ÍNDICE - 04/05/2006
Tribuna da Imprensa (RJ) .............................................................................................2
Ciência/ Ambiente ...................................................................................................................................2
Anvisa suspende comercialização do anestésico Tradinol .........................................................................2
Jornal da Tarde (SP)......................................................................................................3
Cidade ......................................................................................................................................................3
Dez dias para liberar produtos da Anvisa ....................................................................................................3
Correio do Povo (RS) ....................................................................................................4
Geral .........................................................................................................................................................4
Servidor da Anvisa volta ao trabalho............................................................................................................4
Diário da Manhã (GO)....................................................................................................5
Cidades ....................................................................................................................................................5
Remédio engana o sono ...............................................................................................................................5
Nada como uma noite bem dormida .............................................................................................................6
Saiba mais.....................................................................................................................................................6
Diário da Manhã (GO)....................................................................................................9
Opinião .....................................................................................................................................................9
Onde é mesmo que estamos?, .....................................................................................................................9
Correio da Bahia (BA) ................................................................................................. 10
Poder ......................................................................................................................................................10
ACM acusa Lula de desmoralizar a diplomacia brasileira ..........................................................................10
O Estado de S.Paulo ................................................................................................... 12
Vida & .....................................................................................................................................................12
Liberação de remédios só volta ao normal em 2 meses ............................................................................12
Jornal de Brasília......................................................................................................... 13
Cidades ..................................................................................................................................................13
Exemplo de coleta seletiva..........................................................................................................................13
Tribuna da Imprensa (RJ)
04/05/2006
Ciência/ Ambiente
Anvisa suspende comercialização do anestésico Tradinol
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a
fabricação, comércio e uso, em todo País, do anestésico Tradinol Pesado (Cloridrato
de Bupivacaína 5 mg/ml + Glicose 80 mg/ml), fabricado e comercializado pelo
laboratório Hipolabor, de Sabará (MG). A resolução foi publicada no "Diário Oficial" de
terça-feira.
Segundo a Anvisa, o produto obteve resultados insatisfatórios nos ensaios de
aspecto do produto e esterilidade bacteriana e fúngica. A solução, que deve ser límpida
e transparente, apresentou partículas visíveis, além da presença de bactérias e fungos
contaminantes.
Um lote do produto já havia sido suspenso, em março, após suspeita de causar
reações adversas em oito mulheres que se submeteram a cirurgia no Hospital
Municipal São João de Deus, em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte.
As reações relatadas foram dor de cabeça, agitação e confusão psicomotora.
Jornal da Tarde (SP)
04/05/2006
Cidade
Dez dias para liberar produtos da Anvisa
Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos e a
força-tarefa deslocada para o porto pelo governo federal levarão dez dias para liberar
mercadorias retidas durante a greve de 70 dias da categoria. Serão necessários ainda
dois meses para que a situação geral, inclusive as operações portuárias, volte ao
normal. Isso se os auditores da Alfândega de Santos não aderirem a uma greve
nacional iniciada ontem.
Correio do Povo (RS)
04/05/2006
Geral
Servidor da Anvisa volta ao trabalho
Os funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no RS
voltaram ao trabalho ontem após mais de dois meses de paralisação. Segundo o
secretário da Saúde do Trabalhador do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde,
Trabalho e Previdência no RS (Sindisprev), Jorge Moreira, os vigilantes estão
retornando gradativamente às funções. Ele informou que o comando nacional de greve
decidiu dar uma trégua ao governo para retomar as negociações, depois de decisão
tomada dia 27, em assembléia.
Os servidores trabalharão dez dias, prazo definido para fechar acordo com o
governo. 'Esperamos que o Executivo cumpra a liminar que obriga a pagar o salário
dos servidores que estavam em greve.' Ele não descarta a retomada da greve, se o
governo não cumprir o acordo.
Diário da Manhã (GO)
04/05/2006
Cidades
Remédio engana o sono
Medicamento vira febre entre viciados em trabalho, que chegam a passar até
três dias em claro
Juliana Luiza
Da editoria de Cidades
Como você gastaria o tempo que passa dormindo caso pudesse ficar acordado
por até três dias? Muitos europeus e americanos viciados em trabalho (os chamados
workaholics) aderiram a esse hábito.
