élfj M ft* A N N O X DEZEMBRO PREÇO m V 1937 3$000 m ' ^Ilustração BtDSÍlcícn N U M E R O 32 A N N O XV DEZEMBRO DE 19 3 7 MENSARIO EDITADO PELA SOCIEDADE A N O N Y M A " O M A L H O " DIRECTOR-GERENTE A N T O N I O A. DE S O U Z A E SILVA A d m i n i s t r a ç ã o e escriptorios: Trav. d o O u v i d o r , 3 4 Redacção e o f f i c i n a s : R. V i s c o n d e d e I t a u n a , 419 Telephones 2 3 - 4 4 2 2 e 2 2 - 8 0 7 3 End. Tel. O M A L H O — C a i x a Postal 8 8 0 — RIO PREÇO DAS ASSIGNATURAS N O BRASIL N O EXTERIOR A N N O . . . 35$000 A N N O . . . 50$000 6 MEZES. 18$000 6 MEZES S O B REGISTRO ÔOB REGISTRO N U M E R O A V U L S O 26$000 3 S 0 0 0 • \ QUANDO SE QUER RECORDAR AJJl RASILEIRA SUMMARIO DOS PRINC1PAES ASSUMPTOS DESTA EDIÇÃO DIA DE N A T A L Chronica O d e Rodrigo VESTIDO C Ô R DE ROSA C o n t o d e Gustavo O EXOTISMO PRIMEIRO Barroso DA CIDADE Reportagem O Octávio p h o t o g r a p h i c a — Redacção NATAL Poesia de D. A q u i n o ARRANHA-CÉOS DE S Á O Reportagem O NATAL Correa PAULO p h o t o g r a p h i c a — Redacção D O ERRADO Conto de C l á u d i o de Souza FLAGRANTES O R I G I N A E S D A C I N E L A N D I A Reportagem A p h o t o g r a p h i c a — Redacção N A T I V I D A D E ATRAVÉS Chronica OS HOMENS TUMULTO d e Flexa QUE DAS DOS ESTYLOS S ó um presente realizará esse sonho... E nenhum presente melhor do que um perfume... Um perfume de Coty... Le Vertige, por exemplo... E' o ultimo poema que Coty escreveu, com a magia Ribeiro VELAM N O ALEGRE mysteriosa de suas essencias raras... Le Vertige é como uma symphonia, na qual trescalam notas frescas e ardentes, alternadamente... Le Vertige faz sonhar... lembra romance e suggéré poesia... U m presente appropriado, pois, para as mulheres que amam recordar os romances passados... PRAIAS Reportagem p h o t o g r a p h i c a — Redacção y e ^ t L g e , MUNDANISMO Chronica ANTONIO de G i l b e r t o PARREIRAS Chronica RELÍQUIAS Trompowsky LE de Tapajós D O BRASIL Reportagem NOUVEAU PARFUM Gomes C OTV DE O U T R ' O R A p h o t o g r a p h i c a — Redacção NATAL Poesia de O l e g á r i o INSTANTÂNEOS DE T O D O O M U N D O Reportagem NÁO PÔDE SANTA photographica OGUE PEQUENO FORMATO cjue pela de A . Austregésilo EXCURSÃO A SÃO CATHARINA Chronica TRICHROMIAS, Albrecht H. — Redacção E' A C A M A R A M O D E R N A D E SER! Conto UMA Marianno PAULO, e RIO de G a l d i n o l i n h a s , perfeição Cavalleiro, Carlos Paulo manejo, pro- fotografias. Duarte DE: Oswald, Amaral, técnica c p o r c i o n a satisfação e ó t i m a s DOUBLÉS E D E S E N H O S Dürer, facilidade n o PARANÁ, GRANDE Pimentel elegância de suas PREÇO 80$000 D i s t r i b u í d a pela PROCURE Helmut CONHECÊ-LA NAS CASAS D O RAMO PHOTO - PRODUITS GEVAERT S.A. SATURNINO S A L A S R u a 1*. d e M a r ç o , 8 0 - R i o d e J a n e i r o e Trompowsky Dezembro 1937 mam O CORPO Esta DE BOMBEIROS benemerita instituição, uma das mais gloriosas que temos, f o i fundada, sob a denominação de C o r p o PAPEL PARA A I M P R E N S A rio de Bombeiros, no mesmo local ern que ainda creto ro se encontra, 1.755, assignado pelo meiros bombeiros f o r a m major João instituição de 1856, anno de sua Rio de Janeiro, os sol- bas manuaes, 73 mangueiras, 13 esca- das e 2 mangas de salvação. A trans- missão de avisos de incêndios e outros postos começou a ser feita em 1862. A primeira bomba a vapor era conhecida A torre do edificio do Corpo RIO DE JANEIRO Castro ro de 130, que dispunham de 15 bom- K KASILBIltd - • • no de dados d o f o g o eram apenas em nume- llilillSTItA<;û TELEPHONE 23-2064 Conselhei- commandados Baptista Moraes Antas. Em RUA BENEDICTINOS, 17-4° mercê d o de- N a b u c o de A r a u j o . Os nossos pri- pelo Fornecedores Proviso- u ™ d â m a por "Sinhá", nome «lastre, ^m 1894, o Cor- po de Bombeiros compunha-se de 560 homens. Por occasião da inauguração da estação de H u m a y t é , 15 de novembro de 1896, fez-se ouvir pela primeira vez a banda de musica da corporação, sob a batuta d o mestre A n a c l e t o de Medeiros. O bello e d i f í c i o d o C o r p o de Bombeiros deve-se ao sr. M a r c e l l i n o de Souza A g u i a r , commandante dos Bombeiros em 1897. A inauguração d o Q u a r t e l teve logar em 1908, q u a n d o commandante o C o i . Feliciano de Souza A g u i a r . O serviço com material a u t o m o b i l i s a d o data de 1912. A ESCOLA de de popularmente Bombeiros NACIONAL DE BELLAS ARTES Ern princípios de setembro de 1901, era a p p r o v a d o , em 3." discussão, no Senado, o enviado á sancção presidencial o projecto que autorisava o Variado sortimento de cinzeiros, p i t e i r a s , c i g a r r e i r a s , etc. etc. * eoÂ. AVENIDA RIO s © m s A BRANCO, 137 (LOJA) c u u e RIO DE JANEIRO Poder Executivo a g a r a n t i r os juros e amortização, durante um quinquennio, da somma de 7I:500$000, correspondente ao e m p r e s t i m o de 650:0C0$000 |uros e amortização de 4 % , c o n t r a h i d o pela Associação d o IV Centenario d o Brasil para o f i m de construir o actual e d i f í c i o da Escola N a c i o n a l de Belias Artes. A planta d o majestoso palacio f o i apresentada pelo architecto e estheta Moraies de los Rios, que era, na época, um dos maiores, senão o maior, artistas no genero. Pela construcção d o elegante immovel m u i t o se bateu o sr. Oscar Varady, que era o I s e c r e t a r i o da Associação d o IV Centenario d o Brasil. ti air embaumé O primitivo e d i f i c i o f o i inaugurado em 1826, na Travessa Belias Artes. Para primeiros directoros da Escola, cuja f u n d a ç ã o se deve a D. J o ã o VI. falavase nos nomes de Jacques Lebreton, p i n t o r francez, e de H e n r i q u e Silva, Mas coube a esie a nomeação para o cargo, em vista d o f a i l e c i m e n t o de Lebreton. que havia organizado os Estatutos da Escola. O corpo docente da nascente instituição compunha-se dos melhores artistas francezes, que aqui desembarcaram d o "Calphe", vapor americano, aos 26 de março do I8u. Chamavam-se : J. B. Debreton, secretario p e r p e t u o de Belias Letras, no Instituto de França, Nicolas Taunay, 'esculptor e estatuário, Grandjoan de Montigny, architecfo, Simon Pradier, gravador e miniaturiste, François Bonrepos, îsculptor, e François Ovide, professor de meçamca percebiam uma pensão annuel de 800$000, que Ihés f o i c o n c e d i d a pelo Marquez de A g u i a r , a começar de 12 de agosto de 1816. A ESGRIMA NO J o g o de esgrima na Escola de Educação Physica do Exercito BRASIL O manejo d o florete, em que se eximiram com destreza notável, no século ar-terior, na Europa, tantos homens de letras como de Estado, a começar por Paul de Cassagnac, cultivou-se aqui, com pouca animação, nos p r i m o r d i o s Dezembro — 1937 u P r a t i c o o r i g i n a til Será o presente distinguido para a s F e s t a s d e NATAL e ANNO BOM 1937 - 1938 tiditcvi, A' CANETA CARIOCA que possue o mais f i n o s t o c k d o s artigos que desejar. X Caneta C a r i o c a desta centúria. Em RAMIRO FERREIRA & CIA. - B R A N C O , 111 — 1920, a esgrima tomou AV. RIO TEL. 23-1443 - um impulso klO importante, graças a vários o f f i c i a e s a o nosso Exercito, que resolveram f o r m a r uma sala d'armas, contractando. o OE A M O S T R A S L E I P Z I G - A L L E M para dirigir, o celebre Brasil levantou o c a m p e o n a t o reram, entre outros, Hélio Ferreira da Costa. De mestre Gauthier, sul americano Ramalho, Osv/aldo de Paris. Em I922, de esgrima, ao qual concor- Rocha, J o ã o e Padilha I935 para cá, o gosto pela esgrima t e m José augmentado surprehendentemente. N ã o só aqui. Nos Estados de São Paulo, d o Rio G r a n d e d o Sul, d o Paraná e d o Rio. O Districto Federal está cheio d e salas d'armas. A N H A Filiadas á Federação C a r i o c a de Esgrima acham-se o C l u b de Regatas do Flamengo, o Fluminense F. C., o Botafogo F. C., o A u t o m o v e l C l u b do Bra- 19 3 8 sil, e não filiadas o C l u b Grajahu Tennis C l u b , Colleaio 6 a 11 d e M a r ç o — Exposição G e r a l de A m o s t r a s que exhibe em 23 palacios no C e n t r o a r t i g o s manufacturados. da Exposição Óptica, phia, 6 de Cinematogra- I4 esgrima já União Brasileira de nho de a Exposição de de para Março rnstallações completas impressão e artefactos de — Grande no ramo papelaria. Feira Technica e de Construcções — A Exposição grandiosa dos mais moder- I927. ultimo, que no zembro Rio, do receram ria Salas do trabalho á disposição dos visitantes estrangeiros. Bureaux de Informações d o Banco G e r m â n i c o na séde d o Messamt e d o Banco A ! l e m ã o Transatlantico no Deutsche Bank e Diskonto Gesellschaft em Leipzig. de- passado, me- da nossa terra sob fundada nesta c a p i t a l em realisado aqui a 2 victorias e I derrota, e srs. José Ferdinando Felix carioca Alessandri, Miguel (espada) Cunha esgrimistas, de destaque e e Menezes, com sendo di- algumas as- sociadas dos C l u b s d o go Bian- (sabre). Contamos eximias gnas da e Assis Naban, os auspícios 5 de Flamen- Fluminense. Demais informações sobre as Feiras de Leipzig, c o m o cartões de l e g i t i m a ç ã o que o f f e r e c e m a vantagem d o " v i s t o " g r a t u i t o nos passaportes, peçam ao "Bureau" da Feira d e Leipzig para o Brasil, Rio d e J a n e i r o A v . Rio Branco, 6 9 / 7 7 — Caixa postal I597 Téléphoné 23-621 I Quintino Bocayuva ' jucon- (florete); José paulista ii^É da I7-I2-I928, (sabre). Victo- Carioca, paulista technicas campeona- eguaí- Federação calama, revistas (espada) 12 d e louros (florete). e de logar aos anno os a com teve paulista turismo campeonato, grandes M a c h a d o , paulista I6 pavi- de Esgrima, sociedade Naval e o da Costa cções e engenharia em geral que demonstrará em Exposição internacional extrangeiras. em Sete R. Icarahy. o Club os primeiros postos J o a q u i m Alves Bastos, carioca os funccionamento. Vera-Cruz. etc. O salas d'armas. effectuados primeiro F. C., o C . de quistaram constru- lhões mais de 5.000 machinas em pleno Esgrima também foram No industria, nos machinismos e a p p a r e l h a m e n t o s para o C . de possuem tos de mente machmismcs a Photographia, milhões etc. Bugra — de de Cidade Militar Militar, o America I ^ ^ T W No A DATA-MATER DA AS REPUBLICA Quando da manifestação, levada a e f f e i t o em Petropolis, aos 5 de dezembro de 1901, ao genere 1 Q u i n t i n o Bocayuva, cujo anniversario passava àquela data, o poeta campista Azevedo Cruz improvisou um eloquente discurso em louvor d o Presidente d o Estado d o Rio. As phrases buriladas d o b a r d o fluminense não se perderam no espaço, mas nós achamos que repetil-as avivará a chamma de civismo, que se reaccende em nossos peitos, nesta hora de "fraternidade universal". [ NOVAS INSTALLAÇÕES ALFAIATARIA GUANABARA "Faltou, general — disse Azevedo Cruz — á f i d e l i d a d e a Historia q u a n d o assigna!ou a data-mater d o regimen republicano — o 15 de N o v e m b r o . O 15 de Novembro f o i apenas (e com isto já f o i muito) a g l o r i f i c a ç ã o d o regimen. A data, porém, d o advento da Republica é a de hoje. A existencia da Republica bitoia-se pela vossa edade : — a sua vida, os seus destinos, as suas glorias, os seus infortúnios aferem-se pelo cyclo da vossa missão social ! Nas cavas d o vosso rosto, nas rugas da vossa fronte, no inverno dos vossos cabeilos, na melancholia d o vosso semblante, na profundeza das vossas pupillas esíá, dia por dia, hora por hora. constatada a evolução da Liberdade, a ascensão gradual da ideia republicana, com os seus arroubos e d e s f a l e c i m e n tos, com as suas aíleluias e agonias — t o d o o fluxo e refluxo da Propaganda, t o d o o calvario dos seus dias lutuosos, toda a marcha triumphal das suas victorías". A JIQUITIRANA-BOIA E' REPTIL O U INSECTO? Tem-se discutido, vezes sem conta, nas nossas plagas, sobre a jiquitirana-boia, procurando-se saber a sua classificação na z o o l o g i a . Nós, que já tivemos a opportunidade, mesmo aqui na capital, de deparar com o pequeno monstro, esposamos sem pestanejar, a opinião d o conego Bernardino de Souza (1873) e de F. da Silva C a s t r o . Aquelle culto sacerdote, que varejou t o d o o Norte d o Brasil, conhecendo-o a palmo, opina : "Tenho visto muitos desses animaes, cuja cabeça, sem abertura alguma, tem notável semelhança com a castanha de um caju, e não tenho noticia de que jámais offendessem a pessoa alguma ". E F, da Siiva- Castro : "E* uma verdadeira b o r b o l e t a em ponro grande, cuja cabeça se torna notável pelo excessivo volume, representando protuberância vesiculosa alongada, de estranha c o n f i g u r a ç ã o . Os indios a têm c o m p a r a d o com a cigarra, e dahi veiu chamarem-na jakirana (cigarra, em t u p y ) ; e como lhe a t t r i b u e m qualidades maléficas e venenosas, accrescentam-lhe o e p i t h e t o boia, que na mesma lingua significa cobra, e. por isso, muita gente lhe chama cobra de azas. A jiquitirana-boia, como nós a designamos, pertence á classe dos homopteros, é, portanto, um insecto. Para uns é inoffensivo; para outros, distilla, atravez d o ferrão ou t u b o que traz na cabeça, uma secreção peçonhenta. Ella se aproveita d o aguilhão, não para morder os mortaes, mas para sugar o leite, de que se nutre, e que ella procura nas arvores, especialmente no tapuru e na m a r u p a u b a " . Esta f o t o g r a f i a apresenta um aspéto das novas instalações da ALFAIATARIA GUANABARA, á rua da C a r i o c a , 54. O interior da loja o oferece actualmente maior referida conforto, num ambiente de mais a p u r a d o b o m gosto. Alfaiataria Guanabara de fina vende apenas qualidade A artigos DA -sftr- Ch.LORILLE MATRIZ : RUA SUGER, 16 — PARIS m m U i vX*f? o t . SUCCURSAES D O BRASIL : Fy m RIO DE JANEIRO 2 7 - 2 9 RUA PEREIRA DE A L M E I D A Tel. 2 8 - 2 6 0 6 • C o . x o P o s t a l 1123 SÃO P A U L O 3 1 - 3 3 , Ruo D. F r o n c i s c o d e S o u z a TEL 2 0914 Q mais importante casa do mundo em yintasj)e C/mmess&o nj) vfi \ tV.Í vrí PREMIO CARLOS DE VASCONCELLOS E stá prestes a encerrar-se a inscripção para o interessantíssimo concurso Premio Carlos de Yasconcellos,,, organizado pela Sociedade que tem por patrono esse inesquecível escriptor patrício, em combinação com " O / / P&J&L n a • ' • f MALHO... Conforme foi amplamente divulgado, o certamen consta da apresentação de um estudo critico da obra e da personalidade literaria de um dos escriptores patrícios, Alranio Peixoto ou Gustavo Barroso, á escolha do concorrente, sendo que ao concorrente melhor classili- NORTE DO P A R A N Á F U T U RO Esta a passos onde da a de peroba região civilisação como vae BRASIL attesta a não riqueza penetrando só das a largos. CIA. de TERRAS NORTE DO P A R A N Á A Rua vgfi! tora fertilidade niattas f possante DO V maior 3 de empresa colonizadora Dezembro, 48 — Caixa da America Postal, 2771 — do Sul São Paulo •j. àa e r ilLt lo li WcecLàc PARA UM • • riSr GOZA CLIMA 4 • • - V IDEAL! Por que não gozar as delicias de um clima sauda- vel durante todo o anno ? Se não pode gozal-o nos campos, nas praias ou nas montanhas, o CLIMATIZADOR trará, á sua residencia, esse clima Não hesite. ideal... Examine o Climatizador Carrier e dote o seu lar de uma temperatura ideal, estável, num ambiente sem pó e .humidade. feito, proporcionando Viverá feliz e satis- aos seus u m conforto que é, também, hygiene e saúde. G R Á T I S — Escreva para a Avenida Rio Branco 114, Rio, pedindo sem compromisso o Folheto illustrado, "Saúde, Conforto e Alegria", que explica as varias applicações do Climatizador Carrier. Nome Endereço , DEPARTAMENTO DE AB CLIMATIZAÇÃO Climatizador — compacto, pratico. G E N E R A L ® ELECTRIC cado, isto é, aquelle que apresentar trabalho mais completo, a juizo de uma commissão opportunamente escolhida, conferirá o pre- TUDO A'S QUE INTERESSA S E N H O R A S mio de tres contos de réis, bem como o . . . e s t á n ' 0 M A L H O , a primorosa revista, impressa em off-set e rotogravura e que, ás quintas-feiras, é a leitura de t o d a gente de um conto de réis ao segundo collocado. Finda o prazo a que nos referimos, no dia 31 de Dezembro corrente, e os originaos deverão ser enviados, em dois exemplares dactylographados, sob pseudonymo, acompanhados de enveloppe fechado contendo a identidade do autor. Cada ensaio deverá ler. no mínimo, 150 paginas dactylographadas. Quanto ao resultado, será divulgado em Março do anno vindouro. Os candidatos devem endereçar os seus trabalhos para a redacção de " O M A L H O . , Travessa do Ouvidor n. 5-1 — sob a indicação A Premio Carlos de Yasconcellos,,. "Sociedade Carlos de Yasconcellos.. fará editar os ensaios premiados, podendo conceder, ainda, menções honrosas. Certamen sob todos os títulos sympathico já porque visa estimular a critica constructiva no nosso paiz, já porque ollerece ensejo a que sejam estudados, sob o prisma literário, dois altos valores da nossa intelectualidade — é de esperar que tenha despertado o interesse entre os nossos escriptores, de forma a constituir concorrido e movimentado. um prélio Carrier simples, O.UVIDORJô'õ \ v. 7/ ^AMALH0^)RTIGÁ0.3Ô EPHEMERIDES DO MEZ »- • • • • • »• • • •I Y »•• • •• t •• ««« » • • • .v.v .•y•. •v• C I X T A S » • • • MO D E I . A DOR KS •• •• • »• •• •• •• • »• •• •• •« »•• • •• •« »•• •• •• • . SOUTIENS • • W.Vi • • W A V A V A V A V A V i V • • • • • • • • • • • • • • . » • n • • • • • • • • • • • • • • Dia • Dia tudos para feitos • • • • • ^ • • • ••/ i • • • • • • • 4 — • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • « • • • • ••A .VV' .»V' «A' V ''. • • • »#••••< • • • î j> ,4 \ Av#v#%y#v#v >v a ao Santos 5 — Rio da o para a construcção ienente-general liberdade Dumont, terá Faia-se em de um sanatorio que a maranhense Dia 6 — O revista se encontra de próxima em 70 kil. E' aberta, Municipal, Dia 8 — do em Monaco, orçadas de Leitura, Frei J o ã o d o A m o r em seu paulista será Estado. de Pernambuco, edita fundação. Paulo, concurrencia as despesas constroe legislativa seu 50.° anno de São Sabino, horários. assembléa Portuguez commemorativa 7 — Mercado Gabinete Leão Portugal. a velocTdade que para construcção do á nova capella do 500:000$000. Divino dá a benção S. S. Sacramento, na egreja da O . T. da I. C o n c e i ç ã o . Dia 9 — »hedra de E' posto em d i s p o n i b i l i d a d e , em v i r t u d e da extincção da ca- Physica Medica, Dia 10 — Circula •••%v.v.y.;.%- •- do Jordão constituinte e t r a t a r á da reeleição dos Presidentes d o • • • • • « Campos n.° 7, que Dia • em da campanha Dia uma • • • •ir* Riograndense de Letras, por O l y n t h o Commercio. 3 — Chega Dia • • • • • • • E* f u n d a d a a A c a d e m i a 1 9 0 1 2 — O major Villela entrega ao marechal M a l l e t o relatorio dos es- Dia • • • • • • • • • D E tuberculosos. • • • • • • • • • • • I — 0''ve'»ra. no C í u b d o • • • • • • • • • • • • • é é ê . , • • •!•• « V . V / A V A V . V . V , v . v . w . v .vv . v . v ••••• ••••#•• • •• •« vX*Ív!*> *y*v -.;.>:.w.v« • • • ••• • • J • • • • • • • • • • • • • • • « # » • m • # • • • • • •• •• •• •• •• •• •• •• • •• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • « • • • • • • • • • • • • • • • • • • • .VAV.V.V.V.V.V.V/.V, v.y.y.v.v.w.v.v• • • • • • •! v• •. v •. v•.•v• .• •v•. v . • • • • • • • • • • • • • • • • • • »# • • • • • • • • • • • • • • aerosiato • • • • • • • • • • • • • • • • heroe V • • V • .'.V.V.V.V.V.V.V. .v.v.v.w.v.v.v.v.v.v. • • •••• ••• • • • + • ••••• •é • • • • • •••••• • • • • M i • • • I • • • • • • • • • • • • • • • • • • A N N O • t•••• # •••• m o na F. de n.