DISSERTAÇÃO DE MESTRADO UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT. Mércia Regina Lima Dantas Wu São Paulo 2013 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT. Dissertação apresentada em formato alternativo (Artigo de Pesquisa) no Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo- UNICID para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy São Paulo 2013 ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL E DA FIDELIDADE DO TORQUE EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT. Mércia Regina Lima Dantas Wu Dissertação apresentada em formato alternativo (Artigo de Pesquisa) no Curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo- UNICID para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy Área de concentração: Ortodontia Data da defesa: 17 de Dezembro de 2013 Resultado: _________________________ Banca Examinadora : Prof. Dr. Acácio Fuziy __________________________ Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Prof.ª Dr.ª Ana Carla Nahás Scocate __________________________ Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira __________________________ São Paulo 2013 Dedicatória Dedico este trabalho a minha família pelo apoio e motivação ao longo de toda esta jornada. Ao meu marido Roberto Wu companheiro de todos os momentos sempre o meu porto seguro que me apoiou e aconselhou . Aos meus filhos Yan Chang Wu e Yulian Wu que souberam dar o carinho quando ele foi preciso. Aos meus pais Anibal Dantas e Severina Dantas os quais após 25 anos voltaram acolher uma filha universitária em sua casa relembrando os bons momentos da juventude. Por fim, e não menos impotante, a minha irmã Márcia Régia Dantas pelo apoio, pelo suporte logistico e por não me deixar nunca desistir. Agradecimentos Aos meus colegas de mestrado, Anna Carolina Rangel, Erika Siqueira, Fernanda Silva Mattos, Gabriela Sobral de Figueiredo Melke, Marcelo Tavares Roque, Rackel Milhomens Erduran, Sandra Golin e Wendel Minoru Shibasaki. Aos meus professores Dr. Flávio Vellini, Dr. Flávio Cotrim, Dra. Ana Carla, Dra. Rívea, Dr. Paulo, Dr. Hélio, Dra. Karyna, Dr. André, Dr. Fernando. Ao meu orientador Dr. Acácio que abraçou este projeto em andamento mesmo sabendo das dificuldades de orientar uma aluna que possuia uma distância física dos objetivos da nova estrutura universitária. O meu sincero agradecimento e reconhecimento pelo seu trabalho. As minhas secretárias Cláudia Costa, Fátima Diogo e Paula Lima. Agradeço a equipe Trevisi-Zanelato pelo apoio e orientação no preparo das aulas e seminários. Agradeço a Deus a força de ter conseguido chegar até aqui e peço dissernimento e sabedoria para transmitir o que aprendi e manter a mente aberta para continuar a aprender. Wu, Mércia Regina Lima Dantas. Análise da precisão dimensional e da fidelidade do torque em braquetes auto-ligados com prescrição MBT.[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Curso de Mestrado em Ortodontia, UNICID, 2013. Resumo Avaliou-se a precisão dimensional e a fidelidade do torque em braquetes de pré-molares superiores autoligados, ranhura 0,022” X .0,028”, na prescrição MBT. Foram analisados 120 braquetes, das marcas comerciais 3M Unitek, TP Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum e GAC, sendo 20 para cada marca específica. As imagens ampliadas do perfil dos braquetes foram obtidas por um único operador com a utilização de um microscópio eletrônico de varredura (MEV). A inclinação vesibulolingual e a dimensão cérvico-oclusal foram mensuradas, empregando-se o software AutoCAD 2011 (32Bit), e comparadas com os valores de prescrição fornecidos pelas empresas fabricantes. Empregou-se a análise de variância, Teste de Kruskal-Wallis e o Teste de Tukey, em nível de significância de 0,05%. Observou-se que as marcas que mais se aproximaram da prescrição de torque de -7,0°, foi a Dentaurum, seguida da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição de torque. Verificou-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas 3M Unitek, GAC e Orthometric, seguidas das marcas Dentaurum, Tp Orthodontics e Ortho Technology.Todas as marcas não obedecem a prescrição de torque e dimensão o que pode comprometer no controle da movimentação dentária. Palavras Chaves : Pré-molar, Braquetes, Ortodontia Corretiva Abstract This research study aims at measuring the slot dimension of upper premolar self-ligating brackets, slot 0.022” and MBT prescription, as well as measuring the accuracy of their buccolingual inclination (torque). Six commercial brands will be evaluated (3M Unitek, TP Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum and GAC), which are sold in Brazil and/or Portugal. For this purpose, images will be obtained by electron microscopy, using a microscope Philips XL 30 model, with EDS system (EDAX). Measurements will be performed by the AutoCad 2011 software and compared with the bracket prescriptions provided by the manufacturing companies. In this research study, 20 brackets from each company will be tested, being chosen randomly. A calibrated examiner will conduct the measurements. A variance test, a Kruskal-Wallis test and a Tukey test were employed with a 0,05% level of significance. From the results, it was observed that the brands that approached the closest to the -7,0° of torque that was prescribed were Dentarum, followed by Ortho Technology and Orthometric which was subsequently followed by the 3M Unitek brand. TP Orthodontics and GAC were the brands that mostly distanced themselves from the prescribed torque range. It was also seen that the brands that were closest to the cervical-occlusal dimension of 0,56mm were 3M Unitek, GAC and Orthometric, followed by Dentaurum, TP Orthodontics and Ortho Technology. All the brands do not obey the prescribed torque and dimension which could compromise the control of dental movement. Key-Words: Premolar Teeth; Brackets; Corrective Orthodontics. Lista de tabelas e quadros(texto e artigo) Quadro 1-Relação do braquetes/fabricantes/país --------------- 30texto e 4/5 artigo Tabela 1- Linhas e pontos de referências ------------------------------- 7 artigo Tabela 2- Análise estatística descritiva para a inclinação vestibulolingual dos braquetes ----------------------------------10 artigo Tabela 3- Análise estatística descritiva para a dimensão cévico-oclusal dos braquetes -------------------------------------11 artigo Tabela 4- Análise de Variância a 1 fator para a variável inclinação vestibulolingual dos braquetes ----------------------------------12 artigo Tabela 5- Teste de Tukey para a variável inclinação vestibulolingual entre as marcas - ---------------------------------13 artigo Tabela 6- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando o percentual de casos que se aproximam do limite de -6,0 a -8,0° de inclinação vestibulolingual entre as marcas - ----------------------------------13 artigo Tabela 7- Teste de Kruskal-Wallis para a variável dimensão vestibulolingual dos braquetes --------------------------------- 14 artigo Tabela 8- Teste de Tukey para a variável dimensão cérvico-oclusal entre as marcas. - ------------------------------------15 artigo Tabela 9- Resultado do teste Qui-quadrado evidenciando a distribuição percentual na dimensão cérvico-oclusal ---------------------------------------16 artigo Lista de figuras texto e artigo Figura 1- Linha da base do braquete (LB) ---------------------------33 texto Figura 2- Linha do fundo da canaleta(LFC)--------------------------34 texto Figura 3- Linha da parede cervical( LC) ------------------------------35 texto Figura 4- Linha da parede oclusal (LO)---------------------------------36 texto Figura 5- Linha do interior da canaleta(LIC)---------------------------37 texto Figura 6- Linha tangente a parte ativa da canaleta(LTAC)-------38 texto Figura 7- linha de referência 0,10 interior da canaleta(LITAC)-39 texto Figura 8- Ponto O 1------------------------------------------------------------40 texto Figura 9- Ponto O2 -----------------------------------------------------------41 texto Figura 10- Angulo APO------------------------------------------------------42 texto Figura 11- Angulo APC -----------------------------------------------------43 texto Figura 12- Altura---------------------------------------------------------------45 texto Fig1 artigo--------------------------------------------------------------- 8 artigo Fig 3 Gráfico BOX-PLOT ------------------------------------------- 14 artigo Fig 4 Gráfico BOX-PLOT com valores de mediana-------- 17 artigo Figura 5- BOX-PLOT com a distribuição dos braquetes---18 artigo Sumário 1- Introdução ____________________________________ 1 2- Revisão da Literatura____________________________ 5 3- Proposição____________________________________ 26 4- Material e Métodos______________________________ 28 5- Referências____________________________________ 48 6- Artigo Científico 1 2 1-Introdução Desde da publicação dos primeiros estudos dos aparelhos ortodônticos préajustados destacou-se que a precisão de sua fabricação seria uma condição essencial para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao longo dos anos, foram realizados estudos, visando avaliar o rigor na produção dos braquetes, evidenciando diferenças significativas, que variam entre 5 e 15% . Em estudos realizados por Kusy e Whitley, em 1999, foram relatadas diferenças dimensionais entre a prescrição e o aspecto real dos braquetes comercializados, comprometendo a expressão da angulação mésio-distal e do torque, no sentido vestibulolingual. Somada a esta situação existem as imprecisões dos arcos, que também foram motivo de estudos. Fischer-Brandies et al., em 2000, por exemplo, mediram com microscopia de luz, cinco marcas comerciais de arcos ortodônticos, e concluíram que os fios analisados possuem dimensões menores que aquelas fornecidas pelos fabricantes. Caso sejam utilizados braquetes com canaleta 0,022” x 0,028” e arcos ortodônticos com dimensão máxima de 0,019” x 0,025”, e mesmo que os acessórios apresentem fidelidade dimensional, ainda assim existe uma perda de 6% na precisão do torque. Logo, se um dos pilares do tratamento com aparelhos pré-ajustados está na precisão do binário dimensão da canaleta/dimensão do arco, a soma de todas estas imprecisões relatadas anteriormente prejudica significativamente o resultado clínico final. Durante o processo de fundição das ligas para a confecção dos braquetes, estes sofrem contração, e na fase de acabamento, no processo de usinagem, podem ocorrer o aparecimento de estrias e sulcos na canaleta do acessório. Devido a estas imperfeições, 3 os fabricantes costumam aumentar deliberadamente a dimensão da canaleta dos braquetes e reduzir a dimensão do fio; fator este corraborado pelo estudo publicado por Kusy, em 2000. Em pesquisa realizada por Ramos, demonstrou-se que existem imperfeições nas dimensões e na conformação do canal de encaixe dos braquetes, e que a maior parte dos valores métricos está abaixo dos valores da prescrição. Relatou também que para quantificar estes ângulos tomou como referência a base horizontal do braquete e as paredes verticais da canaleta, o que produziu 2 ângulos (APC- ângulo da parede cervical e API ângulo da parede incisal), definindo assim a inclinação vestibulolingual do acessório. Com a utilização da microscopia eletrônica têm-se a possibilidade de mensurar com mais exatidão as deficiências da canaleta e do arco ortodôntico, sendo que Viazis et al., em 1993, relataram que os defeitos internos ocorriam em 47,5% das amostras analisadas e que falhas de usinagem ocorreram em de 42,5% dos espécimes. Este estudo confirmou que o uso da MEV não só foi eficaz na determinação das falhas, como também em localizar a origem destas. As imperfeições da canaleta e do arco ortodôntico produzem maior atrito, segundo diferentes pesquisas de Baek, Kusy e Viazis, fato que aumenta o tempo de tratamento bem como o custo biológico para o paciente. Estudos realizados por meio do MEV(microscópio eletrônico de varredura) podem diagnosticar estas falhas, e espera-se que com isso os fabricantes possam produzir braquetes e fios mais próximos das dimensões ideais. A Ortodontia Contemporânea visa a obtenção de resultados em menor tempo de tratamento, assim sendo, o atrito entre braquetes e o fio ortodôntico é considerado um fator que dificulta a movimentação dentária. Objetivando a reduzir o atrito entre o acessório e o fio ortodôntico, foram desenvolvidos os braquetes autoligados que caracterizam-se por 4 apresentar uma tampa frontal ou um clip lateral, substituindo a fixação convencional do arco ao braquete por meio de elásticos ou ligaduras metálicas. Desde a sua introdução, estes sistemas têm-se desenvolvido e muitas marcas comerciais disponibilizam os braquetes autoligados para atender a demanda crescente do mercado ortodôntico. Segundo Rinchusea e Miles, na sua publicação de 2007, relataram que a ADA (The American Dental Association) definiu que os cuidados de saúde oral necessitam de uma integração com normas legais, que levem a avaliações sistemáticas dos procedimentos realizados. Assim, faz-se necessário o embasamento científico destes procedimentos com materiais e métodos comprovados, os quais confirmem que o procedimento clínico respeitou as normas previamente acordadas com o paciente. No sentido de cumprir este objetivo as imprecisões determinadas nos acessórios ortodônticos devem respeitar os limites de tolerância de