5o SEMINÁRIO SOBRE O LIVRO BRANCO DE DEFESA NACIONAL AJUSTES ESPACIAIS NA FAIXA DE FRONTEIRA DA AMAZÔNIA SETENTRIONAL BRASILEIRA: DOS DILEMAS ESPACIAIS À DEFESA DO TERRITÓRIO Jadson Luis Rebelo Porto PPG/MDR/UNIFAP CAPES/MIN. DA DEFESA Pró-Defesa A CONDIÇÃO FRONTEIRIÇA E A GEOPOLÍTICA NACIONAL - Os conflitos e o domínio da fronteira: do uti possidetis à articulação e conexão mundial em rede. - Da periferia do centro nacional à estratégia estrangeira: novas reflexões da soberania DEFESA NACIONAL E OS TERRITÓRIOS FEDERAIS: a atuação do Estado na construção da condição fronteiriça - A interpretação de Medeiros (1946, p. 507-8) X o entendimento de Temer (1975, p. 28). Enquanto Medeiros abordou o tema em um período de ebulição bélica, Temer encontrava-se num momento de expansão do capital internacional sobre o espaço brasileiro. À medida que a fronteira foi ocupada, novas dinâmicas foram executadas, exigindo novos ajustes normativos, infraestruturais, políticos e geopolíticos capazes mobilização e o dinamismo no espaço. de garantir a No final de 1970, o governo militar do Brasil lançou sua campanha nacional para a ocupação da Amazônia. Revista Veja, 30 de dezembro 1970. Na década de 1970, as áreas de fronteira da Amazônia já se encontrava integrada, conectada e acionada pelo capital externo. Gradativamente a Amazônia deixa de ser periférica para gradativamente se tornar estratégica, intensamente integrada e conectada ao cenário internacional. AMAZÔNIA: Um tesouro ameaçado 24 de dezembro de 1997 Na década de 1970, as áreas de fronteira da Amazônia já se encontrava integrada, conectada e acionada pelo capital externo. Gradativamente a Amazônia deixa de ser periférica para gradativamente se tornar estratégica, intensamente integrada e conectada ao cenário internacional. E o que a torna fortemente competitiva é a sua biodiversidade e os recursos minerais ali encontrados. Por isso é que se deve repensar o enfoque de Defesa Nacional. A Defesa Nacional é uma questão nacional, que transcende os assuntos militares e deveria incluir ainda a perspectiva de enfrentamento de esforços de desestabilização interna causada por agentes externos. Sendo que os riscos externos dividem-se em três categorias (PROENÇA JR. 2004): militares, econômico-tecnológico e de desestabilização provocada por agentes externos. Os de ordem não-militar seriam, no futuro presumível, os mais importantes. O TERRITÓRIO FEDERAL : abordagens reflexivas • O Território Federal foi a primeira experiência de gestão territorial do Governo Federal na Amazônia . • Até a Constituição de 1937, o Território Federal caracterizava-se como uma adição ao espaço nacional, submetido diretamente à União, com a vocação de se converter em Estado-membro da Federação. A partir de então, várias foram as abordagens sobre esses entes federativos, dentre as quais ressaltam-se: a) São “entidades precárias” (MEDEIROS, 1944, p. 516; 1946, p. 15). b) São “Estados em embrião” (FERREIRA FILHO, 1975, p. 57). c) São “resultados de ações que conduziram à formação de estruturas que envolveram relações de políticas econômicas que expuseram condições para atender as elites locais delimitando um espaço juridicamente definido, territorializando suas relações de poder” (PORTO , 2005, p. 26). • Territórios no Brasil existiram por 84 anos, e não conseguiram estabelecer uma visão clara sobre o que significou esta experiência para a organização espacial da região e, muito menos, sobre as suas atuações no federalismo brasileiro. 