Estatísticas Fiscais Regionalizadas O Banco Central apura e publica, desde 1991, as necessidades de financiamento e a dívida líquida do setor público, com o objetivo de subsidiar a formulação e a execução da política econômica e contribuir para a transparência das contas fiscais do país. Em prosseguimento às ações de aperfeiçoamento de suas estatísticas econômicas e visando atender a crescente demanda por indicadores subnacionais, o Banco Central passará a publicar, a partir desta edição do Boletim Regional, a dívida pública líquida e as necessidades de financiamento por regiões e unidades da Federação, estas em conjunto com os seus principais municípios. Essa nova ação da instituição será disponibilizada, inicialmente, neste boxe, onde, além de serem discutidas as principais características das estatísticas mencionadas, são avaliados os desempenhos fiscais das cinco regiões do país no último ano. A publicação de estatísticas fiscais regionalizadas é resultado de projeto que vem sendo desenvolvido pelo Banco Central, visando a sistematização e apuração rotineira de dados da dívida pública líquida e das necessidades de financiamento. Nessa etapa, serão publicadas estatísticas que agregam, por estado, dados dos mesmos em conjunto com parte de seus respectivos municípios1. O projeto do Banco Central inclui também o desenvolvimento de trabalho conjunto com os governos regionais, visando a disseminação da metodologia de apuração fiscal realizada pela instituição, baseada na variação de ativos e passivos 1/ Foram selecionados 396 municípios, de acordo com sua representatividade econômica em cada estado. A lista desses municípios, por estado, encontra-se no Anexo 1. Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 107 do setor público. Os dados de necessidades de financiamento regionais complementarão as informações de resultado fiscal apuradas no âmbito dos governos locais, obtidas pela ótica de receitas e despesas. Dessa forma, espera-se também que os indicadores disponibilizados neste boxe possam contribuir para o gerenciamento interno dos governos regionais, facilitando a programação orçamentária e financeira e o planejamento de longo prazo das finanças públicas. Os indicadores fiscais apurados pelo Banco Central consideram a ótica do financiamento, metodologia denominada “abaixo da linha”, tendo em vista os objetivos de política monetária, que tornam mais relevantes as informações sobre financiamento e sustentabilidade do endividamento público. Adicionalmente, ressalte-se a situação privilegiada da instituição para compilar estoques e fluxos dos ativos e passivos financeiros do setor público, haja vista que centraliza as informações das principais fontes de financiamento: i) contabilidade das instituições financeiras; II) sistemas de liquidação e custódia de títulos públicos; e III) registros do balanço de pagamentos. Esses indicadores, por serem originários do credor (devedor) do setor público, agregam certamente transparência às estatísticas do país. As estatísticas sobre endividamento publicadas neste boxe dão ênfase à dívida bancária, dívida externa, haveres financeiros líquidos e dívidas renegociadas com a União, que compõem a maior parte do endividamento regional. As necessidades de financiamento são calculadas em seus conceitos nominal, primário e de juros nominais apropriados sobre a dívida líquida. Nessa fase inicial, os indicadores fiscais serão apurados por quadrimestre, periodicidade a ser alterada, no decorrer da implantação das diversas etapas do projeto, para bases trimestrais ou mensais. Ainda, como mencionado anteriormente, os dados relativos às unidades da Federação estão agregados aos principais municípios dessas unidades. O objetivo final é divulgar, de forma segregada, as informações de cada unidade da Federação e dos principais municípios. 