disciplina: Logística curso: Engenharia de Produção Prof. Dr. Miguel A. Sellitto Engenharia de Produção Discussão inicial: operações logísticas integradas Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Porque estudar logística • O valor envolvido é cada vez maior, principalmente após o surgimento do global sourcing e do e-commerce; • É desafiadora: torna-se cada vez mais complexa, sabe-se pouco e faltam modelos de fácil manejo; • É estratégica: cada vez mais a logística decide negócios; • Está desequilibrada: faltam profissionais e empresas que façam a diferença; • O interesse por estudos logísticos é recente no Brasil; • Talvez a logística seja a melhor chance de sucesso no mercado atual brasileiro. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Definição original de logística • Logística é o ramo da arte militar que trata de transportar, abastecer, movimentar e alojar as tropas participantes de operações militares; • Algumas palavras relacionadas ao uso militar: • Francês: loger, alojar; • Italiano: loggia, local de armazenagem; • Alemão: lager, local de ressuprimento; • Português: loja, alojamento. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Evoluções na definição “O processo de planejar, implementar e controlar, de um modo eficiente, o fluxo e a armazenagem de produtos, serviços e da informação com ele relacionada, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo, satisfazendo as necessidades dos clientes” Council of Logistics Management, 1991 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Evoluções na definição “É a parte do processo da cadeia de suprimento, que planeja, implementa e controla, de um modo eficiente e eficaz, o fluxo e a armazenagem de produtos, serviços e da informação com ele relacionada, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo, satisfazendo as necessidades dos clientes” Council of Logistics Management, 1998 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Definição atual “A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas), através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo, com agilidade.” (Christopher, 2007). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Operações logísticas • Obtenção de materiais: – especificação, seleção, negociação e compra; • Fluxo ao longo da cadeia de suprimentos: – transporte, inspeção, armazenagem, movimentação interna, abastecimento, coleta e disposição dos rejeitos; • Fluxo ao longo da cadeia de distribuição: – embalagem, formação de carga, formação de rota, transporte, armazenagem intermediária, transbordo, entrega; e • Fluxo de informações nos dois sentidos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Operações logísticas e satisfação de clientes Dos dez principais fatores de satisfação de clientes, segundo pesquisa de consultoria, seis têm a ver com funções logísticas. 1. Gerenciamento dos problemas com pedidos; 2. Informação e acompanhamento do pedido; 3. Entrega na data prometida; 4. Entrega imediata a partir de estoque; 5. Condição do produto na entrega; 6. Informação sobre características do produto; 7. Contato com o representante de vendas; 8. Atendimento integral do pedido; 9. Desempenho do produto; e 10. Atendimento de pedidos urgentes. Fonte: Price, Waterhouse & Coopers Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Agregação de valor pela logística • Valor de localização: – colocação de itens no ponto em que agreguem valor à operação; • Valor de temporização: – armazenagem de itens até o momento em que passem a agregar valor à operação; e • Valor de seqüenciamento: – entrega de itens na seqüência em que agregam valor à operação. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Dimensões de agregação de valor pela logística • Qualidade: – Conformidade às exigências de clientes; • Custo: – Operações devem prover ganho de escala; • Entrega: – Devem ter velocidade e confiabilidade; e • Flexibilidade: – A cadeia deve poder variar seus atributos de entrega. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção As grandes funções da logística • Planejamento: – previsão da demanda de itens requeridos pela operação; • Suprimento e estocagem: – aquisição, recebimento, inspeção, guarda e abastecimento dos itens requeridos pela operação; e • Armazenagem e distribuição: – guarda e entrega de itens requeridos por clientes. • Retorno após o uso: – coleta e reaproveitamento de embalagens e materiais. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Subsistemas logísticos • Planejamento: Estipula uma previsão de materiais e serviços a serem requeridos pela cadeia logística; • Suprimentos: Compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a previsão da demanda de produtos ou serviços; • Distribuição: É a movimentação e o transporte de produtos acabados entre a operação, armazenagem intermediária, CD´s, comércio e o consumo; e • Logística reversa: ocupa-se do retorno e do reprocessamento de embalagens e resíduos resultantes do uso do produto. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Enfoques estratégicos da logística • Avanços na tecnologia: – a otimização no projeto do sistema de informações permite a gestão integrada dos componentes logísticos; • Mudanças econômicas: – a globalização, o aumento das incertezas, os menores ciclos de vida dos produtos e as maiores exigências de serviços tornam a logística uma fonte potencial criadora de vantagem competitiva. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Vantagem competitiva através da logística criação de valor alta diferenciação logística enfoque livre mercado baixa p. ex: um supermercado que compra em grande escala e faz entrega personalizada competitividade liderança em custo ganho de escala baixa alta produtividade Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O ciclo de operações logísticas Previsão de Vendas Planejamento da Produção Fornecedor Suprimentos Operações Distribuição Comércio materiais + informação informação pagamentos Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Consumo Canais de distribuição • São formados por organizações que participam do processo de entrega de produtos a clientes; • Podem utilizar operadores logísticos, empresas capazes de atuar com multimodais, armazenagem, rastreamento de cargas, que podem participar no todo ou em partes do processo logístico de atendimento a clientes; • Podem operar com modularização, unitização de cargas e postergação de atividades. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Operador Logístico O operador logístico é uma empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento, que agrega valor aos produtos e serviços de seus clientes e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços de gestão de estoques, armazenagem e gestão de transportes. Fonte: ABML – Associação Brasileira de Movimentação e Logística, 1999. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Evolução do conceito de logística integrada Fornecedor Aquisição Operação Distribuição Cliente 1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Integração logística: ampliando o escopo fluxo de materiais fornecimento compras fabricação distribuição consumo fluxo de informação fluxo reverso Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Fluxos elementares combinados Fluxo de materiais fornecimento fabricação distribuição venda consumo Fluxo de informação Fluxo de materiais fornecimento fabricação distribuição venda consumo Fluxo de informação Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O avanço na integração Visão fragmentação Previsão de demanda Compras Processamento de pedidos Planejamento de produção Planejamento de materiais Recebimento e estocagem Movimentação de materiais Armazenagem de produtos Planejamento da distribuição Despacho de pedidos Embalagem Serviço ao cliente Integração parcial Integração total Suprimentos Logística Integrada Distribuição física Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistema logístico integrado: a rede fornecedor fabricação distrib. venda Consumo fornecedor fabricação distrib. venda Consumo fornecedor fabricação distrib. venda Consumo Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Evolução da Logística até 1950 até 1970 até 1990 até 2.000 após 2.000 administração de suprimentos integração com a distribuição logística integrada gestão da cadeia de suprimentos (SCM) SCM e efficient consumer response (ECR) gestão de estoques gestão de compras movimentação de materiais, visão funcional otimização dos transportes atuação segmentada por empresas, visão funcional visão sistêmica da empresa e fornecedores integração de informações integração rígida, visão sistêmica visão sistêmica inclui fornecedores e canais de distribuição integração flexível, sistemas de informação visão sistêmica do negócio, alianças estratégicas, canais compartilhados de distribuição, integração estratégica, operadores logísticos Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Prática em grupos • Escolher um arranjo de empresas conhecido que operam em conjunto (fornecedores, fabricantes, distribuidores, varejistas etc.); – Mapear as principais operações logísticas: recebimento de materiais, inspeção, armazenagem, transporte, abastecimento, processamento, distribuição, consumo; – Mapear as principais informações que circulam entre os membros do arranjo; e – Apresentar ao grande grupo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos interorganizacionais Engenharia de Produção Arranjos logísticos interorganizacionais • Arranjos logísticos nascem quando várias empresas, espontaneamente ou não, cooperam em busca de objetivos, ou, ao menos, aproveitam-se individualmente, de vantagens de competição que surgem pela existência do arranjo; • Cada arranjo tem uma característica específica, mas todos podem ser explicados pelo conceito de complexidade. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade • Complexidade não é o oposto de simplicidade, é o oposto de linearidade; – Por exemplo, em um arranjo logístico, a empresa A se relaciona com a empresa B; – Se a empresa C entrar ou sair do arranjo e a relação entre A e B não for afetada, o sistema logístico é linear; – Se a entrada ou saída de C afetar a relação entre A e B, então o sistema logístico é não-linear e, portanto, complexo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade AA A XX BB CC B C Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade AAC A XX BBC B C Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade AA A XX BB CC B C Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade A A XX B C B ABC D C Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: complexidade • Não é possível explicar um arranjo complexo explicando apenas as relações entre as partes, duas a duas; é necessário explicar as relações entre todas as partes; – Toda parte afeta e é afetada por todas as demais partes e, à medida que o arranjo cresce, o número de relações cresce mais do que linearmente; – Muitos arranjos logísticos não são lineares, pois uma empresa pertencente ao arranjo afeta e é afetada por todas as demais. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: tipologia • Uma tipologia completa de arranjos logísticos excede ao presente objetivo. Por ora, citam-se: – – – – – – Cadeia de suprimentos (supply-chain); Rede de cooperação (networks); Cadeia produtiva (filière); Aglomerações (clusters); APL (arranjos produtivos locais); e Distritos industriais. • Cada um destes arranjos tem características específicas. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: tipologia • Cadeia de suprimentos: há uma empresa focal que concentra a governança da cadeia, impõe restrições, tem primazia estratégica e cujos objetivos variam pouco (cadeias automotivas); • Rede de cooperação: operam com objetivos específicos similares, mas a governança é difusa e varia conforme variam os objetivos temporários (malharias da serra gaúcha); Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: tipologia • Cadeia produtiva: operam com o mesmo objetivo global, mas cada empresa tem seu objetivo específico, que contribui de modo diferente para o objetivo global (cadeias agro-alimentares); • Aglomerações: as empresas têm objetivos globais e específicos diferentes, são concorrentes, mas aproveitam-se de vantagens que a aglomeração geográfica oferece (vale do silício, clusters calçadistas). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: tipologia • APL (arranjos produtivos locais): diferem dos clusters por associarem proximidade geográfica e especialidade, explorando especificidades estratégicas e beneficiando-se da proximidade entre agentes e recursos de produção (móveis de Gramado); • Distritos industriais: a competitividade nasce da exploração compartilhada de recursos dependentes de iniciativas institucionais, públicas ou privadas (distritos industriais em municípios, pólos industriais). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos logísticos: informação • Uma maneira de avaliar a complexidade de um arranjo é calcular a quantidade de informação necessária para descrever as relações ativas; • O entendimento da complexidade presente no arranjo logístico ajuda a especificar as necessidades de informação; – Modelos que simplificam a complexidade logística ajudam a explicar o arranjo e especificar as informações requeridas para a gestão. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Gestão da cadeia de suprimentos (SCM) Engenharia de Produção A cadeia de suprimentos (SC) fornecimento varejo empresa focal atacado F . . . F F . . . . . . F F C compras logística de aquisição fabricação vendas logística de fabricação C consumo C ... . . . . . . C C C C ... logística de distribuição GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS (SCM) fluxo de materiais fluxo de informações Fonte: adaptado de SLACK, N . et al. Administração da Produção. S. Paulo: Atlas, 2001 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Gestão da cadeia de suprimento “É a integração dos processos-chave de negócio, entre o cliente final e os fornecedores de produtos, serviços e informação, que acrescentam valor, quer para os clientes quer para as outras entidades investidoras” The Global Supply Chain Forum, 1998 Supply Chain Management (SCM) é a integração dos processos industriais e comerciais, que pode partir do consumidor final ou do fornecedor inicial, gerando produtos, serviços e informações que agregam valor para o cliente e para os membros da cadeia. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SC • Uma Cadeia de Suprimentos (SC) pode ser definida como: – os processos que envolvem fornecedores e clientes e ligam empresas desde a fonte inicial de matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado; – as funções dentro e fora de uma empresa focal, que garantem que a cadeia de valor possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes; – todos os esforços envolvidos na produção e liberação de um produto final, desde o primeiro fornecedor de fornecedor até o último cliente de cliente, em quatro processos básicos: planejamento; abastecimento; fabricação e entrega. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SC • Razões para a formação de cadeias de suprimento: – Reduzir investimentos em estoques na cadeia; e – Melhorar os serviços ao consumidor; • Muitas funções e empresas participam do esforço de reduzir estoques e melhorar serviço; – Inserir na cadeia quem tem vantagens particulares de custo e de serviço pode resultar em competitiva para a cadeia; – Um melhor sistema de informação pode reduzir a necessidade de estoque de segurança de insumos e produtos acabados. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Vantagens observadas em SC • Vantagens particulares de empresas podem resultar em vantagem para a cadeia como um todo; • Pode ajudar a criar uma vantagem competitiva: – Gerenciar a cadeia de suprimentos como uma entidade unificada, se a cadeia focar em: (i) redução de custos operacionais, (ii) melhorar o serviço ao consumidor; e (iii) reduzir estoques; – Gerenciar a informação como um todo, por um planejamento conjunto, compatibilidade das missões e filosofias corporativas; liderança definida na cadeia; política de divisão de riscos e prêmios; – Gerenciar a velocidade dos fluxos físicos, financeiros e de informação dentro e entre entidades. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SCM • O desenvolvimento do gerenciamento da cadeia de suprimentos é recente na história da gestão: – O termo apareceu, inicialmente, na literatura sobre logística, como uma abordagem para o gerenciamento de inventários em cadeias produtivas; – O gerenciamento da cadeia de suprimentos olha através do canal inteiro, e isto é mais do que olhar somente para a próxima entidade ou nível; – Tanto a estratégia como o controle devem considerar a cadeia como um todo, não apenas as empresas individualmente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SCM • SCM é uma estratégia de governança intermediária entre integração vertical completa e sistemas em que cada membro opera independente dos demais; • SCM opera em sistemas totalmente integrados: • As funções são executadas dentro da empresa, mas as relações estruturais entre funções, tais como marketing e logística, são definidas pela alta administração da SC; • As interações são mais previsíveis, porque o sistema opera na direção da redução de variabilidades; • SCM é como o treinador de uma equipe de revezamento, que administra relacionamentos entre aqueles que passam o bastão, coordenando todo o time para vencer a corrida. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SCM • O SCM faz o canal logístico operar como uma equipe de revezamento bem preparada: – O SCM olha através do canal inteiro, o que é mais do que olhar somente para a próxima entidade ou nível; – Os relacionamentos são mais fortalecidos entre aqueles que passam o bastão entre si; mas – Todo o time deve estar coordenado para vencer a corrida. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O conceito de SCM • O objetivo de redução de estoques na SC pode ser obtido por ações estratégicas globais, conduzidas localmente nas empresas que participam da cadeia; – Tempos de set-up mais curtos e corridas de produção mais curtas mantém os estoques baixos, mas aumentam os custos de produção; – Redução de variabilidades em processos também reduzem a necessidade de estoques de segurança; – O balanço de custos na SC pode ou não ser positivo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Relações com os fornecedores em SC • A natureza das relações com os fornecedores pode afetar a qualidade, pontualidade e o preço; – orientação competitiva: a cada negociação são buscadas vantagens. A negociação é um jogo de soma zero: se um lado perde, o outro ganha; – orientação cooperativa: comprador e fornecedor cooperam e compartilham informações; – coopetition: competidores cooperam até o ponto de venda e competem pela preferência do comprador. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Estrutura de uma SC • Três dimensões estruturais na SC: – estrutura horizontal: é o número de camadas da SC; – estrutura vertical: é o número de empresas em cada camada da SC; – foco: é a posição da empresa focal na estrutura da SC; • Classes de membros da SC: – primários: empresas que executam atividades de agregação direta de valor; e – apoio: prestam serviços de apoio às atividades primárias. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Estrutura de uma SC • A SC pode ser dividida em três aninhamentos: – cadeia interna: é composta pelos fluxos de informações e de materiais que ocorre dentro do âmbito da empresa focal; – cadeia imediata: é formada pelos fornecedores e clientes de conexão imediata com a empresa focal, e que são mais suscetíveis a negociações e estratégias compartilhadas; – cadeia total: é formada por todas as cadeias imediatas de um setor. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Estrutura de uma SC Estrutura vertical fornecedor fabricação distrib. venda Consumo fornecedor fabricação distrib. venda Consumo fornecedor fabricação distrib. venda Consumo Estrutura horizontal Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Estrutura de uma SC Cadeia total Cadeia imediata fornecimento F . . . F F . . . . . . F F varejo Empresa focal: cadeia interna Compras Logística de aquisição Fabricação Logística interna atacado Vendas C C consumo C ... . . . . . . C C C C ... Logística de distribuição GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS fluxo de materiais fluxo de informações Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O modelo SCOR para SCM • O modelo SCOR (Supply-Chain Operations Reference) é um conjunto padronizado de boas práticas logísticas, proposto por praticantes e acadêmicos do SCC (SupplyChain Council), que cria e usa uma linguagem comum de análise, para melhorias e benchmark; • Para análise e decisão, o modelo divide a SC em: – – – – – Planejamento da cadeia; Fornecimento de materiais e serviços; Produção de bens; Entrega de bens; e Retorno (de entrega e de fornecimento). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O modelo SCOR para SCM Fornecimento S1: Fornecimento de ordens para estoques; S2: Fornecimento para produção contra pedidos; S3: Fornecimento para ordens de engenharia; Produção M1: Produção para estoques; M2: Produção contra pedidos; M3: Produção para ordens de engenharia; Retorno de fornecimento Entrega D1: Entrega de ordens para estoques; D2: Entrega de ordens contra pedidos; D3: Entrega de ordens de engenharia; D4: Entregas de ordens para atacado Retorno de entrega Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Clientes Fornecedores Planejamento Estudos de caso: em grupos • Escolha uma empresa focal, descreva a cadeia logística na qual se encontra e analise as funções logísticas, descrevendo-as, identificando problemas e propondo alternativas; • Use o modelo SCOR para orientar a discussão: – – – – – Planejamento logístico; Abastecimento; Armazenagem; Distribuição; e Logística reversa. • Apresentar ao grande grupo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O SCM e o ciclo de vida do produto resultado do produto maturidade de consumo SCM eficiente maturidade de reposição SCM ágil crescimento introdução declínio tempo Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Níveis de relacionamento em SC • Comercial: relações de compra e venda entre empresas independentes e sem objetivos mútuos; • Acordo não-contratual: objetivos mútuos; • Acordo formal: contratos de gestão ou franquias; • Aliança: empresas independentes com participações complementares em mercados; • Integração: empresas independentes que operam como se fossem uma única unidade de negócios; • Joint-ventures: participação mútua no negócio; e • Verticalidade: uma empresa assume o processo da outra. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Práticas colaborativas em SC • Algumas práticas foram observadas em cadeias de suprimentos, a seguir apontadas em ordem de complexidade crescente: – – – – – EDI: intercâmbio eletrônico de dados; VMI: estoque gerenciado pelo fornecedor; CR: reposição contínua; ECR: resposta eficiente ao consumidor; e CPFR: Planejamento, previsão e abastecimento colaborativo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Tema para discussão • Discuta a respeito das práticas colaborativas que a TI permite e estimula em um arranjo logístico. Descreva as cinco práticas citadas e proponha sua aplicação a casos reais de fornecimentos em sua empresa. • Inclua na discussão elementos de comércio eletrônico; • Apresentar ao grande grupo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Tipologia de decisões em SCM • (i) que itens devem ser contratados com fornecedores e que itens devem ser fabricados? • (ii) qual a importância relativa dos fornecimentos? • (iii) que empresas devem participar da rede ou cadeia de fornecimentos? • (iv) que estratégia adotar para a rede ou cadeia; e • (v) dado que a rede ou cadeia está formada e a estratégia existe, como avaliar o desempenho de seus participantes e eventualmente corrigi-lo? Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisão 1: comprar ou fabricar? • Abordagens de suporte à decisão [comprar x fabricar]; – abordagens quantitativas, baseadas em variáveis medidas ou calculadas, tais como o custo de fabricação; – abordagens qualitativas, baseadas em avaliações; • Abordagens quantitativas têm objetividade, permitem calcular o aumento na margem de lucro da operação, mas exigem acurácia no sistema de informações e são menos sensíveis a situações complexas; • Abordagens qualitativas apreendem melhor a complexidade de situações, pois se baseiam em julgamentos de especialistas. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Uma técnica qualitativa: a matriz importância X criticidade • Cada item é julgado por especialistas segundo a sua importância e a criticidade para o produto; • Itens podem ser: – inovações: necessitam tecnologia, mas não são essenciais para o produto final (alta importância, baixa criticidade); – propriedades: são os produtos básicos (core product) da empresa (alta importância, alta criticidade); – commodities: baixa tecnologia, baixa diferenciação e pouca participação no produto final (baixa importância, baixa criticidade); – utilidades: itens críticos para o produto final, mas de tecnologia baixa ou acessível (baixa importância, alta criticidade). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Uma técnica qualitativa: a matriz importância X criticidade • Exemplos: indústria de transformadores – inovações: controladores eletrônicos; – propriedades: comutadores sob carga; – commodities: parafusos e tintas; ou – utilidades: vernizes e bobinas de cobre. • Exemplos: indústria de micro computadores – inovações: webcams e microfones; – propriedades: placa de CPU e memórias; – commodities: ventilador; ou – utilidades: monitores e impressoras. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Uma técnica qualitativa: a matriz importância X criticidade • Sugestões de decisão: – inovações: parcerias com investimento tecnológico (acreditar e investir no fornecedor); – propriedades: fabricar em casa; – commodities: livre-mercado e competição; ou – utilidades: parcerias de longo prazo. • É um erro tratar todos os fornecedores segundo a mesma estratégia: por exemplo, livre-mercado e concorrência em utilidades. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Análise gráfica importância Inovação: investir em fornecedores Propriedade: fabricar em casa Commoditties: comprar em livre- Utilidade: comprar em parceria mercado de longo prazo criticidade Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisão 2: avaliação da importância do item no resultado do produto • A avaliação deve considerar construtos, que serão determinados pelos avaliadores: – exemplos de construtos já propostos na literatura: influência no custo; influência na qualidade; influência no prazo de entrega; influência na flexibilidade; e influência no nível de serviço do produto; – caso não se deseje usar construtos padronizados, é interessante que os estrategistas, em sessão de grupo focado, definam construtos específicos; e – às vezes é útil dar pesos aos construtos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Avaliação dos construtos da importância • Usa-se uma escala qualitativa para julgar os construtos; • Por exemplo, seja o item mouse, em um micromputador, a ser julgado segundo o construto custo; – a importância do mouse no custo de um microcomputador é: [nula = 1; baixa = 2; média = 3; alta = 4; plena = 5]. nula 1 2 3 4 5 plena Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Avaliação dos construtos da importância • Repetir o julgamento para os demais construtos: qualidade; entrega; flexibilidade e serviço, e somar os resultados; – Se todos os construtos tiverem influência nula no produto, a soma será 5; – Se todos os construtos tiverem influência máxima no produto, a soma será 25; – Se a soma for menor do que 16, a importância é baixa, do contrário é alta. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Avaliação dos construtos da importância • Do mesmo modo, usa-se uma escala qualitativa para julgar os construtos que determinam a criticidade do item; – exemplos de construtos já propostos na literatura: influência no desempenho do produto; influência na reposição; influência na produtividade de fabricação; influência na tecnologia possuída pela empresa; e influência na imagem do produto ou da empresa; – Se a soma for menor do que 16, a criticidade é baixa, do contrário, a criticidade é alta. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Em grupos: • Para um produto de sua empresa: – Defina cinco itens críticos de fornecedores; – Defina construtos de importância e criticidade; – Julgue os itens segundo os construtos, calcule os escores e classifique os fornecedores; – Estabeleça estratégias para os quadrantes; e – Formule um sistema de avaliação de fornecedores. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Em grupos: • Para o exercício anterior: – Use o método AHP (planilha em aula) para definir ponderações para os construtos; – Recalcule os escores e reclassifique os fornecedores; – Algum fornecedor mudou de quadrante? Se positivo, examine que construto ou fator de decisão causou a mudança. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisão 3: que empresas devem participar? • A decisão afeta a estrutura da rede ou cadeia; – quadrante 1, livre-mercado: quanto mais empresas, melhor. A permanência da empresa depende dos resultados de curto prazo; – quadrante 2, utilidades: algumas empresas devem ser convidadas e monitoradas. A permanência da empresa depende de resultados de longo prazo; – quadrante 4, inovações: poucas empresas devem ser apoiadas. A permanência da empresa não depende de resultados, mas de potencial. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Considerações sobre compras • Alguns condicionantes ambientais influenciam a função; – a função deixou de ser ligada apenas à capacidade de negociação, passando a ser ligada também à capacidade tecnológica; – com a globalização, não é mais necessário delimitar as compras aos fornecedores da região; – considerações sócio-ambientais são tão importantes quanto as tecnológicas ou econômicas; – informação passou a ter mais importância na função; – aquisição virtual é uma alternativa viável. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Objetivos da função compras • O objetivo global da função é garantir que os materiais e serviços requeridos por uma operação sejam fornecidos nas quantidades, especificações e prazos necessários, dentro de preços aceitáveis; • Para alcançar o objetivo global, é necessário atingir objetivos intermediários; – – – – – especificar os requisitos de fornecimento; ter alternativas de fornecimento; escolher os fornecedores e negociar o fornecimento; acompanhar as etapas de produção e fornecimento; avaliar o fornecimento e realimentar o fornecedor. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Objetivos da função compras • Os objetivos intermediários da função podem ser atingidos por atividades em dois blocos funcionais; – gestão da aquisição; e – gestão do fornecimento; • A gestão da aquisição trata de interpretar os requisitos de itens; selecionar fornecedores potenciais; munir-se de informações; negociar com os fornecedores e comprar; • A gestão do fornecimento trata de entender o processo de produção; acompanhá-lo; autorizar pagamentos parciais, inspecionar, receber e avaliar o fornecimento. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Cadastro e avaliação de fornecedores • Os fornecedores potenciais devem ser cadastrados e as informações organizadas em banco de dados; • Cada registro de fornecedor deve conter ao menos: – produtos que fabrica ou revende; – localização geográfica, facilidades materiais e capacidades de produção disponíveis, modo de negociar, relacionamentos com concorrentes; – capacidade financeira; – dados dos fornecimentos mais recentes; – histórico de avaliação de fornecimentos, segundo critérios padronizados. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Cadastro e avaliação de fornecedores • Os fornecedores potenciais devem ser pré-avaliados; – auditorias anteriores à negociação que habilitam ou não o fornecedor a participar de futuras negociações; – auditorias periódicas, de manutenção do cadastro; • Os fornecimentos devem ser pós-avaliados segundo critérios padronizados; – – – – – pontualidade e integralidade (confiabilidade) na entrega; qualidade intrínseca dos bens e serviços; custo final do fornecimento; flexibilidade no atendimento de pedidos; capacidade tecnológica e de inovação. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exercício em grupo • Escolher uma empresa e uma linha de produtos; • Descrever como opera a função compras na empresa; – – – – – – – recursos humanos, tecnológicos e de informação; compras técnicas ou comuns; compras sob demanda ou por lotes econômicos; estratégia de aquisições por cooperação ou competição; critérios de seleção de fornecedores; critérios de avaliação de fornecimento; tipo e forma de contratação, parcerias de longo prazo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisão 4: qual a estratégia de SC? • Duas meta-estratégias elementares de SCM, que devem ser detalhadas em cada caso; – cadeia eficiente: ambiente previsível, demanda conhecida, pouca inovação; foco em fluxos suaves e contínuos; prioridades de competição são preço baixo, entrega pontual e qualidade de conformidade; – cadeia ágil: ambiente pouco previsível, demanda incerta, muita inovação; foco em fluxos rápidos e descontínuos; prioridades de competição são a capacidade de mudar o produto e inovar o mercado. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Cenários para a decisão fator SC eficiente Demanda Previsível: poucos erros de previsão; Prioridades de Custo baixo; qualidade competição conforme; entrega pontual; Introdução de Raramente novos produtos SC ágil Imprevisível: muitos erros de previsão; Velocidade de desenvolvimento; flexibilidade de entrega Permanentemente Margem de Baixa contribuição Alta Variedade de Baixa produtos Alta Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Características da estratégia de cadeia fator SC eficiente Operação Produção para estoque dos itens padronizados e de grande volume; Reserva de capacidade Baixa, manufatura cheia; Investimento em estoque Baixo: alto giro de estoque Prazo de espera Reduzir o que for possível sem aumentar custo Projeto Maximizar desempenho e reduzir custo Seleção dos fornecedores Baixo custo; pontualidade, qualidade SC ágil Montagem sob encomenda dos itens de baixo volume; Alta, manufatura excedente; Alto: deve permitir rapidez na fabricação Reduzir agressivamente Projeto modular para postergar a diferenciação Alta flexibilidade em entrega e inovação Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Implicações da estratégia de cadeia • Erros de estratégia em cadeias: – Montar uma cadeia eficiente para uma operação ágil: prazos de entrega elevados; perda de negócios por falta de flexibilidade em volume de entregas e em prazos ou por falta de inovação; – Montar uma cadeia ágil para uma operação eficiente: estoques elevados; perda de negócios por alto custo; – Montar uma cadeia monolítica: partes da cadeia devem sempre ser ágeis, partes devem sempre ser eficientes, outras partes devem ser ora ágeis, ora eficientes. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção A estratégia e o ciclo de vida do produto resultado do produto maturidade de consumo SCM eficiente maturidade de reposição SCM ágil crescimento introdução declínio tempo Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisão 5: medição de desempenho em SC • A medição de desempenho em cadeias de suprimentos é um problema ainda não resolvido; • Diversas abordagens já foram propostas por pesquisadores, destacando-se três linhas: – integrar indicadores individuais das empresas com indicadores sistêmicos de toda a cadeia; – associar indicadores aos objetivos estratégicos da SC; – usar modelos padronizados de estratégia, tais como o SCOR, para escolha dos indicadores. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Em grupos: • Para a operação já estudada, do ponto de vista da empresa focal: – – – – – – identifique os objetivos estratégicos de cadeia; atribua importâncias relativas aos objetivos; escolha indicadores que apreendam os objetivos; escolha faixas de desempenho para os indicadores; categorize o desempenho (de ótimo a péssimo); e atribua importâncias relativas aos indicadores, sistematizando a exigência de desempenho da SC. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas de Informação em Logística Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas de Informação Logística Sistemas do nível estratégico ESS (Executive Support Systems) Sistemas de apoio a gestão DSS (Decision-Support Systems) Que produtos fabricar? Quais os critérios de competição? Previsão de vendas Alternativas de fornecimento Sistemas gerenciais de controle MIS (Management Information Systems) Controle orçamentário Gestão por indicadores Sistemas do nível operacional TPS (Transaction Processing Systems) Qual o nível de estoque? E o prazo de entrega? Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas de informação em logística • Os vários sistemas são especificados segundo o estágio da cadeia de suprimento em que se encontram, de fornecedores de matéria-prima até os clientes. • Alguns concentram-se em um estágio, outros integram diversos estágios; – Sistema de controle de estoque em um depósito ou fábrica; – Sistema de previsão de demanda, controle de níveis de estoque e cronogramas de fábricas de toda a rede. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Cadeia de suprimentos Fornecedor 1 Loja 1 Plataforma Regional Manufatura 1 Armazém Central Centro Distribuição Manufatura n Consolidação Fornecedor n Fonte: aplog Distribuidor (1, 2, ...n) Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Loja n Importância dos SI em logística • O fluxo de informações é importante nas operações logísticas, pois pode comunicar necessidades e procedimentos, tais como: – Previsão de demandas; requisitos de fabricação e de abastecimento de linhas de produção; pedidos de ressuprimento de estoque e necessidades de movimentações nos armazéns; documentação de transporte e faturas; necessidades de retorno de materiais não-consumidos, etc. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidade informacional Planejamento Estratégico • Formulação de alianças estratégicas • Desenvolvimento de capacitações e oportunidades Fonte: Bowersox, Closs e Cooper, 2006 • Análise do serviço ao cliente • Lucratividade Análise de Decisão Controle Gerencial Sistema Transacional • Programação e roteamento de veículos • Gerenciamento e níveis de estoque • Configuração de redes/instalações • Integração vertical versus terceirização Medidas de desempenho e indicadores • Mensuração Financeira • Custo • Gerenciamento de ativos • Mensuração do serviço ao cliente • Mensuração da produtividade • Mensuração da qualidade • Entrada de pedidos • Alocação de estoque • Separação de pedidos • Expedição • Formação de preço e emissão de faturas • Pesquisa entre os clientes Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Status do pedido Sistemas de informação em logística • Sistemas transacionais: – consulta ao almoxarifado; – consulta à situação de pessoal; – consulta ao plano de fabricação/operações; • Sistemas de informações gerenciais: – gestão por indicadores de desempenho; – um indicador é uma fração da realidade e seu uso isolado pode produzir decisões erradas; as vezes é melhor usar indicadores compostos e até ponderados, os índices. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas de informação em logística • Sistemas de apoio à decisão: – que efetivo alocar a cada operação? – qual a previsão de demanda de um item para o próximo ano? – que materiais e em que quantidade manter em estoque? – é melhor reformar um veículo ou comprar um novo, com outra tecnologia? – que estratégia usar em uma cadeia de suprimentos (eficiência ou agilidade)? – uma solução adotada foi eficaz? Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisões apoiadas pelo SAD Tipo de decisão Armazenagem e Localização Número de armazéns e CD’s, tamanho, localização, posição dos estoques, layout, coleta (picking) de pedidos; Transportes Seleção de modais, roteirização, mix e sazonalidade, tempos de atravessamento, quantidades e periodicidades; Processamento de pedidos Regras e prioridades para pedidos Aceleração ou postergação de pedidos; Compras Políticas de compras Seleção de fornecedores Diligenciamento de pedidos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelo para escolha do tamanho do lote de compra ou transferência Custos Totais Custo Custo de estocagem Custo do pedido Tamanho do lote Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelo para cálculo do número de armazéns Valores financeiros Receita Custos Totais Custo de estocagem Custo de transporte Número de pontos de estocagem Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelo para cálculo do estoque de segurança Custos Totais Custo Custo de manutenção de estoques Custo de reposição Estoque de segurança Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Lote econômico de compra ou transferência • • • • • • • Q = tamanho do lote; A = custo de um pedido; D = demanda anual; i = custo percentual de guarda; C = custo do item; Im = estoque médio = Q/2; e CT = custo total da estratégia do item. 2 AD Q iC AD CT (Q) CD iCI médio Q Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exercícios 1. Uma oficina compra 18 rolamentos de esferas por semana. O fabricante cobra 60$/unid, o custo de buscar e receber o pedido é de $45, o custo de guarda é 25% e a oficina faz pedidos de 390 unidades. Qual o custo total da estratégia de estoque? Qual seria o custo mínimo? 