ÍNDICE - 04/05/2006 Tribuna da Imprensa (RJ) .............................................................................................2 Ciência/ Ambiente ...................................................................................................................................2 Anvisa suspende comercialização do anestésico Tradinol .........................................................................2 Jornal da Tarde (SP)......................................................................................................3 Cidade ......................................................................................................................................................3 Dez dias para liberar produtos da Anvisa ....................................................................................................3 Correio do Povo (RS) ....................................................................................................4 Geral .........................................................................................................................................................4 Servidor da Anvisa volta ao trabalho............................................................................................................4 Diário da Manhã (GO)....................................................................................................5 Cidades ....................................................................................................................................................5 Remédio engana o sono ...............................................................................................................................5 Nada como uma noite bem dormida .............................................................................................................6 Saiba mais.....................................................................................................................................................6 Diário da Manhã (GO)....................................................................................................9 Opinião .....................................................................................................................................................9 Onde é mesmo que estamos?, .....................................................................................................................9 Correio da Bahia (BA) ................................................................................................. 10 Poder ......................................................................................................................................................10 ACM acusa Lula de desmoralizar a diplomacia brasileira ..........................................................................10 O Estado de S.Paulo ................................................................................................... 12 Vida & .....................................................................................................................................................12 Liberação de remédios só volta ao normal em 2 meses ............................................................................12 Jornal de Brasília......................................................................................................... 13 Cidades ..................................................................................................................................................13 Exemplo de coleta seletiva..........................................................................................................................13 Tribuna da Imprensa (RJ) 04/05/2006 Ciência/ Ambiente Anvisa suspende comercialização do anestésico Tradinol BRASÍLIA - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a fabricação, comércio e uso, em todo País, do anestésico Tradinol Pesado (Cloridrato de Bupivacaína 5 mg/ml + Glicose 80 mg/ml), fabricado e comercializado pelo laboratório Hipolabor, de Sabará (MG). A resolução foi publicada no "Diário Oficial" de terça-feira. Segundo a Anvisa, o produto obteve resultados insatisfatórios nos ensaios de aspecto do produto e esterilidade bacteriana e fúngica. A solução, que deve ser límpida e transparente, apresentou partículas visíveis, além da presença de bactérias e fungos contaminantes. Um lote do produto já havia sido suspenso, em março, após