algumas agências de controle, tais como ADA e MHRA(Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency). Estes cuidados oferecem ao clínico as condições de trabalho adequadas para, juntamente com a sua formação especializada, oferecer ao paciente o melhor tratamento. Assim sendo, este estudo objetivou analisar a precisão dimensional e a fidelidade do torque em braquetes autoligados de pré-molar superior com prescrição MBT, canaleta 0,022” x 0,028”, de seis marcas comerciais, proporcionando ao profissional subsídios para a escolha de um acessório mais preciso, sendo que esta precisão refretirá numa qualidade diferenciada de tratamento com um menor custo biológico a saúde bucal do paciente. As aferições pesquisadas foram quantificadas dentro dos parâmetros na norma ISO 27020 a qual em relação ao torque tem um intervalo de +- 1°, e em relação a medida linear de 0,01 mm. 5 Revisão da Literatura 6 2. Revisão da Literatura Em 1989 Bennett e McLaughlin iniciaram publicações referentes as modificações de ângulo e torque na técnica Straight-Wire, que levariam a um aparelho preajustado com maior eficiência para a obtenção das 6 chaves da oclusão propostas por Andrews . Estas alterações, somadas à colaboração de Trevisi durante a década de noventa, resultaram em uma nova prescrição de braquetes preajustados, denominada técnica MBT em 1997. Em 1993, Viazis et al., utilizaram o scâner de microscopia eletrônica como ferramenta de pesquisa para avaliar a estrutura dos braquetes monocristalinos. Cada suporte foi analisado pelo SX-30E ISI SEM para determinar o ponto do início da fratura, resultante de poros que se formam no processo da usinagem de uma matéria prima, que o seu estado inicial é liquido numa temperatura próxima dos 2000°C. Foram feitas micrografias com aumento de 20, 50, 100 vezes e em casos específicos foram feitas ampliações adicionais até ter-se a determinação do ponto inicial do defeito. A localização mais comum das fraturas encontradas foi no canto externo da canaleta, sendo que a imagem sugere que o defeito inicial é um poro. A segunda falha mais comum ocorre ao longo de toda a canaleta, resultando em imagem de arcos e linhas retas, que parecem emergir desta região, podendo acarretar na fratura da aleta do braquete. As demais falhas 7 encontradas possuíam as mesmas origens das citadas acima, porém, com localizações distintas. Quanto à identificação dentária, os autores descreveram que dos 39 braquetes com falhas 33,5% pertenciam ao incisivo central superior, 43,5% ao incisivo lateral superior e 23% ao canino superior. Neste estudo não foi avaliado os braquetes dos dentes inferiores. As principais causas de falha foram de defeitos interno em 47,5%; interferência de usinagem em 42,5%, e em 10,0% os fatores eram indeterminados. Concluiu que as falhas ocorrem, principalmente, por erro no processo de usinagem e defeitos internos na estrutura monocristalina, sendo este dado importante, para a correção do processo de fabricação destes braquetes, proporcionando um material clínico de qualidade superior . Shivapuja e Berger, em 1994, utilizaram microscopia eletrônica para comparar o atrito durante a mecânica entre braquetes ligados e autoligados. Utilizaram cinco tipos diferentes de braquetes e que foram divididos em 2 grupos, segundo o sistema de ligação entre o arco ortodôntico e o acessório, totalizando 12 braquetes por grupo. Os braquetes ligados tiveram uma apreensão com uma força média de 150g. A força de fricção foi avaliada em máquina Universal (cisalhamento Corp, Canton, Massachusetts) com cada segmento de fio de aço inoxidável 0,018”, sendo movido na distância de 1,0 polegada (25,4 mm) e velocidade de 0,001 polegadas (0.0254 mm) por minuto, usando uma escala completa de carga de 1 libra (gm 454.5) . O experimento foi executado em saliva artificial, entretanto, demonstrou-se não ser a solução mais indicada, devido à interação desta com a celulose que existe na composição do arco, produzindo um maior atrito. Assim, após diversas tentativas, a escolha foi solução salina normal. Os resultados demonstraram que não houve diferença estatisticamente significante entre os braquetes convencionais e os autoligados em relação ao atrito estático para o início do movimento, sendo o maior valor encontrado para o convencional com aleta dupla. O atrito cinético foi proporcionalmente maior nos braquetes metálicos de aletas duplas cuja a amarração era módulo elástico e os 8 braquetes cerâmicos com amarração de módulo elástico ou fio de aço, sendo que estes apresentaram uma resistência ao movimento que produziu uma força de 308,15g. Quando o módulo de apreensão do arco foi elástico produziu-se uma força de resistência a movimentação 87,26 g, ao passo que os aparelhos autoligados produziram uma força de resistência média 35,9g para o Activa e 40,40g para o Edgelock. Desaconselharam o uso de módulos elásticos na fase de deslizamento, e, recomendaram diante do emprego da ligação metálica, que o profissional tomasse os devidos cuidados, da extremidade da amarração não pressionar ou abraçar o arco principal, o que resultaria no aumento do atrito. Relatou também o baixo índice de força cinética dos aparelhos autoligados quando submetidos a mecânica de deslize, isto porque o fio movimenta-se como se estivesse dentro de um tubo. Neste estudo, o fio foi movido paralelamente a canaleta para cada braquete. Infelizmente, como com todos os estudos in vitro, este é um estudo comparativo e em nenhuma maneira é capaz de simular condições reais de clínica acrescidas das variáveis individuais de cada tratamento. Notou-se também diferenças de valores entre aparelhos autoligados, isto deve-se a diferentes formas de apreensão do arco. Concluiu que o atrito estático e cinético era menor nos sistemas autoligados com valores inferiores a 50g, nos aparelhos metálicos com ligaduras de fio de aço 0,012”, o valor desta força é próximo de 100g e nos cerâmicos acima de 150g. Os autores acreditam que um sistema de braquetes não substitui o outro, e que o aparelho autoligado é mais uma opção de ferramenta de trabalho. Em 1999, Kusy e Whitley, apresentaram estudos demonstrando que um dos fatores determinantes do atrito é a relação entre o ângulo formado pela canaleta do braquete e o arco, sendo que a diferença entre a dimensão dos arcos e a dimensão do braquetes criavam ângulos de valores superiores às prescrições, dificultando a expressão destes, em nível clínico. A amostra foi composta por canaletas de 24 braquetes de oito principais 9 fornecedores e 8 diferentes tipos de arcos. As medidas dos arcos foram aferidas com o emprego de um micrômetro Sony µ Mate. Os pesquisadores utilizaram fórmulas matemáticas para calcular os ângulos em questão, e concluíram que para o deslize ocorrer o ângulo de contato canaleta/arco deve estar entre 0 e 4°. Kapur, Sinha e Nanda, em 1999, aferiram a carga transmitida e a integridade estrutural dos braquetes de aço inoxidável e de titânio na aplicação de torque vestibular. Para o desenvolvimento dos trabalhos, os autores utilizaram um dispositivo especialmente planejado que fazia aplicação de uma inclinação vestibulolingual de 45º em braquetes Edgewise com canaletas 0,018” e 0,022”. Para medirem a carga gerada, utilizaram uma máquina de de ensaio universal Instron, em intervalos de 15º, 30º e 45º de aplicação de torque. Utilizaram também um estereoscópio móvel para avaliar a estabilidade estrutural dos braquetes, medindo a largura do encaixe do braquete antes e depois de serem submetidos ao torque. A carga média gerada na aplicação de 45º de torque, foi analisada pelo teste “t” de Student para dados independentes. Quando comparados aos braquetes de aço inoxidável, os braquetes de titânio transmitiram forças mais altas nos torques de 15º e 30º, e mais baixas no torque de 45º. Os autores concluíram que os braquetes de titânio têm uma estabilidade maior quanto maior for a sua dimensâo, quando comparados aos braquetes de aço inoxidável. Fischer-Brandies et al., em 2000, pesquisaram a transmissão do torque com a aplicação de fios retangulares, com objetivo de determinar influência da dureza e da dimensão do fio no aparelho preajustado, bem como se as dimensões arco/braquete estavam de acordo com as informações dos fabricantes. Os autores avaliaram cinco marcas comerciais de diferentes fios de secção quadrangular e retangular de aço inoxidável em três dimensões (0.016" X 0.016", 0.016" X 0.022" e 0.017" X 0.025"), os quais foram inseridos em braquetes Edgewise com canaleta 0.018". Torções diferentes 10 foram incorporados aos fios. Concluíram que as dimensões dos braquetes apresentaram em média 0,8% acima das citadas pelos fabricantes, e os fios subdimensionados entre 9,7% a 10,7% e com arestas irregulares, o que resultou em ausência da expressão de torque na secção 0.016 x 0.016 em duas marcas, independentemente do grau de torque aplicado. Thorstenson e Kusy em 2001, avaliaram comparativamente as propiedades friccionais dos braquetes convencionais de aço inoxidável, Mini Diamond (Ormco), ligados com amarrações de aço, em fios retangulares de aço inoxidável, no diâmetro 0.018” x 0.025” e dos braquetes autoligados Damon SL (Ormco), com os mesmos tipos de arco. As análises foram feitas nas angulações de segunda ordem. Como forma de controle, foram medidas as propriedades friccionais dos braquetes autoligados abertos, amarrados com amarrilhos convencionais. Foi medida a resistência ao deslizamento dos sistemas abertos com forças de amarração que variavam de 200 a 600 cN e com ângulos que variavam de 9° a 9°. Na configuração passiva, os braquetes convencionais e o braquete autoligado aberto e amarrado apresentaram uma resistência friccional semelhante, enquanto que o autoligado com sua tampa fechada, não apresentou fricção. Com o aumento da angulação, todos os braquetes apresentaram um aumento de resistência ao deslizamento, porém, os braquetes autoligados apresentaram os menores índices. Thorstenson e Kusy, em 2002, investigaram a resistência à mecânica de deslize de três tipos de braquetes autoligados com fechamento passivo: Activa (Ormco), Damon (Ormco) e Twinlock (Ormco), além de três tipos com sistema de fechamento ativo: InOvation(GAC), SPEED (Strite industries) e Time (American Orthodontics). Foi utilizado um fio de aço inoxidável de diâmetro 0.018“ x 0.025”. Todos os braquetes foram movimentados a uma velocidade de 10mm/minuto, por uma distância de 2,5 mm. Para cada braquete foram feitas 14 medições em angulações de segunda ordem, variando de - 11 9° a +9°, em situações com presença e ausência de saliva natural humana, à temperatura de 34°. Em todos os braquetes os ângulos de atrito críticos foram determinados. Esses valores variaram de 3° a 5°. Abaixo desses valores críticos, os braquetes com fechamento passivo apresentam um fator de atrito desprezível. As peças com fechamento ativo apresentam forças friccionais de cerca de 50 cN (50g). Acima desses ângulos críticos, todos os braquetes apresentaram um aumento da força de atrito, em função do aumento dos pontos de contato entre a canaleta do braquete e o fio, independentemente, do sistema que estava sendo utilizado Também em 2002, Thorstenson e Kusy, analisaram a relação do material e das características geométricas de cinco tipos de fios e 4 tipos de braquetes autoligados. Foram utilizados diversos tipos de fios, de diferentes fabricantes, sendo: Ni-Ti austenítico de 0.014” (Highland Metals), de diâmetro 0.016” x 0.022” (Orthonol, RMO) e de diâmetro 0.019” x 0.025” (Rematitan, Dentaurum); um fio de Ni -Ti martensítico 0.019” x 0.025” (Nitinol Classic, Unitek) e um fio de aço inoxidável 0.019” x 0.025” (Forestadent). Foram utilizados três tipos de braquetes com fechamento ativo: In-Ovation (GAC), SPEED (Strite industries) e Time (American Orthodontics) e um com fechamento passivo: Damon II (Ormco). A resistência ao deslizamento foi medida com ângulos de segunda ordem, que variavam de - 9° a + 9°. Quando havia folga entre o braquete e o fio, a resistência ao deslizamento foi desprezível, tanto no braquete passivo quanto no ativo, onde o fio contacta coma tampa ou clip de fechamento. Quando a folga desapareceu e com o acréscimo da angulação de segunda ordem, houve o aumento da resistência friccional nos dois tipos de braquetes. Quanto mais rígido for o fio, maior é a resistência ao deslizamento, em relação ao aumento nas dobras de segunda ordem. Os autores afirmaram que a resistência ao deslizamento afeta todos os estágios do tratamento e que o clínico deve observar suas metas de tratamento antes da escolha do aparelho. 