1 DIAGNÓSTICO PARA AVALIAÇÃO E AÇÕES PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE DA ZONA COSTEIRA E MARINHA AMAZÔNICA Documento apresentado para: MMA – Ministério do Meio Ambiente PROBIO – Prjeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira Documento elaborado por: João Ubiratan Moreira dos Santos Inocêncio de Sousa Gorayeb Maria de Nazaré do Carmo Bastos Apoio: Salustiano Vilar da Costa Neto Belém, Pará, Brasil Outubro de 1999 1 1 INTRODUÇÃO O governo brasileiro, através do Ministro do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA) desenvolve o “Programa Nacional da Biodiversidade Biológica (PRONABIO). Este programa pretende, a partir de levantamentos e estudos específicos, contribuir para dar seqüência aos compromissos assumidos pelo Brasil na convenção sobre Biodiversidade Biológica (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 1994). Levantamentos do “estado da arte” sobre o conhecimento deste assunto nos diversos ecossistemas brasileiros e da eficácia do esforço desenvolvido até então, estão sendo implementados para subsidiar o estabelecimento de estratégias para conservação e uso sustentável. O “Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Biodiversidade Biológica brasileira” PROBIO, tem como objetivo operacionalizar as diretrizes do PRONABIO e desenvolve cinco subprojetos abrangendo os grandes biomas nacionais: Flora Amazônica, Cerrado, Caatinga, Floresta Atlântica e Campos Salinos, e Zona Costeira e Marinha. Para o desenvolvimento deste último foi elaborado o subprojeto “Avaliação e Ações prioritárias para conservação da biodiversidade da zona costeira e marinha” . O presente trabalho constitui o diagnóstico para a zona costeira e marinha da Amazônia, abrangendo os estados do Amapá, Pará e Maranhão, incluindo avaliação crítica da informação, a representatividade do esforço conservacionista e outros aspectos da problemática ambiental costeira. O litoral Norte está constituído pelo litoral Amazônico do Amapá, Litoral Amazônico do Pará e Litoral Maranhense. 1.1 Litoral Amazônico do Amapá a) Localização: O litoral amazônico do Amapá tem uma extensão de 263 km, englobando os município de Santana, Macapá, Itaubal, Cutias, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque. Fazendo parte de uma planície fluviomarinha recente, essa área é caracterizada por 2 manguezais, matas de várzea e áreas campestre inundáveis; o clima é equatorial úmido, com médias anuais entre 25 e 26 0 C. A estação chuvosa é longa, com picos de chuvas entre abril e maio. O período seco é curto com cerca de 2 meses. A área está inserida na planície fluviomarinha Macapá / Oiapoque, que se constitui de sedimentos arenosos, siltosos, argilas e vasas. Este litoral situa–se no macrocompartimento do Golfão Amazônico, caracterizando a margem oeste da foz do Amazonas. Há dois principais estuários, o do rio Amazonas, a oeste da ilha do Marajó e o do Pará – Tocantins, a Leste. Entre o litoral Amazônico do Amapá e a Ilha do Marajó, existe inúmeras ilha, formando uma intrincada rede de canais. As marés na região estão entre as de maior amplitude no Brasil (>5m). b) Ecossistemas Principais: O ambiente estuarino formado pela foz do rio Amazonas (canal norte) é marcado pela presença de um arquipélago, onde sobressaem as ilhas Caviana de Dentro, Jurupari, Janauvu, Caviana de Fora, Queimada, entre outras, e uma extensa área de manguezal, considerado um dos mais desenvolvidos dos trópicos. Outros ecossistemas importantes são os formados por floresta de várzea e campos inundáveis. c) Funções do Ecossistema: O manguezal é responsável pela existência de bancos importantes de crustáceos, retendo e exportando nutrientes para o mar aberto, onde os camarões são capturados. As várzeas inundáveis são, também, essenciais para o aumento de produtividade do estuário. Este também abriga um porto que exporta madeira, minério, camarões e peixes. d) Produtos do Ecossistema: O recurso natural mais utilizado é o camarão, sobretudo o rosa, capturado, principalmente pela pesca industrial. A pesca artesanal baseia-se, sobretudo, em peixes, como gorijuba, bagre, uritinga e dourado. Um produto importante é a madeira (extraída do mangue e das várzeas inundáveis). Existe também a extração de borracha e açaí, entre outros. e) Áreas Protegidas: APA Estadual de Curiaú (Estadual) Reserva Biológica do Parazinho (Estadual) 3 Reserva Extrativista do Rio Cajari (Federal) Estação ecológica das Ilhas de Maracá e Jipioca (Federal) Floresta Nacional do Amapá (Federal) Parque Nacional do Cabo Orange (Federal) Reserva Biológica do lago Piratuba (Federal) Reserva indígena Galibi Reserva indígena Juminã Reserva indígena Uaçá f) Uso do Solo: O setor amazônico do litoral amapaense constituí-se na região economicamente mais dinâmica, concentrando cerca de 90% da população do Estado. A segunda área urbanizada é a de Santana, onde está localizado o porto exportador. Município de Macapá tem 57,9% de área florestada e 35,1% de pastagens, com somente 6,9% de agricultura. g) Atividades Econômicas: Exportação de madeira, minério, peixes e crustáceos através do Porto de Santana, representam o setor mais dinâmico do Estado Pesca: uma atividade importante é a pesca industrial do camarão rosa. Atividade extrativista: madeira, palmito, castanha e borracha Atividades mineradoras: mineração de manganês, ouro, níquel, caulim e petróleo no rio Cassiporé. h) Impactos Ambientais/Áreas de risco: Apesar de ser uma área relativamente pouco atingida por processos intensivos de degradação, devem ser mencionados: Extração seletiva de madeira e açaí e implantação de pastagens. Pecuária bubalina extensiva, compactadora do solo e prejudicial a biodiversidade. Impactos negativos da mineração de manganês e ouro. A zona costeira do Amapá não apresenta um quadro crítico de degradação ambiental, todavia ações combinadas de atividades, aliadas a vulnerabilidade de seus ecossistemas, maximizada ao longo de seus espaços setoriais, origina o seguinte quadro de agentes importantes: 4 Na área da mata de várzea ocorre a extração seletiva de palmito e madeira, e a implantação de pastagens. Nas áreas de campos inundáveis o principal agente impactante, é a pecuária bubalina extensiva Nas águas interiores ocorre a pesca predatória e indiscriminada Nas águas exteriores a pesca de arrasto é praticada indiscriminadamente Nas áreas de manguezais ocorre a captura indiscriminadas de caranguejo i) Conflitos de uso: Os conflitos mais importantes opõem pescadores artesanais e industriais, mineradores e populações ribeirinhas, madeireiros e responsáveis pela conservação ambiental, pecuaristas (búfalos) e pequenos produtores rurais, responsáveis pela expansão portuária e pescadores / turistas. 1.2 Litoral Amazônico do Pará a) Localização: A planície costeira da região NE do Estado do Pará, com 500km de extensão, situa-se entre as baías de Marajó a oeste e a de Gurupi a leste, inserindo-se em termos morfo-estruturais e morfo-climáticos, no Litoral de Rias e Lençóis Maranhenses (Projeto RADAM 1973). É uma costa de submersão, baixa e recortada, de características fluvio-estuarinas, direção geral NW-SE e amplitudes de maré entre 5-7m (Senna 1992; El Robrini 1992). É composta por 40 municípios; na Costa Atlântica do Salgado Paraense: Vizeu, Augusto Corrêa, Bragança, Tracuateua, Salinópolis, São João de Pirabas; Primavera; Santarém Novo; Maracanã, Marapanim, Curuçá, Vigia, Colares, Magalhães Barata, São Caetano de Odivelas, São João da Ponta e Quatipuru. No Setor Continental estuarino: Limoeiro do Ajuru, Barcarena, Igarapé-Miri; Abaetetuba; Belém, Ananindeua; Benevides, Santa Barbara do Pará, Marituba, e Santo Antônio do Tauá. E no setor insular: Soure, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Muaná, Chaves, Anajas, São Sebastião da Boa Vista, Curralinho, Afuá, Breves e Gurupá. A região tem clima tropical úmido do tipo Awi da classificação de Köppen. A umidade média anual é de 80% e os ventos são acentuados no verão, direção predominante do quadrante nordeste. (Departamento de Águas e Energia 5 Elétrica - DNAEE (SANTOS et al. 1991). A temperatura média anual em torno de 27,7oC, variando ao longo do ano de 26,8oC a 28,0o C. A temperatura média das máximas varia de 30,0o C a 32,1o C e a média máxima anual de 31,7o C. A temperatura mínima média anual de 25,2o C e a média das mínimas oscila de 24,1oC a 26,0o C (SANTOS et al. 1991). O mês mais quente é novembro e o mais frio julho. Os valores máximos precipitam nos meses de fevereiro, março e abril e os valores mais baixos nos meses de setembro a novembro. b) Ecossistemas Principais: Duas feições morfológicas distinguem-se ao longo da costa. A primeira é representada por baías alongadas, que apresentam profundidades variando de 5-15m e extensão em torno de 20km (El Robrini 1992). Os rios, com características de canais de maré em suas amplas desembocaduras, sofrem a influência marinha/costeira, que chega até 45km continente adentro. Nestas condições, formam-se extensas planícies lamosas, colonizadas por manguezais, Senna & Pantoja (1995), Almeida (1995a; 1995b), Bastos & Lobato (1995) e Senna & Sarmento (1996). A outra feição apresenta flechas arenosas que são estreitas e alongadas, de direção aproximada E-W, com até 10km de extensão. São em geral recobertas por diversas comunidades vegetais agrupadas regionalmente sob a designação de restinga (Araújo & Henriques 1984). Esta formação vegetal é ainda pouco conhecida, em termos florísticos e fitossociológicos, destacando-se os trabalhos de Braga (1979); Santos & Rosário (1988); Bastos (1988); Bastos & Rosário (1994); Bastos et al. (1995); Costa Neto et al. (1995); Senna & Sarmento (1996); Rodrigues et al. (1995) e Bastos (1996). A parte insular apresenta, de uma maneira geral, duas características bem diferenciadas. A região de maior interação com a Costa Oceânica que constitui a denominada região dos campos de Marajó e, a região de maior contato com áreas mais interiores assume, de forma bem mais evidente, as características de Floresta Tropical Amazônica. c) Funções do Ecossistema: O manguezal é um criadouro natural e abrigo de diversas espécies de peixes, camarões, caranguejos, teredos (denominados de turus na região) e outros, é responsável, também, pela existência de 6 bancos importantes de crustáceos, retendo e exportando nutrientes para o mar aberto, onde os camarões são capturados. As restingas, dunas e apicuns são responsáveis por abrigar espécies vegetais de valor econômico, destacandose espécies de valor medicinal, alimentício e ornamental, além de assegurarem o equilibro ecológico desses ecossistemas. As águas oceânicas e estuarinas abrigam recursos do mar e rios. d) Produtos do Ecossistema: Os principais produtos dos ecossistemas são os peixes, crustáceos e moluscos, abundante na região, além de produtos da caça, carvão, lenha, plantas comestíveis, medicinais e fibrosas, estas últimas grandemente utilizada na confecção de souvenir e objetos de uso doméstico. No Estuário existe também a extração vegetal de madeira e açaí, entre outros. e) Áreas Protegidas: APA de Algodoal / Maiandeua – Município Maracanã (Estadual) APA do Arquipélago do Marajó- Composta de vários Municípios (Estadual) APA da Costa do Urumajó – Município de Augusto Corrêa (Municipal) APA da Ilha Canelas- Município de Bragança (Municipal) APA Jabotitiua-Jatium – Município de Vizeu (Municipal) f) Uso do Solo: O Nordeste paraense caracteriza-se como a área de ocupação mais antiga do Estado, com significativa densidade demográfica, tanto que constituí a segunda região mais populosa do território paraense. A agricultura é desenvolvida em pequenos estabelecimentos, a maioria com baixa produtividade, em função da deficiente produtividade dos solos (solos lixiviados), da tecnologia rudimentar empregada. Cerca de 96% dos estabelecimentos rurais possuem menos de 100 ha. Assim mesmo a região ocupa o primeiro lugar do Estado na produção da pimenta-do-reino, maracujá, urucu (Bixa orellana L.), laranja e aves, e o segundo da produção de feijão e mandioca. O setor continental estuarino, engloba Belém e a região metropolitana, esta totalmente influenciada pela dinâmica econômica da capital do Estado, assim como, municípios menos influenciados pela capital. Nos últimos, predominam a agricultura e a pesca artesanal, a produção agropecuária, principalmente na 7 criação de pequenos animais e pequenas olarias. No município de Barcarena, pode-se destacar a fábrica de alumínio (Albrás), devido a desestruturação da produção agrícola tradicional (criando dependência no consumo de gêneros alimentícios) e deslocamento de grande contingente de mão-de-obra qualificada de Belém. g) Atividades Econômicas: Pesqueira (pesca artesanal, em maior quantidade), agricultura (predominante de subsistência), coleta de crustáceos (caranguejo) e turismo (praias), na costa atlântica Industria e comércio, na costa continental estuarina. Atividade pesqueira, pecuária (incluindo a bubalinocultura), turismo e exploração de madeira, na parte insular estuarina. h) Impactos Ambientais/Áreas de Risco: Apesar de ser uma área relativamente pouco atingida por processos intensivos de degradação, devem ser mencionados: No Setor Insular Estuarino: Extração seletiva de madeira, extração de palmito de açaí e implantação de pastagens. Pecuária bubalina extensiva, compactadora do solo e prejudicial a biodiversidade. Na Costa Atlântica do Salgado Paraense Crescimento urbano desordenado de algumas cidades costeiras. Especulação imobiliária em áreas de preservação permanente. Existência de uma significativa malha rodoviária de acesso à cidade de Belém e de interligações entre as cidades costeiras e os demais núcleos urbanos da região nordeste do Estado, incluindo à exploração predatória dos recursos naturais. Implantação inadequada de infraestrutura de acesso (rodovias) às áreas de expressivo potencial turístico (praias), através do aterramento de manguezais. Pesca e agricultura predatória. 