São pessoas que estão consumindo uma pílula com princípio ativo capaz de garantir o
resultado. Trata-se do modafinil, droga criada pelo laboratório americano Cephalon,
lançada na França com o nome de Modiodal e nos Estados Unidos como Provigil. O
problema é que o remédio, que deve chegar ao Brasil no próximo ano, virou febre e é
consumido fora das indicações originais: ajudar vítimas da narcolepsia, distúrbio
caracterizado pela sonolência súbita e incontrolável.
O modafinil foi aprovado em 1998 para consumo pelo Food and Drug
Administration (FDA). No Brasil, a liberação está em processo de análise pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o remédio ainda não tem nome comercial.
A solicitação para o registro do produto foi feita em janeiro pelo laboratório Libbs
Farmacêutica e, de acordo com a Anvisa, as pesquisas clínicas necessárias para a
venda do produto devem levar pelo menos um ano, por se tratar de uma nova droga.
Nos Estados Unidos, onde a pílula já é popularmente conhecida como "viagra do
sono", as vendas atingiram US$ 150 milhões só neste ano. Quem consome garante
que o efeito é indiscutível: aumenta a capacidade de raciocínio, dá energia e volta-se a
dormir normalmente quando se pára de tomar. No entanto, especialistas alertam que é
preciso muito cuidado com o uso da substância. De acordo com relatório da agência de
pesquisas inglesas Foresight, é possível que o uso de drogas para desempenho mental
como o modafinil torne-se tão comum quanto o do café.
A coordenadora do Instituto do Sono e professora adjunta da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Bittencourt, não acredita nessa banalização, uma
vez que o medicamento tem venda controlada. Mas alerta para os efeitos que a
substância pode causar. "Como todo estimulante do Sistema Nervoso Central, o
modafinil pode levar à dependência. Se usado durante vários dias seguidos, as
conseqüências são parecidas com as que caracterizam uma noite maldormida irritabilidade, desconforto, mal-estar, aumento da pressão arterial e perda de memória,
e pode haver complicações maiores, como taquicardia". Pessoas com doenças
cardiovasculares ou que já tomam outros estimulantes são contra-indicadas para usar
o remédio.
A médica fez uma longa pesquisa sobre o modafinil e enviou há pouco tempo
um artigo à revista especializada norte-americana Sleep. Ela explica que a droga
apresenta menos efeitos colaterais do que as tradicionalmente utilizadas no combate à
narcolepsia, como a ritalina, além de ação mais prolongada, o que a torna atraente aos
olhos do mercado - "Daí o perigo". A substância libera neurotransmissores excitatórios,
ativa regiões do cérebro responsáveis pela vigília. A ação começa de três a quatro
horas após a ingestão e duração média é de oito a nove horas, dependendo da dose. A
quantia máxima que pode ser ingerida é de 400 mg/dia.
'Eu tomaria' - Apesar das recomendações, há quem se arrisque a tomar a "pílula
da insônia" por aqui. O auxiliar de processos Franco Alves do Carmo, 23, trabalha noite
sim, noite não, das 18h30 às 6h30, com apenas uma hora de descanso nesse
intervalo. Durante todo dia, freqüenta as aulas do curso de Fisioterapia. O estudante
conta que, apesar de sempre ter gostado muito de dormir, a adaptação à nova rotina foi
rápida. No entanto, diz sentir muito sono, emagreceu e acredita que a imunidade caiu.
"Se essa pílula for liberada no Brasil, eu testaria".
A professora da Unifesp teme que a moda pegue por aqui não só entre os que
trabalham à noite, mas entre jovens que queiram ganhar horas extras de diversão em
festas que chegam a durar dois dias, como as trances. E para aumentar ainda mais a
polêmica em torno do modafinil, estudos sugerem a eficácia contra a dependência de
cocaína durante crises de abstinência. Mas não há nada comprovado.
Nada como uma noite bem dormida
O conselho da coordenadora do Instituto do Sono e professora adjunta da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Lia Bittencout, é que nenhum
estimulante substitui uma boa noite de sono, seja guaraná em pó, café ou Coca-Cola.
