UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
II COLÓQUIO CIDADE E REGIÃO: URBANIDADES E RURALIDADES
CONTEMPORÂNEAS – II CCR
COMUNICAÇÃO COORDENADA
TEMA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A
DOCÊNCIA (PIBID): ALGUNS RESULTADOS DO SUBPROJETO
GEOGRAFIA.
EIXO TEMÁTICO: Ensino de Geografia, Educação Ambiental: abordagens
interdisciplinares no contexto norte mineiro.
Coordenador(a):
Dulce Pereira dos Santos
[email protected]
Professora do Departamento de Geociências – CCH/ UNIMONTES. Mestre em
Desenvolvimento Social – PPGDS/UNIMONTES. Doutoranda em Geografia –
PPGG/UFU (2012-2016).
EXPOSITORES:
Acadêmicos:
Marília Pereira da Silva
Marí[email protected]
Pedro Henrique Maia de Carvalho
[email protected]
Sandra Aparecida Borges Silva
[email protected]
Apresentação: A proposta de Comunicação Coordenada refere-se aos resultados
alcançados pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID)
Subprojeto Geografia vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade
Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (2010/2012) sob coordenação
da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES, Ms. Dulce Pereira
dos Santos. O primeiro artigo (Pesquisa, Incentivo à Docência e Ensino de Geografia na
Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, em Montes Claros –
MG/Brasil) trata de uma pesquisa realizada por meio da técnica do Grupo Focal, em que
foi possível firmar, a partir dos resultados da pesquisa, novas metodologias,
qualificação e incentivo à prática docente. O segundo artigo (Programas Para o
Desenvolvimento da Educação Brasileira, o Exemplo do PIBID - Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) ressalva a importância de investimentos
na educação para que ocorra o desenvolvimento social de uma nação, e ainda, destaca
alguns programas voltados para o setor educacional no Brasil, enfatizando o PIBID
Subprojeto de Geografia. O terceiro trabalho (Intervenções do Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação a Docência - PIBID: O lúdico como um caminho metodológico para
o incentivo discente) aborda questões como o emprego da metodologia lúdico, a qual
tem por finalidade despertar o interesse do aluno quanto às aulas de Geografia no
Subprojeto em questão, e, também, apresenta algumas oficinas das intervenções feitas
pelo PIBID. Todos os resultados aqui expostos já foram apresentados em eventos
científicos Internacional, Nacional e Regional da Geografia.
PESQUISA, INCENTIVO À DOCÊNCIA E ENSINO DE GEOGRAFIA NA
ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEIRO, EM
MONTES CLAROS – MG/BRASIL1
SILVA, Sandra Aparecida Borges
[email protected]
COSTA, Marielle Jacinta Pereira
[email protected]
SILVA, Marília Pereira da
Marí[email protected]
SOUZA, Edvânia Gisele de
[email protected]
Resumo: A contextualização histórica e social da sociedade contemporânea, com o
advento da globalização; dos avanços científicos e tecnológicos; e das profundas
transformações dos meios de informação e de comunicação tem afetado diretamente
nosso cotidiano provocando desafios. Isso exige um sistema educacional reconstruído e
reformulado e uma educação que fomente e tenha como prioridade a formação de
cidadãos críticos e ativos. Assim, o presente trabalho busca compreender o processo
ensino aprendizagem e os recursos e procedimentos metodológicos utilizados em
Geografia na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, na cidade de
Montes Claros-MG. A pesquisa está inserida no Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência - PIBID, fomentado pela Universidade Estadual de Montes ClarosUNIMONTES e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES. O caminho metodológico utilizado foi à revisão bibliográfica,
seguida da metodologia da técnica do Grupo Focal com a aplicação de questionário
semi estruturado aos discentes da disciplina abordada, se estendendo às unidades
administrativas desta instituição de ensino. Os resultados da pesquisa possibilitarão
firmar novas metodologias, qualificação e incentivo à prática docente.
Palavras-chave: Geografia, Ensino aprendizagem, Pesquisa, Discentes, Escola.
INTRODUÇÃO
Atualmente (2010), a cidade de Montes Claros vem sendo considerada o centro urbano
mais importante do Norte de Minas Gerais. Possui uma população de aproximadamente
361.971 habitantes (IBGE 2010) e centraliza uma diversidade de comércio e serviço.
1
Os resultados apresentados nessa proposta de Comunicação Coordenada é parte integrante de trabalhos
desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de
Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos
Santos.
² Graduandas em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros-MG/Brasil
Agrega uma variedade de Instituições educativas particulares e públicas em diferentes
localizações. Dentre elas podemos destacar a Escola Municipal Professora Maria de
Lourdes Pinheiro, localizada na região leste.
Neste sentido, o trabalho proposto tem como objetivo analisar todo contexto do
processo ensino aprendizagem da disciplina Geografia, na referida Instituição,
enfatizando a prática de brincadeiras e jogos, tendo em vista, a interação do estudante
com os conteúdos trabalhados, de maneira a propiciar relações de afinidade entre
professor versus aluno e aluno versus aluno (CASTELLAR E VILHENA, 2010). Além
de conhecer o ambiente escolar: a estrutura organizacional, o funcionamento da unidade
e as práticas de ensino buscando compreender, através de diagnóstico, quais as
dificuldades da aprendizagem dos discentes, os recursos e os procedimentos
metodológicos utilizados para com o ensino de Geografia. Os resultados apresentados
por esta pesquisa têm por finalidade divulgar o Subprojeto: Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, fomentado pela Universidade Estadual de
Montes Claros - UNIMONTES e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - CAPES, bem como diagnosticar o processo ensino
aprendizagem da Geografia na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro.
Provém de atividades desenvolvidas na E. M. Professora Maria de Lourdes Pinheiro por
meio do Subprojeto em Geografia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a
Docência - PIBID fomentado pela Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCAPES.
A instituição foi uma das selecionadas a participar do Subprojeto por apresentar um
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB relativamente baixo. O IDEB
foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos Anísio Teixeira - INEP, a fim de constatar
o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações, sendo realizada com os
estudantes do 5º ao 9°ano da rede municipal, cujo objetivo principal é traçar metas de
qualidade educacional.
A pesquisa foi realizada a partir de revisões bibliográficas, seguido da metodologia da
técnica do Grupo Focal que, de acordo com Gondim (2002), tem como objetivo a coleta
de dados através da interação dos grupos para discussão de um assunto específico
sugerido pelo pesquisador. As entrevistas foram feitas através de 04 equipes de 02
integrantes, sendo três equipes responsáveis por entrevistar os discentes e uma equipe
responsável pelo setor administrativo da unidade escolar. No turno matutino foram
entrevistados 155 discentes, a diretora, três supervisores e três professores da disciplina
Geografia nos turno matutino e vespertino. O período de realização foi de 14 a 24 de
junho. Para registro da discussão da técnica foram necessários questionário semiestruturado, recursos áudios-visuais, papéis e canetas.
Acredita-se que o estudo contribuirá para uma melhor organização e dinamização dos
conteúdos a serem abordados, além de integrar-nos à comunidade escolar, para que
possamos vivenciar a prática docente. Contudo, a pesquisa se mostrou necessária,
levando-se em conta que os resultados obtidos possibilitarão a intervenção no decorrer
do subprojeto, além de firmar novas metodologias, visando melhorar a qualidade do
ensino de Geografia e incentivar os acadêmicos para o exercício da docência.
CARACTERIZAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL
PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEIRO
A Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, situada à Rua Portugal nº
141, no bairro Independência (Mapa 01) foi criada pela Lei Municipal nº 2009, de 02
de janeiro de 1992 e autorizada a funcionar através da portaria nº289/96, publicada no
MG 16/03/96 para o ensino fundamental e portaria 021/2006 publicada no MG
03/06/2006 para a educação infantil. A instituição recebeu este nome em homenagem à
professora Maria de Lourdes Pinheiro (1907-1991), natural de Montes Claros, pessoa
alegre, extrovertida e muito religiosa. Trabalhou em muitas escolas da cidade, tinha uma
verdadeira vocação para educar a juventude e uma particular estima pelos alunos
carentes, facilitando os seus estudos com bolsas adquiridas na Secretaria de Estado de
Educação – SEE/MG.
Atendendo aos moradores do bairro Independência e adjacências, a Instituição é
considerada, atualmente, uma das maiores escolas da rede municipal da educação com
1796 alunos matriculados e distribuídos nos turno matutino que atende do 5° ao 9° ano
do Ensino Fundamental, vespertino com funcionamento da educação infantil do 1° ao 4°
e 6º ano, e o noturno atendendo a Educação de Jovens e Adultos - EJA.
Mapa 01: Localização da Escola M. Professora Maria de Lourdes Pinheiro
Fonte: SEPLA, 2005 Org.: VELOSO, G. A. COSTA, M. J. P.
O perfil socioeconômico dos alunos é bem diversificado, porém a maioria se enquadra
em situação de renda mínima, dependendo de programas como o bolsa família e
também, da ajuda na aquisição de materiais escolares subsidiados.
É interessante lembrar que o Projeto Político Pedagógico da Instituição foi elaborado
através de uma ação coletiva, com a participação de toda a comunidade escolar, para
assim poder chegar ao objetivo que viria a ser uma melhor forma de trabalho e
organização da escola, tendo sempre, como perspectiva, o desenvolvimento do aluno,
proporcionando-lhe um ensino de qualidade que favoreça a sua interação na sociedade e
uma atuação de forma crítica, participativa e autônoma, no exercício da cidadania.
RESULTADOS
DA
PESQUISA
REALIZADA
NA
ESCOLA
MUNICIPAL
PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEIRO
A análise foi baseada em pesquisa semi-estruturada em diferentes turmas,
compreendendo dois momentos distintos: primeiro, foram destinadas argumentações
voltadas aos discentes, essas consistiam em questões gerais na qual tinham como
interesse respostas objetivas (sim ou não), com possíveis comentários. Em contrapartida
na questão (4) foi questionado como o livro didático é usado pelos professores daquela
escola. A resposta desse questionamento deveria ser de forma discursiva, porém devido
à questão anterior questionar se os discentes possuíam livros didáticos para melhor
desenvolvimento da Disciplina da área do Subprojeto, houve unanimidade na resposta
negativa, devido às questões (3) e (4) estarem relacionadas. O segundo momento teve
como direcionamento a técnica do Grupo Focal onde as perguntas eram abertas,
possibilitando discussões, argumentações e observações de possíveis gestos, sons e
movimentos diante de cada questionamento.