108 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009 Região Norte O superávit primário consolidado dos estados e municípios da região Norte somou R$1,1 bilhão em 2008, favorecido pelos aumentos anuais assinalados na arrecadação do ICMS, 16,1%, e nas transferências constitucionais, 21,4%. Registraram-se resultados positivos em todas as unidades federativas da região, com ênfase nos relativos ao Pará, R$365 milhões; Amazonas, R$333 milhões; e Acre, R$180 milhões. Tabela 1 – Dívida líquida e necessidades de financiamento dos estados e municípios da região Norte1/ Governos estadual e municipais, por UF R$ milhões Região Norte 2/ Fluxos acumulados no ano Dívida 2007 Dez Primário Acre Dívida Juros Nominal 3/ Outros 4/ 2008 Dez 501 -180 68 -112 20 410 Amazonas 2 408 -333 48 -286 158 2 281 Amapá - 123 -40 3 -37 1 - 159 874 -365 175 -189 128 813 1 010 -41 224 184 9 1 203 243 -25 44 19 3 265 Pará Rondônia Roraima Tocantis 133 -131 9 -123 140 150 Total (A) 5 047 -1 115 572 -543 458 4 963 373 000 -30 884 64 023 33 139 6 000 412 139 1,4 -3,4 0,9 1,8 7,6 1,2 5/ Brasil (B) (A/B) (%) 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimentos de dívidas e privatizações. 5/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 2 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Norte1/ Composição R$ milhões Região Norte 2007 2008 Dez Abr Ago Dez Dívida bancária 1 044 1 092 1 219 1 344 Renegociação (Lei nº 8.727/1993) 1 519 1 241 1 195 1 142 3 082 3 166 3 332 3 341 864 860 919 1 378 Renegociação (Lei nº 9.496/1997 ou MP nº 2.185/2001) Dívida externa Outras dívidas junto à União Dívida reestruturada Disponibilidades líquidas Total (A) 2/ Brasil (B) (A/B) (%) 5 5 4 3 396 361 148 473 -1 863 -2 872 -3 762 -2 717 5 047 3 854 3 054 4 963 373 000 381 323 398 466 412 139 1,4 1,0 0,8 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Refere-se à soma de todas as regiões. 1,2 Os juros nominais apropriados por competência totalizaram R$572 milhões no ano, menor patamar entre as regiões do país, refletindo a reduzida participação, de 1,2% em dezembro, da dívida líquida do Norte no total apurado para o segmento de governos regionais. O superávit nominal consolidado, que abrange o resultado primário e os juros nominais, atingiu R$543 milhões. A dívida líquida da região Norte recuou 1,7% em 2008, situando-se em R$5 bilhões ao final do ano, ressaltando-se as reduções assinaladas no Acre, 18,3%, e no Pará, 7%. O superávit primário contribuiu com R$1,1 bilhão para o resultado anual, enquanto, em sentido inverso, os juros nominais e o ajuste decorrente da variação cambial proporcionaram impactos Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 109 Tabela 3 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Norte1/ Governos estadual e municipais, por UF % Região Norte Participação em 2007 Região Acre Amazonas Amapá Pará Rondônia Roraima Tocantis Total 9,9 47,7 -2,4 17,3 20,0 4,8 2,6 100,0 Brasil 0,1 0,6 0,0 0,2 0,3 0,1 0,0 1,4 Participação em 2008 Região Brasil 8,3 46,0 -3,2 16,4 24,2 5,3 3,0 100,0 0,1 0,6 0,0 0,2 0,3 0,1 0,0 1,2 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 110 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009 respectivos de R$572 milhões e R$458 milhões. Em termos de composição da dívida líquida, as dívidas renegociadas/reestruturadas pela União representaram 99,9% do endividamento líquido ao final de 2008, enquanto as dívidas bancária e externa responderam por 27,1% e 27,8%, respectivamente. Região Nordeste O superávit primário da região totalizou R$6,3 bilhões em 2008, representando 20,3% do resultado global do segmento de governos regionais. Esse resultado, que traduziu as expansões observadas na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), 14,8%, e nas transferências constitucionais, 23,4%, refletiu, em grande parte, os superávits registrados na Bahia, R$1,6 bilhão; Pernambuco, R$1,2 bilhão; e Ceará, R$1,1 bilhão. 