar a fidelidade
da prescrição e na dimensão dos braquetes, recorreram a imagens dos acessórios
ortodônticos obtidas empregando-se microscopia óptica3,27,28. Neste estudo optou-se por
uma abordagem quantitativa por meio técnica laboratorial, porém, utilizando-se imagens do
perfil dos braquetes obtidas com a microscopia eletrônica de varredura, seguindo a
metodologia de estudos anteriormente realizados Gomes (2007)29 Ramos(2009)7, Streva
(2011)30 e Silva(2012)8, por apresentar facilidade na preparação da amostra e na
profundidade de foco. Este estudo pesquisou a altura e o torque do primeiro pré-molar
superior da prescrição MBT das marcas Dentaurum, GAC, 3M Unitek, TP Orthodontic,
Orthometric e Ortho Technology, com 20 braquetes de cada marca o que totalizou 120
braquetes e resultou numa amostra de poder estatístico de paraᾳ=0,050:1,000. Em outros
estudos7,30 observou-se a utilização de números de amostras da avaliação semelhante,
sendo portanto, um número representativo para este modelo de estudo. Optou-se neste
estudo pelo teste duplo-cego, visando se evitar a tendenciosidade e garantir a
confiabilidade nos resultados e as comparações foram efetuadas seguindo-se a norma
ISO 27020, elaborada para parâmetros mínimos de produtos, sendo determinada pela
21 comissão de Padronização Ortodôntica Alemã. Mesmo a Norma ISO determinando um
limite angular de +-1° e limite linear de 0,01mm
as empresas continuam a produzir
braquetes com valores defasados dos padrões ideiais
recentes dos
aparelhos autoligados
2,3,4,5,6
há
inclusive nas versões
mais
valores díspares da prescrição
pesquisadas31,32.
Os resultados deste estudo comprovaram haver diferença estatisticamente
significante na inclinação vestibulolingual entre as marcas avaliadas, sendo que as marcas
que mais se aproximaram da prescrição de torque médio de 7,0° foi a Dentaurum, seguida
da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp
Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição (Tabela 5).
Considerando-se o limite de -6,0 a -8,0°, foi
a Dentaurum e Ortho Technology,
apresentando 60% dos braquetes avaliados dentro do limite, seguido da Orthometric com
55%, GAC e Tp Orthod com 25% e, finalmente, a 3M Unitek com 20% (Tabela 6 e Figura
4). No entanto, todas as marcas avaliadas não respeitaram a norma da prescrição MBT de
-7,0°. A existência de variações na inclinação vestibulolingual das canaletas dos braquetes
fabricados por empresas distintas, obedecendo a prescrição MBT, já tinha sido detectada,
porém
em
braquetes
convencionais6,10,24,32,39
e
também
analisando
outras
prescrições8,14,18,24 . A diferença também foi observada na inclinação vestibulolingual de
tubos de primeiros molares inferiores, segundo a prescrição MBT, entre marcas comerciais
distintas35 . Resultados distintos e com desvios inferiores no valor do torque prescrito,
foram observados em estudo, no qual constatou-se desvio de 3% no valor do torque para o
Mini MBT (3M Unitek) e um maior valor de desvio de 17% para Discovery da prescrição
Roth5. O torque pode ser alterado durante problemas na usinagem das peças5 .
22 Com os aparelhos autoligados numa mecânica de deslize18, o principal efeito
deletério foi a perda de torque o que justifica a necessidade deste estudo para quantificar o
valor inserido na canaleta, para ter-se a percepção sé há necessidade de uma nova
mecãnica ou é uma deficiência estrutural do aparelhos.
Neste estudo, verificou-se diferença estatisticamente significante na dimensão
cérvico-oclusal, entre as diferentes marcas. Considerando-se o limite de 0,55 a 0,57mm,
observou-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de
0,56mm foram as marcas GAC, 3M Unitek, e Orthometric, seguidas das marcas Ortho
Technology, Tp Orthodontics e Dentaurum (Tabela 8, Figura 5). Considerando-se o limite
de 0,55 a 0,57mm, evidencia-se que a GAC tiveram 80% dos braquetes dentro deste
limite, seguido da 3M Unitek com 60%, Orthometric com 55%, Ortho Technology com 35%,
Tp Orthodontics com 25% e finalmente a Dentaurum com 5% (Tabela 9 e Figura 5). No
entanto, nenhuma das marcas obedeceu a dimensão altura da canaleta de 0,56mm.