As observações das questões gerais foram destinadas à organização escolar. Na questão
(1) foi questionado se a escola envolve os discentes em atividades e projetos. Na 2º
questão foi questionado se o Conselho Escolar conta com a participação dos discentes.
Na questão (3) se os discentes possuem livros didáticos para a disciplina da área de
conhecimento do Subprojeto e como os livros são usados pelo professor. Referente à
questão (5) e para finalizar foi argumentado se os discentes conhecem o Calendário de
Atividades da Escola. A análise do primeiro momento pode ser observada na
representação do Gráfico 01.
Gráfico 01: Análise das questões gerais do questionário semi-estruturado
Fonte: Pesquisa Direta, maio de 2010. Org.: COSTA, M. J P
Ao analisar o Gráfico 01, podemos constatar que na questão (1), 69% não conhecem os
projetos e as rotinas da Instituição. De fato, as atividades extracurriculares são vistas por
eles como obrigação a ser cumprida, o que leva ao desinteresse das disciplinas, em
particular da Geografia.
Quando questionado sobre a participação dos educando no Conselho Escolar, grande
parte julgou ignorar o andamento dessa estrutura. Entretanto, o reconhecimento e a
interação, por parte do corpo escolar, facilitam a melhoria da qualidade de ensino, já
que de acordo com o (Projeto Político Pedagógico 2009-2010), este tem como objetivo
a gestão participativa, para que haja excelência no trabalho escolar.
De acordo com a análise da organização dos recursos utilizados para o desenvolvimento
dos conteúdos abordados pela Geografia, foi registrada por inúmeros estudantes a falta
de livros didáticos, o que responde tanto à questão 03 quanto a 04, uma vez que ambas
estão inter-relacionadas. Todavia, é importante salientar que o livro didático é elemento
estruturador da prática do discente, sendo necessário que o aluno o utilize a fim de
compreender e lidar com uma realidade cada vez mais globalizada, aperfeiçoando
assim, os conhecimentos geográficos. Segundo (CASTELLAR E VILHENA, 2010)
deve-se compreender que o livro didático é uma ferramenta de apoio e a partir dele o
professor amplia os conteúdos, através da busca de novas fontes. Por tudo isso, o livro
será de suma importância e necessidade na vida do aluno, sendo imprescindível como
instrumento, de modo a estimular a reflexão de um pensamento autônomo, buscando
exercitar sua capacidade de questionamento e argumentação.
Quando os discentes foram questionados sobre o conhecimento do calendário de
Atividades da Escola, todos responderam Não. Isto quer dizer que os mesmos não têm
acesso ao calendário, uma vez que este deve ser divulgado previamente para que haja
maior envolvimento entre alunos e professores.
De acordo com os questionamentos focais aos discentes, indagamos o que os mesmos
gostam de ver nas aulas de Geografia. As respostas foram distintas, como se pode
constatar:
Aluna D: “Projetos de reciclagem”
Aluno B: “Adoro Geografia Física, principalmente a parte que estuda as
placas tectônicas”.
Aluna C: “Não gosta da matéria por não achá-la interessante”.
Aluno F: Odeio “Geografia”.
Nota-se, através dessas colocações, que houve divergências de opiniões. Contudo, foi
possível perceber que os discentes se interessam por aulas práticas, principalmente
quando ocorreu o projeto de reciclagem citado pela aluna D, sendo a Geografia uma
ciência de múltiplas realidades, fazendo-se necessário que as aulas práticas conduzam
os discentes a compreender a amplitude da Geografia, in locu.
A segunda questão que refere ao que os discentes menos gostam nas aulas de Geografia
foi observado, segundo as colocações, que a maioria não gosta da disciplina. Conforme
os discentes, a professora não se interessa pelas aulas, pois a mesma não tem autoridade,
o que gera muita turbulência em sala de aula. Os mesmos afirmam que a matéria teórica
é passada no quadro por uma aluna e as explicações ocorrem próximas às avaliações.
Em contrapartida, todos gostam muito da explicação, falam que é de fácil compreensão.
No que se refere à terceira questão foi abordado se os discentes consideram importante a
aula de Geografia, solicitando as devidas explicações.
Aluna A5: “Sim, é muito importante, pois agente vai aprender mais e isso
vai nos ajudar a entrar no mercado de trabalho”.
Aluna A1: “O mais importante é a explicação”.
Aluno G: “Colaboração entre professor e aluno”.
Aluno C: “Acha importante, pois a Geografia faz parte da vida e assim
temos conhecimento sobre outros lugares”.
No geral, houve uma superioridade do fator “explicação de conteúdo”, uma vez que o
mesmo é de suma importância para compreensão da Disciplina, papel bem
desempenhado pela professora, conforme afirmação dos alunos.
A quarta questão propõe como os discentes gostariam que fossem as aulas de Geografia.
Aluna E: “Gostaria que a professora fosse mais amiga”.
Aluno F: “Laboratórios para realização de experiências”.
Aluna A2: “Gostaria que a professora ficasse mais em sala de aula, tendo
mais paciência e que fosse mais dinâmica”.
Aluno H: “Realização de aulas práticas“.
Nesse sentido, conclui-se que vivemos em um mundo de constantes transformações e
turbulências, os alunos desprovidos de atenção fazendo-se necessário a inclusão de
afetividade na relação entre professor-aluno, na esfera escolar, pois os mesmos estão em
processo de formação. Contudo, o afeto pode melhorar a aprendizagem e proporcionar
troca de experiências.
A relação entre docentes e discentes, baseada na afetividade, pode fornecer um
equilíbrio sustentável para que a aprendizagem seja de fato transmitida aos alunos.
Foram solicitadas aos alunos, na quinta questão, algumas sugestões para melhorar as
aulas de Geografia. Estas foram assim descritas;
Aluno C: “Relacionamento amigável entre alunos e professores”.
Aluna J: “Aulas mais fáceis e diferentes de dinâmicas”.
Aluno G: “Ter mais dialogo, fazendo perguntas para os alunos sobre a
matéria”.
Aluna A1: “Não passar textos”.
Foi notória a amplitude de respostas, onde os discentes expressaram seus anseios por
aulas mais dialogadas, com aplicações de dinâmicas e trabalhos de campo, que
favoreçam a convivência e bom relacionamento entre alunos e professores, “a realização
do jogo na disciplina possibilita a construção de habilidades que auxiliarão na produção
lógica do conhecimento, permitindo associação com outros conteúdos e dinamizando a
aula” (CASTELLAR, VILHENA, 2010. p. 48). Algumas colocações foram abordadas
na questão subseqüente onde se discute o relacionamento entre discentes e docentes.
Houve uma imparcialidade considerável nas respostas, uma vez que alguns discentes
afirmam que a relação é pacífica e amigável, enquanto outros consideram a relação
estritamente profissional, não havendo contato interpessoal o que pode ser descrito nas
citações abaixo.
Aluna J: “Somente relação professor e aluno e nada mais”.
Aluno M: “A relação é boa e amigável”.
Aluno D1: “Ótima e excelente”.
Aluno C4: “Só conversa com os alunos dentro da sala, fora já não fala mais
nada”.
É fundamental que haja entre professor e aluno uma relação de respeito, cooperação e
diálogo em todos os níveis de modalidades de ensino, pois será através desta relação
que os discentes serão motivados a construir seu próprio nível de conhecimento.
Na sétima questão foi investigado se são ministradas aulas práticas da disciplina. Foram
unânimes nas respostas de que as aulas carecem de atividades práticas, onde até a data
pesquisada houve a realização destas apenas em Projetos que são desenvolvidos pela
instituição; como o Projeto de Reciclagem, Copa do Mundo, Combate à Dengue, entre
outros.
Na oitava questão foi abordado se os mesmos participam de Projetos desenvolvidos pela
escola. Conforme a questão anterior há ocorrência de projetos, contudo os mesmos
afirmaram que há uma participação insuficiente em tais eventos, por não se sentirem
motivados.
Na nona questão foram perguntados aos alunos sobre os principais os principais
recursos auxiliares utilizados pela escola em prol do processo ensino aprendizagem.
Percebemos que o âmbito escolar oferece uma estrutura física insuficiente para atender
a necessidade escolar. De acordo com os discentes os recursos são utilizados da seguinte
maneira:
Quadro 01
Sala de Vídeo
Biblioteca
Laboratório
de
Informática
Este
utilizado
sala de aula
como
Tem acesso, porém os livros não
Utilizada
somente
podem ser levados para casa.
quando falta professor
Fonte: Pesquisa direta, 2010 Org.: GONÇALVES, E. F. O
Foi solicitado, na décima questão que os discentes se posicionassem como são
realizadas as avaliações, sendo constatada a seguinte resposta: Apenas uma avaliação de
dez a doze pontos, dezoito pontos em exercícios, trabalhos e comportamento.
Entretanto, no quesito comportamento, poucos recebem nota devido ao fator
indisciplina. Conforme podemos observar:
Entendemos que a avaliação refere-se, antes de tudo, à forma com que o
professor encara o conteúdo de sua área, os fundamentos dela e o processo
de aprendizagem. Isso significa que quando tratamos de avaliação no
cotidiano escolar, nos envolvemos, também, com a prática docente e com o
currículo escolar. (VILHENA, CASTELLAR, 2010, p. 145)
Concluí-se que a avaliação é fator relevante dentro da prática docente, já que consiste na
demonstração de bons resultados diante da solicitação de trabalho em prol de seu
reconhecimento.
PESQUISA DESTINADA À UNIDADE ESCOLAR
Este processo consiste na parte da pesquisa voltada para a unidade escolar com o
objetivo de conhecer e caracterizar a dinâmica de ensino, para assim fazermos um
paralelo entre as colocações dos discentes e argumentações do corpo escolar. Para isso,
foi realizada entrevista semi-estruturada com o intuito de colher dados dos projetos,
rotinas e programas de ensino da Escola.