1/ Tabela 4 – Dívida líquida e necessidades de financiamento dos estados e municípios da região Nordeste Governos estadual e municipais, por UF R$ milhões Região Nordeste 2/ Fluxos acumulados no ano Dívida 2007 Dez Primário Dívida Juros Nominal 3/ Outros 4/ 2008 Dez Alagoas 5 179 -552 691 140 21 5 339 Bahia 9 884 -1610 1359 -251 585 10 218 Ceará 1 202 -1066 226 -840 436 797 Maranhão 4 024 -762 168 -595 168 3 597 Paraíba 1 639 -291 -20 -311 90 1 417 Pernambuco 3 390 -1223 451 -773 184 2 801 Piauí 1 590 -342 243 -99 64 1 556 Rio Grande do Norte 527 -139 64 -74 35 487 Sergipe 871 -285 121 -163 21 729 28 307 -6 270 3 303 -2967 1603 26 943 373 000 -30 884 64 023 33 139 6 000 412 139 7,6 20,3 5,2 -9,0 26,7 6,5 Total (A) 5/ Brasil (B) (A/B) (%) 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimentos de dívidas e privatizações. 5/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 5 – Dívida líquida dos estados e municípios 1/ da região Nordeste Composição R$ milhões Região Nordeste 2007 2008 Dez Abr Ago Dez Dívida bancária 2 206 2 214 2 209 2 641 Renegociação (Lei nº 8.727/1993) 9 086 7 847 7 657 7 396 18 270 18 595 19 341 19 177 3502 3218 3079 4 360 186 165 131 95 1599 1428 1016 1753 Renegociação (Lei nº 9.496/1997 ou MP nº 2.185/2001) Dívida externa Outras dívidas junto à União Dívida reestruturada Disponibilidades líquidas -6 541 -7 134 -7 976 -8 479 Total (A) 28 307 26 335 25 458 26 943 Brasil2/ (B) 373 000 381 323 398 466 412 139 (A/B) (%) 7,6 6,9 6,4 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Refere-se à soma de todas as regiões. 6,5 Os juros nominais apropriados totalizaram R$3,3 bilhões em 2008, com ênfase no resultado associado à Bahia, R$1,4 bilhão, que detinha, ao final do ano, 37,9% do endividamento líquido da região. O superávit nominal da região Nordeste atingiu R$3 bilhões, reflexo de resultados positivos em todos os estados da região, excetuando-se Alagoas, com destaque para o relativo ao Ceará, que representou de 28,3% do superávit da região. A dívida líquida no Nordeste totalizou R$26,9 bilhões em dezembro de 2008, ante R$28,3 bilhões ao final de 2007. Essa redução traduziu o impacto do superávit primário, mais intenso do que a apropriação de juros nominais, R$3,3 bilhões, e o ajuste cambial, R$1,6 bilhão. Em relação à composição do endividamento Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 111 Tabela 6 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Nordeste1/ Governos estadual e municipais, por UF % Região Nordeste Participação em 2007 Participação em 2008 Região Região Brasil Brasil Alagoas 18,3 1,4 19,8 1,3 Bahia 34,9 2,6 37,9 2,5 Ceará Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí 4,2 0,3 3,0 0,2 14,2 1,1 13,4 0,9 0,3 5,8 0,4 5,3 12,0 0,9 10,4 0,7 5,6 0,4 5,8 0,4 Rio Grande do Norte 1,9 0,1 1,8 0,1 Sergipe 3,1 0,2 2,7 0,2 100,0 7,6 100,0 6,5 Total 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 112 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009 líquido, as dívidas de renegociação/reestruturadas representaram 105,1% do total, a dívida externa, 16,2%, e a dívida bancária, 9,8%. Ressalte-se que apenas na região Nordeste e na região Norte observaram-se reduções da dívida líquida. Região Centro-Oeste Os estados e municípios da região Centro-Oeste registraram superávit primário de R$2,1 bilhões em 2008, com ênfase nos resultados relativos a Mato Grosso do Sul, R$885 milhões e Goiás, R$759 milhões. Contribuíram para esse desempenho os crescimentos anuais assinalados na arrecadação do ICMS, 21%, e nas transferências constitucionais, 26,3%. 