élfj
M
ft*
A
N
N
O
X
DEZEMBRO
PREÇO
m
V
1937
3$000
m
'
^Ilustração
BtDSÍlcícn
N U M E R O 32
A N N O XV
DEZEMBRO
DE
19 3 7
MENSARIO
EDITADO
PELA
SOCIEDADE A N O N Y M A " O M A L H O "
DIRECTOR-GERENTE
A N T O N I O A. DE S O U Z A
E SILVA
A d m i n i s t r a ç ã o e escriptorios: Trav. d o O u v i d o r , 3 4
Redacção e o f f i c i n a s : R. V i s c o n d e d e I t a u n a , 419
Telephones 2 3 - 4 4 2 2 e 2 2 - 8 0 7 3
End. Tel. O M A L H O — C a i x a Postal 8 8 0 — RIO
PREÇO DAS ASSIGNATURAS
N O BRASIL
N O EXTERIOR
A N N O . . . 35$000
A N N O . . . 50$000
6 MEZES. 18$000
6 MEZES
S O B REGISTRO
ÔOB REGISTRO
N U M E R O
A V U L S O
26$000
3 S 0 0 0
•
\
QUANDO SE QUER RECORDAR
AJJl
RASILEIRA
SUMMARIO DOS PRINC1PAES
ASSUMPTOS DESTA EDIÇÃO
DIA
DE N A T A L
Chronica
O
d e Rodrigo
VESTIDO C Ô R
DE ROSA
C o n t o d e Gustavo
O
EXOTISMO
PRIMEIRO
Barroso
DA CIDADE
Reportagem
O
Octávio
p h o t o g r a p h i c a — Redacção
NATAL
Poesia de D. A q u i n o
ARRANHA-CÉOS
DE S Á O
Reportagem
O
NATAL
Correa
PAULO
p h o t o g r a p h i c a — Redacção
D O ERRADO
Conto
de C l á u d i o
de Souza
FLAGRANTES O R I G I N A E S D A C I N E L A N D I A
Reportagem
A
p h o t o g r a p h i c a — Redacção
N A T I V I D A D E ATRAVÉS
Chronica
OS
HOMENS
TUMULTO
d e Flexa
QUE
DAS
DOS
ESTYLOS
S
ó um presente realizará esse sonho...
E nenhum presente melhor do que
um perfume... Um perfume de Coty...
Le Vertige, por exemplo... E' o ultimo
poema que Coty escreveu, com a magia
Ribeiro
VELAM
N O ALEGRE
mysteriosa de suas essencias raras... Le
Vertige é como uma symphonia, na
qual trescalam notas frescas e ardentes,
alternadamente... Le Vertige faz sonhar...
lembra romance e suggéré poesia... U m
presente appropriado, pois, para as mulheres que amam recordar os romances
passados...
PRAIAS
Reportagem
p h o t o g r a p h i c a — Redacção
y e ^ t L g e ,
MUNDANISMO
Chronica
ANTONIO
de G i l b e r t o
PARREIRAS
Chronica
RELÍQUIAS
Trompowsky
LE
de Tapajós
D O BRASIL
Reportagem
NOUVEAU
PARFUM
Gomes
C OTV
DE O U T R ' O R A
p h o t o g r a p h i c a — Redacção
NATAL
Poesia
de O l e g á r i o
INSTANTÂNEOS
DE T O D O O M U N D O
Reportagem
NÁO
PÔDE
SANTA
photographica
OGUE
PEQUENO FORMATO
cjue pela
de A . Austregésilo
EXCURSÃO
A SÃO
CATHARINA
Chronica
TRICHROMIAS,
Albrecht
H.
— Redacção
E' A C A M A R A M O D E R N A D E
SER!
Conto
UMA
Marianno
PAULO,
e RIO
de G a l d i n o
l i n h a s , perfeição
Cavalleiro,
Carlos
Paulo
manejo,
pro-
fotografias.
Duarte
DE:
Oswald,
Amaral,
técnica c
p o r c i o n a satisfação e ó t i m a s
DOUBLÉS E D E S E N H O S
Dürer,
facilidade n o
PARANÁ,
GRANDE
Pimentel
elegância de suas
PREÇO
80$000
D i s t r i b u í d a pela
PROCURE
Helmut
CONHECÊ-LA NAS CASAS D O
RAMO
PHOTO - PRODUITS GEVAERT S.A.
SATURNINO S A L A S
R u a 1*. d e M a r ç o , 8 0 - R i o d e J a n e i r o
e Trompowsky
Dezembro
1937
mam
O
CORPO
Esta
DE
BOMBEIROS
benemerita
instituição,
uma
das
mais gloriosas que temos, f o i fundada,
sob a denominação de C o r p o
PAPEL
PARA A I M P R E N S A
rio de
Bombeiros, no mesmo local ern
que ainda
creto
ro
se encontra,
1.755, assignado pelo
meiros bombeiros f o r a m
major
João
instituição
de
1856, anno de sua
Rio de Janeiro, os sol-
bas manuaes, 73 mangueiras,
13 esca-
das e 2 mangas de salvação. A
trans-
missão de avisos de incêndios e outros
postos começou
a ser feita
em
1862.
A primeira bomba a vapor era conhecida
A torre do edificio do
Corpo
RIO DE JANEIRO
Castro
ro de 130, que dispunham de 15 bom-
K KASILBIltd
- • •
no
de
dados d o f o g o eram apenas em nume-
llilillSTItA<;û
TELEPHONE 23-2064
Conselhei-
commandados
Baptista
Moraes Antas. Em
RUA BENEDICTINOS, 17-4°
mercê d o de-
N a b u c o de A r a u j o . Os nossos pri-
pelo
Fornecedores
Proviso-
u
™
d â m a
por
"Sinhá",
nome
«lastre, ^m 1894, o Cor-
po de Bombeiros compunha-se de 560
homens. Por occasião da inauguração
da estação de H u m a y t é , 15 de novembro de 1896, fez-se ouvir pela primeira
vez a banda de musica da corporação, sob a batuta d o mestre A n a c l e t o de
Medeiros. O bello e d i f í c i o d o C o r p o de Bombeiros deve-se ao sr. M a r c e l l i n o
de Souza A g u i a r , commandante dos Bombeiros em 1897. A inauguração d o
Q u a r t e l teve logar em 1908, q u a n d o commandante o C o i . Feliciano de
Souza A g u i a r . O serviço com material a u t o m o b i l i s a d o data de 1912.
A
ESCOLA
de
de
popularmente
Bombeiros
NACIONAL
DE BELLAS ARTES
Ern princípios de setembro de 1901, era a p p r o v a d o , em 3." discussão, no
Senado, o enviado á sancção presidencial o projecto que autorisava o
Variado sortimento de
cinzeiros, p i t e i r a s ,
c i g a r r e i r a s , etc. etc.
* eoÂ.
AVENIDA
RIO
s © m s A
BRANCO,
137 (LOJA)
c u u e
RIO
DE
JANEIRO
Poder Executivo a g a r a n t i r os juros e amortização, durante um quinquennio,
da somma de 7I:500$000, correspondente ao e m p r e s t i m o de 650:0C0$000 |uros e amortização de 4 % , c o n t r a h i d o pela Associação d o IV Centenario d o Brasil para o f i m de construir o actual e d i f í c i o da Escola N a c i o n a l
de Belias Artes. A planta d o majestoso palacio f o i apresentada pelo architecto e estheta Moraies de los Rios, que era, na época, um dos maiores, senão o maior, artistas no genero. Pela construcção d o elegante immovel m u i t o
se bateu o sr. Oscar Varady, que era o I s e c r e t a r i o da Associação d o IV
Centenario d o Brasil.
ti air embaumé
O primitivo e d i f i c i o f o i inaugurado em 1826, na Travessa Belias Artes. Para
primeiros directoros da Escola, cuja f u n d a ç ã o se deve a D. J o ã o VI. falavase nos nomes de Jacques Lebreton, p i n t o r francez, e de H e n r i q u e Silva,
Mas coube a esie a nomeação para o cargo, em vista d o f a i l e c i m e n t o de
Lebreton. que havia organizado os Estatutos da
Escola.
O corpo docente da nascente instituição
compunha-se dos melhores artistas francezes, que
aqui
desembarcaram d o "Calphe", vapor americano, aos
26 de março do
I8u.
Chamavam-se : J. B. Debreton, secretario p e r p e t u o
de Belias Letras, no Instituto de França,
Nicolas
Taunay, 'esculptor e estatuário, Grandjoan de Montigny,
architecfo,
Simon
Pradier, gravador e miniaturiste, François Bonrepos,
îsculptor, e François Ovide, professor de meçamca percebiam uma pensão
annuel de 800$000, que
Ihés f o i c o n c e d i d a pelo
Marquez de A g u i a r , a começar de 12 de agosto
de 1816.
A
ESGRIMA
NO
J o g o de esgrima na Escola de
Educação Physica do Exercito
BRASIL
O manejo d o florete, em que se eximiram com destreza notável, no século
ar-terior, na Europa, tantos homens de letras como de Estado, a começar por
Paul de Cassagnac, cultivou-se aqui, com pouca animação, nos p r i m o r d i o s
Dezembro — 1937
u
P r a t i c o
o r i g i n a
til
Será o
presente
distinguido
para
a s F e s t a s d e NATAL
e ANNO
BOM
1937
-
1938
tiditcvi,
A' CANETA CARIOCA
que possue o mais
f i n o s t o c k d o s artigos que
desejar.
X Caneta C a r i o c a
desta
centúria.
Em
RAMIRO
FERREIRA & CIA. -
B R A N C O , 111 —
1920, a esgrima
tomou
AV. RIO
TEL. 23-1443 -
um
impulso
klO
importante,
graças
a vários o f f i c i a e s a o nosso Exercito, que resolveram f o r m a r uma sala d'armas,
contractando.
o
OE A M O S T R A S
L E I P Z I G - A L L E M
para
dirigir,
o celebre
Brasil levantou o c a m p e o n a t o
reram,
entre
outros,
Hélio
Ferreira da Costa. De
mestre
Gauthier,
sul americano
Ramalho,
Osv/aldo
de
Paris.
Em
I922,
de esgrima, ao qual
concor-
Rocha, J o ã o
e
Padilha
I935 para cá, o gosto pela esgrima t e m
José
augmentado
surprehendentemente. N ã o só aqui. Nos Estados de São Paulo, d o Rio G r a n d e
d o Sul, d o Paraná e d o Rio. O Districto Federal está cheio d e salas d'armas.
A N H A
Filiadas á
Federação C a r i o c a
de
Esgrima
acham-se o C l u b de
Regatas
do
Flamengo, o Fluminense F. C., o Botafogo F. C., o A u t o m o v e l C l u b do Bra-
19 3 8
sil, e não filiadas o C l u b
Grajahu
Tennis C l u b ,
Colleaio
6 a 11 d e M a r ç o —
Exposição G e r a l de A m o s t r a s que
exhibe em 23 palacios no C e n t r o
a r t i g o s manufacturados.
da
Exposição
Óptica,
phia,
6
de
Cinematogra-
I4
esgrima
já
União
Brasileira
de
nho
de
a
Exposição de
de
para
Março
rnstallações completas
impressão e artefactos de
—
Grande
no
ramo
papelaria.
Feira Technica
e de
Construcções — A Exposição grandiosa dos mais moder-
I927.
ultimo,
que
no
zembro
Rio,
do
receram
ria
Salas do
trabalho
á disposição
dos visitantes
estrangeiros.
Bureaux de Informações d o Banco G e r m â n i c o na séde d o
Messamt e d o Banco A ! l e m ã o Transatlantico no Deutsche
Bank e Diskonto Gesellschaft em Leipzig.
de-
passado,
me-
da
nossa
terra
sob
fundada
nesta
c a p i t a l em
realisado
aqui
a
2 victorias e
I derrota, e
srs.
José
Ferdinando
Felix
carioca
Alessandri,
Miguel
(espada)
Cunha
esgrimistas,
de
destaque
e
e
Menezes,
com
sendo
di-
algumas
as-
sociadas dos C l u b s d o
go
Bian-
(sabre). Contamos
eximias
gnas
da
e Assis Naban,
os auspícios
5 de
Flamen-
Fluminense.
Demais informações sobre as Feiras de Leipzig, c o m o cartões de l e g i t i m a ç ã o que o f f e r e c e m a vantagem d o " v i s t o "
g r a t u i t o nos passaportes, peçam ao
"Bureau"
da
Feira d e
Leipzig
para o Brasil, Rio d e J a n e i r o
A v . Rio Branco, 6 9 / 7 7 — Caixa postal I597
Téléphoné 23-621 I
Quintino
Bocayuva
'
jucon-
(florete);
José
paulista
ii^É
da
I7-I2-I928,
(sabre).
Victo-
Carioca,
paulista
technicas
campeona-
eguaí-
Federação
calama,
revistas
(espada)
12 d e
louros
(florete).
e de
logar
aos
anno
os
a
com
teve
paulista
turismo
campeonato,
grandes
M a c h a d o , paulista
I6 pavi-
de
Esgrima, sociedade
Naval e o
da Costa
cções e engenharia em geral que demonstrará em
Exposição internacional
extrangeiras.
em
Sete
R. Icarahy. o
Club
os primeiros postos J o a q u i m Alves Bastos, carioca
os
funccionamento.
Vera-Cruz. etc. O
salas d'armas.
effectuados
primeiro
F. C., o C . de
quistaram
constru-
lhões mais de 5.000 machinas em pleno
Esgrima
também
foram
No
industria,
nos machinismos e a p p a r e l h a m e n t o s para
o C . de
possuem
tos de
mente
machmismcs
a
Photographia,
milhões
etc.
Bugra —
de
de
Cidade
Militar
Militar, o America
I ^ ^ T W
No
A
DATA-MATER
DA
AS
REPUBLICA
Quando da manifestação, levada a e f f e i t o em Petropolis, aos 5 de dezembro de 1901, ao genere 1 Q u i n t i n o Bocayuva, cujo anniversario passava àquela
data, o poeta campista Azevedo Cruz improvisou um eloquente discurso em
louvor d o Presidente d o Estado d o Rio. As phrases buriladas d o b a r d o fluminense não se perderam no espaço, mas nós achamos que repetil-as avivará
a chamma de civismo, que se reaccende em nossos peitos, nesta hora de
"fraternidade universal".
[
NOVAS
INSTALLAÇÕES
ALFAIATARIA
GUANABARA
"Faltou, general — disse Azevedo Cruz — á f i d e l i d a d e a Historia q u a n d o
assigna!ou a data-mater d o regimen republicano — o 15 de N o v e m b r o . O
15 de Novembro f o i apenas (e com isto já f o i muito) a g l o r i f i c a ç ã o d o regimen. A data, porém, d o advento da Republica é a de hoje. A existencia
da Republica bitoia-se pela vossa edade : — a sua vida, os seus destinos, as
suas glorias, os seus infortúnios aferem-se pelo cyclo da vossa missão social !
Nas cavas d o vosso rosto, nas rugas da vossa fronte, no inverno dos vossos
cabeilos, na melancholia d o vosso semblante, na profundeza das vossas pupillas
esíá, dia por dia, hora por hora. constatada a evolução da Liberdade, a
ascensão gradual da ideia republicana, com os seus arroubos e d e s f a l e c i m e n tos, com as suas aíleluias e agonias — t o d o o fluxo e refluxo da Propaganda,
t o d o o calvario dos seus dias lutuosos, toda a marcha triumphal das suas victorías".
A JIQUITIRANA-BOIA
E' REPTIL O U
INSECTO?
Tem-se discutido, vezes sem conta, nas nossas plagas, sobre a jiquitirana-boia,
procurando-se saber a sua classificação na z o o l o g i a . Nós, que já tivemos
a opportunidade, mesmo aqui na capital, de deparar com o pequeno monstro, esposamos sem pestanejar, a opinião d o conego Bernardino de Souza
(1873) e de F. da Silva C a s t r o . Aquelle culto sacerdote, que varejou
t o d o o Norte d o Brasil, conhecendo-o a palmo, opina : "Tenho visto muitos
desses animaes, cuja cabeça, sem abertura alguma, tem notável semelhança
com a castanha de um caju, e não tenho noticia de que jámais offendessem
a pessoa alguma ". E F, da Siiva- Castro : "E* uma verdadeira b o r b o l e t a em
ponro grande, cuja cabeça se torna notável pelo excessivo volume, representando protuberância vesiculosa alongada, de estranha c o n f i g u r a ç ã o . Os
indios a têm c o m p a r a d o com a cigarra, e dahi veiu chamarem-na jakirana
(cigarra, em t u p y ) ; e como lhe a t t r i b u e m qualidades maléficas e venenosas,
accrescentam-lhe o e p i t h e t o boia, que na mesma lingua significa cobra, e.
por isso, muita gente lhe chama cobra de azas. A jiquitirana-boia, como nós
a designamos, pertence á classe dos homopteros, é, portanto, um insecto.
Para uns é inoffensivo; para outros, distilla, atravez d o ferrão ou t u b o que
traz na cabeça, uma secreção peçonhenta. Ella se aproveita d o aguilhão,
não para morder os mortaes, mas para sugar o leite, de que se nutre, e que
ella procura nas arvores, especialmente no tapuru e na m a r u p a u b a " .
Esta f o t o g r a f i a apresenta um aspéto das novas
instalações
da
ALFAIATARIA
GUANABARA,
á rua da C a r i o c a , 54. O
interior da
loja
o
oferece
actualmente
maior
referida
conforto,
num ambiente de mais a p u r a d o b o m gosto.
Alfaiataria
Guanabara
de fina
vende
apenas
qualidade
A
artigos
DA
-sftr-
Ch.LORILLE
MATRIZ :
RUA
SUGER,
16
—
PARIS
m m U i
vX*f?
o t
.
SUCCURSAES
D O BRASIL :
Fy
m
RIO
DE
JANEIRO
2 7 - 2 9 RUA PEREIRA DE A L M E I D A
Tel. 2 8 - 2 6 0 6 • C o . x o P o s t a l 1123
SÃO
P A U L O
3 1 - 3 3 , Ruo D. F r o n c i s c o d e S o u z a
TEL 2 0914
Q mais importante
casa do mundo em
yintasj)e
C/mmess&o
nj)
vfi
\
tV.Í
vrí
PREMIO CARLOS
DE
VASCONCELLOS
E
stá prestes a encerrar-se a inscripção para o interessantíssimo
concurso
Premio Carlos de Yasconcellos,,, organizado pela
Sociedade que tem por patrono esse inesquecível escriptor patrício,
em combinação com " O
/ / P&J&L n a •
' • f
MALHO...
Conforme foi amplamente divulgado, o certamen consta da apresentação de um estudo critico da obra e da personalidade literaria
de um dos escriptores patrícios, Alranio Peixoto ou Gustavo Barroso,
á escolha do concorrente, sendo que ao concorrente melhor classili-
NORTE
DO P A R A N Á
F U T U RO
Esta
a
passos
onde
da
a
de
peroba
região
civilisação
como
vae
BRASIL
attesta
a
não
riqueza
penetrando
só
das
a
largos.
CIA. de TERRAS NORTE DO P A R A N Á
A
Rua
vgfi!
tora
fertilidade
niattas
f
possante
DO
V
maior
3 de
empresa colonizadora
Dezembro, 48 —
Caixa
da America
Postal,
2771
—
do Sul
São
Paulo
•j.
àa
e
r ilLt lo li
WcecLàc
PARA
UM
•
•
riSr
GOZA
CLIMA
4
•
•
- V
IDEAL!
Por que não gozar as delicias de um clima sauda-
vel durante todo o anno ?
Se não pode gozal-o nos
campos, nas praias ou nas montanhas, o CLIMATIZADOR trará, á sua residencia, esse clima
Não hesite.
ideal...
Examine o Climatizador Carrier e dote
o seu lar de uma temperatura ideal, estável, num
ambiente sem pó e .humidade.
feito, proporcionando
Viverá feliz e satis-
aos seus u m conforto que é,
também, hygiene e saúde.
G R Á T I S — Escreva para a Avenida Rio Branco 114, Rio, pedindo sem compromisso
o Folheto illustrado,
"Saúde,
Conforto e Alegria",
que explica as varias applicações
do Climatizador
Carrier.
Nome
Endereço
,
DEPARTAMENTO
DE
AB
CLIMATIZAÇÃO
Climatizador
— compacto,
pratico.
G E N E R A L ® ELECTRIC
cado, isto é, aquelle que apresentar trabalho
mais completo, a juizo de uma commissão
opportunamente escolhida, conferirá o pre-
TUDO
A'S
QUE
INTERESSA
S E N H O R A S
mio de tres contos de réis, bem como o
. . . e s t á n ' 0 M A L H O , a primorosa revista,
impressa em off-set e rotogravura e que,
ás quintas-feiras, é a leitura de t o d a gente
de um conto de réis ao segundo collocado.
Finda o prazo a que nos referimos, no dia
31 de Dezembro corrente, e os originaos
deverão ser enviados, em dois exemplares
dactylographados, sob pseudonymo, acompanhados de enveloppe fechado contendo
a identidade do autor. Cada ensaio deverá
ler. no mínimo, 150 paginas dactylographadas. Quanto ao resultado, será divulgado
em Março do anno vindouro.
Os candidatos devem endereçar os seus trabalhos para a redacção de " O M A L H O . ,
Travessa do Ouvidor n. 5-1 — sob a indicação
A
Premio Carlos de Yasconcellos,,.
"Sociedade
Carlos
de Yasconcellos..
fará editar os ensaios premiados, podendo
conceder, ainda, menções honrosas.
Certamen sob todos os títulos sympathico
já porque visa estimular a critica constructiva no nosso paiz, já porque ollerece
ensejo a que sejam estudados, sob o prisma
literário, dois altos valores da nossa intelectualidade — é de esperar que tenha despertado o interesse entre os nossos escriptores, de forma
a constituir
concorrido e movimentado.
um prélio
Carrier
simples,
O.UVIDORJô'õ
\
v.
7/
^AMALH0^)RTIGÁ0.3Ô
EPHEMERIDES DO MEZ
»- • • • • •
»• • • •I
Y
»•• • •• t •• «««
» •
•
•
.v.v
.•y•. •v• C I X T A S
» • • •
MO D E I . A DOR KS
•• •• •
»•
••
••
•• •
»•
••
•• •«
»•• •
••
•«
»•• •• •• •
.
SOUTIENS
•
•
W.Vi •
•
W A V A V A V A V A V i
V
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
.
» •
n
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Dia
•
Dia
tudos
para
feitos
•
•
•
•
• ^
•
•
•
••/
i
•
•
•
•
•
•
•
4 —
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
• • • •
• • • •
• • • •
•
«
•
• • • ••A .VV' .»V' «A' V
''.
• • • »#••••<
• • • î j> ,4 \ Av#v#%y#v#v
>v
a
ao
Santos
5 —
Rio
da
o
para
a construcção
ienente-general
liberdade
Dumont,
terá
Faia-se
em
de
um
sanatorio
que
a
maranhense
Dia
6 — O
revista
se encontra
de
próxima
em
70 kil.
E' aberta,
Municipal,
Dia
8 —
do
em
Monaco,
orçadas
de
Leitura,
Frei J o ã o d o A m o r
em
seu
paulista
será
Estado.
de
Pernambuco,
edita
fundação.
Paulo, concurrencia
as despesas
constroe
legislativa
seu 50.° anno de
São
Sabino,
horários.
assembléa
Portuguez
commemorativa
7 —
Mercado
Gabinete
Leão
Portugal.
a velocTdade
que
para
construcção
do
á nova capella
do
500:000$000.
Divino dá
a benção
S. S. Sacramento, na egreja da O . T. da I. C o n c e i ç ã o .
Dia
9 —
»hedra de
E' posto em d i s p o n i b i l i d a d e , em v i r t u d e da extincção da ca-
Physica
Medica,
Dia 10 — Circula
•••%v.v.y.;.%- •-
do Jordão
constituinte e t r a t a r á da reeleição dos Presidentes d o
•
• • • • «
Campos
n.° 7, que
Dia
•
em
da campanha
Dia
uma
•
• • •ir*
Riograndense de Letras, por O l y n t h o
Commercio.