Na primeira parte do questionário referente aos dados dos projetos e rotinas da Escola,
foi questionado aos entrevistados se a Escola possui um projeto pedagógico, sendo as
respostas dos mesmos positivas. De acordo com relatos descritos anteriormente, a
Escola possui Projeto Político Pedagógico datado de 2009 a 2010, que foi elaborado
com a participação da comunidade escolar com objetivo de melhorar o desempenho dos
alunos da referida instituição.
Ao serem interrogados na segunda questão sobre o conselho escolar, se existe e qual a
freqüência das reuniões, houve divergência nas respostas dos entrevistados, uma vez
que seis responderam que sim e um respondeu que não, houve ainda discordância em
relação à freqüência das reuniões já que quatro entrevistados responderam que estas são
semestrais, dois responderam que são bimestrais e um respondeu que não houve
reuniões.
Sobre a área de conhecimento do Subprojeto foi questionado na questão três se esta é
planejada a partir do Projeto Pedagógico da Escola, seis responderam que sim e apenas
um respondeu que não. Ficou ratificada na questão um, a existência do Projeto Político
Pedagógico e de acordo com a maioria dos entrevistados o planejamento das disciplinas
inclusive a do Subprojeto, tem o próprio como base.
Foi explanado nas questões quatro e cinco se a Escola possui calendário de
planejamento e qual a periodicidade das reuniões. Na questão referente ao calendário de
planejamento, seis dos entrevistados afirmaram que sim e um respondeu que não.
Todavia, todos os entrevistados concordaram ao afirmar que se reúne sempre que
necessário para a formulação do calendário escolar. Em decorrência da periodicidade de
reuniões de planejamento houve divergência na questão abordada, não havendo um
consenso nas respostas. Três responderam que semestrais dois entrevistados bimestrais,
um trimestral e um mensal.
A partir da análise da questão seis, referente às reuniões de coordenação da disciplina
Geografia, ocorreram controvérsias argumentativas, já que quatro docentes afirmaram
que as reuniões são coletivas com docentes de áreas afins, dois responderam que são
coletivas, porém com docentes da mesma área, apenas um respondeu que não há
regularidade nas reuniões, os docentes planejam sozinhos, desse modo, pode-se
enfatizar que existe uma falha na comunicação da unidade administrativa.
Na sétima pergunta foi questionada a ocorrência de formação continuada aos docentes.
Pôde-se evidenciar a insuficiência da continuidade de cursos de capacitação, pós-
graduação e especialização. Neste questionamento um citou que faz pós-graduação pela
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e três afirmaram participar do curso de
pós - graduação Mídias na Educação pela Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES.
Em relação aos recursos utilizados para o desenvolvimento das atividades interescolares
foram citados: livros didáticos, filmes, brinquedos, biblioteca e computadores. Em
contrapartida, os discentes argumentaram em sua maioria a não utilização destes
recursos.
Deixaram-se aberto colocações dos docentes e unidade administrativa, as possíveis
reivindicações para melhoria das condições de ensino-aprendizagem, sendo o
envolvimento da família, palestras, projetos de intervenção pedagógica, capacitações
dos professores e diálogo com os alunos, as principais condições para o beneficio do
ensino.
Por fim, foi questionado aos entrevistados sobre as dificuldades sentidas pelos docentes
em relação às dificuldades de ensino aprendizagem dos alunos. Foram constatados
diversos problemas enfrentados pelo corpo docente como; falta do apoio familiar, falta
de compromisso, imaturidade, grande número de alunos na sala de aula, indisciplina,
falta de recursos pedagógicos e desinteresse dos alunos. Diante dos obstáculos descritos
pelos entrevistados, torna-se comprometida a qualidade do ensino.
No segundo momento das entrevistas destinadas a unidade escolar, o primeiro
questionamento foi referente aos dados do programa de ensino, como são realizadas as
seleções do conteúdo a ser ministrado. Um entrevistado respondeu que a organização é
praticada através do livro didático, cinco argumentaram que as seleções são feitas a
partir dos parâmetros curriculares, quatro afirmaram que os contextos selecionados
dependem da competência e habilidade dos alunos. Para findar, um entrevistado
respondeu que as seleções são feitas de acordo com o Conteúdo Básico Comum
(Conteúdo Básico Comum), e dois contestaram que o planejamento é concretizado
pelos professores e supervisores do sistema municipal, coletivamente. A partir das
colocações foi possível evidenciar que existem falhas na comunicação administrativa,
uma vez que não há coerência no planejamento dos conteúdos a serem ministrados em
sala de aula. Fato, que poderá comprometer a aprendizagem dos estudantes e o processo
de ensino dos professores.
Quando questionado como são feitas às avaliações de acompanhamento dos alunos,
todos os entrevistados responderam que estas são processuais, durante todo o período
letivo. No entanto, os discentes se mostraram insatisfeitos com o processo avaliativo;
consideram as avaliações e as notas compactas, ou seja, o procedimento utilizado é
fundamentado em prova, trabalho e participação, sendo que este último nem sempre são
proporcionados a eles.
Ao serem interrogados quanto ao programa de ensino, previsto para o período de Maio a
Junho, apenas três dos entrevistados responderam. Os demais não se prontificaram. As
argumentações foram assim descritas:
D1: “planejamento, integrado com a rede municipal, seguem o
planejamento”.
D2: “sou supervisora pedagógica, portanto não temos uma disciplina”.
D3: “sistema solar, projeto relacionado ao meio ambiente e a copa do
mundo”.
Quando perguntado, se existe projetos interdisciplinares na escola com ações previstas
para o ano de 2010 todos responderam que sim. Foram citados: Projeto Promovendo a
Paz, Consciência Negra, Copa do Mundo, Meio Ambiente, Sistema Escolar, Feira
Literária, Cândido Canela, dentre outros solicitados pela Secretaria Municipal de
Educação – SME. É notório na referida questão inúmeros projetos, e alguns deles
estavam ocorrendo no período de realização das entrevistas na instituição. Entretanto,
uma das reivindicações dos discentes é exatamente a falta de projetos ou divulgação
antecipada destes, para a participação dos mesmos.
Quanto ao laboratório de ensino, seis entrevistados afirmaram a existência do
laboratório de informática e recursos áudio visuais, contudo, o referido laboratório se
encontra momentaneamente desativado e vem sendo utilizado como sala de aula.
Quanto à biblioteca, todos afirmaram que existe e está em boas condições de uso, além
de o acervo ser considerável, em contrapartida determinados professores se queixaram
da má organização dos livros, do espaço físico, que segundo eles é pequeno e da
quantidade de livros não atender regularmente a demanda da escola.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
A concretização deste trabalho foi de suma importância para compreendermos, num
primeiro momento, quais são as dificuldades de aprendizagem dos discentes, os
recursos e os procedimentos metodológicos utilizados para com o ensino da Geografia,
bem como, conhecermos a Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro,
pois, como nosso campo de pesquisa docente, é essencial entender o seu funcionamento,
estrutura física, corpo discente, corpo administrativo e realidade socioeconômica a qual
está inserida.
Esta etapa de pesquisa, auxiliada pelo grupo focal, tornou-se necessária para iniciar os
trabalhos de pesquisa, objetivando fazer intervenções no sentido de desenvolver a
disciplina Geografia na referida escola de uma maneira mais dinâmica, agradável e
integradora, modificando desta forma os aspectos negativos evidenciados na pesquisa já
realizada.
Destarte, o processo de ensino favorecido através de dinâmicas e jogos possibilita a
interação do estudante com os diferentes núcleos sociais e culturais, já que proporciona
o desenvolvimento da aprendizagem, estimulando a curiosidade e o raciocínio lógico.
Assim, a prática docente promovida por este projeto e pelas referidas instituições que o
fomentam mostra-se um desafio para nós, contudo, acreditamos que este será um
período de muito aprendizado e crescimento tanto no campo pessoal, como profissional.
REFERÊNCIAS
GONDIM, S.M.G. Grupos focais com técnica de investigação qualitativa: desafios
metodológicos. Revista Paidéia Cadernos de Psicologia e Educação. Ribeirão Preto,
v.12, n.24, p.149-162, 2002.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2009. Dados populacionais do
Bairro Independência Montes Claros- MG. Disponível em: www.ibge.gov.br.
Acessado em 10 de outubro de 2010.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Cidades @. Dados
populacionais
da
cidade
de
Montes
Claros-MG.
Disponível
em
www.ibge.gov.br/cidadesat/. Acessado em 26 de Novembro de 2010.
MONTES CLAROS, Secretária Municipal de Educação de Montes Claros. Projeto
Político Pedagógico da Escola Municipal Maria de Lourdes Pinheiro 2009-2010,
Montes Claros (MG), 2011.
CASTELLAR, S.V. VILHENA, J. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage
Learning, 2010.
PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
BRASILEIRA, O EXEMPLO DO PIBID (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE
BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA)2
GONÇALVES, Ellen Fabiana Oliveira
[email protected]
CARVALHO, Pedro Henrique Maia de
[email protected]
SILVA, Marília Pereira da
[email protected]
SANTOS, Dulce Pereira dos
[email protected]
Resumo: Embora seja perceptível o progresso do ensino público na escola básica
brasileira, constata-se ainda a precariedade que o mesmo enfrenta. Atualmente (2012),
considera-se o setor educacional uma das esferas mais importantes para o
desenvolvimento de um país. Conquanto, a nossa nação tenha avançado neste campo,
ainda há muito que ser feito. Entre os vários impasses para o pleno desenvolvimento da
educação brasileira, verificam-se diversos problemas relacionados à falta de
infraestrutura na unidade escolar, ausência de políticas públicas que oferecem aos
docentes melhores condições de trabalho e salários dignos, carência do incentivo
familiar e tão logo de profissionais bem preparados. É importante ressaltar que o Brasil
vem crescendo constantemente, e no setor da educação muito se tem feito com a
introdução de programas que visam uma educação de boa qualidade. O exemplo são os
altos investimentos em programas sociais como a Bolsa Família, Poupança Jovem,
dentre outros, os quais oferecem mensalmente auxílio monetário para as famílias de
baixa renda em troca da presença dos seus filhos nas escolas. Todavia, neste trabalho
será evidenciado o programa criado pelo governo federal, o Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação a Docência - que apresenta dentre os objetivos dinamizar o ensino
dos educandos, aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das
escolas em que funcionam e promover a qualificação profissional dos acadêmicos da
licenciatura. Portanto, o objetivo do presente artigo é divulgar os trabalhos
desenvolvidos pelo PIBID Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes
Claros – UNIMONTES nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e
Jair de Oliveira. A metodologia empregada para realização do presente trabalho
consistiu em revisão bibliográfica, diagnósticos das intervenções realizadas pelos
acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de dados em sítios eletrônicos e relatos
de experiências dos bolsistas acadêmicos e supervisores pertencentes ao Subprojeto de
Geografia. Nesta conjuntura, para que uma nação possa se desenvolver economicamente
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Os resultados apresentados nessa proposta de comunicação coordenada é parte integrante de trabalhos
desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de
Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos
Santos.
e socialmente é necessário que possua professores bem preparados e qualificados, algo
extremamente necessário para o avanço do sistema educacional brasileiro.
Palavras-chave: Programas; Educação; PIBID; Desenvolvimento; Ensino aprendizagem.
INTRODUÇÃO
No tocante ao setor educacional, embora encontre em situação hipotética, o Brasil
conquistou avanços significativos no que diz respeito à queda nas taxas de
analfabetismo, criação de programas que visam uma educação de melhor qualidade,
formação continuada de professores, inovações tecnológicas, dentre outros.
Todavia, apesar dos altos investimentos e incentivos voltados à área da educação,
verifica-se através dos dados obtidos nas avaliações do Ministério da educação (MEC) a
exemplo dos dados compilados na Prova Brasil, no Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (SAEB) e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que os
resultados ainda não condizem com os esforços governamentais e os investimentos
feitos na área da educação. A partir das implicações obtidas nessas estimações é que o
Ministério da Educação, juntamente com as Secretarias Municipais e Estaduais de
Educação, podem determinar atuações que possibilitam o avanço e o aperfeiçoamento
da qualidade do ensino no país. Conforme se observa nas palavras descritas por Silva:
Educação é o caminho que leva ao conhecimento. É a possibilidade que se
tem de abrir as janelas da realidade e entender a construção cotidiana do
viver. Ter educação é ter chance de expandir os horizontes e romper com as
grades da ignorância, que aprisiona e limita o olhar. É poder descobrir o
mundo e se descobrir nele e com ele. Educar é iluminar o pensamento,
incentivar a dúvida, instigar a pergunta, mesmo quando não se tem resposta.
Educação esta que não permite a naturalização da realidade, que impulsiona a
evolução das idéias, a construção de valores e a esperança no amanhã.
(SILVA 2006, p.35)
Conquanto, se profira que vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde o setor
educacional encontra-se ao alcance de todos, verifica-se ainda que o acesso a esse
conhecimento culturalmente gerado não é simples, mas deve ser acima de tudo
prioritário. É indispensável que se busque uma educação que possibilite o
desenvolvimento de uma sociedade de forma justa e igualitária.
Neste sentido, o respectivo trabalho busca abordar alguns fatores que tem contribuído
para a melhoria do sistema educacional brasileiro, como o Programa da Universidade
para Todos (PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o
Poupança Jovem e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID),
este sendo objeto central de estudo do presente trabalho. Programas estes, que
atualmente concedem a doação de bolsas, financiamentos e auxílio financeiros aos
estudantes do ensino médio e superior do país, possibilitando que haja um grande passe
ao desenvolvimento da educação.
Destarte, a finalidade do presente estudo é divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo
PIBID Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES, nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e Jair de
Oliveira, instituições estas parceiras do programa. O caminho metodológico em
primeiro momento consistiu em revisão bibliográfica e logo após em análises das
intervenções concretizadas pelos acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de
dados em sítios eletrônicos e relatos de experiências dos acadêmicos e supervisores
pertencentes ao Subprojeto.
Não obstante, a construção deste trabalho se mostrou necessário levando-se em conta
que os resultados obtidos possibilitarão conhecer programas que vem sendo destaque no
cenário nacional, a exemplo o PIBID, este que tem por objetivo geral incentivar a
formação de professores para a educação básica, contribuindo para a elevação da
qualidade da escola pública. Acredita-se que este período de inserção dos acadêmicos
neste projeto será de muito aprendizado e crescimento, tanto na área profissional como
pessoal para todos aqueles que nele estão inseridos.
BREVE ANÁLISE DE ÍNDICES EDUCACIONAIS BRASILEIROS E SEU
REFLEXO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Sabe-se que o acesso à escola é um direito legal inserido na Constituição Brasileira,
educação esta que se obstina a abrir portas na garantia de um futuro melhor, onde todos
possam ter conhecimento dos seus direitos e deveres. É célebre afirmar que as inserções
de políticas públicas correlacionadas aos Governos Municipais, Estaduais e Federais
que visam garantir o acesso do cidadão à educação básica, fizeram com que o índice de
brasileiros frequentes nas escolas crescesse. É perceptível que estes estão se engajando,
embora vagarosamente, na criação de projetos que visem políticas de valorização tanto
para crianças, jovens e adultos no setor educacional.
Nota-se que os programas brasileiros resultam até então positivamente na sociedade, já
que o país vem passando por uma reforma educacional, a exemplo no governo de
Fernando Henrique Cardoso com a criação da Lei de Diretrizes de Bases da Educação
Nacional (LDBEN), além de outros programas que ocasionam na queda do índice de
repetentes, evasão escolar dentre outros, acarretando assim, na diminuição da taxa de
analfabetismo. Em relação ao índice de analfabetismo houve um declínio nos últimos
anos entre pessoas de 15 anos ou mais de idade, o que pode ser visualizado no Gráfico
01.
Gráfico 01: Taxa de Analfabetismo.
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1940/2010
Org.: GONÇALVES, E. F.O., 2012.
As informações presentes acima nos mostram a evolução a qual o Brasil obteve nos
últimos anos referentes às taxas de analfabetismo no território brasileiro. Embora tenha
dado um grande salto entre os anos de 1940 a 2010, e registrando entre 2000 e 2010
uma queda na taxa de 4 pontos percentuais, ainda não alcançamos o patamar desejável,
verificando que este índice ainda representa um volume alto em números absolutos. Ou
seja, houve certo avanço, embora haja muito que ser feito para a erradicação do
analfabetismo no Brasil.
Desta forma, é perceptível nas últimas décadas do século XX e início do século XXI,
um avanço brasileiro no setor educacional. Contudo, esse progresso serve para apontar
um crescimento no nível social da população brasileira, fator considerado importante
para a melhoria do nível de desenvolvimento da nação.
Abarca-se que o declínio na taxa de analfabetismo soa de forma agradável em todas as
esferas sociais, o que evidencia o desenvolvimento educacional do Brasil. Porém, se
analisarmos o país como uma nação emergente, de economia estável e crescente, e
buscar o enfoque no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pode-se
constatar de acordo com os dados de 2011 realizados por pesquisas do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que o país se encontra no 84° lugar
dentre os 187 países avaliados.
As análises do IDH são baseadas em três fortes pilares as quais abrangem a
escolaridade, a renda per capita e a expectativa de vida, temas voltados especificamente
para verificar aspectos sociais do país, o que reflete na qualidade de vida da população.
Dados que remetem a necessidade do Brasil em acelerar o desenvolvimento social,
abrangendo a sociedade de forma igualitária e coerente. O ranking dos primeiros lugares
e a posição do Brasil se registra da seguinte forma de acordo com a Tabela I a seguir.
Posição
País
IDH 2011
DESENVOLVIMENTO HUMANO MUITO ALTO
1°
Noruega
0,943
2°
Austrália
0,929
3°
Holanda
0,910
4°
Estados Unidos
0,910
5°
Nova Zelândia
0,908
Posição
País
IDH 2011
DESENVOLVIMENTO HUMANO ALTO
48º
Uruguai
0,783
83°
Equador
0,720
84°
Brasil
0,718
Tabela I: Índice de Desenvolvimento Humano 2011
Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD.
Org.: GONÇALVES, E. O., 2012.
A Tabela I demonstra a disparidade do Brasil quanto ao país de maior IDH do mundo,
a Noruega. Verifica-se também que o Brasil se encontra muito distante dos outros
quatro primeiro colocados. Os dados acima esclarecem também que o Equador, país
Sul americano se encontra a uma posição a frente do Brasil, o que vale ressaltar que esta
nação nem mesmo possui uma economia em ascensão como a brasileira. Na frente do
Brasil estão também o Chile no 44º lugar, e os vizinhos Argentina e Uruguai,
respectivamente nas posições 45º e 48º.
A respeito da situação brasileira quanto a sua educação, correlacionado ao IDH, em uma
reportagem realizada pelo Jornal Nacional importante noticiário do país, no mês de
Novembro de 2011, o mesmo informa que a Noruega possui quase o dobro da taxa de
escolaridade em relação ao Brasil, com média de 12,6 anos. O boletim aborda ainda que
segundo o PNUD, o Brasil melhorou na renda e na educação, constando que o tempo
médio na escola agora (2011) é de 7 anos, quatro a mais, o que conforme o relatório isso
não é suficiente para diminuir a desigualdade social no território brasileiro.
Sendo assim, analisa-se que o Brasil avançou muito em questões sociais, e se tratando
especificamente da educação, o setor está cada vez mais sendo foco de programas para
investimentos e incentivos, tendo em vista a sua importância para o desenvolvimento
social do país.
PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
PARA
O
DESENVOLVIMENTO
DA
EDUCAÇÃO NO BRASIL, O ENFOQUE DO PIBID
Hodiernamente, a educação é vista como um fator essencial para o crescimento de uma
nação, sendo dever da família e do estado proporcionar as crianças e os adolescentes
um ensino de excelente qualidade. Corrobora Pimenta quando diz que, “o processo
educativo vem enfrentando o maior desafio, para que ele se torne cada vez mais ativo e
importante para a vida dos participantes em geral” (2011, p.312) e finaliza proferindo:
O compromisso não é somente do governo, mas especialmente das famílias,
dos empresários e, sobretudo dos políticos em todos os níveis de atividade.
