BISPO REINALDO OLIVEIRA
Bispo da Ala Vila Sônia, Estaca São Paulo Brasil
Como foi dito, meu nome é Reinaldo Oliveira, fui apoiado Bispo da Ala de Vila Sônia há três
anos e dois meses. Para mim esta é uma grande oportunidade de compartilhar um testemunho
com os irmãos a respeito do papel dos bispos no chamado missionário.
Sinto-me um Bispo abençoado, pois tenho recebido instruções inspiradas que facilitam os
aspectos práticos do meu chamado. Tenho usado uma em particular ao acompanhar os jovens, em
especial os sacerdotes, a fim de prepará-los melhor para servirem uma missão: Trata-se da
CONVERSÃO.
Como dito pelo Elder Bednar, “A conversão é o resultado da revelação de DEUS,
acompanhada do arrependimento, da obediência e da diligência individuais. Todo aquele que
busca a verdade pode converter-se ao sentir uma vigorosa mudança no coração e nascer
espiritualmente de Deus”. É esse nascimento que eu busco nos jovens. Ao entrevistar esses
jovens, tenho procurado desafiá-los a compreender quem eles são, e a razão de tudo o que
fazemos. Tenho uma oportunidade preciosa de ouvir suas dúvidas e de compartilhar o meu
próprio testemunho com eles.
Em minhas entrevistas com jovens em dificuldades, descrentes ou anêmicos espirituais,
tenho-lhes feito duas perguntas apenas: - se eles oram e se eles estudam as escrituras
diariamente. A resposta invariavelmente tem sido não. Por outro lado, os jovens preparados
fazem disso um padrão de conduta diária. Seria muita presunção minha creditar o sucesso da
conversão de qualquer jovem simplesmente pela atuação do Bispo ou de qualquer outra
organização.
Credito isso aos pais de sucesso. Muito se poderia falar aqui sobre pais de sucesso, até
mesmo quando independentemente de seus esforços justos, seus filhos por força do arbítrio que
possuem, esfriarem na fé. Entretanto, para mim, pais de sucesso são aqueles que sabem distinguir
o que importante daquilo que é fundamental. A despeito de todas as coisas importantes da vida, a
conversão é um dos aspectos fundamentais do discipulado. O Presidente Hinckley disse que nós
precisamos melhorar a qualidade dos missionários que nós estamos enviando para o campo, e a
conversão ajuda nisso.
Sabemos por estatística que a transição da primária para o Sacerdócio é uma transição
relativamente tranquila e sem perdas, mas quando os jovens se aproximam dos 17 anos de idade,
mais ou menos, acontece uma ruptura e eles se afastam, trilhando caminhos perigosos. Daí o
resgate passa a ser dramático e quase sempre infrutífero. Tenho em mente o nome de alguns
desses jovens, que se encontram agora mesmo nessa situação.
Essa conversão não acontece em uma ou duas entrevistas e nem posso estar com eles o
tempo todo. Por isso conto com o Conselho da Ala para desincumbir-me de tarefas que eles
podem resolver, também para o resgate e visita de jovens.
Há algum tempo eu e o Pres. dos rapazes visitamos uma família com vários jovens
afastados. A mãe nem sequer queria nos receber, mas ali pelo buraco do portão eu pude dizer
quem eu era e o que é que nós estávamos fazendo ali. Nós pudemos trazer de volta três jovens.
Na reunião sacramental de hoje nós tivemos em nossa ala a família inteira desses três jovens
presente pela primeira vez.
Tenho irmãos no conselho que acompanha mídias sociais e me informam do que se passa
e eu posso antecipar problemas e planejar entrevistas corretivas. São um poderoso indicador da
situação espiritual dos jovens. Não dá para ignorar essas mídias.
Montamos um Mini CTM que acontece aos domingos, cuja condução, programação e
escolha dos professores para as aulas do Pregar Meu Evangelho, estão sob responsabilidade dos
próprios sacerdotes.
Passei recentemente por uma experiência singular com um Setenta de Área, atualmente
Pres. do Templo de São Paulo, o Presidente Puerta, ele era membro de nossa ala na época, logo
após o anúncio da redução da idade para servir uma missão. Ele perguntou a mim se alguma moça
da nossa ala tinha me procurado para servir uma missão. Eu disse que não.
Ele então me pediu que convidasse algumas delas para uma conversa informal logo após o
término da reunião sacramental. Feito isso, fomos ao bispado e ele começou a explicar a elas o
significado do plano de salvação, o amor de Deus a seus filhos, o sacrifício do Salvador pelos
homens e mulheres do mundo, e que eles continuavam em ignorância a despeito de todas essas
bênçãos que nós temos. Isso tudo creio eu, elas já sabiam, mas ele falou a elas ternamente, com
um espírito poderoso, com autoridade. Daí aquele meu ceticismo começou a derreter.
Eram sete moças que estavam ali, e fiquei surpreso quando elas começaram a se
emocionar muito, porém o fato é que quatro delas estudavam na USP, uma universidade de
prestígio, pública aqui em São Paulo, outras tinham namorado e uma estava com um pé no
exterior para estudar. Ele pediu-me que prestasse um testemunho, afinal de contas eu já que eu
próprio era fruto da obra missionária.
Nenhuma delas foi desafiada ou constrangida a servir uma missão, afinal de contas essa é
uma prerrogativa do Sacerdócio.
Pouco depois, fui procurado por quatro dessas jovens que manifestaram o desejo de servir
em uma missão.
Em entrevista eu pude sentir a força do caráter e do testemunho e ouvir de suas bocas
que sabiam sem sombra de dúvidas que deveriam servir como missionárias. Todas unanimemente
disseram compreender o indescritível sentimento que agora elas sabiam interpretar.
Lembrei-me do Presidente Monson quando disse que uma moça não deveria servir em
uma missão simplesmente porque foi essa a única opção que restou. Escrevi a elas no final do ano
e pude partilhar da imensa felicidade que elas sentem e da gratidão pela oportunidade de servir.
Atualmente temos quatro Élderes e três Sísteres no campo missionário, uma Síster já com
chamado em mãos e mais quatro jovens trabalhando os exames médicos e papéis de seus
chamados. Temos mantido uma média de pelo menos oito missionários no campo.
Presto-lhes o meu testemunho de que um Bispo preocupado em trabalhar na conversão
de seus jovens, não precisará de argumentos para convencê-los a fazer o que é certo, não só no
aspecto da obra missionária, mas como de todas as demais responsabilidades que certamente
virão. Em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.
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