8 Exploração indiscriminada de minério classe II, (areia, argila, pedra, etc.). Captura indiscriminadas de caranguejo. As principais áreas de risco estão localizadas na costa Atlântica do salgado paraense e no setor continental estuarino, destacando-se: Os manguezais e a praia de Ajuruteua, no Município de Bragança (Rodovia de acesso e ocupação urbana). A praia do Atalaia, no Município de Salinópolis (ocupação urbana). A ilha de Algodoal/Maiandeua, (praia e manguezais), no Município de Maracanã (ocupação urbana e desagregação de recursos naturais). A praia do Crispim, no Município de Marapanim (ocupação urbana e rodovia de acesso). Áreas de expansão urbana da região metropolitana de Belém (ocupação urbana de manguezais). i) Conflitos de uso: Os conflitos mais importantes opõem pescadores artesanais e industriais, madeireiros/caçadores e mineradores responsáveis e pela populações ribeirinhas, conservação ambiental, pecuaristas e pequenos produtores rurais, expeculação imobiliária e grileiros/ posseiros. 1.3 Litoral Maranhenses a) Localização: A área localiza-se na costa ocidental do Maranhão, estendendose da costa norte do Pará, a altura de Vizeu até o Golfão Maranhense, com extensão de 240 km de costa, formado principalmente por “rias”. Cerca de 11 municípios formam o litoral das reentrâncias: Bacuri, Bequimão, Cândido Mendes, Carutapera, Cedral, Cururupu, Godofredo Viana, Guimarães, Luís Domingues; Mirinzal e Turiaçú,. O clima da região é quente e úmido com temperatura anual de 26º C. A água em geral é salobra no interior das rias. O litoral está sujeito a grande variações de marés. 9 Ecossistemas Principais: A região é cortada por baías, enseadas e estuários com presença de ilhas aluvionais cobertas com floresta densa, floresta secundária e vegetação de mangue, compreendida pela APA das reentrâncias maranhenses. Encontra-se ainda o Parcel Manuel Luís (banco de corais), e os Baixios do Silva e de Mestre Álvaro. Os principais ecossistemas são: Manguezais exuberantes. Praias, baías, falésias e duna.s “Rias” e estuários. Rios e ilhas aluvionares. Floresta amazônica. Restingas e igarapés. b) Funções do Ecossistema: O manguezal desempenha um papel fundamental para garantir a produtividade pesqueira, retendo e exportando nutrientes para o mar. Além disso, os manguezais são elementos importantes de estabilização da linha da costa. c) Produtos do Ecossistema: Os principais produtos dos ecossistemas são os peixes, camarões, crustáceos e moluscos, abundantes na região, além de produtos da caça, carvão, lenha e babaçu. d) Áreas Protegidas: APA das Reentrâncias Maranhense APA da Baixada Ocidental Maranhense – Ilha dos Caranguejos. APA da Região do Maracanã. Reserva Extrativista do Quilombo do Frechal. Parque Estadual do Parcel Manuel Luís. e) Uso do Solo: Na área predominam terras devolutas ocupadas por posseiros havendo conflitos de terra resultante de grilagem. Existem, também, diversos programas de assentamento rural. Parte da terra desses programas foram ocupadas por grandes proprietários para implantação de projetos agropecuários e madeireiros. Em Cururupu, cerca de 44,8% da área é ocupada por florestas, 29,1% por pastagens e 21% por agricultura. Na costa 10 existe inúmeras vilas de pescadores espalhadas pelas rias. Em Luís Domingues, somente 24,7% da terra continua com cobertura vegetal e 42,2% tem utilização agrícola. Em Guimarães, uma percentagem ainda menor está sobre cobertura vegetal (11,9%) e 70 % é ocupada pela agricultura. f) Atividades Econômicas: Pesca: artesanal e pesca industrial, principalmente dedicada a captura do camarão . Agricultura de subsistência. Garimpo de ouro, no município de Luís Domingues e Carutapera. g) Impactos Ambientais/Áreas de risco:: Aterro/assoreamento causado pelo despejo de rejeitos de pedra. Contaminação por mercúrio. Pesca predatória, particularmente por arrastão, pela pesca industrial. Entre as principais áreas de risco, destacam-se: Dunas móveis aterrando manguezais, corpos de água, estradas e casas. Crescimento urbano desordenado perto da costa. Contaminação do lençol freático por coliformes fecais. Desmatamento de matas ciliares. Drenagem das lagoas marginais e derrubada da mata de cocais para implantação de projetos de irrigação. h) Conflitos de uso: Os conflitos mais importantes opõem pescadores artesanais e industriais, mineradores e populações ribeirinhas, garimpo com unidades de conservação, pesca artesanal e agricultura, conflito pela posse da terra entre posseiros e grileiros. 2 METODOLOGIA O trabalho utiliza como material básico os questionários (Anexo 1) respondidos pelos pesquisadores que atuam na zona costeira amazônica. Outras informações já existentes na literatura e a visão de pesquisadores atuantes, também, foram usados. 11 Os dados dos questionários foram arrumados em Tabelas e gráficos, analisados, inclusive em termos percentuais, e discutidos. Os comentários e sugestões apresentados foram levados em consideração e então compilados nos resultados. A discussão minuciosa entre os pesquisadores autores, sobre cada um dos problemas enfocados neste trabalho, foi ponderada como importante estratégia metodológica, considerando o volume de informações, a heterogeneidade dos dados e resultados, e as lacunas nos questionários. 3 3.1 RESULTADOS Análise dos itens e subitens dos questionários Encontra-se a seguir as analises de cada item do questionário que foi respondido pelos pesquisadores, de diversas áreas do conhecimento, que atuam na região costeira / estuarina. Subitem 1.6 Este item apresenta às linhas de pesquisa ou as áreas de conhecimento dos estudos feitos ou que estão sendo realizados na Região. Analisando as duas Tabelas abaixo, a primeira (Tabela.1) levando-se em consideração diretamente o que foi respondido pelos entrevistados e a segunda (Tabela 2) enquadrando as respectivas linhas ou áreas citadas na Tabela do CNPq para áreas e subáreas do conhecimento, pode-se observar que existe poucas linhas de pesquisa atuando nos ecossistemas da costa amazônica. Baseando-se nos questionários respondidos, o Amapá é o estado onde foi e/ou está desenvolvendo o maior número de projetos (16), seguindo-se o Pará (15) e o Maranhão (10). A restinga é o ecossistema onde concentram-se o maior número de ações de pesquisa (34), assim distribuídos: 9 em dunas, 8 em campos, 8 em matas e 9 em brejos (campos alagados); seguido-se o apicuns (8), o manguezal (16), as águas estuarinas (15) e as águas oceânicas (10). (Tabela1; Figuras 1, 2 e 3) 12 Entre os projetos incluídos no ambiente/ecossistema brejo, encontram-se atividades desenvolvidas em áreas alagadas de restinga, em campos litorâneos alagáveis e área úmidas costeiras. O maior número de projetos desenvolvidos no Amapá encontram-se na área de zoologia (10), destes 7 estão concentrados em ictiologia, sendo 5 de prospecção pesqueira, as demais áreas estiveram representadas por no máximo dois projetos. No Pará a botânica e a zoologia apresentaram números bem próximos 6 e 5 respectivamente. As demais áreas do conhecimento também apresentam no máximo dois projetos por área. O Maranhão destaca-se apenas em zoologia com 5 projetos. (Figuras 1 e 2) Analisando a área de ação dos projetos em relação aos ecossistemas tem-se a restinga com o maior contingente em desenvolvimento (34), deste a maioria na área de botânica. Os outros ecossistemas com um número considerável de pesquisas, são o manguezal e as águas estuarinas com 16 e 15 projetos respectivamente, em ambos a maioria das pesquisas estão concentradas na área de zoologia (Tabela 1 e Figura 3.) A Tabela 2 classifica os projetos de acordo com a Tabela oficial do CNPq de áreas e subáreas do conhecimento, com seus respectivos códigos. Nesta observa-se que a maioria dos projetos encontra-se na área de Ecologia (29,73%), vindo em seguida Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca (27,01%), Botânica (16,21%), Zoologia (8,10%), Oceanografia (8,10%), Sociologia (5,40%), Antropologia (2,70%) e Geociências (2,7%). Na área de Ecologia, as subáreas contempladas foram: Ecologia de Ecossistemas (18,92%) e Ecologia Aplicada (10,81%). Na área de Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca apenas Recursos Pesqueiros Marinhos foi contemplado com 27,02%. Na área de Botânica, Taxonomia Vegetal (8,11%), Fitogeografia (2,70%) e Botânica Aplicada (5,40%) são os subprojetos em desenvolvimento. Item 2 A análise do item 2, com seus subitens de 2.1 a 2.6 estão resumidos na Tabela 3 13 Subitem 2.7 (Tabela 4) Neste subitem observou-se que: 1) As informações "espécies de valor econômico” foram citadas pela maioria dos pesquisadores como abundante e limitadas. 2) As informações sobre: produção primaria, biomassa vegetal, habitat, riqueza faunística, riqueza florística, biodiversidade, espécies endêmicas, distribuição de comunidades biológicas, estrutura de populações / comunidades / ecossistemas, dinâmica de populações / comunidades / ecossistema, espécies ameaçadas, espécies raras, espécies migratórias, elaboração de coleções zoológicas / herbários e atividade antrópicas, foram citadas como limitadas, pela maioria dos pesquisadores 3) As informações sobre reprodução e relações ecológicas. Foram citadas como inexistentes e limitadas pela maioria dos pesquisadores 4) As informações sobre alimentação, variabilidade genética, função de população/ comunidade/ecossistema, biogeografia e biomassa animal foram citadas como inexistentes, pela maioria dos pesquisadores. Levando-se em consideração a análise por especialidade verificou-se que: 1) Botânica - o grupo de pesquisadores de botânica responderam no geral que a maioria das informações são limitadas, porém a maioria citou como inexistente as informações sobre variabilidade população/comunidade/ecossistema, espécies genética, função ameaçadas, de espécies migratórias e áreas de risco. Somente o item espécie de valor econômico foi citado como abundante. 2) Zoologia - Os pesquisadores da área de zoologia responderam no geral que a maioria das informações são limitadas. Como abundantes as seguintes informações foram citadas: biomassa vegetal e espécies de valor econômico. O item espécies endêmicas foi citado como abundante ou limitada. A maioria citou como inexistente as informações sobre: reprodução, alimentação e biomassa animal; as informações ecológicas de estrutura da população /comunidade / ecossistema, dinâmica da população / comunidade / ecossistema e área de risco foram citadas como inexistente ou limitadas. 14 3) Os pesquisadores da área de pesca responderam que a maioria da informações pré-existentes são limitadas. O item espécies de valor econômico foi o único citado como abundante. Os itens variabilidade genética, riqueza florística, relação ecológicas, espécies raras e biogeografia foram citadas como inexistentes. Os itens alimentação e produção primária foram citados como inexistentes ou ilimitados. 4) Zoologia - os pesquisadores da área de oceanografia responderam que a maioria das informações pré-existentes são inexistente. Os itens riqueza faunística e florística, espécies endêmicas, dinâmica de população/comunidade/ecossistema, área de risco e atividade antrópicas foram citadas como tendo informações pré-existentes limitadas. Nenhum item foi citado como possuindo informações abundantes. 5) Geomorfologia - grupo de pesquisadores de geologia, geomofologia e geoquímica considerou que a maioria das informações pré-existentes são inexistentes, somente os itens riqueza faunística e florística, espécies endêmicas, dinâmica de populações/comunidade/ecossistema, área de riscos e atividades antrópicas foram citadas como tendo informações pré-existentes limitadas. Nenhuma foi citada como abundante. 6) Sociologia / Antropologia - os pesquisadores das áreas de sociologia e antropologia responderam que a maioria das informações pré-existentes são limitadas. Citaram como abundante somente o item de atividade antrópicas, e como inexistente os itens espécies endêmicas e área de risco. Subitem 2.8 O item 2.8, apresenta a importância ecológica da região em questão, utilizando os aspectos apresentados no item 2.7. Nele, foi enfatizada a importância ecológica do litoral amazônico (Tabela 3) em diversos aspectos, os quais estão apresentados nos tópicos seguintes: 1) O número de trabalhos existente nos diversos ramos do conhecimento é limitado e em alguns casos inexistente. Poucas pesquisas vem sendo realizada nestes ecossistemas o que dificulta o entendimento dos processos 15 bióticos e abióticos. Em Botânica e em Antropologia existem mais informações, porém restritas à poucas localidades. 2) A aplicação do conhecimento através do incremento da pesquisa no litoral amazônico é imprescindível para o entendimento dos processos reprodutivos das espécies e para a compreensão da dinâmica costeira. O ecossistema costeiro amazônico tem características próprias, distintas e especiais, principalmente devido a grande influência do rio Amazonas e seu estuário, acrescentando-se ainda a contribuição de outros importantes rios como: Gurupí, Piriá, Caeté, Guamá, dentre outros. 3) A variedade de ecossistemas, habitats e nichos da costa amazônica e da grande biomassa da cadeia trófica, contendo espécies raras, endêmicas e migratórias são características que destacam a importância ímpar desta faixa costeira. 4) A área costeira está sujeita a intensas modificações naturais causadas principalmente pelos regimes de marés, pelas marés de sizigia e equinócios e ressacas, e pelos regimes de chuvas. Em conseqüência, acontecem sazonalidade de espécies, movimentos de dunas, bancos de areia e lama, mudança de direção/ou desaparecimento de canais, e aparecimento e desaparecimento de ilhas e. As principais atividades antrópicas como turismo e lazer predatório, exploração de recursos naturais, pesca comercial e artesanal, recursos pesqueiros, extração de minerais classe 2, construção de currais e casas e atividades agropastoris, tem causado modificações profundas no ambiente que podem ser irreversíveis, tornando urgente o conhecimento desse ecossistema, para tomada de medidas conservacionistas. 5) As zonas costeiras amazônicas são importantes áreas de berçário, alimentação, repouso e reprodução de fauna, sendo inclusive utilizada por diversas espécies migratórias. Algumas espécies como o guará (Eudocimus ruber) estão em risco de extinção, porém a Amazônia ainda contêm grandes populações naturais. Outras são endêmicas e possuem populações pequenas. Estas características dão uma maior importância ecológica a estas zonas na região. 