Senão fizermos da Educação no Brasil a base de desenvolvimento do país,
estaremos cometendo um crime da maior gravidade e que comprometerá
nossa condição de país sério e representativo. (PIMENTA 2011, p. 312).
Embora, ainda apresente dados negativos correlacionados ao sistema educacional
brasileiro, o Governo Federal juntamente com os Órgãos Estaduais e Municipais vem
colaborando para que a situação a qual o Brasil se encaixa nas estatísticas, possa se
reverter e tomar um novo rumo. Vale advertir que, é através da educação que se
consegue fazer as transformações necessárias para o progresso de um país. Assim, se
questiona: A educação é importante ou prioritária? Conforme se observa na fala de
Bressam deve ser:
Importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e
de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos e ao
mesmo tempo fazer com que este desenvolvimento seja espontâneo, natural.
Educar é mais do que prover estudo básico e escolas, é poder tornar a
sociedade crítica o suficiente para avaliar a sua própria vida e a vida do seu
meio. É poder prover ensino de qualidade e fazer com que este seja
plenamente usufruído. É conscientizar os seus cidadãos de que o
conhecimento é a arma mais forte e poderosa que a sociedade detém.
(BRESSAM 2005/2006, p. 48).
Diante deste fato, é que o governo criou diversos programas voltados para a melhoria da
educação brasileira, sendo alguns deles o Programa da Universidade para Todos
(PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Poupança
Jovem, e tão logo o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID).
De acordo com o MEC (2012), o Programa Universidade aberta para todos foi criado
pelo Governo Federal no ano de 2004, tendo por desígnio a concessão de bolsas
integrais e parciais aos estudantes de graduação e sequenciais de formação específica
em instituições privadas de educação superior, desde que, evidenciem renda per capita
familiar menor que três salários mínimos. A seleção dos candidatos para ingressar no
PROUNI é fruto da sua participação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),
este que tem por objetivo avaliar os estudantes do ensino médio de escolas públicas e
privadas medindo seu desempenho pessoal. Tão logo, possibilita aos órgãos
competentes a utilização dos dados compilados para a concessão de bolsas aos
estudantes que obtiveram os melhores resultados diante do processo avaliativo do
ENEM.
Desenvolvido pelo Ministério da Educação e operacionalizado pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fundo de Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior (FIES), tem por escopo financiar prioritariamente estudantes de cursos
de graduação que estejam regularmente matriculados em instituições particulares que
façam parte do programa, e que possuam avaliação positiva no Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), isto é na estimativa, instituições que
alcançaram conceito maior ou igual a três (MEC, 2012).
Outro programa que vem beneficiando uma grande parte da população carente do Brasil
é o Programa Bolsa Família, instituído no então governo do presidente Luís Inácio Lula
da Silva no ano de 2004, tendo por objetivo proporcionar as famílias de baixa renda
auxílio financeiro desde que, mantenham seus filhos regularmente matriculados e
frequentes nas escolas. Conforme salienta o Ministério do Desenvolvimento Social, o
Programa Bolsa Família possui três eixos básicos: a transferência de renda que promove
o alívio imediato da pobreza, as condicionalidades que reforçam o acesso a direitos
sociais básicos na área da educação, saúde e assistência social e por fim, os programas
complementares que objetivam o desenvolvimento das famílias de modo que os
beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade. Atualmente, o programa
atende uma estimativa de 13 milhões de famílias em todo território nacional (Ministério
do Desenvolvimento Social – MDS, 2012).
Por conseguinte, estruturado pelo Governo de Minas Gerais, o Programa Poupança
Jovem foi criado no ano de 2007 com a finalidade de capacitar os jovens mineiros para
que almejem um futuro promissor, seja ele no campo pessoal e profissional. Os
beneficiários do programa são os alunos do ensino médio, matriculados nas escolas da
rede pública estadual. Adverte a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social, que o
programa é voltado aos jovens de áreas de alto risco social e que ao término dos três
anos escolares do ensino médio, os mesmos recebem uma poupança de R$ 3 mil, desde
que, frequentem regularmente as aulas, tenham bom desempenho escolar, entre outras
atribuições. As ações do programa são executadas pelas prefeituras, com
acompanhamento e coordenação da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social
(SEDESE, 2012).
Submerge neste momento o foco principal do presente estudo, o Programa Institucional
de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), criado pelo Governo Federal e fomentado
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que
oferece bolsas para acadêmicos da licenciatura em prol da valorização do magistério,
além de remuneração para coordenadores e supervisores, estes que tem por função
nortear o desenvolvimento do licenciando.
O escopo geral do PIBID é incentivar a formação de professores para a educação básica,
cooperando para a elevação da qualidade do ensino das escolas públicas. Outro desígnio
do programa é promover conhecimentos metodológicos e didáticos nas práticas
docentes de caráter inovador, que empreguem recursos de tecnologia da informação e
da comunicação (TIC’s), e que se orientem para a superação de problemas identificados
no processo ensino aprendizagem dos educandos envolvidos. A iniciativa ainda tende a
estimular as escolas públicas de educação básica a tornarem-se protagonistas nos
processos formativos dos estudantes das licenciaturas, em proveito de uma sólida
formação docente inicial, dinamizar o ensino dos educandos e contribuir para o aumento
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), das escolas em que
funcionam.
No que diz respeito à capacitação profissional dos bolsistas pertencentes ao PIBID, a
mesma é realizada através de intervenções em escolas de ensino básico, em que o
acadêmico vivencia a realidade do âmbito escolar, sendo compreendida por problemas
que vão desde a estrutura física da instituição de ensino à indisciplina dos alunos. Como
descreve Diniz (2010, p.6) sobre o projeto de incentivo docente em questão, afere que o
mesmo “proporciona o contato direto dos acadêmicos com a comunidade escolar e a sua
realidade, ao mesmo tempo em que incentiva a escola a ser protagonista no processo de
formação de futuros professores”.
Colocando em prática o que o projeto disponibiliza para a melhor formação acadêmica
do estudante de licenciatura, estes terão a oportunidade de aprender a fazer
planejamentos de aulas, participar de reuniões que concerne à escola, a exemplo do
conselho de classe e colegiado, envolvimento em gincanas, feiras e toda a programação
que envolve o calendário escolar. É importante ressaltar a vivência em sala de aula, a
qual possibilita aplicar o conteúdo apreendido na Universidade de maneira palpável e
inovadora aos estudantes do ensino fundamental e médio. No discurso a seguir de um
participante do programa, é possível perceber o que o PIBID representa para sua
carreira docente.
“Depois que iniciei no PIBID, várias foram às contribuições que o programa
me proporcionou, como por exemplo, o contato direto com a escola, futuro
campo de trabalho para nós acadêmicos da licenciatura. Permitiu conhecer
a realidade, o futuro campo de atuação, contribuindo para uma formação
qualificada e carregada de experiências”. (SIC)
Logo, para um supervisor do programa;
“O PIBID é um programa essencial tanto para o professor de sala de aula
(Ensino Fundamental) quanto para os acadêmicos da Universidade. Através
dele é possível à melhoria das aulas, com inovação e uma troca mútua de
experiências para todas as esferas envolvidas no programa. Acrescentou
mais conhecimento, didáticas diferenciadas no tocante dos conteúdos
aplicados em sala de aula, permitindo que o auxílio dos acadêmicos
contribua de forma significativa no desenvolvimento e recuperação dos
alunos, facilitando assim, a proximidade e o vínculo com o professor, escola
e Universidade.” (SIC).
O PIBID vem contribuindo para a melhoria da educação brasileira e valorização das
licenciaturas, esta que vinha sem grandes interesses pelas escolhas do corpo estudantil
do país, preparando melhor os acadêmicos que atuarão como professores, fazendo com
que estes tomem o gosto pela atuação do magistério, já que a maneira tradicionalista de
ministrar aulas vem sendo substituída pelas estratégias inovadoras, como bem
exemplifica a proposta do método Lúdico, o qual é calcado os fundamentos do projeto,
uma vez que, amplifica a qualidade do ensino aprendizagem.
Por sua vez, o Subprojeto PIBID Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES) foi contemplado com 24 bolsas de iniciação a docência, 3 bolsas para
supervisores e 1 para a coordenação geral, totalizando 28 participantes. É incontestável
o desenvolvimento educacional que o programa traz pra o norte de Minas Gerais, sendo
o PIBID Subprojeto Geografia atuante em 2 escolas públicas da cidade de Montes
Claros e 1 em Pirapora.
As instituições selecionadas para o desenvolvimento das atividades previstas na cidade
de Montes Claros foram a Escola Municipal Jair de Oliveira e a Escola Municipal
Professora Maria de Lourdes Pinheiro, ambas enfatizadas no trabalho. Acoplado às
análises feitas como a estrutura e funcionamento dessas escolas, foi verificado o IDEB
das referidas Unidades de Ensino. Acerca deste Índice Silva (2011) esclarece que o
mesmo foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos Anísio Teixeira (INEP), o qual
aborda o fluxo escolar e o desempenho dos educandos, no que se referem sobre as
avaliações realizadas pelos discentes do Ensino Fundamental II, objetivando o alcance
de metas para a qualificação do processo ensino aprendizagem.
A tabela abaixo expõe o último censo do IDEB das escolas municipais da cidade de
Montes Claros-MG, que compõem o total de 23 instituições de ensino.