12 Sugeriram que embora um valor baixo de resistência ao deslizamento seja desejado nas fases iniciais do tratamento, um valor de resistência alto seria mais desejável nas etapas finais do tratamento. McLaughlin, Bennett e Trevisi (2002) relataram que de 1993 a 1997 trabalharam com o sistema padrão de braquetes Straigh-Wire e que por mais de 15 anos desenvolveram e aperfeiçoaram a técnica de tratamento com base na mecânica de deslize e nas forças leves e contínuas. Após terem estabelecido um sistema muito bem sucedido de mecânicas de tratamento, McLaughlin e Bennett passaram a trabalhar com Trevisi (1993) no planejamento de um sistema de braquetes, que se ajustasse a suas filosofias de tratamento e superassem as limitações do aparelho Straight-Wire original. Fizeram uma revisão do trabalho de Andrews e utilizaram vários resultados de outras pesquisas provenientes de estudos em pacientes orientais. No sistema MBT, a forma retangular dos braquetes foi substituída pela rombóide. Tal procedimento reduziu o volume de cada braquete e estabeleceu linhas referenciais nos planos horizontal e vertical, resultando em uma maior precisão na instalação dos braquetes. A inclinação na base foi uma característica muito importante da primeira e segunda geração de braquetes preajustados. Não havia tecnologia disponível que permitisse adequar as canaletas às posições corretas em relação às superfícies vestibulares das coroas, sem inclinação na base. Os sistemas modernos de braquetes, incluindo o sistema MBT, foram desenvolvidos utilizando a computação gráfica (CAD) e sistemas computadorizados (CAM). Primeiramente, o computador localizou o local exato da canaleta nos braquetes, em relação às distâncias de in/out e à posição de torque de cada dente. Logo após a determinação desta posição, elaboraram-se as áreas de encaixe, otimizando o desenho dos braquetes. Além disso, para que os dentes pudessem deslizar suavemente, utilizam-se na técnica MBT o fio de aço inoxidável 0.019” x 0.025” na canaleta 0.022”, tendo em vista que um arco muito 13 espesso dificultaria no deslizamento. Esses arcos têm uma folga de aproximadamente 10°, dependendo da qualidade de fabricação dos braquetes, dos arcos e arredondamento de suas extremidades ou de seu campo de ação. Como resultado desta relativa ineficiência dos braquetes, foi necessário, na técnica MBT, inserir torque adicional nos braquetes dos incisivos, molares e pré-molares inferiores, para que os objetivos clínicos pudessem ser atingidos com mínimo de dobras nos arcos. Em 2003, Harradine revisando as publicações científicas dos sistemas de braquetes autoligados, discutiu os desenvolvimentos, vantagens clínicas e as possíveis imperfeições dos sistemas disponíveis. No artigo, o autor relatou as propriedades de um sistema de ligação ideal, que incluiriam: ser seguro e robusto; assegurar um encaixe completo do fio na canaleta, exibir baixo atrito entre o braquete e o fio; ser rápido e de fácil de utilização, possibilitar atrito maior quando desejado, permitir facilidade de ligação com correntes elásticas, proporcionar boa higiene bucal e ser confortável ao paciente. O autor também discutiu as vantagens dos braquetes autoligados, salientando, principalmente, o papel do baixo atrito. Comparou experimentos in vitro e in vivo do desempenho desses tipos de aparelhos e afirmou que, sob a ótica das evidências existentes e baseado na experiência clínica, os braquetes autoligados proporcionam uma redução significante do atrito em todas as dimensões do movimento dentário. Outras vantagens descritas para os braquetes autoligados foram um menor comprometimento da ancoragem, o alinhamento mais fácil de dentes com irregularidades severas e um menor gasto de tempo para a troca de arcos. Foi também comparada a questão da ligação passiva e ativa, onde o autor afirmou que este não é um aspecto fundamental para a diferenciação dos braquetes autoligados em relação aos convencionais, afirmando que os braquetes autoligados ativos permitem um alinhamento inicial mais completo, já que seu mecanismo de fechamento pressiona o fio contra a canaleta, porém, quando são utilizados 14 fios mais grossos esta característica aumenta o atrito do sistema e reduz sua capacidade de produzir torque. Em 2003, Smith, Roussow e Watson, avaliaram, in vitro, a resistência ao atrito durante a retração de um dente canino. O dispositivo de teste permitia uma inclinação e verticalização dinâmica e progressiva da amostra, ao mesmo tempo em que ocorria a tração linear do braquete, que era parecida com uma retração de canino por mecânica de deslizamento. Foram utilizados seis tipos de braquetes, sendo três convencionais: de metal (Victory, Unitek), cerâmico (Transcend 6000, Unitek) e cerâmico com canaleta metálica (Clarity,Unitek) e três tipos de braquetes autoligados: ativo (Speed, Strite Industries); passivo (Damon, Ormco) e autoligado com ligação variável (Time, American Orthodontics). Foram avaliados os fios de aço inoxidável e níquel-titânio nos diâmetros 0.018“, 0,020”; 0.018“ x 0.025” e 0.021“ x 0.025”; os fios de aço trançado 0.0175“, 0.0195”; 0.018“x 0.025” e 0.021“ x 0.025” e os fios de níquel-titânio trançados de 0.018“e 0,020”. Os autores concluíram que os braquetes cerâmicos, com ou sem canaleta de metal, produziram maior atrito, seguidos pelos braquetes metálicos convencionais, pelos braquetes autoligados ativos, seguidos dos braquetes autoligados com ligação variável. Os braquetes autoligados passivos apresentaram o menor índice de atrito. Também concluíram que os fios de aço normal e de aço trançado provocaram mais atrito do que os fios de níquel-titânio. Da mesma forma, os fios de menor dimensão produziram menor atrito do que os fios mais espessos, e os fios redondos produziram menor atrito do que os fios retangulares. Cash, Curtis e Donald, em 2004, publicaram um estudo, no qual avaliaram a dimensão da canaleta de braquetes de incisivo central superior de 11 marcas comerciais, que eram fabricadas por 5 empresas. Os braquetes eram fabricados tanto em materiais metálicos quanto em estéticos; de amarração convencional e autoligada; todos eles com 15 canaleta de 0,022”. Com o objetivo de aferir a precisão das medidas das canaletas dos braquetes, o estudo classificou a forma da canaleta em 3 categorias, paralelas, divergentes e convergentes. Todas os braquetes avaliados apresentaram valores maiores que os informados pelos fabricantes, sendo que os braquetes com menor desvio da sua prescrição foram Twin Torque, Clarity, e Mini Mono. Por outro lado, o Elegancy foi o que apresentou o maior valor em relação a sua prescrição. Estas altas taxas de imprecisão levaram os autores a justificar que o retorno do uso da técnica convencional Edgewise, por clínicos descontentes com os aparelhos preajustados, está sendo cada vez maior. Concluíram que os clínicos devem estar cientes da perda de expressão de torque devido ao aumento da dimensão do aparelho comercializado tanto pelo supradimensão da canaleta como pela subdimensão dos fios, o que resulta numa necessidade de acréscimo da dobra de 3ª ordem quando a expressão do torque não for suficiente. Em 2005, Simona e Tecco, relataram a importância do binômio arco/canaleta, quantificando o atrito produzido por 3 ligas de fios, sendo que entre os arcos de níqueltitânio e de aço não houve diferença significativa, porém, notou-se um valor maior para os arcos de beta-titânio. A amostra era composta por braquetes convencionais e autoligados das marcas Ormco, 3M Unitek e American Orthodontics. No corpo de teste os braquetes de segundo pré-molar direito ao segundo pré-molar esquerdo foram montados em linha reta. Empregaram arcos de aço, níquel-titânio e beta-titânio, com dimensões 0,016”; 0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”. Nos aparelhos ligados, após a colocação da ligadura elástica, aguardou-se 3 minutos para dissipação do stress inicial e a velocidade de movimentação foi de 0,5 mm/minutos em ambiente seco, e o movimento foi contínuo por um período de 5 minutos. Este movimento foi repetido dez vezes para cada dimensão de arco, sendo o mesmo trocado a cada repetição. Os níveis de carga necessária para produzirem o movimento foram transmitidos a um computador. Este estudo confirmou os achados de 16 experimentos anteriores, nos quais a diferença de forças produzidas entre aparelhos convencionais e autoligados é maior quanto menor for a dimensão do arco, porém, evidenciaram que no mesmo calibre de arcos os compostos por beta-titânio apresentam um coeficiente de atrito maior, como também verificaram que não há diferença significativa entre os arcos de aço e de níquel-titânio. Concluíram que os aparelhos autoligados ativos produzem níveis de força maiores quando comparados aos passivos, bem como os convencionais quando comparados entre eles também produzem níveis de forças maiores. Cornejo em 2005, desenvolveu uma pesquisa avaliando a inclinação vestibulolingual das canaletas braquetes de pré-molares na técnica MBT das marcas comerciais: Abzil, Morelli, American Ortodontics, TP Ortodontics, 3M Unitek e Ortho Organizers. Foram feitas imagens dos braquetes utilizando a microscopia óptica, sobre estas imagens foram obtidos pontos de referência e, com eles, foram traçadas algumas linhas. Desta forma, foram obtidos os ângulos entre a parede e o assoalho da canaleta dos braquetes, os quais foram usados no seu estudo. Na avaliação dos dados das seis marcas avaliadas, concluiu que os valores médios para os pré-molares superiores e inferiores pesquisados encontram-se dentro do prescrito pela técnica MBT. Exceto a American Ortodontics nos três grupos, a Morelli nos pré-molares inferiores e a TP Ortodontics nos pré-molares superiores. No entanto, no teste de variância entre as marcas, a Morelli apresentou diferenças significativas com as outras cinco marcas. Em 2006, Bóbbo, realizou uma pesquisa com seis marcas de braquetes de incisivos, em aço inoxidável na técnica MBT, desenvolvida por McLaughlin, Bennett e Trevisi. As imagens foram capturadas por microscopia ótica, sobre as quais foram feitas as medidas, comparando os valores prescritos pela técnica. Os braquetes que foram objetos de estudos foram os incisivos central e lateral superior, com prescrição de 17° e 10°, respectivamente; e incisivos inferiores com valor de torque de -6°. Foram comparados os 17 valores médios e os devios-padrão entre as diferentes marcas comerciais e o autor concluiu que nos incisivos centrais superiores a marca Morelli apresentou diferença estatisticamente significante com relação à prescrição em relação às demais marcas, com execeção ao braquete da Abzil, cujas diferenças estatisticas não apresentavam grau de significância. O braquetes de incisivos laterais superiores da American Orthodontics apresentaram diferenças em relação a Abzil, Ortho Organizers e 3M Unitek, e, a Morelli, apresentou diferença estatisticamente significante quando comparada com as outras cinco marcas comerciais. Nos incisivos inferiores a empresa Abzil apresentou diferença em relação as marcas American Orthodontics e 3M Unitek; e a American Orthodontics apresentou diferença estatistica quando comparada com a Tp Orthodontics. Gomes Filho, em 2007, avaliou por meio de imagens de microscopia eletrônica, a precisão das inclinações dos braquetes de incisivos superiores e inferiores na prescrição da terapia bioprogressiva de Ricketts. Com este propósito analisou os modelos Ricketts Standart, fabricado pela empresa Abzil, Ricketts Discovery, fabricado pela empresa Dentaurum, Standart Ricketts System, fabricado pela empresa Forestadent, Generus Ricketts, fabricado pela empresa GAC, Ricketts, fabricado pela empresa Morelli e IntegraRicketts, fabricado pela empresa RMO. Ele utilizou 360 braquetes, 20 de cada marca, sendo 120 para incisivos centrais superiores, 120 para incisivos laterais superiores e 120 para incisivos inferiores. Concluiu que existe notável divergência no torque fabricado pelas diversas marcas em relação ao prescrito pela técnica estudada; no entanto, estas diferenças foram menores para os braquetes da marca RMO. As marcas Abzil e GAC mostraram médias mais divergentes da prescrição de torque em todos os ângulos avaliados. Verificaram-se resultados mais heterogêneos na marca Morelli, principalmente em comparação à menor variabilidade das marcas Dentaurum, RMO, GAC. Conclui-se que a marca RMO apresentou a maior concordância com a prescrição posposta pela técnica. 