6) No aspecto sócio-econômico, as zonas costeiras contribuem para manutenção de populações tradicionais de pescadores e catadores e para a 16 economia de cidades e vilas, inclusive com grande contribuição na pauta de exportação. Os principais recursos explorados são: pesqueiro, medicinal, artesanal e alimentícios. O turismo tem crescido principalmente nas áreas de beleza cênica, como as praias e mais acessíveis, sendo que com o advento do ecoturismo, nota-se um maior desenvolvimento. 7) Os ecossistemas costeiros estão protegidos pela legislação ambiental por serem áreas de preservação permanente, entretanto, diversas atividades antrópicas como: crescimento urbano, periurbano e rural, turismo, caça predatória, catação de caranguejo sem controle de estoque natural, caça de aves, iguanas e animais terrestres, utilização de madeiras, exploração de minerais classe II, agricultura e pecuária, têm causado degradações preocupantes. Poucas ações têm sido implementadas pelos poderes públicos (federal, estaduais e municipais) para se enfrentar esta problemática, destacando-se a criação de unidades de conservação como parques e APAS. 8) O patrimônio histórico e outras características culturais das comunidades tradicionais estão associadas a todo o processo de vivência do homem no ambiente costeiro, que inclusive tem datação da época do descobrimento. Este patrimônio deve ser preservado. Lista de importância ecológica do litoral amazônico, indicada pelos pesquisadores entrevistados. 1. Abrigo de peixes e crustáceos 2. Berçário de espécies 2.1. reprodução de espécies (peixes, aves e outros vertebrados) 2.2. berçário ecológico 2.3. área de produtividade de recursos pesqueiros 2.4. berçários de espécies de valor econômico 2.5. ninhais de aves costeiras (migratórias) 3. ZEE, 200 milhas náuticas 4. Área de importância econômica 4.1. importância econômica para populações humanas 17 4.2. área de produtividade estuarina e costeira 4.3. potencial pesqueiro 4.4. região peculiar pesqueira 4.5. medicina tradicional 4.6. área de alta exploração para comercio artesanal 5. Área de repouso, alimentação e reprodução 5.1. espécies migratórias 5.2. espécies autoctones 6. Variedades de ecossistemas, habitats e nichos 6.1. banco de germoplasma 6.2. alta biodiversidade 6.3. espécies endêmicas 7. Impactos 7.1. frotas pesqueiras 7.2. áreas de modificações antrópicas 7.3. áreas de turismo e lazer 7.4. áreas de exploração de madeira 7.5. áreas de exploração de recursos pesqueiros 7.6. áreas de exploração pelo comércio artesanal 7.7. áreas de exploração de minério classe II 7.8. agropecuária 8. Área pouco conhecida pela comunidade científica 9. Área de vital importância para compreensão ecológica e distribuição de organismos marinhos 10. Área de proteção, conservação e preservação ambiental 10.1. patrimônio histórico e natural 10.2. área de proteção ambiental 10.3. espécies ameaçadas de extinção e endêmicas 18 11. Laboratório natural para o entendimento dos processos reprodutivos das espécies 12. Área de intensas modificações naturais 12.1. área de proteção de linha de costa contra a erosão Subitem 3.1. O subitem 3.1 (Tabela 5; Figura 4)), que se refere a intensidade do conhecimento do ambiente/ecossistema na região de estudo dos pesquisadores, foi respondida da seguinte forma. 78,04% citaram que o ambiente é pouco conhecido; 12,19% que o ambiente é conhecido, 4,90% que o ambiente é muito conhecido e 4,87% que o ambiente é desconhecido. Os pesquisadores apresentaram comentários e sugestões sobre a intensidade do conhecimento nos ambientes/ecossistemas onde atuam. De um modo geral, indicaram que o conhecimento é pontual, incompleto e que faltam trabalhos interdisciplinares. Como fatores que justificam o pouco conhecimento das áreas costeiras, citam ainda a carência de pesquisadores, a grande extensão territorial e a falta de financiamento para projetos de pesquisa. O conhecimento produzido é encontrado em vagas citações em poucos trabalhos. A zona costeira não foi priorizada para estudos durante várias décadas e somente mais recentemente tem-se dado maior importância ao seu conhecimento científico, porém faltam pesquisas e levantamentos básicos para se conhecer a qualidade e quantidade da biodiversidade. Quanto ao potencial pesqueiro registram que apenas algumas espécies sofrem sobrepesca e outras com potencial alimentício não são explorados, mas não se conhece devidamente este potencial. Subitem 3.2 No subitem 3.2. (Tabela 5) a maioria dos entrevistados responderam que mais de 25 pesquisadores atuam desenvolvendo estudos na área costeira envolvendo mais de 10 instituições, porém é um número que não satisfaz as necessidades de pesquisas. Os pesquisadores estão agrupados concentrados em determinadas áreas do conhecimento. em alguns projetos e 19 Subitem 3.3. No subitem 3.3. (Tabela 5; Figura 5) que se refere a análise do conhecimento da biodiversidade do ambiente/ecossistema para a região em estudo, 53,33% responderam que o conhecimento é insuficiente; 42,22% que o este é restrito algumas espécies/comunidade e 4,56% que ele é totalmente inadequado. Nenhum pesquisador respondeu que o conhecimento é satisfatório ou amplamente conhecido. Estes resultados refletem o resultado da questão anterior quando ao baixo número de pesquisadores atuando em locais pontuais e em áreas específicas do conhecimento. Considerando-se os comentários e sugestões referentes ao conhecimento da biodiversidade dos ambientes/ecossistemas das regiões de estudo, a grande maioria afirma que: O conhecimento é parcial sobre as espécies de valor econômico e que para a maioria das demais espécies existem apenas estudos taxonômicos. Os poucos estudos estão mais concentrados, pontualmente, nos municípios de Maracanã, Marapanim, Bragança e São Caetano de Odivelas para o Pará, e em São Luiz para o Maranhão. As maiores informações dizem respeito a diversidade florística e quanto as espécies pesquisadas, as mais exploradas comercialmente, como o camarão rosa e a piramutaba, são também as mais estudadas. Em geral o conhecimento é insuficiente tanto para a biodiversidade terrestre como marinha. Quanto a esta última, não existem estudos à partir da isóbata de 150 metros de profundidade. Novamente indicam a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as pesquisas interdisciplinares para aplicação, extensão e gestão. Reafirmam a necessidade de maiores investimentos em pesquisas e nas instituições locais. Subitem 3.4. 20 No subitem 3.4. (Tabela 5; Figura 6), que trata do grau de comprometimento da biodiversidade no ambiente/ecossistema para a região, 48,65% dos entrevistados responderam que a biodiversidade está pouco comprometida, 37,84% que ela está medianamente comprometida e 13,51% que a biodiversidade está muito comprometida. Os comentários e sugestões relativos a este tópico são os seguintes: Devido ao difícil acesso a maioria das áreas do litoral são pouco impactadas e as áreas de impacto estão restritas à alguns pontos e quanto a alguns aspectos. A região tem tradição pesqueira e alta diversidade e a exploração pesqueira com métodos predatórios tem causado impactos comprometedores, entretanto, somente algumas espécies sofrem maior pressão. A sobrepesca de caranguejo, camarão rosa e piramutaba são exemplos. A vegetação é pouco utilizada em comparação com outros ecossistemas não costeiros. Áreas agriculturáveis estão com os solos esgotados. A continuidade do modelo bioeconômico de exploração de espécies marinhas e terrestres deve levar a maiores graus de comprometimento. O planejamento ambiental é citado como inexistente e o grau de comprometimento pode aumentar se ações políticas de desenvolvimento não forem adequadamente monitorados. Sugerem maiores estudos para definições de áreas de preservações e de manejo e a intensificação da presença dos órgãos de meio ambiente dos poderes públicos. Subitem 3.5. No subitem 3.5. (Tabela 5; Figura 7), que indaga como se qualifica a informação disponível sobre a diversidade biológica do ambiente/ecossistema em estudo, na área em questão, visando a gestão da mesma, foi respondida por 53,66% dos entrevistados como parcialmente adequada; por 39,02% insuficiente para qualquer forma de gestão e adequada/produção e conservação. por 7,32% suficiente para uma gestão 21 Quanto a qualificação da informação sobre biodiversidade nas áreas de estudo a maioria dos pesquisadores respondeu que a informação é parcialmente adequada. Opinaram sobre a falta de pesquisas básicas, de inventários florísticos e faunísticos e de sistematização das poucas informações já existentes. Indicam carência de pesquisas que analisem o litoral como um todo. Os dados existentes são citados como pontuais e vagos. Em algumas espécies de valor econômico, como camarão rosa e piramutaba, consideram a informação suficiente. Para uma gestão mais eficiente atentam para a necessidade de difundir a informação e relacionar melhor as atividades de pesquisa, difusão, extensão e gestão. Subitem 3.6. O subitem 3.6. (Tabela 5; Figura 8), refere-se ao nível de intensidade com que a biodiversidade do ambiente/ecossistema em estudo é utilizado pelo homem, na região em questão. Foi respondido por 50% dos pesquisadores como biodiversidade medianamente utilizada; 32,5% como pouco utilizada, 15,25% intensamente utilizada. Nenhum pesquisador respondeu que esta não é utilizada. Os pesquisadores comentaram que: Os recursos pesqueiros são mais intensamente utilizados. O uso indevido no processo de extrativismo pesqueiro causa uma grande perda da fauna acompanhante. Os itens de pauta de exportação incluem algumas espécies que são intensamente exploradas. As populações locais não dispõe de instrumentos para fazer uso intenso e predador. Os pescadores tradicionais utilizam o ecossistema como suporte para suas atividades de sustento. Outra grande pressão antrópica é feita sobre as populações de caranguejos. Espécies pesquieiras, madeireiras, e para extração de palmito são mais utilizadas nas áreas estuarinas. A criação de bubalinos, em algumas áreas de restinga tem comprometido estes ambientes. Alguns setores empresariais extremos tem atividades intensas em turismo. A flora medicinal é utilizada de forma restrita. De modo geral a intensidade de uso da biodiversidade, é variável conforme o local, mas é agressiva nas imediações de cidades e vilas. 22 Subitem 3.7. No subitem 3.7. (Tabela 5; Figura 9), que procura saber da existência de esforço conservacionista em relação ao ambiente/ecossistema em estudo na referida região e qual este esforço. 38,64% dos pesquisadores afirmam que a área possui legislação reguladora de uso, 25,5% que possui movimento em defesa da área, 20,45% que existem outros movimentos, como os de mulheres, as associações de pescadores, etc. e 15,91% que não existe nenhum esforço conservacionista. As especificações, comentários e sugestões quanto a este item estão apresentadas a seguir: a) Quanto a unidades de conservação, foram citadas as abaixo relacionadas e nenhuma delas possuem planos de manejo. Estação Ecológica de Maracá e Gipioca - AP Reserva Ecológica do Lago Piratuba - AP Parque Nacional do Cabo Orange - AP APA da Costa do Urumajó - Município de Augusto Corrêa - PA APA da Ilha Canelas - Município de Bragança – PA APA de Algodoal/Maiandeua – Maracanã- PA APA da Ilha do Marajó - PA APA Jabotitiua-Jatium - Município de Vizeu – PA b) Quanto a legislação os pesquisadores citaram: Existência de legislação que protege as áreas costeiras como áreas de preservação permanente. Portarias de defesa da gurijuba, do caranguejo, do camarão e da piramutaba. Regiões costeiras são incluídas como sítios RAMSAR e como reservas hemísfericas. Código Ambiental do Estado do Amapá. Lei Ambiental do Estado do Pará. 23 Comentários indicam a falta de estrutura para fazer cumprir a legislação e que hoje somente se contabilizam os custos negativos ecológicos, sociais e culturais. A legislação reguladora de uso é criticada como muito geral não satisfazendo os problemas locais. Os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente (OEMA’s) são citados como exercendo atividades de fiscalização, porém aquém do necessário. Estudos estão em andamento, justamente para embasar novas leis nacionais e internacionais, principalmente para os recursos pesqueiros. Tentativas e iniciativas pontuais de conscientização, e esforços para conservação das áreas de criação e crescimento de camarões, são registrados, porém faltam resultados concretos para se estabelecer esforços conservacionistas. Quanto a atividades da sociedade civil são citados movimentos de defesa da área por ações de ONG's e pesquisadores locais. Também atividades de educação ambiental são desenvolvidas pelas populações locais envolvendo ONG's, colônias de pescadores e em APA's, tentando esclarecer sobre a importância da conservação, porém são pontuais e estas iniciativas têm diminuído nos últimos anos. Apesar dos parcos dados sobre os esforços conservacionistas, as comunidades tradicionais foram descritas como vivendo de certa forma, em harmonia com o maio ambiente. Elas tem consciência das necessidades de conservação dos recursos do meio ambiente segundo uma lógica e seu imaginário. Registrou-se a necessidade de captar o conhecimento destas comunidades sobre manejo. Subitem 3.8. No subitem 3.8. (Tabela 5; Figura 10) que indaga como se avalia a representatividade do esforço conservacionista para a região de uma forma geral, têm-se que, 32,35% dos entrevistados avaliam como inadequado; 29,41% como parcial; 23,53% como tendo perspectivas otimistas para o futuro próximo e 14,76 % como adequado. Em comentários e sugestões as seguintes opiniões foram emitidas: 24 A conservação do potencial pesqueiro não pode ser feita de maneira radical. A conservação é geralmente baseada em dados da biologia das espécies pesqueiras. Os esforços conservacionistas são dispersos dependentes de interesses e iniciativas individuais e as vezes institucionais. Poucas são as instituições envolvidas apesar de que no Amapá, são citadas atividades adequadas de fiscalizações na zona costeira e nas unidades de conservação. Alguns comentários sobre perspectivas otimistas para o futuro estão pautados no relativo aumento das ações dos órgãos de meio ambiente e das esferas federal e estaduais, no leve aumento das preocupações dos poderes públicos municipais e no aumento das preocupações e ações das comunidades locais quanto a questões de meio ambiente. Os debates públicos hoje são mais ricos nos aspectos políticos e democráticos. Várias instituições são citadas como tendo estágios de participação nas zonas costeiras e contribuindo com os esforços conservacionistas: MPEG, SECTAM, UFPa, FCAP, GERCO, SEMA-AP. As UC’s carecem de infra-estrutura e ressentem-se de maior valorização por parte dos órgãos de meio ambiente das três esferas do poder federal, estadual e municipal. Os processos de educação ambiental e conscientização das comunidades e dos empresários que exploram os recursos são quase inexistentes. Pequenos grupos tentam educar a população e os visitantes das zonas costeiras através de medidas proibitivas e não de programas de educação ambiental. Subitem 3.9. No subitem 3.9. que procura saber quais as políticas públicas que influem na diversidade biológica do ambiente/ecossistema estudado na região em questão, obteve-se o resultado que se encontra, em termos percentuais, na Tabela 6. Nela verifica-se que um grande número de entrevistados ficaram sem responder a questão principalmente nos itens que se referem a política urbana (48,8%) e energética (51,2%), em média, 35% dos entrevistados omitiram-se quanto a esta questão. Entre os que responderam tem-se para a maioria das políticas, nível de 25 influência baixa, com exceção da política ambiental que para 29,3% dos entrevistados exerce influência de forma mediana e baixa; política agrícola/pesqueira que exercem alta influência para 31,70% dos pesquisadores. 