° 7 da M e d i c i n a , o Prof. M a r t i n s "Justiça", orgão da Dr. José Hygino Teixeira. colonia syria aqui residente. Dia 11 — delegado ao Fallece Congresso Dia 12 — bue no México o Panamericano ali Presidente do sementes de trigo agricultores. Dia 14 — Dia aos fomentar a tricicultura, Naval, a f i m de deliberar sobre a da Brasileira. 15 — Vieira Machado "Madrigal E. Industriai & Cia. editam Pavane", de Francisco o "Salutaris", de A b d o n Camara congrega-se questão de limites com a Guyana nós, da Braga. E' p u b i i c a d a , em arrecadação das em sessão do "Japurá", Dia 20 — O deputado para tratar Recife, a lei sobre o c o n t r a c t o , rendas dos mercados Paraná, discursando secreta, o da Ingleza. e Dia 19 — O C e n t r o Paranaense c o m m e m o r a tado Mi- Brasileira. Dia 17 — A Dia 18 — distri- fundação Dia 16 — A 25 m. a S. E. da ilha G r a n d e , naufraga o vapor diz o departamento i o Engenharia d a U n i v e r s i d a d e de C a m b r i d g e nosso reunido. Paraná, para Roune-se o C i u b Navai lanez, e o Pereira, Sahe a lume " H e l l e n o s " , o segundo livro de versos de B. Lopes. Dia 13 — O da Liga Duarte Dr. Pereira Ubaldino da Lyra por 3 an- matadouros. a data da creação d o Es- do Amaral. fundamenta um projecto auto- risando o G o v e r n o a auxiliar a construcção d o aerostato dirigível d o Dr. A b e l da Gama e Silva. Dia 21 — Sahe ACHA.SE A G O R A * VENDA POR PARTE. O S E TYPOS TODA Redux dos desgaste cylindros dos drs. J o ã o Redux de consumo oleo Dia 23 — PREÇOS o l.° n.° da "Revista de Paulo de C a r v a l h o e Fernando Dia 22 — O Dr. Xavier da Silveira Medicina", sob a direcção Magalhães. examina, em Copacabana, o local onde a C i a . J . Botânico vae construir o novo tunnel. Marsicano São acclamados (violino), Dia 24 — A o Nicia los. prêmios d o Instituto de Musica : C a r m o Silva (canto) e Kitta de Bellido (piano). M i n i s t é r i o d o Exterior é entregue, pela Legação Brasileira na A r g e n t i n a , a medalha pertencente ao soldado F. José Fernandes, d o 39.° PERMANE- R. de V. da CEM I N A L T E R A D O S . Patria. Dia 25 — Para o c o r p o clinico da A . E. C . entra o Dr. Fernando jardo, r e c e m - f o r m a d o pela nossa F. de Dia 26 — WAKEFIELD pelo Banco E' a r r e m a t a d o Rio M a t t o Dia 27 — ria mascarada Dia 28 — todo Grosso, por o Fa- Medicina. acervo da Cia. Marcenaria Brasileira 550:000$000. E* inaugurada, ás 9 horas, na fortaleza de São João, a bate"Marechal Mallet". E' regulada a lei municipal de 19-7-1899 relativa á esterili- sação dos utensílios usados nas barbearias. Dia 29 — Conclue o 5.° anno medico, com distincção, o Dr. F. Pinhei- MOTOR DISTRIBUIDORES ROCHA COUTO & C DE M A R C O OIL 133 - RIO ro Guimarães. Dia 30 — O Governo do por i n t e r m e d i o d o London Dia 31 — "Morgadinha Lucilia Peres Pará inicia o resgate das A p ó l i c e s de 1901, Bank. desempenha, de Val-Flor", no Recreio. pela l.a vez. a protagonista da (AVAUI.E ICLO dia de Natal c para uma grande parte da gente civilisada o mais w bélo (lia do ano. Para cada um dos mortais que teve a fortuna de 1er um (ilho e tem a gloria de o ver feliz, o dia em que ele veio á luz é o grande dia da vida. Christo creança, ornando como uma gema luminosa a pobreza do estábulo em que nasceu, é olhado pela generalidade das creaturas como o simbolo da geração e o dia do seu nascimento se incorpora aos dias festivos da familia. I er consagrado esse dia ao preito da christandade foi inspiração profundamente humana, e a Humanidade soube responder á sugestão que veio do fundo dos tempos. Em todos os cantos do mundo creado sob a influencia do sentimento christão, as festividades do Natal se generalisaram, penetraram no sentimento popular e encheram cie alegria o espirito das creanças, assumindo em cada canto um aspecto característico adaptado ás respectivas condições naturais. N o Brasil, ha outras festividades ligadas á significação religiosa, que se introduziram efectivamente mais nos costumes do povo, como as de São João, as dos dias de Reis, por exemplo. Quanto ao Natal, pôde se dizer que veio a ser celebrado cm nossas casas por influencia da civilisação europca. l oi uma prática que veio com a imigração especialmente dos povos do norte da Europa, onde as festividades do Natal se realisam com extra ordinaria generalisação. I )escendente. peio lado materno, de gente dinamarqueza, desde meus primeiros anos tive o dia de Natal alegrado com os clássicos pinheiros, iluminados por dezenas de pequenas vélas de côr, adornados com toda a sorte de enfeites brilhantes c de brinquedos que ás creanças iam ser distribuídos por sorte. P., já uma semana antes do dia, em casa não se falava cm outra cousa, sendo que, se o espirito da creançada vivia ancioso dentro de grande espectativa curiosa, também os mais velhos se préoccupavam com as festas, pois que viviam na azáfama de tudo preparar em segredo, para causar surpreza. buscando arranjar a arvore com mais gosto e luzimento que nos anos anteriores, para maior alegria da petizada. E tudo éra fácil parque o mercado da cidade se abarrotava por esse tempo, de tudo o que éra preciso para completo adorno da arvore, e até mesmo pinheiros vivos, plantados em tina, de um. dois c mesmo 1res metros de altura, éram para a festa importados da Europa. RODRIGO OCTÁVIO > Chegava, por lim, o grande dia, anciosamente esperado. N a vespera, á noite, cada qual punha o sapatinho, perto das janelas, para recolher o que durante o sôno lhe trouxéra o menino Jesus; e logo, pela manhã, éra o sobrcsallo com que, mal desperto se corria para buscar o que Havia trazido a generosidade do invisível ofertante. I*. durante o dia, a toda a hora, chegavam presentes. Era um dia de surpresas e de alegria.  noitinha, logo apoz o jantar, abriam-se as portas da sala em que fôra armada a arvore, que aparecia aos olhos das creanças no deslumbramento de uma visão maravilhosa. E a distribuição dos pequenos presentes pendentes dos gálhos da arvore se fazia, no alvoroço da creançada, em que muitos ficavam descontentes com a escolha da sórte, que se havia mostrado mais generosa para outros. Mas os ressentimentos passavam; havia sempre algumas prendas sobresalentes para contemplar os menos satisfeitos. I*. seguiam-se a música e as rodas em torno da arvore e as dansas acabando, geralmente, a noite com a brincadeira do anel, do lenço escondido, do carneirinho — carneirão. E com emoção que registro estas notas porque, em minha casa essas práticas que me alegraram a moci- beça envolta num chalé preto arranjado de modo que, só pelo envie- dade, seguiram para alegria de meus filhos c persistiram para gáudio de zado de uma fresta pôde um dos olhos se comunicar com o mundo ex- meus netos. terior. Estranha figura de mvstério, anacrônica no coquetismo exaltado Em outros paizes a celebração assume outros aspectos. Coube-me uma desta hora da vida social, cm que a redução dos estofos cresce, de modo vez passar o Natal cin Nova York. A í a festividade se apresenta popular, ruidosa, na maior expansão. Por certo, no interior de muitas casas, ricas c pobres, brilham as luzessinhas das arvores de Natal e em tôrno das quais se expande a alegria da creançada. O grosso da festa, poiéni, se faz, fóia de portas, nas ruas e praças da cidade, a que ocorre um formidável aglomerado de «ente. fü a noite da grande festa populai. Iodos se agitam, gritam, batem tambores c latas, assopram gaitas, numa grande movimentação c barulho atordoador. A todo o momento surge, viva e solene, a clássica representação do Pcipa Noel, de grandes barbas brancas, envolvido numa túnica vermelha, amarrada na cintura, com um alto chapéu afunilado, fazendo prédicas c procurando vender toda a sorte de bugigangas. E segue assim a noite; só a luz do dia vem por alarmante, em ambos os sentidos do corpo, dos pés para cima, do pescoço para baixo, numa vertiginosa tendencia para a restauração das primitivas tangas de nossas ingénuas caboclas; estranha figura de mistério que me fez parar, estático, na indíscreção de minha surpresa por espetáculo que, nem a visita de cidades da vélha Espanha metropolitana me proporcionára jamais. Informaram-me aí que éra uma reminiscência da intromissão oriental nos costumes de Espanha, esse estranho trajar e de que muito uso fizéram as limenhas até meiados do século passado. C) agudo zélo dos maridos só permitia a saida do páteo interior, que é uma estilisação do harém, levando a mulher comsigo o segredo impenetrável de sua pessoa. ordem e impor silencio á vida urbana. Pódc ser que fosse esse o motivo criador do singular costume. Cérto é, A surpreza mais interessante, entretanto, que me proporcionou o dia de porém, que Basilio I lall, oficial da Marinha ingleza que publicou, cm Natal. eu a tive na vélha cidade colonial de Arequipa, na altura dos Londres, cm 1824, um interessantíssimo "Diário Andes, no coração do Perú. te á sua estadia no Perú, nos anos de 1820 e 1822, informa que esse Passei aí os últimos dias do ano de 1924. Na manhã de Natal, fui per- original modo de vestir é geralmente empregado pelas mulheres para sur- correr as velhas e arlislicas igrejas onde se celebravam, para uma mul- preender, nas missas e festividades religiosas, a infidelidade dos maridos tidão devota e respeitosa, os oficios do dia. e dos noivos. As versões não se conciliam, mas qualquer delas pôde ser E por vezes se me deparou, ao lado da indumentária feminina das man- verdadeira, se é que não sejam ambas. tilhas de renda e dos pentes a Itos, cm esbeltas figurinhas de fina cin- Estas são as reminiscências que ficaram de anos passados e recordá-las, tura, como também com alguns vultos de tapadas, mulheres com a ca vivendo as de novo, é um privilegio da velhice. de Viagem,,, referen- Dezembro — 1937 ftUSTAYO DA B A R R O S O ACADEMIA BRASILEIRA N aquela noile de Natal, de volta da missa do gaio na Mecejana, eu e o meu primo João fomos dar uma volta a cavalo pelos taboleiros da redondeza, antes de nos recolhermos ao sitio do Itamiié. Galopavainos pelas sinuosas veredas brancas que se cruzavam c recruzavam em labirintos, no meio dos coassús e dos muricizeiros. I )e vez cm quando, a copa dum cajueiro frondoso en chia o espaço c o perfume ac re dos seus frutos maduros boiava no ar. Aqui, ali. os fustes dos coqueiros dominavam a vegetação rasteira e esparsa. A s vezes, o terreno plano e arenoso de repente corcoveava. endurecido em labatinga ou barro vermelho, debruava-se, enrugava-se numa ribanceira, dando para uma vasante, um alagadiço, uma beirada de lagoa ou de levada. E, logo, o gemido triste, aflautado dos leques das carnaubeiras, tangidos devagarinho, '">mo violas, poios dedos do vento, nos enchia os ouvidos. N o frescor da madrugada, que vinha perto, sentia-se j m gosto salino. E que, perto, rolava o mar na barra do Pacoti, por trás dos morros alvos do Sabiaguaba. Rareavam os bacuráus saltitando á Irente dos nossos cavalos marchadores : o Xico do Carmo, que to mára este nome tio seu primitivo dono, e o A/e/af/õo, baio soberbo de canos pretos, destinado, por ser saltador, a morrer estrepado numa estaca de sabiá das cercas da Precabura. Nosso rodeio levava-nos a um terreiro conhecido e frequentado, o do João C anivetc. carapina famoso, montador de prensas e de bolanüeiras, que vinham chamar de longe, do Cascavel e até do Jaguaribe. N ã o era cie quem nos atraia com a sua caia de sapoti murcho ou de maracujá de gaveta, com a sua conversa mole e desenxahida. com o café aguado que servia ás visitas, com a sua casa fie taipa e telha toda pensa e rachada, coberta só numa agua, faltando a outra e fazendo vez de telhas o enramado pre cario do melão de S. Caetano. Porque, depois que lhe dera urr. ar-do-vento (ave, M a r i a ! ) , que lhe empenara um braço, logo o direito, o carapina roia os ossos da miséria. Quem nos atraía eram as suas tres filhas : Raimunda. Maria e Vitória, de pele morena e lisa como as frutas do mato, de olhos escuros e vivos como os dos bichos do mato. A mais velha, Raimunda, tinha dezoito anos. As outras, daí para baixo. Nós dois mal passavamos dos dezesetc. Está explicado tudo. Conhecíamos as Ires graças aos encontros do acaso. Passando um dia pela estrada, davamos com uma carregando o pote de agua á cabeça, toda coberta de trapos e molhada. Baixava os olhos para nem ao menos responder ao bom dia. Outra feita, chegando inopinadamente a cavalo, ao rompermos do mato fazíamos com que fugissem desabaladanienle do roçado onde trabalhavam. O u ainda, beirando um cercado, dávamos com elas tirando leite duma cabra. Mas, se visitávamos o casebre, nunca as viamos de uma vez. Suportávamos a conversa mole e desenxahida do velho até ele pedir o café. Aparecia uma delas com a cabeça sumida nos ombros, os olhos cravados no chão. Mugíamos distração e, virando-nos repentinamente, davamos com as suas pupilas nos examinando. Sentiamos também que outras pupilas nos espiavam das frinchas da parede da camarinha. A s vezes, vinha dali um leve rumor de vozes ou uma risadinha abafada. Mcavamos sorvendo lentamente o cafezinho pálido com gosto de rapadura. Quando depúnhamos as chicaras sobre uma mesinha tosca, único movei da sala, além de dois tamboretes de amarelinho, a mesma voltava ou surgia outra, para levar a louça. Créados naqueles taboleiros. filhos e netos dos donos daquelas terras, antigos concessionários de sesmarias, fundadores do município, desbravadores de matas, fecundadores do deserto, aldeadores de indios mansos, vivíamos em comunhão com aquela população tradicional e como que parada no tempo e no espaço, vegetando feliz e silenciosa na paz dos ermos banhados de sol. Andavamos por ali tudo, frequentávamos todas as casas, conhecíamos toda a gente, dansavamos em todos os sambas e bailes, não faltava mos a casamentos e batizados, e, interessávamos a todas as moçoilas casadouras. O n d e quer que chegássemos, todas elas apareciam e, apesar da natural timidez e do recato tradicional das roceiras, umas até pareciam oferecidas. . . Menos as Ires filhas do velho carapina : Raimunda. Maria e \ itória. Essas somente podiam ser vistas de surpresa. Em casa. só apareciam chamadas pelo pai, uma a uma. As tres juntas, nunca. Pelo menos duas, lambem não. E nós havíamos notado que usavam o mesmo vestido de chila de olho. côr de rosa. com bolas brancas, um tanto desbotado, de feitio antigo, mangas de presunto, papos caídos, tres ordens de babados, um nunca acabar de pregas. Seriam tres vestidos iguais, feitos da mesma fazenda c pelo mesmo molde para tres irmãs, como é costume em muitas famílias Ü Não. Ficava mais curto na mais alta, que era a Maria, c demasiado comprido na mais baixinha, que era a Raimunda, a primogênita. O vestido côr de rosa era um só. era o único vestido apresentável naquela casa paupérrima. Por isso. as moças só podiam nos apparecer uma a uma. . . Coitadinhas ! . . . Naquella no ile de Natal. a lua derramava a sua prata imponderável, poeira de luz e de mysterio, por aqueles taboleiros poéticos, borboleteando nas rugas sutis das aguas tranquilas, dissolvendo-se no ar puro como um perfume suave, escorrendo pelos fustes das palmeiras, gal vanisando os galhos nús dos arbustos e vestindo de fantasma branco cada tronco de arvore morta. Na deliciosa suavidade noturna, os cavalos baixavam as cabeças e demoravam o passo macio. De repente, o encanto do silencio e da luz perfumada se quebrou : um cão começou a uivar desesperadamente, funebremente, sem parar um instante. Arripiava a gente f A o nos aproximarmos da casa do João Canivete, começámos a encontrar homens e mulheres pelas veredas, seguindo a mesma direção. Moradores daqueles sítios, pareciam ir a uma reunião. Fomos andando e verificamos que a reunião era um velorio na moradia do carapina. Morrera uma das meninas, a mais moça, Vitória. . . Soubemos disso num grupo de roceiros, ao pé da habitação. — De que morreu, que mal pregunlo / indagou um deles para outro. — Diz que duma espinha que amalinou. Foi da noite pro dia. . . A casinha humilde estava cheia de mulheres. Os homens apinhavamsc no terreiro. Esperava-se a manhã para fazer o enterro. Demos uma olhadela ao copiar. O corpo da rapariga se achava deitado numa esteira sobre o chão batido. Em volta, os lábios femininos rezavam. Duas veias de cêra de carnaúba ardiam-lhe á cabeceira. Estava vestido com o vestido côr de rosa, o único decente da familia. Com ele foi para o cemiterio da Mecejana. ao romper o dia, dentro duma rede pequenina, carregada aos ombros dos caboclos que sincronizavam o passo pelas veredas sinuosas c brancas, grilando : Cheguem, irmãos das almas ! E de todas as casas saiam homens e mulheres, os homens para carregar o corpo, as mulheres para rezar pela alma. Cabisbaixos, tristes, acompanhámos o enterro humilde e, assim, terminou a nossa noite de Natal. Foi a ultima que passei naquela região. A vida atirou-me para longe. Dez anos depois, voltei e indaguei pela lamilia do João Canivete, líle morrera. — h as filhas • O Ramalhinho, meu informante, respondeu : — A Maria foi trahalhar fia capital e Iiçou toda esbagaçada debaixo dum trem, virgem Maria ' Diz c j u e nem se sabia o que era osso e o que era carnc ! A Raimundinha embarcou para o Amazonas com um sujeito. O Zé \ enancio, que veiu de lá, contou que ela ia numa canôa que virou e os jacarés comeram a desinfeiiz. . . . lai fiquei pensativo, lembrando-me daquela noite vira a pobre da \ itória levando para o túmulo o das Ires. A s outras duas não puderam ser vestidas Até na morte, as coitadinhas estavam destinadas só. . . de Natal em que vestido cor de rosa depois de mortas. a ter um vestido o EXOTISMO DA CIDADE Relogio de Saxe com cavalleiro romanesco Buda Trapeiro, com gestos vivazes, uma das esculpturas oncontradas no " A o Fa* Tudo" Buda familiar H China a na c r e a t j r a humana, uma tendencia para admi- se na literatura e na arte da Grécia, de Roma e da rar as cousas imprevistas, que seduzem pela sua Renascença, que r a r i d a d e ou pela sua singularidade, que riadores, chronistas, aventureiros e poetas, cujas emo- intrigam doram pelas suas novas formas, attrahem commentarios d i f f e - ções se basearam rentes d o senso commum estrangeiro. e vulgar de t o d o s os dias. Essa tendencia se manifesta em todos os povos, existe em todas as classes, no camponez que vivo p a c i f i c o o no transeunte das grandes metropoies, que se agita a todas A da as horas, numa f e b r i l inconstância. moda, as lettras, a pintura, a comedia, o drama e o cinema, exploram esse sentimento universal, que defino o homem e a sua volúvel natureza, essa necessi- Na actualidade, instincto, mais ao mundo, nas novidades o turismo vivaz no peregrinos, de sobrevive individuo histo- fora, vindas á custa moderno, desse do em todas as outras épocas, porque as relações nacionaes approximaram do as raças e puzeram em que intercon- f r o n t o os seus costumes. Ha em Paris, Londres, New-Yorlc, Berlim, Chicago, d a d e constante de variar de gosto e de perspectiva, Shanghai, Toldo, bairros, ruas e casas, que concentram de Os os olhares d o turista, pelas suas extravagancias e pelo sentir viajantes ignotos impressões que frescas desafiaram e originaes. terras desconhecidas, e paizes mysteriosos, obedeceram pulso, velho como o mundo e sempre antigos mares a esse im- novo como as colorido bizarro possuo t a m b é m dos costumes. O Rio de Janeiro o seu exotismo, sem falar no Pão de Assucar e na Pista da Gavea, nas Furnas ou no Bico gerações. d o Papagaio, paisagens que andam em revistas e car- O tazes pela Europa, que já serviram de pretexto de li- exotismo e as suas feiticeiras surpresas, encontram- O legendário' Dragão dos povos asiaticos Um personagem mys te r o s o que recorda o gosto primitivo da China U m deus cabalístico, que faz lembrar os rituaes da magia teratura a centenas de escríptores. As Cûiûs de an- Durante umâ rápido inspecção, phofoçjrapfiámos t i g u i d a d e multiplicam-se na cidade carioca e nas suas mas que nos pareceram collecçõos Mas bres de vemos de pintores vez em italianos, quando, flamengos, franceies, alie- mo, o carioca pode examinar caprichosos Budas, naquelle Hespanha, J a p ã o , cobrimos gios de mesa das por algum confundem singulares, pelas suas mysteriosas que nos expressões. Nymphas, Ha dias, o acaso nos poz deante de uma dessas col- Sem îecçoes sensação de coisas attrahem certos Foi no louça, "Ao fazer Ahi Faz T u d o " , terra tartaruga e restaurar, encontrámos bizarras, originaes que temperamentos. porcellana. drepérola, antigas, uma cotta, e acceita conforme coisas casa que biscuits, trabalha em mármore, ma- antiguidades o desenho espantosas, ou attrahentes, algumas das quaes devem mais pressivas. em balaustradas floridas cavalieiros de armaduras. Des* figuras ou ceie- gões, bronzes, preciosas quadros mães, hoilandezes, com figuras dos tempos medievaes, velhos mais aígü- para re- simplesmente constituir pre- Rio, uma entendido osse viagem desconhecido, crenças remotas, toda gostos, de cuja estatuetas da de exotis- índia, inscrustações cabalísticas, ourives do de museu China, uma existencia astrologia. "bric-á-brac" pela cheio na de nem nos dá antiguidade e usos absurdos infinidade Rio de Janeiro, cultivam que falam ciosidades para os colleccionadores o conhecedores do var as sensações da vida genero. instincto do homem pelo e de de costumes e como dessas originalidades, das a sonhavamos. no seio de uma v e r t i g e m toda excentricidades relo- esculpi- As cidades modernas, que crescem e p r o g r i d e m tretém Dra- jarros de saxe, pias gothicas, mundo o primitivo. Sátiros, com sahirmos verdadeiro ex- eras en- material, essas perdidas. Reno- por todas as formas, eis o moderno. uczemoro -- VM7 15 D. A Q U I N O CORRÊA DA ACADEMIA BRASILEIRA Nnc( iielle t e m p o , estes gentis e ledos S í t i o s d o C u i a b á e r a m cobertos S ó de altos e " g r a n d i o s o s arvoredos . E e r a m de ver e n t ã o , e m flor abertos, listes sertões, o n d e a P r a i n h a c a v a O s seus m e a n d r o s t i m i d o s e incertos. A m b o s os m o r r o s , i n d a e m s u a b r a v a Belleza a n t i g a , ao r e t o r n a r das c h u v a s . R i a m ao g r a n d e sol, <(ue os r e d o u r a v a . E o s t e n t a v a m as flóridas p i ú v a s , L i m a s vestidas de o u r o , o u t r a s de rosa, E n t r e a e s m e r a l d a clara das c h i m h u v a s . E c m toda a parte, n a a m p l i d ã o r a d i o s a , V i a m - s e as p a l m a s c esses l i n d o s troncos, A c|ue, b e m a l t o , a o r c h í d c a e m flor se esposa. M as n ã o raro l a m b e m , m e d o n h o s roncos, E n t r e o gorgear d o passaredo u l a n o , E c h o a v a m perto, nos algares broncos. 