Missão Internacional >> MAIS UMA MISSÃO INTERNACIONAL É COORDENADA PELA CESPORTOS/SC A Comitiva partiu em agosto com destino a Cartagena, na Colômbia, e ao Panamá As Visitas Técnicas implantadas desde 2011 pela Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis, CESPORTOS/SC levaram mais uma vez a Comitiva a conhecer procedimentos de segurança implantados em Portos e Terminais fora do País. Dessa vez, a subcomissão, instituída para esse propósito específico, organizou uma Visita Técnica ao Porto de Cartagena, na Colômbia e ao Manzanillo International Terminal – MIT, no Panamá. Ali, foi possível conhecer os procedimentos e as tecnologias utilizadas em instalações portuárias na América do Sul e Central, locais onde se tem uma realidade parecida com a do Brasil. De acordo com o Coordenador da CESPORTOS/ SC Reinaldo Garcia Duarte, alguns Terminais Catarinenses mantêm linhas comerciais com esses países, por isso a Comitiva formada por Supervisores de Segurança Portuária, Diretores de Portos e Terminais e empresários tiveram interesse em conhecer a segurança portuária desses dois locais. Desde que a CESPORTOS/SC implantou o programa de intercâmbio internacional de informações sobre segurança portuária – a chamada Visita Técnica – vários locais já foram conhecidos pela Comitiva. O objetivo é buscar o nivelamento dos portos e terminais catarinenses com os melhores do mundo nas questões de segurança. Visitas Técnicas 2012 Porto de Leixões, em Portugal; Porto de Valência, na Espanha; Porto de Le Havre, na França. 2011 Guarda Costeira Americana, em Nova York; Terminal de Elizabeth, em New Jersey. 2013 Terminal Portuário de Hamburgo na Alemanha; Terminal Portuário de Antuérpia, na Bélgica; Seminário sobre Segurança Portuária em Madri, na Espanha. 2015 Porto de Cartagena na Colômbia; Manzanillo International Terminal – MIT no Panamá. O Manzanillo International Terminal – MIT, no Panamá, foi uma das instalaçoes visitadas em 2015 foto Fabrício de Melo Carniel 22 I revista inport I Edição 15 I Setembro e outubro 23 >> Missão Internacional 1º parada Mais uma instalação portuária é visitada, dessa vez no Panamá Terminal na Colômbia foi o primeiro visitado Terminal Contecar, Cartagena/Colômbia Segundo o Coordenador da CESPORTOS/SC, a Comitiva foi surpreendida pelo altíssimo nível do sistema de segurança do Terminal. “O Terminal tem implantado uma filosofia de segurança, evitando rotinas nos procedimentos e a mínima intervenção humana nos sistemas de controle, sempre com o propósito de dificultar a entrada de qualquer produto, substâncias ou artefatos que possam ameaçar a segurança da atividade portuária e do transporte marítimo internacional que passa por Cartagena”, diz Reinaldo. Um exemplo indicado pelo Supervisor de Segurança da CONTECAR, Juan Pinzon, foi o fato dos narcotraficantes estarem buscando portos em outras localidades para tentarem fazer suas remessas de drogas diante da grande dificuldade de se fazer através desse Terminal. O Manzanillo International Terminal – MIT, no Panamá, foi mais uma Instalação Portuária a receber a Comitiva Catarinense. Ele fica na Costa Atlântica do Panamá, próximo da entrada norte do Canal do Panamá e ao lado da Zona Livre de Colón, segunda maior zona de livre comércio do mundo. Durante a visita ao Terminal Manzanillo, a comitiva catarinense conheceu alguns dos procedimentos e tecnologias utilizados na instalação portuária visitada, onde se pôde observar um cenário de segurança diferente dos anteriormente visitados. Assim como no Brasil, o Panamá também adotou o ISPS Code como padrão para a segurança portuária, sendo que o Código é denominado PBIP – Código de Protección del Buque y de las Instalações Portuária. No Panamá, a Instituição Governamental com atribuições equivalente à CESPORTOS e CONPORTOS é a Autoridade Marítima do Panamá, uma força estatal, não militar, que difere do Brasil - onde a segurança portuária é coordenada por uma Comissão composta por vários órgãos governamentais: Polícia Federal, Marinha do Brasil, Receita Federal, Governo do Estado e Administrações Portuárias. Segundo a Gerente de Segurança, Gilda M. Soto Gilda, nos últimos quatros anos o Terminal não teve nenhuma ‘não conformidade’ detectada pela Autoridade Marítima durante as inspeções de verificação da aplicação do PBIP (ISPS Code). A visita será objeto de estudo do Coordenador da CESPORTOS/SC, Reinaldo Garcia Duarte, que fará uma comparação entre as práticas adotadas pela segurança portuária do Terminal com aquelas praticadas pelas Instalações Portuárias Catarinenses. “Em todas as nove Auditorias realizadas pela CESPORTOS em Santa Catarina constatamos várias ‘não conformidades’ e, essa diferença percebida durante a visita serve de alerta para os operadores da segurança portuária brasileira. Esse é o propósi- FOTOs REINALDO DUARTE 24 I revista inport I Edição 15 I setembro e outubro Foto Fabrício Carniel O primeiro