Deus: Pai, Filho e Espírito Santo
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Os Anjos
A Criação
As Escrituras são infalíveis, a Palavra de Deus não contém erros.
A nossa interpretação, contudo, não é infalível.
Dessa forma, este estudo é passível de correção e, portanto,
toda compreensão e ajuda serão bem-vindas.
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O Pecado, a Morte do Homem e a
Providência de Deus
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Vendo do Ponto de Vista de Deus
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novembro/2007
DEUS: PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO
Vivemos num Universo cuja imensidão pressupõe um criador
poderoso, Universo cuja beleza, desenho e ordem apontam para um
Sábio Legislador. Podemos recuar no tempo, indo da causa para o
efeito, mas não podemos continuar nesse processo de recuo sem
reconhecer um Ser Sempiterno. Este Ser Eterno é Deus, o Eterno Eu
Sou, a Causa e a Origem de todas as coisas.
A EXISTÊNCIA DE DEUS
Em parte alguma as Escrituras tratam de provar a existência de
Deus mediante provas formais. Declaram o fato de Deus e conclamam
ao homem a aproximarem-se Dele crendo que Ele existe e que é o
galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). Este é o ponto inicial na
relação entre o homem e Deus.
A Bíblia fala de homens que dizem em seus corações: “não há
Deus” (Sl 14.1), mas os declara insensatos e tolos. A evidência da
existência de Deus ultrapassa em muito a evidência contra a sua
existência. A questão não é argumentarmos em nossas pobres mentes
se Deus existe ou não. A verdade é que “Ele É”. Moisés perguntou:
“Qual é o seu nome? Que lhes direi?” Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o
que Sou”. Disse mais: “Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me
enviou a vós outros” (Ex 3.13-14).
No entanto, para convencer aqueles que genuinamente buscam a
Deus, fortalecer a fé daqueles que já crêem Nele, enriquecer nosso
conhecimento Dele, e fazer calar os ateístas, podemos apontar
evidências da existência de Deus na criação, na natureza humana e na
história humana. Dessas três esferas podemos deduzir cinco
argumentos da existência de Deus:
Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
O argumento da criação: A razão argumenta que o universo deve
ter tido um princípio. Todo o efeito deve ter uma causa suficiente.
O universo é um sistema de milhares e milhões de galáxias, cada uma
com milhares e milhões de estrelas. Calcula-se que o número de
galáxias que compõe o universo é da ordem de 500 milhões de milhões.
A nossa galáxia é chamada Via Láctea, à qual pertence o nosso sol, que
é uma estrela de tamanho médio. Como se originou tudo isso?
Concluímos que o universo teve um Criador.
O argumento do desígnio: O desígnio e a formosura evidenciam-se
no universo; isso indica que o universo é obra de um Arquiteto dotado
de inteligência suficiente para explicar sua obra. Declarar que o
universo apenas “aconteceu ao acaso” ou que procedeu “do concurso
fortuito dos átomos”, é insensatez, é insultar a inteligência e a razão
humana.
O argumento da natureza humana: O homem dispõe de natureza
moral, sendo sua vida regulada por conceitos do bem e do mal. Esse
conhecimento chama-se consciência, que ora aprova ora condena.
Concluímos que há um Legislador que idealizou uma norma de conduta
para o homem e fez a natureza humana capaz de compreender esse
ideal.
O argumento da história: A marcha dos eventos da história
universal fornece evidências de um poder e de uma providência
dominantes. Toda a história bíblica revela a ação de Deus na história
do homem. Os princípios do divino governo encontram-se nas histórias
das nações e nas experiências dos homens.
O argumento da crença universal: A crença na existência de Deus
é praticamente tão difundida quanto a própria raça humana, embora
muitas vezes se manifesta em forma pervertida e revestida de idéias
supersticiosas. Não existem raças, por mais primitivas que sejam,
totalmente destituídas de concepções religiosas e de objetos de
adoração.
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A NATUREZA DE DEUS
Quem é, e o que é Deus? No Catecismo de Westerminster é assim
definido: Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser,
sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade. A definição
bíblica pode formular-se pelo estudo dos nomes de Deus. O “nome” de
Deus nas Escrituras representa seu caráter revelado. Deus revela-se a
si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu nome.
Os seguintes nomes de Deus são os mais comuns que encontramos
nas Escrituras:
Elohim (traduzido “Deus”) - Gn 1.1: Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implícitos o poder criativo e a onipotência
de Deus. Elohim é o Deus-Criador. É um substantivo plural na forma,
mas singular no significado e representa a Trindade.
Jeová (do hebraico “YHWH” - traduzido “Senhor”) - Ex 3.13-15;
6.3: o nome Jeová tem sua origem no verbo Ser (Eu Sou o que Sou) e
inclui os três tempos: passado, presente e futuro. O nome significa:
Ele que era, que é e que há de ser Æ o Eterno. Observando Deus a
necessidade dos homens, desceu para ajudá-los e salvá-los. Ao assumir
essa relação ele revela-se a si mesmo como Jeová, o Deus da Aliança.
O que Deus opera a favor do seu povo acha-se expresso nos seus
nomes: Jeová-Jireh, “o Senhor que provê” (Gn 22.14); Jeová-Rafa,
“o Senhor que cura” (Ex 15.26); Jeová-Nissi, “o Senhor nossa
bandeira” (Ex 17.15); Jeová-Shalom, “o Senhor nossa paz” (Jz 6.24);
“o Senhor meu pastor” (Sl 23.1); Jeová-Tsidkenu,
Jeová-Ra’ah,
“o Senhor nossa justiça” (Jr 23.6); Jeová-Schammah, “o Senhor
está ali” (Ez 48.35).
El (Deus) é usado em três combinações: El-Elyon, “o Deus
Altíssimo” o Deus que é exaltado sobre tudo (Gn 14.18-20); El-Ólam,
“o Deus Eterno” (Gn 21.33); El-Shaddai, “o Deus que é suficiente para
as necessidades do seu povo” (Ex 6.30).
Adonai: significa literalmente “Senhor” ou “Mestre” e dá a idéia
de governo e domínio (Ex 23.17; Is 10.16,33). O nome Adonai veio em
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substituição da palavra Yhwh (Jeová = Eu Sou o que Sou), pois este
tetragrama foi considerado por demais sagrado para ser pronunciado.
Este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado.
Pai: Como Jesus se referia a Deus. O nome descreve a Deus como
“a Fonte de todas as coisas e Criador do homem”. No sentido criativo
todos foram criados por Deus (At 17.28), mas no sentido íntimo da
salvação, somente aqueles que recebem a Jesus Cristo, o Filho de
Deus, são vivificados e recebem nova vida pelo seu Espírito, são seus
filhos (Jo. 1.12-13) e podem chamá-lo: Aba, Pai (Rm 8.15-17).
Nota: Diversas passagens do Antigo Testamento relacionam o
nome Jeová com o Filho de Deus (Is 45.21-25). No Novo Testamento
Jesus, por diversas vezes, aplicou a si mesmo o nome “Eu Sou”, porém
escrito na forma grega (Ego Eimi) mostrando que Ele é Deus
(Jo 4.25-26; 6.35; 8.12,58; 10.9,11; 11.25; 13.19; 14.6; 15.1,5; 18.5-6;
Ap 1.8; 22.12-13,16).
CRENÇAS ERRADAS SOBRE DEUS
Existem muitas idéias erradas acerca de Deus, algumas originadas
em verdades exageradas, outras deficientes, pervertidas e torcidas.