Além disso é preciso identificar se o indivíduo apresenta de fato um caso de distúrbio
ou apenas sente a necessidade de dormir mais. Para a neurologista goiana Maria
Ângela Tolentino, especialista em Medicina do Sono pela Universidade de Otawa
(Canadá), o normal é que a população adulta durma em média entre seis e oito horas
por dia, o recomendável. No entanto, há variações características dos chamados
"dormidores curtos", que se satisfazem com quatro, cinco horas de sono por noite. Por
outro lado, há os "dormidores longos", que necessitam de dez a doze horas para se
sentirem bem.
A estudante de Biologia Janaína Sousa Menezes, 21, se encaixa na última
classificação. "Durmo por volta da uma da manhã e raramente acordo antes das 11
horas. Isso com despertador, porque trabalho à tarde, senão fico na cama mesmo. E
acordo muito mal humorada, não consigo conversar com ninguém pelo menos meia
hora após despertar", afirma. Quando precisa levantar cedo, para Janaína, é um
martírio. "Se isso acontece duas ou três vezes por semana, tenho que dormir às oito da
noite pra voltar ao pique".
Relógio biológico - Para dormir bem é recomendável que o relógio biológico seja
respeitado. A neurologista Maria Ângela aconselha manter a higiene do sono. "Dormir
em horários regulares e no número de horas necessárias, prestar atenção no barulho e
temperatura adequada do quarto, que pode impedir a boa qualidade do sono". Convém
ainda prestar atenção no colchão, que deve ser confortável, e no travesseiro - o ideal é
na altura dos ombros. Na opinião de Maria Ângela, anatomicamente, a melhor posição
para deitar-se é de lado.
Se mesmo depois de todos esses cuidados a pessoa achar que apresenta
algum sintoma que caracterize um distúrbio do sono como a narcolepsia, ela deve
procurar ajuda médica. "Só com exame o profissional pode diagnosticar a doença e, a
partir de então, indicar o melhor tratamento", orienta a profissional.
Saiba mais
Narcolepsia ('Doença do Sono')
O que é - distúrbio do sono no qual o indivíduo apresenta sonolência excessiva
Características - repetidos cochilos de curta duração (10-20 min)
Sintoma principal - sono involuntário em situações impróprias (por exemplo: ao
dirigir um automóvel, durante reuniões ou conversas)
Outros sintomas - perda do tônus muscular (cataplexia), que pode ser sutil
(perda do controle dos movimentos da cabeça ou braços) ou dramática (perda da força
nos joelhos, queda); ativada geralmente por forte estímulo emocional (raiva, surpresa,
riso)
Alucinações ao adormecer (hipnagógicas) ou ao despertar (hipnopômicas).
Também podem ocorrer alucinações auditivas (ouvir passos de intrusos na casa, por
exemplo) ou cinéticas (sensação de voar)
Paralisia do sono, pouco antes de adormecer ou despertar (os indivíduos
afirmam que estão despertos, mas sentem-se incapazes de se mover ou falar)
Causa - desconhecida (há estudos que apontam existência de forte componente
familiar - transmissão genética - o risco de um parente de 1º grau de um paciente
narcoléptico ter o mesmo distúrbio é 40 vezes maior que na população em geral)
Incidência - uma em cada 40 mil pessoas
Idade de início - geralmente na segunda década de vida
Distribuição entre sexos - igual
Diagnóstico - é feito por dois tipos de exame - Polissonografia, feita à noite e que
avalia a qualidade do sono, ou Teste das Múltiplas Latências do Sono, feito durante o
dia num intervalo de duas horas para identificar o tempo do primeiro sono REM ("Rapid
Eye Movements"), que é de 60 a 90 minutos nas pessoas normais - antecipado nas
narcolepticas)
Tratamento - no Brasil, o medicamento indicado hoje é a ritalina (metilfenidato),
estimulante do Sistema Nervoso Central que mantém o paciente alerta
Medida auxiliar - recomendam-se cochilos voluntários durante o dia para diminuir
a sonolência diurnai
O Modafinil
O que é - substância desenvolvida nos Estados Unidos, estimula o Sistema
Nervoso Central inibindo o sono
Nomes comerciais onde a substância é permitida - Na Europa: Modiodal, nos
Estados Unidos: Provigil
Indicações - pacientes com narcolepsia ou sonolência idiopática (sem causa
definida)
Prescrição - somente com receita médica (remédio controlado - tarja amarela)
Contra-indicações - pacientes com quadros de depressão, crises convulsivas,
doenças psiquiátricas ou arritmias em tratamento
Atuação - estimulante do Sistema Nervoso Central, excita áreas do cérebro
responsáveis pela vigília
Início da ação - 3 a 4 horas após a ingestão
Duração - 8 a 9 horas
Preço - US$ 5 cada pílula (cerca de R$ 11)
Alguns efeitos colaterais - taquicardia, desconforto, mal-estar
Venda no Brasil - 2007
Outros distúrbios
Ronco - uma em cada oito pessoas ronca. Os homens costumam roncar mais do
que as mulheres. A posição de lado com um travesseiro apoiando a cabeça pode
ajudar a eliminar ou diminuir o barulho.