1 al era o C u i a b á , cjuando nesse a n n o D e v i n t e e dois d o século dezoito, Ac(ui chegou o a u d a z e o r o c a b a n o t M i g u e l S u t i l ! o c|ue feliz c a i o i t o , L a n ç o u as bases de u m a gra cidade, N este de feras verde v a l h a c o i t o . M a s lhe p a g o u a terra, n a verdade, C o m a m a i o r " m a n c h a de o u r o brasileiro, D e cjue h a v i a m e n ç ã o nacjuella c J a d e . P o i s n o " 1 aiicjiie d o E r n e s t o sobre o o u t e i r o , I iraram-se " m e l h o r de <(ualroccntas A r r o u b a s de o u r o , nesse m e z p r i m e i r o . A s s i m , entre bonanças e tormentas, 1 oi crescendo o a r r a i a l , c(uc hoje floreja E m I ã o vastas c o n q u i s t a s o p u l e n t a s . N a c j u c l l c a n n o , c o m p o m p a sertaneja. Erguera já o capitao-mór Jacyntbo B a r b o s a L o p e s a p r i m e i r a egreja. M a i s n ã o era c(ue u m r ú s t i c o recinto, O n d e , nas festas, u m a c o l u m n a t a D e flor s u p p r i a os capiteis e o p l i n ti> o. E foi a b i , sob u m l u a r de p r a t a , Q u e se c a n t o u , c o m célica alegria, o p r i m e i r o N a t a l nesta a m p l a m a l t a . C o b e r t a só de p a l h a , parecia 1 oda a egreja u m presepio, i l l u m i n a d o P e l o o l h a r de Jesus e de M a r i a . N e m f a l t a m os pastores, l a d o a ln<lo < S ã o b a n d e i r a n t e s , c|ue nas rudes vestes, F o r m a m u m bello g r u p o a j o e l h a d o . E são. a l é m dos n o m e s , cjue j á lestes, G a r c i a , A n t u n e s , C o i m b r a c u m a fieira L u m i n o s i s s i m a de heróes agrestes. M a s d e n t r e todos, eis P a s c h o a l M o r e i r a C a b r a l , o g u a r d a - m ó r das n o v a s m i n a s , C u j a f i g u r a emerge, h i r t a e fragueira, A o t r e m u l o c l a r ã o das l a m p a r i n a s . Cuiabá, 1937. A K K DE A \ II S . A - C E' O P A U L O A f e b r e de construcção de arranha-céos está e m p o l g a n d o S. Paulo. Por t o d a parte levantam-se enormes prédios de c i m e n t o armado, moldados em estylo sobrio, de linhas simples, que caracteriza a moderna architectura. Os aspectos urbanos da c a p i t a l paulista fixavam, o u t r ' o r a , só a massa imponente d o p r é d i o M a r t i n e l l i . Este continua sendo o e d i f í c i o mais a l t o d e São Paulo, mas por t o d a a vasta area da dynamica c i d a d e bandeirante, outras massas imponentes se levantam, fechando o horizonte, alçando contra o céo as luzes dos annuncios. E os esqueletos de outros monstros architectonicos se erguom, a q u i e alem, a c c e n t u a n d o ainda mais o aspecto modernista e constructor da met r o p e i e paulista. O Datai estie creança aquele detento, numero 498, tivera horror á ordem. lira seu feitio. Em pequeno, calçava, propositadamente, o sapato de um pé no outro pé, comia a sobremesa antes da sopa, o assucar antes do café, dava bôas tardes pela manhan, e bom dia ás dez da noite, e até na igreja, na ladainha, cantava o ora pro nobis quando entoavam os outros o nome do santo. — Fazia tudo, emfim, ao contrario. Muitos comentavam penalizados : — Coitado desse menino: nasceu errado. E gira,,. Ele ria-se. Entendia que os outros é que estavam errados, pois sujeitavam-se a regras, a convenções e a modas só porque lhes diziam que era o certo ! Escravos inconcientes de mil donos, na maioria desconhecidos ou olvidados no tempo, supondo-se livres. Ele emancipa ra-se. Revoltava-se até contra os fenomenos naturais, — Q u a n d o chove e os outros abrem o guarda-chuva, eu tiro o chapéu e exponho a cabeça á chuva. N a escola primaria disse-lhe o professor : — Você é menino relapso, nunca cumpre seus deveres. — Quem cumpre isso a que se chama deveres, é o medroso, o covarde que teme o castigo. — replicou-lhe ele. — Se não mudar de ideias retorquiu o professor acabará na cadeia. E' possível. Mais tarde, porém, do que o professor e toda gente, que já vivem na cadeia sem o saber. I antas fez que certo dia foi expulso da escola. — Ponha-se daqui para fora para não contaminar a escola ! vociferou o educador. Ele saiu altivamente. Na porta, fez uma careta ao mestre, e enchendo as bochechas de ar. metralhou-o com uma porção de estalos. O mestre tomou de uma régua e caminhou para ele, mas já o endiabrado saira cm disparada. A escola inteira ria, e foi sobre os certos, os disciplinados, os escravos, que recaiu a cólera do professor. . . — Copiem todos duzentas vezes na hora do recreio o primeiro canto dos Luziadas. Em casa, o pai bateu-lhe, exclamando: Esse menino não sei que demonio o fez. —- Devia sabe-lo, pois é o autor de meus dias! — replicou-lhe ele. Para que o disse ! . . . C hoveram as pancadas. — Não faça isso — exclamou a mãe aflita — Você assim o torna ainda mais revoltado. Valeu-lhe esta frase sensata um palavrão do marido que, arrastando o iilho pelo braço, o atirou na cafúa, a pão e agua, "para quebrarlhe o gênio,., quando ia justamente fazer o contrario,... Como andam errados certos pais í A mãe, rastejando na sombra do corredor, de medo do verdugo, levava doces, frutos e conselhos ao pobre filho, que por ter nascido errado lhe merecia mais carinho. Ela, coitada, fôra obrigada a casar-se com aquele homem, e resignadamente "padecia-o.,. O menino se gerara naquela opressão de cativeiro. A pobre mãe, por instinto, percebia naquela revolta tudo quanto ela trazia recalcado, e que explodira no temperamento do filho. O 498, contando-me esse fato. dizia: — Eu beijava aquelas frutas porque vinham orvalhadas das lagrimas de minha mãe, a única creatura que me compreendeu e amou. Prometi-lhe tornar-me "certo,, ou "escravo,, como os outros, para não faze-la chorar. Ela sorriu, tristemente, disse-me: Você não poderá faze-lo. c não tem culpa disso. Q u a n d o ele saiu da cafúa. mostrou-se outro: passivo, obediente, manso. 18 Illustraçao Brasileira \ \ rr a O pai, vitorioso, perguntou á mulher: Quem tinha razão ? O potro doma-se com chicote e esporas. Ela não respondeu. Sabia que eram suas lagrimas que germinavam na alma do filho. . . O 498 pensou: — A noite .'ião será a alma das mães chorando o destino dos filhos errados no orvalho das manhans ? No intimo aquele criminoso nato, aquele degenerado para a sociedade.,, como dizia a Justiça, tinha tanta ternura como as mais delicadas almas. Mas tudo lhe saía na vida, ao contrario. Aquela fase de regeneração,, não tardou a ser interrompida. Certo dia a mãe foi a uma festa sem haver pedido para isso permissão ao marido. Grande crime! Cometera-o quasi involuntariamente. Tres amigas haviam-lhe entrado em casa, risonhas, rumorosas, festivas como um feixe de raios dc sol. — Temos uma festinha em casa, sem ceremonia, arranjada ás pressas. V iemos busca-la. — Meu marido não está. N ã o gosta que cu saia sem sua licença. — Isso é humilhante. Pois uma festa em nossa casa, que poderá dizer ele í Até nos ofende. . . A coitada, para não ofender, deixou-se levar, certa de voltar para casa antes do marido. Não a deixaram, porém, sair, e quando ela tremendo, chegou a seu lar, esperava-a o marido, andando de um para o outro lado. com um chicote na mão. Recebeu-a com um enxame de palavrões torpes. Ela apenas disse, humilhada: — Perdôe-me. . . f i z m a l . . . não devia ter i d o . . . I". as lagrimas brotaram-lhe, abundantes, dos olhos. — Você nao passa de u m a . . . dc uma grandíssima . . . O 49S, contando-me isso, exclamou: — N ã o lhe repito a palavra porque ainda hoje me faz ferver o sangue. Minha mãe. disse-me ele, era puríssima, virgem na alma, e virgem ainda mesmo no corpo, porque fôra violentada e não possuída por aquele barbaro. Ela não lhe respondeu. Continuou a chorar. Faz-se, agora, de vitima — bradou ele — Pois. então, chore com razão! E naquelas faces candidas, tão belas e tão desmaiadas como uma flôr castigada pelos ventos cruéis do destino, estalou uma bofetada... Naquelas faces, únicas na vida que se haviam encostado a meu rosto para consolar-mc! Naquelas faces de Nossa Senhora, o peito trespassado dc setas, e o olhar ainda cheio de resignação e de piedade. Meu pai levantou o braço e uma chicotada sibilou no ar. Saltei contra ele, e agarrei-lhe o braço. Mais forte do que eu, atirou-me ao chão, delirante de odio. Minha mãe gritou-lhe, já então outra, despertada para a defesa do filho: — A ele não!. . . Bata -me, bata-me quanto quizer, mas cm meu filho não ! Travou-se a luta entre nós tres. O revolver que meu pai sempre trazia comsigo saltou-lhe do bolso. Senti-lhe a bota pisar-me o rosto, e ouvi-lhe a voz: — Vou esmagar esta víbora, seu digno filho! O sangue empanou-me a vista. Tomei do revólver e atirei. Meu pai, levando ambas as mãos ao ventre, caiu. Apavorado com meu ato, abri a porta da rua para fugir. Era dia de feira. Uma onda de curiosos acudira. Levaram-me preso. D e todos os lados eu ouvia: N ã o se poclia esperar outra coisa clesse monstrinho. Matar o proprio pai, um chefe de familia exemplar ! o 498 foi absolvido daquele primeiro crime não tanto pelo argumento da legitima defesa como pelas suplicas da mãe, que batera a todas as portas de jurados c julgadores. — Mudamos de terra — contou-me ele. — Minha mãe pediu-me: C li A 11 I) I O I) Da E S O U Z A A c a d e m i a B r a s i l e i r a Vamos comprar uma terrinha longe, longe, no mato, longe de todos, onde viveremos os dois e um ou dois camaradas apenas. Compraram um sitio abandonado numa região deserta de minas esgotadas. Na primeira noite, a casa tristíssima no seu silencio, apenas interrompido por bramido de feras que a rondavam, a mãe exclamou: — Como isto é triste. Vamos morrer de isolamento. Voltemos para a cidade. N ã o quero sacrificar sua vida. — Seremos felizes, minha mãe. Seremos livres, e basta isso para a felicidade. — Se houvesse ao menos uma mulher para v o c ê . . . —- disse ela. — 1 Ia a senhora, que é a mais pura de todas as mulheres. Não lhe bastará meu carinho. . . Pensaremos nisso, depois. Por emquanto gosemos nossa emancipação — replicou-lhe o 498. Correram os dias. O 498 ocupado em limpar as velhas plantações, a mãe, tratando da casa. Quando começava a anunciar-se a colheita, apareceu um individuo fardado, ou meio fardado porque o uniforme estava em pedaços mal cerzidos, lodo ele, nas faces esqualidas e na roupa esburacada, parecia um símbolo de fome. Era um fiscal municipal. Viera lançar a propriedade, já trazendo um auto de multa por não ter sido feita ein tempo a declaração da lavoura. — listou plantando apenas para nosso gasto — disse o 498. — N ã o pretendo comerciar nem ter relação aiguma com o município. — N ã o está isento, porisso, dos impostos. — O imposto e pago como compensação aos benefícios que o cidadão recebe do listado. A q u i o município nada fez. A o contrario, deixou tudo ao Iéo. N ã o me pôde, pois, cobrar impostos. — O senhor pagará impostos ainda que vá para uma ilha deserta porque não ha terra sem governo. Então, aqui neste cafundó abandonado, continuarei a ser escravo ( O \ fiscal muito surpreso perguntou-lhe : — Escravo por que ? Somos todos livres aqui. Mas se deixam extorquir sem protesto. N ã o pago imposto algum, pois seria ilogico que o fizesse, já que nada peço nem recebo do fisco. — I )esculpe-me, mas o senhor está errado. Errado está você suppondo-se autoridade porque veste essa farde! a. Deixe-me cm paz. O fisca!, tomando-o por louco, despediu-se. Dias depois, recebia o 498 uma intimação. Rasgou-a, bem como a uma segunda. A colheita da pequena lavoura terminara. Tudo excelente. O 498 levara os primeiros frutos colhidos a sua mãe, que se acamara doente de estranho mal, sem dôres. sem sintomas aparentes : —- I rouxe-Ihe os primeiros frutos de sua benção, minha mãe. V ã o dar-lhe saúde. Ela sorriu com a tristeza longínqua que sempre lhe boiava nos olhos, como se tivesse nostalgia de um mundo de bondade do qual viera. Perguntou-lhe se havia providenciado acerca das intimações. Tudo está em ordem — respondeu ele. — O s do município acabaram achando que lenho razão, e deixaram de incomodar-me. M a*" / A Vista aerea portiva do çáras,,, na de Freitas, . . Nas semanas seguintes ela peiorou. Definhava sem queixar-se, como definham rapidamente os dias sem luz. Vendo-a assim, o 498 resolveu ir á cidade, chamar medico. — Vejo que não se pôde viver sem seus semelhantes. Q u a n d o ia sair. apareceu-lhe um cavaleiro dizendo-lhe que arrematara o sitio em praça. Em praça ? — perguntou-lhe o 498. N ã o admira que ignore isso, pois deixou correr á revelia o executivo por falta de pagamento de impostos. Venho pedir- lho que desocupe o sitio. ^ Pretende., então, expulsar-me do que é meu e roubar-me os frulos de meu trabalho ? A q u i está a carta dc arrematação. 0 498, num de seus impulsos, tomou o papel da mão do homem, e rasgou-o em muitos pedaços, intimando-o a que se retirasse quanto antes. O homem, amedrontado, saiu a galope. Quando o 498 foi ter com sua mãe, encontrou-a desmaiada. Conseguiu, ao cabo dc algum tempo reanima-la. Q u i z ir, então, chamar um medico. A mãe não o deixou sair. Procurou mostrar-se mais animada, dizendo-lhe : Se fôr preciso, chamaremos o medico amanhan. Á tarde ouviu-se um ruido de automovel a vencer com difficuldade o caminho intransitável. Vinha cheio de soldados. O 498 foi-lhes ao encontro. 1 raziam um mandado judicial. —' D e minha casa não saio ! —- gritou o 498, rasgando o mandado. Como o quizessem prender, entrincheirou-se atrás de um acidente do terreno e defendeu-se a tiros. Caiu urn soldado ferido. Cairam outros. Acabou-se-Ihe a munição. Prenderam-no. —• I )eixe-mc ir ver minha mãe que está morrendo ! suplicou ele, subjugado. ' Mas a pobre mãe assomara á porta da casa, amparando-se a custo nos batentes. V i u o filho roto, ensanguentado, entregue ao furor vingativo dos soldados. — Meu iilho ! . . . Meu pobre filho ! . . . Q u i z fazer um passo, mas caiu morta. O 498 foi condenado a alguns anos dc prisão. Cumprida a pena, abriram-lhe a porta do cárcere. Pode sair. Esperamos que se regenere disse-lhe o carcereiro. '— N ã o quero sair — replicou ele. , , da "Club sede des dos Cai Lagoa com Rodrigc seus pos de jogos e demais - V o c ê está livre, homem! tallações nauticas. — listou menos escravo aqui do que em liberdade. N ã o tenho ninguém no mundo. Para que sair ? — Mas se não cometer outro crime, não poderá ficar aqui. »— Quer que o mate ? — perguntou-lhe o 498. Posso fazer-lhe a vontade. Mas que diabo de homem errado c você ? — perguntou- lhe o carcereiro. — 1 odos os presos só pensam na liberdade. — Eu sempre fui errado ! — respondeu o 498. O carcereiro fez meia volta, e retirou-se, dizendo : — Vou ter com o diretor, para obriga-lo a desoccupar a prisão. U m detento já velho, ao qual chamavam o "lilosofo,, disse- lhe, então : — Companheiro, se quizer fazer algum crime para continuar na prisão, pois sempre é melhor vadiar aqui do que sair para trabalhar, vá ser criminoso em São Paulo. — Por que ? A Penitenciaria de S. Paido é uma das maravilhas do Universo. Quarto excelente, roupa limpa na cama, nada dc percevejos, tudo desinfetado, comida farta, grande parque arborizado para passeios, radio, cinema, ginastica, espectacidos, conferencias ilustradas, um paraizo, amigo ! Então se o preso mostra-se inclinado a regenerar-se, dão- lhe até vinho ! N ã o convém, entretanto, exagerar o bom comportamento, porque podem perdoar o resto da pena. Nada ha melhor do que aquela vida ! Em liberdade, passase o dia no trabalho. Escravidão ! Vêm-se para casa á noite, cansadíssimo. Contas e contas. Escravidão. A mulher ranzinza, o filho doente, o dinheiro que não chega para o passadio. Escravidão ! Cinemas, radio, conferencias — onde ha dinheiro para isso ? — 1 em razão, tem razão ! — exclamaram diversos presos. — Ora nestas condições, só os loucos podem preferir a liberdade á prisão. E para a vida de delicias da prisão moderna, que é preciso ? U m esforço de n a d a : uma facada, um tiro, que devem ser mortais para evitar-se a absolvição, pois nossos júris são impiedosos : absolvem quasi todos os réus. N ã o temos ainda aqui na Capital da Republica uma penitenciaria-modelo. O governo federal está tratando de crea-la, porque, de facto, é vergonhosa lacuna ! Por emquanto, siga-me o conselho : S. Paulo. Voltava o carcereiro com o administrador, que perguntou ao 498 : — Você não quer sair da prisão ? — Mudei de ideia, senhor administrador. Desejo, porém, ir para São Paulo. (Conclusão na pag. 62) cam ins F L A G R A S T E S oriqiviátô BI C I N E Jj A A N D I A A Cinelandia de. janeiro. quase Porque impossível Entretanto, nha aqui da quase toda um lado, segundo tam para trecho mais photographado mais bonitos. um dos obter um aspecto Ires, praça a sua inédito positivamente Marechal estão até cobertas do Parecia, da Rio pois, Cinelandia. originaes Floriano extensão, as arvores inteiramente O o é estão o jardim e em i h é talvez em : um toda a o Palacio do de e, do folhas apalargura Monroe. outro, despidas. dá a illusão cobrir de metade, que pelo alguns menos, ramos da de arvores fachada do basEdifício Lafont. Finalmente, o um detalhe da estatua alta das arvores e dos O autor terceiro dessa Machado. •• i '-Jtjf \ flagrante de Floriano grandes pequena focaliza, Peixoto prédios façanha em é da o primeiro e a parte plano, mais Cinelandia. nosso photographo F 1é x a Prof. Cathedratico cional do R de Curso ibeiro na Bellas ííscola Artes, de Na- Director Arte Decorativa A NATIVIDADE ATRAVEZ DOS Giotto — direita os anjos nascimento aos A do pastores). Maria Natividade" ESTYLOS (á annunciam o Mestre Menino Jesus, vidade' Púdoa. Santa João deli Arena. 