18 Picchioni, em 2007, avaliou o atrito em braquetes convencionais e autoligados da prescrição Roth em relação aos arcos de diversos calibres (marca Morelli) e dobras de 1ª, 2ª e 3ª ordem. A amostra foi composta por autoligados estéticos Opal, de 6 braquetes de pré-molares superiores plástico policristalino (Ultradent), prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.028”, 6 braquetes de pré- molares superiores autoligados metálicos, tipo Damon II (Ormco), prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.027”, 6 braquetes de prémolares convencionais, tipo Mini 2000 (Ormco), de aço, prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.028”, 6 braquetes de pré-molares convencionais, tipo Roth Standard, de aço (Morelli), prescrição Roth, canaleta 0.022” x 0.028”. Em relação aos arcos foram utilizados 12 segmentos de fios de aço inoxidável, nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30 cm e cortados manualmente em segmentos de 8 cm;12 segmentos de fios de aço inoxidável, no calibre 0.017”x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de aço inoxidável, no calibre 0.019” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, no calibre 0.017” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de Ni-Ti, no calibre 0.019” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de beta-titânio, nos calibres 0.016”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de beta-titânio, no calibre 0.017” x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; 12 segmentos de fios de beta-titânio, no calibre 0.019”x 0.025”, retificado em barras de 30 cm e cortado manualmente em segmentos de 8 cm; Foi criado um dispositivo em aço com o objectivo de permitir a avaliação dos braquetes nas angulações de 0° e 3°, com as dobras de 1ª, 2ª e 3ª 19 ordem. Observou que na angulação de 0°, os braquetes autoligados apresentaram atrito inferior para o fio 0,016”, e valor semelhante foi encontrado para o Opal e Damon 2 para o calibre 0.017” x 0.025”, níveis intermediários de atrito ocorreram nos braquetes Ormco e Morelli, em todos os tipos de fios 0.017” x 0.025”, também sem diferença estatisticamente significante, com exceção do braquete Morelli, cujo nível intermediário encontrado foi um pouco maior. O braquete da Ormco apresentou um nível superior para o fio beta-titânio, porém, sem significância estatística .O braquete que melhor comportamento apresentou, independentemente do calibre do fio ou da dobra foi da marca Opal, em oposição o Damon 2 foi o braquete em que as intensidades de força foram maiores. Em 2008 Badawi et al., avaliaram in vitro o torque entre aparelhos autoligados ativos e passivos. Foi utilizado o braquete do incisivo central superior direito de 4 marcas comerciais, In- Ovation, 3M Unitek, Ormco e Strike, sendo 50 braquetes de cada marca, o que totalizou uma amostra de 200 peças. O diferencial deste estudo foi o mecanismo de produção da dobra de 3ª ordem que teve a propriedade de precisar a quantidade de força produzida no arco, bem como a inserção completa deste dentro da canaleta A relação de transmissão do sistema de engrenagem é 1:120, em outras palavras, a aplicação da dobra de 3ª ordem é efetuada com uma volta completa. As especificações dos fabricantes, para cargas máximas de 25 N de forças transversais, 35 N de força axial, e 0,25 nM foram respeitadas nos 3 eixos. As resoluções das medições são 1/1280 e 1/256 para as forças e os momentos, respectivamente. O erro de medição do transdutor de força / torque foi de 1,5%. O teste foi repetido 10 vezes, e realizadas as mensurações de torque para quatro ângulos (12°, 24°, 36° e 48°). De acordo com o que já se esperava o coeficiente de variação do ângulo de 48° foi de 0,45% para 1,27%. O coeficiente de variação médio era de 2,7%. Houve uma variação considerável entre as medições de torque em cada tipo de suporte. Nos aparelhos autoligados esta variação foi de 1,97 a 11 Nmm, sendo assim 20 distribuída In-Ovation, que foi de 3,7 para 16,7 Nmm, Damon2, foi 1,4-11,2 Nmm, e os aparelhos cujo sistema de apreensão do arco é clip foi 2,8-14,2 Nmm. Ramos, em 2009, avaliou a inclinação dos tubos da prescrição MBT do primeiro molar superior direito. O estudo foi realizado em 6 marcas comerciais, sendo duas produzidas no Brasil (Abzil e Morelli) e 4 importadas ( 3MUnitek, TP Orthodontics, Rocky Mountain Orthodontics e American Orthodontics), totalizando 120 braquetes. A inclinação dos tubos foi analisada por meio do ângulo formado pela base do tubo com a canaleta oclusal (APO), e do ângulo formado pela base do tubo com a canaleta cervical (APC), medidos na intersecção da linha base do tubo com as linhas laterais internas das canaletas, e da média entre os dois. O estudo propôs comparar estatisticamente os valores médios e os desvios padrão das inclinações entre as seis marcas comerciais avaliadas, se os valores encontrados respeitavam a prescrição MBT, bem como se os parâmetros estavam de acordo com a norma ISO 13971. A amostra total foi dividida em 6 grupos de 20 tubos cada, definidos segundo o fabricante a que pertencia cada tubo. As imagens dos tubos foram capturadas com o emprego do microscópio eletrônico de varredura, na ordem de 2 a 5 nm (20 - 50 Ao). O foco do microscópio foi ajustado em cada tubo para que o perfil do mesmo apresentasse-se o mais nítido possível, com um aumento de 35 vezes em relação ao tamanho real em toda a sua extensão. As paredes perpendiculares a base foram denominadas de C (a que fica para cervical) e O (a que fica para oclusal) sendo a base do tubo, denominado de linha B. A intersecção da linha B com a C e O formam os ângulos da parede cervical (APC) e o ângulo da parede incisal (API) definindo a inclinação vestibulolingual. Em todos os casos em que houve diferença significativa a marca AO foi a que apresentou valores maiores, em geral, para os ângulos analisados. Verificou-se que tubos fabricados por uma mesma empresa, mostram nítidas diferenças em torno do valor prescrito pela técnica MBT. Numa avaliação pormenorizada utilizou como referencial a 21 amplitude entre os valores máximos e os valores mínimos de cada uma das marcas. As marcas 3M Unitek e TP Orthodontics mostraram a média mais próxima do valor ideal, ambas mostrando uma diferença de – 0,8 graus, seguidas da marca Morelli que apresentou uma diferença de -1,0 graus, depois a marca American Orthodontics com uma diferença de +1,2 graus, a marca Abzil com uma diferença de -2,0 graus e por fim a marca Rocky Moutain Orthodontics com uma diferença de 2,1 graus. De acordo com a norma ISO 13971, que considera como aceitável para a inclinação das canaletas dos acessórios ortodônticos, uma variação de um grau para mais ou para menos, as marcas 3M Unitek, TP Orthodontics e Morelli se enquadram neste padrão quando se avaliam os valores médios das inclinações entre as duas canaletas. Em todos os casos em que houve diferença significativa, a marca AO foi a que apresentou, em geral, maiores valores para os ângulos analisados. Chen et al., em 2010, realizaram uma revisão sistemática da literatura ortodôntica na qual foi relatado a eficiência, a eficácia e estabilidade dos braquetes autoligados em comparação ao sistema convencional. Por meio da pesquisa electrónica em quatro bases de dados, com publicações feitas no intervalo de 1966 a 2009. Foram selecionados 16 artigos, sendo que os critérios de inclusão foram: estudos clínicos que compararam autoligáveis com aparelhos convencionais quanto à sua eficiência, a eficácia, ou estabilidade, todas as idades e sexos, e todas as línguas. Os critérios de exclusão foram: in-vitro, in-vivo, ou estudos em animais, os estudos sem grupo de comparação, e editoriais, opiniões ou artigos de filosofia, sem temas ou design analítico. Quanto ao risco foram classificados em dois estudos randomizados controlados com baixo risco, 10 estudos com risco moderado, e 4 estudos transversais com moderado a alto risco. Depois de compilar a lista dos estudos a serem incluídos, dois investigadores leram os artigos e catalogaram os dados em formulários personalizados, que tinham sido classificados em 22 dois estudos de cada tipo (estudo de corte e estudo randomizado controlado). As listas de referência dos artigos completos recuperados também foram pesquisados. Autores foram contatados para informações adicionais. Toda pesquisa e abstração de dados foi realizada de forma independente por pelo menos dois investigadores. Quando dois revisores discordaram, um terceiro investigador foi chamado, e o consenso foi alcançado. Avaliação independente da qualidade dos estudos incluídos foi realizada de acordo com uma escala de Newcastle-Ottawa modificado por dois investigadores. Em áreas de discordância, um terceiro investigador foi consultado, e o consenso foi alcançado depois de uma discussão. Os artigos haviam sido publicados em Inglês, com exceção de um, em chinês. A maioria das amostras incluíam pacientes adolescentes. São descritos como vantagens dos aparelhos autoligados uma de força de atrito reduzida que se traduz num maior ganho biológico e menor tempo de tratamento, sendo esta força menor nos aparelhos autoligados passivos quando comparados com ativos. A ausência do binômio módulo elástico ou metálico/arco é descrito como um melhor controle de placa bacteriana, bem como um menor tempo de cadeira, sendo este o item que apresentou diferença significativa na metaanálise em sete estudos. É reconhecido como desvantagem um controle deficiente de ângulo, torque e rotação. Sete estudos que investigaram a eficácia dos braquetes autoligáveis comparados com os suportes convencionais em relação índices oclusais, dimensões do arco e incisivos inferiores inclinações após incisivo alinhamento ou no final do tratamento. Os resultados da Meta-análise destes 7 estudos indicaram que não foi observada diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos em qualquer categoria resultado, exceto para mudança de vestibularização dos incisivos inferiores. Os sistemas de suportes autoligáveis resultaram em menor proclinação dos incisivos inferiores de 1,5º em relação aos sistemas convencionais. Nesta revisão não foi encontrado estudo que compare a estabilidade final de tratamento entre o sistema autoligado e o 23 convencional. Em relação ao tempo de tratamento foram encontrados 3 estudos, que estavam classificados em risco moderado, sendo que destes 2 relataram um menor tempo de tratamento e 1 que a diferença de tempo não teve expressão estatistica, deve-se salientar que nos 3 estudos não há uma harmonia quanto ao tempo médio de tratamento, e os resultados sintetizados não apresentaram diferença significativa. Quanto aos índices oclusais os dois estudos que utilizaram braquetes passivos Damon, encontraram uma diferença significativa, por outro lado o que utilizou o sistema ativo In-Ovation não encontrou diferença expressiva. Conclui-se que apesar das afirmações sobre a superioridade clínica dos braquetes autoligáveis, as evidências da auto-ligação parece ter uma vantagem significativa no que diz respeito ao tempo de cadeira, com base em vários estudos transversais. As análises também mostraram uma pequena, mas estatisticamente significativa, a diferença de vestibularização dos incisivos inferiores (1,5 menos proclinação com braquetes autoligáveis, comparados com os suportes convencionais). Não há outras diferenças significativas no tempo de tratamento ou características oclusais após o término do tratamento . Não há estudos sobre a estabilidade a longo prazo do tratamento . Há necessidade de estudos com amostras aleatórias, pró-protocolos para identificar o fim do tratamento, e avaliadores cegos para avaliação dos resultados são fatores importantes para futuros estudos para minimizar possíveis erros de análises . Em 2010, Bhalla et al., anlisaram com microscopia electrônica as dimensões e inclinações do braquete do incisivo central superior esquerdo autoligado, de ranhura 0,022”, de 4 fabricantes, Strite, 3M Unitek, Ormco e GAC, resultando num total de 6 aparelhos a serem pesquisados sendo eles SmartClip e Clarity SL (3M Unitek, Monrovia, CA, EUA); Speed (Strite Indústrias Ontário, Canadá); Damon MX (Ormco, Orange, Califórnia, EUA); In-Ovation R e In-Ovation C (Dentsply GAC, Bohemia, NY, EUA). Os braquetes foram montadas nas bases do microscopia eletrônico com a tampa ou clip ou 24 totalmente aberto ou removida para fornecer uma visão clara das paredes dos canaletas. Eles foram orientados de modo que os eixos mesiodistal das ranhuras do suporte eram perpendiculares às bases dos talões e a base do microscópio. As imagens foram capturadas e armazenadas em arquivos do tipo como TIFF e foram exportadas para Quartz PCI 5.1 (Quartzo Imaging Corporation, Vancouver, Canadá). As distâncias ou alturas entre as paredes das canaletas foram medidas com aumento de 100 vezes e comparado com as dimensões preconizadas por cada fabricante. As medições sucessivas foram precisas e reproduzíveis para mais de 99 por cento. As alturas médias das canaletas variaram de 0,02311” para o braquete Speed, e 0,02526” para o SmartClip. Os braquetes do SmartClip foram o que apresentaram a maior variável em relação ao tamanho da canaleta e In-Ovation R o mais consistente em tamanho. As discrepâncias variaram de 5,1% para o Speed e de 14,8% para o SmartClip. Todos os braquetes apresentaram dimensão significantemente maior que 0,022” e a maioria das canaletas apresentavam paredes divergentes. Embora os resultados deste estudo estejam em concordância com estudos anteriores em relação aos tamanhos das canaletas, o uso de microscopia eletrônica permitiu um alto grau de precisão da medição. Observou-se que os tamanhos das canaletas de braquetes autoligados era significantemente maior do que o descrito pelos fabricantes de 0,022” e as paredes da canaleta eram divergentes. As dimensões da canaleta do braquete de um mesmo fabricante podem variar em tamanho. A expressão do torque fica comprometida por esse aumento de dimensão, podendo afetar a oclusão final, comprometendo a qualidade do tratamento. Wook Heoa e Seung-Hak Baek, em 2011, realizaram um estudo in vitro com a particularidade de modificarem os modelos com o objetivo de produzir em meio laboratorial as condições mais próximas do in vivo. Para tanto os typodonts foram montados a partir de estudos computadorizados em 3D utilizando uma técnica denominada estereolitografia, 25 visando quantificar o atrito entre fio e braquete resultante do deslocamento vertical e horizontal de um dente na fase de alinhamento e nivelamento. Empregaram dois aparelhos autoligados ativos, In-Ovation-R e In-Ovation-C, quatro autoligados passivos : Damon3MX, Damon-Q, SmartClip-SL3, Clarity SL, como grupo de controle foi utilizado os aparelhos convencionais Clarity (3M Unitek) e Mini-Diamond (Ormco), todos os braquetes apresentaram ranhura de 0,022 “. Os arcos utilizados foram da Ormco 0,014 “ A-NiTi e NiTi-Cu . Foi simulado um má oclusão com arcada superior bilateral os caninos deslocados em direção gengival, ao passo que os incisivos laterais superiores foram deslocados no sentido lingual com valores de 0, 1, 2, e 3 mm. Para os braquetes convencionais, após a ligação com módulos elásticos (Ligaduras Unistick, Sheboygan, Wisconsin), aguardou-se um período de 3 minutos para o relaxamento de tensão. Cada combinação foi testada cinco vezes com fios diferentes de cada tipo na máquina de ensaios universal na de tração foi de 0,5 mm por minuto, em estado seco e temperatura ambiente. Um total de 560 testes foi realizado nos quais foi mensurado o atrito cinético e estático. Verificaram que os aparelhos convencionais apresentaram níveis de força maiores tanto no deslocamento horizontal quanto no vertical para qualquer tipo de arco. O arco A-Niti o Clarity SL apresentou nível de força menor no deslocamento vertical, ao passo que o Damon com arco Cu-Niti apresentou menor nível de força no deslocamento lingual, os aparelhos autoligados ativos apresentaram níveis de forças maiores que os passivos, independentemente do tipo de movimento e de arcos, porém, os valores eram menores quando comparados aos convencionais. Concluíram que é necessário fabricar um aparelho autoligado que levasse em conta as diferentes intensidades de forças necessárias para produzirem movimentos nos dois planos (horizontal e vertical). 