3 — Chega
Dia
• • • • • • •
E* f u n d a d a a A c a d e m i a
1 9 0 1
2 — O major Villela entrega ao marechal M a l l e t o relatorio dos es-
Dia
• • • • • • •
• •
D E
tuberculosos.
• • • • • • • • • •
•
I —
0''ve'»ra. no C í u b d o
• • • • • • • • • • • • • é é ê .
,
• • •!•• « V . V / A V A V . V . V ,
v . v . w . v .vv . v . v ••••• ••••#•• • •• •«
vX*Ív!*> *y*v
-.;.>:.w.v«
• • • •••
•
•
J • • • • • • •
• • • • • • • •
« # » •
m
•
#
•
• • • • •• •• •• •• •• •• •• •• • •• • •
• • • • • •
• • • •
• • • • • • • • •
«
•
•
• • • • • • • • • • •
• • • • • •
.VAV.V.V.V.V.V.V/.V,
v.y.y.v.v.w.v.v• •
• • • • •!
v• •. v •. v•.•v• .• •v•. v .
• • • • •
• • • • •
•
•
• • • • • •
»# • • • • • • • • • •
• •
•
•
aerosiato
• • • • • • •
• • •
• • • •
•
•
heroe
V • • V • .'.V.V.V.V.V.V.V.
.v.v.v.w.v.v.v.v.v.v.
• • •••• •••
• •
•
+
• ••••• •é •
• • • • ••••••
•
•
•
•
M i
•
•
•
I
•
• • • • • • •
• • • •
• • • • • •
A N N O
• t••••
# ••••
m
o
na F. de
n.°
7 da
M e d i c i n a , o Prof. M a r t i n s
"Justiça",
orgão
da
Dr. José
Hygino
Teixeira.
colonia
syria
aqui
residente.
Dia 11 —
delegado
ao
Fallece
Congresso
Dia 12 —
bue
no
México o
Panamericano
ali
Presidente
do
sementes de
trigo
agricultores.
Dia 14 —
Dia
aos
fomentar
a tricicultura,
Naval, a f i m de deliberar
sobre a
da
Brasileira.
15 — Vieira
Machado
"Madrigal
E. Industriai
& Cia. editam
Pavane", de
Francisco
o "Salutaris", de A b d o n
Camara
congrega-se
questão de limites com a Guyana
nós, da
Braga.
E' p u b i i c a d a , em
arrecadação
das
em
sessão
do
"Japurá",
Dia 20 — O
deputado
para
tratar
Recife, a lei sobre o c o n t r a c t o ,
rendas dos mercados
Paraná, discursando
secreta,
o
da
Ingleza.
e
Dia 19 — O C e n t r o Paranaense c o m m e m o r a
tado
Mi-
Brasileira.
Dia 17 — A
Dia 18 —
distri-
fundação
Dia 16 — A 25 m. a S. E. da ilha G r a n d e , naufraga o vapor
diz o departamento i o Engenharia
d a U n i v e r s i d a d e de C a m b r i d g e
nosso
reunido.
Paraná, para
Roune-se o C i u b
Navai
lanez, e o
Pereira,
Sahe a lume " H e l l e n o s " , o segundo livro de versos de B. Lopes.
Dia 13 — O
da Liga
Duarte
Dr.
Pereira
Ubaldino
da
Lyra
por 3 an-
matadouros.
a data da creação d o Es-
do
Amaral.
fundamenta
um
projecto
auto-
risando o G o v e r n o a auxiliar a construcção d o aerostato dirigível d o Dr. A b e l
da Gama
e Silva.
Dia 21 — Sahe
ACHA.SE A G O R A *
VENDA
POR
PARTE. O S
E TYPOS
TODA
Redux
dos
desgaste
cylindros
dos drs. J o ã o
Redux
de
consumo
oleo
Dia 23 —
PREÇOS
o
l.°
n.° da
"Revista
de
Paulo de C a r v a l h o e Fernando
Dia 22 — O
Dr. Xavier
da
Silveira
Medicina",
sob
a
direcção
Magalhães.
examina,
em
Copacabana,
o
local
onde a C i a . J . Botânico vae construir o novo tunnel.
Marsicano
São acclamados
(violino),
Dia 24 — A o
Nicia
los. prêmios d o Instituto de Musica : C a r m o
Silva
(canto)
e
Kitta
de
Bellido
(piano).
M i n i s t é r i o d o Exterior é entregue, pela Legação
Brasileira
na A r g e n t i n a , a medalha pertencente ao soldado F. José Fernandes, d o 39.°
PERMANE-
R. de V. da
CEM I N A L T E R A D O S .
Patria.
Dia 25 —
Para o c o r p o
clinico da A . E. C . entra o Dr. Fernando
jardo, r e c e m - f o r m a d o pela nossa F. de
Dia 26 —
WAKEFIELD
pelo
Banco
E' a r r e m a t a d o
Rio M a t t o
Dia 27 —
ria mascarada
Dia 28 —
todo
Grosso,
por
o
Fa-
Medicina.
acervo
da
Cia.
Marcenaria
Brasileira
550:000$000.
E* inaugurada, ás 9 horas, na fortaleza de São João, a bate"Marechal
Mallet".
E' regulada
a
lei municipal
de
19-7-1899
relativa
á
esterili-
sação dos utensílios usados nas barbearias.
Dia 29 — Conclue o 5.° anno medico, com distincção, o Dr. F. Pinhei-
MOTOR
DISTRIBUIDORES
ROCHA
COUTO & C
DE M A R C O
OIL
133 -
RIO
ro Guimarães.
Dia 30 — O
Governo do
por i n t e r m e d i o d o London
Dia 31 —
"Morgadinha
Lucilia
Peres
Pará
inicia o resgate das A p ó l i c e s de
1901,
Bank.
desempenha,
de Val-Flor", no
Recreio.
pela
l.a
vez.
a
protagonista
da
(AVAUI.E
ICLO
dia de Natal c para uma grande parte da gente civilisada o mais
w
bélo (lia do ano. Para cada um dos mortais que teve a fortuna de
1er um (ilho e tem a gloria de o ver feliz, o dia em que ele veio á luz
é o grande dia da vida. Christo creança, ornando como uma gema luminosa a pobreza do estábulo em que nasceu, é olhado pela generalidade
das creaturas como o simbolo da geração e o dia do seu nascimento se
incorpora aos dias festivos da familia. I er consagrado esse dia ao preito
da christandade foi inspiração profundamente humana, e a Humanidade
soube responder á sugestão que veio do fundo dos tempos. Em todos os
cantos do mundo creado sob a influencia do sentimento christão, as festividades do Natal se generalisaram, penetraram no sentimento popular
e encheram cie alegria o espirito das creanças, assumindo em cada canto
um aspecto característico adaptado ás respectivas condições naturais.
N o Brasil, ha outras festividades ligadas á significação religiosa, que se
introduziram efectivamente mais nos costumes do povo, como as de São
João, as dos dias de Reis, por exemplo. Quanto ao Natal, pôde se dizer
que veio a ser celebrado cm nossas casas por influencia da civilisação europca. l oi uma prática que veio com a imigração especialmente dos povos
do norte da Europa, onde as festividades do Natal se realisam com extra
ordinaria generalisação.
I )escendente. peio lado materno, de gente dinamarqueza, desde meus primeiros anos tive o dia de Natal alegrado com os clássicos pinheiros, iluminados por dezenas de pequenas vélas de côr, adornados com toda a sorte
de enfeites brilhantes c de brinquedos que ás creanças iam ser distribuídos
por sorte.
P., já uma semana antes do dia, em casa não se falava cm outra cousa,
sendo que, se o espirito da creançada vivia ancioso dentro de grande espectativa curiosa, também os mais velhos se préoccupavam com as festas, pois que viviam na azáfama de tudo preparar em segredo, para causar surpreza. buscando arranjar a arvore com mais gosto e luzimento que
nos anos anteriores, para maior alegria da petizada. E tudo éra fácil
parque o mercado da cidade se abarrotava por esse tempo, de tudo o
que éra preciso para completo adorno da arvore, e até mesmo pinheiros
vivos, plantados em tina, de um. dois c mesmo 1res metros de altura,
éram para a festa importados da Europa.
RODRIGO
OCTÁVIO
>
Chegava, por lim, o grande dia, anciosamente esperado. N a vespera, á
noite, cada qual punha o sapatinho, perto das janelas, para recolher o
que durante o sôno lhe trouxéra o menino Jesus; e logo, pela manhã,
éra o sobrcsallo com que, mal desperto se corria para buscar o que Havia trazido a generosidade do invisível ofertante. I*. durante o dia, a toda
a hora, chegavam presentes. Era um dia de surpresas e de alegria.
 noitinha, logo apoz o jantar, abriam-se as portas da sala em que fôra
armada a arvore, que aparecia aos olhos das creanças no deslumbramento de uma visão maravilhosa. E a distribuição dos pequenos presentes
pendentes dos gálhos da arvore se fazia, no alvoroço da creançada, em
que muitos ficavam descontentes com a escolha da sórte, que se havia
mostrado mais generosa para outros. Mas os ressentimentos passavam; havia sempre algumas prendas sobresalentes para contemplar os menos satisfeitos. I*. seguiam-se a música e as rodas em torno da arvore e as dansas acabando, geralmente, a noite com a brincadeira do anel, do lenço
escondido, do carneirinho — carneirão. E com emoção que registro estas
notas porque, em minha casa essas práticas que me alegraram a moci-
beça envolta num chalé preto arranjado de modo que, só pelo envie-
dade, seguiram para alegria de meus filhos c persistiram para gáudio de
zado de uma fresta pôde um dos olhos se comunicar com o mundo ex-
meus netos.
terior. Estranha figura de mvstério, anacrônica no coquetismo exaltado
Em outros paizes a celebração assume outros aspectos. Coube-me uma
desta hora da vida social, cm que a redução dos estofos cresce, de modo
vez passar o Natal cin Nova York. A í a festividade se apresenta popular,
ruidosa, na maior expansão. Por certo, no interior de muitas casas, ricas
c pobres, brilham as luzessinhas das arvores de Natal e em tôrno das
quais se expande a alegria da creançada. O
grosso da
festa, poiéni,
se faz, fóia de portas, nas ruas e praças da cidade, a que ocorre um
formidável aglomerado de «ente. fü a noite da grande festa populai.
Iodos se agitam, gritam, batem tambores c latas, assopram gaitas, numa
grande movimentação c barulho atordoador. A
todo o momento surge,
viva e solene, a clássica representação do Pcipa Noel, de grandes barbas
brancas, envolvido numa túnica vermelha, amarrada na cintura, com um
alto chapéu afunilado, fazendo prédicas c procurando vender toda a
sorte de bugigangas. E segue assim a noite; só a luz do dia vem por
alarmante, em ambos os sentidos do corpo, dos pés para cima, do pescoço para baixo, numa vertiginosa tendencia para a restauração das primitivas tangas de nossas ingénuas caboclas; estranha figura de mistério
que me fez parar, estático, na indíscreção de minha surpresa por espetáculo que, nem a visita de cidades da vélha Espanha metropolitana me
proporcionára jamais. Informaram-me aí que éra uma reminiscência da
intromissão oriental nos costumes de Espanha, esse estranho trajar e de
que muito uso fizéram as limenhas até meiados do século passado. C)
agudo zélo dos maridos só permitia a saida do páteo interior, que é uma
estilisação do harém, levando a mulher comsigo o segredo impenetrável
de sua pessoa.
ordem e impor silencio á vida urbana.
Pódc ser que fosse esse o motivo criador do singular costume. Cérto é,
A surpreza mais interessante, entretanto, que me proporcionou o dia de
porém, que Basilio I lall, oficial da Marinha ingleza que publicou, cm
Natal. eu a tive na vélha cidade colonial de Arequipa, na altura dos
Londres, cm 1824, um interessantíssimo "Diário
Andes, no coração do Perú.
te á sua estadia no Perú, nos anos de 1820 e 1822, informa que esse
Passei aí os últimos dias do ano de 1924. Na manhã de Natal, fui per-
original modo de vestir é geralmente empregado pelas mulheres para sur-
correr as velhas e arlislicas igrejas onde se celebravam, para uma mul-
preender, nas missas e festividades religiosas, a infidelidade dos maridos
tidão devota e respeitosa, os oficios do dia.
e dos noivos. As versões não se conciliam, mas qualquer delas pôde ser
E por vezes se me deparou, ao lado da indumentária feminina das man-
verdadeira, se é que não sejam ambas.
tilhas de renda e dos pentes a Itos, cm esbeltas figurinhas de fina cin-
Estas são as reminiscências que ficaram de anos passados e recordá-las,
tura, como também com alguns vultos de tapadas, mulheres com a ca
vivendo as de novo, é um privilegio da velhice.
de Viagem,,, referen-
Dezembro — 1937
ftUSTAYO
DA
B A R R O S O
ACADEMIA
BRASILEIRA
N
aquela noile de Natal, de volta da missa do gaio na Mecejana, eu e o meu primo João fomos dar uma volta a cavalo pelos taboleiros da redondeza, antes de nos recolhermos ao sitio do
Itamiié. Galopavainos pelas sinuosas veredas brancas que se cruzavam c recruzavam em labirintos, no meio dos coassús e dos muricizeiros. I )e vez cm quando, a copa dum cajueiro frondoso en
chia o espaço c o perfume ac re dos seus frutos maduros boiava no
ar. Aqui, ali. os fustes dos coqueiros dominavam a vegetação rasteira e esparsa.
A s vezes, o terreno plano e arenoso de repente corcoveava. endurecido em labatinga ou barro vermelho, debruava-se, enrugava-se
numa ribanceira, dando para uma vasante, um alagadiço, uma
beirada de lagoa ou de levada. E, logo, o gemido triste, aflautado
dos leques das carnaubeiras, tangidos devagarinho, '">mo violas,
poios dedos do vento, nos enchia os ouvidos.
N o frescor da madrugada, que vinha perto, sentia-se j m gosto salino. E que, perto, rolava o mar na barra do Pacoti, por trás dos
morros alvos do Sabiaguaba. Rareavam os bacuráus saltitando á
Irente dos nossos cavalos marchadores : o Xico do Carmo,
que to
mára este nome tio seu primitivo dono, e o A/e/af/õo, baio soberbo
de canos pretos, destinado, por ser saltador, a morrer estrepado numa estaca de sabiá das cercas da Precabura.
Nosso rodeio levava-nos a um terreiro conhecido e frequentado, o
do João C anivetc. carapina famoso, montador de prensas e de bolanüeiras, que vinham chamar de longe, do Cascavel e até do Jaguaribe. N ã o era cie quem nos atraia com a sua caia de sapoti
murcho ou de maracujá de gaveta, com a sua conversa mole e
desenxahida. com o café aguado que servia ás visitas, com a sua
casa fie taipa e telha toda pensa e rachada, coberta só numa
agua, faltando a outra e fazendo vez de telhas o enramado pre
cario do melão de S. Caetano. Porque, depois que lhe dera urr.
ar-do-vento (ave, M a r i a ! ) , que lhe empenara um braço, logo o
direito, o carapina roia os ossos da miséria. Quem nos atraía eram
as suas tres filhas : Raimunda. Maria e Vitória, de pele morena e
lisa como as frutas do mato, de olhos escuros e vivos como os dos
bichos do mato. A mais velha, Raimunda, tinha dezoito anos. As
outras, daí para baixo. Nós dois mal passavamos dos dezesetc.
Está explicado tudo.
Conhecíamos as Ires graças aos encontros do acaso. Passando um
dia pela estrada, davamos com uma carregando o pote de agua á
cabeça, toda coberta de trapos e molhada. Baixava os olhos para
nem ao menos responder ao bom dia. Outra feita, chegando inopinadamente a cavalo, ao rompermos do mato fazíamos com que fugissem desabaladanienle do roçado onde trabalhavam. O u ainda,
beirando um cercado, dávamos com elas tirando leite duma cabra.
Mas, se visitávamos o casebre, nunca as viamos de uma vez. Suportávamos a conversa mole e desenxahida do velho até ele pedir
o café. Aparecia uma delas com a cabeça sumida nos ombros, os
olhos cravados no chão. Mugíamos distração e, virando-nos repentinamente, davamos com as suas pupilas nos examinando. Sentiamos também que outras pupilas nos espiavam das frinchas da parede da camarinha. A s vezes, vinha dali um leve rumor de vozes ou uma risadinha abafada. Mcavamos sorvendo lentamente o
cafezinho pálido com gosto de rapadura. Quando depúnhamos as
chicaras sobre uma mesinha tosca, único movei da sala, além de
dois tamboretes de amarelinho, a mesma voltava ou surgia outra,
para levar a louça.
Créados naqueles taboleiros. filhos e netos dos donos daquelas
terras, antigos concessionários de sesmarias, fundadores do município, desbravadores de matas, fecundadores do deserto, aldeadores de indios mansos, vivíamos em comunhão com aquela população tradicional e como que parada no tempo e no espaço, vegetando feliz e silenciosa na paz dos ermos banhados de sol. Andavamos por ali tudo, frequentávamos todas as casas, conhecíamos
toda a gente, dansavamos em todos os sambas e bailes, não faltava mos a casamentos e batizados, e, interessávamos a todas as moçoilas casadouras. O n d e quer que chegássemos, todas elas apareciam e, apesar da natural timidez e do recato tradicional das roceiras, umas até pareciam oferecidas. . . Menos as Ires filhas do
velho carapina : Raimunda. Maria e \ itória.
Essas somente podiam ser vistas de surpresa. Em casa. só apareciam chamadas pelo pai, uma a uma. As tres juntas, nunca. Pelo
menos duas, lambem não. E nós havíamos notado que usavam o
mesmo vestido de chila de olho. côr de rosa. com bolas brancas,
um tanto desbotado, de feitio antigo, mangas de presunto, papos
caídos, tres ordens de babados, um nunca acabar de pregas. Seriam tres vestidos iguais, feitos da mesma fazenda c pelo mesmo
molde para tres irmãs, como é costume em muitas famílias Ü Não.
Ficava mais curto na mais alta, que era a Maria, c demasiado
comprido na mais baixinha, que era a Raimunda, a primogênita.
O vestido côr de rosa era um só. era o único vestido apresentável
naquela casa paupérrima. Por isso. as moças só podiam nos apparecer uma a uma. . . Coitadinhas ! . . .
Naquella no ile de Natal. a lua derramava a sua prata imponderável,
poeira de luz e de mysterio, por aqueles taboleiros poéticos, borboleteando nas rugas sutis das aguas tranquilas, dissolvendo-se no ar puro
como um perfume suave, escorrendo pelos fustes das palmeiras, gal
vanisando os galhos nús dos arbustos e vestindo de fantasma branco
cada tronco de arvore morta. Na deliciosa suavidade noturna, os cavalos baixavam as cabeças e demoravam o passo macio. De repente,
o encanto do silencio e da luz perfumada se quebrou : um cão começou a uivar desesperadamente, funebremente, sem parar um instante. Arripiava a gente f
A o nos aproximarmos da casa do João Canivete, começámos a encontrar homens e mulheres pelas veredas, seguindo a mesma direção.
Moradores daqueles sítios, pareciam ir a uma reunião. Fomos andando e verificamos que a reunião era um velorio na moradia do carapina. Morrera uma das meninas, a mais moça, Vitória. . . Soubemos
disso num grupo de roceiros, ao pé da habitação.
— De que morreu, que mal pregunlo / indagou um deles para outro.
— Diz que duma espinha que amalinou. Foi da noite pro dia. . .
A casinha humilde estava cheia de mulheres. Os homens apinhavamsc no terreiro. Esperava-se a manhã para fazer o enterro. Demos uma
olhadela ao copiar. O corpo da rapariga se achava deitado numa esteira sobre o chão batido. Em volta, os lábios femininos rezavam.
Duas veias de cêra de carnaúba ardiam-lhe á cabeceira. Estava vestido com o vestido côr de rosa, o único decente da familia. Com ele
foi para o cemiterio da Mecejana. ao romper o dia, dentro duma
rede pequenina, carregada aos ombros dos caboclos que sincronizavam o passo pelas veredas sinuosas c brancas, grilando :
Cheguem, irmãos das almas !
E de todas as casas saiam homens e mulheres, os homens para carregar o corpo, as mulheres para rezar pela alma. Cabisbaixos, tristes,
acompanhámos o enterro humilde e, assim, terminou a nossa noite
de Natal.
Foi a ultima que passei naquela região. A vida atirou-me para longe.
Dez anos depois, voltei e indaguei pela lamilia do João Canivete,
líle morrera.
— h as filhas •
O Ramalhinho, meu informante, respondeu :
— A Maria foi trahalhar fia capital e Iiçou toda esbagaçada debaixo
dum trem, virgem Maria ' Diz c j u e nem se sabia o que era osso e o
que era carnc ! A Raimundinha embarcou para o Amazonas com um
sujeito. O Zé \ enancio, que veiu de lá, contou que ela ia numa
canôa que virou e os jacarés comeram a desinfeiiz. . . .
lai fiquei pensativo, lembrando-me daquela noite
vira a pobre da \ itória levando para o túmulo o
das Ires. A s outras duas não puderam ser vestidas
Até na morte, as coitadinhas estavam destinadas
só. . .
de Natal em que
vestido cor de rosa
depois de mortas.
a ter um vestido
o
EXOTISMO
DA
CIDADE
Relogio de Saxe com
cavalleiro
romanesco
Buda
Trapeiro,
com
gestos vivazes, uma das
esculpturas
oncontradas no " A o Fa* Tudo"
Buda familiar
H
China
a na c r e a t j r a humana, uma tendencia para admi-
se na literatura e na arte da Grécia, de Roma e da
rar as cousas imprevistas, que seduzem pela sua
Renascença, que
r a r i d a d e ou pela sua singularidade, que
riadores, chronistas, aventureiros e poetas, cujas emo-
intrigam
doram
pelas suas novas formas, attrahem commentarios d i f f e -
ções se basearam
rentes d o senso commum
estrangeiro.
e vulgar de t o d o s os dias.
Essa tendencia se manifesta em todos os povos, existe
em todas as classes, no camponez que vivo p a c i f i c o o
no transeunte das grandes metropoies, que se agita a
todas
A
da
as horas, numa f e b r i l
inconstância.
moda, as lettras, a pintura, a comedia, o drama e
o cinema, exploram esse sentimento universal, que defino o homem e a sua volúvel
natureza, essa necessi-
Na
actualidade,
instincto,
mais
ao
mundo,
nas novidades
o
turismo
vivaz
no
peregrinos,
de
sobrevive
individuo
histo-
fora, vindas
á
custa
moderno,
desse
do
em todas as outras épocas, porque as relações
nacionaes approximaram
do
as raças e puzeram em
que
intercon-
f r o n t o os seus costumes.
Ha
em
Paris,
Londres,
New-Yorlc,
Berlim,
Chicago,
d a d e constante de variar de gosto e de
perspectiva,
Shanghai, Toldo, bairros, ruas e casas, que concentram
de
Os
os olhares d o turista, pelas suas extravagancias e pelo
sentir
viajantes
ignotos
impressões
que
frescas
desafiaram
e originaes.
terras desconhecidas,
e paizes mysteriosos, obedeceram
pulso, velho como o mundo e sempre
antigos
mares
a esse
im-
novo como as
colorido
bizarro
possuo t a m b é m
dos
costumes.
O
Rio
de
Janeiro
o seu exotismo, sem falar no Pão de
Assucar e na Pista da Gavea, nas Furnas ou no Bico
gerações.
d o Papagaio, paisagens que andam em revistas e car-
O
tazes pela Europa, que já serviram de pretexto de li-
exotismo e as suas feiticeiras surpresas, encontram-
O legendário' Dragão
dos povos
asiaticos
Um personagem mys
te r o s o que recorda o
gosto
primitivo
da
China
U m deus cabalístico, que faz
lembrar os rituaes da magia
teratura
a centenas de
escríptores. As Cûiûs
de
an-
Durante umâ
rápido
inspecção, phofoçjrapfiámos
t i g u i d a d e multiplicam-se na cidade carioca e nas suas
mas que
nos pareceram
collecçõos
Mas
bres de
vemos
de
pintores
vez
em
italianos,
quando,
flamengos,
franceies,
alie-
mo, o carioca pode examinar caprichosos Budas,
naquelle
Hespanha, J a p ã o ,
cobrimos
gios
de
mesa
das
por
algum
confundem
singulares,
pelas suas mysteriosas
que
nos
expressões.
