A representação materna no discurso cinematográfico: a relação da mãe e seu filho “marginal-delinquente” Autor: Marcelo Francisco (IC-voluntária). Orientadora: Lennita Oliveira Ruggi. Introdução: o principiar da presente pesquisa foi tecida em meio aos debates do grupo “Olhares sobre a escola: a educação no discurso de entretenimento”. Nessa construção de um olhar crítico acerca da representação cinematográfica, as obras “O contador de histórias”(2009), de Luiz Villaça, e “Última parada 174”, de Bruno Barreto; são o corpus empírico da pesquisa. Tem-se o objetivo de debater a figuração materna e o signo do “delinquente” no entrelaçar da produção de sentido da linguagem cinematográfica. Método: tendo como recorte metodológico a representação cinematográfica da figura maternal e sua relação com seu “filho-delinquente”. Foi realizado uma descrição densa das significações contidas no discurso da narrativa fílmica. Principalmente o que tange ao imaginário da figura maternal e os elementos que (re)produzem o signo do delinquente. Nessa confecção teórica, a literatura cientifica foi operacionalizada a fim de trazer elementos críticos na reflexão das obras cinematográficas em questão. Filmografia: O CONTADOR DE HISTÓRIAS. Direção de Luiz Villaça. Brasil. 2009. Arquivo digital. 110 min. Áudio em Português. Colorido. ÚLTIMA PARADA 174. Direção de Bruno Barreto. Brasil. 2008. Arquivo digital. 108 min. Áudio em Português. Colorido. Discussão: a partir da análise da representação imagética da figura materna e sua relação com o “filho-delinquente” é possível observar o peso atribuído a potencialidade de interferência dessa mãe (de sangue, adotiva e/ou figurada) na trajetória do filho. Tanto no imaginário do amor de mãe que resgata o filho em situação de delinquência como no principiar de uma trajetória de criminalidade deste. Aqui, o cinema mobiliza uma linguagem essencialista que, em geral, expressa uma “natureza” afetiva/emocional para a mulher (a mãe) e um comportamento mais agressivo/racional aos homens. Nesse interim, cria-se a figuração estética do delinquente: homem, negro, jovem, morador de periferia e/ou de rua. (Re)construindo de forma simbólica a realidade social. O contador de histórias (2009) Última parada 174 (2008) Considerações finais: a representação estereotipada do “delinquente”, a qual se associa marginalidade social a criminalidade, pode contribuir para (re)produzir a fala do crime e propiciar segregação e preconceito étnico/racial. Dentro desse panorama, as produções midiáticas construídas a partir da chave pobreza-violência proporcionaria elementos que criminalizam a juventude negra, pobre e moradora de periferia.