1505 cio K do (á Rolin episcopal Moinho — direita em o "Naticardeal prece) Pala- de Aulun, MOO Enhum oulro pocina plástico terá tido tão significativa interpretação, * ^através dos séculos e das raças, como a Natividade de Jesus. Ella por si só expressa o estylo dos povos. O tlicma por si mesmo, na sua simplicidade e grandeza humana, ultrapassa as demais concepções. O cyclo maternal nelie se enquadra : e toda a historia biologica da humanidade se espelha em suas varias faces. Independente de doutrinas ou confissões religiosas, para o leigo, como para o hereje, o motivo é fundamental. As ansias e os sonhos mais reconditos da geração, da especie, refulgem nesse diptico immortal. A mãe e o filho — a origem e o fim — foram representados nesse compósito svnthctico. de transcendente symbolismo. Pela sua alta significação espiritual atrahe o Poeta, e pela sua composição. na volta das figuras que se defrontam, seduz o technico. N o Natal o artista encontra, além de sua significação universal, o seu conteúdo humano, melhor do que isso, racial, ou ainda de cada povo, até mesmo, e maior, de cada familia. Assim, tanto o biologico, como o psychologico se enquadram nesse dado sociologico por excellencia. E até, se descermos ainda na escala, nos seres ditos inferiores, vamos encontrar o mesmo conjuncto bíblico, a mesma psychognosis primaria, o mesmo significativo da Especie. D e tal sorte, era natural que dessa realidade quotidiana o artista par- tisse para a ultimação de uma alta e cósmica relação de uniclacles-valores, Simone nunciação" Di Martino — " An- (Florença, Stephan ilos Lochner Magos "Adoração l rsula, noivo . . suas e o triplico : á São bana. Cathedral "Adoração ao centro esquerda Santa companheiras, papa reita. — Gereâo Cyriaco. seu A' e a legião de Colonia, dithe1130 Rogcr den van — "Adoração Magos" lhado (o mago de - Felippe o Bom, que está príncipe rá ainda Carlos rio) Lolto e á o I emera • Pinaco- H60. — . traços joven, se- Munich, iheca, Santa ajoe- os direita, nunciaçâo dos tem o Lorenzo Wey- der An- Recanati, Maria, 15 50 I.uini gos". — "Adoração Igreja dos de Sarenno, Ma1525 0 individuo e o mundo : e pelo tríptico — pae, mãe, e filho — chegasse a dar, num conjuncto simplista, a própria relação symbolica do Universo Francia dos —* Adoração Pastores (á direi- ta da virgem, tinho: á l'rancisco esquerda, e Galeazzo Pinacotheca nhaf. S. Agos- Século o k por ser, assim, universal, o episodio natalício e também o mais pessoal. S. doador Bentivoglio) de cm que vive o Animal. BoloXVI Nós todos nos encontramos, sempre, em qualquer idade, em qualquer tempo, em qualquer paiz, como actores desse drama profundo, resumo em fim da própria Vida : os que geram e o que é gerado. Cada um de nós c personagem daquella scena : e por isso o nosso sentimento, cm qualquer idade, o sempre contemporâneo vivaz «lo mesmo episodio, velho desde a origem do mundo, e sempre novo em cada acto annunciador, natalício, e adorativo. 1 oda criança que nasce é um inysterio a revelar-se : e será talvez o Messias. Aquella energia messianica não cessa : é nova cada dia; ninguém a conhece nas suas consequências. A ronda alta e commovente da ternura humana horhulha como fonte viva fundindo os seres na sua ascendencia e descendencia, como rythmo mesmo da vida universal. O Natal do Menino Jesus foi sempre, para a christandade, e para todos os povos, como nuclco feliz desse emblemático sonho da felicidade humana. Os pintores o viram, nas auroras de sua imaginação, como uma expressão typica de sua raça. de seu momento e de seu mero. Atravez das Natividades dos pintores lemos com segurança as idéas, os sentimentos, os costumes, os hábitos de cada povo. Melhor : a linguagem, os mvthos, as tradições em que se formaram. 1*. desde o século XI\ italiano, na refulgencia da primeira renascença, vamos encontrar essa linguagem racial e logareira exprimindo o ideal de cada povo. Dezembro — 1937 2 3 O mestre de Flémalle Annunciação', tro; á ao esquerda res, á direita, brica Sec. condessa Maurice Denis ciaçáo' (a mais cepção do — ftruxellas da M 6 r o d e. " Annun- moderna triplico José fa- Collecçáo de cendoado- São ratoeiras. XIV. os — do conNatal) Os primeiros Senhores e Mecenas se revestiam das insígnias do poema natalistico, e appareciam como os diversos personagens do drama da Nascença de Jesus, nas suas 5 scenas fundamentaes : exposição, desenvolvimento e conclusão, ou seja na expressão da Iithurgia christã : ciaçõo, Natividade e Adoração dos Annun- Magos. A Mangedoura focalisa a architectura de cada época, de cada povo; a indumentária dos personagens relaciona os Irajcs do tempo, e os gestos cívicos dos autores exhibe as crenças e os hábitos da cada época. Além disso, as attitudes traduzem e supervisionam os pensamentos dominantes, como os gestos esposam os sentimentos dos povos, o conjuncto scenico, a unidade espacial cm que a Vontade se movimenta. Filippo ção Lippi do — "Adora- Menino Academia de Jesus'. Florença. Todos os quadros são idênticos, os figurantes quasi os mesmos; mas que funda differença não os caracteriza ! São todos pessoaes, differentes, significativos, typicos. 0 italiano renasccntc evoluciona nelle, como psycbologia, desde o tre- cento, quattrocento, até o cinquecento, como marcas inconfundíveis, epi- plienomenicas. A Natividade flamenga é outra, com o seu realismo evidente, quasi trivial, como a allemã, com seu obscuro sentimento do complexo, como também, a espanhola se adensa de sentimentos extranhos, tanto quanto trágicos, a luz daquclla doçura virtual do acto simples do nascimento. Pela architectura como pela indumentária c mais ainda pelo accessorio ornamental — as raças e os povos se caracterizam, definindo mystica regional, até mesmo padronagem explicita de icléas e communhões mateBenozzo dos Reis cortejo". lacio Gozzoli — " Um Magos e Florença, Ricard, 14 seu Pa5 7 rialistas ou espiritualistas, analyticas ou synthelicas, onde a alma humana expande ou se retrae, toma liberdades envolventes, ou se acrysola na angustia de um ideal perdido, mas que deve renascer lúcido e compadecido. Como o thema é fecundo os artistas quase não precisam inventar: bas- ta olharem em volta; e as scenas, os episodios humanos, da vida diaria, se lhes apresentam com intensidade óptica. E' só agrupai-os, transcrever-lhes a intensidade, tirar-lhes o caracter de excesso trivial, mas sem os desnaturar, deixando-os humanos dentro do divino. 1 emos então, dos aspectos populares, como do sentido aristocrático, a fusão dramatica, o tonos decorativo, — tudo com que se compõe, sem sahii de sua atmosphera própria, os pannos habituacs da vida diaria. Pela grandeza e assumpção do sentido humano do thema, o artista vive as scenas, e faz que o espectador ncllc se integre, e seja também comparsa de toda aquella realidade, — realidade ideal,,, onde a vida sc expressa em sua mais profunda significação. ALBRECHT O NASCIMENTO QUADRO EXISTENTE DE DE NA MUNICH CI ÍRISTO PINACOTHECA DüREfc O RIO E 20 D DE DE HOJE H A a nnos e vinte ar.nos para cá, a A v e n i d a Rio Branco t e m s o f f r i d o uma radical mudança de physionomia. Já se rasgara, em t o d a a extensão, a maravilhosa artéria centrai, que ia de mar a mar, da Praça M a u á á Praia da Lapa. Mas o arranha-céo ainda não apparecera. N e m as arvores, que hoje lhe d ã o sombra e pittoresco, haviam já d e i t a d o galhos e se tinham cob e r t o de folhas. De m o d o que o aspecto era t ã o diverso d o actual c o m o o de uma rua de c i d a d e d o interior. Melhor d o que qualquer descripção, f a l a m as p h o t o g r a p h i a s desta pagina. Uma delias f o i t i r a d a d u r a n t e o desfile escolar, p o r occasião das commemorações d o " D i a da Patria", ainda este anno. Um panorama de metropoíe moderna, c o m os seus altos prédios em fila e os perfis de arranha-céos, riscando a perspectiva. O o u t r o é a A v e n i d a Rio Branco de ha vinte annos, c o m os seus edifícios de dois ou tres andares, sua arborização recente, seu escasso movimento. Sobre o asphalto rolam tranquillamente alguns, automoveis, de f e i t i o anti-diluviano e que mais parecem " a n d o r i n h a s " . Detraz das edificações da A v e nida, as casas t r e p a d a s nas abas d o morro e a massa de p e d r a e terra d o Castello. Parece t ã o distante dos nossos t e m p o s ! Entretanto, faz apenas vinte annos. os Emquanto sc divertem na praia banhistas descuidosos maravilhosa, o lifc-guarc! se mantém vigilante; sagem Je dominando com a sua trabalhador - a paifigura athleta O à!r í\ (flti&Hf q u e Vo afeyie d a i jíhcuaf Cant -huttumr cinema já apresentou romances heroicos de life-guards. E aqui mesmo, os jornaes têm registado innumeros casos de banhistas incautos que os empregados dos postos balncarios arrancaram á violência das ondas de Copacabana. Por isso, a gente olha sempre com sympathia aquelles homens fortes, tostados de sol que levam as manhãs e as tardes inteiras, vigiando attenlamente o que se passa no mar. LUes sabem quanto as vagas são traiçoeiras e como são imprudentes os banhistas que nadam alguns metros. A . inos atra/, Ircquentemente se verificavam accidentes lataes e as lindas manhãs balnearias de Copacabana eram perturbadas por dramas de angustia e de morte. Dezembro VX,1 /\ bandeira, mastro indica as de içada cada aos condições no posto banhistas do mar IJepois que se organizou o actual serviço de soccorro, nunca mais morreu ninguém afogado nos postos de Lanho da mais linda praia do mundo. 0 Verão já está chegando. Com os calores do fim da Primavera. Copacabana volta a ser uma festa diaria. Milhares de pessoas gozam as manhãs domadas de sol e as delicias do banho de mar. Entre os parasoes polychromicos e as barracas de sombra convidativa, não ha logar para as preoccupações. Ninguém pensa : — as ondas estarão muito fortes, hoje, ? As correntes estarão arrastando para longe da praia ? ()utr ora, essa despreoccupação seria perigosa. 1 loje, os banhistas não precisam mais do que olhar as bandeiras içadas nos mastros dos postos e seguir as indicações que a gente do serviço de soccorros dá, collectivamente, para sentir-se Arrancada a v ici ima diatamente tral que é avisado envia ao O serviço assistência. dispõe Do alto guard do posto, vlgla cuidadosamen- te os movimentos nhistas na life- o dos agua, ha- prompto para soccorrer quem que se encontre em quer perigo dos mais Ihamentos para ameaçadas de as aguas, o poslo cen- um auto• local de assistência modernos soccorrer morte por imme- as apparepessoas asphyxia H f l f Algucm se perigo. to O encontra pessoal põe-se em movimento Arrastando agua ajoita III em do pos- e se á para urna que vencer-se II immediatamcnte corajosamente da II ia pelas atira anua. fóra banhista deixando aguas. tranquilla. Os nossos life-gucirds conhecem todas as manhas daquellas aguas e responsabilizam-se pela segurança de toda aquella multidão que se acha sob sua guarda. Copacabana, que já possuía a belleza urbana, a concurrencia elegante, a praia magnifica, que a elevam á situação de um dos balnearios mais notáveis do mundo, accrescentou mais uma vantagem ás suas múltiplas attrações : a segurança que lhe dá o perfeito serviço de soccorro de que foi dotada. Dezembro o Nos salões senhoriaes da Sra. Baronesa de Bomfim grupos elegantíssimos se encantam, com o ambiente arranjado com infinito bom gosto, e, principalmente, com o ar de bondade que irradia da Sra. Baronesa de Bomfim, figura ilustre de uma ilustre família, que habituou toda o "grand monde,, carioca ás suas recepções, notáveis pela sua clcgancia e grande distinção. A s Sras. Jcronyma de Mesquita e Edmundo Lynch e o Sr. Antonio de Mesquita e Bomfim se subdividem em amabilidades para com os presentes. A Sra. Vera Delgado de Carvalho, toda de negro, e Sra. Baby Phillippi, original "toque,, com grande e fino véu, conversam animadamente. O Embaixador americano, o Sr. Ministro da China, o Sr. Eembaixador do Uruguay e Sra. Carlos Blanco, Miss Priscilla Gurney, Marquez e Marquesa de Barral, Barão e Baronesa de Nioac, Sr. Ministro da Áustria e Sra. Antonio Retscheck. Sr. Lmbaixador do Chile c Sta. Nieto dei Rio, Sr. Conselheiro da Embaixada Alemã e Sra. Schilinpert, Sr. José Carlos de Macedo Soares e Sra., Sr. Embaixador Oscar de Teffé e Sra., Sr. Ministro da Rumania e Sra. George Lecca, Sr. e Sra. Octávio Britto, Sr. Joaquim de Souza Leão, Sra. Baronesa de Pinto Lima, Sra. Monteiro de Castro, Sr. c Sra. Galeno Martins. Sr. Ministro Rodrigo Octávio, Sr. c Sra. Rodrigo Octávio Filho, Sla. Latirinha Rodrigo Octávio, Sr. e Sra. Aloysio de Castro, a Sra. I Jlysscs Yianna, que é a pintora tão interessante; Regina Veiga; Sra. Anna Amélia Carneiro de Mendonça, Sra. Salgado Iilho com elegantíssimos "renards,, Sta. Grandmasson, Sra. Heloísa Junqueiro Botelho, Sr. Leitão da Cunha. Atenciosa e encantadora a Sta. Maria José Lynch e as suas irmãsinhas oferecem deliciosas gourmandises,,. Com a sua elegancia de sempre e a sua marcada personalidade a Sra. Maria Melena de Freitas Guimarães. Nos salões aristocráticos as conversas variadas se renovam, sempre cheias de espirito e inteligência, no ambiente "raffiné,, da grande dama do Brasil de hontem, que mantém o mesmo inegualavel prestigio no Brasil de hoje. Inaugurou-se com grande assistência nos salões da Associação dos Artistas Brasileiros, no Palace Hotel, a exposição Gilberto em 1937. Presentes: Sra. Darcy Vargas, elegantíssima toilette bleu marine.., Sra. Laurinda Santos Lobo. vestido cinza guarnecido de peles e chiquissimo chapéu guarnecido com paridis,,, Sra. Leonor Murtinho Guimarães, Sra. Luis Simões Lopes I ilho, Sra. Odette Monteiro, Sra. Lysette Barénne, Sra. Condessa di Robilant, Sra. 1'rancisco Moura Brasil, Sr. e Sra. Fernando Valentim. S. A. I. Dona I hereza Maria de Orléans e Bragança e sua dama de honra Maria Luiza de Maia Monteiro. Sr. e Sra. Horácio Cartier, Sra. \ ieira de Castro, Sr. e Sra. Oswaldo Souza e Silva, Sra. Nônô Benning, Sra. Mario de Almeida, Sta. Rose Murtinho, Sra. 1 lerberto Murtinho, Sr. José Sena, Sra. João Daudt de Oliveira, Sra. Ruy Pinheiro, Sra. Affonso Lopes de Almeida, Sra. Laura de Medeiros e filha, Sra. Albertina Mello, Sra. Heloísa Palumbo, Sr. e Sra. Henrique Pongetti, Sr. Julio Sena, Sr. Oswaldo de Moraes Lindgren, Sra. Francisca de Souza e Mello, Sr. e Sra. Célio 1 ribouillet Leite, Sta. Bertha Sassetti Moellner, Sra. Adolpho Lopes. Sr. e Sra. Alves de Lima c a linda Sra. l ernando Nabuco. Como duas paginas vivas do Vogue as Sras. Baronesa de Saavedra c Sra. I hereza de Cárcer. Reccm-chegadas da Luropa Olga-Mary e Raul Pedroza recebem cumprimentos pelo êxito de suas exposições cm Paris e cm Berlim. J? G . de A . Dezembro — 1937 31 ft ANTONIO PARREIRA!) Q Ultimo tonio retrato Parreiras Je An- (1937) uantas vezes, desde que tive a fortuna de conhecer Antonio Parreiras, atravessei o portão que dá entrada á casa que foi a sua morada de tantos annos ? N ã o sei ! Sei apenas que sempre lhe batia á porta com o coração cantando, pela alegria de rcvcl-o e pelo prazer de me deIiciar um pouco com a sua perenne saúde de espirito e com a lascinante surpresa de sua arte eternamente moça. h o velhinho nervoso, que eu tinha dentro do meu coração como um dos meus melhores feitiços, abriame os braços e apertava-me nelles, com as mais carinhosas expressões de contentamento pela minha presença. Depois, meus ouvidos ouviam uma porção de episodios deliciosos, que constituíam outros tantos capítulos do romance de sua vida. E meus olhos, deslumbrados, apreciavam uma porção de telas, antigas algumas, novas outras, c muitas ainda frescas, pois 0 artista nunca tinha repouso. E o tempo voava na palestra, que cada vez mais augmentava a minha admiração pelo gigante da palheta. Q u a n d o nos separavamos, Parreiras exigia sempre que lhe promettesse voltar sem demora, E eu promettia e voltava, porque é muito da creatura humana fugir da sombra, procurando a luz. Refugio (igreja S. Bento — de 1 )a ultima vez que lá estive, como tudo foi differente ! Era tão diverso o aspecto de tudo, que nem sei se consegui esconder a minha emoção. O s braços que, no alto da escada, sempre se escancaravam para me apertar no abraço amigo, estavam presos dentro do caixão mortuário. A o envez daquella physicnomia amiga que se abria sorridente, ao ver-me, a mascara macilenta, immovel e transfigurada ! Bahia) Fecharam-se para sempre aquelles dois olhos inquietos, que surprehendiam a belleza por toda parte ! Immobilisaram-se aquellas mãos que reproduziram centenas de k cantos e de episodios historicos da nossa terra ! Enrijeceram aquellas mãos, que pintaram um numero immenso de coisas bellas e que esparziram, por toda parte, retalhada em pedaços, a alma de um artista que vivia dentro de uma perenne emoção ! Pararam aquellas mãos de magico, que transformaram a sua vida num glorioso arco-iris. ligando o berço ao tumulo ! Esfriaram aquellas mãos que tanto fizeram vibrar a alma alheia, mercê da sua própria vibração ! Paralysaram aquellas mãos inquietas, de poeta e de crente, capazes de pintar, ao mesmo tempo, a audacia de O F O G O e a poesia de N E B L I N A S D E J U N H O . mãos crcadoras de visões maravilhosas de vida e de sonho, de alucinações e de serenidade ! Socegou a trepidação daquelle temperamento dynamico, que viveu a vida quasi toda dentro da luta e dentro da gloria ! As P B jJ I Èt ^ Fundação de Rio (Tríptico, da de I cidaJaneiro a parte) esmer•aidas Jesus Ifeâ^T^H'ttf^ n - - MÈL o fff z j tf Motta virgem Antonio Repousou, finalmente, aquella palheta magica, creaclora de tantas obras de arte ! Descançaram, em fim, aquelles pincéis que Deus inspirava, para realisar tantas obras-primas de belleza ! Olho em redor de mim e penso no destino dos homens e das coisas. As quatro paredes do salão mortuário de Parreiras estão coalhadas de quadros pendurados. Obras do morto e de uma porção de amigos. Mudas, cilas prestam a ultima homenagem ao artista que se foi. E eu penso, então, que ud vez sintam saudades daquelles olhos amigos, que nunca mais sobre cilas repousarão ! E penso, com horror, na dispersão destruidora que ameaça todos aquelles trabalhos de arte, longamente seleccionados e ciosamente conservados pelo artista ! Como é horrível, ás vezes, a morte : Com que cruel indifferença carregou ella para a sua morada de mysterio, o artista que tanto amava a vida ! Com que fria maldade se apossou daquella alma eternamente moça, que desafiava o tempo e desdenhava dos annos, trabalhando sem cessar e enriquecendo o nosso patrimonio artístico com obras-primas de lodos os generos ! lenho a impressão de que o destino achou que era, finalmente, chegada a hora de se fazer ao artista a justiça integral. E, irremediavelmente, deliberou fechar-lhe os olhos para lhe abrir, definitivamente, as portas da