Nymphas,
Ha dias, o acaso nos poz deante de uma dessas col-
Sem
îecçoes
sensação
de
coisas
attrahem certos
Foi
no
louça,
"Ao
fazer
Ahi
Faz T u d o " ,
terra
tartaruga
e restaurar,
encontrámos
bizarras,
originaes
que
temperamentos.
porcellana.
drepérola,
antigas,
uma
cotta,
e acceita
conforme
coisas
casa
que
biscuits,
trabalha
em
mármore,
ma-
antiguidades
o desenho
espantosas,
ou
attrahentes, algumas das quaes devem
mais
pressivas.
em balaustradas floridas cavalieiros de armaduras. Des*
figuras
ou
ceie-
gões,
bronzes,
preciosas
quadros
mães, hoilandezes, com figuras dos tempos medievaes,
velhos
mais
aígü-
para
re-
simplesmente
constituir
pre-
Rio,
uma
entendido
osse
viagem
desconhecido,
crenças
remotas, toda
gostos, de cuja
estatuetas
da
de
exotis-
índia,
inscrustações cabalísticas,
ourives
do
de
museu
China,
uma
existencia
astrologia.
"bric-á-brac"
pela
cheio
na
de
nem
nos dá
antiguidade
e
usos absurdos
infinidade
Rio de Janeiro, cultivam
que
falam
ciosidades para os colleccionadores o conhecedores do
var as sensações da vida
genero.
instincto
do
homem
pelo
e
de
de costumes e
como
dessas originalidades,
das
a
sonhavamos.
no seio de uma v e r t i g e m toda
excentricidades
relo-
esculpi-
As cidades modernas, que crescem e p r o g r i d e m
tretém
Dra-
jarros de saxe, pias gothicas,
mundo
o
primitivo.
Sátiros,
com
sahirmos
verdadeiro
ex-
eras
en-
material, essas
perdidas.
Reno-
por todas as formas, eis o
moderno.
uczemoro -- VM7 15
D. A Q U I N O
CORRÊA
DA ACADEMIA
BRASILEIRA
Nnc( iielle t e m p o , estes gentis e ledos
S í t i o s d o C u i a b á e r a m cobertos
S ó de altos e " g r a n d i o s o s arvoredos .
E e r a m de ver e n t ã o , e m flor abertos,
listes sertões, o n d e a P r a i n h a c a v a
O s seus m e a n d r o s t i m i d o s e incertos.
A m b o s os m o r r o s , i n d a e m s u a b r a v a
Belleza a n t i g a , ao r e t o r n a r das c h u v a s .
R i a m ao g r a n d e sol, <(ue os r e d o u r a v a .
E o s t e n t a v a m as flóridas p i ú v a s ,
L i m a s vestidas de o u r o , o u t r a s de rosa,
E n t r e a e s m e r a l d a clara das c h i m h u v a s .
E c m toda a parte, n a a m p l i d ã o r a d i o s a ,
V i a m - s e as p a l m a s c esses l i n d o s troncos,
A c|ue, b e m a l t o , a o r c h í d c a e m flor se esposa.
M as n ã o raro l a m b e m , m e d o n h o s roncos,
E n t r e o gorgear d o passaredo u l a n o ,
E c h o a v a m perto, nos algares broncos.
1 al era o C u i a b á , cjuando nesse a n n o
D e v i n t e e dois d o século dezoito,
Ac(ui chegou o a u d a z e o r o c a b a n o t
M i g u e l S u t i l ! o c|ue feliz c a i o i t o ,
L a n ç o u as bases de u m a gra cidade,
N este de feras verde v a l h a c o i t o .
M a s lhe p a g o u a terra, n a verdade,
C o m a m a i o r " m a n c h a de o u r o
brasileiro,
D e cjue h a v i a m e n ç ã o nacjuella c J a d e .
P o i s n o " 1 aiicjiie d o E r n e s t o
sobre o o u t e i r o ,
I iraram-se " m e l h o r de <(ualroccntas
A r r o u b a s de o u r o , nesse m e z p r i m e i r o .
A s s i m , entre bonanças e tormentas,
1 oi crescendo o a r r a i a l , c(uc hoje floreja
E m I ã o vastas c o n q u i s t a s o p u l e n t a s .
N a c j u c l l c a n n o , c o m p o m p a sertaneja.
Erguera já o capitao-mór Jacyntbo
B a r b o s a L o p e s a p r i m e i r a egreja.
M a i s n ã o era c(ue u m r ú s t i c o recinto,
O n d e , nas festas, u m a c o l u m n a t a
D e flor s u p p r i a os capiteis e o p l i n ti> o.
E foi a b i , sob u m l u a r de p r a t a ,
Q u e se c a n t o u , c o m célica alegria,
o
p r i m e i r o N a t a l nesta a m p l a m a l t a .
C o b e r t a só de p a l h a , parecia
1 oda a egreja u m presepio, i l l u m i n a d o
P e l o o l h a r de Jesus e de M a r i a .
N e m f a l t a m os pastores, l a d o a ln<lo <
S ã o b a n d e i r a n t e s , c|ue nas rudes vestes,
F o r m a m u m bello g r u p o a j o e l h a d o .
E são. a l é m dos n o m e s , cjue j á lestes,
G a r c i a , A n t u n e s , C o i m b r a c u m a fieira
L u m i n o s i s s i m a de heróes agrestes.
M a s d e n t r e todos, eis P a s c h o a l M o r e i r a
C a b r a l , o g u a r d a - m ó r das n o v a s m i n a s ,
C u j a f i g u r a emerge, h i r t a e fragueira,
A o t r e m u l o c l a r ã o das l a m p a r i n a s .
Cuiabá,
1937.
A
K
K
DE
A
\ II
S .
A
- C E'
O
P A U L O
A f e b r e de construcção de arranha-céos está e m p o l g a n d o S. Paulo. Por t o d a parte levantam-se enormes
prédios de c i m e n t o armado, moldados em estylo sobrio, de linhas simples, que caracteriza a moderna
architectura.
Os aspectos urbanos da c a p i t a l paulista
fixavam,
o u t r ' o r a , só a massa imponente d o p r é d i o M a r t i n e l l i .
Este continua sendo o e d i f í c i o mais a l t o d e São Paulo,
mas por t o d a a vasta area da dynamica c i d a d e bandeirante, outras massas imponentes se levantam, fechando o horizonte, alçando contra o céo as luzes
dos annuncios. E os esqueletos de outros monstros
architectonicos se erguom, a q u i e alem, a c c e n t u a n d o
ainda mais o aspecto modernista e constructor da met r o p e i e paulista.
O Datai
estie creança aquele detento, numero 498, tivera horror á ordem. lira seu feitio. Em pequeno, calçava, propositadamente, o
sapato de um pé no outro pé, comia a sobremesa antes da sopa, o
assucar antes do café, dava bôas tardes pela manhan, e bom dia ás
dez da noite, e até na igreja, na ladainha, cantava o ora pro nobis
quando entoavam os outros o nome do santo. — Fazia tudo, emfim,
ao contrario. Muitos comentavam penalizados :
— Coitado desse menino: nasceu errado. E
gira,,.
Ele ria-se. Entendia que os outros é que estavam errados, pois
sujeitavam-se a regras, a convenções e a modas só porque lhes diziam
que era o certo ! Escravos inconcientes de mil donos, na maioria desconhecidos ou olvidados no tempo, supondo-se livres. Ele emancipa ra-se. Revoltava-se até contra os fenomenos naturais,
— Q u a n d o chove e os outros abrem o guarda-chuva, eu tiro o
chapéu e exponho a cabeça á chuva.
N a escola primaria disse-lhe o professor :
— Você é menino relapso, nunca cumpre seus deveres.
— Quem cumpre isso a que se chama deveres, é o medroso, o covarde que teme o castigo. — replicou-lhe ele.
— Se não mudar de ideias
retorquiu o professor acabará na cadeia.
E' possível. Mais tarde, porém, do que o professor e toda gente,
que já vivem na cadeia sem o saber.
I antas fez que certo dia foi expulso da escola.
— Ponha-se daqui para fora para não contaminar a escola !
vociferou o educador.
Ele saiu altivamente. Na porta, fez uma careta ao mestre, e enchendo as bochechas de ar. metralhou-o com uma porção de estalos.
O mestre tomou de uma régua e caminhou para ele, mas já o endiabrado saira cm disparada. A escola inteira ria, e foi sobre os
certos, os disciplinados, os escravos, que recaiu a cólera do professor. . .
— Copiem todos duzentas vezes na hora do recreio o primeiro canto
dos Luziadas.
Em casa, o pai bateu-lhe, exclamando:
Esse menino não sei que demonio o fez.
—- Devia sabe-lo, pois é o autor de meus dias! — replicou-lhe ele.
Para que o disse ! . . . C hoveram as pancadas.
— Não faça isso — exclamou a mãe aflita — Você assim o torna
ainda mais revoltado.
Valeu-lhe esta frase sensata um palavrão do marido que, arrastando
o iilho pelo braço, o atirou na cafúa, a pão e agua, "para quebrarlhe o gênio,., quando ia justamente fazer o contrario,... Como
andam errados certos pais í
A mãe, rastejando na sombra do corredor, de medo do verdugo,
levava doces, frutos e conselhos ao pobre filho, que por ter nascido
errado lhe merecia mais carinho. Ela, coitada, fôra obrigada a
casar-se com aquele homem, e resignadamente "padecia-o.,. O
menino se gerara naquela opressão de cativeiro. A pobre mãe, por
instinto, percebia naquela revolta tudo quanto ela trazia recalcado,
e que explodira no temperamento do filho. O 498, contando-me
esse fato. dizia:
— Eu beijava aquelas frutas porque vinham orvalhadas das lagrimas de minha mãe, a única creatura que me compreendeu e
amou. Prometi-lhe tornar-me "certo,, ou "escravo,, como os outros,
para não faze-la chorar. Ela sorriu, tristemente, disse-me: Você
não poderá faze-lo. c não tem culpa disso.
Q u a n d o ele saiu da cafúa. mostrou-se outro: passivo, obediente,
manso.
18
Illustraçao
Brasileira
\
\
rr a
O
pai, vitorioso, perguntou á mulher:
Quem tinha razão ? O potro doma-se com chicote e esporas.
Ela não respondeu. Sabia que eram suas lagrimas que germinavam
na alma do filho. . .
O 498 pensou:
— A noite .'ião será a alma das mães chorando o destino dos filhos
errados no orvalho das manhans ?
No intimo aquele criminoso nato, aquele degenerado para a sociedade.,, como dizia a Justiça, tinha tanta ternura como as mais
delicadas almas. Mas tudo lhe saía na vida, ao contrario. Aquela
fase de regeneração,, não tardou a ser interrompida.
Certo dia a mãe foi a uma festa sem haver pedido para isso permissão ao marido. Grande crime! Cometera-o quasi involuntariamente. Tres amigas haviam-lhe entrado em casa, risonhas, rumorosas, festivas como um feixe de raios dc sol.
— Temos uma festinha em casa, sem ceremonia, arranjada ás
pressas. V iemos busca-la.
— Meu marido não está. N ã o gosta que cu saia sem sua licença.
— Isso é humilhante. Pois uma festa em nossa casa, que poderá
dizer ele í
Até nos ofende. . .
A coitada, para não ofender, deixou-se levar, certa de voltar para
casa antes do marido. Não a deixaram, porém, sair, e quando ela
tremendo, chegou a seu lar, esperava-a o marido, andando de um
para o outro lado. com um chicote na mão. Recebeu-a com um
enxame de palavrões torpes. Ela apenas disse, humilhada:
— Perdôe-me. . . f i z m a l . . . não devia ter i d o . . .
I". as lagrimas brotaram-lhe, abundantes, dos olhos.
— Você nao passa de u m a . . . dc uma grandíssima . . .
O 49S, contando-me isso, exclamou:
— N ã o lhe repito a palavra porque ainda hoje me faz ferver o
sangue. Minha mãe. disse-me ele, era puríssima, virgem na alma,
e virgem ainda mesmo no corpo, porque fôra violentada e não
possuída por aquele barbaro. Ela não lhe respondeu. Continuou
a chorar. Faz-se, agora, de vitima — bradou ele — Pois. então,
chore com razão! E naquelas faces candidas, tão belas e tão desmaiadas como uma flôr castigada pelos ventos cruéis do destino,
estalou uma bofetada... Naquelas faces, únicas na vida que se
haviam encostado a meu rosto para consolar-mc! Naquelas faces
de Nossa Senhora, o peito trespassado dc setas, e o olhar ainda
cheio de resignação e de piedade. Meu pai levantou o braço e uma
chicotada sibilou no ar. Saltei contra ele, e agarrei-lhe o braço.
Mais forte do que eu, atirou-me ao chão, delirante de odio. Minha
mãe gritou-lhe, já então outra, despertada para a defesa do filho:
— A ele não!. . . Bata -me, bata-me quanto quizer, mas cm meu
filho não ! Travou-se a luta entre nós tres. O revolver que meu pai
sempre trazia comsigo saltou-lhe do bolso. Senti-lhe a bota pisar-me
o rosto, e ouvi-lhe a voz: — Vou esmagar esta víbora, seu digno
filho! O sangue empanou-me a vista. Tomei do revólver e atirei.
Meu pai, levando ambas as mãos ao ventre, caiu. Apavorado com
meu ato, abri a porta da rua para fugir. Era dia de feira. Uma
onda de curiosos acudira. Levaram-me preso. D e todos os lados
eu ouvia: N ã o se poclia esperar outra coisa clesse monstrinho.
Matar o proprio pai, um chefe de familia exemplar !
o 498 foi absolvido daquele primeiro crime não tanto pelo argumento da legitima defesa como pelas suplicas da mãe, que batera
a todas as portas de jurados c julgadores.
— Mudamos de terra — contou-me ele. — Minha mãe pediu-me:
C
li
A
11
I)
I
O
I)
Da
E
S O U Z A
A c a d e m i a
B r a s i l e i r a
Vamos comprar uma terrinha longe, longe, no mato, longe de
todos, onde viveremos os dois e um ou dois camaradas apenas.
Compraram um sitio abandonado numa região deserta de minas
esgotadas. Na primeira noite, a casa tristíssima no seu silencio,
apenas interrompido por bramido de feras que a rondavam, a mãe
exclamou:
— Como isto é triste. Vamos morrer de isolamento. Voltemos para
a cidade. N ã o quero sacrificar sua vida.
— Seremos felizes, minha mãe. Seremos livres, e basta isso para a
felicidade.
— Se houvesse ao menos uma mulher para v o c ê . . . —- disse ela.
— 1 Ia a senhora, que é a mais pura de todas as mulheres.
Não lhe bastará meu carinho. . .
Pensaremos nisso, depois. Por emquanto gosemos nossa emancipação — replicou-lhe o 498.
Correram os dias. O 498 ocupado em limpar as velhas plantações,
a mãe, tratando da casa.
Quando começava a anunciar-se a colheita, apareceu um individuo fardado, ou meio fardado porque o uniforme estava em pedaços mal cerzidos, lodo ele, nas faces esqualidas e na roupa esburacada, parecia um símbolo de fome. Era um fiscal municipal.
Viera lançar a propriedade, já trazendo um auto de multa por
não ter sido feita ein tempo a declaração da lavoura.
— listou plantando apenas para nosso gasto — disse o 498. — N ã o
pretendo comerciar nem ter relação aiguma com o município.
— N ã o está isento, porisso, dos impostos.
— O imposto e pago como compensação aos benefícios que o cidadão recebe do listado. A q u i o município nada fez. A o contrario, deixou tudo ao Iéo. N ã o me pôde, pois, cobrar impostos.
— O senhor pagará impostos ainda que vá para uma ilha deserta
porque não ha terra sem governo.
Então, aqui neste cafundó abandonado, continuarei a ser escravo (
O
\
fiscal muito surpreso perguntou-lhe :
— Escravo por que ? Somos todos livres aqui.
Mas se deixam extorquir sem protesto. N ã o pago imposto algum, pois seria ilogico que o fizesse, já que nada peço nem recebo do fisco.
— I )esculpe-me, mas o senhor está errado.
Errado está você suppondo-se autoridade porque veste essa farde! a. Deixe-me cm paz.
O fisca!, tomando-o por louco, despediu-se. Dias depois, recebia
o 498 uma intimação. Rasgou-a, bem como a uma segunda.
A colheita da pequena lavoura terminara. Tudo excelente. O
498 levara os primeiros frutos colhidos a sua mãe, que se
acamara doente de estranho mal, sem dôres. sem sintomas aparentes : —- I rouxe-Ihe os primeiros frutos de
sua benção, minha mãe.
V ã o dar-lhe saúde.
Ela sorriu com a tristeza longínqua que sempre
lhe boiava nos olhos, como se tivesse nostalgia
de um mundo de bondade do qual viera.
Perguntou-lhe se havia
providenciado
acerca das intimações.
Tudo está em ordem — respondeu
ele. — O s do município acabaram
achando que lenho razão, e deixaram de incomodar-me.
M
a*"
/
A
Vista
aerea
portiva
do
çáras,,,
na
de Freitas,
. .
Nas semanas seguintes ela peiorou. Definhava sem queixar-se, como definham rapidamente os dias sem luz.
Vendo-a assim, o 498 resolveu ir á cidade, chamar medico. —
Vejo que não se pôde viver sem seus semelhantes.
Q u a n d o ia sair. apareceu-lhe um cavaleiro dizendo-lhe que arrematara o sitio em praça.
Em praça ? — perguntou-lhe o 498.
N ã o admira que ignore isso, pois deixou correr á revelia o
executivo por falta de pagamento de impostos. Venho pedir- lho
que desocupe o sitio.
^ Pretende., então, expulsar-me do que é meu e roubar-me os frulos de meu trabalho ?
A q u i está a carta dc arrematação.
0 498, num de seus impulsos, tomou o papel da mão do homem,
e rasgou-o em muitos pedaços, intimando-o a que se retirasse
quanto antes. O homem, amedrontado, saiu a galope.
Quando o 498 foi ter com sua mãe, encontrou-a desmaiada. Conseguiu, ao cabo dc algum tempo reanima-la. Q u i z ir, então, chamar um medico. A mãe não o deixou sair. Procurou mostrar-se
mais animada, dizendo-lhe :
Se fôr preciso, chamaremos o medico amanhan.
Á tarde ouviu-se um ruido de automovel a vencer com difficuldade o caminho intransitável. Vinha cheio de soldados. O 498
foi-lhes ao encontro.
1 raziam um mandado judicial.
—' D e minha casa não saio ! —- gritou o 498, rasgando o mandado.
Como o quizessem prender, entrincheirou-se atrás de um acidente
do terreno e defendeu-se a tiros.
Caiu urn soldado ferido. Cairam outros. Acabou-se-Ihe a munição. Prenderam-no.
—• I )eixe-mc ir ver minha mãe que está morrendo ! suplicou ele,
subjugado. '
Mas a pobre mãe assomara á porta da casa, amparando-se a custo
nos batentes. V i u o filho roto, ensanguentado, entregue ao furor
vingativo dos soldados.
— Meu iilho ! . . . Meu pobre filho ! . . .
Q u i z fazer um passo, mas caiu morta.
O 498 foi condenado a alguns anos dc prisão. Cumprida a pena,
abriram-lhe a porta do cárcere.
Pode sair. Esperamos que se regenere
disse-lhe o carcereiro.
'— N ã o quero sair — replicou ele.
,
,
da
"Club
sede
des
dos
Cai
Lagoa
com
Rodrigc
seus
pos de jogos e demais
- V o c ê está livre, homem!
tallações
nauticas.
— listou menos escravo aqui do que
em liberdade. N ã o tenho ninguém no
mundo. Para que sair ?
— Mas se não cometer outro crime, não poderá ficar aqui.
»— Quer que o mate ? — perguntou-lhe o 498. Posso fazer-lhe a
vontade.
Mas que diabo de homem errado c você ? — perguntou- lhe o
carcereiro. — 1 odos os presos só pensam na liberdade.
— Eu sempre fui errado ! — respondeu o 498.
O carcereiro fez meia volta, e retirou-se, dizendo :
— Vou ter com o diretor, para obriga-lo a desoccupar a prisão.
U m detento já velho, ao qual chamavam o "lilosofo,, disse- lhe,
então :
— Companheiro, se quizer fazer algum crime para continuar na
prisão, pois sempre é melhor vadiar aqui do que sair para trabalhar, vá ser criminoso em São Paulo.
— Por que ?
A Penitenciaria de S. Paido é uma das maravilhas do Universo. Quarto excelente, roupa limpa na cama, nada dc percevejos,
tudo desinfetado, comida farta, grande parque arborizado para
passeios, radio, cinema, ginastica, espectacidos, conferencias ilustradas, um paraizo, amigo ! Então se o preso mostra-se inclinado
a regenerar-se, dão- lhe até vinho ! N ã o convém, entretanto, exagerar o bom comportamento, porque podem perdoar o resto da
pena. Nada ha melhor do que aquela vida ! Em liberdade, passase o dia no trabalho. Escravidão ! Vêm-se para casa á noite, cansadíssimo. Contas e contas. Escravidão. A mulher ranzinza, o filho
doente, o dinheiro que não chega para o passadio. Escravidão !
Cinemas, radio, conferencias — onde ha dinheiro para isso ?
— 1 em razão, tem razão ! — exclamaram diversos presos.
— Ora nestas condições, só os loucos podem preferir a liberdade
á prisão. E para a vida de delicias da prisão moderna, que é preciso ? U m esforço de n a d a : uma facada, um tiro, que devem ser
mortais para evitar-se a absolvição, pois nossos júris são impiedosos : absolvem quasi todos os réus. N ã o temos ainda aqui na Capital da Republica uma penitenciaria-modelo. O governo federal
está tratando de crea-la, porque, de facto, é vergonhosa lacuna !
Por emquanto, siga-me o conselho : S. Paulo.
Voltava o carcereiro com o administrador, que perguntou ao 498 :
— Você não quer sair da prisão ?
— Mudei de ideia, senhor administrador. Desejo, porém, ir para
São
Paulo.
(Conclusão na pag.
62)
cam
ins
F L A G R A S T E S
oriqiviátô
BI
C
I
N
E
Jj
A
A
N
D
I
A
A
Cinelandia
de.
janeiro.
quase
Porque
impossível
Entretanto,
nha
aqui
da
quase
toda
um
lado,
segundo
tam
para
trecho
mais
photographado
mais
bonitos.
um
dos
obter
um
aspecto
Ires,
praça
a sua
inédito
positivamente
Marechal
estão
até
cobertas
do
Parecia,
da
Rio
pois,
Cinelandia.
originaes
Floriano
extensão,
as arvores
inteiramente
O
o
é
estão
o jardim
e em
i h
é talvez
em
: um
toda
a
o Palacio
do
de
e, do
folhas
apalargura
Monroe.
outro,
despidas.
dá
a illusão
cobrir
de
metade,
que
pelo
alguns
menos,
ramos
da
de
arvores
fachada
do
basEdifício
Lafont.
Finalmente,
o
um
detalhe
da
estatua
alta
das
arvores
e dos
O
autor
terceiro
dessa
Machado.
••
i
'-Jtjf
\
flagrante
de
Floriano
grandes
pequena
focaliza,
Peixoto
prédios
façanha
em
é
da
o
primeiro
e
a
parte
plano,
mais
Cinelandia.
nosso
photographo
F 1é x a
Prof.
Cathedratico
cional
do
R
de
Curso
ibeiro
na
Bellas
ííscola
Artes,
de
Na-
Director
Arte
Decorativa
A
NATIVIDADE
ATRAVEZ
DOS
Giotto
—
direita
os anjos
nascimento
aos
A
do
pastores).
Maria
Natividade"
ESTYLOS
(á
annunciam
o
Mestre
Menino
Jesus,
vidade'
Púdoa.
Santa
João
deli Arena.
1505
cio
K
do
(á
Rolin
episcopal
Moinho
—
direita
em
o
"Naticardeal
prece)
Pala-
de Aulun,
MOO
Enhum oulro pocina plástico terá tido tão significativa interpretação,
* ^através dos séculos e das raças, como a Natividade de Jesus. Ella por
si só expressa o estylo dos povos.