suspeita de causar reações adversas em oito mulheres que se submeteram a cirurgia no Hospital Municipal São João de Deus, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. As reações relatadas foram dor de cabeça, agitação e confusão psicomotora. Jornal da Tarde (SP) 04/05/2006 Cidade Dez dias para liberar produtos da Anvisa Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos e a força-tarefa deslocada para o porto pelo governo federal levarão dez dias para liberar mercadorias retidas durante a greve de 70 dias da categoria. Serão necessários ainda dois meses para que a situação geral, inclusive as operações portuárias, volte ao normal. Isso se os auditores da Alfândega de Santos não aderirem a uma greve nacional iniciada ontem. Correio do Povo (RS) 04/05/2006 Geral Servidor da Anvisa volta ao trabalho Os funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no RS voltaram ao trabalho ontem após mais de dois meses de paralisação. Segundo o secretário da Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde, Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev), Jorge Moreira, os vigilantes estão retornando gradativamente às funções. Ele informou que o comando nacional de greve decidiu dar uma trégua ao governo para retomar as negociações, depois de decisão tomada dia 27, em assembléia. Os servidores trabalharão dez dias, prazo definido para fechar acordo com o governo. 'Esperamos que o Executivo cumpra a liminar que obriga a pagar o salário dos servidores que estavam em greve.' Ele não descarta a retomada da greve, se o governo não cumprir o acordo. Diário da Manhã (GO) 04/05/2006 Cidades Remédio engana o sono Medicamento vira febre entre viciados em trabalho, que chegam a passar até três dias em claro Juliana Luiza Da editoria de Cidades Como você gastaria o tempo que passa dormindo caso pudesse ficar acordado por até três dias? Muitos europeus e americanos viciados em trabalho (os chamados workaholics) aderiram a esse hábito. São pessoas que estão consumindo uma pílula com princípio ativo capaz de garantir o resultado. Trata-se do modafinil, droga criada pelo laboratório americano Cephalon, lançada na França com o nome de Modiodal e nos Estados Unidos como Provigil. O problema é que o remédio, que deve chegar ao Brasil no próximo ano, virou febre e é consumido fora das indicações originais: ajudar vítimas da narcolepsia, distúrbio caracterizado pela sonolência súbita e incontrolável. O modafinil foi aprovado em 1998 para consumo pelo Food and Drug Administration (FDA). No Brasil, a liberação está em processo de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o remédio ainda não tem nome comercial. A solicitação para o registro do produto foi feita em janeiro pelo laboratório Libbs Farmacêutica e, de acordo com a Anvisa, as pesquisas clínicas necessárias para a venda do produto devem levar pelo menos um ano, por se tratar de uma nova droga. Nos Estados Unidos, onde a pílula já é popularmente conhecida como "viagra do sono", as vendas atingiram US$ 150 milhões só neste ano. Quem consome garante que o efeito é indiscutível: aumenta a capacidade de raciocínio, dá energia e volta-se a dormir normalmente quando se pára de tomar. No entanto, especialistas alertam que é preciso muito cuidado com o uso da substância. De acordo com relatório da agência de pesquisas inglesas Foresight, é possível que o uso de drogas para desempenho mental como o modafinil torne-se tão comum quanto o do café. A coordenadora do Instituto do Sono e professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Bittencourt, não acredita nessa banalização, uma vez que o medicamento tem venda controlada. Mas alerta para os efeitos que a substância pode causar. "Como todo estimulante do Sistema Nervoso Central, o modafinil pode levar à dependência. Se usado durante vários dias seguidos, as conseqüências são parecidas com as que caracterizam uma noite maldormida irritabilidade, desconforto, mal-estar, aumento da pressão arterial e perda de memória, e pode haver complicações maiores, como taquicardia". Pessoas com doenças cardiovasculares ou que já tomam outros estimulantes são contra-indicadas para usar o remédio. A médica fez uma longa pesquisa sobre o modafinil e enviou há pouco tempo um artigo à revista especializada norte-americana Sleep. Ela explica que a droga apresenta menos efeitos colaterais do que as tradicionalmente utilizadas no combate à narcolepsia, como a ritalina, além de ação mais prolongada, o que a torna atraente aos olhos do mercado - "Daí o perigo". A substância libera neurotransmissores excitatórios, ativa regiões do cérebro responsáveis pela vigília. A ação começa de três a quatro horas após a ingestão e duração média é de oito a nove horas, dependendo da dose. A quantia máxima que pode ser ingerida é de 400 mg/dia. 