immortalidade ! íalvez seja essa a única consolação daquelles que, como eu. quizeram bem a Antonio Parreiras e comprehendem o vácuo que o seu desapparccimcnto abriu no scenario artístico brasileiro. Antonio Parreiras nasceu em Nictheroy, no dia 21 de Janeiro de 1861 e falleceu na mesma cidade, a 17 de Outubro do corrente anno. boi discípulo do celebre professor Grimm, que aqui viveu, dando aulas ao ar livre. Parreiras em 1935 Realisou sua primeira exposição ein 1887, com a presença de D . Pedro II e da Princeza Izabel. No anno seguinte fez a sua primeira viagem á Europa, onde, com o correr dos tempos, voltou numerosas vezes. Em 1896, foi nomeado professor de paizagem da antiga Academia de Bellas Artes, demittindo-se. porem, pouco tempo depois, porque uma reforma, que se projectava, pretendia dispensar os velhos mestres para substituil-os por moços. Revoltado, Parreiras ficou solidário com os professores, preferindo deixar para sempre o cargo. E desde então, entregou-se exclusivamente á sua arte. tendo pintado para mais de mil telas. Seu nome figura em todos os museus, pinacothecas, galerias e collecções particidares do Brasil. São também numerosas as telas que pintou no estrangeiro e que por lá mesmo foram adquiridas. Mentalidade artística que se impunha ao primeiro contacto, Parreiras conseguiu todas as Iaurcas que é possível conquistar um pintor no Brasil. Na I'rança, Italia, Portugal, Allcmanha, I lespanha, e na Argentina, Uruguay e America do Norte, foi numerosas vezes premiado, sendo mesmo "hors concours,, em Paris, onde expunha com mais frequencia. Com o pince! conquistou o nome que tinha. Conquistou prémios e applausos. Conquistou a gloria c a fortuna. Sua bagagem é um attestado eternamente vivo da vida de trabalho que levou. Seus quadros historicos, afóra o lado bello, tem o lado util, pelos episodios que evocam. Suas paizagens immortalizaram flagrantes de nossa terra e palpitam com uma poesia difficil de ser egualada. km muitas delias, mesmo, ha alguma coisa de genial, que o pincel superiormente perpetuou. TAPAJÓS GOMES Dezembro — 1937 3 3 Si*t/i ; (l ° TÍnial- Vagem, »ehicu do " "Urros SQ es Pec/e ir°cç ° °' é õo Ouro ser"°nus Uma velha roleta vada no Instituto llis- Ouro Preto I orico j\J° de conser- Instituto I listorico de Ouro Pieto, estão reunidas e devidamente catalogadas as mais preciosas relíquias da vida colonial brasileira. Por esses velhos objectos que ahi se conservam carinhosamente, podemos hoje reconstituir os costumes de antigamente, em todo o seu pitloresco. M liitas dessas relíquias, que se encontram no Instituto Historico de O , iro Preto, sao completamente desconhecidas da maior parte dos brasileiros. D e alguns que nos pareçam mais curiosos, publicamos aqui as reproducções photographicas. uma velha eleições. ta Ignora-se chegou alguma urna a especie para se es- prestar-se Je a fraude RESIDENT/AS PHOTOS Quatro aspectos colhidos na residencia do Embaixador Lacerda Cavalcanti, em Botafogo. Y URU M I O L E ( a i M O .11 A l t I A V\ O D a Academia Brasileira — "Filho! Serás feliz!,, Que beijos e lagrimas, entre Ao ver sen grande De olhos Foi no Palacio No berço azues de ouro A areia t/o areal Tres vultos Aleluia ! era claro 'Filho, crescia. dormia como a o Alegria ! I arde, Hia. de humana em ! Noite, como silencio, espanto que tôrno, nascia. só se ouvia : — Sempre a voz de Maria cadenciada. Era Mãe e No seu saber Seu a serás feliz previa, profundo, ia ser rude quanto Eram que Alegria trêmulos Martirisada, I: . . que Mundo ! da estrela hl as no rangia : camelos. como Ajoelharam-se Como do moreno Diante luzia. Incenso. I lin era preto Outro estrela trouxeram Aleluia Outro uma sombra Magos Mirra, mangedoura. hucado, machucado, dos o Senhor Ouro, Estribaria, de uma numa E os Reis nascia loura. tranquilo, os passos Maria dizia que de uma em céu Para filho a voz de e cabecinha Lá fóra. Eram Era a jornada sofreria pequenino Deus, Senhor do Mundo! Dezembro — 1937 3 7 A. A C S T l t E G E S I L O DA / / 1\ l(1° P()('e ser pressões • Não deve frequentes de me foi levado ao consultorio amigo Raimundo tente o Dr. da ( linica ser! Eram um enfermo pelo Teixeira Neurologica da meu as ex- — Protesto que pessimistas. malogrado Mendes, assis- I'acuidade de Medicina. A fisionomia pai ida, sofrimentos atraiu-me — Não na paciência e — A vida deve ser uma minha tes — fronte o coração pôde emaciada, e para nas com sulcos comissuras o pobre de labiais, com pôde ser a tortura, aspiração. conciencia vive No e a morte entanto, a martelar-me doutor, não a semelhan- postulados. I em cheio toda a de piedade razão. e é a força, deixará a energia excelente se não que os são alheia, que Continue, interesse. disse-lhe eu, as vozes vivem a caro doutor, e dos de medicina. de só da em um meeting: o evangelho; ria ( apitai. fortuna de criar isto de Nenhum a nova dor : o ninguém amor justiça que e constidia- Anunciei do por para criar intento. processos sentimento. que das coisas sava cos Sai me que pouco ( omo vê, do eu tonicos sabem de doutor, — repetiu — /; por filosofia. dormir, sutil do meio de os prinmedico especialista o esculápio e que preci- e duchas esco- convido que os médi- . . os homens comer, isto hábil nervinos as al- um doente consultorio, procuram Mas Procurei eslava A por Construi Respondeu-me menospreçam o como em momentos parecesse originais, praticar condensá-la doutrinas. de repoiso, cesas. pois, psíquicas. materialista hu- morre; o perfume espirituais. minhas que con- espiritual. sensibilissimos, cípios de imortalidade vive, exala Imaginei, concentrações coxo ? . . . fluido fortes em depois, a que um esmola. de destilação de acumuladores inteligente uma novos, Tudo no sistema é um exceto Lembrei-me, a imortalidade Pensei apareceu, pedir-me C o m o atingi-la? ma escolas á imprensa se publicou. com coroar-lhe- de artigos e religião, criadas politica, entr;>guei-os mana. Teu. Se ntimento,, alguns Mal, terrena uma seriam seguir outrem, e o / )esisti seria do com e a perfeição, ( ompuz ninguém vida gozam : o Meu do família, tuiriam A a discórdia a base; Para o caos; os apologistas que Força moral. afecto, houvesse expressões constituir-lhe-ia da cerehro confusão. fomentar a de pela a lale ncia grosseiras ia o fim e a morte, homens com l}ensei, do meu BRASILEIRA esfarrapado, denominada curiosidade. não vida duas considente. ser. o que ? — perguntei-lhe A contra ACADEMIA fecharam novas amar, as religiões vestir, idéas e só passear e mal. não pôde ser ! não o enfermo, verdade, em tom disse-lhe eu, deve continuar. .. irritadiço. cheio ver as amarguras e os desvios fundo, tinha de da tristezas alma hu- mana. No derno o lunático c o nadador cientemenlc to, me mens dos turbilhões pensei enche a fazem razão; na o espirito má. velha : A o homem sociais, frase vida e que, ha é bôa; moinconmui- os ho- . . A R T E P H O T O G R A P H I C A PELICANOS EM DESCANSO Photo Hartmann MUSICA ^as^ernac'< ® u m n o m e familiar aos que apreciam a musica fina. Professora de canto das mais dedicadas e competentes, Riva Pastemack, pelo seu m e t h o d o e pelo carinho c o m que cultiva os pendores artísticos dos discípulos, possue entre elles algumas vozes primorosamente trabalhadas e cuja apresentação constitue sempre um m o t i v o de g r a n d e prazer para quem os ouve. N o correr d o mez, Riva Pastemack realisou uma apresentação de alguns de seus alumnos : Gelza A u t r a n Ribeiro da Costa, Paula Franco, Ruth Dunshee de Abranches, M a r i a Augusta Costa, Ruth de Magalhães Cardoso, C o r i n o Neele, G e r t r u d e Javille e M i l d r e d Mckinney. Todos p a t e n t e a r a m a excellencia d o m e t h o d o de ensino que lhes cultiva a voz. Porque, ao iado da p a r t e mecanica, a emerita professora incute no espirito dos aiumnos a idéa d o que é bom e bello, sem o que não ha discípulo que não fracasse. J a n d y r a C a r d o s o — Vir da província trazendo apenas como credencial um d i p l o m a de pianista e vencer no Rio, é coisa que nem todos conseguem. Foi, e n t r e t a n t o o que succedeu c o m Jandyra Cardoso, cujo p r i m e i r o recital redundou num m a g n i f i c o t r i u m p h o para a sua carreira que apenas se inicia. O r g a n i z a d o c o m gosto, o p r o g r a m m a tinha representantes de todas as escolas, inclusive a brasileira. E f o i através de sua execução, que a pianista poz em evidencia as suas qualidades de artista, cultivadas c o m muito carinho na terra onde nasceu e que aqui ora recebem a influencia e as lições d o " g r a n d e c e n t r o " . C o m - Jandyra • de Mendonça V'Sgg •. \ V .• Riva PasternacV ""X Jára Coutinho prehensão de estylo, colorido, segurança e emoção artística. Eis o que c, em poucas linhas a pianista que a Bahia nos mandou, como uma renresentante das mais autorísadas da sua intellígencia moça. N a d y l e Lacaz de Barras é uma muito joven compositora brasileira, cuja carreira vimos acompanhando, desde que surgiu, muito creança ainda. Sua veia de compositora accentua-se cada vez mais, conduzindo-a para realisações que, naturalmente se tornarão, dia a dia, mais dignas de nota. Possue phantazia creadora e technica reaiisadora. Sua inspiração é sempre elevada. Apenas enveredou por um caminho que só lhe p o d e ser prejudicial : o d o abuso da dissonancia, que lhe prejudica a espontaneidade da o b r a produzida. De f a c t o , ninguém "imag i n a " uma melodia desafinada. M u i t o menos uma musica inteira desafinada t a m b é m . A dissonancia é mais um t r a b a l h o de paciência e de moda, d o que de coração, e, p o r t a n t o , de inspiração. Póde-se a d m i t tir a dissonancia como um desequilíbrio necessário á consonancia, para lhe dar um sabor extranho e lhe cortar a monotonia. Fazer, porém, uma musica exclusivamente para fazer dissonancia, não é fazer arte, mas artificio, e fazer musica faisa, inespontanea, fictícia, que não resistirá, p o r q u e se nutre de extravagancia e da falta de sinceridade. N ã o é isso que se deve esperar da joven compositora, que t a n t o prom e t t e . Saber ser a d i a n t a d o , moderno, d o seu t e m p o , sem prejudicar as possibilidades de sua intelligencia, essa deve ser a preoccupação d o c o m p o s i t o r a quem Deus concedeu o d o m da inspiração. E essa deve ser, p o r t a n t o , a p r e o c c u p a ç ã o de N a d y l e de Barros, para que o seu talento possa f r u c t i f i c a r em obras duradouras. O pianisf-a A r n a l d o Rebello apresentou-se no salão da Associação dos Artistas Brasileiros, no Palace H o t e l . A m b i e n t e pequeno e t u d o quan1o ha de mais contrario a uma exhibição de musica, não p e r m i t t e elie ao ouvinte um pouco de concentração para o goso de uma boa hora de arte, que os ruidos da A v e n i d a p e r t u r b a m inevitavelmente. Em t o d o caso, o pianista colheu fartos applausos — o b j e c t i v o que é, no f i m de contas o que mais preoccupa e recompensa aos que se apresentam em publico. O exemolo de Viíia Lobos está f r u c t i f i c a n d o . S. Paulo mandou-nos o seu " C o r a ! paulistano", que ali se fundou sob a d i r e c ç ã o de C a m a r g o G u a r n i e r i e patrocínio de M a r i o de A n d r a d e , d i r e c t o r d o Departamento de C u l t u r a de São Paulo. C o m o os C ó r o s Ukraníos, os Cossa- cos, os de Barroso N e t t o e os de Villa Lobos, o conjuncfo paulistano é uma verdadeira orchestra de vozes, que t e m p o r p r e o c c u p a ç ã o principal fazer musica preferentemente leve, folklorica, popular brasileira. E' disciplinado e o b e d i e n t e á v o n t a d e d o seu d i r e c t o r artístico. Os solos f o r a m cantados por A m a r y l l i d a Rodrigues e Salvio A m a r a l e os programmas a g r a d a r a m sem restricções. Para finalizar, um r e a p p a r e c i m e n t o que vale por uma v e r d a d e i r a estréa. De f a c t o , Yara C o u t i n h o é um elemento que o Rio musical reconquistou, depois de aiguns annos de residencia em Bello Horizonte. Q u a n d o d a q u i partiu, ma! acabara de tirar, no a n t i g o Instituto de Musica, o seu p r i m e i r o p r e m i o de piano. Seu recital, então, não f o i apenas uma apresentação, mas sim uma revelação. Todavia, ella era pouco mais d o que uma creança, no esplendor de seus dezesete annos. A g o r a , retorna, depois de haver v i v i d o e s o f f r i d o um pouco mais. Volta em plena v i b r a ç ã o de todos os seus a t t r i b u t o s de artista. Volta de posse de uma arte pianistica longa, paciente, cuidadosamente trabalhada. Volta senhora de si, com o t e m p e r a m e n t o a p u r a d o em todos os recessos de sua sensibilidade. Seu p r o g r a m m a f o i organisado com extremo b o m gosto. Continha dois monumentos de arte : o Preludio, C o r a l e Fuga, de Cesar Franck, e os vinte e q u a t r o Prelúdios de C h o pin, aiém de uma parte inteiramente d e d i c a d a aos brasileiros. Yara C o u t i n h o conquistou brilhantemente o seu logar entre as nossas melhores pianistas. Barros — Negro PINTURA exposição de A u g u s t o Bracet e vamos annotando alguns quadros que mais agradavelmente nos feriram : " M o r e n a " , " S e v r e " , " D i l i g e n c i a " , " A c a r t a " — nú. " B i b e i o t " , " C a n t o da c a s a " . . . Uma voz p e r t o de nós sentencia : O maior q u a d r e da exposição é o m e n o r : " O canto da casa E' uma impressão justa. Nesses poucos centímetros de téla, o pintor conseguiu fazer uma o b r a realmente digna de ser a d m i r a d a . Póde-se dizer que, naquelíe canto de casa ancorou uma caravella c o m o outra egual não ha : a da felicidade, que transparece das figuras que a comn õ e m e lhe dão graça. Mas outros trabalhos attestam a competencia d o nome que os assigna. ^ â s s a m 0 s o s pela A u g u s t o Bracet encontra facilmente motivos e modelos bellos. Veja-se por exemplo esse nú esplendido q u e é " A leitura da c a r t a " : mocidade, frescura, uma carne fresca, uma carinha b o n i t a . . . T a m b é m o "Bib e i o t " constitue um mimo de composição, porque á maestria da execução d o q u a d r o se |untam a suavidade e a expressão candida d o modelo. Se envez de " B i b e i o t " , Bracet tivesse chamado o seu q u a d r o de " M o c i d a d e " , com certeza nunca o esplendor da vida teria sido melhor representado. Bracet realisou uma das exposições interessantes d o anno. Carlos Oswald reappareceu apresentando uma collecção deliciosa de trabalhos. O auctor é urn dos nossos maiores nomes na arte. Pintor de figuras e de interiores, de paizagens e de retratos, de scenas e de naturezas mortas, elle é, antes de t u d o e sobretudo, um artista. A r t i s t a de extrema sensibilidade e de extrema finura, é ao mesmo t e m p o clássico e moderno. Pela technica e pelo t e m p e r a m e n t o , suas obras são verdadeiros poemas de arte fina e de emoção. Ha nellas desenho perf e i t o e c o l o r i d o expressivo. São telas que resistem a qualquer analyse. Têm f o r m a e t é m expressão — o que é o mesmo que dizer, são manifestações de arte e de bellesa. São quadros em que a figura humana epparece em f o r m a e espirito; em que a paisagem esplende na sua luminosidade; em que as scenas interiores c o m m o v e m através da sua doçura intima. São quadros que b r o t a m como outras tantas obrasprimas, das mãos e d o cerebro, d o pincel e d o coração de um artista c o m p l e t o . Porque a v e r d a d e é que, d e a n t e dos quadros de Carlos Oswald, fica-se sempre sem saber se se t r a t a de um p i n t o r que sonha ou de um poeta que pinta. G i l b e r t o Trompowski tem entre os nossos pintores o seu nome f i r m a d o , como d e c o r a d o r dos mais interessantes e arrojados. Suas concepções t ê m sempre qualquer coisa de agradavelmente imprevisto, sendo numerosos os painéis v e r d a d e i r a m e n t e primorosos com que vem enriquecendo a sua b a g a g e m artistica. C o m uma visão t o d a pessoal d o beüo, Trompowski cria phan+azias de uma força expressiva realmente impressionante, pelo e f f e i t o d e c o r a t i v o que produzem. A i n d a agora, na exposição que reaiisou, ficou isso patente, nos tres painéis apresentados : " M a r a c a t ú " , "Passaros d o Brasil" e " V e l o c i d a d e " . C o m a sua personalidade inconfundível e com a sua " m a n e i r a " , que, com o correr d o t e m p o adquire refinamentos de expressão, Trompowski é um artista seguro, de m é r i t o indiscutível. N o mesmo saião, apreciamos algumas aguarellas de Sarah Viilela de Figueiredo — deliciosas paisagens, afora um esplendido a u t o - r e t r a t o ; Dezembro - - 1987 4 3 Um aspecto da inauguração da I2. a exposição de G i l b e r t o Trompowski trabalhos de Ismailowitsch, d e O s w a l d o Teixeira, de M a r i a Francelina, de M a r i a M a r g a r i d a e de Pujais Sabaté. Takaoka é um t y p o de artista extremamente curioso. Japonez de nascimento, brasileiro c o m o p i n t o r , bohemio, artista até ao mais intimo d alma, sua exposição, realisada na G a l e r i a Le Connoisseur, f o i a revelação brilhante de um t e m p e r a m e n t o raro. Takaoka t e m a obsecação d o bello, mas d o beüo d i f f i c i l . N o alto de um morro, q u a n d o m u i t o mais fácil lhe seria reproduzir a paizagem distante, elle prefere atten + ar para os pianos mais proximos e delles tirar p a r t i d o . Casebres e barracões, que se acotovellam nas viellas e beccos e ladeiras dos morros, uns p o r cima dos outros, caminhos tortuosos, Íngremes e esburacados; arvores rachiticas, quasi sem chlorophyla; fundos de quintaes a t t e s t a n d o o desleixo dos moradores; v e g e t a ç ã o crescida á lei da naturesa, pareaes esborcinadas, trapos pendurados em arames, t u d o isso t e m uma bellesa incrível nas aguarellas de Takaoka. O Assyrio reabriu para uma exposição de pintura. O p i n t o r apresentou-se c o m o "Barros, o M u l a t o " ; e, pelo que exibiu, conhece o Brasil d o Amazonas ao Rio de Janeiro. Sua exposição continha flagrantes de t o d o s os Estados litorâneos, trabalhados com uma " m a n e i r a " inteiramente pessoal, mas nem p o r isso despida d e interesse. O Assyrio acolheu a arte ! M u d o u de destino, p o r t a n t o . Seria t ã o inieressante se tivesse m u d a d o mesmo de v e r d a d e ! G i l b e r t o Trompowslcy — Desenho de Julio Senna. O pintor patrício que realisa a sua mostra de quadros deste anno nos »alões da Associação dos Artistas Brasileiros, no Palace H o t e l , acaba de receber um premio de honra na Exposição lnternacional de P a r i s. I Elza de Barros Leal, N a t h e r cia A r a g ã o e Julio Senna, tres retratos expostos por Gilberto Trompowski N A T A L M O D E R N O Composição de C. Oswald r \UVQ • wt<.. ' Viaducto Carva 7, , 7, - í C t e . G a l d i n o Pimentel 0r à d* m í ^ k uanto mais se p e r c o r r e o Brasil mais razão Ê M existe para que o brasileiro se sinta orgulho• so d e sua t e r r a . Extensos e innumeraveis rios navegaveis, campos, p r a d o s , florestas, quedas d ' a g u a por t o d a a parte, montanhas alterosas e bellezas sem par nas vistas que se d e s c o r t i n a m d e c a d a logar que atravessamos. H o j e , é b e m f a c l l conhecer t o d a s essas jóias c o m que a natureza nos d o t o u ; ha c o m m u n i c a ç õ e s explen didas pelos aviões e pelas estradas d e f e r r o e r o d a gem. O sul d o Brasil, o f f e r e c e f a c i l i d a d e s que t o r n a m e x t r e m a m e n t e c o m m o d a e r e l a t i v a m e n t e b a r a t a uma excursão em que os nossos olhos não cessam d e deslumbrar-se. Do Rio, num dos muitos e diários nocturnos, em poucas horas estaremos em S. Paulo; não nos d e t