O tlicma por si mesmo, na sua simplicidade e grandeza humana, ultrapassa as demais concepções. O cyclo maternal nelie se enquadra : e toda
a historia biologica da humanidade se espelha em suas varias faces. Independente de doutrinas ou confissões religiosas, para o leigo, como para
o hereje, o motivo
é fundamental. As ansias e os sonhos mais reconditos
da geração, da especie, refulgem nesse diptico immortal.
A mãe e o filho — a origem e o fim — foram representados nesse compósito svnthctico. de transcendente symbolismo.
Pela sua alta significação espiritual atrahe o Poeta, e pela sua composição. na volta das figuras que se defrontam, seduz o technico.
N o Natal o artista encontra, além de sua significação universal, o seu
conteúdo humano, melhor do que isso, racial, ou ainda de cada povo,
até mesmo, e maior, de cada familia.
Assim, tanto o biologico, como o psychologico se enquadram nesse dado
sociologico por excellencia.
E até, se descermos ainda na escala, nos seres ditos inferiores, vamos encontrar o mesmo conjuncto bíblico, a mesma psychognosis primaria, o
mesmo significativo da Especie.
D e tal sorte, era natural que dessa realidade quotidiana
o artista par-
tisse para a ultimação de uma alta e cósmica relação de uniclacles-valores,
Simone
nunciação"
Di
Martino
—
" An-
(Florença,
Stephan
ilos
Lochner
Magos
"Adoração
l rsula,
noivo
.
.
suas
e o
triplico :
á
São
bana.
Cathedral
"Adoração
ao
centro
esquerda
Santa
companheiras,
papa
reita.
—
Gereâo
Cyriaco.
seu
A'
e a legião
de Colonia,
dithe1130
Rogcr
den
van
— "Adoração
Magos"
lhado
(o mago
de - Felippe
o
Bom,
que
está
príncipe
rá
ainda
Carlos
rio)
Lolto
e
á
o
I emera •
Pinaco-
H60.
—
.
traços
joven, se-
Munich,
iheca,
Santa
ajoe-
os
direita,
nunciaçâo
dos
tem
o
Lorenzo
Wey-
der
An-
Recanati,
Maria,
15
50
I.uini
gos".
— "Adoração
Igreja
dos
de Sarenno,
Ma1525
0 individuo e o mundo : e pelo tríptico — pae, mãe, e filho
— chegasse
a dar, num conjuncto simplista, a própria relação symbolica do Universo
Francia
dos
—*
Adoração
Pastores
(á direi-
ta da virgem,
tinho:
á
l'rancisco
esquerda,
e
Galeazzo
Pinacotheca
nhaf.
S. Agos-
Século
o
k por ser, assim, universal, o episodio natalício e também o mais pessoal.
S.
doador
Bentivoglio)
de
cm que vive o Animal.
BoloXVI
Nós todos nos encontramos, sempre, em qualquer idade, em qualquer
tempo, em qualquer paiz, como actores desse drama profundo, resumo
em fim da própria Vida : os que geram e o que é gerado.
Cada um de nós c personagem daquella scena : e por isso o nosso sentimento, cm qualquer idade, o sempre contemporâneo vivaz «lo mesmo episodio, velho desde a origem do mundo, e sempre novo em cada acto
annunciador, natalício, e adorativo.
1 oda criança que nasce é um inysterio a revelar-se : e será talvez o
Messias.
Aquella energia messianica não cessa : é nova cada dia; ninguém a conhece nas suas consequências.
A ronda alta e commovente da ternura humana horhulha como fonte viva
fundindo os seres na sua ascendencia e descendencia, como rythmo mesmo da vida universal.
O Natal do Menino Jesus foi sempre, para a christandade, e para todos
os povos, como nuclco feliz desse emblemático sonho da felicidade humana.
Os pintores o viram, nas auroras de sua imaginação, como uma expressão typica de sua raça. de seu momento e de seu mero.
Atravez das Natividades
dos pintores lemos com segurança as idéas, os
sentimentos, os costumes, os hábitos de cada povo. Melhor : a linguagem,
os mvthos, as tradições em que se formaram.
1*. desde o século XI\
italiano, na refulgencia da primeira renascença,
vamos encontrar essa linguagem racial e logareira exprimindo o ideal de
cada povo.
Dezembro — 1937
2 3
O
mestre
de
Flémalle
Annunciação',
tro; á
ao
esquerda
res, á direita,
brica
Sec.
condessa
Maurice
Denis
ciaçáo'
(a mais
cepção
do
—
ftruxellas
da
M 6 r o d e.
" Annun-
moderna
triplico
José fa-
Collecçáo
de
cendoado-
São
ratoeiras.
XIV.
os
—
do
conNatal)
Os primeiros Senhores e Mecenas se revestiam das insígnias do poema
natalistico, e appareciam como os diversos personagens do drama da Nascença de Jesus, nas suas 5 scenas fundamentaes : exposição, desenvolvimento e conclusão, ou seja na expressão da Iithurgia christã :
ciaçõo,
Natividade
e Adoração
dos
Annun-
Magos.
A Mangedoura focalisa a architectura de cada época, de cada povo;
a indumentária dos personagens relaciona os Irajcs do tempo, e os gestos
cívicos dos autores exhibe as crenças e os hábitos da cada época. Além
disso, as attitudes traduzem e supervisionam os pensamentos dominantes,
como os gestos esposam os sentimentos dos povos, o conjuncto scenico, a
unidade espacial cm que a Vontade se movimenta.
Filippo
ção
Lippi
do
—
"Adora-
Menino
Academia
de
Jesus'.
Florença.
Todos os quadros são idênticos, os figurantes quasi os mesmos; mas que
funda differença não os caracteriza ! São todos pessoaes, differentes, significativos, typicos.
0
italiano renasccntc evoluciona nelle, como psycbologia, desde o tre-
cento,
quattrocento,
até o cinquecento,
como marcas inconfundíveis, epi-
plienomenicas.
A Natividade flamenga é outra, com o seu realismo evidente, quasi trivial, como a allemã, com seu obscuro sentimento do complexo, como também, a espanhola se adensa de sentimentos extranhos, tanto quanto trágicos, a luz daquclla doçura virtual do acto simples do nascimento.
Pela architectura como pela indumentária c mais ainda pelo accessorio
ornamental — as raças e os povos se caracterizam, definindo mystica regional, até mesmo padronagem explicita de icléas e communhões mateBenozzo
dos
Reis
cortejo".
lacio
Gozzoli
— " Um
Magos
e
Florença,
Ricard,
14
seu
Pa5 7
rialistas ou espiritualistas, analyticas ou synthelicas, onde a alma humana
expande ou se retrae, toma liberdades envolventes, ou se acrysola na angustia de um ideal perdido, mas que deve renascer lúcido e compadecido.
Como o thema é fecundo os artistas quase não precisam inventar:
bas-
ta olharem em volta; e as scenas, os episodios humanos, da vida diaria, se
lhes apresentam com intensidade óptica. E' só agrupai-os, transcrever-lhes
a intensidade, tirar-lhes o caracter de excesso trivial, mas sem os desnaturar, deixando-os humanos dentro do divino.
1 emos então, dos aspectos populares, como do sentido aristocrático, a fusão dramatica, o tonos decorativo, — tudo com que se compõe, sem sahii
de sua atmosphera própria, os pannos habituacs da vida diaria.
Pela grandeza e assumpção do sentido humano do thema, o artista vive
as scenas, e faz que o espectador ncllc se integre, e seja também comparsa de toda aquella realidade, —
realidade ideal,,, onde a vida sc
expressa em sua mais profunda significação.
ALBRECHT
O
NASCIMENTO
QUADRO
EXISTENTE
DE
DE
NA
MUNICH
CI ÍRISTO
PINACOTHECA
DüREfc
O
RIO
E
20
D
DE
DE
HOJE
H A
a nnos
e vinte ar.nos para cá, a A v e n i d a Rio Branco t e m
s o f f r i d o uma radical mudança de physionomia.
Já se rasgara, em t o d a a extensão, a maravilhosa artéria centrai, que ia de mar a mar, da Praça M a u á
á Praia da Lapa. Mas o arranha-céo ainda não apparecera. N e m as arvores, que hoje lhe d ã o sombra e
pittoresco, haviam já d e i t a d o galhos e se tinham cob e r t o de folhas. De m o d o que o aspecto era t ã o diverso d o actual c o m o o de uma rua de c i d a d e d o
interior. Melhor d o que qualquer descripção, f a l a m
as p h o t o g r a p h i a s desta pagina. Uma delias f o i t i r a d a
d u r a n t e o desfile escolar, p o r occasião das commemorações d o " D i a da Patria", ainda este anno. Um
panorama de metropoíe moderna, c o m os seus altos
prédios em fila e os perfis de arranha-céos, riscando
a perspectiva. O o u t r o é a A v e n i d a Rio Branco de ha
vinte annos, c o m os seus edifícios de dois ou tres
andares, sua arborização recente, seu escasso movimento. Sobre o asphalto rolam tranquillamente alguns,
automoveis, de f e i t i o anti-diluviano e que mais parecem " a n d o r i n h a s " . Detraz das edificações da A v e nida, as casas t r e p a d a s nas abas d o morro e a massa
de p e d r a e terra d o Castello.
Parece t ã o distante dos nossos t e m p o s ! Entretanto,
faz apenas vinte annos.
os
Emquanto
sc
divertem
na
praia
banhistas
descuidosos
maravilhosa,
o
lifc-guarc! se mantém vigilante;
sagem
Je
dominando
com
a sua
trabalhador
-
a paifigura
athleta
O
à!r í\ (flti&Hf
q u e Vo
afeyie
d a i jíhcuaf
Cant
-huttumr
cinema já apresentou romances heroicos de
life-guards.
E aqui mesmo, os jornaes têm
registado innumeros casos de banhistas incautos
que os empregados dos postos balncarios arrancaram á violência das ondas de Copacabana.
Por isso, a gente olha sempre com sympathia
aquelles homens fortes, tostados de sol que levam as manhãs e as tardes inteiras, vigiando
attenlamente o que se passa no mar.
LUes sabem quanto as vagas são traiçoeiras e
como são imprudentes os banhistas que nadam
alguns metros.
A . inos atra/, Ircquentemente se verificavam accidentes lataes e as lindas manhãs balnearias de
Copacabana eram perturbadas por dramas de
angustia e de morte.
Dezembro
VX,1
/\ bandeira,
mastro
indica
as
de
içada
cada
aos
condições
no
posto
banhistas
do
mar
IJepois que se organizou o actual serviço de soccorro, nunca mais morreu ninguém afogado nos
postos de Lanho da mais linda praia do mundo.
0 Verão já está chegando. Com os calores do
fim da Primavera. Copacabana volta a ser uma
festa diaria. Milhares de pessoas gozam as manhãs domadas de sol e as delicias do banho de
mar. Entre os parasoes polychromicos e as barracas de sombra convidativa, não ha logar para
as preoccupações. Ninguém pensa : — as ondas
estarão muito fortes, hoje, ? As correntes estarão
arrastando para longe da praia ?
()utr ora, essa despreoccupação seria perigosa.
1 loje, os banhistas não precisam mais do que
olhar as bandeiras içadas nos mastros dos postos e seguir as indicações que a gente do serviço
de soccorros dá, collectivamente, para sentir-se
Arrancada
a v ici ima
diatamente
tral
que
é
avisado
envia
ao
O
serviço
assistência.
dispõe
Do
alto
guard
do
posto,
vlgla
cuidadosamen-
te os movimentos
nhistas
na
life-
o
dos
agua,
ha-
prompto
para
soccorrer
quem
que
se encontre
em
quer
perigo
dos
mais
Ihamentos
para
ameaçadas
de
as aguas,
o
poslo
cen-
um
auto•
local
de
assistência
modernos
soccorrer
morte
por
imme-
as
apparepessoas
asphyxia
H f l f
Algucm
se
perigo.
to
O
encontra
pessoal
põe-se
em
movimento
Arrastando
agua
ajoita
III
em
do
pos-
e se
á
para
urna
que
vencer-se
II
immediatamcnte
corajosamente
da
II
ia
pelas
atira
anua.
fóra
banhista
deixando
aguas.
tranquilla. Os nossos life-gucirds conhecem todas
as manhas daquellas aguas e responsabilizam-se
pela segurança de toda aquella multidão que se
acha sob sua guarda.
Copacabana, que já possuía a belleza urbana, a
concurrencia elegante, a praia magnifica, que a
elevam á situação de um dos balnearios mais
notáveis do mundo, accrescentou mais uma vantagem ás suas múltiplas attrações : a segurança
que lhe dá o perfeito serviço de soccorro de que
foi dotada.
Dezembro
o
Nos salões senhoriaes da Sra. Baronesa de Bomfim grupos elegantíssimos se encantam, com o ambiente arranjado com infinito bom gosto, e, principalmente, com o
ar de bondade que irradia da Sra. Baronesa de Bomfim,
figura ilustre de uma ilustre família, que habituou toda
o "grand monde,, carioca ás suas recepções, notáveis
pela sua clcgancia e grande distinção.
A s Sras. Jcronyma de Mesquita e Edmundo Lynch e
o Sr. Antonio de Mesquita e Bomfim se subdividem em
amabilidades para com os presentes.
A Sra. Vera Delgado de Carvalho, toda de negro, e
Sra. Baby Phillippi, original "toque,, com grande e fino
véu, conversam animadamente.
O Embaixador americano, o Sr. Ministro da China, o
Sr. Eembaixador do Uruguay e Sra. Carlos Blanco, Miss
Priscilla Gurney, Marquez e Marquesa de Barral, Barão e Baronesa de Nioac, Sr. Ministro da Áustria e
Sra. Antonio Retscheck. Sr. Lmbaixador do Chile c
Sta. Nieto dei Rio, Sr. Conselheiro da Embaixada Alemã e Sra. Schilinpert, Sr. José Carlos de Macedo Soares e Sra., Sr. Embaixador Oscar de Teffé e Sra., Sr.
Ministro da Rumania e Sra. George Lecca, Sr. e Sra.
Octávio Britto, Sr. Joaquim de Souza Leão, Sra. Baronesa de Pinto Lima, Sra. Monteiro de Castro, Sr. c
Sra. Galeno Martins. Sr. Ministro Rodrigo Octávio,
Sr. c Sra. Rodrigo Octávio Filho, Sla. Latirinha Rodrigo Octávio, Sr. e Sra. Aloysio de Castro, a Sra. I Jlysscs
Yianna, que é a pintora tão interessante; Regina Veiga;
Sra. Anna Amélia Carneiro de Mendonça, Sra. Salgado Iilho com elegantíssimos "renards,, Sta. Grandmasson, Sra. Heloísa Junqueiro Botelho, Sr. Leitão da
Cunha.
Atenciosa e encantadora a Sta. Maria José Lynch e as
suas irmãsinhas oferecem deliciosas gourmandises,,.
Com a sua elegancia de sempre e a sua marcada personalidade a Sra. Maria Melena de Freitas Guimarães.
Nos salões aristocráticos as conversas variadas se renovam, sempre cheias de espirito e inteligência, no ambiente "raffiné,, da grande dama do Brasil de hontem,
que mantém o mesmo inegualavel prestigio no Brasil
de hoje.
Inaugurou-se com grande assistência nos salões da Associação dos Artistas Brasileiros, no Palace Hotel, a exposição Gilberto em 1937.
Presentes: Sra. Darcy Vargas, elegantíssima toilette
bleu marine.., Sra. Laurinda Santos Lobo. vestido cinza
guarnecido de peles e chiquissimo chapéu guarnecido
com paridis,,, Sra. Leonor Murtinho Guimarães, Sra.
Luis Simões Lopes I ilho, Sra. Odette Monteiro, Sra.
Lysette Barénne, Sra. Condessa di Robilant, Sra. 1'rancisco Moura Brasil, Sr. e Sra. Fernando Valentim.
S. A. I. Dona I hereza Maria de Orléans e Bragança
e sua dama de honra Maria Luiza de Maia Monteiro.
Sr. e Sra. Horácio Cartier, Sra. \ ieira de Castro, Sr.
e Sra. Oswaldo Souza e Silva, Sra. Nônô Benning,
Sra. Mario de Almeida, Sta. Rose Murtinho, Sra. 1 lerberto Murtinho, Sr. José Sena, Sra. João Daudt de Oliveira, Sra. Ruy Pinheiro, Sra. Affonso Lopes de Almeida, Sra. Laura de Medeiros e filha, Sra. Albertina
Mello, Sra. Heloísa Palumbo, Sr. e Sra. Henrique Pongetti, Sr. Julio Sena, Sr. Oswaldo de Moraes Lindgren,
Sra. Francisca de Souza e Mello, Sr. e Sra. Célio 1 ribouillet Leite, Sta. Bertha Sassetti Moellner, Sra. Adolpho Lopes. Sr. e Sra. Alves de Lima c a linda Sra. l ernando Nabuco.
Como duas paginas vivas do Vogue as Sras. Baronesa
de Saavedra c Sra. I hereza de Cárcer.
Reccm-chegadas da Luropa Olga-Mary e Raul Pedroza
recebem cumprimentos pelo êxito de suas exposições
cm Paris e cm Berlim.
J?
G . de A .
Dezembro — 1937
31
ft
ANTONIO
PARREIRA!)
Q
Ultimo
tonio
retrato
Parreiras
Je
An-
(1937)
uantas vezes, desde que tive a fortuna de conhecer Antonio Parreiras, atravessei o portão que dá entrada á casa que foi a sua morada de tantos annos ? N ã o sei ! Sei apenas que sempre lhe batia á porta
com o coração cantando, pela alegria de rcvcl-o e pelo prazer de me deIiciar um pouco com a sua perenne saúde de espirito e com a lascinante
surpresa de sua arte eternamente moça. h o velhinho nervoso, que eu
tinha dentro do meu coração como um dos meus melhores feitiços, abriame os braços e apertava-me nelles, com as mais carinhosas expressões de
contentamento pela minha presença. Depois, meus ouvidos ouviam uma
porção de episodios deliciosos, que constituíam outros tantos capítulos do
romance de sua vida. E meus olhos, deslumbrados, apreciavam uma porção de telas, antigas algumas, novas outras, c muitas ainda frescas, pois
0 artista nunca tinha repouso. E o tempo voava na palestra, que cada vez
mais augmentava a minha admiração pelo gigante da palheta. Q u a n d o
nos separavamos, Parreiras exigia sempre que lhe promettesse voltar sem
demora, E eu promettia e voltava, porque é muito da creatura humana
fugir da sombra, procurando a luz.
Refugio
(igreja
S. Bento
—
de
1 )a ultima vez que lá estive, como tudo foi differente ! Era tão diverso o
aspecto de tudo, que nem sei se consegui esconder a minha emoção. O s
braços que, no alto da escada, sempre se escancaravam para me apertar
no abraço amigo, estavam presos dentro do caixão mortuário. A o envez
daquella physicnomia amiga que se abria sorridente, ao ver-me, a mascara macilenta, immovel e transfigurada !
Bahia)
Fecharam-se para sempre aquelles dois olhos inquietos, que surprehendiam
a belleza por toda parte ! Immobilisaram-se aquellas mãos que reproduziram centenas de k cantos e de episodios historicos da nossa terra ! Enrijeceram aquellas mãos, que pintaram um numero immenso de coisas bellas e que esparziram, por toda parte, retalhada em pedaços, a alma de
um artista que vivia dentro de uma perenne emoção ! Pararam aquellas
mãos de magico, que transformaram a sua vida num glorioso arco-iris.
ligando o berço ao tumulo ! Esfriaram aquellas mãos que tanto fizeram
vibrar a alma alheia, mercê da sua própria vibração ! Paralysaram aquellas mãos inquietas, de poeta e de crente, capazes de pintar, ao mesmo
tempo, a audacia de O F O G O e a poesia de N E B L I N A S D E J U N H O .
mãos crcadoras de visões maravilhosas de vida e de sonho, de alucinações e de serenidade ! Socegou a trepidação daquelle temperamento dynamico, que viveu a vida quasi toda dentro da luta e dentro da gloria !
As
P B
jJ
I Èt ^
Fundação
de
Rio
(Tríptico,
da
de
I
cidaJaneiro
a
parte)
esmer•aidas
Jesus
Ifeâ^T^H'ttf^
n
-
-
MÈL
o
fff
z j
tf
Motta
virgem
Antonio
Repousou, finalmente, aquella palheta magica, creaclora de tantas obras
de arte ! Descançaram, em fim, aquelles pincéis que Deus inspirava, para
realisar tantas obras-primas de belleza !
Olho em redor de mim e penso no destino dos homens e das coisas. As
quatro paredes do salão mortuário de Parreiras estão coalhadas de quadros pendurados. Obras do morto e de uma porção de amigos. Mudas,
cilas prestam a ultima homenagem ao artista que se foi. E eu penso, então, que ud vez sintam saudades daquelles olhos amigos, que nunca mais
sobre cilas repousarão ! E penso, com horror, na dispersão destruidora que
ameaça todos aquelles trabalhos de arte, longamente seleccionados e ciosamente conservados pelo artista ! Como é horrível, ás vezes, a morte :
Com que cruel indifferença carregou ella para a sua morada de mysterio,
o artista que tanto amava a vida ! Com que fria maldade se apossou daquella alma eternamente moça, que desafiava o tempo e desdenhava dos
annos, trabalhando sem cessar e enriquecendo o nosso patrimonio artístico com obras-primas de lodos os generos !
lenho a impressão de que o destino achou que era, finalmente, chegada
a hora de se fazer ao artista a justiça integral. E, irremediavelmente, deliberou fechar-lhe os olhos para lhe abrir, definitivamente, as portas da
immortalidade ! íalvez seja essa a única consolação daquelles que, como
eu. quizeram bem a Antonio Parreiras e comprehendem o vácuo que o seu
desapparccimcnto abriu no scenario artístico brasileiro.
Antonio Parreiras nasceu em Nictheroy, no dia 21 de Janeiro de 1861 e
falleceu na mesma cidade, a 17 de Outubro do corrente anno. boi discípulo do celebre professor Grimm, que aqui viveu, dando aulas ao ar livre.
Parreiras
em
1935
Realisou sua primeira exposição ein 1887, com a presença de D . Pedro II
e da Princeza Izabel. No anno seguinte fez a sua primeira viagem á Europa, onde, com o correr dos tempos, voltou numerosas vezes. Em 1896,
foi nomeado professor de paizagem da antiga Academia de Bellas Artes,
demittindo-se. porem, pouco tempo depois, porque uma reforma, que se
projectava, pretendia dispensar os velhos mestres para substituil-os por
moços. Revoltado, Parreiras ficou solidário com os professores, preferindo deixar para sempre o cargo. E desde então, entregou-se exclusivamente á sua arte. tendo pintado para mais de mil telas. Seu nome figura em
todos os museus, pinacothecas, galerias e collecções particidares do Brasil. São também numerosas as telas que pintou no estrangeiro e que por
lá mesmo foram adquiridas.
Mentalidade artística que se impunha ao primeiro contacto, Parreiras conseguiu todas as Iaurcas que é possível conquistar um pintor no Brasil. Na
I'rança, Italia, Portugal, Allcmanha, I lespanha, e na Argentina, Uruguay
e America do Norte, foi numerosas vezes premiado, sendo mesmo "hors
concours,, em Paris, onde expunha com mais frequencia. Com o pince!
conquistou o nome que tinha. Conquistou prémios e applausos. Conquistou a gloria c a fortuna. Sua bagagem é um attestado eternamente vivo
da vida de trabalho que levou. Seus quadros historicos, afóra o lado bello,
tem o lado util, pelos episodios que evocam. Suas paizagens immortalizaram flagrantes de nossa terra e palpitam com uma poesia difficil de ser
egualada. km muitas delias, mesmo, ha alguma coisa de genial, que o
pincel superiormente perpetuou.
TAPAJÓS
GOMES
Dezembro — 1937
3 3
Si*t/i
;
(l
°
TÍnial-
Vagem,
»ehicu
do
"
"Urros
SQ
es
Pec/e
ir°cç
°
°'
é
õo
Ouro
ser"°nus
Uma
velha
roleta
vada
no
Instituto
llis-
Ouro
Preto
I orico
j\J°
de
conser-
Instituto I listorico de Ouro Pieto, estão reunidas e devidamente
catalogadas as mais preciosas relíquias da vida colonial brasileira.