Apnéia - o ronco prolongado e alto pode ser sinal de apnéia. É provocada por
obstrução das vias respiratórias ou interrupção de sinais nervosos entre o cérebro e o
diafragma, provocando paradas respiratórias de até dois minutos.
Bruxismo - mais de 20% das pessoas rangem os dentes durante o sono. O
problema pode estar na arcada dentária, mas, na maioria dos casos, a origem é no
sistema nervoso.
Síndrome das pernas inquietas - necessidade irresistível de movimentar as
pernas.
Parassonias - decorre da ativação do sistema nervoso central. Os sinais mais
comuns são terror noturno e sonambulismo.
Sonambulismo - a pessoa anda ou fala dormindo. Esse distúrbio acomete 3%
dos adultos e 15% de crianças entre 6 e 12 anos. Sua origem é genética e o distúrbio
pode ocorrer por mau funcionamento do cérebro.
Diário da Manhã (GO)
04/05/2006
Opinião
Onde é mesmo que estamos?,
Um desses fatos se relacionava com a greve dos servidores da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cujas conseqüências dramáticas são
incalculáveis, principalmente para doentes dependentes de medicamentos somente
produzidos no exterior ou de remédios elaborados a partir de matérias-primas também
importadas por laboratórios nacionais. Sem fiscais da Anvisa em pontos de
desembarque não é possível sua liberação. A decisão judicial no sentido de que os
grevistas, cuja função é considerada essencial, voltassem ao trabalho só foi cumprida
parcialmente.
Outro fato dizia (e diz) respeito ao Movimento dos Sem-Terra (MST) e seus
congêneres, cujas ações agressivas, destruidoras e até mesmo criminosas já tomaram
uma dimensão tal que exigem uma reação à altura, evidentemente estruturada dentro
dos parâmetros legais aos quais estão submetidos todos os cidadãos. Ocorre,
entretanto, que as provocativas e sucessivas invasões de propriedades pelos sem-terra
já se tornaram rotina, o que parece conduzir as autoridades ao comodismo do
aceitável, em lugar de aplicação pura e simples das leis. Prometendo resistir à polícia
que cumpre determinação judicial de reintegração de posse, como no caso da Bahia e
outros tantos, os líderes do MST dão uma solene e insultante banana às instituições e
à sociedade, fazendo roteiros próprios para os filmes que produzem, nos quais, apesar
das atitudes ilegais cometidas, seus agentes parecem os mocinhos e suas vítimas e
seus ofendidos os bandidos.
A greve dos servidores da Anvisa e as inconseqüências do MST seriam
suficientes para desiludir os brasileiros que não contavam com tantas iniqüidades que
se colocam diante de si. Infelizmente, há muito mais a lamentar, como é o caso do exgovernador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que, seguindo os passos dos
servidores da Anvisa, também se declara em greve, mas a de fome, exigindo que
observadores internacionais acompanhem o processo eleitoral brasileiro. Quanto a
esclarecimentos conclusivos sobre as denúncias que lhe fazem, nenhuma palavra do
senhor Garotinho.
Almir, do DM, em sua charge reproduzindo o guloso Bolinha, o amiguinho da
Luluzinha, ofereceu na última terça-feira resposta à pergunta que intitula este artigo,
referiu-se assim ao "sacrifício" de Garotinho: "Cada país tem o Gandhi que merece...".
A verdade é que estamos mesmo no Brasil. Aqui, seu presidente é candidato à
reeleição, porém só assume essa candidatura em seus costumeiros atos falhos,
enquanto peregrina pelos quatro cantos enchendo os ouvidos de cabeças menos
atentas, falando sobre coisas que não fez, mas que virá a fazer.
