Boletim Diário Matinal 01 de Outubro de 2015 Agenda do dia Horário 10:00 Projeções Comentários CNI: Indicadores industriais (ago) Markit: Índice PMI da indústria de transformação (set) 15:00 MDIC: Balança comercial mensal (set) 09:30 EUA: Pedidos de auxílio desemprego (semanal) 10:45 EUA: Índice PMI Markit da indústria de transformação (set) - final 11:00 EUA: Gastos com construção (ago) 11:00 EUA: Índice ISM da indústria de transformação (set) - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Eventos do Dia Projetamos que o superávit alcance US$ 3 bilhões. 272 mil 53 0,6% (m/m) 50,7 EUA: Venda total de veículos (set) Indicadores reforçam desempenho fraco da produção industrial em agosto Uma série de indicadores divulgados ontem reforça o cenário de fraco desempenho da indústria em agosto. Em especial, o Indicador de Nível de Atividade (INA), que mensura a atividade industrial paulista, recuou 2,5% na passagem de julho para agosto, descontada a sazonalidade, conforme divulgado ontem pelo sistema Fiesp/Ciesp. A forte queda no período refletiu o declínio em catorze das dezoito categorias pesquisadas, com destaque para o segmento de móveis, cuja retração foi de 14,9% no período. Como resultado, o nível de utilização da capacidade instalada (NUCI) apresentou contração de 1,4 p.p. na margem, alcançando 75,7% na série livre de influências sazonais. Na mesma direção, o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos somou R$ 6,9 bilhões em agosto, o equivalente a uma retração de 3,0% na margem, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e dessazonalizados pelo Depec-Bradesco. Com isso, nos primeiros oito meses do ano, o faturamento acumulou recuo de 7,4%. A carteira de pedidos do setor, da mesma forma, retraiu 19% no ano e o nível da capacidade instalada (NUCI) alcançou 69,1% em agosto, uma queda de 10,1 p.p. ante o mesmo período do ano anterior. Já o consumo nacional de energia elétrica somou 37.736 GWh no mês, permanecendo estável em relação a julho, de acordo com dados divulgados ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e dessazonalizados pelo Depec-Bradesco. Já em relação ao mesmo período de 2014, houve queda de 2,1%. Esses dados, assim, reforçam nossa expectativa de queda de 2,0% na margem da produção industrial no mesmo período, dado a ser divulgado amanhã às 9h, pelo IBGE. Atividade Seade/Dieese: taxa de desemprego avançou nas cinco regiões metropolitanas pesquisadas em agosto A taxa de desemprego avançou em agosto, nas regiões metropolitanas de São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife e Fortaleza, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem pelo sistema Seade/Dieese. A taxa de desocupação passou de 18,1% para 19,0% na região metropolitana de Salvador, na comparação com agosto de 2014, enquanto em Fortaleza oscilou de 8,2% para 8,6%, no mesmo período. Em Porto Alegre, a taxa de desemprego elevou-se 3,8 p.p., alcançando 9,7%. Já em Recife, a alta foi de apenas 0,1 p.p., levando a desocupação para 12,3%. Finalmente, em São Paulo, a expansão de 11,3% para 13,9% refletiu, essencialmente, a queda interanual de 2,6% da população ocupada, enquanto a população economicamente ativa (PEA) cresceu 0,3%, na mesma métrica. O resultado está em linha com o reportado pela pesquisa do IBGE e pelo Caged, reforçando o cenário de enfraquecimento adicional do mercado de trabalho neste ano. 1 ANAC: oferta e demanda de assentos em voos nacionais recuaram em agosto A oferta e a demanda de assentos em voos nacionais retraíram 3,9% e 2,6% entre julho e agosto, respectivamente, conforme dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e dessazonalizados pelo Depec-Bradesco. Na mesma direção, a oferta internacional caiu 2,9%, enquanto a demanda avançou 0,6%, na mesma métrica. Com isso, a taxa de ocupação dos assentos no mercado doméstico recuou de 83,3% para 78,6% e no mercado internacional subiu de 82,9% para 83,5%. Na comparação com agosto de 2014, a demanda por assentos no mercado doméstico, apresentou contração de 0,4%, ao passo que a oferta registrou alta de 0,4%. Já no mercado internacional, tanto a demanda como a oferta por assentos apresentaram variações positivas de 16,7% e 19,2%, respectivamente. Para os próximos meses, esperamos desaceleração da demanda por viagens aéreas nacionais e internacionais, em resposta ao dólar valorizado