Por esses velhos objectos que ahi se conservam carinhosamente, podemos hoje reconstituir os costumes de antigamente, em todo o seu
pitloresco.
M liitas dessas relíquias, que se encontram no Instituto Historico de
O , iro Preto, sao completamente desconhecidas da maior parte dos
brasileiros.
D e alguns que nos pareçam mais curiosos, publicamos aqui as reproducções photographicas.
uma
velha
eleições.
ta
Ignora-se
chegou
alguma
urna
a
especie
para
se es-
prestar-se
Je
a
fraude
RESIDENT/AS
PHOTOS
Quatro
aspectos
colhidos na residencia
do
Embaixador Lacerda Cavalcanti, em
Botafogo.
Y URU M I
O L E ( a i M O
.11 A l t I A V\ O
D a Academia Brasileira
— "Filho!
Serás
feliz!,,
Que
beijos
e lagrimas,
entre
Ao
ver sen grande
De
olhos
Foi
no Palacio
No
berço
azues
de ouro
A areia
t/o areal
Tres vultos
Aleluia
!
era claro
'Filho,
crescia.
dormia
como
a
o
Alegria
!
I arde,
Hia.
de
humana
em
!
Noite,
como
silencio,
espanto
que
tôrno,
nascia.
só se ouvia :
— Sempre
a voz
de
Maria
cadenciada.
Era
Mãe
e
No
seu
saber
Seu
a
serás feliz
previa,
profundo,
ia ser rude
quanto
Eram
que
Alegria
trêmulos
Martirisada,
I:
. .
que
Mundo
!
da estrela
hl as no
rangia :
camelos.
como
Ajoelharam-se
Como
do
moreno
Diante
luzia.
Incenso.
I lin era preto
Outro
estrela
trouxeram
Aleluia
Outro
uma
sombra
Magos
Mirra,
mangedoura.
hucado,
machucado,
dos
o Senhor
Ouro,
Estribaria,
de uma
numa
E os Reis
nascia
loura.
tranquilo,
os passos
Maria
dizia
que
de uma
em céu
Para
filho
a voz de
e cabecinha
Lá fóra.
Eram
Era
a
jornada
sofreria
pequenino
Deus,
Senhor
do
Mundo!
Dezembro — 1937
3 7
A.
A C S T l t E G E S I L O
DA
/ /
1\ l(1°
P()('e
ser
pressões
• Não
deve
frequentes
de
me foi levado
ao consultorio
amigo
Raimundo
tente
o Dr.
da
( linica
ser!
Eram
um
enfermo
pelo
Teixeira
Neurologica
da
meu
as ex-
— Protesto
que
pessimistas.
malogrado
Mendes,
assis-
I'acuidade
de
Medicina.
A
fisionomia
pai ida,
sofrimentos
atraiu-me
—
Não
na
paciência
e
— A
vida
deve
ser uma
minha
tes
—
fronte
o coração
pôde
emaciada,
e
para
nas
com
sulcos
comissuras
o pobre
de
labiais,
com
pôde
ser a tortura,
aspiração.
conciencia
vive
No
e a morte
entanto,
a martelar-me
doutor,
não
a
semelhan-
postulados.
I em
cheio
toda
a
de piedade
razão.
e
é a força,
deixará
a
energia
excelente
se não
que
os
são
alheia,
que
Continue,
interesse.
disse-lhe
eu,
as vozes
vivem
a
caro
doutor,
e dos
de
medicina.
de
só
da
em
um
meeting:
o evangelho;
ria
( apitai.
fortuna
de
criar
isto
de
Nenhum
a
nova
dor
: o
ninguém
amor
justiça
que
e
constidia-
Anunciei
do
por
para
criar
intento.
processos
sentimento.
que
das
coisas
sava
cos
Sai
me
que
pouco
( omo
vê,
do
eu
tonicos
sabem
de
doutor,
— repetiu
—
/;
por
filosofia.
dormir,
sutil
do
meio
de
os prinmedico
especialista
o
esculápio
e que
preci-
e duchas
esco-
convido
que
os
médi-
. .
os homens
comer,
isto
hábil
nervinos
as
al-
um
doente
consultorio,
procuram
Mas
Procurei
eslava
A
por
Construi
Respondeu-me
menospreçam
o
como
em momentos
parecesse
originais,
praticar
condensá-la
doutrinas.
de repoiso,
cesas.
pois,
psíquicas.
materialista
hu-
morre;
o perfume
espirituais.
minhas
que
con-
espiritual.
sensibilissimos,
cípios
de
imortalidade
vive,
exala
Imaginei,
concentrações
coxo
? . . .
fluido
fortes
em
depois,
a
que
um
esmola.
de destilação
de acumuladores
inteligente
uma
novos,
Tudo
no sistema
é um
exceto
Lembrei-me,
a imortalidade
Pensei
apareceu,
pedir-me
C o m o atingi-la?
ma
escolas
á imprensa
se publicou.
com
coroar-lhe-
de
artigos
e
religião,
criadas
politica,
entr;>guei-os
mana.
Teu.
Se ntimento,,
alguns
Mal,
terrena
uma
seriam
seguir
outrem,
e o
/ )esisti
seria
do
com
e a perfeição,
( ompuz
ninguém
vida
gozam
: o Meu
do
família,
tuiriam
A
a discórdia
a base;
Para
o caos;
os apologistas
que
Força
moral.
afecto,
houvesse
expressões
constituir-lhe-ia
da
cerehro
confusão.
fomentar
a
de
pela
a lale ncia
grosseiras
ia o fim
e a morte,
homens
com
l}ensei,
do meu
BRASILEIRA
esfarrapado,
denominada
curiosidade.
não
vida
duas
considente.
ser. o que ? — perguntei-lhe
A
contra
ACADEMIA
fecharam
novas
amar,
as
religiões
vestir,
idéas
e
só
passear
e
mal.
não
pôde
ser ! não
o enfermo,
verdade,
em
tom
disse-lhe
eu,
deve
continuar.
..
irritadiço.
cheio
ver as amarguras
e os desvios
fundo,
tinha
de
da
tristezas
alma
hu-
mana.
No
derno
o lunático
c o nadador
cientemenlc
to,
me
mens
dos turbilhões
pensei
enche
a fazem
razão;
na
o espirito
má.
velha
: A
o homem
sociais,
frase
vida
e
que,
ha
é bôa;
moinconmui-
os ho-
. .
A R T E
P H O T O G R A P H I C A
PELICANOS
EM
DESCANSO
Photo Hartmann
MUSICA
^as^ernac'< ®
u m
n o m e
familiar aos que apreciam
a musica fina. Professora de canto das mais dedicadas
e competentes, Riva Pastemack, pelo seu m e t h o d o e pelo carinho c o m
que cultiva os pendores artísticos dos discípulos, possue entre elles algumas vozes primorosamente trabalhadas e cuja apresentação constitue sempre um m o t i v o de g r a n d e prazer para quem os ouve. N o correr d o mez, Riva Pastemack realisou uma apresentação de alguns de
seus alumnos : Gelza A u t r a n Ribeiro da Costa, Paula Franco, Ruth
Dunshee de Abranches, M a r i a Augusta Costa, Ruth de Magalhães
Cardoso, C o r i n o Neele, G e r t r u d e Javille e M i l d r e d Mckinney. Todos
p a t e n t e a r a m a excellencia d o m e t h o d o de ensino que lhes cultiva a
voz. Porque, ao iado da p a r t e mecanica, a emerita professora incute
no espirito dos aiumnos a idéa d o que é bom e bello, sem o que não
ha discípulo que não fracasse.
J a n d y r a C a r d o s o — Vir da província trazendo apenas como credencial um d i p l o m a de pianista e vencer no Rio, é coisa que nem todos
conseguem. Foi, e n t r e t a n t o o que succedeu c o m Jandyra Cardoso, cujo
p r i m e i r o recital redundou num m a g n i f i c o t r i u m p h o para a sua carreira
que apenas se inicia. O r g a n i z a d o c o m gosto, o p r o g r a m m a tinha representantes de todas as escolas, inclusive a brasileira. E f o i através
de sua execução, que a pianista poz em evidencia as suas qualidades
de artista, cultivadas c o m muito carinho na terra onde nasceu e que
aqui ora recebem a influencia e as lições d o " g r a n d e c e n t r o " . C o m -
Jandyra
•
de
Mendonça
V'Sgg •.
\ V .•
Riva
PasternacV
""X
Jára
Coutinho
prehensão de estylo, colorido, segurança e emoção artística. Eis o que
c, em poucas linhas a pianista que a Bahia nos mandou, como uma renresentante das mais autorísadas da sua intellígencia moça.
N a d y l e Lacaz de Barras é uma muito joven compositora brasileira,
cuja carreira vimos acompanhando, desde que surgiu, muito creança
ainda. Sua veia de compositora accentua-se cada vez mais, conduzindo-a para realisações que, naturalmente se tornarão, dia a dia, mais
dignas de nota. Possue phantazia creadora e technica reaiisadora. Sua
inspiração é sempre elevada. Apenas enveredou por um caminho que
só lhe p o d e ser prejudicial : o d o abuso da dissonancia, que lhe prejudica a espontaneidade da o b r a produzida. De f a c t o , ninguém "imag i n a " uma melodia desafinada. M u i t o menos uma musica inteira desafinada t a m b é m . A dissonancia é mais um t r a b a l h o de paciência e de
moda, d o que de coração, e, p o r t a n t o , de inspiração. Póde-se a d m i t tir a dissonancia como um desequilíbrio necessário á consonancia, para
lhe dar um sabor extranho e lhe cortar a monotonia. Fazer, porém,
uma musica exclusivamente para fazer dissonancia, não é fazer arte,
mas artificio, e fazer musica faisa, inespontanea, fictícia, que não resistirá, p o r q u e se nutre de extravagancia e da falta de sinceridade.
N ã o é isso que se deve esperar da joven compositora, que t a n t o prom e t t e . Saber ser a d i a n t a d o , moderno, d o seu t e m p o , sem prejudicar
as possibilidades de sua intelligencia, essa deve ser a preoccupação
d o c o m p o s i t o r a quem Deus concedeu o d o m da inspiração. E essa
deve ser, p o r t a n t o , a p r e o c c u p a ç ã o de N a d y l e de Barros, para que o
seu talento possa f r u c t i f i c a r em obras duradouras.
O pianisf-a A r n a l d o Rebello apresentou-se no salão da Associação dos
Artistas Brasileiros, no Palace H o t e l . A m b i e n t e pequeno e t u d o quan1o ha de mais contrario a uma exhibição de musica, não p e r m i t t e elie
ao ouvinte um pouco de concentração para o goso de uma boa hora
de arte, que os ruidos da A v e n i d a p e r t u r b a m inevitavelmente. Em t o d o
caso, o pianista colheu fartos applausos — o b j e c t i v o que é, no f i m de
contas o que mais preoccupa e recompensa aos que se apresentam em
publico.
O exemolo de Viíia Lobos está f r u c t i f i c a n d o . S. Paulo mandou-nos o seu
" C o r a ! paulistano", que ali se fundou sob a d i r e c ç ã o de C a m a r g o
G u a r n i e r i e patrocínio de M a r i o de A n d r a d e , d i r e c t o r d o Departamento de C u l t u r a de São Paulo. C o m o os C ó r o s Ukraníos, os Cossa-
cos, os de Barroso N e t t o e os de Villa Lobos, o conjuncfo paulistano é
uma verdadeira orchestra de vozes, que t e m p o r p r e o c c u p a ç ã o principal fazer musica preferentemente leve, folklorica, popular brasileira.
E' disciplinado e o b e d i e n t e á v o n t a d e d o seu d i r e c t o r artístico. Os solos f o r a m cantados por A m a r y l l i d a Rodrigues e Salvio A m a r a l e os
programmas a g r a d a r a m sem restricções.
Para finalizar, um r e a p p a r e c i m e n t o que vale por uma v e r d a d e i r a estréa. De f a c t o , Yara C o u t i n h o é um elemento que o Rio musical reconquistou, depois de aiguns annos de residencia em Bello Horizonte.
Q u a n d o d a q u i partiu, ma! acabara de tirar, no a n t i g o Instituto de
Musica, o seu p r i m e i r o p r e m i o de piano. Seu recital, então, não f o i
apenas uma apresentação, mas sim uma revelação. Todavia, ella era
pouco mais d o que uma creança, no esplendor de seus dezesete annos.
A g o r a , retorna, depois de haver v i v i d o e s o f f r i d o um pouco mais.
Volta em plena v i b r a ç ã o de todos os seus a t t r i b u t o s de artista. Volta
de posse de uma arte pianistica longa, paciente, cuidadosamente trabalhada. Volta senhora de si, com o t e m p e r a m e n t o a p u r a d o em todos
os recessos de sua sensibilidade. Seu p r o g r a m m a f o i organisado com
extremo b o m gosto. Continha dois monumentos de arte : o Preludio,
C o r a l e Fuga, de Cesar Franck, e os vinte e q u a t r o Prelúdios de C h o pin, aiém de uma parte inteiramente d e d i c a d a aos brasileiros. Yara
C o u t i n h o conquistou brilhantemente o seu logar entre as nossas melhores pianistas.
Barros —
Negro
PINTURA
exposição de A u g u s t o Bracet
e vamos annotando alguns quadros que mais agradavelmente nos feriram : " M o r e n a " , " S e v r e " , " D i l i g e n c i a " , " A c a r t a "
— nú. " B i b e i o t " , " C a n t o da c a s a " . . . Uma voz p e r t o de nós sentencia : O maior q u a d r e da exposição é o m e n o r : " O canto da casa
E' uma impressão justa. Nesses poucos centímetros de téla, o pintor
conseguiu fazer uma o b r a realmente digna de ser a d m i r a d a . Póde-se
dizer que, naquelíe canto de casa ancorou uma caravella c o m o outra
egual não ha : a da felicidade, que transparece das figuras que a comn õ e m e lhe dão graça. Mas outros trabalhos attestam a competencia
d o nome que os assigna.
^
â s s a m 0 s
o s
pela
A u g u s t o Bracet encontra facilmente motivos e modelos bellos. Veja-se
por exemplo esse nú esplendido q u e é " A leitura da c a r t a " : mocidade, frescura, uma carne fresca, uma carinha b o n i t a . . . T a m b é m o "Bib e i o t " constitue um mimo de composição, porque á maestria da
execução d o q u a d r o se |untam a suavidade e a expressão candida d o
modelo. Se envez de " B i b e i o t " , Bracet tivesse chamado o seu q u a d r o
de " M o c i d a d e " , com certeza nunca o esplendor da vida teria sido
melhor representado. Bracet realisou uma das exposições interessantes
d o anno.
Carlos Oswald reappareceu apresentando uma collecção deliciosa de
trabalhos. O auctor é urn dos nossos maiores nomes na arte. Pintor de
figuras e de interiores, de paizagens e de retratos, de scenas e de naturezas mortas, elle é, antes de t u d o e sobretudo, um artista. A r t i s t a
de extrema sensibilidade e de extrema finura, é ao mesmo t e m p o clássico e moderno. Pela technica e pelo t e m p e r a m e n t o , suas obras são
verdadeiros poemas de arte fina e de emoção. Ha nellas desenho perf e i t o e c o l o r i d o expressivo. São telas que resistem a qualquer analyse.
Têm f o r m a e t é m expressão — o que é o mesmo que dizer, são manifestações de arte e de bellesa. São quadros em que a figura humana
epparece em f o r m a e espirito; em que a paisagem esplende na sua luminosidade; em que as scenas interiores c o m m o v e m através da sua
doçura intima. São quadros que b r o t a m como outras tantas obrasprimas, das mãos e d o cerebro, d o pincel e d o coração de um artista
c o m p l e t o . Porque a v e r d a d e é que, d e a n t e dos quadros de Carlos
Oswald, fica-se sempre sem saber se se t r a t a de um p i n t o r que sonha
ou de um poeta que pinta.
G i l b e r t o Trompowski tem entre os nossos pintores o seu nome f i r m a d o ,
como d e c o r a d o r dos mais interessantes e arrojados. Suas concepções
t ê m sempre qualquer coisa de agradavelmente imprevisto, sendo numerosos os painéis v e r d a d e i r a m e n t e primorosos com que vem enriquecendo a sua b a g a g e m artistica. C o m uma visão t o d a pessoal d o beüo,
Trompowski cria phan+azias de uma força expressiva realmente impressionante, pelo e f f e i t o d e c o r a t i v o que produzem. A i n d a agora, na exposição que reaiisou, ficou isso patente, nos tres painéis apresentados :
" M a r a c a t ú " , "Passaros d o Brasil" e " V e l o c i d a d e " . C o m a sua personalidade inconfundível e com a sua " m a n e i r a " , que, com o correr d o
t e m p o adquire refinamentos de expressão, Trompowski é um artista
seguro, de m é r i t o indiscutível.
N o mesmo saião, apreciamos algumas aguarellas de Sarah Viilela de
Figueiredo — deliciosas paisagens, afora um esplendido a u t o - r e t r a t o ;
Dezembro - - 1987
4 3
Um aspecto da inauguração da I2. a exposição
de G i l b e r t o Trompowski
trabalhos de Ismailowitsch, d e O s w a l d o Teixeira, de M a r i a Francelina,
de M a r i a M a r g a r i d a e de Pujais Sabaté.
Takaoka é um t y p o de artista extremamente curioso. Japonez de nascimento, brasileiro c o m o p i n t o r , bohemio, artista até ao mais intimo
d alma, sua exposição, realisada na G a l e r i a Le Connoisseur, f o i a revelação brilhante de um t e m p e r a m e n t o raro. Takaoka t e m a obsecação d o bello, mas d o beüo d i f f i c i l . N o alto de um morro, q u a n d o
m u i t o mais fácil lhe seria reproduzir a paizagem distante, elle prefere
atten + ar para os pianos mais proximos e delles tirar p a r t i d o . Casebres
e barracões, que se acotovellam nas viellas e beccos e ladeiras dos
morros, uns p o r cima dos outros, caminhos tortuosos, Íngremes e esburacados; arvores rachiticas, quasi sem chlorophyla; fundos de quintaes
a t t e s t a n d o o desleixo dos moradores; v e g e t a ç ã o crescida á lei da naturesa, pareaes esborcinadas, trapos pendurados em arames, t u d o
isso t e m uma bellesa incrível nas aguarellas de Takaoka.
O Assyrio reabriu para uma exposição de pintura. O p i n t o r apresentou-se c o m o "Barros, o M u l a t o " ; e, pelo que exibiu, conhece o Brasil
d o Amazonas ao Rio de Janeiro. Sua exposição continha flagrantes de
t o d o s os Estados litorâneos, trabalhados com uma " m a n e i r a " inteiramente pessoal, mas nem p o r isso despida d e interesse.
O Assyrio acolheu a arte ! M u d o u de destino, p o r t a n t o . Seria t ã o inieressante se tivesse m u d a d o mesmo de v e r d a d e !
G i l b e r t o Trompowslcy —
Desenho de Julio Senna.
O
pintor patrício
que
realisa a sua mostra de
quadros deste anno nos
»alões da Associação dos
Artistas
Brasileiros, no
Palace H o t e l , acaba de
receber um premio de
honra na Exposição lnternacional
de P a r i s.
I
Elza de Barros Leal, N a t h e r cia A r a g ã o e Julio Senna, tres retratos expostos
por
Gilberto
Trompowski
N A T A L
M O D E R N O
Composição
de
C.
Oswald
r
\UVQ
•
wt<..
' Viaducto
Carva
7,
, 7, -
í
C t e . G a l d i n o Pimentel
0r
à
d*
m í ^ k uanto mais se p e r c o r r e o Brasil mais razão
Ê
M existe para que o brasileiro se sinta orgulho•
so d e sua t e r r a .
Extensos e innumeraveis rios navegaveis, campos, p r a d o s , florestas, quedas d ' a g u a por t o d a a parte, montanhas alterosas e bellezas sem par nas vistas
que se d e s c o r t i n a m d e c a d a logar que atravessamos.
H o j e , é b e m f a c l l conhecer t o d a s essas jóias c o m
que a natureza nos d o t o u ; ha c o m m u n i c a ç õ e s explen
didas pelos aviões e pelas estradas d e f e r r o e r o d a gem.
O sul d o Brasil, o f f e r e c e f a c i l i d a d e s que t o r n a m
e x t r e m a m e n t e c o m m o d a e r e l a t i v a m e n t e b a r a t a uma
excursão em que os nossos olhos não cessam d e deslumbrar-se.
Do Rio, num dos muitos e diários nocturnos, em
poucas horas estaremos em S. Paulo; não nos d e t e remos em falar da g r a n d e c i d a d e , a segunda d o Brasil,
t ã o c o n h e c i d a pelo seu i n i n t e r r u p t o e a c c e l e r a d o progresso.
De S. Paulo, em nove horas em um c o n f o r t á v e l autom o v e l de uma empresa que f o r n e c e tantos quantos se
deseje, d i a r i a m e n t e , o excursionista c o m a sua b a g a g e m vae a C u r y t i b a , em estradas d e r o d a g e m , em sua
g r a n d e maioria asphaltadas e d e um t r a ç a d o que
honra a technica d e nossa engenharia; atravessa uma
zona riquissima, cheia d e c i d a d e s a d i a n t a d a s e d o t a das de t u d o q u a n t o é necessário ao c o n f o r t o d e um
turista m o d e r n o e c u l t o .
N o Estado d o Paraná, passa pela c e l e b r e Villa Velha,
o n d e e n c o n t r a curiosíssimas f o r m a ç õ e s g e o l o g i c a s
que, á primeira vista, p a r e c e m ruinas d e velhos monumentos; esse Estado que t e m a c t u a l m e n t e em sua sup r e m a d i r e c ç ã o um v e r d a d e i r o valor na pessoa d o senhor M a n o e l Ribas, é um r e p o s i t o r i o d e obras d ' a r t e
e d e caprichos da natureza.
C u r y t i b a , c i d a d e linda, possue t o d o s os climas, é
q u e n t e no verão, é g e r a l m e n t e t e m p e r a d a , mas néva
pelo inverno; d o t a d a de magníficos hotéis, c o m o o
Yonscher e o Palace, d e bellas avenidas, d e um bello
Passeio Publico e lindas praças, t e m uma v i d a intensa diurna e nocturna e os curytibanos sabem encantar seus hospedes c o m tantas marcas de cavalheirism o que lhes é simplesmente natural. Vem a p r o p o s i t o
c o n t a r a ligeira passagem havida c o m o signatario
dessas linhas, vindo c o m os seus companheiros de
C o m m i s s ã o em um "Paclcard", d e Paranaguá: ao chegar á c i d a d e romperam-se dois pneumáticos, ao primeiro a u t o m o v e l que passou f o i p e d i d o auxilio, e delle
salta um h o m e m f o r t e d e physico e f o r t e d e espirito
e, amabilissimamente, não só prestou t o d o o auxilio
que f o i e o que não lhe f o i p e d i d o , c o m o t r a n s p o r t o u
no seu p r o p r i o c a r r o os m e m b r o s da C o m m i s s ã o áté
ao hotel em que elles se haviam h o s p e d a d o , e ahi cheg a n d o , c o m o mais amavel g e s t o que o mais fino cavalheiro p o d e r i a ter, a o t r o c a r os cartões e r e c e b e r
os a g r a d e c i m e n t o s , apenas mencionou: " M a n o e l Ribas, ahi em f r e n t e " ; M a n o e l Ribas — o g o v e r n a d o r
d o Paraná; ahi em f r e n t e — o palacio d o G o v e r n o !
De C u r y t i b a a Paranaguá o excursionista pela Estrada
d e Ferro, conhecerá a mais bella o b r a d ' a r t e no genero, da autoria d o g r a n d e engenheiro Teixeira Soares;
para em poucas palavras dizer d o que ella, é, só mencionaremos o f a c t o dessa g r a n d e gloria da engenha
ria brasileira ter realisado a p o r t e n t o s a o b r a depois
que notáveis d e seus collegas inglezes a c o n s i d e r a r a m
impossivel d e realisação.
A s p h o t o g r a p h i a s f a l a m por si; nada precisamos a
ellas a d d i t a r .