'Eu tomaria' - Apesar das recomendações, há quem se arrisque a tomar a "pílula da insônia" por aqui. O auxiliar de processos Franco Alves do Carmo, 23, trabalha noite sim, noite não, das 18h30 às 6h30, com apenas uma hora de descanso nesse intervalo. Durante todo dia, freqüenta as aulas do curso de Fisioterapia. O estudante conta que, apesar de sempre ter gostado muito de dormir, a adaptação à nova rotina foi rápida. No entanto, diz sentir muito sono, emagreceu e acredita que a imunidade caiu. "Se essa pílula for liberada no Brasil, eu testaria". A professora da Unifesp teme que a moda pegue por aqui não só entre os que trabalham à noite, mas entre jovens que queiram ganhar horas extras de diversão em festas que chegam a durar dois dias, como as trances. E para aumentar ainda mais a polêmica em torno do modafinil, estudos sugerem a eficácia contra a dependência de cocaína durante crises de abstinência. Mas não há nada comprovado. Nada como uma noite bem dormida O conselho da coordenadora do Instituto do Sono e professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Bittencout, é que nenhum estimulante substitui uma boa noite de sono, seja guaraná em pó, café ou Coca-Cola. Além disso é preciso identificar se o indivíduo apresenta de fato um caso de distúrbio ou apenas sente a necessidade de dormir mais. Para a neurologista goiana Maria Ângela Tolentino, especialista em Medicina do Sono pela Universidade de Otawa (Canadá), o normal é que a população adulta durma em média entre seis e oito horas por dia, o recomendável. No entanto, há variações características dos chamados "dormidores curtos", que se satisfazem com quatro, cinco horas de sono por noite. Por outro lado, há os "dormidores longos", que necessitam de dez a doze horas para se sentirem bem. A estudante de Biologia Janaína Sousa Menezes, 21, se encaixa na última classificação. "Durmo por volta da uma da manhã e raramente acordo antes das 11 horas. Isso com despertador, porque trabalho à tarde, senão fico na cama mesmo. E acordo muito mal humorada, não consigo conversar com ninguém pelo menos meia hora após despertar", afirma. Quando precisa levantar cedo, para Janaína, é um martírio. "Se isso acontece duas ou três vezes por semana, tenho que dormir às oito da noite pra voltar ao pique". Relógio biológico - Para dormir bem é recomendável que o relógio biológico seja respeitado. A neurologista Maria Ângela aconselha manter a higiene do sono. "Dormir em horários regulares e no número de horas necessárias, prestar atenção no barulho e temperatura adequada do quarto, que pode impedir a boa qualidade do sono". Convém ainda prestar atenção no colchão, que deve ser confortável, e no travesseiro - o ideal é na altura dos ombros. Na opinião de Maria Ângela, anatomicamente, a melhor posição para deitar-se é de lado. Se mesmo depois de todos esses cuidados a pessoa achar que apresenta algum sintoma que caracterize um distúrbio do sono como a narcolepsia, ela deve procurar ajuda médica. "Só com exame o profissional pode diagnosticar a doença e, a partir de então, indicar o melhor tratamento", orienta a profissional. Saiba mais Narcolepsia ('Doença do Sono') O que é - distúrbio do sono no qual o indivíduo apresenta sonolência excessiva Características - repetidos cochilos de curta duração (10-20 min) Sintoma principal - sono involuntário em situações impróprias (por exemplo: ao dirigir um automóvel, durante reuniões ou conversas) Outros sintomas - perda do tônus muscular (cataplexia), que pode ser sutil (perda do controle dos movimentos da cabeça ou braços) ou dramática (perda da força nos joelhos, queda); ativada geralmente por forte estímulo emocional (raiva, surpresa, riso) Alucinações ao adormecer (hipnagógicas) ou ao despertar (hipnopômicas). Também podem ocorrer alucinações auditivas (ouvir passos de intrusos na casa, por exemplo) ou cinéticas (sensação de voar) Paralisia do sono, pouco antes de adormecer ou despertar (os indivíduos afirmam que estão despertos, mas sentem-se incapazes de se mover ou falar) Causa - desconhecida (há estudos que apontam existência de forte componente