1/ Tabela 7 – Dívida líquida e necessidades de financiamento dos estados e municípios da região Centro-Oeste Governos estadual e municipais, por UF R$ milhões Região Centro-Oeste Fluxos acumulados no ano Dívida 2007 Dez Goiás Primário Dívida Juros Nominal 3/ Outros 4/ 2/ 2008 Dez 10 245 -759 1 356 597 134 Mato Grosso do Sul 5 065 -885 718 -167 138 5 036 Mato Grosso 4 308 -500 595 94 115 4 517 Total (A) 5/ Brasil (B) 10 976 19 617 -2 144 2 669 525 388 20 530 373 000 -30 884 64 023 33 139 6 000 412 139 5,3 6,9 4,2 1,6 6,5 5,0 (A/B) (%) 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimentos de dívidas e privatizações. 5/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 8 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Centro-Oeste1/ Composição R$ milhões Região Centro-Oeste 2007 2008 Dez Dívida bancária Renegociação (Lei nº 8.727/1993) Abr Ago Dez 82 99 112 137 10 568 10 398 10 406 10 323 9 972 10 376 11 062 11 226 295 Os juros nominais apropriados sobre a dívida dos estados e municípios da região totalizaram R$2,7 bilhões em 2008. Como em outras regiões, esse resultado refletiu, em especial, a variação anual do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), utilizado para reajustar a maior parte das dívidas de renegociação/reestruturadas existentes2. Renegociação (Lei nº 9.496/1997 ou MP nº 2.185/2001) Dívida externa 223 206 204 Outras dívidas junto à União 147 138 105 68 Dívida reestruturada 963 876 798 1112 Disponibilidades líquidas Total (A) Brasil2/ (B) -2338 -1574 -1471 -2631 19 617 20 518 21 216 20 530 373 000 381 323 398 466 412 139 (A/B) (%) 5,3 5,4 5,3 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Refere-se à soma de todas as regiões. Os governos locais no Centro-Oeste apresentaram déficit nominal de R$525 milhões em 2008, com destaque para os resultados negativos registrados em Goiás, R$597 milhões, e Mato Grosso, R$94 milhões, contrastando com o superávit de R$167 milhões assinalado no Mato Grosso do Sul. 5,0 A dívida líquida dos estados e municípios do Centro-Oeste atingiu R$20,5 bilhões em 2008. O crescimento de 4,6% observado em relação ao ano anterior refletiu os impactos associados ao superávit primário, R$2,1 bilhões, contrabalançado 2/ Dívidas referentes às Leis n° 8.727/1993 e n° 9.496/1997, e à MP n° 2.185/2001. Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 113 Tabela 9 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Centro-Oeste1/ Governos estadual e municipais, por UF % Região Centro-Oeste Participação em 2007 Região Goiás 52,2 Brasil Participação em 2008 Região 2,7 Brasil 53,5 2,7 Mato Grosso do Sul 25,8 1,4 24,5 1,2 Mato Grosso 22,0 1,2 22,0 1,1 100,0 5,3 100,0 5,0 Total 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 114 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009 pela apropriação dos juros nominais, R$2,7 bilhões, e pelo ajuste cambial, R$388 milhões. Em relação à composição do endividamento líquido total, ao final de 2008, destaque-se a participação de 110,4% relativa às dívidas decorrentes de renegociação/ reestruturadas. Região Sudeste Os estados e municípios da região Sudeste apresentaram superávit primário de R$17,7 bilhões em 2008, correspondendo a 57,4% do superávit global do segmento dos governos regionais. Registraram-se resultados positivos em todos os estados, ressaltando-se os referentes a São Paulo, R$10,1 bilhões, equivalente a 57% do total da região; Rio de Janeiro, R$3,7 bilhões; e Minas Gerais, R$3 bilhões. A elevação de 19,5% na arrecadação do ICMS e o aumento de 25% nas transferências constitucionais mostraram-se determinantes para esses resultados. 1/ Tabela 10 – Dívida líquida e necessidades de financiamento dos estados e municípios da região Sudeste Governos estadual e municipais, por UF R$ milhões Região Sudeste Fluxos acumulados no ano Dívida 2007 Dez Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo Primário Dívida Juros Nominal 3/ Outros 4/ 2/ 2008 Dez -380 -938 166 -772 95 -1 057 43 207 -2 995 8 616 5 621 364 49 192 48 657 -3 688 8 503 4 815 739 54 211 178 803 -10 094 30 819 20 725 1 053 200 582 Total (A) 270 288 -17 715 48 105 30 389 2 251 302 928 Brasil5/ (B) 373 000 -30 884 64 023 33 139 6 000 412 139 72,5 -53,5 75,1 -98,4 37,5 73,5 (A/B) (%) 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimentos de dívidas e privatizações. 