26 Proposição 27 3- Proposição Este estudo propôs avaliar a precisão dimensional e a fidelidade do torque de -7,0°, em braquete de primeiro pré-molar superior direito autoligado com prescrição MBT, canaleta 0,022” x 0,028”, das marcas 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum e GAC, de modo a determinar: 3.1 – Se há concordância com a altura da canaleta (0,022”) e o valor do torque comercial (-7°) dos braquetes pesquisados da prescrição MBT,respeitando os limites determinados pela norma ISO 27020 3.2 – Comparar os valores entre as marcas comerciais analisadas 28 Material e Métodos 29 4- Material e Métodos 4.1 Material 4.1.1 Amostra A amostra foi composta por 120 braquetes do primeiro pré-molar superior direito com torque -7° e ângulo de 0° para colagem, com canaleta 0,022” x 0,028”, da prescrição MBT, de 6 marcas comerciais (Quadro 1). 4.1.2 Material de Pesquisa Para desenvolver a pesquisa foram necessários os seguintes materiais: - 24 barras de alumínio retangular com ângulos retos e precisos, na dimensão de 30mm x 5mm x 15mm; - Base de madeira na dimensão de 11,5 x 7cm com uma perfuração central de 15mm x 5mm - Cola gel ester cianocrilato LoctiteR (Henkel Ibérica, Loures, Lisboa, Portugal); - Folha de papel milimetrado; - Fio de aço inoxidável, de secção redonda, de dimensão 0,020” da marca 3M (Unitek , Monrovia, California- USA); 30 - Software AutoCad 2013 (Autodesk , Las Vegas, EUA); - Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), marca Philips, modelo XL30, (Hillsboro, Oregon- USA); - Braquetes autoligados (Quadro 1) Quadro 1-Relação Empresa/Modelo/Local declarado da fabricação/Lote-referência Empresa Modelo Local de fabricação Lote nº (cidade, estado e país) 1 Dentaurun Discovery SL 2.0 Turnstrabe, 421678 Ispringen Germaany 2 GAC In‐Ovation York, Pensilvânia 189‐14200 ref USA 3 Orthometric OrthoClip – SLB Marília, São Paulo 2121225122 Brasil 4 Otrho Technology Lotus Plus Tampa, Flórida 121212 USA 5 Tp Orthodontic Click‐It La Porte, Indiana 28912A04 USA 6 3M Unitek Smart Clip Monrovia,Califor‐ nia, USA 991059400 31 4.2 Método Os testes da precisão dos braquetes foram realizados no Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força Atômica, pertencente à Universidade de São Paulo – USP, sendo utilizada a abordagem quantitativa por meio da técnica de pesquisa laboratorial. A separação e identificação dos braquetes foram feitas por um segundo operador, que não participou da pesquisa. Os braquetes foram acomodados em compartimentos com códigos distintos e não identificáveis pelo operador principal da pesquisa. Estes códigos só foram revelados ao pesquisador após o término das tabelas dos dados coletados, cumprindo-se assim as exigências do teste duplo cego. 4.2.1 Confecção das bases de prova As bases de provas foram confeccionadas, visando padronizar e otimizar a obtenção das imagens em microscopia eletrônica, com este objetivo utilizou-se as barras de alumínio com 5 mm (largura) por 15 mm (altura), que foram cortadas com um comprimento de 30 mm. Estes segmentos de barra serviram como base para esta avaliação. 4.2.2 Posicionamento dos braquetes A colagem dos braquetes nas bases de provas ocorreu de modo que as canaletas dos braquetes posicionaram-se paralelas ao feixe de obtenção da imagem do microscópio, portanto, perpendicular ao longo eixo da base de prova na mesa do microscópio, cumprindo assim a precisão e o paralelismo para a captura da imagem. No sentido de atingir tal objetivo foi utilizada uma estrutura de madeira, com uma canaleta de 5 mm de largura, onde as bases de prova foram posicionadas justas e bem adaptadas, facilitando o 32 processo de colagem. Sobre esta superfície de madeira foi colada uma folha de papel milimetrado, com linhas perpendiculares a base de prova. Segmentos de fio redondo 0,020” de aço foram empregados para auxiliar na precisão da colagem dos braquetes. Para o procedimento de colagem, foram empregados 5 segmentos de10mm deste fio de um lado da canaleta, sobre o papel milimetrado, servindo como apoio. No lado oposto e sobrepondo à canaleta, outros cincos segmentos de 10 mm cada, do mesmo fio foram colados, seguindo o mesmo alinhamento dos segmentos anteriores, e com extremidades livres para serem utilizados como guia de posicionamento dos braquetes no momento da colagem. A colagem dos braquetes foi feita com pipeta de cola gel de ester cianocrilato, da marca LoctiteR, mantendo-se a superfície seca, sendo esta a condição indicada para a obtenção da imagem no M.E.V. Em cada base foram colados cinco braquetes em sua superfície lateral (5mm x 30mm), de forma que, quando a base de prova estivesse deitada, os braquetes ficassem posicionados com as faces mesiais voltadas para cima. 4.2.3 Obtenção das imagens dos braquetes. As 24 bases de provas, cada um contendo 5 braquetes posicionados e colados, foram colocadas individualmente na mesa de um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), marca Philips, modelo XL30, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força Atômica, pertencente à Universidade de São Paulo – USP, onde seu foco foi ajustado em cada braquete para que o perfil do mesmo estivesse o mais nítido possível, com um aumento de 50 vezes em toda sua extensão.Os procedimentos de microscopia foram efetuados por um operador com experiência no uso do equipamento. As imagens obtidas foram armazenadas no computador do microscópio e, posteriormente, transferidas para um computador, com o 33 sistema operativo Microsof Windons Profissional XP 2002, Pentium, onde foram analisadas pelo Software AutoCad 2013 (Autodesk, Las Vegas, EUA), processadas e mensuradas. Desta forma, foram obtidas todas as imagens dos 120 braquetes. 4.2.4 Demarcação de linhas de referência. Algumas linhas foram utilizadas para determinar, com exatidão, os ângulos que representam a inclinação dos braquetes, sendo: 1- linha base (LB), linha traçada tangente a base do braquete (Figura 1). Figura 1- Linha da base do braquete (LB). 34 2- Linha do fundo da canaleta- linha tangente ao fundo da canaleta (Figura 2). Figura 2- Linha do fundo da canaleta 35 2- Linha cervical (LC)- linha traçada tangente a parede cervical da canaleta(Figura 3) . Figura 3- Linha da parede cervical LC 36 3- Linha oclusal (LO)- linha tangente a parede oclusal da canaleta (Figura 4). Figura 4- Linha da parede oclusal LO 37 5- Linha paralela a linha do fundo da caneta- linha projetada 0,10 mm para o interior da canaleta e paralela a linha do fundo da canaleta (Figura 5). Figura 5- Linha do interior da canaleta 38 6- Linha de entrada do braquete- linha traçada a partir do ponto em que se inicia a parte ativa da canaleta e paralela a linha do fundo da canaleta (Figura 6) Figura 6- Linha tangente a parte ativa da canalet 39 7- Linha paralela a linha de entrada do braquete- linha projetada 0,10 mm para o interior da canaleta e paralela a linha de entrada do braquete (Figura 7) Figura 7- linha de referência 0,10 interior da canaleta 40 4.2.5 Demarcação dos pontos de referência. 1- Ponto O1- ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha do fundo da canaleta com a LO. (Figura 8). Figura 8- Ponto O 1 41 4- Ponto O2-- ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha de entrada do braquete com a LO (Figura 9). Figura 9- Ponto O2 42 4.2.5 Obtenção dos ângulos Os ângulos empregados para determinar a inclinação vestibulolingual dos braquetes foram: 1- Ângulo APO- ângulo formado pela intersecção de LB com LO (Figura 10) Figura 10- Angulo APO 43 2- Ângulo APC- ângulo formado pela intersecção de LB com LC (Figura 11); Figura 11- Angulo APC Utilizou-se o Software AutoCad 2013 para fazer a mensuração dos ângulos que representa a inclinação, sendo utilizada duas casas decimais dos valores obtidos para o ângulo APC e para o ângulo APO de cada braquete, foram obtidas as médias aritméticas e, então, os valores foram comparados com os parâmetros de torque prescritos pela 44 prescrição MBT. Estes resultados e suas interpretações, proporcionaram uma visão mais nítida sobre a precisão da inclinação nos braquetes da Filosofia MBT. 4.2.6. Mensuração do torque. O torque dos braquetes foi avaliado pelos ângulos APO e APC que normalmente deveriam fornecem valores semelhantes entre si. Portanto, visando neutralizar eventuais diferenças indevidas observadas entre a inclinação das paredes cervical e oclusal, obtiveram-se as médias entre os dois ângulos, para cada corpo de prova, representando assim a inclinação vestíbulolingual da canaleta (o torque) real apresentado por cada braquete. Estes valores que foram obtidos representam a inclinação da canaleta em relação a um plano tangente à coroa dentária, citada normalmente como o torque comercial dos braquetes. Estes valores foram diminuídos de 90o, visando-se trabalhar com valores correspondentes aos comumente utilizados em Ortodontia. A medição digitalizada dos ângulos APC e APO foi realizada pelo software Software AutoCad 2013 (32Bit), sobre Windows XP Professional 2002, com Service Pack 2, sendo utilizadas precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores encontrados foram comparados aos parâmetros de torque estabelecidos pela técnica MBT, sendo também suas porcentagens comparadas com a prescrição. 4.2.7- Mensuração dos ângulos APC, APO e paralelismo da canaleta Ainda utilizando a medição digitalizada dos ângulos APC e APO, diante da desigualdade dos valores, obteve-se a média das duas mensurações. O valor padrão de 0° indica paralelismo perfeito, considerando a norma alemã, norma ISO 27020 que padroniza e normatiza os aparelhos ortodônticos, aceitando a tolerância para braquetes de 45 até +/- 1º. Valores positivos representam paredes divergentes em direção a superfície vestibular, ao passo que valores negativos indicam a presença de convergência das paredes internas das canaletas dos braquetes. 4.2.8 Mensuração da altura da canaleta do braquete A mensuração da altura da canaleta realizou-se por meio de duas distâncias, sendo a primeira do ponto O1 até LC e a segunda do ponto O2 até LC. Estas distâncias representam a altura da canaleta próxima ao fundo e próxima a entrada da canaleta. Figura 12- Altura 46 Partindo do princípio que as paredes da canaleta são paralelas, espera-se que as duas medidas da altura da canaleta sejam iguais. Porém, se as paredes forem convergentes ou divergentes, observa-se a diferença entre as duas medidas. A medida de menor grandeza foi selecionada, por representar o ponto de contato com o arco ortodôntico. Essas mensurações foram realizadas por meio do software AutoCAD 2011 (32 Bit), sobre plataforma Windons 7 Professional com Service Pack 2, sendo utilizada a precisão de até duas casas decimais. Depois, os valores encontrados comparou-se aos parâmetros da altura da canaleta estabelecidos pela técnica MBT que deveria ser de 0,56mm e também entre as marcas comerciais. Considerando-se a norma ISO, aceita-se a variação de + 0,01mm para a dimensão cérvico-ocludsal. 4.3 Análise Estatística Com a intenção de se verificar, se os fabricantes estão de acordo com a norma da prescrição MBT, foi feita a análise dos dados e estes serão apresentadas em tabelas, com medidas descritivas (média, desvio padrão, mínimo, e máximo), e intervalos de 95% de confiança para a média. Para as grandezas angulares, será considerada uma tolerância de 1o em relação aos valores propostos pela técnica, sendo esta margem de erro de fabricação, a aceitável, segundo a norma ISO alemã, única encontrada como parâmetro de tolerância na fabricação de materiais ortodônticos e ortopédicos de precisão (ZANESCO, 2008). Em relação à altura da canaleta será considerada uma tolerância de +0.01mm em relação aos valores propostos pela técnica, sendo esta margem de erro de fabricação, a aceitável, segundo a mesma norma ISO 27020 alemã. Aplicou-se o teste de normalidade dos dados (Shapiro-Wilk) e igualdade das variâncias (Teste de Homogenidade) paras variáveis dependentes Divergência, Torque Médio e Altura, em nível de significância de p<0,05. Na sequência, utilizou-se o teste 47 paramétrico ANOVA para inclinação vestibulolingual e o teste de Kruskal-wallis para a dimensão cérvico-oclusal. O teste de Tukey foi utilizado para a comparação múltipla dos grupos, com o intuito de se identificar entre quais grupos ocorreu variáveis estatisticamente significativas para todas variáveis do estudo. O software estatístico utilizado foi o SigmaPlot 12.0 e STATISTICA 11.0. 