Dentre as mais comuns podemos citar:
O agnosticismo (do grego “não saber”): nega a capacidade humana
de conhecer a Deus, declarando que “a mente finita não pode alcançar
o infinito”. No entanto Deus se revela aos homens de várias maneiras,
embora por agora “conhecemos apenas em parte”.
O politeísmo (culto de muitos deuses): baseia-se na idéia de que o
universo é governado, não por uma força só, mas sim por muitas, de
maneira que há um deus da água, um deus do fogo, um deus das
montanhas, um deus da guerra, etc. As Escrituras dizem que há um só
Deus e Pai (Ef 4.6) e Ele diz: “não terás outros deuses diante de mim”
(Ex 20.3).
O panteísmo (do grego “tudo é Deus”): sistema de pensamento
que identifica Deus com o universo. Árvores e pedras, pássaros, terra
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e água, répteis e homens, todos são declarados partes de Deus.
Confunde Deus com a natureza criada por Ele. As Escrituras corrigem
isso ao ensinar que Deus não é o universo, mas sim, que Ele criou o
universo, e se revela através das coisas por Ele criadas (Gn 1.1;
Rm 1.19-20).
O materialismo: afirma que todas as manifestações da vida e da
mente e todas as forças são simplesmente propriedades da matéria.
O homem é simplesmente um animal, uma máquina, que não tem
responsabilidade por seus atos, pois não existe o bem nem o mal.
O Deísmo: admite que haja um Deus pessoal que criou o mundo;
mas insiste que, depois da criação, Deus o entregou para ser governado
pelas leis naturais, ou seja, o deixou sem mais cuidados da sua parte.
O Deísmo acentua demais o fato da transcendência de Deus,
(separação do mundo e do homem), enquanto o panteísmo acentua
demais a Sua presença no mundo e sua aproximação do homem.
As Escrituras apresentam a idéia verdadeira e absoluta: Deus, de fato,
está separado e acima do mundo; por outro lado, Ele está no mundo;
Ele enviou seu Filho para estar conosco (Emanuel = Deus conosco), e o
Filho enviou o Espírito Santo para estar em nós. Desta maneira a
doutrina da Trindade evita os dois extremos.
O
DEUS TRINO
As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que além dele não existe
outro Deus. No entanto, a unidade divina é uma unidade composta, e
nesta unidade há realmente três pessoas distintas, sendo cada uma das
quais a Divindade e cada uma estando consciente das outras duas.
Portanto, Deus nunca esteve só.
Não é o caso de haver três Deuses, independentes e de
existência própria (doutrina do Triteísmo). Os três cooperam unidos
e num mesmo propósito, de maneira que são “Um”, coexistem juntos.
O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito Santo santifica, e no entanto,
em cada uma dessas operações divinas os três estão presentes.
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Gn 1.1-2 diz: “... no princípio criou Deus (Eloim em hebraico = substantivo plural na forma mas singular no significado) os céus e a terra”
e Gn 1.26: “... façamos o homem a nossa imagem, conforme nossa
semelhança“.
Também não é o caso daqueles que acentuam a unidade de Deus
esquecendo da distinção entre as Pessoas, caindo no erro de afirmar
que Pai, Filho e Espírito Santo são simplesmente três aspectos ou
manifestações de Deus, como ensinam os unicistas (doutrina do bispo
Sabélio = sabelianismo). As Escrituras afirmam que o Pai ama e enviou
o Filho, o Filho veio do Pai e voltou para o Pai, o Pai e o Filho enviaram o
Espírito Santo, o Espírito intercede junto ao Pai.
A Trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do
homem evocou a sua manifestação histórica. O Filho entrou no mundo
de uma maneira nova ao tomar sobre si a natureza humana e lhe foi
dado um novo nome: Jesus. O Espírito Santo entrou no mundo de uma
maneira nova, isto é, como o Espírito de Cristo incorporado na igreja.
Mas, ao mesmo tempo, os três testificam um do outro: o Pai testifica
do Filho (Mt 3.17); o Filho testifica do Pai (Jo 5.19); o Filho testifica
do Espírito Santo (Jo 14.26) e o Espírito testifica do Filho (Jo 15.26).
A palavra “Trindade” não aparece na Bíblia, ela é uma expressão
teológica que surgiu no segundo século para descrever a Divindade.
Mas é uma doutrina claramente revelada nas Escrituras e não apenas
concebida pela razão humana. O Antigo Testamento não ensina clara e
diretamente sobre a Trindade, pois num mundo onde o culto de muitos
deuses era comum, tornava-se necessário acentuar esta verdade em
Israel, de que “Deus é Um e não há outro além dele”. Porém, todos os
membros da Trindade são claramente mencionados no Antigo
Testamento:
•
•
•
O Pai (Is 63.16; 64.8; Ml 2.10);
O Filho (Sl 2.6-7,12; 45.6-7; Pv 30.4). O Messias é descrito
com títulos divinos (Is 9.6; Jr 23.5-6). O Antigo Testamento
faz menção do Anjo de Jeová que leva o nome de Deus e tem
poder tanto para perdoar como para reter os pecados
(Ex 23.20-21);
O Espírito Santo (Gn 1.2; Is 11.2-3; 48.16; 61.1; 63.10).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Já o Novo Testamento apresenta várias passagens que mencionam
as três Pessoas Divinas: Mt 3.16-17; 28.19; Jo 14.16-17,23,26; 15.26;
2Co 13.13; Gl 4.6; Ef 1.3,13; 2.18; 2Ts 3.5; Hb 9.14; 1Pe 1.2; 1Jo 5.7.
A igreja primitiva tinha claro dois fatos:
1) que Deus é Um;
2) que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é
Deus. Isso era uma realidade para eles. Estava claro que havia na
Divindade uma verdadeira, embora misteriosa, distinção de
personalidades, que se tornou manifesta na obra divina para redimir o
homem.
Esta verdade está além do alcance da razão humana, pois ao
considerar a natureza interna do eterno Deus, estamos tratando de
uma forma de existência muito diferente da nossa. Mas, existem
ilustrações ou analogias que podem, até certo ponto, com muito cuidado
e não forçosamente, nos tornar perceptíveis a esta verdade:
A natureza: A água é uma, mas é conhecida sob três formas: água,
gelo e vapor. O raio de luz se compõe de três raios: o actínio (invisível),
o luminoso (visível) e o calorífero (perceptível); onde há luz temos os
três. Três velas num quarto darão uma só luz. O triângulo tem três
lados e três ângulos; tirando um não é mais triângulo.
O homem: o homem é um, no entanto tripartido, constituído de
espírito, alma e corpo. Deus disse: façamos o homem a nossa imagem,
segundo nossa semelhança.
O governo: nosso governo é um, mas constituído de três poderes:
legislativo, judiciário e executivo.
BIBLIOGRAFIA:
• Conhecendo as doutrinas da Bíblia: Myer Pearlman
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO
1 – Quando Moisés perguntou a Deus: qual é o seu nome, o que Deus lhe
respondeu? (Ex. 3:13-14)
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2 – O “nome” de Deus nas Escrituras representa seu caráter revelado.
Deus revela-se a si mesmo fazendo-se conhecer ou proclamando o seu
nome. Cite alguns nomes de Deus que encontramos nas Escrituras e seu
significado.
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3 - As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que além dele não existe
outro Deus. No entanto, a Unidade Divina é uma Unidade composta, e
nesta unidade há realmente três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Cite algumas passagens das Escrituras, tanto do A.T.
como do N.T., onde os membros da Trindade são claramente
mencionados.
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OS ANJOS
Ao nosso redor há um mundo de seres espirituais muito mais
populoso, mais poderoso e de maiores recursos do que o nosso próprio
mundo visível de seres humanos: o mundo dos anjos. Os escritores
inspirados da Bíblia nos descortinam uma visão desse mundo invisível, a
fim de que possamos ser, tanto confortados, como admoestados.