Terminal visitado pela Comitiva foi o da CONTECAR em Cartagena, na Colômbia. De acordo com o Coordenador de Segurança do Terminal, Juan Carlos Pinzon Ochoa, desde 1993 o Terminal tem investido muito na área de segurança, e de lá para cá foram implantados sistemas rigorosos de controle das cargas exportadas pelo Terminal, incluindo a auditoria de 100% da documentação. Todo o processo de movimentação de cargas no interior do Terminal não tem interferência humana sendo realizado por um sistema que indica a melhor posição de cada carga. Outra diferença percebida pela Comitiva foi na área da Segurança Patrimonial. “Aqui na Colômbia, a empresa prestadora de serviços de segurança patrimonial também deve ter uma certificação específica e ter conhecimento acerca do ISPS Code para estar capacitada para atuar na segurança portuária. Isso realmente é muito interessante”, diz Reinaldo. Na Colômbia, a Instituição Governamental com atribuições equivalente à CESPORTOS e CONPORTOS é a DIMAR – Dirección General Marítima, enquanto no Brasil a Segurança Portuária é coordenada por uma Comissão composta por vários órgãos governamentais - Polícia Federal, Marinha do Brasil, Receita Federal, Governo do Estado e Administrações Portuárias - na Colômbia, essa coordenação é composta pela Marinha Colombiana. Assim como no Brasil, a Colômbia também adotou o ISPS Code como padrão para a segurança portuária, cuja sigla adotada foi o Código PBIP – Código de Protección del Buque y de las Instalações Portuárias. E igualmente como ocorre no Brasil, as Declarações de Cumprimento do ISPS tem validade de cincos anos. Mas enquanto no Brasil a renovação se dá pela auditoria realizada a cada cinco anos, na Colômbia a DIMAR realiza inspeção anual de verificação de implantação do Plano de Segurança Portuária. 2º parada Eclusas de Gatún, Panamá Cidade do Panamá to dessas Missões Internacionais, estabelecer parâmetros para avaliar a segurança portuária catarinense e conhecer boas práticas adotadas pelos portos visitados”, disse Reinaldo. 25 Missão Internacional Comitiva revela aprendizado com as Visitas Técnicas Para Rogério Pupo, Presidente do Porto de Imbituba, a visita a Cartagena foi de suma importância para troca de experiências em realidades próximas a do Brasil. O terminal visitado apresenta soluções de tecnologia e de práticas operacionais simples e eficientes. A experiência da Colômbia permite aperfeiçoar nossos processos devido ao sucesso obtido”. Para Ademir Sulczinski, Supervisor de Segurança da Portonave, o terminal CONTECAR possui uma infraestrutura de segurança muito bem adequada às exigências das regras do ISPS Code. Percebe-se que o terminal tem o cuidado com a qualidade do serviço prestado, que resulta em um terminal limpo, eficiente e, sobretudo seguro”. Para Régis Chrystian da Silva, Gerente de Segurança Portuária da Poly Terminais, o Terminal de Cartagena mostrou que é possível aliar os requisitos legais mandatórios ligados à segurança de portos e navios às necessidades comerciais e operacionais dos portos brasileiros. Acredito que nesse passo, tornaremos nossos sistemas e métodos de segurança cada vez mais eficazes”. Hans Kuchenbecker, Diretor da HNS Port, diz que a operação dos terminais é quase toda automatizada com pouca interferência humana na operação. “Existem também cronogramas de treinamento, simulados e exercícios inclusive com a mobilização de todos os órgãos envolvidos e a coordenação feita por representantes da IMO e EUA pelo menos uma vez por ano”. 26 I revista inport I Edição 15 I setembro e outubro Marcos Zanardo, Diretor do Grupo Zanardo, afirma que a missão foi de extrema importância para os representantes da Empresa na Visita. Em um mercado tão competitivo como o nosso, somente através de inovações e busca de novas experiências conseguiremos dar sequência ao crescimento dos nossos negócios”. Para Wagner Castanheira, Diretor da CBES, o Terminal Manzanillo chamou atenção em relação à qualidade da estrutura e ao cuidado com o monitoramento eletrônico. Eles possuem uma estrutura muito bem implementada e podemos notar um cuidado muito maior se compararmos com os portos e terminais do Brasil”. Para Fabrício Carniel, Diretor da Coringa, o Terminal Manzanillo chamou atenção principalmente pelo tipo de equipamento utilizado. Eles utilizam as câmeras da Panasonic, as mesmas utilizadas pela nossa empresa, e isso nos mostra que estamos acompanhando a qualidade exigida nos grandes Terminais ao redor do mundo”. Rodrigo Schmitt, Coordenador de Operações da Prosegur, percebeu a importância dada ao CCM - Centro de Controle e Monitoramento do Terminal Manzanillo. O local é operado por quatro profissionais, todos assessorados por um Supervisor responsável por toda a comunicação de segurança do terminal, buscando o melhor resultado. Trata se de uma prática pouco utilizada no Brasil e que geram resultados excelentes como visualizamos na visita técnica”.