6 Fonte: SCHMIDT, Carlos Henrique Conselhos Gestores de Unidades de Conservação do Amapá: percepções sobre as potencialidades e limitações para a efetiva participação de representantes comunitários / Carlos Henrique Schmidt; orientadora: Dominique Tilkin Gallois. Macapá, 2009. 9 MAPA INSTITUCIONAL DISCRIMINAÇÃO RORAIMA ÁREA (ha) % 22.429.898,00 100 PROJETOS DE ASSENTAMENTO 1.195.255,23 5.33 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 1.887.999,01 8,42 10.401.800,00 46,37 IMÓVEIS RURAIS 618.200,00 2,75 ÁREAS DO EXÉRCITO 274.700,00 1,22 ÁRES MONTANHOSAS 12.837,92 0.06 ÁREAS ALAGADAS 22.030,80 0.10 8.017.075.04 35.75 ÁREAS INDÍGENAS ÁREA LIVRE ÁREA DISPONÍVEL ( * ) Segundo Legislação Ambiental Td´s e Colônias Projetos de Assentamento - PA Reservas IBAMA Áreas das Forças Armadas Àreas Montanhosa Áreas Alagadas (*) Áreas Indígenas A INSERÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ NA ECONOMIA-MUNDO SIDERURGIA, Ferrovia, Comunicações (Telégrafo), Automóveis INDÚSTRIA QUÍMICA, AUTOMÓVEIS, AERONAVES, (Hidro) Eletricidade, Comunicações INFORMÁTICA, ROBÓTICA, Energia Nuclear; Comunicações (TV, Satélite); Exploração Espacial. (Telefone, rádio) BIOTECNOLOGIA, GENOMA BORRACHA SPVEA SUDAM ZFM TERRITÓRIO FEDERAL DO AMAPÁ Descoberta do manganês em Macapá (1934) ICOMI ESTADO DO AMAPÁ CFA MAB ITAJOBI MNA Base aérea EUA (1941-1947) PONTE BINACIONAL CORREDOR BIODIVERSIDADE M&M DISTRITO INDUSTRIAL DE MACAPÁ FASE PORTUGUESES: Extrativismo da castanha no Rio Jari (1948-1967 PARQUE NACIONAL MONTANHAS DO TUMUCUMAQUE SAÍDA DA ZEE ICOMI (Sul do Estado) MYY UHCN CODEPA AMCEL FASE JOSÉ JULIO: Extrativismo da castanha no Rio Jari (1882-1948) HIGH DEFINITION e o PIM ALCMS IRDA COPRAM BRUMASA PAVIMENTAÇÃO DA BR-156 - NORTE ALBRÁS/ALUNORTE RODOVIAS QUESTÃO DO AMAPÁ SIDERURGIA EM CARAJÁS CARAJÁS PESCA INDUSTRIAL MPBA UHE Ferreira Gomes MMX/ AFB COMPLEXO INDUSTRIAL DO DO JARI LUDWIG (1967-1982); ANTUNES (1982-1999); ORSA (pós 1999) 1892 1913 1929 Fonte: Jadson Porto 1943 1948 1957 1960 1973 1984 1988 1992 1997 2000 2002 2003 2005 2010 11 A INSERÇÃO DO ESTADO DE RORAIMA NA ECONOMIA-MUNDO SIDERURGIA, Ferrovia, Comunicações (Telégrafo), Automóveis INDÚSTRIA QUÍMICA, AUTOMÓVEIS, AERONAVES, (Hidro) Eletricidade, Comunicações (Telefone, rádio) INFORMÁTICA, ROBÓTICA, Energia Nuclear; Comunicações (TV, Satélite); Exploração Espacial. BIOTECNOLOGIA, GENOMA IIRSA INTERREG III BORRACHA SPVEA QUESTÃO COM A GUIANA INGLESA INTERREG IV CARIBE Programa Operação Amazônia SUDAM ZFM HIGH DEFINITION e o PIM TERRITÓRIO FEDERAL DE RORAIMA ESTADO DE RORAIMA ALCP ALCB PONTE BINACIONAL BRASIL/GUIANA RESERVAS INDÍGENAS >>>>>>>>>>>>>>> GARIMPO (Diamante, ouro, cassiterita) >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> GARIMPO PECUÁRIA >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> COLÔNIAS AGRÍCOLAS A CULTURA DO ARROZ >>>> IRRIGADO >>>>>>>>>>>>>>>>>> INTERAÇÃO BR 174 >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> COM A PERIMETRAL NORTE VENEZUELA ASSENTAMENTO AGRRÍCOLAS CASTANHA DO BRASIL (Manaus) MADEIRA (Exportação) >>>>>>>> 1892 1913 1929 1943 1948 1950 1960 1970 1988 1992 2000 2003 2007 2010 Fonte: Jadson Porto 12 AMAPÁ RORAIMA USOS DA FRONTEIRA SETENTRIONAL PÓS-ESTADUALIZAÇÃO INFORMÁTICA, ROBÓTICA, Energia Nuclear; Comunicações (TV, Satélite); Exploração