familiar - transmissão genética - o risco de um parente de 1º grau de um paciente narcoléptico ter o mesmo distúrbio é 40 vezes maior que na população em geral) Incidência - uma em cada 40 mil pessoas Idade de início - geralmente na segunda década de vida Distribuição entre sexos - igual Diagnóstico - é feito por dois tipos de exame - Polissonografia, feita à noite e que avalia a qualidade do sono, ou Teste das Múltiplas Latências do Sono, feito durante o dia num intervalo de duas horas para identificar o tempo do primeiro sono REM ("Rapid Eye Movements"), que é de 60 a 90 minutos nas pessoas normais - antecipado nas narcolepticas) Tratamento - no Brasil, o medicamento indicado hoje é a ritalina (metilfenidato), estimulante do Sistema Nervoso Central que mantém o paciente alerta Medida auxiliar - recomendam-se cochilos voluntários durante o dia para diminuir a sonolência diurnai O Modafinil O que é - substância desenvolvida nos Estados Unidos, estimula o Sistema Nervoso Central inibindo o sono Nomes comerciais onde a substância é permitida - Na Europa: Modiodal, nos Estados Unidos: Provigil Indicações - pacientes com narcolepsia ou sonolência idiopática (sem causa definida) Prescrição - somente com receita médica (remédio controlado - tarja amarela) Contra-indicações - pacientes com quadros de depressão, crises convulsivas, doenças psiquiátricas ou arritmias em tratamento Atuação - estimulante do Sistema Nervoso Central, excita áreas do cérebro responsáveis pela vigília Início da ação - 3 a 4 horas após a ingestão Duração - 8 a 9 horas Preço - US$ 5 cada pílula (cerca de R$ 11) Alguns efeitos colaterais - taquicardia, desconforto, mal-estar Venda no Brasil - 2007 Outros distúrbios Ronco - uma em cada oito pessoas ronca. Os homens costumam roncar mais do que as mulheres. A posição de lado com um travesseiro apoiando a cabeça pode ajudar a eliminar ou diminuir o barulho. Apnéia - o ronco prolongado e alto pode ser sinal de apnéia. É provocada por obstrução das vias respiratórias ou interrupção de sinais nervosos entre o cérebro e o diafragma, provocando paradas respiratórias de até dois minutos. Bruxismo - mais de 20% das pessoas rangem os dentes durante o sono. O problema pode estar na arcada dentária, mas, na maioria dos casos, a origem é no sistema nervoso. Síndrome das pernas inquietas - necessidade irresistível de movimentar as pernas. Parassonias - decorre da ativação do sistema nervoso central. Os sinais mais comuns são terror noturno e sonambulismo. Sonambulismo - a pessoa anda ou fala dormindo. Esse distúrbio acomete 3% dos adultos e 15% de crianças entre 6 e 12 anos. Sua origem é genética e o distúrbio pode ocorrer por mau funcionamento do cérebro. Diário da Manhã (GO) 04/05/2006 Opinião Onde é mesmo que estamos?, Um desses fatos se relacionava com a greve dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujas conseqüências dramáticas são incalculáveis, principalmente para doentes dependentes de medicamentos somente produzidos no exterior ou de remédios elaborados a partir de matérias-primas também importadas por laboratórios nacionais. Sem fiscais da Anvisa em pontos de desembarque não é possível sua liberação. A decisão judicial no sentido de que os grevistas, cuja função é considerada essencial, voltassem ao trabalho só foi cumprida parcialmente. Outro fato dizia (e diz) respeito ao Movimento dos Sem-Terra (MST) e seus congêneres, cujas ações agressivas, destruidoras e até mesmo criminosas já tomaram uma dimensão tal que exigem uma reação à altura, evidentemente estruturada dentro dos parâmetros legais aos quais estão submetidos todos os cidadãos. Ocorre, entretanto, que as provocativas e sucessivas invasões de propriedades pelos sem-terra já se tornaram rotina, o que parece conduzir as autoridades ao comodismo do aceitável, em lugar de aplicação pura e simples das leis. Prometendo resistir à polícia que cumpre determinação judicial de reintegração de posse, como no caso da Bahia e outros tantos, os líderes do MST dão uma solene e insultante banana às instituições e à sociedade, fazendo roteiros próprios para os filmes que produzem, nos quais, apesar das atitudes ilegais cometidas, seus agentes parecem os mocinhos e suas vítimas e seus ofendidos os bandidos. A greve dos servidores da Anvisa e as inconseqüências do MST seriam suficientes para desiludir os brasileiros que não contavam com tantas iniqüidades que se colocam diante de si. Infelizmente, há muito mais a