De C u r y t i b a em r o d o v i a , ou pela " S . Paulo-Rio G r a n d e " , entramos no f o r m o s o Estado d e Santa C a t h a r i na; se ainda nos quizermos d e t e r no Paraná a ver as
plantações colossaes da herva m a t t e e as muitas ou
tras riquezas em madeiras, agricultura e g a d o , p o d e remos d e caminho, t a m b é m na legendaria Lapa mysteriosa visitar a p e d r a d e N . S. de. Lourdes, o n d e o pro-
Duarte
Presidente da Commissão N a v a i de
Inspecção no Brasil
pheta José M a r i a e n c o n t r o u a santa, segundo a lenda, e o n d e os milagres se m u l t i p l i c a m c o m o os peregrinos que em romaria vão r o g a r á Santa Senhora.
Pela M S. Paulo-Rio G r a n d e " , será d e b o m aviso parar em Joinville, a linda c i d a d e catharinense, o n d e já
se fala c o r r e n t e m e n t e o p o r t u g u e z sem que essa Vic t o r i a , a l c a n ç a d a d e poucos annos, viesse a prejudicar a iniciativa allemã c o n s t r u c t o r a d e f a b r i c a s d e t e cidos, louças, etc.
Dahi, será melhor o a u t o m o v e l , c o m o c o n d u c ç a o , pelas excellentes estradas que vão dar a Blumenau e a
Itajahy.
Em Blumenau ainda p r e d o m i n a a lingua allemã, p o rém, é d e esperar que da p r o v i d e n c i a d a f i x a ç ã o d e
mais numerosa f o r ç a d e nosso Exercito, surtam os resultados que já surtiram em Joinville. E' uma linda cid a d e , a d i a n t a d a e que só necessita d e ser mais b r a sileira.
Itajahy é o paraíso para as luas d e mel; na sua bellissima praia d e C a b e ç u d a s está o hotel d o mesmo nome, hotel simples, sóbrio, mas que na sua m o d é s t i a é
e l o q u e n t e m e n t e elegante e lindo. Se outra cousa não
tivesse Itajahy, c o m o o m a g n i f i c o p o r t o , boas e b e m
calçadas ruas, cinemas, casas d e c o m m e r c i o i m p o r tantes, boas casas d e m o r a d i a , uma f a b r i c a d e p a p e l
m o d e l a r , etc., si t a n t o não tivesse, b a s t a r i a m a praia
e o hotel d e C a b e ç u d a s para r e c o m m e n d a r a o turist a a excursão á m a g n i f i c a c i d a d e . Em Florianopolis
para o n d e uma excellente estrada de r o d a g e m nos
conduz, ha a a d m i r a r a p o n t e H e r c i l i o Luz e as bellezas naturaes das ilhas que c i r c u m d a m a c i d a d e e rec o r t e s da p r o p r i a ilha d e Florianopolis.
T o d o o t e r r i t o r i o catharinense está c o r t a d o por explendidas r o d o v i a s .
De Santa C a t h a r i n a , ou pela U S. Paulo-Rio G r a n d e "
ou d e a u t o m o v e l , pelo litoral, b o r d a n d o praias a t é
Torres, c h e g a m o s ao magestoso Estado d o Rio G r a n d e d o Sul, cuja c a p i t a l é, no nosso c o n c e i t o , a t e r c e i r a
c i d a d e d o Brasil.
Um trecho de Curityba
Xavier
Porto A l e g r e é adiantadíssima sob t o d o s os pontos
d e vista; o f f e r e c e ao excursionista p a n o r a m a * explendidos e o máximo c o n f o r t o .
De Porto A l e g r e , por via ferrea ou r o d o v i a , póde-se
internar-se pelo interior d o Estado e ir a t é as f r o n t e i ras; t a m b é m pela lagoa dos Patos, numa v i a g e m curta
e pitoresca, faz-se a ligação c o m a velha c i d a d e d o
Rio G r a n d e , igualmente p o n t o d e p a r t i d a para internar-se pelo " h i n t e r l a n d " e attîngir ás fronteiras; destas
são notáveis as c o m a A r g e n t i n a pelo rio Uruguay,
o n d e se acham f r e n t e a f r e n t e Itaquy e A l v e a r , Uruguayana e Libres, e c o m o Uruguay, o n d e está a cidad e d e J a g u a r ã o , ligada á Villa d o Rio Branco, uruguaya, pela p o n t e internacional.
C o m o o b r a d ' a r t e , os gauchos orgulham-se, justamente, c o m a p a r t e f e r r e a d e Santa M a r i a c o m 1800 metros de c o m p r i m e n t o .
E' uma excursão que faz b e m ao c o r a ç ã o brasileiro —
a que se faz ao sul da nossa terra — ; por t o d a a part e se nota a f i r m e v o n t a d e d e vencer, o t r a b a l h o p r o d u c t i v o , a resolução d e iniciativas b e m lançadas; e á
obra d o homem c o r r e s p o n d e a da natureza, confirmando o d i c t a d o por tantos r e p e t i d o , mas que encerra bem v e r d a d e : Deus é brasileiro !
Ferreira
o
BANCO
E
SEU PAPEL
NA
C A R T E I R A DE R E D E S C O N T O S
A C a n e i r a de Redescontos funcciona junto ao
Banco d o Brasil, situação em que permanecerá
até ser c r e a d o um banco central de reservas.
A
orientação
gerai dos seus negocios é
da
competencia d o Presidente d o Banco d o Brasii, c o m q u a n t o
sua
p o n t o autonoma,
administração,
seja exercida
até
certo
p o r um dire-
ctor de livre nomeação d o Presidente da Republica.
C o m o fim de prover a C a r t e i r a dos fundos
necessários ao financiamento das operações, o
Thesouro Nacional e m i t t e notas, que são incineradas, á medida que se vão verificando as
liquidações dos
redescontos.
Só p o d e m ser acceitos a redesconto
effeitos
que representem valor que tenha sido ou deva
O sr. Leonardo Truda, em cuja p r o f í cua administração f o i creada a C a r teira de C r e d i t o A g r í c o l a , e a de Redescontos t o m o u g r a n d e
incremento.
ser a p p l i c a d o em legitima transacção de movimento, relativamente á agricultura, á industria ou ao commercio.
Resentindo-se ainda o systema bancario brasi-
Mesmo sob o ultimo aspecto de suas activi-
leiro da existencia de um banco central de re-
dades, o Banco d o Brasil, sem se deixar domi-
servas, suppre em parte t ã o grande lacuna o
nar peio exclusivo o b j e c t i v o de lucros eleva-
Banco d o
dos, nunca perde de vista o inalteravel
Brasil cuja politica é orientada
no
pro-
O m o v i m e n t o das operações, nos últimos tempos, consta d o q u a d r o seguinte :
Titulos redescontados
Saldos médios, em milhares de contos de réis
constante empenho de engrandecer e conso-
posito de coliocar a sua politica ao
lidar o conjuncto da economia nacional. Elie é
d o conjuncto da economia brasileira, perseve-
193 5
326
que,
rando em um plano systematico de assistência
193 6
531
11)37 (7 niezes)
681
atinai,
acaba
p o r emprestar
um
cunho
peculiar á marcha dos problemas essenciaes d o
serviço
ás classes productoras.
EMPRESTIMOS A O T H E S O U R O
c r e d i t o , não mais sendo possível prescindir de
sua acção coordenadora nesse i m p o r t a n t e se-
REGULAÇÃO
CAMBIAL
O
c t o r da vida economica d o paiz.
O
Thesouro
Nacional
possúe a
maioria
das
acções que representam o capital d o
Banco.
E este actúa como banco central, —
com os
O G o v e r n o Federal confiou ao Banco do Brasil a execução d o controle d o cambio,
que,
desde 1933, só incide sobre uma certa quota
Estado jámais deixou de encontrar no Ban-
co d o
Brasil uma
colíaboração
poderosa
emprestimos feitos ao Thesouro Nacional (saldos médios em milhares de contos de réis) :
das cambiaes de exportação (35 % ,
c o n t o de títulos aos bancos commerciaes e de
ral), que t e m de ser vendida compulsoriamente
193 3
919
reguiação
ao Banco d o Brasil, ás taxas por este fixadas.
193 4
922
193 5
890
mesmo t e m p o as funcções de banco de d e p o -
Este systema tem p e r m i t t i d o ao G o v e r n o
193 6
810
sitos e descontos, com que se lança na cor-
deral dispor de recursos cambiaes necessários
1937 (6 mezes)
657
rente d o c o m m e r c i o bancario, juntamente com
para
publica
RESERVAS - O U R O
os outros
externa, bem como á liquidação das dividas
Uma parte apreciave! da somma
commerciaes
ao
—
mas
conservando
ao
bancos commerciaes, nacionaes ou
extrangeiros, que funccionam no paiz.
attender
ao
serviço
atrazadas.
da
divida
da
qual se tem a prova nos dados relativos aos
encargos de thesouraria de Estado, de redescambial,
em ge-
NACIONAL
Fe-
Thesouro
Nacional
é
emprestada
representada
pelos
BRAS IL
DO
ECONOMIA
NACIONAL
adeantamentos que o Banco d o Brasil faz para
a acquisição systematica de ouro, por
do Governo
O
Brasil,
começa
conta
Federal.
pela
perseverança
nesse
methodo,
a contar com uma reserva aurea
já
apreciavel e cuja guarda está confiada ao proprio Banco d o Brasil :
Reservas - ouro
de
Valor em
ouro-fino
libras-ouro
de d e z e m b r o . . . .
324
44.371
dezembro... .
6.683
912.7Si
de d e z e m b r o . . . .
14.845
2.027.44?
— 31 de d e z e m b r o . . . .
21.792
2.976.214
24.956
3.408.26j
Kilos
1933
31
1934
31 de
1935
31
1936
1937
30
de
junho
CLEARING - HOUSE
Banco
E' um serviço de c o m p r o v a d a efficiencia,
Brasil,
o
de
compensação
de
cheques,
que
panhando o rythmo em que se amplia o mopaiz.
Nos dados que constam a seguir, accentua-se
outra
feição
peculiar
de
banco
dos
bancos,
que tem c a b i d o ao Banco d o Brasil, no qual
se centralizam as operações de
compensação
de cheaues
:
i
Cheques
compensados
Valor
Períodos
índices
(1928=100)
193 1
70
193 2
66
193 3
86
193 4
106
193 5
120
193 6
140
1937 (6 mezes)
160
RECURSOS
A
Brasil
no
cresce intensamente de anno para anno, acomvimento commercial d o
do
importancia que t e m t o m a d o o Banco d o
Brasil na economia nacional adquire uma ex-
pressão particular na evolução d o volume de
Duas classes de depositos impõem-se pêlo seu
seus recursos, que ascendem na actualidade a
relevo : a) a dos depositos bancarios, em que
elevada
de
se vislumbra o pape! marcante de banco dos
contos de réis, — prova inconcussa da pujança
bancos que exerce o Banco d o Brasil; b) a dos
de sua organização.
depositos
Desprezando-se os recursos proprios, que em
exacta impressão, —
meados
de
rável e pela estabilidade que t ê m demonstra-
700.000 contos d e réis (capital, fundo de re-
do, — da immensa confiança que desfructa a
serva e reservas especiaes), p o d e m
privilegiada
somma,
de
1937
—
cerca
de
importavam
4.000.000
em
cerca
constituir
do
publico,
á
vista,
que
dão
a
por sua massa conside-
instituição.
valioso subsidio, para maior exame, os dados
O q u a d r o seguinte consigna os dados da dis-
relacionados
tribuição
com
a evolução
dos
depositos,
no largo curso de um decennio :
dos
depositos
suas
grandes
categorias :
Depositos
Depositos
Saldos médios
Saldos médios, em milhares de contos de réis
Milhares
de contos
índices
(1928=100)
192 9
1.541
109
193 0
1.426
101
193 1
1.144
81
193 2
1.885
133
193 3
817
193 3
2.920
206
193 4
193 4
2.875
203
193 5
2.689
190
1936...
2.612
1937 (6 mezes)
2.270
Períodos
pelas
Períodos
Bancarios Do publico,
Outros
Total
1.091
1.012
2.92U
609
1.176
1.090
2.875
193 5
598
1.280
811
2.689
185
193 6
569
1.165
878
2.612
160
1937 (6 mezes)
635
973
662
2.270
â
vista
TOTAL DOS
TOTAL DOS DEPOSITOS
EMPRESTIMOS
Saldos médios, em milhares do contos de réis
Saldos médios em milhares de contos de réis
3.500
1
1
1
!
1
1
1
1
i
»
3
•50,1
3.000
3 000
3 000
3.01)0
2.000
2.000
2.000
2.000
1.000
1 000
1.000
DISTRIBUIÇÃO D O CREDITO
A
rede de
agencias d o
Banco,
em
numero
a p p r o x i m a d o de uma centena, habilita-o a ter
como campo de acção t o d o o t e r r i t o r i o
do
paiz, composto de zonas economicas heterogeneas na estructura e no gráo de desenvolvimento.
As operações, que p o d e m ser chamadas
de
credito
os
publico,
adeantamentos
não
ao
abrangem
Thesouro
apenas
Nacional,
mas
t a m b é m emprestimos feitos ás outras unidades
mittirá acudir, desde logo, ás necessidades d o
de
apparelnagem
paiz em matéria de c r e d i t o á producção, em
tidos.
industrial
não são
permit-
sua modalidade mais urgente, que é o credito
CONCLUSÃO
a prazo médio, de custeios e de melhoramen-
C o m o se vê pe!a rapida synthese feita nas li-
tos mobiliário agrícola e industrial.
nhas precedentes, o
Os recursos necessários ao financiamento das
instituição de estructura sui-generis, mas per-
operações da nova Carteira serão fornecidos
feitamente a d a p t a d a ás necessidades especifi-
pela collocação no mercado de titulos de bo-
cas da economia brasileira. Esta apresenta uma
nus que o Banco d o Brasil emittirá, aos prazos
de
I,
2, 3 e 5 annos,
com
juros
pagaveis
semestralmente.
Banco d o
estructura
mixta, agro-industrial,
em
economicas
zonas
acham
em
estádios
Brasil é uma
e se exerce
heterogeneas,
differentes
se
evolução
Estados e Municípios,
—
As operações consistirão na assistência que ao
economica.
e a certos institutos federaes autonomos,
de
banco caberá prestar aos agricultores e indus-
culiaridades da estructura economica d o paiz,
im-
triaes, e variarão em t o r n o das seguintes mo-
o Banco d o Brasil se apresenta como organi-
portância, o Departamento Nacional d o C a f é .
dalidades de e m p r e s t i m o s : I) para acquisição
zação bancaria mixta, simultaneamente central
N ã o obstante o volume a que t e m
attingido
de sementes, adubos, matérias primas, machi-
e
essa classe de operações, não se t e m o Banco
nas agrícolas, g a d o destinado á criação, e pa-
quanto ao ultimo aspecto, em banco commer-
d o Brasil descurado de sua assitencia
ra melhora de rebanhos; 2) para custeio das
cial (operações de desconto e emprestimo em
ás actividades economicas d o paiz.
safras agrícolas; 3) para reforma ou aperfei-
conta-corrente,
C o m o se vê pelo q u a d r o seguinte, o volume
çoamento de machinaria. Os emprestimos pa-
hauridos por meio de depositos) e em banco
dos emprestimos de finalidades
ra acquisição de immoveis ou installação inicial
recursos especializados).
politicas d o paiz, —
que
merece especial destaque,
economicas
pela sua
directa
directamente
(a bancos, agricultores,
commer-
ciantes, industriaes, e particulares) attingia, no
l . ° semestre de
1937, a cerca de um milhão
de contos de réis :
Emprestimos
Saldos médios em milhares de
Períodos
' w
Z s £
5.2
o w a
3 w -5
I I
g
^ O
- 5
-s
contos-de-réis
• o - u u l
u £ ri
* •£ £
*>ÍÍÊ
i *
Si
__
«
r
Si
*
J
g
H
416
-Sgi
~ Ç
< 2 «
829
2.72'J
193 3
OO
<o
1.484
193 4
1.397
674
773
2.845
193 5
1.422
739
912
3.075
193 6
1.398
595
1.075
3.070
1937 (6 mexes)
1.225
591
974
2.792
CREDITO
M
AGRÍCOLA
Em fins de 1936, foram reformados os Estatutos d o Banco, no qual foi creada uma
Car-
teira de C r e d i t o A g r i c o l a e Industrial, que per-
Em correspondência
da
que
não-central,
desdobrando-se,
a curto
prazo,
com as pe-
por
com
sua vez,
recursos
^^aJa
época
numero
ajan
de
Passou
que
a humanidade
de poses que
de gestos,
realçar
a belleza
o tempo
do
leque,
com
que
do
leque
semi-occultavam
os mais
rubecimento
jaces. . . Passou
nuo
das
e simples,
E as mulheres
scenario
da
agradar.
Nos
nossos
dias,
aos
que
com
Deus
o gesto
lábios,
atraz
qual
que
se não
da
por
seu
dotou.
de
então
o pudico
século,
essa mesma
que
era
eningê-
simplicidade.
de crear para
era nova
certo
no
as jormosas
do
fatiga
um
adoptando
e disfarçavam
o findar
característico
sorver
as
do
sorrisos,
do
o transpor
vão
a Natureza
com
encanto
se caracterisa
as mulheres
animadores
maior
bellas,
Vida,
de
cigarro
sem
atravessa
elegeram
é esse de saber
embellezar
novas
levar
o
maneiras
um
delicioso
com
delicia
o
fumo
suave,
e
sopral-o,
nossos
dias,
está
para
a que
tem
horror
com
elegancia.
A
mulher
garro
que
assim
fuma,
como
em
a que
de maquillage
está
para
E
que
são
os homens,
e fino,
adoravam
adoram
aquelle
o leque
sabe
a que
utilisar
não
os eternos
gesto
de plumas
os auxílios
usa
nem
fascinados
e aquelle
e o sorriso
pó
modernos
de
arroz.
por
cigarro
que
dos
tudo
como,
atraz
o que
outrora,
delle
ao cimethodos
é
elegante
os
outros
se occultava.
. .
u
m
a n i m a d o r
AUTOMOBILISMO
n o
Commendador
dustrial
brica
dos
lismo
H A P É O
ê
Q U
Sabbado
capital
mais
Automouel
Club
seruiços
animadores
actualmente
de São
realmente
grande
proprietário
de cigarros
beneméritos
Brasil,
d Angelo,
paulista,
manufactureira
no
tado
o c
na
B r a s i l
na
Paulo,
da
fa-
e
um
Sudan,,,
do
automobi-
presidencia
a que
inestimáveis.
in-
tem
do
pres-
DE M E Z
A M E Z
OS G R A N D E S A C O N T E C I M E N T O S
DE
A solennidade d o
baptismo do monitor " P a r n a h y b a "
NOVEMBRO
O mez de novembro passado ficará assignalado na
Historia d o Brasil pelos grandes acontecimentos políticos que nelle se regisiaram. Revogou-se uma Constituição; outorgou-se outra, contendo profundas m o d i f i cações no regimen; f o r a m dissolvidos o Senado da
Republica, a Camara dos Deputados, as Assembleas
Legislativas dos Estados, as Camaras Municipaes em
t o d o o paiz; extinguiram-se a Justiça Eleitoral, o Tribunal d o Jury, os juízos federaes; substituiu-se a eleição directa pela i n d i r e c t a ; o suffragio universal ficou
r estricto
as eleições de primeiro g r á o ; fizeram-se intervenções federaes nos Estados de Pernambuco e Bahia; substituiram-se dois ministros. Em summa, veriticou-se uma serie enorme de acontecimentos importantes, cada um dos quaes bastaria para encher os
commentarios de uma semana ou mais.
Em v i r t u d e das proprias disposições da nova C a r t a
Politica, outros factos capitaes terão de assignalar-se
no correr dos dias, como consequência d o esforço de
a d a p t a ç ã o da nova ordem de coisas.
p e r m i t t a m a s a t i s f a ç í o de taes compromissos sem sacrifício da economia brasileira. Uma vez suspensos os
pagamentos externos, f i c o u extincto o confisco de
35 % sobre as cambiaes e livre o mercado de cambio das restricções que sobre elle pesavam.
A
I N A U G U R A Ç Ã O DO MONUMENTO
F U N D A D O R D A REPUBLICA
AO
A data da Proclamação da Republica f o i commemorada com grandes festas cívicas na C a p i t a l d o paiz,
sobresahindo entre todas a inauguração d o monumento ao Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, um
dos fundadores e p r i m e i r o Presidente da Republica
Brasileira.
O monumento é um grande trabalho de arte, realizad o por M o d e s t i n o Kanto e e r i g i d o na antiga Praça
Paris, que passou a denominar-se Praça Marechal Deodoro, e inclue uma homenagem aos grandes vultos da
p r o p a g a n d a republicana e da e f f e c t i v a ç ã o d o regimen.
OS
ESTALEIROS N A C I O N A E S
A ' ACTIVIDADE
VOLTAM
Depois de vários annos de inactividade, os estaleiros
nacionaes voltaram a provocar o enthusiasmo publico,
lançando ao mar um navio de guerra, o M o n i t o r "Parn a h y b a " , nova e garbosa unidade da A r m a d a Brasileira. O b a t i m e n t o de sua quilha constituiu uma festa
civica, em que se associaram povo e autoridades, principalmente as autoridades da Marinha.
A p ó s o lançamento d o " P a r n a h y b a " , virão outros. Já
se aonuncia para breve o de dois navios mineiros. Estes e outros factos dão a todos os brasileiros a certeza de uma éra de renascimento da nossa A r m a d a .
G R A N D E S DESASTRES N A
A s p e c t o da
inauguração d o monumento ao
f u n d a d o r da Republica
E
FINANÇAS
As alterações de ordem p o l i t i c a não poderiam deixar
de acarretar profundas modificações economicas e financeiras. Estabeleceram-se bases para a nova pofitica
d o café. O governo determinou a suspensão d o pagamento das dividas externas, até chegar a um entendimento com os nossos credores externos, em bases que
UM
ESTADISTA
BRASILEIRO
Falleceu em Pernambuco, sua terra natal, na vesporo
mesma dos grandes acontecimentos que alteraram os
rumos politicos d o paiz, o sr. Estácio C o i m b r a , uma
das figuras mais notáveis d o a n t i g o regimen.
Vice-presidente da Republica, no governo d o sr. A r thur Bernardes, governador de Pernambuco e seu representante no Congresso em varias legislaturas, era
t a m b é m um dos maiores usineiros d o seu Estado. Exilado em 1930, a morte o colheu q u a n d o parecia disposto a reingressar na a c t i v i d a d e politica.
O
MEZ
LITERÁRIO
A A c a d e m i a Brasileira de Letras preencheu mais uma
das suas vagas — a de Laudeiino Freire — elegendo
Osvaldo O r i c o . E' um dos nomes novos de maior destaque no movimento literário brasileiro. Poeta, ensaísta. conteur, chronista, autor de vários voiumes que
o p u b l i c o distingue com sua preferencia e as élites
acolhem com sympathia. Em summa, um nome que
honra o Petit Trianon.
O u t r a novidade literaria interessante : o Pen C l u b
iniciou suas edições, lançando o livro de C l á u d i o de
Souza, " A m o r e s não correspondidos".
Aspecto d o desastre em Barra Mansa
BRASIL
Já em fins de o u t u b r o se registara um desastre na
C e n t r a i d o Brasil, de grandes proporções. Uma composição se lançara de uma ponte ao f u n d o d o rio em
Barra Mansa, d a n d o em resultado grande numero de
mortos e feridos. E na madrugada de 2 de novembro, verificou-se o u t r o sinistro pavoroso. Um choque
de trens, p e r t o da estação de Mesquita, teve como
consequência a morte de sete integralistas que regressavam aos seus Estados, f i c a n d o feridos cerca de
setenta.
Foram dois trágicos
espirito publico.
O
ECONOMIA
CENTRAL DO
FALLECE
DIA
DA
acontecimentos
que
abaiaram
o
BANDEIRA
Grandes f o r a m as festas civicas que sé realizaram em
t o d o o t e r r i t o r i o nacional, em commemoração d o Dia
da Bandeira.