2. Uma oficina compra uma peça por $60, a demanda é 400/ano, o custo de buscar e receber o pedido é de $20 e o custo da guarda é de 24%. Calcular o lote de compra e o custo total mínimo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas de informação e logística integrada • A logística é um recurso gerencial capaz de agregar valor por meio dos serviços: deve atender o nível de serviço ao cliente estabelecido pela estratégia de marketing, ao menor custo possível; • O modelo conceitual de logística integrada é útil para entender o papel dos sistemas de informação. Produto Preço Promoção Praça Serviço Ao Cliente Compras ou vendas Transporte Estoques Armazenagem Processamento de pedidos Modelo conceitual de logística integrada Fonte: Adaptado de Lambert (2002) Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Wal-Mart • Um dos maiores varejistas do mundo. Controla e gerencia suas atividades com base em TI; • Objetivos estratégicos de marketing: – Oferecer aos clientes um enorme sortimento de produtos, com altíssimo nível de disponibilidade, e com o menor preço do mercado; • Objetivos estratégicos de logística integrada para atender ao marketing – – – – Localização de instalações segundo o princípio de saturação geográfica; Sistema de distribuição próprio; Relacionamento de longo prazo com principais fornecedores; e Uso intensivo de tecnologia de informação. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Processos de negócios na cadeia suportados por softwares Suprimento Produção Demanda Projeto do produto Projeto Projeto da cadeia Planejamento Materiais Produção Distribuição Gerenc. estoques Operações Compras Produção Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Vendas ERP (Enterprise Resource Planning Planejamento de Recursos Empresariais) • São sistemas integrados que armazenam, processam e organizam informações de todas as áreas, operando em plataforma unificada que integra os diversos processos; • Foi concebido para a manufatura, mas tem sido usado na gestão da cadeia de suprimentos, valendo do EDI (Electronic Data Interchange), a troca estruturada de dados por meio eletrônico, entre ou dentro de empresas. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Módulos em sistema ERP Suprimento Produção Demanda Projeto MPS Planejamento MRP CRP DRP Compras Estoques Vendas Recebimento Contabilidade Entregas Operações Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Outros Sistemas de Informação Logística • CRM (Customer Relationship Management - Gestão de Relação com o Cliente) integra a gestão de aspectos relacionados ao cliente segundo um modelo de gestão de negócios. Seu objetivo principal é identificar e fidelizar clientes, procurando a satisfação total, pelo entendimento de necessidades e expectativas; • WMS (Warehouse Management System – Sistema de Gestão de Armazenagem): gestão do recebimento, movimentação, armazenagem, separação e carregamento de mercadorias; gestão de recursos de instalações, equipamentos, mão-de-obra e estoque. Planejamento das necessidades de distribuição. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Outros Sistemas de Informação Logística • MPS, MRP, CRP (Master Production Schedule, Manufacturing Requirement Planning, Capacity Requirement Planning): calcula as necessidade de suprimento, liberações de ordens de compra, de expedição e de recebimento de materiais; necessidades de produção, capacidade: gargalos e programação dos recursos de produção, controle de chão-de-fábrica; • DRP (Distribution Requirement Planning): calcula as necessidades de distribuição; formula e testa roteiros de distribuição e planeja os recursos de transporte, transbordo e armazenagem intermediária. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Outros Sistemas de Informação Logística • SCM (Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos): gerenciamento das entregas intermediárias e transferências entre as empresas da cadeia; coordenação das atividades de compra de materiais, manufatura e movimentação de produtos; gerenciamento de recursos e estoques intermediários; • TMS (Transportation Management System – Sistema de Gerenciamento de Transporte): gerenciamento das operações de distribuição e coleta de produtos; dados de desempenho; custos da frota; controle de veículos e manutenção; simulação de roteiros e fretes. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidades requeridas pelas operações logísticas • Gerenciamento de pedidos: entrada de pedido (manual ou eletrônica); verificação de crédito; disponibilidade de estoque; descontos e promoções; cálculo do preço; decisão de aceitação do pedido; emissão do pedido e da fatura; reserva de estoque; separação de mercadorias; diligenciamento e modificações; alocação de recurso produtivo; gerenciamento de serviços associados e eventuais retornos e devoluções. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidades requeridas pelas operações logísticas • Gerenciamento de estoques: escolha entre modelos para previsão de vendas; manutenção de dados de consumo para a previsão; cálculo dos lotes de fabricação e transferência; manutenção dos parâmetros do cálculo; escolha da técnica de controle de estoque; planejamento de necessidades de estoque, em quantidade e periodicidade; definição de objetivos e medição do desempenho do nível serviço ao cliente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidades requeridas pelas operações logísticas • Distribuição: gerenciamento das atividades do centro de distribuição (recebimento, movimentação de materiais e armazenagem); designação da instalação para coleta e separação das mercadorias (picking); medição e controle de estoque; programação de mão-de-obra e manutenção de equipamentos; localização de lotes e ressuprimento automático de pedidos; avaliação de desempenho em nível de serviço ao cliente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidades requeridas pelas operações logísticas • Transporte e expedição: movimentação de materiais; programação, consolidação e notificação de cargas; emissão de documentos; gerenciamento de transportadoras (seleção de modal e veículos, programação de rotas e roteirização milk-run), cálculo do frete; otimização do carregamento; e troca de informações entre embarcador, transportador e destinatário. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Funcionalidades requeridas pelas operações logísticas • Suprimento: cálculo das necessidades de materiais; gerenciamento da cadeia de suprimentos; programação de instalações e pessoal; gestão dos abastecimentos permanentes e pedidos de compra negociados caso a caso; inspeção de recebimento e medição do desempenho dos fornecedores; manutenção do histórico de fornecedores. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas avançados (APS) • Como ERP´s foram desenvolvidos para manufatura, surgiram aplicativos específicos para a cadeia de suprimentos, os APS (Advanced Planning and Scheduling – Planejamento e Programação Avançada); • APS também operam com módulos integrados; • APS incluem um módulo de projeto de rede, dando menos importância às operações e mais ao projeto. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas avançados (APS) • APS procuram não ser um conjunto de módulos fragmentados unidos por uma lógica comum, mas uma aplicação integrada: • Aplicações de APS incluem: – – – – Previsão e gerenciamento da demanda; Gerenciamento de recursos produtivos e restrições; Gerenciamento das necessidades; Gerenciamento da estocagem e transferências entre as partes, incluindo transportes. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Sistemas avançados (APS) • Uma importante necessidade de gestão na cadeia de suprimentos é atendida pelos APS: a visibilidade simultânea das diversas etapas; • APS incluem facilidades que permitem monitorar estoques, atrasos em entregas e situação de qualidade por toda a cadeia; • Uma tendência de mercado é a unificação de APS e ERP, possivelmente com a incorporação de um módulo de cadeia a estes. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Módulos em sistema APS Suprimento Projeto Produção Demanda Projeto e gestão da cadeia Plano mestre Demanda Materiais Produção Distribuição Compras Programação Entregas Planejamento Operações Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Logística e comércio eletrônico Logística de suprimento Fornecedor B2B Fabricante B2B Atacadista B2B Logística de distribuição Varejista B2B O meio eletrônico pode automatizar dois dos três fluxos: informações e pagamentos. Portal de negócios B2C Consumidor Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O comércio eletrônico • É a realização de transações empresariais por meio de redes de comunicação eletrônica, sem a presença física do parceiro comercial; • Pode acontecer entre membros do arranjo logístico, ou entre a gestão do arranjo e fornecedores ou consumidores externos; • Se incluir serviços não comerciais (p.ex., assistência técnica), pode ser chamado de ebusiness (e-biz). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O comércio eletrônico • Mercado eletrônico: é o conjunto de parceiros que tem acesso à rede de informação e é útil em leilões; • Varejo eletrônico: permite que o usuário consulte catálogos, preços e opções de variedade, antes de decidir sobre a transação; • Divulgação e publicidade eletrônica: permite que a empresa mantenha sempre atualizadas as suas ofertas, informando-as aos seus cliente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelos de comércio eletrônico • • • • B2B: empresa a empresa; B2C: empresa a consumidores; C2B: consumidor a empresas; Intrabusiness: as transações internas de uma empresa passam a ser eletrônicas; • G2C: o governo oferece serviços públicos para o cidadão por meios eletrônicos; • m-commerce: igual ao e-commerce, porém móvel, com tecnologia sem fio. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Venda eletrônica • E-commerce: inclui o consumidor final na cadeia de valor e tarefas cumpridas pelo consumidor final no comércio presencial; • Mais volume de cargas fragmentadas (pequenas cargas para múltiplos destinos) e necessidade de roteirização (mudanças de roteiro dentro mesmo dia); • Mais dificuldade de identificar expectativas do cliente (consumidores mais dispersos) e em CD’s para atender pequenos pedidos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Compra eletrônica • E-procurement: é o processo de compra de materiais por EDI, incluindo procura e seleção de fornecedores; • Pode usar portal de compras fechado, onde fornecedores e compradores se relacionam para negócios e visitas a catálogos eletrônicos; • Reduz custos de processamento de pedidos e tempo de ciclo e oferece uma comunicação assíncrona e rápida com fornecedores. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Colaboração eletrônica • E-colaboration: é o processo em que empresas, clientes, parceiros, instituições e consultores compartilham informações, trabalhando on-line; • Pode ser útil em desenvolvimento de novos produtos, pois cada parte opera em sua base, porém conectada e atualizada com os avanços dos parceiros; • Também pode ser útil em produção multi-estágios (prémontagens). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção A empresa focal: o foco da análise Análise à jusante Lado do consumo Lado do fornecimento Análise à montante Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção A empresa focal e a TI e- commerce Lado do consumo Lado do fornecimento e- procurement e- collaboration Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Em grupos: • Desenhe a cadeia logística, identifique a empresa focal e aponta as rotas de e-procurement, ecollaboration e e-commerce para os seguintes produtos (ou de um produto de sua empresa): – – – – Calçados esportivos; Microcomputadores; Embalagens de papelão; e Confecções. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelagem de sistemas logísticos e uso de simulação computacional Engenharia de Produção Modelos de cadeias de suprimentos • O objetivo de um modelo é tomar uma pequena parte de uma realidade complexa, simplificá-la, tornando-a manejável e extrair conclusões válidas; – Um modelo busca um compromisso entre a simplicidade, necessária para a manipulação, e a capacidade de descrever e prever corretamente o fenômeno; • Diversos modelos já foram propostos para a descrição de sistemas de produção: – redes de Petri, teoria das filas, programação linear; • Será apresentado o modelo do funil; – Como todo modelo, reduz a realidade a poucas variáveis de estado, que permitem que se extraiam conclusões sobre o estado da cadeia. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelo do funil • O modelo compara uma máquina, um grupo funcional de máquinas ou até mesmo uma fábrica inteira a um funil; – ritmo de ordens de fabricação que entram = entrada do funil; – inventário a espera de trabalho = conteúdo do funil; – ritmo de saída de ordens = gargalo do funil; • Quatro variáveis de estado são suficientes: – tempo de atravessamento de ordens (TL), inventário (I), desempenho (P), autonomia (R); Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Controles no modelo do funil Controle em ordens de fabricação Inventário em processo na Controle Capacidade capacidade Saída de ordens de fabricação Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelo do funil: definições iniciais • Unidade de valor (UV): é a unidade que mensura e quantifica a produção do funil (peças, toneladas, m3, etc.); • Unidade de produção (UP): é a unidade individual que agrega a produção do funil (ordem de fabricação, lote, corrida, etc.); • Tempo de atravessamento (TL): é o tempo que uma unidade leva desde a chegada ao funil até dele sair processada; • Inventário (I): é o total de unidades de valor que já chegaram ao funil e ainda não concluíram seu processamento; • Desempenho (P): é a quantidade de unidades de valor produzidas pelo funil no intervalo de tempo considerado; • Taxa de serviço (m): é o inverso do desempenho; • Autonomia (R): é o tempo que um funil consegue continuar operando sem chegadas de novas tarefas. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Mais definições • Elemento de resultado unidimensional: é o tempo de atravessamento individual de uma unidade de produção (ordem de fabricação ou lote); • Elemento de resultado bidimensional: é o produto da unidade de valor pelo tempo de atravessamento de uma unidade de produção; • Tempo de atravessamento simples médio (TLm): é a média de tempos de atravessamento individuais das unidades de produção (ordem de fabricação ou lote); • Tempo de atravessamento ponderado (TLw): é o produto entre o tempo de atravessamento individual de uma unidade de produção e sua unidade de valor; e • Tempo de atravessamento ponderado médio (TLwm): é a média dos TLw e representa o valor esperado do tempo que uma unidade de valor leva para atravessar o funil; Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Variáveis e estados da manufatura • Variáveis de estado: – Tempo de atravessamento médio TLm é o tempo médio que uma ordem de fabricação leva para ser processada; – Inventário médio Im é a quantidade média de material que já entrou e ainda não saiu da manufatura em um dado intervalo de tempo; – Desempenho médio Pm é a taxa média de saída de ordens de produção em um dado intervalo de tempo; e – Autonomia média Rm é o tempo médio que o sistema consegue operar sem novas chegadas. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Variáveis e estados da manufatura • Segundo a situação das variáveis de estado, a manufatura pode assumir alguns estados: – Cheia: TL alto, I alto, P alto, R alta (fabricação de cimento); – Ociosa: TL baixo, I baixo, P baixo, R baixa (equipamentos eletrônicos); – Enxuta: TL baixo, I baixo, P alto, R baixa (automóveis); – Flexível: TL baixo, I baixo, P alto, R alta (fabricação robótica); – Especialista: TL alto, I baixo, P baixo, R alta (fabricação de máquinas ou de transformadores). • A situação das variáveis é categórica e as faixas são determinadas pelo estrategista. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Em grupos • Determinar o estado da manufatura examinada anteriormente; e • Apresentar ao grande grupo e recolher comentários. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção O modelo: cálculo das variáveis de estado • Delimitar o funil; • Determinar a unidade de valor da produção do funil: toneladas, quantidades, horas-padrão, etc.; – Medir a quantidade inicial de valor presente no funil; – Separar um número suficiente (n) de ordens de fabricação, coletar a unidade de valor da ordem e os instantes de entrada e saída no funil; – Calcular os TL de cada ordem: TL = [Ts - Te]; e – Calcular os elementos de resultado (throughput element TLw = UV.TL) de cada ordem. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Definições auxiliares • O tempo de atravessamento médio ponderado é o valor esperado para o tempo que uma unidade de valor levará para atravessar o funil; – TLwmq = 1 dia significa que uma peça leva em média um dia para atravessar a manufatura; • A taxa média de serviço m é o inverso do desempenho e pode ser usada como variável de estado, se bem que não seja independente; e • A autonomia pode ajudar a calcular o inventário mínimo que se deve ter na manufatura para que não falte trabalho. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Cálculo das variáveis de estado TLsm (t Dt médio por ordem TLw m TL ; UV w I m TLm .Pm ; Pm te ) ; n s UV saída Dt saída ; TLw UV .Dt; 1 m ; Pm Im Rm ; Pm • I mín = [Dt máx. entre chegadas].Pm Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção A curva logística desempenho médio tempo de atravessamento médio valor crítico do inventário médio inventário médio Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo ordem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 quant 3.970 5.360 4.770 12.500 5.420 5.420 21.500 3.055 5.300 12.500 3.385 3.850 11.350 início 02/08/04 03/08/04 03/08/04 05/08/04 12/08/04 12/08/04 17/08/04 31/08/04 03/09/04 11/09/04 12/09/04 12/09/04 14/09/04 fim TL simples TLwq 30/08/04 28 111.160 22/09/04 50 268.000 28/09/04 56 267.120 21/09/04 47 587.500 28/09/04 47 254.740 14/09/04 33 178.860 05/10/04 49 1.053.500 19/10/04 49 149.695 02/11/04 60 318.000 29/10/04 48 600.000 03/10/04 21 71.085 14/10/04 32 123.200 05/11/04 52 590.200 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo ordem 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 quant 15.750 2.300 12.330 14.930 7.930 5.550 11.440 13.415 8.200 12.230 15.000 7.550 soma 225.005 início 17/09/04 18/09/04 21/09/04 22/09/04 01/10/04 03/10/04 11/10/04 15/10/04 15/10/04 21/10/04 22/10/04 09/11/04 fim TL simples 13/11/04 57 04/11/04 47 14/11/04 54 06/11/04 45 25/11/04 55 27/10/04 24 20/11/04 40 10/12/04 56 26/11/04 42 16/12/04 56 06/12/04 45 14/12/04 35 TLwq 897.750 108.100 665.820 671.850 436.150 133.200 457.600 751.240 344.400 684.880 675.000 264.250 10.663.300 TLwqm dias 47,4 desempenho médio peças/dia 2.083 inventário médio peças 98.734 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo: método gráfico 225.000 y = 2306,6x + 7156,5 R2 = 0,9762 150.000 TL m unidades produzidas Im 75.000 y = 2142,5x - 85048 R2 = 0,9741 0 0 50 dias 100 150 Maior intervalo entre entradas = 18 dias; Inventário de proteção 18 dias * 2.000 peças/dia 36.000 peças; Inventário atual 100.000 peças Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exercícios sobre cálculo de tempo de atravessamento e inventário em cadeias de suprimentos em planilha excel distribuída em aula Engenharia de Produção Arranjos em cadeias • Diversos tipos de arranjos de funis são possíveis; • Para atender ao objetivo da disciplina é suficiente examinarem-se quatro tipos básicos de arranjos, os arranjos I, V, A e T, e um tipo derivado, o tipo X; • O nome dos arranjos se devem às suas semelhanças com os formatos das respectivas letras; • Outros arranjos são possíveis, como o arranjo (k out of n) e o arranjo em triângulo, mas são de escasso interesse e de difícil manipulação matemática. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos em cadeias Arranjo I Arranjo V Arranjo A Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Arranjos em cadeias Arranjo T Arranjo X Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelagens em arranjos de cadeias • Pelo teorema do limite central, se n cresce, a soma de n variáveis originadas de n processos aleatórios tende a uma distribuição normal; • Em um arranjo do tipo I, o tempo de atravessamento e o inventário total são variáveis aleatórias obtidas pela soma das respectivas parcelas; • É possível provar que os arranjos V, A e T podem ser reduzidos a um arranjo I; • Portanto, caso se estudar o arranjo I, ter-se-á uma solução para analítica que pode ser estendida para os demais arranjos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Operações elementares I1, T1 I 2, T2 I1 + I2, T1 + T2 Operação série I1, T1 I1 + I2, máx [T1; T2] I2, T2 Operação paralela Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Operações elementares I 1 + I 2, I1, T1 T1 U T2 Operação divergente I2, T2 I1, T1 I1 + I2, máx [T1; T2] I2, T2 Operação convergente Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Caracterização probabilística de operações em cadeias • Entradas de tarefas seguem uma distribuição exponencial para os intervalos entre chegadas e de Poisson para as chegadas por intervalo de tempo; • Desempenhos em operações seguem distribuições beta, lognormal ou normal; • Tempos de atravessamento seguem distribuições: – Soma de operações tende a uma normal (série); – A maior de n operações tende a uma gamma (paralelo); – A menor de n operações tende a uma Weibull (competição). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelagens para o arranjo I • O tempo de atravessamento total e o inventário total são obtidos pela soma das variáveis parciais; • Para n pequeno, pode-se calcular esta soma por simulação computacional, desde que se obtenham as distribuições de probabilidade para cada uma das variáveis; – O simulador determina a distribuição que mais se ajusta a um grande número de replicações (> 500) de somas das variáveis aleatórias parciais. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Modelagens para o arranjo I • Para n crescente, é possível calcular a soma das n variáveis aleatórias pelo teorema do limite central; – Tem-se por este teorema que a média da soma é a soma das médias e a variância da soma é a soma das variâncias. n n mtotal mi ; 1 2 total ; 2 i 1 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exercícios sobre simulação computacional em cadeias de suprimentos em planilha excel distribuída em aula Engenharia de Produção Modelos de filas (waiting lines) • Uma fila è formada por um ou mais clientes a espera de um serviço por parte de um ou mais servidores; • • • • pessoas a espera de uma operação bancária; ordens de fabricação a espera de manufatura; caminhões a espera do carregamento; navios a espera de descarga; • Os correspondentes servidores: • • • • o funcionário da caixa; as máquinas da manufatura; máquinas carregadoras; e gruas de descarga no porto; Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Porque se formam as filas • Filas formam-se devido ao imperfeito balanceamento entre o ritmo de demanda de serviço e o ritmo de prestação do serviço; • O desbalanceamento é tanto mais acentuado quanto mais aleatórios forem os intervalos entre entradas e os tempos de duração do serviço; – chegadas a 1,5 minuto, saídas a 1,5 minuto: não há fila; – chegadas segundo uma distribuição com média 1,5 minuto e saídas segundo uma distribuição com média 1,5 minuto: fila infinita; e – chegadas segundo uma distribuição com média 1,5 minuto e saídas segundo uma distribuição com média 1 minuto: fila finita. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Esquema de fila Chegada de clientes Clientes na fila fila disciplina na fila sistema servidor Cliente em serviço Saída de clientes Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Disciplinas de um modelo • A regra di ordenamento da fila define qual será o próximo cliente a ser servido: – – – – FIFO LIFO EDD SPT First In First Out (caixa de banco); Last In First Out (containers no pátio); Erliest Due Date (expedição de ordens); Shortest Processing Time (manufatura). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Chegadas de clientes • Se os clientes chegam de modo aleatório e independente uns dos outros: – o número de clientes por unidade de tempo segue a distribuição de Poisson; e – O intervalo entre duas chegadas segue a distribuição exponencial. (t ) e P ( n) n! n t n = 1, 2, 3, .... P(n) probabilidade de n chegadas no período T numero medio de chegadas na unidade de tempo (intensidade do processo). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Intervalos entre chegadas e tempos de serviço • A probabilidade que um cliente chegue dentro de um tempo t segue uma distribuição exponencial negativa: P(tT) = 1 - e - T O fator è a intensidade de chegadas • As mesmas considerações valem para o tempo de serviço: P(tT) = 1 - e - mT O fator m é a intensidade do serviço Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo de aplicação da distribução de Poisson • Em um porto chegam em média 1.43 caminhões por hora ( = intensidade do processo). Quais as probabilidades de chegadas de n caminhões nas próximas quatro horas? (1,43* 4) n e 1, 43*4 P ( n) n! = 1,43 t =4 n = 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção P (n ) = 0,33% 1,88% 5,37% 10,23% 14,63% 16,74% 15,95% 13,04% 9,32% 5,92% 3,39% 0,33% 2,20% 7,57% 17,80% 32,43% 49,16% 65,12% 78,15% 87,48% 93,40% 96,79% Exercício • Calcule a capacidade de uma fábrica, em ordens por dia, para que, com certeza de 90% e de 95%, não se formem filas em frente ao setor de produção. A chegada de ordens é aleatória e a média de chegada é de 2 ordens por dia. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Parâmetros funcionais de um modelo Lq = Tamanho médio da fila; Wq = Tempo medio de espera na fila; L = Média de clientes no sistema (fila + serviço); W = Tempo medio de espera no sistema (fila + serviço); = /(mS) = taxa de utilização de sistema (S = nº de servidores). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Um modelo: chegadas FIFO, um servidor • Número médio de clientes no sistema = L; • Tempo médio de espera na fila = Wq; = número médio de chegadas por unidade de tempo; e m = número médio de clientes que o serviço atende por unidade de tempo. L Lq m (m ) 2 (m ) Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Lq Wq L W Exemplo • Um porto recebe em média 4 caminhões por hora e descarrega em média 5 caminhões por hora; • Calcular o número médio de caminhões na fila (inventário) e o tempo médio de espera na fila e no sistema (tempo de atravessamento). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Planejamento de operações logísticas: a previsão de demandas Engenharia de Produção Técnicas de previsão de demandas: definição • Previsão de demanda: é um processo racional de busca e análise de informações acerca da quantidade que será consumida ou requisitada por um item em um espaço de tempo futuro; – O processo de previsão de demanda informa o tipo e o ponto de consumo de itens em um espaço de tempo futuro. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Necessidade de previsão de demandas: • Planejar a produção de itens; – Planejar os investimentos em máquinas e em armazenagens; • Conhecer a estrutura de consumo de itens; – Transformar e recuperar os itens que tenham apresentado baixa previsão; e – Explorar estrategicamente os itens de alta previsão. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Decisões operacionais baseadas na previsão de demanda • Produção: plano mestre de produção; – Operações empurradas: planejar o nível da produção; – Operações puxadas: planejar o nível de capacidade; • Marketing: recrutamento e alocação de força de vendas; • Finanças: financiamentos e fluxos de caixa; • Pessoal: recrutamento e treinamento dos recursos humanos. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Fatores que afetam a previsão de demanda • Operações passadas; – Será o futuro igual ao passado? • Operações de marketing e publicidade; – Como o consumidor irá se comportar? • Operações puntuais: promoções, descontos, conjuntura econômica; – Como o consumidor está se comportando? e • Operações da concorrência; – O que o concorrente está fazendo? Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Previsão de demanda e ciclo de vida do produto resultado de vendas do produto maturidade de consumo maturidade de reposição crescimento introdução declínio tempo Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Características das previsões de demanda • Devem incluir um valor esperado para a grandeza e uma medida de incerteza (IC ou desvio-padrão); • Previsões de mais longo prazo são mais incertas; – Previsão para o próximo mês: [900; 1.100]; – Previsão para um mês do próximo ano: [500; 1.500]; • Previsões agregadas são mais precisas; – Produto A no local X = [m = 1.000; = 200]; – Produto A no local Y = [m = 1.000; = 200]; – Produto A nos locais X + Y = [m = 2.000; = 280]. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Agregação de demanda X = 1.000 ± 200 Fábrica = 2.000 ± 400 Entrega à distância Y = 1.000 ± 200 Pronta entrega X = 1.000 ± 200 Fábrica = 2.000 ± 280 CD = 2.000 ± 280 Y = 1.000 ± 200 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Requisitos para a previsão de demandas • Disponibilidade de dados passados confiáveis; • Horizonte de tempo futuro definido e capacidade de manejo de incertezas; – Quanto maior o horizonte de planejamento objetivado, maior a incerteza; • Conhecimento de relações causa-efeito no consumo de itens de interesse. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Classes de modelos de previsão • Métodos qualitativos: subjetivos, baseados em opiniões de especialistas e sentimentos e impressões de pessoas envolvidas com o tema; • Métodos quantitativos causais: a demanda é correlacionada com fatores conjunturais conhecidos; • Métodos quantitativos por séries temporais: obtémse uma seqüência de valores sem que se tenha conhecimento dos fatores que geraram estes dados e projeta-se o futuro. – Pressuposto: o que ocorreu no passado ocorrerá no futuro. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Métodos quantitativos: método causal • Análise de regressão: processa as informações contidas em um conjunto de dados e gera um modelo que representa o relacionamento existente entre as variáveis de interesse. – Regressão linear: y = a + bx; – Regressão exponencial: y = abx; – Regressão polinomial: y = a + bx + cx2 + ... + zxn; • Acha-se S = [a, b, c, ... , z] tal que: y i yˆ i erro mínimo ; 2 yi i ésimo termo real ; yˆ i i ésimo termo calculado . Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Métodos quantitativos: regressões • O critério de cálculo para achar S = [a, b, ..., z] é derivar o somatório em relação aos termos calculados e igualar a zero; • Resulta um sistema de n equações e n incógnitas, que, se resolvidas, fornecerão as constantes requeridas pelas regressões. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Métodos quantitativos: regressões regressão linear : y na b x; xy a x b x ; 2 regressão polinomial(2º grau); 2 y na b x c x ; 2 3 xy a x b x c x . Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Caso: vendas de embalagens de papelão yi = toneladas por mês: 86, 118, 49, 193, 164, 232, 73, 109; xi = vendas de PU no mês anterior: 3, 5, 2, 8; 6, 9, 3, 4; Pelo software Excel: (gráfico dispersão, botão direito do mouse, adicionar curva de tendência): – Linear: y = 24.932x + 3.3409, R2 = 0,9828; – Polinomial: y = -0.1886x2 + 27.023x - 1.365, R2 = 0,983; – Exponencial: y = 41.947e0.2004x, R2 = 0,926. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Por parcimônia, escolhe-se a regressão linear. 250 y = 24,932x + 3,3409 R2 = 0,9828 200 150 100 50 0 0 2 4 6 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 8 10 Caso: vendas de fretes de calçados yi = toneladas por mês: 57; 64; 80; 46; 62; 72; 52; 77; 57; 68; xi = vendas de embalagens: 27; 45; 41; 19; 35; 39; 19; 49; 15; 31; Pelo software Excel: (gráfico dispersão, botão direito do mouse, adicionar curva de tendência): – Linear: y = 0,764x + 39,052, R2 = 0,680; – Polinomial: y = 0,0026x2 + 0,9303x + 36,76; R2 = 0,681; – Exponencial: y = 42,273e0,0123x; R2 = 0,682. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Por parcimônia, escolhe-se a regressão linear. 100 80 y = 0,764x + 39,052 60 R2 = 0,6803 40 20 0 0 10 20 30 40 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 50 Métodos para julgar o resultado de uma regressão • MAD = desvio absoluto médio; • MSE = desvio quadrático médio; • Coeficiente de correlação (r) e de determinação (R2); • Erro padrão (SE) e intervalo de confiança (IC). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Métodos para julgar o resultado de uma regressão y MAD i yˆ i n R 2 ( yˆ y ) (y y ) i i ; y MSE yˆ i ; (n 1) ; yi dado real; yˆ i dado previsto; i 2 i 2 i IC yˆ SE yˆ z. 2 yi média dos dados reais. y yˆi . (n 2) 2 i Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo: regressões lineares e polinomiais de 2º grau para os mesmos dados • Ajustar regressões para os seguintes dados: – yi: 10; 15; 15; 18; 20; – xi: 0; 1; 2; 3; 4; • Resolvendo os sistemas de equações resultantes: – Linear: y = 11 + 2,3x; – Polinomial: y = 15,958 + 0,283x + 0,154x2; Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo: avaliação da duas regressões (linear é melhor) x y ^y linear ^y polinomial 0 10 11 15,96 1 15 13,3 16,39 2 15 15,6 17,13 3 18 17,9 18,18 4 20 20,2 19,54 MAD 0,72 2,03 MSE 1,07 10,56 R2 0,92 0,44 ES (95%) 1,19 3,75 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Múltiplos fatores: análise de marketing Vendas de calçados = y Horas de propaganda = x1 Horas de visitas de representantes = x2 90.000 150.000 160.000 180.000 230.000 110 133 156 179 202 220 280 400 600 630 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 1ª análise: y = a + b.[propaganda] 250 y = 0,0007x + 43,64 R2 = 0,9348 200 150 100 50 0 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 2ª análise: y = a + b.[visitas] 750 y = 0,0033x - 104,12 R2 = 0,8075 600 450 300 150 0 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Regressão múltipla • Ao menos duas variáveis explicativas são linearmente relacionadas com a demanda (R2 próximo a 1); – sempre que a propaganda subiu, as vendas subiram (R2 = 0,93); – sempre que as visitas subiram, as vendas subiram (R2 = 0,80); • Porém a estimativa é inconsistente: – y = -141 + 2.673 [propaganda] – 267[visitas]; – O sinal negativo nas visitas e na interseção é incoerente; – Alguns clientes receberam propagandas e visitas, mas compraram apenas uma vez. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Análise y = a + bx1 + cx2 Estatística de regressão R 2 0,979 R 2 ajustado 0,958 Erro padrão 10.383 Se F sig < F, a regressão existe ANOVA Regressão Resíduo Total gl 2 2 4 SQ MQ 1,01E+10 5,03E+09 2,16E+08 1,08E+08 1,03E+10 Coeficientes interseção -141.071 propaganda 2.673 visitas -267 valor-P 0,108 0,056 0,176 F 46,681 F de significação 0,021 Se valor-P > 0,05, há multicolinearidade Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Representação gráfica da multicolinearidade Baixa multicolinearidade: Até 5% das variações no efeito são explicadas por mais de uma causa Alta multicolinearidade: Mais de 5% das variações no efeito são explicadas por mais de uma causa Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Resumo R2 R2 Valor-P < 0,05 Valor-P > 0,05 1 Explica e descreve o fenômeno Apenas descreve o fenômeno 0 Não explica nem descreve o fenômeno Não explica nem descreve o fenômeno Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Séries temporais • As séries temporais cobrem períodos longos, que podem ter quatro tipos de comportamento: – Tendencial (negativo ou positivo); – Sazonal (períodos determinados pelo mês no ano, dia na semana, hora no dia, etc...); – Ciclos de negócios (oscilações de longo período, devido a fatores circunstanciais e geralmente mal conhecidos ); – Aleatório (oscila ao redor de uma média); • Ao analisar uma série temporal deve-se classificar seu comportamento; • Conhecido o comportamento, escolhe-se o modelo. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Tendencial negativo: o caso das tintas jan-02 fev-02 mar-02 abr-02 mai-02 jun-02 jul-02 ago-02 set-02 out-02 nov-02 dez-02 624 564 668 609 608 604 460 333 322 422 372 800 600 400 y = -34,93x + 713,21 R2 = 0,7689 200 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 11 12 248 Tendencial positivo: o caso das tintas jan-02 fev-02 mar-02 abr-02 mai-02 jun-02 jul-02 ago-02 set-02 out-02 nov-02 dez-02 149 125 190 116 185 93 226 138 260 279 279 336 400 y = 16,706x + 89,409 R2 = 0,6037 300 200 100 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 12 Sazonalidade: o caso das graxas jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 542 319 394 462 463 410 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 604 675 686 814 557 555 1000 800 600 400 y = -2,6018x 3 + 49,595x 2 - 234,58x + 697,58 R2 = 0,7794 200 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção 10 11 12 Comportamento aleatório: médias móveis • A previsão do próximo período é: – Média móvel simples: a média dos n últimos valores; – Média móvel ponderada: os n últimos valores ponderados por uma regra; • Ponderação conservadora: os meses mais antigos valem mais, a previsão demora mais para reconhecer mudanças; • Ponderação arrojada: os meses mais recentes valem mais, a previsão reconhece mudanças mais rapidamente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Exemplo jun jul ago set série temporal 10 12 15 14 média móvel simples, n = 3 = (12+15+14) / 3 = média móvel ponderada conservadora, n = 3 = (0.5*12+0.3*15+0.2*14) = média móvel ponderada arrojada, n = 3 = (0.2*12+0.3*15+0.5*14) = prev. Out 13,7 13,3 13,9 • Ponderação conservadora: os meses mais antigos valem mais, a previsão demora mais para reconhecer mudanças; • Ponderação arrojada: os meses mais recentes valem mais, a previsão reconhece mudanças mais rapidamente. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Embalagens de papelão: média móvel, n = 3 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan p1 = p2 = p3 = real 4.900 4.850 4.800 4.750 4.800 5.100 5.150 5.200 4.900 4.700 4.800 5.000 0,33 0,33 0,33 simples 4.850 4.800 4.783 4.883 5.017 5.150 5.083 4.933 4.800 4.833 0,40 0,35 0,25 conservadora 4.858 4.808 4.783 4.855 4.993 5.143 5.105 4.970 4.805 4.810 0,25 0,35 0,40 ousada 4.843 4.793 4.783 4.908 5.045 5.158 5.068 4.895 4.790 4.855 Três previsões Neutra: 4.833; Conservadora: 4.810; Ousada: 4.855. Intervalo de previsão [4.810; 4.855] unid. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Análise gráfica: embalagens de papelão 5.400 5.200 5.000 4.800 4.600 4.400 abr mai jun jul ago set out nov dez jan Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Comportamento aleatório: MMEP 1ª ordem • A previsão do próximo período é: – MMEP1 - Média móvel exponencialmente ponderada de 1ª ordem: a previsão anterior mais uma fração do erro cometido na previsão anterior (a = constante de suavização = fração do erro). Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Média móvel exponencialmente ponderada de 1ª ordem – MMEP1 yˆ t yˆ(t 1 ) [fraçãodo erro](t 1 ) yˆ t yˆ t 1 a .yt 1 yˆ t 1 0 a 1 Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Média móvel exponencialmente ponderada de 1ª ordem – MMEP1 jun jul ago set prev. out real 10 12 15 14 previsão 10 10 10,6 11,9 12,5 partida do processo, previsão = real ^y ^y ^y ^y julho = 10 + 0,3*(10 - 10) = 10 agosto = 10 + 0,3*(12 - 10) = 10,6 setembro = 10,6 + 0,3*(15 - 10,6) = 11,9 outubro = 11,9 + 0,3*(14 - 11,9) = 12,5 16 15 15 14 14 13 12,5 12 12 11,9 11 10,6 10 10 1 10 2 3 real 4 5 previsão Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção MMEP1: Exercício • Para o conjunto de dados a seguir, calcular a previsão para o mês de setembro para a = 0,1; 0,3 e 0,5. – Março: 5.200; – Abril: 5.500; – Maio: 5.300; – Junho: 4.800; – Julho: 4.200; – Agosto: 4.350. • Qual a melhor constante de suavização? Decidr pelo cálculo do MSE. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção Referências bibliográficas Bertaglia, P. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. S. Paulo: Saraiva, 2003. Bowersox, D. Closs, D. Logistica empresarial. S. Paulo: Atlas, 2001. Chopra, S. & Meindl, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos, S. Paulo: Prentice Hall, 2003. Christopher, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos, S. Paulo: Pioneira, 2002. Gomes, C. & Ribeiro, P. Gestão da cadeia de suprimentos integrada à tecnologia da informação. S. Paulo: Thomson Learning, 2004. Hillier, F. & Lieberman, G. Introduction to operations research, Singapore: McGrawHill, 1995. Novaes, A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. R. Janeiro: Campus, 2004. Pires, S. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias, práticas e casos. S. Paulo: Atlas, 2004. Prof. Dr. Miguel Sellitto: Engenharia de Produção