INTRODUÇÃO À ARQUITETURA E URBANISMO AULA1 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO A ARQUITETURA E URBANIMO PROF. MÔNICA PERNAMBUCO COSTA • A palavra arquitetura deriva do grego arché, que significa primeiro ou principal e tékton, que quer dizer construção, portanto, refere-se a arte ou técnica de projetar e construir ambientes. Como atividade humana, existe desde que o homem passou a se abrigar das intempéries e a construir ou organizar o ambiente em que vivia . • A arquitetura é o conjunto de normas , princípios, técnicas materiais utilizados pelo arquiteto para criar um espaço arquitetônico. O arquiteto é o profissional legalmente habilitado para o exercício da arquitetura. • Na atualidade, definir o que seja Arquitetura, não é tarefa das mais fáceis, visto que a complexidade e a dinâmica da vida contemporânea, nos obriga a uma constante revisão de conceitos e no agir. Lúcio Costa, reconhecido arquiteto e urbanista brasileiro, em 1940, definiria arquitetura das seguintes maneiras: "Pode-se então definir arquitetura como construção concebida com a intenção de ordenar e organizar plasticamente o espaço, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa." • Para Colin: “A arquitetura é antes de mais nada uma profissão de nível superior, mas é também um produto cultural e uma forma de arte. É uma atividade complexa que compõe-se de várias disciplinas como a matemática, as ciências exatas, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, a história, a filosofia, etc.” • Stroeter acredita que qualquer tentativa de definição de arquitetura, remetera a uma teoria, por exemplo, para Vitruvio ela seria sintetizada pela tríade firmitas/ utilitas/ venustas, ou seja, solidez, utilidade e beleza. Le corbusier acreditava que “a casa é a máquina de morar”, mas também precisava emocionar e ser utilitária. • Frank Lloyd Wrigth dizia que a arquitetura deveria procurara a qualidade das coisas e a experiência com a natureza dos materiais. Ela deveria ser orgânica, ou seja, estar em harmonia com a natureza. Dizia que “economia não quer dizer necessariamente simplicidade”. • Francesco Milizia, arquiteto italiano, em 1871, propunha nove princípios que deveriam ser seguidos na construção, muitos deles vieram compor algumas das correntes do modernismo, como o funcionalismo e o racionalismo: • Unidade e variedade; Decoro; • Tudo deve parecer necessário; As Ordens não são ornamentos e sim esqueletos; O que não tiver papel no edifício ou integrado à arquitetura, não deve ser visto; o que for representado deve estar funcionando; Nada deve ser feito sem que haja, para tanto, boas razões; A arquitetura deve derivar da arquitetura primitiva natural: a cabana; A autoridade do passado jamais inibirá quem estiver seguindo os princípios da razão. • Simetria; • • • • • • • Na Bauhaus 1919, rejeitava-se a especulação estética, as doutrinas e o formalismo. Walter Gropius dizia “recusamo-nos a reconhecer os problemas da forma: só reconhecemos os problemas da edificação. A forma não é o objetivo de nosso trabalho, apenas o resultado. A forma não existe por si só. A forma como objetivo é formalismo, e nós rejeitamos”. • No Movimento Moderno, acreditava-se que a perfeita adequação ao uso conferiria ao edifício qualidades estéticas, portanto, o projeto, deveria ser direcionado para satisfazer uma necessidade, que era sua utilidade prática e social. • O modernismo também corroborava com a idéia de que a arquitetura surgia de um programa, e que este incorporava as variáveis sociais, culturais, econômicas e artísticas de um determinado momento histórico. A teorização proposta na Arquitetura Moderna englobava também toda a arquitetura produzida antes dela, no entanto combatia a cópia de outros momentos históricos no momento contemporâneo. O ARQUITETO E SUA ATUAÇÃO o Arquiteto é um profissional de formação superior, reconhecido pelo Ministério do Trabalho de acordo com a Lei Federal nº 5194/1966 e sua formação é obtida por meio dos cursos de arquitetura e urbanismo, que tem duração de cinco anos. • No curso de arquitetura são abordados temas como história da arte, história da arquitetura e do urbanismo, representação gráfica, informática, resistência dos materiais, construção, planejamento urbano, projeto de edificações, conforto ambiental, paisagismo, conservação e restauro, arquitetura de interiores, entre outras disciplinas. • No Brasil, as primeiras escolas de arquitetura originaramse nos cursos de Belas Artes (Rio de Janeiro) e Engenharia (São Paulo). Atualmente existem mais de 140 escolas e cursos de arquitetura espalhados pelo Brasil. O arquiteto é um profissional multiuso. O QUE FAZ UM ARQUITETO A formação do arquiteto possibilita atuação em várias áreas. Atualmente a Lei 12.378, criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), regulamentando exclusivamente a profissão. Esta legislação determina as atribuições do ARQUITETO E URBANISTA, com as especificações de serviços que podem executar cabendo ao arquiteto as seguintes atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e territorial, e serviços afins e correlatos: • Estudo, • • • • • • planejamento, projeto e especificação. Assistência, assessoria e consultoria. Direção de obra e serviço técnico. Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico. Desempenho de cargo e função técnica. Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica e extensão. Elaboração de orçamento Execução de desenho técnico. • Padronização, mensuração e • • • • • • controle de qualidade. Execução de obra e serviço técnico. Fiscalização de obra e serviço técnico. Produção técnica e especializada. Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção. Execução de instalação, montagem e reparo. Operação e manutenção de equipamento e instalação. O TRABALHO DO ARQUITETO • O trabalho do profissional de arquitetura pode ser iniciado com a escolha do terreno para a implantação do projeto, auxiliando na localização, legislações, aspectos ambientais, topográficos, etc. Antes de iniciar os estudos deverá existir uma etapa de montagem de programa preliminar a ser desenvolvido em conjunto com o cliente. Com a definição do terreno e esses dados e inicia-se a fase do projeto, com as seguintes etapas: • 1. Estudo Preliminar: Estudo do problema para determinação da viabilidade de um programa e do partido a ser adotado. • 2. Anteprojeto ou Projeto Pré Executivo: Solução geral do problema com a definição do partido adotado, da concepção estrutural e das instalações em geral possibilitando clara compreensão da obra a ser executada. • 3. Projeto Legal: Desenhos e textos exigidos por leis, decretos, portarias ou normas e relativos aos diversos órgãos públicos ou concessionárias, os quais o projeto legal deve ser submetido para análise e aprovação. • 4. Projeto Básico (opcional): Solução intermediária do Projeto Executivo Final, que contém representações e informações técnicas da edificação que possibilitem uma avaliação de custo, já compatibilizadas com os projetos das demais atividades projetuais complementares. • Projeto Executivo Final: Solução definitiva do Anteprojeto, representada em plantas, cortes, elevações especificações e memoriais de todos os pormenores de que se constitui a obra a ser executada: determinação da distribuição dos elementos do sistema estrutural e dos pontos de distribuição das redes hidráulicas, sanitárias, telefônicas, ar condicionado, elevadores e de informática. • O arquiteto também pode acompanhar a execução da obra através de várias maneiras: desde simplesmente como fiscalizador da execução, até ser responsável por todas etapas da execução, desde a compra do material, até a finalização da obra. O arquiteto também pode ser contratado para uma etapa seguinte à obra executada, que é o de desenvolvimento do projeto de arquitetura de interiores, que, nas mesmas fases anteriores, aborda todo tratamento e mobiliário do interior da edificação.