O pavilhão brasileiro f o i exalçado pelas mais vibrantes acclamações, recebendo um p r e i t o de amor e respeito, como jámais se verificára. Formaram as escolas. E povo, tropas, infancia, associações culturae;,
autoridades, todos se uniram num culto ardente e
exaltado ao supremo symbolo da Patria.
Dezembro
- 1!>37
AS
REALISAÇÕES
MERITÓRIAS
T
udo q u a n l o se faz pela educação d o povo merece ajuda e aplausos
dc
todos.
O
preparo dos moços decide muitas vezes d o
N ã o sc regateiam encómios á obra educacional
futuro dum
paiz.
do Instituto La-Fayette.
porque o preparo dos moços e mesmo a educação do povo foram sem
pre a sua grande
Nos
primordios
Instituto
prcoccupação.
da
sua
La-Fayette.
operosa
a
par
da
atuação
no
execução
meio
social
conciente
dos
brasileiro,
programas
o
oc
ensino, manteve sempre a cultura moral e cívica não só nos dias communs. como nos dias dc festa nacional.
homenagem
O
O
edifício
de
do
cultura
se entre
dos
parques
partamento
Instituto
dum
do
ensino
foi
aperfeiçoando-se
com
Instalações caríssimas e construções
ergue-
as arvores
cívica, os grandes vultos da
o
e merecem
Patria e da
correr
dos
sempre
1 Iumanidade.
anos
nessa
casa
de
realizadas
no
educação.
ginásio
fisica
Mereceram
O
De-
de alta
monta
foram
La-Fayette.
ginásio dc cultura fisica. erguido num dos parques d a
Departamento
Fieminino. tão bem disposto é. com as suas varandas e passadiços, que.
Feminino
n ã o raro. serve ao tcatro-escola
do Instituto La-Fayette, nas representa-
ções de cênas históricas e outras dramatizações realizadas no palco, ante
a
assistência
numerosa
contida
no recinto
amplo.
O u t r a s construcções. também importantes, tem sido realizadas no Departamento
Masculino
deste
Instituto,
todas com
o fim de dar ao
ensino
instalações necessarias e modernas.
Apesar das dificuldades
comerciais do momento, o Instituto
deu início á construção dum
Começou-se
física.
a construção
grande edifício para a sua sede principal.
pela
parte que contém
No
recinto
sios
de
o
e
é
de
e
4
salas de aula
cultura
pavimentos.
1.° pavimento e o 2.°. ten-
e o 4.°
também
4
salas,
todas
amplas.
Para a continuação das obras, será demolida primeiramente a parte prin-
física.
de
o 3.° pavimento
pejadas
giná-
cultura
ambiente
forto
dos
o ginásio de
Essa parte, como aliás todo o edifício, é em quatro
Esse ginásio ocupa, dessa parte iniciada, o
do
La-Fayettc
con-
distinção
cipal d o antigo solar dos condes de
Mesquita.
F.ssa obra
arquiteto Osvvaldo
nhas
Os
obedece a
arquitetônicas
um
da
fachada
cursos complementares
fundamental,
os cursos
ter instalações,
plano
do
do
são
sóbrias
colégio
técnicos
dc
e
salas, gabinetes e laboralorios
As
li-
elegantes.
universitário,
comércio
Parisot.
c
o
com
o
curso
curso
secundário
primário,
vão
material escolar
mo-
derno e novo.
N o primeiro pavimento dessa construção, ficarão instalados a secretaiia. a diretoria secional. arquivo, salão de honra, refeitório, cosinha.
dispensa, area cobeita e outras dependências.
O s gabinetes de fisica e história natural e o laboratorio de química fi
carão no 2 / ' pavimento, onde também serão localizados o gabinete do
director geral, gabinete de geografia, auditorio e ainda algumas outras
dependências interessantes.
As
has
dos
exposições
alunos
Fayette,
tura
mente,
valiosos
o
de
do
La-
e a
escul-
sobresaem
em
meio
de
trabalhos
instituto
desenho
expressivade
artes
salas de musica
A
sala
mento
de
desenho
Masculino
trabalhos
La-bayette
aplicadas
aulas
fica
nos
deserta
do
Departa
do
Instituto
intervalos
e
das
silenciosa
e atelier de escultura, desenho e pintura, o
gabi-
nctc
dc
psicologia
experimental,
carão n o 3.° pavimento.
arejadas e
ventiladas.
Essa
já
obra
iniciada,
O
salas
de
aula.
parle
do
audilorio.
O
edifício
principal
to
Feminino
do
duque
de
Caxias,
hoje
ampliada
e
reconstruída
para
fins
escolares
foi
a
do
Departamen-
antiga
rcsidencia
fi-
4.° é todo dividido em salas de aulas Kern
marcará
uma
importante
era.
sem
dúvida,
nas
construções d c edifícios escolares.
O
Instituto La-FaycM.e. q u e surgiu em
1916. com
um
número
dc alunos, foi cresccvido continuamente. e. hoje é u m a
digna
Os
o
para
Medicina,
Direito e Engenharia,
2.° a n o dc existência, alcançou
sucesso
Às
concorridíssimas
turmas
vida
desdobram-se.
intensa
mantida
ininmo
de
todas
trabalhos
e
estudos
dos
e
Mixto.
No
Departamento
outros
cursos
Preliminar,
o
Jardim
da
A
e
Masculino
e
c
do
Internato
Feminino,
Preliminar
e a
do
do
aumentam
semi-internato
externato
desses
continuamente
de
e
lambem
Masculino.
a um ritmo perfeito de ordem.
frequência
n^
animadas.
em ai (o nivel de rendimento, n o Departamento
e
já
completo.
e o curso primário obedecem
Mixto
pedagógica
respeitada.
cursos complementares
A
obra
reduzido
dos
I"e-
lnfánciú
Departamentos
e dos
Departamentos
ano
ano.
a
Mostra
N u m grande terreno, já adquirido na A v e n i d a Vieira Souto, será erguido
o
futuro
edifício
do
Departamento
bairros de C o p a c a b a n a .
Ipanema
Mixto.
para
atender
aos
e Leblon.
Cresce, assim, o Instituto La-Fayctte. levando a vida cultural a todos os
recantos
da
e guia d a
cidade
nossa
Bem
haja quem
pela
grandeza
Cfs
gabinetes
Geografia
do
l.a-1'ayette.
plos
estudo
recintos
e de
do
amver
do
trabalho
a
capital
do
Brasil,
ponto
culminante
Pátria.
semeia a
Instituto
e originais.
dadeiros
bela
do
são
maravilhosa,
Brasil
Instrução:
dc
°s<*
populosos
amanha.
abençoados
sejam
os q u e
d
té.
ni
'os
'c<*
oo
'c/o r (/o Po!
ZSSQ
ro.
or n
«'ai.
Proh
O, U,r
Vec/.O do ò"0
" °s
<(,
,s,r
pelejam
' «risot
I N S T I T U T O
D E
E
D O S
A P O S E N T A D O R I A
oias
P E N S Õ E S
B A N C A R I O S
O b j e c t o s Je arte,
ras preciosas
O lnstitu 4 o de A p o s e n i a d o r i a e Pensões dos Bancarios, creado pelo Dec. n.° 24.615,
de 9 / 7 / 3 4 , e regulamentado de acordo com o Dec. 54, d o mesmo ano, conseguiu estender seus benefícios a todos os que, sendo seus associados, residem nos pontos mais
longínquos d o paíz. Em todas as praças bancarias, o Instituto mantém representantes
— que se denominam Delegados, A g e n t e s ou Correspondentes, segundo a densidade
da população bancaria local. Esses representantes, ao mesmo t e m p o que se acham
aptos a ministrar aos associados esclarecimentos no tocante ás relações dos mesmos
com o Instituto, facilitando-lhes a prestação da Assistência Medica e dos demais benefícios, entendem-se com os Empregadores, orientendo-os, sempre que se faz preciso, sobre o cumprimento da lei.
e semi
preciosas
BENEFÍCIOS CONCEDIDOS
A despesa que o Instituto vem realizando com os seus benefícios regulamentares, demonstra claramente que eile está cumprindo perfeitamente a sua elevada finalidade.
A partir da data da sua instalação, em 27 de O u t u b r o de I934, até 30 de Setembro
de 1937. ha, portanto, menos de tres anos, o Instituto despendeu as seguintes importâncias com os benefícios regulamentares :
Aposentadoria
Pensões
por
2.385:937$200
668:817$560
474:004$000
499:504$300
I 1:691$800
9:959$400
3 .256:198$200
invalidez.
Auxilio M a t e r n i d a d e
Auxilio Enfermidade
Auxilio Funeral
Auxilio Reclusão
Assistência Medica, Cirúrgica e H o s p i t a l a r . .
Casa
Osca
tlJiachado
Rua do Ouvidor, 101 / 103 - Rio de Janeiro
iMna
gentil
OFFERTA
7.306:1 I2$460
Restituiu ainda, dentro d o referido período, a importancia de Rs. 218:281 $300, aos
que, t e n d o abandonado a profissão bancaria, deixaram de pertencer ao quadro de
seus associados.
A Emprcza Editora Rio-Medico acaba de delicadamente offerecer-nos um certo numero de exemplares
do livro " A Saúde dos Filhos", do dr. Mario Rangel,
para offerta aos nossos leitores.
E ' esse livro um compendio de ensinamentos indispensáveis em todo lar.
Dessa preciosa obra, fazem parte capítulos em que
sfio apresentados interessanti^simos e opportunos
estudos sobre puericultura.
Valendo-se desse offerecimento, poderfio os nossos
leitores encaminhar a sua solicitaçfto á Caixa Postal
3 . 3 2 8 — R i o de Janeiro, fazendo annexar o recorte
dessa noticia á sua correspondência, requisitando a
obra em questão.
CARTEIRA DE EMPRESTIMOS
Instalada a 2 de M a i o de 1936, a C a r t e i r a de Empréstimos d o Instituto dos Bancarios, concedeu, até 30 de Setembro de 1937, 4.945 emprestimos, aos seus associados
dos diversos Estados, num t o t a l de Rs. 9.919:800$000.
CORPO
MEDICO
C o m o se vê pela cifra acima exarada, a Assistência M e d i c a , Cirúrgica e Hospitalar t e m merecido o máximo interesse por parte da administração d o Instituto dos
Bancarios.
O u t r o índice desse interesse está em o numero de facultativos por intermedio dos
quais o Instituto presta a referida Assistência aos seus associados e respectivos beneficiários, e o qual se eleva a 428.
CARTEIRA PREDIAL
De acordo com o recente regulamento, a p r o v a d o pelo governo, o Instituto instalou
a sua Carteira Predial, afim de facilitar a aquisição da casa própria aos seus
associados.
Tinta*
}taha
ymfJbestâcr
Matta .
VICTORIA
(LEGITIMA)
RESERVAS CONSTITUÍDAS
Em 30 de Setembro de 1937 as reservas d o Instituto atingiram á cifra de
41.03 7:364$930, constituídos dos seguintes resultados:
Exercício de
Exercício de
Exercício de
1934. .
1935. .
1936. .
Fundo de G a r a n t i a em 3 1 / 1 2 / 3 6
Diferença entre a Receita e a Despesa em 30 de
de 1937, no e x e r c i d o corrente
3.917:818$850
I 3 .424:581 $ I 70
15.61 l : 2 6 8 $ 4 5 0
Setembro
32.953:668$470
8.083:696$460
41 .037:364$93C
Eis em resumo o que t e m sido a obra, de inegável alcance social, d o Instituto de
A p o s e n t a d o r i a e Pensões dos Bancarios.
IIO
Illustraçao Brasileira
DE JANEIRO
—
A V . MEM
DE SÁ 240
—
TEL 72-277»
D
fíaciônd
Tnstiüdo
de Pwidmoía
(garantido pelo Governo Federal)
proporciona
aos Funccionarios
Federaes, Estadoaes,
Municipaes, aos que exercem profissões liberaes e ás
classses organizadas syndicalmente, a instituição
de pecúlios.
Ao alcance de seus contribuintes estão empréstimoscompra
de residencia, operações hypothecarias, fianças, depositos em c / corrente com juros,
e mais vantagens asseguradas pelo Decreto n°
24,563 de 3 de Julho de 1934.
Dezembro — 1937
57
^
^
^
^
^
,
bo»
o
r
e\ectrico* °
«
s
^
x
en»
con
=»lda?
r
de °» uV
„«rv»«*0
Ae
\re
e
s
»»•
f
to9
£
--
para
»
8
Rftd„s.
e»Pre
,
,lincntos-
»eise.
dB
,n»s
CB
«vete» e *
da
«me»"*
r?--,,iilallat'
e < ' c ,
, ,„\r
sen»
- WP*»* 6
frut**'
- H "
un»»
u
—
•,»\me'»,e T
<lOC
nJ
rr e tn
V
v
—
vod* 8
1
r
***
»
. -„
m»« 1 »
^ b t l í to d«. ^. s' '; T e
u 7 e
^
.necio«
ca** ®
^le.
R
«Vhor »
ve %
<>»»«*
t
re»iri
e
u
dctno^%
«x v * r R
C.
„
S.
P» t t v
n i o
0
°
àe
lewpet»
te«»
cc
o r t tc
ei'
e
* t o de
^-arffli
UMA VERDADEIRA
JOIA !
GOSTA DE BORDAR?
Procure conhecer os P E Q U E N O S Á L B U N S
O
de desenhos para bordar, publicados pelos fabrican-
ANNUARIO
tes da linha "Ancora", e que contêm motivos originaes de riscos coloridos (Decalcaveis) com as indi-
DAS
cações fáceis para fazer os bordados.
SENHORAS
ILLUSTRAÇÃO
B R A S I L E I R A , remeterá
gratuitamente um desses Á L B U N S a quem nos solicitar enviando para este fim 200 rs. em sellos do
correio para o porte.
Pedidos
á
Redacção
de
ILLUSTRAÇÃO
B R A S I L E I R A . — Travessa do Ouvidor, 34 — Rio.
P A R A 1938
QUE ESTA' A'
VENDA
AO PREÇO
DE ó$000
MOBILIÁRIOS-TAPEÇARIAS
O
NESTE M E Z , G R A N D E V E N D A
DE S A L D O S E PRESENTES ÚTEIS
PELOS MENORES PREÇOS
r
m
I &B2SI
Ô 5 - R U A
D Ä
EXEMPLAR
C A R I
• OIO DE
U A N E I Q O
LONDRES
PARIS
,WPIN Stores'
S.
PAULO
RIO
tSoCUMM AnOniMAlnuiTA
MOVEIS
TAPEÇARIAS
DECORAÇÕES
ORÇAMENTOS
SEM COMPROMISSO
PRAIA
DE
BOTAFOGO,
360 — PHONE
OU VI D O R „
9 1
CX. P O S T A L 3 3 3 4
TEL.
2 3 - 4 6 5 6
ANDRADAS.
14 6 5
A V . E D U A P O O . 12 3 7
OSW. A R A N H A . 1 3 7 8
PORTO
R I O DE JANEIRO
ALEGRE
26-4015
CIA. PAULISTA DE PAPEIS
E ARTES GRAPHICAS
Matriz : São Paulo
Filial: Rio de Janeiro
Rua Piratininga, 169
Rua Pedro I n' 33
IMPORTADORES e
EXPORTADORES
de toda classe de Papeis em
geral e Objectos para escriptorio
Grande Fabrica de Cartas de
Jogar, Enveloppes, Papeis em Caixas e demais artigos relativos ao
ramo.
ENDEREÇO
DEPOSITÁRIOS:
TELEGRAPHICO:
" C O P A G"
S E A Ü R A ^ C A
para
Tel.
Rio.ou
no
Rio
São
Paulo
22-7673/4/5
ARTE
M A R A J O A ' R A
NA
EXPOSIÇÃO
DE PARIS
^enhorinha
Camilla
pujaiiles
tora
expressões
de apreciados
estylo
marajoára.
ter sido
merecida
ternacional
lado.
dida
dois
trabalhos
uma das mais
iypicamente
de ceramica
esculptora
na Exposição
medalha
de
de Azevedo,
da arte
A joven
premiada
receber
Ao
Aluares
no grande
certamen
dos bonitos
trabalhos
estylisados
da
Triste da q u e seu p h y s i c o descura
E a saúde, solicita, não zela;
Bem depressa a mulher se disfígura,
N ã o resiste dos annos á p r o c e l l a .
(VERSOS DE BASTOS TIGRE)
.
i t i i i i i ;
Escriptorlo
Centrai :
Rua Lavradio n. 105 — T e l e p h o n e 22-6955
End. Tel R,ULRUDGE
Código; Bentley^ e Borges
RIO
FABRICA
Av.
DE
JANEIRO
D E PAPEL
E
PAPELÃO
" I N H A Ú M A "
Automovel C l u b n. 361 - Tel. 29-3432
•
Fabrica de Cartonagens Finas e Artefactos
Rua Lavradio n. 105 — - Tel. 22-3603
Deposito :
Rua Lavradio n. 73-Tel. 22-6208
Casa
VENTRE-SAN
encontra-se i v e n d i nas Farmaciat e Drogaria» c no
Laboratorio d o
V E N T R E - S A N - Rua M a c h a d o C o e l h o 115 - R I O
Iníalivel na Prisão d© Ventre —
Má Digestão — Inflamação do fígado e intestinos — Gosto ruim
na bocca ao levantar-se. Mal
estar depois das refeições, etc.
Filial :
Fabrica de Caixas de Papelão, Pratos de Papelão e Cartonagens Finas — Officinas Graphicas
Rua Fonseca Hermes, 81 — Teleph. 1580
JUIZ
DE
in-
Paris.
esculptora.
KAIIL
de
vem, agora, de
Nestas linhas perfeitas de esculpturá,
Em q u e a rara belleza se revela,
A saúde se casa ã formosura
Pois só sadia è q u e a mulher é bella.
T o d o o vosso c u i d a d o se concentre
Em trazer sempre livre o vosso ventre
Usando o incomparável V E N T R E - S A N
cm
depois
SAÚDE e BELLEZA
Conservae a belleza e a m o c i d a d e ,
N ã o com as cores postiça* v da vaidade
M a s com a saúde, da alegria irman.
au-
e de bronze
patrícia,
de Milão,
de ouro
brasileira,
FÓRA
MINAS
aplau-
NATAL!
A N N O BOM!
Vaso t y p i c o marajoara
e bandeja do mesmo
estylo, duas magnificas
creações artísticas da
esculptora
patrícia
~u
&
ia
ilcf.oufasOá:
RUA SETE DE SETEMBRO, 66/68-Rio
r
Eis
o
lemma
Fabrica
antigo
' S A B A "
(Schwarzwaelder
irate
Bau
August
da
Appa-
Anstalt
Schwer
H i p
emFVillingen)
de
Soehne,
estabeleci-
Ida ha mais de cem annos.
SABA ^
446/UÔ
RADIO
neivo
E'
plenamente
vada
por
compro-|
cada
um
dos
apparelhos ' ' S A B A " quel
formam
a presente
para o anno de
mais absoluta
serie
lyoö,
precisão
O NATAL DO ERRADO
CONCLUSÃO DA PAG. 20
os defeitos de sua pelle?
"maquillage M é util e está na moda. para realçar e avivar a belleza de u m rosto lindo. M a s n â o é vantagem usal-a como disfarce para occultar defeitos ou imperfeições da pelle
Para isso, a sua utilidade dura horas
apenas
O certo é tratar a pelle. cor-
A
rigindo c removendo definitivamente
os defeito« que lhe tiram o frescor e
a mocidade. E isto será fácil com o
uso continuado d o Leite de Colonia.
Leite de Colonia limpa, alveja e amacia
a pelle
Use-o seguidamente e a Sra.
cedo notará os seus beneficos effeitos.
BANC:o
IBOAVI STA
Dcpositos
Descontos
Cauções
RUA 1 o DE M A R Ç O , 47
A V . RIO BRANCO, 137
RIO DE JANEIRO
—' Tanto melhor. Livra-nos de um tarado.
— Estou, entretanto, sem dinheiro algum. I omaram-mc o que tinha, minha mãe morreu. Sairei sem ter onde e com o que comer. . .
— Excelente ! bradou o administrador.
—- Como excelente ?
— Você está no caso tipico da Sapa !
—' D a Sapa ?
— Sim da Sapa : são as iniciais da Sociedade Amiga dos Presidiários Anormais. Ela lhe dará a passagem e pequeno capital
para recomeçar a vida. Venha ter comigo : vou fornecer-lhe certificado de que é o tipo do errado, do anormal.
Saiu com o carcereiro, pisando com lorça no terreno, que ele supunha solido, de sua autoridade.
Abracei os companheiros, despedindo-me. Tod os me invejavam a
sorte. U m que fôra repórter amador perguntou-me :
— Q u e crime pensa cometer ?
— Sei lá.
O filosofo aconselhou-me : — Ouça-me : Nada de crime que possa parecer passional. Ainda que seja barbaro, é absolvição na
certa.
Segredou-me um estrangulador:
— Meu processo é melhor. Impressiona muito os jurados. — Estupro e estrangulamento de creanças.
Com as mães no ar. os dedos em semi-circulo, sorria sadicamenle,
aproximando as mãos como se esganasse alguém. E ainda imitou
a voz da creança, transida de pavor, tentando chamar a mãe.
— A bichinha grita assim : ma. . .mamãe. . .
Dias depois o 498 estava na Penitenciaria de São Paulo. Obteve
o mesmo numero.
— Por que deseja o mesmo numero ?
— É o da vaca no jogo nacional do bicho. Q u e sou eu senão isso ?
N ã o estuprara, nem estrangulara. Esbofeteara o Governador do
Estado na data da confraternização dos povos, quando ele. discursando dizia :
— A tolerancia é a base da harmonia da vida social.
Naquela noite de Natal estavam os presos festejando o nascimento do rei dos inocentes, após o. copioso banquete do Natal dos
Penitenciários, que lhes fôra oferecido por umas senhoras caridosas da alta sociedade. O 498 fumava um charuto excelente, enviado por outra associação de caridade, de outras senhoras igualmente amantes da publicidade, e ouvia beatamente deliciado, um
noturno delicadíssimo de Chopin, irradiado; todo caricias, langores e volúpia. Exclamou :
Como seria agradavel morrer agora. . .
—' O h , homem, você é errado de uma vez! — Desejar morrer numa hora tão alegre.
— Errados estão os que desejam morrer na dôr e na aflição — re
plicou o 498.
Quem sabe se tinha razão. . .
O que com ele dialogara acrecentou :
— Aqui para completa felicidade só falta uma coisa.
— Q u e c } — perguntou um detento obeso, ao qual chamavam
Pachá.
«— Mulher ?
—' Insensatez — redarguiu o Pachá —' Lembre-se que por causa de
mulher perdeu o primeiro homem o Paraizo. Temos aqui até a
felicidade de não haver ciúmes e a irritante fiscalização conjugal,
fi ou não é este paraizo melhor do que o que Deus ofereceu ao
primeiro homem ?
D e todos os lados responderam :
— E . . . E . . . Um magrinho chupado, côr de féto cm álcool, suspirou :
— Eu por mim sinto muita falta de mulher.
— Só se for para lhe dar a mamadeira — chasqueou alguém.
No céu claro da noite de Natal, desfolhavam-se como flores de
oiro aos pés de Deus, as chamas dos fogos de artificio. E o céu
todo era um chalé de Espanha bordado com as cores vivas de
Goya.
O s detentos, riam, felizes. Q u e é a felicidade? Um disco transparente com uma ilusão por traz. . .
Ouviam-se os sons dos sinos de Natal, vindos de longe, remansados, cariciosos, a dissolver-se na placidez daquele silencio azul. . .
Chopin, dulcíssimo, enlanguecia a noite.
— Q u e hora feliz para morrer ! — repetiu o 498.
Uru detenlo, justamente o estrangulador que fora seu companheiro r.a outra prisão, replicou :
— Fu naccste errado. N ã o tiveste uma família, com certeza. Uma
mulher, filhos, netos. . . Estás na vida sem raiz alguma. Q u a n d o
mc lembro de meu ultimo Natal ! N ã o tínhamos mais do que uma
sopa. um pouco de queijo, pão e vinho. Mas tinha a mulher, tinlia uma filhinha.
— Na miséria, na escravidão. . .