48 Referências 49 1- Andrews LF. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod. 1972 ; 62: 296-309. 2-Badawi HM, Toogood RW, CareyJPR, Heo G, Majore PW, Torque expression of selfligating brackets, Am JOrthod and Dentofacial Orthop. 2008;133(5):721-8 3-Bazakidou E,Nanda RS, DuncansonJr MG, Sinha P. Evaluation of friction resistance in esthetic brackets. Am JOrthod and Dentofacial Orthop.1997;112:138-44. 4-Bednar JR, Gruendeman GW, Sandrik JL. A comparative study of frictional forces between orthodontic brackets and arch wires. Am J Orthod Dentofacial Orthop.1991.; 100:513-522. 5- Bhalla NB, Good SA, McDonald F, Sherriff M, Cash AC, Assessment of slot sizes in self-ligating brackets using electron microscopy, Aust Orthod J. 2010; 26(1): 38–41 6-Bóbbo MF. Review Touch of brackets incisors prescription MBT. Dissertation. (Faculty of Dentistry) University of São Paulo City 2006. 92 f. 7- Cacciafesta V, Sfondrini MF, Ricciardi A, Scribante A, Klersy C, Auricchio F. Evaluation of friction of stainless steel and esthetic self-ligating brackets in various bracket-archwire combinations. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003; 124:395-402. 8- Cash AC, Good SA, Curtis RV, McDonald F. An evaluation of slot size in orthodontic brackets – are standards as expected? Angle Orthod . 2004;74(4):450–3. 50 9- Chen SS-H, Greenlee GM, Jihyun EK, Craig LS, Huang GJ. Systematic review of selfligating brackets. Am J Orthod Dentofac Orthop, 2010;137:726.e1-726.e18 10-Cornejo, MIB.Torque rating of brackets premolars in the art MBT Dissertation. (Faculty of Dentistry) University of São Paulo City. 2005. 119f 11- Dahlberg G. Statistical methods for medical and biological students. New York: Interscience Publications; 1940 12-Fisher-Brandies H,Orthuber W, Es-Souni M,Meyer S, Torque transmission between square wire and bracket as a function of measurement, form and hardness parameters, J Orofac Orthop, 2000;61:258–65 13-Flores DA, Choi,LK., Caruso JM, Tomlinson JL, Garland ES, Jeiroudi MT. Deformation of metal brackets:a comparative study. Angle Orthod 1994;64:283-290 14-Gomes Filho, W.V. Torque rating of the brackets of the upper and lower incisors of Bioprogressive therapy Ricketts. [Dissertation]. São Paulo (SP): University of São Paulo City ; 2007 15-Hain M, Dhopatkar A, ROCK P. The effect of ligation method on friction in sliding mechanics. Am JOrthod and Dentofacial Orthop2003;123:416-22. 16-Harradine NWT, et al. The clinical use of Activa self-ligating brackets. Am JOrthod and Dentofac Orthop 1996; 109:319-28. 17-Harradine N.W.T. Self-ligating brackets : where are we now ? JOrthod 2003;30:262 -73 18- Heo W, Baek S-H,Friction properties according to vertical and horizontal tooth displacement and bracket type during initial leveling and alignment, Angle Orthod. 2011;8:653–661 51 19- Houston W. The analysis of errors in orthodontic measurements. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1983;83:382-90. 20- Kapur R, Sinhá PK, Nanda RS. Comparison of load transmission and bracket deformation between titanium and stainless steel brackets.Am JOrthod and Dentofacial Orthop.1999; 116: 275-8 21- Kusy RP, Whitley JQ. Effects of sliding velocity on coefficients of friction in a model orthodontic system. Dent Mat 1989; 5:235-40. 22- Kusy RP, Whitley JQ. Assessment of second-order clearances between orthodontic archwires and bracket slots via the critical contact angle for binding. Angle Orthod 1999;69:71–80 23- Kusy RP. Orthodontic biomechanics: Vistas from the top of a new century. Am J Orthod and Dentofacial Orthop 2000;117:589-91. 24- Lemos S, Analysis of Precision Ceramic Brackets Roth Prescription of MBT [ Dissertation]. University of São Paulo City; 2013 25- Machibya FM, Bao X, Zhao L, Hu M. Treatment time, outcome, and anchorage loss comparisons of self-ligating and conventional brackets. Angle Orthod. 2012;83:280-285. 26- McLaughlin RP, Bennett JC. The transition from standard Edgewise to preadjusted appliance systems. J Clin Orthod. 1989; 23:142-53 27- McLaughlin RP, Bennett JC, Trevisi HJ. The system of the MBT appliance developing a mechanical and treatment philosophy –First I. R Clin Orthon Dental Press1998;3:15-23. 28- McLaughlin RP, Bennett JC, Trevisi HJ. Mecânica sistematizada de tratamento ortodôntico. 1ª edição. São Paulo: Artes Médicas; 2002: 27-54 52 29- MelingTR, Ødegaard J. The effect of second-order couple on the application of torque. Am JOrthod and Dentofacial Orthop1998; 113: 256-262 30Picchioni MS. Comparative analysis of the attrition levels in conventional and self-ligating brackets. . [Dissertation]. Sao Bernardo do Campo (SP): Methodist University of São Paulo, 2007 31- Pizzoni L, Ravnholt G, Melsen B. Frictional forces related to self-ligating brackets. Eur J Orthod. 1998; 20:283-291. 32-Ramos, L. C. Inclination evaluation of the first molar tubes on MBT prescription [Doctoral Dissertation].São Paulo: University of São Paulo City , 2009. 33- Rinchuse DJ, Miles PG, Self-ligating brackets: present and future, Am JOrthod and Dentofacial Orthop. 2007;132:216-22 34- Shivapuja PK, Berger J. A comparative study of conventional ligation and self-ligation bracket systems.AmJOrthod and Dentofacial Orthop 1994;106:472-80 35- Silva AV, Fuziy A , Cotrim-Ferreira FA , Torres FC , Shibasaki WMM. Evaluation of the inclination bucco lingual of the second molar tubes on MBT prescription.SPO 2012;45:498504. 36- Smith DV, Rossouw PE , Watson P. Quantified Simulation of Canine Retraction: Evaluation of Frictional Resistance. Semin in Orthod 2003;9:262-280. 37- Streva AM, Cotrim-Ferreira FA, Garib DG, Carvalho PEG. Are torque values of preadjusted brackets precise? J Appl Oral Sci.2011;19:313-317. 38- Teccoa S,Festab F,Caput S , Traini T, Di Iorio D, D’Attilio M, Friction of conventional and self-ligating brackets using a 10 bracket model. Angle Orthod. 2005;75:1041–1045 53 39- Thorstenson GA, Kusy RP. Resistance to sliding of self-ligating brackets versus conventional stainless steel twin brackets with second -order angulation in the dry and wet (saliva) states. Am JOrthod and Dentofacial Orthop.2001;120 ;361-70. 40- Thorstenson GA, KUSY RP . Comparison of resistance to sliding between different self-ligating brackets with second-order angulation in the dry and saliva states. Am J Orthod Dentofac Orthop,2002;121:472-82 41- Viazis AD,Chabot KA,Kucheria CS, Scanning electron microscope (SEM) evaluation of clinical failures of single crystal ceramic brackets ,AmJOrthod and Dentofacial Orthop.1993;103:537-544. 54 Artigo Científico Orthodontics ANÁLISE DA PRECISÃO DIMENSIONAL DO TORQUE EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT. Mércia Regina Lima Dantas Wu Prof. Dr. Acácio Fuziy Prof. Dr. Flávio Augusto Cotrim-Ferreira Corresponding author Acácio Fuziy Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) Pós-Graduação (Mestrado em Ortodontia) Rua Cesário Galeno, 448- Bloco A 03071-000- Tatuapé, São Paulo, Brasil Phone/Fax; +55 11 2178-1310 E-mail: [email protected] Declaration of Interests : The authors certify that they have no comercial or associative intetest that represents a conflict of interest inconnection with the manuscript 1 ANÁLISE DIMENSIONAL DA ALTURA E DO TORQUE EM BRAQUETES AUTOLIGADOS COM PRESCRIÇÃO MBT Resumo: Introduction: Avaliou-se a precisão dimensional e a fidelidade do torque em braquetes de pré-molares superiores autoligados, ranhura 0,022” X .0,028”, na prescrição MBT. Methods: Foram analisados 120 braquetes, das marcas comerciais 3M Unitek, TP Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum e GAC, sendo 20 para cada marca específica. As imagens ampliadas do perfil dos braquetes foram obtidas por um único operador com a utilização de um microscópio eletrônico de varredura, a inclinação vesibulolingual e a dimensão cérvico-oclusal foram mensuradas, empregando-se o software AutoCAD 2011 (32Bit), e comparadas com os valores de prescrição fornecidos pelas empresas fabricantes. Empregou-se a análise de variância, Teste de Kruskal-Wallis e o Teste de Tukey, em nível de significância de 0,05%. Results: Observou-se que as marcas que mais se aproximaram da prescrição de torque de -7,0°, foi a Dentaurum, seguida da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição de torque. Verificou-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas 3M Unitek, GAC e Orthometric, seguidas das marcas Dentaurum, Tp Orthodontics e Ortho Technology. Conclusions: Os clínicos que procurem fornecer ao seu paciente um tratamento de execelência com um menor custo biológico tem neste resultados as informações necessárias para poderem individualizarem seus tratamentos e alcançar este objetivo. 2 Palavras Chaves : Dente Pré-molar, Braquetes, Ortodontia Corretiva Abstract: Introduction: This research study has evaluated the dimensional accuracy and torque precision of upper premolar self-ligating brackets, slot 0.022” X .0.028”, MBT prescription. Methods: For this purpose, 120 brackets from the following commercial brands have been analyzed: 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum and GAC; 20 brackets of each specific brand. The enlarged images of the bracket profile were obtained by a single operator using a scanning electron microscope; the buccolingual inclination and the cervical-occlusal dimension were measured using the AutoCAD 2011 (32Bit) software. Such measurements were compared to the values provided by the manufacturing companies. The analysis of the variance test was applied, as well as the Kruskal-Wallis test and the Tukey test, at a significance level of 0.05%. Results: It has been observed that the brand that came closer to the -7.0° torque prescription value was Dentaurum, followed by Ortho Technology and Orthometric and, then, by 3M Unitek. Tp Orthodontics and GAC brands were the ones that presented more diverging values for the torque prescription. It has been verified that the brands that came closer to the 0.56mm cervical-occlusal dimension were 3M Unitek, GAC and Orthometric, followed by Dentaurum, Tp Orthodontics and Ortho Technology. Conclusions: The dentists who look to provide their patients with a high quality treatment with a reduced biological cost can find the information necessary to appropriately change their treatment depending on the case and to achieve this goal. Key-Words: Premolar Teeth; Brackets; Corrective Orthodontics. 3 Introdução Desde da publicação dos primeiros estudos dos aparelhos ortodônticos préajustados1, destacou-se que a precisão de sua fabricação seria uma condição essencial para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao longo dos anos, estudos foram realizados no sentido de confirmar o rigor na produção dos braquetes 2,3,4,5,6,7,8 e tem-se observado diferenças significativas, que variam entre 5 e 15% 9, sendo estas justificadas porque durante o processo de fundição das ligas para a confecção dos braquetes, estes sofrem contração, e na fase de acabamento, no processo de usinagem, há a geração de estrias e sulcos na canaleta da peça. Devido a estas imperfeições, os fabricantes costumam aumentar a dimensão da canaleta dos braquetes e reduzir a dimensão do fio10. As imperfeições da canaleta e do arco ortodôntico podem resultar no aumento do atrito11,12,13 . O movimento dentário pode ser prejudicado pelo atrito ou fricção11 que é definida como a força que retarda ou é resistente ao deslizamento de dois objetos14,15,16 , sendo que o método de ligação braquete-fio representa um fator que interfere diretamente no atrito. Objetivando reduzir o atrito entre o acessório e o fio, foram desenvolvidos os braquetes autoligados que caracterizam-se por apresentar uma tampa frontal ou um clip lateral, substituindo a fixação convencional do arco ao braquete por meio de elásticos ou ligaduras metálicas. Segundo Rinchusea e Miles em 2007, a ADA (The American Dental Association) definiu que os cuidados de saúde oral necessitam de normas legais. Assim, faz-se necessário o embasamento científico destes procedimentos com materiais e métodos comprovados. Portanto, para investigar a precisão do torque e da dimensão cérvico-oclusal 4 dos braquetes autoligados, testou-se a hipótese nula de que: não existe diferenças entre braquetes autoligados de marcas distintas em relação ao que se recomenda a prescrição MBT. Proposição Este estudo propôs avaliar a precisão dimensional e a fidelidade do torque de -7,0°, em braquete de primeiro pré-molar superior direito autoligado com prescrição MBT, canaleta 0,022” x 0,028”, das marcas 3M Unitek, Tp Orthodontics, Orthometric, Ortho Technology, Dentaurum e GAC, de modo a determinar: 3.1 – Se há concordância com a altura da canaleta (0,022”) e o valor do torque comercial (-7°) dos braquetes pesquisados da prescrição MBT,respeitando os limites determinados pela norma ISO 27020 3.2 – Comparar os valores entre as marcas comerciais analisadas Material e Métodos Material Foram empregados120 braquetes para colagem de primeiro pré-molar superior direito, ranhura 0,022”X 0,028”, fabricados por empresas distintas, obedecendo a prescrição MBT, com torque -7° e angulação meisodistal de 0° (Quadro 1). Quadro 1-Relação do braquetes/fabricantes/local/lote-referência Empresa Modelo Local de fabricação Lote nº (cidade, estado e 5 país) 1 Dentaurun Discovery SL 2.0 Turnstrabe, 421678 Ispringen Germaany 2 GAC In‐Ovation York, Pensilvânia 189‐14200 ref USA 3 Orthometric OrthoClip – SLB Marília, São Paulo 2121225122 Brasil 4 Otrho Technology Lotus Plus Tampa, Flórida 121212 USA 5 Tp Orthodontic Click‐It La Porte, Indiana 28912A04 USA 6 3M Unitek Smart Clip Monrovia,Califor‐ 991059400 nia, USA Métodos O experimento foi executado seguindo o padrão do teste duplo-cego, sendo que a separação e identificação dos braquetes foram feitas por uma segunda pessoa, que não participou da pesquisa, a qual acomodou os braquetes em compartimentos com códigos distintos e não identificáveis pelo operador. Estes códigos só foram revelados ao pesquisador após o término da organização dos dados coletados. 