III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG do campus Bambuí III Jornada Cientifica 19 a 23 de outubro de 2010 Rendimento de forragem e valor nutritivo do capim-marandu em sistema silvipastoril1 Plínio de Oliveira FASSIO2; Ricardo Monteiro CORRÊA3; Neimar de Freitas DUARTE3; Dawson José Guimarães de FARIA4 1 Projeto de pasquisa com apoio da Fapemig Aluno do curso de Zootecnia. Bolsista de Iniciação Científica do IFMG campus Bambuí. 3 Prof. Dr. IFMG-BAMBUÍ 4 Prof. Dr. IFTM - Uberaba 2 RESUMO O Sistema silvipastoril vem cada vez mais despertando interesse dos produtores rurais como forma de diversificar a produção e aproveitar os benefícios oferecidos pela sombra das árvores aos animais. Para a implantação das forrageiras em ambientes sombreados deve-se levar em consideração a sua adaptabilidade aos efeitos das sombras das árvores. Objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de três níveis de sombreamento sobre a produção de forragem e o valor nutritivo do capim-marandu. Foi utilizado um delineamento experimental em blocos casualizados, onde a combinação dos níveis de cada fator seguiu um esquema 2x2+1 com seis repetições, totalizando 30 unidades experimentais. Foram utilizados dois espaçamentos (3x2m e 3x1m) e a presença ou não do capim-marandu (consórcio), além da Brachiaria brizantha cv Marandu a pleno sol. O ensaio foi instalado em maio de 2009 com o plantio do cedro australiano (Toona ciliata). Nesta etapa do trabalho foi implantado o capim-marandu visando obter um sistema silvipastoril. A Brachiaria brizantha cv Marandu está em fase inicial de germinação devido a baixa precipitação pluviométrica neste período (transição chuva/seca). Assim, ainda não foi possível realizar as avaliações de crescimento inicial. Estas avaliações serão realizadas nos meses de novembro e dezembro do ano de 2010, com a chegada da primavera/verão. Houve germinação inicial da Brachiaria brizantha cv Marandu nos primeiros 30 dias pós-plantio nos 2 espaçamentos testados. Palavras-Chave: Consórcio, forrageira, sombreamento, Toona ciliata var. australis INTRODUÇÃO plí[email protected] III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG do campus Bambuí III Jornada Cientifica 19 a 23 de outubro de 2010 Sistema silvipastoril, que consiste no aproveitamento de árvores, pastagem e animais na mesma área, vem cada vez mais despertando o interesse dos produtores rurais como forma de diversificar a produção e aproveitar os benefícios oferecidos pela sombra das árvores aos animais. Para a implantação das forrageiras em ambientes sombreados deve-se levar em consideração a sua adaptabilidade aos efeitos das sombras das árvores. Oliveira et al. (2007) citam que um requisito fundamental para o sucesso desse sistema é a escolha das espécies e que as forrageiras devem ser produtivas, tolerantes ao sombreamento, e adaptadas as condições edafoclimáticas do local. Em sistemas silvipastoris existe uma grande variabilidade de genótipos à níveis de sombreamento impostos pelas árvores, tanto em termos de rendimento quanto do valor nutritivo da forragem (BARRO et al., 2008). Martuscello et al (2009) relataram que a produtividade do capim-brachiaria aumenta aos 50% de sombreamento, o que indica que essa planta é resistente à sombra. Além disso, Castro et al. (2009) constataram maiores teores de PB por hectare em B. decumbens em comparação com aquelas obtidas em condições de pleno sol. Assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de três níveis de sombreamento sobre a produção de forragem e o valor nutritivo do capim-marandu. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais campus Bambuí. O estudo foi desenvolvido em um sistema silvipastoril com a espécie arbórea cedro australiano (Toona ciliata var. australis). Foi utilizado um delineamento experimental em blocos casualizados, onde a combinação dos níveis de cada fator seguiu um esquema 2x2+1 com seis repetições, totalizando 30 unidades experimentais. Os espaçamentos utilizados foram 3x2m e 3x1m com a presença ou não do capim-marandu (consórcio), além da Brachiaria brizantha cv Marandu a pleno sol. A forrageira foi semeada entre as linhas de cedro australiano e fora dos sub-bosques (a pleno sol) quando este se encontrava com 260 dias pós-plantio (Abril de 2010). O