5/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 11 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Sudeste1/ Composição R$ milhões Região Sudeste 2007 Dez 2008 Abr Ago Dez Dívida bancária 3 744 4 005 4 066 4 581 Renegociação (Lei nº 8.727/1993) 4 803 4 234 4 088 3 922 Renegociação (Lei nº 9.496/1997 ou MP nº 2.185/2001) 249 780 259 994 277 876 281 975 Dívida externa Outras dívidas junto à União Dívida reestruturada 4 980 4 855 4 921 7 629 18 150 17 743 18 217 18 515 1528 1347 1 841 1683 Disponibilidades líquidas -12853 -12136 -13830 -15535 Total (A) 270 288 280 222 296 684 302 928 Brasil2/ (B) 373 000 381 323 398 466 412 139 (A/B) (%) 72,5 73,5 74,5 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Refere-se à soma de todas as regiões. 73,5 Os juros nominais apropriados somaram R$48,1 bilhões em 2008, dos quais 64,1% de responsabilidade dos governos estadual e municipais de São Paulo. A exemplo do observado nas outras regiões do país, a variação anual de 9,1% registrada pelo IGP-DI, indicador utilizado para reajustar as dívidas de renegociação – componente que representou 94,4% da dívida líquida total da região em 2008 –, foi decisiva para a trajetória dos juros nominais no ano. Por outro lado, a se confirmarem as atuais expectativas de analistas contidas no relatório Focus, esse fator contribuirá para conter as despesas com juros das entidades subnacionais em 2009. As necessidades totais de financiamento dos governos estaduais e municipais do Sudeste totalizaram R$30,4 bilhões, equivalente a 91,7% do déficit nominal apurado no segmento de governos Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 115 Tabela 12 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Sudeste1/ Governos estadual e municipais, por UF % Região Sudeste Participação em 2007 Participação em 2008 Região Região Brasil Brasil Espírito Santo -0,1 -0,1 -0,3 -0,3 Minas Gerais 16,0 11,6 16,2 11,9 Rio de Janeiro 18,0 13,0 17,9 13,2 São Paulo 66,2 47,9 66,2 48,7 100,0 72,5 100,0 73,5 Total 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 116 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil regionais. Ressalte-se que os resultados nominais consolidados em todos os estados do Sudeste, com exceção do Espírito Santo, registraram déficit em 2008. | Abril 2009 A dívida líquida da região cresceu 12,1% em 2008, alcançando R$302,9 bilhões, com ênfase nos aumentos associados à dívida externa, 53,2%, e à dívida bancária 22,4%. A participação da dívida do Sudeste no total das regiões passou de 72,5%, em 2007, para 73,5%. Região Sul A região Sul apresentou superávit primário consolidado de R$3,6 bilhões em 2008, reflexo de resultados positivos em todos os estados, em especial em Santa Catarina, R$1,7 bilhão, e no Paraná, R$1,3 bilhão. Os crescimentos da arrecadação do ICMS e das transferências constitucionais da União atingiram, na ordem, 18,5% e 22,2% em 2008. Tabela 13 – Dívida líquida e necessidades de financiamento dos estados e municípios da região Sul Governos estadual e municipais, por UF 1/ R$ milhões Região Sul Fluxos acumulados no ano Dívida 2007 Dez Primário Paraná 13 382 Rio Grande do Sul 27 858 8 501 49 741 Santa Catarina Total (A) Brasil5/ (B) (A/B) (%) Dívida Juros -1312 Nominal 3/ Outros 1 797 485 -580 4946 -1746 2631 -3 639 373 000 13,3 4/ 2/ 2008 Dez 466 14 333 4366 640 32 864 885 194 9 579 9 374 5735 1300 56 776 -30 884 64 023 33 139 6 000 412 139 -11,0 14,6 -18,6 21,7 13,8 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhecimentos de dívidas e privatizações. 