ESCOLAS
POSIÇÃO
IDEB
CAIC E.M. Dominguinhos Pereira
1º
4.8
E.M. Ruy Lage
E.M. Caio Lafetá
E. M. Zizinha Ribeiro
E. M. Nair Fonseca Brandão
E. M. Geraldo Pereira de Souza
E. M. Crisantino Borém
2º
3º
4º
5º
6º
7º
4.8
4.4
4.3
4.2
4.2
4.1
E. M. Prof.ª Mª de Lourdes Pinheiro
E. M. Dona Vidinha Pires
E. M. Mestra Fininha
8º
9º
10º
4.0
3.7
3.6
E. M. Rotary São Luiz
E. M. Alfredo Soares da Mota
E. M. Alexandre Martins Durães
E. M. Alcides Carvalho
11º
12º
13º
14º
3.5
3.4
3.4
3.3
E. M. Jair de Oliveira
15º
E. M. João Valle Mauricio
16º
E. M. Prof.ª. Neide Melo Franco
17º
E. M. Laudelina Fonseca
18º
E. M. Jason Caetano
19º
E. M. Manoel Pereira do Nascimento
20º
E. M. Artur Fagundes de Oliveira
21º
E. M. Afonso Salgado
22º
E. M. Mariana Santos
23º
Tabela II: IDEB das instituições de ensino público de Montes Claros
Fonte: MEC/INEP, 2009.
Org.: CARVALHO, P. H. M. d., 2012.
3.3
3.3
3.3
3.2
3.1
3.1
2.9
2.8
2.8
Foram analisadas na Tabela II as posições do último IDEB (2009) das duas escolas de
Montes Claros relacionadas ao PIBID Subprojeto Geografia, em que a Escola
Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro obteve a 8ª posição com um índice de
4.0, e a Escola Municipal Jair de Oliveira ficando na posição de 15º lugar com um
índice de 3.3. Apesar da Escola Professora Maria de Lourdes Pinheiro apresentar um
IDEB relativamente maior que o da Escola Jair de Oliveira, esta apresenta problemas
semelhantes no que tange a sua estrutura e funcionalidade, sendo a falta de recursos
como livros didáticos, equipamentos tecnológicos, indisciplina dos alunos, falta de
estrutura familiar, etc.
O que deixa evidente é a carência de ambas as escolas das regiões periféricas de Montes
Claros, enfatizando a sua precisão quanto à necessidade de políticas públicas por parte
dos governantes. O Programa de incentivo a docência vem tentando implantar nestas
escolas uma nova forma de ensino em Geografia que melhore na aprendizagem dos
discentes e aumente o desenvolvimento educacional das escolas.
Sendo assim, o Subprojeto de Geografia desenvolve várias estratégias centrais como o
uso de temas transversais através de atividades empreendidas em grupos, onde
partilham conhecimentos, valores e práticas como instrumento de construção do saber.
ESTRATÉGIAS INOVADORAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO
ENSINO APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA
Após a introdução do Subprojeto de Geografia no ano de 2010 nas escolas supracitadas,
muito se tem feito para a melhoria do ensino aprendizagem dos discentes. Estão sendo
realizadas metodologias diferenciadas com o uso de inusitados materiais didáticos que
aguçam o interesse dos alunos.
Os auxílios didáticos confeccionados pelos acadêmicos bolsistas para serem aplicados
nas escolas, são utilizados desde a sala de aula a outros ambientes presentes no âmbito
escolar, como a quadra, sala de vídeo e laboratório de informática, permitindo assim que
exerça a técnica de ensino Lúdico. Silva (2010, p.229) enfatiza que essas práticas
diversificadas:
[...] fortalecem os instrumentos de compreensão da realidade da escola e fora
dela, seja a relação emocional, social, afetiva, motora e intelectual,
despertando o interesse, à vontade e a motivação dos alunos em irem à
escola, tornando-a mais atrativa e prazerosa.
No que tange aos materiais didáticos foram criadas diversas atividades que auxiliam no
processo educacional do aluno, a exemplos do ludo, trilha geográfica, bingo e jogo da
velha geográfico, tiro ao alvo, confecção de mapas com materiais recicláveis, e etc,
todos elaborados dentro do contexto dos parâmetros curriculares de Geografia. Vale
ressaltar que, estes tipos de materiais didáticos quando aplicados auxiliam os discentes
na compreensão da matéria, contribuindo assim para revisões de conteúdos, desenvolver
de aptidões em equipe, além de proporcionar o lazer em sala aula.
Foto 1: Confecção de mapas com materiais
recicláveis com os alunos da Escola Municipal
Jair de Oliveira. Autor: CARVALHO, P. H. M.
d., 2011.
Foto 2: Confecção de mapas com materiais
recicláveis com os alunos da Escola Municipal
Jair de Oliveira. Autor: CARVALHO, P. H. M.
d., 2011.
Salienta-se que, a participação ativa do PIBID na realização e execução de projetos vem
trazendo inúmeros resultados positivos. Como profissionais do ensino, devemos buscar
por métodos que sejam mais atraentes e viáveis para que os educandos tenham empenho
e participação quanto aos conteúdos elucidados, ou seja, proporcionar um ambiente
favorável ao saber, permitindo que haja um espaço aberto e que permita trocas de
experiências entre professor e aluno.
Nesse sentido, o PIBID vem atuando consideravelmente na atuação e execução de
projetos propostos pelas escolas, e tão logo pelos acadêmicos participantes. Desde a
introdução do Subprojeto de Geografia nas instituições mencionadas, vários projetos já
foram concretizados, a citar o projeto “Lixo e Qualidade de Vida, trabalho de campo
realizado no Parque Municipal Milton Prates no Dia Mundial Da Água, Esquadrão
Todos Contra a Dengue, Passeata Pela Paz no Trânsito, dentre outros”, estes sugeridos
pelos educandários.
Foto 3: Dia Mundial da Água no Parque Municipal
Foto 4: Passeata Pela Paz no Trânsito. Realizada
Milton Prates. Participação dos alunos da E. M. Profª pela E. M. Prof.ª Maria de Lourdes Pinheiro.
Maria de Lourdes Pinheiro na realização de
Autor: SILVA, M. P., 2012.
experiência. Autor: SILVA, M. P., 2012.
Não obstante, as participações dos acadêmicos estão permitindo a construção de
inúmeros projetos que abordam o conteúdo geográfico e o envolvimento com a
comunidade escolar, a mencionar os projetos “Construção de Maquetes dos Pontos
Turísticos e Históricos de Montes Claros, Passeio na Organização Vida Verde
(OVIVE), Projetos de Reciclagem e Blog Ambiente Virtual da turma”. As ocasiões
oportunizam o PIBID a trabalhar com os alunos o senso crítico e aguçarem as suas
percepções para com os princípios da pesquisa científica.
Foto 5: Passeio na Organização Vida Verde
(OVIVE). Momento de Interação dos alunos
com o meio ambiente. Autor: SILVA, M. P., 2011
Foto 6: Ambiente Virtual da Turma da Escola
Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro.
Autor: PAIVA, R. d. C. G., 2012
Após a exposição de alguns dos inúmeros projetos que estão sendo concretizados pelo
Subprojeto de Geografia, nota-se uma grande melhora quanto ao interesse dos discentes
pela disciplina de Geografia, haja vista que estes estão tendo a possibilidade de terem
aulas mais dinâmicas, atrativas e diferenciadas, o que não ocorria com frequência antes
da introdução do programa nas instituições de ensino. Esse momento possibilita troca de
experiência entre professores, alunos e acadêmicos, permitindo aquisição de
conhecimentos para todos que nele estão inseridos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise realizada acerca do ensino na nação brasileira, de acordo com os dados
elucidados, é que esta caminha para que o país se desenvolva também socialmente, já
que o setor econômico nos últimos anos encontra-se estabilizado. Tornar-se claro que a
maneira mais suscetível de desenvolvimento no contexto social, é o investimento de
maneira sólida no setor educacional.
O presente trabalho constatou que o Brasil vem investindo em programas que
possibilitam uma educação de boa qualidade, como exemplificada amplamente na
pesquisa. Entretanto, estes ainda não são suficientes para que o país avance no que diz
respeito à queda nas taxas de analfabetismo.
Conquanto, seja percebível a evolução do ensino público na escola básica brasileira, é
possível verificar a precariedade que o mesmo enfrenta. O PIBID vem contribuindo de
maneira hábil para a valorização do magistério e melhoria no sistema educacional no
Brasil, porém, se todos não abraçarem essa causa, o ensino público continuará o mesmo.
Hodiernamente, o trabalho desenvolvido pelo PIBID tem sido reconhecido
nacionalmente e internacionalmente com a divulgação dos inúmeros trabalhos
produzidos pelos acadêmicos participantes do projeto, o que permite a socialização de
experiências.
No tocante ao PIBID Subprojeto Geografia, este exemplifica o sucesso do Projeto
Nacional na Região Norte Mineira, onde vem contribuindo de forma significativa e
inovadora no processo de ensino aprendizagem dos discentes, e tão logo atuando de
forma concreta na capacitação dos futuros docentes, sendo este momento
imprescindível para a vida profissional dos acadêmicos participantes.
Enfim, tão logo que se mude a personalidade social que vigora no território nacional,
através da educação, o que levará certo espaço de tempo, teremos uma facilidade muito
maior em resolver enigmas sociais e fazer de nossa nação um ambiente melhor, justo e
igualitário para se viver. Que estes programas não sejam instituídos somente para fins
estatísticos, para diminuir a pobreza financeira ou mesmo para mascarar a calamidade
que se encontra a educação pública no Brasil. O que o povo brasileiro carece não são de
números que apontam geração de renda, mas sim de transformações na personalidade da
sociedade brasileira.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação – MEC/INEP. Índice de desenvolvimento da
educação básica. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultado.
seam?cid=1494394>. Acessado em 10 de Abril de 2012 ás 13h31min.
BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/>. Acessado em 04 de Abril de 2012 ás 10h48min.
BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível
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INTERVENÇÕES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE
INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID): O LÚDICO COMO UM CAMINHO
METODOLÓGICO PARA O INCENTIVO DISCENTE3
CARVALHO, Pedro Henrique Maia de
[email protected]
FARIAS, Gabriela Souto
[email protected]
OLIVEIRA, Josafá Fiuza de
[email protected]
SANTOS, Dulce Pereira dos
[email protected]
ABREU, Tânia Carla de
[email protected]
Resumo: Compreende-se que a dispersão em sala de aula na contemporaneidade (2012)
é cada vez maior por parte dos educandos, como se já não bastasse os outros problemas
inclusos nas unidades escolares, para tanto, é significativo obter-se uma metodologia
mais apurada para desenvolver a sensibilidade de interesse no aluno que apresenta
comportamento diferente dos demais colegas. Em observações feitas pelos acadêmicos
do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), na Escola
Municipal Jair de Oliveira, local de desenvolvimento dos trabalhos deste projeto federal
que visa à qualificação profissional dos licenciandos, foi percebido que os alunos se
sentem desinteressados e sem grandes estímulos para desenvolver as atividades
propostas, seja pelos fatores do cansaço físico ou mental e ou até mesmo por não
acharem o tema envolvente. Referente ao perfil da escola, esta situa-se na região
periférica de Montes Claros, no estado de Minas Gerais, e está inserida em uma área de
população de baixa renda, onde apresenta altos índices de criminalidade e problemas
como drogas, prostituição dentre outros fatores que contribui no desequilíbrio
psicológico-educacional do aluno. Desta forma, o PIBID Subprojeto Geografia, tem por
uma das suas funções dinamizar o conteúdo de forma lúdica, trabalhando com jogos em
sala de aula e oficinas, possibilitando o aluno sanar dúvidas decorrentes dos conteúdos
vistos, melhorando assim o ensino aprendizagem, além de outros objetivos como
interagir com a escola selecionada vivenciando o cotidiano escolar, participar de
reuniões de planejamento e colegiado, interagir com o calendário letivo, conhecer a
organização funcional e estrutural da unidade escolar dentre outras atribuições que
correlacionam para uma efetiva capacitação do profissional licenciado. Sendo assim, o
objetivo do trabalho é apresentar algumas intervenções do Subprojeto PIBID Geografia,
com o enfoque lúdico na metodologia de ensino, o que serve de incentivo discente. O
método para a realização do trabalho foi a observação direta feita em sala de aula com
3
Os resultados apresentados nessa proposta de comunicação coordenada é parte integrante de trabalhos
desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de
Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros –
UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos
Santos.
turmas dos 7º, 8º e 9º anos, discussões feitas para melhor entendimento do assunto em
questão com a professora supervisora do Projeto e questionários semi estruturados
aplicados que teve como universo da pesquisa 38 alunos dos 8° anos da escola em
vigência, que apresentaram uma maior problematização, sendo este o desinteresse pelas
aulas ministradas. Com os resultados obtidos da pesquisa realizada, conclui-se que há
uma necessidade de novas metodologias e os professores precisam ser ainda mais
criativos desenvolvendo uma metodologia e didática que se tornem mais interessantes
para o aluno, esclarecendo que esses itens contidos nos planos de aula do docente têm
de ser atualizado e inovador para que se obtenha êxito na atuação em sala de aula.
Palavras-chave: PIBID, lúdico, incentivo, metodologia, aprendizagem.
INTRODUÇÃO
A realidade do ensino brasileiro é reconhecida por diversos fatores que impedem a
evolução da qualidade do setor educacional no país, principalmente no que se refere a
esfera pública, os quais envolvem problemas intra escolar, a saber, os problemas
discentes como o desinteresse e indisciplina, ou pelo corpo docente que reivindica
melhores condições de trabalho.
Sendo assim, a metodologia interligada a uma didática bem dinamizada é preponderante
na tentativa de despertar o interesse dos educandos pelos conteúdos estudados. Nesta
premissa, o profissional da educação contemporânea necessita usar de sua criatividade
para trabalhar com os conteúdos das propostas curriculares das redes públicas de ensino.
Todavia, as idéias retornam-se para a forma lúdica de lecionar, viabilizando uma aula
significativa para os alunos.
Para tanto, ao realizar alterações nas aulas cansativas e sem grandes atrações, conta-se
com a metodologia Lúdica. E, em se tratando da Disciplina de Geografia, esta apresenta
uma porção de conteúdos que oportuniza o trabalho com a prática de ensino Lúdico, já
que essa metodologia dá suporte ao profissional da educação, resultando na maior parte
das vezes aulas com melhor ensino aprendizagem, e, por outro lado amenizando o
estresse cotidiano da sala de aula. Por sua vez, o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID) tem como um dos principais objetivos, dinamizar as
aulas, tornando-as mais agradáveis aos sentidos do discente, possibilitando a execução
de aulas significativas, dentre outros objetivos do Projeto descritos neste trabalho.
Desta forma, o objetivo do trabalho é apresentar algumas intervenções do Subprojeto
PIBID Geografia, com o enfoque lúdico na metodologia de ensino, o que serve de
incentivo discente. O método para a realização do trabalho foi a observação direta feita
em sala de aula com turmas dos 7º, 8º e 9º anos, discussões feitas para melhor
entendimento do assunto em questão com a professora supervisora do Projeto e
questionários semi estruturados aplicados que teve como universo da pesquisa 38 alunos
dos 8° anos da Escola Municipal Jair de Oliveira, os quais apresentaram uma maior
problematização, levando-os ao desinteresse pelas aulas ministradas.
O lúdico foi o caminho mais eficaz encontrado pelos acadêmicos bolsistas participantes
do PIBID, Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES), para chamar a atenção dos educandos para os conteúdos de Geografia
ministrados na Escola Municipal Jair de Oliveira, local de desenvolvimento dos nossos
trabalhos. A pesquisa foi elaborada a partir de observações realizadas em sala de aula, e
os dados obtidos comprovaram que a metodologia usada pelo docente para ministrar as
aulas, é o maior responsável por despertar o interesse dos discentes.
BREVES REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A FORMA
LÚDICA DE ENSINO
No Brasil são reconhecidos os problemas que envolvem o setor educacional, a citar
exemplos como a falta de ambientes confortáveis e bem estruturados, a falta de estrutura
e planejamento familiar vivenciados por crianças e adolescentes da Escola Básica e a
desvalorização do profissional da educação, a qual é vista sem grandes apreciações pela
sociedade, dentre outras incontáveis inibições para o repleto progresso da educação
neste país. Na realidade, é o que se passa o presente momento (2012) do ensino
nacional.
Contudo, o governo brasileiro vem investindo em programas voltados para a educação
tentando amenizar o desfalque no ensino brasileiro, mas percebe-se lacunas em diversas
questões, neste contexto Pimenta (2011, p. 312) assevera que:
O compromisso não é somente do governo, mas especialmente das famílias,
dos empresários e, sobretudo dos políticos em todos os níveis de atividade.
Se não fizermos da Educação no Brasil a base de desenvolvimento do país,
estaremos cometendo um crime da maior gravidade e que comprometerá
nossa condição de país sério e representativo.
Para tanto, a nação brasileira necessita não só de programas sobrepostos na comunidade,
mas sim, de políticas públicas eficazes, capazes de resultados mais rápidos e eficientes.
Desta forma apreende-se que os projetos educacionais do Estado brasileiro, investe
muitas vezes em infra estrutura escolar, beneficia discentes com bolsas de estudos e
implementa de diversas formas melhorias nas escolas públicas, mas a realidade
envolvente as unidades do ensino básico brasileiro, é que o mesmo começa a requerer
programas com rumos diferentes, necessitando não só de concessões materiais para
equipar as unidades de ensino, mas também, políticas de conscientização e
sensibilização dos educandos para com os estudos.
No entanto, a escola campo de investigação do referente trabalho, é a Escola Municipal
Jair de Oliveira, a qual não se difere da maioria das realidades de ensino das outras
regiões do país. A Escola é localizada no bairro Jardim El Dourado, região periférica de
Montes Claros, Minas Gerais – Brasil, e o quadro em que se insere a realidade
vivenciada pelos alunos e professores da Escola mencionada não são questões
meramente específicas ou um estudo de caso isolado na educação, são problemas já
mencionados no trabalho e reconhecidos por toda a população brasileira, são questões
graves e de difíceis soluções tais como o envolvimento em drogas, marginalização e
falta de apoio dos familiares, dentre outros que comprometem o aprendizado do
educando.
Hodiernamente (2012) pode-se perceber que o ensino aprendizagem depende tanto da
metodologia, quanto da didática aplicada em sala de aula. Entretanto, uma das
principais metodologias como são ministradas as aulas para alunos com problemas
sociais, falta de concentração e interesse, dentre outras atribuições, é traduzir as aulas
tradicionais de apenas uso do quadro e giz para aulas com uma didática mais próximas
dos alunos. Sendo assim, o lúdico exemplifica bem essa opção metodológica, já que
torna as aulas mais divertidas, proporcionando uma maneira de aprender o conteúdo
com cooperação, total participação, empenho e lazer. Sobre o lúdico é esclarecido que:
[...] é possível a estimulação e a socialização dos alunos, pois com o lúdico é
possível que se trabalhe em pequenos e grandes grupos. Os alunos serão
desafiados e estimulados a pensar, desenvolvendo aspectos emocionais,
afetivos e cognitivos. Através disso, eles passarão a ser cooperativos e
responsáveis. Aprendem a perseguir seus objetivos, a agir de acordo com
regras, o raciocínio fica mais rápido e aumenta sua criatividade. (SANTOS
2011, p.6).
Neste contexto, foram feitas no início do trabalho do PIBID (2011), na Escola em
vigência, observações nos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, partindo deste
pressuposto, realizou-se uma pesquisa com os alunos dos 8º anos da escola, escolhidos
por apresentarem um comportamento diferente dos educandos dos outros anos, a citar, a
dispersão em sala de aula, desinteresse e indisciplina. No Gráfico 01 abaixo,
questionou-se aos alunos sobre o que mais os faz se sentir dispersado em sala de aula.
Gráfico 01: O que mais te faz se sentir dispersado em sala de aula?
Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.
As informações passadas do Gráfico 01 expõem que a maneira como a matéria é
passada foi à resposta de 19 alunos de um total de 38 dos 8º anos da Escola Municipal
Jair de Oliveira. Fica bem expresso que sair da forma tradicional de ensinar Geografia é
a maneira mais coerente para chamar a atenção do discente, acarretando assim, em um
melhor ensino aprendizagem.
