DESENVOLVIMENTO DE UM VERTEDOR PARA AULAS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS Eduardo S, Prado 1,Pedro M.M. Silva1, Marcio Caroquer1,Jefferson R. Oliveira1, Juliano,S. Sampaio1, José Carlos Ferreira2 [email protected] 1,2 Faculdade de Tecnologia de Sorocaba - Centro Paula Souza 1. Introdução Vertedor é um dispositivo utilizado para medidas de vazão em canais de escoamentos abertos pequenos córregos e em barragens. As equações de estimativas de vazão do vertedor precisam de um coeficiente de descarga Cd, que deve ser determinado experimentalmente. Uma dificuldade encontrada na construção de vertedor retangular é a altura da soleira relativa a altura do canal, visto que um vertedor fica sujeito a assoreamento do fundo do canal [3] e em caso de grandes vazões a água, sai fora do canal, produzindo erros e inviabilizando as medidas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e calibrar um vertedor retangular de soleira delgada, para estudos em aulas de mecânica dos fluidos. As principais inovações foram; o novo sistema de vedação do vertedor junto às paredes do canal e o rebaixamento da soleira em relação à altura do canal para evitar extravasamento da água fora do canal. Tabela 2. Estimativas das vazões com as sete equações. (1) Q = 2/3 Cd 2 g (L – 0,1nH) H1,5 (1) Onde, Q é a vazão conhecida, Cd é o coeficiente de descarga a ser determinado, L a largura da soleira, H a carga hidráulica acima da crista do vertedor e n=2 contrações. Para validar o valor médio do Cd obtido, foram calculadas as vazões e comparadas com os resultados obtidos em 7 equações diferentes conhecidas na literatura pertinente [1], [2],[3] e[4]. 3. Análise dos Resultados A tabela 1 mostra os valores estimados para Cd em 10 valores de carga hidráulica (H) e os cálculos das vazões com as 7 equações estão apresentados na tabela 2. A equação (1) foi usada na calibração! Tabela 1. Coeficientes Cd estimados para 10 valores de H. 0.928 0,918 0.914 0.893 0.771 0,921 0,915 0.906 0.822 0759 Bazin Francis Francis2 USA Rehboch 16,5 15,9 15,5 11,8 15,4 15,6 16,7 14,8 14,6 13,6 10,5 13,4 12,7 13,7 13,7 12,8 12,5 9,8 12,3 11,7 12,7 11,6 10,6 10,1 8,3 10,2 9,7 10,8 9,9 8,9 8,7 7,1 8,5 8,1 9,2 8,8 7,8 7.7 6,3 7,4 7,1 8,2 7,7 6,7 6.7 5,5 6,4 6,1 7,2 6,4 5,5 5,5 4,6 5,2 5,0 6,1 5,8 4,9 4,9 4.1 4.6 4.5 5,5 4,9 4,2 4,2 3.5 3.9 3,8 4,2 O gráfico abaixo mostra o comportamento do Cd em função da carga hidráulica H em metros. Variação do Cd em função da carga hidráulica H 0,95 2. Material e Métodos 0,9 0,85 Cd O vertedor foi desenvolvido com chapa de latão de 6 mm de espessura e a soleira com 160 mm de largura ficou com 168 mm de altura em relação ao fundo do canal [2]. A base do vertedor foi soldada com oxiacetileno, recebendo um furo de 8 mm, para a fixação ao fundo do anal, por meio de parafuso de latão. Devido a soleira ser mais estreita que o canal, o vertedor foi definido como contraído. Os ensaios foram realizados no módulo experimental da Fatec-So, sendo realizados 3 ensaios de calibração, com 10 aberturas do registro principal. A vazão média em cada abertura do registro foi calculada para cada carga hidráulica conforme recomendado em [1], [2] e [4]. A equação utilizada para a calibração do vertedor foi: Suiça 0,8 0,75 0,7 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,12 0,13 0,14 H(m) Figura 1. Comportamento do Cd em função de H. 4. Conclusão Os resultados mostraram que para valores abaixo da velocidade de 1,85 m/s e da carga hidráulica de 0,08m, o coeficiente Cd variou significativamente. Acima desses valores, o valor médio do Cd ficou em torno de 0,875, com desvio padrão de 0,12 e coeficiente de variação de 0,14%. Para valores acima de 0,08m o desvio padrão é 0,02, o que recomenda usar o Cd médio para valores de H acima de 0,08m. 5. Referências [1]A. Mattos; S. M. Villela - Hidrologia Aplicada, Editora McGraw-Hill do Brasil, 245p., 1979. [2] F.A.A. Bastos - Problemas de Mecânica dos Fluídos, Editora Guanabara Koogan, 483p, 1983. [3]G. J. Delmée - Manual de Medição de Vazão, 2a Edição, Editora Edgard Blücher Ltda, 476p. 1995. [4]R. V. Giles - Mecânica dos Fluidos e Hidráulica, Editora McGraw-Hill do Brasil Ltda, 40lp., 1975. ___________________ 1 Alunos regulares de graduação e 2Prof. Dr. do Curso de Projetos de Fabricação Mecânica da FATEC-SO.