A
NATUREZA DOS ANJOS
Os anjos são criaturas: os anjos são seres criados pelo poder de
Deus, muito antes da criação do homem. A rebelião deles sob Lúcifer
já se havia registrado antes da criação do homem, deixando duas
classes: os anjos bons (de Deus) e os anjos maus (de Satanás). Sendo
criaturas, não devem ser adorados (Ap 19.10; 22.8-9; Cl 2.18).
Os anjos são espíritos: diferente dos homens, eles não estão
limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem e
movimentam-se com rapidez inconcebível, sem usar meios naturais.
Apesar de serem espíritos, tem o poder de assumir a forma de corpos
humanos a fim de tornar visível a sua presença aos sentidos do homem
(Gn 18.1-2; 19.1-3).
Os anjos são imortais: não estão sujeitos à morte física como os
homens.
Os anjos são numerosos: as Escrituras nos ensinam que seu
número é muito grande. “Milhares de milhares o serviam e milhões de
milhões” (Dn 7.10), “... mais de doze legiões de anjos” (Mt 26.53),
“... multidões dos exércitos celestiais” (Lc 2.13); “... e aos muitos
milhares de anjos” (Hb 12.22).
Os anjos não têm sexo: sempre são descritos como varões, porém
na realidade não tem sexo, não propagam a sua espécie (Mt 22.30).
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TIPOS DE ANOS MENCIONADOS NAS ESCRITURAS
Anjo do Senhor: a descrição o distingue de qualquer outro. É-lhe
atribuído o poder de perdoar ou reter pecados; o nome de Deus está
nele (Ex 23.20-23); caracteriza a presença de Deus (Ex 32.34; 33.14);
tem o poder de salvar (Is 63.9). Este anjo misterioso é a expressão do
Filho de Deus presente no período do Antigo Testamento, o Libertador
de Israel, e portanto não é um ser criado, como os demais anjos
(Hb 1.5).
Arcanjo: Miguel é mencionado com arcanjo, o anjo principal
(Jd 9; Ap 12.7;1Ts 4.16). Gabriel também é mencionado como sendo de
uma classe elevada: ele está diante da presença de Deus (Lc 1.19) e a
ele são confiadas as mensagens de mais elevada importância com
relação ao reino de Deus (Dn 8.16; 9.21).
Anjos eleitos: são provavelmente aqueles que permaneceram fiéis
a Deus durante a rebelião de Satanás (1Tm 5.21).
Anjos das nações: Dn 10.13,20-21 fala do príncipe da Pérsia, do
príncipe da Grécia e de Miguel, o príncipe de Israel (Dn 12.1). Parece
claro que, assim como os anjos santos são enviados para o bem dos
herdeiros da salvação (Hb 1.14), os anjos maus (demônios) se
preocupam com o bem estar do sistema mundial de Satanás (Ef 6.12).
Os Querubins: parece ser uma classe elevada de anjos
relacionados com propósitos retributivos (Gn 3.24) e redentores de
Deus para com os homens (Ex 25.22; Ez 10.1-3).
Os Serafins: o termo aparece só em Is 6.2. A palavra “serafin”
significa “ardente”, o que os distingue com um ardente amor a Deus.
O
SERVIÇO DOS ANJOS DE DEUS
Agentes de Deus: são mencionados como executores dos
pronunciamentos de Deus (Gn 3.24; 19.1; 2Sm 24.16; 2Re 19.35;
Mt 13.39,41,49; 16.27; 24.31; Mc 13.27; At 12.23).
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Mensageiros de Deus: por meio dos anjos Deus envia: anunciações
(Lc 1.11-20; Mt 1.20-21); advertências (Mt 2.13; Hb 2.2); instrução
(Mt 28.2-6, At 10.3; Dn 4.13-17); encorajamento (At 27.23, Gn 28.12);
revelação (At 7.53, Gl 3.19; Ap 1.1).
Servos de Deus: “... são espíritos ministradores enviados a favor
daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14). Os anjos são
enviados para sustentar (Mt 4.11); preservar (Gn 16.7); resgatar
(Nm 20.16); interceder (Zc 1.12); para servir os justos depois da
morte (Lc 16.22).
SATANÁS
Sua origem: Is 14.12-15; Ez 28.12-19. Satanás era originalmente
Lúcifer (literalmente “portador de luz”), o mais glorioso dos anjos.
Mas ele, orgulhosamente, aspirou ser “como o Altíssimo” e caiu em
condenação. Foi lançado fora do céu juntamente com um grupo de anjos
que o seguiram em sua rebelião (Mt 12.24; 25.41; Ap 12.4,7).
Seu caráter: as qualificações do seu caráter são indicadas pelos
seus seguintes nomes: Satanás (significa adversário); Diabo (significa
caluniador); Destruidor (Ap 9.11: ...Apollyon em grego e Abadon em
hebraico, indicando ódio contra o Criador e suas obras); Dragão e
Serpente (Gn 3.1; Ap 12.9); Tentador (Mt 4.3); Príncipe deste mundo
(Jo 12.31, 2Co 4.4 - esse título sugere sua influência sobre a sociedade
organizada à parte de Deus).
Suas atividades: Satanás perturba a obra de Deus (1Ts 2.18);
opõe-se ao evangelho (Mt 13.19); domina, cega, engana e laça os ímpios
(Lc 22.3; 2Co 4.4; 1Tm 3.7; Ap 20.7-8); aflige (Jó 1.12) e tenta os
santos de Deus (1Ts 3.5). Ele é descrito como presunçoso, orgulhoso,
poderoso, maligno, astuto, enganador, feroz e cruel. Muitas vezes se
transforma em “anjo de luz” e seus ministros em “ministros de justiça”
com a finalidade de enganar os santos (2Co 11.3,14-15). Mas ele é um
inimigo derrotado (Jo 12.31), e foge daqueles que tem a Cristo
(Tg 4.7; 1Jo 4.4).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Seu destino: no princípio foi expulso do céu; durante a Tribulação
será lançado da esfera celeste à terra (Ap 12.9); durante o Milênio
será aprisionado no abismo, e depois será lançado ao Lago de Fogo
(Ap 20.2-3,10).
ESPÍRITOS MAUS
Anjos caídos: os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e
como o homem, dotados de livre escolha. Sob direção de Satanás,
muitos se orgulharam, se rebelaram, pecaram e foram lançados fora
dos céus (Jo 8.44; 2Pe 2.4; Jd 6). Passam parte do tempo no inferno e
parte no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam, enganando os
homens por meio do pecado, exercendo grande poder sobre eles.
Esse poder está aniquilado para aqueles que são fiéis em Cristo.
Os anjos não são contemplados no plano da redenção, mas o inferno
está preparado para o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25.41).
Demônios: as Escrituras não descrevem claramente a origem dos
demônios, mas eles podem ser identificados com os anjos caídos que
não estão presos e andam por aí fazendo a vontade de Satanás
(Mt 7.22). Eles são espíritos imundos, emissários de Satanás
(Mt 12.26-27, 43-44) e são numerosos (Mc 5.9). Eles são capazes de
entrar e controlar tanto animais como homens (Mc 5.2-5, 11-13).
Senhor Jesus veio ao mundo para resgatar o povo do poder dos
espíritos maus e colocá-lo sob o controle do Espírito Santo de Deus
(Lc 4.17-21).
BIBLIOGRAFIA:
• Conhecendo as doutrinas da Bíblia: Myer Pearlman
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PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO
1 – Cite cinco aspectos da natureza dos anjos.