5/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 14 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Sul1/ Composição R$ milhões Região Sul 2007 Dez 2008 Abr Ago Dez Dívida bancária 1 571 1 619 1 663 1 721 Renegociação (Lei nº 8.727/1993) 1 575 1 511 1 508 1 474 53 197 Renegociação (Lei nº 9.496/1997 46 961 48 453 51 311 Dívida externa ou MP nº 2.185/2001) 2 626 2 588 2 405 5 013 Outras dívidas junto à União 2795 2854 3005 3 003 Dívida reestruturada Disponibilidades líquidas Total (A) 2/ Brasil (B) 505 433 399 562 -6291 -7065 -8236 -8194 49 741 50 394 52 054 56 776 373 000 381 323 398 466 412 139 (A/B) (%) 13,3 13,2 13,1 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ Refere-se à soma de todas as regiões. 13,8 Os juros nominais apropriados na região Sul somaram R$9,4 bilhões em 2008, ressaltando-se a influência, para esse resultado, da participação de 96,3% das dívidas renegociadas pela União indexadas ao IGP-DI na dívida líquida total da região. A região experimentou déficit nominal de R$5,7 bilhões em 2008, correspondendo a 17,3% do déficit nominal observado em todo o segmento de governos regionais. O Rio Grande do Sul apresentou déficit nominal consolidado de R$4,4 bilhões, seguindo-se Santa Catarina, R$885 milhões; e Paraná, R$485 milhões. A dívida líquida da região Sul somou R$56,8 bilhões em dezembro de 2008, apresentando crescimento de 14,1% no ano, reflexo do impacto relativo ao desempenho dos juros nominais, R$9,4 bilhões, e ao ajuste cambial, R$1,3 bilhão, neutralizado, em parte, pelo superávit primário de R$3,6 bilhões registrado no ano. A dívida do Rio Grande do Sul apresentou a maior elevação anual, 18%. A composição do endividamento líquido da região registrou, além da representatividade das dívidas renegociadas/reestruturadas, o Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 117 Tabela 15 – Dívida líquida dos estados e municípios da região Sul1/ Governos estadual e municipais, por UF % Região Sul Participação em 2007 Participação em 2008 Região Região Brasil Brasil Paraná 26,9 3,6 25,2 3,5 Rio Grande do Sul 56,0 7,5 57,9 8,0 Santa Catarina 17,1 2,3 16,9 2,3 100,0 13,3 100,0 13,8 Total 1/ Inclui informações dos estados e de seus principais municípios. Dados preliminares. 118 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009 crescimento de 90,9% observado na dívida externa, influenciado pela variação cambial e por novas emissões no período. Anexo 1 Região Norte (32 municípios) Estado Municípios incluídos Acre Amapá Amazonas Pará Cruzeiro do Sul, Rio Branco Macapá, Santana Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Parintins Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Breves, Cameta, Castanhal, Itaituba, Marabá, Marituba, Paragominas, Parauapebas, Santarém, Tucuruí Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho Boa Vista Araguaína, Gurupi, Palmas Rondônia Roraima Tocantins Região Nordeste (88 municípios) Estado Municípios incluídos Alagoas Bahia Arapiraca, Maceió, Palmeira dos Índios Alagoinhas, Barreiras, Camaçari, Candeias, Eunápolis, Feira de Santana, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Jacobina, Jequié, Juazeiro, Lauro de Freitas, Paulo Afonso, Porto Seguro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Senhor do Bonfim, Serrinha, Simões Filho, Teixeira de Freitas, Valença, Vitória da Conquista Ceará Canindé, Caucaia, Crateús, Crato, Fortaleza, Iguatu, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape, Quixadá, Sobral Açailândia, Bacabal, Balsas, Barra do Corda, Caxias, Codó, Imperatriz, Paco do Lumiar, Pinheiro, Santa Inês, São José de Ribamar, São Luis, Timon Bayeux, Campina Grande, João Pessoa, Patos, Santa Rita Abreu e Lima, Araripina, Belo Jardim, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Caruaru, Garanhuns, Goiana, Gravatá, Igarassu, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Petrolina, Recife, Santa Cruz do Capibaribe, São