e remos em falar da g r a n d e c i d a d e , a segunda d o Brasil, t ã o c o n h e c i d a pelo seu i n i n t e r r u p t o e a c c e l e r a d o progresso. De S. Paulo, em nove horas em um c o n f o r t á v e l autom o v e l de uma empresa que f o r n e c e tantos quantos se deseje, d i a r i a m e n t e , o excursionista c o m a sua b a g a g e m vae a C u r y t i b a , em estradas d e r o d a g e m , em sua g r a n d e maioria asphaltadas e d e um t r a ç a d o que honra a technica d e nossa engenharia; atravessa uma zona riquissima, cheia d e c i d a d e s a d i a n t a d a s e d o t a das de t u d o q u a n t o é necessário ao c o n f o r t o d e um turista m o d e r n o e c u l t o . N o Estado d o Paraná, passa pela c e l e b r e Villa Velha, o n d e e n c o n t r a curiosíssimas f o r m a ç õ e s g e o l o g i c a s que, á primeira vista, p a r e c e m ruinas d e velhos monumentos; esse Estado que t e m a c t u a l m e n t e em sua sup r e m a d i r e c ç ã o um v e r d a d e i r o valor na pessoa d o senhor M a n o e l Ribas, é um r e p o s i t o r i o d e obras d ' a r t e e d e caprichos da natureza. C u r y t i b a , c i d a d e linda, possue t o d o s os climas, é q u e n t e no verão, é g e r a l m e n t e t e m p e r a d a , mas néva pelo inverno; d o t a d a de magníficos hotéis, c o m o o Yonscher e o Palace, d e bellas avenidas, d e um bello Passeio Publico e lindas praças, t e m uma v i d a intensa diurna e nocturna e os curytibanos sabem encantar seus hospedes c o m tantas marcas de cavalheirism o que lhes é simplesmente natural. Vem a p r o p o s i t o c o n t a r a ligeira passagem havida c o m o signatario dessas linhas, vindo c o m os seus companheiros de C o m m i s s ã o em um "Paclcard", d e Paranaguá: ao chegar á c i d a d e romperam-se dois pneumáticos, ao primeiro a u t o m o v e l que passou f o i p e d i d o auxilio, e delle salta um h o m e m f o r t e d e physico e f o r t e d e espirito e, amabilissimamente, não só prestou t o d o o auxilio que f o i e o que não lhe f o i p e d i d o , c o m o t r a n s p o r t o u no seu p r o p r i o c a r r o os m e m b r o s da C o m m i s s ã o áté ao hotel em que elles se haviam h o s p e d a d o , e ahi cheg a n d o , c o m o mais amavel g e s t o que o mais fino cavalheiro p o d e r i a ter, a o t r o c a r os cartões e r e c e b e r os a g r a d e c i m e n t o s , apenas mencionou: " M a n o e l Ribas, ahi em f r e n t e " ; M a n o e l Ribas — o g o v e r n a d o r d o Paraná; ahi em f r e n t e — o palacio d o G o v e r n o ! De C u r y t i b a a Paranaguá o excursionista pela Estrada d e Ferro, conhecerá a mais bella o b r a d ' a r t e no genero, da autoria d o g r a n d e engenheiro Teixeira Soares; para em poucas palavras dizer d o que ella, é, só mencionaremos o f a c t o dessa g r a n d e gloria da engenha ria brasileira ter realisado a p o r t e n t o s a o b r a depois que notáveis d e seus collegas inglezes a c o n s i d e r a r a m impossivel d e realisação. A s p h o t o g r a p h i a s f a l a m por si; nada precisamos a ellas a d d i t a r . De C u r y t i b a em r o d o v i a , ou pela " S . Paulo-Rio G r a n d e " , entramos no f o r m o s o Estado d e Santa C a t h a r i na; se ainda nos quizermos d e t e r no Paraná a ver as plantações colossaes da herva m a t t e e as muitas ou tras riquezas em madeiras, agricultura e g a d o , p o d e remos d e caminho, t a m b é m na legendaria Lapa mysteriosa visitar a p e d r a d e N . S. de. Lourdes, o n d e o pro- Duarte Presidente da Commissão N a v a i de Inspecção no Brasil pheta José M a r i a e n c o n t r o u a santa, segundo a lenda, e o n d e os milagres se m u l t i p l i c a m c o m o os peregrinos que em romaria vão r o g a r á Santa Senhora. Pela M S. Paulo-Rio G r a n d e " , será d e b o m aviso parar em Joinville, a linda c i d a d e catharinense, o n d e já se fala c o r r e n t e m e n t e o p o r t u g u e z sem que essa Vic t o r i a , a l c a n ç a d a d e poucos annos, viesse a prejudicar a iniciativa allemã c o n s t r u c t o r a d e f a b r i c a s d e t e cidos, louças, etc. Dahi, será melhor o a u t o m o v e l , c o m o c o n d u c ç a o , pelas excellentes estradas que vão dar a Blumenau e a Itajahy. Em Blumenau ainda p r e d o m i n a a lingua allemã, p o rém, é d e esperar que da p r o v i d e n c i a d a f i x a ç ã o d e mais numerosa f o r ç a d e nosso Exercito, surtam os resultados que já surtiram em Joinville. E' uma linda cid a d e , a d i a n t a d a e que só necessita d e ser mais b r a sileira. Itajahy é o paraíso para as luas d e mel; na sua bellissima praia d e C a b e ç u d a s está o hotel d o mesmo nome, hotel simples, sóbrio, mas que na sua m o d é s t i a é e l o q u e n t e m e n t e elegante e lindo. Se outra cousa não tivesse Itajahy, c o m o o m a g n i f i c o p o r t o , boas e b e m calçadas ruas, cinemas, casas d e c o m m e r c i o i m p o r tantes, boas casas d e m o r a d i a , uma f a b r i c a d e p a p e l m o d e l a r , etc., si t a n t o não tivesse, b a s t a r i a m a praia e o hotel d e C a b e ç u d a s para r e c o m m e n d a r a o turist a a excursão á m a g n i f i c a c i d a d e . Em Florianopolis para o n d e uma excellente estrada de r o d a g e m nos conduz, ha a a d m i r a r a p o n t e H e r c i l i o Luz e as bellezas naturaes das ilhas que c i r c u m d a m a c i d a d e e rec o r t e s da p r o p r i a ilha d e Florianopolis. T o d o o t e r r i t o r i o catharinense está c o r t a d o por explendidas r o d o v i a s . De Santa C a t h a r i n a , ou pela U S. Paulo-Rio G r a n d e " ou d e a u t o m o v e l , pelo litoral, b o r d a n d o praias a t é Torres, c h e g a m o s ao magestoso Estado d o Rio G r a n d e d o Sul, cuja c a p i t a l é, no nosso c o n c e i t o , a t e r c e i r a c i d a d e d o Brasil. Um trecho de Curityba Xavier Porto A l e g r e é adiantadíssima sob t o d o s os pontos d e vista; o f f e r e c e ao excursionista p a n o r a m a * explendidos e o máximo c o n f o r t o . De Porto A l e g r e , por via ferrea ou r o d o v i a , póde-se internar-se pelo interior d o Estado e ir a t é as f r o n t e i ras; t a m b é m pela lagoa dos Patos, numa v i a g e m curta e pitoresca, faz-se a ligação c o m a velha c i d a d e d o Rio G r a n d e , igualmente p o n t o d e p a r t i d a para internar-se pelo " h i n t e r l a n d " e attîngir ás fronteiras; destas são notáveis as c o m a A r g e n t i n a pelo rio Uruguay, o n d e se acham f r e n t e a f r e n t e Itaquy e A l v e a r , Uruguayana e Libres, e c o m o Uruguay, o n d e está a cidad e d e J a g u a r ã o , ligada á Villa d o Rio Branco, uruguaya, pela p o n t e internacional. C o m o o b r a d ' a r t e , os gauchos orgulham-se, justamente, c o m a p a r t e f e r r e a d e Santa M a r i a c o m 1800 metros de c o m p r i m e n t o . E' uma excursão que faz b e m ao c o r a ç ã o brasileiro — a que se faz ao sul da nossa terra — ; por t o d a a part e se nota a f i r m e v o n t a d e d e vencer, o t r a b a l h o p r o d u c t i v o , a resolução d e iniciativas b e m lançadas; e á obra d o homem c o r r e s p o n d e a da natureza, confirmando o d i c t a d o por tantos r e p e t i d o , mas que encerra bem v e r d a d e : Deus é brasileiro ! Ferreira o BANCO E SEU PAPEL NA C A R T E I R A DE R E D E S C O N T O S A C a n e i r a de Redescontos funcciona junto ao Banco d o Brasil, situação em que permanecerá até ser c r e a d o um banco central de reservas. A orientação gerai dos seus negocios é da competencia d o Presidente d o Banco d o Brasii, c o m q u a n t o sua p o n t o autonoma, administração, seja exercida até certo p o r um dire- ctor de livre nomeação d o Presidente da Republica. C o m o fim de prover a C a r t e i r a dos fundos necessários ao financiamento das operações, o Thesouro Nacional e m i t t e notas, que são incineradas, á medida que se vão verificando as liquidações dos redescontos. Só p o d e m ser acceitos a redesconto effeitos que representem valor que tenha sido ou deva O sr. Leonardo Truda, em cuja p r o f í cua administração f o i creada a C a r teira de C r e d i t o A g r í c o l a , e a de Redescontos t o m o u g r a n d e incremento. ser a p p l i c a d o em legitima transacção de movimento, relativamente á agricultura, á industria ou ao commercio. Resentindo-se ainda o systema bancario brasi- Mesmo sob o ultimo aspecto de suas activi- leiro da existencia de um banco central de re- dades, o Banco d o Brasil, sem se deixar domi- servas, suppre em parte t ã o grande lacuna o nar peio exclusivo o b j e c t i v o de lucros eleva- Banco d o dos, nunca perde de vista o inalteravel Brasil cuja politica é orientada no pro- O m o v i m e n t o das operações, nos últimos tempos, consta d o q u a d r o seguinte : Titulos redescontados Saldos médios, em milhares de contos de réis constante empenho de engrandecer e conso- posito de coliocar a sua politica ao lidar o conjuncto da economia nacional. Elie é d o conjuncto da economia brasileira, perseve- 193 5 326 que, rando em um plano systematico de assistência 193 6 531 11)37 (7 niezes) 681 atinai, acaba p o r emprestar um cunho peculiar á marcha dos problemas essenciaes d o serviço ás classes productoras. EMPRESTIMOS A O T H E S O U R O c r e d i t o , não mais sendo possível prescindir de sua acção coordenadora nesse i m p o r t a n t e se- REGULAÇÃO CAMBIAL O c t o r da vida economica d o paiz. O Thesouro Nacional possúe a maioria das acções que representam o capital d o Banco. E este actúa como banco central, — com os O G o v e r n o Federal confiou ao Banco do Brasil a execução d o controle d o cambio, que, desde 1933, só incide sobre uma certa quota Estado jámais deixou de encontrar no Ban- co d o Brasil uma colíaboração poderosa emprestimos feitos ao Thesouro Nacional (saldos médios em milhares de contos de réis) : das cambiaes de exportação (35 % , c o n t o de títulos aos bancos commerciaes e de ral), que t e m de ser vendida compulsoriamente 193 3 919 reguiação ao Banco d o Brasil, ás taxas por este fixadas. 193 4 922 193 5 890 mesmo t e m p o as funcções de banco de d e p o - Este systema tem p e r m i t t i d o ao G o v e r n o 193 6 810 sitos e descontos, com que se lança na cor- deral dispor de recursos cambiaes necessários 1937 (6 mezes) 657 rente d o c o m m e r c i o bancario, juntamente com para publica RESERVAS - O U R O os outros externa, bem como á liquidação das dividas Uma parte apreciave! da somma commerciaes ao — mas conservando ao bancos commerciaes, nacionaes ou extrangeiros, que funccionam no paiz. attender ao serviço atrazadas. da divida da qual se tem a prova nos dados relativos aos encargos de thesouraria de Estado, de redescambial, em ge- NACIONAL Fe- Thesouro Nacional é emprestada representada pelos BRAS IL DO ECONOMIA NACIONAL adeantamentos que o Banco d o Brasil faz para a acquisição systematica de ouro, por do Governo O Brasil, começa conta Federal. pela perseverança nesse methodo, a contar com uma reserva aurea já apreciavel e cuja guarda está confiada ao proprio Banco d o Brasil : Reservas - ouro de Valor em ouro-fino libras-ouro de d e z e m b r o . . . . 324 44.371 dezembro... . 6.683 912.7Si de d e z e m b r o . . . . 14.845 2.027.44? — 31 de d e z e m b r o . . . . 21.792 2.976.214 24.956 3.408.26j Kilos 1933 31 1934 31 de 1935 31 1936 1937 30 de junho CLEARING - HOUSE Banco E' um serviço de c o m p r o v a d a efficiencia, Brasil, o de compensação de cheques, que panhando o rythmo em que se amplia o mopaiz. Nos dados que constam a seguir, accentua-se outra feição peculiar de banco dos bancos, que tem c a b i d o ao Banco d o Brasil, no qual se centralizam as operações de compensação de cheaues : i Cheques compensados Valor Períodos índices (1928=100) 193 1 70 193 2 66 193 3 86 193 4 106 193 5 120 193 6 140 1937 (6 mezes) 160 RECURSOS A Brasil no cresce intensamente de anno para anno, acomvimento commercial d o do importancia que t e m t o m a d o o Banco d o Brasil na economia nacional adquire uma ex- pressão particular na evolução d o volume de Duas classes de depositos impõem-se pêlo seu seus recursos, que ascendem na actualidade a relevo : a) a dos depositos bancarios, em que elevada de se vislumbra o pape! marcante de banco dos contos de réis, — prova inconcussa da pujança bancos que exerce o Banco d o Brasil; b) a dos de sua organização. depositos Desprezando-se os recursos proprios, que em exacta impressão, — meados de rável e pela estabilidade que t ê m demonstra- 700.000 contos d e réis (capital, fundo de re- do, — da immensa confiança que desfructa a serva e reservas especiaes), p o d e m privilegiada somma, de 1937 — cerca de importavam 4.000.000 em cerca constituir do publico, á vista, que dão a por sua massa conside- instituição. valioso subsidio, para maior exame, os dados O q u a d r o seguinte consigna os dados da dis- relacionados tribuição com a evolução dos depositos, no largo curso de um decennio : dos depositos suas grandes categorias : Depositos Depositos Saldos médios Saldos médios, em milhares de contos de réis Milhares de contos índices (1928=100) 192 9 1.541 109 193 0 1.426 101 193 1 1.144 81 193 2 1.885 133 193 3 817 193 3 2.920 206 193 4 193 4 2.875 203 193 5 2.689 190 1936... 2.612 1937 (6 mezes) 2.270 Períodos pelas Períodos Bancarios Do publico, Outros Total 1.091 1.012 2.92U 609 1.176 1.090 2.875 193 5 598 1.280 811 2.689 185 193 6 569 1.165 878 2.612 160 1937 (6 mezes) 635 973 662 2.270 â vista TOTAL DOS TOTAL DOS DEPOSITOS EMPRESTIMOS Saldos médios, em milhares do contos de réis Saldos médios em milhares de contos de réis 3.500 1 1 1 ! 1 1 1 1 i » 3 •50,1 3.000 3 000 3 000 3.01)0 2.000 2.000 2.000 2.000 1.000 1 000 1.000 DISTRIBUIÇÃO D O CREDITO A rede de agencias d o Banco, em numero a p p r o x i m a d o de uma centena, habilita-o a ter como campo de acção t o d o o t e r r i t o r i o do paiz, composto de zonas economicas heterogeneas na estructura e no gráo de desenvolvimento. As operações, que p o d e m ser chamadas de credito os publico, adeantamentos não ao abrangem Thesouro apenas Nacional, mas t a m b é m emprestimos feitos ás outras unidades mittirá acudir, desde logo, ás necessidades d o de apparelnagem paiz em matéria de c r e d i t o á producção, em tidos. industrial não são permit- sua modalidade mais urgente, que é o credito CONCLUSÃO a prazo médio, de custeios e de melhoramen- C o m o se vê pe!a rapida synthese feita nas li- tos mobiliário agrícola e industrial. nhas precedentes, o Os recursos necessários ao financiamento das instituição de estructura sui-generis, mas per- operações da nova Carteira serão fornecidos feitamente a d a p t a d a ás necessidades especifi- pela collocação no mercado de titulos de bo- cas da economia brasileira. Esta apresenta uma nus que o Banco d o Brasil emittirá, aos prazos de I, 2, 3 e 5 annos, com juros pagaveis semestralmente. Banco d o estructura mixta, agro-industrial, em economicas zonas acham em estádios Brasil é uma e se exerce heterogeneas, differentes se evolução Estados e Municípios, — As operações consistirão na assistência que ao economica. e a certos institutos federaes autonomos, de banco caberá prestar aos agricultores e indus- culiaridades da estructura economica d o paiz, im- triaes, e variarão em t o r n o das seguintes mo- o Banco d o Brasil se apresenta como organi- portância, o Departamento Nacional d o C a f é . dalidades de e m p r e s t i m o s : I) para acquisição zação bancaria mixta, simultaneamente central N ã o obstante o volume a que t e m attingido de sementes, adubos, matérias primas, machi- e essa classe de operações, não se t e m o Banco nas agrícolas, g a d o destinado á criação, e pa- quanto ao ultimo aspecto, em banco commer- d o Brasil descurado de sua assitencia ra melhora de rebanhos; 2) para custeio das cial (operações de desconto e emprestimo em ás actividades economicas d o paiz. safras agrícolas; 3) para reforma ou aperfei- conta-corrente, C o m o se vê pelo q u a d r o seguinte, o volume çoamento de machinaria. Os emprestimos pa- hauridos por meio de depositos) e em banco dos emprestimos de finalidades ra acquisição de immoveis ou installação inicial recursos especializados). politicas d o paiz, — que merece especial destaque, economicas pela sua directa directamente (a bancos, agricultores, commer- ciantes, industriaes, e particulares) attingia, no l . ° semestre de 1937, a cerca de um milhão de contos de réis : Emprestimos Saldos médios em milhares de Períodos ' w Z s £ 5.2 o w a 3 w -5 I I g ^ O - 5 -s contos-de-réis • o - u u l u £ ri * •£ £ *>ÍÍÊ i * Si __ « r Si * J g H 416 -Sgi ~ Ç < 2 « 829 2.72'J 193 3 OO <o 1.484 193 4 1.397 674 773 2.845 193 5 1.422 739 912 3.075 193 6 1.398 595 1.075 3.070 1937 (6 mexes) 1.225 591 974 2.792 CREDITO M AGRÍCOLA Em fins de 1936, foram reformados os Estatutos d o Banco, no qual foi creada uma Car- teira de C r e d i t o A g r i c o l a e Industrial, que per- Em correspondência da que não-central, desdobrando-se, a curto prazo, com as pe- por com sua vez, recursos ^^aJa época numero ajan de Passou que a humanidade de poses que de gestos, realçar a belleza o tempo do leque, com que do leque semi-occultavam os mais rubecimento jaces. . . Passou nuo das e simples, E as mulheres scenario da agradar. Nos nossos dias, aos que com Deus o gesto lábios, atraz qual que se não da por seu dotou. de então o pudico século, essa mesma que era eningê- simplicidade. de crear para era nova certo no as jormosas do fatiga um adoptando e disfarçavam o findar característico sorver as do sorrisos, do o transpor vão a Natureza com encanto se caracterisa as mulheres animadores maior bellas, Vida, de cigarro sem atravessa elegeram é esse de saber embellezar novas levar o maneiras um delicioso com delicia o fumo suave, e sopral-o, nossos dias, está para a que tem horror com elegancia. A mulher garro que assim fuma, como em a que de maquillage está para E que são os homens, e fino, adoravam adoram aquelle o leque sabe a que utilisar não os eternos gesto de plumas os auxílios usa nem fascinados e aquelle e o sorriso pó modernos de arroz. por cigarro que dos tudo como, atraz o que outrora, delle ao cimethodos é elegante os outros se occultava. . . u m a n i m a d o r AUTOMOBILISMO n o Commendador dustrial brica dos lismo H A P É O ê Q U Sabbado capital mais Automouel Club seruiços animadores actualmente de São realmente grande proprietário de cigarros beneméritos Brasil, d Angelo, paulista, manufactureira no tado o c na B r a s i l na Paulo, da fa- e um Sudan,,, do automobi- presidencia a que inestimáveis. in- tem do pres- DE M E Z A M E Z OS G R A N D E S A C O N T E C I M E N T O S DE A solennidade d o baptismo do monitor " P a r n a h y b a " NOVEMBRO O mez de novembro passado ficará assignalado na Historia d o Brasil pelos grandes acontecimentos políticos que nelle se regisiaram. Revogou-se uma Constituição; outorgou-se outra, contendo profundas m o d i f i cações no regimen; f o r a m dissolvidos o Senado da Republica, a Camara dos Deputados, as Assembleas Legislativas dos Estados, as Camaras Municipaes em t o d o o paiz; extinguiram-se a Justiça Eleitoral, o Tribunal d o Jury, os juízos federaes; substituiu-se a eleição directa pela i n d i r e c t a ; o suffragio universal ficou r estricto as eleições de primeiro g r á o ; fizeram-se intervenções federaes nos Estados de Pernambuco e Bahia; substituiram-se dois ministros. Em summa, veriticou-se uma serie enorme de acontecimentos importantes, cada um dos quaes bastaria para encher os commentarios de uma