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2 – Comente sobre o serviço dos anjos.
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3 – Comente sobre a origem, caráter, atividades e o destino de
Satanás.
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4 – Comente o texto de Lc 4.17-21.
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A CRIAÇÃO EM GÊNESIS
“Pela fé entendemos que foi o Universo formado pela Palavra de
Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não
aparecem” (Hb 11.3).
O primeiro livro da Bíblia, Gênesis, registra o começo dos céus e
da terra, da vida vegetal, animal e humana, como também de todas as
instituições humanas. Também começa a progressiva auto-revelação de
Deus que culmina em Cristo. O primeiro versículo nos diz:
“No princípio criou Deus (Eloim, sentido plural) os céus e a
terra” (Gn 1.1).
Para Deus não há princípio de dias nem fim de existência. Ele é o
Ancião de dias (Dn 7.9). Ele é Deus de eternidade a eternidade
(Salmos 90.2 ; 93:2 ). ELE é a origem de todas as coisas.
“A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn 1.2).
Então Deus declarou sua palavra e disse: “Haja luz e houve luz”.
Teve inicio a nova criação de Deus! Deus separou, então, a luz das
trevas e chamou à luz dia e às trevas noite . Houve a tarde e manhã,o
primeiro dia (Gn 1.3-5). Deus falou novamente:
“Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e
águas ... e chamou Deus o firmamento Céus ... o segundo dia”
(Gn 1.6-8).
Novamente Deus falou: “Ajuntem-se as águas debaixo dos céus
num só lugar, e apareça a porção seca”. A porção seca chamou Deus
Terra, e ao ajuntamento das água, Mares. Então, disse:
“Produza a terra relva, ervas que dêem sementes, e árvores
frutíferas que dêem frutos segundo a sua espécie ...o terceiro
dia” (Gn 1.9-13).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
E tudo aconteceu exatamente como Deus ordenou! Depois, disse:
“Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação
entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações,
para dias e anos. Fez Deus o sol e a lua e também as estrelas
.... o quarto dia” (Gn 1.14-19).
Ele fez bilhões de estrelas e galáxias, colocando-as exatamente
no lugar certo. E todas estão lá a centenas e milhares de anos, cada
uma no seu lugar certo no tempo e espaço (Is 40.26). Depois do quarto
dia, Deus falou novamente:
“Povoem-se as águas de enxames de seres viventes e voem aves
sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou pois Deus os
grandes animais marinhos e todos os seres viventes ... segundo
as suas espécies ....E houve tarde e manhã ..o quinto dia”
(Gn 1.20-23).
Novamente Deus falou:
“Produza a terra seres viventes , conforme a sua espécie:
animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua
espécie, e assim se fez” (Gn 1.24-25).
Deus disse que produzissem “segundo a sua espécie”. Assim foi
quando Deus os criou, e assim sempre será.
Em oposição à criação divina, surgiu a teoria da evolução (criada
por Charles Darwin) que ensina que todas as formas de vida tiveram
sua origem em uma só forma, a partir de um ser monocelular, e que as
espécies mais elevadas surgiram de uma forma inferior. A teoria é que
em tempos muito remotos apareceram a matéria e a força, e dentro
delas surgiu uma célula viva; nesta célula havia uma centelha de vida da
qual se originaram todas as coisas vivas, desde o vegetal até o homem.
Segundo essa teoria, houve uma ascenção gradual e constante desde as
formas inferiores de vida às formas mais elevadas, até chegar ao
homem. Dá para se crer nisso?
Muitos cientistas eminentes já declararam que a teoria de Darwin
carece de falta de provas, pois nunca conseguiram exibir uma prova
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
definitiva de que a transformação das espécies, pelo menos uma vez,
tenha se sucedido.
Em algumas partes do mundo, encontram-se fósseis (vestígios ou
restos de seres vivos, animais ou vegetais, petrificados e
preservados). Foram descobertos vários tipos de espécies que já estão
extintas, mas nenhuma delas era parte de um animal e parte de outro.
Por exemplo: uma parte cachorro e outra gato, ou cavalo e boi, ou
ovelha e porco. Sempre era “conforme a sua espécie”, pois foi assim
que Deus ordenou. Uma espécie pode produzir uma variedade
específica que chamamos raça. Por exemplo: na espécie canina temos
muitas raças, mas é sempre um cão; temos várias raças de cavalos, mas
sempre serão cavalos.
Outra oposição a verdade da Criação é a teoria que diz que o
universo apareceu por acaso, a partir de um acúmulo de gases e teve
seu arranjo após uma grande explosão (Big Bang). Sendo isto verdade,
como é que a terra está em uma distância correta do sol, bem com a
lua da terra movendo-se numa órbita certa ? Como é que as estrelas
não se chocam? Marte, Júpiter, Saturno e outros planetas têm um
curso tão perfeito que aqueles que os estudam sabem, muitos anos
antes, quando e onde podemos vê-los nos céus. Como poderia uma
explosão ter colocado as coisas numa ordem tão perfeita?
Se nós pegarmos um relógio velho estragado desmontado, e
colocarmos as peças num saco e sacudirmos tudo muitas vezes. Será
que as peças irão se ajuntar por si mesmas, formando um relógio?
Claro que não. Como é tolo pensar que um dia houve uma grande
explosão e todos os pedaços rodopiando no espaço, de repente, se
encaixaram no seu lugar. Até hoje estão lá e continuam andando com
precisão.
Muitas pessoas duvidam de Deus e não querem crer na Sua
Palavra. Não têm confiança em Deus e não querem aceitar o que Ele
diz. Querem entender tudo com suas próprias mentes, esquecendo-se
de Deus. A Bíblia diz que eles se dizem sábios, mas não passam de
loucos (Rm 1.22).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
A FORMAÇÃO DO HOMEM (Gn 1.26 a 2.25)
Também disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme
a nossa semelhança; tenha ele domínio ... homem e mulher os criou”
(Gn. 1.26-27). Por que Deus disse: “Façamos o homem” e não: “Eu farei
o homem”? Aqui está novamente implícito o Deus Triuno: o Pai, o Filho
e o Espírito Santo. Além do Pai, o Filho participou da criação
(“...sem Ele nada do que foi feito se fez” - Jo 1.3), e também o
Espírito Santo estava na criação (“... e o Espírito de Deus pairava por
sobre as águas - Gn 1.2). Assim, quando lemos “Façamos o homem”,
entendemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo estavam juntos na
criação do homem.
A grande distinção entre o homem e os animais implica a
declaração de que “Deus criou o homem à sua imagem, conforme a sua
semelhança”. Isto significa que o homem é muito mais do que um
animal. Deus pensa, planeja e trabalha; e o homem também pode fazer
estas coisas. O homem pode planejar e fazer coisas que nunca foram
feitas antes. Ele não pode criar como Deus fez, porque Deus criou o
mundo do nada. O homem não consegue criar algo do nada, mas ele
pode fazer e construir novas coisas a partir daquilo que Deus lhe deu.
Nenhum animal pode fazer isto. Quando um passarinho faz seu ninho, é
o mesmo tipo de ninho que esta espécie de passarinho tem feito há
anos. Pássaros e animais não são capazes de inventar novas maneiras de
fazer as coisas.
Os evolucionistas inventaram um tipo de criatura pelo qual o
macaco passou para o estágio humano. Esse é o tal “elo perdido” que se
chama “Pithecantropus erectus”. Há anos alguns ossos (dois dentes e
um fêmur) foram descobertos na Ilha de Java. Com um pouco de gesso
reconstruiram o que dizem ser o elo perdido que une os homens com a
criação inferior. Outros “elos” também se fabricaram da mesma
maneira, mas não há nenhuma partícula de evidência da transmutação
das espécies.
“Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra”
(Gn 2.7a).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Deus teve um cuidado especial ao criar o homem. Ele não apenas
falou, como fez com o restante da criação, mas formou o homem do pó
da terra. Então, “soprou nas suas narinas o fôlego (espírito) de vida, e
o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2.7b). Portanto, o homem foi
formado com três partes: espírito, alma e corpo.
O homem que Deus criou era um ser perfeito, que deveria
desenvolver um relacionamento com Deus. Podia pensar e planejar,
fazer coisas que os animais não podiam fazer.
A Palavra de Deus nos conta como o homem foi formado e nós
cremos que ela é verdadeira. Deus ficou satisfeito com o homem que
criou e o colocou no Jardim do Éden. A Bíblia diz que Deus olhou para
tudo quanto havia criado e viu que era muito bom. Houve tarde e a
manhã, o sexto dia (Gn 1.31).
No sétimo dia, Deus descansou (Gn 2.2), não porque estava
cansado do trabalho feito, pois Ele nunca fica cansado (Is 40.28).
Deus descansou porque estava satisfeito com o Seu trabalho.
O
PROPÓSITO DE DEUS NA CRIAÇÃO
A criação aponta para o propósito de Deus (Gn 1.26-28).
Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem e semelhança para que
eles, multiplicando-se, formassem um numeroso povo conformados à
Sua imagem e, assim, ter uma família eterna com muitos filhos, com a
qual realizaria Seus planos futuros.
Ou seja, Deus colocou algo no ser humano que é conforme
a certas qualidades e atributos que se encontram nEle mesmo.
Basicamente, pode-se entender isto nos três seguintes aspectos:
Em sua responsabilidade moral: Isto significa que o ser humano é
responsável por suas palavras, por seus atos, por seus pensamentos.
Deus é um ser moral e exerce um governo moral. Ele é responsável por
todos os seus atos e dotou o homem com poder intelectual, afeto
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
natural e liberdade moral. É da responsabilidade do homem
desenvolver sua vida, com domínio próprio, na vontade de Deus, com
conhecimento da verdade, com justiça, com santidade.
Em sua natureza espiritual: Como Deus tem uma natureza
espiritual (Jo 4.24), deu ao homem uma natureza espiritual, para que
haja comunhão efetiva entre o homem e Deus. Não podemos conhecer
ou perceber a Deus por meio de nossos cinco sentidos físicos, nem pelo
uso de nosso raciocínio, senão por meio de Sua revelação ao nosso
espírito.
No exercício da autoridade: Deus é soberano sobre toda Sua
criação e exerce plena autoridade. Ao criar o homem, deu-lhe
autoridade (delegada, não própria) sobre certas áreas específicas da
criação terrena. O homem deve colocar-se corretamente sob a
autoridade de Deus para exercer eficazmente sua autoridade sobre a
esfera de sua responsabilidade.
O Senhor Jesus é o Filho Unigênito (único gerado). O Pai enviou
seu Filho, a fim de que o Unigênito pudesse ser o Primogênito (primeiro
gerado entre muitos) e o Filho amado tivesse muitos irmãos. Ef 1.4-5
diz: “nos escolheu nele antes da fundação do mundo, ... e em amor nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus
Cristo...”. Desta maneira, Jesus é Filho por geração e nós, os que
cremos Nele, filhos por adoção.
Predestinar significa dar um destino de antemão: “aos que de
antemão conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que seja o primogênito entre muitos
irmãos” (Rm 8.29-30). Deus, antes da fundação do mundo, propôs em
Cristo, ter muitos filhos com Ele na glória, e que estes fossem
conformados à sua imagem (imagem do Filho). Apesar da queda do
homem, Deus não se deteve no seu propósito: enviou o Seu Filho para
buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10), por isto os justificou
e também os glorificou. Ele não se deterá. Ele se propõe a ter filhos
perfeitos e responsáveis, para participarem de tudo o que é Seu e para
gozarem da mesma relação que Ele e Jesus possuem.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
BIBLIOGRAFIA:
•
•
Conhecendo as doutrinas da Bíblia: Myer Pearlman.
De Pais Para Filhos, Segundo o Eterno Propósito de Deus
- Edições Hebrom.
PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO
1 – O Universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível
veio a existir das coisas que não aparecem. Como entendemos isso?
(Hb 11.3)
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2 – Em oposição à criação por Deus, surgiu a teoria da evolução, que
ensina que todas as formas de vida tiveram sua origem em uma só
forma, a partir de um ser monocelular, e que as espécies mais
elevadas surgiram de uma forma inferior. Mas, o que as escrituras
falam sobre os serem vivos e as espécies?
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3 - Qual é a grande distinção entre o homem e os animais? Como o
homem foi formado?
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4 – Qual é o propósito de Deus na criação?
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
O PECADO E MORTE DO HOMEM
A PROVIDÊNCIA DE DEUS
A intenção de Deus para o homem é a vida no plano espiritual.
O Espírito Divino tinha relacionamento direto com o espírito humano,
no primeiro homem, e, por isso, o homem era um ser essencialmente
espiritual. Aquilo que era a intenção de Deus para o primeiro homem é
também Seu propósito para toda a humanidade. Deus oferece para
todo o homem o dom da vida eterna, e o homem tem poder para
recebê-lo ou recusá-lo.
Deus é o Autor de toda vida. Depois da criação de todas as coisas
vivas, “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1:31).
Mas hoje a morte reina em todo lugar. Mas de onde ela veio? A Bíblia
nos diz como a morte entrou no mundo das coisas vivas.
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5:12).
Isto ensina claramente que a morte é um resultado, e o pecado é
a causa. A morte veio por causa do pecado. Mas como o pecado entrou
no mundo? O pecado entrou por um homem, Adão. Então a
responsabilidade pela entrada do pecado e da morte no mundo não
pode ser colocada sobre Deus.
Pecado, então, é desobediência consciente à vontade de Deus
claramente revelada. Pecado é a resistência proposital e deliberada à
justa autoridade de um Soberano. Pecado, na visão bíblica, consiste na
insurreição da vontade da criatura à soberana vontade de Deus, e o
estabelecimento de uma falsa liberdade. É a substituição da vida de
Deus pela vida do ego. Pecado, como Deus mesmo define, é
“transgressão da lei” (1Jo 3.4). Deus chamou o pecado de Adão de
“transgressão”.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Vamos ver dos próprios registros de Deus como o pecado entrou
em Adão com sua maldição de morte:
“ Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do
Éden para o cultivar e o guardar. E lhe deu esta ordem: De toda
árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela
comeres, certamente morrerás” (Gn 2.15-17).
Deus deu a Adão liberdade quase ilimitada. Mas um mandamento
foi imposto, uma transgressão foi possibilitada. De todas as árvores
ele poderia comer livremente. Somente de uma árvore ele estava
proibido de comer e, mesmo assim, para esta proibição Deus deu uma
razão benéfica. O homem precisava exercer o poder de escolha.
Deus também disse ao homem para cultivar e guardar o jardim do
Éden. Guardar do que, ou de quem? Havia alguma outra pessoa no
jardim além do Senhor Deus e Seus dois seres criados, Adão e Eva?
Evidentemente havia. Mas era alguém que aparentemente desejava
ocultar sua identidade; então ele veio sob a cobertura enganosa da
personificação. Então quem era essa outra pessoa?
“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que
o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus
disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3.1).