3.10. Situação Legal Subitem 3.10.1 Dispositivos legais de proteção que incidem sobre o ambiente/ecossistema em estudo. Legislação sobre o manguezal Portarias de defeso da gurijuba e do caranguejo Zona econômica exclusiva Legislação/portarias do IBAMA em algumas áreas específicas Lei da fiscalização da pesca Leis Nº 4771/65; 5197/67 e 9605/98 Política ambiental do Amapá Resolução do CANAMA Código de Proteção Ambiental Plano de monitoramento costeiro da região norte do Brasil Leis ambiental dos Estados Leis orgânicas Municipais Constituições federal e estaduais Portaria do IBAMA proibindo arrastos a menos de 100 milhas, proibindo a captura de caranguejos fêmeas Legislação proibindo ocupações de terrenos de marinha Lei de controle do acesso a biodiversidade Tombamento das áreas de ressaca Código Ambiental do Maranhão Lei que cria a APA - ilha Canelas (Bragança - PA) Lei que cria a APA - Costa do Urumajó (Augusto Corrêa - PA) Lei que cria a APA - Jabotitiua-Jatium (Vizeu - PA) Lei que cria a APA - Ilha do Marajó - PA Lei que cria a APA - Algodoal/Maiandeua (Maracanã - PA) Lei que cria a APA - Parque Estadual do Parcel Manoel Luís- MA 26 Subitem 3.10.2. O item 3.10.2 questiona, no caso da não existência de instrumento legal ou em caso de se considerar o mesmo inadequado, em que categorias de proteção o ambiente/ ecossistema em questão, na área de estudo, deveria ser enquadrado. A Tabela 7 demonstra que 34,2% dos entrevistados sente necessidade de serem criadas, em seu local de estudo, uma Área de Proteção Ambiental. Entre os demais, 18,4% preferem uma Reserva Extrativista, 13,2% uma Área Relevante de Interesse Ecológico, 10,5% uma Reserva Biológica e 23,6% preferiram uma das outras categorias listadas. As categorias Reserva Ecológica e Reserva Particular do Patrimônio Nacional não foram incluídas em nenhuma preferência. Os pesquisadores que sugeriram categorias de proteção para enquadrar o ambiente/ecossistema na área de estudo, justificam de forma diversa suas indicações e estas encontram-se relacionadas abaixo. As áreas do mar deveriam ser subdivididas e algumas parcelas que poderiam ser definidas como parques marinhos. Devido a existência de populações tradicionais de pescadores e catadores em certas áreas de toda a costa Amazônica, várias áreas deveriam ser definidas como Reserva Extrativista (RESEX). Algumas sugestões de APA’s e Parques e de Áreas de Relevante Interesse Econômico e Ecológico foram apresentadas baseados na existência de várias espécies de interesse econômico e na importância como berçário para reprodução de espécies. Considerando que a maioria das comunidades tradicionais mantêm-se da exploração de recursos da biodiversidade costeira e que vivem de certa forma em harmonia com a natureza, e dependendo do uso, da consolidação da territorialidade do uso e da participação destas comunidades, é importante relativisar a categoria de proteção ambiental. Há urgente necessidade de planos de desenvolvimento sustentável que assegurem aos moradores padrões dignos de vida e manutenção da riqueza da biodiversidade. 27 Subitem 3.11 Refere-se as atividades sócio-econômicas que se desenvolvem e/ou tem potencial para o desenvolvimento no ambiente/ecossistema em estudo. (Tabela 8) a) Um número elevado de perguntas foram deixados em branco. O menor número de respostas, por atividades sócio-econômicas, não respondidas foi pesca (34,15%) e o de maior foi exploração/petróleo (72,7%) b) As principais atividades sócio econômica apontadas como desenvolvendo-se atualmente foram: 1. Com alta intensidade 1.1. Pesca (35,3%) 1.2. Extrativismo vegetal (23,5%) 1.3. Lazer (17,6%) 1.4. Turismo (11,8%) 1.5. Caça (1,8%) 2. Com média intensidade 2.1. Pesca (26,8%) 2.2. Urbanização (12,5% 2.3. Portos / Terminais (10,7%) 2.4. Pecuária (8,9%) 2.5. Lazer (7,1%) 3. Com baixa intensidade 3.1. Turismo (9,5%) 3.2. Caça (9,5%) 3.3. Agricultura (8,7%) 3.4. Portos / Terminais (8,7%) 3.5. Indústria (7,9%) 3.6. Lazer (7,9%) 4. Nenhuma atividade potencial 4.1. Caça submarina (13,4%) 4.2. Reflorestamento (9,7%) 4.3. Exploração de petróleo (9,7%) 4.4. Aquicultura (8,9%) 4.5. Salinas (8,2%) c.) As principais atividades econômicas apontadas com potencial foram: 28 1. Com alto potencial 1.1. Pesca (22,7%) 1.2. Turismo (14,4%) 1.3. Lazer (13,4%) 1.4. Aquicultura (7,2%) 1.5. Apicultura (7,2%) 2. Com médio potencial 2.1. Portos / Terminais (12,1%) 2.2. Aquicultura (9,1%) 2.3. Lazer (9,1%) 2.4. Agricultura (7,5%) 2.5. Pesca (7,5%) 2.6. Extrativismo Vegetal (7,.5%) 2.7. Apicultura (7,5%) 3. Com baixo potencial 3.1. Caça (12,5%) 3.2. Urbanização (12,5%) 3.3. Pecuária (10,4%) 3.4. Aquicultura (8,3%) 3.5. Portos / Terminais ( 8,3%) 3.6. Agricultura (8,3%) 4. Nenhuma atividade potencial 4.1. Mineração (12,3%) 4.2. Pecuária (11,2%) 4.3. Caça (11,1%) 4.4. Caça submarina (9,0%) 4.5. Exploração / Petróleo (9,0%) Subitem 3.12 Com relação a este subitem, que pede para assinalar o grau de impacto para o ecossistema/ambiente objeto de estudo, bem como para os demais ecossistemas presentes na região, os ecossistemas Costões Rochosos, Banhados e Banco de Fanerógamos foram eliminados. Os dois primeiros por que esses ecossistemas 29 não fazem parte de ambientes marítimos na região amazônica e o último por não haver sido indicado na amostragem. Com o resultado deste ítem foram elaboradas as Tabelas de no 9 e 10 e as Figuras 12 e 13 A Tabela 9 e a Figura 12 demonstram que os tensores mais freqüentes, que causam impactos sobre o ambiente, são lixo (11,43%), pesca predatória (11,43%), desmatamento (8,57%), erosão e turbidez (7,14%), especulação imobiliária (7,14%), expansão urbana (7,14%) e pecuária (5,71%). Na Tabela 10 levando–se em consideração as indicações, pode-se observar que os ambientes mais impactados, com seus respectivos tensores mais importantes (aqueles que apresentaram mais de 5% do total de indicações de cada tensor), são: 1. Manguezal (20,5%): Desmatamento (7.4%), Lixo (6,22%), Expansão Urbana (5,84%), Pesca Predatória (5,84%), Erosão e Turbidez (5,84%) e Especulação Imobiliária (5,45%). 2. Estuário (16.4%): Pesca Predatória (7.2%), Lixo (6,8%), Erosão e Turbidez (5,6%), Desmatamento (5,6%), Transporte Fluvial e Marinho ((5,2%). 3. Praia (13,98%): lixo (13,98%), Turismo (6,6%), %), Erosão e Turbidez (6,1%), Especulação imobiliária (5,6%), Esgoto (5,6%), Remoção de Areia (5,2%), Pesca predatória (5,2%), Expansão Urbana (5,2%). 4. Dunas (9.1%): lixo (7,2%), Especulação imobiliária (6,5%), Estradas (6,5%), Turismo (5,8%), Remoção de Areia (5,8%), Desmatamento (5,8%), Erosão e Turbidez (5,1%) e Expansão Urbana (5,1%). 5. Baias (7,7%): Pesca predatória (9.7%), Petróleo e Derivados (7.1%), Âncoras e Embarcações (6,2%), 6. Restinga (7,7%): Especulação imobiliária (7.7%), Desmatamento (7.7%), Lixo (6,8%), Turismo (6%), Remoção de Areia (6%) e Expansão Urbana (6%). 30 7. Fundos Inconsolidados (5,7 %): Pesca Predatória (6,9%), Portos e Terminais (5,7%) e Pecuária (5,7%). 8. Áreas Úmidas Costeiras (5,6%): Pesca Predatória (5,6%), Portos e Terminais (5,9%) e Pecuária (5,9%). 9. Apicuns (5,3%): Lixo (5,3%), Aterro (5,3%) 10. Marisma (5%): Agricultura (6,6%), Represas e Barragens (6,6%), Marismas (5,3%), Lixo (3%), Aterro (5,3%) e Salinas (5,3%). 11. Deltas (4,6%): Nenhum dos tensores foi representativo, ficando todos com menos de 5% de indicações. 12. Falésias (3,6%): Erosão e Turbidez (7,3%), Expansão Urbana (7,3%), Petróleo e derivados (5,5%), Especulação Imobiliária (5,5%), Esgoto (5,5%), Estrada (5,5%), Desmatamento (5,5%) e Lixo (5,5%) 13. Várzea (0,9%): Drenagem (15,4%), Represas e Barragens (15,4%), Pecuária (15,4%), Pesca Predatória (7,7%), Coleta de Souvenir (7,7%), Desmatamento (7,7%), Aterro (7,7%), Drenagem (7,7%), Metais Pesados (7,7%) e Agricultura (7.7%) A Figura 13 mostra os tensores, mais freqüentes, que causam impactos sobre cada ambiente Subitem 3.13 Este subitem 3.13. (Tabela 5; Figura 14) do questionário refere-se a existência de programas de educação ambiental e/ou informações públicas relativos a área de estudo. As respostas foram: sim 48,65%, não 18,92% e não tem conhecimento 32,43%. As seguintes atividades foram citadas como existente: 31 Programa de educação e saúde para o turismo (ESATUR) da UFMA, Informações sobre a ZEE são veículadas na mídia. O projeto LONTRA apoiado pelo governo do Amapá, na área estuarina. O projeto “Manguezais do litoral paraense” é multidisciplinar e possui uma das temáticas de “Ciência e Comunidade”. O Núcleo de Meio Ambiente da UFPa, e Emater (SAGRI) do governo do Estado do Pará, a SECTAM, o Museu Paraense Emílio Goeldi pelos projetos RENAS e PEC (Programa de Estudos Costeiros) e o Departamento de Museologia do MPEG, tem desenvolvido atividades de educação ambiental na zona costeira. No Amapá a SEMA e o IBAMA são citados com desenvolvendo várias atividades O programa PEP e o Conselho Nacional de Populações Tradicionais promovem cursos esporádicos na sede de municípios e localidades, onde as comunidades organizadas têm algumas iniciativas interessantes. Cursos, palestras, produção de material didático, atividades lúdicos, ocorrem esporadicamente em diversos pontos da costa, porém não fazem parte de programas e políticas definidas pelos poderes municipais e/ou estaduais. A cobrança de um programa de educação ambiental específico para a zona costeira é fortemente apresentada 3.14. subitem No subitem 3.14. (Tabela 5; Figura 15), que procura saber como o pesquisador avalia os programas de educação ambiental e de informação pública a cerca da questão da biodiversidade naquela área. 61,90% avalia como insuficientes; 23,81% como desordenados; 9,52% como adequados e apenas 4,77% inadequados. Os seguintes comentários foram apresentados: Os conceitos de biodiversidade ficam restritos as universidades e outras instituições. Com poucas exceções estes conceitos são incluídos em atividades esporádicas de educação ambiental. A falta de integração entre as instituições acadêmicas de pesquisa, dos poderes públicos (federal, estaduais e municipais), da sociedade civil 32 organizada e dos setores produtivos empresariais, é um dos principais entraves para medidas realmente conseqüentes de educação ambiental e preservação da biodiversidade. Mais ainda do que um entrave, é imprescindível que os OEMA’s induzam esta união de esforços para um programa de educação ambiental para a zona costeira. 