Lourenço da Mata, Serra Talhada, Vitória de Santo Antão Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Sergipe Parnaíba, Picos, Teresina Parnamirim, Mossoró, Natal, São Gonçalo do Amarante Aracaju, Itabaiana, Lagarto, Nossa Senhora do Socorro, São Cristovão Região Centro-Oeste (26 municípios) Estado Municípios incluídos Goiás Águas Lindas de Goiás, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Catalão, Formosa, Goiânia, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Novo Gama, Planaltina, Rio Verde, Senador Canedo, Trindade, Valparaíso de Goiás Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Várzea Grande Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas Mato Grosso Mato Grosso do Sul Região Sudeste (184 municípios) Estado Municípios incluídos Espírito Santo Minas Gerais Aracruz, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Colatina, Guarapari, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha, Vitória Alfenas, Araguari, Araxá, Barbacena, Belo Horizonte, Betim, Caratinga, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Coronel Fabriciano, Curvelo, Divinópolis, Governador Valadares, Ibirité, Ipatinga, Itabira, Itajuba, Itaúna, Ituiutaba, João Monlevade, Juiz de Fora, Lavras, Manhuaçu, Montes Claros, Muriaé, Nova Lima, Paracatu, Pará de Minas, Passos, Patos de Minas, Patrocínio, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, São João del Rei, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Timóteo, Três Corações, Ubá, Uberaba, Uberlândia, Unaí, Varginha, Vespasiano, Viçosa Rio de Janeiro Angra dos Reis, Araruama, Barra do Piraí, Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Itaperuna, Japeri, Macaé, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Queimados, Resende, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, São Pedro da Aldeia, Seropédica, Teresópolis, Três Rios, Valença, Volta Redonda São Paulo Americana, Aracatuba, Araraquara, Araras, Aruja, Assis, Atibaia, Avaré, Barretos, Barueri, Bauru, Bebedouro, Birigui, Botucatu, Bragança Paulista, Caçapava, Caieiras, Campinas, Caraguatatuba, Carapicuíba, Catanduva, Cotia, Cruzeiro, Cubatão, Diadema, Embu, Ferraz de Vasconcelos, Franca, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guaratinguetá, Guarujá, Guarulhos, Hortolândia, Indaiatuba, Itanhaém, Itapecerica da Serra, Itapetininga, Itapeva, Itapevi, Itaquaquecetuba, Itatiba, Itu, Jacareí, Jandira, Jaú, Jundiaí, Leme, Limeira, Lorena, Mairiporã, Marília, Matão, Mauá, Mogi das Cruzes, Mogi Guaçu, Moji Mirim, Osasco, Ourinhos, Paulínia, Pindamonhangaba, Piracicaba, Poa, Praia Grande, Presidente Prudente, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, Rio Claro, Salto, Santa Barbara d'Oeste, Santana de Parnaíba, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, São Vicente, Sertãozinho, Sorocaba, Sumaré, Suzano, Taboão da Serra, Tatuí, Taubaté, Ubatuba, Valinhos, Várzea Paulista, Votorantim, Votuporanga Abril 2009 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 119 Região Sul (66 municípios) Estado Municípios incluídos Paraná Almirante Tamandaré, Apucarana, Arapongas, Araucária, Cambé, Campo Largo, Campo Mourão, Cascavel, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Maringá, Paranaguá, Paranavaí, Pinhais, Piraquara, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Sarandi, Toledo, Umuarama Rio Grande do Sul Alegrete, Alvorada, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Esteio, Gravataí, Guaíba, Ijui, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santana do Livramento, Santo Ângelo, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Uruguaiana, Viamão Santa Catarina Balneário Camboriú, Blumenau, Brusque, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages, Palhoça, São Bento do Sul, São José, Tubarão 120 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2009