A conversa entre a serpente e Eva registrada no capítulo três de
Gênesis revela o duplo fato de que esta pessoa é um inimigo de Deus e
que esta lá no jardim para um propósito maligno. As Escrituras nos dão
a chave pela qual esta astuta, malvada personalidade pode ser
identificada, pois seu nome a identifica:
“E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama
diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado
para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Ap 12.9).
A Escritura Sagrada é uma unidade e a Escritura interpreta a
Escritura. “A serpente” de Gn 3.1 não é outra senão “a antiga serpente,
que se chama diabo e Satanás”, de Ap 12.9 e 20.2.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Satanás, o inimigo declarado de Deus, está lá. Este espírito
apostata é a quarta pessoa no jardim do Éden. E qual é a sua missão?
Ele está lá com um propósito definido, deliberado, diabólico, de tentar
Adão e Eva a fazer justamente o que ele mesmo havia feito: através de
um ato de vontade própria passar para fora do círculo da vontade de
Deus, para destronar Deus pela entronização do eu. Ele está lá para
ganhar recrutas para as suas fileiras rebeldes, ganhar súditos para seu
reino de trevas e morte. Vamos examinar a Palavra de Deus para ver
como Satanás alcançou seu intento.
“Disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda
árvore do jardim?” (Gn 3.1 b).
Uma insinuação sutil está escondida nestas palavras, que foram
planejadas pelo tentador para provocar suspeita sobre a bondade de
Deus. “Deus realmente lhe disse que você não poderia comer de todas
as árvores deste jardim? Não foi o jardim feito para você? Você não
está trabalhando para adorná-lo? Você não tem direito ao seu fruto?”
A resposta de Eva mostrou que a questão insinuante do diabo
tinha tido o efeito desejado. Ela confessou a bondade de Deus em
garantir a eles a liberdade para comer o fruto das árvores do jardim e
admitiu uma única restrição. Ao fazer isso ela omitiu da graciosa
promessa de Deus as palavras “todas” e “livremente” e adicionou à
proibição as palavras “nem a toqueis”, revelando assim uma secreta
condescendência na insinuação da serpente contra a bondade de Deus.
A dúvida sobre a bondade de Deus estava operando em seu coração.
Então Satanás fez uma forte e chocante declaração, uma
completa contradição à Palavra de Deus: “É certo que não morrereis”.
Isto foi imediatamente seguido pelo seu apelo final e fatal:
“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos
abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do
mal” (Gn 3.4-5).
Adão e Eva tinham o direito dado por Deus de escolher e o poder
para escolher a direção de Deus. Eles exercitaram o direito de escolha
e escolheram a Satanás.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável
aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe
do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”
(Gn 3:6).
O
EFEITO DO PECADO SOBRE ADÃO E EVA
No momento da escolha eles saíram do círculo da vontade de Deus
e entraram no campo da vontade própria. Pela sua própria vontade eles
deliberadamente transgrediram um limite divinamente marcado.
Eles ultrapassaram uma limitação divina claramente revelada.
Eles destronaram Deus e entronizaram o eu. Aquele ato, aquela
escolha, aquela decisão, foi pecado. Satanás triunfou, o pecado entrou,
seguiu-se a ruína.
O pecado penetrou na parte mais íntima do ser de Adão, o
espírito, o lugar de encontro entre o homem e Deus. E qual foi o
resultado? Morte. A morte veio pelo pecado em seu duplo aspecto:
o espiritual, a separação do espírito do homem do Espírito de Deus, e
o físico, a separação do espírito e do corpo do homem. Uma partícula
de verdade estava misturada com a mentira da serpente.
“Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que
estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para
si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim
pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus,
o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”
(Gn 3.7, 8).
Seus olhos realmente foram abertos, mas para ver o quê? Sua
própria nudez. Ambos adquiriram conhecimento, mas do quê? De seu
próprio pecado e vergonha. Eles perderam a consciência de Deus e
tiveram seus olhos abertos para ver o mal. O pecado separou o homem
de Deus, e a separação de Deus, que é Vida, é morte.
A morte física era o evidente, ainda que remoto, resultado do
pecado. O julgamento sobre Adão incluiu a maldição da morte física.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
“No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,
pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”
(Gn 3.19).
Desde o dia em que Adão pecou, a semente da morte física estava
em seu corpo, e finalmente seu resultado foi colhido em plenitude.
“Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos;
e morreu” (Gn 5.5).
Deste modo vemos a sentença de morte, tanto espiritual como
física, dada por Deus como resultado do pecado.
O
EFEITO DO PECADO SOBRE A RAÇA HUMANA
Pelo desígnio de Deus, Adão era o cabeça da família humana.
Ele era a semente da raça humana, e todas as gerações vindouras
estavam nele. Adão não era somente um homem, mas era o útero da
humanidade. Como precursor da raça humana, ele também era seu
representante. Portanto, o pecado de Adão não foi somente dele. Toda
a humanidade foi vitalmente afetada por ele. O pecado de Adão
colocou o veneno do pecado na semente humana. O resultado foi a ruína
moral e espiritual da raça humana, coletivamente e individualmente.
Adão foi criado sem pecado, mas por um ato de sua própria vontade ele
se tornou um pecador e, conseqüentemente, também todos os homens.
Adão caiu e, por aquela queda, recebeu uma natureza corrupta.
Então ele teve filhos à sua própria semelhança (Gn 5.3). Eles herdaram
sua natureza pecaminosa, e assim o veneno do pecado passou para toda
a raça humana .
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5:12).
Pela desobediência de Adão todos os homens foram feitos
pecadores, e a sentença de morte repousou sobre todos. A humanidade
herdou uma natureza pecaminosa.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
A deterioração espiritual e a morte tiveram início imediatamente
após a queda de Adão, e o abismo no qual a raça humana logo desceu
está revelado nas seguintes palavras:
“Então, disse o Senhor: O meu Espírito não agirá para sempre no
homem, pois este é carnal ....Viu o Senhor que a maldade do
homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente
mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o
Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no
coração” (Gn 6:3, 5-6).
A deterioração física começou imediatamente depois da queda de
Adão, e a morte e a decadência foram o resultado final. Adão viveu e
morreu. O triste relato do capítulo cinco de Gênesis mostra que a
semente da morte implantada em Adão foi transmitida para sua
posteridade até todo ser humano ter de pagar a taxa da morte.
O
EFEITO DO PECADO NA ORDEM SOCIAL
No jardim do Éden, antes da entrada do tentador, vemos a ordem
social como Deus pretendeu que ela fosse. Adão e Eva estavam vivendo
em perfeita harmonia com Deus. Portanto, havia perfeita harmonia
entre eles.
Mas o pecado entrou no espírito humano e feriu seu
relacionamento com o Espírito Divino. Imediatamente o homem foi
lançado fora da harmonia com Deus, e o resultado foi a impiedade.
O pecado entrou na personalidade humana e reinou sobre todas as
partes dela. Todo o ser do homem foi lançado na confusão e no
conflito.
O homem saiu da harmonia consigo mesmo, e o resultado foi a
maldade.
O pecado entrou no relacionamento humano que Deus tinha
estabelecido entre o homem e a mulher e produziu atrito. Eles foram
lançados fora da harmonia mútua, e o resultado foi a injustiça.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Cada um pecou comendo do fruto proibido, mas ambos não
quiseram levar a culpa. A serpente tentou Eva, porém Adão, de sua
própria e livre vontade, ouviu a voz de sua mulher e desobedeceu ao
mandamento de Deus. Quando foi levado a enfrentar seu pecado, Adão
responsabilizou tanto a Deus como a Eva pela sua maldade. “A mulher
que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12).