4 OPINIÕES, CONTRIBUIÇÕES E OUTROS CONHECIMENTOS Subitem 4.1 O subitem 4.1 refere-se a opinião dos pesquisadores, quanto a prioridade dos projetos que devem ser implementados nos ambientes/ecossistemas costeiros, nas áreas de pesquisa, conservação e uso sustentável. Os projetos citados como prioritários a serem implementados são: Programas de capacitação de recursos humanos das comunidades (pescadores, mulheres de pescadores, etc..) Projetos de desenvolvimento tecnológico (apicultura, processamento de pescado, etc...) Estudos sobre recursos pesqueiros Projetos de uso sustentável sobre espécies madeireiras Desenvolvimento de tecnologias de pesca, de modo a diversificar e qualificar as capturas de região Modernização tecnológica dos aparatos e da frota para identificação de melhor aproveitamento da fauna acompanhante em arrastos Caracterização geomorfológica Caracterização de variáveis físico-químicas Hidrodinâmica, batimetria e sedimentos Continuidade do programa Revizee Educação ambiental a partir das escolas Manejo florestal Educação ambiental Manejo de animais silvestres Saúde pública 33 Projeto para proteção dos ninhais da região Estudos dos potenciais produtivos das várzeas Levantamento e inventários botânicos e zoológicos Difusão do conhecimento ao público Estudo dos ecossistemas Dinâmica de população de algumas espécies Comportamento de algumas espécies Levantamento do potencial de recursos vivos no ecossistema oceânico Plano de manejo das APA’s e outras UC’s Pesquisas antropológicas Capacitação e aperfeiçoamento do potencial de gestão local ou das comunidades Fontes alternativas de renda Projetos de agregação de valor para produtos extrativos Banco de dados Banco de germoplasma Piscicultura Ecoturismo Variabilidade genética Etnobotânica e farmacobotânica Reflorestamento da ilha de São Luiz Poluição e esgotos Fauna de profundidade Pesquisas básicas sobre fauna e flora Levantamento da biodiversidade em todo o litoral Potencial dos solos Épocas de defeso Dinâmica de dunas e manguezais Gestão compartilhada do aproveitamento do caranguejo Política de conservação de espécies ameaçadas, raras e em risco Definição de áreas degradadas e suas recuperações 34 Subitem 4.2. Este subitem questiona que outros tipos de projetos estão em execução neste ambiente/ecossistema. Os seguintes tipos de projetos foram citados: Turismo ecológico Dinâmica de populações de peixes e camarões Controle de Anopheles Revizee Projetos relacionados a flora e fauna marinha Estudo do caranguejo Estudo da gurijuba Sensoriamento remoto Estudo de populações costeiras Projeto caranguejo - FCAP Projeto MADAM em cooperação Alemanha/UFPa Projeto RENAS - MPEG Projeto camarão - IEPA Levantamento da fauna medicinal Manejo de Açai - Estuário Implantação de laboratório de cultura de tecidos e de sementes Florística, geomorfologia, anatomia vegetal e palinologia Biodiversidade vegetal Geológicos Geomorfológicos Antropológicos Oceano - bentos e clorofila Projeto Rivizee Score Norte II: Estudos da flora marinha de litoral do Maranhão Levantamento dos parâmetros ambientais das águas na região de Sucuriju AP Fito e Zooplancton e de bentos - PA Estudos de aves costeiras 35 Subitem 4.3. Solicita que se indique instituições, especialistas e pesquisadores que possam contribuir para este levantamento. a) Instituições que podem contribuir com este levantamento: ADEMA – SE Comissão Pastoral da Pesca CPNOR/IBAMA Departamento de Oceanografia - UFPe EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Oriental ETFPa – Escola Técnica Federal do Pará FCAP- Faculdade de Ciências Agrárias do Pará Forum Permanente de Educação Ambiental do Estado do Pará FURG IBAMA IEPA- Instituto Estadual de Pesquisas do Amapá Instituto Evandro Chagas Labohidro - MA Labomar - MA Movimento Nacional de Pescadores MPEG- Museu Paraense Emílio Goeldi ONG’s ORSTOM/Caiena SECTAM – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará SEMA-AP - Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Amapá UEPA – Universidade Estadual do Pará UFF- Universidade Federal Fluminense UFMA- Universidade Federal do Maranhão UFPa - Centro de Ciências Exatas e Naturais UFPa - Centro de Geociências, Laboratório de Oceanografia UNAMA- Universidade da Amazônia USP - Instituto Oceanográfico 36 b) Especialistas e pesquisadores que podem contribuir com este levantamento. Adriana Brito Alba Lins - MPEG Amilcar Mendes- MPEG Benedito Rabelo - IEPA/ZEE Clara Pantoja – UFPa Cristina Senna- MPEG Cristina Maneschy- UFPa Dirk Shorias - MADAM - PA Elena Carvalho Elizabetha van den Berg - MPEG Francisco Berredo - MPEG Giorgini Venturieri - UFPa Gorge Lima Henrique Sawaki Inacio Vieira - IEPA Inocêncio Gorayeb - MPEG Isolda Silveira - MPEG Italo A. Vieira - CPNOR/IBAMA Ivete Nascimento - MPEG J. J. Granville - ORSTOM/Caiena João da Luz Freitas - IEPA João Ubiratan Santos - MPEG Lourdes Furtado - MPEG Luiz Gonzaga - FCAP Maamar El Robrini - Departamento de Geociência - UFPa Manoel Malheiros Tourino - FCAP Marco Antônio Chagas - SEMA - AP Maria Clara Mario G. Jardim - MPEG Maria de Luiza Videira - MPEG Maria de Nazaré do Carmo Bastos - MPEG Maria Tereza Prost - MPEG 37 Milton Kanashiru - EMBRAPA Noemi Viana - EMBRAPA Otávio Lima Odete Machado Silveira- IEPA Pedro Walfir Souza Filho - IEPA Solange Nascimento - ADEMA - SE Victoria Isaac - UFPa/MADAM Waldemar Vergara – Assesoria a SECTAM-PA Subitem 4.4 Este subitem contém outros estudos já realizados que podem contribuir para o levantamento de dados sobre as zonas costeiras amazônicas. Waldemar Vergara – Assessoria a SECTAM-PA MPEG tem produzido diversos estudos desenvolvidos pelos departamentos de DCH, DEL, DBO e DZO. A UFPa através do Centro de Geociências possui varias tese de mestrado no estuário paraense A SECTAM possui material cartográfico e bibliográfico sobre meio físico costeiro que foi disponibilizado pelo GERCO-PA, além de possuir todos os relatórios sócio-econômico dos municípios costeiros do extinto IDESP No Amapá já existe o Zoneamento Ecológico Econômico Projeto “Estudo geológico e geofísico da zona costeira do Amapá” realizado pela UFPa desenvolvido no inicio da década de 90 ECOLAB Avifauna e florística da ilha de Canelas - Bragança - PA Estudo dos insetos na ilha de Canelas - Bragança - PA Estudos florísticos e sobre insetos da APA Jabotitiua/Jatium de Vizeu - PA Levantamento florísticos e Fitossociológicos de restingas na APA de Algodoal/Maiandeua, Maracanã - PA Levantamento Marapanim - PA florísticos e fitossociológicode restingas no Crispim - 38 Estudos para o plano de manejo da APA Algodoal/Maiandeua Estudo de espécies de Tabanideae endêmicos, novos e que ocorrem na zona costeira Fenologia de espécies florestais de várzea no Amapá Sistema agroflorestais de Várzea - AP Projeto Açaí, várzea A planície costeira bragantina (NE do Pará); influência das variações do nivel do mar na morfoestatigrafia costeira durante o holoceno. Estudos da flora de algas marinhas do litoral do Estado do Maranhão Estudos de solos pela EMBRAPA Estudos arqueológicos sobre comunidades de pescadores pelo DCH/MPEG Estudos geomorfológicos e geofísicos pelo, DEL/MPEG Estudos florísticos e fitossociológicos, DBO/MPEG Estudos de biologia e pesca do pargo Estudos de biologia e pesca da gó Cruzeiros de exploração pesqueira realizadas pelos navios de pesquisa: Riobaldo - IBAMA; Oregon II - EUA; Toyo Masu - Japão; Knipivich - FAO Ninhais da região de Pedreiras Subitem 4.5.1 Quanto ao esforço de coleta realizado para grupos-chaves de plantas e animais relacionados com os locais de coleta, somente as seguintes respostas foram dadas: - Existe levantamento de cerca de 300 espécies vegetais para o ecossistemas restinga de Algodoal/Maiandeua, Maracanã - PA - Coleta de algas pelo período de 30 anos no Estado do Maranhão Subitem 4.5.2 Muitas espécies já não mais ocorrem em função dos impactos ambientais na área costeira do nordeste e Maranhão: Exemplo algas vermelhas - Cetroceras clavulatum 39 Subitem 4.5.3 Apenas um entrevistado respondeu esta questão indicando para Verificar em Ferreira Correia (1983 - 1997) 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A região costeira na Amazônia estende-se por mais de 2.500 Km de extensão, indo da foz do rio Oiapoque no Amapá até a baia de Tubarão (Ponta do Mangue) no Maranhão, apresentando um cenário bastante diversificado. No Amapá, o sedimento é predominantemente lamoso e caracteriza-se por apresentar uma exuberante floresta de mangue e campos inundáveis, cuja vegetação é constituída essencialmente por macrófitas aquáticas e/ou pelas florestas de várzea. As atividades econômicas predominantes são caracterizadas em parte pela informalidade de atuação. As atividades econômicas da zona costeira estão ligadas muito mais ao aproveitamento extensivo de seus recursos naturais, do que propriamente à implantação e desdobramentos industriais. Desta forma os principais agentes da relação econômica desses espaços são: Atividades portuárias representada pelo conjunto das importações e expotações concentradas ao nível da orla costeira de Santana; Atividade Comercial maximizada pela zona de Livre Comércio de Macapá/Santana Pecuária bubalina praticada extensivamente em ambiente de campos inundavéis; Extração e industrialização de palmito Pesca interior e litorânea como sistema produtivo artesanal No Pará, a zona costeira, apresenta duas regiões com características fisiográficas bem diferentes, que são a Costa Atlântica do Salgado Paraense e as Áreas Marinho-Fluviais do Golfão Maranhense. A Costa Atlântica do salgado Paraense abrange toda a zona costeira da região nordeste do Estado. Fica compreendida entre a baia do Marajó e o rio Gurupi (limite do Pará com o Maranhão). Apresenta, como uma de suas principais 40 características fisiográficas, a conformação de um litoral bastante recortado, constituído por um expressivo conjunto de reentrâncias ("rias") que, inclusive, ultrapassam os limites do Estado do Pará, estendendo-se, de forma ininterrupta, até às proximidades do Golfão Maranhense, com ilhas, penínsulas e baias situadas nas desembocadura de rios de curto percurso mas de bocas amplas. As Áreas Marinho-Fluviais do Golfão Amazônico abrangem toda a região do estuário do rio Amazonas. Essa região é distintamente constituída por uma parte continental que margeia o rio Pará/baia do Marajó e outra insular, onde sobressai a ilha do Marajó. A região da costa Atlântica do Salgado Paraense apresenta-se com diversidade maior de ecossistema, quando comparado a do Amapá, destacando exuberantes manguezais, dunas e restingas, sendo este último constituído por uma variedade de tipos vegetacionais, denominados de formações vegetais. Nas Áreas Marinho-Fluviais encontra-se os campos (Marajó) e a floresta tropical Amazônica. Além da atividade pesqueira, que se evidencia em toda a zona costeira paraense, outras atividades econômicas assumem papel de relevância, tais como, a pecuária, a agricultura (predominantemente de subsistência) e o turismo (praias) na Costa Atlântica do Salgado; a industria, o comércio e serviços na parte continental estuarina e a pecuária (incluindo a bubalinocultura), o turismo e a exploração de madeira na parte insular estuarina. A zona costeira maranhense encontra-se bastante recortada por baias, enseadas e estuários, com presença de ilhas de sedimentos aluvionais e extensos manguezais, além, de dunas e restingas com constituição semelhante as do Pará, na faixa litorânea; na parte interior desta predominam as matas típicas da região Amazônica (com árvores de grande porte). Na parte central da região verifica-se grandes áreas de capoeira e campos sujeitos a inundação periódicas. A parte leste da região apresenta o litoral com vegetação baixa e esparsa, no interior, predominam os grandes carnaubais, intercalados com vegetação característica das chapadas. No geral a base econômica maranhense ainda é instável, apoiada em atividades extrativistas e agricultura de “roça” (babaçu, arroz, milho, feijão, mandioca e algodão), sobretudo nas áreas rurais onde ainda permanece uma economia de trocas. 41 Genericamente, o parque industrial maranhense é incipiente e pouca diversificado, tendo por bases as seguintes industrias: alimentícias, representada pela panificação, laticínios, frigoríficos, bebidas, óleos vegetais e açúcar, madeira de mobiliário, dos produtos minerais não metálicos, como as cerâmicas, olarias, pedreiras, cimento, a extração de ouro, as industrias mecânicas, de material elétrico e telecomunicações, voltadas para a reparação e conservação de veículos e os serviços de infra-estrutura. Começaram a despontar atividades industriais na área da siderurgia, da indústria minero-metarlúgica de capital intensivo, de médio e grande porte, como a do alumínio, manganês e do ferro-gusa, acompanhada por outros setores, como da produção de celulose e álcool etílico. 5.1 PRINCIPAIS AÇÕES IMPACTANTES De um modo geral pode-se dizer que os ecossistemas costeiros da Região Amazônica estão bem conservados e as ações impactantes são reduzidas e atuam pontualmente. Esta é uma constatação que parece contraditória com o fato de ter sido o ecossistema onde a colonização humana iniciou. As áreas de restingas, de manguezais e outros ambientes do litoral amazônico estão submetidas a dinâmica das marés e a variações micro geográficas constantes, além de serem impróprias para instalação de moradias e edificações definitivas (o que é proibida por lei). Por estes motivos as cidades, vilas e pequenas comunidades permanentes se instalaram nas áreas ecotonas (de fronteira) com o ecossistema de terra firme. Exceções são as cidades maiores, como Salinópolis, Bragança, Ajuruteua, Marudá e Crispim, etc. que tiveram um impacto do turismo, principalmente associada à belas praias, onde a especulação imobiliária avançou em áreas de manguezais e restingas, com crescimento desordenado. A pesca predatória tem causado impacto tanto pelas atividades de pescadores tradicionais como industriais. Algumas espécies da pauta de exportação e de consumo local estão sobre pressão como: piramutaba, camarões e caranguejo. A catação de caranguejo intensa e extensiva é considerada como preocupante, porque o grau de exploração parece estar bem acima da 42 capacidade de suporte das populações naturais, e este processo tende a agravarse. Em áreas onde o acesso é facilitado pelas estradas e pelas proximidades de cidades, o impacto é maior. A malha rodoviária na região costeira tem facilitado o acesso à áreas de belas praias e a exploração de recursos pesqueiros, madeireiros e minerais. Algumas estradas foram construídas até próximo à fronteira com os manguezais e outras sobre o manguezais, aterrado-os, e consequentemente bloqueando a drenagem natural. Este problema é mais acentuado no estado do Pará. Atualmente o Governo Federal aprovou recursos para a estrada Transoceânica ligando Bragança (PA) à Itaúna (MA), passando por Vizeu, Carutapera, Cândido Mendes, Turiaçú, Curupuru, Mirinzal, Bequimano. A pecuária em áreas de restingas e campos alagáveis, principalmente de bubalinos, causa problemas sérios de destruição dos ambientes semi-aquáticos. O desmatamento e as queimadas são meios utilizados, também, para ampliar as áreas de pastos. A extração de minérios de classe II, principalmente de areia e argila, é processada em vários pontos do litoral principalmente em praias e estuários. A extração de madeiras lenha, carvão e para construção de casas e currais, associada ao desmatamento para especulação imobiliária e pecuária, podem vir a ser ampliada caso não haja uma ação dos órgãos ambientais públicos. O problema do lixo e rejeitos orgânicos nas cidades, nos diversos portos, e principalmente nas áreas de estações de turismo constitui-se num dos maiores impactos nos ecossistemas costeiros. 