preparo da área para o semeio do capim-marandu foi realizada com uma enxada rotativa, uma vez que a utilização dos implementos convencionais não foi possível, devido ao fato destes não serem III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG do campus Bambuí III Jornada Cientifica 19 a 23 de outubro de 2010 compatíveis com os espaçamentos adotados. As sementes do capim-marandu foram semeadas à lanço e incorporadas com rastelo. Utilizou-se 6 kg de semente por hectare com valor cultural de 50 % (VC). Para a adubação de implantação utilizou-se 100 kg/ha de P2O5 e 20 kg/ha de K2O. Até o presente momento os tratamentos com consórcio e sem consórcio com Brachiaria brizantha cv Marandu não foram possíveis de serem realizados devido ao período de escassez de chuva após a implantação do capim-marandu. As avaliações serão feitas através de cortes para determinar o rendimento da forragem e o seu valor nutritivo. Para essa determinação será usado um quadrado de 0,50 cm de lado lançado ao acaso duas vezes nos sub-bosques e a pleno sol, por unidade experimental. Após cada lançamento o material contido no quadrado será cortado ao nível do solo para pesagem e cálculo do rendimento de forragem e determinação do valor nutritivo em estufa de circulação forçada de ar, a 60° C por 72 horas. Os dados serão submetidos à analise de variância através do programa estatístico Sisvar versão 4.3, utilizando para comparação de média o Teste de Tuckey, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O experimento ainda encontra-se em andamento. Neste segundo ano do projeto objetivou-se implantar a forragem para que no terceiro ano seja estudado o efeito dos animais no sistema de consórcio. As avaliações de crescimento da forragem e consórcio das espécies ainda não foram possíveis de analisar devido ao período de dormência que as sementes tiveram no inverno (Figura 1). Figura 1: Inicio da germinação das sementes do capim-marandu nos espaçamentos 3x1m (A) e 3x2m (B). Foto: Plínio de Oliveira Fassio (arquivo pessoal). III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG do campus Bambuí III Jornada Cientifica 19 a 23 de outubro de 2010 Inicialmente pode-se observar que as sementes de braquiária, mesmo com pouca água disponível no solo começaram a germinar cobrindo o solo parcialmente. Espera-se que com o início do período chuvoso (outubro) ocorra a cobertura do solo e possa ser avaliado a interação do cedro com a forrageira. Foi observado visualmente que o capim-marandu tendeu a germinar mais quando implantado a pleno sol em relação ao sub-bosque. Ainda sim, a germinação foi melhor no espaçamento 3x1m do que no espaçamento 3x2 m. CONCLUSÕES Houve germinação inicial da Brachiaria brizantha cv Marandu nos primeiros 30 dias pós-plantio nos 2 espaçamentos testados. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Instituto Federal Minas Gerais campus Bambuí e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) pela concessão da bolsa de iniciação científica ao primeiro autor. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRO, R. S.; SAIBRO, J. C.; MEDEIROS, R. B.; SILVA, J. L. S.; VARELLA, A. C.; BRAMBILLA, D. Rendimento total e estacional de gramíneas forrageiras perenes estivais cultivadas em sub-bosques de Pinus elliottii em duas densidades arbóreas e ao pleno sol. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 45, 2008, Lavras. Anais...Lavras: SBZ, 2008. (CD ROM). CASTRO, C. R. T.; PACIULLO, D. S. C.; GOMIDE, C. A. M.; MÜLLER, M. D.; NASCIMENTO JR, E. R. Características agronômicas, massa de forragem e valor nutritivode Brachiaria decumbens em um sistema silvipastoril. Pesquisa Florestal Brasileira, Colombo, n.60, p.19-25, dez. 2009. Edição Especial OLIVEIRA, T. K.; MACEDO, R. L. G.; SANTOS, I. P. A.; HIGASHIKAWA, E. M. VENTURINI, N. Produtividade de Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu sob diferentes arranjos estruturais de sistema agrossilvipastoril com eucalipto. Ciênc. agrotec., Lavras, v.31, n.3, p. 748-757, maio/jun., 2007. III Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG do campus Bambuí III Jornada Cientifica 19 a 23 de outubro de 2010 MARTUSCELLO, J. A et al. Produção de gramíneas do gênero Brachiaria sob níveis de sombreamento. Revista Brasileira de Zootecnia. vol.38, n.7. Viçosa. 2009.