A reforma mais importante de nossa história
Carlos Eduardo Paulino
Edson da Silva Machado
É fato: o desenvolvimento do Brasil nos últimos anos gera uma
também evidente forte torcida contra. Afinal, sobre governos de esquerda – e
não neoliberais, como preferiam alguns setores – é que o País vem escalando
posições dentro do mundo, inclusive ajudando as nações ricas a saírem do
buraco onde se meteram.
A recente reunião no México mostrou a força dos BRICS ao
atender aos apelos das grandes organizações financeiras e aprovar um pacote
de socorro da ordem de US$ 150 bilhões. Só a China contribuiu com um terço
do valor, e Hu Jintao fez questão de comparecer à cúpula. Curioso, a mesma
ala que critica a ‘salvação’ promovida no Brasil pelos governos de esquerda
também critica o modelo de desenvolvimento chinês.
São tantas as cifras, tantos os problemas, que até confundem
nossas
cabeças.
Aproveitando
da
situação,
a
ala
conservadora
vai
promovendo – na verdade, vai endeusando – a economia financeira, a mesma
que quebrou o mundo! Não bastasse isso, na contramão dos fatos vem criando
uma mística jovem, como se somente esta faixa etária fosse importante no
mundo. Aliás, existem estratégias mais inteligentes para promover seus
produtos, ou seja, para formar novos leitores e consumidores de seus esportes.
É questão de inteligência.
Para essa ala, o importante é criar um deus-ícone dos novos tempos:
elegeram Mark Zuckerberg, do Facebook. Curiosamente, ao entrar no mercado
de ações ele já foi enganado. Aliás, ala conservadora: se houvesse no mundo
mil pessoas como o Mark, poderíamos acabar com o mundo, pois estes mil
seres humanos teriam todo o dinheiro do planeta! Mas acontece que temos
sete bilhões de pessoas, não apenas mil...
Portanto, deixando a ala retrógrada de lado, vamos ao que é importante,
ou seja, às pessoas reais, ao mundo verdadeiro, ao chão de fábrica. Longe,
muito longe, de mulheres e homens que só existem no papel, criadas por
mentes enfurnadas em escritórios da Avenida Paulista ou das marginais dos
grandes rios paulistanos. O mundo do Harry Potter não existe. Não vivemos
dentro de O Senhor dos Anéis.
Escrevendo agora para gente como nós, vamos discutir problemas reais:
caso contrário, se discutirmos os muitos recentes, cairemos no imediatismo,
sujeito a pressões emocionais criadoras de depressão, muito ao gosto da ala
retrógrada e das ‘indústrias’ que os servem. Não caia na tentação de fazer
análises da moda, leitor. Isso é um perigo. Não sabemos os interesses e as
variáveis envolvidas.
Há alguns anos, o problema do mundo era o do Meio Ambiente, o maior
de todos, maior do que minha necessidade de pensar, maior do que minha
necessidade de ascender socialmente e competir com a ala retrógrada, contra
o corporativismo, maior, ainda, do que minha necessidade de comer. Pois bem:
hoje se revê muitos conceitos afirmados como certos naquela época, entre eles
o Efeito Estufa, o Buraco na Camada de Ozônio, entre outros. Hoje já se sabe
que muitos deles são de causa natural, provocado pelo comportamento
conjunto de nossa atmosfera e do Sol.
Aliás, muitos pesquisadores e institutos de pesquisa sérios afirmavam
isso àquela época. Ou seja: se isso não foi divulgado, ou ocupava apenas
notas de rodapé, demos louros à ala conservadora. Precisamos de educação,
leitor, precisamos saber que atualmente 12% da população brasileira vivem na
terceira idade e que são responsáveis pelo sustento de 20% das famílias
brasileiras. Precisamos saber que há gente séria, lutando para que 10% de
nosso PIB vão para a Educação, e que se isso for feito por 20 anos, em 30
anos o Brasil será a 3ª potência econômica mundial, atrás da China e da Índia.
Precisamos discutir esses cenários. Precisamos entender que longe da ala
conservadora, que retém para si informações tão preciosas, com medo de ficar
de fora (e é isso que nós, do chão de fábrica, queremos), existem verdades
muito maiores do que um anúncio de um mundo de pessoas que não existem.
Continuaremos a discutir a Educação na semana que vem. Tenham sorte.
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