Espacial. BIOTECNOLOGIA, GENOMA HIGH DEFINITION IIRSA TRATADO DE MAASTRICHIT ULTRAPERIFERIAS EUROPÉIAS INTERREG I INTERREG II CRISE EUROPÉIA TRATADO DE AMSTERDÃ INTERREG III ESPACIO CARIBE ACORDO QUADRO BRASIL - FRANÇA TRATADO DE LISBOA INTERREG IV CARIBE Programa Operação Amazônia PAC HIGH DEFINITION e o PIM >>>>>VELHOS USOS DA FRONTEIRA: Fronteira de separação NOVOS USOS DA FRONTEIRA: Fronteira de cooperação >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> PONTE BINACIONAL BRASIL/FRANÇA PAVIMENTAÇÃO DA BR-156 – NORTE >>>>>>>>>>>>>>>>>> PNMT COMPLEXO INDUSTRIAL DO JARI ALCMS PESCA INDUSTRIAL CORREDOR DA BIODIVERSIDADE FLORESTA DE PRODUÇÃO DO AMAPÁ MPBA EXPLORAÇÃO MINERAL PELA ICOMI UHE Ferreira Gomes MMX/ AFB DISTRITO INDUSTRIAL DE MACAPÁ>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> SAÍDA DA ICOMI AMPLIAÇÃO DO PORTO DE SANTANA REGIÃO METROPOLITANA DE MACAPÁ/SANTANA INTERAÇÃO COM A VENEZUELA PONTE BINACIONAL BRASIL/GUIANA ALCB ALCP A CULTURA DO ARROZ >>>> IRRIGADO >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> RAPOSA SERRA DO SOL 1988 1991 1992 Fonte: Jadson Porto 1995 1996 1997 2000 2002 13 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2011 Amapá e Roraima periféricos: 1) Localizado longe do centro das decisões políticas e econômicas; 2) Fornecedor de Commodities; 3) Precariedade viária (acessibilidade, mobilidade, fluidez); 4) Baixo nível de mão de obra; 5) Magnitude do Estado grande, mas fraca; 6) Baixo índice de industrialização (Falta de elite industrializante). Amapá e Roraima estratégicos: 1) Ocorrência de commodities; 2) Posição geográfica: na Amazônia; no Litoral; na Foz do rio Amazonas; 3) Expectativas para o século XXI; DO TERRITÓRIO FEDERAL À INTERAÇÃO FRONTEIRIÇA - A configuração espacial dos Territórios Federais de Amapá deram-se mediante à instalação de próteses, as quais foram histórica, cultural, política e economicamente construídas. - Com a instalação dessas próteses, ajustes deveriam ser realizados para o melhor funcionamento e atuação daquelas, inserindo este espaço em um sistema de redes articulados (inter)nacionalmente. - Com as articulações (inter)nacionais, interações com a fronteira foram construídas, recriando novas configurações territoriais: de espaço de expansão para espaços de restrição. - A interação fronteiriça permanece porosa e subdimensionada devido ao reduzido controle de movimento de pessoas e mercadorias na fronteira. Participação dos principais países na exportação de Amapá e Roraima (média do primeiro decênio do século XXI) Japão e China EUA Europa OBS: 1) Quanto mais larga a linha, maior a participação relativa. 2) A linha pontilhada indica que há interação econômica, mas não há informação oficial registrada. 3) Dados embasados nas informações do MDIC 17 Participação dos principais Produtos na exportação de Amapá e Roraima (média do primeiro decênio do século XXI) Celulose Grãos Madeira Couro Alimentos, Produtos industrializados Minérios OBS: 1) Quanto mais larga a linha, maior a participação relativa. 2) A linha pontilhada indica que há interação econômica, mas não há informação oficial registrada. 3) Dados embasados nas informações do MDIC 18 Conectividades do Circuito Superior de Amapá e Roraima com o Platô das Guianas Ásia; Europa; EUA Belém Pólo Industrial de Manaus Centro Sul 19 MUITO OBRIGADO Home page www2.unifap.br/professor/jadsonporto E-mail: [email protected]