lamentar, como é o caso do exgovernador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que, seguindo os passos dos servidores da Anvisa, também se declara em greve, mas a de fome, exigindo que observadores internacionais acompanhem o processo eleitoral brasileiro. Quanto a esclarecimentos conclusivos sobre as denúncias que lhe fazem, nenhuma palavra do senhor Garotinho. Almir, do DM, em sua charge reproduzindo o guloso Bolinha, o amiguinho da Luluzinha, ofereceu na última terça-feira resposta à pergunta que intitula este artigo, referiu-se assim ao "sacrifício" de Garotinho: "Cada país tem o Gandhi que merece...". A verdade é que estamos mesmo no Brasil. Aqui, seu presidente é candidato à reeleição, porém só assume essa candidatura em seus costumeiros atos falhos, enquanto peregrina pelos quatro cantos enchendo os ouvidos de cabeças menos atentas, falando sobre coisas que não fez, mas que virá a fazer. O Brasil que queremos não é um país em que a mentira bem colocada supere a verdade e a maior vergonha não é roubar, mas ser descoberto o roubo. O sonho dos brasileiros, inclusive daqueles que acreditaram que a esperança venceria o medo, é que a ética e a moral derrotem esses falsos profetas e faquires que insistem em impregnar de lama a nossa história e que seus cidadãos responsáveis os lancem às profundezas de seus devidos lugares. Jorge Taleb é jornalista e escreve às quintas-feiras neste espaço. E-mail: [email protected] Correio da Bahia (BA) 04/05/2006 Poder ACM acusa Lula de desmoralizar a diplomacia brasileira Senador disse que Brasil estendeu `tapete vermelho´ para Evo Morales e o boliviano enganou o governo, o Itamaraty e o presidente BRASÍLIA - O senador Antonio Carlos Magalhães disse ontem, no plenário do Senado, que a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar as jazidas de gás natural e petróleo do país, atingindo em cheio os investimentos da Petrobras naquele país, é um dos resultados da política externa "mal feita" e da desmoralização da diplomacia brasileira pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ACM, o presidente boliviano enganou Lula - que estendeu o "tapete vermelho" para Evo Morales -, o Ministério do Exterior e o governo petista como um todo. "Cantava-se em prosa e verso essa magnífica política externa do Brasil. Nós sempre vimos que era impossível uma política externa tão mal feita ter bom resultado, senhor presidente. Foi tanto tapete vermelho para Evo Morales que ele deu sinal vermelho para o governo Lula. E nós estamos nesta situação: fingindo que estamos bem, mas às vésperas de uma crise em matéria de combustível. É inacreditável que Evo Morales tenha enganado o presidente Lula, o Ministério do Exterior, enfim, o governo inteiro", salientou o líder político baiano. Logo no início do discurso, ACM disse que é difícil acreditar em tanta incompetência do governo Lula, que não consegur ir bem nem na política externa como se já não bastasse os escândalos de corrupção, o fracasso de programas sociais, de investimentos e das ações administrativas. "A incompetência se generaliza de tal sorte no governo do presidente Lula que não há setor que não fique totalmente desmoralizado", disse o senador do PFL da Bahia. ACM questinou por que o governo ficou dependendo exclusivamente de um fornecedor - a Bolívia - para enfrentar um problema energético que é complicado no mundo inteiro, "cujas soluções tornam-se cada dia mais difíceis, tendo em vista o preço do petróleo". "O governo Lula teima em não fazer as coisas certas. O governo Lula teima em não levar em conta que este país é uma nação que tem de defender os seus princípios de dignidade, mas a dignidade não se defende sem a moralidade", afirmou. O senador baiano avaliou que é por falta de moral que o governo Lula está enfrentando uma crise externa que não é, segundo ele, apenas na Bolívia, mas em toda a América do Sul, "principalmente nos deixando cada vez em situação inferior à Argentina, nossa velha e antiga rival". ACM pediu a transcrição nos anais do Senado do artigo A diplomacia do trivial delirante, publicado pelo jornalista Elio Gaspari, ontem, no jornal O Globo, definido pelo senador como uma "das maiores inteligências deste país". No artigo, o jornalista afirma que a política externa do presidente Lula é "esportiva no método, exibicionista no ritual e desastrosa nos resultados". Ainda segundo Gaspari, Lula se distanciou de quem não deveria (Argentina e Chile) e se aproximou de