e ao enfraquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Anatel: número de acessos de banda larga teve alta em todas as cinco regiões brasileiras em agosto O total de acessos de banda larga fixa no País somou 25,2 milhões em agosto, o que representa uma alta de 0,5% ante julho, conforme divulgado ontem pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No mesmo sentido, na comparação com agosto do ano passado, houve avanço de 7,6% nos acessos totais. Esse resultado refletiu o aumento em todas as regiões do País, com destaque para as altas de 18,0% e 11,7% verificadas nas regiões Norte e Centro-Oeste, respectivamente. Já o Sudeste, que concentra 59% dos acessos, avançou 5,4%. Apesar da alta exibida em agosto, acreditamos que a desaceleração do mercado de trabalho continuará reduzindo o ritmo de crescimento no setor de telecomunicações nos meses à frente. Fiscal BC: setor público consolidado registrou déficit de R$ 7,31 bilhões em agosto O setor público consolidado registrou um déficit de R$ 7,31 bilhões em agosto, segundo as informações divulgadas ontem pelo Banco Central. O resultado foi composto por um déficit de R$ 6,93 bilhões nas contas do governo central e de R$ 0,376 bilhão dos governos regionais e empresas estatais. Com isso, nos últimos doze meses, o déficit primário do setor público consolidado somou R$ 43,84 bilhões, o equivalente a 0,76% do PIB. Os gastos com juros, por sua vez, somaram R$ 49,7 bilhões em agosto, influenciados pelas despesas de R$ 17,22 bilhões com as operações de swap cambial do Banco Central. Nos últimos doze meses, os gastos com juros atingiram R$ 484,4 bilhões (8,45% do PIB), sendo que as operações com swap cambial representaram um gasto de R$ 111,66 bilhões (1,95% do PIB) nesse mesmo período. Com isso, o déficit nominal em doze meses atingiu R$ 528,29 bilhões, ou 9,21% do PIB. Por fim, a dívida bruta do Governo Geral subiu 0,72 p.p. no mês, alcançando 65,3% do PIB, o maior nível desde o início da série histórica (considerando a metodologia atual do Banco Central). Boletim Diário Matinal Setor Externo BC: saldo do fluxo cambial foi negativo na quarta semana de setembro O movimento cambial da quarta semana de setembro foi deficitário em US$ 555 milhões, conforme divulgou ontem o Banco Central. Com isso, o saldo acumulado no mês retornou para o campo negativo, registrando déficit de US$ 172 milhões. Durante o período compreendido entre os dias 21 e 25 de setembro, as contas comercial e financeira caminharam na mesma direção e ambas foram deficitárias. A conta comercial reverteu seu quadro e apresentou déficit de US$ 94 milhões. Para isso, foram contratados US$ 3,360 bilhões para importação ante US$ 3,266 bilhões para exportação. No mesmo sentido, a conta financeira reverteu o saldo bastante positivo da semana anterior e fechou com déficit de US$ 461 milhões, visto que as vendas de US$ 11,906 bilhões superaram as compras de US$ 11,445 bilhões. A despeito desse resultado, o saldo acumulado neste ano ainda é superavitário em US$ 11,103 bilhões. Internacional Área do Euro: leitura final do índice PMI crescimento modesto da indústria neste trimestre O Índice PMI da indústria de transformação na Área do Euro recuou de 52,3 para 52,0 pontos entre agosto e setembro, conforme leitura final do indicador divulgada nesta manhã. O resultado ficou em linha com a prévia e representa a terceira queda consecutiva na margem. Ainda assim, no trimestre encerrado em setembro, o índice ficou estável em 52,2 pontos, quando comparado com o trimestre anterior. Entre os países do bloco, em setembro se destacaram positivamente a França e a Irlanda, enquanto a Itália exibiu o menor resultado em sete meses. De todo o modo, os PMIs se mantêm acima do patamar neutro de 50 pontos, sugerindo continuidade da expansão da indústria na região neste trimestre. DEPEC 2 China: resultado do PMI sugere alguma estabilização da economia em setembro O índice PMI do setor de manufaturas, medido pelo escritório de estatísticas da China, mostrou discreta melhora na passagem de agosto para setembro, avançando de 49,7 para 49,8 pontos. Esse resultado ficou levemente acima do esperado (49,7). Ao mesmo tempo, o indicador calculado pela Caixin foi revisado para cima em relação à prévia, subindo de 47,0 para 47,2 pontos em setembro, ante marca de 47,3 pontos atingida em agosto – chegando