5.2 IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA A região costeira amazônica apresenta grande importância ecológica, primordialmente por encontrar-se com poucas e pontuais intervenções antrópicas, por estar resguardada pelas 200 milhas náuticas, por sua alta diversidade de ecossistema e biodiversidade, com grande quantidade de espécies de valor econômico. Além disso, é uma área de reserva de banco genético, serve de abrigo e berçário de peixes, crustáceos, aves e outros vertebrados, apresenta grande potencial pesqueiro e, por último, por ser quase que desconhecida 43 cientificamente, onde os estudos são pontuais e em poucas áreas do conhecimento. 5.3 ATIVIDADES DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS As comunidades tradicionais da zona costeira atuam principalmente na pesca, catação de caranguejo e camarão, tanto para subsistência como para venda a atravessadores. A exploração madeireira restringe-se a utilização para lenha, carvão e madeira para “ranchos” (taperas de moradias temporárias nas praias e restingas) e currais, apesar de que uma boa quantidade é vendida para as cidades. Nas áreas estuarinas e de várzeas o processo de exploração de madeiras foi intenso e a maioria das florestas foi devastada, entretanto este processo não atingiu os manguezais. A pecuária existe em algumas áreas de restingas em pequena quantidade. Nos campos alagáveis contíguos ao litoral e nas ilhas e terras estuarinas (principalmente do rio Amazonas) esta atividade é intensa causando sérios impactos, principalmente pelos bubalinos. Galinhas, patos e perus também são comumente criados para aumentar a dieta alimentar. A agricultura nas áreas de restingas e manguezais é quase inexistente, entretanto nas várzeas, terras estuarinas e “marombas” dos campos alagáveis, é intensa e também contribue para renda familiar. A caça é feita a algumas espécies de aves costeiras como taiquiri, guarás e graças, que tem seus ninhais invadidos para coleta de adultos, filhotes e ovos. A iguana é extremamente caçada, tanto os adultos, como seus ovos que estão enterrados nas areias das restingas. Uma grande quantidade de cachorros são mantidos pelas famílias que vivem nas áreas costeiras e eles causam sérios desequilíbrios para a fauna natural; inclusive comendo os ovos das iguanas. Cobras, principalmente a jibóia, lagartos e outros animais são caçados também para serem utilizados em receitas da cultura medicinal e crenças locais. A caça é um fator preocupante que deve ser controlada, com ênfase aos ninhais de guáras (Endocimus ruber) que está na lista de espécies ameaçadas de extinção. 44 5.4 RECOMENDAÇÕES DE PRIORIDADES DE PESQUISA Considera-se fundamental a indução e apoio financeiro para o desenvolvimento de pesquisas nas zonas costeiras. Propõe-se os seguintes temas prioritários: Estudos dos recursos pesqueiros Estudos da fauna oceânica e de profundidade Caracterização de dunas e manguezais Dinâmica de dunas e manguezais Estudo multidisciplinar dos ecossistemas Levantamento da biodiversidade em todo o litoral Ecologia e biologia de espécies importantes Definição de áreas degradadas e suas recuperações Plano de manejo da UCs Pesquisas antropológicas Bancos de germoplasma Etno e farmaco-botânica Variabilidade genética 5.5 RECOMENDAÇÕES DE PRIORIDADES DE POLÍTICAS PÚBLICAS Os seguintes temas são indicados como prioritários para serem tratados em programas e políticas públicas: Educação ambiental Controle e proteção das unidades de conservação Capacitação de recursos humanos das comunidades para ampliação de fontes alternativas de renda, exemplo: Apicultura Aquicultura Processamento de pescado Ecoturismo Tecnologia de pesca para diversificar e qualificar as capturas e para aproveitamento da fauna acompanhante Gestão local nos municípios e comunidades Recuperação de áreas degradadas e reflorestamento 45 Saúde pública Educação 5.6 COMPROMETIMENTO DA BIODIVERSIDADE A biodiversidade da região costeira apresenta-se, de certa forma, pouco comprometida, a não ser naquelas áreas mais próximas dos centros urbanos ou de fácil acesso, em que o turismo incentiva a especulação imobiliária e a construção de estradas, como pode ser observado nos municípios paraenses de Salinópolis e Bragança (vila de Ajuruteua). No primeiro, na praia do Atalaia, construiu-se casas e prédios sobre a restinga e dunas e no segundo a abertura de uma estrada para dar acesso a praia, destruiu em parte o manguezal, causando grande impacto nestes ecossistemas costeiros. A vegetação é pouco utilizada em comparação com outros ecossistemas não costeiros, mas assim mesmo, são retiradas espécies da flora, principalmente do manguezal, para utilização como lenha, fabricação de carvão, e construção de casas e currais. Algumas espécies são usadas na medicina tradicional e como alimentos. A fauna terrestre é bastante caçada, principalmente as aves em ninhais (Taiquiris, guarás, garças); iguanas e cobras. No que diz respeito a fauna aquática, a região tem tradição pesqueira e alta diversidade. A exploração pesqueira, com métodos predatórios, tem causado impactos comprometedores, mas somente algumas espécies sofrem maior pressão. A sobrepesca do caranguejo, do camarão rosa, da gorijuba e da piramutaba, são exemplos. Há preocupação com a fauna acompanhante. As políticas públicas devem ter mais ação na educação, no controle e fiscalização das atividades predadoras da biodiversidade. 5.7 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO De um modo geral toda região costeira, incluindo os ambientes de restinga, manguezais e águas oceânicas, assim como as áreas estuarinas e suas várzeas, estão protegidas pela legislação como áreas de preservação permanente. Mesmo assim os estados e municípios tem criado unidades de conservação, a maioria na categoria de APAs. As comunidades tradicionais 46 organizadas, tendem a propor a criação de Reservas Extrativistas para evitar a exploração predatória dos recursos pesqueiros em seus entornos, porém isso deve levar a uma série de conflitos. Uma conjugação de esforços do MMA (Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal), SPU (Secretaria de Patrimônio da União), OEMAs (Órgãos Estaduais de Meio Ambiente), ONGs, municípios e comunidades organizadas devem definir as prioridades de ações para proteção de certas áreas e criação de UCs (Unidades de Conservação), planos de manejo e outras medidas para evitar a continuidade do processo degradante e ampliar as alternativas de renda da sociedade. A região litorânea, no Norte do Brasil, estende-se do Estado do Amapá ao Maranhão, tendo uma paisagem tipicamente distinta das outras áreas costeiras deste país, devido principalmente a influência do rio Amazonas, que carreia sedimentos para o manguezal, tornando-o exuberante, e por suas reentrâncias ("rias") que concede ao litoral um formato especial com diversas baías e praias. Os seus ecossistemas, constituídos, principalmente, por restingas, dunas, praias, manguezais e águas oceânicas são conhecidos cientificamente através de pesquisas locais, e por um número limitado de área do conhecimento, consequentemente, não existe muitas informações a respeito. Entretanto sabe-se que ela está bastante preservada tendo em vista seu difícil acesso. Exceção se faz a algumas áreas restritas, onde, devido ao turismo abrem-se estradas e constroem-se prédios sobre os ecossistemas. As comunidades tradicionais, instaladas historicamente no litoral, de certa forma, convivem em harmonia com meio ambiente não causando grandes prejuízos. 47 6 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ARAÚJO, D.S.D., HENRIQUES, R.P.B. 1984. Análise florística das restingas do Estado do Rio de Janeiro. In: Lacerda, L.D. et al. (orgs.) Restingas: Origem, Estrutura e Processos. Niterói, CEUFF, p.159-193. ARAÚJO, D.S.D. 1992. Vegetation types of sandy coastal plains of tropical Brazil: A first approximation. 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Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro. Macrozoneamento costeiro do Estado do Pará. RELATÓRIO TÉCNICO/91. p.69-76. BRASIL. IBAMA/SECTAM/IDESP. 1991. Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro, Macrozoneamento Costeiro do Estado do Pará. RELATÓRIO TÉCNICO/91, Convênio 077/91. 1991, 166 p. 48 BRASIL. MMA/UFRJ/FUJB/LAGET. 1996. Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro- Macrodiagnóstico da Zona Costeira do Brasil na escala da União Brasília, Programa Nacional de Meio Ambiente. 280p BRASIL. MMA/IBAMA/DIRPED/CPNOR. 1998. Pesca Marítima do Pará. Boletim Estatístico da Pesca Extrativa Marinha do Estado do Pará nos anos de 1996 a 1997, Nov. s/n. p BRASIL. PROJETO RADAM. 1973. Folha SA. 23/24. São Luís/Fortaleza. Levantamento de Recursos Naturais, Rio de Janeiro, 3: 1-289. BRASIL. RELATÓRIO FUNTEC/MPEG/CNPq/SECTAM. 1999. Manejo e valorização econômica da APA de Algodoal/Maiandeua, Pará. Belém-Pa. 136p. COSTA-NETO, S.V., BASTOS, M.N.C. & LOBATO, L.C.B. 1996. Composição florística e fitofisionomia da restinga do Crispim, município de Marapanim, PA. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Botânica, 11(1): 237-249. DIEGUES, A C. 1987. Conservação e desenvolvimento sustentado de ecossistema litorâneos do Brasil. IN: Simpósio sobre Ecossitema da Costa Sul e Sudeste Brasileira. ACIESP, Cananéia, São Paulo, 3: 196-243. EL ROBRINI, M. 1992. Batimetria. IN: Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro. RELATÓRIO TÉCNICO. IDESP/IBAMA/SECTAM. Belém-Pa.p:8-16. FRANZINELLI, E. 1982. Contribuição à geologia da costa do estado do Pará (entre as baias de Curuça e Maiau). Atas IV Simp. do Quart. no Brasil, Rio de Janeiro : 305-323. LACERDA, L. D. de; ARAÚJO, D. S. D.; CERQUEIRA, R.; TURCQ, B. 1984. Restinga: origem, estrutura e processos. Niterói, CEUFF. 477p. NASCIMENTO FILHO, R.L.G., SENNA, C.S.F., BASTOS, M.N.C., LOBATO, L.C.B.1992. Caracterização dos “sub-ambientes” da praia da Princesa/Algodoal, município de Marapanim, Estado do Pará. 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Communities and Ecosystems, Macmillan, New York TABELAS Estados abrangidos pelos projetos AP PA MA Ecossistemas Águas oceânicas Áreas estuarinas Mangues Apicuns Brejos Matas Campos Restingas Dunas Nº de Projetos Tabela 1 - Linhas de pesquisas dos projetos com informações sobre os Estados abrangidos e ecossistemas onde estão atuando. ( Referente ao itens 1.6, 2.3 e 2.4, do questionário) ZOOLOGIA Caranguejo: biologia, ecologia e esforço de pesca 1 X Camarões: ecologia e esforço de pesca 1 X Peixes: prospecção pesqueira 5 X Peixes: biologia e ecologia 1 Peixes: dinâmica populacional, avaliação estoque 1 X X Peixes: estatística pesqueira 1 X X Insetos: controle de malária 1 X Insetos hematófagos 1 X Quelônios: proteção e manejo 1 X X Lontra: manejo e conservação 1 X X Chondrofauna 1 X Fauna bentônica 1 subtotal X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 16 BOTÂNICA Florística 2 Fitossociologia, Taxonomia de Fanerogamos X X X X X X X 3 X X X X X X X Fitoplancton 2 X Algas 1 Desenvolvimento de plantas de manguezais 1 X Biologia reprodutiva de plantas de litoral 1 X Etnobotânica: plantas medicinais 2 subtotal X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 12 CIÊNCIAS HUMANAS Antropologia ambiental: ecologia humana 1 X X X X X X X X Estudos antropológicos de populações pesqueiras 1 X X X X X X X X X X X X X X X subtotal 2 OUTROS Geologia ambiental 2 X Geoquímica ambiental 1 X X Oceanografia química 1 X X Ecologia de manguezais 1 Qualidade de água em balneários 1 X Diagnósticos sócio-ambientais 1 X Aquicultura 1 subtotal 9 X X X X X X X X X X X X X X X X Tabela 2 - Números de projetos classificados pelas sub-áreas do conhecimento conforme o MCT/CNPq. ( Referente ao item 1.6 do questionário) SUB-ÁREAS CÓDIGO Nº DE PROJETOS Geociências Geofísica 1.07.02.00-8 1 Oceanografia Oceanografia Química Oceanografia Geológica 1.08.03.00-9 1.08.04.00-5 2 1 Botânica Taxonomia Vegetal Fitogeografia Botânica Aplicada 2.03.04.00-5 2.03.05.00-1 2.03.06.00-8 3 1 2 Zoologia Taxonomia dos Grupos Recentes Zoologia Aplicada 2.04.05.00-6 2.04.06.00-2 2 1 Ecologia Ecologia de Ecossistemas Ecologia Aplicada 2.05.02.00-1 2.05.03.00-8 7 4 Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca Recursos Pesqueiros Marinhos 5.06.00.00.8 10 Sociologia Sociologia Rural 7.02.05.00-0 2 7.03.04.00-9 1 Antropologia Antropologia Rural TOTAL 37 Tabela 3 - Dados dos projetos em desenvolvimento na região costeira/estuarina, com relação ao ambintes em estudo, ecossistemas do entorno e tempo de atuação na área. segundo os informantes. (Referente ao item 2) TÍTULOS PESCA Biologia, captura e esforço de pesca do carangueijo uça - Ucides cordatus L., em Sucuriju - AP Ecologia e pesca de camarão (Macrobrachium amazonicum ) no estuário do rio Amazonas - AP. Projeto Revizee - Carla Suely Freire de Brito Projeto Revizee - Robson Cabral do Nascimento AMBIENTES REGIÃO DO PROJETO Estuário do rio Distrito de Sucuriju, Sucuriju, municípío de Amapá - AP Manguezal Estuário, várzea Ilhas do Pará, Rasa e Macapá, município de Afuá, Macapá. Oceano Maranhão, Piaui, Pará e Amapá. Oceano Fronteiras com a Guiana Francesa, Estados do Maranhão, Piaui, Pará e Amapá. Projeto Revizee - Mitsuo Asano Filho Oceano Fronteiras com a Guiana Francesa, Estados do Maranhão, Piaui, Pará e Amapá. Diagnóstico ambiental da ilha do Caju Sistema costeiro Estuário, dunas, manguezais, deltas, lagos, restinga. Municípios de Araioses - MA e Parnaiba PI. Brazilian mariculture linkag project Estuários, baias, São Luiz, Alcantara apicum Programa: Recursos vivos da zona Ambiente marinho, Costa Norte, AP - PA - MA econômica exclusiva - ZEE (Dinâmica alto mar populacional e avaliação de estoques) Estatpesca Estuários, Nordeste paraense, manguezais, praias Bragança e Amapá. Prospecção pesqueira e avaliação de Marinho ZEE - Norte do Brasil, estoques na ZEE - Norte do Brasil fronteira da Guiana e Maranhão/Piaui, município do AP - PA - MA. TEMPO de ATUAÇÃO 3 anos ECOSSISTEMAS de ENTORNO IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA REGIÃO 19 meses Estuários, fundos Abrigo de peixes e crustáceos, berçario de inconsolidados, manguezais, espécies de valor econômico. áreas úmidas costeiras, lagoas. Estuário 1,5 anos Praias 1 ano e 11 Praias e recifes meses 200 milhas náuticas, potencial paisagístico, reprodução, migração, alimentação, etc... Zona exclusivamente marinha, alta biodiversidade de fauna e flora, potencial pesqueiro. 