O pecado, que havia introduzido a desordem na relação com Deus
e em sua própria personalidade, agora a introduziu no relacionamento
entre pessoas companheiras. Sua sombra escura lançou trevas sobre o
primeiro lar. O pecado dos primeiros pais visitou a primeira criança.
Caim, o filho mais velho, matou seu irmão Abel. O atrito entre os pais
frutificou em assassinato entre irmãos. O desajustamento na ordem
social de Deus que começou no Éden continuou e cresceu rapidamente
em atrito pessoal, familiar, cotidiano, nacional e internacional, e hoje
todo o mundo está em ebulição, uma multidão que se debate em
descontentamento, inveja, ganância, desconfiança, ciúme, ódio e
vingança.
O
EFEITO DO PECADO SOBRE O UNIVERSO MATERIAL
O efeito destrutivo e debilitante do pecado foi sentido no
universo material; a terra foi amaldiçoada para sempre por causa do
pecado de Adão.
“E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e
comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a
terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante
os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e
tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu
pão” (Gn 3.17-19).
Daquele momento em diante o solo seria relativamente estéril, e o
homem não seria mais abençoado pela sua abundância espontânea e
pródiga, mas com o suor de seu rosto haveria de trabalhar
pacientemente e sofrer muito as necessidades da vida.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
O
EFEITO DO PECADO E A PROMESSA DE UM SALVADOR
Enquanto o pecado de Adão trouxe muito sofrimento e tristeza
para ele mesmo e para sua posteridade, quem mais sofreu pelo pecado
foi o próprio Deus. Com a queda do homem, toda a criação ficou sujeita
a Satanás. Cristo sentiu seu aguilhão antes de o homem sentir sua
punhalada. O pecado estabelecido no Éden conduziu Deus a um novo
relacionamento, tanto com o tentador, como com o tentado.
Por causa de Sua santidade de justiça, Deus não poderia deixar o
pecado impune. Quando deu a ordem a respeito de não se comer do
fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, Ele declarou
claramente a pena se o mandamento fosse desobedecido. Ele então se
tornou Juiz ao pronunciar sobre eles a maldição que o pecado mereceu.
A santidade de Deus O levou a se tornar Juiz, mas Seu amor O
constrangeu a ser Redentor. Se a Sua união com a raça humana foi
quebrada pela desobediência do primeiro homem, Ele mandaria um
outro Homem para restabelecê-la pela Sua obediência. Se a raça
humana foi arruinada pelo pecado do primeiro homem, ela poderia ser
redimida pela salvação que o segundo Homem traria. Deste modo, Deus
assumiu um duplo relacionamento com Adão e Eva em seu pecado:
de Juiz e de Redentor. Foi feita a declaração de um julgamento e a
promessa de um Salvador.
As riquezas insondáveis da graça de Deus brilharam ao dar Sua
promessa de um Salvador. “Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar” (Gn 3.15a). Ele predisse para aqueles pecadores banidos da
Sua presença que abriria para eles e para a humanidade um caminho de
acesso a Ele mesmo através do sofrimento de outro. Este outro seria o
seu próprio Filho que seria enviado na plenitude dos tempos: “Porque o
Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19.10).
Deus fez ainda algo maravilhoso por Adão e Eva, porque os amava.
Preparou-lhes roupas adequadas, pois as roupas de folhas de figueira
que eles haviam feito para si, não podiam cobrir a nudez. Isso significa
que o homem não pode ter cobertura por si próprio, salvar-se a si
mesmo.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Assim, “fez o Senhor Deus vestimentas de peles para Adão e sua
mulher, e os vestiu” (Gn 3.21). Um animal inocente foi morto para que o
homem culpado fosse coberto. Era uma figura para mostrar o único
modo pelo qual o pecado poderia ser perdoado. Deus mostrou que só
haveria perdão através do derramamento de sangue.
E por amar tanto o homem, Deus planejou um meio para que o
pecado pudesse ser perdoado: isto se deu através do sacrifício de
nosso Senhor Jesus, que nunca pecou (O Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo). Todo o pecado deve ser castigado, e o castigo para
o pecado é a morte. O Senhor Jesus, o perfeito Filho de Deus, recebeu
este castigo no nosso lugar, morrendo numa cruz.
O
CONFLITO E A SENTENÇA SOBRE SATANÁS
A questão entre Deus e Satanás foi mais séria. Na queda do
homem, Satanás contestou o direito de Deus de posse e domínio sobre
Sua própria criação, pois o pecado lhe deu direito legal sobre ela.
Tal insulto e traição tiveram que ser tratados de acordo com o seu
merecimento. O próprio Deus declarou guerra a Satanás, contra quem
Ele lutará até o fim e por quem não mostrará misericórdia.
Deus profetizou um longo conflito e pronunciou uma sentença eterna:
“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e
o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar” (Gn 3.15).
Este descendente da mulher é o Senhor Jesus Cristo, que seria
enviado ao mundo para morrer por nossos pecados, destruindo o poder
de Satanás sobre nós. A morte do Senhor Jesus na cruz e Sua
ressurreição tiraram o poder de Satanás.
Satanás não tinha poder para manter o Senhor Jesus no sepulcro.
Ele o “feriu”, como Deus dissera, usando homens maus que o mataram.
Mas isto durou pouco tempo. Jesus ressuscitou, está vivo para sempre.
Jesus realmente venceu a Satanás. Na cruz de Cristo “o mundo foi
julgado e o seu prícipe foi expulso ... porque o príncipe deste mundo já
está julgado” (Jo 12.31; 16.11).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Satanás continua a agir na terra, mas na volta de Cristo ele será
preso: “Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo,
Satanás, e prendeu por mil anos ... Quando se completarem os mil
anos, Satanás será solto de sua prisão ... e será lançado para dentro
do lago de fogo... e enxofre e serão atormentados de dia e de noite
pelos séculos dos séculos” (Ap 20.2,7,10).
A
PROMESSA CUMPRIDA
Logo que o homem pecou, Deus imediatamente prometeu mandar o
Salvador. Muito tempo se passou, e Deus foi escrevendo a história,
preparando os detalhes para enviar o Filho, e revelando aos homens
através dos profetas, até que chegou a plenitude dos tempos:
“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que
estavam debaixo de lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”
(Gl. 4:4-5).
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e
de verdade; e vimos a sua glória, como a do unigênito do Pai.”
(Jo. 1:14).
“O qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser
igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos
homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2.6-8).
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e
esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados .... Todavia, foi da vontade do Senhor esmagá-lo,
fazendo-o enfermar; quando ele se puser como oferta pelo
pecado ...” (Is 53.5,10a).
Deus, porém, ressuscitou a Jesus, rompendo os grilhões da morte,
pois a morte não poderia reter o Autor da Vida:
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
“Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno,
varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e
sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos
bem sabeis; a este, que foi entregue pelo determinado conselho
e presciência de Deus, vós matastes, crucificando-o pelas mãos
de iníquos; ao qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da
morte, pois não era possível que fosse retido por ela”
(At 2.22-24).
Depois da ressurreição, Jesus apareceu vivo aos seus discípulos,
com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta
dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus e comeu com
eles. Depois Jesus foi elevado às alturas à vista deles e uma nuvem o
encobriu dos seus olhos:
“Aos quais também, depois de haver padecido, se apresentou
vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de
quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino
de Deus. E, comendo com eles, ordenou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do
Pai a qual de mim ouvistes” (At 1.3-4).
“Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles
olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos”
(At 1.9).