6 Os testes da precisão dos braquetes foram realizados no Departamento de Engenharia Metalúrgica e Materiais, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Força Atômica, pertencente à Universidade de São Paulo – USP, sendo utilizada a abordagem quantitativa por meio da técnica de pesquisa laboratorial. Confecção das bases de prova As bases de provas foram confeccionadas, visando padronizar obtenção das imagens em microscopia eletrônica, utilizou-se as barras de alumínio com 5 mm de largura, 15 mm de altura e comprimento de 30 mm. Em cada base foram colados 5 braquetes em sua superfície lateral, de forma que os braquetes pudessem ser posicionados com as faces mesiais voltadas para cima, possibilitando a captura das imagens. Posicionamento dos braquetes A colagem dos braquetes nas barras de alumínio foi realizada mantendo-se as canaletas perpendiculares ao feixe de obtenção da imagem do microscópio. Foi utilizada uma estrutura de madeira, com uma canaleta de 5 mm de largura, onde as bases de prova foram posicionadas justapostas e adaptadas, facilitando o processo de colagem. Sobre esta superfície de madeira foi colada uma folha de papel milimetrado, com linhas perpendiculares a base de prova. Cinco segmentos de fio redondo de aço 0,020” foram fixados no papel milimetrado, conservando-se a distância de 5,0mm entre eles. Outros segmentos do fio de mesmos calibres foram introduzidos nas canletas dos braquetes e o conjunto braquete e fio foram posicionados na base de alumínio, tomando como referência o paralelismo entre os segmentos de fios. A colagem dos braquetes foi executada com cola gel de éster cianocrilato, da marca LoctiteR, deixando-se a superfície seca e sem excesso de cola. 7 Obtenção das imagens dos braquetes Cada uma das 24 bases de prova foi individualmente colocada no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), marca Philips, modelo XL30, tendo o seu foco ajustado para cada leitura de imagem do braquete, com o aumento de 50 vezes da sua dimensão real. Os procedimentos de captura das imagens foi efetuado por um único operador com experiência no uso do equipamento. As imagens obtidas foram armazenadas e posteriormente transferidas para um computador, com o sistema operativo Microsoft Windows Profissional XP 2002, Pentium. Demarcação de linhas e pontos de referência Empregando-se o Software AutoCad 2013 (Autodesk , Las Vegas, EUA) as imagens foram processadas e foram determinados as linhas e pontos de referências para a mensuração da inclinação vestibulolingual e dimensão cérvico-oclusal das canaletas (Figura 1 e Tabela 1). Tabela 1- Linhas e pontos de referências Linha B Linha tangente a base do braquete Linha de fundo (LFC) Linha tangente ao fundo da canaleta Linha paralela ao fundo (LIC) Linha traçada 0,10mm para o interior da canaleta e paralela a linha do fundo Linha de entrada da canaleta Linha (LTAC) Linha tangente ao início das canaleta ativa do braquete paralela a linha de Linha traçada 0,10mm para o 8 entrada(LITAC) interior da canaleta e paralela a linha de entrada Linha C Linha tangente a parede cervical da canaleta Linha O Linha tangente a parede oclusal da canaleta Ponto O1 Ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha de fundo com a linha O Ponto O2 Ponto localizado na intersecção da linha paralela a linha de entrada com a linha O. 9 Obtenção dos ângulos A inclinação vestibulolingual dos braquetes foi definida por meio de dois ângulos, APO e APC, sendo que o ângulo APO foi determinada pela intersecção da linha O com a linha B e o ângulo APC foi estabelecida pela intersecção da linha C com a linha B (Figura 1). Diante da desigualdade nos valores destes ângulos, determinava-se a média aritmética dos valores e comparava-se com o valor de torque de -7,0°. Figura 1 10 Determinação da dimensão cérvico-oclusal A mensuração da altura da canaleta realizou-se por meio de duas distâncias, sendo a primeira do ponto O1 até LC e a segunda do ponto O2 até LC. Estas distâncias representam a altura da canaleta próxima ao fundo e próxima a entrada da canaleta (Figura 1). Partindo do princípio que as paredes da canaleta são paralelas, espera-se que as duas medidas da altura da canaleta sejam iguais. Porém, se as paredes forem convergentes ou divergentes, observa-se a diferença entre as duas medidas, sendo que a menor grandeza foi selecionada, por representar o ponto de contato com o arco ortodôntico. Vinte e quatro imagens foram selecionadas aleatoriamente e remedidas pelo mesmo operador. O erro casual foi calculado segundo a Fórmula de Dahlberg (S2 = d2 / 2n)17 , onde o S2 corresponde a variância do erro, e d representa a diferença entre 2 determinações da mesma variável e o erro sistemático foi obtido pela aplicação do teste t18 , em nível de p < .05. Análise Estatística O teste de Shapiro Wilk foi aplicado aos valores para se verificar a distribuição normal das variáveis, sendo que não se observou homogeinidade das variâncias apenas para a dimensão cérvico-oclusal. Assim sendo, aplicou-se a Análise de variância a 1 fator para a inclinação vestibulolingual e o Teste de Kruskal-Wallis para a dimensão cérvicooclusal. O teste de Tukey foi aplicado para indicar a existência de diferenças nas comparações inter-grupos. O nível de significância adotado foi de p< .05. 11 RESULTADOS A análise do erro evidencia que a variável inclinação vestibulolingual não apresentou erro sistemático (p=0,28) e casual de 0,14. A variável dimensão cérvico-oclusal não apresentou erro sistemático (p=0,22) e casual de 0,00. A análise descritiva geral dos dados (média, desvio padrão, mínimo, máximo, mediana e quartis) para as variáveis dependentes, dimensão cérvico-oclusal e inclinação vestibulolingual dos braquetes (Tabelas 2 e 3 e Figuras 3 e 4). Tabela 2- Análise estatística descritiva para a inclinação vestibulolingual dos braquetes. GRUPO Variáveis de Variáveis de Variáveis de Variáveis de Variáveis de Variáveis de Variáveis de Variáveis de Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação Inclinação Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Vestibulolingual Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Median Q75 Dentaurum -7.40000 20 -9.8700 -5.67000 1.227192 -8.3000 -7.13500 -6.31500 GAC -4.67600 20 -7.1900 -0.36000 1.959322 -6.0450 -5.11500 -3.74000 Orthometric -6.23050 20 -8.9400 -4.30000 1.300524 -7.0150 -6.35000 -4.86500 Ortho -7.82500 20 -10.1800 -5.50000 1.288775 -8.5250 -7.66000 -7.07000 -5.14350 20 -8.4000 -3.32000 1.284610 -6.0500 -4.95000 -4.10000 3M Unitek -8.68000 20 -13.7800 -4.53000 2.111368 -10.0000 -8.88000 -7.71500 All Grps -6.65917 120 -13.7800 -0.36000 2.109235 -8.0250 -6.48000 -5.35000 Technology Tp Orthodontics Tabela 3- Análise estatística descritiva para a dimensão cévico-oclusal dos braquetes. GRUPO dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão vestibulolingual dimensão vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual Median vestibulolin Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Q75 12 GRUPO dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão dimensão vestibulolingual dimensão vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual vestibulolingual Median vestibulolin Mean N Minimum Maximum Std.Dev. Q25 Dentaurum 0.527500 20 0.510000 0.550000 0.012085 0.520000 0.530000 0.540000 GAC 0.559000 20 0.540000 0.580000 0.012096 0.550000 0.560000 0.570000 Orthometric 0.546500 20 0.520000 0.570000 0.014965 0.535000 0.550000 0.560000 Ortho 0.584000 20 0.540000 0.630000 0.025629 0.560000 0.585000 0.605000 0.581000 20 0.530000 0.610000 0.022688 0.565000 0.585000 0.600000 3M Unitek 0.551000 20 0.520000 0.580000 0.016190 0.540000 0.550000 0.560000 All Grps 0.558167 120 0.510000 0.630000 0.026473 0.540000 0.560000 0.570000 Q75 Technology Tp Orthodontics Os dados foram incialmente submetidos a análise de variância e homogeinidade, teste de Shapiro Wilk, sendo que para a variável inclinação vestibulolingual observou-se normalidade (p=0.464) e para a variável dimensão cervico-oclusal não se constatou normalidade (p=0,278). Assim sendo, aplicou-se a Análise de Variância (ANOVA) a 1 fator e de Kruskal-Wallis, respectivamente, para as primeira e segunda variável. A análise de variância a 1 fator indicou que houve diferença estatisticamente significante na inclinação vestibulolingual entre as marcas avaliadas (Tabela 4). Tabela 4- Análise de Variância a 1 fator para a variável inclinação vestibulolingual dos braquetes. Marca Média Desvio Soma dos F padrão quadrados p 13 Dentaurum -7,400 1,227 0,274 GAC -4,676 1,959 0,438 Orthometric -6,231 1,301 0,291 Ortho -7,825 1,289 0,288 Tp Orthod -5,144 1,285 0,287 3M Unitek -8,680 2,111 0,472 20,110 <0,001 Technology Significante- P<0,05 Na tabela 5, observa-se que as marcas que mais se aproximaram da prescrição de torque, considerando-se a inclinação vestibulolingual média foi a Dentaurum, seguida da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição. Entretanto, considerando-se o intervalo de confiança de 95% e o teste Qui-quadrado para o limite de 6,0° a -8,0°, verifica-se que a Dentaurum e Ortho Technology apresentou 60% dos braquetes avaliados dentro do limite, seguido da Orthometric com 55%, GAC e Tp Orthod com 25% e, finalmente, a 3M Unitek com 20% (Tabela 6 e Figura 4). Tabela 5- Teste de Tukey para a variável inclinação vestibulolingual entre as marcas. Grupo Marca Inclinação A vestibulolingual 6 3M Unitek -8.68000 **** 4 Ortho -7.82500 **** B C D 14 Technology 1 Dentaurum -7.40000 3 Orthometric -6.23050 5 Tp -5.14350 **** **** **** **** **** **** Orthodontics 2 GAC -4.67600 **** *Letras diferentes indicam diferenças estatísticas com significância Tabela 6- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando o percentual de casos que se aproximam do limite de -6,0 a -8,0° de inclinação vestibulolingual entre as marcas. Inclinação Dentaurum GAC de -6,0º e Orthometric Ortho Tp 3M Technology Orthodontics Unitek 8,0 15,0 16,0 -8,0º Não se 8.0 15,0 9,0 aproxima 40% 75,0% 45,0% 40,0% 75,0% 80,0% Aproxima 12,0 5,0 12,0 5,0 4,0 60,% 25,0% 55,0% 60,0% 25,0% 20,0% 11,0 15 2 Variáveis de Inclinação Vestibulolingual 0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 -14 -16 Dentaurum GAC Orthometric Ortho Technology Tp Orthodontics 3M Unitek GRUPO Média Media±dP Min-Max Figura 3- Gráfico BOX-PLOT com valores de média, desvio padrão, mínimo e máximo para a inclinação vestibulolingual dos diferentes grupos. O teste de Kruskal-Wallis evidenciou que houve diferença estatisticamente significante na dimensão vestibulolingual entre as marcas avaliadas (Tabela 7). Tabela 7- Teste de Kruskal-Wallis para a variável dimensão vestibulolingual dos braquetes Marca Mediana 25% 75% H p Dentaurum 0,530 0,520 0,540 66,098 <0,001 GAC 0,560 0,550 0,570 Orthometric 0,550 0,533 0,560 16 Ortho 0,585 0,560 0,608 Tp Orthod 0,585 0,563 0,600 3M Unitek 0,550 0,540 0,560 Technology Significante- P<0,05 Tabela 8- Teste de Tukey para a variável dimensão cérvico-oclusal entre as marcas. Grupo Marca Dimensão A B C D cérvico-oclusal 1 Dentaurum 0.527500 **** 3 Orthometric 0.546500 **** 6 3M Unitek 0.551000 **** 2 GAC 0.559000 **** 5 Tp 0.581000 **** 0.584000 **** **** **** Orthodontics 4 Ortho Technology *Letras diferentes indicam diferenças estatísticas com significância Na tabela 8, observa-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas GAC, 3M Unitek, e Orthometric, seguidas das marcas Ortho Technology, Tp Orthodontics e Dentaurum (Figura 5). O Intervalo de confiança a 95% e o Teste Qui-quadrado, considerando-se o limite de 0,55 a 0,57mm, evidencia que a GAC tiveram 80% dos braquetes dentro deste limite, seguido da 3M Unitek 17 com 60%, Orthometric com 55%, Ortho Technology com 35%, Tp Orthodontics com 25% e finalmente a Dentaurum com 5% (Tabela 9 e Figura 5). Tabela 9- Resultado do teste Qui-quadrado, evidenciando a distribuição percentual de casos que se aproximam do limite de 0,55 a 0,57mm na dimensão cérvico-oclusal, entre as marcas. Dimensão 3M Dentaurum de 0,55 a Unitek GAC Ortho Orthometric Technology Tp Orthodontics 0,57mm Não se 8.0 19,0 4,0 13,0 9,0 18,0 aproxima 40,0% 95,0% 20,0% 65,0% 45,0% 75,0% Aproxima 12,0 1,0 16,0 11,0 2,0 60,0% 5,0% 80,0% 35,0% 55,0% 25,0% 7,0 18 Figura 4- Gráfico BOX-PLOT com valores de mediana, intervalo interquartílico, mínimo e máximo para a dimensão vestibulolingual dos diferentes grupos. 