semana ou mais. Em v i r t u d e das proprias disposições da nova C a r t a Politica, outros factos capitaes terão de assignalar-se no correr dos dias, como consequência d o esforço de a d a p t a ç ã o da nova ordem de coisas. p e r m i t t a m a s a t i s f a ç í o de taes compromissos sem sacrifício da economia brasileira. Uma vez suspensos os pagamentos externos, f i c o u extincto o confisco de 35 % sobre as cambiaes e livre o mercado de cambio das restricções que sobre elle pesavam. A I N A U G U R A Ç Ã O DO MONUMENTO F U N D A D O R D A REPUBLICA AO A data da Proclamação da Republica f o i commemorada com grandes festas cívicas na C a p i t a l d o paiz, sobresahindo entre todas a inauguração d o monumento ao Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, um dos fundadores e p r i m e i r o Presidente da Republica Brasileira. O monumento é um grande trabalho de arte, realizad o por M o d e s t i n o Kanto e e r i g i d o na antiga Praça Paris, que passou a denominar-se Praça Marechal Deodoro, e inclue uma homenagem aos grandes vultos da p r o p a g a n d a republicana e da e f f e c t i v a ç ã o d o regimen. OS ESTALEIROS N A C I O N A E S A ' ACTIVIDADE VOLTAM Depois de vários annos de inactividade, os estaleiros nacionaes voltaram a provocar o enthusiasmo publico, lançando ao mar um navio de guerra, o M o n i t o r "Parn a h y b a " , nova e garbosa unidade da A r m a d a Brasileira. O b a t i m e n t o de sua quilha constituiu uma festa civica, em que se associaram povo e autoridades, principalmente as autoridades da Marinha. A p ó s o lançamento d o " P a r n a h y b a " , virão outros. Já se aonuncia para breve o de dois navios mineiros. Estes e outros factos dão a todos os brasileiros a certeza de uma éra de renascimento da nossa A r m a d a . G R A N D E S DESASTRES N A A s p e c t o da inauguração d o monumento ao f u n d a d o r da Republica E FINANÇAS As alterações de ordem p o l i t i c a não poderiam deixar de acarretar profundas modificações economicas e financeiras. Estabeleceram-se bases para a nova pofitica d o café. O governo determinou a suspensão d o pagamento das dividas externas, até chegar a um entendimento com os nossos credores externos, em bases que UM ESTADISTA BRASILEIRO Falleceu em Pernambuco, sua terra natal, na vesporo mesma dos grandes acontecimentos que alteraram os rumos politicos d o paiz, o sr. Estácio C o i m b r a , uma das figuras mais notáveis d o a n t i g o regimen. Vice-presidente da Republica, no governo d o sr. A r thur Bernardes, governador de Pernambuco e seu representante no Congresso em varias legislaturas, era t a m b é m um dos maiores usineiros d o seu Estado. Exilado em 1930, a morte o colheu q u a n d o parecia disposto a reingressar na a c t i v i d a d e politica. O MEZ LITERÁRIO A A c a d e m i a Brasileira de Letras preencheu mais uma das suas vagas — a de Laudeiino Freire — elegendo Osvaldo O r i c o . E' um dos nomes novos de maior destaque no movimento literário brasileiro. Poeta, ensaísta. conteur, chronista, autor de vários voiumes que o p u b l i c o distingue com sua preferencia e as élites acolhem com sympathia. Em summa, um nome que honra o Petit Trianon. O u t r a novidade literaria interessante : o Pen C l u b iniciou suas edições, lançando o livro de C l á u d i o de Souza, " A m o r e s não correspondidos". Aspecto d o desastre em Barra Mansa BRASIL Já em fins de o u t u b r o se registara um desastre na C e n t r a i d o Brasil, de grandes proporções. Uma composição se lançara de uma ponte ao f u n d o d o rio em Barra Mansa, d a n d o em resultado grande numero de mortos e feridos. E na madrugada de 2 de novembro, verificou-se o u t r o sinistro pavoroso. Um choque de trens, p e r t o da estação de Mesquita, teve como consequência a morte de sete integralistas que regressavam aos seus Estados, f i c a n d o feridos cerca de setenta. Foram dois trágicos espirito publico. O ECONOMIA CENTRAL DO FALLECE DIA DA acontecimentos que abaiaram o BANDEIRA Grandes f o r a m as festas civicas que sé realizaram em t o d o o t e r r i t o r i o nacional, em commemoração d o Dia da Bandeira. O pavilhão brasileiro f o i exalçado pelas mais vibrantes acclamações, recebendo um p r e i t o de amor e respeito, como jámais se verificára. Formaram as escolas. E povo, tropas, infancia, associações culturae;, autoridades, todos se uniram num culto ardente e exaltado ao supremo symbolo da Patria. Dezembro - 1!>37 AS REALISAÇÕES MERITÓRIAS T udo q u a n l o se faz pela educação d o povo merece ajuda e aplausos dc todos. O preparo dos moços decide muitas vezes d o N ã o sc regateiam encómios á obra educacional futuro dum paiz. do Instituto La-Fayette. porque o preparo dos moços e mesmo a educação do povo foram sem pre a sua grande Nos primordios Instituto prcoccupação. da sua La-Fayette. operosa a par da atuação no execução meio social conciente dos brasileiro, programas o oc ensino, manteve sempre a cultura moral e cívica não só nos dias communs. como nos dias dc festa nacional. homenagem O O edifício de do cultura se entre dos parques partamento Instituto dum do ensino foi aperfeiçoando-se com Instalações caríssimas e construções ergue- as arvores cívica, os grandes vultos da o e merecem Patria e da correr dos sempre 1 Iumanidade. anos nessa casa de realizadas no educação. ginásio fisica Mereceram O De- de alta monta foram La-Fayette. ginásio dc cultura fisica. erguido num dos parques d a Departamento Fieminino. tão bem disposto é. com as suas varandas e passadiços, que. Feminino n ã o raro. serve ao tcatro-escola do Instituto La-Fayette, nas representa- ções de cênas históricas e outras dramatizações realizadas no palco, ante a assistência numerosa contida no recinto amplo. O u t r a s construcções. também importantes, tem sido realizadas no Departamento Masculino deste Instituto, todas com o fim de dar ao ensino instalações necessarias e modernas. Apesar das dificuldades comerciais do momento, o Instituto deu início á construção dum Começou-se física. a construção grande edifício para a sua sede principal. pela parte que contém No recinto sios de o e é de e 4 salas de aula cultura pavimentos. 1.° pavimento e o 2.°. ten- e o 4.° também 4 salas, todas amplas. Para a continuação das obras, será demolida primeiramente a parte prin- física. de o 3.° pavimento pejadas giná- cultura ambiente forto dos o ginásio de Essa parte, como aliás todo o edifício, é em quatro Esse ginásio ocupa, dessa parte iniciada, o do La-Fayettc con- distinção cipal d o antigo solar dos condes de Mesquita. F.ssa obra arquiteto Osvvaldo nhas Os obedece a arquitetônicas um da fachada cursos complementares fundamental, os cursos ter instalações, plano do do são sóbrias colégio técnicos dc e salas, gabinetes e laboralorios As li- elegantes. universitário, comércio Parisot. c o com o curso curso secundário primário, vão material escolar mo- derno e novo. N o primeiro pavimento dessa construção, ficarão instalados a secretaiia. a diretoria secional. arquivo, salão de honra, refeitório, cosinha. dispensa, area cobeita e outras dependências. O s gabinetes de fisica e história natural e o laboratorio de química fi carão no 2 / ' pavimento, onde também serão localizados o gabinete do director geral, gabinete de geografia, auditorio e ainda algumas outras dependências interessantes. As has dos exposições alunos Fayette, tura mente, valiosos o de do La- e a escul- sobresaem em meio de trabalhos instituto desenho expressivade artes salas de musica A sala mento de desenho Masculino trabalhos La-bayette aplicadas aulas fica nos deserta do Departa do Instituto intervalos e das silenciosa e atelier de escultura, desenho e pintura, o gabi- nctc dc psicologia experimental, carão n o 3.° pavimento. arejadas e ventiladas. Essa já obra iniciada, O salas de aula. parle do audilorio. O edifício principal to Feminino do duque de Caxias, hoje ampliada e reconstruída para fins escolares foi a do Departamen- antiga rcsidencia fi- 4.° é todo dividido em salas de aulas Kern marcará uma importante era. sem dúvida, nas construções d c edifícios escolares. O Instituto La-FaycM.e. q u e surgiu em 1916. com um número dc alunos, foi cresccvido continuamente. e. hoje é u m a digna Os o para Medicina, Direito e Engenharia, 2.° a n o dc existência, alcançou sucesso Às concorridíssimas turmas vida desdobram-se. intensa mantida ininmo de todas trabalhos e estudos dos e Mixto. No Departamento outros cursos Preliminar, o Jardim da A e Masculino e c do Internato Feminino, Preliminar e a do do aumentam semi-internato externato desses continuamente de e lambem Masculino. a um ritmo perfeito de ordem. frequência n^ animadas. em ai (o nivel de rendimento, n o Departamento e já completo. e o curso primário obedecem Mixto pedagógica respeitada. cursos complementares A obra reduzido dos I"e- lnfánciú Departamentos e dos Departamentos ano ano. a Mostra N u m grande terreno, já adquirido na A v e n i d a Vieira Souto, será erguido o futuro edifício do Departamento bairros de C o p a c a b a n a . Ipanema Mixto. para atender aos e Leblon. Cresce, assim, o Instituto La-Fayctte. levando a vida cultural a todos os recantos da e guia d a cidade nossa Bem haja quem pela grandeza Cfs gabinetes Geografia do l.a-1'ayette. plos estudo recintos e de do amver do trabalho a capital do Brasil, ponto culminante Pátria. semeia a Instituto e originais. dadeiros bela do são maravilhosa, Brasil Instrução: dc °s<* populosos amanha. abençoados sejam os q u e d té. ni 'os 'c<* oo 'c/o r (/o Po! ZSSQ ro. or n «'ai. Proh O, U,r Vec/.O do ò"0 " °s <(, ,s,r pelejam ' «risot I N S T I T U T O D E E D O S A P O S E N T A D O R I A oias P E N S Õ E S B A N C A R I O S O b j e c t o s Je arte, ras preciosas O lnstitu 4 o de A p o s e n i a d o r i a e Pensões dos Bancarios, creado pelo Dec. n.° 24.615, de 9 / 7 / 3 4 , e regulamentado de acordo com o Dec. 54, d o mesmo ano, conseguiu estender seus benefícios a todos os que, sendo seus associados, residem nos pontos mais longínquos d o paíz. Em todas as praças bancarias, o Instituto mantém representantes — que se denominam Delegados, A g e n t e s ou Correspondentes, segundo a densidade da população bancaria local. Esses representantes, ao mesmo t e m p o que se acham aptos a ministrar aos associados esclarecimentos no tocante ás relações dos mesmos com o Instituto, facilitando-lhes a prestação da Assistência Medica e dos demais benefícios, entendem-se com os Empregadores, orientendo-os, sempre que se faz preciso, sobre o cumprimento da lei. e semi preciosas BENEFÍCIOS CONCEDIDOS A despesa que o Instituto vem realizando com os seus benefícios regulamentares, demonstra claramente que eile está cumprindo perfeitamente a sua elevada finalidade. A partir da data da sua instalação, em 27 de O u t u b r o de I934, até 30 de Setembro de 1937. ha, portanto, menos de tres anos, o Instituto despendeu as seguintes importâncias com os benefícios regulamentares : Aposentadoria Pensões por 2.385:937$200 668:817$560 474:004$000 499:504$300 I 1:691$800 9:959$400 3 .256:198$200 invalidez. Auxilio M a t e r n i d a d e Auxilio Enfermidade Auxilio Funeral Auxilio Reclusão Assistência Medica, Cirúrgica e H o s p i t a l a r . . Casa Osca tlJiachado Rua do Ouvidor, 101 / 103 - Rio de Janeiro iMna gentil OFFERTA 7.306:1 I2$460 Restituiu ainda, dentro d o referido período, a importancia de Rs. 218:281 $300, aos que, t e n d o abandonado a profissão bancaria, deixaram de pertencer ao quadro de seus associados. A Emprcza Editora Rio-Medico acaba de delicadamente offerecer-nos um certo numero de exemplares do livro " A Saúde dos Filhos", do dr. Mario Rangel, para offerta aos nossos leitores. E ' esse livro um compendio de ensinamentos indispensáveis em todo lar. Dessa preciosa obra, fazem parte capítulos em que sfio apresentados interessanti^simos e opportunos estudos sobre puericultura. Valendo-se desse offerecimento, poderfio os nossos leitores encaminhar a sua solicitaçfto á Caixa Postal 3 . 3 2 8 — R i o de Janeiro, fazendo annexar o recorte dessa noticia á sua correspondência, requisitando a obra em questão. CARTEIRA DE EMPRESTIMOS Instalada a 2 de M a i o de 1936, a C a r t e i r a de Empréstimos d o Instituto dos Bancarios, concedeu, até 30 de Setembro de 1937, 4.945 emprestimos, aos seus associados dos diversos Estados, num t o t a l de Rs. 9.919:800$000. CORPO MEDICO C o m o se vê pela cifra acima exarada, a Assistência M e d i c a , Cirúrgica e Hospitalar t e m merecido o máximo interesse por parte da administração d o Instituto dos Bancarios. O u t r o índice desse interesse está em o numero de facultativos por intermedio dos quais o Instituto presta a referida Assistência aos seus associados e respectivos beneficiários, e o qual se eleva a 428. CARTEIRA PREDIAL De acordo com o recente regulamento, a p r o v a d o pelo governo, o Instituto instalou a sua Carteira Predial, afim de facilitar a aquisição da casa própria aos seus associados. Tinta* }taha ymfJbestâcr Matta . VICTORIA (LEGITIMA) RESERVAS CONSTITUÍDAS Em 30 de Setembro de 1937 as reservas d o Instituto atingiram á cifra de 41.03 7:364$930, constituídos dos seguintes resultados: Exercício de Exercício de Exercício de 1934. . 1935. . 1936. . Fundo de G a r a n t i a em 3 1 / 1 2 / 3 6 Diferença entre a Receita e a Despesa em 30 de de 1937, no e x e r c i d o corrente 3.917:818$850 I 3 .424:581 $ I 70 15.61 l : 2 6 8 $ 4 5 0 Setembro 32.953:668$470 8.083:696$460 41 .037:364$93C Eis em resumo o que t e m sido a obra, de inegável alcance social, d o Instituto de A p o s e n t a d o r i a e Pensões dos Bancarios. IIO Illustraçao Brasileira DE JANEIRO — A V . MEM DE SÁ 240 — TEL 72-277» D fíaciônd Tnstiüdo de Pwidmoía (garantido pelo Governo Federal) proporciona aos Funccionarios Federaes, Estadoaes, Municipaes, aos que exercem profissões liberaes e ás classses organizadas syndicalmente, a instituição de pecúlios. Ao alcance de seus contribuintes estão empréstimoscompra de residencia, operações hypothecarias, fianças, depositos em c / corrente com juros, e mais vantagens asseguradas pelo Decreto n° 24,563 de 3 de Julho de 1934. Dezembro — 1937 57 ^ ^ ^ ^ ^ , bo» o r e\ectrico* ° « s ^ x en» con =»lda? r de °» uV „«rv»«*0 Ae \re e s »»• f to9 £ -- para » 8 Rftd„s. e»Pre , ,lincntos- »eise. dB ,n»s CB «vete» e * da «me»"* r?--,,iilallat' e < ' c , , ,„\r sen» - WP*»* 6 frut**' - H " un»» u — •,»\me'»,e T <lOC nJ rr e tn V v — vod* 8 1 r *** » . -„ m»« 1 » ^ b t l í to d«. ^. s' '; T e u 7 e ^ .necio« ca** ® ^le. R «Vhor » ve % <>»»«* t re»iri e u dctno^% «x v * r R C. „ S. P» t t v n i o 0 ° àe lewpet» te«» cc o r t tc ei' e * t o de ^-arffli UMA VERDADEIRA JOIA ! GOSTA DE BORDAR? Procure conhecer os P E Q U E N O S Á L B U N S O de desenhos para bordar, publicados pelos fabrican- ANNUARIO tes da linha "Ancora", e que contêm motivos originaes de riscos coloridos (Decalcaveis) com as indi- DAS cações fáceis para fazer os bordados. SENHORAS ILLUSTRAÇÃO B R A S I L E I R A , remeterá gratuitamente um desses Á L B U N S a quem nos solicitar enviando para este fim 200 rs. em sellos do correio para o porte. Pedidos á Redacção de ILLUSTRAÇÃO B R A S I L E I R A . — Travessa do Ouvidor, 34 — Rio. P A R A 1938 QUE ESTA' A' VENDA AO PREÇO DE ó$000 MOBILIÁRIOS-TAPEÇARIAS O NESTE M E Z , G R A N D E V E N D A DE S A L D O S E PRESENTES ÚTEIS PELOS MENORES PREÇOS r m I &B2SI Ô 5 - R U A D Ä EXEMPLAR C A R I • OIO DE U A N E I Q O LONDRES PARIS ,WPIN Stores' S. PAULO RIO tSoCUMM AnOniMAlnuiTA MOVEIS TAPEÇARIAS DECORAÇÕES ORÇAMENTOS SEM COMPROMISSO PRAIA DE BOTAFOGO, 360 — PHONE OU VI D O R „ 9 1 CX. P O S T A L 3 3 3 4 TEL. 2 3 - 4 6 5 6 ANDRADAS. 14 6 5 A V . E D U A P O O . 12 3 7 OSW. A R A N H A . 1 3 7 8 PORTO R I O DE JANEIRO ALEGRE 26-4015 CIA. PAULISTA DE PAPEIS E ARTES GRAPHICAS Matriz : São Paulo Filial: Rio de Janeiro Rua Piratininga, 169 Rua Pedro I n' 33 IMPORTADORES e EXPORTADORES de toda classe de Papeis em geral e Objectos para escriptorio Grande Fabrica de Cartas de Jogar, Enveloppes, Papeis em Caixas e demais artigos relativos ao ramo. ENDEREÇO DEPOSITÁRIOS: TELEGRAPHICO: " C O P A G" S E A Ü R A ^ C A para Tel. Rio.ou no Rio São Paulo 22-7673/4/5 ARTE M A R A J O A ' R A NA EXPOSIÇÃO DE PARIS ^enhorinha Camilla pujaiiles tora expressões de apreciados estylo marajoára. ter sido merecida ternacional lado. dida dois trabalhos uma das mais iypicamente de ceramica esculptora na Exposição medalha de de Azevedo, da arte A joven premiada receber Ao Aluares no grande certamen dos bonitos trabalhos estylisados da Triste da q u e seu p h y s i c o descura E a saúde, solicita, não zela; Bem depressa a mulher se disfígura, N ã o resiste dos annos á p r o c e l l a . (VERSOS DE BASTOS TIGRE) . i t i i i i i ; Escriptorlo Centrai : Rua Lavradio n. 105 — T e l e p h o n e 22-6955 End. Tel R,ULRUDGE Código; Bentley^ e Borges RIO FABRICA Av. DE JANEIRO D E PAPEL E PAPELÃO " I N H A Ú M A " Automovel C l u b n. 361 - Tel. 29-3432 • Fabrica de Cartonagens Finas e Artefactos Rua Lavradio n. 105 — - Tel. 22-3603 Deposito : Rua Lavradio n. 73-Tel. 22-6208 Casa VENTRE-SAN encontra-se i v e n d i nas Farmaciat e Drogaria» c no Laboratorio d o V E N T R E - S A N - Rua M a c h a d o C o e l h o 115 - R I O Iníalivel na Prisão d© Ventre — Má Digestão — Inflamação do fígado e intestinos — Gosto ruim na bocca ao levantar-se. Mal estar depois das refeições, etc. Filial : Fabrica de Caixas de Papelão, Pratos de Papelão e Cartonagens Finas — Officinas Graphicas Rua Fonseca Hermes, 81 — Teleph. 