ao menor patamar desde março de 2009. O resultado, assim, sugere que a economia chinesa seguiu fraca no fechamento do terceiro trimestre, o que é compatível com uma expansão do PIB de 6,8% no período. De todo modo, a estabilidade indicada pelo indicador oficial deve ser decorrente da redução das incertezas em relação à taxa de câmbio, à correção dos mercados acionários, que está próxima do fim, e à aceleração dos gastos públicos (que poderão impulsionar em alguma medida os projetos de infraestrutura nos meses à frente). Tendências de mercado As bolsas asiáticas encerraram o pregão de hoje em alta, após a divulgação dos índices PMI da indústria de transformação na China. No mesmo sentido, os mercados europeus e os índices futuros norte-americanos também registram ganhos nesta manhã, à espera da divulgação dos índices PMI Markit e ISM da indústria de transformação. Boletim Diário Matinal O dólar continua perdendo força ante a maioria das moedas dos países emergentes, mas se mantém valorizado em relação ao euro e ao iene. Entre as commodities, o petróleo é cotado em alta neste momento, a despeito da elevação dos estoques norte-americanos na última semana de setembro, conforme informou ontem o Departamento de Energia dos EUA. No mesmo sentido, as principais agrícolas e as metálicas industriais também apresentam elevação, impulsionadas pelas ações asiáticas. No mercado doméstico, as atenções estarão voltadas à divulgação dos dados de balança comercial de setembro, para os quais projetamos superávit de US$ 3,0 bilhões. Adicionalmente, o mercado deve reagir ao adiamento da análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional. DEPEC 3 Indicadores do Mercado 30/09/15 Variação Diária Variação Mensal Variação Interanual Taxa Selic - meta (% aa) (*) 14,25 0,00 0,00 Taxa de juros prefixada 360 dias - Swap Pré-DI (% aa) (*) 15,53 -0,36 1,33 3,76 Taxa de juros em US$ 360 dias - Swap cambial (% aa) (*) 5,30 0,10 2,65 1,81 Contrato futuro de DI com vencimento em janeiro/16 (%) (*) 14,62 -0,18 0,40 2,67 Contrato futuro de DI com vencimento em janeiro/17 (%) (*) 15,60 -0,30 1,65 3,36 Título do Tesouro indexado ao IPCA - NTN-B 2016 (%) (*) 2.704,74 -0,37 30,72 186,76 Título do Tesouro indexado ao IPCA - NTN-B 2050 (%) (*) 2.378,27 115,54 1,75 -53,05 518,09 -13,33 191,81 340,76 3,95 -2,82 10,22 61,33 Índice de ações Ibovespa (em pontos) (**) 45.059 2,10 -4,44 -16,74 Índice de ações IBrX (em pontos) (**) 18.910 1,96 -4,18 -15,15 -4,45 Ativos brasileiros Risco Brasil - CDS 5 anos (em pontos) (*) Taxa de câmbio (spot) - R$/US$ (**) 3,25 Ativos internacionais Índice de ações EUA - S&P (**) 16.285 1,47 -2,15 Índice de ações Europa - Bloomberg 500 (**) 235,04 2,42 -4,32 0,23 Índice de ações Japão - Nikkei (**) 17.388 2,70 -9,14 7,51 Índice de ações China - Shanghai (**) 3.053 0,48 -5,56 29,14 Treasury Bond - 10 anos (%) (*) 2,04 -0,01 -0,14 -0,45 -11,5 Euro - US$/€ (**) 1,12 -0,6 -0,1 Iene - ¥/US$ (**) 119,88 0,1 -1,5 9,3 Libra - US$/£ (**) 1,51 -0,2 -1,7 -6,7 Peso mexicano - MXN/US$ (**) 16,92 -0,6 1,0 26,0 Yuan - RMB/US$ (**) 6,36 -0,1 -0,5 3,5 Índice de commodities em US$ - CRB (em pontos) (*) 193,76 0,2 -3,3 -84,8 Petróleo - Brent (US$/barril) - 1º futuro (**) 48,37 0,3 -3,4 -48,9 Ouro (US$/Onça Troy) - spot (**) 1.116 -1,0 -1,6 -7,8 Soja (US$/bushel) - Chicago, 1º futuro (**) 892 0,9 -0,1 -2,3 Milho (US$/bushel) - Chicago, 1º futuro (**) 388 -0,3 6,7 20,9 Boi (R$/arroba) - BMF, 1º futuro (**) 145 -0,2 1,5 12,1 Boletim Diário Matinal (*) Variações em pontos percentuais (**) Variações percentuais Equipe Técnica Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo Economia Internacional: Economia Doméstica: Pesquisa Proprietária: Análise Setorial: Estagiários: Fabiana D’Atri / Felipe Wajskop França / Thomas Henrique Schreurs Pires Igor Velecico / Andréa Bastos Damico / Ellen Regina Steter / Myriã Tatiany Neves Bast / Ariana Stephanie Zerbinatti Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Leandro de Oliveira Almeida Fernando Freitas / Leandro Câmara Negrão / Ana Maria Bonomi Barufi Davi Sacomani Beganskas / Henrique Neves Plens / Mizael Silva Alves / Gabriel Marcondes dos Santos / Wesley Paixão Bachiega / Carlos Henrique Gomes de Brito / Gustavo Assis Monteiro O DEPEC – BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. 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