Observou-se também, que as paredes das canaletas apresentavam divergência,
resultando em valores distintos para os ângulos APO e APC, representativos do torque,
sendo, portanto, empregado a média aritmética dos dois valores e a divergência também
pode ser constatada pela diferença nos valores da dimensão cérvico-olcusal, mensurada
próximo a entrada e próximo ao fundo da canaleta, neste caso, foi utilizado o menor valor,
por representar o ponto de contato com o arco ortodôntico e contribuir para a manifestação
do torque. A existência da divergência nas paredes das canaletas foi verificada em outro
estudo5.
Seguindo a mesma linha deste estudo, empregando-se imagens obtidas em MEV de
braquetes autoligados de incisivo central superior de 6 marcas, foram
avaliadas a
dimensão cérvico-oclusal de 0,022” e o paralelismo das canaletas, que é traduzido pela
igualdade angular das paredes internas da canaleta, logo o valor do ângulo APO e APC
23 deveria ser o mesmo o que representaria o paralelismo das paredes internas do braquete.
Bhalla2 utilizou MEV para determinar a altura de 5 marcas comerciais de braquetes com
prescrição para esta medida de 0,022” e relatou nos seus achados valores acima da
prescrição, sendo o Speed o que mais se aproximava, com valor médio de 0,023” e o
SmarClip o que apresentou o maior valor com 0,025” e com valor semelhante ao Damon
M; os braquetes In Ovation R e C apresentam valores semelhantes de 0,024”, sendo
semelhante ao valor Clarity SL 2.
Nos estudos de Lemos quanto as alturas apenas 2
amostras estavam fora do intervalo aceitável segundo a norma ISO para a prescrição,
sendo que tal como no nosso estudo os demais valores aproximaram-se da 0,022”.
A manifestação do torque depende da interação da canaleta
com o arco
ortodôntico, assim sendo a precisão na dimensão cérvico-oclusal e o valor de torque são
fatores fundamentais para o bom controle do movimento dentário9. Neste contexto,
considerando-se
a
inclinação
vestibulolingual
e
a
dimensão
cévico-olcusal,
respectivamente, para as marcas, observa-se que os braquetes das marcas GAC ( com 4,6° e 0,55mm) e Tp Ortohodontics (-5,18° e 0,58mm) poderiam o comprometer na ação
do torque, sendo o que resulta também de um posicionamento oclusal deficiente também
já relatado em estudo anterior2 . Por outro lado, os braquetes das marcas Dentarum (-7,4°
e 0,52mm), Ortho Technology (-7,8° e 0,58mm) e 3M Unitek (-8,6° e 0,55mm),
aproximaram-se dos valores da prescrição indo de encontro aos resultados dos estudos de
Silva8.
Estudos foram realizados para se avaliar a fidelidade de prescrições e dimensões
das canaletas dos braquetes, sendo demonstrado que ocorre um elevado percentual de
discordância ou erros com base no qui-quadrado ao analisarmos a tabela 6 encontramos
até 80% da amostra fora dos limites da prescrição e que resultam de falhas no processo de
fabricação e do controle de qualidade
8,20,27,28
. Este aspecto é importante, pois o
24 profissional terá a informação qual a margem de erro da prescrição oferecer dos materiais
permitindo assim atingir as metas propostas ou seja o controle na movimentação
dentária8,22,28.
Conclusão
Em comparação com estudos dentro da mesma linha de pesquisa, mas em braquetes
ligados, nota-se que houve uma maior aproximação da prescrição no referente a altura da
canaleta e há uma relativa melhoria em relação ao torque. O clínico deve ter em conta que
na sua formação ainda há necessidade de existir o conhecimento de como executar uma
dobra de 2ª e 3ª ordem, para quando a prescrição não cumprir a necessidade individual do
paciente, ele estar apto a fazê-lo.
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análise da precisão dimensional e da fidelidade do torque em