O Brasil que queremos não é um país em que a mentira bem colocada supere a
verdade e a maior vergonha não é roubar, mas ser descoberto o roubo. O sonho dos
brasileiros, inclusive daqueles que acreditaram que a esperança venceria o medo, é
que a ética e a moral derrotem esses falsos profetas e faquires que insistem em
impregnar de lama a nossa história e que seus cidadãos responsáveis os lancem às
profundezas de seus devidos lugares.
Jorge Taleb é jornalista e escreve às quintas-feiras neste espaço. E-mail:
[email protected]
Correio da Bahia (BA)
04/05/2006
Poder
ACM acusa Lula de desmoralizar a diplomacia brasileira
Senador disse que Brasil estendeu `tapete vermelho´ para Evo Morales e o
boliviano enganou o governo, o Itamaraty e o presidente
BRASÍLIA - O senador Antonio Carlos Magalhães disse ontem, no plenário do
Senado, que a decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, de nacionalizar as
jazidas de gás natural e petróleo do país, atingindo em cheio os investimentos da
Petrobras naquele país, é um dos resultados da política externa "mal feita" e da
desmoralização da diplomacia brasileira pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Para ACM, o presidente boliviano enganou Lula - que estendeu o "tapete
vermelho" para Evo Morales -, o Ministério do Exterior e o governo petista como um
todo.
"Cantava-se em prosa e verso essa magnífica política externa do Brasil. Nós
sempre vimos que era impossível uma política externa tão mal feita ter bom resultado,
senhor presidente. Foi tanto tapete vermelho para Evo Morales que ele deu sinal
vermelho para o governo Lula. E nós estamos nesta situação: fingindo que estamos
bem, mas às vésperas de uma crise em matéria de combustível. É inacreditável que
Evo Morales tenha enganado o presidente Lula, o Ministério do Exterior, enfim, o
governo inteiro", salientou o líder político baiano.
Logo no início do discurso, ACM disse que é difícil acreditar em tanta
incompetência do governo Lula, que não consegur ir bem nem na política externa como se já não bastasse os escândalos de corrupção, o fracasso de programas
sociais, de investimentos e das ações administrativas. "A incompetência se generaliza
de tal sorte no governo do presidente Lula que não há setor que não fique totalmente
desmoralizado", disse o senador do PFL da Bahia.
ACM questinou por que o governo ficou dependendo exclusivamente de um
fornecedor - a Bolívia - para enfrentar um problema energético que é complicado no
mundo inteiro, "cujas soluções tornam-se cada dia mais difíceis, tendo em vista o preço
do petróleo". "O governo Lula teima em não fazer as coisas certas. O governo Lula
teima em não levar em conta que este país é uma nação que tem de defender os seus
princípios de dignidade, mas a dignidade não se defende sem a moralidade", afirmou.
O senador baiano avaliou que é por falta de moral que o governo Lula está
enfrentando uma crise externa que não é, segundo ele, apenas na Bolívia, mas em
toda a América do Sul, "principalmente nos deixando cada vez em situação inferior à
Argentina, nossa velha e antiga rival".
ACM pediu a transcrição nos anais do Senado do artigo A diplomacia do trivial
delirante, publicado pelo jornalista Elio Gaspari, ontem, no jornal O Globo, definido pelo
senador como uma "das maiores inteligências deste país". No artigo, o jornalista afirma
que a política externa do presidente Lula é "esportiva no método, exibicionista no ritual
e desastrosa nos resultados". Ainda segundo Gaspari, Lula se distanciou de quem não
deveria (Argentina e Chile) e se aproximou de quem deveria se distanciar (Venezuela e
Cuba), além de ter perdido tempo com "países inúteis" (Namíbia e Gabão).
O líder político baiano afirmou que o artigo define exatamente como é o governo
do Brasil em relação à política externa. Dirigindo-se ao presidente da sessão, Tião
Viana (PT-AC), Antonio Carlos Magalhães afirmou que a incapacidade do governo Lula
é em todos os setores.
"Hoje (ontem), o jornalista Elio Gaspari, que é, sem dúvida, das maiores
inteligências deste país, publica um artigo que define exatamente, senhor presidente, o
que é o governo do Brasil.