— I alvez. Mas a aflição é como o sal, como a pimenta, como a
mostarda. Sem ela a vida é estúpida, como a desta prisão.
— Por que cometeu você o primeiro crime !
—• Porque alguém veiu roubar-me a felicidade, roubando-me a mulher. No desespero, nada quiz que me ficasse lembrando-a. Estrangulei, então, minha filhinha. . . O júri absolveu-me — Para que
mc servia a liberdade ( Encontrei uma menina linda como fôra a
minha filhinha. — I lavia um pai que podia ter a felicidade que
a soite me negara ! Estrangulei-a. também. E devo confessar-lhe
493 que tive com isso um grande prazer, que nem sei explicar.
E suas mãos fatídicas, os dedos em semi-circulo aproximaram-se,
os olhos, o riso. o corpo todo gozando. . .
Nem bem acabara ele de pronunciar essas palavras, ouviu-se :
— 498 1
— Vaca ! — gritou o 498.
E«-a como ele costumava responder.
Mais respeito ! — advertiu-lhe o administrador. I rago- lhe um
lindo presente de Natal. O governador, para comemorar esta data.
concedeu-lhe o perdão. Está livre ! . . .
— Perdoou-me? fi falso ! Agora é que resolveu castigar-me. dandome a liberdade. N ã o aceito o perdão. Se mc obrigarem a sair. estuprarei e estrangularei a primeira menina que encontrar.
O estrangulador sorriu monstruosamente.
l\n senhor de importancia que acompanhava o administrador trocou com ele algumas palavras, e disse, em seguida ao 498 :
I;ez bem de avisar-me de seu empedernimento no crime, lerá,
em vez do indulto, transferencia para uma das antigas penitenciarias com trabalho 1 orçado.
O estrangulador ao ouvir. isso. gritou :
— Aceite o perdão, 498. Estive na tal penitenciaria. E peor do
que a morte ! Aceite o perdão.
Já agora é tarde — disse o emissário do governador, retirando-se
com o administrador.
( ) estrangulador contou, então, os horrores do antigo sistema penitenciário.
A l e mesmo os criminosos natos continham-se á beira do crime de
medo daquela vida.
— A morte para mim seria uma liberação. — disse o 498 — E a
noite é tão bela para sair certo da vida quem nela entrou errado !
Escravo com trabalho forçado nunca serei ! Nunca !
— h por que não se mata ? Falta-lhe coragem ( Quer que o ajude ?
— perguntou- lhe o estrangulador, cujo olhar se acendera do mesmo fogo sinistro de pouco antes. Suas mãos estremeciam. . .
O 498 ficou, um momento, pensando. — Exclamou depois :
— Não ha meio. . . A vida não indireita para mim. O u antes, eu
não indireito para a vida. — Para a escravidão com trabalho, não
irei. Aproximou-se do muro. Olhou a altura.
N ã o bastava para a morte.
O estrangulador segredou-lhe :
— Quer que o ajude ?
Seu bafo era cálido, febril, infernal.
( ) 498 voltando-se disse- lhe:
— Sim, quero fazer-lhe um presente de Natal. Vocês estranguladores, têm um prazer estranho no seu crime, não é verdade?
O estrangulador não respondeu. I udo nele, porém, vibrava de anciedade. . .
Focava a recolher. O s detentos iam entrando.
— Venha comigo ! -- disse o 498.
E foram os dois. eíe e o estrangulador, esconder-se a um canto.
O estrangulador ia ofegante como se acompanhasse alguma creatura
para um acto de amor, satisfação sensual de instinto. . .
— Aqui ! disse o 498.
O estrangulador arqueou as mãos em semi-circulo, já lívidas de
comoção e alcançou-lhe o pescoço.
No céu continuavam a desfolhar-se as chamas de uma primavera
de fulgores.
Chegava de longe a voz remançada dos sinos.
Nascera a flôr de bondade para regenerar os maus. . .
Sorrindo, o estrangulador balançava o corpo morto, os dedos ainda
lechados sobre o pescoço de seu sinistro presente de Natal. . .
coxiequiia
J
o
a itoia Uwrtma
med a com ausa m
ROGER
GÀLLET
AQQOZ J
EXTRACTO
L0CA~0
BRILHANTINA
CFLEÜBS t)AMOUCL
PAVOTS D A R G E N T
ROGERGALLET
•
N O V É I S
M O D E R N O S
DECORACOES
R A D I O S
- p .
REFRIG ERA DORES
A. RENASCENCA
RUA
DO
CATTETE
55/61 -
TELEF.
42-3633
T A P E T E S DE T O D A S
AS
QUALIDADES
O
MAIOR
S O R T I M E N T O EM TODOS OS
TAMANHOS.
CORTINAS-PASSADEIRASREPOSTEIROS.
,
A
O
* ri v^" •
.
MtZ
Nrida
ECONOMICO
se pócle a d c a n t a r
negociações em
O
torno
ainda
da
a respeito
divida
do
externa
resultado
a que
chegarão
as
brasileira.
g o v e r n o suspendeu o p a g a m e n t o até chegar
a um a c c o r d o que
ao Brasil satisfazer seus compromissos sem sacrificar a e c o n o m i a
permitta
interna.
E' do presumir-se que os nossos credores p r o c u r e m chegar, o mais depressa
possível, a um e n t e n d i m e n t o
com
o governo
brasileiro.
Por e m q u a n t o , f o r a m d a d o s apenas os primeiros passos para tal, nos Estados
Unidos.
Na
Inglaterra
Portugal
ainda
agora
estão
e que
no terreno
se estão
das interpellações
articulando
os
parlamentares.
portadores
de
títulos.
Em
E na
Frar.ça, o assumpto ainda p e r t e n c e aos c o m m e n t a r i o s da imprensa, não t e n d o
saido para um t e r r o n o mais p r a i i c o . Os Estados Unidos estão mais
proximos
d o Brasil e p o s s j e m uma c o n c e p ç ã o mais realística da p o l i t i c a
sul-americana,
e, além
tempos
de
tudo,
os p o r t a d o r e s
de
títulos
já f o r m a m ,
desde
atraz,
uma associação para defesa de seus interesses. Dahi, a rapidez com que entrou esse paiz em acção, p r o c u r a n d o examinar as possibilidades de
entendi-
m e n t o que lhe o f f e r e c e a o r i e n t a ç ã o d o g o v e r n o brasileiro. E* c e d o
demais
para um p r o g n o s t i c o sobre os resultados das negociações que se vão
enta-
bolar.
Ha interesses vultosos, de l a d o a lado, de mocío que não se p ô d e saber até
onde c h e g a r ã o as transigências dos
FONE
mm
NÃO
VOLTARA1
O
negociadores.
PADRÃO-OURO
O p h e n o m e n o d o a u g m o n t o e x t r a o r d i n á r i o da p r o d u ç ã o m u n d i a l de ouro t e m
ORÇAMENTOS
SEM
c h a m a d o a a t t e n ç ã o de muitos economistas.
COMPROMISSO
a possibilidade
Entretanto,
dades
C O U T O
V A L L E
& C I A .
VIDRACEIROS
Vidros para construcções, importação directa de vidros de todas as c'asses.
DA
QUITANDA,
uma
melhor
ao
a
nova experiencia
do
Em
na
distribuição
1928, os Estados
do
quem
dahi
deduza
comprehende-se
que
não
padrão-ouro.
situação,
E* que, mais d o que antes da crise do
Restaurações de quadros a oleo, molduras de estylo. exposição permanente d equadros a oleo de artistas nacionaes
RUA
retornar o mundo
examinando-se
mais provável
G A L E R I A S. A N T O N I O
de
E não f a l t a
padrão-ouro.
1929, se a c c e n t u a m agora as desigual-
ouro.
Unidos, a França e a Inglaterra
retinham
reservas metaliicas d o m u n d o . Ficavam 42,1 % , e v i d e n t e m e n t e
25 T E L E P H . 2 2 - 2 6 0 5
para o resto da
terra.
CIA. BRA/1LEIRA de ARTEFACTO/ DE BORRACHA
F A B R I C A
FILIAL
EM
/AO
PAULO I A V .
/ A O
:
R I O
J O Ã O ,
ot
JANEIRO®
1 2 8 2
•
12 ô ô
é
- TE L I
<*?5 5
57,9 %
das
insufficientes,
Agoro,
os Estados
Unidos, a Inglaterra
e a França
detêm
um c o e f f i c i e n t e
ainda maior d o que em 1936 : nada menos de 74,7 % , na seguinte p r o p o r ç ã o :
Estados
Unidos
49.9 %o
Inglaterra
I 1.5 %
França
13,3 °/(
Em 1928, a p r o p o r ç ã o era a seguinte :
Estados
Unidos
37.8 %
Inglaterra
7,5 %
França
12,6 %
A D Q U I R A um delicado
artigo para presente na
Cia. M i n a s
de O u r o Pretc
da Passagem
ALFAIATARIA
E C AM IS AR I A
A b s u r d o , pois, pensar-se na revivescência d o padrão-ouro no resto d o mundo.
E' grande
a producção
d o precioso
metal
amarello,
mas,
para
as demais
potencias, restam apenas 25,3 % d o ouro produzido em t o d a a terra. E isso
é
Se
insuficiente.
incluirmos
no calculo,
os cinco
paires
seguintes
que
detêm
as maiores
reservas metailicas — isto é. a Suissa, a Bélgica, a Hollanda, a União
A f r i c a n a e a Suécia — veremos que sobrará para os demais paizes
Sul-
15,4 %
Por ahi se vê melhor que a d i s t r i b u i ç ã o irregularissima das reservas d e ouro
Rua 7 de Setembro, 34 - Tel.
23-0799
resguardam o mundo inteiro contra a resurreição da p o l i t i c a d e estabilisação
moneíaria.
A
SAFRA
A
exportação
anno
DE L A R A N J A S
d e frutas
PAULISTAS
citricas,
já terminou. A t t i n g i u
ella
laranja
ao total
inclusive,
da safra
de 1.977.495
paulista
caixas
deste
saídas
pelo
p o r t o de Santos — mais 8 0 0 . 0 0 0 caixas, aproximadamente, d o que em
1936.
Entre os maiores compradores f i g u r a m : a Inglaterra, em p r i m e i r o logar, com
1 . 2 9 1 . 0 0 0 caixas, em
e a Allemanha com
1937; a H o l l a n d a com 200.000. a Bélgica com
137.000
108.000
^ c o n w n i
Almanach d' O Tico-Tico
Acha-se á venda o A L M A N A C H D O TICO-TICO para
1938. Está maravilhoso, cheio das maiores novidades. Adquiram,
pois, os nossos leitores, o seu mais interessante e instructivo passatempo. O A L M A N A C H D O TICO-TICO paia 1938 é o melhor dos até agora editados e que constitue formidável successo.
\jcifi4icr
USANDO SEMPRE A SUA
CANETA TINTEIRO, ASSIM
DEVEM FAZER AS PESSOAS
PRATICAS
MÉDICOS
ADVOGADOS
ESTUDANTES
DIJSTRIARIOS
HOMENS DE
yuur
1
NECOCIOS
Knicir
Paiielaria Itiliciro
MAIS GARANTIDAS vende a
(ALEXANDRE RIBEIRO & CIA.) RUA DO OUVIDOR, 164 RIO - TEL. 22-9214
BANCO DO
O
MAIOR
ESTABELECIMENTO
BRASIL
DE
CREDITO
Tem Agencias
em todas as Capitaes
e Cidades
Correspondentes
nas demais
cidades. — Correspondentes
DO
mais
importantes
em todos os Paizes
PAIZ
de
C o m j u r o s (sem limite)
Deposito*:
2 % a., a
Deposito
inicial
Iis. 1:000$000. Retiradas
livres. Não rendem
juros
os saldos inferiores
a esta ultima
quantia,
nem as contas
liquidadas antes de decorridos
60 dias da data da
abertura.
P o p u l a r e s (limite de Rs. 10:000$000)
4 o/0 a . a.
Deposito
inicial
Rs. í00$000, no
mínimo.
Depositos
subsequentes
mínimos
de Rs. t>0$000. Retiradas
minimas
Rs. XOSOOO. Não
rendem
juros
os saldos:
a) inferiores
a Rs. 60$000; b) excedentes ao
limite;
c) encerrado*
antes de decorridos
60 dias da data de
abertura.
NOTA
IMPORTANTE:
Os cheques desta conta não estão
sujeitos
a sello desde que o saldo não ultrapasse
o
limite.
L i m i t a d o s (limite de Rs. 50:000$0G0)
Deposito
inicial
Rs. 200$000.
Rs. lOOSOOO. Retiradas
minimas
ticas aos Depositos
Populares.
Deposito
mínimo
Rs.
3o/0 a. a.
Depositos
subsequentes
min imos
Rs. ôüSOOO. Demais condições
idênCheques
*ellados.
P r a z o f i x o - de 6 mezes
de 12 mezes
PRODUCÇÃO
EXTRACTIVA
VEGETAL
EM
1935
A i n d a não existem dados completos sobre a p r o d u c ç ã o extractiva vegetal d o
Brasil em
pela
1936. Q u a n t o aos de
Sociedade
Brasileira
de
1935, acabam de ser divulgados os seguintes
Agronomia :
do Paiz e
do
mundo.
Realiza
todas as expedes de operações
bancarias
: depositos em conta
corrente
e a prazo,
descontos, empréstimos
em conta corrente garantida,
cobranças
sobre
Paiz
ou sobre o exterior,
compra e venda
de cambio, transferencias
de fnndosy
custodia
de
títulos
e valores}
etc.
C o n d i ç õ e s p a r a a* C o n t a «
A
4 %> a., a .
5 o/o a .
a
1:000$000
De a v i s o - Mediante aviso prévio de 30 dias. . 3 1/2 o/0 a . a .
60 yj„ . . 4 o/o a . a .
y>
»
90 >> . . 4 1 / 2 o/o a . a.
V
L e t r a s a p r e m i o - (suje*to a sello proporcionai
6 mezes
4 o/0 a . a . — 12 mezes
5 o/o a . a .
Nesta Capital, além «la Agencia Central á Rua l.° d«» Março, 66, estào em
pleno funcctonamento as seguintes Agencias Metropolitanas que fazem, também,
operações acima enumeradas:
Toneladas
Contos de róis
27.888
27.000
Borracha
16.288
47.300
Castanha
43.755
61.257
6.944
50.691
339.000
88.000
84.626
91 .819
Babassú
Cêra
. . . .
de Carnaúba
~
Madeiras
Matte
Calcuia-se quo a p r o d u c ç ã o em 1936 ultrapassou a d o anno anterior, pois se
registou uma geral melhoria em lodos os sectores economicos nestes dois últimos annos.
O M O V I M E N T O C O M M E R C I A L D O BRASIL N O
I." SEMESTRE DE 1937
Foi de 4 . 9 1 9 . 6 8 0 contos de réis o movimento commercial d o Brasil no primeiro semestre d o corrente anno, t e n d o a exportação a t t i n g i d o a 2 . 5 3 9 . 8 2 4 contos e a importação, a 2 . 3 7 9 . 8 5 6 contos.
Tivemos, pois, um saldo de 159.968 contos a nosso favor.
Nosso commercio externo assim se distribuiu, por continentes :
A f r i c a : exportação 36.628 contos, i m p o r t a ç ã o
10.355. S a l d o : 26.273
contos
America d o N o r t e e C e n t r a l : exportação 956.311 contos, i m p o r t a ç ã o 624.166.
Saído : 322.145
America
do
contos.
S u l : exportação
169.757 contos,
importação
423.183.
Deficit:
253.426 contos.
Asia : exportação
125.983 contos, i m p o r t a ç ã o 5 4 . 2 8 1 .
E u r o p a : exporfação
1.249.713 contos, i m p o r t a ç ã o
S a l d o : 71.702 contos.
1.266.235.
Deficit:
16.522
contos.
O c e a n i a : exportação
1.432 contos, i m p o r t a ç ã o
1.635. D e f i c i t : 203 contos
Gloria
— Largo do Machado - Edifício Rosa
^ l a d n r e i r a — Rua Carvalho de Souza N. 299
Bandeira
— Rua do Mattoso n. 12
O Instituto
do Cacau
da Bahia
Servidores do
amparai vossas
Estado,
famílias
N O M O N T E P I O G E R A L DE E C O N O M I A DOS SERVIDORES D O
ESTADO, que completou 100 anos de existência a 10 de Janeiro de
1935, podeis instituir uma pensão V I T A L Í C I A para vossa esposa, filhos ou entes que vos são caros, p r o l o n g a n d o após vossa morte, a
p r o t e ç ã o que lhes deveis.
As tabelas d o M O N T E P I O são módicas e atuarialmente calculadas.
O seu p a t r i m o n i o é do Rs. 23.917:251 $000.
As suas reservas técnicas são de Rs. 9.448:708$000.
Em 100 anos socorreu a viúvas e orfãos de seus ex-associados com
a importancia de Rs. 50.061:196$000, além de Rs. 491:5I4$700 em
bonificações ás pequenas pensões. Para comemorar o seu I c e n t e nário concedeu uma dadiva no valor global de Rs. 300:000$000, ás suas
pensionistas. A t u a i m e n t e as pensões anuais atingem a Rs. 742:603$800
distribuídas por 2.759 pensionistas.
0 M O N T E P I O está em dia com todos os seus compromissos.
Podem sor associados d o M O N T E P I O :
1 — Os funcionários públicos federais civis e militares, e bem
assim os funcionários estaduais e municipais.
2 — Os membros dos Poderes Executivo e Legislativo durante o
prazo dos seus mandatos, quer federais estaduais ou municipais.
3 — Os administradore« e empregados de empresas ou bancos
subvencionados ou administrados pelo G o v e r n o da União.
4 — Os membros de associações cientificas que recebam auxilio
d o G o v e r n o Federal.
A pensão não pôde sofrer arresto nem penhora e é paga até o
ú l t i m o dia de vida da pensionista.
" A previdencia adiada é mais criminosa que a i m p r e v i d ê n c i a "
A Secretaria d o M O N T E P I O (Travessa Belas Artes, 15 — junto
ao Tesouro N a c i o n a l ) , vos prestará todas as informações e vos remeterá prospectos e folhetos com as precisas instruções (telefone 22-6362).
Nos Estados sereis igualmente informados nas respectivas DELEG A C I A S FISCAIS.
Funcionários públicos, inscrevei-vos sem demora como socios do
M o n t e p i o G e r a l de Economia dos Servidores do Estado.
O COMMERCIO
DE
CACAU
O cacau brasileiro continúa
em ó p t i m a
situação nos mercados externos. Os
preços se mantêm elevados e a procura ainda é maior d o que a o f f e r t a nos
mercados externos.
Nos seis primeiros mezes deste anno exportamos menor q u a n t i d a d e
em igual p e r i o d o de
do
1936. Fntretanto, o valor em contos de réis f o i
que
muito
mais elevado em 1937 d o que no anno passado.
Effectivamente. de janeiro a julho de
cacau no valor do 72.856 contos de
1936, exportamos 4 5 . 2 0 0 toneladas de
réis e. em
igual
p e r i o d o deste
anno.
35.931 toneladas no valor de 9 5 . 7 7 6 contos.
A tonelada de cacau em
1937 a t t i n g i u á meoia de 2:666$. e em
1936 valia
1:612$000.
BANCO
D A
GERMÂNICO
A M E R I C A
Contas correntes
com talão
D O
S U L
Limitadas 4%
de cheque
RUA DA ALFANDEGA, 5, esquina de 1.° de M a r ç o
AGORA,
T E M P O DE FESTAS.
é a sua grande
Em plena
f I o ração
primaveril
A
Natal o Sr. poderá
como o Pdo dê
realizar o seu plano de
At t uca*
J L
protecção futura para sua
esposa e filhos, por meio de
um seguro de vida. Estamos na época dos presentes
tradicionaes e agora nenhum será mais
grato á sua companheira. Fale a um
Agente da Sul America e exponha
todas as suas exigencias. O Sr. verá
que, facilmente, se encontrará um piaI J I
nova orchidacea do genero — Lelia — que
vem despertando grande interesse phytologico,
é
uma
das mais bellas epiphytas
d a llora
H
DI^LO
brasílica.
— E ' uma
nybrida natural,, das mais inte-
Sul America
ressantes <lo ponto d e vista biologico e lóra»
encontrada na cidadezinha do litoral paulista
— Itanhaen — pelo botânico
Dr.
COMPANHIA NACIONAL
D E SEGUROS DE VIDA
Eduardo
Britto.
Aqui
F U N D A D A E M 1895
reproduzimos,
nova dendricola
que
pbotograpbicamente, a
encanta,
pela belleza,
os olhos curiosos.
CAPACIDADE
PARA 500
HOSPEDES
O
I I A 1K
O
I IA I S
C O N "»I O l> O
O
HA1S
ECOXOM1CO
AGUA
E
C E N T K A
CORRENTE
TELEPHONE
TODOS
I.
EM
O S QUARTOS
HOTEL A V E N I D A
A V . RIO B R A N C O , N . 152/162
RIO
DE
JANEIRO
TEL. 22-9800—End. Teleg. A V E N I D A
oppo
rtunidade!
no de seguros adaptado aos seus
recursos e disponibilidades . . .
TH ES S É C U L O S
)/Jr
DE E V O L U Ç Ã O
M U S I C A L fA Hi«^ G ) )
toria d a M u s i c a e
* 3 n
do» C r u n t l r N McwtreiO TODAS AS S E X T A S F E I R A S
ás 20,30 h o r a » n a H a d i o
T u p i «lo R i o d e J a n e i r o (1.280 Kilocycloa.)
Kl A T A l Procure conhecer a
l l M I M L lileratura
editada
pela Sul America e rejerenle
ao Natal. Envie-nos o coupon
para lhe ser remei lido o livrelo
— "O Vosso Futuro
5 - GGG G
Nome
fíua
Cidade
Estado
«te, ^
RUA TENtNTE P O S S O L O , 15-25
•
é
CAIXA POSTAL, 1 5 4 8 1/ *
A Q U E L L E ESFORÇO Q U E A SUA ESPOSA
SOPRANDO
ASPIRANDO
NOU-O
MHONVAff
^
£
r
w
i
O S
^
^
v'fÍÍV
O ARCHAICO
ACIDO
VIVAMENTE.
FOGÃO
CARBONICO;
E. Q U A L
NOÉL,
ELLE TROUXE
SENTE
DE
NATAL:
Á
FAZIA,
LENHA
IMPRESSIO-
DADIVOSO
O
E
MELHOR
PÁPÁ
PRE-
—
UM FOGÀO A GAZ
RÁPIDO,
F O G Ã O
PEÇAS
Oi J*n
ECONOMICO,
MAIS
A
G A Z
BONITAS
LIMPO
ELEGANTE,
O
EQUIPARA A C O Z I N H A
ÁS
DA
E
CASA.
Um ligiríio de liio. a preço comodo. 52 paginas. grandes partes
em côres nitidamente inpressas. mostrando Bolarei vanedade de modelos da mais requintada elegância. I ultima palavra da moda em
vestidos para Iodos os lias. loileles escolhidas. para noite. baile
e noivas. Para senhoras, mocinhas crtanças. Um farino megualavel.
^ e M M M ,
ílegancia e sobriedade eu lodos os modelos, apresentados em <0
paginas, algumas a cores. Mostra fielmenta o melhor das illimas
creacões em vestidos para senhoras, mocinhas e crtanças, para todos
os fins. Varias paginas cora loileles de baile e noivas Modelos
simples e praticas.
£
ShçãHce ou
üm figurino leilo especialmente para a America do Sul. Uma apreciável variedade de modelos para todos os fins, de agradavel simplicidade. Patinas de btosas. noivas e creaoças. tapaohado de ura
grande molde para execução.
Cl uenda e
üm figurino mensal, qse se impõe pela originalidade dis seus modelos,
sempre citações distinclas. Modelos rigorosamente escolhidos. Grande
[dição e ídiçào Popular.
DISTRIBUIDORA EXCLUSIVA NO BRASIL-S.A.O MALHO - TRAV. OUVIDOR, 34- - RIO
m
>• s ,4
•
•
/ r/w
üv^'J1
'VC
. 4 4»%
;
• /V r
Download

DEZEMBRO 1937 (com OCR)