quem deveria se distanciar (Venezuela e Cuba), além de ter perdido tempo com "países inúteis" (Namíbia e Gabão). O líder político baiano afirmou que o artigo define exatamente como é o governo do Brasil em relação à política externa. Dirigindo-se ao presidente da sessão, Tião Viana (PT-AC), Antonio Carlos Magalhães afirmou que a incapacidade do governo Lula é em todos os setores. "Hoje (ontem), o jornalista Elio Gaspari, que é, sem dúvida, das maiores inteligências deste país, publica um artigo que define exatamente, senhor presidente, o que é o governo do Brasil. Deliram os governistas, senhor presidente. E tenho pena de vossa excelência, que sempre está nos honrando com a sua presença decente, mas vossa excelência está sempre só. Os outros, ou ficam no Palácio, atrás do Lula, ou nos ministérios, atrás de verba. Mas aqui não há nenhum, só mesmo vossa excelência. Veja que situação a de vossa excelência. Tenho de ter comiseração, pena de vossa excelência quando seu partido abandona o presidente da República e o deixa aqui sozinho, sendo alvo das críticas mais verdadeiras, porque realmente não há meio de consertar o governo. A incapacidade é em todos os setores". "Hoje, estamos desmoralizados na diplomacia. A casa de Rio Branco, senhor presidente, nunca esteve tão triste e tão desvalorizada. O Itamaraty teve uma boa fama de produzir diplomatas de escola, mas, quando vejo um homem com a capacidade de Gelson Fonseca, embaixador nos lugares mais importantes do mundo, jogado no consulado de Madri e outro embaixador de muito valor, em Barcelona, veja a que ponto chegamos", acrescentou o líder político baiano. ACM disse que o país está perdido tanto internamente quanto externamente. "Até porque desejo defender o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores). Desejo defendê-lo porque sua excelência está viajando, fugindo dos problemas. Há dois ministros, além de sua excelência, que se relacionam melhor com o presidente. O presidente os segue e daí tantas derrotas. De maneira que falo todos os dias aqui clamando contra os erros na saúde, na educação, na intergração, enfim, do Miguel Rossetto, que já foi embora, graças a Deus. Vejo internamente o país perdido, porque o MST tomou conta - não há reação do governo, a reação é do povo -, parando as estradas, impedindo o tráfego, inclusive de mercadorias, ou então porque na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estão faltando remédios básicos para a saúde do povo. Isso é um sinal que, internamente, é uma vergonha, mas é muito pior no âmbito externo". Para o senador baiano, o artigo de Elio Gaspari mostra que nunca houve no Brasil uma diplomacia como a que está em vigor. "Tudo o que foi feito no passado, desde os tempos da República Velha, até o tempo mais recente, tudo se perde com os erros do presidente da República. É o presidente da República o mentor da política externa do Brasil. É ele o principal responsável pelo descalabro que estamos vivendo. É ele o principal responsável, senhor presidente, pelas crises que se avizinham para todo o país", denunciou. ACM finalizou o discurso afirmando que a aprovação do projeto do senador Rodolpho Tourinho, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado - presidida pelo líder político baiano -, que cria um marco regulatório para o setor do gás no Brasil, é um passo pequeno diante da crise instalada com a Bolívia. "Nós temos nesta Casa várias pessoas de mérito que vêm a esta tribuna. Hoje, demos um passo na CCJ aprovando o projeto do senador Rodolpho Tourinho sobre o problema do gás. Mas é um passo ainda pequeno. Nós vamos sofrer demais, senhor presidente. E quando o sofrimento estiver batendo nos mais pobres, nos mais carentes, naqueles que são os mais enganados pelo presidente Lula, aí a coisa vai virar e vossa excelência não terá mais orgulho de dizer que é petista, porque essa será uma palavra fora do ficionário político do Brasil", concluiu. O Estado de S.Paulo 04/05/2006 Vida & Liberação de remédios só volta ao normal em 2 meses Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos e a força-tarefa deslocada para o porto pelo governo federal levarão dez dias para liberar mercadorias retidas durante a greve de 70 dias da categoria. Serão necessários ainda dois meses para que a situação geral, inclusive as operações portuárias, volte ao normal. Isso se os auditores da Alfândega de Santos não aderirem a uma greve nacional iniciada ontem. Hoje haverá uma assembléia