19 0.6 0.59 dimensão vestibulolingual 0.58 0.57 0.56 0.55 0.54 0.53 0.52 0.51 Dentaur um Or thometr ic GAC Tp Or thodontics Or tho Technology GRUPO 3M Unitek Mean Mean±0,95 Conf. Interval Figura 5- Gráfico BOX-PLOT com a distribuição dos braquetes no limite de 0,55 a 0,57mm, entre as marcas. Discussão Com a introdução dos aparelhos ortodônticos pré-ajustados1, levantou-se a preocupação com a precisão de sua fabricação, pois a fidelidade da prescrição seria uma condição essencial para a determinação da previsibilidade da movimentação dentária. Ao longo dos anos, estudos foram realizados no sentido de confirmar o rigor na produção dos braquetes 2,3,4,5,6,7,8 e tem-se observado diferenças significativas, que variam entre 5 e 15% 9. A popularização dos braquetes autoligados no cenário da Ortodontia nos últimos 20 anos19,20,21,22,23, tem despertado o interesse por pesquisas que avaliem o critério na fabricação e precisão da prescrição . A incorporação do torque é de fundamental importância na condução da mecânica e está diretamente relacionada com a qualidade da finalização do tratamento, apresentando os requisitos estéticos e funcionais adequados24 . O torque pode ser afetado pela interação do arco com a canaleta do braquete, assim sendo, a dimensão cérvico-oclusal e o paralelismo das paredes das canaletas são fatores de extrema importância para a sua manifestação adequada 11,16 , desta forma justifica-se a realização deste estudo para se avaliar a precisão de braquetes autoligados que obedecem a prescrição MBT. Os estudos anteriores que demonstraram a preocupação em se avaliar a fidelidade da prescrição e na dimensão dos braquetes, recorreram a imagens dos acessórios ortodônticos obtidas empregando-se microscopia óptica3,27,28. Neste estudo optou-se por uma abordagem quantitativa por meio técnica laboratorial, porém, utilizando-se imagens do perfil dos braquetes obtidas com a microscopia eletrônica de varredura, seguindo a metodologia de estudos anteriormente realizados Gomes (2007)29 Ramos(2009)7, Streva (2011)30 e Silva(2012)8, por apresentar facilidade na preparação da amostra e na profundidade de foco. Este estudo pesquisou a altura e o torque do primeiro pré-molar superior da prescrição MBT das marcas Dentaurum, GAC, 3M Unitek, TP Orthodontic, Orthometric e Ortho Technology, com 20 braquetes de cada marca o que totalizou 120 braquetes e resultou numa amostra de poder estatístico de paraᾳ=0,050:1,000. Em outros estudos7,30 observou-se a utilização de números de amostras da avaliação semelhante, sendo portanto, um número representativo para este modelo de estudo. Optou-se neste estudo pelo teste duplo-cego, visando se evitar a tendenciosidade e garantir a confiabilidade nos resultados e as comparações foram efetuadas seguindo-se a norma ISO 27020, elaborada para parâmetros mínimos de produtos, sendo determinada pela 21 comissão de Padronização Ortodôntica Alemã. Mesmo a Norma ISO determinando um limite angular de +-1° e limite linear de 0,01mm as empresas continuam a produzir braquetes com valores defasados dos padrões ideiais recentes dos aparelhos autoligados 2,3,4,5,6 há inclusive nas versões mais valores díspares da prescrição pesquisadas31,32. Os resultados deste estudo comprovaram haver diferença estatisticamente significante na inclinação vestibulolingual entre as marcas avaliadas, sendo que as marcas que mais se aproximaram da prescrição de torque médio de 7,0° foi a Dentaurum, seguida da Ortho Technology e Orthometric e na sequência marca 3M Unitek. As marcas Tp Orthodontics e GAC mais se distanciaram do valor de prescrição (Tabela 5). Considerando-se o limite de -6,0 a -8,0°, foi a Dentaurum e Ortho Technology, apresentando 60% dos braquetes avaliados dentro do limite, seguido da Orthometric com 55%, GAC e Tp Orthod com 25% e, finalmente, a 3M Unitek com 20% (Tabela 6 e Figura 4). No entanto, todas as marcas avaliadas não respeitaram a norma da prescrição MBT de -7,0°. A existência de variações na inclinação vestibulolingual das canaletas dos braquetes fabricados por empresas distintas, obedecendo a prescrição MBT, já tinha sido detectada, porém em braquetes convencionais6,10,24,32,39 e também analisando outras prescrições8,14,18,24 . A diferença também foi observada na inclinação vestibulolingual de tubos de primeiros molares inferiores, segundo a prescrição MBT, entre marcas comerciais distintas35 . Resultados distintos e com desvios inferiores no valor do torque prescrito, foram observados em estudo, no qual constatou-se desvio de 3% no valor do torque para o Mini MBT (3M Unitek) e um maior valor de desvio de 17% para Discovery da prescrição Roth5. O torque pode ser alterado durante problemas na usinagem das peças5 . 22 Com os aparelhos autoligados numa mecânica de deslize18, o principal efeito deletério foi a perda de torque o que justifica a necessidade deste estudo para quantificar o valor inserido na canaleta, para ter-se a percepção sé há necessidade de uma nova mecãnica ou é uma deficiência estrutural do aparelhos. Neste estudo, verificou-se diferença estatisticamente significante na dimensão cérvico-oclusal, entre as diferentes marcas. Considerando-se o limite de 0,55 a 0,57mm, observou-se que as marcas que mais se aproximaram da dimensão cérvico-oclusal de 0,56mm foram as marcas GAC, 3M Unitek, e Orthometric, seguidas das marcas Ortho Technology, Tp Orthodontics e Dentaurum (Tabela 8, Figura 5). Considerando-se o limite de 0,55 a 0,57mm, evidencia-se que a GAC tiveram 80% dos braquetes dentro deste limite, seguido da 3M Unitek com 60%, Orthometric com 55%, Ortho Technology com 35%, Tp Orthodontics com 25% e finalmente a Dentaurum com 5% (Tabela 9 e Figura 5). No entanto, nenhuma das marcas obedeceu a dimensão altura da canaleta de 0,56mm. Observou-se também, que as paredes das canaletas apresentavam divergência, resultando em valores distintos para os ângulos APO e APC, representativos do torque, sendo, portanto, empregado a média aritmética dos dois valores e a divergência também pode ser constatada pela diferença nos valores da dimensão cérvico-olcusal, mensurada próximo a entrada e próximo ao fundo da canaleta, neste caso, foi utilizado o menor valor, por representar o ponto de contato com o arco ortodôntico e contribuir para a manifestação do torque. A existência da divergência nas paredes das canaletas foi verificada em outro estudo5. Seguindo a mesma linha deste estudo, empregando-se imagens obtidas em MEV de braquetes autoligados de incisivo central superior de 6 marcas, foram avaliadas a dimensão cérvico-oclusal de 0,022” e o paralelismo das canaletas, que é traduzido pela igualdade angular das paredes internas da canaleta, logo o valor do ângulo APO e APC 23 deveria ser o mesmo o que representaria o paralelismo das paredes internas do braquete. Bhalla2 utilizou MEV para determinar a altura de 5 marcas comerciais de braquetes com prescrição para esta medida de 0,022” e relatou nos seus achados valores acima da prescrição, sendo o Speed o que mais se aproximava, com valor médio de 0,023” e o SmarClip o que apresentou o maior valor com 0,025” e com valor semelhante ao Damon M; os braquetes In Ovation R e C apresentam valores semelhantes de 0,024”, sendo semelhante ao valor Clarity SL 2. Nos estudos de Lemos quanto as alturas apenas 2 amostras estavam fora do intervalo aceitável segundo a norma ISO para a prescrição, sendo que tal como no nosso estudo os demais valores aproximaram-se da 0,022”. A manifestação do torque depende da interação da canaleta com o arco ortodôntico, assim sendo a precisão na dimensão cérvico-oclusal e o valor de torque são fatores fundamentais para o bom controle do movimento dentário9. Neste contexto, considerando-se a inclinação vestibulolingual e a dimensão cévico-olcusal, respectivamente, para as marcas, observa-se que os braquetes das marcas GAC ( com 4,6° e 0,55mm) e Tp Ortohodontics (-5,18° e 0,58mm) poderiam o comprometer na ação do torque, sendo o que resulta também de um posicionamento oclusal deficiente também já relatado em estudo anterior2 . Por outro lado, os braquetes das marcas Dentarum (-7,4° e 0,52mm), Ortho Technology (-7,8° e 0,58mm) e 3M Unitek (-8,6° e 0,55mm), aproximaram-se dos valores da prescrição indo de encontro aos resultados dos estudos de Silva8. Estudos foram realizados para se avaliar a fidelidade de prescrições e dimensões das canaletas dos braquetes, sendo demonstrado que ocorre um elevado percentual de discordância ou erros com base no qui-quadrado ao analisarmos a tabela 6 encontramos até 80% da amostra fora dos limites da prescrição e que resultam de falhas no processo de fabricação e do controle de qualidade 8,20,27,28 . Este aspecto é importante, pois o 24 profissional terá a informação qual a margem de erro da prescrição oferecer dos materiais permitindo assim atingir as metas propostas ou seja o controle na movimentação dentária8,22,28. Conclusão Em comparação com estudos dentro da mesma linha de pesquisa, mas em braquetes ligados, nota-se que houve uma maior aproximação da prescrição no referente a altura da canaleta e há uma relativa melhoria em relação ao torque. O clínico deve ter em conta que na sua formação ainda há necessidade de existir o conhecimento de como executar uma dobra de 2ª e 3ª ordem, para quando a prescrição não cumprir a necessidade individual do paciente, ele estar apto a fazê-lo. References 1‐ Andrews LF. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod. 1972; 62: 296‐309. 2‐ Bhalla NB, Good SA, McDonald F, Sherriff M, Cash AC, Assessment of slot sizes in self‐ligating brackets using electron microscopy, Aust Orthod J 2010; 26: 38–41 3‐ Bóbbo MF. Review Touch of brackets incisors prescription MBT. Dissertation. (Faculty of Dentistry) University of São Paulo City 2006. 92. 4‐ Cash A, Good SA, Curtis RV, McDonald F. An evaluation of slot size in orthodontic brackets – are standards as expected?Angle Orthod 2004;74:450–3. 5‐ Cornejo, MIB.Torque rating of brackets premolars in the art MBT Dissertation. (Faculty of Dentistry) University of São Paulo City . 2005. 119. 6‐ Lemos SL Analysis of Precision Ceramic Brackets Roth Prescription of MBT . University of São Paulo City . 2013 7‐ Ramos, L. C. Inclination evaluation of the first molar tubes on MBT prescription. MBT Dissertation. (Faculty of Dentistry) University of São Paulo City 2009. 25 8‐ Silva AV, Fuziy A , Cotrim‐Ferreira FA , Torres FC , Shibasaki WMM. Evaluation of the inclination bucco lingual of the second molar tubes on MBT prescription.SPO 2012;45(5):498‐504. 9‐ Badawi HM, Toogood RW, CareyJPR, Heo G, Majore PW, Torque expression of self‐ligating brackets, Am JOrthod and Dentofacial Orthop2008;133:721‐8 10‐ Kusy RP. Orthodontic biomechanics: Vistas from the top of a new century. Am JOrthod and Dentofacial Orthop.2000;117:589‐91 11‐ Bednar JR, Gruendeman GW, Sandrik JL. A comparative study of frictional forces between orthodontic brackets and arch wires. Am J Orthod Dentofacial Orthop1991; 100:513‐522. 12‐ Kusy RP, Whitley JQ. Assessment of second‐order clearances between orthodontic archwires and bracket slots via the critical contact angle for binding. Angle Orthod 1999;69:71–80 13‐ Viazis AD,Chabot KA,Kucheria CS, Scanning electron microscope (SEM) evaluation of clinical failures of single crystal ceramic brackets ,Am JOrthod and Dentofacial Orthop.1993;103:537‐544. 14‐ Cacciafesta V, Sfondrini MF, Ricciardi A, Scribante A, Klersy C, Auricchio F. Evaluation of friction of stainless steel and esthetic self‐ligating brackets in various bracket‐archwire combinations. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003; 124:395‐402. 15‐ Hain M, Dhopatkar A, ROCK P. The effect of ligation method on friction in sliding mechanics. Am JOrthod and Dentofacial Orthop.2003;123:416‐22 16‐ Pizzoni L, Ravnholt G, Melsen B. Frictional forces related to self‐ligating brackets. Eur J Orthod. 1998; 20:283‐291. 17‐ Dahlberg G. Statistical methods for medical and biological students. New York: Interscience Publications; 1940 18‐ Houston W. The analysis of errors in orthodontic measurements. Am JOrthod and Dentofacial Orthop 1983;83:382‐90. 19‐ Chen SS‐H, Greenlee GM, Jihyun EK, Craig LS, Huang GJ. Systematic review of self‐ligating brackets. Am J Orthod Dentofac Orthop, 2010;137:726.e1‐726.e18 20‐ Harradine NWT, et al. The clinical use of Activa self‐ligating bracketts. Am JOrthod and Dentofacial Orthop,1996;109:319‐28. 26 21‐ Harradine N.W.T. Self‐ligating brackets : where are we now? Am JOrthod and Dentofacial Orthop,2003;30:262‐73. 22‐ Rinchuse DJ, Miles PG, Self‐ligating brackets: present and future, Am JOrthod and Dentofacial Orthop. 2007;132:216‐22 23‐ Shivapuja PK, Berger J. A comparative study of conventional ligation and self‐ligation bracket systems. Am JOrthod and Dentofacial Orthop 1994;106:472‐80 24‐ McLaughlin RP, Bennett JC, Trevisi HJ. Mecânica sistematizada de tratamento ortodôntico. 1ª edição. São Paulo: Artes Médicas; 2002: 27‐54 25‐ Assad‐Loss TF, Cavalcante ML, Neves RML, Mucha JN, Dimensional assessment of slots metal brackets. RFO,v.15,n.1,p.45‐51, Jan/Apr 2010. 26‐ Flores DA, Choi,LK., Caruso JM, Tomlinson JL, Garland ES, Jeiroudi MT. Deformation of metal brackets:a comparative study. Angle Orthod 1994;64:283‐290 27‐ Gomes Filho, W.V Torque rating of the brackets of the upper and lower incisors of Bioprogressive therapy Ricketts. [Dissertation]. São Paulo (SP): ) University of São Paulo City ; 2007 28‐ Streva AM, Cotrim‐Ferreira FA, Garib DG, Carvalho PEG. Are torque values of preadjusted brackets precise? J Appl Oral Sci. 2011; 19: 313‐317. 29‐ McLaughlin RP, Bennett JC. The transition from standard Edgewise to preadjusted appliance systems. J ClinOrthod. 1989; 23:142‐53 30‐ McLaughlin RP, Bennett JC, Trevisi HJ. The system of the MBT appliance developing a mechanical and treatment philosophy –First I. R Clin Orthon Dental Press1998;3:15‐23.