Chegando aos céus, Jesus foi glorificado e exaltado sobremaneira, à destra de Deus, recebendo o nome que está acima de todo o
nome: a Jesus crucificado Deus o fez Senhor e Cristo. Tendo recebido
a promessa do Pai, derramou o Espírito Santo sobre a Sua Igreja,
cumprindo a promessa feita aos seus discípulos que não os deixaria
órfãos, mas que voltaria para eles. A promessa era para eles, seus
filhos e para todos os que estavam ainda longe, isto é, para quantos o
Senhor nosso Deus chamasse:
“Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o
nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se
dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para
glória de Deus Pai” (Fl 2.9-11).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que
fique convosco para sempre, a saber, o Espírito da verdade, o
qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o conhece;
mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em
vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós” (Jo 14.16-18).
“Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos
testemunhas. De sorte que, exaltado pela dextra de Deus, e
tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis” (At 2.32-33).
“Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo
Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo“
(At 2.36).
“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar” (At 2.38-39).
Assim, a Igreja nasceu e continua até hoje, movida pelo Espírito
Santo, pregando o evangelho, fazendo discípulos de todas as nações,
batizando-os e ensinando-os a guardar todas as coisas que Jesus
ensinou, e Ele prometeu que estaria junto conosco até a consumação
dos séculos, quando então Jesus voltará com poder e grande glória,
para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que
creram.
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”
(Mt 28.19-20).
“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as
tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem
sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará
os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe
ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus” (Mt 24.30-31).
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
“Quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus
santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido”
(2Ts 1.10).
BIBLIOGRAFIA:
•
•
Vida em um Plano mais Alto: Ruth Paxson.
De Pais Para Filhos, Segundo o Eterno Propósito de Deus
- Edições Hebrom.
PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO
1 – Depois da criação de todas as coisas vivas, “viu Deus tudo quanto
fizera, e eis que era muito bom”. Mas hoje a morte reina em todo
lugar. Como a morte e o pecado entraram no mundo? (Rm 5.12)
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2 – Qual foi o efeito do pecado sobre Adão e sobre a raça humana?
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3 – Fale sobre o efeito do pecado sobre Deus e a promessa do
Salvador.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
VENDO DO PONTO DE VISTA DE DEUS
Deus quer que olhemos as coisas do seu ponto de vista para que
possamos entender melhor o Seu propósito (Cl 1.13, Ef 2.6).
HISTÓRIA ILUSTRATIVA
Na hora do café da manhã o pai voltou-se para seu pequeno filho e
disse: “Paulinho, hoje haverá uma multidão de pessoas na rua defronte
ao nosso pátio assistindo a um desfile militar. Eu quero que você me
prometa que vai ficar dentro do pátio.”
O pequeno Paulinho respondeu rapidamente: “Sim, papai, eu não
vou sair do pátio, prometo.”
Mas, quando as bandas começaram a tocar e os carros começaram
a descer pela avenida, Paulinho, de repente, entendeu o que ele estava
perdendo. Como ele gostaria de poder ver o que estava passando, mas
havia aquela cerca de tábuas. O seu pai com toda certeza sabia que
aquela cerca de tábuas seria uma proteção contra a multidão enquanto
Paulinho permanecesse no quintal.
Bem, os meninos quando o desejo é muito forte, sempre dão um
jeito. E foi o que aconteceu. Logo Paulinho estava de pé numa caixa
observando a parada através de um pequeno furo numa das tábuas.
O problema era que o pobre Paulinho só podia ver o que estava
exatamente na frente daquele furo. Alguém estava atrapalhando sua
visão e na maior parte das vezes ele só enxergava cabeças.
Então ele ouviu a voz de seu irmão mais velho chamando-o lá de
cima da casa : “Paulinho porque você não sobe aqui em cima comigo:
Daqui você pode ver tudo.”
Paulinho estava tão atento olhando por aquele buraco que nem
tinha observado seu irmão pondo uma escada ao lado da casa.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Quando Paulinho viu a vantagem que seu irmão tinha olhando lá de cima
da casa, pulou rapidamente da sua caixa.
Ele correu até lá e tentou subir a escada mas não conseguiu
alcançar o degrau de baixo. Então seu irmão desceu, e pegou-o com seu
braço forte levando-o até o telhado da casa.
Mas é claro! Aqui estava o melhor lugar para ver todas as coisas!
Ele olhou para baixo vendo a larga avenida cheia de gente por todos os
lados.
“Oh!” ele exclamou. “Agora posso ver todo o desfile! Eu posso ver
o que já passou. Eu posso ver o que está passando na minha frente
agora mesmo, e na parte de cima da rua eu posso ver o que está vindo!
Que beleza daqui de cima tudo se vê agora!”
História ilustrativa traduzida do livro “Vendo o
Propósito de Deus em Tudo” de DeVern Fronke
Isto é exatamente o que Deus tem planejado para cada um de
nós. Ele quer erguer Seus filhos até o seu ponto de vista de onde
podemos ver todas as coisas assim como Ele as vê. Quando mudamos de
nosso pequeno buraco na parede, e sentamo-nos com Ele no “Grande
Telhado da Sua Casa”, de lá nós podemos ver qual tem sido o propósito
de Deus desde o principio até o fim: ver o passado , o presente e o
futuro.
A questão é esta: como conseguimos sentar ao lado Dele? Seria
demais esperar que Deus nos permitisse ver o desfile inteiro da
História e que Ele fosse nos ajudar a entender qual é realmente o Seu
propósito em todas as coisas que Ele faz?
Há muitas pessoas que tem tentado subir até Deus esperando que
Ele lhes permita ver e entender todos os Seus propósitos. Mas nós
todos somos como o pequeno Paulinho. Não temos força e não podemos
subir, por mais que tentemos. Por este motivo Deus enviou seu Filho e
o fez descer por esta escada até o ultimo degrau.
Deus não planejou que o encontrássemos lá no degrau de cima,
embora seja verdade que temos de fazer nossa parte na subida.
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Ensinos básicos para o novo discípulo____________________________
Não, Ele conhece nossas fracas condições e é exatamente por isto que
o Senhor Jesus desceu a esta terra.
Assim, quando nós o encontramos como o Filho de Deus, e o
aceitamos em nossas vidas , somos imediatamente perdoados por todas
as coisas que fizemos contra Deus, e também nascemos para dentro de
Sua família. Deus se toma nosso Pai Celestial e o Senhor Jesus se toma
nosso irmão mais velho. Ele não veio tão somente para morrer na cruz
por nossos pecados e dar-nos um novo nascimento em uma nova família.
Ele também veio para nos erguer até Ele.
Mas, como somos erguidos de nosso lugar lá embaixo até nossa
posição com nosso irmão mais velho lá em cima? Isto pode ser bem
compreendido por esta palavrinha: “Nele”.
Quando Deus olha desde o céu para a cruz do Calvário, Ele vê não
apenas o Senhor Jesus pregado na cruz, mas também nos vê
crucificados “Nele”, isto é, com Ele. É como se tivéssemos sido
embrulhados em Seus braços, pregados ali com Ele na cruz.
Então, quando Cristo foi sepultado na tumba, Deus também nos vê
sepultados “Nele”. E quando ressuscitou da sepultura. Deus também
nos vê ressuscitados “Nele”. E depois que nós ressuscitamos “Nele”, a
Bíblia diz que Jesus Cristo subiu no céu para assentar-se à direita de
Seu Pai. Por isto, quando Ele subiu nós também subimos “Nele”, isto é,
com Ele.
Assim, cada filho de Deus está agora sentado com Cristo Jesus
nos “lugares celestiais” (Ef 2.6).
O que nós podemos ver lá de cima? Bem, sentados no telhado, isto
é, “sentados nos lugares celestiais”, significa que podemos ver todas as
coisas como elas são do ponto de vista de Deus. ALELUIA !!!
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1 - Seguindo a Cristo