para decidir se os auditores da Alfândega de Santos acatam ou não a greve. "Se aderirem, as mercadorias liberadas pela Anvisa continuarão retidas", disse o presidente do Sindicato das Agências de Navegação do Estado de São Paulo (Sindamar), José Eduardo Lopes. O Sindamar estima que os prejuízos com a greve da Anvisa cheguem a US$ 230 milhões. Somente no Porto de Santos, há 400 mandados de segurança para serem cumpridos. Existem ainda mais de 5 mil processos à espera de liberação. Dezoito pessoas da força-tarefa federal trabalham na análise deles. BALANÇO DA FORÇA-TAREFA Em três dias da força-tarefa da Anvisa para dar vazão a processos de remédios e alimentos, foram autorizadas 2.738 licenças de importação no Rio e São Paulo. Foram analisados 7.938 processos, entre liberações, análises e autorizações de embarque. A operação se estende até domingo. O gerente da Vigilância Sanitária em Portos e Aeroportos, Paulo Ricardo Nunes, afirmou que o critério de urgência está sendo observado. Remédios de uso contínuo, kits para diagnóstico e produtos usados em hemodiálise têm prioridade na análise. Ontem, dia de pagamento, muitos servidores não receberam seus salários, embora uma liminar da Justiça determinasse a não interrupção do pagamento. Hoje, uma reunião entre Anvisa e a federação dos sindicatos será realizada para discutir reformulações no plano de carreira. JOSÉ RODRIGUES E LÍGIA FORMENTI Jornal de Brasília 04/05/2006 Cidades Exemplo de coleta seletiva O Hospital Regional de Sobradinho (HRS) é o primeiro da rede pública do Distrito Federal a adotar a coleta seletiva do lixo. A medida, iniciada em junho do ano passado e colocada totalmente em prática, hoje, é baseada em um estudo feito pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O projeto foi elogiado pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, em reunião com dirigentes do hospital. Até há pouco tempo, todo o lixo que saía dos hospitais era levado para a incineração, mas o ministério e a Anvisa comprovaram que menos da metade do lixo hospitalar precisa de tratamento especial. Com base nos estudos, os órgãos fizeram uma campanha nacional para que hospitais da rede pública adotassem a coleta seletiva do lixo. Foi o que fez o HRS. Em junho de 2005, a vice-diretora do hospital, Cláudia Machado de Souza fez uma análise das necessidades da instituição e percebeu que só 25% do lixo produzido no local deveria ser incinerado. Os outros 75% são considerados lixo semelhante ao lixo doméstico. A partir daí, Cláudia passou a utilizar dois tipos de sacos de lixo, o preto (para o lixo comum) e o branco (para o lixo considerado perigoso para a saúde da população). "Trabalhávamos apenas com o lixo branco, hospitalar. Minha primeira atitude foi proibir o uso de saco branco em departamento administrativo. Aonde já se viu papel de documento ser considerado lixo hospitalar?", questiona Cláudia. O projeto do hospital agilizou o fluxo da coleta do lixo. Os sacos, que ficavam no chão das salas de higienização, agora são protegidos em um contêiner, para evitar contato com o lixo. A administração do hospital também organizou o fluxo de coleta de materiais. Segundo a vice-diretora, a coleta deve ser sempre do mais contaminado para o menos contaminado. A etapa seguinte, segundo a diretora, foi fundamental: o processo de conscientização dos funcionários sobre a importância da coleta seletiva do lixo. "Nessa etapa, os funcionários se convenceram de que a separação do lixo, além de reduzir os custos do hospital com incineração, produziam uma renda extra da entidade com a venda de papel, além de ser mais seguro para os pacientes", afirma. Depois que todos tomaram consciência sobre os benefícios do projeto, a iniciativa ganhou corpo e rapidamente virou política seguida em todo o hospital. A auxiliar de limpeza Maria das Dores Beirão, 35 anos, participou do curso de capacitação. Ela afirma que antes do treinamento, não sabia o que era lixo hospitalar. "Hoje sei que o hospital produz vários tipos de lixo que devem ser tratados de forma diferente", afirma. A técnica em enfermagem Ione Fernandes, 32 anos, concorda que esse tipo de coleta é o mais higiênico. "A gente pode separar o cesto de lixo contaminado longe do paciente e deixar perto dele só os cestos de lixo comum", diz. A paciente Maria José da Cruz, 30 anos, aprova a iniciativa. Freqüentadora do hospital há mais de sete anos para tratar de sua bronquite, ela afirma que, agora o local é mais