1580 JUIZ DE in- Paris. esculptora. KAIIL de vem, agora, de Nestas linhas perfeitas de esculpturá, Em q u e a rara belleza se revela, A saúde se casa ã formosura Pois só sadia è q u e a mulher é bella. T o d o o vosso c u i d a d o se concentre Em trazer sempre livre o vosso ventre Usando o incomparável V E N T R E - S A N cm depois SAÚDE e BELLEZA Conservae a belleza e a m o c i d a d e , N ã o com as cores postiça* v da vaidade M a s com a saúde, da alegria irman. au- e de bronze patrícia, de Milão, de ouro brasileira, FÓRA MINAS aplau- NATAL! A N N O BOM! Vaso t y p i c o marajoara e bandeja do mesmo estylo, duas magnificas creações artísticas da esculptora patrícia ~u & ia ilcf.oufasOá: RUA SETE DE SETEMBRO, 66/68-Rio r Eis o lemma Fabrica antigo ' S A B A " (Schwarzwaelder irate Bau August da Appa- Anstalt Schwer H i p emFVillingen) de Soehne, estabeleci- Ida ha mais de cem annos. SABA ^ 446/UÔ RADIO neivo E' plenamente vada por compro-| cada um dos apparelhos ' ' S A B A " quel formam a presente para o anno de mais absoluta serie lyoö, precisão O NATAL DO ERRADO CONCLUSÃO DA PAG. 20 os defeitos de sua pelle? "maquillage M é util e está na moda. para realçar e avivar a belleza de u m rosto lindo. M a s n â o é vantagem usal-a como disfarce para occultar defeitos ou imperfeições da pelle Para isso, a sua utilidade dura horas apenas O certo é tratar a pelle. cor- A rigindo c removendo definitivamente os defeito« que lhe tiram o frescor e a mocidade. E isto será fácil com o uso continuado d o Leite de Colonia. Leite de Colonia limpa, alveja e amacia a pelle Use-o seguidamente e a Sra. cedo notará os seus beneficos effeitos. BANC:o IBOAVI STA Dcpositos Descontos Cauções RUA 1 o DE M A R Ç O , 47 A V . RIO BRANCO, 137 RIO DE JANEIRO —' Tanto melhor. Livra-nos de um tarado. — Estou, entretanto, sem dinheiro algum. I omaram-mc o que tinha, minha mãe morreu. Sairei sem ter onde e com o que comer. . . — Excelente ! bradou o administrador. —- Como excelente ? — Você está no caso tipico da Sapa ! —' D a Sapa ? — Sim da Sapa : são as iniciais da Sociedade Amiga dos Presidiários Anormais. Ela lhe dará a passagem e pequeno capital para recomeçar a vida. Venha ter comigo : vou fornecer-lhe certificado de que é o tipo do errado, do anormal. Saiu com o carcereiro, pisando com lorça no terreno, que ele supunha solido, de sua autoridade. Abracei os companheiros, despedindo-me. Tod os me invejavam a sorte. U m que fôra repórter amador perguntou-me : — Q u e crime pensa cometer ? — Sei lá. O filosofo aconselhou-me : — Ouça-me : Nada de crime que possa parecer passional. Ainda que seja barbaro, é absolvição na certa. Segredou-me um estrangulador: — Meu processo é melhor. Impressiona muito os jurados. — Estupro e estrangulamento de creanças. Com as mães no ar. os dedos em semi-circulo, sorria sadicamenle, aproximando as mãos como se esganasse alguém. E ainda imitou a voz da creança, transida de pavor, tentando chamar a mãe. — A bichinha grita assim : ma. . .mamãe. . . Dias depois o 498 estava na Penitenciaria de São Paulo. Obteve o mesmo numero. — Por que deseja o mesmo numero ? — É o da vaca no jogo nacional do bicho. Q u e sou eu senão isso ? N ã o estuprara, nem estrangulara. Esbofeteara o Governador do Estado na data da confraternização dos povos, quando ele. discursando dizia : — A tolerancia é a base da harmonia da vida social. Naquela noite de Natal estavam os presos festejando o nascimento do rei dos inocentes, após o. copioso banquete do Natal dos Penitenciários, que lhes fôra oferecido por umas senhoras caridosas da alta sociedade. O 498 fumava um charuto excelente, enviado por outra associação de caridade, de outras senhoras igualmente amantes da publicidade, e ouvia beatamente deliciado, um noturno delicadíssimo de Chopin, irradiado; todo caricias, langores e volúpia. Exclamou : Como seria agradavel morrer agora. . . —' O h , homem, você é errado de uma vez! — Desejar morrer numa hora tão alegre. — Errados estão os que desejam morrer na dôr e na aflição — re plicou o 498. Quem sabe se tinha razão. . . O que com ele dialogara acrecentou : — Aqui para completa felicidade só falta uma coisa. — Q u e c } — perguntou um detento obeso, ao qual chamavam Pachá. «— Mulher ? —' Insensatez — redarguiu o Pachá —' Lembre-se que por causa de mulher perdeu o primeiro homem o Paraizo. Temos aqui até a felicidade de não haver ciúmes e a irritante fiscalização conjugal, fi ou não é este paraizo melhor do que o que Deus ofereceu ao primeiro homem ? D e todos os lados responderam : — E . . . E . . . Um magrinho chupado, côr de féto cm álcool, suspirou : — Eu por mim sinto muita falta de mulher. — Só se for para lhe dar a mamadeira — chasqueou alguém. No céu claro da noite de Natal, desfolhavam-se como flores de oiro aos pés de Deus, as chamas dos fogos de artificio. E o céu todo era um chalé de Espanha bordado com as cores vivas de Goya. O s detentos, riam, felizes. Q u e é a felicidade? Um disco transparente com uma ilusão por traz. . . Ouviam-se os sons dos sinos de Natal, vindos de longe, remansados, cariciosos, a dissolver-se na placidez daquele silencio azul. . . Chopin, dulcíssimo, enlanguecia a noite. — Q u e hora feliz para morrer ! — repetiu o 498. Uru detenlo, justamente o estrangulador que fora seu companheiro r.a outra prisão, replicou : — Fu naccste errado. N ã o tiveste uma família, com certeza. Uma mulher, filhos, netos. . . Estás na vida sem raiz alguma. Q u a n d o mc lembro de meu ultimo Natal ! N ã o tínhamos mais do que uma sopa. um pouco de queijo, pão e vinho. Mas tinha a mulher, tinlia uma filhinha. — Na miséria, na escravidão. . . — I alvez. Mas a aflição é como o sal, como a pimenta, como a mostarda. Sem ela a vida é estúpida, como a desta prisão. — Por que cometeu você o primeiro crime ! —• Porque alguém veiu roubar-me a felicidade, roubando-me a mulher. No desespero, nada quiz que me ficasse lembrando-a. Estrangulei, então, minha filhinha. . . O júri absolveu-me — Para que mc servia a liberdade ( Encontrei uma menina linda como fôra a minha filhinha. — I lavia um pai que podia ter a felicidade que a soite me negara ! Estrangulei-a. também. E devo confessar-lhe 493 que tive com isso um grande prazer, que nem sei explicar. E suas mãos fatídicas, os dedos em semi-circulo aproximaram-se, os olhos, o riso. o corpo todo gozando. . . Nem bem acabara ele de pronunciar essas palavras, ouviu-se : — 498 1 — Vaca ! — gritou o 498. E«-a como ele costumava responder. Mais respeito ! — advertiu-lhe o administrador. I rago- lhe um lindo presente de Natal. O governador, para comemorar esta data. concedeu-lhe o perdão. Está livre ! . . . — Perdoou-me? fi falso ! Agora é que resolveu castigar-me. dandome a liberdade. N ã o aceito o perdão. Se mc obrigarem a sair. estuprarei e estrangularei a primeira menina que encontrar. O estrangulador sorriu monstruosamente. l\n senhor de importancia que acompanhava o administrador trocou com ele algumas palavras, e disse, em seguida ao 498 : I;ez bem de avisar-me de seu empedernimento no crime, lerá, em vez do indulto, transferencia para uma das antigas penitenciarias com trabalho 1 orçado. O estrangulador ao ouvir. isso. gritou : — Aceite o perdão, 498. Estive na tal penitenciaria. E peor do que a morte ! Aceite o perdão. Já agora é tarde — disse o emissário do governador, retirando-se com o administrador. ( ) estrangulador contou, então, os horrores do antigo sistema penitenciário. A l e mesmo os criminosos natos continham-se á beira do crime de medo daquela vida. — A morte para mim seria uma liberação. — disse o 498 — E a noite é tão bela para sair certo da vida quem nela entrou errado ! Escravo com trabalho forçado nunca serei ! Nunca ! — h por que não se mata ? Falta-lhe coragem ( Quer que o ajude ? — perguntou- lhe o estrangulador, cujo olhar se acendera do mesmo fogo sinistro de pouco antes. Suas mãos estremeciam. . . O 498 ficou, um momento, pensando. — Exclamou depois : — Não ha meio. . . A vida não indireita para mim. O u antes, eu não indireito para a vida. — Para a escravidão com trabalho, não irei. Aproximou-se do muro. Olhou a altura. N ã o bastava para a morte. O estrangulador segredou-lhe : — Quer que o ajude ? Seu bafo era cálido, febril, infernal. ( ) 498 voltando-se disse- lhe: — Sim, quero fazer-lhe um presente de Natal. Vocês estranguladores, têm um prazer estranho no seu crime, não é verdade? O estrangulador não respondeu. I udo nele, porém, vibrava de anciedade. . . Focava a recolher. O s detentos iam entrando. — Venha comigo ! -- disse o 498. E foram os dois. eíe e o estrangulador, esconder-se a um canto. O estrangulador ia ofegante como se acompanhasse alguma creatura para um acto de amor, satisfação sensual de instinto. . . — Aqui ! disse o 498. O estrangulador arqueou as mãos em semi-circulo, já lívidas de comoção e alcançou-lhe o pescoço. No céu continuavam a desfolhar-se as chamas de uma primavera de fulgores. Chegava de longe a voz remançada dos sinos. Nascera a flôr de bondade para regenerar os maus. . . Sorrindo, o estrangulador balançava o corpo morto, os dedos ainda lechados sobre o pescoço de seu sinistro presente de Natal. . . coxiequiia J o a itoia Uwrtma med a com ausa m ROGER GÀLLET AQQOZ J EXTRACTO L0CA~0 BRILHANTINA CFLEÜBS t)AMOUCL PAVOTS D A R G E N T ROGERGALLET • N O V É I S M O D E R N O S DECORACOES R A D I O S - p . REFRIG ERA DORES A. RENASCENCA RUA DO CATTETE 55/61 - TELEF. 42-3633 T A P E T E S DE T O D A S AS QUALIDADES O MAIOR S O R T I M E N T O EM TODOS OS TAMANHOS. CORTINAS-PASSADEIRASREPOSTEIROS. , A O * ri v^" • . MtZ Nrida ECONOMICO se pócle a d c a n t a r negociações em O torno ainda da a respeito divida do externa resultado a que chegarão as brasileira. g o v e r n o suspendeu o p a g a m e n t o até chegar a um a c c o r d o que ao Brasil satisfazer seus compromissos sem sacrificar a e c o n o m i a permitta interna. E' do presumir-se que os nossos credores p r o c u r e m chegar, o mais depressa possível, a um e n t e n d i m e n t o com o governo brasileiro. Por e m q u a n t o , f o r a m d a d o s apenas os primeiros passos para tal, nos Estados Unidos. Na Inglaterra Portugal ainda agora estão e que no terreno se estão das interpellações articulando os parlamentares. portadores de títulos. Em E na Frar.ça, o assumpto ainda p e r t e n c e aos c o m m e n t a r i o s da imprensa, não t e n d o saido para um t e r r o n o mais p r a i i c o . Os Estados Unidos estão mais proximos d o Brasil e p o s s j e m uma c o n c e p ç ã o mais realística da p o l i t i c a sul-americana, e, além tempos de tudo, os p o r t a d o r e s de títulos já f o r m a m , desde atraz, uma associação para defesa de seus interesses. Dahi, a rapidez com que entrou esse paiz em acção, p r o c u r a n d o examinar as possibilidades de entendi- m e n t o que lhe o f f e r e c e a o r i e n t a ç ã o d o g o v e r n o brasileiro. E* c e d o demais para um p r o g n o s t i c o sobre os resultados das negociações que se vão enta- bolar. Ha interesses vultosos, de l a d o a lado, de mocío que não se p ô d e saber até onde c h e g a r ã o as transigências dos FONE mm NÃO VOLTARA1 O negociadores. PADRÃO-OURO O p h e n o m e n o d o a u g m o n t o e x t r a o r d i n á r i o da p r o d u ç ã o m u n d i a l de ouro t e m ORÇAMENTOS SEM c h a m a d o a a t t e n ç ã o de muitos economistas. COMPROMISSO a possibilidade Entretanto, dades C O U T O V A L L E & C I A . VIDRACEIROS Vidros para construcções, importação directa de vidros de todas as c'asses. DA QUITANDA, uma melhor ao a nova experiencia do Em na distribuição 1928, os Estados do quem dahi deduza comprehende-se que não padrão-ouro. situação, E* que, mais d o que antes da crise do Restaurações de quadros a oleo, molduras de estylo. exposição permanente d equadros a oleo de artistas nacionaes RUA retornar o mundo examinando-se mais provável G A L E R I A S. A N T O N I O de E não f a l t a padrão-ouro. 1929, se a c c e n t u a m agora as desigual- ouro. Unidos, a França e a Inglaterra retinham reservas metaliicas d o m u n d o . Ficavam 42,1 % , e v i d e n t e m e n t e 25 T E L E P H . 2 2 - 2 6 0 5 para o resto da terra. CIA. BRA/1LEIRA de ARTEFACTO/ DE BORRACHA F A B R I C A FILIAL EM /AO PAULO I A V . / A O : R I O J O à O , ot JANEIRO® 1 2 8 2 • 12 ô ô é - TE L I <*?5 5 57,9 % das insufficientes, Agoro, os Estados Unidos, a Inglaterra e a França detêm um c o e f f i c i e n t e ainda maior d o que em 1936 : nada menos de 74,7 % , na seguinte p r o p o r ç ã o : Estados Unidos 49.9 %o Inglaterra I 1.5 % França 13,3 °/( Em 1928, a p r o p o r ç ã o era a seguinte : Estados Unidos 37.8 % Inglaterra 7,5 % França 12,6 % A D Q U I R A um delicado artigo para presente na Cia. M i n a s de O u r o Pretc da Passagem ALFAIATARIA E C AM IS AR I A A b s u r d o , pois, pensar-se na revivescência d o padrão-ouro no resto d o mundo. E' grande a producção d o precioso metal amarello, mas, para as demais potencias, restam apenas 25,3 % d o ouro produzido em t o d a a terra. E isso é Se insuficiente. incluirmos no calculo, os cinco paires seguintes que detêm as maiores reservas metailicas — isto é. a Suissa, a Bélgica, a Hollanda, a União A f r i c a n a e a Suécia — veremos que sobrará para os demais paizes Sul- 15,4 % Por ahi se vê melhor que a d i s t r i b u i ç ã o irregularissima das reservas d e ouro Rua 7 de Setembro, 34 - Tel. 23-0799 resguardam o mundo inteiro contra a resurreição da p o l i t i c a d e estabilisação moneíaria. A SAFRA A exportação anno DE L A R A N J A S d e frutas PAULISTAS citricas, já terminou. A t t i n g i u ella laranja ao total inclusive, da safra de 1.977.495 paulista caixas deste saídas pelo p o r t o de Santos — mais 8 0 0 . 0 0 0 caixas, aproximadamente, d o que em 1936. Entre os maiores compradores f i g u r a m : a Inglaterra, em p r i m e i r o logar, com 1 . 2 9 1 . 0 0 0 caixas, em e a Allemanha com 1937; a H o l l a n d a com 200.000. a Bélgica com 137.000 108.000 ^ c o n w n i Almanach d' O Tico-Tico Acha-se á venda o A L M A N A C H D O TICO-TICO para 1938. Está maravilhoso, cheio das maiores novidades. Adquiram, pois, os nossos leitores, o seu mais interessante e instructivo passatempo. O A L M A N A C H D O TICO-TICO paia 1938 é o melhor dos até agora editados e que constitue formidável successo. \jcifi4icr USANDO SEMPRE A SUA CANETA TINTEIRO, ASSIM DEVEM FAZER AS PESSOAS PRATICAS MÉDICOS ADVOGADOS ESTUDANTES DIJSTRIARIOS HOMENS DE yuur 1 NECOCIOS Knicir Paiielaria Itiliciro MAIS GARANTIDAS vende a (ALEXANDRE RIBEIRO & CIA.) RUA DO OUVIDOR, 164 RIO - TEL. 22-9214 BANCO DO O MAIOR ESTABELECIMENTO BRASIL DE CREDITO Tem Agencias em todas as Capitaes e Cidades Correspondentes nas demais cidades. — Correspondentes DO mais importantes em todos os Paizes PAIZ de C o m j u r o s (sem limite) Deposito*: 2 % a., a Deposito inicial Iis. 1:000$000. Retiradas livres. Não rendem juros os saldos inferiores a esta ultima quantia, nem as contas liquidadas antes de decorridos 60 dias da data da abertura. P o p u l a r e s (limite de Rs. 10:000$000) 4 o/0 a . a. Deposito inicial Rs. í00$000, no mínimo. Depositos subsequentes mínimos de Rs. t>0$000. Retiradas minimas Rs. XOSOOO. Não rendem juros os saldos: a) inferiores a Rs. 60$000; b) excedentes ao limite; c) encerrado* antes de decorridos 60 dias da data de abertura. NOTA IMPORTANTE: Os cheques desta conta não estão sujeitos a sello desde que o saldo não ultrapasse o limite. L i m i t a d o s (limite de Rs. 50:000$0G0) Deposito inicial Rs. 200$000. Rs. lOOSOOO. Retiradas minimas ticas aos Depositos Populares. Deposito mínimo Rs. 3o/0 a. a. Depositos subsequentes min imos Rs. ôüSOOO. Demais condições idênCheques *ellados. P r a z o f i x o - de 6 mezes de 12 mezes PRODUCÇÃO EXTRACTIVA VEGETAL EM 1935 A i n d a não existem dados completos sobre a p r o d u c ç ã o extractiva vegetal d o Brasil em pela 1936. Q u a n t o aos de Sociedade Brasileira de 1935, acabam de ser divulgados os seguintes Agronomia : do Paiz e do mundo. Realiza todas as expedes de operações bancarias : depositos em conta corrente e a prazo, descontos, empréstimos em conta corrente garantida, cobranças sobre Paiz ou sobre o exterior, compra e venda de cambio, transferencias de fnndosy custodia de títulos e valores} etc. C o n d i ç õ e s p a r a a* C o n t a « A 4 %> a., a . 5 o/o a . a 1:000$000 De a v i s o - Mediante aviso prévio de 30 dias. . 3 1/2 o/0 a . a . 60 yj„ . . 4 o/o a . a . y> » 90 >> . . 4 1 / 2 o/o a . a. V L e t r a s a p r e m i o - (suje*to a sello proporcionai 6 mezes 4 o/0 a . a . — 12 mezes 5 o/o a . a . Nesta Capital, além «la Agencia Central á Rua l.° d«» Março, 66, estào em pleno funcctonamento as seguintes Agencias Metropolitanas que fazem, também, operações acima enumeradas: Toneladas Contos de róis 27.888 27.000 Borracha 16.288 47.300 Castanha 43.755 61.257 6.944 50.691 339.000 88.000 84.626 91 .819 Babassú Cêra . . . . de Carnaúba ~ Madeiras Matte Calcuia-se quo a p r o d u c ç ã o em 1936 ultrapassou a d o anno anterior, pois se registou uma geral melhoria em lodos os sectores economicos nestes dois últimos annos. O M O V I M E N T O C O M M E R C I A L D O BRASIL N O I." SEMESTRE DE 1937 Foi de 4 . 9 1 9 . 6 8 0 contos de réis o movimento commercial d o Brasil no primeiro semestre d o corrente anno, t e n d o a exportação a t t i n g i d o a 2 . 5 3 9 . 8 2 4 contos e a importação, a 2 . 3 7 9 . 8 5 6 contos. Tivemos, pois, um saldo de 159.968 contos a nosso favor. Nosso commercio externo assim se distribuiu, por continentes : A f r i c a : exportação 36.628 contos, i m p o r t a ç ã o 10.355. S a l d o : 26.273 contos America d o N o r t e e C e n t r a l : exportação 956.311 contos, i m p o r t a ç ã o 624.166. Saído : 322.145 America do contos. S u l : exportação 169.757 contos, importação 423.183. Deficit: 253.426 contos. Asia : exportação 125.983 contos, i m p o r t a ç ã o 5 4 . 2 8 1 . E u r o p a : exporfação 1.249.713 contos, i m p o r t a ç ã o S a l d o : 71.702 contos. 1.266.235. Deficit: 16.522 contos. O c e a n i a : exportação 1.432 contos, i m p o r t a ç ã o 1.635. D e f i c i t : 203 contos Gloria — Largo do Machado - Edifício Rosa ^ l a d n r e i r a — Rua Carvalho de Souza N. 299 Bandeira — Rua do Mattoso n. 12 O Instituto do Cacau da Bahia Servidores do amparai vossas Estado, famílias N O M O N T E P I O G E R A L DE E C O N O M I A DOS SERVIDORES D O ESTADO, que completou 100 anos de existência a 10 de Janeiro de 1935, podeis instituir uma pensão V I T A L Í C I A para vossa esposa, filhos ou entes que vos são caros, p r o l o n g a n d o após vossa morte, a p r o t e ç ã o que lhes deveis. As tabelas d o M O N T E P I O são módicas e atuarialmente calculadas. O seu p a t r i m o n i o é do Rs. 23.917:251 $000. As suas reservas técnicas são de Rs. 9.448:708$000. Em 100 anos socorreu a viúvas e orfãos de seus ex-associados com a importancia de Rs. 50.061:196$000, além de Rs. 491:5I4$700 em bonificações ás pequenas pensões. Para comemorar o seu I c e n t e nário concedeu uma dadiva no valor global de Rs. 300:000$000, ás suas pensionistas. A t u a i m e n t e as pensões anuais atingem a Rs. 742:603$800 distribuídas por 2.759 pensionistas. 0 M O N T E P I O está em dia com todos os seus compromissos. Podem sor associados d o M O N T E P I O : 1 — Os funcionários públicos federais civis e militares, e bem assim os funcionários estaduais e municipais. 2 — Os membros dos Poderes Executivo e Legislativo durante o prazo dos seus mandatos, quer federais estaduais ou municipais. 3 — Os administradore« e empregados de empresas ou bancos subvencionados ou administrados pelo G o v e r n o da União. 4 — Os membros de associações cientificas que recebam auxilio d o G o v e r n o Federal. A pensão não pôde sofrer arresto nem penhora e é paga até o ú l t i m o dia de vida da pensionista. " A previdencia adiada é mais criminosa que a i m p r e v i d ê n c i a " A Secretaria d o M O N T E P I O (Travessa Belas Artes, 15 — junto ao Tesouro N a c i o n a l ) , vos prestará todas as informações e vos remeterá prospectos e folhetos com as precisas instruções (telefone 22-6362). Nos Estados sereis igualmente informados nas respectivas DELEG A C I A S FISCAIS. Funcionários públicos, inscrevei-vos sem demora como socios do M o n t e p i o G e r a l de Economia dos Servidores do Estado. O COMMERCIO DE CACAU O cacau brasileiro continúa em ó p t i m a situação nos mercados externos. Os preços se mantêm elevados e a procura ainda é maior d o que a o f f e r t a nos mercados externos. Nos seis primeiros mezes deste anno exportamos menor q u a n t i d a d e em igual p e r i o d o de do 1936. Fntretanto, o valor em contos de réis f o i que muito mais elevado em 1937 d o que no anno passado. Effectivamente. de janeiro a julho de cacau no valor do 72.856 contos de 1936, exportamos 4 5 . 2 0 0 toneladas de réis e. em igual p e r i o d o deste anno. 35.931 toneladas no valor de 9 5 . 7 7 6 contos. A tonelada de cacau em 1937 a t t i n g i u á meoia de 2:666$. e em 1936 valia 1:612$000. BANCO D A GERMÂNICO A M E R I C A Contas correntes com talão D O S U L Limitadas 4% de cheque RUA DA ALFANDEGA, 5, esquina de 1.° de M a r ç o AGORA, T E M P O DE FESTAS. é a sua grande Em plena f I o ração primaveril A Natal o Sr. poderá como o Pdo dê realizar o seu plano de At t uca* J L protecção futura para sua esposa e filhos, por meio de um seguro de vida. Estamos na época dos presentes tradicionaes e agora nenhum será mais grato á sua companheira. Fale a um Agente da Sul America e exponha todas as suas exigencias. 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