Deliram os governistas, senhor presidente. E tenho pena de vossa excelência, que
sempre está nos honrando com a sua presença decente, mas vossa excelência está
sempre só. Os outros, ou ficam no Palácio, atrás do Lula, ou nos ministérios, atrás de
verba. Mas aqui não há nenhum, só mesmo vossa excelência. Veja que situação a de
vossa excelência. Tenho de ter comiseração, pena de vossa excelência quando seu
partido abandona o presidente da República e o deixa aqui sozinho, sendo alvo das
críticas mais verdadeiras, porque realmente não há meio de consertar o governo. A
incapacidade é em todos os setores".
"Hoje, estamos desmoralizados na diplomacia. A casa de Rio Branco, senhor
presidente, nunca esteve tão triste e tão desvalorizada. O Itamaraty teve uma boa fama
de produzir diplomatas de escola, mas, quando vejo um homem com a capacidade de
Gelson Fonseca, embaixador nos lugares mais importantes do mundo, jogado no
consulado de Madri e outro embaixador de muito valor, em Barcelona, veja a que ponto
chegamos", acrescentou o líder político baiano.
ACM disse que o país está perdido tanto internamente quanto externamente.
"Até porque desejo defender o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores). Desejo
defendê-lo porque sua excelência está viajando, fugindo dos problemas. Há dois
ministros, além de sua excelência, que se relacionam melhor com o presidente. O
presidente os segue e daí tantas derrotas. De maneira que falo todos os dias aqui
clamando contra os erros na saúde, na educação, na intergração, enfim, do Miguel
Rossetto, que já foi embora, graças a Deus. Vejo internamente o país perdido, porque
o MST tomou conta - não há reação do governo, a reação é do povo -, parando as
estradas, impedindo o tráfego, inclusive de mercadorias, ou então porque na Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estão faltando remédios básicos para a
saúde do povo. Isso é um sinal que, internamente, é uma vergonha, mas é muito pior
no âmbito externo".
Para o senador baiano, o artigo de Elio Gaspari mostra que nunca houve no
Brasil uma diplomacia como a que está em vigor. "Tudo o que foi feito no passado,
desde os tempos da República Velha, até o tempo mais recente, tudo se perde com os
erros do presidente da República. É o presidente da República o mentor da política
externa do Brasil. É ele o principal responsável pelo descalabro que estamos vivendo.
É ele o principal responsável, senhor presidente, pelas crises que se avizinham para
todo o país", denunciou.
ACM finalizou o discurso afirmando que a aprovação do projeto do senador
Rodolpho Tourinho, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado - presidida pelo
líder político baiano -, que cria um marco regulatório para o setor do gás no Brasil, é um
passo pequeno diante da crise instalada com a Bolívia. "Nós temos nesta Casa várias
pessoas de mérito que vêm a esta tribuna. Hoje, demos um passo na CCJ aprovando o
projeto do senador Rodolpho Tourinho sobre o problema do gás. Mas é um passo
ainda pequeno. Nós vamos sofrer demais, senhor presidente. E quando o sofrimento
estiver batendo nos mais pobres, nos mais carentes, naqueles que são os mais
enganados pelo presidente Lula, aí a coisa vai virar e vossa excelência não terá mais
orgulho de dizer que é petista, porque essa será uma palavra fora do ficionário político
do Brasil", concluiu.
O Estado de S.Paulo
04/05/2006
Vida &
Liberação de remédios só volta ao normal em 2 meses
Os fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Santos e a
força-tarefa deslocada para o porto pelo governo federal levarão dez dias para liberar
mercadorias retidas durante a greve de 70 dias da categoria. Serão necessários ainda
dois meses para que a situação geral, inclusive as operações portuárias, volte ao
normal. Isso se os auditores da Alfândega de Santos não aderirem a uma greve
nacional iniciada ontem.
Hoje haverá uma assembléia para decidir se os auditores da Alfândega de
Santos acatam ou não a greve. "Se aderirem, as mercadorias liberadas pela Anvisa
continuarão retidas", disse o presidente do Sindicato das Agências de Navegação do
Estado de São Paulo (Sindamar), José Eduardo Lopes.
O Sindamar estima que os prejuízos com a greve da Anvisa cheguem a US$
230 milhões. Somente no Porto de Santos, há 400 mandados de segurança para
serem cumpridos. Existem ainda mais de 5 mil processos à espera de liberação.