2,5 anos Praias e recifes Zona exclusivamente marinha, alta biodiversidade de fauna e flora, potencial pesqueiro. 5 meses Estuário, restinga, felésia, Alta diversidade e concentração elevada de apicum,, praias, baias, deltas, biomassa, diversificação de nichos, áreas de lagoas, manguezais. reserva de bancos genéticos, áreas de berçarios de peixes, aves e outros vertebrados. 6 meses Manguezais Fauna aquática de importância econômica 4,5 anos Marinho Áreas altamente exploradas pela pesca industrial e comercial/artesanal, área desconhecida para comunidade científica. 4 anos Praias,deltas e manguezais 4,5 anos Deltas, alto mar Rica diversidade florística e faunística. Cont. Tabela 3 OCEANOGRAFIA TÍTULOS AMBIENTES REGIÃO DO PROJETO Determinação de metais pesados na Fundos Planície costeira do Estado 2 anos plataforma interna do Estado do inconsolidados e do Amapá - AP Amapá áreas úmidas costeiras Distribuição dos nutrientes: amônia, nitrito, nitrato, silcato, fosfato na área entre o Cabo Orange (AP) e a foz do rio Pará (PA) e sua influência sobre a produção primária. Levantamento e identificação das espécies típicas do mangue no município de Bragança - PA. Levantamento do potencial de recursos vivos da ZEE norte brasileira. Estudos ecológicos dos manguezais do estado do Maranhão - 2ª fase Área costeira oceânica e Estuário, costa do Amapá 3 anos até a foz do rio Pará. AP PA. Manguezais Plataforma continental águas profundas Manguezais, marismas, estuários, baias, campos inundados (banhados), fundos inconsolidados, matas de várzeas, apicuns, praias. Desenvolvimento de dois métodos de Estuários, foz do controle contra o Anopheles darlingi rio Pirativa Proteção de manejo de Podocmenis Estuário da foz do expansa e P. anifilis rio Amazonas ZOOLOGIA TEMPO de ATUAÇÃO Projeto Lontra Região de Bragança - PA. 2 anos meses ZEE Norte, PA - AP - MA - PI Baia de Turiaçu, município 5 anos de Bacuri - MA e Turiaçu MA Savana - AP 6 meses Região do Pracuuba e subregião do arquipélago do Bailique, município de Pracuuba, Macapá - AP Banhados, várzeas Região da pedreira, 2 anos e lagoas município de Macapá - AP Levantamento da condrofauna da Estuários, baias, costa norte do Brasil . I - Pará e recifes, e outras Amapá regiões onde ocorrem raias e tubarões Aspectos ecológicos da endofauna de Manguezais, manguezais e levantamento da fauna recifes, lagoas bentônica em áreas oceanográficas Costa do AP e PA 2 anos Litoral maranhense, 8 anos município de São Luiz e reentrançias maranhenses ECOSSISTEMAS de ENTORNO IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA REGIÃO Plataforma continental interna, áreas de predominância de sedimentos lamosos e fundo inconsolidados, áreas úmidas costeiras. Estuário, praias, deltas Área de atividade pesqueira e 6 Estuários, restinga, apicuns, Reprodução de espécies, berçario ecológico fundos inconsolidados, dunas, praias, baias Estuários, baias, deltas, Vital para compreenção das condições manguezais e recifes ecológicas e distribuição dos organismos marinhos. Estuários, apicuns, fundos Preservação, sítio de reprodução, abrigo e inconsolidados, baias, matas de diversidade de espécies migratórias, raras e varzeas, manguezais, banhados, ameaçadas de extinção, ecossistemas frágeis, áreas úmidas costeiras. produtividade estuarina e costeira, importância socio-econômica para população humanas locais, preservação do patrimônio histórico e natural. Campos alagados O ambiente é próprio ao desenvolvimento de A. darlingi - vetor da malária Estuários, praias e áreas úmidas Conservação do sub-ecossistemas para fins de costeiras proteção da biodiversidade, atividade sócioeconômicas e ambientais Restingas, falésias, inconsolidados, praias, lagoas Restinga, falésias, inconsolidados, praias, lagoas deltas, lagoas manguezais, fundos Reprodução e dormitório de aves deltas, fundos Impacto da frota pesqueira, região peculias deltas, costeiras recifes, Cont. Tabela 3 TÍTULOS SOCIOLOGIA E ANTRIPOLOGIA GEOLOGIA ZOOLOGIA Sem título AMBIENTES Manguezais, A, V, costeiras, praias Estudos de insetos hematófagos dos Dunas, banhados, ecossistemas costeiros da Amazônia manguezais, apicuns, áreas úmidas costeiras, lagoas, restingas, praias Geoquímica e sedimentologia dos Estuários e estuários dos rios Marapanim e manguezais Mojuim Manguezais do litoral paraense: Estuários, baias, recursos naturais, uso social e ,manguezais, indicadores de sustentabilidade - apicuns, restingas, Amilcar Mendes praias, cordões arenosos Manguezais do litoral paraense: Estuários, baias, recursos naturais, uso social e ,manguezais, indicadores de sustentabilidade - apicuns, restingas, Tereza Prost praias, cordões arenosos Qualidade de água dos balneários Praias, estuários (fazendinha, Aturiá, Curian, Araxá) Recursos naturais e antrópicos das Estuários, dunas, sociedades marítimas, ribeirinhas e baias, manguezais, estuarinas: estudo da secção do áreas úmidas homem com o seu meio ambiente - costeiras, deltas, RENAS- Lourdes Furtado praias Na casa, no mangue, no mar. Estudos Estuários, baias, sobre divisão do trabalho por sexo em manguezais, praias idade, em populações pesqueiras do litoral do Pará Diagnóstico sócio-ambiental do setor Estuários, estuarino manguezais, banhados, fundos inconsolidados REGIÃO DO PROJETO TEMPO de ATUAÇÃO Município de Amapá - AP 3 anos ECOSSISTEMAS de ENTORNO IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA REGIÃO Praias, banhados, logoas Beleza cênica e biodiversidade Costa amazônica, AP - PA 5 anos - MA Estuários, falésias, apicuns, dunas, restingas, praias, baias, deltas, manguezais, lagoas, áreas úmidas costeiras Área de preservação permanente berçario de fauna costeira, pouso de espécies migratórias, espécies endêmicas, em risco de extinção, pressão antrópicas e ecossistemas costeiro distintos Marapanim e São Caetano 5 anos de Odivelas, Vigia - PA Estuários, apicuns, dunas, Área de modificações antrópicas praias, banhados, manguezais, áreas úmidas costeiras Estuários, falésias, apicuns, Áreas de proteção ambiental dunas, restingas, praias, baias, cordões arenosos, manguezais, lagoas, áreas úmidas costeiras Estuário dos rios 3 anos marapanim e Mojuim, município de Marapanim PA e São Caetano de Odivelas - PA Estuário dos rios 5 anos marapanim e Mojuim, município de Marapanim PA e São Caetano de Odivelas - PA Município de Macapá - AP 1 ano Zona costeira: Marapanim. 21 anos Marudá, São Caetano de Odivelas. Estuário: Bele’m, Abaetetuba, Outreiro, Icoaraci São Caetano de Odivelas: 9 anos sede municipal, local de Pereru e Cachoeira Setor costeiro, estuarino do 1 ano rio Amazonas. Município: Vitória do Jari, Mazagão, Santana, Macapá, Itaubal, Cutias Estuários, falésias, apicuns, dunas, restingas, praias, baias, cordões arenosos, manguezais, lagoas, áreas úmidas costeiras Estuários, áreas úmidas costeiras Manguezais, rios, igarapés, estuários, restingas, praias, falésias, dunas, apicuns, lagoas, áreas úmidas costeiras. Monitoramento da qualidade de água para recreação de banhistas A continuidade da vida humana, vegetal e animal. A reprodução social e ambiental. A perenidade dos recursos para gerações futuras. Estuários, praias, manguezais Riqueza de biodiversidade e de ecossistemas Falésias, baias, áreas úmidas Importância para manter a qualidade ambiental costeiras no estuário amazônico Cont. Tabela 3 BOTÂNICA TÍTULOS AMBIENTES Levantamento e utilização da flora Estuários, falésias, medicinal em comunidades banhados, tradicionais do estado do Amapá manguezais, lagoas, praias, fundos inconsolidados, campos, vázeas, terra firme Produção agroflorestal em Estuários ecossistemas florestal explorado de várzea estuarina na micro-região de Macapá Novo Farmácia in-natura Áreas úmidas costeiras, manguezais, florestas de terra firma Fungos macroscópicos dos Manguezais - PA manguezais do nordeste do Pará Aspectos da biologia reprodutiva de Dunas - PA plantas do litoral paraense MADAM - Mangrove dinamics and management: recrutamento e desenvolvimento de população de manguezais Biodiversidade, geologia e geomorfologia das restingas do Estado do Pará 1. Estudos sucessional das macroalgas dos manguezais da ilha de São Luiz 2. Dinâmica de Diatomaceae dos sedimentos dos manguezais da ilha de São Luiz Sem título REGIÃO DO PROJETO TEMPO de ATUAÇÃO ECOSSISTEMAS de ENTORNO IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA REGIÃO Praia do Goiabal, Curraní, 3 anos Pracuuba, Mazagão Velho, Maruanum, Igarapé do lago, Aeriau. Amapá, Calçoene, Central do Macapá Estuários, falésias, banhados, Alta biodiversidade manguezais, lagoas, praias, fundos inconsolidados, campos, vázeas, terra firme Bailique., Mazagão Estuários município de 3 anos Todo o Estado Bragança, Algodoal/Maiandeua Ilha de Algodoal, Maracanã - PA Manguezais e lagos 4 anos 4 anos Manguezais, baias , Bragança, estrada Bragança 1,5 anos apicum - PA - Ajuruteua Manguezais, apicum, restinga, dunas - PA 1. Manguezais Ilha de Algodoal/Maiandeua, Maracanã - PA 1. Ilha de São Luiz - MA 2. Manguezais 2. Ilha de São Luiz - MA Lagoa costeira Sãoi Luiz - MA 10 anos Estuários, restinga, apicum, dunas, praias, manguezais Estuários, restingas, apicum, fundos inconsolidados, praias, baias, manguezais Estuários, restinga, apicum, fundos inconsolidados, dunas, praias, baias, manguezais O potencial para fins terapêuticos Preservação e conservação ambiental entendimento da dinâmica de reprodução e Área de reprodução de organismos marinhos e proteção da linha de costa contra erosão 4 anos Estuários, restingas, dunas, Área de produção primária sujeito a ação falésias, apicum, baias, antrópica. Área de proteção ambiental - APA manguezais Estuários Produtividade de ecossistemas 15 anos Praias, manguezais Cont. Tabela 3 TÍTULOS BOTÂNICA Composição fitoplantônica da costa Norte região compreendido entre a foz do rio Pará (PA) e foz do rio Parnaiba (PI) 1. A flora de algas marinhas do Maranhão e fanerógamas marinhas 2. Fitoplancto marinho do Estado do Maranhão AMBIENTES Oceano Estuários, baias, recifes, banco de fanerógamas, manguezais, restingas, praias Manejo e valorização econômico de Restinga, dunas, recursos naturais da APA de apicum Algodoal/Maiandeua - PA Estudo dos manguezais do Amapá Manguezais Zoneamento ecológico econômico Floresta terra firme, várzea e de transição. campos inundáveis, herbáceos e arbustivos, cerrados REGIÃO DO PROJETO TEMPO de ATUAÇÃO PA, MA, PI Litoral do Maranhão, municípios ECOSSISTEMAS de ENTORNO IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DA REGIÃO Estuários Estado todos do 30 anos os Zona fisiográfica do 10 anos Salgado, litoral nordeste do Pará Ilha do Maracá, Jipioca, 10 anos linha de costa amapaense, município Amapá e Calçoene Todo o Estado do Amapá, 14 anos 16 municípios Estuários, restingas, falésias, Área de transição entre Nordeste e Amazônia apicum, dunas, praias, baias, deltas, manguezais, recifes, lagoas, afloramentos rochosos, banco de fanerógamas Estuários, manguezais, baias, Área de Proteção Ambiental, produção primária falésias, praias, dunas e potencial turístico Sujeitas a transformações naturais e antrópicas Estuários, áreas úmidas Produção primária, biomassa vegetal, habitat, costeiras relações ecológicas Estuários, dunas, manguezais, Diversidade de biomas lagoas, áreas úmidas costeiras significação regional presentes e de Tabela 4 - Informações pré-existentes ao Projeto no que diz respeito a região e ambientes/ecossistemas estudados. I=inexistentes, L = Limitadas, A = Abundantes. ( Referentes ao item 2.7 do questionário) Aspectos Estudados Botânica Informações I L Reprodução Alimentação Produção primária Biomassa vegetal Habitat Variabilidade genética Riqueza Faunística Riqueza Florística Biodiversidade Espécies Endêmicas Distribuição Comunidade Biológica Relações Ecológicas Estrutura Pop./Comuni./Ecossistema Função Pop./Comuni/Ecossistemas Dinâmica Pop./Comuni/Ecossistemas Espécies Ameaçadas Espécies Raras Biogeografia Espécies migratórias Elab. de coleções Zoológica/Herbário Espécies de valor econômico Áreas de Riscos Atividades Antrópicas Biomassa Animal Estrutura de Formações Vegetais Morfologia Vegetal Mapeamento Manguezal/Cartografia Pecuária - Pesca Características Geográficas Características Hidrodinâmicas Balneabilidade Total 2 2 3 3 1 4 2 4 4 5 6 6 2 5 7 6 4 7 7 5 1 3 2 2 3 4 3 4 3 3 5 1 4 1 1 3 6 2 3 3 1 5 4 2 4 Zoologia A 1 1 I L A I L 3 3 1 1 1 1 1 3 1 1 4 4 4 4 6 4 4 5 9 2 1 2 1 1 1 1 1 1 3 4 1 3 Pesca 1 1 2 2 1 2 1 1 1 1 2 1 2 3 3 4 2 3 2 2 2 2 5 5 3 5 4 2 2 4 1 3 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 4 1 8 3 7 1 3 3 6 3 4 3 1 5 8 2 2 1 2 2 3 6 2 7 6 7 4 7 6 6 8 4 2 7 4 4 4 3 4 Oceanografia A 2 2 1 1 1 1 2 5 3 1 2 I 2 2 2 2 1 2 1 1 1 3 1 2 3 3 2 2 1 1 2 L 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2 1 2 A Geoloogia Geomorfologia I L A 2 2 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 2 2 2 Sociologia Antrpologia I L A 2 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 3 1 1 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 23 10 1 1 1 1 57 103 21 28 61 28 83 119 21 38 21 34 1 21 10 Total I L 13 13 13 10 11 13 10 14 4 20 18 3 7 18 8 16 5 19 11 14 9 20 15 15 13 16 14 13 11 18 10 19 13 14 16 10 11 16 7 16 3 14 12 10 4 17 10 6 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 250 348 A 2 3 2 3 3 3 4 5 3 3 1 2 3 3 2 1 1 1 1 6 14 5 6 2 0 0 0 1 0 0 0 80 Tabela 5 - Avaliação das ações existentes segundo os entrevistados. 