U M D E U S APA IX O N A D O Experiência pessoal Oséias tirou Gomer, sua esposa, da zona de prostituição. Fez da prostituta a sua esposa e dela teve filhos. Passado algum tempo, a esposa o abandonou e voltou à prostituição. Oséias, porém continuava apaixonado por ela, fez tudo para que ela voltasse a viver com ele, deu-lhe um tempo de provação e tornou a se unir a ela. Na vida Deus lhe fala Na sua história de vida, no que aconteceu entre ele e Gomer Deus se revelou a ele, mostrou-lhe o que pensava sobre seu povo. Assim, os acontecimentos e sentimentos vividos tornaram-se metáfora ou parábola do que acontecia entre Javé e o seu povo, Javé, um marido apaixonado e o povo, uma esposa inconstante e infiel. Os nomes dos filhos de Oséias também se tornaram figura do que Deus dizia: Jezrael, nome do primeiro filho, é o nome do sítio onde o general Jeú exterminou a família real de Israel; “Não-Compadecida” e “Não-Meu-Povo”, nomes da filha e do filho seguintes, por si só já falam. Mas o amor apaixonado de Oséias por Gomer vai fazê-lo tirá-la novamente da prostituição. É Javé que se casa novamente com o seu povo e para sempre, conforme a justiça e o direito, com amor e com carinho (Os 2,21). Jezrael, nome do primeiro filho de Oséias, significa ‘Deus semeia’, agora Deus vai semear, vai multiplicar o seu povo, terá compaixão da “Não-Compadecida” e ao “Não-Meu-Povo” vai dizer ‘Tu és o meu povo’ e ele responderá: ‘Tu és o meu Deus!’ (Os 2,24-26). Aliança, Casamento de Javé com o Povo A partir daí firmou-se a figura da aliança como um casamento de Deus com o povo pobre e sem terra que fugira do Egito. Já Oséias dizia: “Pois agora eu é que vou seduzi-la, levando-a para o deserto e falando-lhe ao coração. Ela, então me responderá como na juventude, quando escapou da terra do Egito. Naquele dia, ela passará a chamar-me de ‘meu marido’ e não mais de ‘meu Baal’. Caso-me contigo com toda a fidelidade e então conhecerás Javé!”. Jeremias também lembra o tempo quando o povo vivia acampado no deserto à procura de uma terra boa de cultivo. “Assim diz Javé: Eu bem me lembro de ti, da paixão da tua juventude, do amor do teu noivado, quando me seguias pelo deserto, terra onde não se planta.” (Jr 2,2). O mesmo Jeremias diz mais adiante: “Um povo de sobreviventes da espada encontra caminho no deserto. É Israel a caminho do lugar do seu repouso! Lá de longe Javé lhe apareceu: ‘Eu te amo com amor de eternidade, por isso guardo por ti tanta ternura!’” (Jr 31,3). O Segundo Isaías, falando da esperança de fim do cativeiro da Babilônia diz: “Não fiques com vergonha, não há motivo para corar o rosto! Deverás esquecer para sempre a vergonha que passavas na juventude, nunca mais hás de lembrar as desilusões do teu tempo de viúva, pois o teu marido é o teu criador, Javé dos exércitos é o seu nome! Mulher abandonada e aflita, Javé te chama. Esposa da juventude, um dia abandonada, contigo fala o teu Deus. Por um breve instante eu te abandonei, com imenso amor de novo eu te recolho. Na raiva, por um momento eu te escondi o meu rosto, com amor eterno voltei a me apaixonar por ti” (Is 54,4-8). Já o Terceiro Isaías, celebrando a esperança do retorno para a Terra e a reconstrução de Jerusalém canta: “Não mais terás o nome de ‘Abandonada’ nem tua terra será chamada de ‘Lugar Ermo’. Ao contrário serás chamada de ‘Meu Bem’ e tua terra será chamada de ‘Senhora’, pois Javé se apaixonou por ti, a tua terra estará casada. Como um jovem que se casa com uma jovem, assim teu criador se casará contigo. Mais que um recém casado feliz com a esposa, contigo estará feliz Javé” (Is 62,4-5). N o N o v o Te s t a m e n t o Não só as Bodas de Caná figuram num casamento a passagem da antiga para a Nova Aliança como mudança da água para o vinho, mas inúmeras parábolas também falam da realização plena do Reinado de Deus como uma festa de casamento. O Apocalipse arremata convidando para a festa do casamento do cordeiro e falando da cidade nova que desce do céu para a terra como uma noiva arrumada para o casamento.