Dezoito pessoas da força-tarefa federal trabalham na análise deles.
BALANÇO DA FORÇA-TAREFA
Em três dias da força-tarefa da Anvisa para dar vazão a processos de remédios
e alimentos, foram autorizadas 2.738 licenças de importação no Rio e São Paulo.
Foram analisados 7.938 processos, entre liberações, análises e autorizações de
embarque. A operação se estende até domingo.
O gerente da Vigilância Sanitária em Portos e Aeroportos, Paulo Ricardo
Nunes, afirmou que o critério de urgência está sendo observado. Remédios de uso
contínuo, kits para diagnóstico e produtos usados em hemodiálise têm prioridade na
análise. Ontem, dia de pagamento, muitos servidores não receberam seus salários,
embora uma liminar da Justiça determinasse a não interrupção do pagamento.
Hoje, uma reunião entre Anvisa e a federação dos sindicatos será realizada
para discutir reformulações no plano de carreira.
JOSÉ RODRIGUES E LÍGIA FORMENTI
Jornal de Brasília
04/05/2006
Cidades
Exemplo de coleta seletiva
O Hospital Regional de Sobradinho (HRS) é o primeiro da rede pública do
Distrito Federal a adotar a coleta seletiva do lixo. A medida, iniciada em junho do ano
passado e colocada totalmente em prática, hoje, é baseada em um estudo feito pelo
Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O
projeto foi elogiado pelo ministro da Saúde, Agenor Álvares, em reunião com
dirigentes do hospital.
Até há pouco tempo, todo o lixo que saía dos hospitais era levado para a
incineração, mas o ministério e a Anvisa comprovaram que menos da metade do lixo
hospitalar precisa de tratamento especial. Com base nos estudos, os órgãos fizeram
uma campanha nacional para que hospitais da rede pública adotassem a coleta
seletiva do lixo. Foi o que fez o HRS.
Em junho de 2005, a vice-diretora do hospital, Cláudia Machado de Souza fez
uma análise das necessidades da instituição e percebeu que só 25% do lixo produzido
no local deveria ser incinerado. Os outros 75% são considerados lixo semelhante ao
lixo doméstico. A partir daí, Cláudia passou a utilizar dois tipos de sacos de lixo, o preto
(para o lixo comum) e o branco (para o lixo considerado perigoso para a saúde da
população). "Trabalhávamos apenas com o lixo branco, hospitalar. Minha primeira
atitude foi proibir o uso de saco branco em departamento administrativo. Aonde já se
viu papel de documento ser considerado lixo hospitalar?", questiona Cláudia.
O projeto do hospital agilizou o fluxo da coleta do lixo. Os sacos, que ficavam no
chão das salas de higienização, agora são protegidos em um contêiner, para evitar
contato com o lixo. A administração do hospital também organizou o fluxo de coleta de
materiais. Segundo a vice-diretora, a coleta deve ser sempre do mais contaminado
para o menos contaminado.
A etapa seguinte, segundo a diretora, foi fundamental: o processo de
conscientização dos funcionários sobre a importância da coleta seletiva do lixo. "Nessa
etapa, os funcionários se convenceram de que a separação do lixo, além de reduzir os
custos do hospital com incineração, produziam uma renda extra da entidade com a
venda de papel, além de ser mais seguro para os pacientes", afirma.
Depois que todos tomaram consciência sobre os benefícios do projeto, a
iniciativa ganhou corpo e rapidamente virou política seguida em todo o hospital. A
auxiliar de limpeza Maria das Dores Beirão, 35 anos, participou do curso de
capacitação. Ela afirma que antes do treinamento, não sabia o que era lixo hospitalar.
"Hoje sei que o hospital produz vários tipos de lixo que devem ser tratados de forma
diferente", afirma. A técnica em enfermagem Ione Fernandes, 32 anos, concorda que
esse tipo de coleta é o mais higiênico. "A gente pode separar o cesto de lixo
contaminado longe do paciente e deixar perto dele só os cestos de lixo comum", diz. A
paciente Maria José da Cruz, 30 anos, aprova a iniciativa. Freqüentadora do hospital
há mais de sete anos para tratar de sua bronquite, ela afirma que, agora o local é mais
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