3.1 Intensidade do conhecimento do ecossistema MC C PC D B10 B6 B12 B11 B14 B9 B7 B5 B3 B2 B1 B15 B13 Z6 Z5 Z4 Z3 Z2 Z1 Z7 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 O1 O2 O3 O4 O5 G1 G2 G3 G4 SA1 SA2 SA3 3.2a Nº de Pesquisadores 1-5 X 6-10 11-25 3.2b Nº de Instituições +25 X 1 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X +10 X X X X X X X X X X X X 6-10 X X X 2-5 X MC=muito conhecido; C=conhecido; PC=pouco conhecido; D=desconhecido; X X Cont. Tabela 5 3.3 Análise do conhecimento da biodiversidade TI B10 B6 B12 B11 B14 B9 B7 B5 B3 B2 B1 B15 B13 Z6 Z5 Z4 Z3 Z2 Z1 Z7 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 O1 O2 O3 O4 O5 G1 G2 G3 G4 SA1 SA2 SA3 R I Sf AC 3.4 Grau de conhecimento da biodiversidade PCo MD MC X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 3.5 Qualidade da informação sobre a biodiversidade SG IG PA X X X X X X X X X X X X TI=totalmente inadequado; R=restrito a algumas espécies/comunidades; I=insuficiente para a maioria das espécies/comunidades; Sf=satisfatório para a maioria das espécies/comunidades; AC=amplamente conhecida; PCo=pouco comprometida, MDA=medianamente comprometida, MC=muito comprometida, SG=suficiente para uma gestão adequada(produção/conservação), IG=insuficiente para qualquer forma de gestão, PA=parcialmente adequada(algumas informações dispersas); Cont. Tabela 5 3.6 Grau de utilização da biodiversidade IU B10 B6 B12 B11 B14 B9 B7 B5 B3 B2 B1 B15 B13 Z6 Z5 Z4 Z3 Z2 Z1 Z7 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 O1 O2 O3 O4 O5 G1 G2 G3 G4 SA1 SA2 SA3 MU PU NU 3.7 Esforço conservacionista LR MDA X NE X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X O 3.8 Representatividade do esforço conservacionista Ad IN P OT. X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X IU=intensamente utilizada; MU=medianamente utilizada; PU=pouco utilizada; NU=não utilizada; LR=legislação reguladora do uso; MD=movimento de defesa da área; NE=não existe nenhum; O=outros; Ad=adequada; P=parcial; OT=otimista para um futuro próximo; Cont. Tabela 5. 3.13 Programas de Educação Ambiemntal S N NS B10 B6 B12 B11 B14 B9 B7 B5 B3 B2 B1 B15 B13 Z6 Z5 Z4 Z3 Z2 Z1 Z7 P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 O1 O2 O3 O4 O5 G1 G2 G3 G4 SA1 SA2 SA3 S=sim; 3.14 Avaliação de educação ambiental em biodiversidade Ad IN Ins. Dd X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X N=não; Dd=desordenados NS=não tem conhecimento; X X IN=inadequado(a); Ins=insuficiente; Tabela 6 - Políticas públicas que influem na diversidade biológica do ambiente/ecossistema estudado na região em questão. (Refere-se ao item 3.9 do questionário) Nível de influência Alto (%) Médio (%) Baixo (%) Não responderam (%) Política urbana 17,1 7,3 26,8 48,6 Política ambiental 21,9 29,3 29,3 19,5 Política educacional 9,8 26,8 36,6 26,8 Política industrial 17,1 12,2 36,6 34,1 Política tecnológica 2,4 14,6 41,5 41,5 Política energética 5,0 9,7 34,1 51,2 Política/agrícola/pesqueira 31,7 29,30 17,10 21,9 Tabela 7 - Categorias de proteção que o ambiente/ ecossistema em questão, na área de estudo, deveria ser enquadrado. (Refere-se ao item 3.10.2. do questionário) CATEGORIA DE PROTEÇÃO ENTREVISTADOS (%) Área de Proteção Ambiental 34,3 Reserva Extrativista 18,4 Área de Relevante Interesse Ecológico 13,2 Reserva Biológica 10,5 Parque Nacional 7,9 Área sob Proteção Especial 5,3 Estação Ecológica 2,6 Uso Sustentado da Biosfera 2,6 Parque Marinho 2,6 Santuário 2,6 Reserva Ecológica 0,0 Reserva Particular do Patrimônio Nacional 0,0 Total 100 Tabela 8 - Atividades sócio-econômica que se desenvolve e/ou tem potencial para o desenvolvimento no ambiente/ecossistema em estudo. A = alta intensidade/potencial, M = média intensidade/potencial, B = baixa intensidade/potencial, N = nenhuma intensidade/potencial, Brancos = desconhecimento. (Referente ao item 3.11 do questionário) Ativ. Sócio-econômica Pesca Mineração Agricultura Pecuária Industria Aquicultura Lazer Salinas Turismo Caça Caça submarina Extrativismo Vegetal Urbanização Reflorestamento Exploração/Petróleo Portos/Terminais Apicultura A (%) 6 (13,6) 0 0 0 0 0 3 (6,8) 0 2 (4,5) 2 (4,5) 0 4 (9,1) 0 0 0 0 0 17 ATUALMENTE M (%) B (%) N (%) 15 (34,1) 2 (4,5) 2 (4,5) 5 (11,4) 2 (4,5) 1 (2,3) 4 (9,1) 1 (2,3) 1 (2,3) 3 (6,8) 1 (2,3) 3 (6,8) 7 (15,9) 1 (2,3) 2 (4,5) 6 (13,6) 0 56 5 (11,4) 4 (9,1) 11 (25,0) 8 (18,2) 10 (22,7) 8 (18,2) 10 (22,7) 5 (11,4) 12 (27,3) 12 (27,3) 2 (4,5) 7 (15,9) 7 (15,9) 6 (13,6) 2 (4,5) 11 (25,0) 6 (13,6) 126 1 (2,3) 10 (22,7) 7 (15,9) 9 (20,4) 6 (13,6) 12 (27,3) 5 (11,4) 11 (25,0) 5 (11,4) 2 (4,5) 18 (40,9) 5 (25,0) 4 (9,1) 13 (29,5) 13 (29,5) 5 (11,4) 8 (18,2) 134 Brancos(%) 17 (38,6) 28 (63,6) 24 (54,5) 22 (50,0) 26 (57,1) 23 (52,3) 22 (50,0) 27 (61,4) 24 (54,5) 25 (56,8) 23 (52,3) 25 (56,8) 26 (59,1) 24 (54,5) 27 (61,4) 22 (50,0) 30 (68,2) A (%) 22 (50,0) 1 (2,3) 2 (4,5) 0 2 (4,5) 7 (15,9) 13 (29,5) 3 (6,8) 14 (31,8) 2 (4,5) 6 (13,6) 4 (9,1) 2 (4,5) 5 (11,4) 2 (4,5) 5 (11,4) 7 (15,9) 97 M (%) 5 (11,4) 2 (4,5) 5 (11,4) 4 (7,1) 2 (4,5) 6 (13,6) 6 (13,6) 3 (6,8) 2 (4,5) 1 (2,3) 3 (6,8) 5 (11,4) 4 (9,1) 4 (9,1) 1 (2,3) 8 (18,2) 5 (11,5) 66 POTENCIAL B (%) N (%) 2 (4,5) 0 4 (7,1) 5 (11,4) 3 (6,8) 4 (9,1) 1 (2,3) 3 (6,8) 2 (4,5) 6 (13,6) 2 (4,5) 2 (4,5) 6 (13,6) 2 (4,5) 1 (2,3) 4 (9,1) 1 (2.,3) 48 0 11 (25,0) 6 (13,6) 10 (22,7) 5 (11,4) 2 (4,5) 0 6 (13,6) 0 9 (20,4) 8 (18,2) 7 (15,9) 4 (9,1) 6 (13,6) 8 (18,1) 4 (9,1) 4 (9,1) 89 Brancos(%) 15 (34,1) 30 (68,2) 27 (61,4) 25 (56,8) 32 (72,7) 25 (56,8) 24 (54,5) 29 (65,9) 26 (59,1) 26 (59,1) 25 (56,8) 26 (59,1) 28 (63,6) 27 (61,4) 32 (72,7) 23 (52,3) 26 (59,1) Lixo Pesca predatória Desmatamento Erosão turbidez Especulação imobiliária Expansão urbana Pecuária Aterro Remoção areia Turismo Agricultura Estradas Esgoto Portos e terminais Petróleo e derivados Represas e barragens Ancoras e embarcações Coletas de souvenir Drenagem Dragagem Marinas Metais pesados Salinas Transporte fluvial/marinho X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Total Varzea Äreas úmidas t i Fundos inconsolidad Falésia Marisma Apicuns Dunas Restinga Lagoas Baias Estuários Praia TENSORES Manguezais Tabela 9 - Fatores impactantes para o ecossistemas objeto de estudo e para os demais ecossistemas presentes na região, por ordem de indicação. (Referente ao item 3.12 do questionário) 8 8 6 5 5 5 4 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 Tabela 10 - Ecossistemas com os principais tensores ambientais, segundo os informantes. (Referente ao item 3.12 do questionário) ECOSSISTEMA TENSORES Manguezais Desmatamento Lixo Expansão urbana Pesca predatória Erosão turbidez Especulação imobiliária Lixo Turismo Erosão turbidez Especulação imobiliária Esgoto Remoção de areia Pesca predatória Expansão urbana Pesca predatória Lixo Erosão turbidez Desmatamento Transporte fluvial Pesca predatória Petróleos e derivados Ancoras e embarcações Pesca predatória Pecuária Especulação imobiliária Desmatamento Lixo Turismo Remoção de areia Expansão urbana Lixo Estradas Especulação imobiliária Turismo Remoção de areia Desmatamento Erosão turbidez Expansão urbana Aterro Lixo Agricultura Represas Barragens Lixo Aterro, Salinas Marinas nenhum problema atingiu nível de 5% Praias Estuários Baias Lagoas Restingas Dunas Apicuns Marismas Deltas TOTAL 19 16 15 15 15 14 16 14 13 12 12 11 11 11 18 17 14 14 13 11 8 7 5 5 9 9 8 7 7 7 10 9 9 8 8 8 7 7 5 5 5 5 5 4 4 4 4 70 % 7,4 6,22 5,84 5,84 5,84 5,84 7,5 6,6 6,1 5,6 5,6 5,2 5,2 5,2 7,2 6,8 5,6 5,6 5,2 9,7 7,1 6,2 6,1 6,1 7,7 7,7 6,8 6,0 6,0 6,0 7,2 6,5 6,5 5,8 5,8 5,8 5,1 5,1 6,2 6,2 6,6 6,6 6,6 5,3 5,3 5,3 5,3 Cont. Tabela 9 ECOSSITEMA TENSORES Falesias Erosão turbidez Expansão urbana Especulação Imobiliária Esgoto Estradas Desmatamento Lixo Petróleo e derivados Postos e terminais Pecuária Pesca predatória Pesca predatória Pecuária Postos e terminais Drenagem Represas Pecuária Barragens Coleta souvenir Desmatamento Aterro Dragagem Metais pesados Agricultura Pesca predatória Áreas úmidas costeiras Fundos inconsolidados Várzea TOTAL 4 4 3 3 3 3 3 3 3 5 5 5 6 5 5 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 13 % 7,3 7,3 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 5,5 5,9 5,9 5,9 6,9 5,7 5,7 15,4 15,4 15,4 15,4 7,7 7,7 7,7 7,7 7,7 7, 7,7 FIGURAS Zoologia Botânica Ciências Humanas Geologia Ambiental Outros 0 5 10 15 20 Nº de Projetos Figura 1 - Número de projetos em desenvolvimento por área do conhecimento, na região costeira. Nº de Ações dos Projetos 10 Zoologia Botânica C. Humanas Outros 8 6 4 2 0 AP PA MA Figura 2 - Número de ações dos projetos em desenvolvimento por Estados da região costeira. (AP = Amapá, PA = Pará, MA = Maranhão). Zoologia Botânica C. Humanas Geo. Ambiental Restingas Apicuns Manguezais Áreas Estuarinas Águas Oceânicas Outros 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Nº de Ações do Projetos Figura 3 - Número de ações dos projetos por área do conhecimento e por ecossitemas costeiros. Porcentagem 80 60 40 20 0 MC C PC D Figura 4 - Intensidade do conhecimento nos ecossistemas estudados. (item 3.1 do questionário); (MC = muito conhecido, C = conhecido, PC = pouco conhecido, D = desconhecido). Porcentagem 60 50 40 30 20 10 0 TI R I S A Figura 5 - Análise do conhecimento da biodiversidade nos ecossistemas estudados. (Item 3.3 do questionário); (TI = totalmente inadequado, R = restrito a algumas espécies/comunidades, I = insuficiente para a maioria da espécies/comunidade, S = satisfatório para a maioria das espécies/comunidades, A = amplamente conhecida). Porcentagem 50 40 30 20 10 0 PC MeC MtC Figura 6 - Grau de comprometimento da biodiversidade dos ecossistemas estudados. (Item 3.4 do questionário); (PC = pouco comprometida, MeC = medianamente comprometida, MtC = muito comprometida). Porcentagem 50 40 30 20 10 0 S I P Figura 7 - Qualificação da informação disponível sobre a diversidade do ecossistema estudado. (Item 3.5 do questionário); (S = suficiente para uma gestão adequada, I = insuficiente para qualquer forma de gestão, P = parcialmente adequada - algumas informações dispersas). Porcentagem 50 40 30 20 10 0 IU MU PU NU Figura 8 - Nível de intensidade de uso da biodiversidade pelo homem. (Item 3.6 do questionário); (IU = intensamente utilizada, MU = medianamente utilizada, PU = pouco utilizada, NU = não é utilizada). Porcentagem 40 30 20 10 0 LR MD NE O Figura 9 - Esforço conservacionista em relação ao ecossistema. (Item 3.7 do questionário); (LR = legislação reguladora do uso, MD = movimento de defesa da área, NE = não existe nenhum, O = outros). Porcentagem 30 20 10 0 A I P O Figura 10 - Avaliação do esforço conservacionista para a região em geral. (Item 3.8 do questionário); (A = adequada, I = inadequada, P = parcial, O = com perspectivas otimistas para o futuro próximo). POLÍTICA AMBIENTAL 50 30 40 25 Porcentagem Porcentagem POLÍTICA URBANA 30 20 10 20 15 10 5 0 0 A M B Brancos A POLÍTICA EDUCACIONAL Brancos 40 Porcentagem Porcentagem B POLÍTICA INDUSTRIAL 40 30 20 10 30 20 10 0 0 A M B Brancos A POLÍTICA TECNOLÓGICA M B Brancos POLÍTICA ENERGÉTICA 50 Porcentagem 40 Porcentagem M 30 20 10 40 30 20 10 0 0 A M B Brancos A M B Brancos Porcentagem POLÍTICA AGRÍCOLA/PESQUEIRA 30 20 10 0 A M B Brancos Figura 11 - Políticas públicas que influem na diversidade biológica na região costeira. (Item 3.9 do questionário); (A = alto, M = médio, B = baixo, Brancos = respostas em branco). Pesca Extrativism o Vegetal 60 50 40 Atual 50 Potencial 40 Atual Potencial 30 30 20 20 10 10 0 0 A A B M B r a nc os B N B r a nc os Gr a u de I t e ns i da de / P ot e nc i a l Gr a u d e I nt e nsi da de / P ot e nc i a l Turism o 60 Lazer Atual 50 60 Potencial 50 Atual 40 40 Potencial 30 30 20 20 10 10 0 0 A M B N B r a nc os Gr a u de I t e ns i da de / P ot e nc i a l Gr a u de I t e nsi da de / P ot e nc i a l Apicultura 70 Caça Atual 60 60 50 Atual 50 Potencial 40 40 Potencial 30 30 20 20 10 10 0 0 A M B N B r a nc os Gr a u de I t e ns i da de / P ot e nc i a l Gr a u de I t e nsi da de / P ot e nc i a l Aquicultura Caça Subm arina 60 50 40 Atual 60 Potencial 50 40 30 Atual Pote ncial 30 20 20 10 10 0 0 A M B N B r a nc os Gr a u de I t e ns i da de / P ot e nc i a l G r a u d e I t e n si d a d e / P o t e n c i a l Figura 12 - Respostas dos pesquisadores ao item 3.11 do questionário (Anexo 1), quanto a intensidade das principais atividades sócio-econômicas atuais e potenciais. (A = alta intensidade/potencial; M = média intensidade/potencial; B = baixa intensidade/potencial; N = nenhuma atividade/potencial; Brancos = respostas em branco). Lixo Pesca predatória Desm atam ento Erosão turbidez Especulação im obiliaria Expansão urbana Pecuária Outros 0 10 20 30 40 50 Porcentagem Figura 13 - Porcentagem dos principais tensores que impactam os ecossistemas costeiros, compilados das respostas dos pesquisadores ao item 3.12 do questionário (Anexo 1). MANGUEZAL PRAIA Desmatamentos Lixo Lixo Expansão Urbana Erosão/Turbidez Pesca Predatória Erosão/Turbidez Esgoto Especulação Imobiliária Pesca Predatória Outros 0 10 20 30 40 50 60 70 Porcentagem Outros 0 10 20 30 40 50 60 Porcentagem ESTUÁRIO BAÍA Pesca Predatória Pesca Predatória Lixo Petróleos e derivados Erosão/Turbidez Desmatamento Ancoras e embarcações Transp. Fluvio/Marinho Outros Outros 0 10 20 30 40 Porcentagem 50 60 70 0 20 40 Porcentagem Figura 14 - Principais tensores que impactam os ecossistemas da região costeira da Amazônia. 60 80 Figura 14 - continuação LAGOA RESTINGA Especulação Imobiliária Pesca Predatória Desmatamento Lixo Turismo Pecuária Remoção de Areia Expansão Urbana Outros Outros 0 20 40 60 80 0 100 10 20 30 40 50 60 Porcentagem Porcentagem APICUM DUNA Lixo Lixo Estradas Remoção de Areia Aterro Erosão/Turbidez Outros Outros 0 10 20 30 Porcentagem 40 50 60 0 20 40 60 Porcentagem 80 100 MARISMA FALÉSIA Agricultura Erosão/Turbidez Repressas/Barragens Petróleos e derivados Marinas Lixo Esgotos Aterro Desmatamentos Salinas Outros Outros 0 10 20 30 40 50 60 70 0 10 Porcentagem 20 30 40 50 60 Porcentagem ÁREA ÚMIDA COSTEIRA VÁRZEA FUNDO INCONSOLIDADO Drenagem Pesca Predatória Pesca Predatória Portos e Terminais Portos e Terminais Pecuária Pecuária Outros Outros Represas/Barragens 0 10 20 30 40 50 Porcentagem Figura 14 - Continuação 60 70 80 90 Coleta de souvenir Aterro Metais Pesados 0 20 40 60 Porcentagem 80 100 0 2 4 6 8 10 Porcentagem 12 14 16 50 Porcentagem 40 30 20 10 0 S N NS Figura 15 - Programas de educação ambiental e/ou informação pública relativo à área em estudo. 5(Item 3.13 do questionário); (S = sim, N = não, NS = não sabe). Porcentagem 50 40 30 20 10 0 A Ina Ins D Figura 16 - Avaliação dos programas de educação ambiental e informação pública sobre biodiversidade. (Item 3.14 do questionário); (A = adequados, Ina = inadequados, Ins = insuficiente, D = desordenados).