Contudo, foi questionado aos educandos dos 8º anos, se eles gostam das aulas de
Geografia. Este questionamento foi direcionado para conhecer se a turma tem algum
tipo de rejeição quanto a Disciplina.
Gráfico 02: Você gosta das aulas de Geografia?
Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.
O resultado do questionamento foi de 66% dos discentes gostarem das aulas de
Geografia e 34% não gostarem, o que é um retorno motivador ao docente, tendo em
vista que se a maioria da turma gostar da Disciplina torna-se mais fácil a aprendizagem
pela mesma.
Assim, ressalta-se o foco do presente trabalho, o Subprojeto PIBID Geografia da
UNIMONTES, que por sua vez, possui a responsabilidade de intervir nas escolas com
metodologias inovadoras, incorporando novas técnicas ao ensino, que atraiam a atenção
dos educandos, fazendo com que os alunos despertem interesse pelos conteúdos
ministrados compreendidos nos parâmetros curriculares da Geografia, aumentando
assim, o índice de aprendizado e, consequentemente, de aprovação dos mesmos. Acerca
das novas técnicas e metodologias complementa Fróis (2006, p.17)
O que se pode perceber é que nunca se inquiriu tanto sobre a questão de saber
o que é preciso ensinar, e como ensinar. A necessidade de se incorporar ao
ensino novas técnicas, novas metodologias, cresce cada vez mais. E é o
emprego de recursos como os audiovisuais, eletrônicos, dentre outros, que
exercem hoje, papel preponderante na solução das questões que permeiam o
ensino e a aprendizagem.
Além disso, o incentivo a docência, contido nas pretensões do Projeto, tem por
finalidade motivar os acadêmicos bolsistas o exercício de ser professor, visa também à
adequada preparação do licenciando, o qual terá capacidade de elaborar e desenvolver
estratégias que atraiam o discente, desmistificando os rótulos que se referem à
Geografia como uma disciplina enfadonha.
Desta forma foi interrogado qual a intervenção do PIBID que os alunos mais gostam.
Gráfico 03: Qual a intervenção do PIBID que você mais gosta?
Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.
A forma mais gratificante vistas pelos estudantes dos 8º anos em aprender Geografia, é
a aula no laboratório de informática da Escola. Estas aulas são ministradas em
ambientes virtuais como Blogs voltados para o ensino da Geografia, a saber, o exemplo
do Blog do Subprojeto PIBID Geografia da Unimontes. As aulas no laboratório são
discutidas temas de conteúdos em andamento na sala de aula, os educandos fazem a
leitura da matéria escolhida publicada no Blog, e posteriormente comentam fazendo um
breve debate sobre o assunto em destaque.
O Programa em discussão não se restringe apenas a ministrar aulas significativas, o
mesmo apresenta objetivos ainda mais específicos. Dentre as várias atuações do
programa para que se perceba a realidade escolar, especifica-se conhecer a estrutura e
funcionamento da Escola contidos no Projeto Político Pedagógico da instituição
vinculada ao PIBID, e, principalmente, participar das atividades do professor
supervisor, a citar, identificar alunos com dificuldade de aprendizagem, elaborar
atividades com o propósito de recuperar a defasagem de conteúdos, corrigir avaliações,
participar de reuniões como conselhos de classe, dentre outras diversas ações do
Projeto.
Em continuidade as análises feitas pelos acadêmicos do PIBID Geografia, descobri-se a
dificuldade do profissional da educação contemporânea da rede pública de trabalhar os
conteúdos de Geografia com os educandos, de forma que eles deixem a idéia de decorar
e comecem a pensar no entendimento da matéria. O Subprojeto de Geografia
preocupou-se em desenvolver principalmente atividades lúdicas, tornando as aulas mais
aprazíveis, interessantes e a aprendizagem mais atrativa. Neste contexto, foi perguntado
ao aluno qual a abordagem da Geografia sente mais dificuldade.
Gráfico 04: Qual a abordagem da Geografia você tem mais dificuldade?
Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.
A resposta foi de 53% dos estudantes dos 8º anos terem maior dificuldade na Geografia
Humana, apesar disso, verificando a partir dos dados expostos no Gráfico 04, pode-se
denotar que a turma ficou bem equiparada quanto à dificuldade entre a Geografia Física
e a Humana. Os discentes ainda explicaram que gostam mais de estudar a Geografia
Física, por ser um tema que envolve a natureza e apresentam muitas figuras envolvendo
paisagens naturais no decorrer dos conteúdos.
Nesta conjuntura, o Programa vem desenvolvendo várias atividades que facilitem a vida
estudantil no que remete ao entendimento de conteúdos, e ao profissional docente no
que diz respeito à execução das aulas. Para tanto, descreve-se algumas atividades
trabalhadas nas oficinas do PIBID e em sala de aula, que podem servir de propostas para
a execução das mesmas em várias ocasiões do ensino de Geografia.
ALGUMAS AÇÕES DO SUBPROJETO PIBID GEOGRAFIA UNIMONTES
As oficinas idealizadas pelo Subprojeto PIBID Geografia da UNIMONTES são
desenvolvidas como uma atividade extraclasse para os escolares dos 7º, 8º e 9º anos,
separadamente, na Escola onde o PIBID executa seus trabalhos, o que não impede
também, de serem desenvolvidos trabalhos no horário de aula, já que os estagiários
dividem-se em grupos para melhor perceber e atender as necessidades dos discentes. Os
temas abordados nas oficinas são de acordo com o desenvolvimento dos conteúdos
estudados em sala de aula.
Uma das atividades práticas desenvolvidas nas oficinas teve incluso o jogo “Tiro ao
alvo geográfico”, exposto na Foto I abaixo. A proposta da atividade é que o educando
ao acertar o alvo, seja ele o Preto, Azul, Laranja, Branco ou Verde, responda as
perguntas propostas, tendo em vista que quanto mais próximo acertarem ao alvo
principal, ou seja, o ponto Verde, mais difíceis são as perguntas e mais pontos farão a
equipe. No fim são contabilizadas quantas respostas foram acertadas, conhecendo a
equipe vencedora.
Foto I: “Tiro ao alvo geográfico”
Autor: Carvalho, P.H.M. d., 2012.
Por sua vez, o “Bingo Geográfico” compôs as formas lúdicas de ensino aprendizagem
ministradas nas oficinas. A princípio é entregado à turma cartelas com várias palavras
sobre o conteúdo proposto, como demonstrado na Foto II, faz-se o sorteio das palavras
as quais são marcadas quando obtiverem nas cartelas dos alunos, e assim, vai dando
continuidade até o preenchimento das mesmas, o jogo acaba quando o discente
apresentar a sua cartela completa e conseguir responder as questões referentes às
palavras compostas na cartela, no final o discente é premiado.
Foto II: Cartela do “Bingo Geográfico”.
Autor: Carvalho, P.H.M. d., 2012.
Outra oficina que obteve um bom desempenho dos alunos foi a proposta de trabalhar
com a Reciclagem, nesta oficina, os discentes trouxeram materiais de casa, bem como,
garrafas pets, embalagens de leite, caixas de sapato, tesoura (sem ponta), cola e tintas
para confeccionar materiais utilizados no cotidiano. Foram feitos “porta objetos”,
arranjo de flores e sacolinhas surpresa utilizadas em festas infantis, os resultados são
apresentados na Foto III. Desta forma, ficou claro para os discentes o que é reciclar e
qual a sua importância.
Foto III: Objetos feitos de materiais recicláveis.
Autor: Carvalho, P.H.M. d., 2012.
Uma das atividades desenvolvidas em horário de aula foi o “Jogo da Velha Geográfico”,
em que se divide a sala em duas equipes, e os próprios grupos são responsáveis por
fazerem as perguntas para o adversário, a equipe que acertar tem o direito de escolher
onde irá marcar no Jogo da Velha até sair a equipe vencedora, o jogo deixa a turma
empolgada, aliviando as tensões de uma revisão para supostas avaliações.
Por último, realizada também em sala de aula, a confecção de mapas e maquetes com
materiais recicláveis como papelão e garrafas descartáveis, é um trabalho relevante para
desenvolver com os escolares, possibilitando a maior compreensão de análises
climáticas, hidrográficas e de relevo que podem ser estudadas, por exemplo, em mapas,
como os exemplificados na Foto IV abaixo.
Foto IV: Mapas feitos de materiais recicláveis.
Autor: Carvalho, P.H.M. d., 2012.
Muitas foram às atividades desenvolvidas no PIBID Geografia pelos acadêmicos do
Projeto com os educandos da Escola onde são executadas as intervenções, e o que se
extrai do produto destes trabalhos, como os mencionados acima, é a relevância das
atividades lúdicas, tornando as aulas significativas e aprazíveis aos discentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que as novas metodologias que tem por pretensões aumentar o interesse dos
alunos, vêm sendo um dos principais enfoques de estudo dos docentes, já que muitos
dos educandos vivenciam uma geração sem respeito com o próximo, e na maioria das
vezes não possuem uma postura de compromisso com os estudos. Sendo assim, o
Planejamento de aulas práticas, todavia lúdicas, com a intenção de propor ao discente a
reflexão, criação e ação é algo imprescindível para a formação do aluno na
contemporaneidade. Para tanto, ficou claro que o lúdico proporciona ao discente uma
melhor compreensão dos conteúdos vistos, contribuindo assim, não só para despertar o
interesse pelos conteúdos, mas, também, para a formação do cidadão que interage no
espaço-sociedade em que vive.
REFERÊNCIAS
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produção do conhecimento. 42 f. TCC (Graduação em Pedagogia) – Departamento de
métodos e técnicas de pesquisa, UNIMONTES/Montes Claros, 2006.
PIMENTA, Aluísio. Educação Minha Causa. Aluísio Pimenta. Belo Horizonte: O
Lutador, 2001.
SANTOS, Leina Leal; BORGES, Marúcia Carla D’Afonseca Santos. Utilização do
lúdico no processo ensino-aprendizagem. In: Encontro regional povos do cerrado, VI.
2011, Pirapora. Anais... Pirapora: Junho, 2011. Disponível em CD-ROM.
Download

comunicação coordenada - Universidade Estadual de Montes Claros